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UNIVERSIDADE DE SAO PAULOr N sTtrtJTo DE c EoctÉrucl¿s
PETROLOGIA E GEOQUíIr¡ICA DO COMPLEXOALCALINO PONTA DO MORRO. MT
MARIA zÉun AGUIAR DE soUSA
Orientador: Prof. Dr. Excelso Ruberti
TESE DE DOUTORAMENTO
CoMISSÃo ¡uI-cADoRA
Nome
Presidente: prof. Dr. Excelso Ruberti
Examinadores: prof. Dr. Ari Roisenberg
prof. Dr. Celso de Barros Gomes
prof. Dr. Herbert Conceição
prof. Dr. Jaime Dexheimer Leite
Assinatura
SÃO PAULO1997
UNIVERSIDADE DE SAO PAULOINSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PETROLOGIA EALCALINO
GEOQUÍIVIICR DO COMPLEXOPONTA DO MORRO - MT
Maria Zelta Aguiar de Sousa
Orientador: Prof. Dr. Excelso Ruberti
TESE DE DOUTORAMENTO
oo.\o\
ìA -'lr,
l;/
Programa de Pós-Graduacão em Mineralogia e Petrologia
tttrryt'l¿Ë¿øtf iltiltr¡¡r¿lttttttttw
3090000570r
SAO PAULO
1997
SUMÁRIO
pg
RESUMO ... ............. .. IXABSTRACT
AGRADBCIMENTOS
r. rNTRODrrÇÃO
. .. .... .. xII
XV
01
0lI. I - Generalidades
1.2- Localização e Acesso
I.3- Aspectos da Geografia Física da Área ......,,,....
II . CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL... . .....
II. I - Gnrpo Cuiabá...........
II.2- Granito São Vicente
II.3- Vulcàricas de Mirnoso
Il.4- Formação Furnas..,,,,,.
II.5- Intrusivas Ponta do Mono.......
II.ó- Depósitos Cenozóicos.
III. METODOLOGIA...
III.I - Trabalhos de Carnpo
III.2- Análise Petrográfica.
IIl.3- Quimismo de Minerars
lll.4- Quimismo de Rochas..
III.5- Geocronologia,,..........,
IV - GEOLOGIA LOCAL
V - PETROGRAFIA
V.l- Granitos
V.2- Sienitos prirnitivos......
V,3- Sienitos evoluídos
V,4- Enclaves microgranulares....,,....,.,,,,,.
02
02
05
05
08
l0
llt2
l3
14
14
14
l5
l7
l8
l9
25
25
32
39
49
V.5- Diques.......
VI - QUÍMICA
VLl- Feldspatos,
VI.2- Anfibólios
VL3- Piroxênios.
VI.4- Olivrnas,...
VI,5- Enigrnatita
VI 6- Micas........
DE MINERAIS.. . .. . .
53
58
58
71
86
VI.7- Espinélios (Fe e Ti) e Ihnenitas 118
vrr - QUÍMrcA DB ROCHAS ..............124
VlI.l- Elementos Maiores e Menores....,. ........................124
......... .... ... 13 I
VII.3- Classificaçâo Quirnica das Rochas. .. ... ....135
VII.4-AmbientesGeotectônicos.........,,.... ......................137
VIII - GEOCRONOLOGTA .,................ ......... ..........140
rx - CONSTDERAÇÕES PETROLÓGTCAS E FrNArS. ................144
IX. I - Possivel Gênese dos Enclaves Microgranulares , ........ , . , .., . 144
IX.2- Aspectos Texturais e Transformações Mineralógicas de Temperatura
Mais Barxa ou Pós-Magrnáticas 146
IX.3- Mineralogra Normativa e Locação das Rochas Estudadas no
Tetraedro Granítico...... . .148
IX.4- Condições de Cristalização..,....,...... .......... ..... ..153
IX.4-l- Ternperatura hrferida Através do Conteúdo de PzOs ..........153
IX.4-2 - Assernbléia Mineralógica Como Indicadora da Ternperatura e
Fugacidade de Oxigênio... ......... ......154
IX.5- Considerações Finais .. ... . .. . ..159
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .. .. . .... ....162
il
ÍNoIcB DE FIGURAS
pg
Figura I-l: Mapa esquetnático de localização e açesso à área ..,,,,,,.......04
Figrrra II- I : Mapa simplificado da regiào
Figura IV-1: Vista panorâmica do Cornplexo Pollta do Morro,........,,,.,.20
Figura IV-2: Mapa de localização de pontos de arnostragem ................21
Figura IV-3: Aspectos de aflorarnentos ......,.,...,..... .........22
Figura IV-4: Bloco de tnicrossienito com enclaves do tipo
rnicro granular félsico
Figura IV-5: Amostra de rnicrogranito com enclaves do tipo
rnicro granulal ln áfico
Figura V-l: Diagrarna QAP de classificaçào rnodal .
Figura V-2 - Fotomicrogrâfia: Granito- detalhe de intercrescilnertto
gráfico.....,,.... ... ........... . .... . .30
Figrra V-3 - Fotomicrografia: Granito-intercrescimentos gráfico,.. , ......... 30
Figura V-4 - Fotomicrografia: Microgranito-intercrescimento
gráfico em mesopertitas . ........... 3 1
Figura V-5 - Fotomicrografia: Microgranito-agregado de eginna,
feno-winchita, feldspato alcalino, quartzo e .. .... ...... , , ........... 3 I
Figura V-6 - Fotomicrograf¡a: Mela-sienito - pseudomorfo de
fenocristal de salita
Figra V-7 - Fotomicrografia: Sienito médio amarelo-esverdeado-
textura e anfibólio zonado .........40
Figura V-8 - Fotomicrografia: Sienito rnédlo amarelo-esverdeado-
detalhe de anfibólio zonado
Figura V-9 - Fotomicrogrefia: Arfuedsonita sienito - grâos de
ortoclásio e egirina alterada
Figura V-10 - Fotomicrogratia: Riebeckita slenito - detalhe de
transformaçâo de egrrina ...........43
0ó
23
23
26
34
4t
43
lll
Figura V-11 - Fotomicrografia: Fayalita sienito _ textura e grãos de
fayalita
Figura v-12 - Foromicrografia: Fayarita sienito - detalhe de cristal
de fayalita alterado .....,,.......... 47Figura V- I 3 - Foromicrografia: Fayalita sienito _ pseudomorfo de
fayalita ............... 47Figura V-I4 - Fotomicrografia: Fayalita sienito _ cr.istal de egirina
alterada para feno-barroisita....., .... . ....48Figua V- I 5 - Foromicrografia: Fayalita sienito _ assocração de
rnáficos...,...... ... ... .4gFigura V- I ó - Iotomicrografia: Enclave microgranular lnáfico _
ocelo e lnatriz
Figura V- I 7 - Fotomicrografia: Enclave rnicrog¡anular uláfico _
detalhe de ocelo
Figura V- I 8 - Foromicrogrâfia: Enclave rnicrogranular felsico _
textura porfirítica com fenocristais,,,.........,.,... ,. . ..... . . ...54Figura V-19 - Foromicrografia: Enclave rnicrogranular félsico _
detalhe de plagioclásio bytownitico .....,.. .,,....54Figura V-20 - Foromicrogrâfia: Enclave microgranular felsico _
detalhe de fènocristal de salita...... ,. .............. .55Figrrra V-2 I - Fotomicrografia: Traquito _ textura glornero_
porfirítica em matriz traquítica....... ............,.....5jFigrra V-22 - tr oromicrografia: Traquito _ textura pórfiro_
traqttitica....... ,.......,...........,,....57Figura Vl-l.l: Variação cornposicional dos feldspatos das rochas
mais primitivas
Figura VI-l .2: Yariação composicional dos feldspatos de dois
sienitos prirnitivos e quatro mais evoluídos,..,,.,....,.,....,. .... ..69
.46
51
52
68
IV
Figua VI-l.3: Variação cornposicional dos feldspatos de
granitos, rnicrogxanitos e traquito,,..... . .. .... 70
Figura VI-2.1: Locaçâo dos anfibólios nos diagramas de
classificação de Leake (1978).. .... ...............79
FrguraYT-2.2: Locação dos anfibólios sódico-cálcicos e alcalinos
nos diagramas de Leake (1978) ... ... .... . 80
Figura VI-2.3: Locação dos anfibólios alcalinos nos diagtarnas de
classificação de Leake (1978). .... . ....... ......81
Figura VI-2.4: Locação dos anfibólios nos diagrarnas Mg-Ca-Fe*
eCa-K-Na..... . . . 82
Figura VI-2.5: Evolução cornposicional dos anfibólios no
diagrarna Ca+Alvr vcrszs Si+Na+K
Figura VI-2.6. Diagrarnas de variaçâo cornposicional dos
anfibólios
Figura VI-2,7: Diagrarnas de variação cornposicional dos
anfibólios . ..... .85
Figura VI-3.1: Composiçâo dos piroxênios no diagrama de
classificação (Q-J) do IMA (Morimoto, 1989)............. ..... 91
Figura VI-3.2: Cornposiçâo dos piroxênios no diagtama de
classificaçâo (En-Wo-Fs) do IMA (Morimoto, 1989) .. .. 92
Figura VI-3.3: Distribuição dos piroxênios no diag'am WEF-Jd-
Ae (Morimoto, 1989) .. ........ 93
Figura VI-3 4: Distribuição dos piroxênios no diagrarna Na-
Mg-Fe* .... 94
Figura VI-3.5: Cornparação entre o "trend" cornposicioual dos
piroxênios do Cornplexo Ponta do Morro e da Lteratura , .... .. . 95
Figrna VI-3.ó: Diagrarnas de variação composicional dos
piroxênios . .. .. ..91
83
84
V
Figrra VI-3.7: Diagramas de variação cornposicional dos
piroxênios .. .... 98
Figura. VI-3.8: Diagralnas de variação cornposicional dos
piroxênios ........ 99
Figura VI-4,1: Locaçâo das olivinas no diagtarna de classificaçâo
(MgÆe2+Mg) versu,s (Fe2lFe2+Mg; e no diagrarna
triangular MgO-FeO-MtrO ,,..,,,. . .. .. 103
Figrrra Vl-4.2: Diagrarnas de variação cornposicional das olivinas.... ... 104
Figura VI-5: Diagrarnas de variação composicional das
enismatitas
Figrra VI-ó l: Distribuição das rnicas no diagrama classilÌcatório
AlIv versu,t Fe/(Fe+Mg) ..... I 1 3
Figura VI-ó.2: Variação composicional das biotitas . . 114
Figura VI-6.3: Locação das biotitas nos dìagrarnas (Alrv+Ti)-Mg-
(Fe2*+Mn)eAl2Or-MgO-FeO......,...... ...... .I15
Figrra VI-6.4: Locação das biotitas nos diagrarnas Mg-
lAIIV+Alvr;-Fe eMg-K-Fe.
Figura VI-6.5: Variação composicional nircleo e borda das
biotitas ......... . 117
Figura VI-7.1: Locação dos minerais óxidos no diagrarna FeO-
TiOz-FezOr,... ......121
Figrua YI-7.2. Diagrarnas de variação composicional das
ihnenitas e espinélios de Fe e Ti
Figura VII-1. I : Diag¡arnas de Harker..,...
Figura VII-l.2: Diagrarnas de Harker
Figura VII- 1 .3: Diagramas de variação de elelnentos traços re rsu,s
sí1ica....,,,....... . ....130
Figura VII-2 l:Diagramaálcalisx sílica(Irvine &Baragat',1971) . .. l3l
Figura VII-2.2: l)iagxama AFM (lrvrne & Baragar, l97l). . .. . .. ..... 132
108
116
122
128
t29
VI
Figura Vll-2 3:
t971)
Diag¡ama A/CNK x A/NK (Maniar & Piccoli,
FiguraVII-2.4: Diagxamas ZrlTiO2x SiO2 e Nb/Y x ZrlTiO2 ... ..... 134
Figura Vll-3.1: Diagrama álcalis x silica (Cox etal., 1979).... .... . ... 136
Figura VII-3.2: Diagrama ácalis x SiO2 (Middlemost, 1985) .. .. ... .......137
Figura VII-4.1: Diagrama Rr - Rz (Batchelor & Bowden. 1985). ... ..... 138
Figura VII 4.2: Diagrarnas Y x Nb e (Y+Nb) x Rb (Pearce et al.,
1 984).............
Figura VIII-l: Diagrarnas isocrônicos de referência Rb/Sr. .. .
Figura VIII-2: Diagrarnas isocrônicos de referência Rb/Sr ...,
Figura IX-3: Diagramas Qz-Ab-Or e Ab-An-Or
Figura IX-4,I Diagrama P2O5 versus SiO2 ....,.........
Figura IX-4.2: Diagrarna Temperatura (T) ver,su:i Fugacidade de
Oxigênio 1./Oz) .
133
...139
... t42
.. 143
150
. .153
... 1s6
vil
ÍNorcB DE TABELAS
Tabela II-1: Coluna estratigTáfrca sirnplifìcada da regrão do
Complexo Ponta do Mono . , ... , .....
Tabela V-l: Análises modais de rochas do Cornplexo Ponta do
Morro............
Tabela VI-l: Cornposição quÍrnica e fónnula estrutural de
feldspatos
Tabela VI-2: Cornposição c¡uímica e fómula estrutural de
anfibólios
Tabela VI-3: Cornposição quírnica e fónnula estrutural de
clinopiroxênios .
Tabela VI-5. I : Composição quírnica de olirnnas . 102
Tabela VI-5 , 1 : Composição quírnica de enigmatitas . . ... . .. 107
Tabela VI-5.2: Cornposição química de enigmatitas da literatura.......... 106
Tabela VI-ó: Cornposição química e fórmula estrutural de biotitas........ l l l
Tabela VI-7: Composição química de minerais óxidos ... ... .......... ...... .... I I 9
Tabela VII-I: Composição quírnica de rochas do Cornplexo
Alcalino Ponta do Morro , ..... ... .. .... ......... ....... .... 126
Tabela VIII-I: Dados isotópicos Rb-Sr para as rochas dos
Cornplexo Alcalino Ponta do Morro.
Tabela IX-3: Composição nonnativa de rochas do Complexo
Alcallno Ponta do Morro .. .... . .. . . . .. l 5 l
pc
05
27
ó0
73
87
t41
v llt
RESUMO
O Cornplexo Ponta do Mono, constitui utna associação de rochas de
caráter dorninantemente alcalino, confi¡rurando elevações. enr forma de rneia lua,
ressaltadas na Planícre do Pantaual Mato-grossense. Ocupa uma área de
apl'oxirnadarnente 7 kmr. situada a aptoximadatnente 150 kn de Cuiabá, no Distritode Mimoso, Murricípio de Santo Antônio do Leverger, Estado de Mato Grosso.
Insere-se elr ul'n contexto geológico regional qtte tem colro representante do Pré-
Cambriano Superior o Grupo Cuiabá, e do Paleozóico hrferior o Granito São
Vicente e as Vulcàricas de Mìrnoso; sobre essas I'ochas, depositaram-se em
discordância lltológica, os sedirnentos devono-silurianos da Fonnação Fumas e os
Depósitos Cenozóicos.
t,itotipos de conrposiçâo granítica, e sienitica levernente
supersaturada, se dispõern neste cotnplexo, em afloratnentos nâo continuos,
apresentanclo, em suas bordas ocidental e oriental, respectivarnente, enclaves
lnicrograrulares e diques ácidos. Classificam-se, de acordo corn o diag¡arna QAP,como álcali-feldspato granito, quartzo álcali-feldspato sienito, álcali-feldspatosienito, quartzo sienito e sienito. correspondeutes aos granitos peralcalinos e às
séries alcalina sódlca e alunino-potássrca, apresentando oaracteristicas de
ambientes intra-placas, da classificação proposta por Bowden et al. (1984)
Contexto geotectônico este, tarnbém confinnado, através do cornportarnento de
elementos maiores e traços.
Os estudos petrográficos e geoquimicos evidenciaram que o
Cornplexo Ponta do Morro é constituido por uma tipica associação de granitóides
alcalillos, arrorogênicos, do tipo A, exibindo una iuteusa variação textural e
rnineralógica, e carátet birnodal, Os sienitos rnais prirnitivos (microssienito, rnela-
sienito, sienito médio, sienito fluidal) correspondem às composições rnetaluminosas
e os r¡ais evoluídos (fayalita sienito, sienito grosso, arivedsonita sienito, riebeckitasienito) às peralcalinas; enquarlto que, os grauitos, litotipos rnais abundantes,
variarn desde peraluninosos (biotita-granito) a peralcalinos (egirina-riebeckitagranito), passando por termos metaluminosos (feno-barroi sita ppanito).
Os feldspatos estão presentes ern todas as variedades litológicasestudadas, constituiudo a fase mineral rrais importante do ponto de vistaquantitativo, estando representados apenas pol feldspatos alcalinos, naquelas mais
evoluídas, e tarnbéln por plagioclásios cálcicos, nas mais prirnitivos. O feldspatoalcalino, gerahnente rnesopertítico, apreseuta preferenciahnente uln caráter'
hipersolvus, A presença de feldspato sódico, dissociado do potássico, é rnais
restrita, caracterizando os litotipos suhl;olw,s, coincidentes gerahnente, com tenrosmenos evoluidos da série. Intercrescirnentos rnicrográficos são rnuito comuns,principahnente nos gtauitos.
IX
Os anfibólios representarn a fase máfica mais abuudante das rochas
do Complexo Alcahno Ponta do Mono, No enclave microgranulal máfico, eles são
cálcicos (tschennakita e homblenda) e sódico-cálcico (barroisita); nos sienitosprìrnitivos e enclave rnicrogranular felsico eles variam, preferenciahnente, de
actinolita e tschermakita a fenohomblenda: enquanto que, nos sienitos mais
diferenciados, feno-winchita e fero-barroisita evolueln para tennos alcalinos, tais
como arFøedsonita e riebeckita. Nos g¡anitos, eles valiam de fero-homblenda a
riebeckita, passando por ferro-barroisita, Podeln ser separados ern dois grupos: run
constituído por tennos ricos ern (Ca+Alrv) e pobres ern (Si+Na+K), cristalizadosnum estágio magrnático precoce; e nm segundo caracterizado por alfibólios pobres
ern (Ca+Allv) e ricos em (Sir-Nar-K), tais como arfuedsonita e riebeckita,
desenvolvidos ern unr estágio rnagnático tardio. Estudos experimentais, a 1 kb de
pressão, indicarn para a solução sólida arfuedsonita-riebeckita, cristalização sob
baixas fugacidades de oxigênio, e temperaturas de 695"C, no tampão IW (feno-wustita) (Emst, 1962 in: O'Halloran, 1985).
Os clinoprroxênios são encontrados na maiona dos litotiposestudados, exìbrndo uma extensa variação cornposicional, indo de termos
essencialmente cálcicos até sódicos, passando por tennos cálcico-sódicos. Nas
rochas mais primitivas, eles possuem composição rnais cálcica, correspondentes às
salitas, ferrosalitas e augitas; sendo considerados corno os piroxênios rnais
precoces, cristalizados contemporaneamente ou depois da fayalita, antes dos
plagioclásios e das mesopertitas, sob condições de baixa atividade de sílica. Ospiroxênios cálcico-sódicos se cristalizaram depois dos cálcicos,contemporaneamente aos anfibólios sódico-cálcicos; enquanto que, o piroxêuiosódico (egirina) é tardio, caracteriza os litotipos rnars diferenciados, e se cristalizajunto corn quartzo e anfibólios sódicos, evidenciando a cornposição alcalina do
líquido residual.
A paragênese encontrada, beln como o conteúdo de P2O5, sugeretnque as rochas do Cornplexo Alcalino Ponta do Morro iniciaram sua cristalizaçãopor volta de 900-800"C, sob baixa atividade de SiOr, com.f)2 entre os tampôes
QFM e MW, isto é, sob condições redutoras, como também evidenciado pelo baixovalor de mg# dos minerais ferromagnesianos primiîios. A cristalização de
arfuedsonita-riebeckita, egirina e astrofilita pode ter ocori<lo a ó95"C; euqualttoque, a associação rnineralógica tardia (feno-actinolita, biotita, rnagnetita) deve tersido desenvolvida abaixo de 550"C, sob condições de tambérn baixalO2.
O mais provável esquelna de cristalização dessas rochas, euvolve a
formação precoce de piroxêrrios e anfibólios cálcicos + aenigrnatita + fayalita +plagioclásio, seguida pela cristalização de piroxênios e anfìbólios cálcico-sódicos e
uma posterior solidificação de feldspatos alcaliuos -1- quartzo -l- anfibólios e
piroxênios sódicos + astrofilita (possivehnente) + biotita, Corn runa assembléia de
X
cristalização tardia constituída principahnente por ferro-actinolita, óxidos, quartzo e
sericita.Dois tipos de enclaves microgranulares forarn distrnguidos nas
rochas estudadas. O rnais abundallte, apresenta caracteristicas de enclave
microgranular félsico, possuindo as mesmas feições texturais e mineralógicas da
fácies rnarginal hospedeira (microssienito, sienito rnédio e sienito fino), cuja
presença foi interpretada como porções de margeus resfriadas, remobilizadas pelo
líquido, durante a sua colocação, O segundo, caracterizado como ettclave
microgranular lnáñco, ocorre apelìas tìo rnicrogxanito, seudo coltstituído
essencialmente por anfibólios e plagoclásio cálcic<ls; represetrtaudo segregações de
minerais rnagnáticos precoces,
As determinações radiornétricas, pelo rnétodo Rb/Sr, fomeceram
idade de 100,1+l,l Ma e razão inicial de 0,705201 0,00.1 0 para a colocação deste
complexo. Os baixos valores desta razão inicial, lnuito próxirnos daqueles da linha
de evolução do manto, sugerem que as rochas do Complexo Alcahno Ponta do
Morro forarn originadas de magmas de derivação rnantélica. Provavelmente gerados
na litosfera subcoutinental, a exemplo do sucedido coln outros cotnplexos alcalinos
brasileiros (Mono Redondo, Juquiá, Piraturi, e Tuuas).
As caracteristicas químrcas, mineralógicas e isotópicas das rochas
estudadas i¡dicarn uma gênese relacionada com a cristalização fracionada de um
magma de derivação mantélica, de cornposição metaluninosa (sernelhante àquela
do mela-sienito, microssienito e enclaves microgranulares), envolvendo piroxênios
e anfibólios cálcicos e plagioclásio. Cujo fracionamento seria responsável pela
condução de rnagmas rnetaluminosos, de composição dos sienitos primitivos, àmagmas peralcalûros, de composição dos sienitos e granitos rnais evoluídos. Infere-
se ainda, que a cristalização precoce dos clinopiroxênios cálcicos euriqueceu o
líquido em ferro, dos anfibólio cálcicos proporcionou ulna maior saturação em
sílica; enquanto que, o fracionamento dos plagioclásios cálcìcos, foi o principal
responsável pelo caráter peralcalino do líquido residual.
A remarcável semelhança rnineralógica dos litotipos, sugere que os
sienitos e granitos são consangtiíneos; no entanto, o comportamento geoquímico
diferenciado dos biotita-granitos evidencia que, apeuas para eles, ocorreu unaprovável atuação de contarninação crustal, responsável pelo rnaior euriquecirnento
em SiOz, pela dirninuição relativa de Zr, MnO, Na2O e KzO, e pelo caráter
peraluminoso desses grarritos.
Outros processos alént de fraciollamento e colttaminação crustal,
tais como rnodìficações subsolidus estão envolvidos na cristalização das rochas do
Complexo Alcalino Pouta do Mono. lsto é, durante a sua colocaçâo, fluidos juvenís
derivados da cristalização do rragma, e fluidos crustais reciclados devem ter
reagido corn a rocha sólida, fonnando os produtos de alteraçâo hidrotennal.
XI
ABSTRACT
The Ponta do Morro Cornplex cousists of an alkaline-dominated
association outcropping as half¡noon like eievations irt marked contrast with the
lowlands of tlre Matogrossetlse Pantanal basin realm. It covers an area up to 7 krn2
located 150 km fiom Cuiabá in the Mimoso District of Santo Antônio do Leverger
Town, Mato Grosso State. The regional geological fialnework collsists of tlìeNeoproterozoic Cuiabá Group, the Early Paleozoic São Vicente Granite and
Mimoso Volcanics which are overlaill by the Devonian-Siluriall Fumas Fonnation
and Cenozoic sedimentary deposits.
Granites and slightly oversattrated syenites with microgranular
enclaves and cut by acidic dikes occtus as disrnet¡bered outcrops, respectively in
the estenl and westem borders of the Complex. QAP classification encolnpass
alkali-feldspat granites, quartz-alkali-feldspar syetrites, alkali-feldspar syenites,
quartz syenites and syenites wich correspond to the peralkaline granites and the
alkaline-sodic to alkaline-potassic series. Following tlte proposal of Bowden et al.
(1984), the Complex is considered to have developed in an intra-plate tectouic
environment which is also confirmed through the geochernical behaviour of major
and trace elements.
Petrographic and geochemical studies showed the Complex toconsist of a bi-rnodal, alkaline, anorogenic, A-type granitic associatiou with strong
textural and mineralogical variations, The more primitive syenites (microsyerlite,
mela-syenite and fluidal syenite) conespond to the meta-aluninous cornpositions
and the more evolved ones (fayalite syenite, coarse-grained syenite, arfuedsonite
syenite, riebeckite syenite) to the peralkaline cornpositions whereas the granites, by
far the most abrmdant rock type, vary form peralumiuous (biotite granite) toperalkaline (aegirine-riebeckite granite) with minor metalumirrous Fe-barroisite
granite.
Feldspars are the rnost irnportant rninelalogical phase being
represented by alkaline-feldspar in the more evolved types and also by calcium-
plagioclase m the rnore prirnitive ones. Alkaline mesoperthitic feldspar is typically
hipersolvus while sodic-feldspar alone is rnore restricted characteriziug the
subsolvus types. Microg¡aphic overgxowths are colnmon specially in granitic
compositions,
Arnphibole is the rnost abundaltt mafic phase in the Ponta do Morro
Atkaline Cornplex. Its cornposition varies fioln calcic (tschennakite and
homblende) to sodic-calcic (barroisite) in the rnafic microgranular enclaves; Íìotn
actinolite to tschermakite to Fehonlblende in prinritivc syenites and felsic
rnicrogranular errclaves and fiorn Fe-wiuchite and Fe-banoisite to arfvedsonite and
riebeckite iu the more evolved syenites. ln the gtanites, the arnphibole varies from
xil
Fe$omble¡de to Fe-banoisite to riebeckite which can be separeted into two
groups. The first one is (Ca+A1rv¡-rich, (Si+Na+K)-poor crystallized in an early
rnagmatic episode while the second one consists of (Ca+Allv)-poor, (Si+Na+K)-
rich amphiboles such as arfuedsonite-riebeckite developed in a late rnagrnatic stage,
Experirneltal studies i¡dicated low .fOz and temperatues at about 695"C for the
crystallization of the afvedsonite-riebeckite solid-solutiou,
Clinopyroxenes are widespread ill most studied rocks presenting
large compositional variations from calcic to calcic-sodic to sodic. ln the lnore
primitive rocks, clinopyroxene is calcic conespondillg to salite, Fe-salite and augite
and is considered the earlier pyroxene which crystallized together with or soll after
fayalite and before the crystallization of plagioclase alld meso-peÍltites, urdel' low
Si activity conditions. The calcic-sodic pyroxene crystallized after the calcic one
along with the calcic-sodic arnphibole while the sodic pyroxelìe (aegirirre)
crystallized togetlrer with quartz atrd sodic arnphibole ill the more evolved types
from an alkaline residual liquidThe rnineralogical assemblages along with the P2O5 contents suggest
that the Ponta do Morro Alkaline Complex started crystallizing at temperatures
about 900-800"C under low Si activity and ,fO2 between QFM and MW buffers,
i,e., under reducing çonditions as evidenced by the low mg# values for Fe-Mg
primary phases, Crystallization of arfvedsonite-riebeckite, aegirine and astropþllitemay have occurred at temperatures arouud 695uC, whereas the late rnineralogical
assemblage (Fe-actinolite, biotite, magnetite) may have developed below 550"C
under low.p2 conditions as well.The more likely crystallization path may have been as follows: early
crystallization of calcic p)"roxene and arnphibole plus aenigrnatite, fayalite and
plagioclase which was succeeded by the crystallization of calcic-sodic pyroxenes
and amphiboles and ending with the crystallization of alkalhe-feldspar plus qualtz,
sodic pyroxene and amphibole, astrophyllite (probably) and biotite.
Two kinds of rnicrogranular enclaves were distinguished in this
study. The most colnrnon is of felsic composition with similar textural and
mineralogical characteristics to that of its rnarginal facies host (microsyenite,
rnedium and fine-grained syenite) which was interpreted as ÍÌagrnentes of cooled
rnargins engulfed during liquid ascent, The second one, the rnafic enclaves, is
restrict to the rnicrogranite facies and consists of arnphiboles aud plagioclases.
These enclaves are interpreted to have developed fi'om the segregation of the earlier
mineral phases.
Radiometric detenninations by Rb/Sr systematics yielded an age of100,1+l,l Ma, with an uritial ratio of 0,70520+0,0010, for the rnagnatic event. The
low initial ratio found is close to those of the rnantle evolution lure suggesting the
Ponta do Mono Alkalure Colnplex to have beetr geuerated fiom subcontinelltal
xilt
mantle derived magmas as happened with other brazlliatt alkaline complexes
(Morro Redondo, Juquiá, Piratrni and Tunas),
Chernical, rnineralogical and isotopic characteristics of the Ponta do
Morro Alkaline Cornplex suggest its origin fiorn the fractional crystallization of ameta-aluminous subcontinetrtal lnantle derived magma involving arnphibole,
plagroclase and pyroxene, This process would be responsible for the observed
trend, 1.e., fiom meta-aluminous (prirnitive syenites) to peralkaline liquids (rnore
evolved syenites and granites), It is also suggested that early crystallization of calcic
clinopyroxene is responsible for iroll enrichrnent, whilst arnphibole 1Ìactionation is
for raising silica saturation and calcic plagioclase for the peralkaline cl.raracter of the
residual liquid.The rernarkable sunilarity arnong the rock types of Ponta do Mono
Alkaline Cornplex suggests syenites and granrtes beirrg co-sanguineous, however
the differentiated geochemical behaviour of biotite g¡rarrites suggests crustal
contamination to accorult for Si enrichlnent, relative depletion in Zr, MnO, Na2O
and K2O and its peralutninous character.
A process other thau ÍÌactional crystallization and crustal
contamination are also rnvolved ln the fonnation of the Ponta do Morro AlkalineCornplex. It is suggested that durnrg the ernplacernent, rnagrnatic juvenile fluids and
recycled crustal fluids interacted with solid rocks giving nse to hydrothennallyaltered products.
XIV
AGRADECIMENTOS
O êxito de tudo o que realizarnos depende de circunstâncias, das
quais algunas sâo ceftas e outras, aleatórias; algurnas só dependern do uosso
esforço, outras, da colaboração de terceiros. Assim tar¡bém acontece na elaboração
de uma tese. Por mais que consideretnos os llossos esforços despendidos em leitura,
esfudo, pesquisa, organização e sisternatização, uoites iusoues. tensões, horas-
extras eln laboratórios e bibliotecas, não podemos otnitir ressaltar a participação
daqueles que, direta ou indiretarnente, nos ajudararn a chegar a este molnento de
conclusão de rnais uma etapa de uossa fonnação acadêlnica.
É por rsso que o llosso pnrneiro espaço na apresentação do presente
trabalho é dedicado, como de praxe, aos agtadecimetrtos.
Inicialmente, desejamos lnanifestar publicarnente os nossos
agtadecimentos e adrniração ao nosso Professor Orientador, Dr. Excelso Ruberti,
que com toda a sua capacidade intelectual e boa volrtade, tonlou-se elemento
decisivo na concepção e elaboração da nossa tese, uâo só rnostrando os rumos, mas
percorrendo cotlosco todos os carninhos, desde os trabalhos de carnpo, realizaçào
das análises de rnicrossonda eletrônica, até a fase fìnal de redação e edição, tendo
se rnanifestado rnais que um orientador> mas se tomado utn verdadeiro "ciunplice".À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior
(CAPES) pela concessão de bolsa do Programa de Incentivo à Capacitação
Docente (PICD).
À Universidade Federal de Mato Grosso pelo patrocínio das etapas
de campo e diversas formas de apoio concedidos.
Ao Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, pela
permissão de uso de seus equipamentos e instalações, ern especial: à Marta e
Tadeu, da secretaria do Departamento de Mineralogia e Petrologia; ao Prof. Dr.
Wilson Teixeira, Ivone Souoki e Helen Sonoki, do Centro de Pesquisas
Geocronológicas; ao Prof. Dr. Gergely Szabó e à Angélica, do Laboratório de
Microscopia; à equipe do Laboratório de Microssonda Eletrônica; aos professores
Dr. H.G.J. Ulbrich e Dr, Valdeci¡ de Assis Janasi e à química Sandra Andrade
pelas análises realizadas no Laboratório de Quimica e Plasma e ICP-AES do
Departamento de Mineralogia e Petrologia; aos plofessores f)r. Rafael Hipólito e ao
técnico Paulo Emesto Mori do Laboratório de Química via irmida do Departarnento
de Mineralogia e Petrologia; enfim a toda equipe da Biblioteca, especiahnente à
Cida, Rosa e Estela.
A todos os professores do Departalnento de Mineralogia e
Petrologia do hlstituto de Geociências da USP, em especial aos doutores Gergely
Szabó, Francisco Rubens Alves, Valdecir Jauasi e Sílvio Vlach.
XV
A todos os colegas e arnigos do Curso de Pós-Graduação do
Iustituto de Geociências da USP. que nos auxiliaram e estimularatn de formas
diversas e sempre foram bons colnpanheiros, especialmente a nossa "pequena"-
g¡ande arniga Ângela Beatriz de Menezes Leal, a Alcirla Franca Bareto, Alba
Betina dos Santos, Geysa Angelis Machado, Jayrne Baéz Presser, Lucy Gornes
Sant'Anna e Miriam Chieco Shinzato.
Ao aluro de geologia da USP, Gaston Eduardo Enrich Rolas, pela
ajuda com o programa MINPET.Aos colegas dos Departarnentos de Recursos Minerais e Geologra
Geral da Universidade Federal de Mato Grosso, particulannente à Prof Dr" Raquel
Quadros que em todo tnomento desses lo¡gos anos esteve pronta a nos ajudar, losincentivando e quebrando os lnaiores "galhos"; e aos professores João de Batista
Matos, Dr. Jayne D, Leite e Arnarildo de Salina Ruiz.
Aos llossos ex-aluros, hoje geólogos, Carlos Hulnberto da Silva
pela ajuda ua confecção das tabelas e a José Ricardo Pisani, .lirlio César Arrais,
Shehna Roman Kato e Carla Rosane Barbosa pelo cornpattheirismo nas etapas de
campo.
Ao meu esposo e melhor amigo -loaquim Gotllart e aos meus filhos
Joaquirn Luiz e L;uiza, um agt adecilnento todo especial pelo amor, companheirisrno,
carinho, compreensão e paciência dedicados durante todas as fases deste trabalho.
XVI
CAPITULO I
INTRODUÇÃO
I.1 - GENERALIDADES
As rochas alcalinas despertarn grande interesse dos petrólogos,
devido às suas peculiaridades quírnicas, rnineralógicas, estruturais e econômicas.
Ocorrências alcalinas achaln-se presentes em quase todos os estados brasileiros,
representando uma das mais expressivas feições geológicas do território nacional.
Entretanto, em sua grande maioria conceutra-se principalmente na porção
meridional, dispostas ao longo do a¡co em torno dos lirnites leste e nordeste da
Bacia do Pa¡aná, e da faixa litorânea dos estados de Sâo Paulo e Rio de Janeiro. O
conhecimento dessas rochas se reveste de grande interesse científico cotno também
econôrnico, tendo em vista as suas peculiaridades químicas, mineralógicas,
estmturais e genéticas, Sob o aspecto científico, a investigação petrológica e
geoquímica de associações alcalinas possibilita o conhecimento da seqüência
evolutiva dessas rochas, das condições fìsico-quírnicas atuatltes por ocasião de sua
formação, do quadro genético e geotectônico regional, bem como da natureza do
manto superior e crosta basal. Do ponto vista econômico, os maciços alcalinos são
as principais fontes de óxidos e/ou silicatos de nióbio, titânio, zircônio, tório,urânio, alumínio, berílio e sódio, além das importantes concentrações de fosfatos de
cálcio e terras raras.
A despeito desses fatores ressalta-se que o conhecimento dessas
associações é muito restrito, mesmo considerando as ocorrências citadas na
literatura, pois em sua grande maioria, elas foram apenas pesquisadas no âmbito de
trabalhos de reconhecimento regional.
No Mato Grosso, estado onde estamos profissionalmente e
afetivarnente vinculadas, encontra-se, relatada na bibliografia, apeltas uma
ocorrência desse tipo de rocha, as "Intrusivas Ponta do Morro" (Del'Arco et
a1.,1982), a qual escolhemos como objeto de nossa pesquisa. Ocupando uma área
de aproximadarnente 7 km'z configuram elevações situadas à margem direita do rioMadeira ou Mutum, na localidade de Mimoso, rnunicípio de Santo Antônio do
Leverger,
As rochas alcalinas sâo díficeis de ser definidas e o terrno "alcalino"
tem sìdo usado com quatro diferentes sentidos (Bates & Jackson, 1980; in: Bonin,1991). De acordo com a revisão da classificação de rochas alcalinas (Sörensen,
1974) que adota os indices de Shand, considerando as proporções moleculares
Na2O+K2O:ALzO¡:SiOz, rochas alcalinas são aquelas que possuem relações 1:l:6,seja deficientes em alumina e/ou ern sílica, Nesta concepção se enquadrarn: (1)
rochas insaturadas em sílica, que podem ser saturadas etn alumina (miasquiticas)
ou não (agpaíticas); e (2) rochas saturadas ou supersahlradas em sílicas
peralcalinas (Na2O+K2O/Alu O:> 1). No entanto, rochas tnetaluminosas a
peraluminosas (com biotita), saturadas a sì.tpersaturadas etn sílica, que ocoIrem
associadas a rochas alcalinas J.,tfr., podem a elas ser agrupadas, como suites
alcalinas.
Segurdo Bonin ( 1 991 ) os granitos alcalinos apresentam uma
rnineralogia distinta, caracterizada por espécies sódicas e potássicas ricas em ferro.
As cornposições químicas são contrastantes, podetrdo-se encontrar granitos
peralcalinos, metaluminosos e peralutninosos, que se distinguem pelo decréscimo
de [(Na+K)/Al (irdice agpaítico A.l)] e aurnento darazão [AI/(2Ca+Na+K)].Os trabalhos petrográficos e quimicos desenvolvidos nesta pesquisa,
tiveram por objetivo a caracterização mineralógica, petrológica e geoquímica das
rochas sieníticas, levernente supersaturadas e graníticas que constituem esse
complexo alcalino. O estudo detalhado do quirnisrno das rochas e de seus minerais
constituiu o enfoque primordial desta tese de doutorarnento.
r.2 - LOCALTZAç^O E ACESSO
O Complexo Alcalino Ponta do Morro constitui elevações com
aproximadamente 7 km2, situadas à margern direita do Rio Mutum ou Madeira, no
Distrito de Mimoso, Município de Santo Antônio do Leverger, Estado de MatoGrosso. Encontram-se delimitadas no mapa do Projeto RADAM BRASIL, folha SE
21-X-A, escala 1:1.000.000 (Del'Arco et al., 1982), situando-se entre as
coordenadas geográficas 16"15'08" e 16'18'22" de latitude Sul e 55"40'22" e
55o44'51" de longitude Oeste,
O acesso a Mimoso pode ser feito a partir de Cuiabá pela rodoviaMT-040 passando por Santo Antônio do Leverger, ou pela BR-364 (Rodor,ra
Cuiabá-Alto Araguaia) até o quilômetro 348, quando se tem acesso à MT-361rumo a Ba¡ão de Melgaço, alcançando-se a partir do entrocamento, próxirno a
Croará, a estrada MT-040 que leva a Mirnoso (Figura I-1), Dessa localidade, que
dista aproxrrnadamente 130 km de Cuiabá, até a irea de estudo percorre-se
aproximadamente 20 krn de caminhos vicinais, ern péssimas condições de tráfego,
cujo traçado é anualmente alterado após cada euchente do Pantanal Mato-grossense.
I.3 - ASPECTOS DA GEOGRAFIA FÍSICA DA ÁREA
A fèição geomorfológica dominante na área é a planicie do Pautanal
Mato-grossense corn altitr.rdes em tomo de 1 00 m. Em niveis rnais elevados
destacam-se: os rnetarenitos do Grupo Cuiabá (+160 rn), configurando as serras de
Barão de Melgaço e de Mimoso; as rochas da Formação Fttrnas que constituem a
Serra de São Jerônimo (+300 m); e o Granito São Vicente (+700 m), Vulcânicas
de Mimoso e Complexo Ponta do Mono (+423 m),
O sistema hidrográfico é formado por rios de rnédio pofte como o
Corixó e o Mutum, que apresentam sistema meandrifonne e pertencem à Bacia do
Rio Cuiabá.
O clima da região é defìnido como Tropical Quente Subtunido
(Nimer, 1989), caracterizando-se por duas estações bem marcantes, verão úrnido e
invemo seco. O período iunido vai de novelnbro a março, sendo dezembro e
janeiro os rneses que apresentam maiores precipitações. O perÍodo seco começa eln
abril e termina em outubro, tendo em junho e julho o menor índice plul'rométrico,
geralmente nulo. No verão ocone 80o/o da precipitação pluviornétrica anual, que
oscila eutre 1.000 rnm a 1.500 mtn, No entaltto, a origem das cheias e o alagarnellto
do pantanal não estão diretarneute ligados à pluviosidade e sim aos problemas
hidrológicos, isto é, dificuldade de drenagem. As águas dos planaltos do Norte e do
Leste se concentram na planície pantaneira formando urna rede de drenagern que
interliga as baías e lagoas através de canars, porétn sem possuir desnivel suficiente
para um pleno escoamento (Loureiro et al ,1982).Segrrndo esses autores (op.cit.), a vegetação nas áreas de
acumulação inundáveis do pantanal, é do tipo Savana (ou Cerrado), que no Mato
Grosso é representada por uma vegetaçâo xeromórfica com fisionornia
diversificada, va¡iando de a¡bórea densa a gramíneo lenhosa tendo o seu uso quase
exclusivo para o pastoreio. O longo período de encharcamento dos solos propicia a
regeneração e desenvolvimento de espécies invasoras, que em determinados locais
formam densos agrupamentos de árvores com alturas superiores a 5m e de dificilpenetração. No entanto, anualmente, na época seca, são realizadas limpezas e
queimadas para retirada dessas espécies, o que é, ecologicamente, drástico, rnas
por outro lado facilita o açesso à itrea e os trabalhos de campo.
FIGURA I - I
MAPA ESOUEMÁTICODE LOCALIZAÇÃO E
AcESSo À ÃneaESTUDADA.
MAPA DE slru¡cÃo
croor<Í6 .!/ I 6rt \,'! l,y ì./ \ ly r
O'Borõo de tt-,-^-^ lr/ |
INTRUS¡VASPONTA OO MORRO
t6"
o
o
.,';':.,1i' -f
LEGENOAS:
CIDADES ->.". HIDROGRAF I A
LOCALIDADES - - -- RODOVIA ESTADUAL
CAPITAL DO ESTADO -."..
RODOVIA FEDERAL
@rrurRustvAs PoN TA Do MoRRo
4
CAPÍTULO II
CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL DO COMPLEXO ALCALINOPONTA DO MORRO
O Complexo Ponta do Morro, de idade cretácica, insere-se num
contexto geológrco regional que tern como representantes do Pré-Carnbria¡o
Superior o Grupo Cuiabá, e do Paleozóico Inferior o Granito São Vicente e as
Vulcânicas de Mimoso. Sobre ele, se depositaram em discordância litológica, os
sedimentos siluro-devonianos da Formação Fumas, do Grupo Paraná, e depósitos
Cenozóicos (Tabela II-1 e Figura II-l),Este capítulo é portanto flindamentado essencialmente ern dados da
literatura e apresenta urtt panoralna da Geologra Regional, dando ênfase aos
aspectos petrográficos, estruturais, tectônicos e geocronolÓgicos. As tenninologias
utilizadas por Del'Arco et al. (1982) para desiglar unidades lito-estratigráficas, tais
como Vulcânicas de Mirnoso e Intrusivas Ponta do Morro não serão modificadas
nesta tese, por não se tratar de um trabalho de cunho regional. No entanto, quanto
ao segundo termo, que corresponde às rochas objeto dessa tese, optou-se por se
utilizar preferencialmente a expressão complexo, que as melhor caracfeiza, em vez
de intrusivas.
Tabela II.l - Coluna estratigráfica simplificada da região do Complexo Ponta do
Morro.
CenozóicoHoloceno
Quaternifu:ioPleistoceno
Aluviões AtuaisFormação PantanalDepósitos Detriticos
Mesozóico Cretáceo Complexo Ponta do Morro
Paleozóico
Siluro-Devoniano
Cambro-Ordoviciano
Grupo Paraná - Fm. Furnas
Granito São Vicente
Vulcânicas de Mimoso
Pré-Cambriano Superior Grupo Cuiabá
II.1 - GRUPO CUIABA
O Gmpo Cuiabá foi rniciahnente definido por Evans (1894) que
utilizou o tenno "Cuiaba Slates'' para designar ardÓsias com clivagetn proeminente
150 58',51"
Figura:u-t Mapa simplificado da região das lntrusivas Ponta do Morro, adaptado deDel'Arco et al. (1982).
Legenda:--l
He I Auviöes Atuais
I Formação Pantanat
.- * I Depósitos Detríticos
I lntrusivas Ponta do Morro
I Grupo Paraná- Formação Furnas
I Granito såo Vicente e f vutcânicas de Mimoso
I Grupo cuiabá
aflorantes na Baixada Cuiabana. Posteriormente, Luz et al. (1980) distribuírarn em
oito unidades litoestratigráficas os constituintes deste gmpo, caracterizado por urna
seqüência predominanternente de filitos corn intercalações de quartzitos,
metagrauvacas e metaconglomerados com raras ocorrêucias de metacalcários e
filitos calcíferos.
Em estudos mais recentes, Alvarenga (1988, 1990), descreveu oGrupo Cuiabá como um dos constituintes das Unidades Litoestratigráficas lnferiore Média de fácies intennediárias e distais da Faixa Paragrrai. Apresentando grandes
variações de espessuras e de fácies, o Grupo Cuiabá é definido colno ulnasequência de metassedirnentos de fácies talude e bacia profuirda, depositados
durante o Ciclo Brasiliano.
Seguudo Alvarenga (1990) os ambientes de sedimentação da FaixaParaguai forarn irfluenciados por glaciação, traduzida no Grupo Cuiabá, porturbiditos e diamictitos glaciogênicos e preserça de clastos caídos e materialcontinental provavelmente transpoftados por "icebergs",
As rochas do Grupo Cuiabá localizadas na zoua tectônica interna da
Faixa Paraguai, apresentarn o registro de quatro fases de deformação e ummetarnorfismo de fácies xisto-verde baixo, que apenas locahnente atinge a zona da
biotita (Alvarenga, 1986)
Segundo Alvarenga (1990), as três prirneiras fases de deformaçâo
são co-axiais, sendo apenas a Dl bem representada por toda a cadeia, estando
associada à recristalização sintectônica dos filitos nos planos de xistosidade,responsável pelo rnetamorfismo regional epizonal. A deformação brasiliana maistardia, a D4, está relacionada às dobras mais amplas de caráter regional, tendo seus
eixos perpendiculares aqueles das outras fases. Desenvolvidos paralelamente ao
intenso fraturarnento dessa fase D4, encontram-se veios de quartzo, alguns dosquais mineralizados a ouro, causando o surgûnento de explorações arlezanaislocais (os ganrnpos).
O ouro no Grupo Cuiabá se encontra rernobilizado para litotiposhidrotermalizados, especialmente para zonas st¡lfetadas e para os veios de quartzo.
No entanto, a constante presença de minerais de alta temperatura (como quartzo
com prisma curto, magretita com exsoluções de ilmenita, zircão e feldspato) e
fragmentos de rochas vulcânicas ácidas nos diamictitos e turbiditos deste grupo,
cotrstatadas por Carvalho (1991), levou Carvalho & Moraes (1992) a adrnitir a
hipótese de que o ouro pode ser atribuído tanto aos litotipos prirnários
contenedores desse rnetal, como tambétn às camadas de hidrotennalitos associados
ao vulcanismo,Luz et al.(1980) e Del'Arco et al. (1982) descreveram os seguintes
representantes do Grupo Cuiabá na região:
- Metarenitos corn intercalações subordinadas de filitos, ardósras e
xistos, configurando as senas de Barão de Melgaço e Mimoso. Mais abundantes,
os metarenitos são descritos como rochas duras, de tonalidades brancas, róseas ou
amareladas, constituídas essencialmente por grãos de quartzo razoavelmente
selecionados, cimentados por sílica, apresentando tarnbém minerais micáceos e
grãos feldspáticos cornumeute caulinizados. Associados a eles, ocorrem veios de
quartzo leitoso, muitas vezes drusiformes, cotn largura variando de 1 mrn a l0 cm e
quartzitos duros, de cor cinza esbranquiçada, colìstihlídos por grãos finos de
quartzo, imersos em rnatriz quartzosa que exibe rninirsculas plaquetas de sericita.
Alguns desses metarenitos preservarâm-se llo topo dos relevos das Intrusivas Ponta
do Mono, na foma de "roof pendants" (Luz et al., 1980).
- Para leste, na borda ocidental da Sena de Sâo Jerônlmo, os
metarenitos tomarn-se subordirados aos filitos e xistos, os quais se ocultaln sob os
sedimentos da Fonnação Fumas, Esses metassedilnentos pelíticos são geralmente
micáceos com aspecto ardosiano, rìo entalìto, nas proximidades da cidade de Barão
de Melgaço, os metapelitos são duros, silicificados e exibem colorações mostarda e
arroxeada.
- Metagrauvacas foram identificadas ¡a F azenda Santana do
Taquaral, ao sul do Granjto São Vicente, apresentando textura fina, coloração
acinzentada, constituídas por quartzo, feldspato e minerais máficos.
