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P á g i n a | 1 ANAIS DO 2º CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INTERUNIESP Monte Alto - 2016

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ANAIS DO 2º CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INTERUNIESP Monte Alto - 2016

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APRESENTAÇÃO Os Núcleos de Pesquisa e Extensão (NPE) das unidades de Araraquara, Ibitinga,

Jaú, MonteAltoeTaquaritinga,pormeiodeseusCoordenadoresdePesquisaeextensão, Coordenadores de Curso e Diretores em conjunto, observando o necessário desenvolvimentoeaperfeiçoamentodosalunosemrelaçãotantoàvidaacadêmicaquanto à experimentação e troca de experiências, idealizou, por meio de uma comissão formada com esse fim, o 2º Congresso de Iniciação Científica INTERUNIESP.

O referido congresso ocorreu nos dias 03 e 04 de Novembro de 2016, na cidade de Monte Alto. A realização inédita deste evento interunidades inteiramente dedicado à pesquisa e extensão, sediado na Cidade de Monte Alto (FMA), reconhecidamente mostrou-se como um marco institucional, no sentido da valorização da pesquisa e extensão.

Dentre as quase incontáveis missões que idealizou essa comissão, duasprincipais se destacaram dentre todas: o fortalecimento dos núcleos de pesquisa e extensão das presentes unidades e, estimular a interação e o intercâmbio transversal entre professores, pesquisadores e alunos, promovendo a troca de experiências e saberes entre os diversos níveis de ensino e saber, com a promoção de eventos científicos comoeste.

OpresenteCongresso,contoucomaparticipaçãodecincounidades,comooutrora já salientado, contando com mais de 600 participantes, nos dois dias, oriundos de 11 diferentes cursos. Dentre os mais 600 alunos participantes, houveram aqueles apresentaramtrabalhosoraisepôsteres;entretanto,nemtodososforamselecionadospara integrarem esses primeiros registros por questõestécnicas.

A Comissão Organizadora do 2º Congresso de Iniciação Científica InterUniesp expressa seu agradecimento aos convidados, pesquisadores, artistas e funcionários, por suas inestimáveis contribuições para o evento, à Secretaria de Lazer e Cultura da Cidade de Monte Alto, que gentilmente cedeu o Centro Cívico para a realização do evento, aos autores que submeteram trabalho, e a todos os participantes.

Coordenador da Comissão Organizadora Jorge Luis Nassif Magalhães Serretti

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Organização do Evento e Conselho Editorial Profa. Débora Raquel da Costa Milani Profa. Djenane Schieri Wagner Cunha Profa. Flávia Petra Melara Prof. Jorge Luis Nassif Magalhães Serretti Prof. Osmar Bueno de Morais Profa. Paula Alvarinho Urbano Barroso Prof. Tiago Massan Profa. Valéria Fattore Mantovani

Pareceristas Prof. Amauri Tadeu Barbosa Nogueira Profa. Ana Cláudia C. de Camargo Profa. Anna Claudia Martins Coelho Prof. Débora Raquel da Costa Milani Prof. Emil Silva Profa. Flávia Luzia Lopes Bertaci Profa. Flávia Petra Melara Prof. Gerson Carlos Eduardo Profa. Graciana Simei Prof. Jorge Luis N. M. Serretti Prof. Marcos Rogério da Cunha Profa. Rita de Kássia Cândido Profa. Rosa Maria Gutierrez Prof. Tiago Massan Profa. Vanessa Terra Pereira Prof. Vera Lúcia Guimarães

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S488c SERRETTI, J.L.N.M, ( Org.)

2º Congresso de Iniciação Científica InterUniesp (2: 2016: Monte Alto, SP) Anais [recurso eletrônico]. – Uniesp, 2016.

Disponível em: www.

1. Ensino Superior – Pesquisa – Brasil – Congressos 2.Administração 3.Direito 4.Pedagogia 5.Enfermagem 6. Letras 7.Ciências Biológicas 8.Farmácia 9.Fisioterapia 10.Nutrição I. UNIESP

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Sumário Avaliação da dor lombar em funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Taquaritinga-SP ........................................................................................................................................... 6 A eficácia dos medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica para o tratamento da epilepsia ..................................................................................................................................................... 18 AIMPORTANCIADOCONTRATODETRABALHODEEXPERIÊNCIA ............................................... 30 REABILITAÇÃO DA MARCHA EM PORTADORES DE DOENÇA DE PARKINSON: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................................. 22 Possíveis tratamentos fisioterápicos na Fibromialgia: Uma revisão bibliográfica ..................................... 35 Atuação da Fisioterapia no Tratamento da Dor Oncológica ...................................................................... 49 A importância e a colaboração da hidroterapia durante o período da gestação, uma revisão bibliográfica.................................................................................................................................................................... 60 Intervenção da Fisioterapia na Microcefalia .............................................................................................. 71 ÉTICA NA UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIA E REDES SOCIAIS NO AMBIENTE CORPORATIVO.................................................................................................................................................................... 84 ESTUDO SOBRE OS EFEITOS DO EXERCÍCIO RESISTIDO EM PACIENTES COM DIFERENTES FATORES DE RISCO – AVALIANDO AS RESPOSTAS PRESSÓRICAS. ......................................... 99 Família e aprendizagens: a leitura uma influência para a formação e construção do sujeito leitor e humanista ................................................................................................................................................. 112 Prevenção e orientação fisioterápica às pessoas portadoras de osteoporose na 3ª idade – uma revisão bibliográfica ............................................................................................................................................. 136 Assistência Farmacêutica ao paciente doente crônico renal .................................................................... 150 AVALIAÇÃO COM PACIENTES PÓS – CIRÚRGICO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR COM PELO MENOS TRÊS ANOS DE CIRURGIA, ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF 36 E O QUESTIONÁRIO DE LYSHOLM. ............................................. 168 Sintomas e Tratamento da Hepatite C: Levantamento Bibliográfico ...................................................... 183 Tratamento fisioterapêutico na osteoartrose de quadril: Uma revisãobibliográfica ................................. 196 A importância de contar histórias para o desenvolvimento integral das crianças .................................... 210 Educação infantil e ludicidade: construindo novos caminhos para a aprendizagem ............................... 223 Planejamento Estratégico Situacional na Assistência Farmacêutica em um Município do Interior Paulista Taquaritinga/SP. ....................................................................................................................................... 233 Avaliação do controle de estoque e demanda medicamentosa atendida em uma drogaria do município de Taquaritinga: Estudo de caso ................................................................................................................... 250 A EFICIÊNCIA DA GESTÃO DE COMPRAS E ESTOQUE DE UMA CONCESSIONÁRIA AUTOMOTIVA....................................................................................................................................... 267 Gestão de Recursos Humanos na Era da Sociedade da Informação ........................................................ 278

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Avaliação da dor lombar em funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Taquaritinga-SP

Beatriz Savazzi Coutinho¹ Gustavo Naxara Oscko² Naiara Francieli Rinaldi³

RESUMO

INTRODUÇÃO- A dor lombar (dor na região póstero-inferior da coluna vertebral) é a causa mais comum de incapacidade e invalidez nos dias de hoje sendo, um dos principais motivos de consultas médicas, hospitalizações e intervenções cirúrgicas. Ocorre em diversas idades, porém são mais evidentes em homens acima de 40 anos e mulheres entre 50 e 60 anos deidade.Noambientedetrabalhoéconhecidacomolombalgiaocupacionaletemcomofatores causais mais comuns os posturais, mecânicos, traumáticos e psicossociais. MATERIAL E MÉTODOS- Esse trabalho avaliou 40 funcionários, não médicos, dos três turnos, da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Taquaritinga–SP. O instrumento utilizado para avaliação da prevalência de lombalgia foi o Questionário Roland-Morris de Incapacidade. RESULTADOSECONCLUSÃO-Médiadeidadedosavaliadosfoi37,5anos,sendoamaioria mulheres (87,5%), avaliados nos três turnos de trabalho, diurno (60%), noturno (12,5%) e ambos (27,5%). Outros dados sócio-demográficos foram coletados, como por exemplo, tempo de serviço. Embora o escore não tenha classificado nenhum indivíduo como incapaz, a frequênciaderespostasdealgumasquestõesmostraquehácertograudedesconfortocabendo, portanto, a elaboração de um plano de atuação. A comparação dos resultados com outros estudos da literatura científica ficou prejudicada, pois esses estudos avaliaram pacientes portadores delombalgia. PALAVRAS CHAVE: Lombalgia, Questionário, Roland-Morris.

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ABSTRACT INTRODUCTION- The back pain (pain in the póstero-inferior region of the spine) is

themostcommomcauseofdisabilityandinvalidityinthesedaysbeingoneofthemainreasons for medical appointment, hospitalizations and surgical interventions. Occurs in several ages, but is more evident in men over 40 years and women between 50 and 60 years of age. Atwork environment is known as occupational low back pain and has as the most commom causal factors postural, mechanical, traumatic and psychosocial. MATERIAL AND METHODS – Thisresearchevaluated40non-medicalemployeesfromthethreeworkshiftsoftheEmergency CareUnit(UPA)inthecityofTaquaritinga–SP.Theinstrumentusedfortheevaluationofthe prevalence of low back pain was the Roland-Morris disability questionnaire. RESULTS AND CONCLUSIONS – The mean age of the evaluated subjects was 37,5 years, with the majority of women (87,5%) evaluated in the three work shifts, daytime (60%), night (12,5%) and both (27,5%).Othersocio-demographicdatawerecollected,suchaslengthofservice.Althoughthe score has not classified any individual as unable, the frequency of answers to some questions shows that there is some degree of discomfort being necessary, therefore, the elaboration of performance plan. The comparison of results with other scientific literature research was impaired, because these researches evaluated patients with low backpain. KEY WORDS - Low back pain, questionnaire, Roland-Morris.

¹ Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga - FTGA.

[email protected] ² Prof. Me do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga - FTGA. [email protected] ³ Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga– FTGA. [email protected]

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INTRODUÇÃO

A dor lombar é a causa mais comum de incapacidade e invalidez nos dias de hoje. O que tem sido um dos principais casos de consultas médicas, hospitalizações e intervenções cirúrgicas.

Na maioria da população a lombalgia ocorre em diversas idades, porém são mais evidentes em homens acima de 40 anos e mulheres entre 50 e 60 anos de idade. (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 2010, p.583)

Alombalgiaédefinidacomodornaregiãopósteroinferiordacolunavertebral.Umdos maiores problemas de saúde responsável pela incapacidade física, podendo gerar limitações, principalmente para a vida profissional. (ABREU; RIBEIRO, 2010,p.149)

A lombalgia ocupacional, é uma das maiores causas isoladas de transtornos na saúde relacionadas com o trabalho, podendo levar a incapacidade e em alguns casos mais graves à invalidez prematura.

Os fatores causais mais comuns em ambientes de trabalho são os posturais, os mecânicos, os traumáticos e os psicossociais. A idade, a fadiga e a postura são considerados como fatores que contribuem para a elevada porcentagem de reincidência da dor lombar. O trabalho sentado ou de pé por muitas horas, o trabalho com excesso de peso, o levantamento contínuo de peso, a falta de exercícios físicos e alguns problemas psicológicos são alguns dos principais fatores que levam à lombalgia. (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 2010, p.584).

Na maioria dos casos, acredita-se, que a lombalgia ocupacional se deve a pressões incomunssobreosmúsculoseosligamentosquesuportamacolunavertebral.Tantoosesforços dinâmicos, relacionados a utilização de escada, deslocamento, transporte de carga, quanto os esforços estáticos, relacionados a posturas erradas, sustentação de cargas pesadas e com a restrição dos movimentos, podem contribuir para futuras lesões nas articulações e nos discos- intervertebrais.

Essa patologia não deve ser analisada apenas como uma questão médica e sim como uma questão socioeconômica, pois ao acometer um indivíduo economicamente ativo, ele terá que conviver com a invalidez e a incapacidade de poder realizar seu trabalho.

Assim acarretando na vida social do indivíduo que terá que trocar de trabalho, as vezesnem conseguindo mais trabalhar, além de ter um gasto econômico grande com a sua

patologia. Apesar do tempo e os gastos serem grandes com pessoas com esse tipo de morbidade, é necessário que ela seja tratada como um problema de saúde pública, sendo

oferecido um

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tratamento adequado, e não apenas afastar essas pessoas de seus cargos. Dando a elas um tratamento de reabilitação adequado para que possam retornar à suas vidas profissionais. (ABREU; RIBEIRO, 2010, p.149)

Éimportantetambémpensaremumprotocolodeprevençãoparaprofissionaisdeáreas que podem ter risco delombalgia.

Assim devido à elevada prevalência da lombalgia ocupacional, nos dias de hoje, é necessário que seja feito um estudo onde se obtenha os principais fatores de riscos e os causadores dessa patologia. Podendo ser pensado futuramente em um protocolo de prevenção e reabilitação para esses indivíduos, para proporcionar uma melhor qualidade de vida aos trabalhadores e diminuir o número de pessoas acometidas.

MÉTODO

Para o desenvolvimento desse projeto de pesquisa foram avaliadosfuncionários(não médicos),daUPA(UnidadedeProntoAtendimento)domunicípiodeTaquaritinga-SP.Onúmerodeparticipantesdecadaunidadeseráselecionadoaleatoriamenteeporamostragem devendo compreender, no mínimo, 50% do total de funcionários.O instrumento utilizadoparaavaliação da prevalência de lombalgia nessa população será o QuestionárioRoland-Morrisde Incapacidade, traduzido e validado para uso em língua portuguesa (MONTEIRO, etal.,2010). Esse,porsuavez,contém24(vinteequatro)frasesdepessoasdescrevendoasimesmasquando sentem dor nas costas. Os participantes convidados, quevoluntariamenteaceitarem passar pelo teste, serão devidamente informados como o procedimento serárealizado e,na sequência,assinarãoTermodeConsentimentoLivreeEsclarecido.Oquestionáriotemum scorepróprioqueclassificaráoresultadodecadateste.OsdadosvãoserorganizadosetratadosestatisticamenteutilizandoosoftwareEXCELdaMicrosoft.Esseprojetofoisubmetidoe aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Taquaritinga – CEP/FTGA.

DEFINIÇÃO LOMBALGIA OCUPACIONAL De acordo com Vascelai (2009, p.1), “ Lombalgia é o conjunto de afecções dolorosas que acometem a coluna lombar devido à presença de alguma anormalidade nessa região”.

É chamado de lombalgia, quadros de dores na região lombar, podendo ser associadas ou não a dores ciáticas (lombociatalgia), dores que irradiam para glúteo, coxa, perna e/ou pé.

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A descrição da dor, como dor em peso, aperto, queimação ou em choque pode ajudar o médico a diagnosticar a lombalgia.

Este fenôme-no doloroso atinge em média 80% da população mundial em alguma fase de sua vida,1 sendo que sua prevalência aumenta com a idade, atingindo um pico durante a sexta década de vida (ABREU; RIBEIRO,2010, p.148).

A lombalgia, é uma das causas mais comum de incapacidade em trabalhadores com menos de 45 anos de idade, tem predileção por adultos jovens e é responsável por aproximadamente ¼ dos casos de invalidez prematura (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 2010, p.583).

De acordo com Sato (2010, p.331), A lombalgia aguda é de alta prevalência na população geral na maioria dos casos, há resolução espontânea. Após o resfriado comum, é a causa mais prevalente de consulta médica, sendo que cerca de 80% das pessoas no mundo têm ou terão ao menos um episódio ao longo da vida.

As atividades profissionais com grande sobrecarga física, somada a uma postura inadequada, movimentos repetitivos, vibração, trabalhos em grande velocidade, estresse, reforçam o aparecimento desta morbidade, expondo o trabalhador à dor, geralmente na região lombar, já que também pode acometer as regiões lombossacral ou sacroilíaca, apresentando, portanto, um caráter ocupacional (ABREU; RIBEIRO,2010, p.149).

Alombalgiaéumproblemafrequenteparagrandepartedostrabalhadoresbraçaise,em conseqüência, causa prejuízos econômicos e sociais, uma vez que esses trabalhadores formam a porção produtiva da economia (DIAS; GODOY; ALMEIDA, 2003, p.67)

A idade, a postura e a fadiga no trabalho são consideradas como fatores contribuintes para a elevada percentagem de recidiva da dor lombar. O trabalho sentado por longas horas, o trabalho pesado, o levantamento de peso, a falta de exercícios físicos e os problemas psicológicos representam alguns dos principais fatores que contribuem para a cronicidade da dor lombar (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 2010, p.584)

Portanto,indivíduosdediversosramoslaboraispodemserconsideradoscomoumgrupo suscetível para os riscos de dor lombar ocupacional, devido à precariedade das condições de trabalho, que exigem posturas viciosas e a realização de movimentos repetitivos realizados de formainadequada,acarretandonasobrecarga,colunavertebral,maisespecificamentedaregião lombar (PINTO etal,2010).

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ETIOLOGIA

DeacordocomJunior(2010,p.584),“Osfatorescausaismaisdiretamenterelacionados com

as lombalgias ocupacionais são os mecânicos, os posturais, os traumáticos e os psicossociais”. Abuscadeumaúnicacausaouatémesmodacausaprincipaldapatologiapodesetornar difícil,

pois se trata de uma etiologiamultifatorial. As inadequações do ambiente de trabalho e as condições de funcionamento dos

equipamentosdolocalacabamgerandomovimentaçõeseposturasincorretasdosprofissionais, assim sendo os fatores de riscos mais encontrados nos ambientesprofissionais.

Um dos fatores contribuintes para a lombalgia ocupacional são a idade, a postura e a fadiga no trabalho. Já os fatores que contribuem para a cronicidade da dor lombar no trabalho podem ser por trabalho muito pesado, ficar na mesma posição por muito tempo, ficar sentado por longas horas, falta de atividade física, levantar muito peso por tempo indeterminado, entre outros.

As principais causas das dores lombares estão associadas à tensão da musculatura paravertebral decorrentes de posturas incomodas e da degeneração precoce dos discos intervertebrais. (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 2010, p. 584).

SINTOMAS

O sintoma mais frequente da Lombalgia ocupacional é a dor, causadas principalmente por traumas cônicos repetitivos. Geralmente essas dores tem início discreto, tendo aumento progressivo da intensidade que piora com movimentos da região.

Permanecer muito tempo em uma determinada posição, seja ela em pé ou sentado, pode provocar o aparecimento da dor.

Um grau de encurtamento da musculatura lombar pode aparecer em alguns casos. Um fator extremamente limitante é a persistência dos sintomas, onde acaba afetando a

vida social, profissional e até afetivo da pessoa, podendo até ocasionar em problemas emocionais.

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INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA A dor lombar é uma condição que pode atingir até 65% das pessoas anualmente e até 84% das pessoas em algum momento da vida, apresentando uma prevalência pontual de aproximadamente 11,9% na população mundial (NASCIMENTO; COSTA, 2015, p.1142).

Nos países desenvolvidos onde a demanda física no trabalho é menos intensa, a prevalência da dor lombar é duas vezes maior, quando comparada à população dos países de baixa renda, onde a exigência física laboral é maior.

A dor lombar é responsável por grandes índices de incapacidade e faltas ao trabalho, gerando alto custo para a sociedade e para os sistemas de saúde nos países desenvolvidos.

A prevalência da lombalgia em um terço da população, demonstra associação com atividades profissionais às quais exigem postura estática, movimentos repetitivos e carregamento de peso. (ABREU; RIBEIRO, 2010, p.152).

ESTUDOS COM QUESTIONÁRIO ROLAND MORIS

No primeiro estudo foram entrevistados 311 participantes com dor crônica por mais de

3meses,atendidosemclínicasdedornosetorpúblicoeprivado.Osdadosforamcoletadosnas regiões sul e sudeste do Brasil (JUNIOR et al., 2010,p.30).

O questionário sócio-demográfico coletou informações referentes à idade, gênero, estado civil, nível de educação, profissão e situação empregatícia. Os questionários foram entregues para serem completados em casa e devolvidos no próximo atendimento. Havia mais mulheres entre os participantes do que homens (74% versus 26%, respectivamente). Amaioria dos sujeitos estavam trabalhando, mas um percentual substancial (41%) estava afastada do trabalho devido à dor. (JUNIOR et al., 2010,p.31).

Os resultados obtidos sugerem que existe uma associação entre aumento de níveis de escolaridade e presença de incapacidade. Esse padrão também foi observado no tocante à empregabilidade. Participantes que estão trabalhando apresentavam escores médios mais reduzidos de incapacidade (JUNIOR et al., 2010, p.32).

No segundo estudo foram entrevistados 17 indivíduos portadores de lombalgiacrônica, residentes do município de Jequié- BA, cadastrados na clínica Escola de Fisioterapia (MASCARENHAS, SANTOS, 2011, p.205-206)

Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário semiestruturado contendo informaçõessociodemográficas,comportamentaisedesaúde(sexo,idade,escolaridade,prática de atividade física, Índice de Massa Corpórea –IMC, e tempo de duração da dor) (MASCARENHAS, SANTOS, 2011, p.206).

Verificou-se que 82,4% dos indivíduos eram do sexo feminino, 53% tinham idade entre 20 e 39 anos, e 64,7% possuíam o ensino médio (MASCARENHAS, SANTOS, 2011, p. 206).

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Na mensuração da incapacidade funcional, a partir do questionário Roland-Morris, foi observado que apenas 23,5% dos indivíduos foram classificados como portadores de incapacidade funcional devido à lombalgia (MASCARENHAS, SANTOS, 2011, p. 206).

RESULTADOS E DISCUSSÃO O questionário trata-se de uma ferramenta importante não só para investigação como para otratamentodedoentescomlombalgia.Oquestionárioédefácilaplicação,sendo preenchidopeloavaliado.Asuacotaçãoésimples,bastandosomarumpontoporcadaresposta afirmativa.

OquestionárioRoland-MorrisBrasil,específicoparamediraincapacidadefuncionalde pacientes com lombalgia, é composto de 24 questões relacionadas às atividades de vida diária, dor e função. Para cada questão afirmativa é atribuído 1 ponto. O escore é a somatória dos valores, podendo-se obter uma pontuação mínima de “0” e uma pontuação máxima de “24”. Estequestionáriotemcomopontodecorteoescore“14”,ouseja,osindivíduosavaliadoscom um escore igual ou maior que “14” são classificados como incapacitadosfuncionalmente.

Este questionário possui algumas frases que as pessoas usam para se descreverem quando tem dor. A frase a ser assinalada deve descrever o que ela sente nos dias de hoje.

Questionário de Incapacidade de Roland Morris

1 Fico em casa a maior parte do tempo devido a minha coluna. 2 Eu mudo de posição freqüentemente para tentar aliviar minha coluna. 3 Eu ando mais lentamente do que o meu normal por causa de minha coluna. 4 Por causa de minhas costas não estou fazendo nenhum dos trabalhos

que fazia em minha casa. 5 Por causa de minhas costas, eu uso um corrimão para subir escadas. 6 Por causa de minhas costas, eu deito para descansar mais freqüentemente. 7 Por causa de minhas costas, eu necessito de apoio para levantarme de uma cadeira. 8 Por causa de minhas costas, eu tento arranjar pessoas para fazerem

coisas para mim. 9 eu me visto mais lentamente do que o usual, Por causa de minhas costas. 10 Eu fico de pé por períodos curtos, Por causa de minhas costas. 11 Por causa de minhas costas, eu procuro não me curvar ou agachar. 12 Eu acho difícil sair de uma cadeira, Por causa de minhas costas. 13 Minhas costas doem a maior parte do tempo. 14 Eu acho difícil me virar na cama Por causa de minhas costas. 15 Meu apetite não é bom por causa de dor nas costas.

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16 Tenho problemas para causar meias devido a dor nas minhas costas. 17 Só consigo andar distâncias curtas Por causa de minhas costas 18 Durmo pior de barriga para cima. 19 Devido a minha dor nas costas, preciso de ajuda para me vestir. 20 Eu fico sentado a maior parte do dia Por causa de minhas costas 21 Eu evito trabalhos pesados em casa Por causa de minhas costas 22 Devido a minha dor nas costas fico mais irritado e de mau humor com as

pessoas, do que normalmente. 23 Por causa de minhas costas, subo escadas mais devagar do que o usual. 24 Fico na cama a maior parte do tempo Por causa de minhas costas.

Dados sócio-demográficos coletados para a avaliação do Questionário de Roland-

Morris de Incapacidade na Unidade de Pronto Atendimento de Taquaritinga: Número %

Total Funcionários 40 Média / Idade 37,8 Mulheres 35 87,5 Homens 5 12,5 Diurno 24 60,0 Noturno 5 12,5 Diurno/Noturno 11 27,5

Foram avaliados um total de 40 funcionários (não médicos), independente se já tinham

um quadro de lombalgia instalada. O questionário foi entregue e explicado para cada funcionário, pedindo para que cada

um assinalasse a questão que fazia parte do seu dia a dia, nos dias atuais. A média de idade foi 37,5 anos, sendo a maioria mulheres (87,5%), avaliados nos três

turnos de trabalho, diurno (60%), noturno (12,5%) e ambos (27,5%). Na mensuração da incapacidade funcional a partir do questionário de Roland -Morris,

não foram classificados indivíduos incapacitados na Unidade de Pronto Atendimento de Taquaritingaemfunçãodalombalgia,porémonúmerodequestõesassinaladasnoslevaauma frequência de indivíduos com dorintensa.

Gráfico com as questões mais assinaladas na avaliação do questionário:

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Osresultadosforamcomparadoscomoutrosestudosdaliteraturacientífica,porémficou prejudicadopoisestesestudosavaliavampacientesjáportadoresdelombalgiaeonossoestudo avaliou profissionais da área da saúde (não médicos) no geral, não sendo necessário já ter o quadro presente. Tendo como nosso objetivo levantar as principais causas da lombalgia ocupacional no ambiente de trabalho para um futuro plano deatuação.

CONCLUSÃO De modo geral foi observada uma frequência de indivíduos com dor intensa, no entanto o score não classificou ninguém com incapacidade funcional em função da lombalgia.

Nesta perspectiva, a partir dos resultados apresentados no estudo, observou-se que algumas questões obtiveram uma frequência nas respostas, mostrando que há um certo grau de desconforto nos funcionários no horário de trabalho. Cabendo portanto um futuro plano de atuação para estes indivíduos, para que não venha evoluir para um quadro de invalidez em função da lombalgia.

REFERÊNCIAS

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Resultados do Questionário 30%

25% 20% 15% 10% 5% 0%

Questão02 Questão11 Questão13 Questão17 Questão18 Questão21

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Alexandre NMC, Angerami ELS, Moreira Filho DC. Dores nas costas e enfermagem. RevEsc Enf USP 1996; 2(30):267-85; Disponível em: <http://www.reme.org.br/exportar-pdf/855/v2n2a06.pdf> Acesso em:06/10/2016.

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Barros SS, Ângelo RCO, Uchôa ÉPBL. Lombalgia ocupacional e a postura sentada. Revista dor, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 227, 2011 Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rdor/v12n3/v12n3a06> Acesso em: 04/10/2016.

COURYHJC,RODGHERS.Treinamentoparaocontrolededisfunçõesmúsculo-esqueléticas ocupacionais: um instrumento eficaz para a fisioterapia preventiva. Rev Bras Fisioter. 1997; Disponivel em: <http://www.rbf-bjpt.org.br/files/v2n1/v2n1a02.pdf> Acesso em:06/10/2016.

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A eficácia dos medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica para o tratamento da epilepsia

Anderson Luiz Alves Polliana Cristina do Prado Januário da Silva

Priscila de Freitas Lima

RESUMO A epilepsia é considerada a segunda causa mais frequente de distúrbio neurológico em adultos. Trata-se de uma doença cerebral com diversas etiologias possíveis e caracterizada pela recorrência de crises epilépticas não provocadas. O tratamento farmacológico da epilepsia com drogas antiepilépticas geralmente é de longa duração para a grande maioria dos pacientes. É muito relevante que os farmacêuticos que prestam serviço de dispensação e/ou atenção farmacêutica reconheçam as características dos medicamentos e do tratamento para garantir uma prestação de serviço de qualidade aos pacientes acometidos pela epilepsia. O presente estudo objetivou avaliar, a partir da literatura, a eficácia dos medicamentos utilizados para tratamento da epilepsia disponibilizados pelo Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF), que são carbamazepina, fenitoína, fenobarbital e ácido valpróico. Adotou-se como metodologia a revisão bibliográfica a partir de livros, teses acadêmicas, documentos do Ministério da Saúde e bases de dados de publicações científicas. Foram incluídas publicações em Português e Inglês. Os resultados encontrados apontam que os medicamentos para epilepsia padronizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no CBAF são considerados de primeira linha para crises parciais (carbamazepina e fenitoína) e generalizadas (ácido valproico), de acordo com vários estudos. O fenobarbital é tido como um medicamento de segunda linha com indicação principal para crises focais. Este medicamento pode ser utilizado quando os de primeira linha mostram-se ineficazes ou não são tolerados pelos pacientes. Desta forma é possível concluir que, através das políticas centrais da Assistência Farmacêutica, o SUS disponibiliza gratuitamente para a população brasileira fármacos que, embora antigos, ainda são tidos como altamente eficazes para o tratamento da epilepsia. O CBAF assegura acesso ao tratamento desta doença tão prevalente em todo o mundo, particularmente em países em desenvolvimento como o Brasil, tanto na sua forma parcial (mais comum em adultos) quanto na sua formageneralizada. Palavras-chave: Epilepsia, Antiepilépticos, Componente Básico da Assistência Farmacêutica.

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ABSTRACT Epilepsy is considered the second most common cause of neurological disorder in adults. It is a brain disease with several possible etiologies and characterized by recurrent unprovoked seizures. Pharmacological treatment of epilepsy with antiepileptic drugs is usually long for most patients. It is very important that pharmacists providing dispensing service and/or pharmaceutical care may be able to recognize the characteristics of the drugs and treatment to ensure the provision of quality service to patients suffering from epilepsy. This study aimed to evaluate, from the literature, the effectiveness of drugs used to treat epilepsy provided by the Basic Component of Pharmaceutical Care (Componente Básico da Assistência Farmacêutica - CBAF), which are carbamazepine, phenytoin, phenobarbital and valproic acid. It was adopted as the methodology a literature review from books, academic theses, Brazilian Ministry of Health documents and scientific publications. Publications in Portuguese and English were included. The results found show that the drugs for epilepsy standardized by the Brazilian Public Health System (Sistema Único de Saúde – SUS) in CBAF are considered first-line options for partial seizures (carbamazepine and phenytoin) and generalized seizures (valproic acid), according to several studies. Phenobarbital is a second-line drug mainly indicated for focal seizures. It can be used when the first-line options shown to be ineffective or are not tolerated by the patients. Thus it can be concluded that, through the central policies of the Pharmaceutical Care, SUS provides free drugs for the Brazilian population that, besides old, are still regarded as highly effective for the treatment of epilepsy. The CBAF ensures access to treatment of this prevalent disease worldwide, particularly in developing countries like Brazil, both in its partial form (more common in adults) and in its generalizedform. Keywords: Epilepsy, Antiepileptic drugs, Basic Component of Pharmaceutical Care

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INTRODUÇÃO A epilepsia é uma das doenças neurológicas crônicas mais comuns em todo o mundo.

Trata-se de um distúrbio cerebral causado por descargas elétricas anormais síncronas ou excessivas dos neurônios, o que se reflete na geração de crises convulsivas, característica essencial da epilepsia e aspecto fundamental para seu diagnóstico (FISHER et al., 2005; ENGEL, 2006).

Dos 1% a 2% da população mundial que vive com epilepsia, cerca de 80% dos pacientes reside em países em desenvolvimento (WHO, 2012).

A qualidade de vida das pessoas com epilepsia pode estar prejudicada por conta das limitações impostas pela recorrência das convulsões. Embora seja um problema de saúde pública, uma grande parcela da população não tem conhecimento sobre o que é epilepsia, seus sintomas e tratamento. A falta destas informações levou a sociedade a excluir os indivíduos com epilepsia em um determinado período histórico não muito distante. Ainda hoje, contudo, o estigma permanece como um problema que prejudica o bem estar do paciente em sua vida privada e na sociedade, levando frequentemente à discriminação destes indivíduos (MARCHETTI, 2005).

O diagnóstico da epilepsia provoca um grande impacto na vida do paciente e dos familiares. Por se tratar de uma doença crônica que muitas vezes é encarada como motivo de receio, vergonha e limitações, muitos pacientes têm dificuldades em seguir corretamente o tratamento, por mais que seja feito o esclarecimento sobre a importância de se tomar todas as medicações adequadamente (BERGEN, 2003).

A diferenciação entre os tipos de epilepsia e respectivos tipos de crises é um fator essencial para a escolha adequada e sucesso do tratamento, o qual tem como objetivo principal o controle das crises (ARAIN, 2007; SANDER,2003).

Além do tratamento farmacológico com drogas antiepilépticas (DAEs), os pacientes com epilepsia podem também se beneficiar do tratamento cirúrgico, da dieta cetogênica, dentre outras alternativas; contudo, a farmacoterapia continua sendo a opção mais vastamente utilizada, com altas taxas de sucesso para mais de 70% dos pacientes. O principal objetivo do tratamento medicamentoso é o controle total das crises com o uso de DAEs potencialmente efetivas, sem efeitos indesejáveis ou com efeitos adversos que não interfiram na qualidade de vida do paciente (CABOCLO,2004; PERUCCA; TOMSON, 2011). Atualmente há várias opções de DAEs disponíveis comercialmente, sendo que cada uma apresenta suas vantagens em termos de eficácia e/ou tolerabilidade.

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O tratamento eficaz da epilepsia está ligado à retirada de dúvidas do paciente e da família sobre a doença e afirmar que é possível controlar as crises na maioria dos casos através do tratamento correto seguindo os horários certos de tomar a medicação (GOMES; MOREIRA,2007).

OBJETIVO O presente estudo tem como objetivo geral realizar uma avaliação, a partir da

literatura científica publicada, acerca da eficácia dos medicamentos disponibilizados pelo Componente Básico da Assistência Farmacêutica para o tratamento da epilepsia, ou seja, carbamazepina, fenitoína, fenobarbital e ácido valpróico.

MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo descritivo. Esse tipo de estudo tem por

prioridade descrever as características ou fatos e fenômenos de determinada realidade. A estratégia metodológica para este tipo de estudo se baseou em revisão bibliográfica

a partir de livros, teses acadêmicas, documentos do Ministério da Saúde e em bases de dados de publicações científicas tais como Scielo e MEDLINE. Foram incluídas publicações em Português e Inglês.

DESENVOLVIMENTO Epilepsia e seu tratamento farmacológico

A epilepsia é uma doença crônica caracterizada pela recorrência de crises epilépticas não provocadas que podem resultar de diversas etiologias (ENGEL, 2008). Uma crise epiléptica é definida como um distúrbio paroxístico da atividade elétrica cerebral causada por descargas súbitas, excessivas e hipersincrônicas dos neurônios. As crises e suas classificações se baseiam na descrição clínica e nos achados de eletroencefalografia (EEG). Elas são essencialmente divididas em crises parciais (ou focais) ou crises generalizadas. As crises parciais apresentam evidências clínicas e/ou de EEG de um início local, enquanto as crises generalizadas não apresentam evidências neste sentido, levando em consideração que as manifestações clínicas e de EEG mostram envolvimento inicial simultâneo e generalizado de ambos os hemisférios cerebrais. As crises parciais são subdivididas em crises parciais simples, sem alteração da consciência, e crises parciais complexas, estas com alteração (perda) da consciência. Há de se considerar também que uma crise pode se iniciar como parcial (simples

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ou complexa) e evoluir para generalizada (FISHER et al.,2005). A epilepsia incide principalmente sobre as faixas etárias extremas da vida, ou seja,

entre os primeiros meses após o nascimento e em pacientes idosos. Diferentes síndromes epilépticas são diagnosticadas a partir da identificação de diferentes tipos de crises, do padrão de recorrência destas, da idade do início dos sinais neurológicos ou clínicos associados, assim como dos achados de EEG e da existência de história familiar positiva para crises epilépticas (FISHER et al., 2005).

Mesmo não sendo viável para todos os casos, a prescrição de DAEs é o critério mais utilizado para o tratamento da epilepsia (PERUCCA, 2004). Aproximadamente dois terços das pessoas com epilepsia recém-diagnosticada obtêm controle de suas crises com a utilização de uma ou duas DAEs (monoterapias sequenciais) (SANDER, 2003). A monoterapia mostra- se mais vantajosa do que a politerapia especialmente porque evita as combinações de medicamentos, e assim é mais fácil que o paciente siga corretamente e tolere melhor o tratamento (PERUCCA, 2002). A prescrição de monoterapia deve ser a primeira opção para o tratamento, já a politerapia só deve ser indicada como primeira opção para pacientes que tenham diversos tipos de crises, em casos de síndromes severas ou em casos de epilepsia refratária, ou seja, que não responde adequadamente ao tratamento corretamente escolhido e adequadamente utilizado (MATTSON, 1999; PERUCCA,2004).

O objetivo do tratamento da epilepsia é dar ao paciente qualidade de vida através do controle das crises com a menor ocorrência possível de efeito adverso. A escolha de qual fármaco será utilizado para o controle das crises não leva em conta só o fator eficácia, mas também outros fatores tais como efeitos adversos, tolerabilidade individual, facilidade de acesso e administração, assim como casos pertencentes a grupos específicos (idosos, recém- nascidos, gestantes, hepatopatas, dentre outros). Desta forma, o tratamento medicamentoso da epilepsia é individualizado e deve ser permanentemente acompanhado para que alcance seu objetivo (ELGER, 2008).

Política Nacional de Assistência Farmacêutica e a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais

O maior desafio da humanidade é tentar controlar, reduzir os efeitos ou até mesmo eliminar os sofrimentos causados pelas enfermidades. A saúde de uma população não depende apenas dos serviços de saúde pública ou privada ou simplesmente do uso dos medicamentos. O importante e inegável é a sua contribuição e a importância do medicamento no cuidado à

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saúde. Como uma ação de saúde pública e parte integrante do sistema de saúde, a Assistência Farmacêuticaédeterminanteparaaresolubilidadedaatençãoedosserviçosemsaúdee envolve grandes volumes de recursos públicos, ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial. Essas ações envolvem a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população em geral (Resolução nº 338 de 06 de Maio de2004).

O Sistema Único de Saúde (SUS) engloba, dentre suas atribuições e responsabilidades, o fornecimento de medicações específicas aos pacientes, além de tratamentos em unidades básicas de saúde e centros hospitalares de alta complexidade. A Assistência Farmacêutica foi incluída como parte da assistência terapêutica integral que deve ser dirigida aos usuários do SUS. A Política Nacional de Medicamentos (PNM) foi concebida em um contexto no qual era necessário reorganizar a forma de fornecimento de medicamentos à população, em concordância com os princípios de descentralização das ações do SUS, a promoção do uso racional de medicamentos, a otimização e eficácia do sistema logístico do setor público e o desenvolvimento de iniciativas para melhorar o acesso aos medicamentos (Portaria nº 3.916 de 30 de outubro de 1998). Com base na regulamentação da Relação de Medicamentos Essenciais pela PNM, o SUS disponibiliza atualmente, via Componente Básico da Assistência Farmacêutica, carbamazepina, fenobarbital, fenitoína e ácido valpróico, fármacos que são de primeira escolha para o tratamento de diferentes tipos deepilepsia.

De acordo com a PNM, para o alcance do propósito nela estabelecido, os gestores do SUS, nas três esferas de Governo, devem atuar em estreita parceria e na conformidade das diretrizes fixadas, a saber: adoção de relação de medicamentos essenciais; regulamentação sanitária de medicamentos; reorientação da assistência farmacêutica; promoção do uso racional de medicamentos; desenvolvimento científico e tecnológico; promoção da produção de medicamentos; desenvolvimento e capacitação de recursos humanos (Portaria nº 3.916 de 30 de outubro 1998).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Considerando-se os fármacos disponibilizados pelo Componente Básico da

Assistência Farmacêutica, as crises parciais ou focais têm como primeira opção de tratamento a

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carbamazepina e fenitoína, e como segunda opção (em caso de ineficácia ou intolerância aos efeitos adversos) o fenobarbital; já as crises generalizadas têm como primeira opção de tratamento o ácido valproico. Independentemente do acesso a tais medicações (via SUS ounão), estas estratégias de tratamento estão em acordo com o discutido e publicado no Consenso de Especialistas Brasileiros para o Tratamento da Epilepsia (BETTING et al., 2003), assim como permanecem em conformidade com os principais guias de tratamento publicados mundialmente nos últimos anos (FRENCH et al., 2004; GLAUSER et al., 2006; NICE,2004).

A carbamazepina é um dos anticonvulsivantes mais amplamente usados em todo o mundo, sendo um derivado químico dos antidepressivos tricíclicos. Age através da inibição dos canais de sódio e cálcio controlados por voltagem que levam à corrente de entrada necessária para geração de um potencial de ação. Sua aplicabilidade clínica é principalmente para crises parciais, sejam elas simples ou complexas, com ou sem generalização secundária (RANG et al, 2007).

A fenitoína foi o primeiro fármaco não sedativo no arsenal de DAEs com um amplo espectro de ação. É eficaz no tratamento de crises parciais simples e complexas, com ou sem generalização secundária, e de crises tônico-clônicas generalizadas primárias. Seu mecanismo de ação dá-se pelo bloqueio dos canais de sódio dependentes de voltagem (RANG et al,2007). A fenitoína é contraindicada para crises de ausência e mioclônicas, podendo ser efetiva nas crises tônicas (próprias da síndrome de Lennox-Gastaut) (MULLER, 2006).

Embora seja melhor tolerada do que o fenobarbital e apresente eficácia comparada à da carbamazepina, os efeitos a longo prazo da fenitoína, assim como sua cinética não linear e estreito intervalo de referência para concentrações plasmáticas fazem deste fármaco uma opção menos favorável do que a carbamazepina para controle de crises focais, todavia ainda seja considerada primeira linha (PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS,2013).

O fenobarbital foi um dos primeiros barbitúricos a serem lançados. É um fármaco eficaz e de baixo custo, cuja eficácia deve-se à inibição neuronal em decorrência do aumento da neurotransmissão gabaérgica. Seu principal mecanismo de ação é o prolongamento da abertura dos canais de cloro consequente hiperpolarização da membrana pós-sináptica. O fenobarbital também pode bloquear os canais de sódio e potássio, reduzir o influxo de cálcio pré-sináptico e, provavelmente, reduzir as correntes mediadas pelo glutamato (RANG et al. 2012). O fenobarbital é indicado para crises focais e generalizadas de pacientes de qualquer idade, inclusive recém nascidos em monoterapia ou em politerapia (NOLAN, 2013).

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De acordo com o discutido por Tudur e colaboradores, embora o fenobarbital tenha eficácia comparável à da carbamazepina na prevenção da recorrência de crises convulsivas focais, sua baixa tolerabilidade justifica sua escolha como segunda opção (TUDUR SMITH; MARSON; WILLIAMSON, 2003).

O ácido valproico tem como seus mecanismos de ação mais prováveis a redução na frequência de disparos dos canais de sódio, ativação da condutância do potássio e, possivelmente, ação direta sobre outros canais iônicos. É sabido que o ácido valproico tem um efeito gabaérgico através da elevação dos níveis deste neurotransmissor por diversos mecanismos: inibição da sua inativação, aumento da sua síntese, aumento da sua liberação e inibição da sua recaptação (MARSON, 2007). O ácido valproico é a primeira opção para crises generalizadas. Seu uso para crises focais apresenta eficácia limitada devido principalmente à necessidade de doses significativamente maiores do que as usadas para crises generalizadas. O tratamento com este fármacos geralmente é feito em monoterapia e terapia adjunta de pacientes com mais de 10 anos de idade (MARSON,2007).

CONCLUSÕES A análise do conjunto dos dados obtidos no presente estudo permite as seguintes

conclusões: A epilepsia é uma doença cerebral crônica causada por diversas etiologias e

caracterizada pela recorrência de crises epilépticas nãoprovocadas; Trata-se de um sério problema de saúde que acomete indivíduos de todas as

idades, raças e classessocioeconômicas; Dos 1% a 2% da população mundial que vive com epilepsia, cerca de 80% dos

pacientes reside em países emdesenvolvimento; A diferenciação entre os tipos de epilepsia e respectivos tipos de crises é um

fator essencial para a escolha adequada e sucesso do tratamento, o qual tem como objetivo principal o controle das crises com mínima ocorrência de efeitosadversos;

O SUS engloba, dentre suas atribuições e responsabilidades, o fornecimento de medicações específicas aos pacientes com epilepsia, sendo carbamazepina, fenitoína, fenobarbital e ácido valproico os associados ao Componente Básico da Assistência Farmacêutica;

A carbamazepina é uma inibidora de canais de sódio com eficácia

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comprovada, seja em monoterapia ou politerapias, para controle de crises epilépticas focais;

A fenitoína apresenta perfil de eficácia e aplicabilidade semelhantes aos apresentados pela carbamazepina, sendo considerada também primeira linha no tratamento de crisesfocais;

Caso alguma das duas medicações mencionadas não faça o efeito desejado ou cause muitos efeitos adversos, o fenobarbital mostra-se como uma opção viável para o controle de crisesparciais;

O ácido valproico tem múltiplos mecanismos de ação e eficácia comprovada para controle de crisesgeneralizadas;

O fornecimento gratuito de medicações que apresentam eficácias comprovadas assegura maior acesso ao tratamento, o que é extremamente importante em um país em desenvolvimento como o Brasil.

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AIMPORTANCIADOCONTRATODETRABALHODEEXPERIÊNCIA

JhonatasMachado1

NatieliPereira2

MarianaP.MársicoAzadinho3

RESUMO

Opresente trabalhosepropõe aapresentarocontratodetrabalhoporprazo determinado na modalidade de experiência, suas peculiaridades e sua importância nas relaçõesdeemprego.Todo iníciodeumarelaçãoéumaincógnita,aspessoas integrantesdela estãoseconhecendoenarelaçãodeempregonãoédiferente.Pormeiodocontratode trabalhodeexperiência,queaconteceporaténoventadias,tem-seumperíodo deadaptação, ondediversos fatoresserãoavaliados, comoasaptidõesdoempregado paraexercerafunção paraaqualfoiselecionadoeapossibilidade deledeverificarseconsegueseadaptarcomas condiçõesdetrabalhoeestruturahierárquicadaorganização, bemcomoseestacumprecom seusdeveres. Essecontrato éimportante paraaspartesrefletiremsobrearelaçãodetrabalho queseinicia.Dessamaneira,oestudoseiniciacomaevoluçãohistóricadodireitodo trabalho. Emseguida, éfeitoumabrevepesquisasobre ocontratodetrabalho, destacandosua natureza,suascaracterísticas,seusrequisitos, suascondiçõesesuasmodalidades.Após,é analisadoocontratodetrabalhoporprazodeterminado,abordandoespecificamenteocontrato deexperiênciaeasuaimportâncianapráticadecelebraçãodestescontratos. Palavras-chave: contrato de trabalho, contrato por prazo determinado, contrato de experiência.

ABSTRACT

Thisstudy aimstopresenttheemploymentcontractforaspecifiedperiodintheform of experience, its peculiarities and its importance in employment relationships. Every

1Alunodo cursodeAdministraçãodaFaculdadedeTaquaritinga–[email protected] 2Alunado cursodeAdministraçãodaFaculdadedeTaquaritinga–[email protected]

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3Orientadora,advogadae prof.ªespecialistadaFaculdadedeTaquaritinga–[email protected]

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beginningofarelationshipisunknown,themembersofherpeoplearemeetingandthe employmentrelationshipisnodifferent.Throughtheexperienceofemploymentcontract, heldforuptoninetydays,thereisaperiodofadjustment,whereseveralfactorswillbe assessedastheemployee'sabilitytoperformthefunctionforwhichitwasselected,andthe possibilityof ittocheck Youcanadapt to theworkingconditionsand hierarchicalstructureof theorganization,andwhetheritcomplieswithitsduties.Thisagreementisimportantforthe partiestoreflectontheworkingrelationshipthatbegins.Thus,thestudybeginswiththe historicalevolutionoflaborlaw.Then,abriefsurveyismadeoftheemploymentcontract, highlightingitsnature,itscharacteristics,itsrequirements,itsconditionsanditsmodalities. Aftertheemploymentcontractforaspecifiedperiodisanalyzed,specificallyaddressingthe experienceof contractanditsimportanceinthepracticeof concludingsuch contracts. Keywords:employmentcontract,contractfora fixedterm contractexperience.

INTRODUÇÃO

ComaRevoluçãoIndustrial dosséculosXVIIIeXIX, surgiu ochamadotrabalho formal,acompanhado daintrodução deregras,cargoseremuneração pelosserviçosprestados pelostrabalhadores.Emseguida,surgiramoscontratosdetrabalho.

DeacordocomPeixoto4,ocontratodetrabalho,realizadoentreumempregadoeum empregador,distingue-se deváriosoutroscontratosdenaturezacivilporhaver necessariamenteaparticipaçãodeumapessoafísica,comoempregador. Conformeteoria predominante, otrabalhotemnaturezacontratuale,destaforma,aexistênciadocontrato ocorrerácomaprestaçãodeserviçospelofuncionário paracomaempresaoucontratante, seguidaderemuneração,garantindo-se todotipodedireitotrabalhistaquecabeàspartes. Portanto,o contratodetrabalhopossuialgunsrequisitose característicasquelhesãopróprios.

Comrelaçãoàsuaduração, ocontratodetrabalhoclassifica-se emcontratoporprazo indeterminado,que éaregra, emrazão do princípiodacontinuidadedo contratode trabalho,e contratoporprazodeterminado, cujostipossão:contrato deexperiência,contratoporobra certa,contratodetrabalhotemporário.

Ocontratodeexperiênciatemrelevâncianomundojurídico,poispormeiodeleé possíveloempregadorverificar,duranteesseperíodo,seoempregadotemaptidãopara

4PEIXOTO,Sullivan.Análisedasespéciescaracterizadorasdarelaçãocontratual,2012.

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exercerafunçãoparaaqualfoicontratado,comotambémoempregadoverificarseconsegue seadaptara formadesubordinaçãodo empregador.5

Assim, esse estudo científico visa demonstrar a evolução históricado direito do trabalhoeanalisarocontratodetrabalho,destacando suanatureza,suascaracterísticas,seus requisitos, suascondiçõesesuasmodalidades,bemcomodestacarocontratodetrabalhopor prazo determinado e suas peculiaridades, abordando especificamente o contrato de experiênciaeasuaimportâncianapráticadecelebraçãodestescontratos.

MATERIAISEMÉTODOS

Naelaboraçãodestetrabalho,foirealizadoumlevantamentobibliográficocombase narevisãobibliográficaeem artigos científicosdisponíveisrelacionadosaotema.

1.EVOLUÇÃOHISTÓRICADODIREITODOTRABALHO É possívelafirmar quetrabalhoétãoantigoquantoohomem.Apartirdo momentome que estesefixouàterra eorganizou-seosistema de trocas,ele deixoude trabalharsozinhoou comafamíliapara seu sustentopróprioesurgiua ideiadeutilização do trabalhoembenefício depessoadiversadoprópriotrabalhador.6

Naantiguidade, surgiuaprimeiraformadetrabalho:aescravidão,ondeoescravoera consideradoapenasumacoisa,somentetinhaaobrigaçãodetrabalharenãopossuíadireito algum. Com o passar dos tempos, na época do feudalismo, surgiu a servidão, onde os senhoresfeudaisdavamproteção militarepolíticaaosseusservos, quenãoeramlivrese tinhamaobrigaçãodeprestarserviçosnasterrasdossenhoresfeudaiseentregaraelestoda suaproduçãoem trocade tal proteção.Nessaépoca,otrabalhoeraconsideradoum castigo.

Apósdiversosacontecimentosnahistória,ohomemfoievoluindo epassou aperceber queeranecessáriodaraotrabalhadorcondiçõesdignasparaquedesempenhasse umbom trabalho.ComaRevoluçãoFrancesade1848,otrabalhotornou-selivreeodireitodo trabalhopassouaserreconhecido.Otrabalhorealizadoporumapessoaemproveitodeoutra 5SAKAMOTO,DaniloNogueiraReal.Arelaçãodeempregoe ocontratodeexperiência. 6PAULO,Vicente.ALEXANDRINO,Marcelo.ManualdeDireitodoTrabalho.12 ed. RiodeJaneiro:Forense; SãoPaulo:Método,2008.p. 1.

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passouaserdecorrêncianãomaisderelaçõesdesubordinaçãopessoal,masdevinculação contratual. ComaRevoluçãoIndustrial, otrabalho passouaserreconhecido comoempregoeos

trabalhadores, demaneirageral,passaramatrabalharporsalários,bemcomoalutarpor melhoressaláriosecondiçõesdetrabalho.

SérgioPintoMartins7 afirmaqueodireitodotrabalho,bemcomoocontratode trabalho,começouasedesenvolvercomosurgimentodaRevolução Industrial. Com osurgimentodamáquinaavapor,houveainstalaçãodasindústrias ondeexistissecarvão,comoocorreunaInglaterra. (...).O trabalhador prestavaserviçosem condiçõesinsalubres,sujeitosa incêndios,explosões, intoxicaçãoporgases,inundações,desmoronamentos,prestandoserviços porbaixossaláriosesujeitoaváriashorasdetrabalho,além deoito. Ocorriam muitosacidentesdetrabalho,além deváriasdoençasdecorrentes dosgases,dapoeira,dotrabalhoem localencharcado,principalmentea tuberculose, a asma e a pneumonia. (...). Eramfeitos contratos verbais vitalícios ou então enquanto o trabalhadorpudesse prestar serviços,

implicando verdadeiraservidão. (...).8 Diantedocenáriocitadodeabusos quevinhamsendocometidospelosempregadores, houveanecessidadedeoEstadointervirnasrelaçõesdetrabalhoparaprotegerotrabalhador, realizandoobem-estarsocialemelhorando ascondiçõesdetrabalho. Assim,aleipassaa estabelecernormasmínimassobrecondições detrabalho,quedevemserrespeitadaspelo empregador.

NoBrasil,aprimeiraConstituiçãoFederala tratarespecificamentedodireitodo trabalhofoiade1934.Emmaiode1943foieditadooDecreto-leinº5.452, aprovando a ConsolidaçãodasLeisdo Trabalho(CLT), aqualreuniuasleisesparsassobrevários assuntos trabalhistasexistentesnaépoca,consolidando-as.Atualmente,aConstituiçãoFederaltrata dosdireitostrabalhistasnosartigos7º a11.

2.CONTRATODETRABALHO Contrato éumacordoestabelecido entreduasoumaispessoasparaqueseja

constituído,reguladoouextintoumarelaçãojurídica.NaspalavrasdeOrlandoGomes9, 7MARTINS,SergioPinto.DireitodoTrabalho.23 ed.SãoPaulo: Atlas,2007,p.05. 8Idem.,2010,p. 06. 9GOMES,Orlando.Contratos.26 ed.RiodeJaneiro:Forense,2008,p.04

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contratoédefinidocomoumaespéciedenegóciojurídicoquesedistingue,naformação,por exigirapresençadepelo menosduaspartes,sendo,portanto,bilateralouplurilateral.

AConsolidação dasLeisdoTrabalho(CLT),emseuartigo442definecontratode trabalho:“Contratoindividualdetrabalhoéoacordotácitoouexpresso,correspondente à relaçãodeemprego”.10

Importantedestacarque,conformeodispositivo legalcitadoacima,ocontratode trabalho temcomoelementoarelaçãodeemprego, queseestabeleceentreempregadoe empregador.Arelaçãotrabalhotemcarátergenérico,referindo-se atodarelaçãojurídica caracterizadaportersuasprestaçõesemumaobrigaçãodefazerconsubstanciadaemtrabalho humano.Engloba,portanto,oarelaçãodeemprego,otrabalhoeventual,autônomo,avulso, etc. Assim, arelaçãotrabalho égênero doqualarelaçãodeemprego éespécie,ouseja,a relaçãodeempregosempreéumarelaçãodetrabalho,masnemtodarelaçãodetrabalhoé umarelaçãodeemprego.

A CLTutilizaaexpressãocontratoindividualdetrabalho,pois foielaboradaem1943, quando existia o contrato coletivo de trabalho, hoje denominado convenção ou acordo coletivodetrabalho.

MaurícioGodinhoDelgado11,afirmaquecontratodetrabalhoéoacordodevontades, tácitoouexpresso,peloqualumapessoafísicacolocaseusserviçosàdisposiçãodeoutrem,a serem prestados com pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação ao tomador.

2.1.Requisitosdocontratodetrabalho Oselementosidentificadoresdarelaçãodeempregopodemserencontradosnosart.2º e3ºda(CLT). Oartigo3º,caput, trazadefiniçãodeempregado:“Considera-seempregado toda pessoafísicaqueprestarserviçosdenaturezanãoeventualaempregador,sobadependência desteemediantesalário”.12 Cabeaeleexecutarseutrabalhodeacordocomasregras

10BRASIL.ConsolidaçãodasLeisdoTrabalho.Decreto-Leinº 5.442,de 01.mai.1943. 11DELGADO,MaurícioGodinho.CursodeDireitodoTrabalho.4ed.SãoPaulo:LTR,2005,p.489.

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estabelecidaspeloempregador,vistoquecolocasuamãodeobraadisposiçãodele,oqual dirigeotrabalhodizendooquee comofazer.

Oartigo2º,caput,porsuavez,defineempregador: “Considera-seempregadora empresa, individual oucoletiva,que,assumindo osriscosdaatividadeeconômica,admite, assalariaedirigeaprestaçãopessoaldeserviço”.13 Cabeaeleorganizar,administrarou controlarotrabalhoque deveser feitocomoobjetivodemelhoraradministrarasempresas.

Assim,oselementoscaracterizadores darelaçãodeempregoedocontratodetrabalho são:continuidade,subordinação,onerosidade,pessoalidadee alteridade:

a) Continuidade:o trabalho deve ser prestado de forma contínua,permanente; o empregadodevecompareceràempresa repetidamente, porforçadocontratodetrabalho,em horário pré-estabelecidopeloempregador.Oindivíduoqueprestaserviçoseventualmentenão podeserconsideradoempregado.

b)Subordinação:oempregado,noexercíciodesuasfunções,ésubordinado ao empregador,pois cumpreordensdeste;exerce sua atividadecomdependênciaaoempregador, porquemédirigido.

c)Onerosidade:oempregadotemodeverdeprestar seusserviços e,emcontrapartida, oempregador temodeverdepagar-lheumsalário.Ocontratodetrabalhonãoégratuito,ou seja,o empregadorecebe saláriopelosserviçosprestadosao empregador.

d)Pessoalidade:ocontratodetrabalhoéintuitupersonaeemrelaçãoaoempregado, ou seja, é realizado com certa e determinada pessoa. Não pode o empregado fazer-se substituirporoutrapessoa.Ademais,o empregadosomentepodeserpessoafísica.

e)Alteridade: oempregadoprestaserviços porcontaalheira,ouseja,porcontaerisco doempregador.Trata-sede uma proteção ao empregado,quenãocorrequalquerrisco, podendoparticipardoslucrosobtidospelaempresa,masnuncaparticipardosprejuízos.

Caberessaltarqueháumrequisito docontratodetrabalhoquenãoéessencial:a exclusividade daprestaçãodeserviçospeloempregadoaoempregador.Istoé,otrabalhador portermaisdeum emprego,visandoao aumentodesuarendamensal.

2.2.Característicasdocontratodetrabalho

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De acordocomVicentePauloeMarceloAlexandrino14,são características do contrato detrabalho:

• ébilateral, poisproduzdireitoseobrigaçõesparaambos; • éoneroso,emquea remuneração érequisito essencial; • é comutativo, pois as prestações de ambas as partes apresentam relativa equivalência, sendo conhecidas no momento da celebração do ajuste; • éconsensual,poisa leinãoexigeformaespecialparasuacelebração, bastandoaanuênciadaspartes; • éumcontratodeadesão,poisumdoscontratantes,oempregado, limita-seaaceitarascláusulasecondiçõesestabelecidaspelo empregador; • é pessoal (intuito personae), pois a pessoa do empregado é consideradapelo empregadorcomoelemento determinantedacontratação, nãopodendoaquelefazer-sesubstituirnaprestaçãolaboralsem o consentimentosdeste; • éde execuçãocontinuada, poisa execuçãodo contratonão se exaure numaúnicaprestação, prolongando-seno tempo; • é subordinativo, pois o empregado está sujeito às ordens do empregadorou empresárioqueassumiu osriscosdo empreendimento.

2.3.Classificaçãodocontratodetrabalho Ocontratodetrabalhopodeserclassificadodeváriasformas.Quantoàmanifestação devontadeouàforma,ocontratodetrabalho podesertácitoouexpresso, verbalouescrito. Com relação ao prazo de duração, ele pode ser por prazo indeterminadoou por prazo determinado. Talclassificaçãoestáprevistanoartigo443daCLT:“Ocontratoindividualde trabalhopoderáseracordadotácitaouexpressamente,verbalmenteouporescritoeporprazo determinadoouindeterminado”.15

Oajusteexpresso escritoocorrequando háumcontratoescritodetrabalho.Emregra, nãohánecessidadedeumdocumento soleneparaquearelaçãodeempregotenhaexistência legal.Somenteem algunscasos alei exige opactoescrito,como éocasodocontratodeatleta profissional,o contratodeartistaseo contratodeaprendizagem.16

14PAULO,Vicente.ALEXANDRINO,Marcelo.ManualdeDireitodoTrabalho.12 ed. RiodeJaneiro:Forense; SãoPaulo:Método,2008.p. 38. 15BRASIL.ConsolidaçãodasLeisdoTrabalho.Decreto-Leinº 5.442,de 01.mai.1943. 16PAULO,Vicente.ALEXANDRINO,Marcelo.ManualdeDireitodoTrabalho.12 ed. RiodeJaneiro:Forense; SãoPaulo:Método,2008.p. 40.

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Jáoajusteexpresso verbalocorrequando hásimplestrocaoraldepalavrasentre empregadoe empregador,que,porsetratardeacordodevontades,produziráefeitosjurídicos, obrigandoreciprocamenteaspartes.

Oajustetácitoéaqueleemquenãohápalavrasescritasou verbais, ouseja,resultada práticareiterada,contínua,deprestaçãodeserviços,semqueoempregador semanifeste contrariamente.

Importante ressaltarqueocontratodetrabalho,sejaeleescrito,verbaloutácito,deve sempreser registradonacarteiradetrabalhodoempregado.

Noquedizrespeitoàduraçãodocontratodetrabalho, temosocontratoporprazo indeterminado eocontratoporprazodeterminado. Considera-secontratoporprazo indeterminadoaquelequenãotem termofinalestabelecidopelaspartes,asquais,porvontade, nãoestipulamasua duração,podendofindar-seaqualquertempo,poriniciativadeumadelas. Essaéaregra,ouseja,aformacomum,presumida semprequehouver dúvida, poisdeve vigoraroprincípiodacontinuidadedotrabalho.

Jáocontrato por prazodeterminadoéaqueleemqueaspartesacertam antecipadamente adatafinaldoajustelaboral. Trata-sedeexceçãoeaquelequealegara determinaçãodoprazodeveráprová-laecasohajaoseudescumprimento, elepassaráaser consideradoporprazoindeterminado.

