Upload
dinhtuong
View
224
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1 Graduandos do Curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP. ² Graduado em Administração (UFPR). Especialista em Administração de Marketing (FESP). Mestre em Administração pela Universidade de Extremadura (Espanha) reconhecido pela UFSC. Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira. Sócio-Proprietário da Ampla RH Consultoria Ltda.
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
Revista Ampla de Gestão Empresarial www.revistareage.com.br
LOGÍSTICA E CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Diego dos Santos Ferreira1 Edson Oliveira Ferreira1
Egton Vamberto de Andrade1 Willian Barros da Silva1
Carlos Eduardo Pinto²
RESUMO
Os estudos sobre logística têm sido direcionados para as atividades de manufatura ou de transportes, dispensando pouca atenção às atividades de prestação de serviços, apesar de estas dependerem diretamente de decisões sobre como atender às necessidades dos clientes que estão distantes fisicamente e sobre a aquisição do material utilizado na prestação dos serviços. Este trabalho pretende estudar como a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos-Correios estrutura seu processo logístico – por meio da exploração de uma revisão conceitual sobre logística e da análise das informações obtidas junto à unidade de análise, contribuindo assim com os estudos sobre logística, em especial aqueles voltados para as empresas prestadoras de serviços, considerando que as operações dos Correios são a sua própria competência logística utilizada para prestar serviços.
Palavras-Chave: Logística. Transportes. Prestação de serviços. Canais de
Distribuição.
1 INTRODUÇÃO
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
93
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
ECT- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – Diretorial Regional de
São Paulo Metropolitana esta localizada a Rua Mergenthaler, n. 598, bloco II 234
andar, Vila Leopoldina, São Paulo/SP 05311-900.
Esta sede Regional, conta em seu prédio central, com praticamente todos
os departamentos da empresa, financeiro, recursos humanos, marketing, além é
claro do departamento de operações que estudaremos no presente trabalho.
Com uma estrutura capaz de cobrir os 5.561 municípios brasileiros. para
desenvolver a operação de coleta e entrega de 3.541 toneladas de
correspondências e encomendas diariamente, os Correios utilizam uma rede
intermodal – aéreo e terrestre – para percorrer 813.000 km por dia e fazer chegar
aos 41 milhões de domicílios 32 bilhões de objetos e 400 mil encomendas.
Sua estrutura é composta por 12.520 agencias, 11 terminais de carga, 104
centros de tratamento de correspondências (CTC’s), 707 Centros de Distribuição
Domiciliar (CDD’s), 4.435 módulos de caixa postal comunitária, 3.689 agencias
comunitárias e 26.166 caixas de coleta de correspondências.
No Brasil, a estabilização econômica desde 1994, a intensificação da
integração regional e a consolidação do Mercado Comum do Sul-Mercosul criaram
impacto sobre as empresas e as condições de competitividade. Entretanto, a
busca pela modernização e maior eficiência na área de logística esbarram na
deficiência de infraestrutura e na carência de conhecimentos e formação de mão-
de-obra especializada. As especificidades das operações dos Correios
fomentaram este estudo e enriqueceram a abordagem, pois a empresa
desenvolve atividades logísticas tanto como processo, quanto como produto. Este
caso permite aproximar da compreensão sobre operações logísticas em empresas
prestadoras de serviços, pois as operações dos Correios são a sua própria
competência logística utilizada para prestar serviços de coleta e entrega de
correspondências e encomendas e também seu produto, ao passo que a empresa
oferece sua competência logística àquelas empresas interessadas em solucionar
questões de fluxo de materiais e informações.
O conceito de logística integrada ainda experimenta o processo de
consolidação, e por isso necessita de estudos que contribuam com a consistência,
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
94
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
diversidade e aplicabilidade de sua teoria. As atividades logísticas são praticadas
desde a antiguidade e, ao longo do tempo, sofreram evoluções em suas práticas e
seus conceitos, até que na era contemporânea foram reconhecidas como
atividades integradas. A sistematização da teoria vem sendo atualizada ao passo
que as demandas variam devido às alterações ambientais, que exigem aumento
de eficiência e de eficácia no fluxo físico e de informação e no atendimento ao
cliente. A concorrência global e a evolução da tecnologia da informação (ti) foram
importantes estímulos da modernização das atividades logísticas por
possibilitarem a flexibilidade e a agilidade necessárias para atender a um novo
perfil de cliente, mais informado e exigente.
Entretanto, os estudos têm sido direcionados para as atividades de
manufatura ou de transporte. Anteriormente, as atividades de serviços não
exerciam importante influência econômica, mas a evolução tecnológica e o
surgimento de um novo tipo de empresa prestadora de serviços – global, virtual e
inteligente – abrem espaço para a ampliação da abrangência dos conceitos de
logística, pois essa nova empresa está preocupada em solucionar questões a
respeito de distância dos clientes, de fluxo de informações e de suprimento dos
materiais utilizados na prestação dos serviços.