- Hornfels foram relatados como restritos às áreas onde ocorreram
intrusões magmáticas, como aquelas que circundam o Granito São Vicente, as
Vulcânicas de Mimoso e o Complexo Ponta do Morro. Del'Arco et al. (1982)
descreverarn amostras coletadas nas proximidades da fazenda Santana do Taquaral,
como rochas de coloração escura, granulação fina a afanítica, destacando-se
grânulos de cordierita. Exibem textura granoblástica a poiquiloblástica, constituídapor cristais anédricos de quartzo, feldspatos, biotita e cordierita; podendo, esses
dois últimos, se apresentar como poiquiloblastos com inclusões de quartzo, opacos,
feldspato, epidoto e biotita.
II.2 - GRANITO SÃO VICENTE
O batólito São Vicente, situado a 60 km ao sudeste de Cuiabá,
prirneiramente estudado por Ahneida (1954), compreetrde rochas de cornposição
granítica que ocupam urna área afloralte de aproxirnadamente 430 km'?, sendo
considerado corno tardicinernático, colocado na faixa de dobralnentos Paraguai-
Araguaia no final do ciclo Brasiliano (Hasui & Almeida, 1970).
Essa intnrsão ocorreu de modo discordante nos lnetasseditneutos do
Grupo Cuiabá, tendo neles desenvolvido uma auréola de metarnorhsmo de contato
de dezenas a poucas centenas de metros de espessura. Essa auréola é caracierizada,
I
segundo Ahneida e Mantovaui (1975), por homfels cotn cordierita, iltdicando que a
colocação desse gtanito provocoì.I forte elevação da ternperatura, sob rnoderada
pressão.
Os dados geocronológicos obtidos pelo método K/Ar em biotitas
desse granito, lhe confere uma idade de 503 Ma (Hasui e Almeida, 1970) As
datações RbiSr em rocha total indicar¡ uma idade 500 + 15 Ma que é considerada
como aquela de colocaçâo desse corpo igneo (Ahneida e Mantovaui, 1975)
A estrutura arqueada alongada a NE denominada Arco São Vicente
por Oliveira e Muhhnann (19ó7) possui relações diretas coltt a intrusão do
Granito São Vicente, impondo orientações NE-SV/ aos metassedirnentos do Grupo
Cuiabá e provocando o arqueamento das camadas da Bacia do Paraná, fazendo
coln que estas mudem gradativamente, seus mergrlhos de leste para norte e NNE(Barros et al., 1982) Segundo Ahneida (1986), as atividades tectônicas desse arco,
que possuia colno ulna das rnaiores áreas de influência a borda noroeste da Bacia
do Paraná, ocofferam durante o Paleozóico, uão sendo identificável facilmente a
sua atuação no Mesozóico, pois encontra-se muito erodido e coberto por depósitos
Cenozóicos. No entanto, para esse autor, o caráter félsico saturado do magrnatismo
que originor"r o Cornplexo Ponta do Moro, parece refletir a reativação Mesozóica
desse arco.
Alneida e Mantovani (1975) descreveram o Granito São Vicente
como uma rocha leucocrática, de coloração rósea ou cinza, por vezes levemente
orientada, algo cataclasada, de textura inequigranular, fina a grossa, podendo
exibir-se algumas vezes porfirítica. Microscopicamente apresenta textura
inequigranular e composição mineralógica essencial formada de ortoclásio,exibindo intercrescimentos micropertíticos; plagioclásio de composição entre
oligoclásio e andesina; quartzo intersticial e biotita representando a unica fase
máfica primii,ria. Como acessórios exibe apatita, zircão, magmetita, pirita, allanita emais ra¡amente fluorita e como minerais de alteração deutérica apresenta, epidoto,muscovita, sericita, hematita, clorita e calcita.
Na localidade de Águas Quentes, zona de ocorrêucia de fontes
termais, Olivatti & Marques (1972) descreveram os seguintes litotipos:- adamelitos porfiríticos de coloração róseo-avennelhada, com
fenocristais de feldspato potássico, plagioclásio e quartzo e uma mesóstase finaessencialmente quatzo-feldspática, corn palhetas de biotita;
- microadamelitos porfiríticos, isotrópicos, fiuos, de coloraçãorósea, com fenocristais de quartzo, feldspato potássico e plagioclásio complaquetas rnilimétricas de biotita;
- adamelitos gtossos, gxanulares a porhríticos, de coloração
avermelhada, tendo cor¡o rninerais acessórios: zirconita, rutilo e opacos.
9
- e delenitos de coloração vermelha escura, textura porfiritica comfenocristais de feldspato e quartzo imersos numa matriz microgranular,
Encontrados preenchendo fraturas de espessura vanável (10 a 50m).
Esta terminologia utilizada por Olivatti & Marques (1972) é hoje,
considerada obsoleta, sendo portanto adequado substituir as expressôes adamelito e
delenito por, respectivamente, monzogranito (granito 3b) e riodacito, conforme
sugerido por Le Maitre (1989).
Pinho et al. (1993) estudando esse batólito, o caracterizaram comogranito do tipo I de mesozona, com colocação passiva, de composição variando de
monzo a sienogtanito, apresentando conteúdos de elementos traços compatíveis
com ambientes intra-placa, Com relação aos elementos Terras Raras ficouevidenciado um pequeno fracionamento de leves sobre pesados e anomalia
negativa de Eu, o que levou esses autores a sugerir qu€ o magma parental desse
granito, originou-se por fusão parcial de rochas básicas, sofrendo subseqüentes
processos de cristalização fracionada, com participação de plagioclásio.
O Granito São Vicente, encontra-se localmente recoberto, em
discordância litológrca, pelos sedimentos da Formação Fumas do Grupo Paraná.
Na sua parte sudoeste pode se encontrar encoberto, discordantemente, pelos
sedimentos Quaterniírios da Formação Pantanal (Barros et al., 1982) (Figura II-1).Associadas temporalmente ao Granito São Vicente, encontram-se nessa área
rochas dacíticas, riodacíticas e riolíticas que constituem as Vulcânicas de Mimoso.
II.3 - VIICÂNICAS DE MIMOSO
As Vulcânicas de Mrmoso foram primeiramente descritas por Luz etal., (1980), que as associaram às rochas que ocorrem em elevações próximas à
elas, depois individualizadas como Intrusivas Ponta do Morro. A esse conjuntodenominaram informalmente Inffusivas Ácidas e Intermediá,rias de Mimoso.
Posteriormente, Del'Arco et al. (1982) através de estudos de campo,petrográficos e geocronológicos, individualiza¡am nesse conjunto, duas formações
de rochas magmáticas de composição, coloração e idades diferentes. As Vulcânicasde Mimoso seriam portanto, compostas por dacito, riodacito e riolito de idade
Cambro-Ordoviciana, associadas ao evento magmático que gerou o Granito São
Vicente. E um segundo grupo de rochas, de caráter dominantemente alcalino, de
idade cret¡icica, ao qual atribuiram o nome de Intrusivas Ponta do Morro.Segundo Del'Arco et al. (1982) as Vulcfuricas de Mimoso
distribuem-se em três elevações ressaltadas na Planície Pantanera, ocupando uma¿í¡ea total de 15 km'?, localizadas à margem direita do rio Mutum. São encontradas
apenas nas vizinhaças da serra de Mimoso, sobre os metassedimentos do Grupo
ro
Cuiabá, estando locallnente eucobertas pelos sedirneutos inconsolidados da
Formação Pantaual (Figura II-1)Os litotipos identificados nesta seqüência r,ulcânica forarn descritos
por esses autores como:- Dacito de coloração esverdeada e textura porfirítica, com
fenocristais, cu¡as ditnensÕes variam até 1 cm, irnersos em llma matriz fina, Os
fenocristais são de plagloclásio, feldspato alcalino, quartzo e homblenda (rara) e a
rnesóstase possut composição quartzo-feldspática, exibindo illtercrescllneutos
gráficos, corn pontuações de biotita e anfibólio. Cristais de titanita, apalila e zircão
encontram-se associados à homblenda e à biotita.- Riodacito apresentando coloração cinza, textttras fanerítica fina e
afanítica, com fenocristais de feldspato de dimensões variando de 0,5 a 2 cm.
Microscopicarnente exibe matriz granular a microcristalitla, constituída
essenciallnente por feldspatos (plagioclásio e feldspato alcalino), quartzo,
tunnalina, sericita, apatita, epidoto, opacos e clorita. Processos de devitrificaçâo e
saussuritização, além de rnicrofraturas preenchidas por ttumalina, são também
identifi cados nesta mesóstase.
- Riolito de coloraçâo preta com lltlarìces cinza, isotrópica e
porfiritica. Microscopicamerìte apresenta textura porfiritica coln fenocristais de
quwtzo, feldspato, e opacos, ilnersos em mafriz microcristalina contendo vidro,
exibindo intercrescimento granofirico e micrográfico. O plagtoclásio pode estar
saussuritizado ou sencitizado e na mesóstase ele se dispõe cornumente com hábito
microlítico.
rr.4 - FORMAÇÃO FURNAS
O Siluro-Devoniano está representado rta regiâo, pela Fonnação
Fumas, que compreeude a seqüência arenosa basal da borda ocidental da Bacia do
Paraná. Constitui urn relevo "cuestiforme", de aproximadarneute 20 km de
extensão, com cotas que atingern 300 rn, cuja ÍÌente volta-se para a depressão do
Pantaual Mato-gtossense, definindo o acidente geográfico denorninado Serra de
São Jerônimo (Figrrra II-l) No contexto regional, ela recobre discordautemente os
metassedirnentos do Grupo Cuiabá, o Grallito São Vicente e as Vulcânicas de
Mirnoso (Del'Arco et al., 1982).
Segrrndo Assine et al (1994), predomillam na parte tnferior da
Fonnação Fumas, arenitos feldspáticos/caolinicos grossos, texturaltneute itnaturos,
Na base ocorrern, descontitluamente, aretritos conglomeráticos e collglomerados
quartzosos. Para o topo a quantidade de feldspatos decresce, passaudo a
predominar arenitos granulornetricamente rnais finos, aos qttais se elltrelneam
niveis micáceos e/ou argilosos, Os arenitos apresel)tatx selnpre vários tipos de
il
estratificações cruzadas, tendo sido analisadas em detalhe por Bigarella et al.( r e66).
Na área objeto deste trabalho, os arenitos são as rochaspredorrinantes, possuindo gerahnente granulação grossa, rnais raramente f,rna e
rnédia. Sâo essencialtnente quartzosos com variações feldspáticas, com coloraçãovariartdo de esbranquiçada a avennelhada. apresentando rnatriz síltico-argilosa e
cimento silicoso e/ou femrginoso (Del Arco et al. ,'1982)
II 5 - INTRUSIVAS PONTA DO MORRO
As "Intrusivas" Ponta do Morro, objeto de nossa pesquisa, foramdescritas por Del'Arco et al (1982), como uma assocração de rochas de caráte¡alcalino, incluindo ¡nanitos. quaftzo monzonitos. sienitos pörfiros, rnicrossienitos e
nordrnarkitos. Ocupam uma área de aproximadamente 7 Wn', constituindoelevações situadas à margem direita do rio Madeira ou Ml¡tum, na localidade deMimoso, rnunicípio de Santo Antônio de Leverger (Figura Il-1)
As prirneiras referências a essas rochas foram feitas por Ltz et al,(1980) que as descreveram como pertencentes ao con¡unto "Intrusivas Ácidas e
Intermediárias de Mimoso", admitindo uma provável relação genética com oGranito São Vicente. Deve-se portanto a Del'Arco et al. (1982), a separação desseconjunto em duas seqüências de rochas ígneas de cornposições e idades distintas.
A ocorrêucia de r¡etarenitos do Grupo Cuiabá no topo dessas
elevações, em forma de,"roofpendents", levou Ltz et al. (1980) a admitir que as
Intrusivas Ponta do Morro soergrreram os metassedirnentos desse grupo, sem afetarsignificanternente o seì.r padrâo esfiutural. O contato entre essas duas unidadeslitoestratigráficas é, segundo Del'Arco et al. (1982), discordante apresentandolocalmente "hornfels" e xenólitos de composição metassedimentar. Estes autoresinferem ainda, que essas rochas, que se encontram parcialmente recobertas porsedimentos Quatentários, já constituiam altos topográficos no final do Terci¿irio,pois seus fragmentos podern ser vistos nos depósitos coluviais adjaceutes.
Del'Arco et al. (1982) obtiveram pelo método Rb/Sr uma isócronade 84*6Ma e razão inicial 0,709+0,002 para três amostras desses sienito. Odiagrama isocrônico (Figura VIII-IB) apresenta um espalhamento adeqüado e urracolinearidade dos pontos analisados, fato que, segundo esses autores, conferem aos
dados uma boa confiabilidade. Essa idade os pennitiu correlacionar o evento deformação dessas rochas com aqueles que deram origem aos complexos alcalinos,também cretácicos, do Estado de Goiás, tais como os de Santo Antônto da Barra(+85Ma, Hasui et al,, 1971): Iporá (a78Ma, Danni, 1974); Santa Fé (+85Ma,Barbour et al., 1979); e Montes Claros (+89Ma, Figueiredo e Penna, 1973 e
Schobbenhaus Filho et al., 1975).
t2
rr.ó - DEPósrros cENozórcos
Os depósitos Cenozóicos ocupaln nessa região urna extensa área
(Figrrra II-1). Destacam-se entre eles os Depósitos Detríticos do Pleistoceno, a
Formação Pantanal do hrnite Pleistoceno-Holoceuo e os Aluviões Atuais, que sâo
descritos por Del'Arco et al (1982)
Os Depósitos Detríticos agnlpam elirvtos, colitnos, alúvios e
lateritos femrginosos, de idade Quatemária inferior, fonnados sob condições
climáticas diferentes das atuais. Os coluviões e aluviões achaln-se principahnente
distribuídos ao redor das serras de Mrmoso e de São Jerôuimo, represeutando
cones de dejeção coalescentes, Os lateritos ferruginosos ou "canga", apresentam-se
sob a forma de nódulos corn diâmetros variáveis dispersos etn matriz argilo-siltosa,
ou colno concreções de óxidos e hidróxidos de ferro associados a grâos de qualtzo.
Sâo abundantes onde dolninarn filitos do Grupo Cuiabá, colrìo na base da Serra de
São Jerônimo.
A Formação Pantanal compreeude sedimentos altwronais
dominantemellte arenosos, síltico-argilosos e argilosos, inconsolidados e semi-
consolidados, com sedirnentos areno-conglorneráticos nas calnadas inferiores da
seqüência. Possuern gerahnente colorações crnza-claro, às vezes creme, e podem
exibir manchas castanho-amareladas e/ou avermelhadas pelas concentrações de
óxidos e hidróxidos de ferro, localmente com horizonte concrecionário. AFormação Pantanal foi prirneirarnente descrita por Oliveira & Leonardos (1943).
Posteriormente, Figueiredo & Olivatti (1974) subdividirarn essa formação ern três
unidades ou niveis de sedirnentação: Qp1 - planície aluvial arenosa antiga; Qpl -planície aluvial sub-recente, constituída essencialmente de sedimentos pelíticos
correspondendo às areas periodicarnente inundáveis e Qp3 - aluviões recelltes,
areno-siltosos. Os sedimentos da Formação Pantanal repousarn na área sobre as
rochas do Grupo Cuiabá, sobre as Vulcânicas de Mimoso e depósitos detriticos.
Os Aluviões Atuais ocorreln na área, em todos os cursos de água e
na planície lacustre de Mirnoso, como sedimentos síltico-a¡gilosos ou cotno
sedimentos arenosos. Apresentam colorações claras, cit'rz:a a crelne ou
esbranquiçadas, às vezes exibindo manchas arnareladas devido a concentrações de
óxidos e hidróxidos de ferro. Podem tarnbém exibir coloração crnza tnais escuro
devido à presença de rnatéria orgânica,
r3
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
A pesquisa desenvolvida no Complexo Ponta do Morro é de
enfoque petrológico, onde se procura ca¡acterizar os fatores responsáveis pelas
variações petrográficas e quírnicas observadas. As várias etapas do ffabalho, foram
processadas com o auxílio de técnicas diversas, sumarizadas a seguir.
III.I - TRABALHOS DE CAMPO
Os trabalhos de campo foram rcalizados em duas etapas. Na
primeira, de reconhecirnento e amostragern prelirninar, percorreu-se os caminhos
que corltomam e/ou cortam o complexo estudado. Nessa época a vegetação estava
densa (Figura IV-34), assrm dificultando o acesso aos afloratnentos; o que uão
ocorreu no ano seguinte, quando previarnente à segunda etapa de campo, har,ram
sido realizadas as costumeiras "queirnadas" que proporcionaram melhores
condições de trabalho (Figura IV-3B). Na segunda etapa. forarn feitos então, perfis
gerahnente transversais ou paralelos à estrutura alongada do corpo, eln fon¡a de
meia lua, buscando-se com isso uma amostragem representativa dos diversos
litotipos.A idéia de elaboração de um mapeamento faciológrco foi então
descartada, der,'rdo a grande variação granulornétrica e textural encontrada, até
mesmo em escala de afloramento, e à falta de continuidade destes, pois boa parte
da estrutura acha-se encobçrta por sedimentos Quaternários ou sobreposta aos
rnetarenitos do Grupo Cuiabá, que aí ocorrem como "roof pendants" Para aprogramação de campo foram utilizadas fotografias aéreas na escala 1:ó0.000
(VM-AST-10/1966); imagens de RADAR arnpliadas para l:100.000 e folhas
topográficas (Seviço Geográfico do Exército, de 1973 a 1975) na escala 1:100.000
e ampliadas para 1:50.000,
Nas duas fases de campo coutou-se coln o apoio logístico da
Universidade Federal de Mato Grosso e o auxílio de quatro atuais colegas e ex-
alunos desta lnstituição. Na segunda etapa, contou-se também corn a colaboração
do nosso orientador Prof. Dr. Excelso Ruberti.
III.2 - ANÁLISE PETROGRÁFICA
As descrições petrográficas foram desenvolvidas, dando ênfase à
rnrneralogia e textura, através do estudo rnicroscópico de 150 lârninas delgadas
(confeccionadas no laboratório de larninação da llniversidade Federal de Mato
t4
Grosso) precedido pelo exame macroscópico das rochas. Determinou-se a
cornposição rnodal de 25 amostras selecionadas corno as tnais representativas dos
diversos litotipos, cujas seções delgadas, ainda sern larnínulas, foram previarnente
submetidas à coloração seletiva dos feldspatos, segundo rnetodologia discutida por
Hutchurson (1974), que pode ser surnarizada da seguinte fonna:
Expor a lâmina aos vapores de ácido flr.rorídrico (40%) durante 30
segundos; em seguida unergí-la, por um igual período, em uma soluçào de
cobaltonitrito de sódio, preparada a partir de nitrato de cobalto, ácido acético e
nitrato de sódio. Após esse procedimento, a seção deverá ser lavada em água
corrente, secada de maneira natural e coberta com laminula,
As análises modars forarn realizadas ao rnicroscópio de luztransmitida com auxílio de um vernier e uln contador automático. O número de
pontos determinados por seçào variou de 1.000 a 3.ó00, em fuirção das texturas e
granulornetrias apresentadas. Os dados disponiveis encontram-se plotados no
diagrama QAP (Figura V-1) de Streckeisen (1976) buscando-se a classificaçãopetrográfica e urna iderrtificação com as séries de granitóides e rochas relacionadaspropostas por Bowden et al. (1984), adaptadas de Lameyre & Bowden (1982).
III.3 - QUIMISMO DE MINERAIS
A partir do estudo petrográfico foram selecionadas cerca de 26
amostras de rocha para fins de análises químicas de minerais no Laboratóno de
microssonda e microscopia (vanedura) eletrônicas do Instituto de Geociências da
Universidade de São Paulo, empregando-se instrumental de fabricagão JEOL JXA-86005, equipado com cinco espectrômetros, e automatizado com um sistema
TRACOR As detenninações, foram efetuadas em secões delgadas polidas,
cobertas por uma pelicula de carbono, em metalizador automático de fabricação
Bendix.
No total forarn analisados 1931 pontos, dos quais 809 em
feldspatos, 307 em piroxênios, 522 em anfibólios, 25 em enigmatitas, 27 em
olivinas, 1 14 em biotitas e 102 em minerais opacos, buscando-se caracterizar todas
as possiveis variações colnposicionais de cada mineral. Esses minerais foram
analisados para elementos rnaiores, menores e para alguns traços selecionados. Os
padrões empregados foram, a wollastonita (para Si e Ca), rutilo sintético (Ti),corindon (Al), crornita (Cr), hematita (Fe), rodonita (Mn), periclásio (Mg). Ni-olivina (Ni), andesina (Na), rnicroclínio (K), confonne registrado no laboratório.
O procedimento analitico adotado foi o de rotina desse laboratório:
as condições analíticas utilizadas foram, 15Kv para potencial de aceleração, e
20nA, para corrente do feixe eletrônico. O diâmetro do feixe incidente, foi fixadoeln 5 ¡.r. Os ternpos máximos de integração das contagens de pulsos, forarn de l0
t5
seCundos para maioria dos elernentos, 5 segundos para elementos rnais voláteis
(Na, K) e 20 segundos para os rnenores e traços. As intensidades dos pulsos foram
automaticalnente corrigidas para radiaçâo de fundo, e para tempo-rnorto. Os efeitos
de rnatriz (nirmero atôrnico, absorção de massa e fluorescência secundária), forarn
corrigidos através do sisterna TRACOR de automação da microssonda.
A exatidão dos resultados coligidos, varia coln a couceuffação do
elemento presente na fase rnineral investigada, estinando-se erros eln tomo de 3%o
e 5o/o, para elelnentos maiores e lrenores, respectivarnente. Erlqua]]to que, os
valores relativos à reprodutibilidade (precision), refletindo mais as condições
operacionais, são de aproximadarnente l7o.
Forarn feitas rotineirar¡ente, leituras em três pontos nas bordas, e de
um a três nas porções centrais dos grãos confonne suas dunensões, objetivando
avaliar o grau de homogeneidade dos cristais. Os resultados apresentados nas
diversas tabelas e diagrarnas, corespondem , para cada amostra, a rnédia aritrnética
das leituras tomadas nas bordas e núcleos dos mesmos, separando quaudo
necessário, ern fenocristais e cristais de rnatriz,
O tratalnento dos dados, apresentados como porcentagem (%) em
peso dos óxidos, tais como transfonnação ern proporções catiônicas, fónnulas
estruturais, colnponentes moleculares e diagrarnaçôes, foi executado pelos
progr¿rmas MINFILE (Afifi & Essene, 1988) e MINPET (Richard, 1995).
Os feldspatos estão presentes em todas as variedades litológrcas,
sendo os rninerais felsicos rnais irnportantes do ponto de vista quantitativo. Foram
analisados com o intuito de se obter suas composições rnoleculares, que se
encontram plotadas no diagrama temário Or-Ab-An. A presença de exsolução é
comum sob formas de pertitas, micropertitas e rnesopeftitas. As duas fases foram
analisadas separadamente e quando possível procuroì.t-se reitttegrar-se à
composição das fases exsolvidas".
O estudo petrográfico revela que, deutre os rnáficos, os anfibólios
são os mais abundantes sendo representados pela riebeckita, arfvedsonita,
barroisita, hornblenda e actiuolita. Os piroxênios, da série egrrina-augrta, tarnbém
são freqüeutes, ocorrendo bem preservados ou como grãos reliquiares associados a
anfibólios. A olivina ferrífera foi detectada em apenas urn litotipo, apresentando-se
mais comul¡ente alterada para iddingsita. Ern algurnas amostras de granito, biotitaé o rnáfico pnncipal e foi tarnbém estudada.
Os óxidos de Fe e Ti são comuns ua maioria das rochas e tarnbém
foram analisados, Eles são prirnários, euédricos, isolados ou cotllo inclusões; ou
então representarn produtos de reações encontraudo-se associados aos máficos.
Exibern comumente lalnelas de exsolução.
A detenninação da cotnposição quírntca das prurcipais fases
minerais através de rnicrossonda eletrônica constitni-se em ferramenta auxiliar de
t6
gande valia para a descrição petropráfica, No elltanto, a aplicação dos dados
transcende essa funçâo e é de rrnportância fundarnental em rnodelagens
petrogenéticas envolveudo o quimismo de rochas, bem como na definição das
condições fisico-químicas (T, P,./Or) de cristalização das rochas,
III4 - QUIMISMO DE ROCHAS
Iniciahneute, foram seleciolladas cerca de 18 amostras consideradas
colno represelltativas dos pnncrpais litotipos do complexo, para fins de análise de
elementos maiores e alguns traços,
As amostras foram preparadas no Laboratório de Preparaçâo de
Amostras do lnstituto de Geociências da Universidade de São Paulo, quando
ÍÌações de rocha de I a 4 Kg foram fiagrnentadas em britador de aço (< 5 rnrn) e
quarteadas até a extração de alíquotas com 100-250 g. Utilizando moínhos de
ágata, forarn então pulverizadas a urna granulação inferior a200 meshes.
Após preparaçâo, essas amostras foram analisadas ua Divisâo de
Laboratórios da GEOSOL - Geologia e Sondagens Ltda. (GEOLAB), através de
técnicas diversas: fluorescência de raios-X (Si, At, Ca, Fetoøt, Ti, P, S, Cl, Rb, Sr,
Ba, Zr), absorção/emissão atôrnica (Mn, Mg, Na, K); espectrografia óptica (Nb, Y,
Ni); eletrodo de íon específico, após fusão alcalina (F), titulação com KMnO4
1Fe2*¡ e rnedida de volume de gás (COr). Para controle da qualidade das análises,
foi urserida nesse grupo uma amostra de sienito do Maciço Capituva, cedida pelo
professor Dr. Valdecir Janasi, da Universidade de São Paulo, analisada nos
laboratórios do Imperial College, em Londres, por espectrometria de plasma
induzido (ICP), sendo os resultados amplarnente coincidentes (Tabela VII*I).Após o estudo petrográfico detalhado, foram selecionadas, e da
mesma fonna preparadas, mais 25 arnostras para análises por fluorescência de raios
X (para a tnaioria dos elementos maiores e para Ti, P, Rb, Sr, Y, Zr e Nb),
fotometria de chama (Na), volurnetria (Fe2* e Fe3*) e gravimetria (H2O), nos
Laboratórios de Quirnica do Departamento de Mineralogia e Petrologia do Instituto
de Geociências da Universidade de São Paulo. Ressalte-se que nesse período, era
ainda utilizado um equiparnento de fluorescência de raios X da Zeiss-Jena, modelo
VRA-30, da antiga Alernanha Oriental. Controlou-se os resultados desses
laboratórios repetindo-se a análise de duas amostras previamellte executadas na
GEOLAB Observou-se ulna boa concordàtcia para a maioria dos elementos,
exceto os traços, quando os novos dados obtidos estavam rnuito dimittuídos em
relação aos da GEOLAB, Os resultados das duas amostras reanalizadas mostraram,
etn relação aos antigos dados, desvios de27 e 47o/opara Rb; 2ó e 100% para Sr; 46
e 50o/o panY;25 e 51o/o para Zt e 35 e 609ô para Nb,
l7
Diante deste impasse, optou-se por uma re-análise dessas 26amostras, agora no Laboratório de Quimica e ICP-AES do Departamento deMineralogia e Petrologia do Iltstituto de Geociências da Universidade de SãoPaulo, que vern produziudo ao longo destes dois primeiros anos de rotina analítica,resultados altarnente confiáveis. As análises químicas de elernentos maiores,menores e traços (Y, Zr, Y, La, Sr, Ba) foram realizadas através de equiparnentoARL-3410 seqùencial, ern soluções obtidas por fusão alcalina, com misturas de0,75 gde teffa e rnetaborato de lítio e de 0,25 gde pó de rocha, e diluição final dosanalitos de l:1000, conforme rnetodologra descrita em Janasi et al. (1995). Osresultados de elementos maiores e tnenores são coincidentes com aquelesanterionnente obtidos na USP, no entanto como era esperado, os traços (Zr, Y eSr) apresentararn geralmente teores rnais elevados, sendo eles os utilizados nosdiversos diagramas do capítulo de quírnica de rochas. Quanto aos elementos Rb e
Nb que não foram reanalisados, considerar-se-á, de forma cautelosa, os dadosanterionnente obtidos por Fluorescência de Raios-X.
Os dados analíticos obtidos (Tabela VII-I) foram subrnetidos atratamento estatistico, constituiudo urna base para caracterização das diferentesséries de rochas, bem como rnodelagens petrogenéticas e de ambientes tectônicos.
III.5 - GEOCRONOLOGIA
Quaho amostras (duas de sienitos e duas de granitos) forampreparadas pararealização de análises radiométricas, pelo método Rb/Sr, no Centrode Pesquisas Geocronológicas da Universidade de São Paulo (CPGeo). Confonnemetodologia deste laboratório, a detenninação quantitativa dos teores de Rb61o¡ esr¡o¡u¡ foi feita por fluorescência de raios-X para amostras com teores entre 50 e 500ppm, enquanto que amostras com teores fora deste intervalo, tiveram suasconcentrações detenninadas por diluição isotópica, utilizando-se .,spikes"
enriquecidos ern 87Rb e stsr de acordo com procedimentos descritos ern Kawashita(re72)
As amostras foram selecionadas a partir da relação Rb/Sr, tendosido escolhidas aquelas que possuiarn valores mais arnplamente disfribuídos. Asdeterminações isotópicas de Sr, após abertura das alnostras corn FIF e HCIOa aquente e separação do Rb e Sr em resinas de troca catiônlca, foram efetuadas emespectrômetro de massa, lnodelo VG-354.
As constantes utilizadas para os cálculos das razões isotópicas e dasidades, foram aquelas indicadas por Steiger & Jager (197i). susr/t8sr:0,1194;),¿¡: 1,42 x l0-1r ano-l ; ssRb/87Rb :2,593+ 0,0004 Nos diagramas isocrônicosfoi calculada a variança média quadrática ponderada MSWD ('1nean square ofweighted deviates"), que fomece o prau de colinearidade das amostras analisadas,os erros forarn calculados levando-se em consideração o desvlo dos pontos emrelação a melhor reta calculada.
r8
CAPITULO IV
GEOLOGIA LOCAL
O Cornplexo Alcalino Ponta do Mono é constituido essenciallnente
por litotipos de composição granítica e sienitica levemente supersaturada, que se
dispõem de maneira não contígüa. Do ponto de vista rnorfológico, corresponde a
uma das maiores elevações da região, com cota de aproximadamente 400 rnetros
acima do nível do ma¡, destacando-se consideravelmente ern relação à planicie do
Pantanal Mato-grossense que possui altitr¡des em tomo de 100 m (Figura IV-l).Exibe fonna irregular, semelhante â uma meia lua, ocupaudo uma área de
aproximadamente 7 km2. Grande parte dessa estrutura se encontra, no entanto,
sobreposta aos metarellitos do Grupo Cuiabá, que aí ocorrem como "roofpendants" ou encoberta por sedimentos Quatemários, acarretando afloralnentos
escassos e pouco contínuos.
Esse fato, associado a grande diversidade granulométrica, textural e
composicional enconffada, até mesmo em escala de afloratnento, impossibilitaram
a elaboração de um rnapea:nento faciológtco desse corpo. Como por exemplo em
uma mesma exposição (ponto 3, Figura IV-2) encontram-se tennos prirnitivo(mela-sienito) e diferenciado (microgranito), Na Figura IV-2 encontram-se
destacados os pontos de amostragem, que correspondem ao primeiro nrlnero da
etiqueta de cada amostra, utilizado nas tabelas de análises químicas, valendoressaltar que cada um deles corresponde a rnais de uma arnostra, geralmente em
tomo de cinco.
Excetuando-se a preselrça de metarenitos do Grupo Cuiabá no topoda estrutura do Cornplexo Ponta do Morro, as outras relações de contatodiscordante entre ele e o Grupo Cuiabá, descritas por Del'Arco et al. (1982), taiscomo ocorrência de homfels e xenólitos de composição metassedirnentar, que
el.tdenciam auréolas de metarnorfismo de contato, não foram constatadas nestapesquisa. Os homfels uão foram obsewados em campo der.rdo, talvez, à coberturarnais recente, e os xenólitos de cornposição metassedimentar, por esses autores
relatados, tratam-se de enclaves de caráter nitidamente igneo.
Os litotipos desse complexo ocorrem como blocos, rnatacões e
laledos (Figrrras IV-34 e lV-38), exiblndo aspecto rnacrço e fraturas NE e NWcorn mergulhos verticalizados. Diques traquíticos e nolíticos de espessuras
decimétricas (30 a 50 crn) e extensões métricas, apresentando coloração cinza-claraaté ciza-esc ura-rosada e granulaçào fina a rnuito fina. cortam os sienitos e grarritos,
preferencialmente nas bo¡das orieutais do corpo, exibindo contatos bern rnarcados
com as encaixantes.
t9
(B)
Figura IV-3: Aspectos dos afloramentos do Complexo Ponta do Morro. Observar
as diferenças das paisagens conespoudentes aos períodos tunido coln vegetação
rnais densa (A) e seco, após a prática de "queirnadas" (B),
22
Figura IV-4: Blocotipo microgranularmais escuro.
fraturado de microssienito porfirítico apresentando enclaves dofelsico, de formatos alongados, coloração ctnza e bordas cinza
Figrra IV-5: Arnostra de microgranito exibindo enclaves do tipo microgranularmáfico, de coloração preta, e contatos definidos a reentrantes. Destacam-se llosenclaves ocelos rnilimétricos de composição microgranítica.
23
Em ëtrea aflorante, os granitos, texturallnente mais homogêneos,predorninarn sobre os sienitos, Sâo rochas leucocráticas, cinza-esbranquiçadas,rosa ou verde-claro, exibindo textura inequigranular médla a grossa e geralmentelntercrescitnento gráfico. Litotipos hololeucocráticos (rosa-acinzettado-claro atébranco), de granulometria rnais fina, que ocorreln na borda ocidental do cornplexo,de lnaneira volulnetricarnente rnais restrita, foram classificados colnornicrogranitos.
Os sienitos variarn de leucocráticos (cinzas, brancos ou crernes) atélnelanocráticos (verde rnulto escuro a preto), passando por tipos mesocráticos(tonalidades diversas de çinza e verde), Possuindo granulornetria desde rnuito finaaté grossa, exibern texturas variáveis: inequigranulares, equigranulares, flr.ridais,predominando no entanto, as porfiriticas.
Para drstinção desses litotipos alérn das característicasrnacroscópicas e das feições petrográficas, utilizou-se dados de quimismo nineral e
de rocha total. As suas descriçôes petrogxáficas encontraln-se detalhadas nocapítulo seguinte.
Rochas mais prirnitivas (microssienito porfirítico, mela-sienito,sienito rnédio, sienito fluidal) ocoffeln preferencialmente na borda ocidental docornplexo, exibindo freqüentemente enclaves microgranulares cinza-escuros deformas alongadas predominantemente tabulares e tamanhos variados (centirnétricosa decimétncos), com contatos nítidos e bordas de coloração ainda mais escura(Figura IV-4) Apesar de ser considerado como um termo rnars evoluído, omicrogranito também aflora na porção ocidental do corpo, possuindo enclavesmicrogranulares máficos, de coloração preta, fonnas diversas (às vezes ovóides),com dimensões centimétricas a decirnétricas e contatos difusos, às vezesenglobando ocelos do rnicrogranito, Este segrrndo tipo de enclave é rnais raro,ocorrendo apenas no citado litotipo (Figura IV-5).
24
CAPÍTULO V
PETROGRAFIA
O Cornplexo Alcalino Ponta do Morro é constituido esseucialmente
por litotipos de cornposição g¡anitica e sienítica levetnente supersatttrada (Sousa &Ruberti, 1996). Os pontos que representam as detenninações rnodais de 25 dessas
amostras (Tabela V-l) distribueln-se, no diagrana de classificação modal QAP(Figura V-l) de Streckeisen (1976). segundo os calnpos dos álcali-feldspato
granito, quartzo álcali-feldspato sienito, álcali-feldspato sienito, quartzo sienito e
sienito; correspondendo aos granitos peralcalinos e às séries alcali-na sódica e
alurnino-potássica (apenas três arnostras), da classificaçâo proposta por Bowdett et
al. (1984), rnodificada de Larrel're & Bowden (1982). Coutrastantemente, o
enclave microgranular rnáfico que uâo posstti feldspato alcalino e quartzo, se situa
no vértice P do diagrarna, coincidindo com o c¿unpo dos dioritos.
De acordo corr seus feldspatos alcalinos, essas rochas podem ser
classificadas como granitói des hipersolvus e subsr¡lvus (Tuttle & Boweu, 1958). Oprimeiro caracterizado por uma Írnica variedade de feldspato alcalino(rnesopertitas); e o segundo por duas variedades, correspoudetttes a uln feldspato
potássico pertítico e à albita ou oligoclásio, gerahnente disposta em cristaispequenos, às vezes discretamente zonada,
Devido ao fato dos sienitos apresentarem uma intensa variação
textural, de coloração e quírnico-mineralóglca, foram descritos separadarnente,
podendo no entanto ser agrupados em primitivos e evoluídos, Os termos primitivos
estäo representados pelo mela-sienito, microssienito porfirítico, sienito médio,
sienito rnédio amarelo-esverdeado, sienito fino porfirítico e fluidal, traquitoporfirítico; enquanto que os litotipos mais evoluidos corespondem ao fayalita
sienito, riebeckita sienito, arfuedsonita sienito e sienito grosso.
As descrições petrográficas desses litotipos, encontram-se dispostas
a segufu, separadas em granitos, sienitos prirnitivos e evoluídos, euclaves e diques.
Dados de quimismo lnineral, obtidos por microssonda eletrônica, são utilizados
sempre que necessário, a firn de se obter uma melhor caracterizaçào destas rochas.
V.I- GRANITOS
O Granito é uma rocha leucocrática, crnza esbranquiçada, corn
nuances rosa oì.r verde-claro. Ele apresenta textura inequigranular média a $ossa ecristais anédricos de feldspato (2-ó rnrn) exiburdo geralmente intercrescirnento
gráfico. O quar-tzo. além de se apresentar associado ao fèldspato pode possuir
25
0
Gro n itospe rolco linos
G ro n itd ides
ricos em Quortzo
I ---
Groni crustois
Grondfiros toler'ticose plogiogronitos
,4.
Figura V-l: Distribuiçño das rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro no dingramaQAP, apresentando a classificaçño proposta por Bowden et al. (19S4), adaptada deLameyre & Bowden (1982), para séries de rochas grnníticas. (CAT- série cálcio-alcnlinatonalítica ou trondjcmítica; CAG - sónie cálcio-alcalina granodiorítica; SAM- sériesubalcalina monzonítica; ALK- série aluminosa potássica; ANA- série alcnlina sódica).Símbolos: enclave microgranular má"fico, quadrados semi-cheios (rnetade superior cheia); enclavemicrogranular felsico, quadrados semi-cheios (metade inferior cheia); microssienito, círculosvazios; mela-sienito, quadrados cheios; sienito médio, círculos cheios; sienito fluidal, círculossemi-cheios; sienito médio amarelo-esverdeado, losangos semi-cheios; arfuedsonita sienito,triângulos vazios; riebeckita sienito, triângulos cheios; sienito grosso, quadrados vazios; fayalitasienito, triângulos cheios deitados; traquito, losangos cheios; riolito, losangos vazios; granito,cruzes; microgranito, "x".
26
litotipoamostra
fclds.alcalinoquarl-Zo
plagioclásiopiroxênioanfbóliobiotitaopacos
outrosn' de pontos
aAP
litotipoâmostIa
fclds.alcalinoqùarl7,o
plagioclásiopiroxênioanfibóìiobiotilafa] alitaoPacos
outrosn' de pontos
aAP
tù\t
1-28
69.7
0.1t.60.90.1
3610
28.171.9
0.0
Tabela V-lAnálises modâis de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro
Granitosl0A loD 304
76.018.0
t23.00.5l l0.2
2t^f3
19.1
80.90.0
70.7 66.922.2 29 0
ot -3.3 2.4Lt 1.0
l90.2 0.6
t062 t 700
23.9 30.276.t 69.80.0 0.0
NIel a-sien¡ to3-2 34
55.4 56 85.3 1.7
1 5.8 6.9t0.9 I1.75.0 10.3
6.0 76tr trt.0 t.20.6 0.7
3578 1909
6.9 6.972.1 8t.020.7 10.t
3-14
61.931.3
0.62.5
040.3
1103
32.567.50.0
Microgranitos3-18 3-lC
68.1 67.1 73 L
28.2 28 3 23.9
Microssienitol-l 2-t
64.9 73.7
29 1718.5 l1.02.8 3.13.7Utr.1.5 6.20.5 1.0
2139 1661
0.0 0.095.7 94.0,t.3 6.0
Legenda: EMM. enclave micrograndar málico: EMF, encla!€ microgranular félsico: Sm. sienito médio: Sa-e. sienito amarelo-esr-erde¿do. riebs. riebeckita sieniloarß S. arlìedsonitå sienito: fays- fayalita sienito: Sg. sienito grosso.
1.0 0.82.0 3.0
3-tD
ãu i, n,0.I 0.6 tt
2182 2151 3 t.r029.3 29.7 24.670.1 70.3 75.10.0 0.0 0.0
Sm2-5
70.73.5
l l.62.58.40.6
Traquito
o72.0
20
69.9
2+7
io0.2
t7120.3
99.10.0
Riolito8-l
Sienito fluidal3-10 t-2 3lB
54.4l.+.0
78.3 70.7 77.36.6 6.6 3.2
iul. t
1884
4.t82.413.5
z7g
67tr
174520.579.5
0.0
EMM,+-l
¡i r5.7
,10.0
20.60.12.5
29900.00.0
100.0
iu in Zu8.7 13 0 9.1- 09 06
EMFl-A
51.3
2ttt2.1
¡1.0
9.1
1.6
052172
0.070.829.2
i', )n0l 1.0
tE68 l93l1.8 8.5
92.2 9r.50.0 0.0
Sa-er8A
76.47.9t.6327.20.9
l01.8
22309.1
90.90.0
arfvSlrc
832l-5
6068
l01.4
l9l0t.8
98.20.0
),0_2
3089
4.09ó.0
0.0
riebSr6A
72.385
':n
050.5
235110.5E9.5
0.0
fa¡-'S
228
77 .0
1.2
8.1
5.3
0.84.I0.33.7
2E5E
1.598.5
0.0
So
6-3
85.926
72.t .0
2A0.5
t7 t92.9
97.10.0
dirnensões rnaiores (até 2 rnm) e ocolrer intersticial. Os rnáficos acharn-se etn
conceutrações de grâos anéú'icos (às vezes cotn fonnas esqueléticas) de dimeusões
variávels (algumas atingurdo I cm de comprimento e l-5 mrn de largura). Algumas
amostras são mais enriquecidas eln lnáficos. Observam-se, tambérn, venulações de
quartzo de cristalização tardia (corn 2 rnrn de largura),
Oticarnente, o gfanito apresenta textura gráfica e granofirica(Figuras V-2 e V-3), irequigxanular a equigranular, rnédia a grossa, sendo
essenciahnente coustituída por ortoclásio pertítico a rnesopertítico, quaftzo,
concentrações de lnáficos e opacos e traços de zircâo. Na maioria das lârninas"
obseryarn-se rninerais secuudários provenientes da alteração do ortoclásio (argrlo-
minerais e sericita) ou dos rnáficos (biotita e óxidos). A textura granofìrica deve
provavelmente testemunhar um resfrialnento rápido de um magrna granítico
hipovulcânico.O feldspato alcalino varia de ortoclásio quase puro (Ore¡,) até albita
(Abqs) constitulndo intercrescirnentos micropertíticos, pertitrcos e rnesopertiticos,
ern grâos anédricos, de dirnensões variáveis (2-ó rnrn), gerahnente turuo pela
alteração para argilo-minerais e sericita. Pode apresentar inclusões de máficos, às
vezes eln abundârcia. Algrrns grâ,os exibern, euh'e si, contatos coroidos.Geralmente possuem geminação Carlsbad, mas foram detectados raros grãos comgeminação combinada (albita+periclina). Às vezes observa-se um núcleo de
ortoclásio pertítico, liwe de intercrescimento gráfico, envolto por uma zona de
ortoclásio intercrescida com quarlzo que se dispõe de fonna radial (Figura V-3). Aalbita ocorre sempre como intercrescirnento pertítico em fio, em filme ou em gtão.
Em raras amostras, é encontrada em pequenos cristais individualizados,
caracterizando-as corno granito suh-sr¡lvus.
O quartzo ocorre rnais comulnente fonnando textura gráfica ou
granofirica corn o ortoclásio pertitico. Apresenta-se com aspectos vermiculares,
cuneifonnes ou lobados, principahnente nas bordas do feldspato. As vennículas
são, às vezes, couectadas aos cristais de quartzo intersticial, represeutaudo a irltirna
fase cristalizada, O quartzo intergranular se apresenta sob fonnas anédricas, bem
desenvolvido (+2 mm). Ocorre também em agregados, formando micro-veios que
se dispõem rnargeando os feldspatos pertíticos, exibindo freqüentetneute extinção
ondulante devido à recristalização sob tensão.
Os anfibólios apresentam mna ampla variaçâo composicional. Nosgranitos mals prirnitivos (peralurninosos) eles comespondern à ferro-actinolita e
ferro-honlblenda; e nos mais evoluídos estào representados por tennos sódico-
cálcicos (feno-barroisita e barroisita) e alcalinos (riebeckita). A ferro-actinolita de
coloração verde-oliva a creme apresenta-se corn hábito fibroso de talnanho
submilimétrico e corn disposição radial a sub radial, às vezes alterada para biotita,
Os outros anfibólios ocon"elr ern cristais mais desenvolvidos de coloração lnarrom
28
e verde (riebeckita) ou ern agregados associados aos clinopiroxênios e a diminutaspalhetas de biotita, opacos e zircão.
Os piroxênios corìstituem uma fase mais rara, restrita aos granitosmais evoluídos (peralcalinos). Apresentam-se em pequenos grãos associados ao
anfibólio ou mais desenvolvidos ( I rnm), subédricos exibrndo coloração verde-escuro. Forarn classificados como peftencentes à série egirina-augrta, exibindo urnadiscreta zonação, com núcleo mais cálcico e borda rnais sódica.
A biotita é comum ocorrendo associada aos outros máficos ou emlamelas anédricas intersticiais, que podern se apresentar defonnadas, como tarnbémern intercrescirnento sirnplectítico com opacos ou anfibólio, Ocorre tarnbérn comoproduto de alteração de anfibólio ou piroxênio. Mais raramente, pode representar a
irnica fase máfica de alguns granitos, aqueles peraluminosos, caracterizando afácies biotita-granito.
Corno acessórios encontrarn-se opacos, que às vezes apreseÍltarn
formas "pseudo dendríticas" de substihrição; apatila, ern minúsculas agulhas; e
grãos de zircão, seja inclusos em anfibólio ou biotita, seja isolados, rnaisdesenvolvidos.
O microsranito é hololeucocrático, de coloração rosa-acinzentada
até branca, podendo exibir enclaves microgranulares máficos de dimensõescentimétricas a decimétricas. Associados a esse microgranito observa-se fáciesporfirítica com fenocristais de quartzo e feldspato, cujas dimensões variam dealguns milimetros até I cm, imersos numa matnz fina (<0,5 rnm) de coloraçãobranca com pontuações de biotita,
Ao microscópio apresenta textura grâftca a granofirica finaconstituída por quartzo e feldspato alcalino exibindo intercrescimentos pertítico arnesopertítico (Figura V-4). Difere do granito pelo tamanho dos grãos de feldspatoe quartzo, geralmente melìores do que I mm.
O intercrescimento entre os feldspatos é do tipo mesopertitico oupertitico. Nas pertitas o hospedeiro tem composições Ore6-7s e o hóspede Abe6 se
disporrdo em fios, fillnes ou grãos, exibindo comumente gerninação polissintética,As mesopertitas apresentam manchas sujas e limpidas de composiçõesrespectivamente Or73a6 e AbeT-63. O quartzo ocorre de modo vennicular ou sobformas diversas, associado ou não ao ortoclásio,
Os máficos (anfibólios, clinopiroxênios e biotitas) ocorrem comocristais maiores dispersos ou em agregados. Predornina deutre eles o anfibólio que
se apresenta em grãos anédricos, comumente incluindo quaftzo e opacos, exibindopleocroismo verde-escuro, verde-acastanhado a castauho-avennelhado e
colnposição detenninada na microssonda de ferro-winchita.
29
Figura V-2: Granito - Detalhe de intercrescimento gráfico. 100x. Nicóis cruzados.
Figura V-3: Granito - Intercrescimento granofirico e gráfico. Observa-se que ocristal pertítico subédrico de maior dirnensão exibe um núcleo quase desprovido dequartzo e bordas, em continuidade óptica, intercrescidas com quartzo disposto deforma radiada. 25x. Nicóis cruzados.
30
rå,q l. 't.'';i"iftt t
Figura V-4: Microgranito - lntercrescimento gráfico e granofirico em mesopertitas100x. Nicóis cruzados.
Figura V-5: Microgranito. Agregado de egirina, feno-winchita, feldspato alcalino,quartzo, e rraros grãos de opacos. 100x. Nícóls descruzados.
3r
O clinopiroxênio (da série egirina-augtta) é subédrico a anédrico, de
coloração verde-escura, às vezes geminado. Comumente ocorre em agregados de
cristais subrnilimétricos, associados ao anfibólio, quartzo e feldspato alcalino
(Figura V-5). Ele pode apresentar-se com iltclusões de quartzo e opacos, num
intercrescimento simplectítico ou alterado para anfibólio, Análises de microssonda
eletrônica indicam tuna grande hornogeneidade composicional, tanto entre nircleos
e bordas quanto para os constituintes da matriz.
A biotita ocorre apenas eln uma arnostra de microgranito branco,
onde não aparece piroxênio e anfibólio. Apresenta-se em agregados ou em palhetas
dispersas, exibindo algumas vezes, deformações.
Nestas rochas encontrarn-se zircão, às vezes bem desenvolvido,
apatita e opacos como acessórios e carbonato colno milleral de alteração.
