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O reforço às desigualdades regionais no Brasil no século XXI: concentração espacial do processo de aprendizagem e da produção inovadora Apresentando o ponto de partida A inovação é uma atividade geograficamente concentrada em qualquer escala geográfica que escolhemos analisar. Essa consideração é o pressuposto inicial desse texto e está alicerçada em duas constatações. Primeiro, chegamos a essa afirmação a partir da leitura de uma série de trabalhos que buscam a compreensão da geografia da inovação, ou seja, da distribuição espacial dos agentes inovadores em um território. Parte desses trabalhos, como por exemplo, em Vale (2012), Méndez (1998 e 2002), Maillat (2002), Feldmann (1994), entre outros, a análise da relação geografia e inovação vai além da distribuição espacial. Esses autores afirmam que o território tem uma importante atuação no processo de inovação. Segundo, essa afirmação tem como base também recente pesquisa finalizada por nós no âmbito do Programa de Pós- Graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo em que analisamos a relação entre território e inovação no Brasil no século XXI (TUNES, 2015) que pudemos evidenciar a intrínseca relação entre a dinâmica inovadora do país e o desenvolvimento geográfico desigual. Para os objetivos desse texto vamos considerar a análise da relação entre a geografia e a inovação, o que vem sendo intitulado de Geografia da Inovação, a partir da perspectiva da distribuição espacial dos agentes econômicos inovador no Brasil na primeira década do século XXI. Nessa década o país apresentou uma preocupação crescente com a dinâmica econômica associada ao

 · Web viewÉ necessário que o pesquisador ao debruçar sob o seu objeto de pesquisa, no nosso caso aqui a relação Geografia e Inovação, o faça tomando por base o ... Assim,

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O reforo s desigualdades regionais no Brasil no sculo XXI: concentrao espacial do processo de aprendizagem e da produo inovadora

Apresentando o ponto de partida

A inovao uma atividade geograficamente concentrada em qualquer escala geogrfica que escolhemos analisar. Essa considerao o pressuposto inicial desse texto e est alicerada em duas constataes. Primeiro, chegamos a essa afirmao a partir da leitura de uma srie de trabalhos que buscam a compreenso da geografia da inovao, ou seja, da distribuio espacial dos agentes inovadores em um territrio. Parte desses trabalhos, como por exemplo, em Vale (2012), Mndez (1998 e 2002), Maillat (2002), Feldmann (1994), entre outros, a anlise da relao geografia e inovao vai alm da distribuio espacial. Esses autores afirmam que o territrio tem uma importante atuao no processo de inovao.

Segundo, essa afirmao tem como base tambm recente pesquisa finalizada por ns no mbito do Programa de Ps-Graduao em Geografia Humana da Universidade de So Paulo em que analisamos a relao entre territrio e inovao no Brasil no sculo XXI (TUNES, 2015) que pudemos evidenciar a intrnseca relao entre a dinmica inovadora do pas e o desenvolvimento geogrfico desigual.

Para os objetivos desse texto vamos considerar a anlise da relao entre a geografia e a inovao, o que vem sendo intitulado de Geografia da Inovao, a partir da perspectiva da distribuio espacial dos agentes econmicos inovador no Brasil na primeira dcada do sculo XXI. Nessa dcada o pas apresentou uma preocupao crescente com a dinmica econmica associada ao processo de inovao, denominada por Diniz e Gonalves (2005) de Economia do Conhecimento, que pode ser evidenciada pelo aumento de pesquisas acadmicas sobre esse tema, pela publicao trienal da Pesquisa da Inovao (PINTEC) pelo IBGE e pelo lanamento nessa dcada de polticas pblicas nacionais que envolvem a inovao[footnoteRef:1]. [1: Destacamos como os mais significativos nesse sentido as Diretrizes de Poltica Industrial, Tecnolgica e de Comrcio Exterior (PITCE) para o perodo de 2003 a 2007 e o Plano de Ao, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvimento de C,T&I no Brasil (PACTI) para o perodo de 2007 a 2010. No podemos deixar de indicar tambm a Estratgia Nacional de C,T&I para o perodo de 2012 a 2015. ]

A compreenso da Geografia da Inovao brasileira certamente retoma a questo das desigualdades regionais que so histricas no Brasil e remontam h pelo menos trs sculos de desenvolvimento geogrfico desigual do pas. O interessante dessa discusso, e da a importncia dessa anlise, que nos parece que a Economia do Conhecimento levantou novamente o debate das desigualdades regionais depois de um perodo em que o discurso da desconcentrao econmica e da diminuio das disparidades havia crescido tanto no mbito acadmico como tambm nas aes e planos governamentais nas escalas da federao e de alguns estados brasileiros.