3.CONTRATODETRABALHOPOR PRAZODETERMINADO Ocontratodetrabalhoporprazodeterminado, tambémconhecido comocontratode

trabalhoatermo,éaquele combinadoparavigorarporum períododeterminado,cujavigência dependadetermoprefixado oudaexecuçãodeserviçosespecificados ouaindadarealização decertoacontecimentosuscetíveldeprevisãoaproximada,conformeestabeleceoparágrafo 1ºdoartigo443daCLT:“Considera-secomodeprazodeterminadoocontratodetrabalho cujavigênciadependadetermoprefixado oudaexecuçãodeserviçosespecificados ouainda darealizaçãodecertoacontecimentosuscetíveldeprevisãoaproximada”.17

ACLTestabelecenoparágrafo2ºdoartigo44318 quaissãoashipótesesemqueo contratoporprazodeterminadoseráválido:

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§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a)deserviçocujanaturezaoutransitoriedade justifiquea predeterminaçãodoprazo; b)deatividadesempresariaisdecarátertransitório; c)decontratodeexperiência.

NaspalavrasdeSérgioPintoMartins19,oserviçodenaturezatransitóriaéaquelequeé breve,temporário, ondeoserviçoétransitório enãoaatividadeempresarial,comopor exemplo,contratarumempregado temporariamente paraatenderaumbreveaumentode produçãoemcertoperíododoano.

Asegunda hipótese-atividadesempresariaisdecarátertransitório –dizrespeitoà empresaenãoaoempregadoouserviço,comoporexemplo,asempresa quefuncionamem determinadasépocasdoano,comoadevendadefogos nasfestasjuninas, aque produz chocolatesparaPáscoa,aquefabricapanetonesou enfeitesparaoNatal.

Aterceiraeúltimahipótese prevista naleiéocontratodeexperiência,oqualserá analisadonopróximotópico.

Comrelaçãoaoprazomáximodeduraçãodocontrato, oartigo445daCLTprevê os contratos porprazodeterminado emgeralnãopodemultrapassardois anoseocontratode experiêncianãopodesersuperiora90(noventa)dias,podendo todosseremprorrogadosuma únicavezdentredestesprazos(art.451,CLT):

Art.445-Ocontratodetrabalhoporprazodeterminado nãopoderá serestipuladopormaisde2(dois)anos,observadaaregradoart. 451. Parágrafo único.Ocontratodeexperiêncianãopoderáexceder de90 (noventa)dias. Art.451-Ocontratodetrabalhoporprazodeterminadoque,tácitaou expressamente,forprorrogadomaisdeumavezpassaráavigorar semdeterminaçãodeprazo.20 Assim,éadmitidaaprorrogação docontratoporprazodeterminado, masoprazonão

poderáultrapassar olimitelegaldedoisanosparaoscontratosemgeralede90diasparao contratodeexperiência.Emqualquerhipótese,havendoumasegundaprorrogação,aindaque

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dentre de dois anos ou dos 90 dias, o contrato passará a ser considerado por prazo indeterminado.21

Deve-se ressaltar,ainda,queaCLTnãopermitenovocontratoporprazodeterminado comomesmoempregado antesdecompletarseismesesdeconclusão docontrato anteriormenteestabelecido,excetoseaexpiraçãodependeu daexecuçãodeserviços especializados(necessidade demontagemdeumamáquina,portécnicoespecializado,por exemplo)oudarealizaçãodecertosacontecimentos(atividadesdeumhotelduranteoverão, porexemplo):

Art.452-Considera-se porprazoindeterminado todocontratoque suceder, dentro de6(seis) meses,aoutrocontrato porprazo determinado, salvoseaexpiraçãodestedependeu daexecuçãode serviçosespecializadosoudarealizaçãodecertos acontecimentos.22 Noquediz respeitoàsverbasrescisórias,comoédeconhecimentodaspartesa duraçãodocontratoporprazodeterminado, nãoháquesefalaremindenizaçãodeaviso prévio,salvoseno contratotiver acláusulapermitindoàspartes a rescisão imotivadaantesdo termofinalajustado.Nessecaso,deverãoser aplicadasasregrasdocontratoporprazo indeterminado,cabendoaquio avisoprévio.

Art.481- Aoscontratosporprazodeterminado,quecontiverem cláusulaasseguratória dodireitorecíprocoderescisãoantesde expirado otermoajustado, aplicam-se,caso sejaexercido taldireito porqualquer daspartes,osprincípios queregemarescisãodos contratosporprazoindeterminado.23 ACLTassegura aosempregados admitidosporprazodeterminadosemacláusula asseguratória previstaacima,despedidos semjustacausaantesdotérminofinaldocontrato, indenizaçãonovalorcorrespondente àmetadedaremuneraçãofaltanteatéofimdocontrato (art.479).24Ouseja,seoempregadofordispensado semjustacausaantesdotermofinaldo contrato,deveráoempregadopagar-lhe pelametadearemuneraçãoaqueteriadireitoatéo términodocontratoatítulodeindenização.

Omesmoocorreseoempregado,semjustacausa,desligar-sedaempresaantesdo termocombinado,noscontratossemcláusulaasseguratória,devendoindenizaroempregador

21PAULO,Vicente.ALEXANDRINO,Marcelo.ManualdeDireitodoTrabalho.12 ed. RiodeJaneiro:Forense; SãoPaulo:Método,2008.p. 46. 22BRASIL.ConsolidaçãodasLeisdoTrabalho.Decreto-Leinº 5.442,de 01.mai.1943. 23Idem. 24PAULO,Vicente.ALEXANDRINO,Marcelo.ManualdeDireitodoTrabalho.12 ed. RiodeJaneiro:Forense; SãoPaulo:Método,2008.p. 48.

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dosprejuízos quelheresultaremcomnomáximometadedaremuneraçãoqueeleteriaatéo finaldocontrato(art.480,CLT),devendotaisprejuízosseremcomprovados.

3.1.Contratodeexperiência

Naspalavrasdodoutrinador SérgioPintoMartins25,sãoencontradasváriasdefinições paraocontratodeexperiência:períododeexperiência,contratodeprova,pactodeprova, pactodeexperiência,contratodeexperiência,masaCLTusaaexpressão contratode experiência(§2ºdo art.443e§únicodoart.445).

DeacordocomMaurícioGodinhoDelgado26,contratodeexperiênciaéoacordo bilateralfirmadoentreempregado eempregador,comprazomáximodenoventa dias,emque aspartespoderãoaferiraspectossubjetivos, objetivosecircunstanciaisrelevantesà continuidadeouextinçãodovínculoempregatício.

Trata-se de uma modalidadede contrato de trabalho por prazo determinadoque proporciona aambasaspartesdeconhecerem,istoé,oempregadorteráaoportunidade de observar,durante operíodo dopactolaboral,odesempenhofuncionaldoempregado,asua adaptação, integraçãoeaptidãoparaexercerafunção queparaele seráconfiada;eo empregadopoderáverificarseconseguiráseadaptaràestruturadaempresa,aoempregador, às funçõese condiçõesdetrabalhoaqueestarásubordinado.

Ocontratodeexperiênciaestáexpressamente previstonalegislaçãotrabalhista,no artigo443,parágrafo2º,alínea“c”daCLT.Eleéválidopara atividadesdequalquernatureza, podendo seraplicadoaqualquer trabalhador, poistemcomoumdeseusobjetivosavaliara capacidadetécnicadoempregadonodesempenho desuafunçãoeseomesmotemfacilidade deseadaptarem suasnovasatribuições.

Importantedizer que o contrato de experiêncianão se trata de um pré-contrato, devendoserregistradonaCTPS,sendootrabalhador considerado empregadoapartirdo momentoem queécelebradoo contrato.

Comovisto,ocontratodeexperiênciateráoprazomáximode90dias(§únicodoart. 445da CLT).Casoesseprazosejaexcedido pormaisde90dias,ocontrato passará avigorar comosefossecontratoporprazoindeterminado.Cabedizerqueocontratodeexperiência 25MARTINS,SergioPinto.DireitodoTrabalho.26 ed.SãoPaulo: Atlas,2010,p.118. 26DELGADO,MaurícioGodinho.CursodeDireitodoTrabalho.4ed.SãoPaulo:LTR,2005,p.541.

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pode serprorrogadoumaúnicavezdentrodoprazode90dias.Portanto,emhipótese alguma, podeexcedera90dias,sejanaprorrogação (Súmula188doTST),sejaporumaúnica contratação.27

Importante,ainda, lembrarqueoempregadoquecumpriroprazodocontrato de experiêncianãopoderásercontratadonovamenteporprazodeterminadoantesdedecorridos 6mesesdotérminodoprimeirocontrato(art.452daCLT).

Noquedizrespeitoàrescisãoantecipada, tantooempregado comooempregador podemrescindirocontratodeexperiênciaantesdoprazoacordadoporambos.Oartigo481, daCLTprevê,noentanto,quehaveráavisopréviosehouver cláusularecíproca derescisão antecipadanocontrato.

Sendoassim,senãoexistiressacláusulano contratodeexperiência,o empregadorque dispensar oempregado,semjustacausa,antesdotérminodocontrato deexperiênciadeve pagaraeleindenizaçãoigualàmetadedaremuneraçãoqueteriadireitoatéofinaldo contrato.Da mesmaforma,seoempregado rescindir ocontratodeexperiência antecipadamente, deveráindenizar oempregadordosprejuízos queresultaremdessefatoem atémetadedaremuneraçãoqueeleteriaatéo finaldocontrato,desdequecomprovados.

RESULTADOECONCLUSÃO

O contratode trabalhoégênerodo qualfazparteocontratodeemprego,relação típica dotrabalhosubordinado entreempregadoeempregador,emqueseencontrampresentesos requisitoscaracterizadoresdopactolaboral,comocontinuidade,subordinação, onerosidade, pessoalidadeealteridade.Sãocaracterísticasdessecontratoabilateralidade,aonerosidade, a equivalência,a adesão,apessoalidade,aexecuçãocontinuadaeasubordinação.

Oartigo443daCLTclassificaocontratodetrabalhoemtácito,expresso, verbalou escrito,porprazodeterminadoouindeterminado.

Considera-se contratoporprazodeterminado aqueleemqueaspartesestipulam antecipadamentea datafinaldo ajustelaboral.Éexceção,suashipóteses estão previstas nalei epossuiváriaspeculiaridades,inclusivenoquedizrespeitoàsverbas rescisórias.

Dentreasmodalidadesdocontratodeterminadoencontra-se ocontratodeexperiência, previstonaalínea“c”,§2ºdoartigo443e§únicodoartigo445daCLT.

27MARTINS,SergioPinto.DireitodoTrabalho.26 ed.SãoPaulo: Atlas,2010,p.119.

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Ocontratodeexperiência, queacontecedentrodenoventa dias,temgrande importância,poiséoperíododeadaptação,tantodoprofissional comaempresa,comoda organizaçãocomseumaisnovo colaborador.Asuafinalidadeépermitiraambasaspartesdo pactolaboralumconhecimento recíproco, paraqueverifiquemseosrequisitos epretensões almejadasserãoatendidos.

Diversosfatoressãoavaliadosnesseperíodo.Oempregador iráobservar aaptidãodo empregadoparaafunçãoquelhefoiconfiada,seucomportamento,seucomprometimento comotrabalho,suapontualidade,suacapacidadedetrabalhoemequipeederelacionamento, dentreoutros.Jáoempregadoverificará suaadaptaçãoàstarefasqueteráquedesempenhar, à estruturadaempresaeaoempregador, ascondiçõesdetrabalhoaqueestarásubordinado, dentreoutros.

Sendoassim,ocontratodeexperiênciaéfundamental paraevitarfuturosproblemas, devendoserutilizadodeformapositivatantopelaempresacomopeloempregado,osquais têmaoportunidade deseconheceremerefletiremsobrearelaçãodeempregoqueseinicia, podendo ocontratodeempregomanter-seporprazoindeterminado,garantindo aambosum bomrelacionamentoprofissional.

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REABILITAÇÃO DA MARCHA EM PORTADORES DE

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DOENÇA DE PARKINSON: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

ELIZANDRA AQUINOSUELEN

ANTONIO Orientadora: Prof Juliana Aparecida Scalize

RESUMO

O estudo objetivou avaliar por meio de pesquisas realizadas as limitações do parkinsoniano e abordar de uma forma clínica e social desenvolvendo técnicas com o tratamento fisioterapêutico, buscando obter resultados significativos para o benefício da marcha e equilíbrio por meio de diversas atividades terapêuticas proporcionando uma maior amplitude na área da reabilitação. Medidas terapêuticas utilizadas pela Fisioterapia que possibilita aos pacientes com doença de Parkinson manter a independência para realização das atividades do dia-a-dia, melhorando a qualidade de vida, são essenciais para minimizar algumas de suas complicações. O uso concomitante do tratamento fisioterápico e de condicionamento aeróbio e fortalecimento muscular resultou em melhoras nas medidas de desempenho funcional e de capacidade física de indivíduos em fase leve a moderada de evolução da doença de Parkinson. O estudo foi desenvolvido através de revisão daliteratura. Palavras-chave: Parkinson; Tratamento; Fisioterapia; Treino: Marcha.

ABSTRACT

By the research, this paper aims to avaliate the parkisoniano limitations and introduce it in a clinic and social way, also developing tecnics wih phisycal terapy treatment and looking for relevant results in order to have benefits about the progress and the consistency of it by several therapy activities and providing an amplitude int the reabilitation area. These therapeutic measures that are used by physiotherapy provide to pacientes with Parkinson’s desease a support to realize by themselves daily activities as well as their well-being, that is essencial for reduce some of the complications. The simultaneous treatment physiotherapy, aerobic conditioning and muscle strangthening has resulted on improvements about the functional performance measurement and people’s physical ability in light to moderate stage of Parkinson’s desease progress. The research was developed by literature review. Keywords: Parkinson; Treatment; Physiotherapy; Training: Gait.1

1 Graduando do Curso de Fisioterapia [email protected] do Curso de Fisioterapia

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[email protected]

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INTRODUÇÃO A Doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade crônica e progressiva do sistema nervoso que acomete os núcleos da base, com a perda de neurônios da substância negra, produtores de dopamina. (LIMONGI, 2001). A evolução da doença apresenta tremores, instabilidade postural e pode causar vários sintomas como: alterações sensoriais, distúrbios da fala, voz e deglutição, mudanças cognitivas, predominância dos músculos flexores com alterações comportamentais, gastrintestinais e cardiopulmonares. A sintomatologia pode estar associada a substância negra com a morte dos neurônios dopaminérgicos. (GAMA,2008).

O início é insidioso, com progressão lenta, o paciente parkinsoniano apresenta menor motivação nas funções diárias, papéis e atividades, tornando o paciente dependente e a depressão é comum nos indivíduos com DP. (O' SULLIVAN; SCHMITZ, 2010,p.942)

A deambulação humana ou marcha, é um dos componentes da função motora que é afetado na Doença de Parkinson, a intervenção fisioterapêutica visa restaurar ou melhorar o estado de deambulação dopaciente.

Para manter a qualidade de vida a terapia física é primordial para preservar a função motora do parkinsoniano. Diferentes estudos envolve a reabilitação para a melhora da qualidade de vida, com foco em estudos recentes que visa promover a melhora dos sintomas.

O programa terapêutico engloba distintas modalidades de reabilitação, como a fisioterapia aquática, o treino em esteira da marcha, o desempenho de dupla tarefa, realidade virtual, exercício aeróbio e fortalecimento muscular.

Desse modo, o estudo foi feito por meio de uma revisão bibliográfica que visa expor o tratamento que utilizam a Fisioterapia e assim pretende-se através desses recursos verificarem a melhora da marcha e no desempenho motor dos pacientes acometidos pela Doença de Parkinson, que implicam em vários benefícios ao paciente, para contribuir na melhora da qualidade de vida a fim de garantir a maior dependência possível.

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DOENÇA DE PARKINSON

Com aumento da expectativa de vida, várias patologias neurológicas com

quadro progressivo estão se intensificando na população, como a disfunção de estruturas no sistema extrapiramidal associando a transtornos dos movimentos a Doença de Parkinson (DP) é uma dessa patologia (GODEIRO, 2006).

A doença de parkinson foi descrita pela primeira vez por James Parkinson, em 1817, compõe-se de vários sinais e sintomas constituindo por desordens da motricidade, sua patologia foi definida cerca de 100 anos depois, e o tratamento sofreu uma revolução nos anos 60, com a introdução do fármaco levodopa. (ANDRADE,2003)

A síndrome de parkinson é um “grupo de distúrbios nos quais os sinais e sintomas característicos do parkinsonismo como tremores, rigidez muscular, postura em flexão, lentidão dos movimentos voluntários, comprometimento dos reflexos posturais”. (STOKES, 2000, p. 180).

Uma “substância química (dopamina) é a que transmitem impulsos através de sinapses de um neurônio para outro, há uma redução na concentração de dopamina na sinapse, causando a degeneração de neurônios, os sintomas da doença se tornam evidentes quando 80% ou mais dos neurônios dopaminérgicos se degeneram. (STOKES,2000).

A causa da doença de parkinson “não é conhecida e o tratamentoé,portanto, paliativo e sintomático, na maioria dos casos o parkinson surge em idadeavançada,no

entanto, uma em sete pessoas tem o diagnóstico com menos 50 anos”.(COHEN,2001)Segundo Castro (2016) a grande maioria dos casos de

Parkinsonnãosão diretamente herdada. Cerca de 15 a 25 por cento das pessoas com relatóriode Parkinson têm um parente com a doença. Em grandes estudos

populacionais,ospesquisadoresdescobriramqueaspessoascomumprimeirograuafetadorelativas,comoumpaiou irmão,temumachance4-

9porcentomaiordedesenvolverdoençadeParkinson,em comparação com a população em geral.

A perda de neurônios dopaminérgicos na DP está incluída nas possíveis causas, a toxicidade crônica em decorrência do envelhecimento normal as alterações na idade

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no metabolismo oxidativo foram detectados níveis de enzimas reduzidos antioxidantes na substancia negra, sugerindo o comprometimento nos estágios final da doença.

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(BARBOSA, SALLEM, 2005) De acordo com Barbosa e Sallem (2005) “a síndrome parkinsoniana pode ser

identificada: em primário, secundário e atípico, a primária sendo relacionada a patologia sem causa aparente ou hereditária, a forma secundária suspeita por indução medicamentosa, infeções e distúrbios metabólicos, já o parkinsonismo atípico está associado a patologias neurodegenerativas evoluindo para os sinais comuns da DP”.

As manifestações clínicas são principalmente motoras, como sintomas comuns: distúrbios do equilíbrio como consequência um maior número de quedas, dor é um sintoma comum, desaceleração generalizada, tremor, episódios de congelamento, sendo resultado do comprometimento neurotransmissor dopamina, levando a progressão dos sintomas podendo levar à depressão, ao isolamento social, transtornos psicóticos, piorando a qualidade de vida do parkinsoniano. (BARBOSA, 2005)

Outras desordens “apresentam anormalidades nos déficits do aprendizado processual, a postura do parkinsoniano normalmente é cifose com a cabeça anteriorizada com inclinação para um dos lados, os braços geralmente flexionados no tronco com ombros arqueados e ligeira flexão nos joelhões e nos quadris” (STOKES, 2000, p. 169).

A identificação do diagnóstico é baseada no início com a manifestação do quadro clinico do parkinsoniano, porem necessita de uma avaliação completa, além de exames laboratoriais e neurológicos, pois diagnostico pode ser dificultado. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2010).

Segundo Mayo (2015) a levodopa, a medicação mais eficaz da doença de Parkinson, é uma substância química natural que passa para o cérebro e é convertida em dopamina , consiste no alivio de bradicinesia e rigidez priorizando a melhora nos pacientes, entretanto a controvérsias quando um histórico de utilização de medicamento prolongado, como uso da levodopa.

Com as evidencias de que os sintomas foram agravados, a terapia farmacológica e a física passam a não ter mais efeitos esperados, sendo indicado o tratamento cirúrgico. A cirurgia é realizada somente em pacientes que não apresentam respostas diante do tratamento medicamentoso, sendo abordados princípios cirúrgicos como: cirurgia ablativa, transplantes neurais e estimulação cerebral profunda. (OXTOBY; WILLIAMS,2000).

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Para Maio (2015) a estimulação cerebral profunda é mais frequentemente a pessoas com doença de Parkinson avançada, eletrodos com implante para uma parte específica do cérebro. Os eletrodos são conectados a um gerador implantado no peito, perto de sua clavícula que envia impulsos elétricos para o cérebro e pode reduzir os o tremor, a rigidez e melhorar a desaceleração do movimento.

FISIOTERAPIA NO PARKINSON

A fisioterapia é essencial para os portadores de doença Parkinson sendo indicada desde seu diagnóstico, pois visa promover a melhora no quadro clínico do paciente, minimizar as alterações decorrentes do processo degenerativo, direcionando a desenvolver metas buscando a melhora da marcha e equilíbrio postural do parkinsoniano e tornar o paciente maisdependente.

A avalição do nível de comprometimento e grau de função motora é determinada através de uma minuciosa avaliação, no início e fim do tratamento, por meio da anamnese, história patológica do paciente, além dos exames físicos, investigados pela condição diferenciada de cada paciente, gravidade do problema, o estágio da doença, a idade a fase, além de vários estudos sobre o diagnostico funcional do paciente, e mensuração dos resultados obtidos. (OXTOBY; WILLIAMS, 2000).

A reabilitação consiste em exercícios que abrangem um grande número de repetições para um desenvolvimento processual, aperfeiçoar os padrões de marcha incluindo velocidade e consistência dos movimentos, como alvos visuais e auditivos para estimulação da marcha, esses estímulos apresentam uma influência nos padrões de estimulação da marcha e sincronismo dos passos.

HIDROTERAPIA

Um dos recursos utilizados na doença Parkinson é a fisioterapia aquática (FA), com imersão do corpo em uma piscina aquecida acarreta o aumento do metabolismo e aumento dos níveis de dopamina no sistema nervoso central, um balanço suave usado para produzir relaxamento generalizado das tensões musculares, voltados para a melhora da flexibidade e da mobilidade relacionando com treino de marcha. (CAMARGO et al,2004)

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Segundo indica Levi (2008) o meio líquido, devido às suas propriedades físicas e sobrecarga natural, proporciona ao indivíduo que se exercita, uma sensação de diminuição do peso corpóreo, livramento das articulações, bom funcionamento do sistema termorregulador, melhor irrigação ativando veias, artérias e vasos capilares e ainda, envolvimento da maioria dos grupos musculares.

Como indicam Monteiro et al (2013) pacientes portadores de DP em aquecimento na piscina composta por caminhadas, associada a coordenação postural, com treino de dissociação de cintura escapular e pélvica, a realização de alongamentos visando evitar o encurtamento das fibras musculares ,além de exercícios com uso da resistência da agua, uso de cama elástica, exercícios associados à respiração, priorizando a função cardiopulmonar dos pacientes, realizados dinâmicas grupais a fim de estimular a memória e socialização grupais.

TREINO DE MARCHA

Para manter o seu centro de estabilidade é a realizado com a fisioterapia o controle da postura do paciente, por meio de uma barra paralela trabalhamos a marcha dos pacientes, e o equilíbrio para obter o efeito de treinamento da marcha além de realizar marcha para frente, além de trabalhar andar para trás e o andar lateral, resultando na melhora da mobilidade física e estabilidade postural ( HERBER ; MICHAELSEN,2011).

Uma das técnicas realizadas para melhora da função motora, sendo utilizada com treino em esteira com carga com uso de cinto de segurança para evitar queda, auxiliado de dispositivos o treinamento em esteira com sistema de suspensão, ao realizar a caminhada pede-se ao paciente pronunciar uma letra do alfabeto, verificando o aumento e largura dos passos (FILIPPIN,COSTA,2010).

Filippin e Costa (2010) indicam que o treino em esteira promove uma força dos passos e larguras, e as repetições aprimoram a aprendizagem motora, aumento tempo de equilíbrio, assim evitando menor número de quedas, causando uma mudança significativa na marcha, com a pratica dessa caminhada promove uma melhora na função motora e diminuir influencias negativas.

PISTAS VISUAIS

Para Dias et al (2005) as pistas visuais são marcadores no solo, oferecendo um

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efeito benéfico uma vez que se torna muito eficaz na regulação do comprimento do passo e melhora da cadência e da velocidade de marcha, melhorando a preparação dos passos além de estímulos auditivos com intuito de contribuir na aprendizagem motora.

Para Rubinstein et al. (2012) as pistas visuais funcionam porque agem como alvos moventes, ativando a via cerebelar visual-motora. Apenas em determinados estímulos visuais são aparentemente eficazes para melhorar a marcha. As linhas transversais funcionam. Além disso, as linhas devem ser separadas por uma largura apropriada (uma polegada ou mais larga) e por uma cor que contraste com o assoalho, a fim de se conseguir os melhores resultados, devem ser espaçadas no solo de acordo com o comprimento aproximado do passo dos pacientes e deve-se orientá-los a pisarem sobreelas.

JOGOS VIRTUAIS

O tratamento da doença de Parkinson, segundo Pompeu et al (2012) pode utilizar realidade virtual, que pode promover maior interação das habilidades motoras e cognitivas simultaneamente, o que é exigido pela maioria das atividades de vida diária (AVD). Assim, contribuirá para maior independência nas AVDs em comparação com o treino baseado apenas em estímulos motores. O tratamento com a realidade virtual pode causar efeitos positivos na qualidade de vida, visto que esta sofre influências negativas da progressão dos sintomas e da diminuição da independência funcional.

Um estudo feito em (2015) pela Universidade de São Paulo (USP) a fisioterapia utiliza a realidade virtual como jogos de vídeo game como kinect, nintendo wii, para a recuperação do equilíbrio e da mobilidade dos pacientes, esses jogos com intuito de verificar os comportados dos pacientes com uma nova modalidade, os pacientes testados capazes de realizar as atividades e obtendo melhora no desempenho virtual, além disso essa terapia observa a melhora da resistência cardiopulmonar, da marcha e doequilíbrio.

ALONGAMENTO E FORTALECIMENTO MUSCULAR

O tratamento inicial se inicia com alongamentos a fim de evitar o encurtamento

muscular, pois os pacientes parkinsonianos possui uma musculatura flexora, sendo enfatizados movimentos extensores, abdutores e rotatórios, alongamentos ativo-

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assistidos, atividades que favoreçam o fortalecimento muscular evidenciando a melhora da postura e do equilibrio (SOUZA,2016).

Após os pacientes apresentarem uma melhora no quadro clinico, é iniciado o programa de fortalecimento muscular, com repetições e um prolongamento tempo, com utilização de halteres, tornozeleiras, não devendo ser realizado de forma excessiva, tudo de acordo com limite de cada paciente, apresentando ganhos físicos e funcionais (PAULA,2011).

CONCLUSÃO A doença de Parkinson consiste em uma patalogia, de caráter crônico-

degenerativa, que acarreta aos seus portadores transtornos de movimento, coordenação, força muscular, além de reduzir a qualidade de vida e levar ao isolamento e depressão.

A revisão de literatura verificou os efeitos do tratamento fisioterápico em portadores da doença de Parkinson.

Medidas terapêuticas utilizadas pela Fisioterapia como a hidroterapia, treino de marcha e realidade virtual possibilita aos pacientes com doença de Parkinson manter a independência para realização das atividades do dia-a-dia, melhorando a qualidade de vida, são essenciais para minimizar algumas de suas complicações.

O uso concomitante do tratamento fisioterápico e de condicionamento aeróbio e fortalecimento muscular resultou em melhoras nas medidas de desempenho funcional e de capacidade física de indivíduos em fase leve a moderada de evolução da doença de Parkinson.

Para finalizar deve-se indicar que o presente estudo não buscou ser determinante nos resultados, e também esgotar o tema em questão. Ao contrário, busca incentivar mais estudos acerca dos temas aqui discutidos.

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Possíveis tratamentos fisioterápicos na Fibromialgia: Uma revisão bibliográfica

Edilaine Michele dos Santos1 Elen Beatriz Moreira2

Prof. Me. Walther Spinelli Filho3 Resumo

A fibromialgia é uma síndrome musculoesquelética, pode ser identificada em indivíduos com dor crônica e difusa com mais de três meses de duração e caracterizada por dor em pontos específicos quando realizado o exame físico. A população fibromiálgica é composta em sua maioria por mulheres, com faixa etária entre 30 e 55 anos. O nível de dor é tão intenso, que interfere nas atividades de vida diária e na qualidade de vida do paciente, que apresenta fadiga generalizada, distúrbios do sono, rigidez matinal, sensação de dispnéia, ansiedade, depressão e alteração da função cognitiva. Trata-se de uma doença de etiologia desconhecida, sendo assim, a fisioterapia atua diminuindo os sintomas, reestabelecendo a capacidade física, mantendo a funcionalidade e promovendo melhora na qualidade de vida. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literaturas sobre os possíveis tratamentos fisioterápicos que podem ser utilizados pelo fisioterapeuta na fibromialgia e os benefícios de cada um. Neste estudo de revisão bibliográfica, foram realizadas pesquisas em livros nacionais, monografias e artigos coletados em bibliotecas virtuais (Lilacs e Scielo, Medline), com dados mais recentes sobre a Fibromialgia, abordando assuntos como: descrição da doença, seus sintomas, formas de diagnóstico e possíveis tratamentos.

Palavras-chave:Fibromialgia- Fisioterapia- Tratamentos

Abstract

The Fibromyalgia is a musculoskeletal syndrome, can be identified in individuals with chronic pain and diffuse with more than three months duration and characterized by pain at specific points when physical examination was performed. The fibromyalgia population is composed mainly of women, with age between 30 and 55 years. The level of pain is so intense that interferes in daily life activities and in the quality of life of the patient, which presents generalized fatigue, sleep disorders, morning stiffness, sensation of dyspnea, anxiety, depression and amendment of the cognitive function. It is a disease of unknown etiology, being thus, the physiotherapy acts by decreasing the symptoms, reestablishing forms the physical capacity, keeping the functionality and promoting the improvement of life quality. The objective of this work is to perform a review of literature about the possible physiotherapeutic treatments that can be used by the physiotherapist in fibromyalgia and the benefits of each. In this bibliographic review study, researchers were carried out in national books, monographs and articles collected in virtual libraries (Lilacs, Scielo, Medline), with more recent data on Fibromyalgia, approaching subjects such as: description of the disease, its symptoms, diagnosis and possibletreatments.

Keywords:Fibromyalgia- Physiotherapy- Treatments

1Graduanda do curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA. [email protected] 2Graduanda do curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA. [email protected] 3 Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga FTGA, Fisioterapeuta – Fisioclinica S/S LTDA, Fisioterapeuta concursado e responsável na Unidade Básica de Saúde em Cândido Rodrigues. Especialização em Fisioterapia

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ortopédica e Traumatológica, especialização em R.P.G, mestrado em Engenharia de Produção.

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Introdução O termo fibromialgia foi criado para expor várias condições desta síndrome. “Fibro” é derivado do latim, e significa ligamentos, tendões, tecido fibroso. O radical “mio”, que vem do grego, significa tecido muscular. Ainda do grego, “algos” significa dor e “ia” uma condição. Portanto, fibromialgia significa uma condição dolorosa originada nosmúsculos, ligamentos e tendões (PRANDO, M.A.; ROGATTO, G.P,2008).

A Fibromialgia é uma síndrome reumática não inflamatória, de causas desconhecidas, que atinge na maioria dos casos a população feminina, caracterizada por dor musculoesquelética, difusa e crônica, além da presença de tender points, que são na verdade, múltiplos pontos anatômicos dolorosos a palpação. Também são associados a esta patologia diversos sintomas, como fadiga e rigidez matinal, distúrbios do sono, problemas gastrointestinais e psicológicos (MARQUES, 2002; CHIARELLO,2005).

As dores costumam aumentar após a realização de atividade física, ou quando ocorre exposição ao frio e à umidade (HEYMANN et al., 2010).

O nível de dor se torna tão intenso, que interfere nas atividades de vida diária, no trabalho e na qualidade de vida dos pacientes portadores (ASSUMPÇÃO et al., 2002).

Fatores sociais, familiares, emocionais, aliados a uma característica de maior resposta aos estímulos dolorosos, o baixo nível de condicionamento cardiovascular e desempenho muscular são possíveis hipóteses para o surgimento desta patologia. (RIBERTO M, PATO TR,2004).

Por conta de sua etiologia desconhecida, na fibromialgia a terapia permanece voltada às manifestações clínicas, através de bases farmacológicas e não farmacológicas. Os tratamentos tem como objetivo o controle da dor, a melhora da qualidade do sono, os cuidados com o equilíbrio emocional, a melhora do condicionamento físico e da fadiga e o tratamento específico de desordens associadas (PROVENZA, 2004).

A fisioterapia atua no sentido de amenizar os sintomas, controlando a dor e realizando a manutenção das habilidades funcionais dos pacientes. Além disso, outra meta da fisioterapia deve ser o papel educativo, para que os ganhos obtidos no tratamento possam permanecer em longo prazo e os pacientes consigam se tornar menos dependentes dos cuidados de saúde. Incentivam-se estilos de vida mais participativos e funcionais que tornem melhores tanto a parte física quanto a parte emocional do paciente (MARQUES et al,2002).

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O diagnóstico da fibromialgia é exclusivamente clínico, devendo ser feito através de uma boa anamnese e um exame físico preciso. Exames complementares possuem papel de excluir outras doenças com o quadro clínico parecido da fibromialgia. (SCOTTON, 2000)

Síndrome da Fibromialgia

Inicialmente a fibromialgia recebeu outras nomenclaturas, como fibrosite, fibromiosite, miofasceíte e reumatismo muscular. Preferiu-se o termo fibromialgia, pois o processo inflamatório não é característico nesta doença. Utilizava-se como nomenclatura fibromialgia primária, quando não havia outro distúrbio encontrado como causa da doença e fibromialgia secundária quando era desencadeadapor determinadas patologias, reumáticas ou não, como osteoartrose, lúpus e outras doenças do tecido conjuntivo, traumas, doenças endócrinas, infecções ou doenças malignas. (CHIARELLO, 2005)

Por muitos anos a fibromialgia não foi aceita como uma doença distinta. Conceituava-se em alguns momentos como distúrbio psicológico em outros como síndrome dolorosa regional. Mostrando que para cada observador a doença tinha uma definição diferente. (HAUN, 1999)

A fibromialgia manifesta-se predominantemente no público feminino em faixa etária produtiva, no entanto, crianças, adolescentes e idosos também podem ser acometidos (SILVA et al, 2005).

A incidência da fibromialgia na população adulta é em torno de 1%. Nos homens a prevalência é de 0,5%, enquanto 2% das mulheres apresentam seus sintomas - cerca de 80% dos casos são mulheres entre 35 e 55 anos, idade de plena atividade física, profissional e social (MARTINEZ, 2006). Sua prevalência é alta e no Brasil é estimada em 2,5% (SENNA et al,2004).

Nos ambulatórios de ortopedia as queixas de dores musculoesqueléticas representam 26% dos novos casos atendidos, onde 55 a 88% apresentam os sintomas da fibromialgia (SILVA,1997).

Dentre as principais hipóteses que tentam explicar a fisiopatologia da fibromialgia estão: os distúrbios do processamento da dor; as disfunções neuroendócrinas; as alterações imunológicas e as causas psicoemocionais. Contudo, as alterações em apenas um desses fatores, não explicaria a quantidade de diferentes sintomas presentes na fibromialgia. Desse modo, acredita-se que a manifestação e evolução dessa doença são dependentes da interação entre os múltiplos fatores mencionados (CARVALHO et al, 2008).

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Diagnóstico Desde 1990 foi adotado como padrão pela comunidade científica internacional especializada, o diagnóstico de fibromialgia, que exige pelo menos três meses consecutivos de dor crônica e difusa e também à palpação, com cerca de 4 kg de pressão pela ponta do dedo, nos „tender points‟ pré-definidos (FERREIRA, MARINO, CAVENAGHI, 2011).

O diagnóstico da fibromialgia é puramente clínico, baseado nos sintomas apresentados e na pesquisa de 18 pontos específicos („tender points’), quando pelo menos 11 devem ser dolorosos na palpação, segundo critérios do Colégio Americano de Reumatologia (LESLIE, 2010).

São eles: - Inserção dos músculosoccipitais - Coluna cervical baixa(C5-C6) - Músculotrapézio - Borda medial da espinha daescápula - Quadrantes externos superiores dasnádegas - Proeminências dos trocânteres maiores dofêmur - Segunda junçãocostocondral - Epicôndilo lateral docotovelo - Coxim adiposo medial do joelho (junto ao tendão da pata de ganso) (WEIDEBACH,2002) Entre os questionários de avaliação de pacientes com Fibromialgia durante a

anamnese, destacam-se os Critérios de Avaliação da Fibromialgia do ACR (American College of Rheumatology), o Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ), o Questionário de Qualidade de Vida SF-36, Escala de Depressão de Beck (DBI), Escala de Ansiedade Traço- Estado, Escala Analógica Visual de Dor (EAV) e Questionário de Dor de McGill, por fornecerem informações clínicas relevantes e serem de fácil aplicação ao paciente e baixo custo (SANTOS LC; KRUEL LF, 2009).

O Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ) é um método de graduação utilizado com a finalidade de pesquisa quanto para o acompanhamento da doença. É composto por 19 questões, que avaliam capacidade funcional, status de trabalho, distúrbios psicológicos, sintomas físicos e dolorosos. Quanto maior o impacto da doença, maior será o escore encontrado no final da avaliação (MARQUES et al,2006).

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O Questionário de Vida SF-36 é composto de 36 itens de auto-resposta (com finalidade de avaliar conceitos de saúde referentes à funcionalidade e ao bem-estar de cada um), subdivididos em oito dimensões, cada um com a sua própria característica (ABRUNHEIRO, 2005).

A Escala de depressão de Back (BDI) é um instrumento que avalia a depressão em pacientes com doenças crônicas.Os indivíduos com dores crônicas têm alta incidência de de- pressão, e sua avaliação torna-se de grande importância para o sucesso do tratamento destes pacientes (HARRIS, D‟EON; 2005).

A Escala de Ansiedade Traço-Estado é utilizada para verificar o traço de ansiedade dos pacientes com fibromialgia. Este instrumento é constituído de 40 afirmações, divididas em duas sub-escalas. A primeira avalia a ansiedade- estado (20 questões) e refere-se a um estado emocional temporário caracterizado por sentimentos pessoais de tensão que podem variar em intensidade ao longo do tempo. Já a segunda sub-escala avalia a ansiedade-traço (20 questões) e refere-se a uma disposição pessoal, relativamente estável, a responder com ansiedade a situações estressantes e uma tendência de perceber um maior número de situações como ameaçadoras (SANTOS et al,2011).

A Escala Visual Analógica (EVA), deve ser mantido o contato visual do paciente com a escala e ele deve ser capaz de mostrar ao examinador em que grau sua dor está. Pode ser uma régua numérica com dez centímetros, dividida em dez espaços iguais, sendo apresentada de forma simples, ou pode possuir um apelo visual com cores, mas é importante que o paciente entenda que uma extremidade indica "sem dor" e que a outra indica "dor máxima" (FORTUNATO,2013).

O Questionário de Dor McGill, é umalista com 78 descritores organizados em quatro grupos e 20 subgrupos (componentes da dor sensorial-discriminativa, afetiva-motivacional e avaliativa) e apresenta importantes pontos de avaliação da dor presente (SANTOS et al, 2006).

Exames laboratoriais de rotina e de imagem são, em geral, normais, servindo apenas para exclusão de outras patologias. Os estudos mostram que em portadores de fibromialgia estes exames estão alterados na mesma proporção da população saudável (SCOTTON; FRAGA, 2000).

O diagnóstico deve ser confirmado logo no início do tratamento, para que assim possam ser esclarecidos ao paciente os sintomas que fazem parte da doença e os que não fazem. A orientação ao paciente é muito importante para o controle ideal da fibromialgia. Como parte inicial do tratamento, devem ser fornecidos aos pacientes informações básicas

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referentesa doença e suas opções de tratamento, orientando-os sobre controle da dor e programas de autocontrole (BUCKHARDT et al, 2008).

Possíveis tratamentos

Entende-se que o tratamento dessa síndrome deve ser totalmente individualizado e realizado por uma equipe multidisciplinar, contando com a participação do paciente e baseando-se na combinação de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos para uma melhor qualidade do tratamento (MICHALSEN et al., 2013).

Para o tratamento dos indivíduos com fibromialgia, as intervenções escolhidas vão depender da extensão e da gravidade dos sintomas, bem como da motivação, participação e dos fatores psicossociais de cada indivíduo (Mannerkorpi & Iversen, 2003).

Para redução dos sintomas da fibromialgia podem ser utilizados alguns tratamentos como: - Hidrocinesioterapia:

Essa terapia não farmacológica é utilizada em aproximadamente 75% dos pacientes com fibromialgia(LANGHORST et al, 2009).

Os exercícios realizados na água são leves e realizados de acordo com o nível de dor do paciente. A sessão deve possuir duração de uma hora e ocorrer ao menos três vezes na semana. Sendo feitos exercícios de alongamento global, fortalecimento muscular de membros superiores e inferiores e relaxamento (KAWAKAMI et al, 2014).

As propriedades físicas da água provocam efeitos no corpo, tais como a densidade relativa, que diminui o impacto dos exercícios sobre as articulações; pressão hidrostática que gera uma pressão sobre todos os sistemas corpóreos, como por exemplo, cardiovascular, fazendo com que o sangue circule melhor; flutuação ou empuxo promove diminuição do peso corporal facilitando os movimentos de maior amplitude; viscosidade proporciona resistência aos exercícios, contribuindo para fortalecimento muscular; a temperatura, que gira em torno de 33º a 35º, resultando em relaxamento muscular adequado, melhorando assim o sono (BASTOS; OLIVEIRA,2003).

A imersão na água permite movimentos lentos, com menor impacto no quadro doloroso, tornando o tratamento mais agradável. O tratamento realizado em grupo auxilia no combate à ansiedade e depressão, pois permite aos pacientes socializar, compartilhando dos mesmos problemas e dificuldades (SEBBEN; WIBELINGER, 2014).

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- Alongamentos: Exercícios de alongamento são aqueles exercícios de flexibilidade realizados a fim

de aumentar a amplitude de movimento de uma ou várias articulações, já que pacientes fibromiálgicos apresentam, na maioria das vezes, limitação na amplitude de movimento (ROUTI et al,2000).

Esse ganho de comprimento muscular proporciona aumento da amplitude e liberdade de movimento. Para desempenhar a maioria das tarefas cotidianas funcionais, assim como atividades recreativas e ocupacionais, uma amplitude de movimento sem restrições previne a dor, sendo importante para os pacientes com fibromialgia (ROSARIO et al, 2004)

Os alongamentos se mostram positivos, pois os pacientes que desenvolvem uma postura antálgica tenderão a apresentar contraturas musculares e alterações posturais. Este tratamento estaria atuando de forma a corrigir encurtamentos musculares, de tecido conectivo e pele, uma vez que promove um deslizamento dos miofilamentos por meio de um tensionamento passivo do músculo (BIENFAIT, 1999).

Estudos revelam que exercícios cinesioterapêuticos minimizam a dor, a fadiga e a tensão muscular, melhorando níveis de depressão, ansiedade e estresse nos indivíduos portadores de fibromialgia, quando executados de maneira regular e supervisionada (JONES; LIPTAN, 2009). - Eletrotermofototerapia:

O tratamento por meio da eletrotermofototerapia é utilizado como parte do programa global de reabilitação, principalmente para alívio da dor (GÜR, 2006).

A TENS (estimulação elétrica nervosa transcutânea) é capaz de amenizar a dor em pacientes com fibromialgia, trazendo como benefícios a vitalidade e melhora da saúde mental de pacientes portadores (SILVA et al, 2008).

A TENS é muito utilizada em pacientes com fibromialgia como um recurso de analgesia local, diminuindo a rigidez pela melhora da condição dolorosa, melhorando o desempenho nas atividades de vida diária (GUSTAFSSON et al, 2002).

Outros recursos eletrotermofototerapêuticos como o ultrassom, o laser e o ondas curtas têm sido usados como auxílio no tratamento da fibromialgia, nas clínicas de fisioterapia. Entretanto, são necessários mais estudos, com o objetivo de se estabelecer a dose ideal e de se compreender melhor os efeitos benefícios, efeitos fisiológicos, além dos efeitos adversos vindos da utilização desses recursos (FERREIRA et al,2011).

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- Acupuntura: Acupuntura é a inserção de agulhas com finalidades terapêuticas em pontos

específicos do corpo, os acupontos, que também podem ser estimulados com calor, pressão, ultrassom, eletricidade e laser (MACIOCIA, 2007).

Seus efeitos neurobiológicos, que interferem sobre os neurotransmissores relacionados à depressão e à dor, qualificam a técnica como adequada para o tratamento da dor crônica (SANCHEZ et al,2004).

Alguns estudos demonstram que a acupuntura estimula a liberação de endorfinas e encefalinas, o que leva a uma resposta moduladora da dor, resultando em seu alívio (FARGAS-BARBJAK et al, 1992).

Uma desvantagem da acupuntura é que só foram demonstrados efeitos sobre as dores encontradas em fibromiálgicos, já em relação aos demais sintomas existem poucas evidências disponíveis (TERRY et al., 2012).

- Terapia Manual:

A massagem terapêutica é uma técnica muito utilizada pelos pacientes com fibromialgia, estudos realizados afirmam que quando associada a TENS, traz efeitos benéficos na redução de alguns sintomas. Os principais benefícios são: o relaxamento, a melhora da dor, a melhora no sono, bem estar geral, entretanto, tais benefícios parecem não perdurar por longos períodos (TERRY et al., 2012).

Massagem é uma técnica terapêutica que requer a aplicação de sequências de golpeamentos e técnicas de manipulação de tecidos (CASSAR, 2001).

A liberação miofascial, as terapias craniossacrais e a terapia dos pontos-gatilhos, são exemplos de técnicas especializadas para ajudar no alívio da dor na fibromialgia. As auto-massagens são um procedimento simples que os pacientes podem aprender facilmente a realizar, nos próprios músculos para tentar proporcionar redução da dor e relaxamento (CHAITOW,2002).

Os principais efeitos das terapias manuais são:aumento do fluxo sanguíneo (mecânico),aumento da circulação linfática (mecânico), alívio da dor (fisiológico), remoção dos produtos do catabolismo e metabolismo (fisiológico), facilitação da atividade muscular (fisiológico), alívio da ansiedade e tensão (psicológico),relaxamento (psicológico),e sensação de bem-estar (DE DOMENICO, 2008).

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Conclusão Por meio deste estudo, pode-se concluir que a Fibromialgia é uma doença reumática não inflamatória, de causas ainda desconhecidas, que atinge na maioria dos casos a população feminina, tendo como principal característica a dor musculoesquelética difusa e crônica, com diversos pontos dolorosos à palpação espalhados por áreas do corpo, estes que recebem o nome de “tender points”.

Estudos mostram que os episódios de dor tornam-se mais intensos após a prática de exercícios físicos, exposição ao frio e umidade, fadiga e estresse, fazendo com que o individuo tenha dificuldade na prática de suas atividades de vida diária e uma má qualidade de vida. O diagnóstico desta patologia, é basicamente clínico e pode ser feito por meio de anamnese e questionários próprios que devem ser respondidos pelo paciente, são de fácil aplicabilidade, e avaliam as capacidades funcionais, status de trabalho, distúrbios psicológicos, sintomas físicos e dolorosos do individuo, nestes casos, a solicitação de exames complementares tem como função descartar outras patologias com quadro de sintomas parecidos.

Por se tratar de uma doença de etiologia desconhecida, ainda não existe cura para Fibromialgia, concluindo-se assim, que o objetivo principal dos tratamentos fisioterapêuticos em indivíduos fibromiálgicos é o controle dos seus sintomas para que assim possa ser possível uma melhor qualidade de vida e um retorno às atividades de vida diárias, sendo importante também, o fisioterapeuta educar este paciente de forma que os ganhos obtidos através dos tratamentos possam ser de longo prazo.

Os possíveis tratamentos fisioterapêuticos são prescritos levando em consideração a gravidade dos sintomas de cada indivíduo, sendo os tratamentos mais encontrados nas bibliografias pesquisadas intervenções como hidrocinesioterapia, alongamentos globais, eletroterapia, acupuntura e terapias manuais, estas que tem por objetivo minimizar a dor, a fadiga, melhorando os níveis de estresse, ansiedade e depressão dos portadores de fibromialgia.

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Atuação da Fisioterapia no Tratamento da Dor Oncológica

Camila Gabriela Rodrigues1

Francieli Marly da Silva2

Mirlaine Rodrigues Martuchelli Checarone3

Gustavo Naxara Oscko4

RESUMO O câncer é um processo patológico que começa quando uma célula anormal é transformada por mutação genética do DNA celular. Essa célula anormal forma um clone e começa a se proliferar de maneira anormal, ignorando os sinais de regulação do crescimento no ambiente que circunda a célula. As células adquirem características invasivas, e as alterações têm lugar nos tecidos circunvizinhos. Assim, o câncer não é uma doença única com uma causa única e sim um grupo de doenças distintas com diferentes causas, manifestações, tratamentos e prognósticos. A dor é um sintoma muito comum que acomete de 60 a 80% dos pacientes com esta doença, sendo um fenômeno individual, complexo e multifatorial. Para sua avaliação é preciso considerar os aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais, uma vez que a sensação de dor de cada indivíduo é muito subjetiva. O cuidado paliativo é um conjunto de atos multidisciplinares que têm por objetivo efetuar o controle da dor e dos sintomas do corpo, da mente, do espírito e do social que afligem o homem. O foco da atuação da fisioterapia varia de acordo com a funcionalidade do paciente. A fisioterapia detém métodos e recursos exclusivos que são imensamente úteis aos cuidados paliativos, e sua atuação é significante para melhora dos sintomas e da qualidade de vida do paciente oncológico.

Palavras- Chave: Fisioterapia. Oncologia. Cuidados Paliativos.

1Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga- FTGA. camila- [email protected] 2 Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga- FTGA. [email protected] 3 Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga- FTGA. [email protected] 4 Profº Me. Faculdade de Taquaritinga - FGTA. [email protected]

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ABSTRACT

Cancer is a disease process that starts when an abnormal cell is transformed by genetic mutation in the cellular DNA. This abnormal cell forms a clone and begins to proliferate abnormally, ignoring the growth regulation signals in the environment surrounding the cell. The cells acquire invasive characteristics, and changes take place in the surrounding tissues. So, cancer is not a single disease with a single cause but a group of different diseases with different causes, manifestations, treatment and prognosis. Pain is a common symptom that affects 60-80% of patients with this disease, being an individual, complex and multifactorial. To review must consider the physical, emotional, social and spiritual aspects, since the feeling of each individual pain is very subjective. Palliative care is a set of multidisciplinary actions that aim to make the control of pain and symptoms of body, mind, spirit and social afflicting man. The focus of the role of physiotherapy varies according to the patient's functionality. Physical therapy holds methods and unique features that are immensely helpful to palliative care, and its performance is significant for improvement of symptoms and quality of life of cancerpatients.

Key-words: Physical Therapy. Oncology. Palliative care.

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INTRODUÇÃO O termo neoplasia significa “novo crescimento”, porém câncer é o termo mais comum a ser utilizado para tumores. Embora “tumor” derive de tumefação, que é causada pela inflamação, atualmente o termo “tumor” pode ser utilizado como sinônimo de câncer. (MARQUES; SILVA; AMARAL, 2011, p. 29).

Embora o Câncer afete a todos os grupos etários a maioria deles ocorre em pessoas com mais de 65 anos. Sua incidência cresce anualmente em todo mundo, sendo que, no Brasil, constitui a segunda maior causa de morte por doenças incidindo mais nos homens, bem como em regiões e países industrializados. (SMELTZER; BARE, 2005, p. 336)

De todos os sintomas que um paciente com câncer apresenta, a dor é o mais temido, constituindo o fator mais determinante de sofrimento relacionado a doença mesmo quando comparado á expectativa de morte(RANGEL; TELLES,2012, p. 32)

A Sociedade Internacional para o Estudo da Dor define dor como uma experiência emocional e sensorial desagradável, onde é descrita em termos de lesões reais ou potenciais e teciduais. A dor é bastante pessoal e cada pessoa aprende a utilizar este termo a partir de suas experiências prévias. (SAMPAIO; MOURA; RESENDE, 2005, p. 340).

Quando não há mais possibilidades de cura para esta doença de caráter muitas vezes crônico e degenerativo, o tratamento é frequentemente direcionado aos cuidados paliativos da dor. Segundo Silva e Sudigurky (2008), buscam a promoção da humanização no fim da vida através dos cuidados paliativos, proporcione a morte com dignidade, respeito à vida humana.

A Fisioterapia tem uma atuação importante e benéfica neste tratamento paliativo e humanizado uma vez que dispõe de variadas técnicas que têm como objetivo prevenir e aliviar a dor e os demais sintomas psicofísicos ocasionados pela fadiga. Com isso, é possível otimizar também a independência funcional do paciente para que passem menos tempo hospitalizados e mais tempo com a família e amigos. (COSTA, AUGUSTO,2008).

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DENIFIÇÃO DE CÂNCER Os termos, neoplasia, CA ou câncer são utilizados para designar uma condição de crescimento e desenvolvimento celular anormal. Médicos mais antigos observavam nas biópsias dos tumores que eles eram semelhantes a um caranguejo por causa das extensões de suas patas e por invasões dos tecidos vizinhos, onde se mantém agarrados. (MARQUES; SILVA; AMARAL, 2011, p. 29).

O câncer é célula transformada por mutação genética do DNA celular. Essa célula anormal começa a se proliferar, no ambiente que circunda. Os tecidos circunvizinhos adquirem células características invasivas, que se infiltram nesses tecidos, vasos sanguíneos e linfáticos que as transportam para outras áreas do corpo. É chamado de metástase (câncer disseminado para outras partes do corpo). (SMELTZER; BARE, 2005, p. 336 e 337).

As características de crescimento das células cancerígenas benignas ou malignas se diferem em tamanho, velocidade, capacidade de metastizar e de destruição tissular. (SMELTZER; BARE, 2005, p.337).

FISIOTERAPIA PRÉ E PÓS - OPERATÓRIA

O tratamento deve ser individualizado baseando-se na doença, no estado físico, emocional do paciente, orientando sobre o processo do tratamento, evolução, avaliação, exame físico, por meio de uma linguagem simples, para que o paciente entenda o que será realizado. Essas informações que são passadas para o paciente contribuem para a melhora do reconhecimento do seu próprio corpo, diminui a ansiedade, estimula o paciente a ser mais colaborativo durante o tratamento. (FARIA, 2010).

A avaliação pré-operatória oferece uma reabilitação mais adequada. Ao realizar a anamnese deve conter exames físicos, antecedentes pessoais e atividades de vida diária. (AMARAL et al.,2011).

O exame físico deve verificar Pressão Arterial (PA); Frequência Respiratória (FR); Frequência Cardíaca (FC); Força Muscular (FM); Alteração Postural; Sensibilidade Tátil e Dolorosa, Mensurar a Circunferência dos Membros. (AMARAL et al.,2011, p. 75).

Periodicamente é avaliada a função respiratória, se há presença de pneumonia ou embolia pulmonar, função circulatória, se há presença de trombos, edema nos membros,

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funções intestinais e urinárias, se a infecção na ferida cirúrgica, dor, atentar sobre os aspectos cicatriciais. Após a alta hospitalar, há um acompanhamento de uma equipe multidisciplinar por aproximadamente 2anos; para evitar identificação de possíveis complicações futuras. (AMARAL et al.,2011, p. 75-76 e 79).

A Fisioterapia visa intervir o avanço da independência do paciente, diminuindo a dor , riscos de infecção, medicação. (FARIA, 2010, p.8).

Avaliação de sintomas cuidados paliativos, foi desenvolvido uma escala por Edmonton no Canadá – ESAS, no qual habilita o paciente a referir o seu grau de dor. Essa escala é numerada de 0 à 10, significando 0 a ausência e 10 a maior intensidade dossintomas.

O questionário deve ser breve, objetivo e prático para que não se torne cansativo, e realizado todos os dias.

São avaliados também os sintomas subjetivos (cansaço, depressão, ansiedade e bem-estar).

Essa escala foi traduzida para o português pela Dra. Isabel Gabiça Neto, de Portugal e no Brasil sua validação está em andamento. (COSTA, AUGUSTO, 2008).

CUIDADOS PALIATIVOS

O cuidado paliativo é o atendimento humanizado aos pacientes que estão na reta final de suas vidas e de seus familiares. A equipe multidisciplinar que atua de forma integrada e complementar. (AMARAL et al.,2011).

Em 1.975 foi fundado o primeiro Hospice Americano e, em 1.982, uma lei americana permitiu o Hospice Care. Neste mesmo ano, a OMS forma um grupo de trabalho com o objetivo de criar estratégias para promover o alívio da dor e os cuidados do tipo Hospice para doentes com câncer, passando a adotar o termo cuidados paliativos.Aprimeiradefiniçãodecuidadopaliativofoifeitaem1.986erevisadaem 2.2. (AMARAL etal.,2011). “Cuidado paliativo é a abordagem que promove melhora na qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de problemas associados com doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. (AMARAL et al.,2011)..Promover o alívio da dor e de outros sintomas estressantes,reafirmar a vida e aceitar a morte como um

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processo natural,integrar aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado, oferecer um sistema de suporte que auxilie o paciente a viver tão ativamente quanto possível, até a sua morte, não antecipar e nem postergar a morte, iniciar este atendimento o mais precocemente possível e oferecer um sistema de suporte que auxilie a família e entes queridos a se sentirem amparados durante todo o processo da doença. (SMELTZER; BARE, 2005)

O cuidado paliativo é um conjunto de atos multidisciplinares que têm por objetivo efetuar o controle dos sintomas do corpo, da mente, do espírito e do social que afligem o homem na sua finitude. Discussão do prognóstico, explicação do tratamento e veracidade constituem benefícios para o paciente e seus familiares, possibilitando a participação ativa nas tomadas de decisões. (AMARAL etal.,2011).

O trabalho da fisioterapia tem por objetivo reintegrar o paciente ao convívio domiciliar sempre que possível, instruindo o cuidador a atender suas necessidades e evitar internações ou tratamentos exaustivos, estabelecer a maioria dos seus potenciais diminuídos, incentivando-os a ajustar objetivos em curto prazo, aliviando seu desconforto. (SMELTZER; BARE, 2005)

Em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu cuidados paliativos como: cuidado com esses pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento curativo, ou seja, não vai existir a cura da doença. E os cuidados priorizam o controle dos sintomas físicos, da dor, na parte psicológica, espiritual e social, buscando melhorar a qualidade de vida dos pacientes terminais e de seus familiares. (SILVA; SUDIGURSKY,2008).

Há cinco princípios éticos que fundamentam os cuidados paliativos: Prevenção (prever complicações e aconselhar a família); Efeito (os efeitos positivos devem ser maiores que os efeitos negativos); Proporcionalidade terapêutica (adotar somente medidas terapêuticas úteis); Não abandono (sempre ser solidário e acompanhar o paciente e seus familiares); Princípios da veracidade (sempre dizer a verdade ao paciente e sua família); (SILVA; SUDIGURSKY,2008).

DOR ONCOLÓGICA

A dor é sempre subjetiva e cada pessoa aprende a utilizar este termo a partir de suas experiências prévias. A Sociedade Internacional para o Estudo da Dor a define

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como experiência sensorial e emocional, que é descrita em termos de lesões teciduais reais ou potenciais. (SAMPAIO; MOURA; RESENDE, 2005, p. 339).

E por isso é definida como individual, complexo e multifatorial onde em sua avaliação é preciso considerar vários fatores entre eles: aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais. E inclusive a sensação de dor para cada indivíduo é muito pessoal, cada um com sua história, contexto e momento. (SAMPAIO; MOURA; RESENDE, 2005, p.340).

Devido às várias incapacidades relacionadas ao Câncer pode ocorrer grande prejuízo funcional, anorexia, perda do convívio social, redução de atividades de vida diária e profissional, lazer e confinamento ao leito. (SAMPAIO; MOURA; RESENDE, 2005, p. 340).

O uso de alguns medicamentos pode ocasionar a dor, devido a reação adversa de alguns como, por exemplo, sulfato de vincrisistina, e vários outros quimioterápicos, ocorrendo dores musculares e ósseas, principalmente na coluna e membros inferiores sendo frequentes os distúrbios neuromusculares, pulmonar e sensorial.(RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA, 2010, p. 509-513)

Indivíduos com Câncer frequentemente experimentam algum tipo de dor ao longo de seu tratamento clínico. Dor é um sintoma que permite algumas vezes, o diagnóstico e a progressão da doença. A manifestação de dor nesses pacientes pode ser devido ao próprio Câncer e as metástases se houver, sendo este a principal causa de dor nos pacientes ou então específicos ao tratamento ou a outras causas referidas a doença; como dor em virtudes de condições de alguma alteração. (MANUAL DE ONCOLOGIA,2008)

Por isso o controle adequado da dor deve ser a prioridade no cuidado com estes pacientes, a dor oncológica as vezes, pode estar relacionada a vários fatores, ligadas a três grandes grupos: dor ligada ou indiretamente ao tumor primário e suas metástases, as introgenias que resulta de algum procedimento terapêutica ou pode ser por condições não relacionadas com o Câncer.(MANUAL DE ONCOLOGIA, 2008)

CLASSIFICAÇÃO DA DOR

A dor pode ser classificada em aguda ou crônica. Dor aguda acontece na fase inicial da doença ou pode ainda manifestar-se com a progressão do Câncer, ou ser decorrente de diagnóstico e tratamentos terapêuticos, como exames, cirurgia,

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quimioterapia e radioterapia. Já a dor crônica é relacionada a progressão da doença ou consequência também de algum tipo de tratamento realizado.(MANUAL DE ONCOLOGIA,2008).

Este tipo de dor ocorre várias incapacidades dentre elas nas atividades físicas, no sono, no apetite, na convivência social e outras. (MANUAL DE ONCOLOGIA, 2008).

A dor mais comum é causada por invasão tecidual direta de tumores nos casos de doenças ósseas, metastáticas, compressão de troncos nervosos, mucosas, vasos de decúbitos. (Fairfield e Taycross, 1982).

E com isso a dor também pode ser classificada de acordo com a distribuição de sintomas superficiais e profundos, referidos, localizados, generalizados, e ainda de origem somática, neuropática, ou psicogênica, neuropática e visceral. (SAMPAIO; MOURA RESENDE, 2005, p. 341).

RESULTADOS

Ao longo da pesquisa foi possível verificar que é fundamental proporcionar ao paciente oncológico o bem estar, a melhora funcional, a qualidade de vida e o controle da dor. Os tratamentos fisioterapêuticos mais eficazes na dor oncológica foram o TENS; Cinesioterapia; Termoterapia; Massagem Terapêutica; Crioterapia; para melhor eficácia no controle da dor oncológica.