Este trabalho pretende explorar e descrever as características das
operações logísticas que os Correios brasileiros praticam, cujo estudo de caso foi
desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica sobre logística integrada e
logística na prestação de serviços e da análise das informações coletadas junto a
um gerente da unidade de análise, contribuindo assim com a construção da teoria
sobre logística integrada, em especial aquela direcionada às empresas
prestadoras de serviços, as quais carecem de trabalhos que tratem de suas
especificidades.
O principal problema que a logística busca solucionar, é equacionar
produção e demanda para disponibilizar bens e serviços aos consumidores, nas
condições físicas que esperam, quando e onde desejam.
Este estudo tem como problema central evidenciar como a Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos estrutura seu processo logístico, por meio de
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
95
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
informações coletadas junto a um gerente de operações de uma regional do
estado de São Paulo.
O presente estudo busca compreender o processo de logística em uma
empresa estatal publica, a partir do conhecimento construído sobre os pilares das
disciplinas estudadas no Curso de Administração de Empresas.
(Buscando definir o processo logístico dos correios, conhecer a malha
utilizada pelos correios, apontar os meios de transporte mais utilizados neste
processo, destacar também o material humano, a quantidade de pessoas
envolvidas com a compra).
A importância deste estudo é justificada pela complexidade envolvida nas
atividades dos Correios que, como empresa prestadora de serviços, possui a
logística no centro de suas operações, cuja compreensão dos processos pode
contribuir com os estudos logísticos, em especial aqueles voltados às empresas
prestadoras de serviços, que carecem de estudos e pesquisas que evidenciem
suas especificidades.
A pesquisa foi realizada de acordo com os preceitos do método qualitativo,
implicando os seguintes procedimentos: escolha intencional da amostra
investigada; contato estreito e duradouro com a unidade de pesquisa; e
investigação em profundidade, buscando captar e compreender suas
especificidades. As informações foram coletadas no período entre (colocar datas
da pesquisa), junto a um gerente de operações dos Correios, que atua em uma
regional do estado de São Paulo, por meio de uma entrevista desestruturada,
cujos dados possibilitaram evidenciar o processo logístico desenvolvido pela
empresa.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O CONCEITO DE SISTEMA LOGÍSTICO
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
96
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
Fleury (2000) cita que: O conceito de logística empresarial é bastante recente no
Brasil. O processo de difusão teve inicio, de forma ainda tímida, nos primeiros
anos da década de 90, com o processo de abertura comercial, mas se acelerou a
partir de 1994, com a estabilização econômica propiciada pelo Plano Real.
Segundo Magge (1926 p.1) utilidade do tempo e espaço. A administração
da logística industrial visa maximizar o valor econômico dos produtos ou materiais
tendo-os disponíveis, a um preço razoável, onde quando houver procura. A
utilidade de um produto não depende só da forma do produto, mas também de
onde se encontra, e do fato de lá estar quando for necessário.
A palavra logística é de origem francesa, era um termo militar que
significava a arte de transportar, abastecer e alojar tropas. Tomou, depois, um
significado mais amplo, tanto para uso militar como industrial: a arte de administrar
o fluxo de materiais e produtos, da fonte para o usuário.
Esta atividades, ou parte delas, são freqüentemente designadas de outras
maneiras: distribuição física, administração de materiais. Às vezes, Estes termos
são usados para definir uma posição ou responsabilidade na organização.
Conforme Uelze (1974), a logística empresarial, ou distribuição física, é o
termo empregado para descrever o largo espectro de atividades relativas à
movimentação eficiente de produtos acabados do final da linha de montagem de
produção ao consumidor, e em alguns casos, inclui a movimentação da fonte de
suprimentos de matéria-prima até a linha de produção.
As atividades logísticas abrangem fretes de transporte, armazenagem,
estoques. Seleção e localização de fábrica se armazéns, processamento de
pedidos, previsões de demanda e nível de serviços oferecidos aos clientes.
A administração da logística empresarial envolve planejamento,
organização e controle de todas as operações de movimento/estoque que facilitem
o fluxo dos produtos, desde o ponto de aquisição de matéria-prima até o
consumidor final, do fluxo de informações paralelas, com o propósito de prover um
bom nível de serviços aos clientes, compartilhando-os aos custos realizados para
vencer o tempo e a distancia a fim de prestar esses serviços.
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
97
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
2.2 IMPORTÂNCIA Ainda para Magge (1926), a importância econômica. A administração do
sistema logístico está adquirindo importância capital como foco de atenção da
administração. As administrações, tanto de empresas públicas quanto privadas,
chegaram à conclusão de que o sistema logístico é muito mais do que uma
coleção de funções especializadas isoladas. A eficácia com que os materiais se
tornam disponíveis aos usuários no local, data e quantidade adequados tem
profunda influencia no equilíbrio custo/eficácia da empresa como um todo e da
economia da qual faz parte.
Importância administrativa. Vários motivos atraíram, a atenção da
administração industrial aos sistemas logísticos. Primeiramente, verificou-se que a
concentração no aumento da eficiência de operações isoladas de aquisição,
produção ou venda torna-se um beco sem saída, se a eficiência da função isolada
desequilibrar o sistema global. Ferramentas ou máquinas operatrizes especiais e
de elevado desempenho colocadas em linha uma linha de produção, podem
possibilitar a obtenção de produtos a baixo custo unitário, mas só se tornarão
eficazes se a capacidade de produção puder acompanhar as variações na
quantidade e natureza da procura de mercado.