Diferente dessa ltima perspectiva, o objetivo desse texto compreender a Geografia da Inovao no Brasil partindo do caminho inverso, ou seja, analisando-a como uma condio ao mesmo tempo em que um reforo significativo ao desenvolvimento geogrfico desigual do pas.

O desenvolvimento geogrfico desigual, originalmente denominado de lei do desenvolvimento desigual e combinado, formulado na dcada de 1920 nos debates de Trotsky sobre internacionalismo e socialismo no quadro econmico e social da ex-URSS, recuperada por vrios pesquisadores recentes na rea de cincias humanas, com destaque para os gegrafos Neil Smith (1988) e David Harvey (2005) na anlise da dimenso espacial do desenvolvimento capitalista.

Smith sintetiza o conceito afirmando a questo que o desenvolvimento desigual a marca registrada da Geografia do capitalismo (SMITH, 1988, p. 16).

O desenvolvimento geogrfico desigual pode ser considerado, para ns, uma sntese histrica, entendido como resultado de processos histricos de desenvolvimento diferenciado e contraditrio das regies brasileiras, ao mesmo tempo em que a base para o desenvolvimento atual.

Dito de outra forma, entendemos que a importncia de partimos para uma anlise do Brasil levando em considerao preliminarmente o desenvolvimento geogrfico desigual se d porque ao mesmo tempo em que esse processo produto da reproduo histrica do capital no Brasil, ele tambm o meio no qual os atuais processos socioeconmicos iro se desenvolver como ocorre hoje com a economia do conhecimento.

Para isso, o texto est organizado em trs partes. Na primeira realizamos um debate sobre os principais determinantes da Economia do Conhecimento do pas a partir de uma anlise de alguns dados da PINTEC (IBGE, 2013). Dessa primeira discusso temos a proposio de um olhar diferenciado para o processo de inovao brasileiro.

Na segunda parte aprofundamos o olhar sobre a inovao brasileira a partir da anlise da Geografia da Inovao, ou seja, da distribuio regional e por estados da dinmica inovadora do pas.

Por fim, na ltima parte, retomamos os pressupostos iniciais do artigo relacionando a distribuio concentrada da inovao no Brasil com o reforo ao desenvolvimento geogrfico desigual contemporneo.

Para compreender a Economia do Conhecimento no Brasil.

necessrio que o pesquisador ao debruar sob o seu objeto de pesquisa, no nosso caso aqui a relao Geografia e Inovao, o faa tomando por base o emprico que caracteriza que determina no sentido da prevalncia de significado, o seu objeto.

Assim, partimos na pesquisa de uma preocupao fundamental em realizar a anlise da Geografia da Inovao brasileira a partir das caractersticas do processo de inovao que se desenvolveu no pas na primeira dcada do sculo XXI.

Ainda que tal indicao possa soar como bvia, esse alerta importante porque as anlises mais significativas do processo de inovao sob a tica da Geografia partem de uma realidade muito distante da nossa que a dinmica inovadora europeia e norte americana. Dessa forma, ainda que os referenciais tericos mais importantes tenham essa origem, a anlise que estamos discutindo aqui partiu da dinmica econmica da inovao brasileira.

A inovao, entendida como a criao do novo e/ou algo substancialmente melhorado que pode ser um produto novo, um processo de produo original, uma forma de organizao da empresa indita ou um marketing singular, est associado a esforos na mobilizao do conhecimento cientfico e tcito para essa produo. Assim para o desenvolvimento da inovao imperioso a existncia de interaes entre os agentes levando-nos a compreender a inovao como um processo essencialmente social.

