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Adaptações à vida extra – uterina Disciplina: Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente

Adaptações à vida extra – uterina

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Adaptações à vida extra – uterina

Disciplina: Enfermagem na Saúde

da Criança e do Adolescente

OBJETIVOS

Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de:

• Definir período de Transição e suas fases;

• Explicar como ocorre o início da respiração;

• Citar as três comunicações da circulação fetal;• Citar as três comunicações da circulação fetal;

• Explicar como ocorre o fechamento das comunicações da circulação fetal;

• Explicar o metabolismo da gordura marrom e os riscos da hipotermia para o neonato

• Citar e exemplificar os mecanismos de perda de calor do recém-nascido.

O útero

• O útero materno é um ambiente adequado para atender e

manter as necessidades do feto.

• O organismo materno é o encarregado de adequar as • O organismo materno é o encarregado de adequar as

condições externas à imaturidade fetal

nutrientes

Oxigênio p/ seu

desenvolvimento

Artérias, recebe sangue desoxigenado

do feto

gás

Carbônico

A placenta e o cordão umbilical servem para:• Enviar ao feto nutrientes e oxigênio;

• Eliminar resíduos de seu metabolismo

1 veia

2 artérias

Cordão umbilical

55 cm, para termo

30 a 100 cm

desenvolvimento

Veia leva sangue

oxigenado

Carbônico

produtos do

catabolismo

O líquido amniótico serve para:

• Proteger o feto de atritos (a pressão);• Protege o feto de infecções;• Estimula o feto (através de massagem contínua e

suave).

O mecanismo termorregulador da mãe mantém uma Tº

constante dentro do útero, assim as mudanças

ambientais não afetam o feto.

PERÍODO DE TRANSIÇÃO1. Durante o trabalho de parto devido às contrações uterinas, a ruptura dasmembranas e a perda do volume uterino, a criança recebe estímulos demudanças de pressão sobre seu corpo;

2. No parto propriamente dito a criança enfrenta novos estímulos sensoriais( sons, frio, luz, movimento, toque )

3. A criança deve iniciar a respiração;

4. Consiste em alterações profundas dos sistemas orgânicos, como: trocade circulação fetal para neonatal, alterações nas funções hepáticas e renale eliminação de resíduos metabólicos;

5. Reorganização de processo metabólico( sat. O2 e a da acidose pós-natal)

EQULILIBRIO: Respiratório, Cardiocirculatório e Térmico.

A adaptação a vida extra-uterina é um processo

Adaptação fisiológica

do recém-nascido

A adaptação a vida extra-uterina é um processo

fisiológico complexo

(24 hs críticas com incidência de MORTE);

Após o cordão umbilical ser pinçado,

a placenta é desativada (abrupto)

( perde-se o suporte metabólico).

Inicia-se as adaptações fisiológicas

Transição abrupta da respiração fetal ou

placentária para a respiração independente

Inicia-se as adaptações fisiológicas

RN começa a viver independente

Estabelecimento da

ventilação pulmonar,

modificações circulatórias e a

termorregulação

EQUILIBRIO:

MODIFICAÇÕES RESPIRATÓRIAS

Para entender as modificações respiratórias é

necessário saber que:

• O pulmão fetal não realiza troca gasosa.

• O pulmão fetal é preenchido por líquido gerando • O pulmão fetal é preenchido por líquido gerando

uma pressão positiva.

• Na vida fetal existe aumento de resistência vascular

pulmonar.

Ventilação Pulmonar

• O pulmão fetal era preenchido de liquido (combinação de parte do liquido amniótico e secreção dos alvéolos pulmonares)

• Ao nascer o líquido deve ser substituído por AR.

Parte do líquido pulmonar remanescente no parto vaginal é absorvido pelos

vasos linfáticos e o restante removido pelos capilares pulmonares.

Líquido Pulmonar CONSTRIÇÃOCONSTRIÇÃOVASCULARVASCULARCONSTRIÇÃOCONSTRIÇÃOVASCULARVASCULAR

FETOFETOFETOFETO

Epitélio pulmonar

O SURFACTANTE é um fosfolipídio produzido pelos pulmões, que atua

como um detergente enfraquecendo a união molecular.

FUNÇÕES DO SURFACTANTE:

• Reduzir a tensão superficial existente nos alvéolos;• Reduzir a tensão superficial existente nos alvéolos;

• Permitir a manutenção de ar residual favorecendo a próxima

respiração.

