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Lidando com a morte e o
sentimento de perda
Leyane GoesMellyna Garcia
Ana Carolina AlvesBrenda PeixottoBruna Brasil
Tayanan Medeiros
Os diversos significados da morte e do morrer
• Aspectos: Biológico, Social, cultural, histórico, religioso, legal, psicológico, clinico, ético e desenvolvimento.
• Costumes referentes à remoção e recordação dos mortos, transferências de bens e mesmo à expressão da dor variam muito de uma cultura para outra, geralmente são regidos por prescrições religiosas ou legais que refletem a visão que uma sociedade tem da morte e do que acontece depois.
A revolução da mortalidade e Assistência ao doente terminal
• A morte sempre foi um evento frequente e esperado, as vezes bem-vindo.
• Os avanços da medicina no saneamento básico novos tratamentos para doenças outrora fatais em uma população mais informada e mais consciente sobre a saúde resultaram numa revolução da mortalidade.
• Com esta revolução criou-se os cuidados paliativos para aliviar a dor e controlar os sintomas nos pacientes terminais.
Mudanças físicas e cognitivas que precedem a morte
• Declínio terminal: Refere-se especificamente a um declínio entre várias capacidades cognitivas, amplamente observado pouco antes da morte, mesmo quando fatores demográficos relativos a saúde são controlados.
• Quando o cérebro é privado de oxigênio, surgem certas imagens devido a alteração no córtex visual que podem resultar na percepção de um túnel, como os das imagens relatadas por pessoas que tiveram experiências de quase-morte
Confrontando a própria morte
• Depois de conversar com cerca de 500 pacientes terminais, Kübler-Ross delineou cinco estágios na relação com a morte:
• 1. Negação (“Isso não pode estar acontecendo comigo!”)
• 2. Raiva (“Por que eu?”)• 3. Barganhar por um tempo extra (“Se pelo menos puder viver até a minha filha casar, não vou pedir mais nada”)
• 4. Depressão• 5. Aceitação• Nem todos passam pelos 5 estágios e não necessariamente na mesma sequência.
Padrões de Luto• O modelo Clássico de elaboração do luto: Padrão clássico de quando a pessoa aceita a dolorosa realidade da perda, e aos poucos se liberta do vínculo com o falecido e se readapta à vida desenvolvendo novos interesses e novos relacionamentos. Geralmente segue uma sequência.
• 1. Choque e descrença: Imediatamente após a morte, aqueles que estavam mais ligados ao falecido sentem-se perdidos e confusos. À medida que se aprofunda o sentimento de perda, o entorpecimento inicial dá lugar a sentimento de tristeza e choro frequente. O primeiro estágio poderá durar várias semanas, principalmente após uma morte súbita ou inesperada.
Modelo clássico de elaboração do luto
• 2. Preocupação com a memória da pessoa falecida. No segundo estágio, que poderá durar de seis meses a dois anos, tenta-se resolver o problema da morte, mas ainda não se pode aceita-la. A viúva poderá reviver a morte do marido e todo relacionamento. Ocasionalmente, talvez seja tomada por um sentimento de que o falecido está presente. Essas experiências diminuem com o tempo, embora possam voltar ─ talvez durante anos ─ em ocasiões como o aniversário de casamento ou da morte.
• 3. Resolução. O estágio final ocorre quando a pessoa que sofreu a perda renova o interesse pelas atividades cotidianas. A lembrança do falecido traz sentimentos de afeto misturados com tristeza, em vez de uma dor aguda e ansiedade.
Luto: Múltiplas variações
• Nem sempre o luto segue uma linha reta do choque à resolução.
• Uma equipe de psicológos (Wortman e Silver) constatou a existência de três principais padrões de luto:
• Luto ausente: a pessoa enlutada não experimenta sofrimento intenso nem de imediato nem mais tarde.
• Luto crônico: pode ser especialmente doloroso e a aceitação, mais difícil, quando a perda é ambígua.