Em segundo lugar, o sistema logístico é o campo onde se travam batalhas
pelo controle de distribuição. Varejistas e fabricantes tentam obter vantagem no
mercado através da economia na distribuição física, e seus interesses são
conflitantes.
Em terceiro lugar, muitos aperfeiçoamentos tecnológicos recentes forçaram
a consideração do sistema logístico como um todo, são aperfeiçoamentos
destinados ao sistema. O mais notável é talvez, o aperfeiçoamento da capacidade
de processamento de informações os sistemas de computação e comunicações. A
potencia destas novas técnicas é melhor explorada por um controle integrado de
todo o sistema, e não pelo controle fragmentado passado no passado.
2.3 ESTRUTURAS DO SISTEMA LOGÍSTICO
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
98
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
Conforme Magge (1926), componentes do sistema logístico são:
Administração de Materiais (Suprimento), Produção e Distribuição Física. O
sistema logístico em sua forma mais simples, o sistema pode ser descrito como
um sistema unido de operações e pontos de estoque. Os elementos principais do
sistema logístico são: pontos de estoque, operações de transporte, fabricação e
processamento, comunicações e centros de controle. Os pontos de estoque no
sistema logístico servem para manter separadas as operações, tal separação
permite planejar e controlar, quase que independentemente de cada operação.
O nível de detalhe, a função “decoupling” dos pontos de estoque e as
funções e características, basicamente diferentes, dos pontos de estoque e
operações, permitem-nos examinar operar um sistema logístico em vários níveis
de detalhe.
O tempo é essencial na administração logística, o tempo é necessário para
se completar operações de produção ou transporte, transmitir informações e agir.
Existem dois tipos de tempo que são críticos: o tempo atualmente necessário para
fazer algo, produzir um item ou transferir um carregamento de um ponto a outro e
o tempo tolerado antes do inicio de uma atividade. Por exemplo, as informações
sobre pedidos e enviadas periodicamente em lotes, ou pode haver uma margem
que cubra o tempo entre a missão de uma ordem de produção e ou seu inicio,
enquanto o pedido aguarda em uma reserva de pedidos a executar.
2.4 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DOS INSTRUMENTOS LOGÍSTICOS
Para Magge (1926), impacto econômico e social. Através dos séculos, o
desenvolvimento dos instrumentos logísticos tem sido de vital importância na
transformação das economias, de formas primitivas e agrárias em economias
modernas, com possibilidades de produção em massa, altamente integradas entre
si e sensíveis às mudanças nas necessidades e tecnologias. A capacidade de
distribuição física é essencial ao desenvolvimento da especialização local e
intercambio de produtos como base do progresso econômico. Na ausência de
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
99
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
instrumentos logísticos adequados, as economias comunitárias permanecem
isoladas, como as vilas de uma sociedade feudal ou as cidades pioneiras do
Oeste americano.
O desenvolvimento do sistema logístico é necessariamente evolutivo,
devido à importância fundamental do sistema. Um sistema existe, com um
desempenho razoável, não pode ser totalmente descartado em favor de um
sistema teoricamente superior, mas que ainda não foi testado.
Tendências no desenvolvimento da logística, no passado os
desenvolvimentos mais notáveis da logística foram àqueles relacionados com o
transporte. O desenvolvimento de novas técnicas de transporte e a abertura de
novas rotas se situa entre as mais dramáticas conquistas do homem. O
desenvolvimento dos sistemas de comunicação serviços dos correios, telefone,
telégrafos, etc., tem sido enorme é estressante notar que estes não tem sido
estreitamente identificados com a capacidade logística.
A tecnologia moderna está criando oportunidades para modificações
técnicas em todos os elementos dos sistemas logísticos. Já mencionamos
modificações nos métodos de transportes e comunicações. Outros exemplos são:
sistemas de controle aperfeiçoados utilizando computadores, novas técnicas e
equipamentos para a manipulação de materiais, e novos materiais para
embalagem. O aperfeiçoamento dos canais de informação é fundamental para
revolucionar a distribuição, pois permite um acesso sistemático ao controle,
antigamente inexeqüível.
2.5 OPORTUNIDADES E PRESSÕES PARA A MODIFICAÇÃO DO SISTEMA
Ainda para Magge (1926), oportunidades para a redução de custos, novos
progressos técnicos e serviços dão ensejo à redução direto de custos. Técnicas
mecânicas de manipulação de materiais aumentam a produtividade da mão-de-
obra na armazenagem, e a utilização de “containers” ajuda a eliminar a
remanipulação onerosa dos materiais. Novos serviços de transporte, ao mesmo
tempo em que eliminam as transferências.