Associado ao microgranito foi identificada utna fácies de textura
porfirítica, dele diferindo por apresentar macro-fenocristais de quartzo e feldspato
alcalino (Orea e Abqr) de dirnensões que variam entre 2 e l0 rmn, além de possuir
biotita como úurico representante dos rnáficos.
V.2 - SIENITOS PRIMITIVOS
O mela-sienito possui textura porfirítica e coloração va¡iando de
verde muito escuro até preto, exibindo fenocristais de feldspato róseo irnersos
numa matriz lnuito fina, constituída por feldspato, máficos e quartzo.
Em análise microscópica observa-se textura porfirítica, com
fenocristais (3-8 mm) de ortoclásio pertítico e ocasionalmente de plagioclásio
tabular e clinopiroxênio gerahnente alterado. A tnesóstase é inequigranular muitofina e consiste de ortoclásio, plagtoclásio, quafizo, clinopiroxênio, anfibólio, apatita
e opacos, predominando dirnensões em tomo de 0,1 mm e destacaudo-se grãos de
até 0,5 mm (Figura V-6). Nessa matriz, observam-se sinais evidentes de percolação
de líquidos tardios através de rnicro-fraturas da rocha, formando venulações de
minerais secundários tais como anfibólio e biotita e quartzo.
O ortoclásio é o mineral dorninante da rocha, oconetldo como
fenocristais pertíticos, de composições Or6s ftospedeiro) e Abs¡AnsOrr (ltóspede).
São anédricos ou mais raraûrente subédricos, corn dimensões entre 3 e 8 mm,
exibindo normalmente bordas corroídas e podendo constituir agregados com
dimensões em tomo de I cm. Geminação aparece rararnente, e quando
reconhecida, é do tipo Carlsbad ou combinada albita-periclina. Na mesóstase o
ortoclásio é também anédrico coln dimensões subr¡ilimétricas, apresentando
inclusões de apatita, biotita e piroxênio e transfonnação para sericita e argilo-
rninerais.
32
O plagioclásio ocofie raras vezes como fenocristal, com dimensões
menores do que o ortoclásio (2 rnrn) e cornposições que variatn entre labradorita
(Anoo) e andesina (An:r) exibindo bordas de reação respectiv¿ìmente OrrtAbzz e
AbosAuroOrzs, Acha-se geralmente maclado segundo as leis da albita, albita-
Carlsbad, ou albita-periclina-Carlsbad. É anédrico ou subédnco tabular, podendo
exibir-se imbricadamente. Quando tabular, observa-se r.una nítida separação entre o
núcleo de contatos retilíneos e a borda de reação, tnais alterada cotn grande
quantidade de inclusões de clinopiroxênio. Corno constituinte da matriz o
plagroclásio (andesina) é anédrico com dimensões submilrrnétricas.
O quartzo é intersticial, anédrico, ocasionaltneute em forma de
cunha ou intercrescido corn o ortoclásio (intercrescirnento gráfico) e apresentando
inclusões de biotita.Os rnáficos alcançaln altos teores rnodais da rocha e achatn-se
representados pelo piroxênio, anfibólio e biotita.
O piroxênio ocorre coln dirnensôes variando de 1,2 tnrn até
dimiuutos grãos anédricos de 0,1 tnm dispersos na lnesóstase ou constituindo
agregados. Os fenocristais correspondem à salita e são subédricos a anédricos,
pouco alterados, sem zonação, exibindo un discreto pleocroismo rosa-claro a
verde-claro e gerninação segundo (001) Acharn-se geralmellte uralitizados nas
bordas e nos planos de clivagern, Quando a transformação é mais itttensa, observa-
se o formato reliquiar arredondado (2,5 mm) do clinopiroxênio totalmente
substituído por diminutas agulhas de actinolita, dispostas preferencialmente de
maneira radial ou sub radial (Figura V-6). A passagem do piroxênio para os
minerais secundários (actinolita, homblenda, biotita e opacos) torna-se visivel. Por
vezes ele se encontra discretamente alterado para biotita ou actinolita, porém
alguns grãos encontram-se totalmente pseudomorfizados para esses minerais de
alteração. Os piroxênios da maÍiz apresentam uma discreta zolnação, com núcleo
correspondente à salita e bordas augíticas ou rnais enriquecidas em Fe coitlcidentes
com ferrosalita, Piroxênios reliquiares eucontram-se manchados por opacos
arredondados.
Os anfibólios estão representados pela ferro-homblenda castanha e
pela actinolita verde-clara, ambos decorrentes de transformação do piroxênio. Aactinolita ocorre em dirninutas agulhas que se dispõern eln aglomerados frbro-
radiais substituindo o piroxênio. Nas bordas desse "pseudolnorfo" o anfibólio se
apresenta mais desenvolvido, em gtãos aredondados ou em seções losaltgulares
exibindo os dois traços de clivagern. Ocasionalmente, $ãos de anfibólioellcontram-se tarnbérn dispersos na matriz.
A biotita ocone na fonna de palhetas allédricas com dimensões
variadas, predominantemente 0,5 mm e pleocroismo intenso de amarelo-ouro-
alaranjado a castanho-escuro. Apresenta-se também em latnelas, espalhadas na
33
(N//)
nr,!¿,
(Nx)
I
Figura V-6: Mela-sienito - Pseudomorfo de fenocristal arredondado de salitaconstituído por dimfurutas agulhas de actinolita, dispostas de maneira radial a sub-radial. Mesóstase inequigranular muito fina formada por ortoclásio, plagioclásio,quartzo, piroxênios (salitas e augitas), anfibólios (feno-hornblenda castanha e
actinolita verde-clara) e biotita. Observa-se, no canto superior direito, cristal maisdesenvolvido de plagioclásio corn núcleo mais cálcico e borda de reação maissódica, exibindo cores de intenferência ainza claro e escuro, respectivamente. 25x.
li
34
mesóstase, sem exibir orientação preferencial marcada, Por vezes, é subédrica, bem
deseuvolvida e gerahnente associada ao piroxênio reliquiar e anfibÓlio de alteraçào.
As seções basais se apresentam em grãos anédricos, de cor malrom-escuro,
concentrados localizadalnente,
Apenas em análises de microssonda eletrônica foram detectados,
tarnbéln neste litotrpo, grãos de olivina correspondentes à ferrohortonolita (Fa72).
Corno acessórios, estão presentes lìa tnesóstase, quantidade
sigrificativa de apatita acicular e opacos anédricos associados aos máf,tcos,
O microssienito porfirítico corresponde a uma rocha citza-clara,
de textura porf,rrítica corn fenocristais de feldspato e máficos, ùlersos uuma lnatriz
fina a muito fina. Obseruarn-se freqtienternente enclaves.
Microscopicamente, apresenta textura porfirítica, cotn fenocristais
(l - 3 mrn) de ortoclásio, plagioclásio e clinopiroxênio. A lnesóstase é f,rna a muito
fura, constitnída por feldspato alcalino anédrico a subédrico, plagioclásio,
clinopiroxênio, anfibólio, biotita e apatita acicular. Quartzo é una fase atlsente
neste litotipo.Os feldspatos alcalinos ocolrem como oonstituintes da nalriz,
correspondendo ao anoltoclásio (Abe rAnqOr¡s), coln dilnensões
predominantemente de 0,2 rnm; ou como tnacro-fenocristais anédricos (+3 rnrn) de
composição do ortoclásio (Ors6), apresentando lamelas de albita (Abe6) e inclusões
de piroxênio nas bordas. Às ve"es o contato entre os grãos de anortoclásio é
serrilhado.
Os fenocristais de plagioclásio são geralmente euédricos,
apresentam gerninação polissintética ou combinada (albita+periclina+Carlsbad) e
exibem zoração normal, com uútcleo de composição bytownita-labradorita (Arzr-ss)
e borda correspondendo à andesina (Ana6). Cornumeute apresentam coroas de
reação de cornposição albita/oligoclásio (Ab¡¿,Or5) que podern assumir lnaiores
dimensões do que o plagioclásio reliquiar e geralmente lncluem grande quantidade
de dirninutos grãos de piroxênio. Alguns fenoçristais possuem inclusões de
piroxênio e ocorre ì saussuritizados e sericitizados. Na mesóstase o plagioclásio
corresponde ao oligoclásio (AbTaOrr).
O clinopiroxêuio ocorre em pequeltos gTãos arredondados (<0,1
rnm) dispersos na matriz ott em feltocristais anédricos a stlbédricos, atnbos de
cornposições coincidentes com a ferrosalita. Os fenocristais possuem dilnensões
variando eutre I e 2 mrn e coloração levemente rosada, coutendo inclusões de
plagroclásio. Por vezes eles possuem cor l'osa llo centro e periferia rnais
esverdeada, correspoudeudo quimicamente a nitcleos mais augíticos e bordas rnais
enriquecidas em feno (fenosalita). Alguns fenocristais se apreserìtam uralitizados
nas bordas que exibem grande quantidade de pequenhos grãos de opacos.
35
Localmente encontra-se pseudomorfo da augita, agora constituído por poucos gXãos
reliquiares e por opacos, anfibólio e biotita, É rnuito cornum tambérn a
transformação do clinopiroxênio em biotita que se apresenta em lamelas anédricas
de coloração castanha.
Os anfibólios estão representados pela ferro4ornblenda e pela
ferro-actinolita. O prirnerro exibe pleocroísmo verde a castanho, ocorrendo em
cristais isolados subédricos, ou rnais raramellte corno produto de transfonnação doclinopiroxênio que às vezes encontra-se preservado sob fonna de relictos.Enquanto que a ferro-actinolita de hábito acicular a fibroso e coloração verde-amarelada é, em geral, proveniente de uralitização, apresentando-se em agregados
associados à apatita.
Raros grãos de olir,rna forarn detectados, exibindo gerahnente, umaampla alteração para serpentina e opacos, encontrando-se às vezes, totalmentepseudomorfizados. Análises de microssonda eletrônica lhes conferem teores defayalita variando de 54 a 8l%o, correspondendo à ferrohortorrolita e hortonolita,respectivamente.
O sienito médio é leucocrático de coloração cinza-clara e
granulação média, composto de ortoclásio pertitico (2 a 5 rnm) com inclusões demáficos; plagioclásio (2 a 3 rnm) e máficos, que se apresentarn homogeneamelltedisseminados a localmente concentrados (2 rnm). Algumas amostras exibemporções de granulação mais grossa e cor branca, constituída essencialmente porortoclásio geminado segulldo Carlsbad (1 a 2 cm) e concentraçöes "estiradas" demáficos de até I cm de comprirnento. Exibem comurneute enclaves de fonnasvariadas.
Ao exame microscópico apresenta textura inequigranular comtendências porfiríticas, sendo constrtuída essencialmente por ortoclásio anédrico outabular e secundariamente por plagioclásio, qutarÍzo e rnáficos.
Os fenocristais pertíticos tem cotno hospedeiro o ortoclásio (Ors2) e
como hóspede a albita (Abe7). Apresentam-se corn dimensões que variarn de 2 a 5
mm, exibindo, às vezes geminação Carlsbad e inclusões de máficos. Alterarn-separa muscovita, sericita e minerais de argila. Quando em dimensões lnenores(+1 mm) o feldspato alcalino (Ora7) exibe gerniuação ern grade, associado aplagioclásio, qùartzo e máficos.
Os fenocristais de plagroclásio têln cornposição An5¡ (labradorita),apresentando menores tamanhos do que o ortoclásio e inclusões de máficos,Alguns grãos estão intensamente saussuritizados (epidoto, sericita e carbonato) e
mais raramente, alterados para miuerais de argila.
36
O piroxênio correspondente à ferrosalita ocorre em cristais comdimensões aproxirnadamente de 2 mrn, euédricos a subédricos, corn pleocroismoverde-azulado a verde-acastanhado, alterando para anfibólio,
Os anfibólios estão representados por fenocristais não zonados deferro-winchita; cristais meuores euédricos a anédricos de ferro-barroisita,decorrentes ou não de transfonnação do piroxêuio, incluern quartzo, apatita, zircãoe opacos; e por anfibólio fibroso (ferro-actinolita) proveniente da ffansformação daferrosalita, ocorrelldo geralmente assocìado a opacos e quartzo.
Como lninerais acessórios ou de alteração forarn reconhecidosquartzo intersticial, carbonato, muscovita, sericita, epidoto, apatita, titanita, zircão,minerais de argila e opacos; estes últimos exibindo por vezes, formas dendríticas.
O sienito fino porfirÍtico e fluidal é uma rocha cinza-clarapassando, em função de alteração deutérica, à progressiva coloração rosa, Éconstituida por fenocristais de feldspato com ditnensões variando entre 5 e 8 lnmimersos em uma lnatriz fina cornposta por feldspatos e máficos. Localmente,observa-se fenocristal máfico com bordas alteradas em cores mais claras e às vezesos máficos ocorrem ern agregados. Comtunente exibem enclaves.
Oticarnente exibe textura "porfiróide" (serial), corn uma matrizgranular fina hipidiomórfica intersticial, constituída por feldspatos e máficosripiformes que se acomodam entre os fenocristais de álcali-fetdspatos, Essesfenocristais formam uma trama interligada de maneira caótica, acarretandointerstícios triangulares, que são preenchidos pela matriz, constituída por mineraisque comumente se dispõem de forma orientada, indicando uma possivel textura defluxo.
Os fenocristais de feldspato alcalino estão representados pelaalbita/oligoclásio (A$7An1eOr3) e mais comumente por pertitas (hospedeiro:Ore2age hóspede:Abs1ArqOr15) e mesopertitas euédricas a subédricas, com muitasinclusões de clinopiroxênio e apatita principalmente üas partes centrais, e de
anfibólio e opacos nas bordas. Mostram principalmente nas bordas, gerninaçãocombinada (albita+periclina). Quando em agregados, às vezes apresentamgeminação Carlsbad e possuem contatos reentrantes. Esses fenocristais estãodispostos em uma matriz constituída por feldspatos alcalinos ripifonnes que
correspondem à albita (AbeaAnaOr2) ou ao ortoclásio (Orsz) exibjndo,respectivamente, geminação polissintética ou ern grade. Essas ripas, às vezes se
dispõem de formas imbricadas, Iembrando esferulitos. Comurnente o ortoclásioexibe transfonnação muito intensa para sericita e lninerais de argila.
O quartzo apreselrta-se em cullha ou intersticial eutre os cristais defeldspato alcalino coln os quais exibe contatos retilíneos. Às ueres ocorre maisdesenvolvido, porém fragrnentado.
37
Os piroxênios estão representados tanto pela salita, verde-clara,que se transfonna eln biotita, como por cristais de cor rosa-claro, exibindo zonaçãocom núcleo de composiçâo da salita e borda conespondente à ferrosalita,ocorrendo geralmente uralitizado. Às vezes obserya-se pseudomorfo do fenocristalde piroxênio consistindo de um uircleo de opaco, associado à salita reliquiar e
anfibólio fibroso verde-azulado. o quartzo e a titanita tarnbérn podem ocorrerassociados a esta alteração, Em algumas lâminas dessa rocha o piroxênio é raro,sendo mais colnum encontráJo na fonna de relictos de dilnensões menores.Apenas quaudo incluso rros fenocristais de ortoclásio o clinopiroxênio estáinalterado.
O anfibólio identificado na microssonda como ferroJrornblenda,tern hábito fibroso, coloração verde-azulada, e ocorre como alteração do piroxênioou isolado geralmente euédrico, possuindo pleocroísmo amarelo-acastanhado averde-acastanhado, alterando-se ern biotita.
A biotita ocorre como produto de transformação do piroxênio ou doanfibólio, ou se apresenta em larnelas isoladas deformadas, de pleocroísmocastanho-escuro a castanho-amarelado.
Como acessórios encontraln-se zircão de contorno euédrico,associado aos máficos e apatita em cristais prismáticos, às vezes berndesenvolvidos, associada aos máficos e aos feldspatos.
O traquito norfirítico apresenta coloração cirza-esverdeada-escurae granulação fina, destacando-se fenocristais de feldspato de hábito tabular,geminados segundo a lei de Ca¡lsbad.
Ao exame rnicroscópico, colìstata-se que é um litotipo de mesmacomposição mineralógica do sienito fino porfirítico e fluidal, dele diferenciando-sepor exibir granulometria mais fina e textura nitidamente porfirítica aglorneroporfiritica e lnatriz traquítica. Os fenocristais são de ortoclásio pertítico emais ra¡amente de albita, se apresentando freqüentemente tabulares, comdimensões entre I e 8 mm e possuindo abundantes inclusões de piroxênio, que sedispõem em forma de semi-círculo ou exibeln orientação coincidente com a damesóstase. Quando anéd¡icos, os fenocristais de feldspato possuem dinrensõesmenores (l a 2 mm) e se agregam corno glomérulos (6 a 8 rnrn) ou se dispõenr em"sinneusis". os máficos podern se integrar aos glornénrlos, apresentando contudo,menores tamanhos (+0,5 rnm).
Os fenocristais estão dispostos numa matriz traquítica fina, fbn¡adade feldspatos alcalinos subédricos, tabulares Q,2 a0,3 mm), geminados segundo alei de carlsbad ou da albita e lnáficos também alongados. Esses rninerais acharn-seperfeitarnente orientados, indicando uma textura de fluidez; no entanto, coutonìamos fenocristais, se moldando a eles, contiltuando ern seguida a orientação
38
preferencial da mesóstase. Nela, elìcontram-se também, raros grãos de quartzo
intersticial e titanita bern desenvolvida.
Os máficos estão representados por duas variedades de piroxênio e
de anfibólio, biotita e mineral de cor amarelo-ouro.
O sienito médio amarelo-esverdeado é uma rocha inequigranular
média corn tendências "porfiróides", constituída por feldspatos e agregados de
máficos (Figura V-7).Os feldspatos alcalinos sâo euédricos tabulares ou anédricos, de
dimensões variando entre 2 e 7 mrn (predorninando 2 mm), irnpregnados de
inclusões de piroxênio, anfibólio e opaco, ocorrendo gerahnente turvos (alteração
para argilo-minerais). Destacam-se grãos de ortoclásio pertítico, corn hospedeiro e
hóspede de composições, respectivamente, Orea-67 e AbeT e anortoclásio límpidosem pertita de cornposições AberAn¿Or:s e Abs¡AnrOrl¡,. Encontrarn-se tambérn
porções recristalizadas de cornposiçâo albitica (Abqs),
O quartzo pode ser intersticial, intercrescido corn o feldspato ou
bem desenvolvido.O pìroxênio exibe uma discreta zonação com núcleo augítico e
borda rnais eruiquecida em Fe, correspondente ao limite augita/ferrosalita,
composição semelhante àquela encontrada nos pequeninos grãos da matriz. Os
cristais menores ocorrem geralmente associados a opacos euédricos, ou inclusos
nos núcleos dos feldspatos. Comumente observa-se alteração dos piroxênios para
anfibólio fibroso (feno-actinolita).Os anfibólios estão representados por uma variedade de coloração
manom (ferro-homblenda) e outra verde (ferro-barroisita) comumente zonada,
exibindo bordas fibrosas (ferro-actinolita) que evoluem para franjas de rnineral
amarelo-ouro (possivelmente astrofilita) (Figura V-S). Às vezes as fibras da ferro-actinolita incluem-se nurna massa ca¡bonática (Figura V-7), podendo estar
associadas a ferro-barroisita, astrofilita(?) e quartzo. Observa-se tarnbém
pseudomorfo da ferro-barroisita constituído pelo tnineral amarelo-ouro fibroso a
fibro-radial, pontuado por opacos com bordas de fenoìornblenda.A apatita é o rnineral acessório mais comum, ocorrendo em
diminutas agulhas dispersas na lârnina.
V.3 - SIENITOS EVOLUÍDOS
O arfvedsonita sienito possui textura rnequigrauular com porções
mais grossas (+l cm) e mais finas (predorninantemente 3 rnm), exibindo coloração
39
(N//)
(Nx)
Figura V-7: Sienito médio amarelo-esverdeado - Exibindo texhrra urequigranularrnédia, constihrída por ortoclásio mesopertítico, quartzo, anfibólio, apatita.opacos,rnineral amarelo-ouro fibroso (possivelmente astrofîlita) e carbonato. Observa-seanfibólio zonado com uúcleo castanho a verde (feno-barroisita) corn franjas verde-azuladas de ferro-actmolita, cujas fîbras se dispersam nurna massa carbonáticaintersticial. t00x.
40
(N//)
(Nx)
- é7-,u*
Figura V-8: Sienito médio amarelo-esverdeado - Detalhe de anfibólio zonado comnúcleo e bordas de composições respectivamente coincidentes com ferro-barroisitae ferro-actinolíta. A ferro-actinolita de aspecto fibroso evolui para franjas demineral amarelo-ouro (possivelmente astrofilita). 100x.
4t
creme-esverdeada e aproximadamente 10% de máficos. Os feldspatos ocolrem
sempre com hábito tabular e gerninação Carlsbad, às vezes imbricados. Os máficospossuem menores tamanhos (+2 mm), podendo ocorrer em agregados. Observa-se
pseudomorfo do piroxênio preenchido por mireraìs de alteração.
Ao exame microscópico exibe textura inequigranular média agrossa, localmente intergranular, tendo o ortoclásio como principal constituinte,
com dimensões variando entre I e 10 mm.
O ortoclásio se apresenta com geminação Carlsbad e hábito tabular,sem exibir orientação preferencial, e às vezes se dispondo imbricadamente,formando triângulos preenchidos por máficos e opacos. Pode se apresentar pertítico
tendo como hospedeiro Oree-5¡ e como lróspede albita pura até AbrzOrrs. Nasporções da rocha onde a granulometria é mais fina, o ortoclásio exibe contatos
serrilhados. Altera-se fonnando rnanchas onde distingue-se carbonato, sericita e
minerais de argtla.
Os máficos têm dimensões de até 5 mm, predominando 2 mm. São
subédricos exibindo às vezes contatos retilíneos com os feldspatos. Os piroxêniospossuem uma ampla variação composicional, indo de ferrosalita em fenocristaiscastanhos até eginna-augta em cristais menores de coloragão verde-escuro,
exibindo pequena zonação com bordas rnais sódicas do que o núcleo. A egirinacomumente se apresenta alterada para agregados de riebeckita com hábito fibroso easpecto de musgo (Figura V-9), podendo às vezes encontrar-se totalmentepseudomorfizada. Os piroxênios ocorrem também associados a um anfibólio depleocroísmo verde-azulado a azul-acastanhado (arfuedsonita) e às vezes neleincluso, apresentando composição mais augítica. Os anfibólios também apresentamgrande diversidade química, estando representados por termos sódico-cálcicos(feno-winchita e ferro-barroisita) e por alcalinos (arfuedsonita e riebeckita).Predomina no entanto neste litotipo anfibólio alcalino de composição coincidentecom arÊøedsonita.
O quartzo é geralmente raro e representa uma fase de cristalizaçãotardia, que ocorre ora intersticial, bordejando os feldspatos ou os máficos, ora emmicrovenulações.
Alteração dos minerais para carbonato é muito freqüente nessa
rocha indicando um provável aporte de CO2.
O riebeckita sienito exibe textura marcadamente inequigranularfina à média, constituída de feldspatos alcalinos (dimensões de 0,5 até 3 mm),máficos (0,2 a 1,5 mm) e quartzo (0,5 mm). Em algumas lâminas, observam-seporções de granulação mais fina, onde seus constituintes parecem ser
recristalizados.
42
Í
ï
Figrrra V-9: Arfuedsonita sienito - Grãos de ortoclásio mesopertíticocor verde-escura exibindo bordas mais sódicas, passando parariebeckita de hábito fibroso e aspecto de musgo . z5x. Nicóis paralelos.
e egmnaagregado
de
de
É
Figura V-10: Riebeckita sienito - Detalhe da transfonnação de egirina parariebeckita e ferro-winchita e grãos de quartzo resultantes do excesso de sílicà dasubstituição piroxênio/anfibólio. 50x. Nicóis paralelos.
43
O feldspato alcalino é geralmente pertítico a mesopertítico exibindoporções de aspecto sujo (Ore5-33) e límpido (Abq). Apresenta-se como cristais
anédricos bem desenvolvidos (até 3 mm), às vezes geminado segundo a lei de
Carlsbad e com contatos difusos com os outros gfãos. Altera-se para minerais de
argila e possui inclusões de máficos. A albita encontra-se também individualizada
exibindo geminação polissintética ou recristalizada.
O quartzo ocorre como material intersticial e sob formas
vermiculares intercrescido com o feldspato alcalino. Pode tambérn ser encontrado
como grãos associados a riebeckita e feno-winchita, resultantes do excesso de
sílica da substituição piroxênio/anfibólio.A riebeckita de coloração verde-escuro é o máfico dorninante dessa
rocha, ocorrendo em pequenos cristais associados aos feldspatos alcalinos ou em
cristais rnaiores (Figura V-10). Destacam-se feuocristais zonados, exibindo tor.rs
verde-acastanhado no núcleo e verde-azulado nas bordas, de composições
correspondentes à ferro-barroisita e riebeckita, respectivamente. A feno-wrnchita,
de pleocroísmo castanho-escuro a verde-escuro, é muito comum em algumas
amosffas apresentando-se em fenocristais quimicarnente homogêneos e como coroa
de alteração de clinopiroxênios. Algumas amostras apresentam anfibólio alterando-
se para opacos, que ocorrem associados a grãos de quartzo/feldspato e a umamassa de carbonato e anfibólio fibroso.
O piroxênio ocorre em quantidade subordinada àquela dos
anfibólios, às vezes em relictos no núcleo destes. Possui coloração verde-escura e
composição correspondente à série egirina-augita, Não apresenta zonação, mas
encontram-se na matriz alguns cristais mais augiticos e outros mais sódicos.
O sienito grosso é uma rocha leucocrática, de coloração cinza-
arroxeada e granulação média a grossa. Ao microscópio exibe texturainequigranular, localmente intergranular, constituida por pertitas e mesopertitas,
quartzo intersticial e agregados de máficos e opacos.
Os feldspatos estão representados por pertitas e mesopertitas
subédricas, de hábito tabular (dirnensões va¡iáveis até I cm), geralmente
geminados segundo a lei de Carlsbad com finas inclusões de máficos, e pela albitasubédrica a anédrica de menores dimensões, exibindo geminação polissintética.
Por vezes, as pertitas têm como hóspedes, grãos isolados de albita exibindogeminação polissintética otr periclina (pertita maculada), ou mais comurnente em
formas de filmes ou vênulas, que cortam obliqüamente as linhas de geminação
Carlsbad principal da pertita. Geralmente, ao longo destas linhas descontínuas, não
ocorre deslocamento dos filmes de albita, sugerindo uma provável geminação
anterior ao processo de exsolução. Os feldspatos pertiticos têm como hospedeiro
44
composições corespondentes a 0162 e como hóspede Abes-s2 e cornumente exibemcontatos do tipo senilhado.
Os máficos sâo intersticiais ou intergranulares e estão representados
apenas por anfibólio (riebeckita) e biotita. Constituem geralmente urna massa
associada aos opacos, composta por riebeckita, às vezes fibrosa, e pela biotita de
pleocroísmo verde a maffom.
Os opacos ocoffem associados aos máficos sendo mais abundantesque eles. O quartzo é raro e intersticial e a apatita encontra-se sempre inclusa nos
feldspatos.
O fayalita sienito é uma rocha mesocrática, de coloração verde-
escura a verde-cla¡a. Exibe granulação fina a média, onde se destaca grande
quantidade de máficos, que se encontram, muitas vezes, entrelaçados. Observam-se
comumente opacos avermelhados em forma de crosta.
Ao exame óptico, apresenta textura inequigranular xenomórfica(Figura V-11), distinguindo-se porções de granulação fina (0,3 até 0,5 mm), que
parecem recristalizadas e de granulação média (1 até 5 rnm).
Os álcali-feldspatos são os minerais mais abundantes deste litotipo,ocorrendo como grãos anédricos equidimensionais, exibindo estruturas pertíticas e
contatos irregulares (Figura V-11). Suas composições va¡iam entre ortoclásio(Ore) e albita pura (Abee). Termos mais ricos em cálcio foram encontrados nonúcleo de pequenos cristais albíticos, levemente zonados, da porção mais fina da
rocha, constituído por AbsqAn¡Orl e respectiva borda de composição Abqoor¿.
Comumente observam-se nas pertitas, porções mais límpidas de composiçãoalbítica e de aspecto mais sujo correspondentes ao ortoclásio. Por vezes apresenta
um único plano de geminação, geralmente não retilíneo; ocasionalmente observam-se geminações combinadas albita-periclina. Inclui comumente apatita,clinopiroxênio e anfibólio.
O quartzo é intersticial e raro, ocorrendo embaiado ou exibindoforma triangular (0,3 mm) e contato reto com o feldspato. O conjunto é cortado porgrande quantidade de agulhas de apatita de tamanhos variados, atingindo até I rnm
de comprimento, inclusas nos feldspatos, no qua.rtzo e tarnbém na fayalita,Os máficos acham-se representados pela fayalita, clinopiroxênios,
anfibólios e enignatita. Biotita é muito rara e detectada em apenas uma amostradeste litotipo.
A fayalita é encontrada gerahnente em grãos anédricos bern
desenvolvidos (0,5 até 2 mm), arredondados a subarredondados (Figura V-11),com muitas inclusões de apatita acicular (Figura V-12 e V-13) Apresenta-se
comumente muito alterada, principahnente ao longo das fraturas e nas bordas onde
se distingue uma ampla substituição para anfibólio e piroxênio; no entanto, o
45
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Figura V-l l: Fayalita sienito - Texttra inequigranular xenomórfica constituídaessencialmente por feldspatos alcalinos, destacando-se grãos de fayalita, exibindoalteração incipiente para iddingsita, e de egirin a zonada. 25x.
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Figrrra Y-12'. Fayalita sienito - Detalhe de cristaliddingsita e para anfibólio lnarrorn (Íbrro-banoisita),posterior. 100x. Nicóis paralelos.
de fayalita alterando paracortado por apatita acicular
Figura V-13: Fayalita sienito - Pseudornorfo de fayalita constituído por iddingsita e
riebeckita na borda superior esquerda, testernunhando o estágio mais avançado dealteração desse mineral. Obseryam-se tarnbém agulhas de apatita. 100x. Nicóisparalelos.
47
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a(figura V-14: Fayalitn sienito - Cristnl de egirinn verde-escura exibindo manchRs maisclaras e anfibólio mnrrom crescendo em torno de suas bordas (ferro-barroisita), cominclusões de apatita (seções basais). No canto inferior esquerdo obserua-se grlio menor deferro-barroisita apresentado egirina reliquiar. 50x. Nicóis paralelos.
x'igura V-15: Fayalita sienito - Associaçño de máficos: piroxênio verde-claro (egirina)oanfibólio verde-azulado, geralmente zonado (riebeckita), anfibólio marrom (ferro-barroisitn) e enigmatita de cor marrom-avermelhado a preto-avermelhado. 2Sx. Nicóisparalelos.
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48
produto de transfonnação mais comum da fayalita exibe coloração ama¡ela-
alaranjada, ocorrendo associada a opacos, correspondendo provavelmente, à
iddrngsita (Figura V-11, V-12 e V-13). Alguns grãos podem se apresentar
totalmente pseudomorfizados pelos referidos materiais de alteração (Figura V-13),no entanto, às vezes se destacam, nesses pseudomotfos, pequeninos grânulos
reliquiares de fayaliø.Ao microscópio, os clinopiroxênios parecem estar representados por
duas espécies. Uma com característica da egirina, que assume dimensões menores
do que afayalita e possui coloração verde, exibindo algumas vezes zonação, com
núcleo verde-claro e borda verde-esçuro (Figura V-l l), e alterando-se parciahnente
para um anfibólio de cor marrom-escuro-avermelhado (ferro-banoisita) (Figura V-l4). A outra espécie ocoffe na matriz, sem zonação aparente, de coloração verde
muito escura Em análises de microssonda eletrônica, constatou-se que os
piroxênios dessa rocha apresentam uma ampla variação composicional indo desde
ferrosalita e auglta até egirina pura, passando pela série egirina-augita. Verificou-seque os fenocristais podem exibir zonação com núcleo e borda correspondentes à
ferrosalita e à augita, respectivamente; enquanto que os pequenos grãos da matrizsão mais homogêneos pertençentes à série eguina-augita. Foi detectado também
ouÍo tipo de fenocnstal apresentando manchas verde-escuras de composição
egirina-augita e manchas verde-claras correspondentes à egirina pura.
Os anfibólios correspondem à riebeckita verde-azulada e à ferro-banoisita de coloração marrom-averrnelhado muito escuro, ambos associados ao
clinopiroxênio e à enigmatita (Figura V-15).A enigmatita ocorre em grãos anédricos, às vezes bem
desenvolvidos. Apresenta-se associada aos ærfibólios e proxênios, exibindosempre cores muito escuras variando de marrom-avermelhado a preto-
avermelhado, sendo facilmente confi.urdida com opaoos (Figura V-I5).Observa-se ainda uma massa de birrefringência muito alta
(carbonática) de alteração dos máficos associada à riebeckita e com contatos retos
com o feldspato.
V.4 - ENCLAVES MICROGRANTILARESEnclaves microgranulares (máfico e félsico) çonstituem termos mais
primitivos, sendo geralmente encontrados em litotipos da borda ocidental do
complexo, respectivamente, em microgranito e em sienitos (microssienito, sienito
médio e sienito porñrítico e fluidal).
O enclave microqanular máfico exibe macroscopicamente, texturaporfirítica com fenocristais claros (rosa) de aproximadamente 2 mm de diâmetro,
49
imersos numa matriz muito fina de coloraçâo preta. Apresenta-se sob formas
diversas e dimensões centimétricas a decimétricas. Engloba, às vezes, ocelos (+1,2
cm) do microgranito ou mais rararnente de composição básica. Os contatos entre o
enclave e a rocha encaixante (microgranito) são reentrantes.
Em análise microscópica observa-se contatos interpenetrativos com
o microgranito, sem ocorrer no entanto, uma gradação entre eles. Exibe texturaporfirítica a glomeroporfirítica, destacando-se fenocristais subédricos de
plagioclásio geminado (1,2 mm) e ocelos de formas arredondadas (1-3 mm de
diâmetro) constituídos por anfibólio e feldspatos (Figura V-I6) ou mais raramente,
constituído essencialmente por anfibólios, e piroxênios em proporção menor(Figura V-17). A mesóstase é muito fina e formada por diminutas ripas e pequenos
grãos de anfibólio e piroxênio, permeados por plagioclásio e alguns cristais maiores
de titanita, onde não foram encontrados quartzo e K-feldspato (Figura V-16 e V-t7).
Os anfibólios possuem coloração castanho e verde constituindo a
fase mineral mais abundante da rocha e exibindo transformação para biotita. Nas
análises de microssonda constatou-se uma ampla variação composicional desses
minerais, destacando-se: tschermakita-hornblenda detectada em fenocristais não
zonados e na matriz; magnésio-homblenda e tschermakita conespondendo
respectivamente, a núcleo e borda de pequenos cristais; e anfibólio sódico-cálcico(barroisita) encontradado em fenocristais.
O piroxênio ocorre como fenocristais não zonados ou na matriz,possuindo coloração verde-clara e composição identificada como ferrosalita. Àsvezes apresenta bordas alteradas para um mineral amarelo ouro e para opaco.
O plagroclásio é o segundo mineral mais abundante, ocorrendo
como um constituinte damaÍiz fina, com composições que correspondem à albita(Absr) e andesina (AboÐ, ou como fenocristais bltowniticos (Aq5) sericitizados,
com inclusões de anfibólio, biotita e apatita. Diferentemente dos plagioclásios das
outras rochas desse complexo, esses não exibem zonação nem bordas de reação.
A titanita ocorre bem desenvolvida associada aos máficos ou em
microfenocristais.
O enclave microsranular félsico exibe coloração cinza-escura, que
se torna ainda mais forte nos contatos com a rocha hospedeira, com a qual mosffa
contatos nítidos. É muito freqüente e sempr€ encontrado no microssienito, sienito
médio e sienito fluidal, apresentando formas geralmente alongadas,
predominantemente tabulares, e tamanhos variados (centriméticos a decimétncos).
No contato entre o enclave e a rocha encaixante (os sienitos), ocorrem reações
caracterizadas por maior transformação dos feldspatos e por diminuição de
granulometria eln relaçâo aos sienitos,
50
(N//)
0\rx)
Figrrra V-16: Enclave microgranular máfico - Destaca-se ocelo constituído porfeldspato e anfibólio em matriz muito fina fonnada por diminutas ripas e pequenosgrãos de anfibólio (barroisita, hornbienda e tschermaklta), piroxênio (ferrosalita) ebiotita, penneados por plagioclásio e tltallita.25x.
5r
(N//)
(f{x)
Figura Y-17: Enclave microgranular rnáfico - Detalhe de ocelo constituídoessencialmente por hornblenda; e ferrosalita, ern menor porporção. 50x.
52
Apresenta textura porfiritica a glomeroporfirítica com fenocristais
de plagoclásio, álcali-feldspato e piroxênio imersos numa matriz muito fina,formada pnncipalmente por feldspatos anédricos (<0,1 mm) e diminutos grãos
arredondados de piroxênio e anfibólio, apatita, biotita e opacos (Figura V-18). Os
glomérulos (3 a 4 mm) são constituídos por áicali-feldspato e piroxênio ou porplagoclásio e piroxênio.
O álcali-feldspato ocorre na mesóstase, com dimensões muitopequenas e composição AbsoAn¡Or¿r, ou como macro-fenocristais anédricos (2-5
mm) de composição Abs¡AnaOr¿r, exibindo inclusões de piroxênio e contatos de
reação com a maÍtz, alterando-se nas microfraturas para minerais de arglla.
O plagroclásio bytownítico (Ansa) ocone como fenocristaissubédricos (t3 mm), freqüentemente exibindo crescimento em "sinneusis"(Figura V-19), com inclusões de pequenos grãos de piroxênio. Geminam-se
segundo a lei da albita, podendo também apresentar geminação combinada albita-Carlsbad. Às vezes, exibem bordas de reação de composição correspondente ao
oligoclásio (AbarAnrzOrz), semelhante àquela encontrada no plagioclásio da matriz(Afu1An15Ora).
O piroxênio ocorre como fenocristal (11 mm) ou como pequenos
grãos constituintes da mesóstase. Os fenocristais que se encontram pouco alterados(para feno-actinolita) exibem formas euédricas, coloragão verde-clara e
composições coincidentes com a salita (Figura V-20). No entanto, eles estão
comumente alterados, apresentando opaco no cenho, contornado por piroxênioreliquiar e uma envoltória extema de anfibólio (ferro-hornblenda) e biotitacastanha-esverdeada. Às vezes, ocorre substituição total da salita, resultando numpseudomorfo constituÍdo por núcleo de opaco circundado por anfibólio fibroso(ferro-actinolita) e consecutivamente por uma borda de biotita disposta
imbricadamente. Localmente, observa-se o fenocristal de piroxênio sendo cortadopor um micro-veio de grãos anédricos a subédricos (0,3 mm) de plagroclásiogeminado. O piroxênio da matriz tem composição augítica, riça em ferro. Nãoforam detectadas zonações nos piroxênios e anfibólios.
Na mesóstase destacam-se diminutas agulhas de apatita eminúsculas palhetas de biotita (Figura V-20). Opacos ocorrem como pontuações ou
mais desenvolvidos exibindo hábito esqueletal.
v.s - DTQUESOs termos de composição mais evoluida (naquitos e riolitos)
ocolrem geralmente na borda oriental do complexo em forma de diques.
O traquito possui coloração ctnza-clara e gtanulometría muito fina,apresentando fenocristais de feldspato com hábito tabular (+2 mm). Similarmente,
encontra-se um litotipo cinza-escuro-rosado, que possui gtanulação ainda mais
fina(<<O,Imm)
53
Figura V-18: Enclave microgranular felsico - Textura porfirítica com fenocristais depertita e piroxênio (salita) em uma matnz muito fina constituída por feldspatoalcalino, plagioclásio, grãos anedondados submiliméhicos de piroxênio (feno-augita) e anfibólio (feno-actinolita e ferro-hornblenda), biotita, apatita e opacos,25x. Nicóis cruzados.
Figura V-19: Enclave microgranular félsico - Detalhe de plagioclásio bytowníticoevidenciando crescimento em oosinneusis". 25x. Nicóis cruzados.
54
'tl.,l
?
4û*:I
I,Tg
ì'-
Figura Y-20: Enclave microgranular felsico - Detalhe do fenocristal euédrico desalita (da Figura V-18), exibindo principalrnente na parte superior alteração paraferro-actinolita de hábito fibroso. Mesóstase constituída de feldspatos, piroxênio(feno-augita), anfibólio (ferro-homblenda e ferro-actrnolita), biotita, opacos e
agulhas de apatita. 100x. Nicóis cruzados.
ffi.:t#r¡}. i
55
Ao microscópio apresenta textura porfirítica a glomeroporfiríticacom matriz traquítica muito fina. A rnarcante orientação e o paralelismo das ripasde feldspato alcalino e anfibólio definem uma estrutura de fluxo e impõem à
mesóstase uma textura traquítica bem nítida. No entanto, nas proximidades dos
fenocristais, as pequeninas ripas se arnoldarn aos seus contomos, assumindo assim
orientações diversas (Figuras Y-21 e Y-22).Os fenocristais de feldspato alcalino se apresentam como prismas
alongados euédricos de 1 a 3 mm, com predominância de 2 mm, exibindogeralmente geminação Carlsbad e às vezes ocorrendo em "sinneusis" ouconstituindo glomérulos. Fer.rocristais de aspecto tuño possuern composiçõesmédias em torno de Orsr, mais raramente podem apresentar estrutura pertítica eocasionalmente, inclusões de anfibólio. Outros fenocristais exibem núcleo límpidoe borda turva de composições, respectivamente, AbssAnaOra6 e Ab3sAn2Or60
(Figura V-21). Esses minerais não possuem sempre o seu maior eixo coincidentecom a orientação preferencial da mesóstase (plano de fluidez). Alteram-se em
minerais de argila.A mesóstase é muito fina, constituída por ripas (<0,1 mm)
fortemente orientadas de feldspato alcalino (Orrr-ro e Abçr-zz) e anfibólio verdecorrespondente à riebeckita (Figura V-21 e V-22). Nas análises petrográñca e
quimica nâo foram verificadas as presenças de piroxênio e biotita. Comumente, as
ripas da mesóstase esbarram no fenocristal e contomam se moldando a ele;posteriormente, acompanham a orientação preferencial da rocha. Dessa maneira,um prisma alongado de feldspato ou anfibólio pode apresentar localmente o seu
maior eixo perpendicular à orientação do fluxo.O quartzo é muito raro, e parece ser um produto secunda¡io, sendo
sempre encontrado preenchendo fraturas ou em micro-veios. Distinguem-se nalâmina minúsculos opacos euédricos de forma quadrática.
O riolito possui granulação fina e cor cinza-clara, exibindo rarosfenocristais de feldspato de hábito tabular (3 mm). Localmente apresentam-se comgranulação muito fina (<0,1 mm) e coloração um pouco mais escura.
Oticamente, apresenta textura discretamente porfirítica e mesóstase
fina (0,3 mm) "traquitóide", exibindo porções isoladas, onde ripas orientadas se
arranjam sob formas arredondadas. Semelhantemente, ocorre um litotipo comtextura xenomórfica, equigranular, muito fina (<0,1 mm)
A matriz é constituída por ortoclásio, quartzo, anfibólio e opacos. Oortoclásio mostra-se subédrico tabular, geralmente pertítico, exibindo aspecto turvodevido a presença de inclusões e/ou alterações. O quartzo oaoÍe intersticial,embaiado, ou em vermículas dentro do feldspato. Os opacos são vermelhos oupretos e se encontram associados ao anñbólio (riebeckita), que apresentapleocroísmo verde-escuro a verde-aallado e às vezes hábito fibroso,
56
Figura v-21: Traquito - Textura glornero-porfirítica ern matrizfenocristal de feldspato pertítico subédrico e zonado, exibindolímpida e periferia mais turva. 25x. Nicóis cruzados.
traquítica. Observarregião central mais
Figura V-22'. Traçrito - Textura pórfiro-traquítica exibindo fenocristal tabular defeldspato pertítico. Na matriz o paralelismo das ripas de feldspato alcalino eriebeckita definem uma textura de fluxo, no entanto na proxirnidade do fbnocristalesses pequeninos cristais se amoldam a ele, assumindo assim, orientações diversas.25x. Nicóis cruzados.
57
CAPÍTULO VI
QUÍMICA DE MINERAIS
Considerado como um dos enfoques primordiais desta tese, oestudo do quìmismo mineral dos litotipos do Complexo Alcahno Ponta do Morro,foi feito com base ern análises de microssonda eletrônica das principais fases
minerais, para 26 amostras selecionadas como represeutativas dos diversosgranitos, sienitos, enclaves microgranulares e diques. Essas análises químicas
foram realizadas no Laboratório de microssonda e microscopia (varredura)
eletrônicas do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, conformemetodologia detalhada no capítulo III.
Foram investigados os feldspatos, anfibólios, piroxênios, olivinas,enigmatitas, biotitas e opacos. As características texturais mais releva¡tes e avariabilidade química destes minerais, bem como interpretações relativas às suas
condições de cristalização, constituem os objetivos deste capítulo.
Quando em um lnesmo litotipo, os grâos de uma fase mineral,apresentaram homogeneidade química, os resultados listados nas tabelas
representam a média aritmética obtida a partir dos valores das bordas e dos núcleos
dos cristais. Dessa forma, para amostras com pequena dispersão de valores, éfomecido para cada fase mineral, um número restrito de dados; enquanto que para
oufas, cujos minerais exibem faixa composicional mais ampla, tem-se um maiornúmero de resultados analíticos, de f'orma a melhor exprimir a variação química de
cada uma destes. Nas situações em que foram detectados zoneamentos, distingue-se nas tabelas dados de núcleo e borda, separadamente.
VI.I - FELDSPATOS
Os feldspatos estão presentes em todas as variedades litológrcas
estudadas, constituindo a fase mineral mais importante do ponto de vistaquantitativo. Estão representados apenas por feldspatos alcalinos naquelas mais
evoluídas, e também por plagioclásios, nos litotipos mais primitivos.
As análises químicas representativas dos feldspatos estudados estão
dispostas nas Tabelas VI-l, onde constam também as fürmulas estruturais
calculadas na base de 32 átomos de oxigênio e as proporções moleculares dos
componentes Or (ortoclásio), Ab (albita) e An (anortita) calculadas em função dos
teores de KzO, NazO e CaO, respectivamente.
Os feldsnatos alcallnos representam os constituintes mais
abundantes dessas rochas, ocorrendo em menor proporção apenas no mela-sienito
58
e no enclave microganular félsico. Enquanto que, está representado no enclave
microgranular máfico, apenas pela albita (Abss).
Nos litotipos porfiriticos oconem como megafenocristais,
fenocristais e microfenocristais subédricos tabulares, às vezes se dispondo de
formas imbricadas ou em "sinneusis", e como cristais constituintes da matnz',
enquanto que nos granitos e sienitos de textura xenomórfica se dispõem de forma
granular. Suas dimensões são muito variáveis, indo de submilimétricas na matriz de
traquito, mela-sienito, microgranito e microssienito porfirítico, até I cm no sienito
grosso, sendo mais comumente encontrados com tamanhos entre 2 e 4 mm.
Geminações, quando presentes, são do tipo Carlsbad, ou mais raramente,
combinadas (albita+penclina). Especiahnente nos granitos, exibem
intercrescimentos do tipo gráfico e grano{irico...\) Na maioria das rochas, apresentam lamelas de exsolução com
dimensões e formas variadas, originando estruturas do tipo micropertíticas,
pertíticas até mesopertíticas (quando existe alta densidade de exsolução). Apresença dessas estruturas evidencia a participação de uma fase sódio-potássica em
solucão sólida que, por processos de equilíbrio durante as mudanças das condições
fisico-quimicas, se desmisturou, resultando um feldspato que tem como hospedeiro
e hóspede, termos mais ricos em potássio e sódio, respectivamente. De acordo
com seus feldspatos alcalinos, a maioria desses litotipos é considerada como
hipersolvus, por apresentar apenas pertitas; no entanto, alguns deles possuem dois
tipos de feldspato alcalino, um feldspato potássico pertítico e albita, o que os
caracteriza como sub-solvus .
. \:- Os feldspatos alcalinos apresentam, para todas as amostras, uma
ampla variagão composicional, indo do ortoclásio puro até a albita pura (Figuras
VI-I.1, VI-I.2 e VI-I.3). Geralmente são muito pobres em CaO, exceto aqueles
enconfados no sienito porfirítico e fluidal, que possuem teores de An da ordem de
70o/o e no fayalita sienito com Ane. O teor de BaO é praticamente zero em todos os
pontos analisados, implicando na inexistência do componente celsiana (Tabela VI-l).
-.\, As pertitas tem como hospedeiro Ores-7s € corno hóspede Abes-e¡.'