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CONCLUSÃO Durante esse trabalho, observamos que varia muito a utilização de recursos fisioterapêuticos para cada paciente tanto no adulto como em crianças. Os aspectos levados em consideração são o tipo, intensidade, causa e localização da dor. Dessa forma a fisioterapia auxilia e orienta ensinando exercícios específicos, aplicando recursos físicos para melhor controle da dor, aprimorando a funcionalidade nas atividades de vida diária, no bem estar e, ainda, orientando familiares e cuidadores. Especificamente no caso do tratamento em crianças além da abordagem já citada, o grande diferencial é poder associar atividades lúdicas e ou música para assim facilitar a relação fisioterapeuta/paciente o que, por sua vez, contribui para a melhora da qualidade de vida dessespacientes.

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MARQUES, Silva. Amaral. Tratado de Fisioterapia em Saúde da Mulher. Editora: ROCCA, 2011, p.30-89. SMELTZER, Bare. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. Vol. 1,10 ed., 2005, p. 335-384.

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A importância e a colaboração da hidroterapia durante o período da gestação, uma revisão bibliográfica

Camila Thaís Torezani¹ Caroline Stefany Barbosa Orellana²

Walther Spinelli Filho³

Resumo Durante o período gestacional observam-se várias alterações fisiológicas e funcionais na

mulher. Algumas dessas alterações podem resultar em desconforto ou até mesmo dor na gestante, causando-lhe limitações durante a execução de suas atividades de vida diária, interferindo diretamente em sua qualidade de vida. O aumento dos sintomas dolorosos desencadeia uma constante busca por medidas terapêuticas que possam amenizá-las. A hidroterapia é um recurso terapêutico na qual a água é usada como meio para a realização de exercícios, proporcionando conforto e relaxamento às gestantes, amenizando as modificações fisiológicas e, em especial as musculoesqueléticas, prevenindo assim complicações nas etapas finais da gestação. Palavras-chave: gestação, fisioterapia, hidroterapia

Abstract

During the pregnancy period are observed several changes physiological alterations and functional in woman. Some of these alterations can result in discomfort and pain in the pregnant woman can triggered limitations during the performance of your activities in your daily life interfered directly in your quality of life. The increase of painful symptoms trigger a constantly search for a therapy measures which might lessen them. The hydrotherapy is a therapeutic resource whom the water is used as way for a exercise realizations provide comfort and relax in the pregnant woman, lessen the physiological modifications specially the musculoskeletal avoided the complications in final stages of a pregnancy. Descriptors: Pregnancy, Physiotherapy, Hydrotherapy.

¹Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. [email protected] ²Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. [email protected]

³Atualmente é Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga – FTGA, Fisioterapeuta – FISIOCLÍNICA S/S LTDA. Fisioterapeuta concursado e responsável na Unidade Básica de Saúde em Cândido Rodrigues. Especialização em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica ligada a Medicina do Esporte (2000). Especialização em R.P.G (Reeducação Postural Global, 1997). Foi Coordenador do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga – FTGA no período de 2007 a 2011. Mestrado em Engenharia de Produção (2013). [email protected]

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Introdução De acordo com Rezende (1998), a gravidez é estabelecida como sendo um episódio na vida normal da mulher; teoricamente a mulher grávida deverá experimentar os reflexos de maior sobrecarga imposta ao funcionamento dos órgãos.

Conhecer o corpo durante a gravidez, especialmente quando à morfologia e ao funcionamento interno e externo dos órgãos envolvidos no processo de gestação e parto, é de fundamental importância para o tratamento fisioterapêutico. Por isso, torna-se indispensável que profissionais da área da saúde como os fisioterapeutas que trabalham diretamente com gestantes tenham um conhecimento básico das estruturas pélvica, muscular e ligamentar, já que o atendimento fisioterapêutico trabalha no exercício dessas funções e das estruturas corporais. (BARACHO et al., 2012, p. 3)

As modificações na gravidez resultam de fatores como: mudanças hormonalmente mediadas no colágeno e no músculo involuntário; aumento de volume total de sangue com o fluxo sanguíneo aumentado para o útero, crescimento do feto resultando a consequente ampliação e deslocamento do útero e também o aumento do peso e as mudanças adaptáveis no centro de gravidade e postura (REZENDE apud ORLANDI, 2004).

Kisner e Colby (2005) apontam que as principais indicações para o exercício aquático incluem: facilitar os exercícios de amplitude de movimento, facilitar atividade com descarga de peso, prover acesso tridimensional ao paciente, facilitar os exercícios cardiovasculares, minimizar o risco de lesões e favorecer o relaxamento ao paciente.

Os equipamentos para utilização da piscina para hidroterapia terão que serosmais adaptáveispossíveisparaagestante,comoovestuário,pisoseoambientequesejaomais harmonioso

possível, para que a gestante possa elaborar suas atividades dentro dapiscina com maiortranquilidadeparaelaeseufeto.Jáaduraçãodosexercíciosteráqueternomínimo entre 45 a 60 min de duração com intervalos de 5 a 7 min. (CAMPION, 2000;KATZ,1999). Segundo Katz

(1999) superaquecimento da água, pois as mudanças cardiorrespiratórias durante a gravidez reduzem a adaptabilidade da grávida aocalor.Agestante corre um risco maior de se ferir com o superaquecimento em situaçõesquea exponham às altas

temperaturas, como em exercícios físicos rigorosos na águaquente.Além disso,obebênãopossuiumsistemaderesfriamento,ofetonãotemmeiosparadissiparocalor.Especial

mentenoiníciodagestação,odesenvolvimentodobebêéafetadoquandoo corpo da gestante é superaquecido.

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Já Polden (2000) afirmam que, exercícios de grandes esforços são contraindicados em gestantes devido à redistribuição seletiva do fluxo sanguíneo que sai dos órgãos esplâncnicos e depois da placenta em direção aos músculos em atividade. Exercícios vigorosos podem ocorrer em algumas mulheres que não estão acostumadas a atividades físicas a um parto prematuro.

Anatomia

Stephenson e O’Connor (2004) afirmam que as alterações fisiológicas durante a vida da mulher são numerosas, ocorrendo em todos os sistemas do corpo. As alterações mais frequentes, no entanto, ocorrem durante e imediatamente após a gestação.

A pelve, formada pelas articulações sacro ilíacas e a sínfise púbica, resguarda e protege o útero gravídico, e durante esta fase sofre modificações fisiológicas e anatômicas importantes. A sínfise púbica, por exemplo, possui um disco inter púbico fibrocartilaginoso, que se torna amolecida pelo hormônio da relaxina, correndo o risco de romper-se com movimentos ousados ou exercícios abruptos (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000)

Segundo Polden & Mantle (2002) a pelve serve como um escudo que oferece proteção aos importantes conteúdos pélvicos, além de servir como suporte para o tronco e constituir a parte óssea do mecanismo pelo qual o peso corporal é transferido aos membros inferiores ao deambular e, ás tuberosidades do ísquio, ao sentar. A pelve consiste de dois ossos ilíacos, o, sacro e o cóccix; estes ossos articulam-se na sínfise púbica, e articulações sacro ilíacas direita e esquerda, lombo sacral, e sacrococcígea para formar um anel ósseo.

Autores, como Baracho (2012), afirmam que, o assoalho pélvico tem como objetivo sustentar os órgãos internos, principalmente o útero, a bexiga e o reto. Proporcionam ação esfincteriana para uretra, a vagina e o reto, além de permitir a passagem do feto, na hora do parto. O assoalho pélvico fecha a cavidade inferior, sendo limitado anteriormente pelo arco púbico e posteriormente pelo cóccix; lateralmente limita-se pelos ramos e ísquios púbicos e pelos ligamentos sacrotuberais existentes entre as tuberosidades isquiáticas e as margens laterais do sacro e do cóccix.

O assoalho pélvico é um conjunto de partes moles que fecham a pelve, sendo formado por músculos, ligamentos e fáscias têm a função sustentar e suspender os órgãos pélvicos (útero, bexiga, ovários) e abdominais, regular excreção e função sexual. (LACERDA,2000).

De acordo com Oliveira (2006) durante a gestação, a musculatura do assoalho pélvico sofre um prolongado teste de resistência ao sustentar, além dos órgãos pélvicos, o bebê, o

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novo útero e todos os demais anexos embrionários (placenta, cordão umbilical, etc.). Normalmente este aumento deve ser de 11 Kg, mas muitas vezes chega a orbitar os 20 Kg.

Para Barros (2006), o crescimento do útero inclina a pelve para frente e, somado à redução do tônus da musculatura abdominal, exige que a coluna se realinhe, principalmente no final dagestação.

O útero sofre alterações de forma, peso, tamanho, posição e consistência durante a gravidez. Normalmente tem cerca de 7 cm de comprimento e pesa 50g. Aumenta cerca de 4 cm por mês, atingindo no final da gravidez cerca de 36cm e 1Kg. No colo do útero forma-se um tampão mucoso (conhecido pelo nome de rolha de Schroeder), cuja finalidade é proteger a cavidade uterina do meio externo. (GONZALEZ et al.,2010, p.113)

O períneo também se torna amolecido, elástico, para facilitar o canal do parto. (GONZALEZ et al.,2010, p.113)

A genitália feminina externa se estende do púbis ao períneo e é formada pelo monte púbico, grandes lábios, pequenos lábios, bulbo do vestíbulo, glândulas vestibulares e clitóris. (BARACHO et al.,2012, p.4)

As mamas encontram-se aumentadas e dolorosas em razão do desenvolvimento e preparo para a lactação. Pode ser observado o aumento da pigmentação da aréola e do mamilo, presença de veias superficiais dilatadas e visíveis, por causa do aumento da vascularização, presença de glândulas sebáceas salientes na aréola, ao redor do mamilo, cuja função é a lubrificação, presença de colostro que pode estar presente desde os primeiros meses de gestação até o quinto dia após o parto. (GONZALEZ et al.,2010,p.112)

Alterações posturais na gestação

O aumento da massa corpórea e das dimensões do corpo da gestante causam um aumento da carga e um desequilíbrio no sistema osteomioarticular, modificando o seu centro de gravidade e provocando uma maior oscilação no centro de força, que levam a um equilíbrio instável e influenciam na biomecânica da postura (OKUNO,2003).

Biomecanicamente, uma das principais causas dessas mudanças na estática e na dinâ- mica do esqueleto da gestante, é o constante crescimento do útero. Sua posição anteriorizada dentro da cavidade abdominal, além do aumento do peso e do tamanho das mamas, são fatores que contribuem para o deslocamento do centro de gravidade da mulher para cima e para frente, podendo acentuar a lordose lombar, promover uma anteversão pélvica e, consequentemente causar dor (MARTINS; SILVA,2005).

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Para Aires (1999), devido à distensão abdominal e às mamas desenvolvidas, o centro de gravidade se desloca para frente fazendo com que a mulher adote uma postura involuntária com lordose da coluna e aumento da base de sustentação.

São aspectos da gestação normal a presença de abdome protuso, marcha gingada e lordose exagerada, para compensar a lordose e manter a linha de visão a gestante aumenta a flexão anterior da coluna cervical, além de andar curvada com abdução dos ombros. (ARTAL; WISWELL; DRINKWATER, 1999).

Além da ação hormonal, as modificações corporais se intensificam com o crescimento uterino que inicia um processo de expansão, ocasionando um aumento das curvaturas ósseas, principalmente a lombar e o complexo ósseo do quadril. A coluna lombar sofre o impacto do peso anterior desenvolvido pelo abdome que estará se expandindo, levando a uma desarmonia das cadeias musculares (FREITAS, 2008). (Figura 4)

O centro de gravidade deslocar-se para cima e para frente, devido o alargamento do útero, aumento das mamas e do peso da mãe e da criança; e em decorrência disto, o corpo 9 compensa com: anteriorização da cabeça; aumento das curvaturas da coluna lombar, dorsal e cervical causando tensão da musculatura paravertebral, acompanhada de protrusão e rotação interna dos ombros; hiperextensão de joelhos e sobrecarga de peso nos pés; aumento da base de sustentação para dar equilíbrio e estabilidade (BARACHO, 2007, MANN et al, 2008, FABRIN; CRODA; OLIVEIRA, 2010)

Alterações fisiológicas e hormonais na gestação

Conhecer os mecanismos de adaptações fisiológicas do organismo materno durante a gestação é uma estratégia muito importante. As modificações fisiológicas envolvem todos os sistemas temporariamente, mas o suficiente para criar situações biológicas, corporais, mentais, espirituais e sociais que deve ser diferenciado entre o normal e o patológico. (BARACHO et al.,2012,p.13)

No período gestacional ocorrem mudanças importantes em todas as funções do organismo materno que deverá formar e nutrir o feto que no útero se desenvolve. (CALDEYRO-BARCIA et al; 2004).

Durante a gravidez, a mulher sofre alterações fisiológicas como o aumento do peso corporal, o aumento do tamanho do coração, mudança no centro de gravidade, aumento do volume plasmático, anemia, aumento da frequência cardíaca, volume de ejeção, diminuição da resistência vascular e periférica. (ROBERGS; ROBERGS,2002).

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Tortora e Gralowiski (2002) apontam que com a gravidez ocorre uma pressão sobre a bexiga urinária, fato este que se dá devido ao aumento do útero, causando assim sintomas urinários, como o aumento da frequência e urgência da micção e incontinência de esforço, o aumento da capacidade de filtração renal, o que permite a eliminação mais rápida de resíduos produzidos pelo feto.

Da descoberta da gravidez até o 3° mês, a fecundação do óvulo coloca o hormônio HCG, que em dupla com a progesterona, desencadeia os sintomas característicos da gravidez: enjoo e vômito, retenção de líquidos, dor nos seios, nas pernas e na barriga e manchas na pele. Os hormônios também fazem o intestino trabalhar mais devagar e respondem pelas alterações de humor. Nessa fase, o comum é engordar até meio quilo por mês. (TORTORA; GRALOWISKI, 2002).

Do 4° ao 6° mês, enjoos e vômitos diminuem ou desaparecem, mas o inchaço nas pernas e nos pés fica mais frequente, porque o crescimento da barriga dificulta a circulação do sangue. O deslocamento do centro de gravidade do corpo leva ao desalinhamento da postura e dores na lombar. Os ajustes hormonais que o corpo precisa fazer e o aumento do volume de sangue no organismo faz o metabolismo ficar mais acelerado. Como consequência, a mulher tem mais fome e mais cansaço. (TORTORA; GRALOWISKI, 2002).

Do 7° ao 9° mês, o bebê pressiona órgãos internos da mulher e ela sente uma série de desconfortos como a falta de ar, azia e sensação de estômago cheio. O mais saudável é ganhar até 1,5 quilo por mês, o saldo final deve ser entre 7 e 12 quilos a mais, ao longo dos nove meses. (TORTORA; GRALOWISKI, 2002).

Chistófalo, Martins e Tumelero (2003) descrevem que as mulheres, no final da gestação, tendem a inclinar o corpo mais para frente, para uma melhor postura de equilíbrio, podendo ocasionar dores nas costas, devido ao esforço das fáscias musculares

De acordo com Fischer (2003), as alterações hormonais produzem mudanças no perfil endócrino que ocorrem durante a gestação, quatro hormônios desempenhamum papel

fundamental para a mãe e para o feto que são: a progesterona, o estrogênio, a gonadotrofina coriônica e a somatomamotropina coriônica. Dois desses são os hormônios sexuais femininos,

estrogênio e progesterona, os quais são secretados pelo ovário, durante o ciclo menstrual normal, passando a ser secretados em grandes quantidades pela placenta durante a gestação.

Asfunçõesdoestrogêniosãopromoveraproliferaçãodedeterminadascélulas,o aumento da vagina, o desenvolvimento dos grandes e pequenos lábios, o crescimento de pelospubianos, o

alargamento pélvico, o crescimento das mamas e de seus elementos glandulares,além de deposição de tecido adiposo em áreas específicas femininas, tais como coxas e

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quadris. Ou seja, o estrogênio é responsável por desenvolver as características sexuais femininas (FISCHER, 2003).

De acordo com Baracho (2012), a função da progesterona é a redução da tonicidade da musculatura lisa em órgãos maternos levando a alterações no estômago, no cólon, bexiga, nos ureteres e nos vasos sanguíneos, aumento da temperatura e gordura corpóreas. Na mama associa-se as células alveolar e glandular, que produzem o leite.

Segundo Costil e Wilmore (2001) a gonadotrofina coriônica é um hormônio cuja função é manter ativo o corpo lúteo durante o primeiro trimestre. Sem o corpo lúteo em atividade, a secreção de progesterona e estrogênio seria afetada e assim o feto cessaria seu desenvolvimento e seria eliminado dentro de poucos dias. Após o primeiro trimestre, a remoção do corpo lúteo já não afeta mais a gravidez, uma vez que a placenta fica responsável pela secreção de estrogênio e progesterona em quantidades muito elevadas. A concentração máxima de gonadotrofina coriônica acontece aproximadamente na oitava semana que é, justamente, o período essencial para impedir a evolução do corpo lúteo.

A somatomamotropina coriônica humana, por sua vez, é um hormônio responsável, principalmente, pela nutrição adequada do feto, diminuindo, dessa forma, a utilização da glicose pela mãe e tornando-a disponível em maior quantidade para o feto. Ocorre também uma mobilização aumentada de ácidos graxos do tecido 11 adiposo materno, elevando a utilização da mesma como fonte de energia em lugar da glicose. Outro efeito desse hormônio é auxiliar o crescimento fetal, efeito esse semelhante ao do hormônio do crescimento, contudo esse efeito é relativamente fraco. (COSTIL; WILMORE,2001).

Conforme Batista (2003) é comum ocorrer aumento dos hormônios adrenais, o que, provavelmente, pode contribuir para o surgimento de estrias róseas de pele. Níveis aumentados de glicocorticoides, estrogênios e progesterona modificam o metabolismo da glicose aumentando assim a necessidade deinsulina.

Propriedades da água e exercícios indicados para gestante

Na flutuação um objeto imerso apresenta menor peso na água do que na terra, há uma força oposta a gravidade atuando sobre o objeto. Essa força chamada de flutuação é igual a uma força para cima gerada pelo volume de H²O deslocado. (RUOTI et al., p.19).

A pressão hidrostática é a pressão exercida sobre objetos em imersão, a proporcionalidade entre profundidade e pressão permite a gestante realizar o exercício com mais facilidade quando está mais perto da superfície. (KISNER;COLBY, 2005, p.259).

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A água a temperatura ambiente, e na maioria das variedades dos seus usos terapêuticos comuns, é um líquido, todos esses líquidos compartilham uma propriedade que é a viscosidade, que se refere a magnitude do atrito interno do líquido. (RUOTI et al., p.23).

Os movimentos realizados na água, reduz o estresse articular, diminuindo o impacto sob as articulações e o risco de lesões, além de a flutuação fornecer suporte completo às gestantes, ajuda a aumentar a amplitude dos movimentos sem a resistência do atrito, auxiliando a movimentação. Os movimentos aquáticos promovem maior controle sobre a frequência cardíaca da mãe e do feto, reduz as varizes, melhora o condicionamento físico, aumenta a resistência muscular e a diurese, além de promover um melhor controle postural que proporciona analgesia lombar. (VALLIM,2005).

São recomendados, ainda, para as gestantes, os exercícios que incluem a combinação de atividades aeróbicas envolvendo grandes grupamentos musculares e atividades que desenvolvem força de determinados músculos. (CHISTOFALO et al., 2003).

Exercícios realizados sob supervisão, adequados para cada época e circunstância gestacional, sendo realizados em ambientes apropriados e para mães motivadas, sem intuitos de competição e/ou desempenho incentivado, são, sem dúvida, benéficos, tanto para mãe quanto para o feto. (Marques e Silva, 1993).

O principal objetivo da hidroterapia para gestantes é promover exercícios que tragam benefícios e sejam seguros, para estimular uma boa postura. Nas sessões serão incluídos exercícios de aquecimento e alongamento dos principais grupos musculares, exercícios para força e resistência muscular, uma sessão aeróbia, resfriamento e alongamentos e relaxamento. (CAMPION et al.,2000, p.300).

Os exercícios de aquecimento foram planejados para mobilizar as articulações, promover a circulação e o aquecimento dos músculos. Esses exercícios devem aumentar gradualmente a frequência cardíaca e a taxa em que sua intensidade aumenta deve estar engrenada ao próprio paciente. Alguns exercícios como levantamento dos calcanhares, dobrar os joelhos, círculos com os ombros, levantamento dos joelhos, são exercícios de aquecimento. (CAMPION et al.,2000, p.301).

Os exercícios de alongamentos são indicados para ajudar no equilíbrio da musculatura dorso-lombar, abdominal e do assoalho pélvico, assim como exercícios respiratórios, por favorecerem uma maior consciência corporal, levando ao relaxamento e auxiliando no parto. (SANTOS et al., 2007).

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Conclusão Pode-se concluir que através das propriedades físicas da água, o empuxo e a pressão hidrostática, juntos, reduzem o peso corpóreo da gestante, auxiliam no retorno venoso e condicionam o coração, diminuindo o risco de lesão musculoesquelético e os edemas gravitacionais. Através das propriedades naturais da água aquecida relaxa e sustenta o peso corporal.

Há diminuição das varizes, controle maior sobre a frequência cardíaca materna, um aumento da diurese, diminuição da formação de edema, alivio sintomatológico doloroso, como as lombalgias, a melhora da circulação de retorno venoso, tanto linfático quanto venosa, reeducação postural, melhora do tônus muscular são alguns dos benefícios que a hidroterapia pode oferecer na face gestacional. Entretanto as atividades exercidas no período pré-natal a maioria dos autores citam que só poderão ser feitas após os 3 meses gestacional. Sendo comprovado a eficiência da hidroterapia, sendo adequada a gestante no período especifico de vida das mulheresgestantes.

Concluímos também que há muitos benefícios que a hidroterapia causa na mãe no feto, que são de grande importância na hora do parto e no bem-estar da gestante. Além de aliviar tensões do dia a dia, no controle de ganho de peso durante a gestação, na circulação, na respiração, reduz o risco de lesões, melhora dores lombares entre vários outros benefícios. Os exercícios pré-natais na água são fornecidos para proporcionar uma sensação de bem-estar e nos momentos de desconforto. Tem benefícios também quando a gestante apresenta lombalgia, pois diminui a dor, por meio da água aquecida que reduz a sensibilidade das terminações nervosas sensitivas, promovendo um relaxamento muscular geral, reduzindo a sensibilidade à dor, reduzindo espasmos musculares e consequentemente melhorando o equilíbrio epostura.

Referências

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Intervenção da Fisioterapia na Microcefalia

Resumo

Taís Caroline Escudeiro Seti1

Tânia Mara Estinati Araújo2

Gustavo Naxara Oscko3

Este trabalho relata a atuação da fisioterapia nas crianças de zero a três anos de idade acometidas pela microcefalia, por meio de revisão bibliográfica. Intervenções já estudadas servirão de auxílio para fisioterapeutas como guia para o tratamento neurológico na população estudada. A microcefalia é uma condição neurológica que se caracteriza por anormalidades no crescimento do cérebro dentro da caixa craniana, acarretando disfunções neurológicas e anormalidades no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Esta patologia apesar de muito antiga, era até então pouco estudada, provavelmente devido à baixa incidência. Com a mudança do quadro epidemiológico, o que se observa é a falta de profissionais habilitados para tratar estas crianças, incluindo o fisioterapeuta. O intuito desse trabalho é fornecer alternativas de tratamento aos profissionais . Palavras-chave: Microcefalia – Tratamento - Fisioterapia

Abstract This work reports the performance of physical therapy in children from zero to three years of

age affected by microcephaly, through a bibliographic review. Interventions already studied will serve as aids for physiotherapists as a guide for neurological treatment in the studied population. Microcephaly is a neurological condition that is characterized by abnormalities in brain growth within the cranial cavity, causing neurological dysfunctions and abnormalities in the child's neuropsychomotor development. This pathology, although very old, was until then little studied, probably due to the low incidence. With the change in the epidemiological picture, what is observed is the lack of professionals qualified to treat these children, including the physiotherapist. The purpose of this paper is to provide alternatives for treatment toprofessionals.

Keywords: Microcephaly – Treatment – Physiotherapy

1 Graduando do Curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA. [email protected] 2 Graduando do Curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA. [email protected] 3 Professor Me. do Curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA [email protected]

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Introdução

Para Fonseca et al. (2006, p. 60), a microcefalia é definida como uma importante diminuição da circunferência cefálica, sendo inferior ao percentil 5 ou 2 desvios-padrão abaixo da média. Geralmente é detectada após 24 semanas, fazendo com que o diagnóstico seja mais fácil com o avançar dagestação.

Nos últimos três anos cerca de 1,2 mil bebês (até 8% do total analisado) nasceram com a patologia, uma média de 400 registros ao ano. Hoje, o Ministério da Saúde investiga cerca de 3,8 mil casos suspeitos da doença destes, 462 já foram confirmados. (BRETAS, 2016)

Esta patologia decorre de uma produção baixa de neurônios durante a embriogênese, que pode estar associada ou não a alterações estruturais. (EINA, 2016). Portadores de microcefalia podem apresentar além da deformidade craniofacial, característica do transtorno, déficit intelectual, atraso nas funções motoras e de fala, distorções faciais, nanismo ou baixa estatura, hiperatividade, epilepsia, dificuldades de coordenação e equilíbrio, dentre outras alterações neurológicas.(BRUNA,2015)

A microcefalia não apresenta tratamento, mas existem métodos para amenizar os efeitos da sua ocorrência, no que diz respeito ao desenvolvimento neuropsicomotor da criança, principalmente entre zero e três anos, que é o intervalo considerado de maior importância para iniciar a estimulação precoce na criança diagnosticada com a patologia. Como não é possível reverter o quadro da doença depois de instalado, o que se deve fazer é utilizar terapias que venham melhorar a qualidade de vida da criança. (TECKLIN,2002)

A Fisioterapia representa um papel importante na vida da criança com microcefalia, pois atua de forma preventiva e interventiva por meio da estimulação precoce; da prescrição de equipamentos auxiliares quando preciso; da integração sensorial; da terapia lúdica; da tecnologia assistida; da orientação familiar e; por fim no que se diz respeito às orientações para que a inclusão escolar aconteça. (TECKLIN,2002)

Microcefalia

A microcefalia tem como definição “Perímetro Cefálico menor que 2 desvios-padrão (DP) abaixo da média em relação à crianças do mesmo sexo e idade.” (HARRIS, 2013).

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Ascriançacommicrocefaliageralmenteapresentamalgunstiposdedeficiência,incluindo

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déficit intelectual e atraso no desenvolvimento neurológico. (VON DER HAGEN et al., 2014). Entretanto, pode-se encontrar cérebros dentro desses padrões exibindo um QI normal. (EINA,2016)

Apesar da definição não ser padronizada, há consenso quanto a ocorrência de um perímetro cefálico (PC) abaixo do padrão das curvas apropriadas para idade e gênero. Um PC baixo indica, de modo geral, um cérebro pequeno. Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. (Protocolo Epidemiológico Microcefalia)

Etiologia

A microcefalia decorre de uma produção baixa de neurônios durante a embriogênese, que pode ou não estar associada a alterações estruturais. Pode ser por causa genética ou insultos por infecção, toxicidade, problemas circulatórios, drogas, etc., que ocorrem durante a gestação ou mesmo precocemente na vida pós-natal. Em geral está associada a outras anormalidades cerebrais. (EINA, 2016)

Incidência

Nos últimos três anos, cerca de 1,2 mil bebês (até 8% do total analisado) nasceram com a patologia – uma média de 400 registros ao ano.

Hoje, o Ministério da Saúde investiga cerca de 3,8 mil casos suspeitos da doença – onde, 462 já confirmados.

Isso revela que o surto atual já é parte da realidade do brasileiro há um bom tempo. (BRETAS, 2016)

Diagnóstico/Prognóstico

O diagnóstico da microcefalia intra-útero é feito quando a medida da circunferência cefálica (CC) é inferior a 2 desvios padrões (DP) do limite inferior da curva de normalidade para a idade gestacional, e o diagnóstico de microcefalia em bebês que nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que é habitualmente maior que 33 cm.(XIMENES, 2015)

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Tratamento multidisciplinar

O diagnóstico de microcefalia pode despertar nos pais uma série de emoções, como medo, preocupação, tristeza e culpa, portanto é importante buscar ajuda de uma equipe profissional de confiança. Os pais são orientados a procurar médicos, professores e terapeutas de sua confiança. (GUERREIRO, 2013)

Fisioterapia na Microcefalia

Para que o fisioterapeuta possa atuar de maneira eficaz na população diagnosticada, este deve ser capaz de reconhecer os processos do desenvolvimento neuropsicomotor da criança, usando de modelos teóricos que possam embasar sua prática, apoiados em uma formação apropriada para usarem das melhores estratégias de avaliação e tratamento para minimizar as deficiências e promover o máximo de independência e qualidade de vida para essas crianças (KANDEL et al., 2014).

A fisioterapia neurofuncional julga atualmente o sistema sensoriomotor como um sistema de percepção/ação que explora ativamente o meio ambiente para satisfazer seus próprios objetivos de forma dinâmica. (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).

Os processos de aprendizagem e controle motor, as avaliações e intervenções feitas pelo fisioterapeuta neurofuncional, são baseados nos avanços da neurociência, no surgimento de novas teorias do aprendizado e controle motor e na compreensão da neuroplasticidade. O aprendizado motor, o controle motor e a neuroplasticidades são resultados da interação indivíduo, ambiente e tarefa.

Desta maneira, a fisioterapia neurofuncional em pediatria é primordial para possibilitar à criança a ganhar habilidades motoras e interação com o ambiente, prevenindo ainda deformidades e contraturas que podem piorar seu quadro motor e comprometer outros sistemas. Evidências na literatura mostram que a intervenção precoce, a prática, a repetição, a motivação, a experiência e o ambiente enriquecido favorecem o processo de neuroplasticidade, isto é, às mudanças estruturais no sistema nervoso na organização e na quantidade de conexões entre os neurônios (BASU, 2014; CARR; SHEPHERD,2003).

Para uma boa intervenção precoce, deve-se considerar que os melhores instrumentos

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preditivos são idade-dependentes (CAMPBEL et al., 2008).

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Com base na avaliação, o fisioterapeuta deve ser capaz de identificar o principal problema, e a partir daí traçar o seu diagnóstico, estabelecer metas e coletar dados para determinar os resultados obtidos com a intervenção. De acordo com os dados coletados durante a avaliação, é importante oferecer orientações aos cuidadores. Para relatar a evolução do paciente, são recomendadas avaliações periódicas (CARR; SHEPHERD, 2003).

As estratégias de tratamento fisioterapêutico devem fazer com que a criança entenda a terapia como tratamento, porém que não seja uma tortura para a mesma, e sim uma motivação. Uma das maneiras de se alcançar isto, é usando de estratégias lúdicas, onde o objetivo principal é fazer a criança repetir as tarefas propostas fornecendo vários tipos de feedback como o conhecimento de resultado e de desempenho e não a deixando perder a motivação (CARR; SHEPHERD,2003).

Estimulação Precoce

É no período de 0 a 3 anos que o indivíduo é mais suscetível a transformações provocadas pelo ambiente externo, por esse motivo, a plasticidade neural fundamenta e justifica a intervenção precoce para bebês que mostram risco potencial de atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. (LIMA; FONSECA, 2004)

O ponto de partida do tratamento são os eventos plásticos de reorganização que ocorrem em decorrência de uma lesão cerebral, no qual os estímulos sensitivo-motores devem ser conduzidos do mais simples até que alcancem, através do aumento progressivo no grau de dificuldades, uma complexidade funcional maior. (FORMIGA; PEDRAZZANI; TUDELA, 2010, p.46)

Segundo Tudella et al, 2004, quando o tratamento é iniciado pecocemente, até o quinto mês de idade, em crianças com diagnóstico de paralisia cerebral, há significamente mais benefícios ao desenvolvimento neuromotor em comparação ao tratamento realizado após essa idade.

Formiga, Pedrazzani e Tudela (2010), estabaleceram as principais metas de uma programa de intervenção precoce, nas quais compreendem:

1. Por meio da estimulação em nível ambulatorial e também em seu ambiente natural, aumentar o potencial de cada criança inserida no programa, estabelecendo o ritmo e a

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velocidade dos estímulos, e apontando, na medida do possível, um perfil de reação. 2. Fortalecer a ajuda dos pais ou responsáveis, fazendo com que eles interajam com a

criança de forma a estabelecer mutualidade precoce na comunicação e afeto, prevenindo de patologias emocionais ecinestésicas.

3. Fornecer um ambiente agradável para a realização das atividades que são necessárias para o desenvolvimento dacriança.

4. Orientar os pais e a comunidade sobre as possibilidades de acompanhamento desde o período neonatal até a faseescolar.

5. Articular um modelo de atuação multiprofissional einterdisciplinar. 6. Dissipar informações encorajando e auxiliando a criação de novos programas de

estimulaçãoprecoce. É por meio da abordagem proprioceptiva que irá ocorrer a estimulação das funções

motoras, visando proporcionar a sensação de onde se localizam as partes de seu próprio corpo, no espaço, com maior diversidade de experiências sensitivas/motoras e favorecendo praxias do sistema sensório motor oral e do próprio toque. (BARATA; BRANCO,2010)

O estímulo deve ser iniciado o quanto antes, pois quanto mais tarde a estimulação, mais defasado estará o seu desenvolvimento motor, em conjunto com a perda na área sensorial, resultando na perda da noção do espaço, esquema corporal, percepção, que poderá ajudar na falta de atenção ou dificuldades cognitivas. (Ministério daSaúde)

A meta principal da estimulação precoce é se beneficiar desse período crítico para estimular a criança a ampliar suas competências, tendo como referência os marcos do desenvolvimento típico e desta forma, diminuindo os efeitos negativos de uma história de riscos. (PAINEIRAS, 2005)

Assim como o aprendizado, a recuperação da função pode ser caracterizada por uma continuidade de mudanças funcionais a curto prazo que ocorrem no momento após a lesão, para mudanças estruturais a longo prazo como o remapeamento do córtex sensorial ou motor.

O cérebro é mais plástico e receptivo a intervenções nas lesões cerebrais no início da vida comparado a lesões na idade adulta (YANG et al., 2013).

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Segundo KOLB et al., 2001, geralmente o cérebro é especialmente plástico após a conclusão da migração neuronal durante os processos de crescimento e formação de sinapses estão altamente ativos. HADDERS-ALGRA, 2001, diz que isso quer dizer que uma elevada plasticidade pode ser esperada até 6 a 8 meses após o nascimento do bebê a termo. Segundo YANG et al., 2013 e BASU, 2014, este período é essencial para uma recuperação funcional mais próxima possível do normal, indicando que o quanto antes é a intervenção, melhor o prognóstico.

Quando iniciados antes do 9º mês de vida, os programas terapêuticos apresentam maiores ganhos nas habilidades motoras e pessoais comparados a programas iniciados mais tardiamente (SHONKOFF; HAUSER-CRAM, 1987; SHARKEY et al., 1990).

O maior objetivo da estimulação precoce é desenvolver e potencializar, por meio de exercícios, jogos, atividades, técnicas e demais recursos, as atividades do cérebro das crianças, beneficiando seu lado intelectual, físico e afetivo. O estímulo precoce deve visar a estimulação de atividades funcionais ou atividades onde a criança consiga ver algum objetivo para o exercício praticado. Este tipo de atividade beneficia a motivação, a repetição e a tranferência daquela atividade a outras situações do dia a dia da criança (CARR; SHEPHERD,2003).

O tipo de intervenção fisioterapêutica benéfica em crianças prematuras é diferente da intervenção eficaz em crianças que tenham nascido a termo. Os bebês prematuras se beneficiam mais de intervenções que imitem o ambiente intrauterino, já os bebês a termo, de intervenções específicas por meio de tarefa orientada. Isto é, o tipo de intervenção e o grau de maturação do SNC interferem no resultado motor da criança (BLAUW-HOSPERS; HADDERS-ALGRA, 2005).

Prescrição de Equipamentos Auxiliares

O fisioterapeuta é responsável pela indicação do uso de órteses para a manutenção do alinhamento biomecânico, facilitando assim a execução de algumas tarefas motoras, além de prevenir encurtamentos e deformidades futuras. É importante lembrar que o quanto antes esses equipamentos forem usados e as intervenções fisioterapêuticas forem realizadas, melhor será o prognóstico da criança. (ULRICH et al.,2001)

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Tecnologia Assistida

Por meio de testes e escalas de desenvolvimento padronizados, são detectados precocemente alterações, levando a uma intervenção terapeutica mais rápida e eficaz. As escalas de desenvolvimento fornecem valiosas informações sobre o npivel de operação da criança ou sobre os marcos alcançados por ela. (FORMIGA; PEDRAZZANI; TUDELA, 2010) As avaliações são realizadas por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fisiatras e nerologistas.

Os testes tem como principal contribuição quantificar e qualificar o desempenho motor em diferentes domínios, e isso permite ao avaliador metas mais realísticas de tratamento, nortear ações terapêuticas com eficiência e eficácia e demonstrar objetivamente para a família os ganhos alcançados pela criança. (Ministério daSaúde)

Os principais aspectos avaliados são sinais neurológicos precoces anormais no período neonatal; as aquisições motoras de crianças em diferentes faixas etárias; a qualidade do movimento, controle e alinhamento postural, equilíbrio e coordenação e até o desempenho funcional de crianças na realização das atividades de vida diária. (Ministério da Saúde)

Instrumentos mais utilizados para avaliação do desenvolvimento motor: Test os Infant Motor Performance(Timp) Avalia a postura e o movimento infantil, pode ser utilizado em recém-nascidos de 32

semanas de idade gestacional até quatro meses de idade corrigidal. <https://www.infantmotortest.com/>

Alberta Infant Motor Scales(Aims) O objetivo do teste é avaliar as aquisições motoras de criança até os 18 meses de idade. Motor Assesment os The Developmental Infant (Mai) (PIPER; DARRAH,1994) Avalia o desenvolvimento motor de crianças até um ano de idade, que mostram alto risco

para distúrbios motores, como contribuição para estabelecimento de base para intervenção preoce.

General Movements(GM)

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Proposta por Precchetl e Beintema, 1977, onde se constitui em um exame neurológico utilizado para avaliação do RN, com o intuito de detectar precocemente sinais neurológicos anormais no período neonatal.

Terapia Lúdica

Para que a criança obtenha outras habilidades motoras, é importante trabalhar os componentes do movimento necessários para a tarefa que lhe foi designada. O fisioterapeuta deve usar de estratégias que estimulem a execução da tarefa de maneira independente. O fisioterapeuta deve ter flexibilidade para atender crianças na faixa etária de 0-3 anos. O uso de equipamentos como rolos, bolas, bancos e espelhos pode ser bem vindos para aumentar o feedback fornecido a criança e ajudá-la na realização da tarefa. O treinamento muscular pode ser potencializado com o usado de resistência ao movimento, mudança nas características dos objetivos utilizados para a realização da tarefa. (UYANIK et al., 2010)

Segundo CARR; SHEPHERD, 2003, o treinamento realizado com a criança deve ser o mais semelhante possível à função almejada. Para SHUMWAY- COOK e WOOLLACOTT, 2003, é necessário que o treinamento da tarefa seja repetido várias vezes e com a maior freqüência possível no mesmo atendimento, para que as mudanças plásticas geradas pela intervenção ativa específica se consolidem. GOBBO e O’MARA, 2004, afirmam que o ambiente deve ser enriquecido, estimulando e desafiando a criança para a execução da atividade específica.

Segundo Formiga, Pedrazzani e Tudela, 2010, o contato da criança com o corpo do fisioterapeuta é importante, das pessoas que estão ao seu redor, os brinquedos e brincadeiras, dando a criança o apoio afetivo, a segurança e o equilíbrio de que lhe é necessário para crescer em harmonia com o meio em que vive. Para que isso ocorre, é necessário observar que a quantidade de estímulos utilizados deve estar estreitamente relacionada à capacidade, ao interesse e às possibilidades de cada criança. A criança não deve ser forçada e nem cansada, pois nessa relação é essencial ter reconhecimento de suas necessidades e da medida exata de estímulos parasuprí-las.

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Orientação e Participação da Família

A família está diretamente ligada ao processo de recuperação funcional da criança, as crianças que convivem em ambientes pouco estimulantes apresentam piora no seu prognóstico funcional (FINNIE, 2000).

Algumas considerações

Este trabalho evidenciou que a importância da fisioterapia no tratamento da criança com microcefalia se mostra mais eficaz quando a estimulação precoce é realizada entre 0 e 3 anos.

Além de todo conhecimento técnico necessário para que o tratamento seja realizado com êxito, os responsáveis pelos pacientes deverão ser orientados pelo fisioterapeuta quanto a inclusão social.

Referências

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Parecer sobre estimulação precoce e microcefalia, 2016. Disponível em:<http://abrafin.org.br/wp-content/uploads/2015/02/PARECER-MICROCEFALIA.pdf>. Acesso em: 10 de junho 2016. PERNAMBUCO. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. Protocolo Clínico e Epidemiológico para investigação de casos de microcefalia no estado de Pernambuco. Versão N° 02. Pernambuco: Secretaria Estadual de Saúde, 2015. 42p. TECKLIN, J.S. Fisioterapia Pediátrica - Tecklin. 3ª Edição.São Paulo: Artmed, 2002 XIMENES, Renato. Diagnóstico de microcefalia: informações importantes, 2015. Disponível em:<http://cbr.org.br/diagnostico-de-microcefalia-informacoes-importantes/>. Acesso em: 26 de abril 2016.

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ÉTICA NA UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIA E REDES

SOCIAIS NO AMBIENTE CORPORATIVO

Alessandra Matias da Silva1

Sara Mesquita Pinotti2 Orientador: Profº. Dr. Eduardo José Aloia3

RESUMO Mídias como Facebook, twiter, blogs, entre outras se aperfeiçoaram e se tornaram ferramentas úteis para as empresas que aderiram à essas tecnologias, devido ao fato de economizarem tempo, dinheiro e auxiliarem na educação, no cotidiano e no trabalho das pessoas e das organizações, o que proporciona o aumento da qualidade dos serviços ou produtos oferecidos e como consequentemente agrada aos clientes. Este trabalho se propõe a apresentar como as mídias sociais invadiram o cotidiano das pessoas e das corporações. Com isto em mente, as redes sociais são apresentadas, mostrando como elas podem servir de ferramentas para as empresas crescerem e se destacarem no competitivo mercado de trabalho, suas vantagens e desvantagens, e as mudanças na forma de gestão e as análises de conteúdo em redes sociais como instrumento de pesquisa.Qualidades importantes das mídias sociais que apresentam diferenciais competitivos às empresas foram discutidos, especificamente como elas otimizam tempo, possibilitam um atendimento mais eficiente, diminuem custos e ainda possibilitam às empresas encontrarem clientes em potencial em qualquer lugar do mundo.

Palavras-chave: mídias sociais, empresas, ferramentas.

1 Aluna do 8º Período do curso Superior de Administração da Faculdade de Taquaritinga. [email protected] 2 Aluna do 8º Período do curso Superior de Administração da Faculdade de Taquaritinga. [email protected] 3 Professor Doutor, do curso Superior de Administração da Faculdade de [email protected]

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2

ABSTRACT

Media like Facebook, Twitter, Blogspot, Wordpress, among others, have improved and become useful tools for companies that joined to this technologies, due to the fact that save time, money and assist in education, daily life and work of people and organizations, which provides increased quality of services or products offered and consequently appeals to customers. This study aims to present how social media invaded the daily lives of individuals and corporations. With this in mind, social networks are presented, showing how they can serve as tools for companies to grow and excel in the competitive job market, their advantages and disadvantages, and the changes in management and content analysis in networks social as a research tool. Important qualities of social media that have competitive advantages companies were discussed, specifically how they optimize time, enable a more efficient service, reduce costs and enable companies to meet potential customers anywhere in the world.

Key – words: social medias, companys, tools.

INTRODUÇÃO A evolução do mundo tecnológico exige que as corporações adotem várias mídias que até então eram utilizadas apenas para uso pessoal. Isso as ajuda a melhorar seu contato com os clientes, a promover negócios e a publicidade se tornou praticamente gratuita. Hoje em dia, a empresa que não se “digitalizar” vai se tornarobsoleta.

Além disso, esse avanço da tecnologia possibilitou o envio e o acesso imediato de informações. Acontecimentos sociais, crises políticas, racismo, preconceito de todas as espécies e opiniões que podem gerar prejuízo ou que denigrem a imagem de outras pessoas são a todo o momento objeto de postagem nas mais variadas redessociais.

As redes sociais como facebook, twiter, instagram, entre outras, possibilitam uma conexão de 24 horas na vida das pessoas, ocupando mentes e tempos, assim como todas as opiniões sobre quaisquer assuntos são imediatamente divulgadas.

Não só opiniões são divulgadas, mas também qualquer fato ou ato são divulgados, como um acidente, o almoço de alguém, ou a ida ao banho, o famoso “partiu banho”. Dessa forma a vida das pessoas resta quase totalmente exposta.

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3 Essas informações ainda que pareçam inúteis ou inofensivas podem ser usadas a

favor ou contra quem as emitem? As empresas separam vida e opiniões pessoais da vida profissional?

O mercado profissional está cada vez mais competitivo e as empresas mais exigentes, com capacidade de observar os atos de qualquer candidato por meio das redes sociais.

METODOLOGIA Na elaboração deste trabalho foi utilizada revisão bibliográfica disponível relacionada ao tema. Também foram utilizadas imagens parailustração.

1. AS MUDANÇAS E TRANSFORMAÇÕES NASORGANIZAÇÕES Segundo Chiavenato (2010, p. 2-34), as organizações para que não se tornem obsoletas devem acompanhar a ágil e intensa mudança que ocorre no mundo tecnológico, econômico e social.

As mudanças organizacionais podem ser classificadas como: A Era Industrial Clássica, a Era Industrial Neoclássica e a Era da Informação.

A primeira se desenvolveu a partir da industrialização, fase na qual as pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente com outros recursos como máquinas, capital etc. A segunda, surgiu à partir da década de 1950, época em que surgiu o departamento de Recursos Humanos, e se estendeu até a década de 1990, tornando o modelo estruturalista baseado na velocidade do progresso com abertura de comércios e indústrias,modelo na qual os funcionários foram considerados como recursofuncional.

E a terceira, a “Era da Informação” se iniciou na década de 1990. Nessa época houve uma mudança na arte da tecnologia, incluindo a modernização dos aparelhos telefônicos, televisões e computadores cada vez mais diversificados, exigindo que a equipe produza seus serviços em tempo real e com destaque diante de um mercado competitivo. (CHIAVENATO, 2010, p. 34-38).

Nesta última concepção, as pessoas deixam de ser simples recursos (humanos), para se tornarem seres dotados de inteligência, capacidade, criatividade, conhecimento,

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4 habilidades, personalidades que não só compõem uma estrutura organizacional, mas caracterizam a inovação em um processo global de reestruturações mercadológicas.

1.1 A Gestão na Era da Informação Chiavenato (2010, p. 37-40) menciona a era da informação como a explosiva expansão das tecnologias. Com aparelhos cada vez mais evoluídos, as informações cruzam os continentes em milésimos de segundos. Surge então as organizações virtuais, que não são limitadas pelo tempo, espaço ou distância, ou seja, as pessoas podem trabalhar em qualquer lugar ou em casa por exemplo, em tempo real. Os gerentes devem buscar conhecimento e inovações para poder liderar na era digital.

As pessoas agora são parceiras da organização, com colaboração ativa e eficaz no propósito e crescimento da empresa e acompanhamento da ágil mudança da tecnologia, garantindo destaque da concorrência com inteligência, habilidades, conhecimentos e capacidades para desenvolver tecnologias que podem ajudar no crescimento sustentável das empresas.

2. O IMPACTO DAS TECNOLOGIAS NOCOTIDIANO 2.1 A influência das Tecnologias de Informação na vida daspessoas

Barbosa; Silva (2010, p. 02) afirmam que as tecnologias estão evoluindo muito rápido, causando impacto nas nossas vidas e tornando-a dependentes dela. É difícil encontrar pessoas que ainda não tenham tido acesso à internet, independente da classe social.

Citando algumas evoluções temos os aparelhos eletrônicos que utilizamos no dia-a- dia, a máquina fotográfica, as máquinas de lavar louças, ou roupas, o forno micro-ondas. Esses aparelhos possuem várias funções que podem ser controladas facilmente, apenas com botõesdigitais.

Os jogos eletrônicos com imagem em 3D, de impressionantemente semelhança com

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o real e difícil a percepção de erros, os aparelhos de TV digital, os carros completamente automatizados com função de voz e comando (BARBOSA; SILVA, 2010,p.02).

Na área da saúde vimos a crescente tecnologia nos aparelhos para exames e

diagnósticos em alta definição e até para realizar cirurgias a laser sem a necessidade de incisãocirúrgica.

As contas mensais como as de energia elétrica, água, cartão de crédito ou qualquer outro boleto que podem ser impressos, acessados em casa ou em qualquer lugar e podem ser pagos em bancos, casas lotéricas, pelo caixa eletrônico de qualquer agência bancária, ou até mesmo pelo celular (BARBOSA; SILVA, 2010).

Figura 1: Pagamento de contas pelo celular

Fonte:Oliveto, 2015.www.oimparcial.com.br

Qualquer objeto pode ser observado em forma de tamanho, cor, material, etc., e comprados de qualquer aparelho eletrônico como computador, tablet, ou celular, em qualquer lugar do mundo, bem como a realização das compras podem ser feitas sem sair de casa ou até mesmo no período de trabalho, e chegam ao endereço desejado.(BARBOSA; SILVA,2010)

2.2 A influência das Tecnologias de Informação naeducação Na educação a tecnologia criou mais conteúdos didáticos como: e-books, artigos, jornais, conteúdos de concursos públicos com ampla quantidade de materiais, vídeos, exploração de atividades virtuais, e muitas atividades que podem ser assinadas mensalmente e adquiridas pela internet (BARBOSA; SILVA,2010, p. 03).

Ensinam ainda Barbosa; Silva (2010), que um curso superior pode ser realizado

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desdeainscriçãoatéarealizaçãodesuasaulasàdistânciaeemtemporealatravésdevídeo-

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aulas. “A Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de criar uma universidade on-line de ensino a distância em escala mundial: a University of the People.”

2.3 A influência das Tecnologias de Informação notrabalho Pedimos licença para mais uma vez mencionar a avassaladora presença das mídias virtuais na vida de muita, muita gente.

A popularidade das mídias sociais tem se espalhado como fogo incontrolável nos últimos anos. Assim como fogo pode causar pânico por causa de seus movimentos caóticos e aleatórios, os efeitos ondulatórios dessa tecnologia estão surpreendendo muitos líderes organizacionais” (JUE; MARR; KASSOTAKIS, 2011, p. 03).

Como exemplo, daremos o caso da Emergent Solutions, Inc.4. Nesta empresa, as mídias sociais têm papel importante, como relata a diretora administrativa Chris Cavanaugh- Simmons:

Precisamente um ano atrás, as circunstâncias me forçavam a olhar para as mídias sociais. Um conhecido me disse que eu deveria explorar os sites de relacionamento social e as wikis e também recomendou que eu aprendesse mais sobre elas. A primeira coisa que me inspirou foi o fato de as metas da Emergent Solutions combinarem perfeitamente com os princípios de uma wiki: estar aberto, trabalhar conjuntamente, compartilhar e agir globalmente. Aí eu de fato me interessei em quais eram as possibilidades a ser exploradas. (JUE et al, 2011, p. 139/140).

O uso das mídias sociais otimizou os processos internos da empresa, influindo até no

tempo em que seus funcionários precisavam permanecer na empresa e tornou o atendimento ao cliente muito mais rápido, eficiente e com nível de qualidade mais alto. (JUE et at., 2011, p.141).

4 A Emergent Solutions, Inc., é uma empresa global líder em consultoria de desenvolvimento sediada em Palo Alto, Califórnia.

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3. MÍDIASVIRTUAIS

As comunidades virtuais têm transformado o acesso a comunicação, podendo as pessoas ter acesso às conversações em qualquer lugar, por exemplo, no trabalho, dentro do ônibus, nas ruas, ou em qualquer outro lugar, na forma de textos, imagens vídeos, através de aparelhos eletrônicos.(BARBOSA; SILVA,2010, p.03).

Nas empresas, as redes sociais são utilizadas como meio de comunicação de marketing, para divulgação e vendas de seus produtos ou serviços.

3.1 ConceitosBásicos

Para Goulart (2014, p. 14), as mídias sociais surgiram das ferramentas vindas da Web 2.0, que é um programa de aperfeiçoamento de sistemas existentes no surgimento da web nos anos 90. A Web 2.0 se caracteriza por desenvolver programas de relacionamentos entre as pessoas e troca de conteúdo entreelas.

Mídias, segundo o dicionário Michaelis (2009), significam “um veículo de comunicação de divulgação de informações e propagandas, podendo ser por meio de jornais, revistas, televisão, celulares, computadores”. É um instrumento de agrupamento de pessoas de forma individual ou coletiva, podendo ser por meio de um site ou comunidades virtuais.(GOULART,2014, p.15).

As mídias sociais possuem diversas características, como a de participação de qualquer pessoa de qualquer classe social, desde que tenha acesso a um aparelho eletrônico com internet; O acesso (limitado) à páginas de outras pessoas, à conversação, que pode ser unidirecional ou multidirecional, ou seja, as conversas podem ser diretamente a uma única pessoa, ou a um grupo de pessoas, as comunidades são criadas por interesse pessoal ou por grupos como de colaboração mútua, e por fim, a facilidade da conectividade entre diversas mídias sociais.(GOULART,2014, p.15).

3.2 Tipos de MídiasSociais As mídias sociais, conforme já citado antes, são páginas ou ambientes on-line de interação e agrupamento de pessoas, e divulgação de marketing e propagandas, tantos

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pessoais como empresariais. Elas podem ser classificadas de acordo com sua finalidade ou funções a elas associadas. Para Goulart (2014, p. 16-18), elas podem ser classificadascomo:

3.2.1 Redes sociaisvirtuais:

São redes on-line que permitem a criação de páginas pessoais ou grupais, e que podem compartilhar conteúdos profissionais ou para familiares, podendo ser optativo o compartilhamento de modo privativo ou público, como por exemplo, o Facebook e o MySpace.

3.2.2 Blogs:

Os blogs são como “jornais ou revistas on-line”, na qual qualquer pessoa ou empresa pode publicar as suas recentes informações, e os leitores podem comentar sobre o assunto, Blogspot e o Wordpress.

3.2.3 Wiks:

Os Wikis são sites construídos para a editoração de conteúdos geralmente educativos.Os textos são adicionados pelo dono do site mas podem ser modificados por qualquer leitor para completa formação dos conteúdos, como por exemplo a Wikipedia.

3.2.4 Podcads:

São sites para a disponibilização de conteúdos em áudio como por exemplo rádios, que são gravados e podem ser ouvidos em momentos diversos, como a CBN.

3.2.5 Fóruns:

É uma área de conversações on-line para disponibilidade discussões de qualquer finalidade.

3.2.6 Comunidades deconteúdo:

São ambientes on-line destinados à inserção de conteúdo específico. Esses sistemas podem ser públicos, ou privativos, com acesso somente as pessoas integrantes do grupo.

3.2.7 Microblogs:

É uma combinação de redes sociais virtuais e blogs, como o Twiter, destinado a adolescentes, para postarem suas atividades pessoais, as mensagens são curtas e podem ser integrados em sistema de telefonia móvel.

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Figura 2: Mídias Sociais 9

Fonte: Silva, 2015. http://www.e-commercebrasil.org/

3.3 Vantagens Esclarece Goulart (2014, p. 21-22) que a grande quantidade de informações que são depositadas nas mídias pelos usuários, podem trazer vantagens para muitos e para as empresas.

Uma das vantagens é a liberdade de se comunicar. Essa comunicação pode ser formal ou informal, mas sendo um marketing feito de forma criativa e de fácil convencimento, pode favorecer o aumento significativo de lucro e da rentabilidadefavorável.

As vantagens de criar páginas na web é poder divulgar as informações com conteúdo importantes, atrair pessoas a procedimentos que garantem bons resultados. Não precisa ser um especialista em informática para conseguir criar páginas para divulgação de seus projetos e suas vendas, uma ideia logo cria repercussão e sugestões nas mídias.(GOULART,2014, p. 22).

O ato de contribuição pode ser feito de diversos níveis e objetivos, por exemplo, aspessoas se utilizam de comunidades virtuais para a coleta de opiniões, idéias e como uma

forma de ajudar grupos ou pessoas que demonstrem necessidades. Já as empresas demonstram participação de inclusão e responsabilidade social para com a humanidade e o meio ambiente.

Compartilhar postagens é um tipo de interação que traz satisfação, umsentimento de realização, mesmo quando é algo somente para mostrar para os outros usuários. Informações, propagandas e marketing são gratuitamente publicados. (GOULART,2014, p. 23).

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10 A colaboração entre grupos de ajudar uns aos outros, as ações em conjunto ajuda na

disseminação dos projetos de marketing das empresas, favorecendo a ligeira propagação de seus novos produtos e de suas novas tecnologias.

3.4 Desvantagens Assevera Goulart (2014, p. 23) que, em meio a tantas vantagens de se utilizar as mídias sociais, elas têm possibilitado uma grande abertura de divulgação de informações pessoais ou coletivas. Quando mal utilizada, ela pode trazer malefícios que podem durar uma vida toda, por exemplo: uma pessoa que posta suas fotos indecorosas entre amigos ou para o público, difamando a própria vida, pode ser impossibilitada de garantir um emprego por um bom tempo principalmente dentro das empresas de sua cidade.

Já uma empresa que tem um de seus líderes ou um funcionário agindo de forma corrupta e tal fato é demonstrado pelas redes, manchará o nome da empresa, e levará grande quantidade de tempo para restituí-lo.

Lembrar que os funcionários são usuários das mídias e que podem utilizar de críticas e comentários negativos em caso de desentendimento na empresa, proporcionando também riscos relativos à privacidade e a segurança dos dados dela.(JUE et al., 2011, p. 216-217).

4. Atuação das Organizações nas mídiassociais Assegura Goulart (2014, p. 55) que com a facilidade para abrir páginas nas mídias sociais, na maioria das vezes de forma gratuita, esse meio de comunicação abriu as portas para novas estratégias virtuais na utilização da comunicação organizacional, favorecendo a aproximação das pessoas, ao divulgar suas fotos, histórias e promovereventos.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado (Ibramerc) (PORTAL HSM, 2010) corrobora essa questão do baixo investimento ao afirmar que 40% das empresas entrevistadas contam com apoio de seus funcionários na gestão da presença em mídias sociais, e que 25% destacam um colaborador exclusivamente para tal atividade. Apenas 11% optam por terceirizar o monitoramento e a atualização dos perfis nas tecnologias sociais.(GOULART, 2014,p. 55).

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11 As organizações, devem promover novidades a todo o momento levando em

consideração a constante briga pela concorrência e o poder de convencimento para ter os clientes cada vez mais fidelizados. Outro grande desafio é a busca pelo desenvolvimento de aplicativos que garantem a facilidade de acesso aos sites das empresas nos dispositivos móveis, o objetivo é aumentar o número de visitas e de vendas que tragam um resultado satisfatório em uma loja de e-commerce, ou mesmo estabelecimentos comerciais que divulgam constantemente suas informações.(GOULART,2014, p.57-68).

4.1 Oportunidades para pequenasempresas Redes sociais como Facebook por exemplo, por si só oferecem a possibilidade de divulgação de produtos e serviços, microempreendedores ainda que não tenham estabelecimento físico podem iniciar uma página simples no facebook, exemplo disso, é a página https://www.facebook.com/cachorradacom-807184352742458/. Esta página permite ao empreendedor divulgar e vender seus produtos, combinar por exemplo ponto de entrega,isto tudo sem um ponto físico. Costa, citado por Goulart (2013, p. 68) afirma que em 2013 “as fanpages” pertencentes as pequenas e médias empresas somavam 15milhões.

Figura 3: cachorrada.com

Fonte: Pinotti, 2016. https://www.facebook.com

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12 Além das páginas comuns oferecidas por esta rede social, ela ainda cedia desde o

final de 2012 uma consultoria chamada “Rota de Sucesso” para as empresas que investiram mais de 50 reais por dia. Esta consultoria ajuda os empresários a “criarem uma página, arquitetarem campanhas e otimizarem resultados”.

Já em 2014 em parceria com o Sebrae o facebook promoveu um curso online a fim de garantir a inclusão digital dos micro e pequenos empreendedores, mostrando as oportunidades do meio digital a esses empreendedores. (GOULART,2014,p.68).

5. Análise de conteúdo em Redes SociaisVirtuais

As redes sociais têm dominado a participação tecnológica em todos os ambientes, desde os que possuem uma prevalência em uso de tecnologia, software e sites para uso empresarial, ou uma pessoa que não possui um mínimo de conhecimento sobre informática, mas apenas tem a vontade ou a necessidade de conversar com familiares e amigos em uma rede social.(GOULART,2014, p.107).

A comunicação nessas redes, contém valiosas informações que esclarecem um comportamento que pode causar polêmica, processos, danos a outrem, ou mobilizar uma sociedade a uma necessidade que surgira por uma simples postagem.(GOULART,2014, p.108)

As empresas possuem acesso a páginas de qualquer pessoa. Através de diversas redes sociais é possível conhecer a índole e o caráter, principalmente do candidato que se ofereceu para trabalhar em determinada empresa, fazendo desde já uma avaliação do perfil deste candidato, excluindo-o talvez, por não ter agradado em suas postagens, o Gestor de Recursos Humanos.

5.1 Análise de Redes Sociais como instrumento depesquisa Para que as redes sociais sirvam de instrumento de pesquisa, pode-se observar alguns quesitos que facilita a análise de conteúdo de cada usuário, obtendo assim, as informações desejadas, por exemplo (GOULART,2014, p. 129):

Se o usuário apresenta dadosverdadeiros;

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13 trabalho.

Se ele permanece constantemente online, indica que não possui uma ocupação, ou que tem afazeres, mas que permanece “desatento” o tempo todo conectado nasredes;

As fotos do perfil são apresentadas de forma ultrajada, podendo causar até incômodo aovisitador;

As postagens apresentam assuntos e conteúdo que trazem benefícios para a sociedade ou para si mesmo, ou se mostram discriminação, desrespeito e imagensindecorosas,

Se criam páginas de “ajuda ao próximo” e serviços sociais com arrecadação dedonativos.

Essas e outras podem garantir ou não vagas de emprego no competitivo mercado de

5.2 Como as organizações continuarão a usar as mídiassociais Sustenta Jue et al.(2011, p. 189-190), que as mídias sociais têm deixado de ser apenas canais de comunicação para ter grande valor na evolução das organizações e na contribuição de novos desafios, sendo que na próxima década, será requisito básico no crescimento de uma empresa e de sua sustentabilidade econômica. Muitas empresas, se adequarão no processo de implementação de ferramentas que facilitará o agrupamento de várias comunidades sociais, agregando valor em seustatus.

Terá poder na diversidade de línguas, fuso horário, diminuindo custo de viagem, agilidade de entrega, maior visualização e caracterização dos produtos a serem vendidos, e aprendizado com diferentes pessoas de diversas etnias.

As organizações terão que omitir o modelo de trabalho convencional que é de 8 horas diárias de trabalho controlado, para se adequar à nova estrutura organizacional mais liberal e mais lucrativa, trazendo mais eficiência na produtividade.(JUE et al., 2011, p. 191- 192).