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
100
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
Entretanto, estas reduções diretas podem, por sua vez, modificar o
equilíbrio de custos do sistema global, propiciando novos ajustes no sistema. Por
exemplo: a redução dos custros de comunicações conseguida através da
utilização do Wide Área Telephone Service, pode permitir o uso de serviços de
comunicação para processamento centralizado de pedidos, controle mais rígido
dos estoques e menor custo em pessoal de escritório.
2.6 DISTRIBUIÇÃO FÍSICA E CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Conforme Magge (1926) a distribuição física é uma das funções
importantes dos canais de distribuição tradicionais. Exemplo: esperava-se que os
varejistas de bens de consumo mantivessem os produtos nas prateleiras ou no
estoque de reserva, para ,atender à procura dos consumidores. O atacadista, por
sua vez, representava mais do que uma organização de vendas regional. Sua
função era receber e armazenar os carregamentos e dividi-los em quantidades
menores, de acordo com os pedidos dos varejistas. Antigamente, a distribuição
física geralmente seguia os canais de distribuição, e os varejistas, atacadistas e
donos de armazéns retiravam parte de seu lucro das funções de distribuição física.
2.7 DESENVOLVIMENTO DOS CANAIS QUE AFETAM A LOGÍSTICA
Magge (1926) as mudanças na tecnologia logística, em geral, tem efeitos
profundos sobre a estrutura dos canais de distribuição; As mudanças tecnológicas
logística e a pressão para se aumentar a eficácia da distribuição física provocam
maiores investimentos de capital em distribuição, assim como o reagrupamento e
a relocalização geográfica das funções da distribuição física.
O processo de mudança será penoso, com o crescimento de novas formas
de atividade, a decadência e desaparecimento de outras, acompanhadas de
pressão política e a ruptura das relações tradicionais de negócios.
Muitas empresas estão começando a observar além dos limites de suas
organizações ao analisar seus sistemas de distribuição física. Modificações nos
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
101
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
padrões tradicionais de distribuição estão sendo estudadas. Em alguns casos, os
fabricantes de bens de consumo por exemplo, fabricantes de alimentos ou de
remédios estão estabelecendo, em conseqüência da pressão das grandes cadeias
de lojas, sistemas múltiplos, onde os canais tradicionais de distribuição das
cadeias de lojas.
2.8 PROCESSO LOGISTICO
A rede logística dos Correios busca propiciar segurança, rapidez e
regularidade além de lucratividade e responsabilidade social.
2.9 FLUXO POSTAL GENÉRICO DA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
Em seu fluxo postal, depois de coletadas nas agências, nas caixas de
coleta e nos computadores, as correspondências passam pela primeira triagem
nos CTC’s dos locais de origem. Então são encaminhadas para outra triagem nos
CTC’s dos locais de destino que as encaminha aos CDD’s que são responsáveis
pela entrega aos destinatários por meio de carteiros a pé, de bicicleta, de moto ou
de carro, dependendo da densidade de domicílios nos pontos de entrega,
conforme demonstra a figura anterior.
A figura abaixo ilustra a configuração estratégica da malha logística que é
estruturada para encaminhar os lotes de correspondências para as CDD’s que
cobrem determinada área geográfica, que, por sua vez, após a triagem,
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
102
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
desmembram os lotes conforme o local de destino e encaminham os novos lotes
para os próximos CDD’s, até que as correspondências e encomendas cheguem
aos seus destinos.
2.10 CONFIGURAÇÃO DA MALHA LOGÍSTICA DA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS.
Segundo Ballou (1993), o principal problema que a logística busca
solucionar é equacionar produção e demanda para disponibilizar bens e serviços
aos consumidores, nas condições físicas que esperam, quando e onde desejam.
Conforme Figueiredo e Arkader (2004), como todo conceito novo, ainda não há
um corpo de pensamento consolidado na área de logística integrada, sendo que
os artigos e as pesquisas existentes enfatizam os estudos em operações,
marketing e engenharia. Também a formação do profissional de logística ainda
nestá sendo estabelecida, sendo que nos EUA e na Europa já é disciplina
obrigatória em cursos gerenciais.
Os autores ainda enfatizam a utilização de tecnologias e o uso de sistemas
automatizados e de inovações propiciadas pelo avanço tecnológico da informação,
que traz vantagens de tempo e facilita a integração de elos na cadeia, bem como
a disseminação de conceitos gerenciais.
2.11 PADRÕES DE ATIVIDADES DO MERCADO
2.12 Padrões logísticos importantes
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
103
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
Magge (1926) o projeto de um sistema de distribuição física depende,
diretamente, de certos padrões importantes de atividade do mercado.
É necessário saber:
Onde se localizam os clientes atuais ou potenciais;
Que produtos eles compram;
Qual o volume de compras de cada um;
Qual o padrão de pedidos característico dos clientes como grupo.
Existem regularidades ou semelhanças surpreendentes entre as empresas,
mesmo em industrias completamente diferentes, nos padrões de atividade que
exibem. O conhecimento destes padrões é importante para o projetista de um
sistema de distribuição física, e é um ótimo instrumento para a análise dos
sistemas logísticos.
A evidência disponível, entretanto, indica que os padrões descritos
são característicos das economias do mundo desenvolvido, senão de todo o
mundo.