Algumas análises da fase exsolvida corresponderam a teores de Ab inferiores aesse intervalo (até Ab62), devendo resultar de problemas relacionados a uma
interação do feixe eletrônico com as duas fases feldspáticas simultanearnente,
assim tendo sido também analisado parte do hospedeiro. Comumente as
mesopertitas exibem manchas de aspecto turyo e límpido, de composições Or7sa6 e
Abçz¡¡, respectivamente,
O anortoclásio corresponde a feldspatos encontrados nos litotipos
rnais evoluídos, na matriz do microssienito porhrítico e em bordas corroídas do
plagroclásio no mela-sienito (Figuras VI-1)
59
T¡bela \I-lComposição química e fórmula estrutural (normalizada para O=32) de feldspatos de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
AmostraLocação
si02Al:o,FerO¡CaOS¡OBaONa20KtOTotâl
Si
AIFeþCa
SrBaNaK
CationsXz
AbAnOr
1ABRpl
61.87
21.8E
0.l,t3.30
0.01
0.0,+
8.95
0.4099 59
IA 1A IAF' F. Ir¡
48.08 66.14 65.61
33.25 19,93 2l.800.28 0.12 0.23
17.08 l.t7 2.9s0.10 0.00 0.020.00 0.03 0.04t .77 5 .79 8 .79
0.03 6,83 0.63100.59 100.01 100,07
o)o I L46,+ 8.774 11.831 11.527
1.554 7.145 4.198 4_sl00.019 0.038 0.016 0.0300.625 3_339 0.224 0.555
0.000 0.010 0.000 0.000
0.003 0.000 0.002 0.003
3.067 0.626 2.008 2 994
0.090 0.007 1.559 0.141
t9.822 19.939 19.838 19.760
t6.037 rs.9s7 16,045 16.067
3.785 3.9A2 3.793 3 .693
8I.l 15.8 53.0 81.1
16.5 8,1.1 5.9 15-0
2_4 0.2 4l.l 3.8
1A IA IA IA IA 1Am2 BPÐl BPAI FnL FbT Fpl
66.84 6.64 62_13 67.62t9.20 19.50 24.18 20.470.16 0.15 0.1I 0.19
0.54 0.89 5.9+ L450.02 0.00 0.00 0,01
0.02 0.M 0.01 0.o25.43 5.74 7.67 9.18
7.79 7.21 0.17 l.4l100.00 t00.17 100.21 100.35
tt.973 11.909 10.981 11.823
4.050 4.104 5.033 1.215o o22 0 020 0.015 0.025
0.104 0.170 0.125 0.272
0.000 0.000 0,000 0.0000,001 0.003 0.001 0.001
l_88ó L989 2.629 3.1121.780 1.644 0.038 0.315
19.816 19,839 19.822 19-763
16_045 16.033 16.029 ló-063
3.77t 3.806 3_793 3.700
Legenda, m, matnz; n, núcleo; b, borda; F, fenocristal; P, pertita; II, hospedeiro; hp, hóspede; L, límpido; T, turvo; pl, plagioclásio; BR, borda de
reação; i, interna; e, externa; 1, 2, etc., indivíduo l,2,etc; recrist, recristaliz¿dos.
68,44 ,17,81 66.12 65.90t9.96 33.56 18.90 18.58
0 04 0.21 0.l5 0.090.7t t7.21 0.4t 0.10
0.01 0 08 0.00 0.01
0.02 0,00 o.o2 0.04
10.31 1.73 3.74 1.78
0.34 0.04 10.73 13.90
99.E3 100.67 100.37 i00.40
IL954 8.721 l1_985 12.018
'1.106 7.210 4.016 3.990
0.005 0,029 0.020 0.0120. t33 3.370 0.079 0 0200.000 0.0t0 0.000 0.000
0.001 0.000 0.001 0 003
3.492 0.6t2 t.309 0.6290.076 0.009 2.470 3.23419.'t67 19.961 19.880 D.n616_065 15,960 16.021 16.020
1702 4 00r 3.859 3.886
IAm
IAPr
50.0 52.3 69.3 84.1 94.4 15.3 33.9 1.6.2 6.8
2.8 4.5 29.7 7.4 3.6 84.4 2.0 0.5 0.1
47.2 43 _2 1.0 8.5 2-l 0 2 64.0 83.3 93.1
IAP2
65.66
18.33
0.05
0.01
0.01
0.06
0.75
15.61
100.,18
t2.u03.958
0.0070.002
0.000
0.00.1
0.2673.652
t9.930t6.0053.925
4-3 4-3 4,3Fpl ml rrr2
47.t6 65.80 60.4433 51 20 52 25 54
0.41 0.19 0.25
t7.11 2.22 7 .11
0.07 0.06 0.090.01 0.04 0.00L62 t0.62 6 95
0.14 0.40 0.16
100.30 99 85 100.54
8.669 I1.628 10.695
7.255 4.270 5.322
0.570 0.025 0.033
3.370 0A20 1.348
0.010 0.010 0.010
0.001 0.003 0.00i)0.577 3.639 2.38s0.033 0.090 0.036
t9 972 20.085 t9.82915.981 t5.923 16_050
3.991 4t62 3.779
t.1.5 8',7.7 63.3
81.7 l0.l 35_8
0.8 2.2 1.0
ïabela YI-l (continuação)Composição química e fórmula estrutural (normalizada p¡rå (Þ32) de feldspatos de rochas do Complexo Alcalino Pont¡ do Morro.
AmostraLocação
sio,Al.QFe:03CaOSIoBaONa¡OKrOTotâl
Si
AIFer*
Ca
Sr
BaNaK
CationsX7
34 3-1 3-4 34BRph BRpl2 FH Fhp
66.43 6+_87 65.53 68.12 52.56
2t.11 18.70 18.60 20.34 30.96
0.13 0.10 0.09 0.18 0.202.02 0.09 0.22 0.93 13.40
0.03 0.02 0.o2 0.00 0.090.20 0.08 0.08 0.02 0.041.tt 2.39 3.32 9.50 3.68
+.25 t2.97 tt_10 r.2l 0.09101.28 99.22 98.96 100.30 101.02
tt.667 I t,95{ 12.008 I1.886 9.441
4.366 4.058 4.0t4 4.180 6.5490 017 0 014 0 012 0.021 0.027
0.380 0.018 0.043 0.174 2.579
0.000 0.000 0.000 0.000 0.0100 014 0 006 0.006 0.001 0.003
2.421 0.85.1 Ll80 3.214 1.2820.952 3.049 2.595 0.269 0.021
19.817 19.953 19.85E 19.74A 19.912
16,050 16.026 16.034 16.090 16-017
3.767 3.927 3.824 3 658 3.895
o)
34 34Fpl,n Fpl2n
29.53
25.790.187.20o.o70.146.590_27
99_77
10.628
5.422
0.0241.377
0.0100.0102.2810.06t19.8 r3t6_074
3 _739
61.3
37.016
34c 34c 34c
P PL pln
AbAnOr
68.91 67.16 56.t219.45 18.87 27.570.15 0.18 0.23
0.09 0.08 9.93
0.01 0.01 0.t20_0t 0.04 0.0610.55 5.73 5.38
0_4E 7.87 0.3099 _65 99.94 99.7 t
t2.048 12,035 10.124
4.005 3.982 5.857
0.020 0.024 0 031
0.017 0.015 L9190.000 0.000 0.0100.001 0.003 0.0043.577 1.99i 1.882
0_107 t.799 0,06919.775 19.849 19,896
t6.073 16.041 16.012
3 702 3.E08 3.884
Legenda.reação; i,
64.5 21.8 30.9 87.9 33.0
io.l 0.5 1.1 4.8 66.4
25.1 77.8 68.0 7.4 0.5
m, matriz; n. núcleo, b, borda; F, fenocristal; P, pertita; FI, hospedeiro; hp, hóspede; Lintema; e, externa; l, 2, etc., indivíduo 1,2, etc.; recrist, recristalizados.
34c
PT
65 14
18.21
0.41
0.01
0.000.05
1.94
13.61
99.37
12.0123.955
0.0570 0020.0000.004o.6943.202
19 _926
l6_0243.902
17.8
0.082 I
2B
b
67 _67 65.05
19.54 18.31
0.10 0.060.38 0.020.02 0.000.02 0.058.65 0.63
3.36 15.56
99 74 99.68
n 966 l3 024
4.069 3.9860.013 0.008
o.o72 0.00.1
0.000 0.0000.001 0.0042.966 0.2260.758 J.669t 9 . 845 t9 .92t16.048 16.018
3.797 3 903
2Bb
2B 2B 2B 2Bpln plb BRi BRe
48.2t 46.7t 65.55 66.9733.53 33.73 22.16 20.200.l5 0. t6 0. 12 0 06
16.82 t7.62 3.26 l.l40.08 0.07 0.03 0.01
0.01 0.01 0.05 0.041.88 1.49 8.47 8.14
0.05 0.03 0.35 3.61
100.73 99.82 99.99 100.17
8.775 8.609 ll.-501 I t.8297.t8'7 7.321 4.579 4.2020.021 0 022 0.0t6 0.0083.280 3.179 0.613 0.2160.010 0.010 0.000 0.0000.001 0.001 0.003 0.0030.664 0.532 2.882 2.7880.012 0.007 0_078 0.E13
t9.950 19.981 19.672 19.859
15.983 15.952 16.096 16.039
3.967 4029 3.576 3.E20
16.8 t3.2 80.7 73.O
82.9 86.6 t7.2 5.70.3 0.2 2.2 2l.3
96.6 s2.3 48.60,5 0.4 49_6
29 473 l8
78.1 5.8t.9 0_ I200 94.I
limpido; T, turvo, pl, plagioclásio; BR., borda de
Tabela \¡I-1 (continuação)Composição química e fórmula estrutural (normalizada para O=32) de feldspatos de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
Amostra
Locação
sio,AI:O¡FetO¡CaOSrOBaONaOKrOTotal
Si
AIFer*
Ca
Sr
Ba
NaK
CationsXZ
AbñuOr
2B 2B 2Bn P recrist
67.37 66.07 66.35
20j4 18.97 19.79
0.13 0.07 0.13
L32 0.41 L060.01 0 0l 0.01
0.06 0.05 0.08
9.80 3.91 5.97o.52 t0.20 6.61
99.65 99.69 100.00
tl 825 t1.977 11.860
4.225 4.050 4.1660 017 0 010 0.017
0.248 0.080 0.2030.000 0.000 0.000
0.004 0 00.1 0.006
3.335 1.374 2.0690.116 2.359 1.507
\9.770 19.854 19.828
t6.o67 16.037 16.043
3.703 3.817 3.785
90.2 36.0 54.7
6.7 2.t 5.4
3. 1 6t .9 39.9
o)to
2-1PH
66.2618.880.080.090.040.162.2813.26
101.05
I1.9904.O23
0.011
0.0170.0000.01I0.8003.061
19.9 t3t6.o243.889
20.60.4789
2-t 2-1 2-L 2-lPhp Fpl¡ Fpln Fplb
69 .40 49.7a 54.16 57 .48
20.31 32.3A 29.34 27.31
0.18 0.13 0.16 0.l l0.62 15.81 11.89 9.31
0.00 0.08 0.10 0.080.02 0.02 0,04 0.04
10.54 2.58 4.51 5.88
o.23 0.04 o.tl 0.16
101.30 100.82 100_31 100.37
11_943 9.026 9.757 10.263
4.116 6.914 6.224 5.743
0 023 0 018 0.022 0.015
0.114 3.07t 2.295 1.781
0.000 0.010 0.010 0.010
0.001 0.001 0.003 0.003
3.517 0.907 L575 2.036
0.050 0.009 0.025 0.036
19.764 19.956 19.91 19.887
16.082 15-958 16-003 16.0213 6A2 3.998 3.908 3.866
Legenda: m, matrlz; n, núcleo; b, borda; F, fenocristal; P, pertita; FI, hospedeiro, hp, hóspede; L, límpido; T, turvo; pl, plagioclásio; BR' borda de
reação; i, intema; e, extema; 1, 2, etc., indivíduo 1,2, etc.; recrist, recristalizados.
2-t 2-t 2-lBRpl mr îr2
66.55 67.t0 63.4 t21.00 t9 .79 23.170.25 0.0E 0.1Ir.86 0.88 ,+.68
0.03 0.04 0.090.08 0.18 0.059.41 6.75 8.25
0.76 5.66 0.41
99.97 100.48 100.47
I1.689 I1.897 tl.t621.344 4.132 4.E65
0.033 0.01t 0.0150.350 0.167 0.883
0 000 0_000 0.0100 006 0.013 0.003
3.2t5 2.32t 2 816
0.170 L280 0.092t9.807 19.821 t9.81616.066 16.040 16.0423.74t 3.781 3.E04
86.1 61.6 74.3
9.1 4.1 23.3
4.6 3.f .0 2 1
3-1 3-t 3-l 3-l 3-1
PL PL, PL¡ PT2 H
68.28 69.50 69.78 67.42 6s.33
19.t2 19.38 19.53 t9.O2 18.30
0.25 0.20 0.22 0.18 0.15
0.05 0.03 0.19 0.05 0.21
0.01 0.00 0.01 0.00 0.040_0t 0.01 0.01 0.01 0.03
6 96 9 22 10.55 5.92 2.025.95 2.53 0.28 7,89 13.85
100.63 100.E7 t00.57 100.49 99.93
t2.o54 12.081 t2.072 12.019 11.998
3.975 3.967 3.979 3.993 3.958
0.033 0.026 0.029 0.024 0.021
0.009 0.006 0.035 0.010 0.041
0.000 0.000 0.000 0.000 0.0000 001 0 001 0 001 0 001 0.0022.383 3.t08 3.539 2.046 0.719
1.340 0 561 0.062 1.79+ 3.245
t9.795 19.750 19.7t7 19.887 19.984
t6.062 16.074 16.080 16.036 15.977
3 733 3.676 3.637 3.851 4.007
63.9 84.6 97 .3 53.1 18.0
0_2 0_2 1.0 0.3 1.0
359 rs3 t7 46.6 81.0
95.5 22.7 40.4 52.8
3.1 77.0 58.9 46.2
t_4 0.2 0.6 0.9
Tabela VI-l (continuação)Composição química e fórmula estrutural (normalizada para O:32) de feldspatos de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
AmosûaLocação
sio,AItO¡Fe:03CaOSÚBaONa:OK?O
Total
Si
AIFe3*
Ca
SrBaNaK
Cations
z
3-l 3-l 3,1 3-1 3-lH1 hplhp P P
62.72 69.07 68.04 66.29 66_99
16.85 19.81 18.32 18.73 18.96
0. r I 0,l4 0.1l 0.l4 0.17
0.00 0.36 0.30 0.10 0.18
0.04 0.o2 0.00 0.01 0.020 00 0.01 0.0,1 0.03 0.01
0.39 10.31 12-82 3.93 6.59
1.+.86 0..16 0.46 10.47 6.8.1
9497 100.18 100.09 99.70 99.76
t2.146 r2.0Il 11.986 12-021 11.999
3.843 4.057 3.801 ,1.000 3.999
0.016 0 018 0.015 0.019 0.023
0 000 0.067 0.057 0.019 0.035
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.001 0.003 0.002 0.00ì0.146 3.476 4.379 1.382 2.289
3.67t 0.102 0.103 2.422 1.563
t9.822 19.732 20.344 19.865 19.909
19.005 16.086 15.802 16.040 16.021
3817 3646 4.542 3.A25 3.888
o)Cñ
30a
FP
66 90 65.10 65.6818.60 18.39 18.33
0.14 0,28. 0.400.32 0.02 0.03
0.01 0.00 0.000 02 0.05 0.03
6.61 0.97 2.946.17 14.99 11.82
9a.77 99.80 99.23
12.058 12.002 t2.O343.948 3.993 3.9550.019 0.039 0.0550.062 0.004 0.0060.000 0.000 0.0000.001 0.004 0_002
2.3t0 0 347 10.440
1.419 3.526 2.763
19.817 t9.9t5 19.859
t6.o25 16.034 16.044
3.792 3.881 3.815
30a
FP
AbAnOr
30a
Pb
Legenda: m, matriz; n, núcleo; b, borda; F, fenocristal; P, pertita, t! hospedeiro; hp, hóspede; L, límpido; T, turvo, pl, plagioclásio; BR, borda de
reação; i, intema; e, externa; 1, 2, etc., indivíduo 1,2, etc.; recrist, recristalizados.
3.8 95..t 96.5 36.1 5E.9
0.0 1.8 1.3 0-5 0.9
96.2 2.8 2.3 63.4 40.2
4-28 1-28 4-28 4-28 4-28m Php Fn Pn Pb
67.53 68.40 66.95 65.2t 66.23
19.45 20 l0 18.82 18.37 18.56
0.04 0.10 0.14 0.03 0. t I0.35 0.78 o 23 0 00 0.060.0t 0.01 0 00 0.01 0.01
0.00 0.01 0.03 0.04 0.048.79 10.38 5.26 0.41 3.12
3.62 0..{0 8.5t 16.12 12.03
99.79 100.18 99.94 100.19 100.16
u.958 tt9.920 12.028 12.018 12.029
4.056 4.t25 3.982 3.987 3.9700.005 0.013 0.019 0.00.1 0.015
0.666 0.1.16 0.0,14 0.000 0.012
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.001 0.002 0.003 0.003
3.0t8 3 508 1.832 0.117 1.099
0.818 0.089 1.950 3.790 2.787
t9.92r 19.802 19.857 t9.949 19.9t5t6.019 16.058 16.029 16-009 16.014
3.902 3.741 3.828 3.940 3.901
77 .3 93.7 47 .9 3.7 28.2
1.7 3.9 1.2 0.0 0.3
21.0 2.4 51 0 96.3 71.5
60.9 9.0 27.41.6 0.1 o.2
37.4 90.9 72.5
l0cP
68.01 67.Qt 66.82
18.90 19.08 18.29
0 .32 0 .12 o .28
0.02 0.01 0.000.02 0.00 0.000.00 0.06 0.077.4'7 4.65 2.45
4.87 10.68 t3.3199 6t 101.61 tDt 22
12.078 IL963 12.067
3.953 4.01I 3.890
0.0,13 0.016 0.0380.00'+ 0.002 0.0000.000 0.000 0.0000.000 0.004 0.005
2.572 1.610 0 858
1.103 2.432 3.0ó7
19.753 20.038 19.92sr6.a74 15.990 1s,995
3.679 .1.048 3.930
l0cP
t0cP
69.9 39.8 2t.90.1 0.0 0.030.0 60.1 78.1
Tabela YI-1 (continuação)Composição química e fórmula estruturâI (normalizada para O=32) de feldspatos de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
AmosûâLocação
sio.Al.o,Fer03
CaOSrOBaONazO
K.OTotal
Si
AIFer*
Ca
Sr
BaNâK
Caûons
XZ
AbAnOr
rOc loc locnT Pn Pb
67 .22 69 .t7 68 .62
t8.92 19..{8 19.36
o.17 0.26 0.28
0.00 0.02 0.03
0.01 0.01 0.01
0.02 0,01 0.01
5.75 t0.71 9.67
7.81 0.30 1.99
99.90 99.99 99.97
12,0.10 12.0.18 t2.0313.99 r 3.996 3.998
0.023 0.034 0.0370.000 0.004 0.006
0.000 0.000 0.0000 001 0.001 0.001
| .997 3.627 3.2281 .7E5 0 .067 0 .446l9 837 19 777 19 809
16.054 16.078 16.069
3.783 3 699 3.740
o)s
13C l3C r3CFHhpm
66.37 69.38 65.7518.65 19.73 18,37
0.05 0.09 0.060.02 0.28 0.000 0l 0 00 0.01
0.01 0_01 0.022.32 10.41 0.6913.22 0,36 15.53
100.65 100.26 100.43
12.03.1 12.042 t2.0483.982 4.033 3.9610.007 0.012 0.0080.004 0.052 0.0000.000 0.000 0.0000.001 0.001 0_001
0.816 3.503 0.24s3.058 0.080 3.630
t9.902 19.723 19.896
16.023 16.087 16.0203.879 3.616 3.876
20
FnL
66.66
20.tl0.15t.l I0.03
0.ll6.096.48
loo.74
I1.8294.2020.0200.211
0 0000.0082 095L467t9.832t6.0513.78t
55.5
5.6
38.9
20 20 20 20FbT FT mr m:
Legenda: m, mafriz; n, núcleo; b, borda; F, fenocristal; P, pertita; H, hospedeiro; hp, hóspede; L, límpido; T, turvo; pl, plagioclásio; BR, borda de
reação; i, interna; e, externa; 1,2, etc., indivíduo 1,2, etc- recrist, recristalizados
52.8 98.I0.0 0.I47.2 t.E
65.54 64.97 68.64 67.79t9.37 18_40 19.51 19.33
o.37 0.06 0.20 0.160 35 0.42 0.u 0.040 0l 0.01 0.01 0.01
0.05 0.I I 0.01 0.0I4.16 0.81 10-5,+ 7.80
9.84 15.34 0.41 4.5599.69 100.t2 99.49 99 69
11885 tt.975 12.023 t2.0214.137 3 994 ,1.031 1.0370.050 0.008 0.026 0,02i0.068 0.083 0.021 0.0080.000 0.000 0.000 0.000
0.00't 0.008 0.001 0.001
1.463 0.289 3.580 2.6822.276 3_607 0,098 1.029
19.883 19.964 19.780 19.799
16.072 15.977 16.080 t6.0793.81t 3.987 3.700 3.720
87 .9
0.211.9
zt.o 96.4
0.1 t.478.9 2.2
20
Ill3 III¡
64.99 64.0519.98 18.25
0.05 0 28
0.02 0 00
0.05 0.000.03 0 0I2.82 1.88
12.10 13.l0100 0,1 97.57
I1.824 I1.9954.281 .1.025
0.007 0.039
0.00,1 0.000
0.010 0.0000.002 0.001
0.995 0.683
2.809 3.130
19.932 t9.873r6.tt2 16.059
3.820 3.814
26 I t7.90.I 0.0714 82 I
20
6.3
0.093.7
l8a l8a ì8aF'FF3
80 89 65.76 66.251t.05 17.83 19.02
0 09 0.27 0.t70 05 0.00 0.33
0.00 0.00 0.000 03 0.t2 0.073.23 0.58 3.274.59 15.93 .01
99.93 t00.49 100.12
13.802 12.085 I1.9842.220 3.859 LO520.012 0.037 0.023
0.009 0.000 0.0640.000 0.000 0.0000.002 0.009 0.005I 069 0 207 I 147
0.999 3.735 2.54118.ll3 19.932 19.816
16.03,1 15.981 16.059
2.016 3.951 3.757
51 5 5.3 30.6
0.,1 0.0 t.7.18 I 947 677
38..r
1.8
59.8
?.3 9682.1 0.6907 26
72.1
o.227 'l
Tabela VI-l (continuação)Composição quÍmica e fórmul¡ estrutural (normalizada para O=32) de feldspatos de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
Amostra
Locação
siqAlro,Fe2Or
CaoSrOBaONa20KrOTolål
Si
AIFe3*
Ca
Sr
BaNaK
Cations
7,
l8a l8a l8aFL recrist. F
66 80 69.51 6E.r719.65 19.55 19.45
0.20 0.1,1 O.24
0.78 0.09 0.23
0.01 0.01 0.000.13 0_01 0.05
6.70 10.58 9.25
5.83 0.29 2.61
100.10 100.21 100.00
IL897 t2.071 11.9924.121 3.996 4.030o.o27 0.018 0.032
0.149 0.017 0.043
0.000 0.000 0.000
0.009 0.001 0.003
2_311 3.561 3.155
t_325 0.06,1 0.586
t9.812 t9.72E 19.841
16.045 16.085 16.0s4
3.797 3.fl3 3.787
61. I 97 .8 83.4
3.9 0.5 l.l35.0 1.8 l5-5
o)(¡
34 34 34 34 34 34
Fhp H Fhp Fn PH m
65.88 65.77 67.18 66.12 619 67.82
21.t2 19.96 19.97 19.3E 1E.56 20.31
0.07 0.16 0.14 0.14 0.10 0 07
2.11 0.98 0.78 0.68 0.02 0.87
0.00 0.02 0,00 0,00 0.01 0.00
o.o2 0.05 0.01 0.03 0.04 0.01
9.61 6.16 8.82 5.23 0.93 10.26
0.46 6.63 2.56 8.29 15.48 0.3E
99.27 99.73 99.46 99_87 100.13 99.72
t1.643 I1.804 11.887 11.902 tl.97l ll-8754.396 +.2t9 4.161 4,108 4.026 4.188
0,009 0.022 0.019 0.019 0.014 0.009
0_400 0.188 0-148 0.131 0-004 0.163
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.001 0.004 0.001 0.002 0.003 0.001
3.293 2.144 3.026 1.826 0.332 3.483
0,104 1.518 0,578 1.904 3.638 0.085
19.846 19,899 19.820 19.892 19-988 19.804
16.0.18 16.045 16.067 16.029 16-011 16.072
3.798 3.E54 3.753 3.E63 3.997 3.'132
AbAnOr
Legenda: m, matnz; r! núcleo; b, borda; F, fenocristal; P, pertita; tI, hospedeiro; hp, hóspede; L, límpido; T, turvo; pl, plagioclásio; BR' borda de
reaçãq i, intema; e, extema, l, 2, etc., indivíduo 1,2,etc; recrist, recristalizados.
6-3 6-3 6-3 6-3 6-3F Fb PH Php' Phø
68.36 68.73 67.50 69.68
l9 38 t9.25 18 26 19.11
0.14 0.29 0.52 0.53014 016 000 0020.00 0.01 0.00 0.000.03 0.01 0 00 0_00
7.t6 I35 4.13 10.83
5.67 4.05 10.40 0.27100.88 100.85 100.E1 100.,t4
12.028 12.039 12.100 12.089
4.0t6 3.971 3.855 3.905
0.019 0.038 0.070 0.0690 026 0 030 0 000 0.004
0.000 0.000 0.000 0,0000.002 0.001 0.000 0.0002.443 2.a36 1.436 3.643t.273 0.905 2.378 0.060
t9,807 19.820 19.839 19.770
16.063 16.04E t6.025 ló.0633.714 3.772 3.814 3 707
867 55.7 E0.7 47 -3 8.4 93.4
10.5 4.9 3.9 3-4 0.1 4.1
2_7 39.4 15.4 49.3 91.5 2.3
69.49
t9.520.36
0.160,03
0_02
9.14
2.80101.52
12.036
3.9820.0470.0300.0000.001
3.070
o.61919.785
l6_0653.720
82.s0.816.6
ll llPr P:
66.80 67 .4s
t8.22 18.87
0.E9 0.320.02 0.060 00 0.000.01 0.01
5.33 6.4s8.06 6.71
99 3 3 99.87
t2.066 12.043
3 .876 3.968
0.121 0_043
0.004 0.01t0_000 0.0000,001 0.001
t.867 2.2331.857 1.52E
t9 '792 19.82'l16.063 16.054
3.729 3.771
50.1 59.2
0.1 0_3
49.8 40.5
6s.3 75.2 37.7
0 7 0.8 0.0
34.0 24.0 62.3
98.3
0.I1.6
T¡bela VI-I (continuação)Composição química e fórmula estrutur¡l (nonnalizada para O=32) de feldspatos de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
AlnostraLocação
siqAl,o,Fe.O.CaOSrOBaONa2O
K:OTofal
SiAI
Fe+CaSr
BaNaK
CationsXZ
AbAnOr
28
Pl
67.88 68.28 66.06 69.10
19.07 19_40 18.29 19.19
0.31 0.55 0.38 0.41
0.l5 0.16 0.03 0.05
0.01 0.00 0.01 0.00
0.01 0.00 0.01 0.01
7.35 8.64 4.12 10.62
5.38 2-90 10.27 0.38
100 16 99.93 99.17 99.76
r 2 030 120. 130 12.017 12.070
3.980 4_020 3.928 3-948
0.0,11 0.073 0.052 0.054
0.028 0.030 0.006 0.009
0.000 0.000 0.000 0.000
0.001 0.000 0.001 0.001
2.s26 2.947 1.457 3.597
r.216 0.651 2.189 0.085
t9.822 19.734 19.880 19.764
16.051 16-10ó 16-027 16.0721771 3 62E 3,853 3.692
O)o)
28
P2
28PH
28Php
28Pn
65.89l7_90
0.43
0.000.000.01
1.00
14.95
100. t8
12.088
3.8670.0590.0000.0000.001
0.3563.49919.870
16.014
3,856
l5aPL
69.50 65.45
t9.37 18.35
o.25 0.100.05 0.000.00 0.000_01 0.01
10.66 0.s20.27 15.84
t00.ll 100.27
12.081 12.0323.965 3.9730.033 0.0140.009 0.0000_000 0.0000_001 0.001
3.593 0.1850.0ó0 3.715
19.742 19 920L6_079 16,019
3.663 3.901
l5aPT
l6PTr
65.42
17.88
0.51
0.000.000.020_69
15.49
100.01
12.060
3.8E2
0.071
0.0000.0000.001
o.2473.643l9.90416.013
3.891
Legenda, m, matrtz;n, núcleo; b, borda; F, fenocristal; P, pertita; F! hospedeiro; hp, hóspede; L, límpido; T, turvo, pl, plagioclásio; BR' borda de
rcação; i, interna, e, extema; l, 2, etc., indivíduo 1,2, etc.; recrist, recristalizados.
67.0 81.2 37.E
o_7 0.8 0.2
32 .3 t7 .9 62 .O
l6m2
68.28 67.80 66.09 68.6E
19.00 18.78 18.19 19.32
0.40 0.36 0.43 0,lO0,06 0.03 0.02 0.19
0.00 0.00 0.01 0.01
0.00 0.01 0.01 0.01
8.7t 6.88 2_63 t0.543.20 6.07 12.49 0.33
99.65 99.93 99.97 99.48
I2_06t 12.067 12.052 12.035
3 .952 3 _936 3 .907 3 -987
0.053 0.048 0.059 0.053
0.01I 0.006 0.004 0.036
0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.001 0.001 0.001
2.983 2.351 0.965 3.5E1
0.721 1.378 2.906 0.074
t9.781 r9.810 r9.894 19.767
t6.066 16.051 16-018 16.075
3.715 3.759 3.876 3.692
E.3 63.2 24.9 97.0
0.3 0.2 0.1 1.0
19.4 36.7 75.O 2.0
l6Fn
l6Fb
97 .5 9.2
0.2 0.02.3 90.8
T6
PLl6m
66.85
18.29
0.51
0.000.000.014.349_83
99.83
t2.o793.8920_069
0.0000.0000.001
1.5212.266r9.828t6.0403 7E8
42.2
0.059.8
98.1 4.7
0.2 0.01.6 95.3
50
b
68.80 67.50
19.18 18.86
0.32 0.25
0.01 0.01
0.01 0.02
0.00 0.01
9.32 6.'1t2.30 6.2699.94 99.72
12.070 12.057
3.973 3.9770.042 0.0340.002 0.0020.000 0.000
0_000 0.001
3.t71 2.324
0.515 1.426
19.763 19.81I16.075 16,058
3.688 3.756
86.0 61.9
0.1 0.i14.0 38.0
50
bT
6.3
0.093.7
Tabela VI-1 (continuação)Composição química e fórmula estrutural (normalizada para O=32) de feldspatos de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
AmostraLocação
siolAl:o,FetO,CaO
SrOBaONa2O
K:OTotal
Si
AlFe3'
Ca
Sr
Ba
NaK
CationsXz
50 50 50
LPI P2
69.0.1 65.4.t 66.741933 18,14 l8 73
0.29 0.1t 0.200.05 0.00 0.01
0.01 0.00 0.000.02 2.00 0.01
10.65 L9l 4.400.36 13.80 10.0r99.75 99.72 100.10
12.059 l2.Ot6 12.033
3.966 3.988 3.977
0.038 0.015 0.0270.009 0.000 0.0020.000 0.000 0.0000.001 0.001 0.001
3.607 0.6E0 1.538
0.080 3.233 2.302t9'770 19 933 19 880
16.073 16.019 16.037
3.697 3.9t1 3,843
o){
22 22 22
PH Php Php
66.93 67.79 68.63
t8.52 18.81 t9.02062 059 0510.01 0.o2 0.01
0.00 0.01 0.01
0.03 0.02 0.01
3.92 6.65 8.61
t0.53 6.73 3.39
t00.56 100.52 100.29
12.043 12.039 12.061
3 924 3 934 3 936
0.084 0.079 0.0670.002 0.004 0.002
0.000 0.000 0.0000.002 0.001 0.001
1.368 2.256 2.9682.4t7 t.525 0.76019.840 19.838 19.795
16.051 16.052 16.0643 7A9 3 786 3.73t
22a
n
AbA¡Or
67.58 69.47
20.98 19.45
0.47 0.44l_59 0.080_03 0.000_t0 0_01
9.67 10.38
0.50 0.60r00.92 100_43
11.738 12.0s8
4.291 3.9760.061 0.0570.296 0.015
0.000 0.0000_007 0.001
3.257 3.4930_llt 0.133
19.76t 19.733
16.090 16.091
3.67t 3.642
88.9 95.98_ I 0.430 37
22a
b
Legenda: m, màtnz; n, núcleo; b, borda; F, fenocristal; P, pertita, H, hospedeiro; hp, hóspede; L, límpido; T, turvo; pl, plagioclásio; BR' borda de
reação; i, interna, e, exlema, 1, 2, etc., indivíduo 1,2, etc.; recrist, recristalizados.
97 _6 r7.4 40.00.2 0.0 0.1
2.2 82.6 59.9
22c 22c 22c 22c
Pb Pb PL recrist
65..t5 62 90 69.08 67.0818.4.1 t6 82 19.33 17.90
0.08 0.08 0.25 0.270.00 0.00 0.00 0.01
0 0l 0.02 0.00 0.05
0.03 0.06 0.0I 0.000.39 0.43 10.68 t2.87t5.72 t7.55 0.36 0.22100.t2 97.86 99.71 99.12
12.035 12.033 12.066 12.039
3.993 3.789 3.976 3.7130.0u 0.012 0.033 0.036
0 000 0.000 0.000 0.002
0.000 0.000 0.000 0.010
0.002 0.004 0.001 0.0000.139 0.159 3 6t7 4.431
3.668 4.283 0.080 0.050
19.868 20.280 t9.773 20.311
16.039 15.834 16.075 15.818
3.829 4.146 3.698 4.493
36.1 59_6 79.6
0.1 0.t 0.1
63.E 40.3 20.4
22c 22c 22c 22cPT¡ PT¡ PT3 recrist
67 .36 64. 50 61 .36 66 .93
lE.I9 17.6t t7.t6 18.23
0.71 0 38 0.58 0.430_00 0.00 0.00 0.000_01 0.04 0.o2 0.01
0,02 0.00 0.05 0.066.63 1.32 6 09 9.78
6.26 10.99 9.56 3.48
99.1E 97 .84 97.82 98.92
l2.l0l 12.015 r L991 l2.0l l3.848 3.863 3.765 3.853
0.096 0.053 0.0E1 0.0580.000 0.000 0.000 0.0000.000 0.000 0_000 0,0000.001 0.000 0.004 0.0042.3yJ 1.560 2.200 3.4031.435 2.6t2 2.262 0.797t9.79t 20.103 20.313 20.12616.045 15.93t 15.837 15.922
3.746 4.172 4.476 4.204
6\.7 37.1 49.2 81.00,0 0.0 0.0 0.038.3 62.6 50 8 19.0
3.6 3.6 97.8 98.8
0.0 0.0 0.0 0.0
96.4 96 4 2.2 L l
Figura VI-l.l: Variação composicional média dos feldspatos das rochas rnaisprimitivas do Complexo Alcalino Ponta do Morro, expressas em proporçõesmoleculares de Or-Ab-An.Símbolos: enclave microgranular félsico, quadrados semi-cheios (metade inferior cheia);enclave microgranular máfico, quadrados semi-cheios (metade superior cheia); mela-sienito, quadrados cheios; microssienito, círculos vazios e losnngos vazios; sienito módio,círculos semi-cheios (metade superior cheia).
68
Figura VI-1.2: Variação composicional média dos feldspatos de dois sienitosprimitivos e quatro mais evoluídos do Complexo Alcalino Ponta do Morro,expressas em proporções moleculares de Or-Ab-An,Símbolos: sienito médio amRrelo-esverdeado, losangos semi-cheios; sienito lluidal, cÍrculossemi-cheios (metâde inferior cheia); arfvedsonita sienito, triângulos vazios; riebeckitasienito, triângulos cheios; s¡enito grosso, quadrados vazios; fayalita sienito, triângrrloscheios deitndos.
69
Figura VI-l.3: Variação composicional média dos feldspatos de granitos,microgranitos e traquito do Complexo Alcalino Ponta do Morro, expressas emproporções molecula¡es de Or-Ab-An.Símbolos: granito, cruzes; microgranito, "x"; trnqüito, losangos cheios,
70
Uma variação composicional do núcleo para bordas dos cristais é
pouco significativa ou quase inexistente, porém quando presente, verifica-se
aumento do componente Or nas periferias.
Os ll&l¡isios ocorrem somente nas rochas mais primitivas,(microssienito porfirítico, sienito-médio, mela-sienito e enclaves microgranulares)
constituindo uma fase mineral importante, do ponto de vista quantitativo, apenas
nos enclaves, sendo o único feldspato encontrado no enclave rnicrogranular máfico(Figura VI-1.1). Quando em fenocristais, são anédricos a subédricos tabulares e
possuem dimensões que variam entre I e 3 mm, podendo ser integrantes de
glomérulos e também ocorrer em "sinueusis"; jâ na matriz são mais comumente
anedrais de tamanhos sub-milimétricos. Exibem comumente geminação albita e, às
vezes, geminações combinadas albita + periclina ou albita + periclina + Carlsbad.
Comumente os fenocristais de plagtoclásio possuem zonação
normal, com núcleo de composição desde labradorita até b¡ownita (Anss-rs) e
borda correspondente à andesina (Arìa6). Apresentam também coroas de reação
que incluem grande quantidade de pequenos grâos de máficos, e que possuem
geralmente composições que variam de alcalinas (AbszOrq¡) até sódico-cálcicas
(Abzo). No mela-sienito essas auréolas têm çomposições tanto Ab22Or7s quanto
Ab65An¡sOr25, Quando o fenocristal é tabular exibe uma nítida separação entre onúcleo de contatos retilíneos e a borda de reação, que possui cores de interferência
mais baixas (cinza mais escuro), podendo até assumir maiores dimensões do que o
plagloclásio reliquiar. Os plagioclásios da matriz correspondem mais comumente
ao oligoclásio (Absr-rc), semelhante àquela composição da coroa de reação
(Figura VI-l.l).Os fenocristais de plagroclásio do enclave microgranular máfico
possuem composição bltownítica (Ans5) e, à exceção daqueles constituintes de
outras rochas primitivas, não possuem zonação e também não exibem coroa de
reação. Ressalte-se que nesta rocha, também diferentemente, não foram
encontrados feldspatos potássicos, cuja mafriz é constituída de termos albíticos
(Ab¡s), bem como correspondentes à andesina (4b63) figura VI-l.l)'
VI.2 - ANFIBÓT-TOS
Os anfibólios são os constituintes rnáficos mais comuns das rochas
do Cornplexo Alcalino Ponta do Morro, sendo eucontrados em todos os litotipos,
tanto como fase prirnaria, como de cristalização tardia, Ocorrem como
microfenocristais isolados ou participiurdo das texturas glorneroporfirÍticas; também
7t
como grãos e ripas das mesóstases; e comumente substituindo parcial ou
totalmente os clinopiroxênios,Nas rochas mais primitivas possuem coloração castanha, marrom,
verde escuro e verde clara, e nas mais evoluidas apresentam-se sob várias
tonalidades de verde, de azul e de marrom.A fórmula padrão dos anfibólios, segundo "International
Mineralogical Association" - IMA (Leake, 1978) pode ser expressa como:
As-1 82 vrC5 IvTs O22 (OH,F,CI)2
onde:T: posições tetraédricas ocupadas por Si, Al, Cr3*, Fe3* e Ti4*
C:Ml+M2+M3:posições octaédricas ocupadas por Al, Cr, Ti, Fe3*, Mg, Fe2*, MnB:M4:posições com número de coordenação 6 ( Fe2*, Mn, Mg, Ca, Na)4: posições com número de coordenação 12 (ltla e K)
O presente estudo é baseado em análises químicas representativas
de anfibólios (média de 522 pontos analisados), que são fornecidas na Tabela VI-2,onde também se encontram as fórmulas estruttuais calculadas na base anidra de 23
átomos de oxigênio, Esses procedimentos foram feitos através do programa
MINPET, de maneira semelhante aqueles propostos por Richard & Cla¡ke (1990),
onde os anfibólios são classificados graficamente de acordo corn Hawthorne
(1981). Neste programa, os cálculos estequiométricos são feitos utilizando-se o
método de balanço de carga descrito por Robinson et al. (1981), podendo-se
recalcular as análises através de 5 métodos diferentes, dos quais optou-se por
aquele em que os cátions sâo reajustados para um total de 15, excluindo-se apenas
o elemento K.O IMA (Leake, 1978) adotou os critérios (Ca+Na)s>I,34
NaB<0,67 e Cae>l,34 para caracterizar os anfibólios cálcicos; (Ca+Na)s>l,34 e
0,67<Nas<1,34 pua os anfibólios sódico-cálcicos, enquanto que os anfibólios
alcalinos são definidos como aqueles que possuem NaÈ1,34. Como pode ser
visualizado na Figura VI-2.14 os anfibólios estudados pertencem a esses três
grupos; reconhecendo-se com a diferenciação, uma sucessão de anfibólios cálcicos,
passando por termos cálcicos-sódicos e finalmente sódicos. Constata-se portanto,
que os anfibólios do microssienito, mela-sienito, e enclaves coincidem
preferencialmente com o campo cálcico, ao passo que aqueles dos litotipos mais
evoluídos (fayalita sienito, riebeckita-sienito, arfuedsonita-sienito, sienito grosso,
traquito e alguns granitos) distribuem-se nos domínios sódico-cálcicos e alcalinos.
Essa sucessão de anfibólios cálcicos passando por temos cálcicos-sódicos e
finalmente sódicos no decorrer da diferenciação magmática é relatada por
O'Halloran (1985).