Atitudes em relação à morte e ao morrer durante o curso da
vida• Infância e adolescência• Entre 5 e 7 anos a maioria das crianças passa a entender que a morte é
• irreversível ─ que uma pessoa, animal ou flor morta não pode voltar a viver.
• Aproximadamente na mesma idade, a criança percebe dois outros conceitos: Primeiro, que é universal (todos morrem) e é inevitável; segundo, uma pessoa morta não é funcional (todas as funções vitais cessam a morte).
• O modo como a criança demonstra o luto depende do desenvolvimento cognitivo e emocional.
• Para o adolescente a morte não ocupa muito seus pensamentos. Assumem riscos desnecessários, dirigem de forma imprudente ou fazem experiências com drogas e sexo.
• Se preocupam mais em como vivem do que por quanto tempo viverão.
Idade adulta• Jovens adultos que concluíram sua formação e começam com uma carreira profissional, casamento, filhos, geralmente estão ansiosos para viver a vida.
• Jovens adultos (20-30) que desenvolvem doenças terminais, em vez de uma longa vida de perda como preparação gradual para a perda final da vida, ela veem todo seu mundo ruir de repente.
• Na meia-idade, entendem com mais clareza que antes que, de fato, eles vão morrer. O corpo lhes envia sinais de que não são mais jovens.
• Os idosos poderão ter sentimentos confuso sobre a perspectiva de morrer.
Perdas significativas
A perda do cônjuge• O estresse da viuvez geralmente afeta a saúde física e mental. A dor da perda pode prejudicar o sistema imunológico, resultando em dores de cabeça, tontura, indigestão ou dores no peito ou mesmo em morte.
• A viuvez também pode criar problemas práticos.
• Para as mulheres, as principais consequências provavelmente serão econômicas, enquanto para os homens, o isolamento social e a perda de intimidade emocional.
• Em última análise, a dor da perda pode ser um catalisador para a introspecção e o crescimento.
A perda dos pais na idade adulta
• 83 voluntários entre 35 e 60 anos constataram que a maioria dos filhos adultos que sofreu perda ainda vivenciava um sofrimento emocional ─ variando de tristeza e choro ate depressão e pensamentos de suicídio ─ após um período de um a cinco anos, principalmente em seguida à perda da mãe.
• A morte dos pais pode ser uma experiência que traz amadurecimentos: constrói um senso de identidade mais sólido e uma percepção mais urgente e realista de sua própria mortalidade, além de um maior senso de responsabilidade, compromisso e vínculo com os outros
A perda de um filho• Os pais raramente estão preparados para a morte de um filho.
• Aumenta o risco de pais, principalmente a mãe, que perderam o filho serem hospitalizados por doença mental. O estresse da perda pode até apressar a morte dos pais.
• Pais cujo filho morreu de morte traumática sofreram mais do que pais cujo haviam morrido de doença.
• 73% dos pais cujos filhos morreram em unidades de tratamento intensivo deram respostas religiosas ou espiritualistas.
O luto de um aborto espontâneo
• Para os budistas japoneses, um feto abortado, está em algum lugar no contínuo entre a vida e a morte.
• Na vida norte-americana, nenhum ritual para se lamentar, famílias, amigos e profissionais de saúde não costumam falar sobre as perdas, geralmente são consideradas insignificantes comparadas às de uma criança viva.
• A dor do luto pode ser mais angustiante sem o apoio social.
• Em 28 estados norte-americanos, foram aprovadas leis que estabelecem a emissão de certificado de nascimento para bebês natimortos.
Questões médicas, legais e éticas: O “direito à morte”
• Suicídio• Embora o suicídio tenha deixado de ser um crime nas sociedades modernas, ainda há um estigma contra ele, baseado em tanto em proibições religiosas quanto no interesse da sociedade em preservar a vida.
• Uma pessoa que expressa pensamentos suicidas pode ser considerada mentalmente doente. Em contrapartida, um número cada vez maior de pessoas considera a livre decisão, por parte de um adulto maduro, pôr fim à sua vida, uma atitude racional e um direito a ser defendido.