2.13 Padrões de suprimento físico incluem:
Onde se localizam, e qual o tamanho dos fornecedores; Quais os padrões de suprimento sazonais, ou outros padrões cíclicos,
que possam existir;
Qual o grau de antecipação que os fornecedores exibem.
Os padrões de suprimento físico influenciam as decisões quanto a
localização de fábricas e afetam o tamanho dos estoques de materiais e
suprimentos. Na maioria dos casos, há uma semelhança aparente muito menor
nos padrões de comportamento dos fornecedores do que nos dos clientes.
2.14 Distribuição geográfica dos mercados
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
104
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
Ainda para Magge (1926), os mercados não se distribuem de maneira
uniforme no espaço, seguem vários padrões de distribuição, três dos padrões
comuns são relacionados a:
1. Um indicador amplo de atividade econômica ou riqueza;
2. A localização geográfica de uma determinada industria
3. O padrão da procura passada da linha de produtos.
Muitos produtos de consumo seguem padrões de distribuição de mercado
relacionados a medidas do poder econômico dos consumidores, tais como renda
pessoal ou disponível. Vários índices do potencial de mercado são também úteis
como guias para o potencial relativo a produtos de consumo.
A procura de produtos industriais pode ser distribuída em relação ao
produto industrial bruto ou ao valor de produção adicionado, ou a uma medida
semelhante de atividade industrial.
Quando um determinado produto é usado em uma determinada industria,
como a industria de papel, petroquímica, aço, plásticos para a fabricação de
brinquedos, o mercado pode estar concentrado em uma ou poucas regiões
geográficas.
A análise do sistema de distribuição física depende de uma medida que
indique onde se concentra o mercado para a linha de produtos. Tal medida, por
sua vez, depende do julgamento quanto á melhor base para estimativa: se as
vendas atuais, ou se um indicador econômico ou industrial independente e mais
amplo que retratasse melhor a distribuição do potencial de mercado onde a
penetração houvesse sido pequena, devido provavelmente à má distribuição
física.
Magge (1926) destaca que, o mercado para certos produtos se desenvolve
porque os usuários potenciais são expostos ao produto ou ao endosso oral dos
atuais consumidores locais. Por exemplo, certos tipos de roupa para a pratica de
esportes foram aceitos em mercados locais restritos, e o alcance geográfico da
procura se expandiu, pouco a pouco, a partir deles. Por muito tempo, o mercado
de equipamentos para boliche cresceu mas rapidamente nas áreas onde o boliche
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
105
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
estava estabelecido. A popularidade cresceu mais rapidamente nas áreas onde o
boliche já estava estabelecido. A popularidade do esporte, e seu aspecto social,
atraiam novos participantes nos locais onde o boliche era fortemente aceito,
enquanto nos locais onde não se tornara ainda popular havia poucos incentivos
para novas adesões. Certos produtos farmacêuticos demonstraram características
de distribuição de mercado semelhantes.
2.15 Operação FNLD
Na parceria com a Fundação Nacional do Livro Didático (FNLD),
denominada Operação FNLD, ilustrada na figura 8, os Correios eram responsáveis
pela distribuição dos livros didáticos diretamente da editora para as escolas
públicas, assumindo a retirada dos livros na editora e a entrega de cada pedido
nas respectivas escolas públicas. A FNLD ficava encarregada de receber os
pedidos das escolas e encomendar os livros solicitados diretamente à editora.
Fluxo do livro didático na operação FNDE , dos CORREIOS.
2.16 Distribuição e coleta
O responsável por esta atividade é a Gerência de Operações, juntamente
com as Regiões Operacionais, responsáveis pelas unidades de distribuição. Sua
atividade principal é a entrega/coleta a domicílio dos objetos aos seus respectivos
destinatários nos endereços indicados pelos remetentes.
Dentre as ferramentas de Gestão, destaca-se o Sistema de Distritamento (SD), que dimensiona o número ótimo de Carteiros e Distritos para atender a
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
106
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
demanda de uma determinada região, tomando como base o volume de objetos a
ser distribuído, as características físicas da região, a quantidade de pontos de
entrega e o tempo disponível para a execução da tarefa.
O sistema de distritamento esta sendo revisto e atualizado, inclusive com a
inclusão de Módulo de Geoprocessamento, permitindo o georeferenciamento
dos pontos de entrega em mapas da Região correspondente aos Centros de
Distribuição.
O sistema de coleta dos Correios é constituído de três coletas diárias. Para
cada uma dessas coletas, são estimados, para cada ponto de coleta, a quantidade
de correspondências. Essa estimativa é feita em cima de um banco de dados e do
comportamento da demanda naquele dia. De posse desses dados, o Setor de Logística, com auxílio dos Sistema de Informações Geográficas, faz a roteirizarão
dos veículos para coleta das correspondências. Com isso são estimados o número
de veículos e as suas respectivas rotas de coleta. O grande problema é que essa
estimativa às vezes é falha o que obriga, muitas vezes, enviar um outro veículo
para coletar o excesso.