Excetuando-se os litotipos (sienito porfirítico e fluidal, microgranito,
sienito grosso e traquito), que posuem apenas um anfibólio, todos os outros são
72
Tebela VI-2Composição química e fórmula estrutural (normalizada para O = 23), de anfibólios de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
fÃ<âøo
sio!TiO!Al:o¡Crlo¡FeOÀfnO
lfCONioCâO
Nâ'oK,OTctâl
TSi
TrìlTFe3CCrCFe3
cTiclrgCFe2
CNr'lCCa
BFe2
Bl\frìBCaBNa
,!u'.a
,AK
Soma-cat
SomâO
IAn
45 09 {4.73 50.'t9 43.42
1.48 t.s2 0.10 0.53
5.14 5.81 t.61 6.870 0l 0 03 0.04 0.02
27 .J0 27 .99 27 .69 29 .45
0.79 0.83 0.75 0.81595 JJ0 606 1.93
0.06 0.04 0.07 0.05
10.0t 9.89 u.85 I1.361.70 t.62 0.28 t.25o.11 0.19 0.27 l.0l98.90 98.77 99 51 98.70
6.807 6.790 7.705 6.667
1.020 1.042 0.029 |.2420.t73 0.161 0.004 0.091
0.001 0.004 0.005 0.002
l.?05 1.183 0.298 1.383
0.168 0.174 00lt 0.061
t.339 1.245 1.370 0.900
2.069 2.203 3.211 2.3080.101 0.107 0.09ó 0.105
0.117 0.085 0.008 0.024
0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000
1.507 t.523 1.918 1.628
0.49a 0.417 0.0a2 0.372
0.000 0.000 0.000 0.000014R 0 r53 0.052 0.198
I5.148 15.153 15.052 t5.19t73.000 21.0u0 23.000 23.000
IAh
\¡(x
1A IAb
+3n
46.13
1.06
5.870.00
19.46
9.170.00
10.81
2.24r.06
96.32
6.909
1.035
0.0560.000
1.3000.119
2.047I.0820.0660.385
0.0000.000
|.J490.6510.000
0.203t5.20323.000
4.3
b
40.32 41.53 42.46 42.500.1J t.t4 0.86 0.95
10.27 7.92 8.50 8.590.05 0.04 0.00 0.03
22.11 20.77 21.24 2t.110.47 0.51 0.48 0.5J
7.0s a.23 1 68 1.52
0.00 0.06 0.05 0.03
1t.02 t0.93 10.92 l1.l I215 241 2.23 7tOL15 t.32 1.50 1.50
96.54 96.86 95.92 95.99
6.116 6.516 6.449 6.4621.834 1.396 l.52tl 1.538
0.050 0.0s? 0.03t 0.000
0.006 0.005 0.000 0.004
2.006 1.670 t.72t t.6460.0$ 0.r28 0.098 0.109
r.594 1.831 t.7i9 t;7040.827 0.843 0.941 1.0380.060 0.065 0.062 0.071
0.423 0.451 0.434 0.429
0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000
1.368 1.300 1.343 1.381
0.632 0.700 0.651 0.619
0 000 0.000 0.000 0.000o3f9 02s2 0.291 0.291
t5.319 ts.252 t5.291 t5.291zf ooo 23.000 23.000 23.000
+3Fn Fb
4-3 34
46.J4 45.12 s0.t21.15 t.t2 0.28
4.53 4.84 2.650.03 0.02 0.04
23.53 23.4s 21.t80.61 0.64 0.'73
7.82 1.44 10.1.{
0.06 0.04 0.06
10.50 10.56 l0.llr.30 r.35 0.81
0,55 0.6t o.29
96.42 95.79 96.61
7.079 7.0t1 1 .ss20.815 0.877 0.448
0.106 0.086 0 000
0.004 0.002 0.0050.931 0.984 0.538
0.132 0.130 0.032
t.7at t.70'7 2.278
1.910 1.949 2.t250 0?9 0.083 0 000
0.104 0.144 0.000
0.000 0.000 0.006
0.000 0.000 0.093
1.615 1.597 1.664
o3a5 0.043 0.2t70.000 0.000 0.0û0
0.107 0.120 0.056
15.107 15.120 15.05621.000 23.000 23.000
34b
l4
Legenda: m, matnz F, fenocristal; rL núcleo; b, bord4 u, uralita; 1,2,3, individuo l,2,3
328 328 328 328nb
4f .43 43.42 42.71 4',t.79
l.3l t.38 0.99 0.085.61 5.73 5.80 r.370.03 0.02 0.03 0.01
2a11 2189 1002 ?485011 0.19 0.85 l.5l5.1I 5.00 3.74 2.16
0.05 0.03 0.08 0.08
9.91 9.87 10.34 8.19't.gt 1.9I t.15 0.23
0.80 0.78 0.80 0.26
97.t7 96.82 91.17 96.5]
6.704 6.718 6.666 7.163
1.030 1.044 1.065 0.237
0.266 0.238 0.269 0.000
0.004 0.002 0.004 0.001
t.402 1 317 1.468 0.209
0.t52 0.161 0.116 0.010
1.1?5 LI5l 0.869 0.523
1.959 1.994 2.176 4.232
0.101 0.104 0.112 0.000
0.208 0.209 0.25ó 0.000
0.000 0.000 0.000 0.294
0.000 0.000 0.000 0.208
1.429 t.42',t t.47t r.4250.571 0.513 0.529 0.072
0.000 0.000 0.000 0.000
0.157 0.I54 0.159 0.054
15.157 15.154 15.159 15.054
21.000 23.000 23.000 23.000
34
n
45.69 45.3t 45.91
0.99 0.97 t.0'7
4.18 4.69 4.550.02 0.o2 0.01
30.00 10.13 27.l80.89 0.9I O.19
4.50 4.04 5 880 03 0.06 0.04
9.40 9.68 9.89
t 82 1.80 1.85
o.73 0.80 0.90
98.25 98.41 98.13
0.101 6.976 7.001
0.757 0.850 0.816
0.2r5 0.174 0.1810.002 0.002 0.00t1.14r r.t17 1.124
o.tts 0.t12 0.t231.032 0.927 t.3152.so3 2.528 2.155o.l t6 0.119 0.102
0.092 0.114 0.160
0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000
t.457 t.463 1.454
0.543 0.537 0.5460.000 0.000 0.000
0.143 0.157 0.175
t5.143 15.157 t5.t1523.000 23.000 21.000
t4b
J4C
48.08 49.24 48 45
l.4t 0.09 0.43
t.4t 0.83 1.49
0.02 0.00 0.0234.69 16.54 ß.a41.00 1.51 0.89t67 IIl 2290.01 0.00 0.02
5.15 8.18 7.46
3.74 l.t3 2.66
t.07 0.30 0.57
98 32 98.93 98.52
1.5t1 7.191 1.524
0.021 0.t55 0.2'72
o.2t1 0.M9 0.0200.002 0.000 0.002
1.075 0.468 1.06I0.166 0.011 0.050
0.039 0.026 0.530
3 .24t 4.259 3 .li00.127 0.000 0.117
0.000 0.000 0.t090.000 0.000 0.000
0.005 0.203 0.0000.8ó2 1.388 Ll991.133 0.147 0.t010.000 0.000 0.000
0.213 0.06t 0.l ll15.213 15.06t l5.lt323.000 23.000 23.úto
t4cb
t4cFn
Tabela VI-2 (continuação)Composição química e fórmul¿ estrutural (normalizada para O : 23), de anÍibólios de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
Locåçao
sio?TiOrAlro:cqolFeOlfnOl\{CO
NìOCâONarOK,Olo1al
TSiTÄI
'fËe3
CCrCFe3
cTic:usCFe2CllnCC¿
BFeX
B\'fnBCaBNa
-d\a,\I{
Somâ-cal
Somao
3.rc 34C f4CFb Fn tb
48.66 48.07 48.51
0.r7 t.63 1.35
1.34 t.51 l.5l0.02 0_0t 0.0634.74 33.94 33.'t90.91 0.89 0.8rt.16 1.94 2.030.04 0.03 0.00
8.21 6.16 5.59
2.28 3.60 3.950.56 l-04 t.07
.98.69 98.88 98.69
7.599 '7.452 't.502
0.246 0.287 0.0280154 0.26L 0.2190.002 0.001 0.007
0.937 1.043 L l500.020 0.190 0.157
0.4t0 0.448 0.4683 446 3.095 3.001
0.120 0ll7 0.106
0.064 0.105 0.1l10 000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000
I ll0 0.092 0.816
0 690 I 082 1.184
0.000 0.000 0.000
0.1t2 0.206 0.21t15.112 I5.206 15.21I2t 000 23.000 21.000
N.À
28 28 28 28nbmb
41.85 43.83 49.70 50.06
1.38 t.75 0.t9 0.006.15 6.37 l.8l 1.25
0.05 0.02 0.ol 0.00
24.05 23.96 22.81 25.27o.75 0.71 0.72 0995.82 5.64 7.2t 5.80
0.04 0.05 0.02 0.01
10.27 10.18 t 1.56 I1.60L85 1.86 0.46 0.29
0.88 0.90 0.25 0.18
95.09 95.27 94.74 95.45
6.838 6.832 7.790 7.a921.129 1.168 0.2r0 0.108
0.032 0.000 0.000 0.000
0.006 0.002 0.001 0-000
1.2I6 1.136 0.129 0.035
o.t62 0.205 0.022 0.000
1.353 l-3t I 1.685 1.363
1.888 1.988 2.861 3.296
0.099 0.094 0.096 0.132
0.275 0.262 0.081 0.04t0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000
1.44t 1.438 1.860 l.9l I0.559 0.562 0.140 0.089
0.000 0.000 0.000 0.000
0.t75 0.t79 0.050 0.016
15.175 l5 179 15.050 t5.01623 000 23.000 21.000 23.000
18A l8A l8A t8A t8À 18A l8ArrErmbunbnb
47.61 49.91 48.48 47.41 48.79 49 46 49.63
1.00 0.39 l.ll 1.55 0.35 0.47 0.30
1.69 0.88 1.50 1.66 115 r.22 r.000.0t 0.00 0.01 0.05 0.03 0.01 0.03
34.22 32.10 2A.92 v.A1 34.65 32.63 f1.620.78 0.89 0.67 0.79 0.96 0.86 0.98
2.O9 1.19 4.90 1.10 1.83 3.09 2.55
0.05 0.0t 0.05 0.00 0 05 0.00 0.t06.11 7.59 6.68 5.58 8.18 8.21 8.59
3.33 1.87 J.45 4.16 1.80 1.65 t.tz1.06 0.62 1.18 1.03 0.41 0.62 0.49
97.99 98.13 96.91 98.26 9822 98.24 98 6t
7.458 7.815 1.496 7.406 '7.68'1 7.',736 1.190
0.312 0.t62 0.27f 0.t05 0.2Ú 0.225 0.185
0.230 0.023 0.231 0.2t9 0.100 0.039 0.025
0.004 0.000 0.001 0.006 0.004 0 001 0.004
1.102 0.537 t.041 1.278 0.690 0.053 0.439
0.1t8 0.046 0.131 0.t82 0.041 0 055 0.035
0.488 0.7,14 Ll29 0.256 0.430 0.721 0.597
3.149 3.674 2.46A 2.98t 3.176 3.694 3.925
0.103 0.000 0.088 0.104 0.059 0 000 0.000
0.036 0.000 0.141 0.191 0.000 0.000 0.000
0.000 0.043 0.000 0.000 0.000 0.006 0.021
0.000 0.u8 0.000 0-000 0.069 0.011 0.130
0.9a9 t.272 0.966 0.142 1.381 1.379 1..145
l.ou 0.56? 1.034 1.258 0.550 0.500 0.4.02
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0 000
0.212 0.124 0.213 0.205 0.086 0.124 0.098
t5.2t2 ts.t24 r5.233 15.205 15.086 15.r24 15.098
23.000 23-000 23.000 23.000 23.000 23.000 23.0Û0
Legenda: m, matriz; F, fenocristal; n, núcleo, b, borda, u, uralita; 1,2,3, indi'tduo 1,2,3
A llA Anbfi
47.24 48.2t 41.85
108 0.83 0.190.64 0.47 0.450.01 0.01 0.0414.36 13 62 36.t9I 29 L77 l.0lo.07 0.16 0ll0.05 0.01 0.00
2.56 1.30 6.4',7
6 91 7 53 2.93t.47 t.93 0.54
95.72 95.86 95.74
7.171 't.593 7.'t63
0.t19 0.087 0.086
0.410 0.320 0.151
0.00t 0.001 0.005
2.092 2 t2l 0.9950.t2t 0.098 0.023
0.016 0.018 0.027
2.039 | .981 'J .765
0.t73 0.236 0.1190.433 0.219 0.046
0 000 0.000 0.000
0.000 0.000 0 0000.000 0.000 1.078
2000 2.000 0.0920.117 0.299 0.000
0.296 0.188 0.112
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l1A ltAbF
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0.28 1.09
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95.73 96.Ì6
7.489 '7.491
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t.817 1.886
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llA ltAFn Fb
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Lto 0.90
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0.000 0.000
0.269 0.271
t5269 15.277
23.000 23.000
Tabela YI-2 (continuação)Composição química e fórmula estrutural (normalizada para O = 23), de anfibólios de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
t-oc¿ção
siolTiorAI:O¡ChOlFeOÀ{nO
McoNioCaO
Nã?o
K10Td¡l
TSiT''\ITFefCCr
CFeS
cTiCNfg
CFe2
ClfrCCâ
BFe2
IlÌ\lnBCaBNâ
Alia
Somâ-cat
somâO
tlcn
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llcb
\l('l
llc llcb
llc llcb
2t 78 28 28 2a
Fn Fb
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o.2a7 0.2E7 0.299 0.267 0.200t5.287 ts.297 15.299 1s.267 rs.20023.000 23.000 23.000 23.000 23.000
l5AFn
Legenda. m, matrlz; F, fenocristal; n, núcleo; b, borda, u, uralita; 1,2,3, indivíduo l, 2, 3
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1.45 120 0 80 1.22 0.ll1.58 1.43 l.6t t.58 r.440.02 0.0t 0.01 0.03 0.03
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0.000 0.000 0.000 0.000 0 000
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l5AFb
l5A l5A 151\
bt6A
47.23 4'7.23 47.OO 4',7.31 47.02
r.49 1.50 1.45 1.45 l5t188 t.92 1.99 r.83 2.Or
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l.t5 Lt6 l.t5 Ll9 Lt897.29 9730 96.96 9't.t4 97.43
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l6Ab
I6AFn
16.A
Fbl6A
Tabela VI-2 (continuação)Composição química e fórmula estrutural (normalizada para O = 23), de anfibólios de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
I ¡caÉo
sio,Tiol.qI]orCrrOr
FeO\rnoMgoNioC¿O
NãrOK:OTolal
TSiTAITFelCCr
CFelcriCÀ{g
CFe2cl\{nCCâBFe2
B\tlBCa
BNâA]\'a
Soma-cat
SoûìâO
50 50 50 50Fn Fb
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97lA 96.94 97.10 98.08
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t5.250 t5.251 t5.263 t5.t2723.000 21.000 23.000 23.000
{O)
20 20
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0.01 0.02
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Legenda: m, matriz; F, fenocristal; n, núcleo; b, bo¡da, u, uralita; 1,2,3, individuo 1,2,3
22A 22,\ 22Ä. 22A 22A 22A 22A 22.4
FunbFnbF
46.31 41.30 46.90 46.39 41.23 41.40 4',t.5',7 46.A5
t.'73 1.30 r.88 1.95 0.81 1.15 1.1t 1.85
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0.7'7 t.ol 0.84 0.82 0.96 0.89 0.88 0.892.30 t.2t 2.09 1.81 t.32 1.64 1.51 t 670.07 0.05 0.02 0.o4 0.00 0.03 0.01 0.006.73 5.1'7 6.10 5.78 4.87 5 58 5.37 5.81
4.37 4.89 4.79 .1.85 5.06 5.19 4.43 5.071.27 t.2t I.2A 1_30 1.23 1.26 t.t4 1.27
98.19 9? t9 91.88 91.4t 96 78 98.t9 91.60 97.t3
'7.156 .74.03 't.253 7.220 7.401 '7.2A8 1 439 12970.447 0.106 0.326 0.3'76 0.251 0.130 0.365 0.3030.397 0.29t O.42t 0.404 0.336 0.182 0.196 0 4000.002 0.005 0.001 0.002 0.005 0.002 0.002 0.002
1.491 t.528 1.492 1.526 1.689 1.605 1218 1.546
0.201 0.t53 0.2t9 0.228 0.096 0.202 0.20t 0.2t70.529 0282 0.442 0.420 0.309 0.316 0.366 0.188
2.249 2.51',7 2.249 2.28't 2.417 2.232 2.853 2.2290.101 0.I34 0.110 0.108 0.128 0.116 0.tt7 0.tt70 421 0.15t 0.447 0.428 0.3s7 0.467 0.243 0.5010.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0 000 0 000 0.000 0.000 0.000 0.0000.692 0.516 0.564 0.536 0.461 0.453 0.651 0.469
1.308 1.484 t.436 1.464 1.539 1.541 1.143 1.531
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.0000.250 0.242 0.253 0.258 0.246 0.247 0.241 0.252t5.250 15.242 15.253 t5.254 t5.246 15.247 t5.281 15.252
23.000 23.000 23-000 23.000 23.000 23.000 21.000 23 000
Tabela VI-2 (continuação)Composição química e fórmula estn¡tural (norrnalizada para O = 23), de anfibólios de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
l.\x?çå.o
sior'f iol.41:o¡
CrrolFeOl\lDOIt{Cl)NioCâ()N¡:oKr0'l c'tâl
TSiT.\l
'IFe3
ccÌCFelcTiclrgCFe2
CÀlnCCa
BFe2
B\frrBCâ
BNa
-{\a
Soma-cãt
SomãO
22C 22C 22C 22Crbnb
49.39 49.86 46.65 46.58
1.03 0 47 1.88 1.68
0.44 0.60 r.73 I.930.00 0.01 0.00 0.00
32.88 33.91 3l.47 31.50
l.0l 0 85 0.92 0.89
0.3t 0.24 t 61 1.43
0.00 0.01 0.o2 0.04
2.t0 1.91 4.84 4.95
6.83 5.90 5.J6 5.29
1.49 0.78 1.15 t.l695 -18 94 60 95 89 95.ó5
7.799 1.964 1.315 7.362
0.082 0 036 0.321 0.016
0.u9 0.000 0.033 0.2'79
0.000 0.001 0.000 0.000
1.747 | 514 1.575 1.586o.t22 0.056 0.22f 0.200
0.073 0.057 0.392 0.337
2.476 3.015 2.235 2.299
0.135 0.115 0.123 0.119
0.355 0.164 0.453 0.459
0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.171 0.364 0.379
2000 1.827 1.636 t.6210 000 0.000 0.000 0.000
0.300 0.159 0_271 0.274
15 300 f5159 r5.2'tr 15.274
23 000 2t o00 21.000 23.000
\¡\¡
t0c
48.31 49.28 49.t6 48.6t 50.10 50.57 49.04
1.36 1.26 1.34 1.44 0.91 0.78 t.22l.61 140 l.5l t.66 0.89 1.51 1.64
0.04 0.02 0.o2 0.05 0.00 0.01 0.00
33.60 ll.6t 31.46 30.82 29.6A 25.21 25.95
2.06 | 66 r.65 t.45 1.49 1.16 0.99
l.t8 2.14 2.71 2.49 2.73 1.t5 6.21
0.03 0.04 û.03 0.0t 0.04 0.00 0.00
3.94 4.56 4.60 4.10 682 6.18 6.04
{.9.1 1.11 .r ót 4.'n 4.',^ 4.58 4..t8
t.22 r.23 1.23 t.27 1.00 r.32 t.339A.29 98 54 9A.32 9't.10 gA.f't 98.53 96.90
7.491 155t 7.557 7.498 7.635 1.493 1.4420.294 0.253 0.213 0.302 0.160 0.214 0.291
0.209 0.196 0.170 0.200 0.205 0.233 0.265
0.005 0.002 0.002 0.006 0.000 0.001 0.000
t.426 1124 1.263 t.120 r.354 t.!99 1.340
0.159 0145 0.155 0.167 0.104 0.087 0.139
0.273 0.626 0.621 0.665 0.620 1.579 1.405
2.725 2.530 2.6t2 2.455 2.224 1.492 1.648
0.27t 0.215 0.215 0.201 o.tgz 0.141 0.127
0.141 0.157 0.132 0.186 0.5û5 0.297 0.300
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.514 0.592 0.626 0.59t 0.608 0.684 0.682
L486 1.408 1.314 1.409 1,392 1.316 1.318
0.000 0 000 0.000 0.000 0.000 0.000 0 000
0.242 0.240 0.24t 0.250 0.t94 0.250 0.257
t5.242 15.240 t5.241 t5.250 15.t94 15.250 15.257
23.000 21.000 23.000 23.000 23.000 23.000 23.000
r0c l0cb
10c t0cb
t0c t0cb
t.lF
Legenda: m, rnarnz, F, fenocristal; n, núcleo; b, borda, !,ur'alifa;1,2,3,
4t.78 4'7.49
0.93 1.85
2.15 1450.05 0.00
26.82 f t.81.04 0.895.76 1.69
0.04 0.r27.54 8.36
2.80 2.29
1.10 6.2t)
97.0t 96.56
7.508 7 590
0.390 0.273
0.102 0.t]70.006 0.000
0.890 0.5480.t08 0.2221.322 0.4t)12.460 3.5650.136 0.1200.079 0.141
0.000 0.000
0.000 0.000
t.t64 1.2900.836 0.7100.000 0.000
o.2t6 0.t26t5.2t6 0.12623.000 2J.000
3.1
m30â
n
48.54 48.15 47.94 48.13 47.32 41.63
0.94 t.t4 0.33 0.25 0.94 l l3l.9l ?.24 1.50 1.90 2.48 2.240.00 0.02 0.44 0.01 0.42 0.02
28.66 2A.56 34.80 33.50 30.46 29.55
0.56 0.51 0.76 0.79 0.60 0.60
5.54 5 09 r.76 2.75 3.90 4.21
0.0t 0.02 0.05 0.00 0.01 0.05
1.41 7.40 7.95 7.49 1.64 1.44
3.61 1 52 2.05 1.7ì 2.95 3.72
1.10 1.07 0.62 0.60 0.91 0.98
98.12 9i.12 97.18 9'7.03 97.23 9'7.11
'7 340 7.346 7.601 7.650 7 343 1.314
0.314 0 402 0.280 0.350 0.453 0 4t60.1t1 0.252 0.117 0.000 0.204 0.2t10.000 0.002 0.005 0.00t 0.002 0 002t.299 t.223 0.818 0.689 Lt43 1.1i40.107 0.111 0.039 0.030 0.110 0.t321.249 Lt58 0.416 0.533 0.902 0.972
2.009 2.169 3.638 3.741 2.606 2.4A10.0't2 0.066 0 081 0.000 0.079 0.079
0.265 0.251 0.000 0.000 0.158 0.201
0.000 0.000 0.000 0 023 0.000 0.000
0.000 0.000 0.019 0.t06 0.000 0.000
0.936 0.959 1.351 1.344 r.1t2 1.031
1.064 1.04t 0.630 0.527 0.888 0.967
0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
0.2t2 0.208 0.125 0.122 0.180 0.194
t5.2r2 t5.208 t5.125 15.t22 15.180 t5.t9423.000 23.000 23.000 2t.000 23.000 23.000
3oa
b
t0an
30a
blOa ]0a
b+28 4-28nb
42.20 42.16
162 1.60
6.70 6.850.o2 0.o2
28.68 28 83
0.75 0.71
3.',76 3.4'7
0.03 0 0t9.9t 9.9'7
7.02 2.00
1.06 1.08
96.78 96.10
6.586 6.595
1.2it L2620.163 0.141
0.004 0.002
1..130 l.4t?0.190 0.188
0.875 0.8092.130 2.2210.099 0.0940.2'72 0.2'74
0.000 0.000
0.000 0.000
L189 1.393
0.61t 0.607
0.000 0.000
02| 0.216
15.2tt 15.21623.000 21.000
ndivíduo l, 2, 3
constituídos por duas ou mais espécies. A extensa variação composicional dos
anfibólios tem sido noticiada como urna das características marcantes dos
granitóides do tipo A (Giret et al., 1980 e Collerson, 1982).
Segundo classificação de Leake (1978), os anfibólios cáLlcicos do
Complexo Alcalino Ponta do Morro correspondem à actinolita, feno-actinolita,ferro-homblenda, maguésio-homblenda, tschermakita-hornblenda e tschermakita(Figura VI-2.18); os sódico-cálcicos são ferro-winchita, feno-barroisita, barroisita(Figura YI-2.21t); enquanto que os alcalinos, pertencentes às rochas mais
evoluídas, coincidem com os domínios da arfuedsonita (Figura YI-2.28) e da
riebeckita (Figura VI-2.3).A notável diversidade composicional dos anfibólios toma-se
enfatizada no diagrama Mg-Ca-Fe* (Fe*:Fe2++Fe3*+Mn) (Figura VI-2.44), onde
se percebe um "trend" evolutivo corn pronunciado aumento de Fe* para uma razão
Ca/Mg praticamente constante, nas rochas mais evoluídas.
O diagrama triangular Ca-K-Na (Figura Vl-2.48) evidencia
também a variação composicional dos anfibólios estudados, refletindo, das rochas
mais primitivas para mais diferenciadas, um progressivo enriquecimento em Na, em
detrimento dos conteúdos de Ca, para teores de K relativarnente muito baixos.
Variações semelhantes foram encontradas em anfibólios de outros granitóides
alcalinos, tais como os de Oslo fNeumann, 1976), Nigeria (Borley, 1976 in:
O'Halloran, 1985) e Ras ed Dom (O'Halloran, 1985).
Não foram detectadas zonações importantes nesses anfibólios, no
entanto vale ressaltar que actìnolita e ferro-actinolita correspondem geralmente à
coroa de alteração de piroxênios (uralitização) e tschermakita só foi detectada em
bordas de pequeninos cristais da matriz do enclave microgtanular máfico.
A evolução composicional dos anfibólios pode ser tarnbém
ilustrada na Figura VI-2.5 (Diagrama AIN+Ca verszs Si+Na*K expressos,
respectivamente como TAI+CCa+BCa e TSi+BNa+ANa+AK). Os anfibóliosseguem um "trend" similar aos das rochas alcalinas saturadas em SiOz (Neurnann,
1976; Giret et al., 1980; Conceição et al., l99l), com um esquema principal de
substituição de Ca+AlN <+ Si+Na.
Do estudo petrográfico e químico, ficam definidos portanto, doisgrupos de anfibólios: um constituído por tennos ricos em (Ca+AlN) e pobres em
(Si+Na+K) cristalizados num estágio magmático precoce, comumente mais cedo
do que o plagioclásio, e um segundo grupo de anfibólios pobres em (Ca+AlN) e
ricos em (Si+Na+K) desenvolvidos tardiamente, freqüentemente depois do álcali-feldspato, algumas vezes depois do quartzo, num estágio magfnático tardio ou
possivelmente hidrotermal.
7A
(A)
(B)
zÊe
N6,)
14+Þ0
¿bà
BCa+BNa
rB
tlagnesio-Hblsc
EbII
lscherm akit(Act
Ebt
I
EI E
o&s
tr'e-
Act
Hbt
IesFÈ"-#
Fe-
fscl
Ebl
Í'err(F
þ
6.07.07.58.0
TSi
Figura VI-2.1: Locação dos anfibólios das rochas do Complexo Alcalino Ponta doMorro nos diagramas de classificação de Leake (1978), (A) todos os anfibólios e(B) anfibólios cálcicos.Símbolos: enclave microgranular máfico, quadrados semi-cheios (metade superior cheia);entlave. microgranular fólsico, quadrados semi-cheios (metade inferior cheia);microssienito, círculos vazios e losangos vazios; mela-sienito, quadrados cheios; sieniiofluidal, círculos semi-cheios (metade inferior cheia); sienito médio, círculos semi-cheios(m,etade superior cheia); sienito médio amarelo-esverdeado, losangos semi-cheios;arfvedsonita sienito, triângulos vazios; riebeckita sienito, triângulos cheiol; sienito grosso,quad.rados vazios; fayalita sienito, triângulos cheios deitados; traquito, losangos õheios;granito, cruzcs; microgranito, "x",
Alka.li
Fe-Mg-Mn
Na-Ca
Itc"lGC I
Tôl
79
(A)Barroisite
Fcrro-1
f-_l-
:+'+ <^FerTBAroisite
)<cc8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5
TSi
Ferro-
EckemanniteArfvedsonite
EckcrmânniteMagnesio-
Arfvedsonite
Fe3/(Fe3+CAl)
Figara Yl-2.2: Locação dos anfibólios sódico-cálcicos (A) e alcalinos (B) dasrochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro nos diagramas de classificação deLeake (1978). Símbolos como na Figura VI-2.1 .
N()tu+Þ0
àÈ
(B)Né)
+àD
!l¿\J
èDFIà
80
+
Rlebecldl.
0lFe3/(Fe3+cAl)
+
È
Rìeb.ck¡t(
Mûrn.rlo-
Rl.b.clLlû
Rleb.cllk
Rr.b!cklt
M8gn.!lo.
010 I
Fe3(Fe3+CAD Fe3(FclCAl)
Figura VI-2.3: Locação dos anfibólios alcalinos das rochas do Complexo AlcalinoPonta do Morro nos diagramas de classificação de Leake (1978). Símbolos comona Figura Vl-z.1 .
.9+
8t
(A)
(B)
Figura VI-2,4: Locação dos anfibólios do Complexo Alcalino Ponta do Morro nosdiagramas Mg-Ca-Fe* ( Fe* :Fe2++fe3*+Vn¡, 1A¡ e Ca-K-Na, (B). Símboloscomo na Figura VI-2.1.
82
U+UU+
F
07.0 8.8
TSi+BNa+ANa+AK
l0.s
Figura VI-2.5: Evolução composicional dos anfibélios das rochas do Complexo Alc¡linoPonta do Morro no diagrama Altv+Ca v¿rszs Si+Na+K expressos, respect¡vamente comoTAI+CCa+BCâ e TSi+BNa+ANa+AK. Para simbologia ver Figura Vl-2.1.
Dessa maneira, o papel do anfibólio no processo de diferenciaçãomagmática pode ser fundamental. Segundo Giret et â1. (1980), o fracionamentoprecoce de anfibólios ricos em Ca e pobres em Si induz ao aumento de Si nomagma, o qual contribui para produção de líquidos diferenciados ricos em sílica,como aqueles de composição granítica.
O comportamento dos diversos cátions na diferenciação magmática,é ilustrado também através dos diagramas das Figuras YI-2.6 e Vl-2.7 , que têm na
abcissa o índice mg# (mg#:MgO/(MgO+FeO) e nas ordenadas, os cátions,
separados por posições estruturais ocupadas, coufonne calculado pelo programaMINPET. O sítio tetraédrico é ocupado essencialmente por Si e Al, que possuem
respectivamente, correlação negativa e positiva com o índice mg#; no entanto,
algum Fe3* (até 0,44 afu) pode também estar locado nesta posição, sendo que> na
sua maioria, participa do sítio octaédrico (Figura VI-2.6). Dentre os outros cátions,
distinguern-se, em relação ao índice de diferenciação mg#, correlações positivapara o Ca e negativa para Na, Fe2* e Mn (Figura VI-2.7).
83
t-
oUtr
è x, +
â'A
{^^€
c-t¡J'cu
-11-
ä o.zzF
it
0.00 0.17 0.33
MgO/(MgotFcO)
0.{4 Ifo
At. +oQ+
ß+T'èdr
Ëã; x r¡c ^rg^ tr-o É
-o
E¡ô, r*
-f,¡l€t^
ot tc+
c Xcc
o
0.00 o.l7 0.33 0.00 0.t1 0'33
MgO/(MgOtFeO) MgO/(MgGÊFeO)
I o.or E '.tU
MgO/(MgOr FeO) MgO/(MgO¡FeO)
Figura VI-2.6: Diagramas de variação cotnposicional dos anfibólios das rochas do
Complexo A.lcahno Ponta do Morro, Símbolos como na Figura VI-2.1.
a4
Ëã
1Ð
o æ!Þ%c t
AA
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l¡+ 2.1
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1.6
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z
z
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0.0 !0.00
0.06 L0.00
0,17
MeO/(MqOtFeO)
0.33
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0.00
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4?s "Õ
-¡..o I+^
^-r+
^X^c^&: *åË -6lp o
++c
0,1?
MgO/(MgGrFeO)
0.1?
MsO/(MgGtFeO)
0.17
MsO(MsOlFcO)
0.000.0
0.1?
MgO/(MsGf FeO)
Figura VI-2 7: Diagrarnas de variação composicional dos arúbólios das rochas do
Cornplexo A-lcalino Ponta do Morro, Símbolos como na Figura VI-2 1
-d
.^ê:Ðt
%q1." tco t o
o= -^ it.q¡\-v
"€**
#î--*.q+,^u)a.A
85
VI.3 - PIROXENIOS
Os piroxênios constiftrem a segunda fase máfica mais importante
das rochas do Cornplexo Alcalino Ponta do Morro, sendo superados apenas pelos
anfibólios, que rnuitas vezes os substituem. Foram encontrados etn quase todos os
litotipos, excetuando-se alguns granitos, o microgranito polfirítico, o sienito grosso
e aqueles dos diques, Ocorrem como fenocristais, microfenocristais, grâos ou ripas
das mesóstases, associados aos anfibólios e como pequenos cristais inclusos em
feldspatos pertíticos
Os seus produtos de alteração são os anfibólios, biotita e opacos.
Comumente se encontram uralitizados nas bordas. Os fenocristais de composicão
mais cálcica (salita) encontram-se, às vezes, totalmente substituídos por actinolita
disposta de rnaneira fibro-radial e opacos; os de cotnposiçâo mais sódica (egirina)
se apreserìtam alterados para agregados de riebeckita de hábito hbroso e aspecto de
musgo.
As análises químicas representativas dos proxênios (ó4 dados,
média de 350 pontos) estão dispostas na Tabela VI-3, orrde constam também, afórmula estrutural calculada na base de ó oxigênios e a porcentagem dos
componentes molecula¡es, obtidas pelo programa MiNPEI'.Segundo Morimoto (1989) a fórmula quírnica geral (unidade de
fórmula) para todos os piroxênios, pode ser expressa como M2MIT2O6, onde M2 eMl correspondem aos cátions em coordenação octaédrica, com arranjos
respectivamente irregulares e regulares, e T aos cátions de coordenação tetraédrica.
Algumas das classificações gráficas aqui utilizadas foram feitas de
acordo com a proposta da Comissão de Novos Minerais e Nomes de Minerais da
International Mineralogical Association - IMA (Morimoto, 1989), A primeira
delas corresponde ao diagrama Q-J, onde Q:Ca+Mg+Fe2* e J:2Na, defurindo
quatro grupos de piroxênios: os do quadrilátero Mg2Si2O6(En) - Fe22*SizO6(Fs) -
CaMgSizOo(Di) - CaFe2*Si2O6(Hd) denominado Quad, os cálcico-sódicos, os
sódicos e os Outros, que incluem os piroxênios de Mn-Mg e Li.Na Figura VI-3.1 observa-se a grande variação cornposicional dos
piroxênios estudados, que ocupam desde o campo Quâd, até os dornínios cálcico-
sódicos e sódicos, Como era esperado, o enriquecimento em Na desses minerais
ocorre nas rochas mÍus evoluídas, correspondentes a alguns granitos e
microgranitos, ao riebeckita sienito, ao arfuedsonita sienito e ao fayalita sienito.
Verifica-se no entanto, que os piroxênios desses dois últimos litotipos exibern faixa
composicional mais ampla, abrangendo também o sistema En-Fs-Di-Hd.
86
T¡bela VI-3Composição química e fórmula estrutural (normalizada para Od) de clinopiroxênios de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
AmostraLocâção
siqTio:AI:O¡
IA IAnb
51.10 50.82 5t.51 49.80 52.140.48 0.64 t.60 1.69 0.700.96 0.99 3.50 5.21 0.120.02 0.00 0.10 0.13 0.03
16.37 1.t.63 8.62 7.29 13 60
0.85 0.73 0 28 0.08 0.63
0 00 0.00 0.02 0.02 0.03
9.63 l0 27 14.,16 14,04 I l.5l2l.0.f 2l.35 21.97 22.01 21.270.43 0.39 0.47 0.42 0.400,00 0.00 0.05 0.00 0.02
t00.88 99.82 102.5E t00.72 101.55
1.951 1.950 t.866 1.830 1.953
0 043 0 045 0 134 0 170 0.047
0.006 0 006 0.000 0.000 0.000
0.000 0 000 0.015 0.057 0.006
0.01.t 0 018 0.0,1t 0.047 0.020
0.052 0 012 0.065 0.045 0.030
0.039 0.352 0.093 0.078 0.030
0.001 0.000 0,003 0.004 0.001
0.5.18 0 587 0.781 0.769 0.6+3
0 000 0.000 0.001 0.001 0.001
0.080 0.070 0. t04 0.101 0.097
0.027 0.024 0.009 0.002 0.020
0.861 0.878 0.853 0.867 0.E53
0.032 0029 cì.033 0.030 0.029
0.000 0.000 0 002 0.000 0.001.f 000 .1 000 3 998 4.000 3.999
:O¡FeO
@{
iogO
IAFn
M
â:o,o
IAFb
IAm
4-3 4-3 4-3
FnFbm
re3
IAIITilFellFe2
19.91 50.09 50.53
0.05 0.03 0.05
0.16 0.14 0.620.02 0.01 0,0821.02 zt.st 18.75
1.07 1.07 0.75
0.04 0 06 0.l03.92 3_77 6.05
22.09 21.82 2t.68o.42 0.53 0.590.02 0.02 0.01
98.72 99 05 99.21
2.016 2.0Ì8 1.998
0 000 0.000 0.0020.000 0.000 0.0000.008 0.007 0.0270.002 0.001 0.001
0.000 0.000 0.0150.710 0.725 0.5940.001 0.000 0.0020.236 0.226 0.3570.001 0.002 0.003
0.000 0.000 0.011
o.o37 0.037 0.0250.956 0.942 0.9180.033 0.041 0.045
0.00t 0.001 0 0017 999 3 999 3999
{lMgtNi2Fe2
n
2Ca
2Na
2K
52.16 51.69 s 1.54 51080.07 0.l.+ I 09 1.23
0.25 0.37 2.61 2.880.03 0.01 o.o7 0.03
17.4E 16.78 8.76 9.78
0.67 0.6-? 0.32 0.3.1
0.00 0.01 0.02 0.047.9t 8.09 t3.66 13.12
21.96 2t.80 2t.79 2l.190.36 0.32 0.36 0.55
000 004 002 005100.89 99.8E 100.27 100 59
2.0t1 2.009 l9t6 1.898
0.000 0.000 0.08+ <).lo2
0 000 0.000 0.000 0.0000.011 0.0t7 0 032 0.0240.002 0.00,+ 0.030 0.03.1
0 000 0.000 0.015 0.0.19
0.531 0.510 0.163 0 163
0.001 0 000 0.002 0.001
0.455 0 .t69 0.757 0.72'1
0.000 0.000 0 001 0 001
0.033 0.036 0.095 0.0920.022 0.021 0.010 0.011
0.907 0.908 0.868 0.856
o 027 0 024 0.026 0.0.10
0.000 0.002 0.001 0.002
4.000 3 99A 3.999 3.998
2-t 2-l 2-lbFnFb
Legenda: m, matriz; F, fenocnstal; n, núcleo; b, borda; (i), inclusão; r, restitos; v-es, mancha verde-escura; v-cl, mancha verde-clara; l, 2, indivíduo 1, 2
3-4 3-{ 31 3-4
nbFnFb
5t.21021o 7r0.0413 80
\r.700.0410.25
22.t30_36
0.0499 75
1.963
0.0320.005
0.0000.0070.0500.355
0.001
0 585
0.001
0.0320.023
0.9170.o27o 0023 998
50.50 5l.l I 5t.ll0.21 L02 l.l't0.75 3.03 2.8+
0.01 0.l0 0.03
t7.41 8.88 9.0.1
078 0 2't 0310.03 0.02 0.02
8.47 1.+.08 13.95
20.47 2L9o 21.85
0.48 0.,+0 0.45
0.07 0.02 0.0099.1E 100.83 100.7.f
1.973 1.88i 1.8E9
0.o27 0.115 0.lll0.000 0.000 0.000
0.008 0.017 0.012
0.006 0.028 0.0320,046 0.06E 0.0670_445 0.109 0.1190.000 0 003 0.001
0.493 0.771 0.768
0.001 1.000 0.001
0.077 0.097 0.093
0.026 0.008 0.010
0.857 0.865 0.865
0.036 29.000 0.032
0.003 0.001 0.000
3.997 3.999 4.000
3Z
b
51 .2E
0400.81
0.01
14.3 5
0.64
0.02
10.52
2L860.3 3
0.02l{to 27
1.95 5
0.0380.0070.0000.01I0 0470.343
0.000
0.5980.001
0.0ól0.021
0.893
0.0210.001
3.999
Tabel¿ VI-3 (continuação)Composição química e fórmula estruturål (normalizada para Od) de clinopiroxênios de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
lemosttalLocaçâoI
ls¡o.lrio,ler.o.lcr.o'lr.oItr¡"oÑiolvrolcrolN,.ok.ólrãorI
ITSilrallrp"¡lvrrulvrrilruttr.rlMlFeT
luc,lvnøglMrNilvrp"rlrraz rran
Itvtzcalv:N"h.¿zr
lsoru-.r,
tz t¿ t¿
nnb
50.95 50.59 49 69(:i.71 022 014090 065 0350 0-l 0.02 0.0.+
t4.72 17.36 22.94
0.70 0.82 0.970.02 0.00 0.06
10.39 8.59 5.31
2t 15 20.97 20.14
0.36 0.,10 0.360,01 o.02 0.05
100.27 99.61 t00.05
t.911 1.968 L9770 0'10 0 030 0 016
0.0 i3 0.002 0.0070 000 0.000 0.0000.021 0.m6 0.0040 037 0.050 0.0++
0.038 0..1.15 0 634
0.001 0.001 0 001
0.592 0 498 0.315
0.00t 0.000 0.002
o.Q72 0 06E 0.079
0.023 0.027 0.033
0.878 0.87.t 0.8580.o27 0.030 0.028
0.000 0.001 0.003:1.000 3.999 3.997
oc0
34 3{ 34 34
nbnb
5t.67 51.15 51.62 51.18l.l0 0.99 0.16 0.223.22 3.0 i 0.56 0.600.01 0.06 0.02 0.o28.13 t0.33 15.04 16.81
0.17 0.41 0.80 0.840.00 0 00 0.02 0.0414.99 13.53 10.16 8.9421.91 21.67 22.25 2t_660.34 0 39 0.29 0.340.00 0.01 0.00 0.03
r0r 54 101 55 100 92 100 68
1.88,1 1.883 | 962 1.9670l16 0lt7 0 025 0 0270.000 0 000 0.013 0.0060.022 0.014 0.000 0.0000.030 0.027 0.005 0 006
0 057 0.074 0 0{9 0.0.17
0.076 0.01,1 0.369 0.433
0.000 0.002 0.001 0 001
0.815 0.743 0.576 0.512
0.000 0.000 0.001 0.001
0.115 0.104 0.017 0.0540.005 0.013 0.026 0.0270 856 0.855 0.906 0 8920_024 0.028 0.021 0.0250.000 0.000 0.000 0.001
4.000 4.000 4.000 3.999
2B 2B 2BFnFbm
50.10 50.16 51.21
1.36 0.67 0.52372 3.31 0 89
oo2 0 05 0.00
6_88 7.61 13.60
0.17 0.28 0.670.01 0_03 0.05
t429 13 59 10.50
21 .78 2l .7 I 20 .96
0.38 0.47 0.350.01 0.00 0.00
9E .72 97 .88 98 .7 5
t.876 1.899 1.98r0.t24 0.101 0.019
0 000 0.000 0.000
0.040 0.017 0.02 t0.038 0 019 0.0t50.03.1 0 0.19 0.000
0.089 0.116 0.3570.001 0.001 0 000
0.79E 0.767 0.061
0.000 0.00t 0 002
0 093 0 076 0 083
0.005 0.009 0.0220.874 0.881 0.8690.028 0.035 0.0260.000 0.000 0.000
4.000 4.000 '1 000
Legenda: m, matúz; F, førocristal; n, núcleo; b, borda; (i), inclusão; r, restitos; v-es, mancha verde-escura; v-cl, mancha verde-clara; l, 2, individuo 1,2
3,tC 3,tC 34C 34C
nbFnFb
49.80 19.69 50.85 50.03
0.49 0 5+ 0.67 0.520 95 0,80 129 0.6,1
0.0.t 0.05 0.00 0.01
20.03 20.6t 17.38 21.89
0.93 0.92 0.71 0.820.00 0.04 0.02 0.056.73 6.61 8.94 5.84
zt_16 20.89 2t.37 20.71
0.38 0..10 0..10 0.41
0.00 0.01 0.00 0.00100.51 100.59 101.66 100.92
|.917 1.945 1.936 1.964
0.04.+ 0.037 0 058 0.030
0.009 0.018 0,006 0.0070.000 0.000 0.000 0.0000.0I.t 0.016 0 019 0.015
0.05t 0052 0cì55 0.0360 541 0.5.11 0.4t8 0.605
0 001 0.002 0.000 0,0000.392 0.387 0.507 0.3420.000 0.001 0.001 0.002
0.054 0.063 0.075 0.071
0.031 0.031 0.024 0.0270.886 0 876 0.872 0.871
0.029 0.030 0.030 0.031
0.000 0.000 0.000 0.000,1.000 4.000 4.000 4.000
r8A l8A l8Amnb
50.3:1 5 i.08 so.37
0 50 0 8t 0.55
0.99 I 53 1050 03 0.00 0.01
19.41 15.69 t8.440.78 0.76 0.790 02 0.05 0.03
7.72 10.38 7.90
20 .72 20 .49 20 .76
0.37 0.42 0.40001 003 000
100.89 101.24 100.t0
L950 1.935 1.957
0.045 0.065 0.0,+3
0.005 0.000 0 0000.000 0.00,1 0.005
0.015 0.023 0.016().0.18 0.0.17 0.035
0.490 0.338 0.485
0.001 0.000 0.000
0.446 0.5t6 0.458
0.001 0.002 0 001
0.086 0.t12 0.080
0.026 0.024 0.0260.860 0 832 0.86.1
0.328 0 031 0.0300.000 0.001 0.000
4.000 3.999 ,r.000
Tabela VI-3 (continuação)Composição química e fórmula estrutural (normalizada para Od) de clinopiroxênios de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
lArnorttu
lLocacao
l'o,lrio-l^,ó'lCr.O.le"o
lv"oINiO
ltrolc:roIt.ta.olx.olTnrrtI
Its,lt^lrr":IMIAIlvrrilvrp"¡lvrr'"rhtnc,lrurrvgItultt t
'luzr"zlvzvr,lvzculvz¡r,hr¡2rc
lso,nr-.r,
1lA 114nb
49.27 50.02
0..1I 0..r0
Q.21 0.28
0.03 0.0028.3.+ 2E.77
070 053001 0110.04 0.0610.87 ó.95
6.87 9 . t70.00 0.0096.75 96.29
1 .987 r .990
0 010 0.0100.003 0.000
0.000 0.003
0.012 0.0120 5 2,r 0 691
0.129 ('.266
0.001 0.0000 002 0.0040 000 0 00'to 000 0 000
0.021 0.0020.470 0.2960 537 0 707
0.000 0.0001.000 4.000
o(o
nc lrcnb
50.82 50.97o.21 0.200.2 t 0.190.02 0.01
29 18 29.43
0.80 0.7t0.06 0.030 08 0.071 1 .35 9.29
5.99 7.08
0.01 0.00
98 76 97.98
2.027 2.03r0 000 0.000
0.000 0.000
0.0i0 0.0090.007 0.0060 385 0 _463
0.588 0.5 t60.001 0.0000.005 0.00,1
0.002 0.001
0.000 0.0010.027 0.0240.485 0.397o 163 0.54'7
0.001 0.000
3.999 4.000
28
(i)
19.t20.41
0.31
0.05
26 73
L000.06
l.l4t6.023..t0
0.01
98.25
1.9910.0060.000
0.0080.013
0 2390.6670.0020.0690.002
0.0010 034
0 697
0.2680.001
3.999
28
F
50.05
0.600.8E
0.0018.72
0.76
0.01
7 .05
2t.120.,13
00199.93
1.960
0 040
0.0000.0000.0180.0370.533
0.000o.1120.0000.0'13
0.025
0.8990.033
0.0004.000
16A IóA 16A
nbr
48 93 49.18 49 71o20 026 0 15
0.24 019 0.23
0.00 0.05 0.0228.54 27.85 27 .56
0.93 1.10 1.16
0.01 0.00 0.030.-53 o.Et 0.90t5 77 16 0t t5 72
3.56 3.48 3.52
0.02 0.01 0.o298.73 98.94 99 05
2.000 2.000 2.0000 011 0.009 0.0000.00.+ 0.004 0.0000.000 0.000 0.01I0.006 0.008 0.005
0.285 0.268 0.2450.677 0.669 0 683
0.000 0 002 0.001
0.032 0.049 0.0540.000 0.000 0 001
0.002 0.000 0.0000.032 0.038 0.0400.685 0.ó93 0.6790.28 0.273 0.275
0.001 0,001 0.001.1.000 4.000 '1.000
50 50 50 50n b (r)n (r)b
50 58 50 .t0 50 68 50 9'lo22 026 020 01',1
0 19 0 20 o.t1 o.t'70.01 2.00 0_01 0.002A 37 28 37 2a 63 28 11
1.08 L05 t.00 t. t30.03 0.0.1 0.07 0.05
0.73 0.68 0.81 0.80t0.29 to..ll 9 53 10.08
6.67 ó.58 7.10 6.89
0 0l 0.01 0.00 0_01
98 58 98 02 98 20 98.18
2.009 2.007 2.006 2.Or20.000 0.000 0 000 0.0000.000 0.000 0 000 0.0000.009 0.009 0.009 0.0080.007 0 008 0 006 0.005
0.471 0.468 0.513 0.4860..166 0.472 (t.123 0 '1490.000 0.001 0.000 0 0000.043 0.0:10 0.0.+E 0.0'17
0.001 0.001 0.002 0.0020.002 0.0C1,+ 0.012 0.0000.036 0.035 0.034 0.0380.438 0.4,+4 0.404 0.4260 5l.l 0 508 0 5.t5 0 5270.001 0.001 0.000 0.001
3.999 3.999 4.000 3.999
Legenda m, matnz; F, fenocnstal; n, núcleo; b, borda: (i), inclusão; r, restitos; v-es, ma¡cha verde-escura; v-cl, ma¡cha verde-clara; 1, 2, indivíduo l, 2
22 22 22mFnFb
49.54 ,t8.83 49 12
0 33 0.50 0.270 25 0 68 0.25
0.03 0.02 0.0226.86 23.86 27.20047 093 0950.01 0.05 0.0,f1.63 3.37 t.3418.l.l 0.21 t8.022.06 0.62 2.13
0.o2 0.01 0.01
99.77 99.87 99.35
|.997 1.962 1.991
0.003 0 032 0.0090.000 0.006 0.0000.009 0.000 0.003
0.010 0.015 0.00E
0.135 0.056 0.156
0746 0.725 07190.001 0.001 0.001
0.098 0.202 0.081
0.001 0.002 0.001
0.025 0.015 0.0170.030 0.o32 0.033
0.784 0.904 0.7830 161 0 048 01670.00i 0.001 0.001
3.999 3.999 3.999
Tabela VI-3 (continuação)Composição química e fórmula esfrutural (normalizada para Od) de clinopiroxênios de roches do Complexo Älcalino Ponta do Morro.
lAmosralLocaçaoI
l.'n.lrto,lar,o,lC¡O,lr"olu"olNrolvsolc,ölnr.ol*,olroral
lrs,lTAl
lrr.ilMrArlMtTrlvrp"rlvtp"z
lrøc'lMlMglvrNilM2Fe2lvrwnlr',r: c,lM2Na
l**lSomr-catLegenda
221a 22^Fm'
493.50 .18.87 -19 63
0.65 0.19 0.561.22 0.21 1.07
0.02 0.01 0.02
18.l7 28..1I 19.00
0 78 0 89 0.82
0.03 0.01 0 0l7 .35 1.16 7.0i2t.29 t6.8,1 21.56
060 2a7 0630 02 0.00 0 00
99.63 99.tt t00 33
(oo
221ì 22A 22ê^
mznb
49.3E 49.02
0.1.+ 0.zlo.24 0.200.01 0.0028.+8 28 98
0.96 L030.01 0 05
0.63 0.71
t5.1.1 l5 -59
4.l8 3.47
0.00 0.0099.t7 99.26
22Cn
1.936 t.9'71 t.933 1.982 1.980
0.056 0.010 0 049 0.011 0 010
0.008 0.016 0 018 0.007 0 0l I0.000 0.000 0.000 0,000 0.000
0.019 0.006 0.016 0.00{ 0.006
0.072 0.235 0.0E1 0.335 0.279rJ.179 0.689 0.+93 0.6i4 0.6'10
0.001 0.000 0.001 0.000 0.000
0..129 0.070 0 408 0.038 0 043
0.001 0 000 0.000 0.000 0.002
0.036 0.020 0.026 0.000 0.019
0.026 0.030 0.027 0.033 0.035
0.892 0.729 0 900 0.651 0.675
0 0.15 0.221 0 048 0.325 0.272
0.001 0.000 0.000 0.000 0 000
3 999 ,1.000 ,t 000 4.000 4 000
50.08 49 94
0.82 0.370. 18 0.240.00 0.00
27 .28 28.78
0.53 0.72
0 0l 0.060.21 0 25
7.95 t 1.35
8 t9 5880.03 0.0095.3 1 97 .59
2.021 2.0140.000 0.0000.000 0,0000.009 0.01I0.025 0.011
0.537 0 397
0.385 0.563
0.000 0.0000.014 0 015
0.000 0.002
0.000 0.0100.018 0.0250.3'1-1 0.+91
0.6.+2 0.,160
0.002 0 000
3.999 4.000
22Cb
22Cv-€s
51 3.t 52.24
0.15 0.El0.29 0.55
0.00 0.01
28.55 28.28
0.45 0.35
0.06 0.060.t2 0.25
4.42 L62r0.13 11.73
0.01 0 03
95 52 95 93
22Cv-cl
l0cn
50.26
0.25t) 28
0.01
2'7 70
1290.03
t.tz13.45.t 95
0.01
99.35
l0cb
m, matriz; F, fenocristal; n, núcleo; b, borda; (i), inclusão; r, restitos; v-es, mancha verde-escura; v-cl, ma¡cha verde-clara; 1,2, ndlíduo 1,2
50.28
0.250230.03
28.57
1.3 5
0.05
0.52
I1.785.86
0.01
98.93
3.1
n
50.10 50 35 49.50
0.20 0.l8 0.2to.21 0.28 0.22
0.04 0.03 0.0025 8-5 26 1t 27 t9Ll5 Ll.+ Ll30 05 0.03 0.03
1.57 1.49 1.65
16.29 16.16 t6.t22.85 2.95 2.72
0.02 0 02 0.02
98.36 99.0.1 98.76
2.031 2.030 2.0070.000 0.000 0.0000.000 0.000 0.0000.01 I 0.013 0.011
0 006 0.005 0 0060.133 0.1,16 0.178
0 711 0 744 0.704
0 001 0.001 0.000
0.095 0.090 0.1000.002 0.00I 0.001
0 000 0 00i 0.039
0.040 0.039 0.0390.70E 0.69E 0.7000.221 0.231 0.21'1
0.001 0.001 0.001
3.999 3.999 3.999
3lb
2.0.+0 2.0,t I0.000 0.0000.000 0.0000.01,1 0.o250.00.1 0.0240.679 0.7350.270 0. 189
0.000 0.0000.007 0.015
0.002 0.0020.000 0.0000.0 i5 0.0120.188 0.0680.7E0 0.8890.001 0.0013 999 3 999
3.tm
1.995 1.9990.005 0.001
0.000 0.0000 008 0.0100.007 0.()07
0.363 0.428
0.554 0.5220.000 0.00t0.066 0.03 t0.001 0 002
0.003 0.001
0.043 0.0{50.572 0.502
0 381 0.4520 001 0.001
3 999 3 999
1.5
o 1.0
0.5
Figura VI-3.1: Composição dos piroxênios das rochas do Complexo Alcalino Pontn doMorro no diagrama de classificação do IMA (Morimoto' 1989).Símbolos: enclave microgranular máfico, quadrados semi-cheios (metåde superior cheia);enclave microgranular félsico, quâdrådos semi-cheios (metade inferior cheia);microssienito, círculos vazios e losangos vazios; mela-sienito, quadrados cheios; sienitofluidal, círculos semi-cheios (metade inferior cheia); sienito médio, círculos semi-cheios(metade superior cheia); sienito médio amarelo-esverdeado, losangos semi-cheios;arfvedsonita sienito, triângulos vazios; riebeckita sienito, triângulos cheios; sienito grosso,quådrâdos vazios; fayalita sienito, triângulos cheios deitâdos; traquito' losangos cheios;granito, cruzes; microgranito, "x".
Os piroxênios de composição Ca-Mg-Fe, que se ellcontram locados
no Quad da Figura VI-3.1 foram classificados graficamente no diagrarna ternário
En-Fs-Wo da Figura VI-3.2 (Morimoto, 1989) onde:
En : I 00Mg/(Ca+Mg+Fe2*-¡pe3++Mn);
Fs : I 00(Fe2*+Fe3*+Mn)/(Ca+Mg+Fe2*+Fer*+Mn);Wo : 100Ca/(Ca+Mg+Fe2*+Fe3*+Mn).
De acordo com a classificação do IMA (Morimoto, 1989) a maioria
dos piroxênros das rochas mais prirnitivas desse complexo tem composição de
diopsídio, hedenbergita e augita (Figura VI-3 2B), correspondendo à salita,
ferrosalita e augtta da classificação de Poldervaart & Hess (1951;in Deer et al.,
1978), que cãràateÍiza melhor a relação Mg/Fe de piroxênios ricos em Ca, pois
subdivide o campo do diopsídio-hedenbergita em diopsídio-saltta-fenosalita-
lredenbergita. Na Figura YI-3.2C encontram-se plotados os piroxênios dos dois
0.5 1.0 1.5
J
9t
,/\
/\
¿ì/' ,tuslt( '\
I'igcontte \
(A) (B)
(c)
Figrra VI-3.2: Composição dos piroxênios das rochas do Complexo Alcalino Pontado Mono no diagrama de classificação do IMA. (A) dornínios propostos porMorimoto (1989), (B) rochas rnais prinitivas, (C) enclaves microgranulares e (D)rochas mais evoluídas (fayalita sienito e arfuedsonita srenito). Sírnbolos como llaFigura VI-3.1.
92
tipos de enclaves microgranulares, o máfico e o félsico, correspondendo
respectivamente, à salita-augita e ferrosalita. Os piroxênios do tipo Quad das
rochas mais evoluídas (fayalita sienito e arfuedsonita sienito) encontram-se no
diagrama da Figura VI-3.2D, coincidurdo com o domínio das augitas, ferroaugitas
e ferrosalitas, Os piroxênios dos litotipos mais prirnitivos concentram-se
preferencialmente ao redor da linha diopsídio-hedenbergrta, ressaltatdo os altos
níveis de Ca, o que segundo Larsen (1976) estaria relaciotrado com cristalização
em ambientes com baixa atividade de sílica.