• Pessoas que pretendem se suicidar ocultam cuidadosamente seus planos, a maioria dá sinais de advertências: estão a falar sobre morte e suicídio; desfazer-se de objetos importantes; abuso de álcool e drogas; e mudanças de personalidade, como raiva, tristeza, tédio ou apatias incomuns.
Apressando a morte• Até algumas décadas atrás, a ideia de ajudar um ente querido que sofre a abreviar a própria morte era desconhecida.
• Eutanásia significa “boa morte”; ambo os tipos de eutanásia têm como objetivo pôr fim ao sofrimento ou permitir que um doente terminal morra com dignidade.
• Eutanásia passiva: retirada ou interrupção deliberado do tratamento que prolonga a vida de um doente terminal de modo a pôr fim ao sofrimento ou permitir uma morte com dignidade.
• Eutanásia ativa: ação deliberada para abreviar a vida de um doente terminal, de modo a pôr fim ao sofrimento ou permitir uma morte com dignidade (assassinato por misericórdia).
Autorização antecipada
• O desejo de uma pessoa mentalmente sã pode ser expresso de antemão em documento chamado autorização antecipada (testamento em vida) que contém instruções para quando e como interromper uma assistência médica ineficaz. Todos os 50 estados norte-americanos desde então legalizaram alguma forma de autorização.
• Algumas leis sobre “testamento em vida” aplicam-se apenas a pacientes terminais, não aqueles que estejam incapacitados por doenças ou ferimento, mas que podem viver muitos anos com dores agudas.
Suicídio assistido: prós e contras
• O suicídio assistido ─ quando um médico ou outra pessoa qualquer ajuda a alguém provocar a própria morte, por exemplo, prescrevendo ou obtendo um medicamentos ou permitindo que o paciente inale um gás letal.
• O suicídio assistido ainda é ilegal em muitos países.
• Os argumentos éticos a favor do suicídio assistido baseia-se nos princípios da autonomia e da autodeterminação: pessoa mentalmente competentes devem ter o direito de controlar sua própria vida, o momento e a natureza de sua morte.
• Os argumentos éticos contra o suicídio concentram-se em dois princípios; 1) a crença de tirar uma vida, mesmo com consentimento, é errado; 2) a preocupação com a proteção aos menos favorecidos.
Encontrando significado e
propósito para a vida e para a morte
• Em um estudo envolvendo 39 mulheres cuja média de idade era de 76 anos, aquelas que viam mais propósito na vida tinham menos medo da morte
• Segundo Kübler-ross, enfrentar a realidade da morte é a chave para viver uma vida que faz sentido: Quando você entende plenamente que cada dia em que você acorda pode ser o último da sua vida, você aproveita o dia para crescer, para se tornar mais daquilo que realmente é, para se comunicar com outros seres humanos. (p.164).
Reavaliação de vida • Reavaliação de vida, um processo de recordação que permite à pessoa ver a importância de sua própria vida.
• Poderá ter um significado especial na velhice, quando é capaz de promover integridade do ego ─ segundo Erikson, a ultima tarefa crítica de toda uma vida.
• Nem todas as lembranças favorecem a saúde mental e o crescimento. Idosos que fazem uso da recordação para auto compreensão demonstram uma integridade mais sólida do ego, enquanto aqueles que se entretêm com memórias agradáveis demonstram menos.
• A terapia de reavaliação de vida pode ajudar a pessoa a se concentrar no processo natural de retrospecção, tornando-o mais consciente, intencional e eficiente.
Desenvolvimento: Um processo para a
vida toda• Mesmo o morrer pode ser uma experiência de desenvolvimento.
• “Há coisas a serem ganhas e realizadas quando se morre. O tempo com e para aqueles que nos são próximos, a realização de um derradeiro e duradouro sendo de autovalor, e estar preparado para se desligar, são elementos de uma boa morte” (Weinberger, 1999).
• Escolhendo as possibilidades das quais vai se ocupar e dedicando-se a elas o máximo possível, até o derradeiro momento, cada pessoa contribui para a história inacabada do desenvolvimento humano.