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  • Logstica Integrada Aplicada a um Centro deDistribuio: Comparativo do Desempenho do

    Processo de Armazenagem Aps aImplementao de um Sistema de

    Gerenciamento de Armazm (wms).Enio Fernandes Rodrigues

    [email protected]/IFSP/UNIP

    Adriana Rosa Fernandes [email protected]

    FATEC-ZL

    Alexandre [email protected]

    FATEC-ZL/UNIP

    Rogrio [email protected]

    FATEC-ZL/MACKENZIE

    Ivan P. de Arruda [email protected]

    UNIP

    Resumo:A grande competitividade no mercado e o crescimento das organizaes tm exposto asempresas a uma demanda por competncias no atendimento de suas necessidades, principalmente noabastecimento de seus pontos de venda. A utilizao de tecnologias de informao no apoio ao processologstico vem sendo utilizado como uma grande parceira para a otimizao dos processos e melhoria donvel de servio. O estudo apresentado tem como objetivo avaliar os resultados obtidos com aimplantao da tecnologia de informao no perfil das operaes realizadas por um grande varejista emseu centro de distribuio no Estado de So Paulo, mais precisamente na cidade de Guarulhos. Atecnologia apontada refere-se implantao de um sistema para gerenciamento de armazns (WMS) e osequipamentos de apoio para a operao de armazenagem, tais como coletores de dados, e a presena deredes sem fio. Para o caso apontado, avaliou-se o desempenho dos processos, distribuio da mo deobra, e gesto do fluxo de material. A gesto do armazm sempre representou um desafio para asorganizaes, de maneira que, manter o estoque de forma acessvel e com prazos de atendimentoreduzidos passou a significar um dos fatores de competncia para as empresas.

  • Palavras Chave: logstica - armazenagem - wms - estoque - pedidos

  • 1. INTRODUO Os aspectos competitivos vm contribuindo para que as organizaes procurem

    mecanismos que desenvolvam o diferencial competitivo necessrio para garantir a manuteno de sua existncia no mercado. Dessa forma, o cenrio logstico visa atribuir aos processos uma maior competncia no que tange aos resultados e na relao com os clientes e fornecedores. importante observar que neste contexto as ferramentas de tecnologia da informao contribuem efetivamente para oferecer aos sistemas logsticos o efetivo desempenho esperado pela cadeia de suprimentos, produtiva e de distribuio de uma organizao.

    Entre os processos logsticos, possvel destaca as questes relacionadas a gesto dos pedidos, dos sistemas de transporte e os mecanismos de armazenagem aplicados pelas organizaes, competncias que questes favorecem o desempenho organizacional.

    Os processos de armazenagem so fundamentais para oferecer a disponibilidade de recursos frente s demandas de uma organizao, pois um bom controle do armazm permite o rpido resgate de materiais e a gesto eficiente dos recursos.

    Para apoiar a gesto de armazns existem sistemas de informao computacionais que visam oferecer aos processos a competncia necessria a guarda, resgate e gesto dos materiais armazenados pela empresa. Os sistemas WMS representam essa categoria de ferramentas e foram popularizados de forma a proporcionar a melhoria de desempenho necessrio s organizaes. Essa pesquisa visa avaliar os impactos oferecidos pela implementao de um sistema do tipo WMS em Centro de Distribuio da rede de lojas de varejo da empresa A, verificando as funcionalidades, ganho e dificuldades com a implantao dessa ferramenta computacional.

    1. LOGSTICA possvel definir o processo logstico como o controle do fluxo de informaes e

    bens, com a finalidade de atender as necessidades do consumidor e suas exigncias, desde o seu ponto de origem at o destino, controlando da melhor forma possvel a entrega e disponibilizao dos produtos ou servios, por meio de um eficiente gerenciamento e controle de informaes, sempre visando atender aos pedidos com o menor custo possvel. Ballou (2006) conceitua logstica como o processo de planejamento, implantao e controle do fluxo de informaes eficiente e eficaz de mercadorias, servios e das informaes relativas desde o ponto de origem at o ponto de consumo com o propsito de atender as exigncias dos clientes. Para que a logstica seja eficiente, seus processos devem ser geis, rpidos e com um gerenciamento de materiais para se ter acuracidade no seu armazenamento.