Lundvall (2005) foi um dos pioneiros pesquisadores que se debruou na anlise da inovao como um processo social, denominada por ele de inovao sistmica. A inovao sistmica, para Lundvall (2005), baseia-se na ideia de aprendizagem coletiva dos agentes resumidas na clebre expresso criada pelo autor learning by doing, by using and by interacting.

Arocena e Sutz (2003, p.55) colaboraram tambm para o entendimento da inovao como um processo social afirmando que (...) la innovacin es um processo socialmente distribudo porque las capacidades requeridas para echarlo a andar y hacerlo avanzar estn repartidas, de maneras cambiantes, entre agentes diferentes.

Na Geografia temos tambm contribuies importantes para a compreenso da inovao sistmica como os trabalhos de Mndez (1998 e 2002), Maillat (2002), Vale (2012), Ferro (2002), dentre outras contribuies, que seguem a mesma linha de compreenso da inovao como um processo social, no entanto a preferem denominar de inovao interativa. Preferimos essa ltima forma de adjetivao da inovao, pois explicita mais claramente a importncia das interaes.

A ideia comum nessas perspectivas que a inovao entendida no como algo isolado e restrito ao ambiente da empresa, como muitos trabalhos da economia evolucionista sugeriram, mas sim como um processo que altamente dependente das interaes entre diversos agentes.

A seleo de dados estatsticos para compor o quadro de indicadores da distribuio geogrfica da inovao brasileira dentro dessa perspectiva de inovao interativa foi um grande desafio. Isso porque, na maior parte das pesquisas na rea, os dados analisados no refletem a inovao a partir da premissa das interaes. Pudemos constatar que os dados mais comumente analisados so os de intensidade de gastos em P&D e a fora de trabalho empregada diretamente na produo inovadora.

Embora sejam informaes estatsticas relevantes para a compreenso do processo inovador no consideramos que so suficientes para o entendimento da inovao interativa brasileira j que so dados relacionados ao processo mais formal da inovao em que os departamentos de P&D internos as empresas que mobilizam fora de trabalho diretamente relacionado so presentes.

sabido pelos dados divulgados pela PINTEC ao longo das cinco edies j publicadas (2000, 2003, 2005, 2008 e 2011) pelo IBGE que a inovao brasileira do tipo incremental e os processos de aprendizagem so, na maior parte dos casos, informais.

Afirmamos que o Brasil se caracteriza pela inovao incremental porque as atividades inovativas brasileiras, tanto da indstria como dos servios, se caracterizam por pequenas mudanas no produto e/ou no processo de produo que permitem a melhoria na qualidade do produto ou na diminuio dos custos e aumento da produtividade.

Os dados da ltima PINTEC (IBGE, 2013) que compreende o perodo entre 2009 e 2011 comprovam essa primeira caracterstica. Mais de 90% das empresas inovadoras indicaram que o grau de novidade da inovao de produto e processo desenvolvido era novo apenas para a empresa, mas j existente no mercado nacional. Em contrapartida, menos de 1% indicou que o grau de novidade da inovao alcanou o patamar mundial.

A caracterizao da inovao brasileira como incremental partiu da classificao de Freeman e Perez (1988) que criaram uma tipologia para o grau de impacto da inovao desenvolvida em um local. So quatro nveis crescentes: as inovaes incrementais, as inovaes radicais, mudanas no sistema tecnolgico e as mudanas no paradigma tecnoeconmico.

A prevalncia da inovao incremental vai ao encontro da segunda caracterstica que a pouco apresentamos, a informalidade da inovao. Isso porque as atividades inovadoras brasileiras ocorrem, na maior parte dos casos, de forma no formal, ou seja, no desenvolvida no campo da cincia e em laboratrios de pesquisa, mas sim no contato direto da empresa com o mercado e na relao com os fornecedores e clientes.

Duas informaes estatsticas da pesquisa da PINTEC (IBGE, 2013) comprovam essa caracterstica. Primeiro a informao sobre as atividades inovativas desenvolvidas pelas empresas revela que praticamente das empresas inovadoras brasileiras apontaram a aquisio de mquinas e equipamentos como a atividade principal relacionada inovao. Em compensao, apenas 6% indicaram a realizao de atividades internas de P&D e 3% apontaram a aquisio externa de P&D.