Por sugestão do IMA (Morirnoto, 1989), para construção do
diagrama WEF (wollastonita-enstatita-fenossilita) - Jd (ladeíta) - Ae (egrrina),
recalcula-se a solna de Ca-l-Mg+Fe2*+2Na em coordenação octaédrica (M) para
100%, sendo a porcentagem normalizada de 2Na dividida pela razão Al/Fe3* para
produzir JdlAe; dessa maueira WEF+Jd+Ae é sempre igual a 100%. Assim,
locando-se os piroxênios do Complexo Alcalino Ponta do Morro neste diagrama
(Figura VI-3.3) pode-se observar a disposição dos piroxênios cálcico-sódicos das
rochas mais evoluídas. Os granitos e microgranitos possuem termos menos
enriquecidos ern sódio, enquanto que os correspondentes ao arfuedsonita sieuito e
ao fayalita sienito apresentarn uma ampla variação cornposicional, que se estende
desde o Quad até o campo da eginna. Os piroxênios mais tardios dessas rochas
variam de egirina-augitas a egirina pura.
WEF
/ Jadeite Aegirine \
AeJd
Figura VI-3.3: Distribuição dos piroxônios das rochas do Complexo Alcalino Ponta doMorro no diagrama WEF-Jd-Ae (Morimoto, 1989), Símbolos como nâ Figura VI-3.1.
93
A evolução composicional dos piroxênios é também evidenciada no
diagfarna triangular Na-Mg-Fe* [Fe*:Fe2*+Mn+(Fe3*-Na)l da Figura VI-3 4,
correspondendo, respectiva:nente, a (M2Na) - (MlMg) - (MlFer+M2Fe2*+ M2Mn+M I Fer*+TFe3"-M2Na¡, onde os referidos cátions se enconffam separados em
função da posição estrutural ocupada. Observa-se um "trend" caracterizado por
um acentuado ernpobrecimento em Mg à rnedida em que crescem os teores de
(Fe+Mn) até ocorret' um pequeno hiato composicional, quando sofre uma
pron¡nciada inflexão para a esquerda, aumentando consideravelmente os
conteúdos de Na para valores tnuito baixos de Mg, Ressalte-se que os piroxênios
das rochas mais pnmitivas, locados no campo ferro-magnesiano, apresentam teoles
de Na praticamente despreziveis. Segundo Bonin & Giret (1985a) esse esquema de
substinrição Mg<+Fe é típico de rochas alcalinas metaluminosas saturadas em
sílica.
Na
Mg Fe*
Figura VI-3.4: Distribuição dos piroxênios das rochas do Complexo Alcalino Ponta do
Morro no diagrama Na-iVIg-Fe* [onde Fe*=Fe:*+NJn+(Fe3"-Na)]. Símbolos como na Figura
vr-3.1.
No diagrama da Figrrra VI-3.5 pode-se observar que a evolução
composicronal acirna {escrita, dos piroxênios das rochas do Complexo Alcafino
Ponta do Mono ("trend" l), é semelhante àquelas enconkadas para piroxênios de
94
\
u,/ "4=--í--:
\\
\
\\l
i,tl
.v' ztiI
Fe"
Figura VI-3.5: Diagrama Na-Mg-Fe+ [Fe* : Fe2*+Mn+çFe3*-Na)] mostrando nmacomparação entre o "trend" composicional dos piroxênros do Cornplexo AlcalinoPonta do Mono (1) e aqueles encontrados na literahtra, correspondentes a outrasassociações alcalinas: (2) Ihmaussaq, Groenlândia (Larsen, 1976), (3) Tunas, Brasil(Gomes et al, 1987), (a) Ilha de Vitóna, Brasil (Motoki, I986), (5) South QôroqCentre, Groenlândia (Stephenson, 1972)
95
outras associações alcalinas da literatura: (2) Ilimaussaq, Groenlândia (Larsen,
1976), (3) Tunas, Brasil (Gomes et al, 1987), ( ) Ilha de Vitória, Brasil (Motoki,1986), (5) South Qôroq Centre, Groenlândia (Stephenson, 1972),
Buscando-se utna melhor cuacteñzação das composições químicas
dos piroxênios ern questão, bem como as relações entre seus cátions e as posições
estruturais ocupadas, foram construídos diagramas de variação que se encontram
dispostos nas Figuras VI-3.6, VI-3.7 e VI-3.8. Esses diagtamas têm na abcissa o
índice de diferenciação (mg#) constituído pela razão MgO/(MgO+FeO) e na
ordenada os diversos átomos por unidade de formula (afu).Do ponto de vista estrutural, o sítio tetraédrico encontra-se
totalmente ocupado por Si, com valores compreendidos entre 1,83 e 2,04 afu, ou
parcialmente substituído por Al e pe:3+, corn teores variando, respectiv¿rmente, de 0
até0,17 e de 0 até 0,018 afu. Na Figura VI-3.ó observa-se que os piroxênios da
maioria das rochas mais evoluídas têm seus sítios tetraédricos preenchidos apenas
por Si, enquanto que naqueles das mais primitìvas a participação de Al como cátion
Z é mais efetiva, Definem-se portanto correlação negativa entre mg# e TSi e
positiva para mgí e TAI; no entanto, não se observa analogia entre TFe3* e oindice de diferenciação em questão, conquanto Fe3* esteja locado neste sítio, ern
pequena proporção.
Os sítios estruturais octaédricos inegulares (Ml) e regulares (M2),enconfam-se preenchidos respectivamente por Al, Fe3*, Ti e Mn, Mg, Ca, Na;
enquanto que o Fe2* ocupa preferencialmente a posição Ml. Em análise dos
diagramas das Figuras VI-3.7 e VI-3.8 verificam-se correlações positivas entre mg#
e M2Fe2* e mg# e MlTi; enquanto que MlFe2* e M2Mn possuem distribuições
semelhantes e correlações negativas com o indice de diferenciação utilizado,
excetuando-se os piroxênios das rochas mais evoluídas que possuem ampla
variação de teores desses cátions paramg# aproximadamente lìuloriO MlFe3* e o
M2Na também apresentam distribuições análogas em relação ao índice mg#, isto é,
exibem valores praticamente zero pala os piroxênios dos litotipos mais primitivos e
teores ascendentes a partir de valores de mg# próximo a 0.10, evidenciando apresença da egirina nas rochas mais evoluídas,rTendência oposta é verificada
quanto ao M2Ca que possui altos e constantes teores, em uma ampla variação de
mg#, (salitas e fenosalitas), para sofrer uma forte queda a partir das rochas rnais
evoluídas. O decréscimo em Ca dos piroxênios dos sienitos e granitos mais
evoluídos está associado com o aumento de Na e Fe3* lFiguras VI-3.7 e VI-3.8).
Valores de TiOz são baixos, devendo refletir a precipitação
contemporânea (co-cristalização) de óxidos de Fe-Ti (Larsen,1976).Zonações composicionais são comuns em alguns fenocristais e
quando detectadas, correspondem sempre a uma diminuição de Ca associada a um
aumento de Fe e Na do núcleo para as bordas. Nas salitas, augrtas e ferrosalitas é
96
¡ ø¡
.%-o"lâ<x lB,r"lc c
oo
r3E
Eeleoô
oâaC -
^* =EE< c" ôdo<)
i o.ocF
0,00 0,r0 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70
MsO/(MgO+FeO) MgO/(MgGr-FeO)
po.o'
0.00W0,00 0,10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70
MgO/(Mg(ÞFeO)
Figura vI-3.ó: Diagramas de variação composicional dos piroxênios das rochas doComplexo Alcalino Ponta do Morro. Símbolos como na Figura VI-3.1 ,
oGO<GEct
97
E
o
o
o^aQr-
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0.04
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0.00
0.00 0.10 0.20 0,30 0.40 0.50 0.60 0,70 0.00 0.r0 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70
MgO/(MgO+FeO) MsO/(MsO+FeO)
=E
or^
"l'.
"#"=Þ.=oII
0.9
a!zaìEE
0.00,00 0.10 0.20 0,30 0.40 0.50 0.60 0,70 0.00 0.10 0.20 0,30 0.40 0,50 0.60 0.70
MgO(MgGrFeO) MgO/(MsOr-FeO)
Figura VI-3.7: Diagramas de variação composicional dos piroxênios das rochas doComplexo Alcalino Ponta do Morro. Símbolos como na Figura VI-3.1.
t
98
Ç
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ce et¡-E oliQ -"'o tl _" ôc õtrC-Oceae.19 r
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0.00 0.t0 0.20 0.30 0.40 0.s0 0,60 0.70
MgO/(MgGr-FeO)
0,00 0,t0 0,20 0.30 0,40 0.50 0.60 0.70
MgO/(Mg(}r-FeO)
[email protected] 0.r0 0.20 0.30 0,40 0.50 0,60 0.70 0,00 0.r0 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70
MgO/(MgO+FeO) MgO/(Mg(ÞFeO)
Figura VI-3.8: Diagramas de variação composicional dos piroxênios das rochas doComplexo Alcalino Ponta do Morro. Símbolos como na Figura VI-3.1.
F 0.03Eal2 o,o2
0.01
d< oc
c'4ru
Q,þ
1.0
0.8
c 0.6(JôtE
o.o
o.2
o.o
99
rnais comum o incremento de Fe, enquanto que nos piroxênios da série egirina-
augita correspollde ao Na. Dois tipos de substituição podem ser detectados: de
Mg<+Fe2* e de CaFe2*<+NaFe3*, que sugerem o esquema de substituição
CaMg<+NaFe3*. Conclui-se que substituições de Ca(Mg+Fe2*) +Na+Fe3*ocorreln das rochas mais primitivas para as mais evoluídas.
Os "trends" composicionais dos cluropiroxênios refletem a .l(Oz)predommante durante a cristahzação das rochas: baixas.l(Oz) condicionam um"trend" inicial de enriquecimento em Fe2* (CaMg<+CaFe2*) seguido, após
substituição avançada destes elementos, pela tendência de enriquecimento em Na(CaFe2*<+NaFe3*) (Ba et al. , 1985).
VI 4 - OLIVINAS
As olivrnas ocorrem em três litotipos do Complexo Alcaluro Ponta
do Morro, no fayalita sienito, no microssienito porfirítico e no mela-sienito,
constituindo uma fase mineral importante, em proporções modais (4,1o/o), apenas
no primeiro. Ocorrem geralmente em g¡ãos anédricos arredondados asubarredondados, bem desenvolvldos (0,5 ate 2 mm), que mostram alteração
variável para serpentina, no microssienito, ou para magnetita associada a produtos
criptocristalinos amarelo-alaranjados, provavelmente iddingsita, no fayalita sienito.
Os cristais encontram-se, em maior ou menor grâu, pseudomorfizados pelos
referidos materiais de alteração, podendo estar contornados por anfibólios.
A estrutura dos minerais do gupo das olivinas consiste de
tetraedros (SiO4)4- isolados, unidos por cátions divalentes em posição octaédrica.
Destaca-se a solução-sólida contínua entre MgzSiOq (forsterita) e Fe2SiO4
(fayalita), no entanto a prrrcipal substituição Mg<+Fe2* 1séne forstenta-fayalita)pode ser acompanhada pela substituição Fe2*<+Mn (série fayalita-tefroíta). O Niestá geralmente presente nas olivinas ricas em Mg e tanto nos componentes ricos
em Mg, como nos ricos em Fe, existe pequena quantidade de Ca. (Deer et al.,
tee2).Os resultados analíticos obtidos, expressos em porcentagem em
peso de óxidos, proporções catiônicas e razões Fe2*/1Fe2*+Mg) e Mg/(Fe2*+Mg)
encontram-se na Tabela VI-4. O diagrama bivariante que utiliza essas razões
(Figura VI-4.14) classifica as olivinas do litotipo mais evoluído portador de
quartzo modal, como fayalita (Fasu-sz); dos mela-sienito como ferro-hortonolita(Fazz); enquanto que no microssienito porfirítico (termo primitivo, sem quartzo
liwe) elas se encontram num intervalo composicional mais amplo, variando de
ferro-hortonolita (Faar-sz) até hortonolita (Fa5a-61).
Em todos esses litotipos as olivrnas são muito homogêneas.
roo INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ' USP
BIBLIOTEOA
Zonação foi detectada em apenas um cristal de microssienito, onde núcleo e bordaapresentam, respectivamenle, 43,9 e 42,39/o de FeO e 19,6 e 20,0 % de MgO,variação que pode ser considerada dentro da faixa de erro analítico.
Diagramas de variação entre Mn, Ca, Ni e Ti e a razãoMg/(Fe2'+Mg) em proporções catiônicas, foram construídos (Figura Yl-4.2),tentando visualiza¡ o comportamento destes elementos, na diferenciaçãomagmática. A referida razão corresponde aproximadamente ao teor do componente
molecular forsterita (Fo) na composição da olivina sendo também utilizada comoíndice de diferenciagão.
Os conteúdos de Mn, apesar de muito baixos, possuem uma nítidacorrelação negativa com a razão Mg/(Fe2*+Mg), variando de 0.030, nos termos
mais magnesianos, até 0,097 afu (átomos por unidade de fórmula) nas fayalitas,fogem a esse "trend" as duas análises de feno-hortonolita do mela-sienito (Figura
VI-4.2). O enriquecimento em MnO proporcional ao aumento de FeO pode ser
também visualizado no diagrama MgO-FeO-MnO (Figura VI-4.18).A correlação positiva entre teores de Mn e Fe2* em olivinas são
relatadas €m diversos trabalhos, dentre eles (Simkin & Srnith, 1970), enfatizandoque esses conteúdos estão fortemente associados, refletindo no entanto, mals a
composição química global da rocha hospedeira do que os meios de cristalização,
Quanto a estes ambientes, a única correlação sugerida por esses autores é que as
olivinas ricas em ferro de rochas lulcânicas possuem mais altas quantidade de Mndo que seus correspondentes plutônicos.
No entanto, segundo Bonin &Giret (1985b) o diagrama Mg-Fe-Mnde olivinas de diferentes complexos mostrou que, à exceção de Ilimaussaq (Larsen,
1976), vários outros complexos insaturados em silica apresentam olivinas mais
ricas em Mn do que aqueles supersaturados, significando que a substituição
Fe2*eMn é sensivel à atwidade de sílica. Essas olivinas mais enriquecidas em
Mn2* do que em Fez* evidenciam que existe Mn2* suficiente e pouco Fe2*
disponível, (fugacidade de oxigênio mais alta do que o tampão QFM e mais baixado que o tampão MnO-Mn2Or). Ao contriírio, nos complexos supersaturados em
sílica, onde fayalita pura é freqüente, sua presença indica portanto, mais baixa
fugacidade de oxigênio (inferior ou igual ao tampão QFM)O diagrama triangular En-Fs-Wo de classificação de piroxênios é
comumente utilizado para o estudo de olivinas, aqui ele não se mostra de grande
valia devìdo ao baixo teor de CaO encontrado em todas as análises, variardo de
0.05 na hortonolita a 0.31o/o na fayalita. Excetuando-se as ferro-hortonolitas,
observa-se que o Ca geralmente diminui para maiores valores da razãoMg/(Fe2*+Mg) (Figura Vl-4.2).
Stormer (1973) enfatiza qve a maioria das olivinas de rochas
plutônicas contém teores inferiores a 0,107o de Ca, enquanto que as rochas
tol
Tabela VI-4Composição química e porcentâgens atômicas (na base de 4 átomos de O) de olivinas de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
Locâçao
siolTiol.{ro:CrrOl
FeO
\h'O
\fcoCâO
Nå!O
K?o
NioTdâl
Si
,'\J
'ti
Fer'
lvln
Itlg
Ca
Na
K
Ni
Cá1iafls
Fel'(Fe''+MB'
iug(F'e :'+ \'fg)
2-t 2-1 2-t 2-t 2-l 2-r
nnnblt,l0 3t_70 34.00 34,10 J4,10 30.20
0_04 0_00 0_08 0.00 0.09 0.00
004 0lt 0-04 0.t7 0-02 0.o2
0-00 0-01 0.01 0,04 0.00 0,04
56.10 56.20 46,50 41.90 4230 63.20
2.43 2.44 1.56 1,35 l,l9 1,13
1.20 6.'n 16,60 19,60 20-00 1,39
0.o7 0_0J 0-08 0,01 0.09 0.16
0.06 0_14 0.o2 0.00 0.00 0.00
0.0t 0.00 0.ú0 0.01 ú.05 0.00
0.02 0.00 0,00 0,ol 0,19 0,00
97.27 913a 98.89 99.87 98.63 98.14
t.02t 1.032 1.021 I.0t4 1.020 1.022
0.002 0.004 0.0út 0.0ú6 0.001 0.001
0.001 0.000 0.002 0.000 0,002 0.000
1.531 t-Jlo 1.167 1.073 1.040 1,788
0.06'7 0.067 0.040 0.033 0.030 0-090
0.350 0-126 0.743 0.854 0.817 0,070
0.002 0.002 0.003 0.002 0,003 0.006
0.004 0_009 0.001 0.000 0.000 0,000
0.000 0.000 0.000 0.001 0.002 0.000
0.001 0-000 0-000 0.000 0.004 0.000
2.979 2.910 297a 2.983 2.979 2971
õto
34 14bb
18,90 40.80
0.02 0.1I
0.0? 0.29
0.09 0,04
42,80 42,80
1.50 1,58
9.51 9.26
o.24 0.27
0.0t 0.00
0_01 0.t I
0.00 0,02
93.20 95.28
t.200 1,221
0_003 0.010
0.000 0-002
1.104 I.071
0.039 0.040
0.440 0,413
0.008 0.009
0-001 0.000
0.000 0.004
0.000 0-000
2;795 2.770
22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22
nbbnbbbbbnnbbn29,aO 29,A0 30,20 30,00 29.90 29.90 29.50 29.'10 10.60 30,00 30.10 30.40 10.20 30.00 29.60 30,00
0.00 0.01 0.00 0-01 0.00 0.04 0.04 0.06 0.11 0.00 0,00 0.00 0-00 0.00 0.00 0.00
0.05 0.02 0.01 0,05 0.00 0.03 0.08 0-0J 0.02 0.00 0.ó3 0.05 0,50 0.01 0.01 0,o4
0,00 0.02 0,00 0,00 0.03 0.00 0.07 0-00 0,0t 0,00 0.00 0.01 0,00 0.08 0.00 0,0t
64.20 64-30 64,80 65,30 65,60 61.00 ó4.80 64.60 64.80 64.50 65.30 65.80 65.50 65.20 63,90 65,60
1.39 3-28 1,J6 3-38 3.01 3.31 3.34 3.09 3.11 ].45 3.10 l.ll l.2J 3.42 3.10 1,30
t,21 1,ll l,l4 1,22 1.10 1.50 1.27 1.49 l-19 1-02 1.00 1.36 1.42 1..16 1,29 1.22
0.18 0.31 0.25 0-20 0.16 0.1¡ o.22 0.21 0.21 0.26 0.25 0.26 0.24 0.27 0.21 0.20
0-04 0,05 0,00 0.01 0-00 0.01 0.01 0.00 0.08 0-00 0.00 0.00 0.06 0.08 0.00 0.05
0.00 0.04 0.0t 0.01 0.00 0.00 0.04 0.01 0 00 0.úl 0.02 0.00 o-01 0.00 0.01 0-01
0.01 0,00 0,11 0,05 0.02 0.00 0,01 0,09 0.00 0,Il 0,01 0,00 0.12 0,09 0,01 0,03
98.88 98.94 99,88 100.29 99.82 98.10 99.40 99-32 100.13 99.35 99.81 l0l,0l 101-30 100.61 98.15 100.46
1_008 1.008 l,0ll 1.002 1.004 1.0t4 0.996 l-000 1.015 1.010 1.009 1.006 0.996 0.999 1.008 1,001
0.002 0.001 0,000 0.002 0.000 0.ú01 0.00t 0-002 0.001 11.000 0.001 0.00x 0.019 0.000 0.000 0.000
0_000 0.000 0,000 0-000 0.000 0.000 0-00t 0.002 0.003 0,000 0,000 0.000 0.000 0.000 0.000 0,000
1.8t5 t-818 1,8t4 1.825 1-841 1.786 l-829 l-820 l-797 r-al7 1.832 l-821 1.806 1.815 1.820 1,831
0-097 0.094 0.095 0.096 0-086 0.095 0-095 0.088 0.087 0.098 0,088 0.088 0.090 0.096 0.089 0,093
0,061 0.056 0.057 0.061 0-055 0.076 0-064 0-075 0.069 0.051 0.050 0.067 0.0'10 0.072 0.065 0.061
0.007 0.01t 0.009 0-007 0,006 0,011 0.008 0.008 0-007 0.009 0.009 0.009 0.008 0.010 0.008 0,007
0.003 0.003 0.000 0,005 0.000 0,001 0.001 0.000 0-005 0.000 0.000 0-000 0-004 0.005 0.000 0.003
0,000 0,002 0,000 0-000 0.000 0.000 0-002 0.000 0-000 0.000 0,001 0.000 0.001 0.000 0.001 0.000
0,000 0,000 0.001 0.001 0.001 0.000 0.001 0.Û02 0-000 0.003 0.000 0.000 0-003 0,002 0.000 0.001
2.993 2.993 2,989 2.999 2.995 2.985 3.000 2.997 2.984 2.9AA 2.990 2.993 2.991 2.999 2.991 2.999
Legenda: n, núcleo, b, borda
0.8t 0.82 0.61 0.56 0.54 0.96
0.r9 0.18 0-39 0-44 0.46 0.04
0,'12
0.28
o.72
0.28
0.97 0.9? 0,97 0.97 0.91 0.96 0-97 0.96 0.96 0-9',1 0,97 0,96 0.96 0.96 0,97 0,97
0.03 0.ol 0,03 0.03 0.03 0.04 Û.03 0,04 0.04 0.03 0,03 0.04 0,04 0.04 0.03 0,03
(A)
0.0000 0.1000 0.2000 0.3000 0.,t000 0.5000 0.6000 0.7000 0.t000 0.9000 1.0000
(Fe2l(Fe2+Mg))
FeO
(B)
Mgo MnO
Figura VI-4.1:Locação das olivinas das rochas do Complexo Alcalino Ponta doMorro, A- no diagrama de classificação (Mg/Fe2*+Mg) versus 1Fe2*Æe2*+Mg;; B-no diagrama triangular MgO-FeO-MnO.Símbolos: mela-sienito, quadrados; microssienito porfirítico, círculos; fayalita sienito,triângulos deitados, núcleo, simbolos cheios; e bordas, símbolos vazios.
Þ¡l(rrA+(\¡q)trâ0à
1.0000
0.9000
0.8000
0.7000
0.6000
0.5000
0.4000
0.3000
0.2000
0.1000
0,0000
Forsterite Fayalite
Ctlry'soiite Feiro-
I
oo
O
r03
0.t0
0.08
$ o.oe
0.04
o.o2
t.%
0.0 0.t o,2 0.3 0,4
Me/(Fe2+lvls)
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4
Mg/(Fe2+Mg)
roo
0.1 o.2 0.3 0.4 0.5
Mg/(Fe2+Mg)
0,012
0.009
¡$.ooe
0.003
0.000
0.004
0.003
'ÉÞ.ooz
0.001
0.000
0.003
0.002
¡:
0.001
0.00.000 q
0.00.1 0,2 0.3 0,4 0.5
Mg/(Fe2+Mg)
Figura VI-4.2: Diagramas de variação composicional das olivinas das rochas doComplexo Alcali¡o Ponta do Morro. Símbolos como na Figura VI-4.1.
a II
ooao
to4
exffusivas e hipoabissais possuem conteúdos mais elevados, o que sugere uma fortedependência entre o teor de calcio e a pressão. Sugere ainda que a atividade oufração molar de Ca(SiOa)172 em olivrna depende da atividade de sílica a qualquertemperatura e pressão. Se a atividade da sílica permanecesse constante, um rápidoaumento do teor de Ca na olivina poderia indicar um decréscimo da pressão,
enquanto que teores de Ca decrescentes ou constantes poderiam indicar umapredominância de diminuição da temperatura.
Os conteúdos de Ni e Ti das olivinas estudadas são praticamentenulos, variando de 0,000 até 0,003 afu. Nenhuma correlação foi identificada entreesses elementos e o índice de diferenciação utilizado (Figura Vl-4.2).
VI.5 - ENIGMATITA
A enigmatita foi detectada em apenas um litotipo deste complexo,no fayalita sienito, sendo investigada em duas seções de sonda, num total de 25
análises, que se encontram dispostas na Tabela VI-5.1. Os cristais de enigmatitaocorrem sempre associados aos de anfibólio, exbindo ao microscópio, coloração
exfremamente escura indo do marrom-escuro avermelhado até preto avermelhado,podendo, às vezes, serem confundidos com minerais opacos.
Outrora considerada como uma variedade de anfibólio,investigações mais recentes sobre enigmatita sugerem que há na sua estrutura,
cadeias semelhantes àquelas dos piroxênios. Deer et al. (1992) definem a estruturada enigmatita como constituída de faixas de octaedros (Fe,Ti) ligando o plano (100)e estendendo-se segundo o eixo z. As bandas são ligadas por poliedros individuaisde Na que juntos com os octaedros de (Fe,Ti) formam uma folha contínua no plano(100), As folhas são interconnectadas por cadeias (SioOre) dobradas, semelhantes
às dos tetraedros do piroxênio, estendendo-se paralelas ao eixo z, e sendo ligadaspor octaedro de Fe individual.
Segundo Deer et at. (1992) a cornposição química da enigmatitapode desviar-se um pouco da fórmula ideal, que corresponde a
Na2Fe2+3TiO2(Si6Ors). As principais variações envolvem Fe2*, Ti e Fe3*. Os teores
de Fe2n e Fe3* se situam entre 3,5 - 4,9 e 0,2 - 1,0 afu, respectivamente; enquantoque na maioria das enigmatitas o conteúdo de Ti é próximo do ideal, isto é um íonpara 20 oxigênios. O Fe3* pode ocupar, em pequenas porcentagens, as posições
tetraédricas, lFe2nsi <+ AlFe3*); ou substituir Ti, (Fe2*Ti <+ 2Fe3*), São comuns
também pequenas substituições de Na por (K,Ca) e as que envolvem Mg e MnO estudo das enigmatitas do Complexo Alcalino Ponta do Morro
revela que esses minerais rìão apresentam uma variação química muito importanteentre os diversos cristais ou entre núcleo e borda; constatando-se, no entanto,
to5
pequenas diminuições dos teores de FeO( e TiOz nas periferias (Figura VI-5 eTabela VI-5).
Os diagramas da Figura VI-5 indicam uma discreta correlaçãonegativa entre Na2O, TiO2, MnO e arazão MgO/(MgO+FeO); enquanto que CaO e
AlzO: exibem teores e distribuições muito semelhantes, destacando-se dois cristaisque possuem baixos conteúdos destes dois últimos óxidos, tanto para o núcleoquanto para a borda, ao mesmo tempo que possuem uma considerável diminuiçãonos teores de TiOz nas bordas.
Para fins comparativos, apresenta-se a seguir (Tabela VI-5.2) afaixa de variaçâo composicional das enigmatitas do fayalita sienito do ComplexoAlcalino Ponta do Morro e análises químicas de enigmatitas encontradas naliteratura: (1) enigmatita rica em Mn da zona ag¡raítica de foiaitos do ComplexoGranitberg, África; (2) enigmatita de traquito peralcalino, Montanhas Nandewar,Austriília; (3) enigmatita de egirina-riebeckita granito, Complexo Liruei, Nigéria;(4) enigmatita de álcali-sienito, Khusha-Gol, Montanhas Sayan, antiga U.S.S.R.
Tabela Vl-5.2:Composições quimicas (óxidos, %o em peso) de enigmatitas: * Marsh (1975);* * Deer g¡þ!. (1978); * * * faixa de variação química das enigmatitas desta pesquisa.
*(l) ** (2) ** (3)'. * (4)
d enigmatita é um mineral relativamente comum em nefelina e
sodalita sienitos, podendo também ocorrer associada à egrnna e riebeckita emrochas plutônicas mais ricas em sílica, como sienitos e granitos acalinos. Marsh(1975) estudando enigmatitas ricas em rnanganês da zona agpaítica de foiaítos doComplexo Granitberg, África, encontrou evidências sugerindo que este mineralprovém nessas rochas, da reação enfre Ti-magnetita com um líquido peralcalinosubsaturado em sílica; e postulou que existe nos magrnas alcalinos subsaturadosum campo sem óxidos, onde enigmatita é estável. Este campo é semelhante aqueleencontrado em líquidos silicáticos, situando-se abaixo da curva tampão QFM nodiagrama T-fOr, sendo provavelmente, confinada a estreitos limites detemperatura e fugacidade de oxigênio. Enigmatita só é estável à temperaturas
SiOzTiOz
AlzO¡FeOtMnOMgoCaOrGo
41.61
8.25
Ll335.80
4.360.900.27
0.01
7.41
41.307.43
0.67
40.27
1.01
1.27
0.32
0.087.39
39.71
10.23
0. l340.30
1.20
|.490.200.24690
40.s4
6.801.54
40.890.57
0.41
3.72
0.04
5.62Na
39.09- 4l .88
7.08 - 9.000.21 - 1.26
39.26- 42.700.97 - 1.28
0.17 - 0.42
0.08 - Ll00.00 - 0.08
6.15 - 7.02
r06
Amostrasio2Tio2AlzO¡Cr203FeOMnOMgoCaONa2OKzoTotal
T¿bela VI-5.1Composiçäo química de enigmetitas do fayalita sienito do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
22¡^ 221' 22A39,98 40,14 39,918,26 7,77 8,470,83 0,97 1,130,00 0,01 0,0241.97 42.43 41.57l,14 l,16 1,00
0,25 0,30 0,300,80 0,85 0,966,88 6,52 6,720,01 0,00 0,00
100,12 100,15 100,08o{
221' 22439,44 39,698,55 8,35r,22 0,820,01 0,0242,70 41,48I,15 I,l80,20 0,301,06 0,716,59 6,870,02 0,01
100,94 99,43
AmosÍasio2Tio2Al2o3Cr203FeOMnOMgoCaONa2OK:OTotal
224 22A 22A 22A39,87 40,40 40,20 39,388,44 7,8t 9,00 8,070,78 0,88 0,96 I,t40,00 0,09 0,00 0,0541,75 42,09 41,73 42,00l,tg 1,27 1,00 1,000.22 0.20 33,00 0.270,77 0,72 0,84 1,01
6,70 6,62 6.65 6.520,00 0,00 0,02 0,0399,72 lOO,08 100,73 99,47
22C39,567,31
1,060,0040,491,09
0,300,806,540,03
97,18
22C 22C39,88 39,707,08 7,591,04 0,970,00 0,0241,13 41,661,08 1,080,23 0,300,82 0,796.21 6,41
0,02 0,01
97,49 98,53
22C 22C39,57 39,097,87 7,780,99 1,260,02 0,0841,76 4t,941,09 1,09
0,32 0,41
0,85 1,106,41 6,310,00 0,0298,88 99,08
224 22A39,44 39,738,12 8,05I,l2 1,050.00 0,044t,9t 41,671,08 1,060,22 0,280,92 0,906,s0 6,560,10 0,0199,41 99,53
22C 22C40,18 39,447,70 7,63
1,05 Lts0,03 0,0041,05 41,781,02 1,00
0,25 0,420,80 0,856,15 6,220,00 0,0098,23 98,59
22C 22C 22C39,70 41,4t 40,897,73 8,63 7,921,0s 0,38 0,420,00 0,04 0,0040,45 40,24 40,31
t,o2 t,28 1,20
0,30 0,l8 0,t70,87 0,19 0,246,29 6,83 6,770,00 0,03 0,01
97,4t 99,2t 97,93
22C 22C41,12 41,888,68 8,400,21 0,230,05 0,0539,81 39,66I,l3 r,270,22 0,230,08 0,157,02 6,720,03 0,0498,35 98,63
ì 6.6z
A
^<<Þ F!<
It a a{<^
Þ^ ^¡'Â
Þ
0.004 0.006 0.008
MsO/(Ms(>l-FeO)
0.006 0.00E
MsO(MsGrFeO)
0.006 0.00E
MgO(MgofFeO)
0.006 0.008
MgO/(MgOÈFeO)
Y8Ii
6.10.004
€ l.l .'! 0.6
1.30
R o.r.ã
0.0 !0.tn4
0,9 -0.004 0.006 0.008
MsO(MsOrFeO)
0.006 0.008 0.010
MsO(MsOf FeO)
< <Þ<ÞÞ < Ê+\
I40.s
39.0 *0.004
0.200.004
Figura VI-5: Diagramas de variação composicional das enig¡natitas do fayalita-sienito do Complexo Alcalino Ponta do Morro.Símbolos: åmostras 224, triângulos deitados cheios; amostras 22C- núcleo, triângulosmetade cheios e bordâ, triângulos vazios.
*.^r. :
<<<aooaon^
Þ
^^
.i""g.
AÞ
^
ro8
menores do que 9000C e fugacidades de oxigênio abaixo ou coincidentes com otampão sintético (QFM) quartzo-fayalita-magnetita (Marsh, I 975)
O equivalente hidratado da enigmatita é possivelmente a astrofilitaque se encontra freqüentemente associada com anfibólios sódicos, sugerindo queseu campo de estabilidade, com relação à temperatura e fugacidade de oxigênio, é
semelhante aquele dos anfibólios sódicos (Marsh, 1975) Em diversas rochas doComplexo Alcalino Ponta do Morro, encontrou-se um mineral oticamentesemelhante à astrofilita, mas dele se obteve apenas análises químicas parciais,insuficientes portanto, para identificálo com segurança.
VI.6 - MICAS
As micas formam um grupo de minerais cuja fórmula geral pode serexpressa como X2Y a-626O26(OH,F)a, onde:
X: K, Na, Ca e secundariamente Ba, Rb, Cs etc.,Y: Al, Mg, Fe2* e secundariamente Mn, Cr, Ti, Li etc., eZ = Si, Al e secundariamente Fe3* e Ti.Em função da ocupação da posição Y, as micas podem ser
subdivididas em dioctaédricas, quando o número de cátions em Y for 4, outrioctaédricas, quando essa ocupação for igual a 6. Nas micas dioctaédricas há opredomínio de Al na posição Y, resultando micas claras - muscovita, margarita eparagonita, além de fengita e celadonita. Nas micas trioctaédricas Y equivaleessencialmente a Fe e Mg, seguidos por teores subordinados de Al, Ti e Mn,caracterizando micas escuras como a biotita e a flogopita.
As micas estão presentes em quase todos os litotipos do ComplexoAlcalino Ponta do Morro, constituindo uma fase quantitativamente subordinada namaioria deles, sendo modalmente importante em algumas arnostras de granitoperaluminoso e no microgranito porfirítico onde representa a única fase rnáfica, queocone em agregados de finos cristais lamela¡es intersticiais. Na maioria doslitotipos, ocorrem como produto de reação deutérica com piroxênios e anfibólios;no entanto, são também comuns como minerais intersticiais na matriz podendo, àsvezes, apresentar-se como microfe nocristais ou em intercrescimetto simplectíticocom opacos e anfibólios, estando sempre caracterizadas por pleocroísmo típico emtons marrom-escuro a castanho-amarelado. O exame textural permite concluir que,as biotitas são de cristalizaçãoÍardia.
Os teores médios dos elementos (óxidos, porcentagem em peso) dasmicas de diversos litotipos estudados, bem como as proporções catiônicas,calculadas pelo MINPET, na base de 22 átomos de oxigênio, encontram-sedispostos na Tabela VI-6. Este programa não calcula Fe3* nas biotitas, portanto
r09
FeO e Fe2* foram considerados nas tabelas e gráficos como ferro total. Para fins de
comparação, calculou-se Fe3* segundo progr¿rma MINFILE, obtendo-se valores
sempre iguais a zero.
Segundo limite estabelecido por Heinriclt et al. (1953, in Ruberti,1984), excefuando-se duas análises correspondentes ao enclave microgranularfélsico, todas as outras apresentam proporções catiônicas Mg:Fe inferiores a 2,
correspondendo quimicamente à biotita. Essa distinção entre flogopita e biotitafeita respectivamente pelos parâmetros Mg:Fe>2:l e Mg:Fe<2:l é considerada por
Deer et al. (1992) como algo arbitrána, no entanto é também a adotada por esses
autores, pela conveniência de subdividir um intervalo composicional muito extenso.
O exame das fórmulas estruturais (Tabela VI-6) e da Figura VI-6.2evidenciam que a maioria das biotitas analisadas possui teores de Si superiores a
6,0 afu (átomos por unidade de fórmula), conseqtientemente Al no sítio tetraédrico
é, à exceção de oito análises de biotitas de rochas mais primitivas, inferior a2 afu,o que impede a aplicação do diagrama classificatório (Figura VI-6.14) que tem
como membros extremos: flogopita [K2Mg6Si6AI2Oæ(OH)¿], amrita
lK2Fe6SióAl2Oæ(OH)ol, eastonita [ÇMg5Si5AlaOzo(OH)¿] e siderofilita
[K2Fe5Si5AlaOzo(OH)+] Os conteúdos de AIN variam de 0,9 a 2,1 afu, e podem
ser melhor visualizados nas Figuras VI-6.18 e Yl-6.2, que possuem
respectivamente nas abcissas, Fe2*/6e2*+Mg¡ e o indice M#(Mg#:MgO^agO+FeO). Pelo exposto, constata-se que todo o sítio tetraédrico das
biotitas são preenchidos por Si e Al, sobrando ainda Al para ocupar a posição
octaédrica (Figura Vl-6.2). Em relação ao papel duplo dos íons Al, acredita-se que
as micas formadas a temperaturas mais elevadas tendem a ter mais Al em
coordenação tetraédrica (Deer et al., 1992), devendo ter ocorrido portanto, oinverso para as biotitas estudadas.
Nos diagramas de variação que utilizam o índice mg# (Figura VI-6.2), observa-se que seus valores nas biotitas decrescem das rochas mais primitivas(enclaves microganulares, mela-sienito e microssienito) para as rnais diferenciadas;
evolução semelhante àquelas enconÍadas nos anfibólios e piroxênios estudados.
No entanto, para uma mesma rocha (especialmente o enclave microgranular
félsico), são encontradas biotitas de composições diferentes. Na Figura VI-6.2constata-se também uma correlação negativa entre mg# e Mr, cujos couteúdos são
mais altos para as biotitas dos sienitos mais evoluídos; e positiva, em relação ao Aloctaédrico, evidenciando uma tendência de empobrecimento em Al nas biotitas,
com a diferenciação.
Algumas biotitas, comumente de litotipos mais primitivos(microssienito, mela-sienito, enclave félsico e granito), possuem teores de Tisuperiores a 0,5 afu o que pennite catacferizít-las como Ti-biotitas, segundo
nomenclatura proposta por Rock (1982), no entanto o conteúdo de Ti de muitas
ilo
ïabela VI-6Composição química e fórmula estrutural (normalizada para O : 22) de biotitas das rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
AmostraLocação
sio:Tio2AI:O¡C12O3
FeO
MnOMgoCaONa¡OK:OTotal
Si
AItVAlt'rTi
Fe:*C¡MnMgCaNaK
Fe (Fe+Mg)Mgl(Fe+Mg)
1A IA IA IA 1A IAnbFnFbmm
39.EE 38.75 35.t6 36.06 37.42 36.020.56 0.39 .1.90 5.t7 4.0t 3.35t3.07 12.94 t2.27 12.43 12.58 t2.O20.00 0.00 0.01 0.06 0.00 0.0015.45 t5.74 29.30 23.39 t9.22 27.39o.20 0.20 0.41 0.42 0.13 0.4717.92 18.02 5.46 5.00 12_80 7.54
0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.000.10 010 0.23 0.t7 0.14 0.t49.06 9.15 9.28 9.48 9.83 9.09
96.24 95 29 97 .O2 98.l8 96.t3 96.02
6.140 6.059 s.837 5.901 5.94,1 5.968
1.860 1.94t 2.t63 2.099 2.056 2.0320.510 0.412 0.236 0.296 0.297 0.313
0 065 0.046 0.6t2 0.636 0.479 0.4181.989 2 058 4.068 4.022 2.553 3.7950.000 0.000 0.001 0.008 0.000 0.0000.026 0.026 0.058 0.058 0.017 0.0664. 3 4.200 1.351 t.220 3.031 l_8620.000 0.000 0.000 0.000 0_000 0.0000.030 0.030 0.074 0.05.1 0.043 0.045
t.799 1.825 1.966 1.979 t.992 1.92r0.33 0.33 0.75 0.77 0.46 0.670.67 0.67 0.25 0.23 0.54 0.33
4-3 4-3
nb38.33 37.932.39 2.5611.63 11.94
0.00 0.0020.33 21.62
0_31 0.2711.s2 ll.l80.00 0.000.26 0.189.E3 9.6694 60 95 34
Legenda: m, matriz, n, núcleo; b, borda; F, fenocristal
4-3m
36.92
2.63
12.53
0.03
21.48
0.3010.65
0.000.229_46
94.22
6.051
1.9,t90.4700.3212.94+0.004
0.4422.6020.0000 070L9780.5 3
0.47
m38.59
2.33
I1.840.0rt
20.110.28I r.780.000.1610.06
95.22
6.2t2r.7880.4570.282
2.7tI0.0050.03E
2.827
0.0000.0502.0660.490.51
3-4 3-4
mn mb35.23 35.07
4.48 .1.50
t2.07 12.15
0.02 0.0026 67 26.63
o 20 o.23
6.93 6.82
0.00 0.00
o 17 0.15
9.03 8.919.1 83 94 46
6.218 6.1381.782 1.8620 440 0 4t30.292 0.3122.758 2.9260.000 0.0000.043 0.0372.786 2.6970.000 0.0000.082 0.0562_034 1.994
0.5 0.520.5 0.48
31n
37.660.5012.52
0.03
24.81
0.3410.88
0.02
0.08
E.75
95 62
2-ln
37.48
0.53
13.2?
0.03
2l.000.t7t2.930.000.13
8.9794.17
6.0701.930
0.593
0.065
3.8.+,+
0.00,1
0.023
3.1220 000
0 041
1.853
0480.s2
2-1 2-lbmn
36.7 5 36.670.78 4.35
12.38 lt.'t50.06 0.05
2406 26.140.23 0.2911.11 6.890.00 0.01
0.1.1 0.208.49 8.55
94 00 9J 90
5.901
2.0990.282
0.56.1
3.7400,003
0.02E
1.730
0.0000.055
|.9290.680.32
5.984 6.l3'+2.106 1.866o 299 0.5360.569 0.06r3 743 3.38.f0,000 0.0040.033 0.047L709 2.6420.000 0.003
0 0,19 0.0251.910 1.818
0.69 0.56
0.31 o.44
6.078t.9920.4E9
0.0973.328
0.008
0.032
2.7390.0000.045
1.791
0550.45
6.078
1.9920.372
0.5423.621
0.0070.041
L7030.0020 064
1.808
0.680.32
Tabela VI-6 (continuação)Composição química e fórmula estrutural (normalizada para O = 22) de biotitâs das roch¡s do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
AmostraLocação
sio,Tio:AI¿O¡
C12O3
FcOMnOlvfgOCaO
Na20KzoTotâl
Si
AINAI!ITi
Fe:*CrMnMgCa
NaK
Fe(Fe+Mg)Mø(Fcr-Mg)
2-tmb
36.31
4.5912.08
0.0,1
25.170.267.14
0.000.129_10
95.1i
l\)
2-ln
36.78
2.34t2.490.0523.040.2t10.07
0.000.i49.06
94.18
6.0601.940
0.4E3
0.2903.t750.o070.0292.473
0.0000.045
r.9040.56o44
2-lb
36.66
l_88
12.39
0.03
24.23
o.269.680.000.108.51
93 .74
6 0871.913
0.5100.2353.364
0.0040.0372..3960.0000.0321.802
0.580.42
328m
36.10
4.7012.66
0.0424.0E
0. l58.51
0.00o.079_74
96.05
5_891
2.to90_324
o.5773.2860_005
0.0022.O70
0.000o.0222.0280.61
0.39
2B 2Bnb
34.93 35.39
4_76 4.5sr l.9l 1L490.05 0.0526.28 26.12
o.41 0.375.12 5.00
0.00 0.00o.25 0.208.28 8.61
92.02 91.78
6.01I 6.1061,989 l_894
0 _425 0.44t0.616 0.591
3 _782 3.7690.007 0.0070.064 0.0541.314 1.2860.000 0.0000.0E3 0.067l_818 1.895
o.74 0.750.26 0.25
fenocristal.
6.O07
1.993
0.361
0.5713.52+0.0050.0361.761
0 000
0.038L921o.670.3 3
l8Am
35.880.558.180.02
40.89o.77t.2l0_03
0.03
7 .71
95.27
6.4121_588
0.133
0.o746.t l10_003
0.11703220.0060.0101.7580_95
0.05
34 34
nb35,67 35.39
3.92 3.91
t I,08 I t.150,00 0_00
29,79 31.60
0.34 0.295,48 4.61
0,00 0.000,13 0.198,85 E.12
95,26 95.26
Legenda: m, matriz; n, núcleo, b, borda; F
34
m35_10
3.3011.16
0.0033.66
0.373.770.000.068.86
96.28
22
m36.08
0.02
6.13
0.0043.12
0.840.710.000.098_52
95 5l
6.5661.314
0.000
0.003
6.5630.000
0.1290. t930.000
0.032
t.978o.970.03
l0cm
37.343.59
9.60
0.01
31.06
0.485.59
0,000.079.31
97.O5
6.233
1.767
0.1200 451
4.3360.001
0.0681.3 91
0.0000.023
L9830.760.24
6,0341,9660,2110,4994.2140,0000,0491.382
0,0000.M31,9t00,75ô t{
3.1
n39.93
4.55
8.53
0.01
24.38
o.476.39
0.000148.89
93_29
6.017 5.9941.983 2.0060.249 0.2380.500 0.4244.493 4.8070.000 0.0000.042 0.0541.168 0.9600.000 0.0000.063 0.020r.761 1.930
o.79 0.83o2t o t7
304m
33.66
5.7E
to.920.003t.490.263.50
o_00
0.02
8.29
93.92
5.8172 153
0.081
0.7554 575
0.000
0 0380.9060.0000.0071.837
0.83
o.t7
4-28 4-28nb
35.27 35.15
3.20 3.25
11_45 I1.370.02 0.023t _26 31.26
0.49 0.474.34 4.20
0.00 0.000.19 0.16E.66 8.69
94.8E 94.57
6.6591.341
0.3340.571
3.4000.001
0.0661.589
0.0000 045
t.E9l0.óE
0.32
6.0381.9620.3460.4t24.1750.003
0.071
1.108
0.0000 063
1.891
0.80o.20
6.O41
1.959
0.3420.4201.4930.003
0.068t.0760.0000.053
1.905
0.81
019
Eastonitc3r-
Siderophyllite
1
Annitc
(A)
0
Phloso'itc Fe/(Fe+Mg)
(B)
0.5
Fe2l(Fe2+Mg)
Figura VI-6.1: Distribuição das micas das rochas do Complexo Alcalino Ponta doMorro no diagrama classificatório Altv versus Fe2*/1Fe2*+Mg¡.Símbolos: enclave microgranular máfico, quadrados semi-cheios (metade superior cheia);enclave microgranular félsico, quadrados semi-cheios (metade inferior cheia);microssienito, círculos vazios e losangos vazios; mela-sienito, quadrados cheios; sienitofluidal, círculos semi-cheios; sienito médio arnarelo-esverdeado, losangos semi-cheios;arfuedsonita sienito, triângulos vazios; riebeckita sienito, triângulos cheios; fayalita sienito,triângulos deitados cheios; granito, cruzes; microgranito, "x".
E =p"8ffâ
X
0.0
E+oI=E
il3
o
A A+G^rÊE
sðoo a*o E
" r'o El
= 1.1
E lo Eh9..ro *ç o EvlEtr
^r-+A
X
Io-tGÈ-0#r,,9E l"
e,eÊ
^ô Â++
3nr
Ê Ê!E
'+t? "o* o^ r E
ce
o.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60
MgO(MgOtFeO) MgO(MgGrFeO)
0.6
ii o.¡
0.2
0.o
I o.oz
E¡^ll."utee
^+rtF IA
^oh
o
8o E
A
+dEeS^!^ Lr
!! (-À ^
L*t¡
f "6f-aì qL
0.00 0.lo 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.1) 0.60
MeO(Mg(ÞFeO) MgO(MgOrFeO)
v t.9
1.70.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.00 0.10 0.20 0.30 040 0.50 0.60
MgOi(Mg(}t-FeO) Mgo/(MsoÈ.Feo)
Figura VI-ó.2: Variação composicional das biotitas das rochas do ComplexoAlcalino Ponta do Morro. Símbolos como na Figura VI-6.1,
t14
(A)
(B)
AIIV+Ti Fe2+Mn
4t2C)3
Figrrra VI-ó.3: Locação das biotitas das rochas do Complexo Alcalino Ponta doMorro nos diagramas lRlvr+ti;-vg-(Fe2*+Mn) (A) e Al2O:-MgO-FeO (B)Símbolos como na Figura VI-ó.l.
E
=&b
il5
(A)
AIIV+AIVI
Fe2
Figura VI-6.4: Locação das biotitas das rochas do Complexo Alcalino Ponta doMorro nos diagrarnas A, Mg-(Altv+AlvI¡Fe e B, Mg-K-Fe. Símbolos como naFigura VI-6.1 .
(B)
lt6
atrçqä à
6
5
J
9¡F
I
0
Ë**ot ^
bt^
0.0 0.7 1.{ 2.1 0.0 0.7 l..t 2.t
tr
Úf^caa
¡^O ,.¡,
roloo
ooaa
Ê o.sE
c¡ lUã
Mg1Fc2
0.1
NlglFe2
Figura VI-6.5: Variação cornposicional núcleo e borda das biotitas das rochas doComplexo Alcalino Ponta do Morro.Símbolos: Fenocristais, quadrados; microfenocristais, círculos; matriz; triângulos; núcleo,símbolos cheios e bordas, símbolos vazios).
n7
ooo
^t^:d^g¡o
a
â .tgl{^'
'0.0 0.7 1..¡ 2.1
delas, é baixo ou quase nulo (figura VI-6.2).Os diagramas (Au+fi)-Mg-(Fe2*+Mn) e AlzOr-MgO-FeO (Figuras
VI-6.34 e Vl-6.38) confirmam "trends" de enriquecimento em (Fe2*+Mn) e em
FeO, para as rochas mais evoluídas, acompanhados por discretas diminuições dos
teores de (ÆvI+Ti) e Al2Or.Pode-se constatar nos diagrarnas das Figuras VI-6.44 e VI-6 48
que o Altotur (Al¡o1o¡:AlN+dlt) " o K exibem padrões muito semelhantes, quase
constantes, quando comparados com o Mg e o Fe.