    Para uma definio ampla de logstica Gomes e Ribeiro (2004), observam a mesma de forma integrada onde O conceito era individualizado no estudo do transporte, estoque e armazenagem, mas atualmente o conceito de logstica integrada que predomina. Esse sistema (integrado) o relacionamento entre fornecedor, suprimentos, produo, distribuio e cliente, havendo um fluxo de materiais e outro de informaes. A logstica integrada se aplica quando h uma sinergia entre vrios setores da empresa, tendo como principio a gesto de todos esses meios. Segundo Moura (2006), A partir da dcada de 70 intensificou-se a integrao das operaes logsticas, ultrapassando a natureza eminentemente funcional que as caracterizara anteriormente, comeou ento a

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    encarar-se as questes logsticas de uma forma integrada e, conseqentemente, numa perspectiva sistemtica. Como a logstica esta sempre acompanhando e desenvolvendo o crescimento de grandes empresas, o conceito da integrao dessas atividades mostra a preocupao em manter a produo, com custo baixo, mas com marketing em pleno desenvolvimento do produto que ser vendido.

    2. ARMAZENAGEM Com a constante busca da eficincia de armazenagem dentro das operaes logsticas,

    cada vez mais empresas, aplicam e investem em melhorias para construir uma vantagem competitiva e melhorar os objetivos das organizaes. Desse modo, a aplicao de recursos para implementao do armazm traz para a empresa um diferencial nas atividades logsticas, sendo assim, melhorando o servio ao cliente, mas fazendo a utilizao e aplicando planejamentos e administrao competentes para no implicar em gastos desnecessrios. A armazenagem pode ser definida de varias maneiras, mas sempre com o mesmo intuito, o de armazenar com qualidade aps processado, embalado, com a movimentao correta, e em uma estrutura compatvel com o material. Segundo Lopes, Souza e Moraes (2006) A funo armazenagem compreende as atividades de guardar, localizar, manusear, proteger e preservar os materiais comprados, produzidos e movimentados por uma empresa, com o objetivo de atender s necessidades operacionais, sejam elas de consumo, de transformao ou de revenda (atacado e varejo) Para Alvarenga e Novaes (2005 p. 143),

    O objetivo primeiro da armazenagem o de guardar a mercadoria por um certo tempo. O intuito da guarda de mercadoria para depois redistribuir conforme sua necessidade para comercializao. Onde os autores ainda destacam que caractersticas importantes devem ser observadas ao se armazenar o produto, principalmente no que diz respeito segurana, evitando-se avarias e quebras, extravios, furtos, etc.

    2.1 TECNOLOGIA DE INFORMAO NA ARMAZENAGEM O uso da tecnologia de informao esta crescendo a cada ano, sendo explorada

    conforme o mercado vem demandando. Isso acarreta no desenvolvimento de novos sistemas para gerenciar toda uma cadeia ou apenas um local de uso, por exemplo, um centro de distribuio, onde, analisando a quantidade de processos e movimentao, possvel apresentar erros operacionais, decorrente da complexidade e do grande nmero de atividades realizadas. A fim de minimizar esses erros, as empresas tm investindo em tecnologia de informao, onde os custos so altos, mas a qualidade nos processos, eficincia e rapidez nas informaes, alm de uma alta acuracidade, faz com que os investimentos ofeream um custo beneficio para empresa.

    Para Banzato et al (2003, p.165), Bem como o projeto de um armazm, no se pode considerar a anlise apenas do fluxo de materiais, principalmente nos dias de hoje, em que a qualidade e velocidade das informaes fazem grande diferena na eficcia dos mais diversos sistemas logsticos. Portanto, num projeto de armazm deve-se dar ateno especial ao fluxo de informaes e tecnologia disponvel atualmente para se utilizar da melhor forma estas informaes.

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    3. SISTEMAS DE PLANEJAMENTO DE RECURSOS EMPRESARIAIS (ERP) O sistema ERP gerencia todas as operaes e funes administrativas da organizao

    em um sistema integrado, e junto com o WMS, gerenciam o fluxo de informaes em todo armazm. Esse sistema abrange um gama de atividades suportadas por um software modular, sendo assim, usado como software de gesto.

    Para Bowersox, Closs e Cooper (2006), o ERP oferece um banco de dados e a capacidade transacional para iniciar, acompanhar, monitorar e relatar os pedidos dos clientes e os de reposio.

    O sistema oferece vrios tipos de atividades que podem ser exercidas dentro dos sistemas, onde o mesmo ter sua principal aplicabilidade na gesto da cadeia de suprimentos, a financeira e a dos recursos humanos, assim, facilitando as operaes todos os tipos de informaes disponveis pra consulta e analise.