Será constantemente compartilhado conhecimento entre as experiências de grupos e pessoas, que ajudará a definir novas perspectivas de mercado.(JUE et al., 2011, p. 193).

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Conclusão Quando surgiram as primeiras mídias sociais, as empresas passaram por transformações consideráveis. Elas “invadiram” o mundo e tornaram-se presentes em todas as áreas: doméstica, pública e empresarial.

O número de mídias sociais aumentou escandalosamente tornando-se uma ferramenta importantíssima para as empresas. Elas otimizam tempo, possibilitam um atendimento mais eficiente, diminuem custos e ainda viabilizam às empresas encontrarem clientes em potencial em qualquer lugar domundo.

Noutra via elas podem ser um ponto negativo no momento da contratação, pois, as empresas comumente observam o perfil de seus candidatos e a depender de suas publicações a empresa pode entender que o candidato não se encaixa no perfil desejado.

REFERÊNCIAS

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CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 3ª ed, tot. rev. e atual. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2010.

GOULART, Elias E. Mídias Sociais - Uma Contribuição de Análise. Volume 5. Porto Alegre: ediPUCRS, 2014.

JUE, Artur L, MARR, Jackie Alcade e KASSOTAKIS, Mary Ellen. Mídias sociais nas empresas: colaboração, inovação, competitividade e resultados. São Paulo: Évora 2011.

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ESTUDO SOBRE OS EFEITOS DO EXERCÍCIO RESISTIDO EM PACIENTES COM DIFERENTES

FATORES DE RISCO – AVALIANDO AS RESPOSTAS PRESSÓRICAS.

DAIANA PEREIRA DOS SANTOS QUEIROZ ¹

GREICE CRISTINA GONÇALVES ² JULIANA APARECIDA SCALIZE ³

Resumo: Nas suas atuações profissionais na área de fisioterapia, tais profissionais descobrem, invariavelmente, a presença de indivíduos com fatores de risco diversos e que precisam realizar atividades físicas. Seja este exercício realizado com orientação médica ou a fim de melhorar o condicionamento físico e a boa forma nas academias. No sentido de se utilizar um treino resistido adequado, de forma que estes indivíduos consigam, assim, superar ou manter sob controle as doenças relacionadas aos diversos fatores de risco estudados nesta revisão devemos buscar o máximo de segurança na hora de orientá-los. Entre os fatores de risco abordados no presente estudo destacam-se a Hipertensão Arterial Sistêmica, que é popularmente conhecida como pressão alta; também, o Tabagismo, o Sedentarismo, e outras doenças e fatores relacionados. Sendo que o presente estudo apresenta umapesquisa de levantamento bibliográfico, especificamente se tratando de revisão de literatura científica, de metodologia qualitativa acadêmica, onde para conseguir atingir os objetivos da pesquisa, foi feita assim a análise histórica crítica dos malefícios e benefícios de exercícios resistidos para determinados grupos de pacientes. De maneira que com este estudo, se espera responder aos profissionais de fisioterapia se de fato os exercícios resistidos auxiliam beneficamente como tratamento para hipertensos e demais fatores de risco pretende-se ainda observar se com auxilio de tal método pode se cuidar com maior presteza e seguridade das pessoas que apresentam tais quadros ao realizarem atividades físicas resistidas.

Palavras-Chave: Exercícios Físicos Resistidos, Fatores de Risco, Saúde, Fisioterapia.

2º Congresso de Iniciação Científica INTERUNIESP 2016 – Araraquara, Ibitinga, Jaú, Monte Alto e Taquaritinga.

¹ Faculdade de Taquaritinga/Graduando em Fisioterapia

[email protected]

² Faculdade de Taquaritinga/GraduandoemFisioterapia ³ FaculdadedeTaquaritinga/[email protected] [email protected]

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Abstract:: In its professional performance in the area of physical therapy, such professionals discover, in their daily routines, invariably, the presence of people with several risk factors that need to perform physical activities, be it performed under medical supervision or to fitness in sense of using a resistance training on measurement; so that these individuals are able to thus overcome or keep under control the diseases related to the various risk factors studied in this review and case study. Among the risk factors addressed in this study include the Hypertension, which is popularly known as high blood pressure; Also, Tobacco, the sedentary lifestyle, and other diseases and related factors. Since the present study presents a literature survey, specifically when it comes to scientific literature review, academic qualitative methodology, where in order to accomplish the research objectives, and was made the historical critical analysis of the harms and benefits of resistance training certain groups of patients. So that with this present study, it is expected to respond to the fact of physical therapy professionals resistance exercises help being beneficial as a treatment for hypertension and other risk factors and with the aid of such a method can take care of with greater promptness of people who have such frames when performing resisted physicalactivities.

Keywords: Physical Exercises resistance, Risk Factors, Health, Physiotherapy.

Introdução

Vivemos uma era onde as pessoas vivem apressadas, com tempo restrito e com o ritmo de vida cada vez mais frenético, assim a alimentação e a saúde são deixadas em segundo plano.

A má alimentação regada a “fast foods” e o sedentarismo são consequências desse estilo de vida que cedo ou tarde acarretam danos á saúde, danos estes que muitas vezes acabam se tornando fatais.

O principal prejuízo à saúde causado por esses abusos são as doenças cardiovasculares, desencadeadas por alguns fatores resultantes desta combinação perigosa. Problemas como hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, alcoolismo,

2º Congresso de Iniciação Científica INTERUNIESP 2016 – Araraquara, Ibitinga, Jaú, Monte Alto e Taquaritinga.

¹ Faculdade de Taquaritinga/Graduando em Fisioterapia [email protected]

² Faculdade de Taquaritinga/GraduandoemFisioterapia ³

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FaculdadedeTaquaritinga/[email protected] [email protected]

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estresse são algumas das causas de doenças cardiovasculares, todas elas ou a maioria podem ser causadas por este estilo de vida.

Segundo a OMS (s/d) apud Portal Brasil (2014) as principais causas de mortes prematuras no mundo são as doenças crônicas não transmissíveis, entre elas estão às cardiopatias, o diabetes e a hipertensão, essas agravadas pelo estilo de vida sedentário, o consumo do tabaco, o consumo nocivo do álcool, e dietas pouco saudáveis, que vem a contribuir para que as doenças – consequência desses hábitos – se tornem caso de saúde pública; e com isto, causando grande locomoção mundial a ponto de a OMS criar a implantação de ação mundial para a prevenção de doenças crônicas. Este plano apresenta metas de ação para prevenção e controle dessas doenças e seus fatores de risco.

A prática de atividades físicas regulares é recomendada para controlar a hipertensão, redução de peso, controle da diabetes, e por isso se tem estudado a prática de exercício resistido e seus efeitos de controle e prevenção a estas doenças; Como também são estudados os seus resultados a curto, médio e longo prazo em grupos de risco em potencial. Em algum estudo já foi atestado que o exercício resistido tem efeito hipotensivo (Siqueira; Kemper, 2011). Mas poucos estudos avaliaram os efeitos do exercício resistido em indivíduos com diferentes fatores de risco, além da hipertensão, como por exemplo, o hipertenso fumante.

Diante desta constatação fica claro a necessidade e a importância desse estudo, que tem por objetivo acompanhar indivíduos pré-selecionados para participarem de um programa de exercício resistido onde vamos analisar o comportamento da pressão arterial em indivíduos hipertensos, hipertensos fumantes e em normotensos. E ainda avaliar e comparar a resposta da pressão arterial nestes diferentes grupos depacientes.

Metodologia

Para alcançar os objetivos da pesquisa, foi feito um estudo qualitativo de cunho bibliográfico para comprovação cientifica dos efeitos dos exercícios resistidos em cardiopatas. Análise histórica crítica dos benefícios e malefícios dos exercícios resistidos para determinado grupo depacientes.

E avaliar quantificando os resultados obtidos durante a aplicação da pesquisa.

2º Congresso de Iniciação Científica INTERUNIESP 2016 – Araraquara, Ibitinga, Jaú, Monte Alto e Taquaritinga.

¹ Faculdade de Taquaritinga/Graduando em Fisioterapia [email protected]

² Faculdade de Taquaritinga/GraduandoemFisioterapia ³

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FaculdadedeTaquaritinga/[email protected] [email protected]

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Os participantes não poderiam ser portadores de deficiências físicas, apresentar limitação de movimentos ou ter qualquer problema de saúde que os impedissem ou colocassem sua vida em risco, por último não podiam apresentar nenhuma contra indicação aos exercícios.

Todos os voluntários foram devidamente informados sobre os detalhes da pesquisa, e só foram incluídos na mesma após lerem e assinarem um termo de consentimento livre e esclarecido.

A pesquisa foi desenvolvida através da aplicação de uma ficha avaliativa e posteriormente um protocolo de exercício resistido, em um grupo de indivíduos previamente selecionados, classificados e escolhidos de acordo com a idade, sexo e fatores de risco pré-estabelecidos.

1. Materiais emétodos Participaram da pesquisa 6 indivíduos, 3 homens e 3 mulheres, todos eles com faixa etária entre 40 a 55 anos de idade.

Esse estudo foi realizado em um período de trinta dias, em dias alternados, totalizando 16 sessões. Cada sessão tinha uma duração de 45 minutos, onde foram realizadas três series de 15 repetições cada de cada exercício (relacionados na Tabela II), com intervalo de descanso de 30 segundos entre asséries.

Inicialmente os pacientes foram submetidos a umaavaliação, previamente elaborada, para a realização desta pesquisa, e depois se iniciou à aplicação do protocolo de tratamento, também elaborado pelas autoras, para a realização do trabalho. A pressão arterial foi aferida no início e imediatamente ao final de cada sessão.

Os exercícios realizados foram flexão, extensão, adução, e abdução de membros inferiores e superiores com os pacientes em pé e em decúbito dorsal. Foram utilizamos faixas elásticas (theraband 1) com diferentes graus de força especificadas pelas suas respectivas cores (amarela e azul), halteres de 2 kg e bola suíça.

Sobre a coleta de dados, ela foi realizada individualmente, sendo feita antes e depois de cada sessão.

1 Faixas elásticas Therabands são definidas como faixas elásticas de esforços físicos; e tem as cores: amarela que representam esforços de ½ kg; e azul que representam esforços de 1 kg.

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Resultados eDiscussão

Visto que a hipertensão arterial atinge um grande número de pessoas, resultando em um comprometimento grave de saúde, surge a necessidade de buscar um tratamento mais seguro, eficaz e aprimorado para esse tipo de paciente. Também despertou o interesse por esse tema pelo fato de não haver um número importante de pesquisa relacionado o que causa um significativo déficit quando se fala neste assunto.

A HAS é a hipertensão arterial sistêmica, onde se observa um valor pressórico das artérias de 140 x 90 mm/Hg, mesmo em pessoas que estejam descansadas e tranquilas.

A hipertensão arterial é considerada um dos principais fatores de risco de morbidade e mortalidade cardiovasculares, seu alto custo social é responsável por cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e de absenteísmo no trabalho em nosso meio. Devido à magnitude do problema, tem sido constante a preocupação mundial em ampliar e aperfeiçoar os métodos para diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial. Assim, diante das novas aquisições científicas e tecnológicas, tornou-se necessária a revisão dos conceitos e indicações clínico terapêuticas, constantes do documento do II Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial, produzido em 1994.

Segundo as pesquisas de Boing; Boing (2007) apud Neves (2010, p. 7) a hipertensão arterial sistêmica (HAS) configura-se como um dos agravos crônicos mais comuns; e, são a que tem, como repercussões clínicas, as mais graves observadas e estima-se que em todo mundo, 7,1 milhões de pessoas morram anualmente por causa de pressão sanguínea elevada e que 45% da carga de doença no mundo seja causadas pela HAS. Boing (2007) também diz que no Brasil, as doenças do aparelho circulatório são as principais causas de óbitos a décadas. Quanto à hipertensão, estudos de base populacional apontam prevalência nas cidades brasileiras variando entre 22% e 44% (adotando-se como critério pressão ≥ 140/90mmhg) (BOING; BOING, 2007 apud NEVES, 2010, p.7-8).

Realizar a medição destas variáveis é fundamental, como bem observam as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2007), onde afirmam que “em cada consulta, deverão ser realizadas pelo menos três medidas, com intervalo de um minuto dentre elas, sendo a média das duas últimas considerada a pressão arterial do indivíduo”. As diretrizes também ditam que caso as pressões sistólicas e/ou diastólicas obtidas apresentem diferença maior que 4 mmHg entre elas, deverão ser realizadas

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novas medidas até que se obtenham medidas com diferença inferior ou igual a 4 mmHg, utilizando-se a média das duas últimas medidas como a pressão arterial do indivíduo .

A tabela 1 fornece maiores detalhes sobre como proceder com as medições de Pressão Arterial Sistólica e Diastólica.

Tabela 1: Recomendações para seguimento (prazos máximos para reavaliação)*

Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2007, p. e33. A hipertensão arterial pode ser em função de escolhas de estilo de vida, incluindo tabagismo, atividade física reduzida, estresse e dieta (p.ex., ingestão de sal) (Marilyn Moffat Donna Frownfelter et. al., 2008, p.05).

No mundo, pelo menos um terço da população é fumante ativo, o que equivale à cifra estupenda de um bilhão e cem milhões de pessoas que fumam. Atualmente, são ceifadas vidas de aproximadamente três milhões e quinhentas mil pessoas por ano, cerca de uma a cada dez segundos, todas causadas diretamente pelo uso do fumo. Com previsão catastrófica da Organização Mundial de Saúde, em 2020 o número de mortes saltará para 10 milhões, sendo a maioria, 70%, nos países pobres e em desenvolvimento, como o nosso. Serão, portanto, duzentos milhões de seres humanos que perderão suas vidas para o grande vilão da humanidade, o tabagismo, simplesmente porque fumam ou estão perto de quem fuma, muitas dessas pessoas são crianças e adolescentes (TORRES, 2005).

A partir de 1960, surgiram os primeiros relatórios científicos que relacionaram o cigarro ao adoecimento do fumante. Atualmente, existem inúmeros trabalhos comprovando os malefícios do tabagismo à saúde do fumante e do não fumante exposto à fumaça do cigarro. Apesar dos males que o hábito de fumar provoca, a nicotina é uma das drogas mais consumidas no mundo (DENARC - PR, 2011).

Nota-se assim, que pessoas com HAS e que sejam fumantes, estão duplamente

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em risco. É deste modo que o I Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular (1997)

afirmava que é importante que as pessoas como HAS ou tabagismo façam, regularmente, atividades físicas, resistidas ou não.

Os exercícios físicos sempre são uma recomendação médica; isto se deve ao fato de notada correlação entre uma menor incidência de doenças crônicas não transmissíveis em indivíduos praticantes de atividades físicasregulares.

O exercício físico, de acordo com Moraes et. al. (2007); Fountoulakis et. al. (2003), apud Nogueira et. al. (2012) consiste em participar de uma atividade física planejada, organizada e que se repete, a fim de melhorar a aptidão física e a saúde de seus participantes podendo propiciar benefícios agudos e crônicos. Dentre eles destacam-se a melhora no condicionamento físico; a diminuição da perda de massa óssea e muscular; o aumento da força, coordenação e equilíbrio; a redução da incapacidade funcional, da intensidade dos pensamentos negativos e das doenças físicas; e a promoção da melhoria do bem-estar e do humor, além da redução da pressão arterial (PA) pós-exercício em relação aos níveispré-exercício.

Segundo a Sociedade de Cardiologia Brasileira (2006) o interesse científico tem se voltado para a análise dos efeitos cardiovasculares de um outro tipo de exercício físico, o exercício resistido e, principalmente, para seus efeitos sobre a pressãoarterial.

Conforme recomendação citada acima foi desenvolvido um estudo para analisar o efeito hipotensor do exercício resistido sobre a PA em pacientes onde foi elaborado um protocolo de exercícios que fosse efetivo para avaliar a resposta pressórica conforme o termino (término) no período deestudo.

A tabela 2 indica a forma que foram realizados os exercícios resistidos nos pacientes.

O protocolo de exercícios foi realizado durante 30 dias em dias alternados totalizando 16 dias de tratamento, cada exercício foi realizado em três séries de 15, com intervalos de 05 segundos entre as series, e de 30 segundos cada exercício. Antes de iniciar cada sessão foi aferida a pressão artéria e realizado alongamento global para aquecimento da musculatura, os exercícios realizados foram de flexão e extensão, adução-abdução de cotovelo e ombro, elevação e flexão e extensão de quadril ambos com bola suíça, agachamento em pé com apoio dorsal, abdominal com flexão e extensão de joelhos alternados usando bola suíça e flexão e extensão de joelho com theraband.

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Tabela 2: Estudos para analisar o efeito do exercício resistido sobre a PA.

AMOSTRAGEM

PROTOCOLO DE EXERCÍCIOS

APLICADOS EM TODOS PACIENTES

PARAMETROS MENSURADOS

RESULTADOS APÓS O

ESTUDO CONCLUIDO

HOMEM NORMOTENSO

Exercícios

resistidos em dias alternados com duração

de 30 dias totalizando 16 sessões de 45

minutos de duração e 3 series de 15

repetições cada exercícios.

PA INICIAL PA FINAL PA se manteve inicialmente,

vindo a ter redução após a quinta sessão assim se estabilizando em uma PA

HOMEM HIPERTENSO

PA INICIAL PA FINAL Ocorreu uma redução da PA

que inicialmente estava alta notou-se que após a sétima sessão paciente apresentava PA reduzida dentro dos

HOMEM FUMANTE E HIPERTENSO

PA INICIA PA FINAL PA constantemente alta

oscilava durante as sessões e houve uma redução mínima inicialmente, após a décima primeira sessão a PA estabilizou-se dentro do limite dos parâmetros para

MUHER NORMOTENSA

PA INICIAL PA FINAL PA manteve-se estável

durante as sessões iniciais tendo uma pequena redução no decorrer das sessões

MULHER HIPERTENSA

PA INICIAL PA FINAL PA inicialmente alta oscilando

nas primeiras sessões logo após a quarta sessão PA se manteve estável dentro dos parâmetros de

MULHER FUMANTE E HIPERTENSA

PA INICIAL PA FINAL PA inicialmente alta e

conforme andamento das sessões houve redução, porém continuando

quatro apresentou

sessões PA

nos pacient

e limite

Fonte: Próprios Autores

Utilizamos de comando verbal, para que os pacientes entendessem como deveria ser realizado o exercício.

Conforme foram realizados os exercícios inicialmente observamos que a PA da paciente hipertensa feminina oscilou, de forma que a PA apresentada antes do início do tratamento apresentava-se alta e reduzia após os exercícios mais na próxima sessão a

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PA estava novamente elevada. Mas após a quarta sessão, notamos que a paciente apresentava a PA final da sessão anterior, ou seja, a paciente manteve seus valores pressóricos e teve sua pressão arterial reduzida apenas nas últimas sessões. Chegando ao fim do tratamento com a PA diminuída e estabilizada. Já o paciente hipertenso masculino se encontrava durante as aferições iniciais de cada atendimento com a PA elevada e após cada sessão a pressão tinha uma pequena redução mais permanecia ainda acima ou no valor limite do considerado PA normal, logo após a sétima sessão, foi observado que a PA inicial do paciente reduziu, e sua PA final mostrou efeitos hipotensores dos exercícios, paciente finalizou o tratamento com a PA estabilizada e dentro dos parâmetros para se categorizado comonormotenso.

Os pacientes fumantes, tanto feminino quanto masculino mantiveram a PA elevada tendo diminuições após os atendimentos, mais essas diminuições não foram suficientes para reduzir a PA ao considerado normal nas sessões iniciais, somente no decorrer da pesquisa nas sessões finais foi possível notar que a PA dos pacientes diminuiu mais manteve se no valor limite para ser considerado “normal”.

Os pacientes normotensos de ambos os sexos apresentaram PA normais sempre em 120/80mmhg e 120/90mmhg nas aferições iniciais, em seguida aos exercícios foi notado que a PA final diminuía ou mantinha-se. Na quinta sessão houve algumas alterações na PA dos pacientes que veio a reduzir e se manteve estável não sofrendo alterações nas sessões seguintes. Ambos os pacientes depois das primeiras sessões, mantiveram a PA estáveis e normais.

Conclusão

Após os fatos, dados colhidos e analisados cuidadosamente, podemos notar que

veridicamente os exercícios resistidos tem influência sobre a PA. A prática de exercícios resistidos supervisionado feitos em dias alternados com

uma carga baixa a moderada dividida em três séries de quinze surte efeito muito relevante no sistema cardiovascular, esse efeito acontece não somente no hipertenso, mais também no normotenso e em pacientes que tenham algum agravante como o cigarro.

Os principais achados desse estudo foram: A Pressão arterial de pacientes hipertenso diminui com exercícios resistidos,

mais a frequência do exercício influencia diretamente sobre a redução da PA, pois mesmo que a resposta aguda seja hipotensora é necessária uma resposta

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crônica ao exercício para que a pressão se estabilize e continue dentro dos parâmetrospressóricos.

Em pacientes hipertenso fumante de ambos os gêneros a resposta ao exercício é mais lenta, e a resposta aguda ao exercício mostra alterações, mas essas não são tão significativas quanto do hipertenso não fumante, que começaram a sentir o efeito dos exercícios nas primeirassessões.

O paciente normotenso também sofre alteração na PA, sendo esses efeitos imediatos, na forma de resposta aguda. Já a resposta crônica permitiu que a PA ficasseestável.

Pode- se observar ainda que não houve diferença em relação aosgêneros.

Durante o decorrer do estudo os pacientes relataram que estavam sentindo-se melhores, com menos cansaço e com mais disposição, além de sentirem uma melhora drástica na redução de dores e sintomas de doenças pré-existentes. Esses sintomas ou consequências da prática de exercícios somente se mantem se o paciente continuar com os exercícios regularmente.

Assim podemos concluir que os exercícios resistidos podem ser utilizados em pacientes hipertensos, desde que isso aconteça de forma correta e com acompanhamento profissional. Porém, sugerimos que novas pesquisas sejam feitas.

Referência Bibliográfica

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o em 21 Ago. 2016.http://dx.doi.org/10.1590/S0066782X2007001500012. MARILYN Moffat Donna Frownfelter 2008, p.05 Fisioterapia do Sistema Cardiorrespiratório. NEVES, Daniela Silva. Taxa de Internação Por Acidente Vascular Cerebral: Um Problema de Saúde Pública no Município de Santo Antônio do Retiro, Minas Gerais. Aruçaí (MG): UFMG, 2010. Monografia de Especialização em Atenção Básica à saúde da Família. Orientação de Juliana Dias Pereira dos Santos.

PORTAL BRASIL. Cigarro mata mais de 5 milhões de pessoas, segundo OMS. Portal Brasil: Saúde. Matéria em Dia nacional de Combate ao fumo; datada de 29 de agosto de 2014. Disponível em <http://www.brasil.gov.br/saude/2014/08/cigarro-mata-mais- de-5-milhoes-de-pessoas-segundo-oms> Acesso em 10 de abril de2016.

MORAES JÚNIOR, Jefferson José de. Exercícios Resistidos e Aeróbios e Hipertensão Arterial. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2007. Faculdade de Educação Física. Orientação de Rosane Beltrão da Cunha Carvalho.

SIQUEIRA, Letícia; KEMPER, Carlos. Exercício Físico e Alterações da Pressão Arterial em Idosas Normotensas e Hipertensas: Estudo de Caso. Rev. Vivências. Vol.7, N.13: p.128-134, Outubro/2011. Contatos: [email protected] [email protected]

TORRES, Blancard Santos. Tabagismo: O que você precisa saber. Recife (PE): Ed. UFPE, 2005.

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Família e aprendizagens: a leitura uma influência para a formação e construção do sujeito leitor e humanista

Gerson Carlos Eduardo¹ Cláudia Camila Ferreira²

Adaiane Claudiene de Sousa Alves³ Resumo: O presente artigo tem por objetivo abordar e refletir acerca do processo de leitura e sua contribuição para a formação e construção de um sujeito leitor e mais humanista, ou seja, refletir sobre o desenvolvimento de potencialidades humanas e seus valores e competências humanas, tendo a família como a primeira instituição responsável e norteadora no processo educacional do sujeito. Assim, o contexto discursivo pauta-se numa constante interação por parte da família, valorizando a importância da aprendizagem em relação à leitura imbuída da literatura oralizada ou escrita. Pauta-se também o olhar sobre a escola como instituição com papel sistematizador no processo de ensino-aprendizagem, sendo que, ambas precisam caminhar com um direcionamento em parceria, em conjunto para realizar e alcançar o propósito a que se pretende. A família pode ser o exemplo com seu modelo de estrutura segura ao preparo e incentivo e contato com a criança no seu âmbito de conhecimento, e da própria bagagem cultural, que sem dúvida precisa ser balizada e valorizada, tanto no contexto familiar, quanto na escola. Dessa forma, poder-se-á refletir e tentar compreender um pouco mais acerca dessa temática que, tem sido preocupação de grande parte dos educadores e pesquisadores da área educacional.

Palavras-chave: Leitura. Família. Escola. Aprendizagem. Formação. Sujeito. Abstract: The purpose of this paper is to discuss and reflect about the process of reading and its contribution to the formation and construction of a reader and more humanized subject; in other words, to reflect about the development of human potentials and their values and skills, having family as the first responsible and guiding institution of the subject’s educational process. So, discursive context is based on a constant interaction of the family, emphasizing the importance of reading learning associated with oral or written literature. School is also considered as institution with systematizing role in the teaching and learning process, and both (family and school) must develop activities together to achive and accomplish their goals. Family can be the example with its safe structure for the preparation, encouragement and contact between child in her field of knowledge and the cultural background, that needs to be guided and valued, both in the family and school context. Thus, it will be possible to reflect and try to understand a little more about this theme that has been important to most educators and educationalresearchers. Keywords: Reading. Family. School. Learning. Formation. Subject.

¹Mestre em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade de Marília UNIMAR. Pós- Graduado (lato senso) em Crítica Literária pela Universidade Estadual Paulista UNESP/Araraquara. Pós-Graduação em Formação Pedagógica de Docente da Educação Profissional em Nível Superior e Básico pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo IFSP. Graduado em Letras pela Faculdade de Educação São Luís. Docente da FTGA - Faculdade de Taquaritinga/SP – IES Integrante do grupo UNIESP – e-mail para contato: [email protected] ²Aluna do curso de Pedagogia da FTGA – Faculdade de Taquaritinga/SP – IES Integrante do grupo UNIESP – e-mail

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para contato: [email protected] ³Aluna do curso de Pedagogia da FTGA – Faculdade de Taquaritinga/SP – IES Integrante do grupo UNIESP – e-mail para contato: [email protected]

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A leitura é uma necessidade cada vez maior e constante em nossas vidas. É de suma relevância que se tenha em mente a sua importância e seus benefícios. Sendo a ferramenta capaz de moldar e transformar o mundo, ela é o caminho para ampliação de conhecimentos, construção na interação social e aquisições ligadas ao comportamento humano, tendo função transformadora e enriquecedora do saber.

É imprescindível que se crie e oportunize as crianças a terem esse contato e acesso a esse mundo tão vasto da leitura, criando assim cidadãos críticos, autônomos e reflexivos. Cidadãos esses capazes de pensar, interagir, demonstrar sentimentos e sensações, de compreender por meio da percepção da realidade que os rodeia, o significado humanista de que pouco se tem tido afirmação nas últimas décadas.

Neste contexto, a relação familiar se torna imprescindível no processo de interestimulação e mediação dando suporte necessário para o seguimento da criança no contato com a leitura. O trecho a seguir retirado dos Parâmetros Curriculares Nacionais destaca:

A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas. (BRASIL, 1997, p.69-70).

Sendo a maneira mais eficaz de se adquirir conhecimento e contribuir para que o sujeito trace, escreva a sua própria história, a leitura deve ser tanto para a proposta de formar leitores quanto para transformar o espaço na constituição do sujeito, em sua formação e no processo de socialização. Desse modo, a aprendizagem da leitura e da escrita que tem sido preocupação de inúmeros educadores e pesquisadores, é uma tarefa ou situação que deve se iniciar cedo e ser prolongada para toda a vida, sendo compreendida como um processo contínuo e duradouro.

Quando há esse comprometimento por parte da família enquanto geradora e gerenciadora das ações e comportamento da criança, juntamente com o vínculo da escola, a probabilidade de preparar e formar leitores, com certeza será bem maior e bem mais fácil de se trabalhar, com os dois polos envolvidos: família e escola. Ainda sobre esta temática, os PCNs de Língua Portuguesa pressupõe:

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A leitura, como prática social, é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. Fora da escola, não se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única forma, não se decodifica palavra por palavra, não se responde a perguntas de verificação do entendimento preenchendo fichas exaustivas, não se faz desenho sobre o que mais gostou e raramente se lê em voz alta. Isso não significa que na escola não se possa eventualmente responder a perguntas sobre a leitura, de vez em quando desenhar o que o texto lido sugere, ou ler em voz alta quando necessário. No entanto, uma prática constante de leitura não significa a repetição infindável dessas atividades escolares (BRASIL, 1997, p.43).

Quando pensamos em leitura supostamente se faz a associação à escrita, sendo

esta o resultado influenciado daquela. Portanto, tanto a escrita quanto à leitura são dois fatores imprescindíveis na vida humana. É por meio da aprendizagem destes fatores que se amplia o conhecimento de mundo e se acessa às diversas formas de comunicação necessárias na vida em sociedade. Outro ponto importante que pode ser interpretado e verificamos na citação acima, é o processo de leitura se deslocando em pontos diferentes, isto é, a leitura não precisa se prender estaticamente à instituição convencional escola, com algumas obras da literatura as quais são impostas no currículo escolar, não necessariamente; ela vai sim ser trabalhada, redirecionada, ampliada dentro da escola, e isso precisa ser dirigido, porém, a instituição escola não pode ser vista como uma máquina de reprodução repetitiva nesse processo. Essas reflexões são importantes para termos uma base até mesmo de investigação de como está sendo organizado, feito e direcionado o processo de leitura doaluno.

Fora do espaço escolar, o aluno vivencia uma realidade que pode ler, vislumbrar e agregar em seu conhecimento, é o conhecimento de mundo dele, do que a sociedade propõe, elabora, recria, descria e nos farta com uma avassaladora intensificação de informações, que são refletidas e observadas, argumentadas, num processo de construção de mundo, de valores, com suas culturas diversas, linguagens, produções, eis, as leituras que se sobressaem, voltam para o contexto familiar se fundem, se apreendem em suas necessidades e interesses edificando, estabelecendo modelos, tecendo significados que vão fortalecendo a individuação desse sujeito nasociedade.

O sujeito, que ainda não sabe ler e escrever, ele está em fase de aproximação com o mundo; ao ouvir estórias, causos, fatos ocorridos, tudo e o que lhe é contado, pode ser o diferencial para a sua compreensão de mundo quando transmitidos e absorvidos por meio de vozes, gestos, cores, sons, imagens, desenhos, símbolos que são formas de linguagens e leituras, as quais podem ser decodificadas, interpretadas. De

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fato, não somente a escrita, mas também todas essas formas de comunicação e a própria leitura associada à literatura, fazem parte da formação do indivíduo, em seu meio de interação social. Segundo Radino (2011), através da oralidade é possível despertar na criança a construção de um imaginário, dessa forma, inserindo-a no mundo cultural, metafórico e simbólico, utilizando como recurso a literatura infantil.

Radino (2011), também comenta sobre a ilustração que faz parte de um código e transmite uma mensagem, tanto quanto o código escrito. Ler imagens introduz a criança em um processo cultural. Portanto, as crianças gostam de livros com mais imagens, ilustrações que vão chamar a atenção delas.

A leitura está intrinsicamente vinculada à literatura, seja a literatura oralizada ou não; e é por meio da literatura e aqui falamos da literatura infantil, que a criança começa a descobrir o mundo, a se interagir com situações as quais podem estar atreladas à realidade ou as possíveis situações da realidade. Unem-se sonhos e realidades, num contexto em que o sujeito viaja, divaga, reflete, interpreta, pode apreciar ou ter repulsa de inúmeras descobertas, é quando ele começa a atuar e por em evidência as suas potencialidades humanas e suas competências.

Família: A primeira escola

A família é a base norteadora no processo educacional, e é de suma importância

que trabalhe em parceria com a escola em prol da criança. Quando o estímulo da leitura parte de dentro do convívio familiar, a criança tende a se sentir mais preparada para os estudos, para o trabalho escolar, o futuro e para a vida. Ler um livro, contar histórias e causos leva a criança a sentir o gosto, interesse e prazer da leitura, colaborando assim na formação do mesmo.

Não há uma idade apropriada para se introduzir a leitura, pois nenhuma criança é igual a outra, tudo depende dos estímulos e reforços que elas recebem. A escola e a família são parceiras nessa caminhada, assim sendo, os pais não devem depositar toda responsabilidade na escola, devem ser ativos e participativos para que a aprendizagem aconteça. Para tanto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no art. 2º - (LDB 9.394/96), afirmaque:

[...] a educação é dever da família e do estado inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando. Seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL,1996).

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A família é a base norteadora no processo educacional, e é de suma importância que trabalhe em parceria com a escola em prol da criança. Pois, a escola e a família são parceiras nessa caminhada, de modo que, os pais não devem depositar toda responsabilidade na escola, mas devem ser ativos e participativos na aprendizagem da criança. Inventar, ler, envolve a criança dando oportunidades de conhecerem o mundo da leitura. Em parceria com a escola, devem ser mediadores nesse processo levando e interagindo com diversos tipos de textos, contribuindo para que se tornem leitores ativos ereflexivos.

Através dessa mediação feita em família, cria-se não somente o hábito de ler, mas, também contribui, sobretudo, para a escrita, explorando a capacidade intelectual e cognitiva e afetiva dos mesmos. É preciso haver a inter-relação constante e permanente com o meio familiar e social, num processo que vem a ser dialético.

Família e escola formam uma dupla e devem trabalhar como tal, tendo em comum os mesmos propósitos e objetivos, traçando as mesmas metas para o desenvolvimento de cidadãos críticos, reflexivos e conscientes. Assim, a educação acontecerá dentro, fora e junto à escola, potencializando e fazendo com que a criança se descubra e desenvolva na realidade em que vive. Os pais devem ter o comprometimento de estarem próximos, atuantes no ensino para com as crianças, afinal são eles os responsáveis e irão contribuir para o aprendizado, a partida para a educação futura.

Eles são os responsáveis por moldar a mente de seus filhos desdeosprimeirosanosdevida.

Apartirdessascolocaçõespodemosdizerqueénainfânciaquesedeve apresentaraospequenos,omundodaalfabetizaçãoedaleitura,tendooseiofamiliar

comooprimeiroambientealfabetizadoreafamíliacomoabaseestrutural,paraque haja a possibilidade de se construir com êxito o processo educacional.

A respeito desse levantamento Ellen G. White no livro Conselho ao Pais, Professores e Estudantes, enfatiza:

É no lar que a educação da criança deve ter início. Ali está a primeira escola dela. Ali, tendo seus pais como instrutores, a criança terá que aprender as lições que devem guiá-la por toda a vida-lições de respeito, obediência, reverência e domínio próprio. (WHITE, 2007, p.107).

Os pais devem induzir a criança a descobertas, devendo ter uma postura de

instrução, guiar e mostrar o caminho certo e nunca realizar ou propor respostas prontas,

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e incentivar apoio à busca de novos conhecimentos, pois, elogios são necessários, mas

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correção adequada também. Na Bíblia Sagrada (1993) no livro de Provérbios encontramos a seguinte colocação que pode servir como orientação: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22:6, p.452).

Essa orientação diz respeito a ensinar a criança não somente para o caminho do bem, mas também podemos utilizá-la com relação à aprendizagem, pois, se desde pequenas colocarmos a leitura e a literatura como algo rotineiro e prazeroso, quando adulto a leitura se tornará um hábito. A família deve manter sempre uma parceria e um convívio com a escola, pois são situações indispensáveis para o desenvolvimento das crianças. Ações como verificar o caderno diariamente, organizar regras em casa para leitura, atividade, ou seja, que a criança perceba e vá absorvendo o comprometimento pautado no seio familiar; participar de reuniões, conversar com os professores sobre o desempenho da criança, o comportamento dentre outros, podem parecer coisas simples, porém, são essas atitudes com a participação dos pais em relação à vida escolar de seus filhos que favorecerá e contribuirá para a formação de um sujeito leitor, reflexivo, mais crítico e com competências para exercer a cidadania e o convívio dentro desse sistema pluricultural em que vivemos.

Funayama (2008, p. 80) corrobora:

Através de seu envolvimento, os pais fornecem os recursos emocionais essenciais ao desenvolvimento de um senso de competência, tanto quanto recursos mais concretos, como, por exemplo, um local apropriado para fazer a lição de casa. Exemplos simples de vida quotidiana ilustram o envolvimento dos pais: ler para uma criança e ouvir sua leitura quando ela solicita; promover e compartilhar atividades no final desemana.

Sabe-se que aquelas crianças cujos pais leem contos, comentam suas leituras e

fatos culturais e falam sobre a linguagem, até mesmo causos, lendas, inventa estórias, observam imagens, quadros, e fazem destes uma leitura, têm em geral, melhores resultados escolares e até mesmo comportamento que difere daqueles em que ocorre essafalta.

Ambiente alfabetizador: escola segunda família

O ambiente alfabetizador direciona a aprendizagem, a partir do qual a criança consegue sozinha adquirir novos conhecimentos. Sendo um espaço bem estruturado

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pode auxiliar nos métodos de alfabetização, quanto maior a influência e as características alfabetizadoras maiores as possibilidades de o aluno se entregar ao processo de alfabetização, ou seja, dando-lhes oportunidades de participar, interagir e de descobrir o que está ao seuredor.

Teberosky (2016, p. 74), afirma: Um ambiente alfabetizador é aquele em que há uma cultura letrada,

com livros, textos digitais ou em papel, um mundo de escritos que circulam socialmente. A comunidade que usa a todo momento esses escritos, que faz circular as ideias que eles contêm, é chamada alfabetizadora.

Esse ambiente pode ser a família, a escola, como também a comunidade, a

sociedade em que a criança está inserida, portanto, cada uma tem o seu desenvolvimento de acordo com o estímulo querecebe.

Se no ambiente familiar e na sociedade ela não teve oportunidades de se inserir em uma cultura letrada, acesso a livros e ao mundo da escrita, ao chegar à escola terá mais dificuldades que outra criança que desde pequena foi estimula através da leitura, por exemplo. Cabe então ao professor proporcionar esse ambiente que Teberosky (2016) define como o educador deve elaborar um lugar agradável aos olhos dos pequenos, que desperte curiosidades e que proporcione um mundo de escrita ao redor deles, dando assim oportunidades iguais atodos.

Nesse ambiente o professor deve ser apenas o mediador, sempre pensando no conhecimento prévio que cada aluno traz consigo, avaliando a continuidade da aprendizagem. Como forma de organização, podemos descrever que a principal caraterística é ter materiais ao alcance das crianças, em que não precisem de ajuda para interagir com espaço. Diversos tipos de livros, alfabetos móveis, revistas, jogos de alfabetização, imagens, são algumas ideias e exemplos.

É extremamente importante que os alunos tenham a oportunidade de levar livros escolhidos por eles, para casa, onde poderão dividir com os pais o prazer da leitura e esses terão a oportunidade de auxilia-los. E também o incentivo de levar um livro que ele goste para a escola a fim de que haja uma interação e uma amostragem deleitura.

Uma forma de realizar essa atividade e despertar o interesse é criar a "maleta de leitura", "mala viajante" ou "sacola de leitura" onde a criança possa levar os livros escolhidos por ele com maior facilidade. Podendo ser essa maleta toda enfeitada “divertida” para atrair a atenção dos pequenos, e que ela possa ir e vir sempre com

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novidades. Junto a essa pasta pode se agregar um caderno de registros, ou seja, após a leitura dos pais e com ajuda deles, o aluno escreva, desenhe o que entendeu e se gostou do livro, ou se não gostou, que parte mais lhe chamou a atenção dentre outras situações. Em sala de aula o(a) professor(a) pode trabalhar esses registros através de uma roda de conversa, explanar as várias “viagens” da leitura feita pelosalunos.

Outro procedimento que auxilia os educadores é a leitura compartilhada, ou seja, aquela leitura em que os alunos também possuem um livro, ou conte uma estória que já tenha ouvido. Deve-se pedir para que leiam da forma deles as palavras e a imagens, realizar perguntas e permitir que os alunos também discutam sobre os textos lidos, apenas auxiliando nessa interação como forma de incentivar o começo da leitura.

Despertar algum sentido nessa prática implica estímulos, cabendo aos envolvidos adequarem a realidade, a qualidade e a idade da criança, pois culturalmente a criança está provida de uma bagagem que vem do seu meio familiar e comunitário, com suas representações evalores.

Ao ingressar na escola, seja qual for sua idade, a criança traz consigo as marcas de seu meio cultural. Inserida em um meio familiar e comunitário, ela carrega consigo conjuntos de representações simbólicas que lhe foram transmitidas por seus pais, avós e amigos. A cultura é um fenômeno humano, organizada em códigos simbólicos de relações e valores tais como: tradições, religiões, leis, política, ética, artes, etc (Jean, 1990b). A criança em idade pré-escolar adquire a maior parte de seus conhecimentos através da transmissão oral. Os adultos com quem convive são os que a introduzem no uso da palavra. “(...) A língua é o instrumento necessário e privilegiado de toda a relação educativa e, ..., é em grande parte pela língua que se revela a cultura inicial, para não dizer primitiva, de toda a criança” (RADINO, 2001, p. 74)

Assim, o processo de construção de leitores, possibilitando a constituição de um

sujeito mais preparado, desenvolvido e atuante na sociedade, dar-se-á com a interação e integração da criança com o meio, e o respeito mútuo neste preparo, que envolve um comprometimento por parte dos envolvidos “família-criança-escola”.

A escola deve providenciar, garantir e descobrir meios de quando e como criar um ambiente propício à leitura para que essa prática seja efetiva e contínua, abrindo novos rumos e olhares atentos a essa prática. Todos devem se unir para o procedimento da criança e para o seu progredimento, fazendo da leitura um hábito benéfico e eficaz, estimulando a inteligência e cooperando para a inserção dos indivíduos na sociedade em que estamos vivendo.

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Durante análises e leitura, elaboramos um quadro para uma apreciação visual neste contexto, para um olhar e uma compreensão prévia:

Figura 1: Interação

Fonte: Os autores

Assim como os pais, também é fundamental que a escola garanta aos seus alunos, o contato com os livros desde pequeninos. O professor em sala de aula deve apresentar diversas obras literárias para que possam ter contato e aprimorar o conhecimento, aprendam a manusear, a buscar informações, com isso as crianças tem uma grande probabilidade de se tornarem leitores assíduos, transformando e enriquecendo e aprimorando a suaescrita.

Toda escola, particular ou pública, deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a leitura, pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica

Num mundo contemporâneo, onde a tecnologia passou a ser a nossamaior concorrente, onde o digital é mais presente que o manual (livros) na vida das crianças, é

desafiadorpara os docentes, mas não impossível, trabalhar com a leitura, por isso é de grande valor que tenham o contato físico com os livros. Quanto mais cedo esse contato

acontecer, melhor será, pois mais cedo formaremos aprendizes e formadores de opiniões.

Meirelles (2010) relata que o início do ensino fundamental é essencial para os alunos desenvolverem autonomia e continuarem seu percurso para se tornar leitores. Nessa etapa, o melhor é estimular a troca de livros e de opiniões, sobre o que se lê.

Torna-se importante o desenvolvimento na criança para o hábito leitor, e que elas possam compreender e entender o que está sendo lido. Para isso é necessário que elas tenham a disposição livros de diversos contextos, assim desenvolveremhabilidades

criança

leituraescola família

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eautonomiatornando-seleitoresfluentes.Adisponibilidadedelivrosaelasajudano processo de alfabetização, uma vez que não é necessárioestaremcompletamentealfabetizadas para

conhecerem o mundo da leitura, é desuma importância quetenham acessodesdecedo,quesepermitam,toquemesintam-selivresparaessemanuseio. Na sala de

aula a proposta é que o educador procure sempre ler livrosparaascriançasetambémqueasmesmaspossamlerecompartilharaleituraemrodasde

conversas,podendotrocarexperiênciasdelivrosjálidoscomoscolegasaguçando assimointeressedasoutras.Oprofessordeveseromediadorresponsávelemlevara seus

alunos, diversas informações e conteúdo e fazer com que a criança reflita, proporcionando atividades múltiplas e lúdicas explorando o interesse dos mesmos.

A criança já vem para escola com uma bagagem própria de informações e conhecimentos individuais, com sua cultura, cabe então ao professor a explorar esses conhecimentos para que haja harmonia e entendimento do aluno, desenvolvendo habilidades e uma boa aprendizagem, respeitando sempre o que a criança traz de casa e levando-a a outras explorações.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais da língua portuguesa:

Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos. Um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de um trabalho que deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam socialmente. Esse trabalho pode envolver todos os alunos, inclusive aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente. (BRASIL, 1997, p. 41).

Diante do exposto torna-se necessário a motivação da leitura, tendo a escola, a

função de criar um ambiente estimulador, prazeroso para a continuidade fora do contexto escolar. Escola tem de ter intenção de garantir fluidez, levando as perspectivas que o aluno necessita, produzindo significados positivos em relação àproposta. Brasil (1997, p. 43) ainda relata:

Para tornar os alunos bons leitores — para desenvolver, muito mais do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura —, a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e também

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ler para aprender) requer esforço. Precisará fazê-los achar que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que, conquistado plenamente, dará autonomia e independência. Precisará torná-los confiantes, condição para poderem se desafiar a “aprender fazendo”. Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente.

O professor em sala de aula deve ser um modelo leitor, tendo em vista que esse é um

dos meios mais considerável para a aprendizagem. Com apoio da escola, o mesmo tem que oferecer recursos de leitura para exercer as capacidades dos alunos, ênfatizando o aprimoramento dosenvolvidos.

A importância e influência da leitura na formação e construção do

sujeito leitor O mundo da leitura enriquece o sujeito para o convívio social, o conhecimento e a informação. Um livro, um jornal ou coisa semelhante tem o poder de transformar o mundo e de modificar essa realidade. Sendo um processo contínuo, deve-se incentivar o sujeito a buscar e expandir novos horizontes, proporcionando oportunidades e meios para essa descoberta. Cada leitura deve se tornar um aprendizado e não mais uma na lista, mostrar a criança/sujeito que a leitura é algo essencial, inestendível e necessário para toda a vida e mediante disso, o enriquecimento do vocabulário, a forma de escrever, falar e até mesmo de agir e pensar serão notavelmente o suporte para a diferenciação até mesmo profissional, pois quanto mais se le, mais seaprende.

De acordo com Bamberger (1975), o desenvolvimento de interesses e hábitos permanentes de leitura é um processo constante, que principia no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora.

Diante a afirmação percebe-se o quanto é necessário o estímulo tanto por parte da família, como por parte da escola nesse processo. Ambos têm de tero

comprometimento de serem os orientadores para a formação dessas crianças, que estão inseridas nesse mundo tecnológico, onde o digital tornou mais acessível que o manual.

Ler é essencial para o crescimento e o amadurecimento do indivíduo, levando-o a e expansão e aquisição de conhecimentos. Um indivíduo bem informado saberá compreender os problemas e soluções, saberá cumprir seus deveres e cobrar seus direitos. Ao se escutar uma leitura lida pela criança, deve primordialmente elogiá-la para elevar a sua autoestima, contribuindo sempre para que a criança progrida. O

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caminho na formação de leitores é longo, mas não impossível. Caberá à família e à escola, contribuírem para que a criança trilhe nesse caminho. A criança geralmente é um espelho dos pais, por isso é importante que o exemplo venha deles.

Levar a leitura como hábito divertido, possibilita o próprio conhecimento, fazendo com que esse momento se torne frequente e um momento de prazer e não de martírio, por isso, os livros devem ser vistos e apresentados como “bons amigos” que nos acompanharam a vida toda, podendo nos levar a imaginações, a várias sensações, emoções, dentre outras. Lembrando que não existe uma idade certa para apresentá-los a uma criança, quanto mais cedo terem o contato, melhor será para a criança. Segundo Viveiros (2014) destaca:

A criança que lê, possui mais conhecimento do mundo, requisito

básico para o desenvolvimento de uma melhor interpretação textual, habilidade fundamental no contexto escolar. Sem a leitura, o desempenho nas demais disciplinas estudadas na escola écomprometida.

Sendo assim, constatamos que a leitura é a base norteadora no processo ensino aprendizagem, sendo uma das ferramentas capaz de fazer com que a criança busque novos horizontes. A leitura deve ser dinâmica oportunizando análises, compreensões e reflexões. Ler envolve uma série de estratégias que deve ser observadas e praticadas pela escola e, sobretudo pelos pais, introduzindo a criança ao convívio social, para que ela se torne um sujeito capaz, mais humanista no convívio sociocultural e no que diz respeito a agir em plenitude com as possibilidades de realizações social e profissional e também comocidadão.

REFERÊNCIAS

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BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito da leitura. São Paulo: Cultrix, 1975.

BRASIL. Decreto-lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27833. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/diarios/1541961/pg-1-secao-1-diario-oficial-da- uniao-dou-de-23-12-1996>. Acesso em: 25 mar. 2016.

BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Brasília: Sec. da Educação Fundamental, 1997. 144 p. Disponível em:

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Dicas para despertar o gosto pela leitura. Booxs. Homepage. 2014. Disponível em: <http://www.booxs.com.br/dicas-despertar-gosto-leitura/>. Acesso em: 28 ago. 2016.

FERREIRA, M. C. R. et al. Os fazeres na educação infantil. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

FUNAYAMA, C. A. R. (Org.). Problemas de aprendizagem: enfoque multidisciplinar. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

MEIRELLES, E. Literatura do 1º ao 5º ano: ajude os alunos a ler com autonomia. Nova Escola, [S. l.], n. 234, ago. 2010. Disponível em: <http://acervo.novaescola.org.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/literatura-1o-ao-5o-ano-ajude-alunos-ler-autonomia-583986.shtml>. Acesso em 23 set. 2016

RADINO, Gloria. Oralidade, um estado de escritura. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 6, n. 2, p. 73-79, jul./dez. 2001. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/pe/v6n2/v6n2a10.pdf>. Acesso em 20 out. 2016.

TEBEROSKY, A. Ana Teberosky: debater e opinar estimulam a leitura e a escrita. Entrevista concedida a Paola Gentili, [S. l.], 26 ago. 2016. Disponível em: <http://novaescola.org.br/conteudo/251/ana-teberosky-debater-e-opinar- estimulam-a-leitura-e-a-escrita>. Acesso em: 14 maio 2016.

VIVEIROS, R. A importância da leitura na formação das crianças. Homepage. 2014. Disponível em: <http://www.institutonoa.org/single-post/2014/08/19/a-import%c3%a2ncia-da-leitura-na-forma%c3%a7%c3%a3o- das-crian%c3%a7as>. Acesso em: 18 jul. 2016. WHITE, E. G. Conselhos aos professores, pais e estudantes. [S. l.]: Ellen G. White Estate, 2007. Disponível em: <http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Conselhos%20aos%20Professores, %20Pais%20e%20Estudantes.pdf>. Acesso em: 11 maio 2016.

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Prevenção e orientação fisioterápica às pessoas portadoras de osteoporose na 3ª idade – uma revisão bibliográfica

Daiane Cristina Clemente¹

Priscila de Oliveira Santos Pinheiro² Walther Spinelli Filho³

Resumo

Envelhecer é um processo manifestado por um declínio das funções de diversos órgãos, observa-se alterações funcionais ou estruturais que vão evoluindo para falta da capacidade física, mental e social. Este declínio traz a ocorrência de várias doenças como a osteoporose e deformidades ósseas. A osteoporose é uma doença osteometabólica com redução da massa óssea e deteriorização da micro-arquitetura, levando ao enfraquecimento ósseo tornando-os vulneráveis à fraturas. É uma doença silenciosa, assintomática, lenta e progressiva, geralmente diagnosticada após ocorrerem fraturas espontâneas nos ossos do punho, quadril, coluna vertebral e colo do fêmur. É preciso que se tenha um diagnóstico precoce, e através de um exame chamado densitometria óssea é possível medir o nível da densidade óssea. A fisioterapia tem papel fundamental na prevenção, orientação e tratamento destes idosos, incentivando à prática de exercícios físicos, melhorando a qualidade de vida, evitando assim o aumento dos fatores de risco como quedas, deformidades ósseas, fraturas e dependências por invalidez. Palavras-chave: Osteoporose. Idosos. Exercício físico. Qualidade de vida.

¹ Acadêmica em Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP - FTGA. [email protected] ² Acadêmica em Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP - FTGA. [email protected] ³ Atualmente é Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga – FTGA, Fisioterapeuta - FISIOCLINICA S/S LTDA. Fisioterapeuta Concursado e Responsável na Unidade Básica de Saúde em Cândido Rodrigues. Especialização em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica ligada a Medicina do Esporte (2000), Especialização em R.P.G. (Reeducação Postural Global, 1997). Foi Coordenador do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga – FTGA no período de 2007 a 2011. Mestrado em Engenharia de Produção (2013). [email protected]

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Abstract Aging its a process manifested by a decline of functions of several parts of the body. Its observed functional or structural changes which go evolving to the lack of physical, mental and social capacity. This decline brings the occurrence of many diseases like osteoporosis and osseous deformities. Osteoporosis is an osteometabolic disease that causes reduction of osseous mass and deterioration of the micro-architecture, leading to bones weakening making them vulnerable to fractures. Is a silent, asymptomatic, slow and progressive disease, usually diagnosed after spontaneous fractures in the wrist, hip, spine and femur bones. Its necessary to have an early diagnosis through an examination called osseous densiometry that is possible to measure the level of bones density. Physiotherapy plays a fundamental role in the prevention, orientation and treatment of these elderly people, encouraging the practice of physical exercises, improving life quality, avoiding the increasing of the risk factors such as falls, osseous deformities, fractures and disability dependencies. Key-Words: Osteoporosis. Elderly. Physical exercises. Life quality.

Introdução

A osteoporose tem a característica dos ossos comprometidos, com o aumento de fraturas, dor, deformidades e a incapacidade física, é uma doença silenciosa muitas vezes só é descoberta logo após uma fratura. (Freitas et al Gorzoni 2013 p. 839-843).

Com o avanço da idade a osteoporose é mais comum, sendo assim ocorre à perda ou o afinamento do tecido ósseo que deixa os ossos mais fracos e quebradiços. Devido à baixa produção de hormônios sexuais, os ossos se tornam mais finos e porosos. A falta de atividades físicas é um sério fator de risco para a osteoporose. O tabagismo, tratamento com corticosteróides, artrite reumatóide, hipertireoidismo e falência renal crônica, também podem influenciar o desenvolvimento da osteoporose. (Steve Parker, 2012 p.48)

A osteoporose tipo I ou pós-menopausa acomete pessoas com idade igual ou menor que 65 anos, onde vai acontecer o remodelamento ósseo em maior quantidade, com perda relativa de osso trabecular e ocorrem também fraturas vertebrais e do antebraço distal. As mulheres nesta fase da vida são muito mais afetadas que os homens. Esta perda óssea esta associada ao declínio agudo da produção ovariana de estrogênios, hormônio que por sua vez faz a proteção dos ossos. Esta perda óssea tem longa durabilidade e após os 70 anos de idade ela pode aumentar. (Moreira; Pinheiro; Neto, 2009 p.260-277).

A osteoporose tipo II ou senil atinge pessoas com idade igual ou maior que 65 anos, o remodelamento ósseo é bem lento, com perda relativa de osso cortical e ocorremtambém

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fraturas do fêmur proximal. Devido à perda de massa óssea, a perda de equilíbrio, a diminuição da visão, audição e os riscos ambientes como iluminações inadequadas, calçadas irregulares que provocam as quedas, podem até levar os idosos a óbito. Entre as quedas temos 5% que resultam em fraturas leves e de 5% a 10% que resultam em fraturas mais graves. Pela faixa etária temos 32% de 65 a 74 anos, 35% de 75 a 84 anos e 51% acima de 85 anos. (Moreira; Pinheiro; Neto, 2009 p. 277).

Metodologia

Foram realizados levantamentos bibliográficos utilizando livros, revistas, artigos científicos em formato impresso ou eletrônico a fim de reunir e aprofundar o conhecimento sobre o tema proposto. Iniciou-se a leitura desses dados levando em consideração temas que abordassem a prevenção e orientação fisioterápica em osteoporose e a utilização de exercícios físicos para a terceira idade como prevenção e tratamento.

Envelhecimento

Estudos revelam que o envelhecimento no Brasil segundo as pesquisas do IBGE (2013), estima-se que a população de 65 anos ou mais passe de 14,9 milhões (7,4% do total) em 2013, para 58,4 milhões em 2060 equivalente à 26,7% da população total do país. (Ruzene, 2014 p.11)

Paschoal (1996) relata que envelhecimento vem de vários fatores, biológicos, sociais, econômicos, funcionais e cronológicos. Biologicamente o envelhecimento não começa aos 60 anos e sim logo após o nascimento; socialmente, o envelhecimento vai depender do momento histórico e da cultura; intelectualmente, fala-se que a pessoa esta envelhecendo quando acontece perda de memória, falta de atenção, perca de orientação e concentração; economicamente, a pessoa envelhece quando começa a receber a aposentadoria; funcionalmente quando o idoso não consegue mais, realizar as atividades diárias e depende de outra pessoa para realizá-las; cronologicamente a pessoa se torna idoso aos 60 ou 65 anos de idade. (Silva, 2009 p. 23).

O envelhecimento ocorre com perda das funções de diversos órgãos do corpo. Tudo se inicia sem que a pessoa perceba, mas com o tempo vão aumentando, levando a alterações funcionais e estruturais. Com 30 anos de idade, acontece perda de 1% da função orgânica,

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mas tudo depende de pessoa para pessoa e de organismo para organismo. (Papaléo Netto apud Driusso; Chiarello, 2007 p. 2).

Vários fatores estão contribuindo para que a taxa de mortalidade de idosos esteja diminuindo como mudanças favoráveis no estilo de vida e alimentação, combate ao fumo, realização de exercícios físicos antes dos 60 anos ou até mesmo quando atingem esta idade, entre outras coisas que permitem uma melhor qualidade de vida e uma expectativa de vida maior. (Wenger apud Driusso; Chiarello, 2007 p. 3).

Um ponto importante é saber diferenciar senescência e senilescência. Senescência ou envelhecimento primário (fisiológico) acontece com todo mundo processo natural do envelhecimento. Senilescência é o envelhecimento secundário (patológico) geralmente acompanhado por doenças crônicas degenerativas que acarretam danos à saúde como a osteoporose, osteoartrose, doenças cardiovasculares, demências, canceres entre outras patologias. (Birrem; Schaie; et al Silva 2009, p. 26).

Osteoporose

Osteoporose é uma doença osteometabólica que pode evoluir e é caracterizada pela baixa densidade óssea e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, levando assim ao aumento da fragilidade óssea, com maior risco da fratura após mínimos traumas. (Szejnfeld 2010, p. 417).

É uma doença sistêmica do esqueleto, se caracteriza pela redução da massa óssea, levando ao aumento da fragilidade e maior risco de fraturas, ocorre à diminuição da estabilidade dos ossos. (Dölken, 2008, p.497).

A osteoporose é silenciosa, assintomática, lenta e progressiva, as principais fraturas que ocorrem são, ossos do punho, do quadril e da coluna vertebral. (Rebelatto; Morelli, 2007, p.300).

A manifestação da perda de massa óssea é de etiologia muito complexa, multifatorial, pois inclui fatores como: etnia, idade avançada, hereditariedade, sexo, sedentarismo, tabagismo e fatores nutricionais. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).

Os ossos servem para proteger os órgãos, além de sustentar e estruturar o corpo ajuda no movimento e serve de alavanca para o sistema muscular, são depósitos de cálcio e sais minerais. Eles são compostos por duas camadas macroscópicas: osso cortical (mais duro e

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externo) e o osso trabecular (mais interno e esponjoso), e mais vulnerável à osteoporose. (Rebelatto; Morelli, 2007, p. 301).

Na infância, na adolescência e no início da fase adulta, a quantidade de osso que vai sendo depositado é maior do que a quantidade de osso que vai ser removido, com isso o esqueleto cresce, os ossos ficam maiores, mais densos e fortes. Na osteoporose ocorre o oposto, os ossos ficam mais fracos, levando à diminuição da massa óssea e menor resistência. (Szejnfeld, 2010, p. 418).

Osteoporose Tipo I - Osteoporose Primária, Osteoporose Pós-menopáusica.

Esse tipo é encontrado nas mulheres pós-menopáusicas é caracterizada por acentuada reabsorção óssea. A diminuição de níveis de estradiol (hormônio) aumenta a frequência do ciclo de remodelagem dos ossos. O aumento das células de osteoclastos destrói as trabéculas ósseas, podendo levar a fraturas cominutivas e o colapso de vértebras ao pegar peso ou na rotação do tronco inclinando para frente. A baixa de estradiol faz com que a força muscular também diminua, agravando assim a reabsorção óssea de fator mecânico. (Dölken, 2008, p. 500).

Osteoporose Tipo II - Osteoporose Secundária, Osteoporose Senil.

Essa forma manifesta em homens e mulheres a partir dos 65 anos, sua característica é o baixo índice de neoformação óssea. A osteoporose primária se difere da osteoporose secundária não pelo aumento da atividade dos osteclastos e sim pela redução da atividade osteoblástica. Afeta todo o esqueleto levando a fratura dos ossos mais solicitados como corpos vertebrais, colo do fêmur, costelas e úmero distal e subcapital. (Dölken, 2008, p.501).

Entre 65 a 75 anos as mulheres apresentam um misto de osteoporose, devido à deficiência de estrógenos (pós-menopausa) para a osteoporose senil. Com o avanço da idade observam-se frequentemente fraturas dos ossos longos, principalmente do fêmur proximal, além do colapso de corpos vertebrais e das fraturas por compressão. Além da deficiência hormonal em homens e mulheres, existe também a falta de atividade física, carência de cálcio e vitamina D, a falta de vitamina D torna insuficiente a absorção do cálcio alimentar, e aumenta a eliminação do cálcio pelas fezes e urina. (Dölken, 2008, p. 501).

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Osteoporose Gravídica

Essa é uma forma de osteoporose encontrada em 0,4/100.000 mulheres jovens, alguns casos não são registrados. (Hellmeyer et al, 2004, p. 502).

Na osteoporose gravídica as mulheres apresentam diminuição comprovada da densidade óssea durante a gestação. (Dölken, 2008, p. 502).

Quadro clínico da osteoporose

A primeira manifestação se dá por fraturas e são frequentes nas vértebras, terço distal do rádio, fêmur, úmero e nos pequenos ossos periféricos (metatarsos). Nas vértebras as fraturas se apresentam com dores agudas e pode ser acompanhada por raquialgia. (Szejnfeld, 2010, p. 418).

Com o surgimento de uma ou mais vértebras fraturadas, começam a surgir deformidades esqueléticas que são características da osteoporose como: acentuação da cifose dorsal (corcunda da viúva), acentuação da lordose cervical e retificação da lordose lombar. Isso facilita a ocorrência de infecções das vias aéreas superiores e constipação intestinal crônica. Nas fraturas de quadril, 12% dos pacientes morrem 3 meses depois da fratura, 50% morrem após 1 ano e os demais 50% se recuperam mas podem perdem a liberdade de movimento, e se tornam dependentes de sua família e do estado. (Szejnfeld, 2010, p. 418- 419).