Existe, ainda, o Sistema de Gerenciamento Operacional - SGO, que tem
como objetivo principal facilitar o gerenciamento das Unidades de Distribuição,
concentrando em um só sistema todas informações inerentes à gestão
administrativa e operacional da unidade.
2.17 TRANSPORTE
Tem como gestora a Gerência de Transportes, responsável pelas
atividades de encaminhamento aéreo e de superfície, em âmbito nacional e
internacional .
2.18 A logística de transporte conta com as seguintes linhas:
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
107
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
RPN - Rede Postal Noturna - Linhas aéreas que transportam carga
urgente e interligam as capitais em todo o País;
LTN - Linhas Tronco Nacionais - Transportam, via superfície, cargas
urgentes e não urgentes para as Regionais de outros Estados;
LTR - Linhas Tronco Regionais - Transportam carga urgente e não
urgente dentro do próprio Estado;
LCE - Linhas de Coleta e Entrega - Linhas urbanas que interligam as
unidades operacionais da mesma cidade e, em alguns casos, são responsáveis
também, pela entrega de objetos a clientes;
LA - Linhas Auxiliares - Utilização de linhas de ônibus para transportar
cargas em localidades em que não se justifica a implantação de uma linha
especial.
2.19 Papel do transporte na estratégia logística
Para Paulo Fernando (2000), o transporte é uma das funções logísticas.
Além de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das
organizações, tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões do
Serviço ao Cliente. Do ponto de vista de custos, representa em média, cerca de
60% das despesas logísticas, o que, em alguns casos, pode significar duas ou três
vezes o lucro de uma companhia, como é o caso, por exemplo, do setor de
distribuição de combustíveis.
As principais funções do transporte na Logística estão ligadas basicamente
às dimensões de tempo e utilidade de lugar. Desde os primórdios, o transporte de
mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda
potencial, dentro do prazo adequado às necessidades do comprador. Mesmo com
o avanço de tecnologias que permitem a troca de informações em tempo real, o
transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo logístico,
que é o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possível.
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
108
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
Muitas empresas brasileiras vêm buscando atingir tal objetivo em suas
operações. Com isso, vislumbram na Logística, e mais especificamente na função
transporte, uma forma de obter diferencial competitivo. Entre as inciativas para
aprimorar as atividades de transporte, destacam-se os investimentos realizados
em tecnologia de informação, os quais objetivam fornecer às empresas melhor
planejamento e controle da operação, assim como a busca por soluções
intermodais que possibilitem uma redução significativa nos custos.
2.20 Aplicação
Para análise do sistema de coleta dos Correios foi utilizado o programa
desenvolvido em Delphi 5.0 que é baseado na heurística de ganhos (CLARKE e
WRIGHT, 1964) com o objetivo de obter, de forma otimizada, as melhores rotas
respeitando limites de tempo de ciclo e de capacidade do veículo e, ainda,
atendendo aos horários de saída dos meios de transporte que levarão a carga ao
destino final. Para a utilização do programa são necessárias os seguintes
procedimentos:
2.21 Administração do transporte
Ainda para Paulo Fernando (2000), o transporte é em geral, responsável
pela maior parcela dos custos logísticos, tanto numa empresa, quanto na
participação dos gastos logísticos em relação ao PIB em nações com relativo grau
de desenvolvimento. Por essas razoes, existe uma preocupação contínua para a
redução de seus custos. Dentro dessas iniciativas, cabe destacar a integração
entre os diversos modais de transporte, também conhecida como intermodalidade,
e o surgimento de operadores logísticos, ou seja, de prestadores de serviços
logísticos integrados, capazes de gerar economias de escala ao compartilhar sua
capacidade e seus recursos de movimentação com vários clientes.
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
109
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
2.22 Integração com outras funções logísticas
Um dos principais pilares da Logística Empresarial moderna é o conceito de
Logística Integrada. Por meio desse conceito, as funções logísticas deixam de ser
vistas de forma isolada e passam a ser percebidas como um componente
operacional da estratégia de Marketing. Com isso, o transporte passa a ter papel
fundamental em várias estratégias na rede logística, tornando necessária a
geração de soluções que possibilitem flexibilidade e velocidade na resposta do
cliente, ao menor custo possível, gerando assim maior competitividade para a
empresa.
Entre os principais trade-offs que afetam a função transporte, destacam-se
os relacionados ao Estoque e ao Serviço ao Cliente.
O serviço ao Cliente é um componente fundamental da Logística Integrada.
O impacto do transporte no Serviço ao Cliente é um dos mais significativos, e as
principais exigências do mercado geralmente estão ligadas à pontualidade do
serviço porta a porta, à flexibilidade, no que diz respeito ao manuseio de uma
grande variedade de produtos, ao gerenciamento dos riscos associados a robuos,
danos e avarias e à capacidade de o transportador oferecer mais que um serviço
básico de transporte, tornando-se capaz de executar outras funções logísticas. As
respostas para cada uma dessas exigências estão vinculadas ao desempenho e
às características de cada modal de transporte, tanto no que diz respeito a suas
dimensões estruturais, quanto a sua estrutura de custos.