    4. SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ARMAZM (WMS) O sistema de gerenciamento conhecido com WMS (Warehouse Management Systems)

    pode ser definido como a integrao entre hardware, software e equipamentos perifricos para gerencial estoque, espao, equipamentos e mo de obra nas atividades de armazenagem, apoiado por uma adequada tecnologia de informao.

    Com a crescente demanda de pedidos, a necessidade de ampliao do uso destes processos organizacionais, a mxima a utilizao do espao, equipamentos e mo de obra nos armazns, esses sistemas de informao evoluram e se constituem hoje no sistema de gerenciamento de armazns.

    Banzato (2005) aponta que: Um WMS um sistema de gesto de armazm, que otimiza todas as atividades operacionais (fluxo de materiais) e administrativas (fluxo de informaes) dentro do processo de Armazenagem, incluindo recebimento, inspeo, endereamento, estocagem, separao, embalagem, carregamento, expedio, emisso de documentos, inventrio, entre outras.

    5. ESTUDO DE CASO A empresa em questo (aqui denominada Empresa A) umas das trs maiores

    empresas no mercado da moda, onde o ramo de lojas do qual a empresa atua um dos mais concorridos para o comrcio txtil varejista. A grande evoluo e a maior concorrncia, fez com que a empresa buscasse evoluir e melhorar seus mtodos, buscando um mtodo mais eficiente e com flexibilidade de produo, espelhando-se em grandes empresas do mercado internacional do mesmo ramo.

    As atividades iniciaram em 1947 com dois irmos que comearam suas primeiras fabricaes em uma pequena loja de fabrica em Natal - RN, aps a compra do maior grupo txtil, o aumento da lucratividade e a expanso de lojas em vrios estados, fez com que a empresa se desenvolvesse e se voltasse para investimentos que pudessem agregar valor ao seu produto. Para isso, o departamento de estilo conta com trs ncleos localizados em So Paulo, Fortaleza e Natal. Esses trs ncleos so formados por centros de distribuio e as fbricas que se localizam estrategicamente conforme lucratividade, impostos, mercados, rapidez nas respostas, quantidade de pedidos e informaes.

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    5.1 CENTRO DE DISTRIBUIO SO PAULO-GUARULHOS O estudo ser concentrado no centro de distribuio que se localiza no estado de So

    Paulo, no municpio de Guarulhos, inaugurado em agosto de 2002, com 86.000 m de rea construda, mas que totaliza 187.000 m de rea da prpria empresa A, com a utilizao de rea para estacionamento, posto interno de abastecimento, rea de descanso para motoristas, terceiros importados e nacionais e da casa. A empresa conta com 600 funcionrios efetivos, com dois turnos de trabalhos, nos horrios de 06:00 s 14:20 e das 13:40 s 22:20.

    Alm de ter uma rea destinada para a Transportadora C, onde a mesma faz transporte de produtos da Fabrica B ao centro de distribuio, trazendo produtos em processo final de venda, alm de atividades como distribuir os produtos para todas as lojas da Empresa A, sendo que essa distribuio abrange todo o Brasil, onde so distribudos os produtos para as 86 lojas espalhadas em 21 estados brasileiros, e com o intuito de expandir mais 12 lojas at junho de 2011.

    O centro de distribuio dividido em vrias reas que se integram conforme a necessidade. As reas so recebimento nacional, recebimento importado, processamento caixaria (etiquetagem), esttica caixaria, buffer de expedio e carregamento.

    Onde se integram a elas reas como, 2 contagem para conferncia exata dos produtos, controle de qualidade e escritrio que auxilia todos os setores faturando notas fiscais, verificando e agendando datas de carregamento e verificando as filiais (lojas) que necessitam de produtos para abastecer o estoque delas, ou verificar produtos que tem prioridade de vendas, isso tudo s possvel visualizar, com o auxlio do sistema SAP, em um aplicativo chamado planejador logstico.

    O sistema SAP auxilia com a previso de demanda das lojas, quantidades de peas nas lojas, verificao e autorizao de transporte, verificao de recebimento previamente agendado pelo portal da empresa, etc.