Fatores de risco para osteoporose

Alguns fatores de risco para osteoporose e fraturas podem ser divididos em: modificáveis, não modificáveis e entre outras condições. (Szejnfeld, 2010, p.419).

Quadro39.1 FATORES DE RISCO PARAOSTEOPOROSE

Não-Modificáveis Modificáveis Outras Condições Sexo Níveis hormonais Medicamentos Idade Dieta Doenças osteopenizantes História familiar Atividade física

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Tamanho dos ossos Álcool Etnia Tabagismo Fonte: Guia de Reumatologia, SATO, Emília Inoue, pag. 419, 2ª Ed., São Paulo, Manole, 2010.

Diagnóstico da osteoporose

O exame mais seguro e confiável ainda é a Densitometria Óssea, um teste simples e não invasivo podendo ser realizado inclusive por gestantes, é um método quantitativo que identifica os vários estágios da doença, baseia-se na imagem dos ossos da coluna lombar, do colo do fêmur, do corpo todo ou de regiões específicas é registrado em peso por unidade de superfície e é baseado no enfraquecimento de um raio de fótons ou de raios X pela hidroxiapatita do osso. O exame radiológico é capaz de revelar a diminuição do número de trabéculas, diminuição acentuada da altura do corpo da vértebra seus contornos e lâminas. (Dölken, 2008, p. 503-504).

A radiografia de coluna lombar é de suma importância, pois avalia alteraçõesdegenerativas como: osteofitose e calcificação da aorta. Com o paciente de perfil pode serobservado fraturas de vértebras, diminuição maior que 20% entre a altura vertebral

(anterior média e posterior). A resistência óssea parece estar determinada pelo número e pela espessura das trabéculas e pontes que formam entre si. (Lemos; Nakaoka; Kashiwabara, 2013,

p. 45-48). Ultrassonografia quantitativa, Tomografia Computadorizada, Cintilografia Óssea

também são utilizados para diagnóstico da osteoporose. (Dölken, 2008, p. 505). Exames Subsidiários: são realizados em laboratórios, recomenda-se hemograma,

provas de atividade inflamatória, eletroforese de proteínas, cálcio, fósforo, fosfatasse alcalina e cálcio na urina 24 horas. Pode ser pedida também a dosagem de (TSH), (LH), (FSH), (GH), cortisol plasmático, anticorpo antigliadina são feitos se houver suspeita das doenças relacionadas. (Szejnfeld, 2010, p.421).

Tratamento

O tratamento para osteoporose consiste basicamente em medidas gerais (dieta, atividade física, suplementação de cálcio, vitamina D) e medicamentosas (raloxifeno,

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calcitocina, ranelato de estrôncio, teriparatida PTH), os bifosfanatos, alendronato, risedronato, ibandronato, zoledronato e a Terapia Hormonal. (Szejnfeld, 2010, p. 422 - 423).

Durante os estudos foi observado falta de conhecimento em relação à dieta com a osteoporose, 70% dos idosos desconheciam a informação e os poucos pacientes que receberam orientações 66,7% foram por consultas ao médico, 20,8% pelosmeios de comunicação e 12,5% por revistas e folhetos. (Carvalho; Fonseca; Pedrosa, 2004, p 719-725). Um procedimento que vem sendo utilizado como tratamento éa Vertebroplastia (inserção de material resistente matacrilato, em vértebras fraturadas) é indicado para melhora de dor empacientes que não respondem ao tratamento clínico convencional depois de trêsmeses. Entre 24 à 48hs já é possível observar alívio sintomático da dor torácica ou lombar. É um procedimento guiado por tomografia computadorizada, altamente especializada e de alto custo, é bem tolerado e previne a perda de altura e deformidade vertebral (cifose), característica da osteoporose. (Szejnfeld, 2010, p. 426).

A terapia medicamentosa tem papel importante na prevenção e no tratamento da osteoporose como: Cálcio, este é obtido do leite e seus derivados, verduras escuras (couve, espinafre), ou mesmo por suplementos. (Lemos; Nakaoka; Kashiwabara, 2013, p. 45-48).

Alguns medicamentos utilizados são: Calcitonina é utilizada na prevenção da osteoporose e também produz certa analgesia

em casos de fratura, é indicada para indivíduos que não podem fazer uso dos bisfosfanatos. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).

Bisfosfanatos são indicados para aumentar a densidade mineral óssea podendo reduzir fraturas de coluna, quadril e punho em até 50%, ele não deve ser ingerido com outros alimentos o indicado é que seja ingerido em jejum. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).

O alendronato pode ser ingerido 10 mg ao dia ou 70 mg por semana, esta é a forma de maior comercialização, o risedronato em pacientes mulheres com osteoporose acima de 80 anos obteve 81% na diminuição de novas fraturas vertebrais, mas não reduziu as fraturas de quadril, o ibandronato sódico é recomendado por doses mensais de 150 mg, sua eficácia são para fraturas vertebrais, já o ranelato de estrôncio tem maior eficácia na diminuição do risco das fraturas vertebrais e não vertebrais, o decanoato de nandrolona mostrou sua eficácia no aumento de massa óssea e melhorando o equilíbrio, enquanto que o raloxifeno atua inibindo e fazendo a reabsorção óssea reduzindo fraturas vertebrais. (Lemos; Nakaoka; Kashiwabara, 2013, p.45-48).

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Zoledronato este é utilizado na prevenção e no tratamento da osteoporose com uma dose de 5 mg ao ano, seu sucesso foi na redução de fraturas vertebrais, é usado por via endovenosa, ibandronato serve para prevenção e no tratamento da osteoporose sendo ingerido 150 mg, assim como os demais bisfosfanatos deve ser ingerido 30 minutos do café da manhã com água, risedronato, serve para prevenção e tratamento da osteoporose, este reduz as fraturas de coluna em 60 % , o alendronato também tem ação na prevenção e no tratamento da osteoporose alguns pacientes observaram aumento da massa óssea, ele também reduz a perda da massa óssea no antebraço e reduz fraturas no geral em 50%, o ranelato de estrôncio este reduz fraturas de quadril e atua no aumento e na formação e na redução da reabsorção óssea. (Szejnfeld, 2010, p. 424-426).

Terapia por reposição de hormônios é indicada para a prevenção da osteoporose e é ideal para mulheres na menopausa, mas é contraindicada a pacientes que já tiveram histórico de coagulação sanguínea e câncer de mama. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).

A teriparatida ou hormônio da paratireóide (PTH) é um medicamento indicado para reverter alterações causadas pela osteoporose, atua direto estimulando a formação óssea ativando os osteoblastos, mulheres na menopausa tiveram bastante resultado, também ganharam densidade óssea na coluna e no fêmur. (Szejnfeld, 2010, p. 425-426).

O hormônio da paratireóide quando produzido de forma natural pelo nosso organismo promove reabsorção óssea, na forma injetável ele estimula a formação de massa óssea, aumenta a absorção de cálcio pelo intestino e pode ser utilizada por homens e mulheres com osteoporose grave. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).

Tratamento fisioterápico

Uma anamnese minuciosa deve ser seguida, o exame fisioterápico deve observar dores, anomalias em relação à postura e ao biótipo, musculatura, encurtamentos, mobilidade, coordenação e força muscular. (Dölken, 2008, p. 506-508).

A prescrição de exercícios físicos depende da existência ou não de fraturas e se a osteoporose já se instalou ou se o paciente tem grande risco para osteoporose, pois o objetivo do exercício é reduzir a dor, melhorar força muscular, prevenir a perda de massa óssea, melhorar coordenação, melhorar postura, manter mobilidade articular, atingir treinamento cardiorrespiratório. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).

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O principal objetivo é o alivio das dores e das estruturas sobrecarregadas em consequência da postura errada, preservar e aumentar a tolerância aos movimentos para obter melhor correção possível da postura. O aumento da mobilidade promove a formação de tecido ósseo e previne deformidades dos corpos vertebrais, aumenta a habilidade motora e treina a maneira de cair prevenindo queda e ocorrência de fraturas. (Dölken, 2008, p. 511).

Combatendo à dor: Aplicar calor ou frio sobre as tendinopatias, utilizar da eletroterapia como tens, ultrassom, micro-ondas são algumas possibilidades de tratamento no alivio da dor. Posicionamento relaxante, confortável como: decúbito dorsal com degrau, tendo proteção suficiente de ombro e nuca por uma almofada, decúbito lateral com um travesseiro entre membros inferiores e mobilizações de todos os segmentos da coluna vertebral sem elevações, alongamentos com cautela, correção da postura, exercícios de hidroterapia, caminhar na piscina ou em locais planos, treinar coordenação motora, fortalecer musculatura, se possível realizar alguns exercícios ao ar livre com exposição ao sol por 30 minutos diários, isso vai ajudar na produção de vitamina D. (Dölken, 2008, p.511).

O programa de reabilitação destina-se ao aumento da flexibilidade, o equilíbrio e o fortalecimento devem ajudar a prevenir as quedas. O fisioterapeuta deve estar sempre atendo aos sinais e sintomas associados, pois algumas medicações têm implicações para o terapeuta, como por exemplo, a administração de estrógenos está associada ao aparecimento de êmbolos sanguíneos, acidente vascular cerebral, aumento da pressão arterial, súbitas alterações de coordenação, visão respiração e muitos outros, dificultando em alguns momentos a realização da terapia. (Oliveira, 2007, p. 308).

Um fator muito importante no início e durante a terapia é combater o medo que o paciente tem de se movimentar, é preciso fazer utilizações de brincadeiras que melhorem a sensibilidade e a capacidade de perceber sinais provenientes do próprio corpo e do ambiente. O paciente deve dedicar-se com regularidade à pratica de esportes e vencer seu receio de movimentar-se, o exercício equilibra os efeitos terapêuticos de diversos medicamentos, reduz fraturas, quedas, e tem efeitos psicossociais desenvolvendo autoconfiança, alegria, redescoberta dos próprios recursos, diversão entre outros, sempre com vigilância de um profissional. (Dölken, 2008, p. 512)

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Prevenção e orientação aos idosos portadores de osteoporose

O fisioterapeuta faz uma atuação muito importante que é orientar seus pacientes a fim de prevenir acidentes e também para o sucesso de seu tratamento, manter o paciente esclarecido dos riscos é fundamental. (Dölken, 2008, p. 504).

Para segurança do idoso, é possível melhorar as observações gerais do ambiente, como deixar um espaço amplo para o idoso caminhar, retirar móveis com quinas vivas, deixar sempre um copo com água na cabeceira da cama, deixar o caminho iluminado à noite, do lado externo da casa nos jardins eliminar as irregularidades do piso, orientar o idoso a tomar suas medicações corretamente. (Borges; Morelli; Rebellato, 2007, p. 183).

Realizamos exercícios de coordenação, equilíbrio e treino de força por serem muito eficientes no equilíbrio dinâmico e estático. Estudos mostram que exercícios aeróbicos tem efeito na prevenção da osteoporose quando combinados aos exercícios de força e de alta resistência acompanhados pela ingestão de cálcio e vitamina D. (Santos; Borges, 2010, p. 292-297).

Possibilidades de intervenção clínica

No Treino de Marcha o idoso pode caminhar em barras paralelas ou local amplo, fazer dissociação de cinturas escapular e pélvica, mudar direção, andar para frente e para trás, subir e descer escadas se possível, pode colocar obstáculos durante a marcha para ele se desviar ou passar por cima. No Treino de Força pode ser feito idêntico ao domicílio com utilização de faixas elásticas, exercícios de levantar e sentar da cadeira e até aparelhos de musculação. Treino de Equilíbrio pode se utilizar exercícios específicos e os propostos para domicílio, pode caminhar sobre uma linha demarcada ao chão com um pé a frente do outro diminuindo a base de sustentação, pular obstáculos, fazer dupla tarefa como carrega um copo com água enquanto caminha ou caminhar batendo uma bola no chão e para os Treinos de Propriocepção melhorar as funções articulares do idoso para terem a capacidade de suportar as demandas diárias e esse treinamento tem que ser o mais funcional possível, elaborar situações do dia-a- dia como fazer movimentos que realiza ao cozinhar, lavar louças, estender cama ou roupas o varal, utilizar o balançinho (plataforma móvel), prancha de equilíbrio entre outros. (Borges; Rebellato; Morelli, 2007, p.184-186).

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Resultado

O fisioterapeuta faz uma atuação muito importante que é de orientar seus pacientes a fim de prevenir acidentes e para o sucesso de seu tratamento esclarecer o paciente a cerca dos riscos é fundamental, a educação sobre a doença ajuda na prevenção e no tratamento, pois o idoso consegue compreender de forma clara e objetiva o que esta se passando com ele colaborando de forma positiva no seu tratamento.

A prevenção é a melhor orientação, porém muitas vezes essas informações passam despercebidas pelos idosos a qual só vão à procura de um médico ou fisioterapeuta, logo após as fraturas.

É importante ressaltar sobre a dieta, pois deve ser uma dieta balanceada para a complementação das devidas vitaminas, essa dieta deve ser acompanhada por um profissional da área (nutricionista).

Sendo assim nunca é tarde, mesmo após os 60 anos podemos conseguir alguns benefícios com uma boa alimentação, exercícios físicos, exposição ao sol e acompanhamento médico.

Conclusão

Através desta revisão concluímos que o exercício físico tem papel fundamental na prevenção e no tratamento da osteoporose, pois atua de forma específica, melhorando o tônus muscular, o equilíbrio, a coordenação e assim prevenindo quedas e possíveis lesões que acometem os idosos.

Nunca será tarde para se cuidar, basta ter o apoio da família, fazer algumas adaptações, como não usar tapetes em casa, mas caso seja necessário o uso de tapete que seja antiderrapante, colocar proteção nas quinas dos moveis, para evitar fraturas no quadril, colocar barras principalmente nos banheiros, para evitar as quedas, quando sair para caminhar tomar muito cuidado, pois as calçadas são irregulares, uma dieta balanceada e o exercício físico, mesmo iniciado após os 60 anos trará bonsresultados.

Entretanto, é importante salientar que muitos estudos ainda são necessários, a fim de encontrar formas cada vez mais eficazes de tratamento. Para isto, é preciso que sejam realizadas pesquisas sérias, com metodologia adequada e resultados comprovados, para que os protocolos e técnicas sejam cientificamente comprovados.

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Assistência Farmacêutica ao paciente doente crônico renal Amanda Letícia de Souza1

Graciana Aparecida Simei Bento da Silva2

Resumo A doença renal crônica representa nos dias de hoje um importante problema de saúde pública no Brasil, pois a maioria dos brasileiros sofre de problemas renais e nem todos são diagnosticados, alguns acabam indo até a óbito, já outros, realizam diálise e poucos conseguem transplante renal. O tratamento da doença crônica renal tem como objetivo retardar a doença, ou mesmo incentivar o rim a voltar a funcionar, a não adesão ao tratamento farmacológico dificulta o processo, sendo assim, o profissional farmacêutico tem a função de auxiliar o paciente durante o tratamento, orientando e aumentando a adesão do paciente ao tratamento. Este trabalho de conclusão de curso tem o objetivo de descrever como é o rim e suas funções, focando na doença renal crônica e seus tratamentos, visando a parte da assistência. Conclui-se que com a evolução, a tecnologia e a correria do dia a dia, as pessoas alimentam-se de maneira não saudáveis e descuidam-se de sua saúde, talvez por falta de conhecimento. Ao decorrer do trabalho ficou claro, que o farmacêutico acaba não sendo excluído na equipe multiprofissional responsável pelo tratamento do paciente crônico. Enfim, pode-se concluir que a assistência farmacêutica tanto ao doente renal crônico como a qualquer outra doença é muito importante para a adesão do paciente ao tratamento e consequentemente para seu sucesso, melhorando a qualidade de vida do pacientecrônico.

Palavras-chave: Assistência Farmacêutica, Doença Renal Crônica, Rim.

ABSTRACT

Chronic kidney disease is nowadays an important public health problem in Brazil because most Brazilians suffer from kidney problems and not all are diagnosed, some end up going to the death, while others, perform dialysis and few can kidney transplant . Treatment of chronic kidney disease aims to slow the disease, or even encourage kidney to return to work, non- adherence to drug treatment complicates the process, therefore, the pharmacist has the function of assisting the patient during treatment, directing and increasing patient adherence to treatment. This course conclusion work aims to describe how the kidney and its functions, focusing on chronic kidney disease and its treatments, aimed at part of the assistance. It is concluded that the evolution in technology and the rush of everyday life, people feed on unhealthy way and neglect to their health, perhaps for lack of knowledge. In the course of the work it became clear that the pharmacist does not end up being excluded in the multidisciplinary team responsible for the treatment of chronic patients. Finally, it can be concluded that the pharmaceutical care both chronic kidney disease as any other disease is very important for the patient's adherence to treatment and consequently to its success, improving the quality of life of chronicpatients.

Key-words: Pharmaceutical Care , Chronic Kidney Disease , Kidney.

1Graduanda do curso de Farmácia – FTGA, email: [email protected]. 2Farmacêutica pela FHO, Especialista em Bioquímica e Homeopatia, Licenciada em Física, Pedagoga e Mestre em Engenharia de Produção, email: [email protected].

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INTRODUÇÃO A doença renal crônica representa nos dias de hoje um importante problema de saúde pública no Brasil (MOREIRA et al, 2005). Uma grande maioria dos brasileiros sofre de problemas renais e nem todos são diagnosticados. Várias pessoas vão a óbito por ano. Outros fazem diálise, são poucos os que conseguem transplante renal, e os que foram transplantados seguem em acompanhamento. A grande maioria dos doentes crônicos renais sofrem de diabetes e/ou hipertensão ou ambos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2016.).

O tratamento da doença crônica renal tem como objetivo retardar a doença, ou mesmo incentivar o rim a voltar a funcionar, a não adesão ao tratamento farmacológico dificulta o processo. São vários os motivos que levam o paciente a não fazer uso do medicamento entre eles esta a falta de informação que depende dos profissionais e a resistência do paciente em aderir (MOREIRA et al, 2005).

O regime terapêutico da DRC (dieta, ingestão de líquidos, medicamentos e terapia dialítica) apresenta taxas elevadas quando não aderido corretamente. Fatores como: idade, gênero, tabagismo, duração da HD e comorbidades determinam o processo da má adesão. A percepção do paciente de melhora de saúde, a negação de realizar tratamento prolongado, bem como a complexidade terapêutica e a confusão das orientações também alteram a adesão à terapia (MOREIRA et al, 2008).

O profissional farmacêutico tem como dever prestar orientação necessária a estes pacientes, fazendo parte da equipe no processo de racionalizar sobre os medicamentos, fazendo com que os mesmos tenha total eficácia, evitando problemas que possam ocorrer devido à grande quantidade de fármacos utilizados. Muitas vezes o paciente com insuficiência renal crônica se encontra desmotivado à adesão terapêutica, devido ao fato de conviver com uma doença incurável que o submete a tratamentos longos e dolorosos, além de questões sociais que acabam limitando-o de uma rotina comum, podendo ocorrer o afastamento de amigos, a perda do emprego, a dependência da previdência social, a impossibilidade de passeios devido à rotina das sessões de hemodiálise entre outros (MOREIRA et al, 2008). Este estudo tem como objetivo esclarecer o que vem a ser a doença renal crônica, os tratamentos existentes e o papel do profissionalfarmacêutico.

Justificativa

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O que levou a desenvolver esse projeto foi perceber a falta de informação que a maioria das pessoas tem sobre o respectivo assunto Doença renal crônica e sobre como ofarmacêutico pode estar dando assistência, sendo que como podemos ver, a grande parte da população acredita que o dever do farmacêutico seja apenas dispensar medicamentos, esquecendo toda a parte da assistência em si.

Segundo o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica (2002), pagina 16: “Um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde”

Baseada nessa definição, esse projeto estará analisando a função do farmacêutico ao paciente portador de DCR, enfatizando a atenção farmacêutica.

Metodologia

Trata-se de uma pesquisa “aplicada”, quem tem como tema: Assistência Farmacêutica ao Doente Crônico Renal, sendo classificada como descritiva, por utilizar artigos colhidos, e através deles ter base para conseguir realizar um levantamento de assistência/atenção farmacêutica e inserir ela no que se diz respeito à DCR.

O projeto foi realizado através de pesquisas bibliográficas constituídos em artigos e livros direcionados ao titulo escolhido. Diante dos dados colhidos, a pesquisa terá como objetivo esclarecer o trabalho do profissional farmacêutico quando se diz respeito a DCR.

Sistema Renal: Anatomia do Rim

O corpo possui vários órgãos que são responsáveis pela filtração do sangue, entre eles se encontra os rins, eles medem cerca de 10 cm de comprimento, são na forma de um grão de feijão, na cor marrom avermelhada (AMABIS, et al 2010).

Os dois rins possuem três camadas cada, formando uma capa de proteção, as camadas são: Fáscia renal, mais externa, a cápsula adiposa, mais intermediaria e a capsula fibrosa, mais interna, ainda mais abaixo da cápsula fibrosa, possui uma camada que é chamada de córtex renal, no córtex fica os néfrons que são responsáveis pela filtração do sangue (LAURENCE, 2000).

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E ainda os rins possuem uma porção central, onde se encontra a medula renal, na medula fica os ductos papilares que coletam a urina formada nos néfrons. Os ductos drenam

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para estruturas chamadas cálices renais menor e maior. O cálice renal menor recebe urina dos ductos papilares de uma papila renal e a transporta até um cálice renal maior. Do cálice renal maior, a urina drena para a grande cavidade chamada pelve renal e depois para fora, pelo ureter, até a bexiga urinária. O hilo renal se expande em uma cavidade, no rim, chamada seio renal (AMABIS et al, 2010). Figura 1 - Fisiologia do rim

Fonte: http://fisiorenal.blogspot.com.br/2009/06/nefron.html Néfrons

O néfron possui uma região onde ocorre a filtração do sangue, que é formado pelo glomérulo e pela cápsula renal. O glomérulo é composto por capilares sanguíneos enovelados, que se originam da artéria renal (LAURENCE, 2000).

Na filtração o sangue reabsorve as proteínas do plasma e células sanguíneas, enquanto: uréia, glicose, sais minerais e água são filtrados e passam do sangue para a cápsula renal. Na cápsula renal surgem os túbulos nefricos que são: Túbulo contorcido proximal, alça nefrica, e túbulo contorcido distal. E então existe um grupo de capilares sanguíneos que se unem e vão para as veias renais (AMABI et al, 2010).

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Figura 2 - Fisiologia do Néfron

Fonte: http://ulbra-to.br/morfologia/2011/08/17/Sistema-Urinario Compostos Nitogenados

O sangue é constituído por diversos metabólitos, e quando passado pelo rim, esses metabólitos, conhecidos como compostos nitrogenados, são reabsorvidos ou excretado na urina, como ocorre com a maioria dos compostos (SANTOS et al, 2012).

O quadro abaixo estará mostrando quais são os compostos nitrogenados e quais suas ações e onde são sintetizadas no organismo:

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Quadro 1: Compostos Nitrogenados Composto Local a ser sintetizada Funçã

o Albumina Sintetizada no fígado Transportadora de Calcio, ácidos graxos livres, aminoácidos, entre outros. Regula pH sanguineo, atuando como

Acido Úrico Provém da metabolização das purinas que são proteínas, que alguns alimentos possuem, como: carne, feijão ou marisco.

Creatinina A creatinina é produzida através do metabolismo da creatina que se origina no fígado e pâncreas.

Utilizada como suplemento, tem função de aumentar a força e resistência muscular.

Uréia Sintetizada no fígado, a partir da amônia, que é proveniente da síntese de

Mantém o equilíbrio hidroeletrolitico.

Fonte: Próprio autor

Função Renal O corpo possui dois rins localizados na parte dorsal do abdome, aos quais tem as

funções de: filtrar, reabsorver, homeostase, funções endocrinológica e metabólica. Porém sua principal função é através dos glomérulos filtrar grandes quantidades do plasma passando para os túbulos que reabsorvem o que o organismo necessita na quantidade ideal e excretando através da urina o excesso de eletrólitos, que já não são mais necessários e que venha a gerar doenças ao organismo (DUARTE et al,2011).

Como dito, o rim tem também a função de produzir hormônios como a Eritropoetina, que é responsável por estimular a medula óssea na produção de hemácias. Pacientes que são DCR, possuem deficiência desse hormônio, sendo necessário ser feita a recomposição através de fármaco chamado Eritropoetina, conhecida como Hemax (FERMI, 2011).

E por ultimo detém a função de controla o metabolismo ósseo, é de extrema importância que a manutenção da quantidade de cálcio no sangue seja conforme o normal,

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porém sabemos que o cálcio tem pouca absorção pelo trato intestinal pelo fato de ser

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insolúvel, sendo assim existe a vitamina D que faz com que aumente a absorção do cálcio no trato intestinal, mas para tanto a vitamina D deve ser convertida primeiramente no fígado e depois nos rins, por uma substância que tem por nome diidroxicolecalciferol, sendo ela que irá aumentar a absorção do cálcio no organismo (DUARTE et al,2011).

DOENÇA CRÔNICA RENAL

A doença crônica renal, trata-se de uma lesão renal, que é acometida por varias doenças como por exemplo: Diabetes Mellitus e a Hipertensão, que são as mais conhecidas e citadas. Essas doenças se não tratadas corretamente, gera perda progressiva e irreversível das funções renais (ROMÃO, 2010).

O que diferencia a DRC da IRC, é o fato de na doença renal crônica os rins funcionam parcialmente, já a insuficiência renal crônica, os rins não funcionam (ROMÃO, 2010).

Segundo DUARTE e outros (2011) a DRC utiliza os seguintes critérios: Se a lesão durar 3 meses ou mais, sendo definida por anormalidades na

estrutura ou funções dos rins, incluindo alterações no exame de sangue e urina, entreoutros;

FG <60ml/min/1,73m² mantendo esse valor por 3 meses ou mais, podendo ter ou nãolesão.

Baseado nesses critérios citados, a DRC é definida como lesão renal, como dito antes ou também como diminuição na função do rim por um período igual ou maior que 3 meses.

Alguns pacientes por serem portadores de certas doenças tem uma probabilidade maior de obter a DRC, sendo eles: Hispertensão, Diabéticos, Idos, Pacientes com Doença Cardiovascular (DCV) e Pacientes em uso de medicações nefro-tóxicas. Essas doenças são classificadas como grupo de risco, pois alteram de alguma forma as funções renais, podendo ou não causar lesão, mesmo que não seja ao adquirir essas doenças, com o passar do tempo pode surgir alterações ao pouco e gerando assim a DRC (BASTOS et al,2010).

Portanto, a DRC pode ser diagnosticada sem ter uma causa, neste caso, é estimado que seja decorrente a proteína de baixo peso molecular, para detectar a DRC nesta forma é realizada a avaliação de proteinúria, onde irá avaliar as proteínas excretadas, revelando se há lesão renal, baseado nos resultados (BASTOS et al, 2010). A figura a seguir descreve como acontece aavaliação:

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Figura 3 - Avaliação através de proteinúria

Fonte: BASTOS et al, 2010.

Tratamento

Tendo em conta que, a doença renal crônica, é uma doença que tem evolução lenta, é de extrema importância que o paciente queira aderir ao tratamento, para que aja uma esperança de cura ou mesmo para que não evolua para uma insuficiência renal crônica. Para isso, há uma forte influencia e apoio da família e dos profissionais da saúde para com o paciente, já que o mesmo de acordo de como visualiza sua patologia terá dificuldade em aceitar tanto a patologia quanto o tratamento em si, sendo normal negar o tratamento, a dieta e tudo o que for lhe imposto no principio (MALDANER et al,2008).

Para a DCR, não existe tratamento farmacológico, porém como já mencionado antes a

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Diabetes e a Hipertensão são as principais causa da doença renal crônica, e para retardar sua

evolução é passado o tratamento e a dieta dessas causas, mas se não obtiver resultados benéficos, o paciente é encaminhado para o tratamento através da hemodiálise ou diálise peritoneal (MARTINS et al, 200

Hemodiálise, é um procedimento onde o sangue é filtrado utilizando uma máquina, onde tem as toxinas e o excesso de liquido retirado, e assim substituindo a função dos rins, que não funcionam parcialmente ou não funcionam. O sangue sai do paciente, cateter ou uma fistula que é a junção de uma artéria e uma veia, e é exposto a uma solução de diálise que é chamado de dialisato, que possui a mesma concentração do plasma considerado normal, através de ultra-filtração as moléculas de água, asangue e no dialisato passam pela membrana semipermeável, o que gera a filtração (FERMI, 2011). Segue uma imagem demonstrando oprocedimento:Figura 4 - Demonstração do processo que ocorre na HD

Fonte: Retirado de http://www.gamba.epm.br/pub/irc/irc.htm Além da hemodiálise, existe também diálise peritoneal, onde a transferência dos

líquidos ocorre através da membrana peritônio. Através de um cateter implantado na abdominal, onde através dele ocorrera a troca entre dialisato e solução. A diálise peritoneal funciona utilizando três fases, sendo elas: infusão, permanência e drenagem (FERMI, 2011). Segue imagem demonstrando:

evolução é passado o tratamento e a dieta dessas causas, mas se não obtiver resultados benéficos, o paciente é encaminhado para o tratamento através da hemodiálise ou diálise peritoneal (MARTINS et al, 2005).

Hemodiálise, é um procedimento onde o sangue é filtrado utilizando uma máquina, onde tem as toxinas e o excesso de liquido retirado, e assim substituindo a função dos rins, que não funcionam parcialmente ou não funcionam. O sangue sai do paciente, cateter ou uma fistula que é a junção de uma artéria e uma veia, e é exposto a uma solução de diálise que é chamado de dialisato, que possui a mesma concentração do plasma considerado

filtração as moléculas de água, as toxinas e os solutos presentes no sangue e no dialisato passam pela membrana semipermeável, o que gera a filtração (FERMI, 2011). Segue uma imagem demonstrando oprocedimento:

Demonstração do processo que ocorre na HD

http://www.gamba.epm.br/pub/irc/irc.htm

Além da hemodiálise, existe também diálise peritoneal, onde a transferência dos líquidos ocorre através da membrana peritônio. Através de um cateter implantado na abdominal, onde através dele ocorrera a troca entre dialisato e solução. A diálise peritoneal funciona utilizando três fases, sendo elas: infusão, permanência e drenagem (FERMI, 2011). Segue imagem demonstrando:

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evolução é passado o tratamento e a dieta dessas causas, mas se não obtiver resultados benéficos, o paciente é encaminhado para o tratamento através da hemodiálise ou diálise

Hemodiálise, é um procedimento onde o sangue é filtrado utilizando uma máquina, onde tem as toxinas e o excesso de liquido retirado, e assim substituindo a função dos rins, que não funcionam parcialmente ou não funcionam. O sangue sai do paciente, através de um cateter ou uma fistula que é a junção de uma artéria e uma veia, e é exposto a uma solução de diálise que é chamado de dialisato, que possui a mesma concentração do plasma considerado

s toxinas e os solutos presentes no sangue e no dialisato passam pela membrana semipermeável, o que gera a filtração (FERMI,

Além da hemodiálise, existe também diálise peritoneal, onde a transferência dos líquidos ocorre através da membrana peritônio. Através de um cateter implantado na cavidade abdominal, onde através dele ocorrera a troca entre dialisato e solução. A diálise peritoneal funciona utilizando três fases, sendo elas: infusão, permanência e drenagem (FERMI, 2011).

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Figura 5 - Demonstração de Diálise Peritoneal

Fonte Retirada de: http://www.gamba.epm.br/pub/irc/irc.htm

Terapia Nutricional Além dos tratamentos que os pacientes são encaminhados, e o fármacos para controlar as doenças que causaram a DRC, existe também a terapia nutricional, que tem o papel de diminuir os nutrientes a serem ingeridos, para assim contribuir com que eles não adquirirem o acumulo de compostos nitrogenados tóxicos, que alterará os exames, e também a quantidade de liquido ingerido (AQUIMO et al, 2009).

Contudo, mesmo tendo uma dieta hipoproteica, e a mesma tendo muito beneficio, tem que se ter a atenção redobrada para não baixar o valor energético, fazendo com que o paciente fique desnutrido, por isso o paciente possui um acompanhamento mensal com o nutricionista (AQUIMO et al, 2009).

Assistência farmacêutica

Com o passar do tempo, as mudanças tecnológicas, o farmacêutico passou a ser visto apenas como vendedor, existem vários artigos onde autores tentam redefinir a relação entre o

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farmacêutico e o paciente, porem se pode ver que ainda nos dias atuais não houve muitas

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mudanças. O farmacêutico, através de sua graduação, possui capacidade total para realizar um acompanhamento fármaco-terapêutico de qualidade (PEREIRA et al, 2008).

Segundo IVAMA e outros (2002), assistência farmacêutica significa: “Conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico, e outros profissionais de saúde, voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto no nível individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e o seu uso racional. Envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população”( IVAMA, NOBLAT, CASTRO, OLIVEIRA, JARAMILLO E RECH, 2002, pg15). Ou seja, não é apenas entregar o medicamento ao paciente, mas também garantir, que

o medicamento tenha o efeito e a qualidade desejada, e que o paciente/cliente não auto- medique, visando a melhoria e o acompanhamento de suasaúde.

Através da assistência juntamente com o aconselhamento farmacêutico, o paciente e o farmacêutico cria um elo, onde há troca de informações da parte do paciente e orientação da parte do farmacêutico, sobre o medicamento como sobre a doença e como o medicamento irá agir na doença. Gerando benefícios ao paciente e dando maior conhecimento na área de assistência ao farmacêutico (SILVA et al, 2008).

Segundo, MOREIRA e outros 2005, o motivo de os pacientes portadores de DRC, não fazerem o tratamento com medicamento correto, ou na posologia correta, é porque não houve nenhum profissional que o informasse como tomar corretamente.

DISCUSSÕES E RESULTADOS Baseado nas informações colhidas, pode-se ver que a DRC é uma doença que acomete boa parte da população, e que quando a causa dessa doença são outras doenças existem medicamentos disponíveis para retardar a evolução da DRC, porem o que está faltando, é espaço para o farmacêutico agir, pois capacidade ele tem, para dar assistência, informar ao paciente sobre a doença e tratamento, e acompanhar a evolução ou até mesmo encorajar o paciente no tratamento.

É notável que o enfoque no farmacêutico tenha sido todos esses anos apenas na parte de balcão, manipulação ou como químico, assim como é notável que o farmacêutico em si, não tenha feito alteração no modo de agir, ou seja ao vender, ao fazer a dispensação incrementar a assistência, para assim estar criando uma nova visão sobresi.

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CONCLUSÃO Conclui-se que com a evolução, a tecnologia e a correria do dia a dia, as pessoas alimentam-se de maneira não saudáveis e descuidam-se de sua saúde, talvez por falta de conhecimento. A equipe de saúde preocupada em cuidar da patologia pode estar esquecendo de cuidar do paciente, da prevenção de doenças e da orientação correta sobre a patologia

Ao adquirir uma doença crônica, o choque sempre é grande, mas torna-se maior ao saber que terá que viver fazendo tratamento até o resto de sua vida, passando mais tempo em uma clínica de hemodiálise do que em casa com a família. Torna-se então, necessário o apoio da família e também o incentivo da equipe de profissionais da saúde, alertando o paciente do que poderá ocorrer se não aderir ao tratamento.

Porém, mesmo após o paciente ter aderido ao tratamento, é de extrema importância o acompanhamento e estar sempre relembrando, o que é, o que acontece e como fazer, tanto no tratamento dialítico como no tratamento com os medicamentos que ele continuará ou começará a tomar.

Ao decorrer do trabalho ficou claro, que o farmacêutico acaba não sendo excluído na equipe multiprofissional responsável pelo tratamento do paciente crônico. Enfim, pode-se concluir que a assistência farmacêutica tanto ao doente renal crônico como a qualquer outra doença é muito importante para a adesão do paciente ao tratamento e consequentemente para seu sucesso, melhorando a qualidade de vida do paciente crônico.

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AVALIAÇÃO COM PACIENTES PÓS – CIRÚRGICO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR COM PELO MENOS

TRÊS ANOS DE CIRURGIA, ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF 36 E O QUESTIONÁRIO DE

LYSHOLM. Beatriz Lopes Batista Mendes1

Raquel Lima Jorge2

Walther Spnelli Filho³ Resumo

Lesões no joelho são bastantes comuns em indivíduos jovens ativos e o ligamento cruzado anterior é um dos ligamentos mais acometidos. As lesões, na maioria das vezes, ocorrem devido aos desequilíbrios musculares levando à instabilidade articular. O Tratamento Cirúrgico é uma opção eficaz nesses casos. Uma maneira objetiva de avaliar a condição funcional no pós-operatório destes indivíduos, bem como sua repercussão em aspectos de qualidade de vida, é utilizar questionários específicos consagrados na literatura. O objetivo deste trabalho é avaliar a condição funcional dos pacientes submetidos à ligamentoplastia do ligamento cruzado anterior, com pelo menos três anos de pós-operatório, através do questionário Lysholm e verificar aspectos de qualidade de vida relacionados à saúde através do Questionário Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36). Participaram desse estudo vinte e cinco pacientes selecionados a partir de consulta prévia a prontuários médicos. Os resultados obtidos estão organizados em formato de tabela e gráficos a partir de scores específicos. O tratamento fisioterapêutico é iniciado após a cirurgia, visando devolver a capacidade funcional, realizando-se exercícios terapêuticos específicos e integrando novamente os pacientes às suas atividades de vida diária e desportiva. Para este estudo, em pacientes que atenderam os pré-requisitos citados acima, observou-se que a grande maioria teve seus aspectos funcionais conservados e não apresentaram dificuldades nas suas atividades de vida diária. Conclui-se que a fisioterapia é de extrema importância no processo de reabilitação, tendo como objetivo principal proporcionar o retorno dos pacientes às suas atividades cotidianas edesportivas.

Palavras-Chave: Fisioterapia - Ligamento Cruzado Anterior - Qualidade de vida - Aspecto Funcional.

1 Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. [email protected]

² Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. [email protected] ³ Atualmente é Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga - FTGA, Fisioterapeuta - FISIOCLINICA S/S LTDA. Fisioterapeuta Concursado e Responsável na Unidade Básica de Saúde em Cândido Rodrigues. Especialização em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica ligada a Medicina do Esporte (2000), Especialização em R.P.G. (Reeducação Postural Global, 1997). Foi Coordenador do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga - FTGA no período de 2007 a 2011. Mestrado em Engenharia de Produção (2013). [email protected]

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ABSTRACT Knee injuries are quite common in active young individuals and the anterior cruciate ligament is one of the most affected ligaments. The lesions, most of the time, occur due to muscle imbalances leading to joint instability. Surgical Treatment is an effective option in these cases. An objective way of evaluating the postoperative functional status of these individuals, as well as its repercussion on aspects of quality of life, is to use specific questionnaires established in the literature. The objective of this study was to evaluate the functional status of patients submitted to anterior cruciate ligament ligamentplasty with at least three years postoperative using the Lysholm questionnaire and to verify aspects of health-related quality of life through the Medical Outcomes Study Questionnaire 36 -Item Short-Form Health Survey (SF-36). Twenty-five patients selected from prior consultation with medical records participated in this study. The results obtained are organized in table format and graphs from specific scores. Physiotherapy treatment is started after surgery, aiming at restoring functional capacity, performing specific therapeutic exercises and integrating patients into their daily and sports activities. For this study, in patients who met the prerequisites cited above, it was observed that the great majority had their functional aspects conserved and did not present difficulties in their activities of daily living. It is concluded that physiotherapy is extremely important in the rehabilitation process, with the main objective of providing the patients' return to their daily activities andsports.

Keywords: Physiotherapy - Anterior Cruciate Ligament - Quality of life - Functional Aspect.

Introdução

O Joelho é a maior articulação do corpo Humano, sendo de suma importância para

realização das atividades de vida diária como locomoção, posição bípede, estabilização. (BECKER, DOLKEN, 2007, p. 178).

Sua principal função é dar mobilidade e estabilidade para a realização das atividades de vida diária, como também para pratica de atividades esportivas. A articulação do joelho é considerada a mais complexa da anatomia Humana, sendo também a articulação mais suscetível a lesões, por conta de suas restrições que contribuem para altos índices de lesões ligamentares como Ligamento Cruzado Anterior (LCA). (ELLENBECKER apud SAVOLLI, 2005, p. 15).

Para um bom desempenho funcional do joelho é necessário um equilíbrio ótimo entre estabilizadores estáticos e dinâmicos de tecidos moles e componentes ósseos e cartilaginosos (ELLENBECKER apud SAVOLLI, 2005, p. 15). Dessa forma observa-se que o LCA funciona juntamente com outras estruturas anatômicas em torno do joelho, tendo um importante papel nos segmentos proprioceptivos dos mecanorreceptores. (GODINHO et. al., 2014, p.614).

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Quando se fala em estabilidade para a realização de movimentos é de grande importância os ligamentos capsulares, intra e extracapsulares, que são responsáveis por estabilizar a articulação para realização do movimento. (BECKER, DOLKEN, 2007, p. 178).

O Ligamento Cruzado Anterior está localizado no centro da articulação sendo classificados como estrutura Extra sinovial apesar de ser intra-articular. (CASTRO apud MADRUGA, 2004, p. 20).

A lesão do ligamento ocorre com maior incidência em jovens entre 20 e 40 anos, tendo como mecanismo de lesão esporte de contato, mas podem ocorrer em indivíduos de qualquer idade. Sendo que a forma mais comum de se levar a lesões deste ligamento é um golpe lateral, levando então a uma força em valgo sobre a articulação. (KISNER, COLBY, 2009, p. 756).

O diagnóstico do LCA deve ser baseado na combinação de exames clínicos onde o paciente é questionado sobre o mecanismo de lesão, tipo de trauma, intensidade, localização e duração de dor. No Exame Físico deve constar a inspeção, palpação e teste especiais como: Gaveta anterior, Teste de Lachman, Pivot Shift e Jerk Test Teste de Gaveta Anterior. E através dos exames de imagens (Ex: Radiologia e Ressonância Magnética, tomografia computadorizada e artroscopia. (CAMANHA, LASMAR&LASMAR, 2002, CASTRO et al., 2003 Apud MADRUGA, 2004, p.21).

Quando falamos em tratamento da lesão do LCA pode ser dividido em cirúrgico e conservador. Sendo o tratamento conservador pouco utilizado, mas deve ser considerado principalmente para os pacientes idosos. (MADRUGA, 2004, p. 21).

Já o tratamento cirúrgico é predominante em relação ao tratamento conservador, devido à facilidade de diagnóstico de lesões do LCA e eventuais lesões associadas. Com a lesão diagnosticada evoluem-se a episódios repetidos de falseio, levando ao afrouxamento dos restritores secundários, lesões meniscais e condrais, terminando com a degeneração precoce da articulação. (NUNES et al., 2003 apud MADRUGA, 2004, p.21).

A cirurgia de reconstrução do LCA é uma das mais realizadas na área Ortopédica e demaiorincidênciaafetandoprincipalmentejovens.Estima-sequesejamrealizadosentre 75.000 e 100.000 procedimentos anuais nos EUA. (VIEIRA, et al.; 2013, p. 161).

Anatomia do Joelho

O joelho é classificado como uma articulação completa e complexa há todo momento está exposta à ação do peso corporal. Para sua estabilidade depende-se da relação entre a sua

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anatomia óssea, atividade muscular e ligamentar. O joelho possui dois graus de movimento, sendo eles no plano sagital (flexão-extensão) e no plano transversal (rotação com o joelho a 90º) (ASTON, 1998 apud CASTRO; VIEIRA, 2012, p. 01).

A articulação do joelho desempenha um papel fundamental na locomoção, ao fazer a flexão e extensão, levando uma diminuição do impacto dos pés ao solo. (PARDINE, 2002 apud SOUZA, JORDÃO, GONÇALVES, 2015, p. 49). Essa articulação é caracterizada como um gínglimo ou articulação em dobradiça (entre o fêmur e a tíbia) e plana (entre o fêmur e a patela). Os ossos da articulação do joelho são envolvidos por ligamentos, tendões e meniscos.(SOUZA et al., 2014, p. 315).

Sua formação óssea é composta por: fêmur (região distal) com seus dois côndilos a tíbia (região proximal) com seus dois platôs tibial e um grande osso sesamóide localizado dentro do tendão do músculo quadríceps femural, denominado a patela. Essas estruturas ósseas formam duas articulações: tibiofemoral e patelafemoral, se apresentam em capsulas articulares, a grande quantidade dessa capsula levam a formação de bursas (exemplo: suprapatelar, subpoplítea e bursa do músculo gastrocnêmio). (KISNER, COLBY, 2009, p. 720).

Ligamento Cruzado Anterior

O LCA encontra-se localizado no centro da articulação sendo classificada extra

sinovial e intra-articular, tem sua origem na porção póstero-lateral do intercôndilo femoral e insere-se anteriormente a espinha da tíbia. (SOARES, 2005, p. 19).

É uma das estruturas mais importante e fundamental do joelho, sendo responsável por impedir a instabilidade anterior e rotação interna da tíbia. Sendo a estrutura que mais sofre lesão no joelho, principalmente em indivíduos jovens e ativos, as lesões na maioria das vezes ocorrem devido à instabilidade articular que o indivíduo pode apresentar. (OLIVEIRA et al., 2012, p.193).

Este ligamento é constituído por resistentes cordões de tecidos conjuntivos e está localizado no interior da cápsula articular do joelho, entre os côndilos fêmurais, mas fora da cavidade sinovial da articulação. Apresenta dois feixes importantes, o feixe ântero-medial e póstero-lateral. Sendo que o primeiro tem como origem face posterior do fêmur com inserção na face lateral da tíbia, este feixe é considerado mais resistente do que o feixe ântero-medial. O feixe ântero-medial tem sua origem na parte anterior do fêmur com inserção medial a tíbia. A junção desses dois feixes apresenta um formato espiral que é responsável pela rotaçãotíbio-

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femoral durante a realização de todos os movimentos do joelho. (CHRISTOVAM, MEJIA, 2000, p. 03).

Com a realização de movimento da articulação do joelho, o feixe ântero-medial encontra-se isométrico, ficando mais tenso durante a flexão. De forma contrária o feixe pôstero-lateral encontra-se mais tenso na extensão, frouxo a 20º de flexão e com a flexão máxima reassumi seu estado de tensão. Na extensão, impede a translação anterior da tíbia e na flexão possibilita que a tíbia rode internamente, mesmo com o estado de contração do músculo quadríceps. Este mecanismo trabalha como suporte de sustentação de peso, no joelho em extensão e proporciona o movimento durante a flexão. Com a flexão do joelho há um aumento da rotação interna. (ALMEIDA, 2013, p.05).

O principal objetivo do LCA é impedir o deslocamento anterior da tíbia e à rotação medial do joelho, quando apresenta ruptura deste ligamento a tíbia desloca-se para anteriormente ao fêmur, denominado gaveta anterior. Este ligamento tem a função de evitar o movimento de gaveta anterior, atuando como estabilizador primário, e secundariamente limita a rotação tibial e em um mínimo grau de angulação varo-valgo (joelho em extensão). Não apresenta ação restritiva durante a translação da tíbia. (IEBRA, 2011, p. 08).

Mecanismos de Lesão

Como citado a cima, o LCA é uma estrutura de grande importância para o joelho, impedindo uma instabilidade anterior e rotação interna da tíbia. Sendo essa estrutura considerada a mais lesionada, em casos de ruptura total. Essas lesões acometem principalmente indivíduos jovens e ativos e tem como característica principal a instabilidade articular. (ARLIANI et al., 2012, p. 192).

Segundo Daniel et al, em estudos realizados no hospital de San Diego em pesquisa com a população, obtiveram uma margem de 0,24 lesão do LCA a cada 1.000 indivíduos saudáveis ao ano. (FATARELLI, ALMEIDA, NASCIMENTO, 2004, p. 198).

O mecanismo de lesão pode ser divido em lesões associadas e isoladas. As lesões associadas se caracterizam por um trauma em valgo, flexão e rotação externa e seguido por uma força crescente, ocorrendo a lesão do ligamento cruzado medial (LCM) e do LCA e desinserção do menisco medial, podendo estar associada com uma lesão na musculatura da pata de ganso, que tenta impedir o valgo. Quando há uma hiperextensão maior que 30º, leva primeiramente a lesão do ligamento cruzado posterior (LCP) e depois do LCA. (DIONÍSIO, PINI, 1996, p. 52).

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Uma força exercida diretamente e posteriormente contra a parte superior da tíbia leva há um deslocamento anterior no momento em que o joelho está fletido, ocorrendo uma lesão do LCA com a associação de uma lesão do LCP e da cápsula articular. (DIONÍSIO, PINI, 1996, p.52).

A respeito das lesões isoladas, essas ocorrem a partir de movimentos forçados de flexão, varo, rotação interna, provocando um enrolamento dos ligamentos cruzados, nesse momento há uma abertura do compartimento lateral onde o côndilo interno do fêmur realiza uma pressão ao LCA ocasionando uma lesão. (DIONÍSIO, PINI, 1996, p. 53).

Quando o joelho é estendido e ocorre uma rotação interna da tíbia, pode predispor uma ruptura isolada do LCA, já que os feixes póstero-lateral e ântero-medial deste ligamento encontram-se tensos durante a realização deste movimento. (DIONÍSIO, PINI, 1996, p. 53).

Segundo, Peterson e Renstrom, 2002, as lesões ligamentares podem ser organizadas em três graus, dependendo da gravidade da lesão:

Grau 1: um pequeno estiramento, com um leve edema, e não apresenta perda da estabilidade. Neste grau o indivíduo consegue deambular e o ligamento encontra-se íntegro;

Grau 2: apresenta um estiramento com lesão parcial do ligamento; Grau 3: ruptura total do ligamento, com dilaceração da cápsula e com uma possível

lesão meniscal, classificada como uma grave lesão. Portanto a ruptura do LCA pode estar relacionada com várias outras lesões, sendo as

mais corriqueiras as lesões do menisco e lesões condrais, essas poderão apresentar-se no estado agudo proporcionado pelo trauma ou de forma crônica decorrente da instabilidade devido à lesão do LCA. Com essas lesões associadas pode-se levar a uma progressão na degeneração da cartilagem articular, provocando sinais e sintomas como: dor, edema e a perda de mobilidade do membro. (ROCHA et al, 2007, p. 105).

Tratamento

Para o tratamento da lesão do LCA é necessário saber qual é o tipo de lesão, já que

podemos encontrar um ligamento estirado, uma ruptura do ligamento parcial ou completa. O médico poderá optar para um tratamento conservador ou cirúrgico. Além de saber o tipo de lesão, é de suma importância uma anamnese completa, contendo a idade do paciente, a extensão das lesões associadas, a disponibilidade para participar de um programa de reabilitação e qual é o estilo de vida do paciente, quais são as suas atividades de vida diária, a sua profissão. (PINHEIRO, 2016, p. 325).

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A fisioterapia tem um papel importante no tratamento conservador, com objetivo de analgesia, estabilização dinâmico do joelho, ganho de força muscular, treino proprioceptivo, pode-se utilizar órteses para a proteção do joelho em casos de instabilidades, e buscar mudanças no estilo de vida do paciente, orientando, por exemplo, que ele realize exercícios físicos com uma menor carga sobre o joelho. Este tratamento conservador é escolhido pelo médico em casos de: ruptura parcial e/ou completa sem instabilidade; pacientes que possuem um estilo de vida sedentário ou que trabalham com serviços manuais leves, e em crianças por conter as placas de crescimentos ainda não consolidadas. (PINHEIRO, 2016, p. 325).

Quando a opção do tratamento conservador é descartada pelo médico, será indicado o tratamento cirúrgico, sendo essa indicação realizada em 50% dos casos. O principal objetivo é a reconstrução do ligamento lesado, com colocação de enxertos no local do LCA. (BONANÇA, 2014, p. 16). O tratamento cirúrgico visa ainda uma reconstrução ligamentar mais próxima de um joelho “normal”, devolvendo o máximo de funcionalidade. (WOJTYS, 2006, p.238).

Questionário SF-36 (Medical Outcomes Study 36 - Item Short-Form Health

Survey).

O SF-36 (Medical Outcomes Study 36 - Item Short-Form Health Survey) é um instrumento genérico para realizar avaliação de qualidade de vida, de fácil manuseio e compreensão, inicialmente criado na língua inglesa, traduzido e validado na língua portuguesa por CICONELLI et al., 1999 (Brasil-SF-36) . Sendo esse questionário considerado multidimensional composto por 36 itens, divididos em oito domínios: capacidade funcional (CF -10 questões), aspectos físicos (AF- 04 questões), dor (DOR - 02 questões), estado geral da saúde (EGS – 05 questões), vitalidade (VIT – 04 questões), aspectos sociais (AS – 02 questões), aspectos emocionais (AE – 03 questões) e saúde mental (SM – 05 questões).

Esses oito domínios podem ser separados em dois aspectos gerais. O aspecto Saúde Física com 21 questões é composto pela CF, AF, DOR, EGS. O aspecto Saúde Mental com 14 questões é composto pela VIT, AS, AE e SM. (OSCKO, 2007, p. 41).

Há ainda nesse questionário uma questão que compara as condições de saúde atual e as de um ano atrás. Porém essa questão não participa da análise geral do questionário. O SF- 36 apresenta um escore final de 0 a 100, onde zero corresponde a um pior estado geral de saúde e cem a um melhor estado de saúde (CICONELLI, 2003).

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Questionário de Lysholm A escala de Lysholm Knee Scoring Scale teve sua publicação em 1985 em língua

inglesa e foi traduzida para a língua portuguesa por Maria Stella Peccin et al., sendo validada na publicação cientifica da revista Acta Ortopédica Brasileira em junho de 2006. Essa escala tem como o principal objetivo a avaliação dos resultados das lesões do Ligamento Cruzado Anterior, com especial atenção na instabilidade articular. É distribuído em oito questões, sendo divididas em: claudicação, necessidade de auxilio para caminhar, travamento, instabilidade, dor, edema, dificuldade para subir escadas e agachar. O resultado final é apresentado em um quadro de pontuação sendo: 95 a 100 Excelente, 84 a 94 Bom, 65 a 83 Regular, menor que 64 pontos é considerado Ruim. É uma escala capaz de descobrir alterações durante o processo cirúrgico e pós-cirúrgico. (RIBAS, LIMA, p.477).

Matérias e Métodos

Para este estudo avaliamos 25 pacientes com pelo menos três anos de pós-operatório do ligamento cruzado anterior. Estes indivíduos foram selecionados a partir de prontuários médicos fornecidos de forma sigilosa pelo cirurgião responsável.

Os questionários foram aplicados após os pacientes serem devidamente contatados, bem como orientados quanto aos objetivos do trabalho.

Para avaliação funcional utilizamos o questionário de Lysholm que foi aplicado através de entrevistas presenciais realizadas no domicilio dos pacientes. Outro aspecto pesquisado foi à qualidade de vida relacionada à saúde. O Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) foi o instrumento de escolha.

Ambos os questionários produzem um score e os resultados obtidos estão organizados em forma de tabela egráficos.

Resultados

Através do Questionário de Lysholm que avalia a condição funcional. Dos vinte

cincos pacientes submetidos nesse estudo, observou-se que 52% (13) demonstram estarem excelentes, 32% (8) bom e 8% (2) regular e 8% (2) ruim.

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Figura 1: Representação gráfica da comparação das médias dos scores obtidas através do Questionário de Lysholm.

O Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) avaliou a qualidade de vida desses pacientes, e os resultados foram divididos em três grupos de idade (22 a 29 anos, 30 a 38 anos, 40 a 64 anos) e comparados entre si, por meio da média dos scores estabelecida em cada domínio dessequestionário.

Questionário de Lysholm 8% 8%

52%32%

Excelente Bom Ruim Regular

CapacidadeFuncional 100

908070605040302010

0 22 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 64 anos

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Figura 2: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36 do domínio CF, com a comparação entre os grupos de idade.

Figura 3: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36 do domínio DOR, com a comparação entre os grupos de idade.

Figura 4: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36 do domínio AF, com a comparação entre os grupos de idade.

Dor80 70 60 50 40 30 20 10 0

22 a 29 anos 30 a 38 anos 40 a 64 anos

Limitação por AspectoFísico 88878685848382818079

22 a 29 anos 30 a 38 anos 40 a 64 anos

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Figura 5: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36 do domínio EGS, com a comparação entre os grupos de idade.

Figura 6: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36 do domínio VIT, com a comparação entre os grupos de idade.

Estado Geral deSaúde 80 70 60 50 40 30 20 10 0

22 a 29 anos 30 a 38 anos 40 a 64 anos

Vitalidade 908070605040302010

022 a 29 anos 30 a 38 anos 40 a 64 anos

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Figura 7: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36 do domínio AS, com a comparação entre os grupos de idade.

Figura 8: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36 do domínio AE, com a comparação entre os grupos de idade.

AspectosSociais 90 88 86 84 82 80 78 76

22 a 29 anos 30 a 38 anos 40 a 64anso

AspectoEmocional 90

85

80

75

70

6522 a 29 anos 30 a 38 anos 40 a 64 anos

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Figura 9: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36 do domínio SM, com a comparação entre os grupos de idade.

Conclusões

Conclui-se que os pacientes submetidos nesse estudo, realizaram a ligamentoplastia sendo o principal objetivo a reconstrução do ligamento lesado, devolvendo o máximo de funcionalidade. Estudos demonstram que a fisioterapia é de extrema importância no processo de reabilitação, proporcionando ao paciente o retorno em suas atividades de vida diária e desportivas. O que podemos analisar nesse caso é que todos esses pacientes que passaram pelo processo de cirurgia e reabilitação retomaram sua funcionalidade, sendo que 52% dos pacientes consideram-se excelentes em sua condição funcional através da aplicação do Questionário deLyslhom.

Em relação aos dados obtidos pelo Questionário de Qualidade de Vida SF-36 observa-se que jovens entre 30 e 39 anos apresentam um maior índice (94,58%) de ganho capacidade funcional e estado geral de saúde (78,5%) comparado com os pacientes entre 22 a 29 anos com capacidade funcional (89,28%) e estado geral de saúde (64,28%) e o grupo de 40 a 64 anos com capacidade funcional (70,83%) e estado geral de saúde (69,83%). No domínio DOR observamos que a média é melhor nas idades entre 22-29 anos (63,14%) e 40 a 64 anos (63%) comparados ao grupo de 30-38 anos que apresentam uma média de 76,16%. O domínio de aspecto físico observou que o grupo com 40 a 64 anos teve uma média maior (87,5%) comparada aos demais grupos, ou seja, provavelmente devido a idade esses pacientes tem

SaúdeMental 84828078767472706866

22 a 29 anos 30 a 38 anos 40 a 64 anos

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mais limitação em suas atividades de vida diária. Logo a frente aparece o grupo de 30-38 anos (85,41%) e o de 22 a 29 anos (82,14%).

No domínio vitalidade o percentual é maior no grupo de 40 a 64 anos (81,66%), seguido pelo grupo de 30 a 38 anos (75%) e o de 22 a 29 anos (66,42%). No aspecto social o grupo de 30 a 38 anos tem uma média maior (89,58%) do que o de 22 a 29 anos (82,14%) e o de 40 a 64 anos (80,75%). Nos últimos dois domínios o aspecto emocional no grupo de 22 a 29 anos tem uma média maior (85,71%), os de 30 a 38 anos (80,55%) e os de 40 a 64 anos (72,22) e na saúde mental o grupo de 40 a 64 anos (82,66%), 30 a 38 anos (82,33%) e o de 22 a 29 anos (72,57%).

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Sintomas e Tratamento da Hepatite C: Levantamento Bibliográfico

Carina Luana Santos da Costa Carolina de Oliveira Nery

Priscila de Freitas Lima

RESUMO

Segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia, a hepatite C é um problema de saúde pública de grandes proporções, com impactos sérios não apenas para o indivíduo acometido, mas tambémparaosistemadesaúde.Reconhecercomoéfeitoodiagnóstico,quaissãoossintomas e tratamentos possíveis, assim como seus prognósticos, é de extrema importância para os profissionais da saúde, uma vez que se trata de uma doença crônica altamente prevalente. Especialmente no caso dos farmacêuticos, compreender os protocolos de tratamento para hepatite C, assim como os aspectos farmacológicos dos medicamentos disponíveis, é essencial para a prestação de um serviço de qualidade à comunidade. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi analisar, a partir da literatura científica, a sintomatologia e abordagem farmacoterapêutica adotada para tratamento da hepatite C, via Sistema Único de Saúde. Foi realizado um levantamento a partir de livros, artigos científicos, documentos técnicos do Ministério da Saúde, teses e dissertações. Partiu-se de bases de publicações como Scielo e MEDLINE, e foram incluídos trabalhos em Português e em Inglês. Os dados encontrados apontam que o tratamento atual da hepatite C tem como função erradicar o vírus, com a finalidade de aumentar a expectativa e a qualidade de vida do paciente, reduzindo a incidência de complicações da doença hepática crônica (cirrose e carcinoma hepatocelular) e diminuindo a transmissibilidade da doença. No Brasil há a disponibilidade do interferon convencional e da ribavirina. Com a evolução das pesquisas, novos medicamentos com ação antiviral foram incorporadosaotratamentodahepatiteC,osquaisincluemsofosbuvir,daclatasviresimeprevir, que causam menos efeitos colaterais. Conclui-se ser necessário buscar cada vez mais conhecimentos para uma formação coerente que possibilite avanços e orientações claras, de formaareduziraocorrênciadahepatiteCaolongodosanos,bemcomopossibilitaràpopulação maior conscientização para que se atente para cada manifestação da hepatite C. É de extrema importância que os profissionais da saúde sejam capazes de converter as limitações da população em práticas deprevenção.

Palavras-chave: Hepatite C, Vírus da Hepatite C, Antivirais.

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ABSTRACT

AccordingtotheBrazilianSocietyofHepatology,hepatitisCisamajorpublichealthproblem of major proportions, with serious impacts not only for the individual affected, but also for the health system. Recognize how the diagnosis is made, what are the symptoms and possible treatments,aswellastheirprognosisisextremelyimportantforhealthprofessionals,sinceitis a highly prevalent chronic disease. Especially in the case of pharmacists, understanding the treatmentprotocolsforhepatitisCaswellasthepharmacologicalaspectsofthedrugsavailable is essential for providing a high quality service to the community. In this context, the aim of this study was to analyze, based on the scientific literature, the symptoms and pharmacotherapeuticapproachadoptedforthetreatmentofhepatitisC,viatheBrazilianPublic Health System (Sistema Único de Saúde – SUS). A literature search was conducted based on books,scientificpapers,technicaldocumentsfromtheBrazilianHealthMinistryandacademic thesis and dissertations. Publication databases such as Scielo and Medline were evaluated, and publications in English and Portuguese were included. The data found suggest that the current treatment for hepatitis c has the purpose to eradicate the virus in order to increase the patient expectancy and quality of life, reducing the incidence of the complications attributed to the chronic liver disease and reducing the transmission. In Brazil the conventional interferon and ribavirin are available. As the researches evolved, new drugs with antiviral action were incorporatedintothetreatmentofhepatitisC,includingsofosbuvir,daclatasvirandsimeprevir, which has fewer side effects. It can be concluded that it is necessary to search for more knowledge in order to allow a significant progress and to provide clear orientations to reduce the occurrence of hepatitis c, eventually giving to the community a broader understanding towards the clinical manifestations of the hepatitis c. It is extremely important that the health professionals are able to convert limitations into preventionpractices.