2.23 Classificação dos modais de transporte
Segundo Paulo Fernando (2000) os cinco modais de transporte básicos são
o ferroviário, o rodoviário, o aquaviário, o duto viário e o aéreo. A importância
relativa de cada modal pode ser medida em termos da quilometragem dos
sistema, volume de trafego, receita e natureza da composição do trafego.
FERROVIÁRIO
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
110
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
Altos custos fixos em equipamentos, terminais, vias férreas etc.;
Custo variável baixo.
Rodoviário
Custos fixos baixo (rodovias estabelecidas e construídas com fundos públicos);
Custo variável médio (combustível, manutenção etc).
AQUAVIARIO
Custo fixo médio (navios e equipamentos);
Custo variável baixo (capacidade para transportar grande quantidade de
tonelagem).
Duto viário
Custo fixo mais elevado (direitos de acesso, construção, requisitos para
controles das estacoes e capacidade de bombeamento);
Custo variável mais baixo (nenhum custo com mao-de-obra de grande
importância).
AEROVIÁRIO Custo fixo alto (aeronaves e manuseio e sistemas de carga);
Alto custo variável (combustível, mão-de-obra, manutenção etc).
2.24 Impactos da internet sobre o transporte
Paulo Fernando (2000) Afirma que a internet, bem como tecnologias de
informação, tem não apenas gerados necessidade especificas, mas também
criado novas oportunidades para o planejamento, o controle e a operação das
atividades de transporte. Entre essas necessidades e oportunidades, poderíamos
citar a crescente demanda por entregas mais pulverizadas, o surgimento de
portais de transporte e o potencial para rastreamento de veículos em tempo real.
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
111
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
2.25 Rastreabilidade de carregamentos
Uma das grandes vantagens que a Internet oferece na melhoria da
qualidade de serviço é a possibilidade de rastrear carregamentos. Empresas de
courier, agencias marítimas, transportadores rodoviários, ferroviários e operadores
logísticos estão utilizando cada vez mais a Internet para disponibilizar o status dos
carregamentos para seus clientes. A FedEx, um dos maiores couriers americanos,
com faturamento superior a US$ 13 bilhões, estruturou no início da década de 90
um sistema de acompanhamento do pedido altamente sofisticado, recentemente
beneficiado pela facilidade que a Internet propicia. De modo semelhante,
empresas brasileiras, como a Varig Cargo, também estão disponibilizando
informações sobre o status da carga via Internet.
ENTRADA DE DADOS:
• Carga das UAs (kg);
• Coordenadas das UAs (km);
• Tempo de coleta nas UAs (min);
• Capacidade do veículo (ton);
• Velocidade média do veículo (km/h);
• Tempo de ciclo (h);
• Coef. de correção da distância;
• Coordenadas do depósito central (km).
CÁLCULOS:
• Tempo de ciclo de cada rota;
• Carga transportada em cada rota;
• Distância total percorrida em cada rota
RESULTADOS:
• Tempo de ciclo de cada rota;
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
112
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
• Carga transportada em cada rota;
• Distância total percorrida em cada rota;
• Mapa contendo as rotas calculadas.
Ainda para Paulo Fernando (2000), o Processo de Produção dos Correios é
composto de uma série de atividades interligadas formando uma grande e
complexa cadeia logística, onde qualquer erro pode ser vital ao funcionamento do
sistema como um todo. No caso dos correios, há a necessidade de dados
confiáveis para a estimativa da demanda que, por sua vez, ainda depende da
experiência dos profissionais que atuam nesta área, podendo gerar erros de
dimensionamento. Sabendo disso, a equipe de logística dos Correios vêm
trabalhando muito para que os dados representem melhor a realidade Com a
otimização das rotas a serem percorridas e a utilização de um Sistema de
Rastreamento de Veículos permitindo o monitoramento de todas as linhas haverá
redução dos custos de transporte e melhoria na segurança e na qualidade do
serviço prestado.
Os bons desempenhos obtidos nas parcerias dos Correios com a FNLD e a
capacidade de flexibilização para adaptação às alterações ambientais estimularam
a diversificação das operações da organização. Alavancaram, também, o
desenvolvimento de uma home page para e-commerce ampliando assim os
negócios com entregas de encomendas. Os Correios desenvolveram sua cadeia
de valor para as parcerias aqui descritas de forma a utilizar sua capacidade de
ficar responsável pelas etapas seguintes à venda/produção de seus parceiros,
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
113
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
Cadeia de valor das parcerias empresariais dos CORREIOS
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este trabalho de conclusão de curso, através das pesquisas,
sobretudo as bibliográficas, podemos estudar e melhor compreender a importância
do gerenciamento logístico, os métodos e toda cadeia de distribuição oriundas do
modelo de negócio, de forma eficiente e sempre objetivando a importância com a
satisfação do cliente, este por sinal encontra-se nas duas pontas de todo o
sistema logístico, sendo a coleta, triagem, transporte e entrega as fases
mediadoras entre o remetente e o destinatário, pela qual são compreendidos
unicamente por “clientes”.