As fontes externas de informao empregadas pelas empresas inovadoras, outro dado da PINTEC (IBGE, 2013), a segunda informao estatstica que refora a ideia da prevalncia da inovao informal no Brasil. De acordo com esse dado os parceiros externos indicados pelas empresas como mais significativos para o processo inovador foram: as redes de internet, os clientes e fornecedores. Em contraponto, os tradicionais parceiros externos da inovao como as universidades e os institutos e pesquisa foram as fontes externas menos citadas pelas empresas.

A situao acima retratada pelos dados da pesquisa do IBGE (2013) confirma a relevncia da perspectiva interativa de inovao para a compreenso da dinmica brasileira inovadora.

Para alm de uma questo conceitual sobre o processo de inovao, essa preocupao em olhar a dinmica inovadora a partir da perspectiva do que realmente se desenvolve em termos inovadores no pas possui uma consequncia direta para a seleo de dados estatsticos que embasaram nossa anlise da distribuio geogrfica da inovao.

Como j afirmamos anteriormente a nossa preocupao foi a seleo de um conjunto de dados estatsticos que pudesse revelar, ou ao menos se aproximar, a dinmica da inovao a partir da perspectiva das interaes entre os agentes.

Assim, a escolha das informaes estatsticas pautou-se em trs principais aspectos: o posicionamento terico-metodolgico sobre a relevncia da inovao interativa na compreenso da dinmica inovadora brasileira, o levantamento de trabalhos j realizados que utilizaram dados estatsticos para caracterizar a inovao de um territrio e, por fim, as orientaes metodolgicas dos manuais da famlia Frascati da Organizao e Cooperao para o Desenvolvimento Econmico (OCDE).

Em relao a esse ltimo aspecto, sem alongarmos demais esse debate, consideramos relevante uma breve apresentao. A famlia Frascati composta por cinco manuais metodolgicos Manual Frascati, Manual de Oslo, Manual Camberra, Manual de Marcas e Patentes e Manual sobre o balano de pagamentos tecnolgicos - que foram organizados e reeditados com atualizaes de procedimentos e anlises de dados estatsticos na composio de indicadores de cincia e tecnologia pela OCDE. Segundo Godin (2001) foram editados inicialmente em 1963 e possuem atualizaes recentes.

O quadro 1 abaixo sintetiza os indicadores e a seleo dos dados que consideramos mais relevantes para a compreenso da geografia da inovao no Brasil.

Quadro 1 Indicadores da Geografia da Inovao no Brasil

Contedo

Indicador

Dado

Manual da Famlia Frascatti

Fonte dos dados na escala nacional

Inovao

Competitividade

Taxa de Inovao

Manual de Oslo

Pintec (IBGE)

Comrcio Exterior

Exportao de Produtos de alta tecnologia

SECEX do MDIC

Cincia-Conhecimento

Foras produtivas

Pesquisadores envolvidos em atividades de P&D

Manual Camberra

Pintec (IBGE)

Mercadorias

Patente na famlia tridica

Manual de Marcas e Patentes

MCTI

Fonte: TUNES, 2015, p.238.

notvel nas informaes do quadro a abrangncia dos dados analisados que no se limitaram apenas a questo da inovao em si. Isso se justifica pelo entendimento, como j afirmamos anteriormente, do processo de inovao a partir das interaes que ocorrem entre os agentes inovadores. Ademais, ressalta-se tambm na seleo dos dados a compreenso do importante papel do conhecimento e da cincia como foras produtivas para a inovao.

Assim se por um lado os dados revelam a inovao a partir dos dados da taxa de inovao - dado relativo a quantidade de empresas que se autodeclararam como inovadoras na pesquisa do IBGE e da participao do produto inovador na exportao de produtos de alta tecnologia, por outro evidenciamos tambm as interaes no campo do conhecimento tcito e codificado que contribuem para o processo inovador. Nesse ltimo caso se justifica a anlise dos dados de pesquisadores em atividades de P&D e as patentes.