Keywords: Hepatitis C, Hepatitis C Virus, Antiretrovirals.

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INTRODUÇÃO A hepatite pode ser definida como uma inflamação do fígado causada por agentes

infecciososoutóxicos.Issoocorre,emparte,porquepraticamentequalqueragressãoaofígado pode destruir o hepatócito e recrutar células inflamatórias, mas porque também doenças inflamatórias representam condições crônicas de longa duração, conforme dados da Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE C,2014).

Entre os distúrbios inflamatórios, a hepatite viral é a mais frequente e as suas formas agudasecrônicassediferenciampeladuraçãoepelopadrãodalesãocelular.Ashepatitesvirais podem ser classificadas de acordo com o vírus hepatotrópico que as causam (A, B, C, D ou E) (KUMAR; ABBAS; ASTER,2013).

AhepatiteCéumadoençaviralcausadapeloVírusdaHepatiteC(VHC),queinflama o fígado sem despertar sintomas, fazendo com que muitas pessoas desconheçam que têm hepatiteC,àsvezesdescobrindoadoençaquandovaidoarsangueourealizarexamesderotina, ou quando a doença do fígado já se encontra em estágio muito avançado, algumas décadas depois da contaminação (FERRARINI,2014).

A transmissão da hepatite C ocorre através do contato com sangue contaminado, em casos de transfusão de sangue, ou de acidentes com material contaminado, entre profissionais da saúde, ou ainda quando se compartilha instrumentos para injetar drogas. No caso de mãe para filho é rara a transmissão dessa doença, com cerca de 5% de chance de acontecer, ocorrendo no momento do parto. Em relação à transmissão por contato sexual, esta ainda não foi totalmente comprovada em estudos, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) (VARALDO, 2003).

AhepatiteCapresenta-seemduasformasclínicas:aagudaeacrônica,sendoaforma crônica a mais comum, pois, devido a doença ser assintomática em sua primeira fase, grande parte das pessoas se encontra infectada com o vírus. Porém, conforme a doença for avançando e infeccionando ainda mais o fígado, podem ocorrer os seguintes sintomas: dor e inchaço abdominais; sangramento no esôfago ou estômago; coceira; icterícia; urina escura; perda de apetite; náusea (FERRARINI,2014).

ApessoaquecontraioVHCestáaptaadesenvolvercirrose,insuficiênciahepáticaou carcinoma hepatocelular. A hepatite C é responsável por 70% das hepatites crônicas, 40% dos casos de cirrose e 60% dos carcinomas hepatocelulares, se apresentando com a primeira causa de transplante de fígado em todo o mundo (COSTA, 2016, p.1).

A hepatite C apresenta elevada taxa de cronicidade, com uma gradativa evolução e se caracterizandoporumadoençadegrandepotencialfatal,participandocomoadoençademaior

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número de óbitos entre todos os tipos de hepatite (FOCACCIA, 2007 apud RODRIGUES NETO et al., 2012).

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), estima que há no mundo em média 400 milhões de pessoas infectadas pelo VHC, esse número acredita-se que é 10 vezes maior que o

de pessoas contaminadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) (HEPATITE..., 2016). OSistemaÚnicodeSaúde(SUS)tratou15.821decasosdehepatiteCnoanode2015 no

Brasil e já fez o cadastro de 11 mil pessoas como potenciais pacientes do tratamento, de acordo com os critérios de classificação estabelecidos pela OMS (BRASIL,2015B).

OtratamentodehepatiteCdeveseriniciadoempacientescomnívelséricoelevadode alaninaaminotransferase(ALT)ecomevidênciadeatividadeinflamatórianoexamedebiópsia hepática. O principal medicamento usado para a hepatite C é o interferon (IFN) alfa, mais conhecido como IFN convencional, ele tem o potencial de inibir a carga viral após 48 horasde tratamento (BRASIL,2014B).

De acordo com Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), além do IFN existem outros medicamentos usados para o tratamento da hepatite C, tais como alfaepoetina, alfainterferona 2b, alfapeginterona 2a, alfapeginterferona 2b, boceprevir, filgrastim, ribavirina e telaprevir (BRASIL, 2014A).

OBJETIVO

O presente estudo tem o objetivo de analisar criticamente a sintomatologia e abordagem farmacoterapêutica adotada para tratamento da hepatite C, via SUS.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizada uma pesquisa qualitativa (levantamento bibliográfico) a partir de livros, artigos científicos e técnicos do Ministério da Saúde, assim como teses e dissertações. Partiu- sedebasesdedadoscomoScieloeMEDLINE,eforamincluídostrabalhosemPortuguêseem Inglês.

DESENVOLVIMENTO

A palavra hepatite significa inflamação no fígado e existem vários tipos de hepatite, comoasnãovirais,causadasporagentestóxicos,comosubstânciasquímicasoudrogas,álcool, medicamentos ou alguma anormalidade no sistema biológico, e que não são contagiosas. As hepatitesviraisseclassificamporletradoalfabeto;ashepatiteA,BeCsãoconsideradasas

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mais preocupantes para a população em geral, e as hepatites D, G e TT são potencialmente relevantes especialmente para gestantes, pois podem causar aborto (ADOTE, 2014).

NomundotodoahepatiteClevaàmortecercade350mila700milpessoasanualmente. No Brasil, o SUS já confirmou 120 mil casos, dentre os quais 100 mil foram tratados. Porém,

anualmente surgem aproximadamente 10 mil novos casos (BRASIL, 2015A).Existem vários veículos de contaminação da hepatite C, dentre eles destacam-se osseguintes: a via parental

(transfusão de sangue ou de seus derivados); transmissão sexual; aleitamento materno; parto; secreção vaginal; contaminação em ambiente hospitalar (incluindo

risco associado diretamente aos profissionais da saúde) (ADOTE C, 2014). O vírus que causa a hepatite C tem Ácido Ribonucleico (RNA) como seu material

genético, distinto dos vírus causadores dos demais tipos de hepatites. O VHC se hospeda em uma célula do fígado e, da mesma forma que os demais vírus, toma emprestadas as estruturas que produzem proteínas das células normais, em razão de que sozinho é incapaz de produzir proteínas virais em grande quantidade (VARALDO, 2003).

Este vírus apresenta variações, dentre as quais 6 são as mais importantes (1 a 6) e ainda se subdividem em mais de 50 subtipos (1a, 1b, 2a e outros). O RNA desses genótipos chega a apresentar 30 a 50% de diferença, e subdividi-los é importante em razão de que cada subtipo apresenta peculiaridades em relação à agressividade e resposta ao tratamento. Por exemplo, os genótipos 1 e 4 são mais resistentes ao tratamento com IFN, enquanto que os genótipos 2 e 3 apresentam melhores respostas. Por outro lado, estas variações confundem o sistema imunológico e tornam muito mais difícil a produção de vacinas, além de outras complicações (GONÇALVES JORGE, 2003).

Granato e Alberto (2008) analisaram, no ano de 2008, a distribuição da variação dos genótipos do VHC na população brasileira a partir de 233 amostras consecutivas de pacientes infectados por esse vírus. Os resultados mostraram a seguinte prevalência dos principais genótipos do VHC: 1b - 45,6%; 3a - 32,5%; 1a - 15,8%; outros subtipos - 6,1%.

Conforme Gonçalves Jorge (2003), o vírus C se apresenta em maior quantidade no sangue infectado do que o vírus B na hepatite B e o sangue infectado com o vírus C não apresenta antígenos da hepatite B. Considera-se que na hepatite C, da mesma forma que na hepatite B, o sistema imunológico do próprio hospedeiro seja o principal mecanismo de destruiçãodecélulasdofígado,emboratambémsejaprovávelqueocorradestruiçãodiretapelo vírus.

É grande o impacto da hepatite C na saúde pública do Brasil e do mundo, pois essa doença pode levar o paciente a ocorrência de fibrose hepática, cirrose e carcinoma

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hepatocelular, podendo ainda alcançar fases tão avançadas, ocasionando o óbito (LAGE, 2011; RODRIGUES NETO et al., 2012; BRASIL, 2015A; COSTA, 2016).

Conforme estimativas do Ministério da Saúde, a infecção causada pelo VHC ocorre em todos os continentes, e cerca de 170 milhões de indivíduos se encontram ou já se encontraram infectados. Nos países mais desenvolvidos o transplante hepático é o procedimento mais indicado para casos de cirrose por VHC (CORRÊA, 2004).

Por isso é de grande importância que sejam esclarecidos à população, através de campanhas educativas governamentais, os agentes que causam a hepatite C, bem como as características da doença, de forma a proporcionar maior conhecimento e reduzir os casos da evolução da doença e dos óbitos, podendo aumentar a qualidade de vida dos portadores (FERREIRA;SILVEIRA,2004;CORREA,2004;BRASIL,2008;RODRIGUESNETOetal., 2016).

Quandoalgunscuidadospassaramasertomados,comoatriagemrealizadaempessoas que vão doar sangue, foram reduzidos os casos de infecção por via parenteral. Por isso são importantes campanhas educativas nesse sentido (FERREIRA; SILVEIRA, 2004). Ainda, dentre as medidas preventivas destacam-se muito cuidado no manuseamento de objetos que possam conter sangue, como seringas de injetar drogas lícitas e ilícitas, aparelhos de barbear, tesouras,alicatesdeunhasecutículas,escovasdedente,entreoutros,osquaisnuncadevemser compartilhados (GONÇALVES JORGE, 2003; BRASIL,2008).

Existem aproximadamente cerca de 10 a 30% de pessoas que tem o HIV e também estão coinfectados com o VHC, esse dado ainda é maior quando se trata de pessoas que fazem o uso de drogas injetáveis, que chega a 75%. Pessoas infectadas com esses dois vírus tem um risco maior de progressão para cirrose, insuficiência hepática e câncer, piorando o prognóstico em razão da maior morbidade e mortalidade. (BRASIL, 2015B).

Quanto ao diagnóstico da hepatite C, este normalmente é realizado quando a doença jáseencontraemsuafasecrônica,porserassintomáticanoinício.Porém,quandoossintomas, depoisdealgunsanos,começamaevoluir,odiagnósticoespecíficoocorreapóstestesorológico de rotina, por meio do exame chamado Anti-VHC, o qual indica exposição ao vírus, mas não distingue doença ativa e contato anterior com o vírus e o reagente por mais de seis meses, e HCV-RNAdetectável(positivo),ouseja,marcadordiretodainfecçãoativaporVHC(BRASIL, 2011).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO Claramente,asaúdenoBrasilenfrentamuitosdesafios,especialmentenoqueserefere ao

tratamento de doenças transmissíveis, como é o caso da hepatite C, o que exige muito mais responsabilidade e atitude por parte das autoridades no sentido de prevenir, controlar e curar a doença (COSTA,2016).

AhepatiteCéumadoençaquenãoapresentasintomasemseuestágioinicial,podendo ser descoberta em casos de doação de sangue ou algum exame específico, podendo já se encontrar em fase bem avançada de inflamação, muitas vezes irreversível, tendo como único recurso disponível o transplante de fígado. É gradativa a evolução desta doença, em grande parte dos casos, durando até décadas, enquanto que em outros casos pode ser tão rápida que leva o portador à óbito, uma vez que já existe o comprometimento total do fígado (BRASIL, 2008).

CasoahepatiteCnãosejatratadaquandodescoberta,podelevaraumacirrosehepática em20ou30anos,desdeoiníciodainfecção,etambémparaocâncerdefígadodentrode6a 10anos(DUNCAN;SCHMIDT;GIUGLIANI,2004).Reconhece-seque,emgeral,ahepatite Cevoluidaseguintemaneira:exposição€infecção€recuperaçãooucronicidade€fibrose progressivadofígado€cirrosee/oucarcinomahepatocelular€mortepordoençasdofígado ou transplante (MARCELIN, 1999; DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI, 2004;THOMSON; FINCH, 2005; BRASIL, 2008). Isto ocorre porque o fígado tenta reparar as suas células agredidas e tem capacidade para fazê-lo. Contudo, quando esta agressão se torna constante, perdurando por um longo período, esse processo de reparação acaba por substituir o tecidodas células hepáticas com o tecido cicatricial, o qual impede que as células hepáticas executem suas funções.Destaforma,quandoofígadoéconstantementeagredido,podesercicatrizadoemsuasáreas significativas, processo este que recebe a denominação de cirrose (DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI,2004).

O objetivo do tratamento da hepatite C é a erradicação do vírus com a finalidade de aumentar a expectativa e a qualidade de vida do paciente, reduzindo a incidência de complicações da doença hepática crônica e diminuindo as chances de transmissão do VHC. O tratamento pretende evitar os desfechos primários da progressão da infecção, como cirrose, carcinoma hepatocelular e óbito (THE EUROPEAN ASSOCIATION FOR THE STUDY OF THE LIVER, 2015 apud BRASIL, 2015B, p. 19).

O tratamento das formas crônicas de hepatite C se baseava na combinação de IFN ou interferon peguilado (PEG-IFN) com ribavirina, aplicados durante um período de 48 a 72 semanas, conforme o genótipo diagnosticado. O PEG-IFN tem uma molécula de

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polietilenoglicol que se junta à molécula do interferon, assim o tornando maior e com mais dificuldadeemsermetabolizado,permanecendomaistemponacorrentesanguínea(PARANÁ et al.,2009).

No Brasil há a disponibilidade do IFN convencional e da ribavirina, produzidos no país, bem como o PEG-IFN alfa produzido por diferentes companhias farmacêuticas (SHEPHERD et al., 2004 apud GARCIA et al., 2012).

Em relação ao mecanismo de ação, sabe-se que assim que o IFN se liga à molécula receptoranasuperfíciedacélulaespecífica,acélularecebeamensagemparaproduzirproteínas antivirais. Esse processo leva à produção de 24 proteínas que acabam por inibir a penetração do vírus. Possivelmente há outros mecanismos que contribuem para o efeito terapêutico final do fármaco. Já o mecanismo de ação da ribavirina não está completamente claro, mas supostamente está relacionando com a alteração dos reservatórios de nucleotídeos celulares, o que inibe a síntese do RNA mensageiro viral (ACOSTA; FLEXNER,2012).

A partir do ano de 2015, o Brasil passou a importar outros medicamentos para tratara hepatite C via SUS, como o daclatasvir, simeprevir ou sofosbuvir, indicados para pacientes cujos exames mostrem resultados de fibrose hepática avançada (THE EUROPEAN ASSOCIATION FOR THE STUDY OF THE LIVER, 2015 apud BRASIL,2015A).

Estes novos tratamentos correspondem a uma taxa de cura de 90%, com duração do tratamentode12a24semanas,sendoadministradosporviaoral.Antesdestenovotratamento, a cura da hepatite C era por meio de um composto do medicamento IFN, cuja taxa de cura era de cerca de 50%, com duração de tratamento de 48 a 52 semanas e administração por via oral e injeção subcutânea (BRASIL,2015B).

Amedicinatemavançadomuito,especialmentenaassistênciaàhepatiteC,nosentido de segurança, posologia, custo, abrangência de pacientes tratados e efetividade dos fármacos disponibilizados. Diante disso, o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções (BRASIL, 2015B), optou por cessar o uso de medicamentos de ação diretadeprimeirageração,comoobocepreviretelaprevir,ressaltandoagarantiadotratamento com esses medicamentos aos pacientes com Protocolo prévio, porém, adicionando ao arsenal terapêutico do SUS os três referidos medicamentos: o sofosbuvir, que consiste em um semelhante nucleotídeo inibidor da polimerase do VHC; o simeprevir, que inibe a protease de segunda geração e o daclatasvir, que inibe a NS5A. O genoma do VHC codifica uma única poliproteína precursora que depois de processada dá origem a dez proteínas virais, sendo a NS5A uma dessas proteínas virais não estruturais, associada com a resposta ao tratamento baseado em IFN (OLIVA,2012).

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AatuaçãodessesnovosmedicamentosédiretanoVHC,demodoaimpedirqueelese replique. Constituem o que há de mais avançado, atualmente, no tratamento da hepatite C crônica (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2014; THE EUROPEAN ASSOCIATION FOR THE STUDY OF THE LIVER, 2015 apud BRASIL,2015B).

OtratamentocomIFNapresentamuitosefeitoscolaterais,queincluemcefaleia,dores musculares,febre,perdadeapetite,cansaço,depressão,perdadepeso,alémdadiminuiçãodos glóbulos brancos, plaquetas e anemia, e somente 40 a 50% dos pacientes apresentam a não detecção do vírus em 12 semanas após o término do tratamento (BRASIL,2015B).

DeacordocomodiscutidoporOliva(2012),osofosbuvir,queentranalistadosnovos medicamentos para VHC preconizados pelo SUS, é melhor tolerado. Ele associado com o IFN earibavirinaapresentaramtaxadecuraentre80a98%,alémdereduzirotempodetratamento para 1 semana. Sofosbuvir e ribavirina sem o IFN apresentaram respostas de 64 a 100%. O simeprevir deve ser combinado com o IFN e a ribavirina, apresentando assim taxas de cura entre 68% e 86%, mas os efeitos colaterais foram parecidos com os do IFN eribavirina.

A hepatite C atinge proporções quase que epidêmicas no Brasil, acometendo cerca de 2milhõesdebrasileiros,sendoquesomente25%possuemconhecimentodequesãoportadores do VHC e menos de 5% já foram favorecidos com a cura. Esse elevado número de portadores se reflete em muitas vidas perdidas e custos muito altos de assistência médica e, se nada for feito, até o ano de 2030 serão mais de 95% dos casos de carcinoma hepatocelular e de cirrose relacionadosàhepatiteC,gerandomaiornecessidadedetransplantesdefígadoeresultandoem maior número de óbitos (WESSLER, 2009; RODRIGUES NETO et al., 2012). Estima-se que com a nova terapia abraçada pelo SUS (sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir), mais de 80% da população infectada será tratada (BRASIL,2015A).

Além dos medicamentos, o SUS também incorporou um novo exame, o qual avalia o quanto o fígado do paciente está danificado com hepatite C. É o exame Elastografia Hepática Ultrassônica, que tornará bem mais fácil diagnosticar os portadores que usarão os novos medicamentos. Esses avanços mostram que a meta é oferecer, a cada dia, melhor assistência aos portadores de hepatite C (BRASIL, 2015B).

Como políticas públicas voltadas para o tratamento da hepatite C no Brasil, existe um esforço muito grande nesse sentido, principalmente a partir dos novos medicamentos. Existe um acordo realizado entre a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e o consórcio BMK, integrado pelas empresas Blanver Farmoquímica, Microbiológica Química e Farmacêutica e Karin Bruning,paraaproduçãodomedicamentosofosbuvirnoBrasil,aumpreçobemacessível,para

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tratar a hepatite C, o qual será distribuído no SUS, além de outros medicamentos antivirais (GANDRA, 2016).

Segundo o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), AIDS e Hepatites Virais, o tratamento da hepatite c em pacientes com HIV é ainda mais complicado, pois o sistema imunológico está mais sensível, ou seja, não é raro que haja má resposta ao tratamento, comprometendo o processo de adesão e agravando os efeitos colaterais. Isso pode levar a uma evolução mais rápida para a cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado. Pacientes com o HIV e VHC têm grandes chances de ter toxicidade hepática causada pela combinaçãodosváriosantiviraisutilizadosparatratarambasascondições(SILVA;BARONE, 2004).

CONCLUSÕES

Oobjetivodopresentetrabalhofoianalisarcriticamenteasintomatologiaeabordagem farmacoterapêutica adotada para tratamento da hepatite C viaSUS.

Pode-se afirmar que esse objetivo foi alcançado, uma vez que se conheceu um pouco maisarespeitodahepatiteC,umadisfunçãocausadanofígadopelosefeitosdiretoseindiretos do VHC. A hepatite C pode ser contraída por sangue infectado, em transfusão de sangue, uso coletivo de instrumentos perfurocortantes, como seringas, aparelhos de barbear e alicates de cutículas.Asconsequênciasdestadoençapodemsercomplicadas,podendolevaraumacirrose, câncer de fígado eóbito.

Conheceu-se também, por meio da literatura pesquisada, que novos medicamentos foram incorporados ao SUS para o tratamento da hepatite C. São eles: o sofosbuvir, o daclatasvir e o simeprevir, com os quais cerca de 30 mil tratamentos poderão ser realizados, considerando que, com o tratamento anterior, de IFN associado a outros fármacos, 15.821 pessoas já haviam sido tratadas no ano de 2015.

Este foi, sem dúvida, um grande avanço no tratamento da hepatite C, pois representa umagrandemudançadeparadigmas,emrazãodequeoBrasilconseguesairdeumesquemade tratamentojáavançado,constituídopeloIFNeribavirinaecaminharparaumnovotratamento, agora oral, com uma excepcional tolerância e de grandeeficácia.

A realização desse trabalho foi muito construtiva, pelos conhecimentos que proporcionou. Porém, é um assunto que deve ser mais estudado, em razão de se tratar de um problema de saúde pública, ficando aqui a sugestão para que novos estudos sejam feitos no sentido de verificar a real eficácia dos novos tratamentos conforme eles forem sendo cada vez mais utilizados pela população brasileira.

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Tratamento fisioterapêutico na osteoartrose de quadril: Uma revisãobibliográfica

Nathanael de Oliveira Benatti Orientador: Prof. Me. Walther Spinelli Filho

Resumo A osteoartrose é uma doença degenerativa caracterizada pela destruição da cartilagem hialina e

do osso subcondral, essa destruição é causada pelo desequilíbrio entre a solicitação a resistência do tecido cartilaginoso. Atinge em média cerca de 16% da população brasileira e pode ser considerada uma doença reumática. A osteoartrose se subdivide em primária, que pode ser devido a fatores hereditários, fatores genéticos e hormonais, já na secundária pode estar associado a traumas, fraturas e doenças inflamatórias, acometendo 80% dos indivíduos com idade acima de 70 anos. Sua característica é dor na região com um aumento nas atividades do dia a dia e diminuição dessa dor no repouso, rigidez que acomete no início do dia e melhora com a movimentação da articulação, perda de força e de amplitude de movimento. A fisioterapia propõe um tratamento voltado na função sintomatológica apresentada pelo paciente, usando aparelhos para diminuir a dor, promover condicionamento físico, respostas rápidas a exercícios de baixa intensidade, visando sempre devolver a autonomia e a independência do paciente para que ele volte às rotinas do seu dia a dia sem dor, sem complicações e com qualidade devida.

Palavras-chave: Osteoartrose. Fisioterapia. Exercícios.

Abstract

Osteoarthritis is a degenerative disease characterized by destruction of articular cartilage and subchondral bone, this destruction is caused link imbalance between the request resistance of the cartilaginous tissue. M reaches average about 16% of the population and can be considered a rheumatic disease. Osteoarthritis is divided into primary that may be due to hereditary factors, genetic and hormonal factors, as in the secondary may be associated with trauma, fractures, inflammatory diseases, affecting 80% of individuals over the age of 70 years. Its characteristic is pain in the region with an increase in day-to-day and decrease that pain at rest, rigidity that occurs at the beginning of the day and improves with movement of the joint, loss of strength and range of motion. Physical therapy offers a focused treatment in the clinical function presented by the patient, using devices to reduce pain, promote physical fitness, quick responses to low-intensity exercise, always seeking to return the autonomy and independence of the patient so that he comes back to routines their day to day without pain, without complications and with quality oflife.

Keywords: Osteoarthritis. Physiotherapy. Exercises.12

1 Graduando do curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA. [email protected] 2 Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga FTGA, Fisioterapeuta – Fisioclinica S/S LTDA, Fisioterapeuta concursado e responsável na Unidade Básica de Saúde em Cândido Rodrigues. Especialização em

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Fisioterapia ortopédica e Traumatológica, especialização em R.P.G, mestrado em Engenharia de Produção.

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Introdução

A osteoartrose (OA) é definida por consequentes alterações bioquímicas, moleculares e histológicas que ocorrem na cartilagem articular e no osso subcondral, ocasionando uma falha dos condrócitos em sintetizar a matriz extracelular. No início, trata-se de uma degeneração não-inflamatória levando a formação de osso subcondral na superfície articular e nas margens articulares. (REBELATO; MORELLI, 2007, p.282)

A osteoartrose de quadril vem ao longo dos anos, sendo um problema crescente na região do ocidente e sua principal causa é a mobilidade e inabilidade principalmente entre pessoas idosas. Além da dor e do seu desconforto, a osteoartrose tem conseqüências econômicas muito importantes. (DANI; AZEVEDO, 2006, p. 38).

A osteoartrose é uma doença que se caracteriza pela degeneração progressiva da cartilagem e conseqüentemente sua destruição, devido ao desequilíbrio entre a solicitação e resistência do tecido cartilaginoso, assim podendo progredir até a incapacidade física do paciente. (BECKER; DOLKEN, 2008, p. 366).

Pressupõe que o conceito característico de doença degenerativa consiste de uma anormalidade na cartilagem hialina que determina sua sintomatologia de intensidade variável e possível comprometimento da função do quadril. (SILVA, 2008, p.01).

Pode ser primário na cartilagem articular o processo degenerativo ou degradativo, podendo ser secundário com diferentes causas, sendo elas: Doença hereditária, doença endócrinas, desarranjos articulares e doenças inflamatórias. (SILVA, 2008, p. 01).

É caracterizado as alterações profundas na superfície articular na degeneração cartilaginosa. Fissuras, fibrilações e erosão são eventos que podem de certa forma estar presente. Devido a essas mudanças, ocorrem alterações na atividade biossintética dos condrócitos e na sua composição bioquímica. (DANI; AZEVEDO, 2006, p. 38).

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Osteoartrose de Quadril De caráter degenerativo a osteoartrose de quadril é composta pela degeneração da cartilagem articular. Com a idade e o peso como fatores agravantes dessa patologia que acomete ambos os sexos. (WIBELINGER, 2009 p. 62).

Também conhecida como coxoartrose é uma das formas que causam mais dores e incapacidades para os pacientes. Com três padrões de acometimento sendo eles; súpero-lateral que é o mais comum, o médio e o axial. É variável a localização da dor, sendo ela na região glútea, inguinal, face anterior da coxa e no joelho, com redução da amplitude de movimento e rigidez articular no quadril. (SILVA, 2008 p. 05).

A osteoartrose de quadril pode ser definida e caracterizada como dor localizada na região da articulação, que aumenta na atividade física e alivia no repouso, rigidez articular principalmente de manhã, formação de edemas e deformidades, instabilidade articular e insegurança, limitação funcional, perda de força muscular e perda de amplitude de movimento. (DE ROSIS; MASSABKI; KAIRALLA, 2010 p.102).

Pode ser considerada como doença reumática que está associada à idade, atingindo cerca de 16% da população brasileira. (MIOTTO et al, 2013 p. 03).

Na articulação, primeiramente se observa um comprometimento da abdução do quadril antes do acometimento da flexão e rotação do quadril. Com o passar do tempo, o movimento mais acometido se torna a rotação interna, e que pode ser notado crepitações audíveis em alguns casos. A atrofia muscular da coxa e dos glúteos pode ser observada e ainda sendo possível detectar o sinal de Trendelenburg que é fraqueza do glúteo médio. No decorrer da doença, se observa o encurtamento do membro acometido, compensações na articulação e na marcha e perda de equilíbrio. (SILVA, 2008 p.05).

As deformidades que ocorrem na articulação do quadril são devidas de processos inflamatórios como a necrose asséptica, tumores e fraturas, sendo essas afecções possíveis causadoras de artrose da articulação. (BECKER; DOLKEN, 2008, p. 430).

Sua etiologia não é muito bem conhecida, mas podem estar relacionados com micro traumas repetitivos cargas excessivas na mesma articulação em suas atividades diárias, e também aos fatores hereditários, metabólicos e endócrinos, que pode causar a participação do estrógeno em desordem no corpo. (MARQUES et al, 1998 p. 84).

Existem na osteoartrose de quadril fatores de risco que possam contribuir para seu aparecimento ou agravamento, sendo eles; a obesidade, excesso de esforço articular, lesões periarticulares e riscos ocupacionais. (MARX et al, 2006 p. 254).

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Osteoartrose primária é considerada como causa desconhecida, os fatores hereditários podem estar relacionados juntos com fatores genéticos e hormonais, principalmente em mulheres perto ou no período da menopausa. (WIBELINGER, 2009 p. 62).

Ocorre também uma predisposição genética denominada poligênica, e também a fatores ambientais. Essa mutação ocorre no procolágeno tipo II responsável pelo colágeno tipo II. (SILVA, 2008 p.22).

Pode também estar relacionados com a osteoartrose, de quadril fatores nutricionais como agentes antioxidantes que são os condroprotetores, e pode se notar em pacientes cuja quantidade de vitamina D é extremamente baixa. Esse paciente com vitamina D abaixo do normal tem três vezes mais chances de adquirir a doença. (SILVA, 2008 p. 22).

Já a secundária estão relacionadas a traumas, fraturas, doenças inflamatórias, hematológicas e outras. Acomete 80% dos indivíduos acima de 70 anos, esses indivíduos já começam a sentir e apresentar os primeiros sintomas. (WIBELINGER, 2009 p. 62).

Pode estar relacionada com necrose avascular, atrite séptica, artrite reumatóide e artropatia. (REBELATO; MORELLI, 2007, p. 282)

Mas a sua principal ocorrência da doença é a mecânica, que ocorre devido a micro traumatismos constante na articulação causando o desgaste precoce da superfície cartilaginosa, com isso acontece um processo de degeneração alterando a estabilidade e autonomia da articulação lesada. (WIBELINGER, 2009 p.62).

A dor é o sintoma principal na osteoartrose, ela aparece com mais freqüência na evolução da patologia aparecendo quando se usa pouco a articulação ou até mesmo em seu repouso. (WIBELINGER, 2009 p. 62).

Essa dor com o decorrer do tempo e da evolução se divide em três estágios, sendo eles; estágio I, quando a dor se manifesta de manhã e desaparece aos poucos quando se movimenta a articulação, o paciente relata dor no período do dia ou quando a articulação fica parada na mesma posição por um tempo; estágio II, a dor se agrava e o trajeto sem dor diminui e nesse momento se instala os mecanismos de claudicação, tornando mais difícil ao paciente as mudanças de posição como levantar e sentar, o paciente se torna incapaz de ficar de pé por muito tempo; estágio III, nessa fase não ocorre intervalos sem dor, elas se manifestam inclusive em repouso, fazendo o paciente trocar várias vezes de posição. (BECKER; DOLKEN, 2008, p.430).

Por ser uma doença que causa incapacidade ao paciente, a osteoartrose gera um grande impacto econômico. Os pacientes apresentam cerca de 30% a 40% da procura por

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assistência. Ela causa incapacidade laborativa em 15% da população adulta do Brasil e no mundo, e representa 7,5% de afastamentos pela previdência social. (REBELATO; MORELLI, 2007, p. 283).

Após os 35 anos, 50% das pessoas poderão apresentar alterações articulares degenerativas que se diz respeito à osteoartrose. (REBELATO; MORELLI, 2007, p. 283).

Sua prevalência aumenta com a idade do paciente, não observa aos 40 anos de idade e é mais freqüente após os 60 e 75 anos. Desses resultados, 85% apresentam evidencias radiográficas da enfermidade. (REBELATO; MORELLI, 2007, p.282).

Fisioterapia na Osteoartrose de Quadril

O fisioterapeuta tem um papel importante na diminuição do impacto dos sintomas na vida do paciente, usando abordagens terapêuticas para melhorar a capacidade funcional e ajudar na manutenção da sua qualidade de vida. (BERLATO; TOKUMOTO; OLIVEIRA, 2009 p.18).

O diagnóstico realizado pelo fisioterapeuta em doenças reumatológicas tem suas especialidades, e é muito importante que o profissional fisioterapeuta tenha em mãos o diagnostico médico, para depois elaborar um diagnostico funcional do paciente, identificando as disfunções na anamnese, e assim identificar o quadro clinico do paciente. O diagnóstico cinesiológico funcional possibilita um melhor prognostico do paciente. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, 2009 p.04).

Cinesioterapia

A mobilização da articulação afetada é muito importante para realização de movimento ideal sem dor, mantendo a extensibilidade da articulação ou aumentando se estiver com restrições periarticulares. (AMARAL; CERDEIRA; VIDOTTO, 2009 p.05).

A mobilização proporciona a circulação do fluido sinovial, nutrindo as superfícies articulares, diminuindo a dor na articulação devido à estimulação dos receptores articulares. Para os pacientes com osteoartrose, a mobilização é muito importante, pois o paciente apresenta diminuição da amplitude de movimento, com isso, causa encurtamentos, contraturas em músculos e estreitamentos capsulares ocasionando em uma dificuldade no movimento. (AMARAL; CERDEIRA; VIDOTTO, 2009 p.05).

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Além da mobilização o alongamento aumenta a mobilidade dos tecidos moles e conseqüentemente ocorre uma melhora da amplitude da articulação. Estruturas que estão encurtadas se tornam hipomóveis com o tempo, causada pela imobilização prolongada e traumas dos tecidos que pode resultar em inflamação e dor. O alongamento nos casos de inflamação deve ser controlado, pois ocorre uma diminuição de força tênsil do músculo em 50%. Os alongamentos são realizados nos isquiostibiais, tríceps sural, piriforme, glúteos, quadrado lombar, paravertebrais, quadríceps, iliopsoas, adutores e abdutores do membro inferior. (AMARAL; CERDEIRA; VIDOTTO, 2009 p.05).

Ocorre na osteoartrose a diminuição da força muscular e a endurance, e com isso ocorre diminuição da capacidade funcional e da capacidade aeróbica. Estudos apontam que os exercícios físicos melhoram e mantém a mobilidade, força e a funcionalidade do músculo ou estruturas musculares, pois aumentam a densidade óssea, diminuem a dor e melhoram a biomecânica da estrutura afetada. (MARQUES; KONDO, 1998 p. 85).

Um dos principais recursos da fisioterapia é o exercício físico e é muito utilizado para restaurar e recuperar a força muscular. (OLIVEIRA, et al, 2008p.02).

No começo do tratamento usando a cinesioterapia recomenda-se realizar exercícios isométricos, pois são toleráveis para o paciente que esta com receio de dor e inflamação, e porque são de mínima probabilidade de causar alguma inflamação, e se forem feitos em ângulos articulares causam menos dor. (AMARAL; CERDEIRA; VIDOTTO, 2009 p.05).

“O impacto dos exercícios é avaliado principalmente nos aspectos de dor e função.” (RICCI; COIMBRA, 2006 p. 04).

Após os exercícios isométricos são implantado os exercícios isotônicos, se a inflamação e a dor estiverem controladas. Os exercícios isotônicos são exercícios superiores aos isométricos e aumentam o ganho de força muscular, endurance, capacidade aeróbica e habilidades funcionais. (MARQUES; KONDO, 1998 p. 85).

Os objetivos nessa fase são traçados para reduzir o quadro álgico, melhorar a mobilidade, diminuir o edema, ganhar amplitude articular, força e resistência muscular, estimulação da propriocepção e consciência corporal e evitar enfermidades. (AMARAL; CERDEIRA; VIDOTTO, 2009 p.05).

Acupuntura A agulha é colocada nos pontos chamados de Qi, causando dormência ou formigamento. A acupuntura na osteoartrose de quadril obteve um bom resultado melhorando

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a dor em 8 semanas de aplicação, classificando 4 pontos em uma escala de 0 a 20. (MANHEIMER, et al, 2010 p. 02).

A analgesia através da acupuntura mostrou melhora em curto prazo da dor do quadril. A função física em oito semanas foi satisfatória com o uso das agulhas, em 26 semanas o resultado foi ainda melhor, ocasionando em uma melhora significativa da dor e na função do quadril. (MANHEIMER, et al, 2010 p. 02).

A acupuntura na osteoartrose reduz o uso de analgésicos no tratamento, diminuindo a dor e com um programa fisioterápico associado, ajuda na melhora e recuperação do paciente. (RICCI; COIMBRA, 2006 p. 04).

Método Bad Ragaz

As propriedades físicas da água proporcionam um meio excelente para exercícios. A água possui a flutuação, viscosidade, densidade relativa, pressão hidrostática, tensão superficial, calor especifico e refração. (ROCHA, 2010 p. 29).

A temperatura da água fica em torno de 33º a 36º, essa temperatura aumenta a densidade do colágeno, diminui espasmos musculares, alivia a dor, diminui a rigidez muscular, aumenta a circulação sanguínea, facilita a diminuição dos processos inflamatórios, edema e exsudatos, relaxando e provocando várias sensações benéficas para a articulação e o corpo. (OLIVEIRA; SOUSA, 2009 p.05).

Com a água aquecida, o quadril tem uma melhor mobilidade, proporcionando a diminuição do quadro álgico e espasmos. A água proporciona uma resistência dinâmica fazendo com que os exercícios de fortalecimento de grandes grupos musculares e o treino de marcha sejam eficazes para evolução no tratamento de osteoartrose de quadril. (ROCHA, 2010 p.33).

Vários autores relatam que a água transfere ou retém calor devido a um mecanismo de condução. O terapeuta se posiciona para proporcionar sustentação para o paciente, desse modo, possibilita que o terapeuta oriente e com isso aumente a amplitude de movimento durante o exercício. (OLIVEIRA; SOUSA, 2009 p. 05).

O terapeuta usa o método de Bad Ragaz para o tratamento das perdas de força muscular, ajuda o paciente a realizar movimentos eficazes, fortalecendo a estrutura do quadril e coluna lombar. O terapeuta fica fixo em um ponto e trabalha ao redor do paciente de forma isométrica, usando as bóias nas posições de supino, bruços e de lado, movimento em cadeia fechada, movimentos retos e diagonais. (OLIVEIRA; SOUSA, 2009 p. 05).

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Kinesio Taping A utilização da bandagem proporciona inúmeros benefícios como; melhora da propriocepção, realinhamento de tecido facial devido à normalização da tensão muscular, aumento do espaço intersticial, melhora da circulação sanguínea e linfática, correção da função muscular melhorando a amplitude de movimento e diminuição da dor. (FREITAS apud KASE, 2016 p.03).

A aplicação da bandagem vai depender do tipo de tratamento ou estrutura muscular está envolvida, coloca-se a partir da inserção até a origem do músculo, para inibir a ação do músculo, já para músculos fracos, aplica-se da origem muscular até a inserção, isso faz com que aumente a contração e ativação do músculo. (FREITAS; MARCHETTI, 2016 p. 03).

Quando aplicado a bandagem no glúteo máximo, quadríceps e tensor da fascia lata, obteve um aumento da contração muscular e da força dos músculos, ajudando na recuperação da musculatura em torno do quadril. (FREITAS; MARCHETTI, 2016 p. 04).

O uso da bandagem elástica afeta o desempenho da força e atividade muscular, dá estabilidade para articulação, ajuda no equilíbrio e descarga de peso. Ela sozinha não faz todo o tratamento, mas pode ser associada com os demais tratamentos proposto pela fisioterapia para obter uma resposta mais rápida e eficiente. (FREITAS; MARCHETTI, 2016 p. 04).

Ambiente Virtual

Criando um ambiente virtual, pode-se estimular a execução de movimentos de flexão do quadril, com o joelho fletido no plano frontal, eixo transverso com rotação interna e externa de quadril. (SCHAFFER; SILVA, 2014 p. 941).

O aparelho usado para esse ambiente é o Kinect, que faz a captura de imagens em três fluxos de dados, a imagem colorida, a tridimensional e o som, esses fluxos permitem que o sistema detecte o corpo humano e outros objetos. Esse sistema é ajustado automaticamente para o paciente sendo à distância do objeto virtual em relação ao quadril e a mesma entre joelho e quadril. (SCHAFFER; SILVA, 2014 p. 942).

Quando começa o jogo, uma bola virtual é colocada na altura do quadril, e quando se inicia os movimentos de flexão, rotação externa com flexão do joelho e abdução, para ir em direção a bola, é calculado o ângulo do movimento, a quantidade de exercícios realizados e depois gera uma pontuação que são salvos em um banco de dados. (SCHAFFER; SILVA, 2014 p.941).

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É realizada uma série de exercícios com movimentos monitorados de extensão e flexão do quadril com o joelho flexionado no plano frontal, e o objetivo é acertar a bola virtual, o aparelho mostra a quantidade e o ângulo de flexão do joelho. (SCHAFFER; SILVA, 2014 p. 943).

O ambiente virtual ajuda no tratamento fisioterápico de forma lúdica e amigável, gerando motivação para o paciente para realizar os movimentos do quadril, com um ambiente descontraído com um fundo de praia ou gramado, o aparelho possibilita que o fisioterapeuta possa acompanhar o processo e as respostas da reabilitação sensório motora de seus paciente, nada mais é que mais uma ferramenta da fisioterapia para complementar o tratamento. (SCHAFFER; SILVA, 2014 p.944).

Crioterapia e Eletroterapia

Outros recursos usados na fisioterapia além dos exercícios são o calor da eletroterapia e o frio da crioterapia. O frio é mais indicado em casos de dor, inflamação e espasmos musculares por ser um excelente analgésico, pois atua nas terminações nervosas diminuindo a velocidade da condução nervosa, e estimulação competitiva de fibras amielínicas agindo na via de mecanismo de comporta. (MARQUES; KONDO, 1998 p.86).

O frio age nos processos inflamatórios reduzindo a hiperemia e o edema devido a sua ação vasoconstritora, o músculo com o frio reduz a velocidade de disparo de fibras do fuso muscular, e com isso diminui os espasmos musculares. (MARQUES; KONDO, 1998 p. 86).

O uso do calor também alivia a dor, aumentando a sua extensibilidade do colágeno do tecido e diminuição da rigidez muscular. Há diversas controvérsias no uso da eletroterapia, no entanto, autores referem que alguns sistemas enzimáticos podem ser desligados com o uso do calor. (MARQUES; KONDO, 1998 p. 86).

Podem ser utilizadas para analgesia e para diminuição da inflamação aparelhos como o microondas, a corrente galvânica, ultrassom, ondas curtas e o TENS (estimulação elétrica transcutânea). (MARQUES; KONDO, 1998 p. 86).

O uso do ultrassom promove vasodilatação, aumento da permeabilidade celular, melhora o retorno venoso, melhora o metabolismo local e sua capacidade de regeneração celular, diminui rigidez, aumenta a flexibilidade dos tecidos ricos em colágenos. (AMARAL; CERDEIRA. VIDOTTO, 2009 p. 05).

Pode ser usada também para estimulação muscular melhorando a perfumasse e aprimoramento muscular. Os impulsos elétricos percorrem na fibra nervosa com o papel de potencial de ação até o terminal axonal, na sinapse do músculo, resultando em contração muscular idêntica a contração fisiológica. (NELSON; HAYES; CURRIER, 2003 p. 145 e 146).

O uso do aparelho TENS (estimulação elétrica transcutânea) para alívio da dor pode ser associado no tratamento, pois evidências mostram que a corrente elétrica quando aplicada

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externamente, realiza uma reparação tecidual e conseqüentemente o alívio da dor. (NELSON; HAYES; CURRIER, 2003 p.304).

Conclusão

A fisioterapia tem um papel importante para melhora das afecções causadas pela osteoartrose de quadril, tendo como objetivo o reconhecimento precoce e promovendo estratégias para incrementar e melhorar o quadro clínico do paciente, melhorando os sintomas e restaurando a função. Dentro dessas estratégias a fisioterapia propõe a manutenção da amplitude articular, aumento de força muscular, alívio da dor e prevenção de perda de trofismo, minimizando a progressão da doença, prevenindo limitações articulares e consequentemente prevenindo deformidades articulares. Com isso, devolve ao paciente autonomia para realizar as atividades de seu cotidiano sem dor e com mais prazer.

Conclui-se nessa revisão que com o uso do protocolo conservador da fisioterapia na osteoartrose de quadril, combinado com técnicas atuais como Bad Ragaz, Kinesio Taping, Acupuntura e Ambiente Virtual, obtém vários resultados positivos para o alívio da dor, ganho de amplitude de movimento e força muscular, garantindo ao paciente um atendimento atual e completo para melhora da sua patologia.

Entretanto, é importante salientar que muitos estudos ainda são necessários, a fim de encontrar formas cada vez mais eficazes de tratamento. Para isto, é preciso que sejam realizadas pesquisas sérias, com metodologia adequada e resultados comprovados, para que os protocolos e técnicas sejam cientificamente comprovados.

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A importância de contar histórias para o desenvolvimento integral das crianças

Débora Ferreira da Costa de Macedo1

Irene Ferreira do Nascimento2

Débora Raquel da Costa Milani3

Resumo Esta pesquisa discorreu sobre a importância da contação de histórias para o

desenvolvimento integral das crianças. Verificou-se que o conhecimento e a postura que o contador de histórias deve ter para que, em posse dos recursos que a literatura infantil oferece, saber desenvolver o momento de contação de histórias para estimular o futuro leitor a encantar-se pela leitura. Utilizamos a metodologia da Pesquisa Bibliográfica. Ao longo da pesquisa foi possível perceber que a escola, enquanto instituição responsável pela formação cultural das novas gerações e espaço privilegiado para o desenvolvimento da competência leitora tem sido questionada quanto ao seu papel no processo de preparação de futuros leitores. A leitura e a contação de história para cativar o leitor precisam estar associadas ao prazer, ao interesse e à motivação. Contar história contribui para o desenvolvimento em todos os aspectos: social, mental, moral ou físico, proporcionando maior desenvolvimento perceptivo do aluno. A escola, como espaço do saber precisa incluir práticas que possibilitem ao aluno, apreender a linguagem por meio da diversidade de textos que circulam socialmente e, consequentemente, das peculiaridades do gênero aos quais correspondem, criando condições para o desenvolvimento da capacidade de ler, segundo as necessidades pessoais do estudante, relacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e busca de informação e ao exercício dareflexão.

Palavras-chave: Contação. Histórias. Crianças.

Abstract

This research discussed the importance of storytelling for training and integral development of children. It was found that the knowledge and attitude that the storyteller must have for that in possession of resources that offers children's literature, know the time to develop storytelling to stimulate future reader to delight yourself by reading. We used the methodology of bibliographical research. During the research it was revealed that the school as an institution responsible for the cultural education of the new generations and privileged space for the development of reading competence and writer has been questioned about his role in the preparation of future readers process. Reading and storytelling to captivate the reader need to be associated with pleasure, the interest and motivation. Storytelling contributes to the development in all aspects: social, mental, moral or physical, providing greater perceptual development of

1 Aluna do curso de Pedagogia Faculdade de Taquaritinga UNIESP-FTGA. [email protected] 2 Aluna do curso de Pedagogia Faculdade de Taquaritinga UNIESP-FTGA. [email protected] 3 Doutora em Educação Escolar pela Faculdade de Ciências e Letras - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- UNESP. Professora da Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. Professorada

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Faculdade Anhanguera- Matão. Professora do Programa de Mestrado em Educação Sexual- UNESP Araraquara. [email protected]

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the student. The school, as a space of knowledge must include practices that allow the student learn the language through the diversity of texts circulating socially and consequently of the genre peculiarities which correspond, creating conditions for the development of the ability to read, according to the student's personal needs, related to the actual everyday actions, transmission and search for information and the exercise of reflection.

Keywords: Storytelling. Stories. Children.

Introdução

É da natureza do ser humano contar histórias e estamos o tempo todo as contando: no ônibus na volta da escola, no trabalho, quando nos reunimos para jantar. Contamos como foi o dia, o que fizemos o que vimos o que experimentamos.

ConformeGiroux(1997),aleituraéumapráticasocialdealcancepolítico, porque, através dela, o sujeito-leitor interage com o mundo, enriquecendosuabagagem

cultural,paraneletambématuar,exercendoasuacidadania.Pelapráticadaleitura,o ser humano cria possibilidades de mergulhar em dimensõesespaço-temporaisdiferentesdas

suas e, portanto, vivenciar experiências inéditas, as quais transformam, progressivamente, a sua maneira de compreender a sua realidade e tudo o queaenvolve.

Ao ouvir uma história as crianças vivenciam situações, seusmedos,alegrias, tristezas, bem como problemas e conflitos dessa história, contribuem para aformaçãode

suapersonalidade.Atravésdanarraçãooralacriançaéconvidadaarecriarasideiaslançadas pelo narrador para acompanhar, compreender e ressignificar as histórias que

está ouvindo. Oliveira (1996, p. 27), afirma que:

A literatura infantil deveria estar presente na vida da criança como está o leite em sua mamadeira. Ambos contribuem para o seu desenvolvimento. Um, para o desenvolvimento biológico: outro, para o psicológico, nas suas dimensões afetivas e intelectuais. A literatura infantil tem uma magia e um encantamento capazes de despertar no leitor todo um potencial criativo. É uma força capaz de transformar a realidade quando trabalhada adequadamente com oeducando.

As palavras referendadas acima pela autora enfatizam a importância da

Literatura Infantil na vida das crianças como leitores iniciantes, não apenas de maneira escrita nos livros, mas também de forma oral através da contação de histórias.

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Nesse sentido, um dos principais resultados que o estudo evidencia é o conhecimento e a postura que o contador de histórias deve ter para que, envolto dos recursos que a literatura infantil oferece saber desenvolver o momento de contação de histórias que estimule o futuro leitor a apaixonar-se pela leitura. Para que isso ocorra, o contador de histórias não pode meramente escolher uma história aleatoriamente e contá- la aos pequenos. Pelo contrário, o contador de histórias deve preparar o enredo que irá contar, ensaiá-lo, gostar da história que vai contar, cuidar da tonalidade da voz, ser expressivo, elencar quais recursos poderá utilizar preparar o espaço ideal para que essa contação ocorra com sucesso e de maneira correta. Para que a criança seja coparticipante da história narrada contribuindo assim para melhor formação do leitor.

Literatura infantil e formação humana

Segundo Zilberman & Moysés (2005, p.15): “A literatura, e em especial a infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação: a de servir como agente de formação, seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor/texto”.

De acordo com Cândido (1995), a arte literária, assim como a vida, manifesta-se num constante movimento dialético, um ir e vir que nos fornece oportunidade de explicarmos a realidade a partir dos contrários.

A leitura literária é entendida por muitos estudiosos como prática escolar fundamental. Na concepção de Lajolo (1993, p.106):

É a literatura, como linguagem e instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso, a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos.

A fim de descrever sobre a contribuição da literatura infantil na formação do futuro leitor, é necessário conhecer as origens, como eram as primeiras narrativas, como esta passou a ser criada para o público infantil até chegar aos dias atuais com diversos livros de literatura para crianças.

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De acordo com Coelho (2009), o ser humano começou usar inteligência para organizar as formas no seu cotidiano ele teve o estímulo de registrar em algo durável suas experiências deixou registradas suas ações e ideias por meio da escrita.

Cavernas descobertas por arqueólogos entre 12 e 15 mil anos atrás revela de maneira bem clara, esse impulso que levou o homem a se expressar de forma artística suas experiências de vida. O homem pré- histórico procurando uma forma de se comunicar ou marcar sua presença no mundo através da escrita, usava vários suportes extraídos da natureza como: pedras, tábuas, argilas, peles de animais, cortes das árvores, junco, chifres, e tantos outros.

Com o auxílio do buril o “escritor” fazia riscos para transmitir seus pensamentos aos outros a partir desta escrita, a humanidade foi conseguindo reorganizar o sistema da escrita e foi evoluindo até chegar ao modo atual que todos conhecemos, na forma de livros, com páginas e corpo verbal, sendo acessível aosleitores.

Nesse sentido o homem buscava comunicar-se desde os tempos primitivos, e continua buscando contemporaneamente.

A Arte de Contar História

A arte de contar história se faz presente desde a antiguidade. Contavam-se histórias para diversão, ensino, relembrar ou apenas para passar o tempo. A contação de histórias faz parte de um processo cultural dos povos, cada geração contava histórias de sua cultura para geração seguinte, esse modo de transmissão de conhecimento é chamado de tradição oral.

Alguns contadores cantam ou narram suas histórias em forma de poesia, ritmo e rimas, a exemplo desses, temos na literatura de cordel, o tradicional do nordeste brasileiro.

O cordelista, ou cantador de histórias, vai inventando seus versos e cantando de forma rimada e cadenciada, depois as histórias são impressas e os livretos pendurados num cordão, para serem vendidos. Daí seu nome, literatura de cordel. Para atrair compradores, o vendedor vai cantando as histórias muitas vezes acompanhado de uma viola. Um dos principais cordelistas e difusor da literatura de cordel foi o paraibano Leandro Gomes de Barros, o primeiro poeta a publicar histórias versadas no Brasil, ao redor de 1893, no Recife. Barros foi um poeta popular e sua obra é conhecida e recitada

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pelos sertanejos. É considerado pelos cordelistas do Nordeste Rei da Poesia Sertaneja. (ESCOLA BRITÂNICA, 2016).

Em alguns povos todos podiam passar as histórias adiante em outros somente contadores especiais tinham essa tarefa tão importante, esses, porém tinham que ter uma boa memoria, e encontravam maneiras especiais de interpreta-las.

Na África ocidental, os Griôs são os mestres da arte das palavras. Os Griôs dizem que representam a memória dos homens. Eles são narradores, cantores e músicos responsáveis pela transmissão oral das tradições de seu povo. (ESCOLA BRITÂNICA 2016).

Os Griôs são treinados desde a infância no ofício da palavra oral, eles se apropriam e transmitem crenças, lendas, lições de vida, segredos, e saberes, e tem o compromisso com aquilo que dizem.

Segundo Vansina (2010, p. 139): Nas sociedades africanas reconhece-se a fala não apenas como uma forma de comunicação cotidiana, mas também como uma forma de preservação da sabedoria, por meio daquilo que chamamos de tradição oral. A tradição, nesse caso, é entendida como um testemunho transmitido verbalmente de uma geração à outra. Na maioria das civilizações africanas, a palavra tem um poder misterioso, pois palavras criam coisas [...] Inspirados pela tradição africana, no Brasil, há pessoas que são denominadas e consideradas griôs. São pessoas que trabalham com a cultura, arte e educação popular, reconhecidas pela própria comunidade como mestres das artes, da cura, líderes religiosos de tradição oral, músicos que sabem tocar instrumentos tradicionais, contadores de histórias de suas comunidades que socializam as raízes dos povos a que pertencem, são também cantores e poetas. Pessoas que, por meio da oralidade, das experiências vividas e da corporeidade, desenvolvem uma pedagogia que valoriza o poder daspalavras.

A escola, enquanto instituição responsável pela formação cultural das novas

gerações e espaço privilegiado para o desenvolvimento da competência leitora e escritora tem sido questionada quanto ao seu papel no processo de preparação de futuros leitores.

A leitura e a contação de história para cativar o leitor precisam estar associadas ao prazer, ao interesse e à motivação. É certo que a criança e o jovem leem não por reconhecerem a importância da leitura, mas sim por motivações e interesses diversos que vêm ao encontro de necessidades intrinsecamente humanas: fantasia, autoafirmação,entretenimento.

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A escola, como espaço institucional de acesso ao conhecimento, precisa incluir práticas que possibilitem ao aluno, apreender a linguagem por meio da diversidade de textos que circulam socialmente e, consequentemente, das peculiaridades do gênero aos quais correspondem, criando condições para o desenvolvimento da capacidade de ler, segundo as necessidades pessoais do estudante, relacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e busca de informação e ao exercício da reflexão.

Para Machado (2011) uma criança aprende a gostar de histórias, inicialmente pela voz do adulto, que enquanto leitor e possuidor de repertórios de textos ficcionais e poéticos é aquele que apresenta à criança não só as narrativas e os poemas, mas também seus suportes, seus portadores de textos (livros, telas, suplementos de jornais, folhetos etc.). A autora afirma ainda que grande parte das crianças só tem acesso a livros de literatura quando ingressa na escola, dessa forma, é de suma importante propiciados espaços de leitura para que condições que possibilitem o contato com os livros, preparando o caminho para a leituraliterária.

As histórias são fundamentais para a formação da criança, principalmente no início da escolaridade, para tal atividade deve haver planejamento e haver envolvimento do contador, para que a história seja bem conduzida.

Para Cavalcanti (2009), o leitor infantil pode ser muito facilmente envolvido pelo momento de ouvir a história, desde que este momento seja bem conduzido. Pensando nisso, para narrar à história de forma sedutora, prazerosa e envolvente o contador, no caso o professor precisa ser apaixonado pelo mundo do faz-de-conta, pois estar comprometido afetivamente com a narrativa é ponto principal, isso porque a história precisa ser contada com sentimento e partilha. Para o autor, o bom contador de história é alguém que possui a virtude natural para fazer da palavra o canto mágico das narrativas. Dessa forma, podemos dizer que a história leva a criança para um passado misterioso, o instiga para o futuro onde se pode viajar pelas galáxias, ou seja, é possível ir até onde sua imaginação chegar.

As primeiras produções infantis foram realizadas por professores e pedagogos no final do século XVII e durante o século XVIII. Coelho (2000) afirma que estudar a história é escolher a melhor forma ou recurso mais adequado de apresentá-la. A contação de história é atividade própria de incentivo à imaginação e o trâmite entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada, tornamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa e ampliamos nossa experiência por meio da

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narrativa do autor. Os fatos, as cenas e os contextos são do plano imaginário, mas os sentimentos e as emoções transcendem e se materializam na vida real.

A capacidade de imaginar permite que o ser humano crie uma habilidade de entendimento e compreensão de história ficcional, que apenas é entendida dentro da narrativa. As histórias nos transmitem informações, abordagens e emoções.

Um dos contos de fadas mais apreciados pelas crianças é o da Bela Adormecida. Antes era uma história destinada aos adultos, o conto foi adaptado e alguns elementos foram modificados e retirados e, assim se tornou um conto infantil. Na versão original a encantadora Bela Adormecida, depois de furar o dedo numa agulha dorme por cem anos, até que um dia surge um príncipe que a beija e ela desperta. Eles se apaixonam, se casam e vivem felizes para sempre. A contação de história pode e deve ser usada como metodologia para o desenvolvimento, dos alunos e de sua personalidade, melhorando de maneira significativa o desempenhoescolar.

Acredita-se que é estimulando as crianças a imaginar, criar, envolver-se, que se dá um grande passo para o enriquecimento e desenvolvimento da personalidade, por isso é de suma importância o conto. A contação de história pode interferir positivamente para a aprendizagem significativa, pois a fantasia e a imaginação antecedem a leitura. Utiliza-se da leitura através da contação de histórias, como metodologia para o desenvolvimento dos alunos e melhoria de seu desempenho escolar, respondendo a necessidades afetivas e intelectuais pelo contato com o conteúdo simbólico das leituras.

Podem ser contadas as histórias que os pais gostam ou que tenham atração e valor para as crianças. Os escritores mais famosos dos contos de fadas infantis são os irmãos Grimm- Jacob e Wilhem Grimm- que fizeram e fazem sucesso até hoje com suas histórias e seus contos. Nascidos na Alemanha dedicaram sua vida ao registro das fábulas infantis. A fábula é uma narração, vem do latim e significa falar. O gênero fábula apresenta características marcantes, trata-se de pequenas narrações, em que as personagens protagonistas geralmente são animais que representam sentimentos e emoções humanas. Mesmo assemelhando-se às histórias infantis, as fábulas foram criadas inicialmente para serem contadas a adultos, com o objetivo de aconselhá-los e distraí-los. A fábula é uma narração alegórica cujos personagens são animais, que ensinam uma lição. De caráter mitológico, ficção, drama, enredo, poemas ou romance. Contém afirmações de falas imaginárias sem interação deliberada de enganar, mas sim de promover uma crença na realidade dos acontecimentos. A fábula seria, portanto uma narraçãoemprosaedestinadaadarrelevoàideiaabstrata,permitindodessaforma

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apresentar de maneira agradável uma verdade que de outra maneira se tornaria mais difícil de ser assimilada.

A fábula é um gênero e assim como outras narrativas registra as experiências e o modo de vida dos povos. Seu objetivo é trazer reflexões quanto a valores, amizades,

respeito, diferenças, companheirismo, dentre outros. A moral contida nas fábulas é uma mensagem animada e colorida. Uma história contém moral quando desperta

valorpositivo no homem. Transmite a crítica ou o conhecimento da forma interpessoal. Afábula resume uma ação e sua reação, é seguida do discurso que levará o leitor a

refletir. Quando se conta uma história, deve-se ter em mente que aquele momento será

de grande valia para a criança, pois através desses contos será formado um banco de dados de imagens que será utilizado nas situações interativas vividas por ela. (CAIADO,2016).

Para que objetivos sejam alcançados exige do professor diversas estratégias como: entonação de voz postura corporal ritmo e gestos fazendo com que a criança se envolva neste momento. As histórias devem ser contadas diariamente, os livros devem ser bem ilustrados, com linguagem simples, podendo contá-las em locais diferenciados desde salas de aulas, pátios ou jardins. Não deve existir um horário estipulado para o momento da história, deve acontecer de acordo com a necessidade e até mesmo de forma surpreendente para o aluno. Conforme uma situação ocorrida no ambiente, o professor poderá utilizar certa história que encaixe naquele instante, de forma que venha contribuir na resolução e amadurecimento dacriança.

O contador de histórias precisa considerar alguns pontos importantes: as histórias podem ser lidas ou contadas; o contador deve preocupar-se com a entonação de voz e a postura corporal; é necessário ter sensibilidade; considerar as diversas possibilidades do multiculturalismo; considerar as diversas possibilidades de frases para começar e terminar um conto; lembrar a sequência da história e atrair a curiosidade das crianças.

Preparar o ambiente, considerar as idades, falar com clareza, começar e finalizar as histórias; direcionar uma por dia é fundamental para uma boa contação; é essencial que, no final seja feita uma avaliação de todo o processo; Ao ouvir uma história as crianças e o leitor em geral vivenciam nos planos psicológicos, ações os problemas, os conflitos dessa história. Essa vivência por empréstimo, a experimentação de modelos de ações e soluções apresentadas nas histórias fazem aumentar consideravelmente o

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repertório de conhecimento da criança, sobre si e sobre o mundo e tudo isso a

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Percebemos, dessa forma, o quanto é importante à leitura infantil no desenvolvimento dacriança.

Portanto, o contar história para crianças é uma forma de desenvolvimento de seu potencial crítico, levando-as a questionar, duvidar, pensar sobre o significado que cada históriatem.

A contação de história é uma atividade primordial do ser humano, tanto no sentido de educar, como no sentido de recreação. No sentido de educar verifica-se que as brincadeiras acompanham as crianças desde a pré-escola e penetram nas instituições infantis devendo estas ser estimuladas pelo educador. Uma história bem contada com emoção abre para as crianças, possibilidades de relação entre seu mundo de fantasia e sonhos e a realidade à sua volta. Cabe ao professor ajudar na construção da autoestima de cada criança, transmitindo a ela uma imagem positiva de si própria, apoiando-a sempre que for necessário, buscando que a criança adquiraautonomia.