    5.2 SITUAO ANTERIOR AO USO DA TECNOLOGIA WMS A falta de investimentos fez com que a empresa olhasse seus processos com mais

    ateno e notasse que apresentavam-se obsoletos quanto as necessidades atuais da organizao, atrasando a entrega de produtos para as lojas, acarretando assim, perda de tempo e comprometimento do nvel de servio.

    A seguir, sero apontadas as falhas e os seus processos que era utilizado e necessitavam ser aperfeioados:

    - Uso de fichas e planilhas de papel para o controle da entrada e sada dos materiais; - Sistema ERP apenas com dois tipos de aplicativos que auxiliava o fluxo do material; - Erros operacionais por conta da falta de inventrios atualizados constantemente; - Falhas na comunicao e na transmisso das informaes referentes quantidade de

    produtos existentes no estoque; - Consumo de tempo excessivo entre os processos; - Movimentaes com muitos erros de paletes; - Mau aproveitamento de espao e distribuio do armazm; - Falta do uso de verticalizao por conta de paletes; - Falta de mo de obra especializada.

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    A seguir apresentada uma figura com o fluxo de material da operao antes da instalao:

    Figura 1 - Fluxograma de movimentao antes da implantao do WMS

    O fluxograma acima mostra como o material era movimentado de setor em setor, sendo que todos os processos no se interligavam e no apresentavam uma integrao, dificultando o envio do material para as lojas, sendo que o tempo de estada do material no Centro de Distribuio (CD) era grande, alm do tempo de cada atividade, que no era passado on-line (em tempo real) e por depender de outras reas para dar continuidade de envio do produto.

    Tabela 1: Relao das atividades nas reas antes da implantao do sistema WMS

    Recebimento Pedido apenas por e-mail, fax e malote direto e recebido com a nota fiscal, todos os movimentos eram feitos com papel. Controle de Qualidade Prancheta com papis contendo os itens das amostras

    Processamento de etiquetagem

    Impresses das etiquetas eram feitos em pedidos grandes, com a importao do envio das informaes via planilha que depois era importado a outro sistema de impresso.

    Estoque Geral O produto era enviado ao estoque geral at ser distribudo pelo setor de compras.

    Picking Por papis que descriminava a loja e o que ela precisava por lotes grandes de materiais, nunca por SKU.

    Expedio Chegava o palete era feito verificao do material pela etiqueta do fornecedor e enviado para a loja apenas com conferencia de quantidades e nota fiscal.

    A seguir so apresentadas as incidncias de problemas e sua natureza ao longo dos meses de 2009, os quais antecederam a implantao do sistema WMS.

    Tabela 2: Problemas ocorridos antes da implantao do sistema WMS

    Recebimento Controle de Qualidade Processa-mento Estoque Picking Expedio

    Janeiro 23% 15% 31% 42% 29% 12% Fevereiro 19% 10% 28% 40% 26% 9% Maro 19% 13% 29% 56% 30% 10%

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    Abril 26% 13% 34% 72% 33% 11% Maio 31% 17% 45% 75% 34% 12% Junho 29% 16% 43% 67% 31% 11% Julho 34% 19% 47% 64% 27% 12% Agosto 23% 17% 34% 48% 22% 13% Setembro 39% 27% 61% 64% 24% 15% Outubro 49% 31% 64% 74% 41% 16% Novembro 56% 36% 68% 79% 54% 21% Dezembro 67% 44% 77% 83% 66% 28% MDIA 35% 22% 47% 64% 35% 14%

    Uma avaliao mais detalhada dos problemas permitiu verificar as principais causas e decorrentes perdas acontecidas em funo dessa falhas, resumidas na tabela a seguir:

    Tabela 3: Problemas mais freqentes antes da implantao do WMS.

    Setores Problemas Recebimento Erros operacionais, notas fiscais sem entrada por no haver pedido. Entrada do produto por meio do palete sem identificao.

    Controle de Qualidade

    No havia o envio de amostra para analise, no era tabelada uma porcentagem para analise de quantidade, por isso, em sua grande maioria os produtos entravam com pequenos erros, at mesmo nas etiquetas de terceiros e importado, principalmente.

    Processamento Produtos processados com etiquetas investidas, com preo menor sem ser promoo, com tag de outros produtos.

    Estoque O produto era enviado ao estoque sem identificao de etiquetas na embalagem ou no palete.

    Picking

    O picking era feito com folhas dadas aos colaboradores pelo seu lder, e nesta folha havia varias lojas e vrios produtos, e isso fazia com que houvesse erros de envio de produtos trocados na loja, sem enviar pra loja a sua necessidade e sim a necessidade de outro produto.