Geografia da Inovao no Brasil. A distribuio concentrada.

A inovao brasileira caracterizada, como vimos, pela abrangncia incremental e pelos processos de aprendizagem informais e alicerados na aprendizagem via interao. Esses elementos contribuem ainda mais para a importncia da dinmica espacial.

Isso porque se os processos de aprendizagem so basicamente realizados de forma informal a partir da interao e entre as empresas e outras instituies de apoio, assessorias especializadas, institutos de pesquisa e ensino, dentre outras possibilidades, a aglomerao geogrfica um forte impulso para esses espaos de aprendizagem se fortaleam ainda mais.

O grfico um a seguir comea a delinear regionalmente essa concentrao. A regio Sudeste aparece com uma enorme participao no nmero de empresas inovadoras concentrando pouco mais da metade da produo da inovao do pas. Em contrapartida, as regies Nordeste, Norte e Centro-oeste possuem valores percentuais bem modestos, inclusive com a ausncia total de empresas inovadoras em alguns de seus estados como podemos notar no mapa um.

Fonte dos dados bsicos: IBGE, 2013.

Fonte do grfico: TUNES, 2015.

O mapa um representa a distribuio geogrfica das empresas no Brasil no trinio 2009 a 2011 auferidas pela pesquisa do IBGE (2013) por estados brasileiros.

Alm da evidente concentrao da inovao nas regies Sudeste e Sul que juntas respondem por mais de do nmero de empresas, interessante observar tambm no mapa que dos 27 estados brasileiros apenas 14 estados contam com empresas inovadoras. Norte, Nordeste e Centro-oeste somados contam com pouco menos de empresas inovadoras do que o estado de Minas Gerais e menos da metade de So Paulo.

Mapa 1 Brasil: Distribuio geogrfica das empresas inovadoras 2009 a 2011

Fonte: IBGE, 2013. Org. TUNES, 2015

Lemos et al (2005) chegaram a uma concluso semelhante ao analisarem a organizao territorial da indstria brasileira, especialmente a localizao das empresas industriais inovadoras.

Segundo a pesquisa, apenas 465 municpios do Brasil contavam com empresas industriais inovadoras em 2000, isso significa menos de 10% do nmero de municpios existentes no pas no mesmo ano.

As firmas que inovam e diferenciam produtos se distribuem por somente 465 municpios, que representam cerca de 49% da populao brasileira e 70% da renda. A renda per capita desse conjunto de municpios significativamente superior mdia nacional. Por outro lado, a ausncia de empresas que inovam e diferenciam produtos caracteriza um conjunto de 5.042 municpios, que representam cerca de 51% da populao brasileira e 30% da renda nacional (LEMOS et al, 2005, p.333).

O segundo dado que apresentamos para o debate o de exportao de produtos de alta tecnologia representado no mapa dois a seguir.

Mapa 2 Brasil: Exportaes de produtos de alta tecnologia por estados brasileiros 2012

Fonte: SECEX, MDIC.

Org. TUNES, 2015.

A discrepncia da situao paulista em relao aos demais estados tamanha nesse caso que muitos estados brasileiros, ainda que tenham alguma participao na exportao brasileira de produtos de alta tecnologia, sequer aparecem no mapa o registro do valor de suas exportaes.

O estado de So Paulo responde por mais de 55% das exportaes de alta tecnologia, o estado brasileiro que chega mais prximo desse percentual o Paran e Rio Grande do Sul com 7% de participao cada um, ou seja, muito distante da situao paulista nesse caso.

Arroyo (2012) faz uma anlise da dinmica econmica do estado de So Paulo a partir dos circuitos espaciais de produo industrial associado ao mercado externo. A autora argumenta que a estrutura das relaes mercantis do estado com o exterior difere consideravelmente dos demais estados por dois principais motivos: o contedo das exportaes paulistas e o fato da balana comercial do estado apresentar dficit constante entre 2001 e 2011.

O primeiro elemento, que o que mais nos interessa, Arroyo (2012) apresenta dados que se aproximam das informaes que estamos trabalhando aqui. Segundo a autora, o contedo das exportaes do estado se difere bastante do padro brasileiro em que h domnio dos produtos primrios e de commodities.