Na primeira infância o que mais encanta os bebês são os sons, os gestos, a linguagem falada pelos adultos, por isso é que as crianças passam um bom tempo com a olhar fixamente ao rosto do adulto que fala e expressa o que diz, por isso sabendo-se desse encantamento que a leitura de histórias para os pequenos produz, uma boa contação deve ser apresentada como atividade diária nas salas de aula.

É válido ressaltar que ainda existe na sociedade pouco incentivo e interesse pela leitura e isso gera uma problemática na formação da criança. Segundo Souza (1998, p. 25) “o desinteresse pela leitura é um grave problema, pois a falta de informação leva à preguiça mental e conduz a humanidade ao caos social ecultural”.

De acordo com Abramovich (1995, p.17), é preciso: Ler histórias, contar histórias para crianças, sempre, sempre [...] É poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens, com a ideia do conto ou com o jeito de escrever dum autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de divertimento. É também suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras ideias para solucionar questões (como as personagens fizeram). É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos - dum jeito ou de outro - através dos problemas que vão sendo defrontados, enfrentados (ou não), resolvidos (ou não) pelas personagens de cada história (cada uma a seu modo). É a cada vez ir se identificando com outra personagem (cada qual no momento que corresponde àquele que está sendo vivido pela criança). E, assim, esclarecer melhor as próprias dificuldades ou encontrar um caminho para a resolução delas.

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A prática da leitura, da contação de história sob essa perspectiva, é um exercício de cidadania, pois demanda um leitor ativo, crítico, cooperativo e competente que não se limita a decodificar a palavra, mas que busca dialogar com o texto, estabelecendo relações, preenchendo, assim, as suaslacunas.

Algumas Considerações

Com a pesquisa realizada foi possível verificar que contar história contribui muito para o desenvolvimento da criança em todos os aspectos: social, mental, moral ou físico, proporcionando maior desenvolvimento perceptivo do aluno. As histórias devem ser contadas em todos os lugares, em casa, na escola, em grupos de amigos, etc.

No âmbito da instituição escolar, a literatura é usada com as mais diversas finalidades. Considerando essa função formativa, o objetivo da contação de histórias e da educação literária é, em primeiro lugar, o de contribuir para a formação integral da pessoa, uma formação que está associada à construção da sociabilidade e realizada através da confrontação com textos que explicitam a forma em que as gerações anteriores e as contemporâneas abordaram e abordam, respectivamente, avaliação da atividade humana através da linguagem. Também é possível que o aluno enfrente seus medos, as adversidades; que deixe a imaginação fluir e consiga bons relacionamentos interpessoais. Sem contar, que poderá apreciar as diversas possibilidades dos recursos da linguagem e desenvolver melhor as capacidadescomunicativas.

Referências

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CAIADO, E. C. Como contar histórias. Canal do educador. Disponível em:<http//educador.brasilescola.uol.com.br/orientações/como-contar- historias.htm>.Acesso em20/10/2016. CANDIDO, A. O Direito à literatura. In: Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995. COELHO, N. N. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2009. GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Trad. Daniel Bueno. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Editora Ática, 1993.

MACHADO, M. Z.V.Na ponta do lápis. Revista Na Ponta do Lápis. Ano 7, número 17, agosto-2011.p. 24 a 37. OLIVEIRA, M. A. Leitura Prazer: Interação Participativa da Criança com a Literatura Infantil na Escola. São Paulo: Paulinas, 1996. SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998. SOUZA, M.S.D. A Conquista do Jovem Leitor: uma proposta alternativa. 2 ed. Florianópolis UFSC, 1998. VANSINA, J. A tradição oral e sua metodologia. In: História geral da África. Joseph Ki-Zerbo. 2. ed. Brasília: UNESCO, 2010, p. 139. ZILBERMAN, R; MOYSÉS, S.M.A. Recuperando a alegria de ler e escrever. Cadernos CEDES. São Paulo: Cortez & CEDES, (44), 2005.

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Educação infantil e ludicidade: construindo novos caminhos para a aprendizagem

Vanessa Daiana Pires1

Débora Raquel da Costa Milani2 Resumo

Na educação infantil ocorre o primeiro contato formal da criança com a educação e é comum encontrar os elementos lúdicos neste local. Sendo assim, é necessário que o professor compreenda a importância do lúdico no processo ensino-aprendizagem não o utilizando somente nos períodos de recreação. Por ser o primeiro contato que a criança tem com o mundo escolar a Educação Infantil está repleta de brincadeiras e jogos que podem ser utilizados com enfoque didático dentro da sala de aula. Sua utilização pode ajudar no desenvolvimento social, psicológico e no aprendizado das crianças. Com esta pesquisa pretendemos: verificar como a ludicidade é utilizada no processo de ensino aprendizagem na educação infantil. Utilizamos a metodologia da Pesquisa Bibliográfica. Ao longo da pesquisa foi possível perceber que o lúdico além de ser uma atividade livre, exterior a vida e capaz de absorver o jogador, é um dos meios pelos quais os professores e alunos podem construir o conhecimento, sendo necessário que eles consigam interagir. A sua utilização parece estar crescendo devido ao olhar que os educadores estão construindo em relação à forma de utilização das atividades lúdicas, como jogos, brincadeiras ebrinquedos.

Palavras-chave: Educação Infantil- Ludicidade - Ensino-aprendizagem.

Abstract In early childhood education is the first formal contact between children and education and it

is common to find the playful elements in this site. Therefore, it is necessary that the teacher understands the importance of playfulness in the learning process not using only during periods of recreation. As the first contact that the child has with the school world Early Childhood Education is full of fun and games that can be used with a didactic approach in the classroom. Its use can help in the social, psychological and learning of children. With this research we aim to: check how the playfulness is used in the process of teaching and learning in early childhood education. We used the methodology of bibliographical research. During the research it was revealed that the playful and is a free activity, outdoor life and capable of absorbing the player is one of the ways in which teachers and students can construct knowledge, being necessary that they are able to interact. Their use seems to be growing because of the look that educators are building on the form of use of recreational activities, such as games, games and toys.

Keywords: Education Infantil- Playfulness - Teaching-learning.

1 Pedagoga pela Faculdade de Taquaritinga - FTGA. [email protected] 2 Doutora em Educação Escolar pela Faculdade de Ciências e Letras - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- UNESP. Professora da Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. Professora da Faculdade Anhanguera- Matão. Professora do Programa de Mestrado em Educação Sexual- UNESP Araraquara. [email protected]

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Introdução

Na educação infantil ocorre o primeiro contato formal da criança com a educação e é comum encontrar os elementos lúdicos neste local. Sendo assim, é necessário que o professor compreenda a importância da ludicidade no processo ensino-aprendizagem.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/96), a Educação Infantil faz parte da Educação Básica e tem por objetivo o desenvolvimento integral da criança. A educação infantil contempla o trabalho nas creches para as faixas etárias de 0 a 3 anos e para as classes de educação infantil as crianças de 4 a 6 anos em suas atividades de educar e cuidar, deve orientar – se pelas diretrizes traduzidas nas “propostas curriculares e nos projetos pedagógicos” das instituições de ensino. O sucesso da proposta envolve o desempenho dos educadores com formação no mínimo de nível médio e do professor que deve ser formado em nível superior, com horários adequados de trabalho, calendários e férias, e outros fatores que envolvem a educação com qualidade, dentre eles, um determinado número de crianças por adulto, uma proposta pedagógica que atenda os objetivos estabelecidos, desenvolvendo uma progressiva e prazerosa articulação dasatividades.

Por ser o primeiro contato que a criança tem com o mundo escolar a Educação Infantil está repleta de brincadeiras e jogos que podem ser utilizados com enfoque didático dentro da sala de aula como, por exemplo, os jogos didáticos e os jogos educativos. Sua utilização pode ajudar no desenvolvimento social, psicológico e no aprendizado das crianças.

Cada criança é singular e as experiências lúdicas, os estímulos, as atividades reflexivas, as interações sociais contribuem para seu desenvolvimento e aprendizagem. Devemos respeitar os limites das crianças. Cabe a família e especificamente a Educação Infantil criar ambientes que contribuam para o crescimento da criança nessa fase da infância. A orientação deve fazer parte do processo para ajuda-la a aprender a ter uma vida feliz, a aprendizagem deve estar a serviço davida.

A Educação Infantil, que representa a primeira infância, é um momento imprescindível no processo de escolarização da criança, onde terá contato com a aprendizagem de múltiplas linguagens da cultura, inclusive: jogos, brinquedos e brincadeiras. Portanto cabe dizer que na Educação Infantil há possibilidades de criação de condições para que a criança reflita e construa saberes. Essa cultura contribui de modo significativo para o seu desenvolvimentointegral.

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O lúdico

O lúdico envolvia tanto os adultos como as crianças, mas estas também tinham seus próprios jogos que ocorriam em determinados momentos sem a interferência dos adultos. Conforme Friedmann (1998, p.29), a brincadeira era um “elemento da cultura do riso, do carnaval e do folclore” e “um fenômeno social”. Pode-se entender que o lúdico também é um elemento da cultura e deste modo precisa ser visto “como produto e como processo” (MARCELLINO, 1989, p. 29) desta cultura. Com o passar do tempo, a brincadeira, desenvolvida nos momentos lúdicos, se tornou individual e foi transformada ou abandonada, tendo também o abandono por parte dos adultos ocorrendo, assim, a segregação das crianças em relação aos adultos. Deste modo, adultos e crianças não compartilhavam mais o momento lúdico e as crianças ficaram como “detentoras” da ação de brincar.

O lúdico é estudado por vários autores e para a maioria deles é uma atividade que está associada ao prazer e a vida. Olivier (2003, p.21) comenta que o lúdico tem como objetivo a vivência prazerosa, é realizado sem motivo, é espontâneo; privilegia a criatividade devido à sua ligação com o prazer, não tem regras pré-estabelecidas e seu local de manifestação é o lazer, e o lazer “tem no prazer uma das suas características fundamentais”.

De acordo com Silva (2007, p.7), o lúdico é definido como “qualquer atividade em que existe uma concentração espontânea de energias com finalidade de obter prazer da qual os indivíduos participam com envolvimento profundo e não por obrigação”. Sendo assim, a relação do lúdico com o lazer é estabelecida porque ambos possuem uma atitudevoluntária.

Huizinga (2004, p.16) relaciona o lúdico com o jogo; essa relação ocorre porque o jogo é uma atividade livre, “não-séria”, é exterior a vida habitual, tem a capacidade de absorver o jogador, não está ligada a interesses materiais, é praticado em tempo e local determinado, segue regras e possui uma ordem. O lúdico possui as seguintes características: “ordem, tensão, movimento, mudança, solenidade, ritmo eentusiasmo”.

O lúdico está relacionado com a vida e desta forma está relacionado com o desenvolvimento do ser humano, principalmente no período da infância. No caso do desenvolvimento infantil (o psicológico, o físico, o social e o cognitivo) seu alicerce está no lúdico. Por meio do lúdico a criança consegue se expressar.

Sempre houve a utilização de jogos e brincadeiras na escola, principalmente na educação infantil, para que a criança se desenvolva e aprenda. E, com base nisto, é possível

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afirmar que por meio da atividade lúdica pode ocorrer a integração entre o desenvolvimento da criança e o desenvolvimentoeducacional.

O jogo Silva (2007) afirma que o conceito de jogo está mais relacionado com o lúdico; assim como o lúdico, o jogo faz parte da história da humanidade e é por meio dele que nos desenvolvemos. Marcellino (1989) também acredita que o lúdico ajuda na formação do ser humano e que essa formação servirá para torná-lo participante da cultura da sociedade e não somente um indivíduo.

De acordo com Huizinga (2004, p.16), o jogo está presente em tudo que nos cerca; é um fenômeno cultural e não biológico. O autor caracteriza o jogo da seguinte maneira:

Atividade livre, que se não for voluntária e existir ordens teremos uma “Imitação forçada” do jogo; “não-Séria”, mas ele pode ocorrer na seriedade; exterior a vida habitual; absorve o jogador intensamente e totalmente, ele é fascinante e excitante; atividade desligada de interesses materiais, ele se realiza na satisfação da sua realização; é praticado dentro de limites espaciais e temporais próprios; segue determinadas regras; “fazer de conta”; possui ordem e cria ordem; ajuda na formação de grupos sociais.

O jogo é uma relação dialética entre a realidade e a fantasia, e o seu conteúdo e significado dependem do local de realização.

Huizinga (2004. p.21) caracteriza os jogos infantis como atividades realizadas na seriedade, porque a partir do momento em que as crianças começam a brincar se transportam para um mundo de fantasia, no qual elas interpretam uma realidade que por ser realizada intensamente acaba se tornando uma atividade séria. Entretanto, as crianças sabem que essa realidade é um jogo e é por isso que ele é caracterizado como sério. Com base nisso, o autor afirma que “os jogos infantis possuem a qualidade lúdica em sua própria essência, e na forma mais pura dessa qualidade”.

O jogo pode ser utilizado na escola como uma proposta pedagógica, pois como afirma Oliveira (2002) o jogo é visto como um recurso que auxilia no desenvolvimento e aprendizagem da criança, por meio de conteúdos e habilidades que devem ser trabalhados, e que o jogo de faz-de-conta auxilia na autonomia e criatividade da criança, podendo ser usado para dar sentido às atividades que são realizadas.

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Brinquedo

O brinquedo, no senso comum, é definido como objeto utilizado na brincadeira, mas para Kishimoto (1998) é um objeto que dá suporte e orienta a brincadeira, tem uma atribuição lúdica e pode ser usado como recurso de ensino ou como material pedagógico. Para Vygotsky, referendado por Reis (2010) é um meio utilizado para satisfazer desejos das crianças que não podem ser realizados imediatamente. Deste modo, o brinquedo contribui, juntamente com a brincadeira, para o desenvolvimento e construção dos saberes da criança. Marcellino (1989, p.26) define brinquedo como um objeto cuja utilização é marcada “pelo exercício individual e pela gratuidade” e é por meio dele que a criança se expressa; assim como a brincadeira ele também é um instrumento dobrincar.

Outra concepção de brinquedo é a de Brougère, a qual Volpato (2002, p.224) nos apresenta. Para o autor, o brinquedo além de orientar a brincadeira também lhe traz conteúdo e matéria. Só podemos brincar com aquilo que temos “e a criatividade, tal como a evocamos, permite, justamente, ultrapassar esse ambiente, sempre particular e limitado”. Os brinquedos eram utilizados tanto pelas crianças como pelos adultos e eram produzidos por pessoas diferentes, ou seja, não existia uma loja especializada embrinquedos.

Contudo, com o passar do tempo, essa forma de produção individual foi substituída pela especialização dos brinquedos. Segundo Volpato (2002, p.220), “com o desenvolvimento do capitalismo, o brinquedo passou a ser comercializado com fins lucrativos. A partir daí os objetivos do brinquedo começam a se afastar da sua origem”.

O autor ainda, traz a ideia, de que o brinquedo está inserido na sociedade e, assim, ele suporta as funções sociais e isso confere sua razão de ser, existir. O adulto acabou apoderando-se do brinquedo e o transformando em pura comercialização e o tornou um artifício para mostrar para crianças as regras e conduta dos adultos. Assim, o brinquedo se tornou algo planejado pelos adultos para as crianças.

Além dos tipos de brinquedos que conhecemos também existe o brinquedo educativo; ele teve sua origem no renascimento e ganhou força no século XX devido à expansão da Educação Infantil.

Brincadeira

A brincadeira está intimamente entrelaçada com a ação de brincar. Essa ação está relacionada ao jogo porque ao brincarmos e jogarmos nos divertimos. As brincadeiras são

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caracterizadas como atividades livres, têm um enfoque individual, segundo Winicott (apud Marcellino, 1989), e possuem um fim em si mesmo. Por isso as brincadeiras “são organizadas apenas por recreação e divertimento”, sendo consideradas atividades lúdicas (VITAL, 2003, p.39).

Para Rosa (2002, p.40) a brincadeira é “como uma atividade separada e independente da criança que brinca”. A autora relaciona esse sentido da brincadeira com o sentido de brincar, de Winnicott, que atribui à palavra brincar a uma experiência das formas de viver.

A brincadeira é um “recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa; o brinquedo educativo encontra-se exemplificado no quebra-cabeça, nos brinquedos de tabuleiro” (VITAL, 2003, p.41).

Oliveira (2002, p.231) também faz a relação do brincar com o desenvolvimento. A autora comenta que ao brincar a criança se desenvolve, pois, seus processos psicológicos são acionados e desenvolvidos. Para ela a “brincadeira infantil beneficia-se de suportes externos para sua realização: rituais interativos, objetos e brinquedos”.

Por meio da brincadeira as crianças conseguem expressar seus sentimentos, suas facilidades, dificuldades, vivências.

O jogo na educação

“O brincar é uma das formas privilegiadas de as crianças se expressarem, se relacionarem, descobrirem, explorarem, conhecerem e darem significado ao mundo, bem como de construírem sua própria subjetividade, constituindo-se como sujeitos humanos em determinada cultura. É, portanto, uma das linguagens da criança e, como as demais, aprendida social e culturalmente.” (FARIA & SALLES, 2007, p. 70).

Rosa (2002) afirma que brincar e aprender apresentam diferenças; contudo, eles não são opostos, existem na escola e cada um tem o seu lugar. O que não sabemos é até queponto o professor-educador, carregando todo peso da austeridade associada ao seu trabalho, se permite brincar. Ou seja, não sabemos até onde para o professor é possível ensinar brincando. A autora ainda apresenta um estudo realizado por Caspari (com contribuições de Winnicott) no qual a aprendizagem apresenta-se “como um estágio posterior do brincar compartilhado, mas com uma exigência muito maior da criança em levar em conta a realidade externa” (ROSA, 2002, p.60).

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Outros autores também fazem a relação entre o brincar e a aprendizagem, como por exemplo, Vital (2003). Para a autora o brincar envolve a utilização do jogo, da brincadeira e do brinquedo e é o modo mais eficiente para a aprendizagem porque ao brincarmos desenvolvemos a habilidade de aprender apensar.

Kishimoto (1998, p.17) afirma que a “expansão dos jogos na área da educação dar-se- á (...) estimulada pelo crescimento da rede de ensino infantil e pela discussão sobre as relações entre o jogo e aeducação”.

Como vimos, as atividades lúdicas são importantes na aprendizagem. Para Kishimoto (1998) o jogo se realiza pelos brinquedos, é auxiliador na ação docente e ajuda na aprendizagem de conceitos, noções e habilidades. Para a autora, quando o brinquedo é utilizado como material pedagógico ele deixa de realizar sua função lúdica. Essa ideia é corroborada por Marcellino (1989) quando este afirma que ao funcionalizarmos o brinquedo o lúdico é morto e desta forma o jogo acaba virando puro entretenimento. Para os autores, quando o jogo é utilizado para realizar uma atividade escolar que tem como foco adquirir conhecimento e habilidades, ele perde sua característica de ser uma ação livre, deixando de ser o jogo propriamente dito e passando a ser um instrumentopedagógico.

Este instrumento pedagógico, mencionado por Kishimoto, receberá o nome de Jogo Educativo e seu início, segundo Rabecq-Maillard referendado por Kishimoto, (1998, p.15) ocorre “quando o jogo deixa de ser objeto de reprovação oficial, e incorpora-se no cotidiano de jovens, não como diversão, mas como tendência natural do ser humano”. Quando o jogo educativo é utilizado na sala de aula pode ocorrer um desvirtuamento da prioridade do processo de brincar porque existe a priorização do produto ao invés da aprendizagem de noções e habilidades, causando um desequilíbrio entre as funções que esse jogo possui. O jogo educativo apresenta duas funções: a lúdica, que implica na escolha voluntária do jogo e a educativa, sendo que o jogo é colocado como algo que auxilia na aprendizagem e na compreensão do mundo. O jogo educativo ocorre pela união das características da educação e do jogo, sendo necessário o equilíbrio entre a liberdade característica do jogo e o objetivo de ensinar conteúdos da educação. Quando ocorre o desequilíbrio entre essas características o brinquedo utilizado no jogo deixa de ser brinquedo para se tornar um material pedagógico ou didático e isso acaba interferindo na aprendizagem, uma vez que as características principais seperdem.

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Com base nesses aspectos, percebemos que o jogo educativo nada mais é do que o jogo utilizado para ensinar fornecendo um suporte para o trabalhopedagógico.

As diferenças entre o jogo educativo e o jogo didático, trazidas por Kishimoto (1998, p.22), são que o jogo educativo, ao contrário do didático, é mais dinâmico, aberto a exploração é “utilizado como material ou situação que exige ações orientadas com vistas à aquisição ou treino de conteúdos específicos ou de habilidades intelectuais”. Alguns exemplos de jogos que podemos utilizar como jogos educativos são: os de regras, os de construção, os tradicionais infantis e os defaz-de-conta.

Quando a atividade lúdica é considerada na escola as propostas que a envolve “sãocarregadas pelo adjetivo “educativo”, que perdem as possibilidades de realização do brinquedo, da alegria, da espontaneidade, da festa”. (MARCELLINO, 1989 p. 85). Podemos perceber que o jogo educativo é um recurso que pode ser bastante produtivo;contudo, não adianta possuir o melhor jogo educativo se o professor não souber estimular ascrianças, tornar a sua utilização significativa e participar dos jogos e brincadeiras propostos.Para o jogo ser realmente eficiente o professor tem que construir novos caminhos, participar durante o desenvolvimento da atividade lúdica, sendo que deve ocorrer à mediação entre a atividade lúdica e o aprendizado que ela trará. Sendo que esta mediação pode ser realizada por meio de sujeitos (como o professor, a mãe ou um amigo), de objetos e artefatos, por que a mediação é importante para os processos educativos.

Como no ambiente escolar o professor é o encarregado da aprendizagem das crianças

será ele quem fará o convite para a realização das atividades lúdicas e quem irá promover “as condições de sustentação da experiência lúdica que está na origem do processo de conhecer” (ROSA, 2002, p. 104), ou seja, o professor agirá como mediador enquanto a criança estiver realizando uma atividade lúdica.

Kishimoto (2001) afirma que a utilização do brinquedo pode ser de dois tipos: o primeiro é aquele utilizado de forma livre, onde o professor valoriza a socialização das crianças; e o outro é aquele no qual ocorre a valorização da escolarização e aquisição de conteúdo, que a autora chama de brincar dirigido e jogo educativo.

Faria e Salles (2007) afirmam algo parecido às ideias de Kishimoto quando exemplificam as ideias que professores da Educação Infantil apresentam em relação ao brincar na escola. Para alguns profissionais, o brincar é apenas uma estratégia para ensinar os conteúdos; outros professores utilizam-se do brincar como o tempo livre dado as crianças para

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“brincarem” juntas. Assim como existem profissionais que não conseguem compreender o brincar na educação, também existem aqueles que utilizam-se deste recurso para ensinar.

Leite (2010) nos traz a ideia de Friedmann de atividade lúdica dirigida no qual o professor ajuda no desenvolvimento da criança e escolhe atividades (jogos e brincadeiras) que tragam algum conteúdo importante para as crianças. A autora ainda comenta que o professor tem que orientar a criança para que ela possa ter independência ao realizar a atividade; não somente orientar, mas também deve observar como as crianças realizam as atividades, por meio da utilização da ludicidade.

Rosa (2002, p.57) comenta que se nem o aluno nem o Professor tiverem a capacidade de brincar não haverá um “espaço potencial”, não haverá a comunicação necessária para o desenvolvimento da aprendizagem. Com essa ideia podemos perceber que não adianta o professor não saber usar o material, do mesmo modo que não adianta saber utilizar sem que exista a interação necessária com seus alunos para desenvolver o trabalho adequado. Será por meio do auxílio do professor que a brincadeira, que traz um “não-saber”, vai se converter em um saber que fará sentido em determinado momento para a criança.

Algumas considerações

Ao longo do referencial teórico foi possível perceber que o lúdico além de ser uma atividade livre, exterior a vida e capaz de absorver o jogador, é um dos meios pelos quais os professores e alunos podem construir o conhecimento, sendo necessário que eles consigam interagir entre si. A sua utilização parece estar crescendo devido ao olhar que os educadores estão construindo em relação à forma de utilização das atividades lúdicas, como jogos, brincadeiras e brinquedos.

A escola é um local de criação e por isso, a importância da utilização da ludicidade. Daí a necessidade dos educadores estarem com olhar atento e perspicaz para a realização de atividades que de fato ajudem no desenvolvimento integral da s crianças.

As atividades lúdicas são bastante importantes na aprendizagem. O lúdico está relacionado com a vida e desta forma está relacionado com o desenvolvimento do ser humano, principalmente no período da infância. No caso do desenvolvimento infantil (o psicológico, o físico, o social e o cognitivo) seu alicerce está nolúdico.

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As pesquisas sobre a utilização do lúdico no processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil devem continuar ocorrendo e ficar acessível aos professores que estão lecionando porque desta forma eles terão informações novas que ajudarão na aplicação das atividades lúdicas no processo de aprendizagem.

Referências BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96, em www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em 09 de abr. de 2011. FARIA, Vitória & SALLES, Fátima. Currículo na Educação Infantil. Diálogo com os demais elementos da Proposta Pedagógica. (Percursos). São Paulo: Editora Scipione, 2007, p. 70 – 76. FRIEDMANN, Adriana. A evolução do brincar. IN: FRIEDMANN, Adriana [et al.]. 4. ed., São Paulo: Edições Sociais: Abrinq, 1998, p. 27-35. HUIZINGA, Johan. Homo Ludens – O jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 5. ed., 2004, p. 3-31. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1998.

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LEITE, Ana Maria. Caixa de brinquedos e brincadeiras: uma aliada na construção de atitude lúdica para a ressignificação da prática pedagógica do movimento na educação infantil. São Paulo, 2010. Disponível em: www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39133/tde- 08122010-101232/pt-br.php. Acesso em 18 de Set. de 2011. MARCELLINO, Nelson Carvalho. Pedagogia da Animação. São Paulo: Papirus, 1989.

MELLO, Miriam Moreira de. O lúdico e o Processo de Humanização. In: MARCELLINO, Nelson Carvalho (org.). Lúdico, educação e educação física. Ijuí: Ed. Unijui, 2003, 2 ed. OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

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Planejamento Estratégico Situacional na Assistência Farmacêutica em um Município do Interior Paulista Taquaritinga/SP.

Camilla Santos1 Silvana Cardoso Neves2

Graciana Aparecida Simei Bento da Silva3

Resumo O sistema único de saúde (SUS) necessita de ferramentas capazes de garantir qualidade no atendimento e acessibilidade do usuário, deste a sua criação passou por grandes avanços, favorecendo a população o direito ao acesso a todos os níveis de atenção, sendo o principal a assistência farmacêutica, apresentando-se como uma área importante e de grande impacto no SUS, na medida em que o medicamento é a principal fonte de intervenção das doenças e agravos que acometem a população. Para a organização deste trabalho foi realizado inicialmente um estudo descritivo afim de levantar causas da possível falta de medicamento em um município do interior paulista com o objetivo de Identificar problemas decorrentes da falta de medicamentos, identificar as causas e consequências do problema escolhido através de uma importante ferramenta de gestão e ainda descrever os problemas evidenciados pela ausência de medicamento no município em estudo. Desta forma, para se ter um resultado significativo para a resolução de tal problema foi utilizada uma ferramenta de intervenção importante e necessária o plano estratégico situacional, onde este método busca interferir diretamente na causa e na realidade do problema, proporcionando qualidade no serviço prestado apopulação.

Palavras-chaves: Sistema único de saúde, Plano estratégico situacional, Assistência farmacêutica

Abstract

The Unified Health System (SUS) NEED to be able to ensure quality of service and User Accessibility tools, this YOUR Creation been great advances, favoring the population the right to access to all levels of care, being the first one Pharmaceutical care, Presenting itself as an important area of great impact on SUS Measure in the que Drugs and the main source of Intervention of Diseases and Injuries que affect the population. For this Labor Organization was Held initially hum descriptive study in order to Raise Causes Possible lack of medicines in hum Municipality of São Paulo with the objective to identify problems arising from lack of medicines, identified as causes and consequences of the chosen problem through Important One Management tool and STILL tHE describe problems evidenced by the lack of medicines no municipality in study. Thus, paragraph have hum significant result paragraph the resolution of this problem was used An important intervention tool and needed the Situational Strategic Plan, where this search method directly affect the cause and the Problem of Reality, providing Quality of Services Provided to Population.

Keywords: Health System, Situational Strategic Plan, Pharmaceutical Care

1Graduanda do curso de Farmácia – FTGA, email: [email protected]. 2Graduanda do curso de Farmácia - FTGA; Email: [email protected]. 3Farmacêutica pela FHO, Especialista em Bioquímica e Homeopatia, Licenciada em Física, Pedagoga e Mestre em Engenharia de Produção, email: [email protected].

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Introdução Planejamento estratégico situacional na assistência farmacêutica em um município o interior paulista. A assistência farmacêutica em seu âmbito prioriza o uso adequado de medicamento, visando a uma vida mais saudável, observando-se, a partir desta assistência, de acordo com relatos, vários fatores relacionados ao uso inadequado de medicamentos (SANTOS,2014).

O sistema único de saúde (SUS) sofreu grandes transformações ao longo do tempo, entre estas prioriza-se o desabastecimento de medicamento, acarretando vários problemas para as farmácias e gerando influencia direta na qualidade da assistência farmacêutica (REIS,PERINI 2008).

A disponibilidade e dispensação de qualquer medicação que deve seguir orientação médica com critérios de especificações em sua prescrição, onde se observa a posologia especificas. Neste sentido, visa o uso correto de medicamentos e que encontra a farmácia em suas funções principais, salientado ainda, que este serviço é de extrema importância para assegurar a funcionalidade, eficácia e segurança dos medicamentos e em consequência disto a efetivação do tratamento proposto. (ANACELTO et al, 2006; ALBUQUERQUE et al, 2012; COSTA et al, 2008). São vários os motivos relacionados a falta de medicamento podendo classificar como diretamente e indiretamente, atua na parte direta toda parte de logística farmacêutica , já a indireta é vista no controle alfandegário , fiscal e sanitário (REIS,PERINI2008).

No Brasil foi elaborado uma Política Nacional de Medicamentos (PNM), a fim de enfatizar o uso racional de medicamentos e em consequência a melhora da saúde. A PNM tem como norte o fortalecimento dos princípios propostas constitucionais envoltas no SUS, tendo como principio “garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais” (BRASIL,2001).

Em contrapartida, uma ausência no planejamento efetivo, no que se refere à assistência dos serviços farmacêuticos, que podem acarretar grandes desperdícios de dinheiro, e tendo em vista que cada vez mais há uma crescente na demanda de medicamentos, neste sentido, as atitudes de gerenciamento e o planejamento estratégico da área são imprescindíveis, abrangendo além de planejamento como já foi dito, execução, acompanhamento, avaliação de resultados, bem como o replanejamento a partir dos resultados destas avaliações e assim replanejar (MARIN et al, 2003).

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Neste prognóstico, o presente trabalho será pautado na analise das vivencias e desenvolvimento do plano estratégico para a resolução de problemas relacionados à falta de medicamentos nas farmácias públicas em um município do interior paulista, com foco na ferramenta do Plano Estratégico Situacional.

Justificativa A assistência farmacêutica apresenta-se como uma área importante e de grande impacto no SUS, na medida em que o medicamento é a principal fonte de intervenção das doenças e agravos que acometem a população.

A insatisfação da população quanto aos serviços da saúde publica é percebida dia a dia, sendo que os problemas crescem descontroladamente, dando ênfase a grande falta de medicamentos nas unidades básicas de saúde, gerando sérios danos e agravos a saúde da população.

Desta forma, para se ter um resultado significativo para a resolução de tal problema é importante se ter uma ferramenta de planejamento na assistência farmacêutica, para que se possam realizar intervenções importantes e necessárias para solucionar o problema.

Metodologia

Para a organização deste trabalho foi realizado inicialmente um estudo descritivo afim de levantar causas da possível falta de medicamento em um município do interior paulista, utilizando- se da ferramenta do planejamento estratégico situacional na assistência farmacêutica para a resolução de tal problema (BARROS E LEHFELD, 2007; PEROVANO, 2014).

Ao que se refere à organização estratégica e plano organizacional que serão organizados para proporcionar alternativas de soluções da situação problema é caracterizado pelo direcionamento de ações que possibilitem definição de responsáveis, limites de prazos, os norteadores de indicadores tanto para o monitoramento quanto para a avaliação. (VEBER; LACERDA; CALVO,2011).

Sistema Único de Saúde e Assistência Farmacêutica

O país passou por inúmeras transformações ao longo do tempo, evidenciado a implantação do sistema único de saúde (SUS) no sistema publico.Neste sentido a política de

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saúde no Brasil em buscando o acesso ao medicamento, integridade na atenção,igualdade (OLIVEIRA,2010).

O SUS é visto como uma política do estado, enfatizando o direito a saúde sendo dever do estado. Foi instituído em 1988 pelo congresso nacional, onde este visa à qualidade da assistência farmacêutica (TEIXEIRA,2011).

A assistência farmacêutica é uma área de grande dimensão, dividida em subáreas diferentes, mas que se complementam, sendo uma área voltada para tecnologia de gestão, ou seja, acesso ao medicamento e a outra voltada a tecnologia do uso racional de medicamento, salientando que a atenção farmacêutica é uma particularidade da tecnologia do uso adequado do medicamento e privativa do farmacêutico (ARAUJO et al, 2008; SANTOS,2014). No entanto o histórico da assistência farmacêutica no país apresenta uma grande defasagem, principalmente no que se diz respeito ao acesso ao medicamento e a qualidade do serviço prestado a população (GOMES,2012).

Política nacional de medicamento

Após o surgimento da política nacional de medicamento no ano de 1988, foi atribuída a assistência farmacêutica sua responsabilidade e importância dentro do sistema único de saúde, que vai deste a distribuição do medicamento ate seu uso adequado, ressaltando que a assistência farmacêutica é responsável pela segurança, qualidade e eficácia do medicamento, garantindo o bem estar do paciente (OLIVEIRA et al,2010). Portanto a (PNM) passa a conduzir a reforma do setor saúde, sendo que a mesma ocorreu se forma democrática e participativa, estando voltada aos princípios do SUS, colaborando no crescimento do país, desenvolvendo metas e ações definidas para o ministério da saúde(GOMES,2012).

A maneira como a assistência farmacêutica foi introduzida no SUS após todas estas transformações destaca sua importância no setor da saúde. Mas para que estas políticas sejam realizadas com êxito é preciso a garantia de recursos para exercer as ações propostas, salientando ainda que a gestão deve ser de qualidade (VIEIRA,2010).

Falta de medicamento no sistema único de saúde

A população tem consciência de que a saúde é um direito, sendo esta o dever do estado, porém o que as pessoas vivenciam ao ir atrás dos seus direito é descaso e transtorno no sistema público de saúde(GUERRA,2014).

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Mesmo com o grande desenvolvimento do sistema único de saúde (SUS), os municípios brasileiros cometem grandes falhas, a população tem graves problemas para a garantia dos medicamentos considerados essências, uma vez que, o país se encontra desestruturado na politica de medicamento, sendo freqüentes pessoas a procura do poder judiciário para lutar pelo direito ao medicamento (VIEIRA, ZUCCHI,2007; VIEIRA, 2010).

A judicialização tornou-se uma prática recorrente devido à falta de medicamentos no sistema público, devendo a esta uma forma de assegurar acessibilidade e qualidade do serviço de saúde , visto que a mesma gera muitos gastos aos municípios e estados (CHIEFFI,BARATA,2009; RAMOS, 2012).

Desta forma, o planejamento estratégico situacional é uma ferramenta de grande importância para auxiliar na resolução da falta de medicamento e conseqüentemente diminuir a judicialização.

Planejamento Estratégico Situacional (PES)

O método visa resolver problema e objetiva principalmente resolver os casos mais

difíceis e de complicada resolução, e ainda para os que não têm solução normativa como os bens estruturados. Evidenciando que tais problemas são identificados nos diversos setores existentes. Desta forma suas causas não se prendem apenas em seu interior, em seu setor e área, se estende por toda parte, tendo em vista que para resolução do mesmo dependem também de recursos exta-setorial e a participação das pessoas envolvidas no problema (ARTMANN,2000).

Para Matus (1993), defende que um tipo de calculo que antecede e gerencia a ação com a intenção de instaurar um futuro e não ato de previsão. Neste sentido o PES tem como função acompanhar permanentemente a realidade, ou seja, avalia as decisões e verifica se os resultados obtidos estão acompanhando aquilo que foi projetado eesperado.

Já para a atuação em instituições o trabalho com o PES, demanda a necessidade de se estabelecer uma relação direta com “missão”, pois através desta analise pode-se considerar e analisar o papel desta empresa junto à sociedade, no que se refere a produtos e serviços, que são produzidos ou oferecidos para os clientes ou usuários (TANCREDI; BARRIOS; FERREIRA, 2002; VEBER, LACERDA; CALVO, 2011).

De acordo com Toni (2004), a analise, identificação do local, visualização e a participação social e de outros autores e analises estratégicas são fundamentais

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diferenciadores do PES em relação e comparação a outros sistemas ou métodos de planejamento.

Tendo como foco deste trabalho e ainda sobre a realidade dos serviços de saúde é definida por questões complexas, que exigem o trabalho e o posicionamento de diferentes atores, que inclui cidadãos que buscam por direitos. E nesta busca encontra-se o setor de medicamentos, assim as assistências farmacêuticas devem deter um planejamento abrangente participativo, para que seja eficaz o enfrentamento dos problemas observados nesta pesquisa, seguindo a realização de quatro momentos (ARTMANN, 2012; ARTMANN, 2000).

O PES prevê quatro momentos (Matus, 1993, 1994) que atuam na constância desta organização no processamento técnico-político da resolução de problemas, destacado pelos os seguintes momentos: explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional.

Momento explicativo: selecionando e compreendendo o problema

É neste momento que entra a seleção das analises dos problemas relevantes para o ator

que esta em contato direto com o problema em que pretende intervir. Assim, selecionados os problemas, eles passam por uma descrição de indicadores ou descritores que melhores o definem com maior clareza. Quando os descritores são elaborados de forma eficiente, são importantes ferramentas para avaliar os impactos do plano (ARTMANN, 2000).

Vale salientar que nem sempre é possível usar apenas os descritores quantitativos. Muitas das vezes é preciso apenas com descritores qualitativos. Assim, os descritores, como são propostos não explica o problema, mas sim o caracteriza expressa os “sintomas” que os definem (MATUS,1987).

Ainda segundo Matus,(1987), problemas estratégicos estão sempre entrelaçados e relacionados com outros problemas, pois as causas podem ser semeadoras de vários problemas, podendo também estar presentes e ser de mérito de diferentes setores. Por este motivo, há a importância intersetorial. Assim, dentre as várias causas dos problemas estão aquelas que são pontos críticos de intervenção, chamados de nos críticos, dos quais devem ser elaboradas as propostas de ação. Para a seleção destes pontos críticos, devem ser observados e feitos as seguintes perguntas, sobre a causa dos problemas (MATUS,1994a):

A. A intervenção sobre esta causa trará um impacto representativo sobre os descritores do problema, no sentido de modificá-lospositivamente.

B. A causa constitui-se num centro prático de ação, ou seja, há possibilidade de intervenção direta sobre este nó causal (mesmo que não seja pelo ator queexplica).

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C. É oportuno politicamente intervir(MATUS,1994a).

O Momento normativo: as propostas de ação em diferentes cenários É neste momento que se desenha os planos de intervenção sobre o problema, ou seja, é

agora que se define a situação objetivada, as operações/ações que concretas e contextualizadas que visam os resultados, moldados pelos nós críticos (ARTMANN, 2000; MATUS, 1993).

Para cada nó critico, diagramado na etapa anterior deve ser fomentada uma ou mais operações para as propostas de intervenção. As operações devem ser elucidadas de forma sintética e expressar uma proposta de intervenção, com verbos que enfatizem ações concretas. Ou seja, para cada operação será detalhada em ações, onde expõe maior precisão para os conteúdos. Para elaborar as ações devem ser pautadas e direcionadas pelos nós críticos (MATUS,1994b).

Na seqüência, cada ação deve ter produtos e resultados determinados, os responsáveis pelas ações, recursos, tempo de realização, no contexto definido no plano (MATUS,1994b).

O momento estratégico: construindo a viabilidade do plano

Nesta etapa esta a analise da viabilidade do plano, mesmo apesar de uma pré- analise ter sido realizada na etapa anterior, agora faz se necessário uma analise mais profundo e a impetração de simulação de variações possíveis. Salientando ainda que, é importantíssimo uma analise da viabilidade muito bem feita, com situações onde o ator, não possa controlar todos os recursos e requisitos para a realização do plano (MATUS,1994b;MATUS,1993).

O momento tático operacional: a gestão o plano

Assim que elaborado o (flexível e adaptável à conjuntura), e depois de feita todas as etapas para os planejamentos, sobretudo a viabilidade, é chegada a hora de colocar o plano em ação, a sua implementação. Salientando ainda que, na estruturação do PES, o que diz sobre o planejamento e a gestão são indissociáveis, ou seja, o plano é um compromisso de atitudes e ações que são vinculadas a um resultado, meta e que o enfrentamento de problemas que devem traduzir novas situações que buscam melhorar a situação inicial.(MATUS,1994a-b).

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Resultado e discussão

A aplicação da ferramenta, plano operativo (PO) seguiu com o desenvolvimento dos

quatros momentos do planejamento estratégico situacional, iniciando-se com a identificação dos problemas.

Neste momento foi realizada inicialmente a explicação da ferramenta aos participantes e posteriormente, a definição e a realização de uma pesquisa com atores do sistema único de saúde no município em estudo, onde foram elencados e priorizados os problemas de acordo com sua magnitude, governabilidade e urgência, e posteriormente seus descritores.

Após apontar os descritores iniciou-se a realização da fase II do Momento Explicativo com a elaboração da Espinha de Peixe, onde foram elencadas as causas e conseqüências do problema priorizado, feito o levantamento das causas e chegando a causa convergente, realizou-se a mesma conduta para as conseqüências e conseqüências convergentes, como mostra a figura a seguir: Figura 4.2 Espinha de peixe

Fonte: próprio autor A partir deste momento foi desenvolvido o momento normativo fase I a causa

convergente “Falta de um planejamento eficaz” e a conseqüência convergente “Aumento dos riscos a saúde do paciente” iniciou-se a execução da fase I do momento normativo com a definição objetivo geral: desenvolver um planejamento capaz de diminuir a falta de

Faltadeumplanejamentoeficaz

Porquê ocorre? Faltade planejamento

Faltadeum Faltado Atraso controlede medicamen

dodose estoqueefetivo tono certa incorreto mercado

Atrasono Ausênciade processode interessadosno licitação processo licitatório

Faltade medicamentos 2,84% receitas não atendidas por falta de medicamentos

7,95% itens em falta da REMUME Redução do número de falta de medicamentos

Uso incorreto do medicamento O

que gera?

Geraaumento de gasto com hospitalização

Serviços de assistência farmacêuticadeficitário e ineficiente

Cancelamentoe adiamento de procedimentos cirurgicos

AumentodosRiscoàSaúdedoPaciente

Falta de organização

Atraso no repasse financeiro

Super lotação de hospitais Usuário insatisfeito

Agravamento da saúde do paciente

Expectativa de vida menor Falta de adesão ao tratamento

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medicamentos, assegurando a saúde do paciente.

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Assim também foi feito para defini-la os objetivos específicos do plano operativo, partindo das causas e conseqüência secundaria foram definidos os objetivos específicos para os quais foram estabelecidas operações e ações. Os objetivos específicos, as operações e ações necessárias podem ser vistas no quadro a seguir: Quadro 4.3 Objetivos, ações e operações. OBJETIVOS ESPECÍFICOS OPERAÇÕES AÇÕES

Desenvolver um planejamento para solucionar o problema em vigor: falta de medicamento.

Elaborar o projeto

Conhecer a causa do problema. Desenvolver um plano capaz de resolver o problema Promover palestras com funcionários palestras com os usuários do serviço de saúde.

Organização no processo de licitação dos

medicamentos, visando comprometimento com a

Promover reuniões com os envolvidos

no processo licitatório.

Agendar sala e reunião Elaborar convite Providenciar coffe break

Melhoria do controle de estoque, para

melhor atendimento do paciente

Dispensação correta de acordo com a posologia

prescrita.

Palestra sobre o uso racional de medicamento Cortes nas quantidades excedidas de medicamentos

Fonte: próprio autor Estabelecido as operações e ações do plano operativo, a próxima etapa foi analisar a

viabilidade e facibilidade por meio da matriz momento estratégico, sendo ele um diferencial do planejamento estratégico situacional, pois traz a reflexão das situações descritas no momento normativo, mas que por algum motivo não estão em condições de serem executadas, construir mecanismos para viabilizar estas ações e operações são importantes para que o plano torne-se exeqüível assim, para cada objetivo especifico foi realizado a analise estratégica referente ao problema” falta de medicamento” em busca da imagem-objetivo” diminuir a falta de medicamento” como mostra a matriz a seguir:

Quadro 4.4 Matriz do momento estratégico

OBJETIVO ESPECÍFICO 1 : Desenvolver um planejamento capaz de solucionar o problema..

OPERAÇOES

AÇÕES

ANÁLISE DE VIABILIDADE (Poder)

ANÁLISE DE FACTIBILIDADE

Déficit

ATIVIDADE ESTRATÉGICA Decidir Executar Manter Recurso

s existent

Recursos necessários

Desenvolver um

Conhecer a causa do Sim Sim Sim Sim Sim - - Desenvolvi- mento planejament

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

-

-

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planejamento capaz de solucionar o problema.

Promover palestras com os funcionários

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

-

-

Promover palestra com a Sim Sim Sim Sim Sim - -

OBJETIVO ESPECÍFICO 2 : Organização do processo licitatório do medicamento.

OPERAÇÕES

AÇÕES

ANÁLISE DE VIABILIDADE (Poder)

ANÁLISE DE FACTIBILIDADE

Déficit

ATIVIDADE ESTRATÉGICA Decidir Executar Manter Recurso

s existent

Recursos necessários

Organização do processo licitatório do medicamento

Elaborar convites Sim Sim Sim Sim Sim - Parcerias Agendar sala de reunião Sim Sim Sim Sim Sim - - Agendar material Sim Sim Sim Sim Sim - - Providenciar “coffe Sim Sim Sim Sim Sim - -

Elaborar lista de presença

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

-

-

OBJETIVO ESPECÍFICO 3:

Melhoria do estoque para melhor atender a necessidade do paciente.

OPERAÇÕES

AÇÕES

ANÁLISE DE VIABILIDADE (Poder)

ANÁLISE DE FACTIBILIDADE

Déficit

ATIVIDADE ESTRATÉGICA

Decidir Executar Manter Recursos existent

Recursos necessári

Melhoria do estoque para melhor atender a necessidade do paciente.

Cortes nas quantidade excedida

Sim

Não

Não

Não

Não

-

-

Palestras sobre uso racional de medicamentos

Não

Não

Não

Não

Não

-

-

Atenção n Não Não Não Não Não - -

Fonte: próprio autor No momento tático-operacional com a elaboração final do plano operativo para a

resolução do problema “falta de medicamento que possui o objetivo geral de diminuir a falta de medicamento, assegurando a saúde do paciente” teve seu detalhamento dos objetivos específicos, operações e ações, inclusive as estratégicas. Para finalizar o plano, foi necessário o estabelecimento de indicadores de monitoramento e avaliação para o acompanhamento de sua execução como mostra as matrizes aseguir:

P á g i n a | 244

Quadro 4.5 Matriz do momento tático-operacional Operação Indicador Cálculo Periodicidade

de coleta Fonte de verificação

Desenvolver um planejamento para solucionar o problema em vigor: falta de medicamento.

Execução do planejamento

- 3 meses Plano pronto

Organização no processo de licitação dos

Processo solicitado - 3 meses Licitação definida

Melhoria no controle de estoque.

Organização do estoque

- 3 meses Estoque controlado

Fonte: próprio autor As matrizes a seguir mostram os indicadores de monitoramento e avaliação para o acompanhamento do plano que foram estabelecidas no momento tático-operacional, sendo o momento de concretizar as ações construídas nos momentos anteriores, e ainda, avaliar e adequar às ações conforme a necessidade, buscando sempre atingir o objetivo. Quadro 4.6: Explicação da operação1

Ação Indicador Cálculo Periodicidade de coleta

Fonte de verificação Conhecer a causa do problema

Entendimento da causa

- 3 meses Causas definidas

Desenvolver um plano capaz de resolver o problema.

Execução do planejamento

- 3 meses Plano executado

Promover palestras com funcionários na busca de novasopiniões.

Número de palestrantes

- 3 meses Confirmação dos palestrantes

palestras com os usuários do serviço de saúde

Número de palestrantes

- 3 meses Confirmação dos palestrantes

Fonte: próprio autor Cada operação e ação possuem sua particularidade, no entanto estão relacionadas e são complementares tornando o processo dinâmico, como mostra a seguir: Quadro 4.7: explicação da operação 2

Ação Indicador Cálculo Periodicidade de coleta

Fonte de verificação

P á g i n a | 245

Elaborar convites

Números de

convites elaborados e enviados

- 3 meses Lista de recebimento assinada

Agendar sala e reunião

Número de agendamento

- 3 meses Verificação da agenda Providenciar coffe break

Realização de coffe break

- Por evento

Coffe break oferecido

Elaborar lista de presença

Número de lista

elaborada e - 3 meses Listas impressas

Fonte: próprio autor Com os indicadores estabelecidos foi possível a elaboração da matriz final do Plano

Operativo, com ações estratégicas, indicador, periodicidade e fonte de verificação como mostra a matriz a seguir Quadro 4.8: explicação da operação 3

Ação Indicador Cálculo Periodicidade de coleta

Fonte de verificação Cortes nas quantidades excedidas de medicamentos

Cortes feitos - 3 meses

Redução de gastos

Palestras sobre uso racional de medicamento

Número de palestrantes

- 3 meses Confirmação dos palestrantes

Atenção na dispensação

Atenção retrógrada

3 meses Atendimento de qualidade Fonte: próprio autor

Conclusão

A assistência farmacêutica apresenta-se como uma área de grande impacto no sistema único de saúde, sendo responsável pela qualidade no atendimento da população, visando sempre a saúde do paciente, porém seu histórico apresenta uma grande defasagem, no quesedizrespeitoaqualidadedoserviçoprestadoapopulação.Oplanejamentoestratégico situacional é uma ferramenta que permite através do plano operativo o conhecimento do problema e a melhor forma de resolvê-lo, sendo um instrumento de grande importância para a assistência farmacêutica uma vez que permite avaliar e reavaliar a mesma, detectando suas carências, sendo essencial para a gestão de serviços.

Mesmo sendo pouco conhecido o plano estratégico é um instrumento de grande valia

P á g i n a | 246

para a gestão da assistência farmacêutica, pois auxilia de forma clara e objetiva o modo de se conduzir um problema e chegar a um resultado satisfatório e ainda permite a mudança da postura dos profissionais, tornando-os mais críticos e parte importante de uma equipe, salientando que todas estas melhorias refletem diretamente na qualidade do atendimento para com o paciente.

Portanto, pode-se destacar que a ferramenta permitiu alcançar todos os objetivos propostos, identificando a causa do problema, suas conseqüências e a forma mais fácil e ágil para resolução do mesmo, mostrando-se como instrumento que pode ser usado em qualquer outro serviço proporcionando resultados satisfatórios.

A ferramenta proporciona ainda traçar estratégias a longo e curto prazo, alinhar os profissionais para um mesmo objetivo melhorando o desempenho dos mesmos.

Desta forma o planejamento estratégico situacional mostrou-se muito eficaz e importante para auxiliar e direcionar a resolução desde problemas mais simples aos mais complexos, detectando todas as suas carências, obtendo-se melhorias e satisfação nos resultados e ainda organização do serviço e qualidade do atendimento.

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ia

Avaliação do controle de estoque e demanda medicamentosa atendida em uma drogaria do município de Taquaritinga:

Estudo de caso

Jorge Felipe Bernardes1 Graciana Aparecida Simei Bento da Silva2

Resumo

Em um contexto de mudanças econômicas e sociais extremamente dinâmicas, as exigências peculiares da atividade comercial farmacêutica determinam a vital importância da adoção de um sistema de controle de estoques adequado para o gerenciamento otimizado, nesse ramo de negócios. Este trabalho visa trazer um estudo de caso focando na atividade de gestão de estoque de medicamentos, e a demanda medicamentosa em uma drogaria do município de Taquaritinga. Que o seu gerenciamento atenda, não somente a melhorar a situação econômica do estabelecimento comercial, como também possa prestar ao atendimento das necessidades sociais de seus consumidores. Visando a Assistência Farmacêutica como fator imprescindível para a conquista mercadológica e uma melhor forma para manter um estoque de segurança.

Palavras-chaves: Controle de estoques, Demanda medicamentosa e Assistênc Farmacêutica.

Abstract

In a context of highly dynamic economic and social changes, the peculiar requirements of the pharmaceutical business activity determine the vital importance of adopting an inventory control system suitable for the optimal management in this line of business. This work aims to bring a case study focusing on drug stock management activity, and drug demand in a drug store in the city of Taquaritinga. That its management meets, not only to improve the economic situation of the commercial establishment and can also pay to meet the social needs of its consumers. Aiming at the Pharmaceutical Care as an indispensable factor for the achievement marketing and a better way to maintain a safety stock.

Keywords : Inventory control drug demand and Pharmaceutical Services .

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1Graduando do curso de Farmácia – FTGA, email: [email protected]êutica pela FHO, Especialista em Bioquímica e Homeopatia, Licenciada em Física, Pedagoga e Mestre em Engenharia de Produção, email: [email protected].

Introdução

A medicina tem progredido a passos largos nos últimos anos, com o avanço da ciência na área da saúde, ocorreram descobertas para tratar e prevenir doenças. A busca do cidadão por uma qualidade de vida melhor, fez com que surgisse um segmento no mercado diferenciado e em evolução, que é o setor que trabalha com produtos farmacêuticos, dando ênfase, nos dias atuais, às drogarias (SILVEIRA, 2011).

As drogarias respondem por 80% do escoamento de medicamentos da indústria. Os principais fatores de atratividade do setor são a demanda crescente no Brasil para o mercado de remédios; as boas perspectivas para os medicamentos genéricos; o programa farmácia popular; o fácil acesso a softwares de gestão de drogarias; o envelhecimento da população brasileira e a expansão do portfólio de produtos para artigos de higiene, limpeza, perfumaria e até alguns produtos alimentícios (SEBRAE, 2016). O crescimento das drogarias faz com que ocorra cada vez mais a necessidade de buscar informações para o desenvolvimento e adequação de processos logísticos (RODRIGUES, 2015).

Os principais objetivos de um gestor do estoque que visa ao sucesso é prever a demanda que será utilizada, tais como: quanto comprar, receber, armazenar, manter e controlar o estoque. Na área farmacêutica, a atividade que está associada à gestão de estoques é a programação de medicame ntos, uma etapa do ciclo da assistência farmacêutica que tem a finalidade de contribuir para melhorar a qualidade de vida da população, propondo ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação de saúde, assim como orientar o uso racional dos medicamentos , dentre as diversas atribuições do farmacêutico que atuam em drogarias no Brasil (LIRA, 2013; RODRIGUES, 2015; SILVA et al, 2014; MORTARI et al,2014).

Dessa forma, este trabalho busca mostrar a análise do controle de estoque e a avaliação da demanda medicamentosa de uma drogaria. Este estudo tem como objetivo avaliar a demanda medicamentosa em uma drogaria, traçando o perfil farmacológicolocal.

Justificativa

A rápida urbanização do País concentrou enormes massas nas cidades, como

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consequência, as pessoas desenvolveram maus hábitos alimentares, sedentarismo, a obesidade crescente, a poluição, a precariedade do saneamento básico, entre outros problemas, gerando assim o aumento das doenças. Nos dias atuais a importância das drogarias para a sociedade é analisar quais os problemas e soluções enfrentados na administração da cadeia de suprimentos deste segmento (RODRIGUES et al.,2015; SIMPRAFARMA, 2014; AZEVEDO, 2016).

Com a diversidade de produtos lançados, anualmente, no mercado farmacêutico, bem como a competitividade crescente, é necessário formular um plano de gerenciamento para conseguir superar a concorrência na geração do lucro (DIAS, 1993). A gestão de estoques é necessária para evitar os altos custos com os produtos, diminuir o capital total investido pela empresa no estoque, além de evitar a falta de produtos para os clientes. O objetivo é o atendimento ao cliente na hora certa e com a quantidade certa (NOGUEIRA, 2011; LIRA etal., 2013).

Os serviços farmacêuticos são indispensáveis no acompanhamento da dispensação com qualidade, porque a dificuldade no entendimento da terapêutica prescrita leva os pacientes a conviverem com retornos precoces aos consultórios, além disso o paciente deve ser orientado corretamente e indicadores de prescrição devem auxiliar na prática terapêutica (SOUZA et al., 2012; GOMES, 2000; MARIN et al., 2003; COLOMBO et al.,2004).

É importante ressaltar que pela falta de controle dos estoques corre-se o risco de variação excessiva da quantidade a ser produzida, produção parada frequentemente por falta de material, falta de espaço e armazenamento, baixa rotação dos estoques, obsoletismo em demasia (DIAS, 1993; RODRIGUES etal.,2015).

Metodologia

A metodologia utilizada no trabalho:

Do ponto de vista dos objetivos: trata-se de um estudo exploratório, pois o principal objetivo é conhecer melhor o fenômeno a ser estudado, aumentando assim, o conhecimento acerca do objeto de estudo, esclarecendo conceitos (SELLTZ, 1987; OLIVEIRA, 2001). Do ponto de vista da forma de abordagem do problema: é uma pesquisa quantitativa, pois o ambiente natural é fonte de coleta de dados (MASSARIOLLI, 2003). Do ponto de vista dos procedimentos técnicos: será utilizado o método de estudo de caso, onde serão coletados e registrados dados para organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência avaliando-a de forma analítica (GIL, 1996). Do ponto de vista do local de realização: trata-se de uma pesquisa de campo, pois os dados serão extraídos do sistema informatizado de

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controle de estoque da drogaria em estudo. Do ponto de vista do período de investigação: será uma pesquisa transversal, pois serão utilizados dados de um determinado momento.

Gestão de estoque: vantagem e desvantagem

A gestão de estoque de drogarias não é tão simples, e não é apenas só lucro, está cada vez mais complexo em um mercado cada vez mais globalizado, o controle de estoque tornou- se um fator essencial para a sustentabilidade financeira das empresas (NEO QUIMICA, 2016). Existe uma situação de conflitos entre os setores em relação aos estoques, pois para o setor comercial quanto mais estoque melhor, já para o setor financeiro é necessário estoques reduzidos para a diminuição do capital investido. A melhor forma é conciliar os setores, num nível que não prejudique os objetivos da empresa (VIANA, 2000; TEOFÁNES et al, 2012).

Um estoque falho nas drogarias, que ainda são os principais pontos de dispensação de medicamentos, dependendo de sua distribuição, acarretaria em um grande problema em nível de saúde pública e implicaria em perdas para a drogaria como comércio e como estabelecimento de saúde (ABREU, 2011). Já um estoque eficiente auxilia a fidelização do cliente, possibilitando um primeiro contato com a empresa (NITAHORA, 2013 ).

Quando um cliente deixa um estabelecimento farmacêutico e recorre a um concorrente em busca de um medicamento em falta no estoque da primeira drogaria em questão, o valor dos estoques parece inquestionável. Este é o dilema do gerenciamento de estoque: apesar dos custos e outros fatores relacionados à manutenção de estoques, busca-se harmonia entre fornecimento e demanda (VIANA, 2000; NEO QUIMICA, 2016).

Assistência Farmacêutica

De acordo com a Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004, do Conselho Nacional de Saúde, que aprovou a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, Assistência Farmacêutica (AF) é:

“Um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população (BRASIL, 2004 ,p.1).”

O Farmacêutico está inserido nessa realidade e de todo o aspecto ético da profissão,

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sendo ele um profissional de relevância e capacidade profissional dentro da equipe multidisciplinar de saúde (SILVEIRA, 2011).

Na gestão de controle, é fundamental o estabelecimento de critérios de padronização dos medicamentos, mecanismos de aquisição, armazenamento e logística de distribuição, de modo a garantir a racionalidade administrativa, e equilíbrio da demanda (FARINA et al, 2009; LUCCHETA, 2010; ANVISA, 2012; SILVA, 2015).

Variedades de medicamentos ofertados na drogaria

A Drogaria em estudo tem um estoque com cerca de 28 classes de

fármacosdisponíveis para o comércio, com denominações de medicamento: Genérico , Similar e Referência (BRASILPHARMA, 2013)

O advento dos genéricos, sem dúvida, trouxe a garantia de produtos com maior confiabilidade ao mercado de medicamentos, pressionando os preços para baixo e uma sensível redução dos custos com medicamentos.

Os medicamentos similares, também representam uma alternativa para pressionar os custos para baixo, porém, devemos adotar critérios técnicos e regulamentares na escolha dos fornecedores desses produtos, conforme descrito na Resolução ANVISA RDC nº 133, de 02 de junho de 2003.

O prazo de entrega de medicamentos pelas distribuidoras é, em média, de dois dias. Sendo assim, a possibilidade do trabalho com estoques cada vez mais reduzidos aumenta, o tempo de reabastecimento é menor e o risco de desabastecimento de estoques é reduzido. Além disso, o custo de estocar reduz consideravelmente, havendo um elevado valor de giro de estoque.

Demanda medicamentosa

O termo “gestão da demanda” significa necessidade para um produto ou componente

particular (OLIVEIRA, 2005). Prever a demanda: é a função que se preocupa em predizer o consumo dos medicamentos de forma que a aquisição possa ser nas quantidades apropria- das.

Segundo Pinheiro, 2005, o estoque existe pela variação de ritmo entre demanda e fornecimento (OLIVEIRA, 2005). Com uma população de mais de 200 milhões de pessoas e

com a prevalência de doenças crônicas em ascensão, o Brasil é um dos países que mais consome medicamentos no mundo (IBGE, 2013).

A partir de todo esse contexto foi realizado um controle de estoque na drogaria em

P á g i n a | 255

estudo por cerca de 6 meses, e os medicamentos independente as variações de demanda , mais prescritos tratava-se das classes terapêuticas: Anti-hipertensivos: Atenolol e Losartana Potássica; Analgésicos e Antitérmicos: Anador e Dorflex; Anti-inflamatórios: Diclofenaco Potássico e Nimesulida; Hipoglicemiantes: Glifage xr e Insulina NPH.

Anti-hipertenivos com maior saída

Atenol: Possui as seguintes apresentações: Comprimidos simples de Atenolol 25 mg / 50 mg e 100 mg ,em embalagem com30comprimidos. É indicado para: Controleda hipertensão arterial, controle da angina pectoris e tratamento do infarto do miocárdio (BRASIL, 2016).

Losartana Potássica: Apresentações - Embalagens contendo 30 comprimidos revestidos de 50mg ou 100mg. É indicado para: O tratamento da hipertensão e também para o tratamento da insuficiência cardíaca (NET,2015).

Analgésicos e antitérmicos de maior consumo

Anador: Apresentações - Comprimidos de 500 mg: embalagens com 24, 120, 240 e 512 comprimidos. É indicado para: Dor (analgésico) e (antitérmico) (BRASIL, 2016).