Nos diagramas da Figura VI-6.5 onde núcleos e bordas estão
destacados com simbologias diferentes, fica evidenciado que não existe zonações
importantes para as biotitas destas rochas.
vr.7 - ESPINÉLrOS (Fe e Ti) E ILMENTTAS
Os óxidos de Fe e Ti constituem uma fase mineral comum na
maioria dos litotipos do Complexo Alcalino Ponta do Morro, Estão representadospor magnetitas e ilmenitas, ocorrendo em pequenos cristais das mesóstases oucomo fenocristais, ainda como inclusões em feldspatos, piroxênio, anfibólio,olivina e biotita; ou como produto de reação de máficos, estando geralmente
associados aos fenômenos de pseudomorfismo dos pioxênios e das olivinas.Segundo Deer et al. (1992) a ilmenita pode ser considerada mais
como um titanato de ferro ferroso 1Fe2*Tia*O3) antes que um óxido duplo de ferroferrico e titânio (Fe3*Ti3*O3), com sua fórmula melhor representada por(Fe,Mg,Mn)TiO3, onde as quantidades de Mg e Mn são geralmente muitolimitadas. Já os espinélios, possuem fórmula geral expressa por XY2Oa, onde X éocupado por Mg, Fe2*, Mn, Zn, Ni e Co e Y por Al, Cr, Ti, V e Fe3*. Naestrutura da magnetita (Fe2Te3*2Oa) pode entrar uma quantidade considerável de
Ti havendo uma série contínua entre a magnetita e a rnolécula de ulvoespinélio(FezTiO¿).
As análises químicas (óxidos, o/o em peso) representativas desses
minerais, bem como a estimativa de FezO: feita segundo método de Finger (1972),
enconÍarn-se dispostas na Tabela VI-7.No diagrama FeO-Fe2Or-TiO2 (Figura VI-7.1), proposto por
Buddington & Lindsley (1964), adaptado por Haggerty (1976), os pontos
representativos dos óxidos dos diversos litotipos estudados se distribuem em um"trend" paralelo a Fe3Oa - FezTiO¿ (série magnetita - ulvoespinélio".), enquanto que
as ilmenitas se concenfiarn próximas ao polo da pseudobrokita. As locações desses
pontos nesse diagrama indicam para os óxidos da série ulvoespinélio-magnetitatemperaturas de cristalização entre 500 e 6000C, com baixas fugacidades de
il8
Arnostra
Locâção
sio.TjorAI:O¡Cr:O¡FeO
Fer OjMnOMgoTotal
IA IA(i)n Bio (i )b Bio
0 09 0.251.62 52.17
0.08 0.13
0.04 0.I12.97 13.56
34.3 32.6tt.'t1 1.880.25 0.2
t01.08 l0l.l5
Tabela VI-7Composição química de minerais óxidos de roch¡s do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
(o
IAm
0.09
50.21
0.16
0.098.1
.10.36
4.59
0. 15
103 75
2.1
n0.13
50.3
0.090.03
I1.0535.33
2.870.1I
99.9 i
Amostra
Locação
sio:Tio,AI,O,CrzO3
FeO
Fe2 03MnOMgoTotal
328 328nb
0.t2 0.21
10.53 9.38o.12 0.490.03 0.02
39.74 39.16
17 .72 49.650.9 0.810.04 0_02
99.5 99.7 4
184m
00751.01
0.03
0.02
t2.735.78
2.01
0.03
l0t.65
t5A 15AFn Fb0.03 0_04
48.38 .18.1
0.06 0.03
0,01 0.0010.23 9.8
39 64 40.:t3
2.2 2.28
0.0i 0.06
100.58 100.74
2B 2Bnb0.2 0.16
48.53 48.97
0.04 0.05
0.01 0.009.61 l1.0034.87 31.693.61 3 320.14 0.07
97 .O4 65.26
Legenda: m, ma
l5A l5Anb
0.01 0.01
48.34 ,18.28
0i)2 0020.00 0.01
9.49 8.91
37 .54 39.26
3.56 3.58
0,00 0.05
98.96 100.12
31 31(i) Bio (Ð Px
0.21 0.1749.57 7.3
0.05 2.720.09 0.89.I 36.1
38.41 .19.09
355 0t70.13 ().29
l0l.ll 96.61
riz; F, fenocristal; n, núcleo; b, borda; (i), inclusão; Px, piroxênio; Bio, biotita; Anf, anfrbólio; 1,2,3, individuo 1,2,3
50 50
nb0.07 1.85
50.03 0.63
0.04 0 16
0,00 0.06t0 t2 31.13
32.91 60 23
4.63 0.3
0.04 0.0997.84 94 45
3-:t 3-1nb
0.18 0.1
19.12 19.17
0.02 0.090.07 0.05
11.33 t1.7938.37 36..+8
L.17 1.790.39 0.08
l0l 25 99.85
28
m0.21
16.98.
0.1
0.I41.78
34.59
t.650_05
98.46
3.1 34
nb0.0,t 0.0E48_72 .18.48
0.03 0 0l0 02 0.03
8.82 8.7140.42 10.21
3.59 3.65
0.0't 0.06
101.68 101.26
22 22
(i) Anf (Ð Px
0.16 0.13
15,r9 32.06
0.08 0.1t0.02 0.08
43.29 57 .34
37.16 4.771.05 2.t80.02 0.0996.97 96.76
34C(Ð Þro.23
19 35
1.12
0.1I46.3 5
28.79
L890,0097.8,1
22^ 22^mm
0.06 1095l.9.f 12.36
0.02 0.'14
0.00 0.04
12.9 t ,11 84
33.82 12.122.67 1.32
0.03 0.1
101.45 99.61
3:tC
n0.lt32.36
0160.0058.49
1.95
2.010.02
98.00
l8A(i) Bio0.0450.37
0030.00
8.98
37.00.1.91
00310t.36
20
Frn0.15
26_86
0.670.0i52.63
14.5
2.77o.0297.6t
20 20 20 20
F'b n: h n3
0.9 0.17 0.48 2.98
t.97 21.3t t6.t7 0.3
0.41 t.l8 0.21 0.06
0,00 0.02 0,00 0.00
32.92 51.00 44.2 34.81
62.95 19.13 35.93 62.95
0_22 2.27 t.62 0.t20.02 0.04 0.07 0.0699.39 98.t2 98.7 t l0l.28
AnlostraLocação
sio:TiolAI:o:CrzO3
FeO
Fc? O¡MnOMgoTotal
ño
20
b3
2.88
o.22
0.23
0.o2
3 3.68
61.65
0.090.06
98 83
Tabela VI-7 (continuação)Composição química de minerais óxidos de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
10c 10cnm
0.29 0.0810.29 .18.69
0.16 0.000.03 00239.01 7.09
18.92 40.61
t.17 5.29
0.08 0.05
100.25 101.83
Legenda: m, matnz; n, núcleo; b, borda, (i), inclusão; F, fenocristal; Px, piroxênio, Bio, biotita; Anf, anfibólio; 1,2,3, individuo 1,2,3
l3cn
0.48730.33
0.00
35.93
45.47
0.73
0.089t.67
13C
b0.41
9.620.3 5
0.0,t37.08
45.28
0.80. t6
93.74
3.1(t) Anf0.22
lt.270,160.0249.99
32.43
L420.1
95.61
3.1 3.1 3.1 3. In b Fn Fb
0 23 0.27 0.13 0.t78.73 9.49 45.97 37.92
0.04 0.13 0.02 0.090.00 0,00 0.05 0.0034.95 29.t3 6.38 0.6747.92 53_89 4t.67 57.39
2.42 286 4.57 3.19
0.04 0_t2 0.05 0.02
94.33 95.89 98.84 99.4s
3.1 3.1 3.1(Ð Anf mì mr
0 2 0.24 0.244.8 2.36 5.68
0.1 0.08 0.t'70.00 0.01 0.05
33.21 32.39 33.56
5',Ì .O4 6t.73 51.41
l.15 0.05 l.130.01 0.1 0.1596.54 96.96 95.12
3.1
m3
4.59
1.21
0,0035.21
50.43
0880.49
96.1
1-28 4-28 4-28(i) Bio n b0.22 0.24 0.293.39 8.63 10.58
0.29 0.25 0.260.00 0.05 0.1
33 .12 37 .5 39.07
61.58 50.32 ,{6.83
0.37 t.07 1.26
0.00 0.13 0_ 18
98.97 98.l9 98.57
4-28m
0.24
16.83
0.41
0,0042.86
33.67
2.28
0.18
96.47
FeTiO.(ìlme n ito )/
Ti02(ru t ilo, o no td s io, broo k ito )
Fe, Oo(mognetitc)
FerTiOu(pseudo Þrook ito )
]\FerTiOo
FeO
/'{
Ft,*, o(wüslito ) Fe203
(hemotito)(moq he mito)
Figura VI-7.1: Locação dos minerals óxldos das rochas do Complexo A-lcalinoPonta do Morro no diagrarna FeO-TiOz-FezO:, de Buddinglon & Lindsley (1964),modificado por Haggerly (1976).Símbolos: enclave microgranular félsico, quadrados semi-cheios; microssienito, círculosvazios e losangos vazios; mela-sienito, quadrados cheios; sienito fluidal, círculos semi-cheios (metâde inferior cheia); sienito médio, círculos semi-cheios (metade superior cheia);sienito médio ¿rmarelo-esverdeado, losangos semi-cheios; arfvedsonita sienito, triângulosvazios; riebeckita sienito, triângulos cheios; fayalita sienito, triângulos cheios deitados;traquito, losangos cheios; granito, cruzes; microgranito, "x".
t2t
*
aaê+{
&¿,
N
F
035 5s 65
FeOt
o6 x
a+ "'æ'' '¡ñ,+þ^ ¿
ñôl
0.5
0.4
^ 0.3
è¡¿' o.2
0,1
0.035
Figura VI-7.2: Diagramas de variação composicional das ilmenitas e espinélios de
Fe e Ti das rochas do Complexo Alcalino Ponta do Mono. Símbolos como naFigura VI-7.1.
+è E
ofe¡X,-l atjxIt "ô',*
*B'
EE
"J¿'liå
T
+. .+X+
o-^x^oa
t22
oxigênio; e para as ilmenitas, temperaturas e fugacidade de oxigênio mais altas..
Tanto as rochas primitivas como as mais evoluídas possuem
magnetitas e ilmenitas, no entanto percebe-se que as magnetitas são constituintesprincipalmente dos granitos, traquito, arf¿edsonita sienito, fayalita sienito;
enquanto que as ilmenitas se encontrarn, mais comumente, nas rochas mais
primitivas (enclave microgranular félsico, mela-sienito, microssienito, sienitomédio amarelo-esverdeado). Ressalta-se que, rochas mais evoluídas, como ofayalita sienito, riebeckrta sienito, granito e microgranito também possuem
ilmenitas,
A Figura VI-7.2 mostra as variações de TiOu, MnO, AlzO¡ e MgOem função de FeOt das ilmenitas e dos espinélios de Fe e Ti estudados, cujas
composições encontram-se separadas por teores de FeOt<46o/o e FeOl>ól%,respectivamente. As ilmenitas estão caracterizadas por teores de TiO2>46%o,
Al2O3r:0, uma ampla variação quanto aos teores de MnO (1,3 a 5,3o/o) e baixos
conteúdos de MgO (0 a0,4o/o). Os espinélios com elevados teores de TiO2 (titano-
magnetitas) ocorrem como constituintes das mesóstases dos diques traquíticos, do
fayalita sienito e do sienito-médio, apresentando relativamente altos conteúdos de
MnO, Al2O3 e baixos de MgO. As magnetitas apresentam-se gerahnente com
baixos destes óxidos em questão, excetuando-se uma amostra da matriz de
microgranito e uma inclusão em piroxênio no mela-sienito que possuem,
respectivamente, maiores teores de MgO (0,5%) e AlzO¡ (2,72%).
t23
CAPÍTULO VII
QUÍMICADE ROCHAS
O tratamento geoquímico foi realizado a partir dos dados analíticosobtidos para elementos maiores, menores e traços, em 43 amostras (Tabela VII-I),conforme metodologia descrita no capítulo III. Este estudo tem por objetivoprimordial, a investigação das afinidades geoquímicas, da natureza do magmatismoe dos ambientes tectônicos, bem como, dos sistemas químico-classificatórios dasrochas sieníticas e graníticas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
VII.I - ELEMENTOS MAIORES, MENORES E TRAÇOS
A variação dos elementos maiores e alguns menores, devido a
processos de fracionamento magmático, geralmente pode ser r,rsualizada através dediagramas tais como os propostos por Harker (1909), nos quais o teor de sílica é
tomado como um indicador da diferenciação. Pa¡a as rochas do Complexo AlcalinoPonta do Morro, um amplo intervalo de SiO2 é observado, desde 56,40lo nosmicrossienitos até 7 4,77o/o nos granitos, prestando-se dessa maneira para umaprimeira abordagem gráfica do comportamento dos principais elementos (Figuravrr-l.r).
Observa-se que os dois grupos de litotipos estudados estãorelativamente bem definidos por seus respectivos conteúdos de SiO2: os sienitosapresentando teores entre 56,4 (os mais primitivos) e 65,5% (os mais evoluídos); e
os granitos variando de 70,35 até 74,77o/o.
Correlações negativas são visualizadas entre a sílica e TiOr, Al2O3,Fe2O3, P2O5 e CaO (Figura VII-1.1). No entanto, para os dois últimos referidosóxidos, que mostram nessas rochas, comportamentos aproximadamente similares,essa correlação só é observada nos terrnos que possuem valores de SiO, entre 56 e650/o. Os sienitos mais evoluídos e gfanitos, apresentam baixos teores de CaO e
P2O5, Que se refletem na natureza dos anfibólios e piroxênios (essencialmente
alcalinos), do plagioclásio, que nunca excede l0o/o de anortita e no pouco conteúdode apatita modal.
O comportamento dos oufros elementos maiores (MgO, K2O e
NarO) e rnenor (MnO) não mostra um padrão evolutivo bem definido com a
diferenciação magrnática (Figura VII- I .2).
Da mesma forma que CaO, os valores de MgO são elevados apenasem amostras de microssienito e mela-sienito (2,4 até 1,6%), todos os outroslìtotipos apresentam teores inferiores a 0,8%o, caracterizando um hiatocotnposicional entre os sienitos fìnos porfiríticos e fluidais e os termos mais
t24
primitivos, isto é, entre 0,8 e 1,6% de MgO. Tarnbérn entre esses litotipos, ocorre olriatoemrelaçãoaosteoresdeCaO, e¡tre2,3e3,5o/o.Essecaráterbimodal,istoé,a presença de hiato composicional é uma feição típica dos complexos alcalinos(Bonin & Giret, 1985b).
os teores de Nazo (5,0 - 7,2%) e KzO (3,6 - 6,5%) obseryados nossienitos são considerados particularmente altos, porérn se ocone um progressivoaumento de Na2O nas rochas lnais evoluídas, isto não é observado para o K2O. Ossienitos apresentam um enriquecirngnto em KzO até 650/o de SiOr, no entanto, amaioria dos granitos mostra-se empobrecida neste óxido a partir de 70o/o de SiOr.Em relação aos granitos, observam-se distribuições semelhantes, porém depercepção rnais discreta, para o Na2O e MnO. O MnO uo entanto, mantém valoresquase constantes (enhe 0,1 e 0,2) para teores de SiO, entre 5ó e 660/o. Foge a essepadrão o arfuedsonita sienito e o sienito peralcalino, que possuem teores de MnOduplicado (0,28) em relação a rnaioria das rochas.
Nos diagralnas das Figuras VX-l.1, Vful .2 e Vll-1.3 percebe-seque os granitos e microgranitos apresentarn padrões evolutivos bem diferentesdaqueles observados para os sienitos; fogem também a qualquer tendênciaencontrada, as arnostras dos diques riolíticos, Enquanto que, as análises demicrossienito e mela-sienito ilustram o caráter menos diferenciado dessas rochas, jádiagnosticado na petrografia e quirnismo mineral, seja por seu teor de SiO2, sejapor seus elementos tipicamente mais abundantes em rochas mais ricas em máficos.
Com relaçâo ao comportamento dos elementos traços, ressaltam-sealguns aspectos da análise dos diagramas de variação entre eles e SiO2,apresentados na Figura VII-I .3.
Para os granitos ocorre uma maior dispersão desses elementos emfungão da sílica, não sendo possível visualizar nenhuma correlação eles. Os dadospermitem no entanto, identificar contrastes sistemáticos entre os sienitos, gfanitos eriolitos.
As concentrações de Rb aumentam progressivarnente com a
diferenciação; enquanto qtre Zr, Nb e Y apresentam para os sienitos, distribuigõesrelativamente semelhantes, com discretas correlações positivas com a sílica.
O Sr diminui com o aumento de SiOz, apresentando-se elevado(230-100 ppm) apenas nas rochas menos diferenciadas (microssienito e mela-sienito) e caindo a zero naquelas mais evoluídas; definindo tendências coerentescom diferenciação envolvendo fracionamento de plagioclásio.
Semelhantemente, o Ba encontra-se em maiores concentrações(>200 ppm) nos litotipos primitivos, devendo estar incorporado em biotitas, desdeque os feldspatos alcalinos analisados por microssonda eletrônica possuem teoresde Ba próxirnos de zero.
t25
amosl¡a
lilotipoSiOz
TiOrALO¡FerO¡
FeO
À,{¡O
McoCaO
Na2O
KroPrOs
Total
LOIFeO'
Fe2ort
l-l 2-t 24mic¡oS microS mic¡oS
57 .50 56.40 5',7 .25
1.00 L30 1.32
t't.30 t'7.t0 I't.452.60 2.60 l.693.80 4.40 5.00
013 0.13 0.l42.40 2.10 L6t5.00 4.80 4.40
5.30 5.60 s.sg
3.60 4.10 4.47
0.19 0.32 0.35
98.82 99.05 99_21
0.64 0.38 0.38
6.14 6.14 6.52
6.82 7 _49 1.24
Tabela VII-IComposição químic¡ (óxidos,7o em peso; traços, ppm) de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
l\)o)
34 3tmelaS melaS
59.90 58.84
0.86 0.92
16.90 17.59
2.00 !.253.70 4.3 5
0.13 0.14
1.80 t.'73
3.50 3.69
5.10 5.85
5.00 4.'78
0.18 0.23
99.M 99.3'l
0.3't 0.20
5.50 5.47
6.t I 6.08
sfl61.40
0.78
t 7.00
2.90
2.40
0.13
0.82
2.30
5.30
6.20
0.19
99.42
0.19
5.01
5.5'7
ld . 1-2 ,3tB , 31C 34 . 34A
sfl sfl sfl sfl sfl sfl6t.t7 62.1'1 62.60 6t .8',1 62.50 61 .81
0.88 0.76 0,70 0.74 0.'71 0.'73
1'7 .16 t'1.28 t6.60 l'7 .49 16.80 t'7 .44
2.55 1.68 t.90 1.29 2.30 1503.24 3.22 3.00 3.16 2.70 3.10
0.15 0.t2 0.13 0.13 0.13 0.14
0.81 0.58 0.55 0.55 0.5'7 0_52
2.t9 1.88 r.70 t.'tj 1.90 r.88
5_69 5.72 5.50 5.80 5.00 5 69
5.90 6.19 6.50 6.51 6.50 6 4lo.zt o.t1 0.15 0.16 0.15 0.ì799.95 99.'t'7 99.33 99.40 99.26 99.39
0.00 0.10 0.2t 0.05 0.33 0_29
5.53 4_'73 4.'71 4.32 4.7'7 4 4s
6.15 5.26 5.23 4.80 5.30 4 94
Rb
BaSr
Nb
HfZrY
T1Ì
31 5l320 520
160 220
31 34
88220 230
52 4tl0 I0
Legenda: microS, microssienito porfirítico; melas, mela-sienito; Sfl, sienito fino porfirítico e fluidal; Sa-e, sienito amarelo-esverdeado, Speral, sienitoperalcalino; arfuS, arfvedsonita sienito; riebS, riebeckita sienito; d,Nol, dique riolítico; d Traq, dique traquítico; fayS, fayalita sienito; Sg, sienitogrosso; micfoc, microgranito, G:granito.
162
22
111
22
88
340
140
4l8
2'10
62
12
66
97
26
200f6
34C.._ 3- r0
SfI Sfl
62.00 61.80
0.'t4 0.80
16.70 t'7.4t
2.30 1 48
2.8rJ 3.59
0.13 0.13
0.81 0.57
2.t0 2_12
5. l0 5.46
6.20 6.01
0.17 0.19
99.05 99.56
041 0.t44.87 4.92
5 4t 5.4'7
100 51 54 100
490 429 450 260'7'7 ',74 56 28
38 t5 t't 42
8--8260 222 252 260
61 31 54 48
16 - - t2
t8'Sa-e
62.70
0.71
15.40
3.40
3.20
0.16
0.55
2.20
5.40
5.00
0.14
98.86
o.'73
6.26
6.96
11 26 , 2',1A 298-Speral Speral Speral Speral
60.48 6r.41 62.49 6t.19
0.64 0.46 0.35 0.41
16.14 16.04 17.35 16.34
2.24 5M 1.96 3.84
3.49 0.'¡9 2.45 2.36
0.17 0.18 0.13 0_24
0.26 0.04 0.07 0.I l2.1t L66 0.95 1.30
6.09 5.82 7.10 6.35
6_14 6.29 s.'16 5.60
0.12 0.06 0.03 0.06
9-1.88 97.79 98.65 97.80
1M l8l 065 1355.5r 5.32 4.2r 5.82
6.12 5.92 4.68 6.46
52
l'l
t'ltl5
95
100
36
34
8
260
49
l4
68
288
33
z-2' |tB" lto'a¡fvS a¡fvS arfvS
63.92 63.10 64.'t0
0 50 0_44 0.28
16.16 16.70 15.90
2.87 2.90 2.90
2.91 3.l0 2.50
0.14 0.28 0.20
0.10 0.19 0.12
t.0'7 0.67 1.50
6.40 6.60 6 40
5.59 5.30 5.30
0.06 0.07 0.05
99.'72 99.95 99.85
0.21 0.00 0.00
5.49 5.71 5.11
6.10 6.34 5.68
90 5t3'70 413
5'7 10
39 15
8-300 210
49 45
10 -
25
218
34
110
520
88
56
1l310
620
l0
62 113 128
131 20 20
24 ll 8
19 48 4r
196 302 309
33 45 45
lt28ll5
IM83
4
10
596
80
ll0l57
46 s2
- l0303 360
43 73
- l0
120
15
5
6tl0
480
86
l0
amost¡a
litotipoSiOr
TiO¡
ALO¡FerO¡
FeO
MnO
MeoCaO
NauO
KzO
Pzos
Total
LOI
FeOt
FerQ'
arfvS
60.6'7
0.65
16.86
2.39
3.58
0.l50.3'7
1.64
6.18
0.13
98.96
0.81
5 't3
6 3'7
Tabela \rII-l (continuação)Composição químicâ (óxidos, 7o em peso; traços, ppm) de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
l5A 164 50
riebS riebS ¡iebS
65.40 65.50 63.64
0.40 0.41 0.47
15.,t0 15.40 16.42
z.oo 2.50 2.61
2.40 2.20 2_03
0.14 0.14 0. t6018 0.17 0. t2l'20 1.00 I 07
6.00 6.00 ó.45
5.ó0 5.'70 6.26
0.05 0.05 0. t098.'7'7 99.07 99_33
0.'76 0.51 0.19
4.20 4.45 4.38
4 6'7 494 491
ñ{
8-ld.Riol
6',1.51
0.44
13.83
4.46
2.02
0.16
0.09
0.32
5.34
4+O
0.08
98.74
L0l6.03
610
loE 20
.Traq d.Traq
66.69 61.90
0.33 0.4-l
14.31 17.00
4.45 3.80
1.69 2_50
0.t6 0.t80.03 0.13
0.33 0.6t6.51 6.00
4.53 5.90
0.00 0.06
99.03 98.55
0.56 l.l35.69 5.92
633 658
Rb
IlaSr
Nb
tlfZrYTh
224 228fayS fays
6t.60 62.30
0.64 0.64
16.59 15.90
2.42 3.l03.55 3.20
0.12 0.18
0.23 0.22
t.u 1.90
6.62 6_00
5.58 5.60
0.I6 0.09
99.15 99.l30.28 0.45
5.73 5.99
6.16 6.66
9l187
23
52
397
5'7
6-3
Sg
64.44
0.35
16.96
3;75
0.58
0.19
0.12
0_24
7.21
5.30
0.02
99.16
0.'15
1.95
4.39
170 170 148
15 15 70
559
't6 '73 49
149-660 510 5t287 120 196
16 14
3-l 34micr_oc mi6oc
74.20 73.78
0.08 0.l0t3.50 13.50
o.22 0.64
0.70 0.38
0.02 0.03
0.10 0.1l0.60 0.72
4.70 4.92
5.10 5.26
0.05 0.00
99.21 99.44
0.56 0.31
0.90 0.96
1.00 1.06
Legenda: microS, microssienito porfirítico; melas, mela-sienito; Sfl, sienito fino porfirítico e fluidal; Sa-e, sienito amarelo-esverdeado; Speral, sienitoperalcalino; arfvS, arfuedsonita sienito; riebS, riebeckita sienito; d,Riol, dique riolítico, d.Traq, dique traquítico; fayS, fayalita sienito; Sg, sienitogrosso; microc, microgranito; 6=granito. (l)*, amostra do sienito do Maciço Capituva (cedida por Dr.Valdecir Janasi) analisada nos laboratóriosdo "Imperial College" por ICP; (2)**, mesma amostra analisada nos laboratórios da GEOSOL (GEOLAB)
4tB 5-5 l0A 10D t2A t9 248 30A 358GGGGGGGGG
73.30 73.3r '71.91 73.40 '73.20 -10.35 74.7'7 '10.18 71.22
0.20 0.2t 0.2t 0.22 0.18 0.21 0.16 0.24 0.32
13.40 14.09 t4.07 13.83 13.50 14.40 13.74 14.5t t3 9'lr.30 1.24 1.03 1.00 1.60 1.04 0.00 |.20 3.40
0.84 0.50 0.83 0.45 0.70 1.34 0.38 0 92 0 30
0.04 0.02 0 t2 0.02 0.03 0.06 0.00 0 06 0 0t0.18 0.14 0.16 0.13 0.15 0.22 0.13 0.15 0.05
0.6'7 0.25 0 45 0.24 0.41 0.60 0.37 0.53 0.07
4.10 4.58 4.73 4_57 4.00 4.'73 4.00 4.50 4.98
5.20 5.23 5.71 5.55 5.30 5.93 5.49 6.10 4 4l0.05 0.01 0.01 0.02 0.05 0.03 0.00 0.06 0.01
99.28 9958 99.23 99.41 99.18 98.97 99.04 99.05 98.74
0 45 0 31 0.32 0.37 0.5',7 0.5'1 0.75 0.48 0.96
2.01 1.62 t.76 1.35 2.t4 2.28 0.00 2.00 3.36
2.23 t.80 1.95 1.50 23A 251 000 222 311
r70
153
6
201 140
37 150
510
121 64
-t2lt21 450
89 120
126
t02'7
156
I t5 I00501 220
55 2t
33 57
-8244 380
50 68
- 11
73
11
9
310 164
660 '7',7
30 25
110 44
8-290 196
200 157
27
29
325
53
260
230
44
56
t23'70
96
28
(l). (2)--sienito sienito
60.83 59.7
1.23 1.2
15 94 16 .1
5.21 2.4
2.4
0.07 0.07
2.09 2_0
3.0'7 2.9
3.96 4.3
6.14 6.3
0.64 0.5',7
0.46 0.'16
t710 1930
3000 2990
380 410
123 r49 t6l361 340 304
37 40 3'7
t'7 21 2',7
359 319 341
55 85 5l
260 191
200 l9l41 36
56 52
8-380 4'71
95 93
t98 109 320
- 216 19
t4466
62 15 189
369 364
70 5ll5l3t72
t1
lreE
Á)<a
4É3^oo
ct
\** +lx-l
0.1
0.2
0.1
0.0
Figura VII-l.l: Diagramas de Harker pâra as rochas do Complexo Alcalino Pontâ doMorro. Símbolos: microssienito, círculos vazios; mela-sienito, quadrados cheios; sienitofluidal, círculos semi-cheios; sienito médio amarelo-esverdeado, losangos semi-cheios;arfvedsonita sienito, triângulos vazios; sienito peralcalino, triângulos semi-cheios;riebeckita sienito, triângulos cheios; sienito grosso, quadrados vazios; fayalita sienito,triângulos cheios deitados; traquito, losangos cheios; riolito, losangos vazios; grânito,cruzes; microgranito, "x".
t i=õ:----'__--]1-^
"f "'d¡^ oo I'i 3- 1
. i {^.1I
,1ii
I
75
+
12e
è¡è.
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
l
l+-l4<l
x1
l
l
0.0
^.A.ta "
^^ ca oooB¡rþae
-+-
+ç
65
sio2sio2
Figura VII-1.2: Diagramas de Harker para as rochas do Complexo Alcalino Pont¡ doMorro. Símbolos como nâ Figura VII-1.1.
^
¡l¿ø\
^n<^¿A ãA"
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t29
{00r----'--'---'-- -_'_----Jt1f^lroo I li-1
3r.; o - j- i ^ o xl!.^l,,i *d^j - - j
,¿ t 4eú t :r(øl55 65 75
sio2
700
600
500
-¡00
J00
100
100
0
200
Ê roo
65
sio2
1500 r..ffi---1_-È-]t,i
lolojI
^^' ^^^
"s.i$þ55 6s 7a
o0
r 'll-X
r -i-
ó5
si02
rs0
> r00
50
0ó5
sio2
Figura VII-1.3: Diagramas de variação de elementos trâços (em ppm) vers¡{s sílica (7o em
peso) para as rochas do Complexo Ålcalino Pontn do lVlorro. Símbolos como na FiguravII-1.1.
A
AAo -r +'A¡^
^lefoo. Fo-
++
r30
VII.2 - AFINIDADES GEOQUIMICAS
Dentre os vános diagramas utilizados na literafura para se
distinguir as séries wlcânicas alcalinas e subalcalinas destaca-se o que representaos valores de NazO + K2O em relação aos de SiO2, proposto por Iruine & Baragar(1971). Neste diagrama (Figura Vn-2.1), observa-se a separação dos sienitos nocampo alcalino e os granitos no subalcalino. No entanto, os próprios autoresadmitem lunitações ao uso desses parâmetros e advertem que se deve ser cantelosona sua utililização.
20
t8
t6
l4
RnYroô¡8z6
s"*^+ ")" "i#
Alkalineo
Subalkaline
85754S35 ó0
si02
Figura VII-2.1: Diagrama Na2O+K2O em função de sílica (7o em peso) para as rochas doComplexo Alcalino Ponta do Morro, separando o campo de rochas alcalinas e subalcalinas(lrvine & Baragar, l97l). Símbolos como nâ Figura VII-1,1.
O caráter alcalino das rochas do Complexo Ponta do Morro ficaevidenciado no entanto, no diagrarna AFM proposto por Irvne & Baragar (1971),que considera a relação entre MgO, FeOtotoi e a somatória dos álcalis. Nestediagrama (Figura VII-}.2) os pontos representativos dos litotipos pobres em MgO,situam-se no lado AF ou muito próximos dele, à exceção das amostras demicrossienito e de rnela-sienito. A figura evidencia ainda um enriquecimentoacentuado em álcalis acompanhado por um empobrecimento em ferro e magnésio.Este último elemento perde a sua irnportância nos termos mais diferenciados,chegando praticamente a desaparecer, que reflete uma mineralogia desprovida de
minerais ferromaglresianos e rica naqueles alcalinos,
t3t
FeOt
Na2O+K2O Mgo
Figura VII-2.2: Distribuição das rochas do Complexo Alcalino Pontâ do Morro nodiagrama AFM, com os dominios de rochas toleíticås e cálcio-alcalinas (Irvine & Baragar,l97l). Símbolos como na Figura VII-I.I.
Quanto à saturação em alumina e álcalis, as rochas do ComplexoAlcalino Ponta do Morro foram investigadas no diagrama proposto por Maniar &Piccoli (1989), que relaciona as proporções moleculares das razõesA1¿O¡/CaO+NazO+KzO e AlzO¡À{azO+K2O, abreviadas como A/CNK e ,A,î{Krespectivamente, baseadas nos índices de Shand (Metaluminoso: A,Ì,{K>1,0 e
A/CNKcl,0; Peralcalino: A,î{K<I,0; Peraluminoso: A/CNK>1,0). Neste diagrama(Figura VII-2.3) torna-se evidenciado o carâter metaluminoso das rochas rnaisprimitivas e peralcalino daquelas mais evoluídas. Fogem a esse padrão, quatroamostras de granito que se encontram locadas no campo peraluminoso, devido auma maior proporção de alumina desses litotipos, refletida na presença de biotitamodal como único máfico essencial. Segundo Bonin (1991), rochas portadoras debiotita, saturadas a supersaturadas em sílica, metaluminosas a peraluminosas nãosão estritamente alcalinas, mas ocorrem associadas a esse tipo de rochas, em ummesmo complexo, em muitas províncias continentais e oceânicas, podendo a elasser agrupadas como suites alcalinas.
oøI
Calc-Alkaline
132
YZ r,6
Metaluminous
oqr
{.r
Peraluminous
.,.y05 1.0 1.5 2A
A/CNK
Figura VII-2.3: Diagrama A/CNK verszs AAIK (proporções moleculares) de Maniar &Piccoli (1989), para as rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro. Símbolos como naFigura VII-1.1.
As subdinsões entre ganltóides peralumlnosos-metalumrnosos-
peraicalinos têm limites químicos muito rigorosos. Segundo Clarke (1992) esses
três tipos de magmas podem ser provenientes de um irnico magma pnrnário do qual
a composição A/CNK é govemada em parte pela composição da rocha fonte e em
pa-rte por processos que o afetam, tais como fracionamento de plagroclásio e
anfibólios, ação de fliridos e assimilação. Na verdade esses fenômenos podem
rnterferir na quantidade de álcalis e alumina do magna podendo ocasionar a
transição de um grupo A/CNK em outro, Quarto mais baixos os conteúdos de
CaO tanto maior é a possibilidade de coexistência de granitóides peraluminosos e
peralcalinos numa mesma associação (Clarke, 1992). Sendo esta feição também
observada nas rochas estudadas, que possuem conteildos de CaO mnito baixos,geralmente inferiores a 1.o/o (vanando entre 0,2 - 2,2%), à exceção de quatro
amostras menos diferelìciadas (microssienito porfiritico e mela-sienito), que
apresentarn teores de CaO mais elevados (3,5 - 5,0%).
Os critérios químicos utilizados para classificação de rochas
wlcânicas Íiescas, oit pouco alteradas, geralmente se baseiam nos teores de
elementos tidos como "móveis" durante processos de alteração secundárìa. Asslm
r33
40
Bas-Trach-Neph
0.001 0.01 0.1 I
ZrlTiO2*0.0001
0.0010.01
Nb/Y
Figura VII-2.4: Diagramas ZrlTiOz r,ørsa.s SiO2 (A) e Nb/Y versus ZrlTiOz (B),para as
rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro, apresentando os campos delimitados porWinchesfer & Floyd (1971) para as rochas vulcânicas comuns. Símbolos como na Figuravlt-1.1.
80
(A)t\c60(n
l0
(B)
q 0.1*(\l
Frì o.olN
0.1
134
Floyd & Winchester (1975, 1978) e Winchester & Floyd (1977) propuseram, autilização das concentrações de elelnentos menores e traços, tais como Ti, Zr, Y,Nb, Ce, Ga e Sc, cujo comportamento pode ser considerado como relativamenteimóvel durante os processos oconidos após a consolidação das rochas, paraproduzir representações gráficas discriminantes entre as séries vulcânicassubalcalinas e alcalinas e seus produtos de diferenciação.
Numa aplicação dessas malhas geoquílnicas para rochas doComplexo estudado utilizou-se as razões das concentrações dos elementos Ti, Zr,Nb e Y e o teor de sílica. Como o crescirnento da razão ZrlTiOz ocorre nas sériesrnais alcalinas, refletindo a fofte concentração de Zr nas rochas provenientes destelnagma, Winchester & Floyd (1977) propuserarn que o aumento desta razãoconcomitante ao de SiOz, coincidente com a progessiva difereuciação de ummagma básico, poderia ser utilizado colno uln índice de alcaliuidade e colno urnamedida aproximada do grau de diferenciação. No diagrama ZrlTiO2 uersas SiO,(Figura VII-2.44) os pontos representativos das rochas do Complexo AlcalinoPonta do Morro, distribuem-se de maneira que, os sienitos coincidem com odomínio do traquito, andesito e traquiandesito; e os granitos corn o do riolito, e
riodacito-dacito; ficando nítida urna correlação positiva entre a razão ZrlTiOt e
si02.Segrndo Winchester & Floyd (1917), as mais altas razões Nb/Y
geralmente refletern as maiores concentrações de Nb características das provínciasalcalinas. Utilizando-se a representação gráfica das razões Nb/Y y¿rs¿s ZrlTiO,(Figura yIl-2.48), torna-se evidente a tendência moderadamente alcalina das
rochas do Cornplexo A.lcalino Ponta do Morro; com os pontos representativos dossienitos e dos granitos estudados coincidindo, preferencialmente com os carnpos dotraquiandesito e do riolito e comendito/pantelerito, respectivamente, Constata-setambém nesse diagrama que a razão Nb/Y é quase constante, vanando de 0,5 a 1,
para uma arnpla variaçãct (0,03 até 0,6) da razão ZrlTiOr. Foge a esse padrão osienito médio amarelo-esverdeado, que encontra-se enriquecido ern Y (ó20 pprn).
VII.3 - CLASSIFICAÇÃO QUIMICA DAS ROCHA
Diversos diagramas classificatórios tem sido propostos para rochaslulcânicas, utilizando-se os conteúdos de sílica e de álcalis. O uso do teor de sílicacomo uma das variáveis se deve ao fato de se tratar do mais abundante óxido das
rochas magmáticas comuns da crosta terrestre e também por ele exercer importantecontrole sobre a natureza fisica e estmtural do magma, Associado às concentraçõesdos óxidos alcalinos, pode ser utilizado para detenninação do grar.t de alcalinidadeda rocha, alérn de pennitir inferir-se a quantidade e o tipo dos minerais félsicos que
r35
a collstituem, servindo portanto colno um esquetna classificatório. Dentre esses
diagrauras destacam-se o de Cox et al. (1979) e o de Middlemost (1985).No diagrama prosposto por Cox et al. (1979) (Figura VII-3.1), os
granitos estndados coincidem com as composições riolíticas, enquanto que arnaioria dos sienitos se situam nos dornínios das rochas traquíticas, No entanto as
rochas rnais prirnitivas (rnicrossienito porfirítico e mela-sienito) se situam nodomínio dos berunoreítos, que foi origuralmente descrito como um membro da sériede rochas l'ulcàricas sódicas, caindo uo hiato cornposicional Daly's, entremugearito e traquito, constituido por anortoclásio ou sanidina sódica, feno-olivinae ferro-augita; e que atualmente é definido como uma variedade sódica de
traquiandesito (Le Maitre, I989).
55
si02
Figura VII-3.1: Distribuição das rochRs do Complexo Alcalino Pontâ do Morro nodiagrama álcalis r,¿rsas sílica (7' em peso) de classificação qrrímica de rochas vulcânicns,segundo Cox g.!3!. (1979). Símbolos como na Figura VII-I.1.
A Figura VII-3.2 representa o diagrama proposto por Middlernost(1985), que usa a classificação química das rochas wlcânicas, com os camposcomposicionais ocupados pelas rochas plutônicas confonne definidos pela
classificação modal QAP Os litotipos estudados coincidem preferenciahneltte com
ôìv+õl
z
r36
os campos dos álcali-feldspato sienito, álcali-feldspato quartzo sienito e álcali-feldspato granito, enquanto que as rochas menos diferenciadas (microssienitoporñritico e mela-sienito), conespondem ao domínio dos sienitos.
i
'o l-
Figura \¡II-3.2: Distribuição das rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro nodiagrama álcalis yersøs sílica (7o em peso) de classificação química das rochas plutônicas,com os campos definidos por Middlemost (1985): (1) álcali-feldspato sienito, (2) ilca\i-feldspato quartzo sienito, (3) álcali-feldspato granito, (4) sienito, (5) quartzo-sienito, (6) granito,(7) monzonito, (8) quartzo monzonito, (9) monzodiorito, (10) quartzo monzodiorito,(11) granodiorito, (12) diorito/gabro, (13) quarrzo diorito, (14) tonaliro. Símbotos:microssienito, círculos vazios; mela-sienito, quadrados cheios; sienito fluidal, círculos semi-cheios; sienito médio amarelo-esverdeado, losangos semi-cheios; arfvedsonita sienito,triângulos vazios; sienito peralcalino, triângulos cheios invertidos; riebeckita sienito,triângulos cheios; sienito grosso, quadrados vazios; fayalita sienito, asteriscos; trâquito,losangos cheios; riolito, losangos vazios; granito, cruzes; microgrânito, "x".
VII4 - AMBIENTES GEOTECTONICOS
Vários diagramas discnminantes têm sido usados na literatura parao reconhecimento de ambientes tectônicos das rochas magmáticas, utilizando-se da
composição modal e da geoquímica de elementos maiores e faços. Comoenfatizado no capítulo Petrografia, em relação à composição modal, as rochas doCornplexo Alcalino Ponta do Morro pertencem essencialmente à séne alcalinasódica (Figura V-1); coincidentes com ambientes mtra-placas. Quanto à
r5
oN
+
oNõ
t37
geoquímica de elementos maiores, a disposição dos pontos representativos dessas
¡ochas no diagrama multicatiônico R¡-R2 de La Roche et al (1980), modificadopor Batchelor & Bowden (1985) (Figura VII-4.1), coincide preferencialmente como campo das inkusões anorogênicas, com as rochas mais pnmitivas se localizandopróximas ao domínio das intrusões pós-orogênicas.
-](+
o:N
+
r[U\0
t1
Ntrooo
2\a.
I
, ¿,1 ''t| /-
../,3\
\.\
0 500 1500 2504R1 :4Si - 1t- (Na + K) - 2(Fe + Ti)
Figura \¡[I-4.1: Distribuição dos pontos representativos das rochas do Complexo AlcalinoPonta do Morro no diagrama multicatiônico R1-R2, com a discriminação dos domínioscorrespondentes e diferentes ambientes tectônicos propostâ por Batchelor & Bowden(1985), (1) fracionados do mânto, (2) prêcolisionais, (3) tardi-orogônicos, (5) anorogênicos,(6) sin-colisionais, (7) pós-orogênicos. Símbolos como na Figura YII-3.2.
Nos dragramas discrimrnantes que uti-lizam elementos traçospropostos por Pearce et al. (1984), Y versus Nb (Figura VII-4.24) e (Y+Nb)versus Rb (Figrra VII-4.28), a maioria dos pontos representativos das rochas destecomplexo se situa no c¿rmpo definido para granitóides intra-placa (WPG). Trêsdeles, no entanto, estão erroneamente deslocados para o campo dos granitóides dea¡co wlcânico (VAG), isso devido ao fato de que esses dados analíticos obtidosnos laboratórios de Fluorescência de Raios-X da Universidade de São Paulo,mostraram uma diminuição dos teores de Nb em relação às duplicatas, já discutidano capítulo de metodologia. Pearce et al. (1984) assinalam as principaiscaracterísticas químico-mineralógicas dos granitóides intra-placa, como sendoquartzo-sienitos, granitos e álcali-granitos, com paragênese constituída poranfibólio e proxênio sódicos, cujo irdice de alcalinidade varia de peraluminoso a
peralcalino, o que é amplamente coincidente com as rochas do Complexo AlcalinoPonta do Morro.
r38
z
1000
100
l0
(A)
100
Y+Nb
Figura VII-4.2: Distribuição dos pontos representativos das rochas do Complcxo AlcalinoPonta do Morro nos diagramas de variação Y versus Nb (A) e (Y+Nb) versas Rb (B) (emppm) para discriminação tectônica de granitóides de Pearce et al. (1984). VAG, arcosvulcânicos; ORG, cadeias oceânicas; Syn-COLG, sin-colisionais; WPG, intra-placa.Símbolos como nâ Figura VII-1.1.
100ø100l0
Y
(B)
l0
WPG +o
AVAG+Syn-COLG 3
ORG
r39
CAPITULO VIII
GEOCRONOLOGIA
As análises radiolnétricas realizadas para os litotipos do CornplexoAlcalino Ponta do Moro cornpreenderarn um total de quatro amostras, que foram
submetidas à sisternática Rb-Sr err ¡ocha total, no Centro de Pesquisas
Geocronológicas da Universidade de São Paulo. Essas amostras çontém teores de
Rb entre 50,5 pprn e 272,0 ppln e de Sr entre 25,5 pprn e 212"4 pprn; resultando
em valores para as razões 8?Rb/86Sr entre 0,6880 e 30,9626 e 875r/865r entre
0,70ó190 e 0,747250, pennitindo traçar una isócrona com idade de 100,1+1,1 Maerazão inicial de 0,70520+0,00010 (Figura VIII-14 e Tabela VIII-l).
No entanto, Del'Arco et al. (1982) haviarn obtido tarnbérn pelo
rnétodo Rb/Sr, para três amostras desses sienitos, una isócrona de 84+6 Ma e
razãoinicial 0,'/09+0,002 (Figura Vlll-lB e Tabela VIII-I). Quando utiliza-se omodelo de Williarnson (19ó8), para esses três dados, da mesma maueira que forarn
traçadas as isócronas desta pesquisa, a idade corresponde a 83,0+3,8 Ma e razãoinicial de 0,70849+0,001ó4, Constatou-se porérn, que a discordàrcia entre estes
resultados e aqueles encontrados nesta pesquisa, deve-se a apenas urn dos dados da
literatura (arnostra 5360/JD-IT-54.4, Tabela VIII-1), que possui baixo teor de Sr
(13 ppm), alto de Rb (313,6 pprn), conseqüentemente elevada razão 87Rb/86Sr
(71,5). Esta amostra encontra-se completarnente deslocada da isócrona que contém
todos os sete dados (Figrra VIII-2A), e que indica uma idade de 99+1 e razãoinicial de 0,7052410,000 1 0.
Optou-se pela elaboração de una isócrona contendo os resultados
desta pesquisa, associados a dois daqueles encontrados em Del'Arco et al. (1982),
confirmando exatamente, uma idade de 100,1+l,l Ma e razão inicial de
0,70520+0,0010 para a colocação deste corpo (Figura VIII-2B) (Sousa & Ruberti,1ee6).
Os baixos valores desta razão inicial, muito próximos daqueles da
linha de evolução do manto, sugerem portanto, que as rochas do ComplexoAlcalino Ponta do Morro foram originadas de magrnas de derivação rnantélica.
Provavelmente gerados na litosfera subcontinental, a exetnplo do sucedido corn
outros cornplexos alcalinos brasrleiros (Mono Redondo, Juquiá, Piratrni, e Tunas).
t4c
Arnostra
Tabela VIII-1Dados isotópicos Rb-Sr de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro
Dados desta pesquisa
À
12527 t2-4-28t2528lZ-3-l12529t2-2-112s30tz-3-4
Classificação Petrográfica Rb(ppm)
Dados de Del'Arco et al. (1982)
53 I.l/JD-lT-54 3 Sierrito
53ó0/JD-IT-54 4 Sienito5361/JD-lT-545 Sienito
Alcali-FeldspatoGranito 241.7Alcali-FeldspatoGranito 272.0Alcali-Sienito 50.5
Quartzo Sienito 95.4
Sr *tRb/*osr (+ erro) *tsr/tos. (+ erro)(ppm)
38 e 18.0071 (0 2780)2s s 30 q626 (0 4306)2124 06880(0.0190)3s 2 7 8896 (0.u 19)
92.4318.6244.1
79213034.7
0 732s40 (0 000050)0 .1472s0 (0 000090)0.706190 (0 000090)0.715s40 (0 000310)
3 3800 (0.0900)7l 5000 (2 0000)20 5000 (0 5700)
0.711400 (0 00r800)0 791100 (0 002000)0 734300 (0 001 800)
(A)o,740
o,730
o,7 20
o,7ro
o,7 ao r4,oo 2l,oo
8 7_. .86 _H,D/ ST
(B)
IDADE: 84 + 6À'lo
"'s, /"'s, . o,zo9 to,oo2r\4SWD: 2,4488 R: O,9994
+o 60
e7 86Rb/ Sr
Figrrra VIII-l: Diagramas isocrônicos de referência Rb/Sr para as rochas do
Complexo Alcaluro Ponta do Mono: (A) isócrona obhda a partir de dados desta
pesquisa; (B) segrrndo Del'A¡co et al. (1982)
ø)(o@
aF.(o IDADE. lOO,r + t,r rv'lo
67 86St/ Sr O,7052O1O,OOOIOrvswD : t7,7578 R. O,994r
((D@
Nø)(D
142
(A)
(B)
o,7oo]-o,oo
<n(oCo
Nu)co IDADE, 99,01 I O,l lvl o
a7 a6Sr/ Sr: O,70524t O,OOOIO
MswD:ro,794 R:O,9974
30,oo 45,oo 60,00 75,00utRb/uur,.