A diversificao da pauta exportadora, com crescente participao de produtos manufaturados, revela a densidade industrial do territrio paulista e a complexidade que sua economia outorga diviso territorial do trabalho. Cabe destacar que a composio de sua pauta diversificada de exportaes industriais tende a se diferenciar daquela que se especializa exclusivamente em ramos dependentes da disponibilidade de uma ampla base de recursos naturais, associada produo de bens intermedirios celulose, siderurgia, alumnio, entre outros. Aquilo que para o BNDES so commmodities manufaturadas, ou seja, produtos gerados atravs de processos industriais que representam um beneficiamento de uma matria-prima bsica e/ou possuem tecnologia amplamente difundida, podendo ser intensivos em escala, alm de intensivos em recursos naturais, como nos casos do alumnio bruto, dos produtos siderrgicos, dos derivados de petrleo e petroqumicos bsicos (VEIGA, 1994). O fato de exportar produtos industrializados de alto valor agregado explica o maior dinamismo das exportaes que So Paulo apresenta frente a outros estados da Federao. (ARROYO, 2012, p.10-11).

A partir das informaes do mapa 2 e das apresentadas por Arroyo (2012) podemos afirmar que as exportaes paulistas, alm de mais numerosas, possuem uma diferenciao em relao ao contedo, j que esto mais ligados a produo industrial e ainda de alta intensidade tecnolgica, o que confirma a primazia do estado no crescimento da atividade de inovao no Brasil.

O segundo ponto apresentado por Arroyo (2012) trata-se das deficincias em termos de valores da balana comercial paulista no perodo entre 2001 e 2011 analisado pela autora. Situao que permanece da mesma forma em 2014, segundo dados da SECEX/MDIC[footnoteRef:2]. Isso tambm um diferencial da situao de So Paulo j que o pas vem apresentando supervit constante na sua balana comercial nos ltimos anos. [2: Segundo dados da SECEX/MDIC o volume de exportaes do estado de SP ano de 2014 em US$ FOB foi de 51.458.040.451 e o valor das importaes, bem mais significado, foi de 84.808.733.815. ]

Esse fato explicado pela autora justamente pela dinmica econmica mais intensa do estado em relao ao restante do Brasil. As importaes so mais significativas porque h um mercado consumidor mais numeroso e de alto poder de consumo em termos de qualidade e nvel de tecnologia do produto e, alm disso, o estado sede de muitas empresas industriais importantes o que faz com que seja necessria a importao de componentes, insumos e tecnologia para a produo industrial no estado.

Assim, como sntese desse indicador, podemos afirmar que a hegemonia paulista nas exportaes de produtos de alta tecnologia colabora para evidenciar a diferena da produo de So Paulo em relao aos demais estados. Se entendermos que a exportao parte do processo geral de produo que com a circulao finalizado e o produto se transforma em mercadoria, a primazia paulista na circulao do produto de alta intensidade tecnolgica revela a sua posio primaz na diviso territorial do trabalho no que concerne aos produtos de maior contedo tecnolgico.

Veremos a partir daqui com os indicadores relacionados a cincia e o conhecimento como foras produtivas que a posio de destaque do estado de So Paulo na diviso territorial do trabalho relacionada a produo inovadora se acentua ainda mais.

O primeiro dado relacionado fora de trabalho so os pesquisadores envolvidos em atividades de P&D. Em nmeros totais na primeira dcada do sculo XXI (2001 a 2010) o nmero de pesquisadores cresceu pouco menos do que o dobro, passando de 125.968 para 234.797, segundo dados divulgados pela MCTI.

Em relao atividade exercida por esses pesquisadores, no Brasil em 2010, prevalece a fora de trabalho ligada ao ensino superior[footnoteRef:3] que registrou mais de 80% do valor total, seguida do setor empresarial[footnoteRef:4] (17,6%), governo (3,2%) e instituies sem fins lucrativos. [3: O nmero de pesquisadores refere-se ao somatrio dos pesquisadores do Diretrio de Grupo de Pesquisa (DGP) do CNPq com os estudantes de doutorado matriculados ao final do ano nos cursos reconhecidos pela Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (Capes), do Ministrio da Educao (MEC). ] [4: Pesquisadores so as pessoas de nvel superior ocupadas em atividades internas de P&D nas empresas privadas.]