Dorflex: Apresentação - Comprimidos 300 mg + 35 mg + 50 mg: embalagem com 30, 240 ou 300. É indicado para: Dor (analgésico) e atua como relaxante muscular (NET, 2014). O dorflex já recebeu o primeiro lugar no ranking dos medicamentos mais vendidos em anos consecutivos e nunca deixa de estar entre o top 10. (HIPOLABOR,2015).

Anti-inflamatórios de maior demanda

Diclofenaco de Potássio: Comprimidos revestidos de 50 mg: embalagens com 10, 20, 500 e 1000 comprimidos revestidos. Indicado para: Dor e inflamação, infecções de garganta entre outras finalidades (NET, 2014).

Nimesulide: Apresentação: Comprimidos de 100 mg: embalagem com 12 comprimidos. Indicado: é um anti-inflamatório não-esteroidal indicado para uma variedade de condições que requeiram atividade anti-inflamatória, analgésica e antipirética (BRASIL, 2016).

Hipoglicemiantes mais usados

Glifage XR: Apresentações Glifage® 500 mg / Glifage® 850 mg / Glifage® 1 g Embalagens contendo 30 comprimidos revestidos. Indicação: ao regime alimentar, para o tratamento de: Diabetes tipo 2, não dependente de insulina ( NET, 2013).

Insulina NPH: Apresentação NPH (ADN recombinante). Embalagem contendo um frascosuspensão na concentração de 100 UI/mL. (BRASIL, 2016). Como podemos observar o quadro abaixo, no quesito top 10 e faturamento, alguns medicamentos citados acima como demanda medicamentosa mais utilizada pela população na drogaria, constam na lista dos remédios mais vendidos no Brasil em 2015. Como os anti-hipertensivos Glifage xr e Losartana potássica, além dos analgésicos e antitérmicos: Dipirona sódica eDorflex.

Não precisa manter um alto estoque a não ser que o preço de compra e venda esteja oscilando muito, então depende do mercado giro do estabelecimento (DIAS et al, 1993). Como podeFigura 1: Evolução dos reajustes máximos em porcentagem.

Fonte:(G1)

Como podemos visualizar no gráfico, a partir do ano de reajustes máximo em %, teve o reajuste médio em torno de 6%.

Porém, o impacto no consumidor historicamente tem ficado e deve ficar abaixo do teto

Glifage XR: Apresentações Glifage® 500 mg / Glifage® 850 mg / Glifage® 1 g Embalagens contendo 30 comprimidos revestidos. Indicação: agente antidiabético, associado ao regime alimentar, para o tratamento de: Diabetes tipo 2, não dependente de insulina ( NET,

Insulina NPH: Apresentação - Suspensão injetável de Insulina Humana Recombinante NPH (ADN recombinante). Embalagem contendo um frasco-ampola com 10 mL de suspensão na concentração de 100 UI/mL. Indicação: Tratamento do diabetes mellitus

IL, 2016). Como podemos observar o quadro abaixo, no quesito top 10 e faturamento, alguns medicamentos citados acima como demanda medicamentosa mais utilizada pela população na drogaria, constam na lista dos remédios mais vendidos no Brasil em 2015.

hipertensivos Glifage xr e Losartana potássica, além dos analgésicos e antitérmicos: Dipirona sódica eDorflex.

Discussão

Não precisa manter um alto estoque a não ser que o preço de compra e venda esteja oscilando muito, então depende do mercado financeiro e da inflação, bem como, do capital de giro do estabelecimento (DIAS et al, 1993). Como pode-se visualizar no gráfico.

Evolução dos reajustes máximos em porcentagem.

Como podemos visualizar no gráfico, a partir do ano de 2011 a 2015 a evolução dos reajustes máximo em %, teve o reajuste médio em torno de 6%.

Porém, o impacto no consumidor historicamente tem ficado e deve ficar abaixo do teto

P á g i n a | 256 Glifage XR: Apresentações Glifage® 500 mg / Glifage® 850 mg / Glifage® 1 g

agente antidiabético, associado ao regime alimentar, para o tratamento de: Diabetes tipo 2, não dependente de insulina ( NET,

Suspensão injetável de Insulina Humana Recombinante ampola com 10 mL de

Indicação: Tratamento do diabetes mellitus IL, 2016). Como podemos observar o quadro abaixo, no quesito top 10 e faturamento,

alguns medicamentos citados acima como demanda medicamentosa mais utilizada pela população na drogaria, constam na lista dos remédios mais vendidos no Brasil em 2015.

hipertensivos Glifage xr e Losartana potássica, além dos analgésicos e

Não precisa manter um alto estoque a não ser que o preço de compra e venda esteja financeiro e da inflação, bem como, do capital de

se visualizar no gráfico.

2011 a 2015 a evolução dos

Porém, o impacto no consumidor historicamente tem ficado e deve ficar abaixo do teto

P á g i n a | 257

de reajuste aprovado este ano 2016, que é de 12,5%", afirmou o (BRASIL, 2004) .O reajuste acima da inflação tem como pano de fundo os reflexos da crise econômica no setor farmacêutico, uma vez que, pelas regras, o cálculo do índice leva em conta também fatores como produtividade da indústria e variações dos custos de insumos.

Segundo a Interfarma 2016, a forte alta do dólar e das tarifas de energia elétrica teve forte impacto nos custos da indústria, cuja boa parte da matéria-prima é importada .

P á g i n a | 258

Apesar de o reajuste já estar valendo, é aconselhável que o consumidor faça pesquisa,

uma vez que os preços tradicionalmente tendem a ser remarcados conforme as farmácias forem renovando seus estoques (GLOBO, 2016; NITAHORA, 2013).

Como não é possível prevê uma inflação média para o ano seguinte, uma das maneiras possíveis para driblar os aumentos seria a utilização de remédios genéricos, sendo que é preciso ter cuidado e consultar um médico apropriado para fazer essa troca, pois o organismo vai reagir a isso, sendo as respostas individuais, e planejar os estoques com base numa previsão de vendas. Gerando perdas ou ganhos de lucro para a empresa, o essencial é como será a prestação de serviços no atendimento das necessidades dos clientes (LIRA, 2013).

Diante, disso um controle de estoque é fundamental para a drogaria tanto como estabelecimento comercial quanto como estabelecimento de saúde.

Resultados

A seguir está representado o consumo mensal e a porcentagem dos medicamentos Atenolol e Losartana K por um período de 6 meses. Gráfico 1: Anti –Hipertensivos mais consumidos pela população

Fonte: Próprio autor. Gráfico 2 - Porcentagem do consumo dos anti-hipertensivos Atenol e Losartana K

Fonte: Próprio autor. Como podemos visualizar nos gráficos acima os anti

pelos médicos pelo período de 6 meses são Atenolol e Losartana k ,devido as alterações no estilo de vida e o sedentarismo a população esta cada vez mais atingida por doenças cardiovasculares , e para a prevenção são utilizados estes medicamentos ,os dados obtidos de novembro de 2015 a Abril 2016 ,registram que o Atenolol ,manteve,apenas em fevereiro e março houve um declínio nas vendas , deveser um medicamento fornecido pelo SUS , assim a população tem a opção de escolher a retirada do mesmo.

Já a Losartana K teve seus picos variados de vendas, pode ter ocorrido à queda de vendas pelas reações adversas acometidas ou pela substituição do antida mesma classe. Os gráfico a seguir indica os Antidurante um período de 6 meses e suas respectivas porcentagens.Gráfico 3- 2 Classes de Anti-inflamatórios mais utilizados pela população.

Fonte: Próprio autor. O nimesulida é um fármaco bem mais preferível a o Diclofenaco K pela

Como podemos visualizar nos gráficos acima os anti-hipertensivos mais prescritos período de 6 meses são Atenolol e Losartana k ,devido as alterações no

estilo de vida e o sedentarismo a população esta cada vez mais atingida por doenças cardiovasculares , e para a prevenção são utilizados estes medicamentos ,os dados obtidos de

de 2015 a Abril 2016 ,registram que o Atenolol ,manteve-se constante as saídas,apenas em fevereiro e março houve um declínio nas vendas , deve-se pelo fato de o Atenolol ser um medicamento fornecido pelo SUS , assim a população tem a opção de escolher a

Já a Losartana K teve seus picos variados de vendas, pode ter ocorrido à queda de vendas pelas reações adversas acometidas ou pela substituição do anti-da mesma classe. Os gráfico a seguir indica os Anti-inflamatórios com maior prescrição durante um período de 6 meses e suas respectivas porcentagens.

inflamatórios mais utilizados pela população.

O nimesulida é um fármaco bem mais preferível a o Diclofenaco K pela

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hipertensivos mais prescritos período de 6 meses são Atenolol e Losartana k ,devido as alterações no

estilo de vida e o sedentarismo a população esta cada vez mais atingida por doenças cardiovasculares , e para a prevenção são utilizados estes medicamentos ,os dados obtidos de

se constante as saídas se pelo fato de o Atenolol

ser um medicamento fornecido pelo SUS , assim a população tem a opção de escolher a

Já a Losartana K teve seus picos variados de vendas, pode ter ocorrido à queda de -hipertensivo por outro

ios com maior prescrição

O nimesulida é um fármaco bem mais preferível a o Diclofenaco K pela população,

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como podemos observar nos gráficos, nos meses de fevereiro e abril, a queda foi em torno de

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10% em relação aos outros meses, devido de o nimesulida ser o dobro do preço do diclofenaco K, que é distribuído gratuitamente, ou seja, entre preferir e não ter gasto, o cliente não pensa na melhor indicação e sim na melhor opção (valor).Observa-se abaixo a quantidade mensal dos medicamentos mais utilizados parador. Gráfico 4 - Os analgésicos de maior preferência estão o Anador e Dorflex

Fonte: Próprio autor. O fácil acesso e a isenção da prescrição destes medicamentos contribuem ao consumo

excessivo, o orflex aderido pela população por além de ação analgésica, também age como relaxante muscular. Os gráficos demonstram que seu uso esta estável, apesar de não ultrapassar a marca do anador é um dos medicamentos mais utilizados para cefaleia, queixa extremamente comum da população.

A seguir segue gráfico do consumo dos medicamentos mais utilizados por pessoas portadoras da diabetes , tipo 1 e 2. Gráfico 5 - Glifage Xr e Insulina ,hipoglicemiantes mais amplamente utilizados durante os meses em estudo.

Fonte: Próprio autor. Gráfico 6 - Notam-se os gráficos a seguir: a porcentagem dos Hipoglicemiantes mais consumidos por pessoas diabéticas.

Fonte: Próprio autor. O exagero na alimentação tem um preço. A diabetes tornou

Conforme os dados nos gráficos os hipoglicemiantes mais consumidos pela população estão o Glifage XR, que desencadeou um alto valor de vendas em janeiro e fevereiro seu uso teve uma queda brusca, fato de os médicos aderirem às outras classes farmacológicas para o tratamento dos tipos de diabetes. A insulina NPH, por ser tratar de um medicamento de uso contínupopulação cada vez mais sofre com doenças crônicas.

Após as pesquisas, os medicamentos mais consumidos pela população são destinados a doenças crônicas e doenças mais comumente da população, de uso continstantânea, que atualmente lidera o varejo, tanto por alguns citados fazerem parte do Programa FP, distribuídos gratuitamente e os outros por não terem restrições de venda. Sendo assim pode-se confirmar a demanda medicamentosa da drogarTaquaritinga, com as respectivas classesfarmacológicas:

Anti-hipertensivos: Atenolol e Losartana Potássica. Analgésicos e Antitérmicos: Anador e DorflexAnti-inflamatórios: Diclofenaco Potássico e Nimesulida Hipoglicemiantes: Glifage xr

Ao final do trabalho, com base nos objetivos traçados para o mesmo e no desenvolvimento do estudo de caso, os resultados demonstram que é de suma importância o controle dos estoques, pois é através deste controle que a empresa

se os gráficos a seguir: a porcentagem dos Hipoglicemiantes mais consumidos por pessoas

O exagero na alimentação tem um preço. A diabetes tornouConforme os dados nos gráficos os hipoglicemiantes mais consumidos pela população estão o Glifage XR, que desencadeou um alto valor de vendas durante os meses, de pesquisa, porém em janeiro e fevereiro seu uso teve uma queda brusca, fato de os médicos aderirem às outras classes farmacológicas para o tratamento dos tipos de diabetes. A insulina NPH, por ser tratar de um medicamento de uso contínuo, mantem seu consumo bem instável. Isso prova que a população cada vez mais sofre com doenças crônicas.

Após as pesquisas, os medicamentos mais consumidos pela população são destinados a doenças crônicas e doenças mais comumente da população, de uso continstantânea, que atualmente lidera o varejo, tanto por alguns citados fazerem parte do Programa FP, distribuídos gratuitamente e os outros por não terem restrições de venda. Sendo

se confirmar a demanda medicamentosa da drogaria do município de Taquaritinga, com as respectivas classesfarmacológicas:

hipertensivos: Atenolol e Losartana Potássica. Analgésicos e Antitérmicos: Anador e Dorflex

inflamatórios: Diclofenaco Potássico e Nimesulida Hipoglicemiantes: Glifage xr e Insulina NPH.

Conclusão

Ao final do trabalho, com base nos objetivos traçados para o mesmo e no desenvolvimento do estudo de caso, os resultados demonstram que é de suma importância o controle dos estoques, pois é através deste controle que a empresa cria estratégias, torna

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se os gráficos a seguir: a porcentagem dos Hipoglicemiantes mais consumidos por pessoas

O exagero na alimentação tem um preço. A diabetes tornou-se uma epidemia. Conforme os dados nos gráficos os hipoglicemiantes mais consumidos pela população estão o

durante os meses, de pesquisa, porém em janeiro e fevereiro seu uso teve uma queda brusca, fato de os médicos aderirem às outras classes farmacológicas para o tratamento dos tipos de diabetes. A insulina NPH, por ser tratar

o, mantem seu consumo bem instável. Isso prova que a

Após as pesquisas, os medicamentos mais consumidos pela população são destinados a doenças crônicas e doenças mais comumente da população, de uso continuo ou de procura instantânea, que atualmente lidera o varejo, tanto por alguns citados fazerem parte do Programa FP, distribuídos gratuitamente e os outros por não terem restrições de venda. Sendo

ia do município de

Ao final do trabalho, com base nos objetivos traçados para o mesmo e no desenvolvimento do estudo de caso, os resultados demonstram que é de suma importância o

cria estratégias, torna-se

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competitiva reduzindo custo e atendendo da melhor forma o cliente, chegando aos resultados que foram planejados.

Partindo desse pressuposto, e após o diagnóstico elaborado neste estudo, identificou-se que a drogaria procura atender os clientes com eficiência e o mais rápido possível, atualmente para não perder o cliente quando não se tem a medicação de imediato é solicitada para o dia seguinte, caso o cliente deseje imediatamente, os responsáveis, tentam o meio de troca ou empréstimo entre drogarias e farmácias, para que não ocorra a perca do maior ativo financeiro da drogaria “o cliente”.

Com base nisso o estoque da drogaria é controlado adequadamente, com o software SOS – SOFT para que não ocorra perca (vencimento) e nem o acúmulo de medicamentos (perda de lucros) e espaço físico.

No caso de sazonalidade o medicamento é reposto conforme as saídas, já em relação à classe terapêutica de medicamentos prescrita com maior frequência durante a pesquisa estão os Anti-hipertensivos: Atenolol e Losartana Potássica, os Analgésicos e Antitérmicos: Anador e Dorflex, Anti-inflamatórios: Diclofenaco de potássico e Nimesulida, e Hipoglicemiantes orais: Glifage xr e InsulinaNPH.

Deve-se ao fato de constarem na lista dos remédios mais vendidos no Brasil em 2015 e por a drogaria possuir o programa “Aqui tem Farmácia Popular” que além dos medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes e asma, o programa oferece mais 11 itens, com preços até 90% mais baratos, visando o acesso aos medicamentos para as doenças mais comuns entre os cidadãos (SAÚDE, 2015).

Sendo assim é mantido um estoque relevante, pois as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por uma incidência alta das causas de mortes no Brasil. Além de um estoque com um gerenciamento planejado, otimizado e bem executado, atualmente o atendimento também é a alma do negocio, a relação humana é entender e satisfazer as necessidades e expectativas do cliente, “solucionar o problema”, com lucratividade.

Um atendimento eficiente e personalizado é um dos principais fatores que o cliente leva em consideração ao iniciar um processo de fidelização junto à empresa.

Então, são vários fatores que interagem na tão cobiçada conquista mercadológica, a drogaria do município de Taquaritinga, segue o ditado:

“Assim como o mar toca o céu no horizonte, mão-de-obra e capital podem se encontrar em algum lugar na linha do horizonte patrimonial da empresa” (BRAGA,1989).

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A EFICIÊNCIA DA GESTÃO DE COMPRAS E ESTOQUE DE

UMA CONCESSIONÁRIA AUTOMOTIVA Marcio Nicoletti1

John C. V. Lisboa2 Raphael da Silva Carvalho3

Ulysses C. R. Maia4

Resumo O presente estudo trata-se de como é possível atingir a excelência em relação a gestão de estoque (almoxarifado) e gestão de compras. Com a globalização as empresas são limitadas a não cometerem erros em sua forma de comprar, vender, estocar, dirigir e controlar. Iniciou-se os estudos a partir dos seguintes objetivos: analisar o processo de compras dos produtos; e Identificar como a empresa estoca seus produtos. Foi acompanhada a rotina de uma concessionária de veículos automotivos e todo o seu processo de compras e de recebimento; conferência; checagem de avarias; armazenamento. No decorrer do processo descrito foi possível perceber e identificar alguns problemas que as empresas do ramo citado enfrentam em seu dia-a-dia. Durante o estudo percebeu-se que a concessionária em questão obtinha somente uma única fonte de recursos de matéria-prima, ou seja, um único fornecedor: O fabricante de automóveis da “bandeira”. Toda concessionaria trabalha ostentando a bandeira de um determinado fabricante automobilístico. Sendo assim, existe uma aliança entre ambas (concessionária e fabricante), mediante contrato, as concessionárias devem somente obter peças genuínas que são adquiridas através do fabricante. Então como se destacar no mercado de trabalho entre outras empresas do mesmo seguimento? Será possível? Por isso partimos do seguinte questionamento Qual é a real importância do gerenciamento de compras e armazenagens em uma empresa? É possível perceber e identificar pequenos detalhes que são o caminho para a fonte do sucesso empresarial, porém, é necessário ter plena consciência que todo o caminho a ser percorrido se requer, esforço, dedicação, profissionalismo, treinamento e conhecimento técnico e especifico.

Palavras-chaves: COMPRAS; ALMOXARIFADO; CONCESSIONÁRIA Abstract

This study deals with how you can achieve excellence with regard to inventory management (warehouse) 1 Graduando em Administração na Faculdade Jauense

2 Graduando em Administração na Faculdade Jauense 3 Graduando em Administração na Faculdade Jauense 4 Graduando em Administração na Faculdade Jauense

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and purchasing management. With globalization companies are limited to not make mistakes on their way to buy, sell, store, manage and control. He began studies from the the following objectives: to analyze the process of purchases of products; and identify how the company stocks its products. the routine of a dealership automotive vehicles and all their purchasing process and receipt was accompanied; conference; check faults; storage. In the process described it was possible to see and identify some problems cited branch companies face in their day-to-day. During the study it was noticed that the concessionaire in question got only a single source of resources of raw material, ie, a single supplier: The automaker's "flag". Dealers all works bearing the flag of a particular automobile manufacturer. Thus, there is an alliance between the two (dealership and manufacturer), by contract, the concessionaires should only get genuine parts that are purchased from the manufacturer. So how to stand out in the labor market among other companies in the same follow-up? It will be possible? So we left the following question What is the real importance of purchasing management and storage in a company? You can see and identify small details that are the way to the source of business success, however, you must be fully aware that all the way to go is required, effort, dedication, professionalism, and technical training and specific knowledge.

Keywords: SHOPPING; WAREHOUSE; UTILITY

INTRODUÇÃO Nos dias atuais com o mercado de trabalho globalizado, as empresas sofrem grande pressão para se manter em funcionamento, pois um erro cometido pode comprometer a estrutura da empresa. Para que não ocorram erros é de fundamental importância obter profissionais capacitados e com conhecimentos específicos. No ramo das concessionárias automobilísticas necessitasse de colaboradores com competências técnicas. Toda concessionária trabalha ostentando a bandeira de um determinado fabricante automobilístico. Sendo assim, existe uma aliança entre ambas (concessionária e fabricante), mediante contrato, as concessionárias devem somente obter peças genuínas que são adquiridas através do seu único fornecedor, ou seja, o fabricante de automóveis da bandeira. Assim sendo, sem opções de fornecedores, paga-se os preços estipulado por sua única fonte de recursos de matéria-prima. Para concorrer no mercado de trabalho que esta cada dia mais disputado, o grande segredo é obter a excelência em sua gestão de compras e estoque (almoxarifado. Saber comprar e estocar tem feito a diferença nas redes de concessionarias do país. A pesquisa realizada ajudará a compreender como obter esta excelência e não somente se manter vivo no mercado de trabalho, mas como fazer a diferença, destacar-se e ser visto como referência no país por outras empresas do ramo.

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GESTÃO DE COMPRAS E ALMOXARIFADO A gestão de compras é a ciência (atividade) responsável de obter com eficiência os materiais certos, nas quantidades corretas, com entregas na data certa e com os preços mais vantajosos para a empresa.

A função compras é um segmento essencial do Departamento de Material Suprimentos que tem pôr finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços planejá-las quantitativamente e satisfá-las no momento certo com as quantidade corretas, verificar se recebeu efetivamente o que foi comprado e providenciar andamento. Compras é, portanto, uma operação da área de materiais, muito importante entre as que compõem o processo de suprimento. (DIAS, 2010, p. 271)

A gestão de almoxarifado foca na implementação e aplicação de melhores métodos de gestão no almoxarifado que podem e vão auxiliar a empresa, permitindo a diminuição de gastos e custos desnecessários e o melhor aproveitamento dos serviços prestados. Este setor (almoxarifado; estoque) é o local onde se guardam os materiais, de forma organizada e sincronizada. O almoxarifado (estoque) é geralmente na maioria das empresas responsável por boa parte dos investimentos financeiros.

A eficiência de um sistema para estocagem de cargas e o capital necessário dependem da escolha adequada do sistema. Não há, para isso, uma fórmula pré - fabricada: o sistema de almoxarifado deve ser adaptado às condições específicas da armazenagem e da organização. Ao lado de fatores diretos intervêm problemas indiretos que podem modificar radicalmente os sistemas e os métodos possíveis. O desenvolvimento futuro, por exemplo, é um fator que muitas vezes toma proibitivo o uso de certos métodos atualmente aplicados com sucesso. A peque na flexibilidade de certas máquinas, além de impedir a expansão dos programas da produção, pode tomá-los antieconômicos5 no caso de redução das vendas. Da escolha de um equipamento resultam, às vezes, despesas elevadas de operação, manutenção, reparos etc. (DIAS, 2010, p.144)

Problematização, Objetivos e Justificativa.

Para iniciarmos o desenvolvimento deste trabalho, vamos começar como seguinte questionamento: Qual é a real importância do gerenciamento de compras e armazenagens em

5 Antieconômicos - Contrário a uma boa gestão econômica

P á g i n a | 270

uma empresa? Esse problema será abordado através do estudo que será desenvolvido em uma empresa na cidade de Jaú, que atua no ramo automobilístico. A partir daí podemos verificar como a empresa realiza o processo de compra e armazenamento. Diante desta análise, podemos verificar se a empresa esta comprando e armazenando adequadamente seus itens e de maneira vantajosa. Através da teoria iremos verificar se a empresa esta aplicando os melhores métodos para ambos os processos (compras e estoque). Partiremos com os seguintes objetivos para o desenvolvimento deste trabalho: Identificar como a empresa estoca seus produtos e Analisar o processo de compras dos produtos; O interesse pelo tema surgiu devido um dos pesquisados do grupo trabalharem em uma determinada empresa na cidade de Jaú, no ramo automobilístico, facilitando assim obter os dados necessários para o estudo e desenvolvimento deste tema de pesquisa, e consequentemente poderá ajudá-lo na resolução do problema. A coleta das informações foi realizada através da análise de documentos da empresa na parte de compras, e uma análise do almoxarifado, ou seja, como os produtos são armazenados. Como são inúmeros os produtos, escolhemos apenas um item para o estudo o óleo lubrificante de motores que se dividem em dois grupos de viscosidade; 5W630 que tem o consumo médio de 390 litros por mês e o 15W40 que tem o consumo médio de 87 litros por mês. Processo de Compras Quando mencionamos o fator processo de compras, vem à mente algo muito simples e fácil, porém, a realidade é oposta ao que pensamos, existem algumas regras e táticas a serem seguidas e respeitadas para que se haja sucesso na operação realizada. Segundo VIANA (2012, p. 172):

Embora todos saibamos comprar, em função do cotidiano de nossas vidas, é imprescindível a conceituação da atividade, que significa procurar e providenciar a entrega de materiais, na qualidade especificada e no prazo necessário, a um preço justo, para o funcionamento, a manutenção ou a ampliação da empresa. Comprar é uma arte, talvez das mais antigas, motivo pelo qual o padrão atual exige que o comprador possua qualificações, demonstrando conhecimentos dos procedimentos a serem adotados, das características dos materiais, bem como da arte de negociar, essencial na prática das transações. (VIANA, 2012, p. 179)

O conhecimento do gestor de compras e do comprador é essencial para os resultados positivos

6 W - winter (inverno); índice de viscosidade

P á g i n a | 271

que refletirão sobre os custos, armazenagem, qualidade, prestação de serviços (...). Para VIANA (2012, p. 179) “ser um bom negociador é ter a iniciativa e a capacidade de decisão, bem como objetividade e idoneidade7, são as principais características do comprador, as quais norteiam sua conduta profissional”.

O comprador deverá ter responsabilidades de seus atos acompanhada da indispensável autoridade, condições indispensáveis para o exercício de suas funções. O comprador sem autoridade jamais conseguirá levar a bom termo sua atividade, pois não poderá, por exemplo, responsabilizar-se por negociações efetuadas com fornecedores, pois o vendedor confia no acordo firmado, o qual estará sujeito a interferências e outros fatores.(VIANA, 2012, p.179).

Segundo Dias (2010, p. 272), existem certos mandamentos de como se comprar bem e inclui a analise de verificação de prazos, preços, qualidade, (...). É de grande importância o bom relacionamento com seus fornecedores antevendo assim eventuais problemas que possam prejudicar a empresa. Dias (2010, p. 272), ainda nos afirma que é extremamente necessário fazer cotações semestralmente com seus fornecedores, para que assim, a empresa (o gestor de compras e diretoria) possa aprovar a compra e gozar do melhor preço oferecido.

A seleção de fornecedores é considerada igualmente ponto-chave do processo de compras. A potencialidade do fornecedor deve ser verificada, assim como suas instalações e seus produtos, e isso é importante. O seu balanço deve ser cuidadosamente analisado. Com um cadastro atualizado e completo de fornecedores e com cotações de preços feitas semestralmente, muitos problemas serão evitados (DIAS, 2010, p. 272). Um pedido prossegue suavemente por cada etapa (entrada do pedido, liberação de crédito, disponibilidade de estoque, separação precisa, entrega no prazo, faturamento correto e pagamento sem deduções) do processo de gerenciamento do pedido, sem falhas, sejam elas de expedição, processamento de exceção ou intervenção manual (BOWERSOX, 2001, p. 565)

Processo de Armazenamento Segundo DIAS (2010, p. 145), os problemas e as características de um sistema de almoxarifado estão relacionados com a natureza do material movimentado e armazenado.

A armazenagem foi estabelecida no exato momento em que o ser humano primitivo descobriu que podia guardar para uso futuro os produtos excedentes às suas necessidades, ou ainda para permutá-los8 com outros

7 Idoneidade - é um substantivo feminino que deriva do termo em latim idoneitate, que expressa a qualidade de idôneo, e também

significa capacidade, aptidão, habilitação e competência 8 Permuta é um tipo de contrato no qual uma das partes é obrigada a dar algo em troca de alguma coisa, que não seja moeda financeira.

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produtos dos quais não dispunha. (Rodrigues, 2010, p.176) Como menciona Rodrigues (2010), é possível estabelecer alguns princípios básicos na armazenagem: • Planejamento: avaliar a área de armazenagem, verificando a existência de efetivas condições físicas e técnicas para receber, armazenar, controlar e entregar adequadamente, de acordo com peso e dimensões unitárias, características de manuseio e de segurança; • Flexibilidade operacional: promover a adaptabilidade de corredores, docas, portas e equipamentos que facilitem o recebimento de produtos com diferentes características de movimentação. • Simplificação: desenvolver, adaptar ou implantar o arranjo físico, para obter maior produtividade possível, sem ocasionar gargalos. • Integração: planejar a integração simultânea do maior número de atividades possível. • Otimização do espaço físico: armazenamento técnico e seguro, para possibilitar a fácil movimentação, observando a resistência estrutural do piso e a capacidade volumétrica da área. • Otimização de equipamentos e mão-de-obra: analisar, dimensionar, desenvolver, padronizar, sistematizar e implantar um conjunto de procedimentos direcionados a racionalização dos equipamentos de movimentação e equipes de trabalho. • Verticalização: aproveitar os espaços verticais da melhor forma possível, sem perder a segurança e a vista da movimentação. • Mecanização: avaliar as reais necessidades e possibilidades em relação custo-benefício de obter equipamentos mecanizados. • Automação: avaliar a necessidade em relação custo-benefício de automatizar o sistema de gerenciamento da armazenagem. • Controle: planejar, implantar e acompanhar metodicamente um sistema com registros de recebimentos, tempos de permanência das cargas armazenadas, entregas e controle sob o inventario. • Segurança: dotar a área de armazenagem de sistemas que garantam a integridade física das mercadorias armazenadas, mão-de-obra, segurança das instalações e equipamentos, mantendo as equipes de trabalho devidamente treinadas para eventuais emergências. • Preço: garantir a compatibilidade das tarifas de armazenagem, calculadas a partir de uma estrutura de custo real com o praticado pelas empresas congêneres no mercado.

CONCESSIONÁRIAS No ramo das concessionarias de automóveis enfrenta-se um mercado altamente competitivo, em relação a preços e serviços, em que seus maiores concorrentes são as oficinas e autopeças alternativas, ou seja, prestadores de serviços e fornecedores de peças que não possuem uma bandeira (relação de aliança) com a marca (montadora) dos automóveis. Considerando que as concessionarias tenham que comprar dos fornecedores autorizados pelos fabricantes, acaba pagando mais caro pelas peças e produtos oferecidos, porém, recupera o poder de

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competitividade por sempre trabalhar com itens genuínos e mão de obra altamente capacitada e qualificada. É de grande importância observar as estratégias de compras, vendas e estoques destes concorrentes que geralmente são de pequeno porte, porém são muitos que estão no ramo.

A estratégia competitiva deve nascer de um conhecimento detalhado da estrutura da indústria e da maneira pela qual se modifica. Em qualquer indústria, seja nacional ou internacional, a natureza da competição está materializada em cinco forças competitivas: a ameaça de novas empresas, a ameaça de novos produtos ou serviços, o poder de barganha dos fornecedores, o poder de barganha9 dos compradores e a rivalidade entre competidores existentes. (PORTER, 1986, p,176).

Francisco de La Torre, que é presidente do Sincopeças-SP (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo), afirma que a disputa entre essas esferas (concessionarias, varejistas de autopeças e oficinas) é normal.

O mercado de reposição é altamente competitivo. Com a chegada de novas marcas, a disputa tem se acirrado, principalmente em itens de alto giro para veículos mais novos. Mas isso faz parte do mercado. Contudo, as lojas de autopeças têm ampla capilaridade e atendem a mais modelos, dos novos aos mais antigos e de diferentes marcas” (Revista Mercado Automotivo, 2013, p.13 ).

ESTUDO DE CASO

Para uma melhor compreensão dos processos de compras e de armazenagem foi escolhida uma empresa da cidade de Jaú, a qual não terá o nome divulgado, para preservar a sua integridade. A análise parte do seguinte princípio, se a empresa esta comprando e armazenando adequadamente seus itens e de maneira vantajosa. Diante desta análise iremos verificar se a empresa esta aplicando os melhores métodos para ambos os processos (compras e estoque).

A Empresa e o Óleo Lubrificante para Motores A empresa em estudo atua no mercado de vendas de veículos novos, semi-novos, peças e serviços desde 2007. Inaugurou sua primeira concessionária na cidade de Jaú, e posteriormente nas cidades Ibitinga, Itápolis, Bariri e Botucatu. Nos anos de 2014 e 2015 se destacou na Região do centro oeste Paulista e ocupa a segunda melhor pontuação no ranking do Regional de Campinas, é considerada uma das melhores concessionárias do país por sempre atingir suas metas e objetivos.

9 Barganhar - Ato de troca lícita ou ilícita em que apenas uma das partes é favorecida.

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Durante os anos tem se destacado de seus concorrentes, por seu comprometimento em relação aos clientes, fornecedores, colaboradores e comunidade que a cerca. Constantemente seus funcionários (colaboradores) passam por treinamentos junto ao fabricante, suas peças e acessórios são somente genuínas, possuem responsabilidade ambiental, com separação adequada de seu lixo (metal, papel, orgânico, vidro e não recicláveis), coleta e descarte de óleo terceirizado para não agredir o ecossistema. Assim, a cada dia que se passa vem se consolidando cada vez mais no mercado de trabalho e fazendo a diferença não somente na região em que se encontra, mas servindo de exemplo para todas as concessionárias da mesma bandeira no país. A empresa possui um grande estoque com ampla variedade de produtos, um destes itens é o óleo lubrificante de motores Sèlenia (item escolhido para a o estudo de caso) que se dividem em dois grupos de viscosidade; 5W30 e 15W40 destinados para a motorização FIRE e ETORQ.

Processo de Compras da Empresa A empresa tem como uma de suas metas comprarem um valor 180.000,00 reais de peças e acessórios diretamente da fábrica (montadora). Através do cumprimento de suas metas e obrigações à concessionária passa ser bonificada pelo o fabricante. Levando em consideração de que a concessionaria só tem um único fornecedor é de extrema importância saber o que se deve comprar. Constantemente os compradores e vendedores são submetidos a treinamentos específicos, pois não há cotação de preços, sendo assim, a compra tem que ser acertiva, desta forma é dada preferência a aquisição de peças e produtos de alta rotatividade como por exemplos: óleo para motor, filtro de óleo, filtro de combustível, filtro de ar, pneus, jogos de vela, entre outros (...). A empresa usa como sistema um software próprio que é interligado com a montadora, as reparações e as atualizações deste sistema são realizados pelo departamento de T.I da empresa. Com o sistema alimentado corretamente é possível saber o que se vende e o que se compra mais, sendo assim, é possível se fazer médias de consumo e calcular quantos veículos são reparados por determinados períodos. Com análise deste sistema é possível saber a média de venda e compra de qualquer produto. Para realizarmos o nosso estudo escolhemos acompanhar o óleo lubrificante de motores que se dividem em dois grupos de viscosidade; 5W30 que tem o consumo médio de 390 litros por mês; 15W40 que tem o consumo médio de 87 litros por mês.

Processo de Armazenagem do Óleo Lubrificante de Motores No ato do recebimento das peças e acessórios adquiridos, é feito uma conferência minuciosa de item por item, os recebedores (que são os mesmo que trabalham no almoxarifado), analisam cada detalhe, caso haja alguma avaria em um dos produtos é realizado uma notificação via web para os fornecedores do fabricante e em seguida é feita a devolução da mesma. Logo após todos os itens serem analisados é dada a entrada das notas no sistema interno da empresa, em

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seguida, cada item é dirigido para sua locação. No caso nosso produto é locado em dois lugares diferente (ambos os locais respeitam normas de segurança por ser um produto inflamável), os frascos de 1 litro (da viscosidade 5w30 e 15w40 ambas Sèlenia10) são alocados em uma prateleira em um ponto estratégico do almoxarifado, que fica entre os vendedores que negociam direto com os clientes e o assistente de vendas (o estoquista) que atende os produtivos da linha (os mecânicos), sendo assim, ambos os profissionais tem acesso rápido ao produto. O segundo local de armazenagem (onde fica os tambores de 200 litros) fica mais próximo do auxiliar de vendas (o estoquista), pois, conforme a necessidade diária, o estoquista gradua as quantidades de óleo 5w30 em pequenos recipientes conforme a especificação dada pelo fabricante, ou seja, porções de 3 litros para veículos de motores 1.0 e 1.4 FIRE e 4,5 litros para veículos de motores 1.6 e 1.8 ETORQ (ambas as motorizações usam o óleo 5w30). Esta armazenagem respeitam normas técnicas como: • O acesso ao setor de estocagem somente deverá ser permitido a pessoas autorizadas pela chefia; • Os locais proibidos ao fumo deverão possuir letreiros informativos, posicionados em local de fácil visualização; • As instalações da unidade armazenadora deverão ser dotadas de porta com trancas e cadeados, e se tratando de áreas descobertas e galpões, de sistema de vigilância; • As instalações que possuírem áreas de ventilação deverão ser protegidas com telas metálicas de malha fina, para impedir a entrada de roedores, aves e outros animais; • Os corredores, escadas, bem como saídas de emergência deverão possuir sinalização de advertência de fácil visualização e leitura; • Equipamentos de proteção individual, calçados de segurança, capacetes, luvas, etc. devem ser empregados quando houver possibilidade de acidente; • As instalações e os equipamentos elétricos deverão ter inspeção e manutenção periódicas; • A limpeza e arrumação são aspectos importantes na prevenção contra o fogo, pois o lixo e os detritos de combustível são causas frequentes de incêndio; • Os equipamentos de proteção contra incêndio deverão estar dentro do prazo de validade e serem inspecionados periodicamente para teste de sua eficiência; • Os colaboradores deverão ser treinados quanto ao manuseio dos extintores e outros equipamentos correlatos; • Os equipamentos de segurança, as áreas de perigo e as instalações de proteção contra incêndio deverão obedecer ao CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO, estabelecido pelo Decreto-Lei nº 247 de 21-07-75, regulamentado pelo Decreto nº 897 de 21-09-76

A Importância da Gestão de Compras e Armazenagem

10 Sèlenia – Marca de óleo da Petronas

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A gestão de compras da empresa analisada é dotada de grande responsabilidade, pois, não é somente adquirir 180.000,00 reais de peças e acessórios é preciso saber comprar. Há um grande cuidado na aquisição de peças, afinal, não existe lucro em peças obsoletas ou em itens que tenham baixo giro comercial, o gestor de compras e vendas é responsável em realizar os pedidos, seu conhecimento não se limita a ser apenas técnico, precisa ser tático. A maior importância da quantia do numerário a ser investido é destinada a compra de peças de carrocerias, ou seja, para-lamas, para-choques, faróis, capôs, para-brisas, entre outros (...). Os itens citados são peças de grande rotatividade e são destinadas ao setor de funilaria e pintura da empresa e de terceiros, ou seja, tudo que é comprado tem venda garantida. A armazenagem é realizada de forma concisa e estratégica, há um grande cuidado com todo material que seja tóxico e inflamável, sendo assim, estes itens são armazenados conforme prevê os códigos de seguranças e NRs estabelecidas em lei. Toda chaparia é armazenada em local seco e sem umidade para que não haja oxidação levando assim a perda da mesma. Cada locação existente tem sua finalidade e sua característica adequada para o produto locado, ou seja, cada item ocupa seu lugar de forma tática e estratégica com isso as perdas e danos são totalmente minimizados gerando garantia e lucros ao setor de almoxarifado.

CONCLUSÃO No decorrer do estudo realizado notou-se que a empresa estudada trabalha com pouco fornecedor devido seu vinculo com a montadora de automóveis, que a submete a adquirir peças genuínas e que a montadora é a única fornecedora, o óleo lubrificante de motores a ser comprado é exclusividade da marca Sèlenia. Através do acesso do sistema informatizado da empresa foi possível saber que o consumo de óleo do ultimo semestre foi de 390 litros da viscosidade 5W30 por mês; 87 litros o 15W40 por mês. Ao analisarmos estes dados sabemos que a média de carros que fazem sua troca de óleo é de 110 (cento e dez) veículos por mês. A empresa se utiliza de um sistema gerenciador que é informatizado e integrado com o fabricante, desta forma, toda e qual baixa de um produto requisitado é de conhecimento do fornecedor, sendo assim, logo que qualquer item do estoque da empresa se encontra com baixa quantidade um aviso é gerado pelo sistema alertando a necessidade de compra. Após a empresa realizar a compra que necessita, o fabricante despacha o pedido requisitado, em seguida, o pedido é recebido na concessionária pelo o estoquista, que por sua vez faz uma análise minuciosa em cada item no momento do recebimento, caso encontre alguma avaria, o mesmo reporta o ocorrido alimentando o sistema com os dados obtidos. Com a conferência realizada cada item é destinado a sua locação, no caso do item de estudo observamos que há duas locações por motivos estratégicos (ambos os locais respeitam normas de segurança por ser um produto inflamável), os frascos de 1 litro são alocados em uma prateleira que fica entre os vendedores que negociam direto com os clientes e o assistente de vendas (o estoquista) que atende os

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produtivos da linha (os mecânicos), sendo assim, ambos os profissionais tem acesso rápido ao produto. O segundo local de armazenagem (onde ficam os tambores de 200 litros) fica mais próximo do auxiliar de vendas (o estoquista), pois, conforme a necessidade diária, o estoquista gradua as quantidades de óleo 5w30 em pequenos recipientes, ou seja, porções de 3 litros para veículos de motores 1.0 e 1.4 FIRE e 4,5 litros para veículos de motores 1.6 e 1.8 ETORQ (ambas as motorizações usam o óleo 5w30). Sendo assim, a empresa garante a eficiência em suas compras, pois, constantemente seu sistema de informação é abastecido com dados precisos e é auxiliado pelo fabricante. Seu almoxarifado (estoque) atende as normas de seguranças previstas em lei e seus itens são locados de forma estratégica para garantir um fácil acesso e rapidez por parte dos requisitantes. Conclui-se que a assertividade e o sucesso do gerenciamento de compras e do gerenciamento de estoque são devido ao sistema integrado na concessionária e dos profissionais que constantemente são treinados para comprar, gerir, vender, estocar, conferir e alimentar o sistema de forma correta. REFERÊNCIAS BOWERSOX, Donald J., CLOSSS, David J. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 2001. PORTER, M.E. A Vantagem Competitiva. Ed. Campus: Rio de Janeiro, 1986. RODRIGUES, P. R. A. Administração de matérias, uma abordagem logística. 5 ed. São Paulo: Atlas: 2010 RODRIGUES, P. R. A. Gestão estratégica da armazenagem. 2 ed. São Paulo: Aduaneiras: 2010 VIANA, J. J. Administração de materiais, um enfoque prático. São Paulo: Atlas: 2012 DISPONÍVEL EM <HTTP://WWW.AEDB.BR/SEGET/ARQUIVOS/ARTIGOS12/56416696.PDF> Acesso em: 22 out 2016 DISPONIVEL EM <HTTP://WWW.REVISTAMERCADOAUTOMOTIVO.COM.BR/REVISTA-MERCADO-AUTOMOTIVO.PHP?E=23> Acesso em: 22 out 2016

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Gestão de Recursos Humanos na Era da Sociedade da Informação

Papa Sufre Fernando Quadé Neiva Maria Sagioro

Ubiraci Augusto Crivelari 11 Resumo

O presente artigo analisaa relação existente entre a área dos recursos humanos com a era da sociedade da tecnologia da informação, demonstrando a necessidade de mudanças nas organizações, visando aprimorar e qualificar cada vez mais os recursos humanos e tecnológicos num ambiente totalmente diferente dos tempos passados. Hoje se considera as vantagens qualitativas que as organizações podem alcançar a partir dessa mudança, buscando resultados positivos através de uma preparação mais relevante. O ambiente atual nos coloca a uma vantagem recíproca entre as organizações, sociedade, tecnologia e conhecimento, a partir de uma fusão das mesmas. O objetivo dessa pesquisa visa analisar as relações impostas ao uso da tecnologia da informação na atual sociedade globalizada.Diante desse enfoque, busca-se responder o seguinte questionamento: “Qual a vantagem e a desvantagem que as tecnologias da informação trouxeram para o mercado de trabalho atual relacionado ao fator humano? ”. O presente trabalho é desenvolvido através da metodologia de pesquisa qualitativa, com técnica de analise bibliográfica, em relação ao objetivo dessa investigação. Dessa maneira, partimos das leituras relacionadas ao tema de Recursos Humanos a leituras relacionadas ao tema de Tecnologia da Informação, buscando um paralelo que relacione um tema ao outro, na busca de contribuições significativas. A essa análise foram articulados alguns referenciais teóricos sobre o tema de Recursos Humanos e Tecnologia da Informação. Em vista dos argumentos apresentados, acreditamos que a tecnologia nos coloca numa necessidade do desenvolvimento do capital humano, visando à capacitação e a promoção de uma nova mentalidade 11Neiva Maria Sagioro([email protected]): Professora Mestre em Ensino de Ciências e Matemática, Especialista em Educação Matemática, Licenciada em Matemática e Bacharel em Administração de Empresas. Lecionando nos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Superior.

Papa Sufre Fernando Quadé([email protected]):Graduando em Administração, Técnico em Construção Civilpelo Centro de Instrução Formação Artesanal e Profissional de Bissau/Guiné-Bissau, Estagiário Administrativo, Centro Paula Souza/ETEC Agrícola de Jaú.

Ubiraci Augusto Crivelari([email protected] ): Professor Especialista em Geourbanismo e Licenciatura Plena em Geografia, História e Sociologia. Psicanalista Clínico. Lecionando no Ensino Médio e Superior.

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organizacional numa sociedade globalizada e contemporânea. Palavras-chave: Recursos Humanos. Tecnologia da Informação. Sociedade Globalizada/Sociedade do Alto Conhecimento.

Abstract This article analyzes the relationship between the area of human resources with the era of the society of information technology, demonstrating the need for change in organizations, aiming to improve and qualify increasingly human and technological resources in a very different environment from times past. Today considered the qualitative benefits that organizations can achieve from this change, seeking positive results through more relevant preparation. The current environment puts us on a mutual benefit between organizations, society, technology and knowledge from a merger of the same. The objective of this research is to analyze the relations imposed on the use of information technology in today’s global society. Given this approach, we seek to answer the following question: “What are the advantage and the handicap that information technologies have brought to the current labor market related to the human factor?”. This work developed through qualitative research methodology, literature analysis technique, for the purpose of this investigation. Thereby, we began by set the readings related to the theme of the Human Resources readings related to the theme of Information Technology, seeking a parallel that relates a theme to another in search of significant contributions. By this analysis we were articulated some theoretical references on the topic of Human Resources and Information Technology. In view of the arguments presented, we believe that technology puts us in a need for the development of human capital, aimed at training and the promotion of a few organizational mindsets in a globalized and contemporary society. Keywords: Human Resources. Information Society. Globalized Society/Society of High Knowledge.

Introdução O presente artigo apresenta uma ponte relacionada à área dos recursos humanos com a era da sociedade da tecnologia da informação, demonstrando a necessidade de mudanças nas organizações,visando aprimorar e qualificar cada vez mais os recursos humanos e tecnológicos num ambiente totalmente diferente aos tempos passados. Com o declínio da era industrial que trouxe muitas transformações em várias áreas do

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conhecimento humano, o advento a era das tecnologias da informação começou a unir os continentes e as culturas,despertando o interesse na construção do conhecimento que a nova ferramenta agrega. Nisso, ficou claro que as organizações também precisam se moldar de uma forma a poderem caminhar junto com as mudanças que o mundo já vem enfrentando. No passado, as áreas ligadas a recursos humanos tinham como preocupação a maximização do lucro tendo em conta a própria situação de concorrência quantitativa que as organizações precisavam superar, e àsvezes, limitando apenas nos controles das entradas dos funcionários na hora marcada, assentando a preocupação na grande quantidade da produção e cumprimento do horário da saída. Por outro lado, hoje se considera as vantagens qualitativas que as organizações podem alcançar a partir da mudança do passado, buscando resultados positivos através de uma preparação mais relevante. O ambiente atual nos coloca a uma vantagem recíproca entre as organizações, sociedade, tecnologia e conhecimento,a partir de uma fusão das mesmas. Assim, a tecnologia ontem idealizada como um luxo passa a ser uma necessidadeindispensável a todos os setores. O objetivo dessa pesquisa visa analisar as relações impostas ao uso da tecnologia da informação na atual sociedade globalizada. Diante desse enfoque, busca-se responder o seguinte questionamento: “Qual a vantagem e a desvantagem que as tecnologias da informação trouxeram para o mercado de trabalho atual relacionado ao fator humano? ”. Considerando que as tecnologias são recursos inovadores no dia a dia das pessoas, fazendo parte do processo de trabalho a qual estamos sujeitos, esta pesquisa faz um paralelo da evolução de questões relacionadas a gestão de pessoas com o surgimento dos recursos tecnológicos existentes. A seguir apresentamos o desenvolvimento do trabalho, com a metodologia estabelecida para contemplar esta pesquisa, e as considerações auferidasdurante o processo de pesquisa.

Desenvolvimento O presente trabalho é desenvolvimento através da metodologia de pesquisa qualitativa, com técnica de analise bibliográfica, em relação ao objetivo dessa investigação. A essa análise foram articulados alguns referenciais teóricos sobre o tema de Recursos Humanos e Tecnologia da Informação. Flick (2004) expõe que a pesquisa qualitativa trabalha especialmente com textos, sendo um processo que pode ser representado como uma trajetória – que parte da teoria em direção ao

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texto, e do texto de volta para a teoria. Assim, através da intersecção dessas duas trajetórias e possível estabelecer um plano de pesquisa especifico, em que o pesquisador contextualiza os dados para que o processo de pesquisa produza conhecimentos. Dessa forma, esse trabalho pode ser considerado de natureza qualitativa, visando a importância da compreensão e entendimentos dos textos estudados e analisados nesse processo. A técnica de pesquisa utilizada nesse trabalho compreende a pesquisa bibliográfica, que segundo Marconi e Lakatos (1992), abrange toda bibliografia já publicada, e sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo material escrito de um determinado assunto, auxiliando-o na análise de suas pesquisas. Dessa maneira, partimos das leituras relacionadas ao tema de Recursos Humanos a leituras relacionadas ao tema de Tecnologia da Informação, buscando um paralelo que relacione um tema ao outro, na busca de contribuições significativas. Descrever um breve histórico da Gestão de Recursos Humanos nos remete a abordagem relacionada à Inglaterra, na época em que pedreiros, carpinteiros, trabalhadores de curtumes e outros artesãos se organizavam, formando associações. Usavam essa união para melhorar as condições de trabalho. Segundo Ivancevich (2009), a área evoluiu ainda mais com o evento da Revolução Industrial no final do século XVIII, a qual estabeleceu as bases para a nova e complexa sociedade industrial. Em suma, a Revolução Industrial deu início à substituição do trabalho manual, que consumia mais tempo, pelos maquinários e energia a vapor. As condições de trabalho, os padrões sociais, e a divisão de mão-de-obra, também sofreram modificações significativas. Um novo tipo de funcionário – o chefe, que não necessariamente era proprietário da empresa, tornou-se negociador poderoso no sistema fabril inovador. Com essas mudanças, também aumentou a distância entre trabalhadores e proprietários. Já Chiavenato, expressa:

“As organizações são verdadeiros seres vivos. Quando elas são bem-sucedidas, tendem a crescer ou, no mínimo, a sobreviver. O crescimento acarreta maior complexidade dos recursos necessários às suas operações, com o aumento de capital, incremento de tecnologia, atividades de apoio etc. E, de lambuja, provoca o aumento do número de pessoas, bem como a necessidade de intensificar a aplicação de seus conhecimentos, habilidades e destrezas indispensáveis à manutenção e competitividade do negócio. Tudo isso para se assegurar que os recursos materiais, financeiros e tecnológicos sejam utilizados com eficiência e eficácia. E as pessoas passam a significar o diferencial competitivo que mantém e promove o sucesso organizacional: elas passam a construir a competência básica da organização, a sua principal vantagem competitiva em um

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mundo globalizado, instável, mutável e fortemente concorrencial”. (CHIAVENATO, 2008, p. 4).

Considerando a reflexão dos dois autores, refletimos sobre as ideias de Ivancevich (2009), expressando que não há uma só ideia, e/ou, melhor forma de gerencias as pessoas, mas existem práticas de uma maneira geral e não um sistema perfeito. Desta forma, a empresa precisa compreender que a gestão de recursos humanos é crucial nos resultados finais da empresa para fazer parte do planejamento estratégico desde o início. Outro autor ainda considera:

“O trabalho corresponde ao artificialismo da existência humana. Ele produz um mundo de coisas completamente diferentes de qualquer ambiente natural. E é exercido por diversos fluxos. Com o trabalho o homem pratica a troca em todos os sentidos para cumprir sua permanência na Terra. A condição humana do trabalho é a mundanidade. Uma das qualidades dessa condição humana é criação, e o registro, em código próprio, da informação e de sua representação. Com a apropriação e elaboração gera-se o conhecimento. A ação é a única atividade da condição humana que só pode ser praticada com outros homens. Corresponde à condição humana da pluralidade. A ação é a condição de toda a vida política do homem na Terra. Nela o homem exerce sua qualidade de inteligência para introduzir seu conhecimento no espaço em que convive, com a intenção de modificar para melhor esse espaço, com a finalidade de estabelecer um acréscimo ao bem-estar de seus habitantes”. (BARRETO, 2002, p. 67).

Essas considerações fundamentam que o recurso humano é o fator mais importante dentro das organizações, embora tenhamos as ferramentas tecnológicas que trazem um benefício incomensurável na eficiência e eficácia do trabalho. Com isso, o fator humano deve ser valorizado juntamente com a implantação dos recursos tecnológicos. A Ciência da Informação tem um histórico que se desenvolveu em tempos distintos, que foram e são fundamentais para as atuais mudanças. Barreto (2002, p. 71) expressa que:

“Voltado ao desenvolvimento da ciência da informação como uma instituição mediadora da relação informação e conhecimento, vê-se tempos distintos, se quiser analisar sua história: - Tempo da gerência de informação que vai de 1945 a 1980; - Tempo da relação informação e conhecimento no período de 1980 a 1995; - Tempo do conhecimento interativo de 1995 até os dias atuais”.

É importante ressaltar, que as mudanças ainda acontecem, já que vivemos em progresso constante de inovações tecnológicas na busca da construção do conhecimento. Para Silva (2002), com o comparecimento do século XXI, o mundo passou a ser caracterizada por uma sociedade globalizada e com a urgência de uma sociedade que vivencia ser chamar de

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sociedade do conhecimento. Esse cenário traz muitas informações para todos os setores.Assim, a importância dada a informação é incontestável, pois a tecnologia é um processo facilitador na comunicação. Hoje em dia, é possível armazenar, recuperar, professar, e até comunicar informações sem interferência e sem a preocupação com o volume, tempo e distância. Segundo Silva (2002, p. 77), “O mundo globalizado da sociedade do conhecimento trouxe mudanças significativas ao mundo do trabalho”. Era da Industrialização Neoclássica compreende as décadas de 1950 a 1990,tendo seu início logo após a Segunda Guerra Mundial, quando o mundo começou a mudar mais rápido e intensamente. Os fluxos de informação e conhecimento começam a ser processados incessantemente e progressivamente, visando o conhecimento. Segundo Barreto (2002, p. 70) “A ciência da informação passou a ser uma instituição de reflexão da informação, como um campo, que estuda a ação mediadora entre informação e conhecimento acontecido no indivíduo. Nesse sentido, a ciência da informa- ção difere da biblioteconomia, pelo valor colocado no foco com que cada área “reflete” a importância relativa dos fluxos de informação, que são internos e os voltados para o exterior em um sistema de armazenamento e recuperação da informação”. Milkovich e Bourdreau (2000, p. 501), relatam que nas décadas de 80 e 90 os indivíduos e as empresas enfrentaram uma definitiva e crescente competição globalizada que resultaram em pressões econômicas. Deste modo, a área de RH não é isentada dessas transformações. E a resposta para essa crescente transformação é o modelo de envolvimento que por sua vez é baseado no envolvimento dos empregados de uma forma crescente, enriquecendo suas funções, trabalho em equipe, relação de confiança, objetivos recíprocos. E apoia-se tudo isso por cuidadoso processo de seleção, emprego inalterável, comprometimento com a oferta de oportunidade de desenvolvimento, salários que incentivam, comunicação mais complexa e benefícios flexíveis. Miranda (2004, p. 113), expressa:

“Para administrar, era preciso informações. Informações sobre cada trabalhador, suas tarefas, seus horários, sua produtividade, sobre o produto e suas características etc. Mas essa informação ainda não era fator de produção. Com a produção mecanizada, a produtividade em níveis mais altos e o custo em níveis mais baixos, o mercado passou de vendedor a comprador*. Com a concorrência em alta e um consumidor mais exigente e específico, fatores antes inexistentes começaram a influenciar na produção: a qualidade do produto e os desejos e preferências do consumidor. A economia de

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serviço começava a ser mais importante que a economia do produto”. Para o autor, a informação passa a ser um dos fatores da produção, fazendo com que a sociedade da informação se torna mais real. Nesse enfoque, a informação e o conhecimento passaram a ser visíveis e a sua importância passou a ser reconhecida. Assim, o trabalho passa a ser intrínseco a quem o realiza. Chiavenato (2008, p. 42) relata que “Na Era da Informação, lidar com as pessoas deixou de ser um problema e passou a ser a solução para as organizações. Deixou de ser um desafio e passou a ser a vantagem competitiva para as organizações bem-sucedidas”. Para Vergara (2013), a tecnologia dá uma oportunidade convencional para a organização, no sentido virtual e presencial de trabalho. Hoje em dia, é possível trabalhar conectado, através de vários locais de forma síncrona e assíncrona. A comunicação síncrona oferece os recursos de chat ou videoconferência em tempo real, sem requisitar que os envolvidos estejam no mesmo espaço físico para que ocorra a comunicação. A comunicação assíncrona oferece outros serviços, em que o envolvido no processo realiza sua atividade em seu tempo disponível. Dessa forma, a informação deve ser correta, na hora certa e para a pessoa certa. Neste sentido, Silva (2009), relata à necessidade de incumbir através de uma eleição à pessoa que irá responsabilizar do sistema de RH. Assim, essa função deve diferenciar das demais, tendo em conta o nível de confiança e da continuidade da credibilidade para com os demais superiores da organização. Os processos de cópia de segurança (backups) das informações são importantes para a manutenção da realização das tarefas. Neste paralelo, Silva (2002, p. 77) expressa que “O mundo globalizado da sociedade do conhecimento trouxe mudanças significativas ao mundo do trabalho”. Nessa perspectiva, o autor relata que o conhecimento, a criatividade e a disposição para capacitação permanente,devem ser valorizados, pois as tecnologias da informação e da comunicação estão modificando as situações de trabalho, e as maquinas podem executar tarefas relacionadas aos seres humanos. A tecnologia impacta profundamente o ambiente de negócios, estando presente nas formas de organização do trabalho, nos fluxos de tarefas e na exigência de novas habilidades diferenciadas. Entretanto, a tecnologia pode estar presente dispensando a presença do trabalhador para a execução da tarefa, conforme pode ser observado em inúmeros casos de automação e de informatização. Hoje em dia, a contratação de pessoas está mais exigente no quesito conhecimento e qualificação. Segundo Andrade (2010), a fase embrionária da introdução de pessoas na

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organização é a seleção. A adequação da pessoa ao cargo e a sua satisfação ao cargo são duas situações diferentes. As fundamentações de dados, informações e especificações do cargo a ser preenchido devem fazer parte do critério da seleção. Segundo Silva (2009, p. 167):

Os sistemas de recrutamento e de seleção de talentos na era digital, seguramente, abriram novas perspectivas aos profissionais de RH. Não somente pelos acréscimos tecnológicos, mas também pelas mudanças ocorridas no ambiente corporativo e no mercado.

Assim, a era da informação causou impacto nos cargos, na forma de condução dos negócios e na necessidade de mais trabalhadores de conhecimento, conforme expressa Ivancevich (2009). Para Silva (2002) a era do conhecimento demanda mentes questionadoras e imaginativas, que devem ser cultivadas através de uma educação adequada e com conteúdos pertinentes, adequado a realidade atual, que exige profissionais qualificados. O autor ainda relata:

“... O conhecimento está sempre incorporado por uma pessoa, é transportado por uma pessoa, é criado, ampliado ou aperfeiçoado por uma pessoa, é aplicado, ensinado e transmitido por uma pessoa e é usado, bem ou mal, por uma pessoa. Para ele, a sociedade do conhecimento coloca a pessoa no centro, e isso levanta desafios e questões a respeito de como preparar a pessoa para atuar neste novo contexto”. (DA SILVA, 2002, p. 78).

Com isso, a atual conjuntura mundial nos convida a uma de mudança de estilo da alta administração, estilo este que até nos coloca a uma imperiosa valorização da necessidade de levarmos em conta uma nova visão na condução dos destinos das organizações. Através dessa necessidade chegamos a uma visão muito mais clara no que se refere a questão da era da sociedade da informação com a necessidade de afirmar uma posição muito mais estável. A estabilidade pode ser alcançada através de um tríplice - organização, tecnologia da informação e fator humano – dentro de uma sociedade. As organizações que no século XXI souberam consolidar esse tríplice alcançaram seus objetivos num mundo globalizado onde a vantagem competitiva tende a crescer cada vez mais. Deste modo, o século XXI é permeado pelas novas mudanças que relaciona o fator humano com o fator da tecnologia da informação e comunicação. Se no passado a procura do conhecimento não era vista como uma solução para a satisfação profissional, hoje é o principal elemento para o sucesso.

Conclusão É imprescindível trabalhar de forma eficiente, mas isso implica saber consolidar a atual conjuntura global. É importante salientar que as utilizações dos conteúdos tratados aqui

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representam um esforço para transformar e aumentar a produtividade e, consequentemente, aumentar os lucros desejados nas organizações. Somos levados a acreditar que, no sentido mais amplo, este estudo favorece um procedimento capaz de definir e reparar ações de natureza produtiva nas organizações; sejam elas privadas ou públicas. Não obstante, o uso da tecnologia da informação nos coloca juntamente com organizações numa clara necessidade do conhecimento para estar à altura de dar respostas às demandas do mercado globalizado. Demandas essas que nos coloca numa velocidade muito rápida. Porém, existem problemas na consolidação da organização, tecnologia da informação e fator humano, gerando escasso desenvolvimento em termos qualitativos e eficientes. Entende-se que a atual conjuntura da globalização requer posturas mais humanas e não somente voltadas à maximização do capital financeiro. Nisso, com o surgimento da era da sociedade da informação, é preciso pensar em outro tipo de gestor, ou seja, um gestor esse que saiba lidar com a tecnologia, mas baseado no comprometimento através de um enfoque participativo, subvertendo as condições desumanas, muita das vezes impostas no passado, quando se fala da maneira de comandar uma entidade. Em vista dos argumentos apresentados, acreditamos que a tecnologia nos coloca numa necessidade do desenvolvimento do capital humano, visando à capacitação e a promoção de uma nova mentalidade organizacional numa sociedade globalizada e contemporânea.

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