    Expedio Na expedio os erros eram de produtos carregados pelos colaboradores com as lojas trocadas, notas fiscais em malotes diferentes, mas esse tipo de erro no era constante, acontecia esporadicamente em perodos de grandes movimentaes de envio de produtos para as lojas.

    As operaes eram separadas, causando um transtorno com relao movimentao de materiais dentro do centro de distribuio. Sendo assim, a freqncia de erros foi calculada em cima dos reprocessos que eram feitos com os documentos, por meio de cartas de correo, pedido de remoo do estoque e depois inventariar pelo sistema de gesto SAP novamente, entre outros problemas fsicos que causavam a perda (no localizao) do produto no centro de distribuio.

    A anlise de tempo gasto foi determinada, de forma que, conforme os operadores realizavam suas atividades, era necessrio informar o perodo destinado em um campo especifico, com o objetivo de manter um maior controle do tempo trabalhado e da ociosidade.

    Com todas as analises feitas e os gargalos apontados, a empresa A decidiu optar pela instalao do sistema WMS no centro de distribuio, um investimento muito alto, mas que poderia minimizar os problemas que j haviam tornado-se crnicos para a organizao.

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    5.3 CENRIO APS A IMPLANTAO DA TECNOLOGIA WMS A implantao de qualquer sistema apresenta conseqncias relacionadas mo de

    obra no especializada, fazendo com que os custos estimados sejam maiores do que apenas as tecnologias adquiridas, tais como a implantao do sistema, coletores, transmissores de radio freqncia e emisso de etiquetas.

    Quando estava em plena transio e implantao do WMS, a parte fsica de todo o CD, no estava mais comportando a quantidades de materiais que mantinha em estoque, e o mtodo de transferncias do estoque que estavam sendo aplicadas no atendia as necessidades atuais da empresa.

    A mo de obra no tinha especializao no manuseio de equipamentos de movimentaes como empilhadeiras ou com plataformas rolantes, dificultando os inventrios, movimentaes dos produtos certos para blocos correspondentes e aumentando muito o nmero de vezes que os materiais eram movimentados em todo o CD.

    Com a implementao do WMS, a movimentao dos materiais apresentaram um fluxo otimizado, apenas movendo quando houvesse a real necessidade, como por exemplo, para etiquetar os com preo nas peas, colocar etiquetas que visualizassem a prioridade, estocar, retirar das docas de recebimentos ou/e enviando para as docas de carregamento.

    Essas movimentaes ficaram mais visveis com investimentos na utilizao de cdigos de barras nos produtos, a diviso da esttica (estoque) em blocos, ruas, posies e nveis, a substituio de paletes por racks, coletores de dados e o uso de antenas que transmitem os dados das movimentaes atualizadas dos materiais no CD em tempo real. Alm do fato, de ter sido feito uma reforma no layout da empresa, alterando o fluxo de movimentaes das mercadorias e no os setores.

    A seguir apresentada uma figura com o fluxo de material da operao aps a instalao da tecnologia WMS:

    Figura 2 - Fluxograma de movimentao aps a implantao do WMS

    Essa disposio fsica eliminou a movimentao desnecessria que acontecia entre o recebimento, processamento e a esttica, que depois de receber, era enviado para o estoque geral, esperava a realizao do inventrio e um rateio dos produtos para as lojas que iriam receb-los alm das quantidades que seriam enviadas, para posteriormente serem enviadas para o processamento de etiquetagem e uso das tags nos produtos.

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    Aps a colocao das etiquetas era enviado de volta para a esttica e aguardavam todo o processo de gerao de carga, para assim criar uma viagem e montar um caminho para o destino. Esse perodo atingia at cinco dias, sempre com o auxilio de papis, e o sistema apenas era utilizado para inventariar e criar a gerao de carga.

    Com o WMS os produtos so retirados e colocados nos paletes com maior acuracidade. No coletor so utilizados vrios aplicativos que auxiliam no recebimento, movimentao, picking, packing, e expedio para o faturamento das notas, que aps escaneados os produtos, as notas so emitidas automaticamente, fazendo com que a espera de caminhes parados nas docas para a retirada das notas sejam reduzidas.