Em relao a distribuio nos estados do nmero de pesquisadores envolvidos em atividades de P&D nas empresas inovadoras brasileiras, novamente a diferena do estado de So Paulo acentuada como podemos observar na tabela um.

Notamos nos nmeros da tabela um o estado de So Paulo possui pouco menos da metade do nmero de pesquisadores envolvidos em atividades de P&D. O segundo e terceiro colocados, praticamente empatados (Rio Grande do Sul e Minas Gerais) possuem praticamente quatro vezes menos pesquisadores do que So Paulo.

Alm da liderana em termos estaduais, o crescimento do nmero de pesquisadores envolvidos em atividades de P&D tambm chama a ateno em So Paulo. Segundo dados do IBGE (2000) para o trinio 1998 a 2000 o nmero de pesquisadores era bem menor, pouco mais de 11 mil, nmero este, como mostra a tabela 15, praticamente triplicou em 10 anos.

Tabela 1 Nmero de pesquisadores envolvidos em atividades de P&D nas empresas inovadoras brasileiras 2009 a 2011

Estados[footnoteRef:5] [5: Cumpre destacar que a ausncia de alguns estados brasileiros na tabela se justifica pela inexistncia de empresas inovadoras nesses estados como representamos no mapa 1.]

Nmero total

%

Amazonas

1 491

2,1

Par

372

0,5

Cear

1 143

1,6

Pernambuco

747

1,0

Bahia

896

1,3

Minas Gerais

7 942

11,1

Esprito Santo

310

0,4

Rio de Janeiro

5 949

8,3

So Paulo

32 909

46,1

Paran

4 718

6,6

Santa Catarina

5 128

7,2

Rio Grande do Sul

8 208

11,5

Mato Grosso

24

0,0

Gois

653

0,9

Brasil

71 351

100,0

Fonte: IBGE, 2011. Org. TUNES, 2015.

Ainda que a inovao informal e incremental do Brasil tenha pouca relao direta com os pesquisadores envolvidos em atividades de P&D, sobretudo aqueles que esto na universidade que um espao formal e pouco utilizado no pas para o desenvolvimento das atividades de inovao, vm anteriormente que conforme afirmou Furtado e Carvalho (2005) as atividades de P&D que existem devem ser consideradas no Brasil, pois no so desprezveis.

Isso ainda mais relevante quando comparamos esse dado do nmero de pesquisadores com os de publicaes e atividades de P&D e notamos que especialmente no caso do estado de So Paulo h forte correlao entre eles. Ou seja, o processo de aprendizagem que se relaciona com a inovao possui uma forte concentrao no estado de So Paulo.

Por ltimo, o mapa trs representa a distribuio do registro de patentes no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) para residentes no Brasil por estados em 2012.

Mapa 3 Brasil: Distribuio do nmero de patentes depositados no INPI, por residentes e estados brasileiros (2012)

Fonte: MCTI

Org. TUNES, 2015.

O mapa representa, mais uma vez, grande concentrao do estado de So Paulo e tambm nos demais estados das regies Sul e Sudeste. So Paulo concentra 42,1% das patentes brasileiras, seguido pelo Rio Grande do Sul e Paran que possuem, respectivamente 10,5% e 8,8% das patentes.

Tozi (2013) analisa a questo das patentes no Brasil como uma das manifestaes das desigualdades socioespaciais brasileira. Concordando em certo ponto com o que afirmou Harvey (2005) sobre a relao entre a propriedade intelectual e o capitalismo monopolista, Tozi (2013, p.7970) afirma que as patentes so um elemento jurdico-econmico simblico do perodo contemporneo e afirma que, na escala nacional no perodo compreendido entre 1998 e 2009, h uma concentrao significativa da concesso das patentes no Centro-sul brasileiro, como tambm evidenciamos a pouco.