U)(o@
¡rÚ)CD
IoADE: loo,lt I,l M0e7 g6Srl Sr : O,7052o tO,ooOlO
tYISWD.9,O459 R :O,9984
12,68 19,02 25,37
87 86Rb / Sr
Figura VIII-2: Diagramas isocrôlticos de ¡eferência Rb/Sr para as rochas do
Complexo Alcalino Ponta do Morro: (A), isócrona obtida a partr dos dados desta
pesquisa associados aos de Del'A¡co et al. (1982); (B), dados desta pesqtrisa
associados a apenas dois daqueles de Del'Arco, op.cit.
t43
CAPÍTULO Ix
CONSIDERAÇOESPETROLÓGICAS E FINAIS
IX.I - POSSÍVEL GÊNESE DOS ENCLAVES MICROGRANULARES
Apesar de escassos em associações granitóides anorogênicas, apresellça de enclaves é, no entanto, rndicativa dos processos que atuaram adiferentes niveis durante a história de cristalização magmática (Bonin, 1991).
Dois tipos distintos de enclaves são encontrados nas rochas doComplexo Alcalino Ponta do Morro, se situando exclusivamente em suas porçõesmarginais. urn rnais abundante, cor¡ características de enclave microgranularfélsico, possuindo as mesmas feições texturais e mineralógicas da fácies marginalhospedeira (microssienito, sienito médio e sienito fino); e um segundo, ocorrendoapenas no rnicrogranito, com características rnais básicas, sem quartzo e feldspatopotássico modais e coincidente com cornposições dioríticas do diagrama eAp,caracteizado como enclave microgranular máfi co.
As substituições do tenno enclave rnicrogranular (Didier, 1973 in:Didier & Barbarin, l99l) por enclave microgranitóide e por enclave magmático,foram propostas,, respectivamente, por Vernon (1983, l9S4 in: Vernon, 1991) e porBarbarin (1988 in: Didier & Barbarin, 1991). Como os três termos, microgranular,microgranitóide e magmático são considerados corretos, Didier & Barbarin (1991)propõem a utilização da abreviação MME, que pode siglificar os enclavesmicrogranulares máficos, os enclaves microgranitóides máficos e os enclavesmagmáticos máficos. Optou-se neste trabalho pela expressão enclavemicrogranular, por considerála como mais difuudida e mais bem aceita naliteratura científica (Lameyre & Bonin, l99l; Platevoet & Bonin, l99l; Bonin,1991; Turner & Foden, 1996).
Várias feições microestnrturais refletem a origem ígnea dosenclaves encontrados nas rochas do complexo Alcalino Ponta do Morro, das quaisdestacam-se:
- presença comum de cristais de formas alongadas, especialmenteplagroclásio, hornblenda e apatita (de hábito acicular);
- Alinhamento das ripas de plagioclásio e menos comumente deanfibólio evidenciando urna discreta textura de fluxo;
- presença de fenocristais de plagioclásio apresentando zonaçãocom núcleos mais cálcicos correspondentes a bytownita e bordas de reação decomposição mais sódica (Abs1), de mesma composição das ripas qne constituem amañz;
t44
- plagioclásio exibindo crescimento em "sinneusis";- feldspato potássico corn inclusões poiquilíticas de plagioclásio e
máficos;- ausência de defbnnação de grãos, ou recristalização;- presença de ocelos de composição semelhante àquela do
microgranito, ou constituidos por anfibólio e plagioclásio, no enclave microgranularrnáfico.
As microestruturas, além de evidenciar uma cnstalizaçãornagmática, podem também refletir a história de cristalização desses enclaves:
- A granulornetria muito fina dos dois tipos de enclaves evideucia,segundo Vemon (1991), urna alta razão de nucleação e baixa razão de crescimento,que ocorre quando o grau de subresÍïialnento do magna é relativamente glande. Oequilíbrio ténnico inicial do enclave, no lnaglna hospedeiro, produz cristalizaçãorápida; subseqüenternente, a cristalização nos enclaves se processa com a mesmarazão do lnagtna hospedeiro, quando então ocorre nucleação de minerais, fonnandocristais maiores, que comumente incluem poiquiliticamente os pequenos cristais,previamente fonnados,
- A cnstalização rnicial rápida, é também atestada pela presença deplagioclásio cálcico com bordas de reaçâo de composição mais sódica, indicandoque o feldspato antes formado, rrão teve tempo para reagir totalmente com omagma.
- A textura em "slnneusis", exibida por alguns cristais deplagtoclásio, deve refletir gradientes térmicos rnais acentuados de cristalização.
Durante o estágro de resfriamento mais lento do enclavemicrogranular félsico ocorreram reações normais descontínuas entre cristais elíquido, tais como transformação de clinopiroxênio (salita) em anfibólio (ferro-actinolita e feno-homblenda), às vezes ocorrendo completo pseudomorfismo doprimeiro, envolvendo alérn do anfibólio, também a formação de opacos e biotita.Segmdo Venron (1991), a maioria dos enclaves microgranulares exibe pouca ounenhuma evidência de reações no estado sólido, ou modificação nas formas dosgrãos, especialmente ausência de esforços, o que reflete a estabilidade de seusrninerais no resfriatnento do rnagrna.
Muito se tem discutido sobre a origem dos enclaves encontrados emrochas granitóides e vários pesquisadores, considerardo a semelhança mrneralógicaentre estes elclaves e as rochas que os hospedam, sugereln que o rnagrna rnáficoque os origirrou e o magma félsico das hospedeiras, foram não somentecontemporâneos, como também consangüiueos, sendo comunente utilizado o termo"autólito" para o enclave (Barbarin & Didier, l 99l ) Vários processos são
t45
propostos para explicar como r¡ma parte máfica pode ser segregada, de un magmagranítico, para fonnar os enclaves microgranulares máficos. Dentre elas, destacam-se as que consideram o eltclave rnicrogranular corno xenólitos retrabalhados, comorestitos, corno autólitos, colno fragmentos de bordas finarnente granr adas, comoglóbulos de rnagmas de derivação mantélica e como hibridismo de magmasmáficos e félsicos.
Cousiderando que o enclave microgranular felsico, que ocorre Ílasrochas do Cornplexo Alcalino Ponta do Morro, possui as lnesmas feiçõesmineralógicas e texturais da fácies rnarginal hospedeira (sienitos prirnitivos), suapresença pode ser interpretada corno porções de margens resfriadas, rernobilizadaspelo liquido, durante a sua colocação. No entanto, a textura de fluxo magmáticoobservada nestes enclaves, evidencia que eles estavam, apenas parcialmentecristalizados, quando forarn incorporados cotno glóbulos,
Quanto ao enclave micropSanular máfico, constituído essencialmentepor anfibólio (tschermakita, tschermakitahomblenda, magnésio-homblenda e
barroisita) e plagioclásio cálcico, provavelmente deve ter sido produzido por fluxono conduto de alimentação, com cristais precoces sendo aglomerados colnopequenas massas de contatos difusos dentro do magma pxanítico ascendente. Dessa
forma ele representaria estágros iniciais da cnstalização do magma e seriaconsiderado como autólito, não propriamente cumulatos, mas segregações de
minerais magrnáticos precoces, diferindo dos enclaves microgranulares clássicosdos complexos cálcio-alcalinos, para os quais, uma gênese relacionada a mjsturasde magmas, seria melhor aceita.
IX.2 - ASPECTOS TEXTURAIS E TRANSFORMAÇOES MINERALÓGICASDE TEMPERATURA MAIS BAIXA OU PÓS-MAGMÁTICAS
Nas descrições petrográficas apresentadas no capítulo V ficaevidenciada a atuação de processos de recristalização de temperatura mais baixa,ou pós-magrnáticos, que ocasionaram algumas transformações mineralógicas sem
obliterar, de forma importante, as texturas rnagmáticas primá,rias, Essas
transformações forarn, em geral, de pouca intensidade, afetaldo porções localizadasdas amostras, tais como sericitização dos feldspatos, saussuritização do plagioclásioe uralitização de piroxênio; mais raramente, puderam até causar totalpseudomorfismo de olivina e de piroxênio. As novas paragêneses surgidas são, noentanto, de ocorrência restrita.
As reações mais irnportantes registradas nas fases rnáficas envolvemo surgimento de anfìbólios a partir de piroxênio; a transformação parcial oucornpleto pseudornorfismo de cristais de olivina rica em Fe (fayalita) para iddingsita
t46
+ opacos e de olivina rnais magresiana (horlonolita/ferro-hortonolita) paraserpentina f opacos,
Os produtos de transformação de mais baixa temperatura dospiroxênios sâo a ferro-actrnolita, os anfibólios alcalinos (arfuedsonita e riebeckita),a biotita e os opacos; algumas vezes obserya-se talnbém a presença de quartzomicrogranular associado a esses anfibólios, evidenciando a liberação de SiOz,proveniente dessa transfonnação. Mais comumente, os piroxênios exibem bordas dereação (uraliti zaçào). Quando em fenocristais de cornposição mais cálcica (salitas e
augitas) encontram-se, às vezes, totahnente substituídos por ferro-actinolita,disposta de maneira fibro-radial, e opacos; e quando de cornposição rnais sódica(egrrina) podem se apresentar transfonnados para agregados de riebeckita de hábitofibroso e aspecto de rnusgo, com a qual mantém relações texturais algo ambíguas.
Alérn de sel produto de tra.nsfonnaçâo do piroxênio, a biotita secundária poderesultar de reações envolvendo anfibólios.
Ern algnmas amostras de sienito metalumilloso, observam-se bordasfibrosas de ferro-actholita hansformando-se em fianj as de mineral amarelo-ouro,inferido como astrofilita. Nas rochas peralcalinas (riebeckita-sienito) encoutra-seanfibólio sódico-cálcico (feno-barroisita./feno-willchita) passando para arfibólioalcalino fibroso (riebeckita), opacos e grãos de quartzo, dispersos em uma massa decarbonato (calcita).
Carbonato intersticial (calcita) é comumente encontrado nas
amostras estudadas, evidenciando a atuação, nessas rochas, de uma fase residualfluida rica em CO2.
O plagioclásio ocorre, apenas, nas rochas mais primitivas (enclaves
microgranulares, mela-sienito e microssienito) e apresenta características texturaisque evidenciam a sua cristali zação magmëttica precoce, tais çomo fenocristaiseuéd¡icos a subédricos tabulares zonados, com núcleo mais cá,lcico (labradorita atébytownita) e borda de reação de cornposição mais sódica (albita até andesina). Apresença de plagioclásio, apenas nos termos rnais prirnitivos, bem como suas
variações cornposicionais internas descritas, sugerem o seu envolvimento emprocessos de cristalização fracionada durante a evolução magmática dessas rochas,contribuindo para o caráter alcalino do líquido mais diferenciado.
A maioria das rochas esfudadas são hipersolwtr, caracterizadas porfeldspatos pertíticos a rnesopertíticos. As transformações suhsolidus, sofridas pelofeldspato alcalino, evidenciam um r¡aior desenvolvimeuto de processos deexsolução, ocasionando a segregação de um plagioclásio sódico (albita-oligoclásio)em cristais individuais, tendo sido observadas ern alguns sienitos mais prirnitivos e
granitos, corrsiderados como suhsolvus .
Segundo Flood & Vernon (1988), estudos experimentais sobremagmas granitóides evidenciam que a maioria dos minerais cristaliza continuarnente
147
junto ao solidus. Significando que, mesmo os rninerais mais refratários, continuarão
a cristalizar, ernbora lentarnente, jurto ao solidus, ao menos que um ponto peritéticoseja alcançado.
As transfonnaçÒes mais tardias dos feldspatos alcalinos são
evidenciadas pela argilitização e sericitização, locahnente respousável pelafonnaçâo de muscovita secundária. Além de exibir tais processos de alteração, os
plagioclásios podem se apreserìtar, em lnenor grau, saussuritizados, resultandonuma paragênese securdá,r-ia restrita, constihúda por sericita (eventualmente
muscovita), epidoto microgranular e algumas vezes carbonato.
O crescimento simultâneo de feldspato potássico e quartzo está
caractenzado através de intercrescimentos granofìricos, que podern se desenvolverrelativamente em estágio tardio na história de cristalização de algurs granitóides,presumivehnente a graus de subresfriarnento suficientemente grandes, parapromover crescirnentos de hábito dendrítico (Lofg¡en, 1980 in: Flood & Vemon,1988). O quaftzo pode também ser mais tardio do que o feldspato alcalino,ocorrendo de fonna intersticial ou em rnicrovenulações, or¡ ainda associado ao
anfibólìo, proveniente da transformação do piroxênio.
O prurcipal constituinte da maioria das rochas do CornplexoAlcalino Ponta do Morro é no entanto, o feldspato alcalino pertitico, que ocorrecomumente como fenocristais euédricos a subédricos. Estas feições geralmente são
interpretadas para outros minerais como resultantes de cristalização precoce, Noentanto, segundo Flood & Vernon (1988), constata-se a partir de diagramasexperimentais que o tamanho grande e o caráter euédrico de feldspatos alcalinos,incluindo outros minerais dentro deles, são evidências de cristalização tardia.
IX.3 - MINERALOGIA NORMATIVA E LOCAÇÃO DAS ROCHASESTUDADAS NO TETRAEDRO GRANÍTICO
Ortoclásio, quartzo e albita são os principais compoûentesnonnativos das rochas do Complexo Alcalino Ponta do Mono. Os índices de
diferenciação (Thomton & Tuttle, 1960, ID:Or+Ab+Q+Ne) va¡iam de 60,19 a
96,650/o em peso, correspondendo a composições mediana a altamente evoluídas(Tabela IX-3).
Na maioria das amostras, o teor de anortita nonnativa é muito baixoou geralmente nulo, excetuam-se o rnicrossienito e mela-sienito, que possuem
plagioclásio modal, apresentando conteúdos de ate 12,89o/o. O restante do Cadisponível é consunido na formação de clinopiroxênio e apatita normativos. O teorde NazO dos sienitos rnais evoluídos é geralmente consumido para formar acmita
148
normativa, enquanto que nos garìitos e sìenitos pnmitivos enha principallnente naformação da albita.
No sistema clássico Qz-Ab-Or (Tuttle E Bowen, 1958)(Figura IX-3 A), as rochas do Cornplexo Alcalino Ponta do Morro tndicam umatendência assinalada pelo enriquecimento em Qz dos tennos graníticos e sieníticosrnais evoluídos þeralcalinos), Observa-se, tarnbém neste diagrarna, a separação de
três conjuntos distintos: os sienitos mais primitivos se situando no lado Ab-Or; osmais evoluídos no lado Qz-Or; e os granitos, localizados próxirnos ao minimogranítico.
A Figua IX-3.8 representa o diagrama Ab-An-Or onde se
encontram indicadas a curva do solvus (linha LKS) e a linha cotética plagioclásio-feldspato alcalino (PAL, C:ponto minimo) para o sistema dos feldspatos saturados(sern qualtzo), para pressão de 2kb e a(H2O):0,1, de acordo com os cálculos deNekvasil (l 990, in: Janasi, I 992),
Os sienitos rnais prirnitivos (microssienito e mela-sienito) se situarnna área entre a curva do solvus e a linha cotética plagroclásio-feldspato alcalino(PAL), indicando que, para essas rochas, o primeiro feldspato a se cristalizar é umplagioclásio, cujo fiacionarnento dirige o líquido para a linha cotética, e que será
reabsorvido ao final da cristalização magmática. Esse resultado coincide com oestudo petrográfico, onde se observa que a maioria dos fenocristais de plagioclásioencontrada, tanto no rnicrossienito como lìo mela-sienito, exibe borda de reação decomposição mais albítica, semelhante àquela dos cristais da matriz. A preservação
dessas feições ocorre em rochas cristalizadas rapidamente, quando então ofeldspato inicialmente formado não tem tempo de reagir totalmente com o magma.
As rochas rnais diferenciadas se distribuem no campo do feldspatoalcahno+líquido (Figura IX-3.8), onde o feldspato alcalino fonnado, sob condiçõesde equilibrio, tem composigão equivalente à da fração feldspática do magma;estando a rnaioria dos pontos representativos dos sienitos mais evoluídos, ricos emortoclásio nonnativo, coincidindo com o vértice Or. Devido ao teor muito baixo deanortita dessas rochas, não ocorre cristalização de plagioclásio rnagnático, o que
também é constatado no estudo petrográfico e quimico-mineral (Figuras VI-1.2 e
vr-l.3)Conchli-se que a tendência de variação apresentada pelo conjunto
de rochas estudadas no tetraedro granítico, evidencia um enriquecimento em SiO2 e
K2O com a diferenciação e reflete uma evolução carac|erízada inicialmente pelofraciouarnento de plagioclásio, que poderia auxiliar a condução de magrnas
metaluminosos, de composição equivalente àquela dos litotipos primitivos, à
magmas peralcalinos, de cornposição semelhante a dos sienitos mais evoluídos.
149
(A)
(B)
Figura IX-3: Distribuição dos pontos representâtivos das rochas do complexo ponta doMorro: (A) no diagrama Qz-Ab-or (porcentagens em peso na normå clpw recalculadaspara 1007o); (B) no diagrama dos feldspatos Ab-An-Or (porcentagens em peso na normâGIPW recalculadas para 1007o) onde são indicados o solvus parâ os feldspatosternários (linha LKS; K=ponto consoluto) e a linha cotéticâ plagioclásio-feldspatoalcalino(PAl, C= ponto mínimo) para o sistema isento de quartzo, a 2kb e a a@2O)=0.1 deacordo com Nekvasil (1990) in: Janasi (1992). Simbolos como nâ Figura VII-1.1.
An
t50
a¡nosl¡a
litotipot-l 2-t 2-o
microS mic¡oS mic¡oS
acOr
AbA¡Ne
Lc
NS
I)iDiWo
DiËn
l)iFslIr
IlyEnHlFsot
OIFo
OlraMtllmll
ApDI
0000.00
2t.5s,15.33
t2.890.00
0.00
0.00
000I0l4632.'79
1.59
4.86
3. I0I .76
o.21
0 13
0.08
3.82
0.00
|.92
0.42
66.88
0.00
00024.18
42.1)
9.46
3.07
0.00
0.00
0.00
0.00
10.37
5.30
2.99
2.09
0.00
0.00
3.49
1.97
1.52
3.81
0.0t)
2.19
0.7l69.67
Tabela IX-3Composição normativå de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
(,|
34 3:2
melaS melaS
t_32 0.00
0.00 0.00
29.85 28.49
43 5t 44.66
8.48 -1.38
0.00 2.80
0.00 0.00
0.00 0.00
0.00 0 00
6.5'7 8 l03.31 4.05
l_72 1.'Ì5
t_52 2.30
5.30 0.00
2_82 0.00
2.48 0.00
0.00 4_41
0.00 1.83
0.00 2.65
2.93 1.81
0.00 0.00
1.65 1.-t6
0.40 0.51'14.68 '75.94
0.00
0.00
26.66
42.56o )t2.'7 5
0.00
0.00
0.00
8994.t8L84
2.61
0.00
0.00
0.00
4.05
1.55
2.50
2.47
0002.53
0'77'7 t.9',7
3-3 rd t-2sfl sn sfl
2.09 0.17 0.30
0.00 0.00 0.00
36.89 34.96 36.75
45.05 48.l8 48.53
4.26 3.65 2.94
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
4.93 5.01 4.26
2.55 2.5t 2.2'7
l.62 I08 0.69
0 76 t.42 l.660 65 2.19 2.60
0.44 0.95 0.'76
0.21 121 1.83
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
4.23 3.70 2.45
0.00 0.00 0.00
L49 L68 1.45
0 .42 0 .46 0 .31
84.03 83.31 85.58
3lB 3lC 34 34A 34C 3-10
SfI SfI Sfl Sfl SfI SN
1.66 0.00 4.04 0.00 3.41 1.1.1
0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
38.71 38.80 38.73 38.17 3't.02 35.11
46.80 47.7A 42.5'7 48.41 43.52 46.35
|.3'l 2.18 4.18 2.9',7 4.35 5.t90.00 0.88 0 00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0 00 0 00 0 00 0.00
5.30 4.59 3'72 1.63 4.28 3.65
2.60 2.24 1.85 226 2.li 178
0.84 0.63 0.75 0.64 Lol 0.1'7
1.85 t.'72 1.12 t.'73 I )2 I .11
t.'73 0.00 t.'n 0.04 219 3.86
0.54 0.00 0.69 0.01 1.0,1 0.96
1.19 0.00 l'02 0 03 L16 2_90
0.00 2.12 0.00 I 83 0.00 0 00
0.00 0.53 0.00 0.46 0.00 0 00
0.00 1.59 0.00 t.31 0.00 0.00
2.7'7 L88 3 36 2.r9 3.37 2.t60.00 0.00 0.00 0 00 0 00 0.00
1.34 | 42 1.36 1.40 ,t2 1.53
0.33 0.35 0.33 0.3'7 0.3'7 0.42
87.16 8't.45 85.35 86.58 84.01 83.20
Legenda. microS, microssienito porfrrítico; melas, mela-sienito; Sfl, sienito fino porfiritico e fluidal; Sa-e, sienito ¿ìmarelo-esverdeado; Speral,
sienito peralcalino, arfvs, arfuedsonita sienito, riebS, riebeckita sienito; d.Riol, dique riolítico, d.Traq, dique traquítico; fayS, fayalita sienito; Sg,
sienito grosso; microc, microgranito; G:granito.
t8Sa-e
'7.64
0.00
29.92
46_t6
3.01
0.00
0.00
0.00
0.(x)
ó.{}i
3 0lLl8L870560.21
0.34
0.00
0.00
0.00
4.99
0.00
L36
0.3l83'72
t't 26 27ASperal Speral Speral
23.94 25.53 28.'72 26.46
0.00 0.00 0.00 0.00
37.l5 38.06 34.59 33.9r
0.00 0.00 0.00 0 00
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0 00 0.00
6.62 14.89 5.'75 11.35
10.51 't.'79 12.6'7 9 80
8.16 2.t9 J.08 5 5 t
1.1'7 1.04 t.92 2.61
0.4't 0t0 0.09 0. t84.t2 1.05 2.0'7 2.12
1.86 0.00 2.24 r.57
0.19 0 00 0.09 0.10
1.6't 0.00 2_r5 t_47
0.00 0.00 0.00 0.00
0 00 0.00 0.00 0 00
0.00 0.00 0 00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00
il24 0 89 0 68 0.80
0.21 0.l3 0.07 0.13
6l.09 63.60 63.31 60.37
298Speral
2-2 nCarfvs arfvs
29.'19 3t.23
0 00 0.00
33.18 3t400 00 0.00
0 00 0.00
0.00 0.00
0.00 0.00
8.32 8.39
l0 44 t0.40
440 6322.08 2.99
o.tz 0.21
2.2t r. 13
2.'t | 1.4'7
0.1.1 0.09
2_58 l.3'7
0.00 0.00
0.00 0.00
0.00 0.00
0.00 0.00
0.00 0.00
0 95 0.53
0.ll 0.1r
62.9'7 62.62
amostfa
litotipo
acO¡
,4.b
Ne
Lc
Ns
DiDiWo
DiEn
DilsI{}.'
HlEnrb,rsoÌ
OlFo
OlFa
MII Irn
nApDI
28
a¡fvS
23.61
0.00
36.99
0.00
0000.00
0.00
6.98
10.78
6.5 t
3.1 I
0.4'l
2.93
0.47
2.9t0.00
0.00
0.00
0.00
000I _25
0.29
60.60
t5A 16A 50
riebS riebS ¡iebS
32 .99 32 .45 27 .98
0.00 0.00 0.00
33.54 34.03 37.30
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
0.00 0 00 0.00
0.00 0.00 0.00
i.8i 1.29 1.59
r0.41 9.99 10.78
5.03 4.l3 4.l92.39 t.97 199
0.27 0.23 0.19
2.3'7 1.91 2.0tL87 l.9t t.3'l0.19 0.20 0121.68 l''11 1.25
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
0 7'r o.'79 0.90
0.11 0.t l 0_22
66.53 66.48 65.28
o|t\)
Tabela D(-3 (continuação)Composição normativa de rochas do Complexo Alcalino Ponta do Morro.
8-1
d.Riol
19.19
0.00
26.74
45.'t4
0.48
0000.00
0.00
0.00
o.49
0.26
0230.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0000005.83
050
0.85
0.18
9t.6',7
toE 20
T¡aq d.Traq
36.64
0.00
2'7.08
0.00
0.00
0000.00
t2.99
9.52
I _41
0.69
0.02
0.'16
2.18
0.06) 1)
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.63
0.00
63.73
224 228fals far6
2.85
0.00
35.41
51.46
2.01
0.00
0.00
0.00
0.00
0.60
0.29
0.08
0.23
1.04
0.25
0.79
0.00
0.00
0.00
5.59
0.00
0.91
0.13
89.'t2
26.8't 2't.21
0.00 0.00
33.32 33.4t0.00 0.00
0.00 0.00
0.00 0.00
0.00 0.00
1.05 9.03
11.29 9.53
6.39 7.88
3.03 3.'75
0.31 0.40
3.04 3.74
2.96 1.61
0.2'7 0.16
2.68 1.45
0.00 0.00
0.00 0.00
0.00 0.00
0.00 0.00
0.00 0.00
|.23 1.23
0.35 0.20
60.r9 60.62
6-3
Sg
32.42
0.00
31.65
0000.00
0.00
0.00
ì0.93
tt.440.93
0.45
0.13
0.35
0.68
0.18
0.50
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.6'7
0.04
64.06
3-lmicroc
4'7.51
0.00
3t.31
0.00
0.00
0.00
0.00
1.89
9.25
l.7l0.84
0.28
0.59
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.19
0.00
78.83
Legenda: micros, microssienito porfirítico, melas, mela-sienito; Sfl, sienito fino porfirítico e fluidal; Sa-e, sienito amarelo-esverdeado; Speral,
sienito peralcalino; arfvs, arfuedsonita sienito, riebS, riebeckita sienito; d.Riol, dique riolítico, d.Traq, dique traquítico; fayS, layalita sienito; Sg,
sienito grosso; microc, microgranito; 6=granito,
4-28G
28.1'7
0.00
30.98
34.90
2.18
0.00
0.00
0.00
0.00
0220.1I0.07
0.03
0.56
0.38
0.18
0.00
0.00
0.00
1.90
0.00
0.38
0.11
94 05
5-5
G
l0AG
26.09 2t.'78 25.r8
0.36 0.00 0.00
31.10 3:1.06 33 03
38.91 40.32 38 86
ì l9 0 06 o-71
0.00 000 0000.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
0.00 t.'78 0.29
0.00 0.89 0.15
0 00 0.38 0.13
0.00 0.52 0.00
0.35 0.06 0.19
0.35 0.03 0.19
0.00 0.04 0.00
0.00 0.00 0.00
0 00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00
l¡O'7 l.5l 0.88
0.51 0 00 0.40
0.40 0 40 0.42
0.02 0.02 0.04
96.l0 96.t6 97.06
10D t2A l9G
28.81 r8.7i 29.58 20 23
0.r2 0.00 0.49 0 00
31.61 35.16 3282 36.46
3.r.09 40.41 34.l7 38 ¡3206 0.51 1.86 r.32
0.00 0.00 0.00 0 00
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 1.98 0.00 0 82
0.00 0.97 0.00 0.41
0.00 0.3 r 0.00 0.19
0.00 0.70 0.00 0.2t
0.38 0.83 0_'t'7 0_39
0 38 0.25 0.33 0.19
0.00 0.58 0.44 0.20
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00
1 8i t.52 0.00 r.'t60.34 0.00 0.00 0 00
0 34 0.52 0.31 0.46
0lt 0.07 0.00 0.Ì3s4 50 94 58 96 58 95 13
248G
l0AG
rx.4 - coNDrÇoES DE CzuSTALTZAÇÃO
IX.4-1 - Temperatura inferida afravés do conteúdo de P2O5
Elementos traços que se concentram em um irnico mlneral, comoconstituintes estrutt¡¡ais essenciais, tais como Zr no zircão e P na apatita,apresentam teores no líquido independentes da proporção do mineral que precipitana cnstalização (Sun & Hanson, 1975; Hanson, 1989, in: Vlach, 1993). Corno os
seus conteirdos no mineral hospedeiro podem ser considerado fixos, a sua
concentração no líquido é frrnção apenas do coeficiente de distribuição, que por sua
vez é diretarnente dependente da temperatu¡a. Assim sendo, o conteúdo de P:Osconsiderado como constituinte estrutual essencial da apatita, em magmas
granitóides, fornece indicações sobre a temperatura desses magmas. Os dados
experimentais referentes à solubilidade desse óxido podem ser visualizados no
diagrama de Watson & Harrinson (1984, in: Janasi, 1992) (Figura IX.4 1), onde se
encontram locados os pontos representativos das rochas do Complexo AlcalinoPonta do Morro, indrcando que temperaturas na o¡dem de 8000C são necessárias
para que todo o PzOs se enconÍe dissolvido em um magma com teores de SiOz
desses litotipos.
1.00
m 0.80
ô¡Êr 0.60
0.40
0.20
ó5
sio2
Figura fX.4.l: Diagrama P2O5versus SiOl para as rochas do Complexo Alcalino Ponta doMorro, onde se encontram indicadas as curvas de saturação em PzOs pârâ temperâturas de800"C, 950"C e 1080"C, de acordo com Watson e Harrison (1984, in Janasi, 1992). Símboloscomo nâ Figura VII-I.1.
1.40
1.20
0.00 "
r53
1X.4.2 - Assembléia mineralógica como indicadora da Temperatura e
Fugacidade de Oxigênio.
Os minerais máficos dos complexos alcalinos são muito sensíveis às
condições de oxidação-redução por causa do seus altos conteúdos de Fe; desse
modo, as razões Fe3*/Fer dos minerais são consideradas como indicadoras dafugacidade de oxigênio prevalescente (Bonin & Giret, 1985b). Acredita-se que oplagioclásio, o feldspato alcalino, os clinopiroxênios, os anfibólios e as olivinasparticiparn ativamente da evolução e diferenciação das séries magmáticas.
Os clinopiroxênios são encontrados na maioria dos litotipos doComplexo Alcaluro Ponta do Morro, com exceção de algumas rochas rnaisdiferenciadas, como os gralitos peraluminosos com biotita, os diques traquíticos eriolíticos, e o sienito grosso (peralcalino), Segundo Bonin & Giret (1985a) eles são
considerados corno bons indicadores da evolução quûnica do magma (atividade desílica, agpaicidade, enriquecilnento em ferro) e das condições fisicas atuantes nacristalização (temperatura, pressão total, fugacidade de oxigênio).
Nas rochas estudadas, esses lninerais exibern tuna extensa variaçãocomposicional, urdo de termos essencialmente cálcicos até sódicos, passando portermos cálcico-sódicos. Nos litotipos primitivos (os enclaves microgranulares,microssienito e mela-sienito) eles possuem composição mais cáicica,correspondentes às salitas, fenosalitas e augitas; sendo considerados como ospiroxênios mais precoces, cristalizados contemporaneamente ou depois da fayalita,antes dos plagioclásios e das mesopertitas. Concentram-se preferencialmente, aoredor da linha diopsídio-hedenbergita, no diagrama enstatita-wollastonita-ferrossilita, ressaltando os altos niveis de Ca, o que segrurdo Larsen (1976) estariarelacionado com cristalização em arnbierrtes de baixa ativrdade de sílica. Fatoindicado tarnbém pela ausência, ou pouca representatividade, de quartzo modalnesses litotipos. Esse clinoproxênio cálcico precoce, relativamente magnesiano,controla a razão FeAtIg do magma e, segundo Bonin & Giret (1985a), o seu
fracionamento proporciona um enriquecirnento em Fe no líquido.Os piroxênios cálcico-sódicos se cristalizaram depois dos cálcicos,
contemporaneamente aos anfibólios sódico-cálcicos; enquanto que o piroxêniosódico (egrrina) é tardio, e se cristaliza junto corn quartzo e anfibólios sódicos, nos
litotipos evoluidos, evidenciando a composição alcalina do líquido residual. lnfere-se ainda, que os dois primeiros períodos de cristalização dos clinopiroxênios, foramseparados por u1n período, quando os anfibólios cálcicos se cristalizaram, seja a
partir do piroxênio precoce (uralitização) ou diretamente do líquido,Os "trends" composicionais dos clinopiroxênios sâo reflexo direto
da .þ, predominante durante a cnstalização dessas rochas: as baixas .lO2
154
condicionaram um "trend" inicial de enriquecimento em Fe2* (CaMg<+CaFe2*)seguido, só quando a substituição já estava avançada, pela tendência deenriquecimento em Na (CaFe2*<+NaFe3*), como detectado através do estudo doquimismo desses minerais (Capítulo VI)
A partir de dados experimentais que definem os campos deestabilidades de varias fases, tem sido possível infenr o comportarnento de algrursparâmetros, tais como temperatura e fugacidade de oxigênio, durante a
diferenciação. A Figura IX3.2, extraida de Mitchell (1990), mostra os carnpos deestabilidade, a pressão1o6¡ de I kb, em relação aT e,p2 de algrns anfibólios, quepossuem cornposições aproxirnadas às enconffadas nas rochas estudadas.
Os anfibólios constituem a fase máfica mais abundante das rochasdo Complexo Alcalino Ponta do Morro. No enclave microgranular máfico eles sãorepresentados por termos cálcicos (tschennakita e homblenda) e sódico-cálcico(barroisita). Nos sienitos primitivos e enclave microgranular félsico eles variam,preferencialmente, de actinolita e tschermakìta a ferro-hornblenda, enquanto quenos sienitos mais diferenciados, ferro-winchita e ferro-barroisita evoluem paratennos alcalinos, tais como arfuedsonita e riebeckita. Nos granitos, eles variam deferro-homblenda a riebeckita, passando por feno-barroisita.
Do estudo petrográfico e químico-rnineralógico ficaram definidosdois grupos de anfibólios: um constituído por termos ricos em (Ca+AlIv¡ e pobresem (Si+Na+K) cristalizados num estágio magmático precoce, comumente maiscedo do que o plagioclásio; e um segundo grupo de anfibólios pobres em (Ca+AtIV;e ricos em (Si+Na+K) desenvolvidos tardiamente, freqüentemente depois do álcali-feldspato, algumas vezes depois do quartzo, num estágio rnagmático tardio oudurante uma fase hidrotermal. O papel do anfibólio num processo magmático podeser considerado colno fundamental. O fracionamento precoce de anfibólios ricos emCa e pobres em Si, induz o aumento de Si no lnagma, o qual contribui paraprodução de líquidos diferenciados ricos em sílica, como aqueles de composiçãogranítica (Giret et a1.,1980). A evoluçâo composicional de alfibólio cálcico paraanñbólio sódico, através de tennos sódico-cálcicos, reflete, segundo Mitchell(1990), o decréscimo da temperatura e uma fugacidade de oxigênio abaixo oucoincidente com o tampão QFM (Figura 1X.4.2).
Apesar de ser classificada como anfibólio cálcico, a ferro-actinolitaencontrada nos litotipos estudados constitui exceção ao esquema acima descnto,isto é, não pode ter sido cristalizada precocemente. Esse mineral ocorre comoproduto da transformação da salita ou augita, constituindo agregados de hábitoradial a sub-radial, podendo meslno se exibir como pseudomorfos dessespiroxênios. Esses anfibólìos formados por reações de fases pré-existentes com osfluidos hidrotermais ou deutéricos são qualificados como perteûcentes a umaassembléia de estágio de reação tardio (Mitchell, 1990).
r55
onf ibd lios sod icos
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g\\-
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ò9'
ù- *
-(Ernst,1962),'--J-"--'-.<1
\ferroporgosito
\fe rror¡chterito
L ferrooctinolito
600 700
Temp 'C
Figura D(.4.2: Diagrama Temperatura (T) versas fugacidade de oxigênio (/O2) (extraído deMitchell, 1990) mostrândo os câmpos de estabilidade dn ferro-pargasita (Gilbert, 1966),ferro-richterita (Chartes, 1975), ferro-actinolita (Ernst, 1966) e anfibólios sódicos (Ernst,1962) em relação aos vários tampões experimentais de fugacidade de oxigênio. (Referênciasin: Mitchell, 1990).Linhas interrompidas correspondem aos tâmpões de /0:: HM=hematita-magnetita,NNO=níquel-óxido de níquel, QFM=quartzo-fayalita-magnetita' MW=magnetita-wustitâ,fW=ferro-wustita.Linhas cheias correspondem a/O: definidas pelo tampão QFM a várias atividâdes de sílica(Mitchell & Platt, 1978). Q=quartro, Zr=zircão, Bd=baddeleita, Ab=albita, Nenefelina,Cpx=clinopiroxênio, Fa=fayalitâ, MFmâgnetita, V=vapor,
No
o3
I¿J
r56
O campo de estabilidade da ferro-actinolita é localizado nas tnaisbaixas.p2 e temperaturas do que os anfibólios sódicos (Ernest, 1962, 1966, in.Mitchell, 1990) (Figura 1X.4.2), conseqùentemente esse mineral deve cristalizarnuma fase rnagrnática tardia, ou mesmo sob condições subsolidus, No entanto,segundo Mitchell (1990), os estágios magnáticos mais tardios sãocaracteristicalnente pobres ern Ca e Fe2* e a fonnação de feno-actinolita requer a
presença desses componentes no magma. Para este autor, tais soluções ricas em Capodem representar fluidos metassomáticos derivados de uma mistura de rnagmasmenos evoluídos ou de porções do magma que não tenhaln sido fortementeempobrecidas em Ca. No entanto, os estudos petrográfico e quimico-mineralógicosdesenvolvidos nesta pesquisa, indicam que, pafte ou mesmo todo Ca requerido paraa cristalização da ferro-actinolita deva ser proveniente da própna transfonnação dopiroxênio cálcico.
Os dados experimentais de estabilidade, sugerem que a rnaioria dosmagmas sieníticos não evoluem para tão baixas temperatüas como as requeridaspara a cristalização da feno-actinolita, portanto o "trend" de cristalizaçãornagmática dos anfibólios tennina¡ia corn a formação da ferro-richterita e/ouarfuedsonita (Mitchell, 1990) Para as rochas estudadas, esse "trend" seriafinalizado com a cristalização de anfibólios sódicos (arfuedsonita e riebeckita), queforam formados a partir do líquido residual de caráter peralcalino. soluções sólidasde arfoedsonita-riebeckita, a I kb de pressão, cristalizam sob baixas fugacidades deoxigênio, sendo estáveis a 695oC, no tampão IW (feno-wustita) (Ernst, 1962 in.O'Halloran, 1985).
Trabalhos experimentais a lkb, indicam que fayalita é estávelacima de 800nC e do tampão MW, sendo instável no entanto, onde a.Á)z se
aproxima do tampão QFM (Larsen, 1976). No complexo estudado, olivina é
enconhada variando de hortonolita e ferro-hortonolita, nos litotipos rnais prirnitivos(microssienito e melassienito), até fayalita pura, que çaracteriza uma das fácies dossienitos evofuídos, A sua presença indica portanto condições de baixa .p2,coincidentes ou inferiores ao tampão QFM (quartzo-fayalita-magnetita),
No fayalita sienito foi detectada, através de estudo petrográfico e
confinnada, por resultados de análises de microssonda eletrônica, a presença deenigmatita, Segrurdo Lindsley (1971, in: Ma¡sh, 1975) esse mineral está confinadoa estreitos limites de temperahua e ñlgacidade de oxigênio (ffz), em tun campo deestabilidade situado abaixo da curva tampão QFM no diagrama T-:þ2. Atemperatura e a fugacidade de oxigênio atuafltes durante a fonnação da enigmatitaforam estimadas por Lindsley et al. (1971, in: Deer et a1.,1978), com base nacoexistência de ilmenita e ihnenomagnetita e fayalita corno sendo, respectivamente,900+500C e da ordem de l0-12'60 a l0-13
7 atm. No entanto, para Marsh (1975) aenigmatita só é estável a tetnperaturas lnellores do que 9000C e .f)2 abaixo ou
t57
coincidente com o tampão QFM.Eln algrunas arnostras foi mferida, através do estudo petrográfico, a
presença de astrofillta, que corresponde ao equivalente hidratado da enigmatita.Esse mineral ocorre associado a anfibólios sódicos, o que tem levado algurs autoresa sugerir para ele, um campo de estabilidade, ern relação a T e .þ2, sernelhante aoencontrado para esses anfibólios, provavelmente o lnesmo da solução-sólidariebeckita-arfuedsonita (Emst, 1968 in: Marsh, 1975).
Os rninerais acessórios também refletem as condições fisicas e
químicas do magma. Óxidos de Fe e Ti dependem estritamente da ./{)z e seufiacionarnento, ao contrário do cluropiroxênios cálcicos, provoca uma dirninuiçãode Fe no líquido residual (Cannichael, 1967 , in: Bonin & Giret, 1985b). Nas rochasestudadas, os dois tipos de minerais óxidos detectados, ocorem tanto naquelasprimitivas corno nas evoluídas; lìo entanto, percebe-se que as ilmenitas são rnaiscolnuns nas primeiras, enquanto que as magnetitas concentram-se,preferencialmente, naquelas difererrciadas, Eles podern ser considerados escassos,freqüentemente tardios e relacionados com o último estágio de oxidação dossilicatos máficos, indicando tambérn, ambientes redutores durante a cristalizaçãomagmática, A locaçâo desses óxidos no diagrama FeO-Fe2Oj-TiO2 (BuddinEon &Lindsley, 1964) adaptado por Haggerty (1976) (Figura Yl-7.1) indicam, paraaqueles da série ulvoespinélio-magnetita, temperaturas de cristalização entre 500 e600oC com baixas fugacidades de oxigênio, enquanto que, para as ilmenitas admitemais altas temperaturas e fugacidade de oxigênio.
A associação mineralógica encontrada, bem como o conteúdo dePzOs e as observações acima descritas, sugerem que as rochas do ComplexoAlcalino Ponta do Morro começaram a cristalizar por volta de 900-800"C, sobbaixa atividade de SiOu, com .f)2 entre os tampões QFM e MW, isto é, sobcondições redutoras, corno também evidenciado pelo baixo valor de rng# dosminerais ferromagnesianos prirnários. Com una paragênese tardia (feno-actinolita,biotita, magnetita) desenvolvida abaixo de 550oC sob condições de baixa.p2.
O mais provável esquelna de cristalização envolve a fonnaçãoprecoce de piroxênios e anfibólios cálcicos, aenigrnatita, fayalita, plagioclásio e
ilmenita; seguida pela cristalização de piroxênios e anfibólios cálcico-sódicos e runaposterior solidificação de feldspatos alcalinos+quartzo+anfibólios e piroxêniossódicos+astrofilita+biotita. Corn uma assernbléia de cristalização tardia constituídapor ferro-actinolita, rnagrretita, quartzo e sericita. Conclui-se também, que a
cristalização precoce dos clinopiroxênios cálcicos enriqueceu o líquido em Ferro,dos anfibólio cálcicos proporcionou uma maior saturação em sílica, enquanto que ofracionamento dos plagioclásios cálcicos foi o principal responsável pelo caráterperalcalino do liquido remanescente.
r58
x.5- CONSTDERAÇÕES FTNATS
O estudo petrográfico, de quimismo mineral e de rocha,evidenciararn que o Complexo Alcalino Ponta do Morro constitui uma típicaassociação de granitóides alcalinos anorogênicos do tipo A, como definido porLoiselle & Wones (1979), exibindo caráter bimodal; onde os sienitos menosdiferenciados sâo lnetalurninosos e os representantes mais diferenciados sàoperaluminosos (biotita-granitos), metaluminosos (feno-banoisita granitos) e
peralcalinos (egirina-riebeckita sienitos e granitos); havendo no entanto, ummarcante predomínio de granitos. Associação de rochas peraluminosas,metaluminosas e peralcalinas tern sido descrita ern muitos complexos consideradosalcalinos, em províncias continentais e oceânicas (Bonin, l99l).
Nas rochas estudadas, o feldspato alcalino, geralmenternesopertitico, apresenta preferencialmente um carítter hipersolyus. A presença deplagioclásio (albita e oligoclásio) dissociado do feldspato potássico é mais restrita,caracterizando os litotipos sub,solvus, coincidentes geralmente, com termos menosevoluídos da série. Intercrescimentos micrográficos de feldspato alcalino e quartzosão muito colnuns, principalmente nos granitos.
Granitos tipo A são distinguidos daqueles tipo I e S por possuirernmais altos teores de SiO2, K2O, LREE,ZT, Nb e Y e mais baixos Al2Or, MgO,CaO, Sr, Sc e V, por serem mais ricos em quartzo e por apresentarem piroxêniosem vez de biotita e hornblenda, embora as fases máficas, sejarn geralmente, poucoabundantes (Turner & Foden, 1996) Nas rochas do Complexo Alcalino Ponta doMorro, observa-se uma ampla variação do conteúdo de SiOz, desde 56,4%o nossienitos mais primitivos a 65,50/o naqueles mais evoluídos, enquanto que nosgranitos os teores de SiOz variam entre 70,35 aIé 74,77yo. As concentrações de Rb,Zr, Nb e Y, aumentam, em geral, progressivamente com a diferenciação, enquantoque o Sr apresenta uma correlação negativa com a silica, definindo tendênciascoerentes com processos de diferenciação, envolvendo fracionamento deplagioclásio. O cornportamento do MgO e CaO, na evolução dessas rochas, indicaa presença de um hiato composicional (Daly gap), entre o mela-sienito e
microssienito e o sienito fino fluidal. Esse caráter bimodal, isto é, a presença de
hiato composicional, é uma feição típica dos complexos alcalinos (Bonin & Giret,1985b ).
Apesar dos contextos geotectônicos francamente diversos, osgranitos tipo-A englobam, tanto os granitos essencialmente anorogênicos ou intra-placas, quanto aqueles denominados de pós-tectônicos on pós-colisionais, Asanálises modais e o comportamento de elementos maiores e traços (Y e Nb) das
r59
rochas estudadas, indicam ambientes geotectônicos anorogênicos ou intra-placaspara a colocação das Intrusivas Ponta do Morro.
A petrogênese dos granitos tipo A tem sido objeto de urna vasta e
polêmica discussâo, na qual, as teorias petrogenéticas variam de fusão parcial das
litologias crustais, tais como granulitos (Collins et al.,1982; Whalen et al., 1987) etonalitos (Anderson, 1983; Sylvester, 1989; Creaser et al., l99l; Skjerlie &Jolurston, 1992) atê fracionamento de magmas basálticos (Stent & Gottfried, 1986;Tunrer et al., 1992; Kerr & Fryer, 1993)
A presença de rochas da série granítica alcalina em meio a crostaoceânica (Ilhas Kerguelen, Ascensión, Islândia) inviabiliza no entanto, modelos que
advogam para elas urna origem por fusão de crosta contiuental, como por exemploo de Barker et al. (1975), para quem a série se originaria por assimilação dematerial da crosta continental por magmas álcali-basálticos.
Como anterionnente discutido, os enclaves encontrados nas rochasdo Cornplexo Alcalino Ponta do Morro parecem ser cousangüÍneos com o magrna
metaluminoso que as originou. O enclave rnicrogranular máfico corresponderia à
segregações de minerais magmáticos precoces, no líquido ascendente. Dessa forma,ele não representa propriamente um cumulato, e sua composição não pode serconsiderada como correspondente a um magna básico primririo. Portalto,sernelhantemente à rnaioria dos complexos alcalinos descritos na literatura, nãoexiste no Complexo Alcalino Ponta do Morro, cumulatos ultrabásicos que indiquemmagmas básicos primários.
O caráter bimodal observado coincidiria com a composição dosmagmas primários: as rochas mais básicas (os sienitos metaluminosos)representariam cumulatos e as ácidas (os termos peralcalinos) corresponderiam aos
líquidos diferenciados. A ausência de magmas básicos, poderia ser um simplesreflexo da impossibilidade de magmas tâo densos atingirem níveis crustais,sirnultaneamente a seus derivados. Encontram-se, na literatura, hipóteses sugerindoa acumulação (e fracionamento) de magmas básicos próximo ao limitemanto/crosta, devido a atuação da crosta continental como um filtro de densidade.
Magmas densos só seriam admitidos na parte superior da crosta continental emperíodos de forte distensão crustal. Em períodos tectonicamente mais "calmos",eles seriam inábeis para ascender através da crosta "leve", e permaneceriam na
crosta inferior, onde se fracionariam até que seus líquidos residuais tivessemdensidades suficientes para ascender na crosta.
Para o complexo estudado, o magma parental deveria, portanto,possuir composição aproximada a dos sienitos metaluminosos (microssienitoporfirítico, mela-sienito e enclaves microgranulares). A baixa atilrdade de sílicaevidenciada pelos piroxênios das rochas mais primitivas, associada ao fato de que
esses sienitos metaluminosos são apenas, levemente supersaturados, indicam uma
r60
rocha fonte com baixo teor de sílica para esse magma, excluindo fontes crustais,tanto do embasarnento, quanto mais profundas, como granulitos.
Os baixos valores da razão inicial Rb/Sr (0,7052010,0010),encontrados nas determinações radiométricas dessas rochas, rnuito próximosdaqueles da linha de evolução do manto, sugerem a sua origem relacionada àmagmas de derivação mantélica, Provavelmente gerados na litosfera subcontinental,a exemplo do sucedido com outros complexos alcalinos brasileiros (MonoRedondo, Juquiá, Piratini, e Tunas).
Conclui-se portanto que, das várias hipóteses utilizadas na literaturapara gênese dos granitóides alcalinos, a que melhor explica as característicasquímicas, mineralógicas e isotópicas encontradas nas rochas do Cotnplexo Alcali¡oPonta do Mono é a cristalização fracionada de magmas de derivação ma¡rtélica, decomposição metaluminosa, envolvendo piroxênios e anfibólios cálcicos e
plagroclásio. Cujo ffacionamento poderia conduzir magmas metaluminosos, decomposição dos litotipos primitivos, à magmas peralcalinos, de composiçãodaqueles mais evoluídos.
A remarcável semelhança mineralógica dos litotipos, sugere que ossienitos e granitos são consangtüneos; no entanto, o comportamento geoquímicodiferenciado de alguns granitos (biotita-granitos) evidencia qu€, apenas para eles,oconeu uma provável atuação de contaminação crustal. Essa contribuição crustalseria responsável por um maior enriquecimento em SiO2 e pela diminuição relativade Zr, MnO, NazO e þO, propiciando o caráter peralumiroso encontrado nesteslitotipos.
Outros processos além de cristalização fracionada e contaminagãocrustal, tais como modificações subsolidus estão envolvidos na evolução das rochasdeste complexo. Isto é, durante a sua colocação, flurdos juvenis, derivados dacristalização do magma, e fluidos crustais reciclados, devem ter reagido com arocha sólida, formando os produtos de alteração hidrotermal,
t6r
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