    A seguir esta sendo apresentado um quadro onde demonstra o quanto empresa conseguiu evoluir aps a implantao do WMS, tanto os seus benefcios entre tempo de resposta quanto o mtodo de reduo de papis e planilhas desnecessrias.

    Tabela 4: Relao das atividades nas reas aps a implantao do sistema WMS

    Recebimento Com o coletor o conferente escanea a etiqueta do produto via cdigo de barras, confere as quantidades recebidas e importa as informaes para o aplicativo do CQ. A nota fiscal segue para um escritrio.

    Controle de Qualidade

    O controle verifica e analisa as roupas recebidas conforme a amostra faz medies e pesagem e transfere essas informaes via coletor para o sistema, evitando papis.

    Processamento de etiquetagem

    Aps a retirada do palete do pulmo de recebimento movimentado para uma rua e escolhido uma posio para o produto, aps transferir o produto para uma posio, as etiquetas (preo) saem automaticamente, evitando o uso de computador.

    Estoque Geral Aps etiquetagem para ter uma conferencia das quantidades, sempre visando diminuio de erros, feito uma nova conferencia em todos os materiais e assim enviado para o estoque geral e empilhado conforme a rua e posio que direcionado o palete.

    Picking

    A retirada dos produtos informada conforme a necessidade da loja e suas prioridades, podendo ser uma grade de 12 peas at um palete com mais de 20 caixas. O picking feito por loja, sendo que aps a retirada dos produtos enviado para um setor de pr expedio.

    Expedio

    A expedio s funciona aps o planejador logstico informar quais lojas iro receber, aps essa analise, os produtos so escaneados pelo cdigo de barras, arrumados nos caminhes, aps todos os produtos escaneados, as informaes so importadas para o SAP, que imprime as notas fiscais e o manifesto, junto com um relatrio da carga.

    A seguir sero apresentados os dados coletados de cada rea estudada dois meses aps a implantao do WMS na Empresa A.

    Tabela 5: Erros freqentes com a utilizao do WMS em 2010.

    Setores Junho Julho Agosto Mdia Recebimento 18% 13% 11% 14% Controle de Qualidade 12% 7% 3% 7% Processamento 27% 23% 18% 23% Estoque 24% 22% 9% 18% Picking 16% 11% 4% 10% Expedio 10% 13% 3% 9%

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    Figura 6 - Mdia da freqncia de erros com a utilizao do WMS.

    5.4 GANHOS EFETIVOS APS A IMPLANTAO DA TECNOLOGIA WMS A freqncia de erros analisada aps a implantao do WMS mostrou ganhos

    significativos para todos os setores e atividades dentro do centro de distribuio, mostrando que os custos com sistemas, coletor, entre outros dispositivos necessrios, foram compensados.

    Figura 7 - Mdia da freqncia de erros anterior a utilizao do WMS.

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    Figura 8 - Mdia da freqncia de erros aps a utilizao do WMS.

    Figura 9 - Comparativo da freqncia de erros antes e aps a implantao

    Com o sistema WMS, o coletor se integra-se ao sistema SAP, que gerencia todo o centro de distribuio, analisando e atualizando todas as atividades em tempo hbil, permitindo que o reprocesso seja reduzido, com menor tendncia a erros operacionais, o que demonstra que a utilizao dos coletores faz com que a procura do material amplie a confiana no trabalho.

    Tambm proporcionou outras vantagens, como a flexibilidade nos processos, podendo o coletor ser usado para diversas atividades, sem prender o funcionrio em uma funo especifica, alem da agilidade, rapidez, confiana na transmisso de dados, rpida atualizao do estoque, gerenciamento do material e movimentao mais eficiente, pois o coletor indica uma rua, posio e nvel disponvel em qualquer espao dentro do armazm.

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    A implantao e o desenvolvimento da tecnologia foram aplicados para melhorar o fluxo de informaes, contudo, os resultados obtidos nos testes foram positivos e sero feitas analises pelos responsveis para a possvel implantao em outros CDs e Fabricas.

    5.5 DIFICULDADES E AES DURANTE A IMPLANTAO DA TECNOLOGIA WMS O sistema aps a implantao no centro de distribuio da Empresa A, apresentou

    alguns problemas ocorridos com a distribuio e locao dos paletes nas posies que o programa direcionava o material. O acontecimento desses erros trouxe para a empresa dificuldades que exigiram correes, onde foi realizado um levantamento e enumerados os problemas encontrados, conforme a tabela a seguir, demonstrando os principais erros encontrados e possveis solues apontadas.