Sintetizando todos os indicadores que representamos graficamente h evidncias muitos fortes de que o estado de So Paulo possui uma estrutura cientfica e tecnolgica densa que tem mais condies de dar subsdios ao processo de aprendizagem que essencial inovao.

Diversos autores chegaram a concluses semelhantes. Quadro et al (2000) falam, de um sistema de C&T maduro no estado de So Paulo fruto de investimentos pblicos federais e estaduais com destaque para a atuao da Capes, CNPq e FAPESP; Diniz e Gonalves (2005) concluem que poucas regies fora do estado de SP tem condies de desenvolvimento da indstria do conhecimento a partir da anlise do que os autores denominaram de infraestrutura do conhecimento no Brasil; Aurea e Galvo (1998) analisam a concentrao produtiva da inovao e da tecnologia no estado de So Paulo relacionando isso a base tcnico-cientfica com destaque para os dados de P&D. Enfim, a distribuio desigual e a concentrao espacial so evidentes.

Finalizando a discusso da distribuio concentrada do processo de inovao brasileiro podemos afirmar agora que a tese de que a produo inovadora guarda estreita relao com a produo das desigualdades espaciais foi confirmada a partir da anlise que apresentamos.

Alm da produo de desigualdades, podemos afirmar que a produo inovadora um meio e ao mesmo tempo condio para o desenvolvimento geogrfico desigual, isso porque a lgica da igualizao de um lado, com a homogeneizao do capital e das formas sociais de produo ligadas inovao, aprofunda e reproduz as desigualdades atravs da polarizao das foras produtivas e das possibilidades de aprendizagem territorial em poucos territrios que tem condies favorveis para a produo da inovao.

Para concluir alguns pontos. O reforo ao desenvolvimento geogrfico desigual

Embora o processo de inovao seja um fenmeno econmico mundial que atinge aproximadamente todos os pases do mundo atravs das Tecnologias de Informao e Comunicao (TICs) e da maior velocidade de transporte e comunicaes que as inovaes permitiram nas ltimas dcadas, a insero dos territrios economia do conhecimento desvela e reproduz os processos de desenvolvimento geogrfico desigual que Smith (1988) e Harvey (2005) chamam a ateno h bastante tempo.

O que esse texto mostrou que h uma imbricao importante entre a economia do conhecimento e o desenvolvimento geogrfico desigual. Sintetizando essa relao, necessrio frisar que a reproduo do capital inovador na contemporaneidade realizada condicionada ao desenvolvimento desigual, ao mesmo tempo em que, refora os pilares da desigualdade.

condicionada porque nem todos os territrios tm condies de insero na economia do conhecimento, pois h a necessidade de certa mobilizao de capital, conhecimento e fora de trabalho qualificada que no encontrado em qualquer lugar. No Brasil pudemos constatar isso de forma muito evidente na diferenciao das exportaes de produtos de alta tecnologia, do nmero de pesquisadores e do registro de patentes entre os estados brasileiros com fortssimo destaque para a liderana paulista em todos esses dados.

Alm de uma condio, o desenvolvimento geogrfico desigual tambm reforado pela economia do conhecimento, pois a concentrao do processo de inovao no estado de So Paulo amplia a distncia em termos tecnolgicos e de produtividade nacional, distanciando cada vez mais a economia paulista das demais do Brasil.

Nesse sentido, concluindo o texto, que consideramos que os processos dialticos de igualizao e diferenciao relativos ao desenvolvimento geogrfico desigual que indicou Smith (1988) so claramente expostos na anlise da economia do conhecimento. H uma igualizao no sentido de que as inovaes, sobretudo nos setores de transporte e comunicao, diminuram as distncias e muitas barreiras entre as regies brasileiras que hoje estabelecem fluxos de mercadorias, informaes, pessoas e capitais de forma intensa.

No entanto, como anttese a igualizao, h uma diferenciao na diviso territorial do trabalho associada inovao, nessa perspectiva de uma concentrao dos meios de produo e uma centralizao do capital em poucos estados brasileiros, especialmente So Paulo, que refora o desenvolvimento geogrfico desigual.

Referncias Bibliogrficas

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