A abordagem deste estudo permite afirmar que a empresa analisada tem
grande preocupação com as atividades logísticas e que, ao contrário de muitas
outras teorias administrativas, é possível adequar a prática das orientações da
logística integrada às questões de suprimentos e de atendimento aos clientes dos
serviços assim como dos produtos, das mercadorias e das informações.
O estudo permitiu observar que os Correios, desenvolveram sua
competência logística a ponto de transformá-la em produto. A partir do
aprimoramento de suas operações de prestação de serviços de coleta e entrega
de correspondências e encomendas com eficiência e lucratividade, a empresa
observou a demanda crescente de outras empresas por solucionar as questões de
fluxo de materiais e de informações e, propiciado pela evolução da tecnologia da
informação, deu início a uma nova modalidade de produto de forma a agregar
valor, promovendo uma interação intensa com o cliente final da cadeia de seus
parceiros e assumindo a responsabilidade por diversas etapas da operação,
liberando seus clientes diretos para dedicarem atenção a outras questões também
importantes.
O Processo de Produção dos Correios é composto de uma série de
atividades interligadas formando uma grande e complexa cadeia logística, onde
qualquer erro pode ser vital ao funcionamento do sistema como um todo. No caso
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
114
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
dos correios, há a necessidade de dados confiáveis para a estimativa da demanda
que, por sua vez, ainda depende da experiência dos profissionais que atuam nesta
área, podendo gerar erros de dimensionamento. Sabendo disso, a equipe de
logística dos Correios vem trabalhando muito para que os dados representem
melhor a realidade.
A empresa possui um excelente Know how, e estrutura para atendimento
logístico, contando dentro de suas principais virtudes, a capacidade de coletar,
transportar e efetuar a entrega em qualquer localidade, dentro do território
nacional, destacando-se também positivamente a qualidade na prestação dos
serviços, aparelhada com recursos físicos, estes contando com a utilização e
apoio de diversos modais de transporte empregados ao longo de sua cadeia, a
pontualidade nas entregas são vistos como fatores determinantes do sucesso,
assim como o cuidado no manuseio e conservação de mercadorias em processo.
O bom relacionamento com os clientes e preços competitivos, também são pontos
chaves e motivo de orgulho para uma empresa pública, que acima de tudo busca
excelência e satisfação na prestação de serviços e logística.
A empresa estudada tem como estratégia oferecer um serviço de logística
integrada de reposição de peças, mercadorias em geral, e de comércio eletrônico
para produtos de alto valor agregado. A empresa supra depende de diversos
fatores para que todo processo funcione com extrema perfeição, levando-se em
consideração que o Brasil é um País de território extremamente extenso, e por
esta razão podemos tentar imaginar o trabalho que esta empresa tem para
atender toda a demanda do País, com agilidade, eficiência e eficácia, e ainda se
preocupando com o estado em que o produto chegara ao seu destino final. E por
estas razões o seu processo logístico é muito detalhado aonde não pode haver
erros, e até mesmo imperfeições de seus colaboradores.
Conta com uma frota de transporte que proporciona eficiência, bem como
obtém uma adequação ao meio de transporte que irá usar para desenvolver o
trabalho (entrega) como mais agilidade e eficiência, seja ela em solo pavimentado
ou em extremidades de terra esburacadas.
Logística e Canais de Distribuição Ferreira,D.S.F. ; Ferreira, E.O.; Andrade, E.V.; Silva, W.B.; Pinto , C.E.
115
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 7, p 92-116, maio 2013, ISSN 2317-0727
Usa integralmente todos os seus recursos tecnológicos bem como mantém-
se atualizados perante novas tecnologias lançadas no mercado, podendo assim
baratear o custo de envio, bem como a agilidade para chegar ao destino final.
Conclui-se que para que uma empresa funcione com tanta eficiência, tudo gira em
torno da tecnologia disponibilizada ao seu benefício, ao comprometimento de seus
colaborados, estar sempre atualizada com o seu ambiente externo e interno,
preparada para encarar novos desafios, e problemas que poderão surgir no meio
do caminho, para assim estar sempre à frente de seus concorrentes.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALLOU, R. H., 1993, Logística Empresarial: Transportes, Administração de
Materiais e Distribuição Física. Atlas, São Paulo.
CORREIOS, www.correios.com.br. Acesso em 03/06/2012
Artigo: PROGRAMA DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS APLICAÇÃO NO
SISTEMA DE COLETA DOS CORREIOS
Fernando Fleury, Peter wanke, Kleber Fossati Figueiredo : Logística empresarial:
a perspectiva brasileira / (organização) Paulo. – São Paulo : Atlas, . – (coleção
Coppead de Administração).
MAGEE, John Francis, 1926 : Logística industrial: análise e administração dos
sistemas de suprimento e distribuição (por) John F. Magee: Tradução: Ana Lúcia
Boucinhas, São Paulo, Pioneira, 1977.
UEIZE, Reginald.: Logística empresarial: uma introdução a administração dos
transportes; São Paulo, pioneira, 1974. 293 p. Hust. (biblioteca Pioneira de
administração de negócios.