    Tabela 6: Problemas encontrados aps a implantao do sistema WMS.

    Problemas encontrados Aes Indicao de um local para o palete onde j havia um palete alocado Em anlise Atraso no envio das informaes J foi realizada

    alteraes

    Problema com perda de sinal do coletor para envio das informaes no armazm

    Colocar antenas em permetros

    estratgicos O gerenciamento muitas vezes no atualiza em tempo real Em anlise Material aps o recebimento enviado para o estoque tem que permanecer um dia no estoque para fazer o picking Em anlise

    Picking com duplicidade, o sistema pede uma vez para uma loja especifica e depois pede novamente, sem a retirada desse pedido no sistema

    Em anlise

    No momento dessa fase de melhorias na implantao o estudo de caso ainda no havia concludo.

    6. CONSIDERAES FINAIS O foco do estudo est na utilizao de tecnologias para que as mesmas agilizem a

    execuo dos processos, reduzindo o tempo de espera dos produtos dentro do CD. A execuo dessas atividades junto com a tecnologia de informao no s agilizou, como tambm flexibilizou os processos das reas, alm de diminuir os erros dos operadores, fazendo com que esses erros e os reprocessos diminussem.

    A implantao do sistema WMS como aplicativo teve um impacto positivo no gerenciamento das atividades e informaes no CD, desde o recebimento at a expedio, que por muitas vezes so dificultados justamente pela falta de um sistema gerenciador desses processos.

    Com o WMS, as atividades descritas no estudo passaram por melhorias que receberam um impacto negativo pelos operadores em princpio, mas conforme os resultados apresentados apresentaram sua efetividade, puderam ter sua aceitao por possibilitarem flexibilidade nas atividades e benefcios com reduo das movimentaes.

    Conforme o estudo demonstrou, o recebimento tornou-se mais gil, j que as posies livres so apresentadas no software ao operador no momento do mesmo levar o material para o processamento de caixairia. Essa funo tambm age em conjunto com todas as outras reas

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    j que no CD, todas as mercadorias passariam a ter endereos exatos e acessveis atravs do WMS.

    Foram expostos os processos logsticos mais importantes para a melhoria da atividade na Empresa A, analisados os erros e adicionada uma melhoraria de desempenho e nvel de servio do CD em grande escala. Toda a cadeia de suprimentos da empresa A foi impactada pela mudana, o que foi fundamental para que a logstica esteja alinhada com as estratgias administrativas da empresa, aprimorando dessa forma todos os processos.

    O estudo comparativo da implantao do WMS na empresa A foi apresentado e mostrou como as atividades dentro do CD puderam ser otimizadas com a aplicao da tecnologia de informao, melhorando o desempenho da organizao.

    6. REFERNCIAS

    ALVARENGA, A. Carlos; NOVAES, A. Galvo. Logstica Aplicada: Suprimento e Distribuio Fsica 3 edio. So Paulo; Editora Edgard Blucher, 2005.

    BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logstica empresarial. Porto Alegre; Bookman, 2006, 5 ed.

    BANZATO, Eduardo; JUNIOR, Edson Carillo; BANZATO, J. Mauricio, MOURA, Reinaldo A.; RAGO, Sidney F. Trama. Atualidades na armazenagem. So Paulo: IMAM, 2003. BANZATO E. Tecnologia da Informao aplicada Logstica. So Paulo; Editora Imam, 2005. BOWERSOX, Donald J. ; CLOSS, David J., COOPER, M. Bixby; traduo: Camila Teixeira Nakagawa, Gabriela Teixeira Nakagawa. Gesto Logstica de Cadeias de Suprimentos. Porto Alegre; Bookman, 2006. GOMES, Carlos Francisco Simes; RIBEIRO, Priscilla Cristina Cabral. Gesto da cadeia de suprimentos integrada tecnologia da informao. So Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2004.

    HARA, C. M. Logstica, Armazenagem, Distribuio e Trade Marketing. Campinas; Editora Alnea, 2005. LOPES, A. S; SOUZA, E. RABELO DE; MORAES, M. LADEIRA DE. Gesto Estratgica de Recursos Materiais: Um enfoque pratico. Rio de Janeiro; Editora Pinto e Zincone, 2006.

    MOURA, Benjamin C. Logstica: Conceitos e tendncias. Lisboa, Portugal. Editora Centro Atlantico, 2006, Ed.1.

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