O início da produção de surfactante ocorre na 25ª sem; estará suficiente na 35ª semana para estabilizarem os alvéolos e reduzirem a possibilidade de ocorrência de atelectasias.

SOBRE O SURFACTANTE...

•Mãe que toma corticóide acaba aumentando a produção de surfactante;

•Mãe com vários partos fisiológicos ocorre produção prematura de surfactante. O RN não apresenta a Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) ou SDR grau I;

•Mãe que apresenta parto prematuro abrupto a criança apresenta SDR grau III ou IV;

•No RX a SDR apresenta imagem de vidro fosco;

•Mãe com hipertensão o surfactante inicia sua produção na 14ª sem de gestação

PRINCIPAIS ESTÍMULOS

• 1 Químicos: hipóxia ( O2), hipercapnia (CO2 ), e pH sanguíneo (Acidose respiratória - excitam o centro respiratório)

• 2 Térmicos: súbito resfriamento impulsos sensoriais na • 2 Térmicos: súbito resfriamento impulsos sensoriais na pele são transmitidos ao centro respiratório).

• 3 Tátil: é questionável. Pois é provável que a descida no canal de parto e o manuseio normal durante o nascimento tenha alguma influência na instauração da respiração.

Estímulos para a

1ª respiração

Pinçamento do cordão

Estímulos potentes

sensoriaisResfriamento

sensoriais

SNC

Desencadeiam respiração

A placenta é desativada e o líquido deve ser

substituído pelo ar

Estímulo inicial Estímulo do receptor Resposta

Sensorial ( luz, toque,

dor)

Quimiorreceptores (visuais

e químicos)

Estimulação do centro

respiratório medular

Bioquímico ( asfixia) Quimiorreceptores aórtico e

carotídeo

Impulsos nervosos

eficientes

Térmico (perda de calor) Receptores térmicos Contração

diafragmáticadiafragmática

Mecânico ( compressão

torácica, retração

elástica)

Receptores de estiramento Respiração

glossofaringea

(contração musc.

involuntária)

Ventilação PulmonarOs movimentos respiratórios no RN são desempenhados pelo DIAFRAGMA E MUSCULO ABDOMINAL

Ocorre 30’’ após seu nascimento.

Permanecendo nos pulmões parte do AR após a expiração.

Não exigindo tanta pressão, tornando os movimentos respiratórios mais fáceis.

capacidade funcional residual (CFR)

Permanece de 5 a 10 cc nos pulmões.

Características da respiração ao nascimento:

Respiração: Irregular

Apnéia: 5 a 10 segundos

(> 15 segundos é patológico)

F.R.: 30 - 60 rpm

( necessidade de oxigênio)

Adulto: 14 – 16 rpm

Essencialmente abdominal

Complicações respiratórias

Taquipnéia Transitória Neonatal;

Síndrome da Angústia Respiratória Aguda ou Síndrome

do Desconforto Respiratório;do Desconforto Respiratório;

Síndrome da Aspiração Meconial;

Apnéia da prematuridade

MODIFICAÇÕES CIRCULATÓRIAS

Para entender as modificações circulatórias é necessário

saber que:

• Na circulação fetal existem três comunicações: ducto venoso,

forame oval e ducto arterial;

• A circulação fetal é possível, além da existência destas • A circulação fetal é possível, além da existência destas

comunicações, pela alta resistência vascular pulmonar e pela

baixa resistência vascular sistêmica;

• A pressão na artéria pulmonar é alta e na artéria aorta é baixa;

Fonte: www.google.com.br

Modificações Circulatórias

DUCTO VENOSO:• Permite que maior parte do sangue oxigenado desvie do

fígado, entrando na veia cava inferior.

• Com pinçamento do cordão ocorre a interrupção do fluxo sangüíneo venoso umbilical.sangüíneo venoso umbilical.

• O ducto venoso entra em constrição, fechando anatomicamente em 2 a 3 semanas.

• Torna-se um ligamento.

Modificações CirculatóriasFORAME OVAL:

• Comunicação que liga o AD ao AE, possui uma válvula

unidirecional.

• Fecha-se devido a inversão do gradiente de pressão.

• O fechamento funcional ocorre 1 minuto após

nascimento e o anatômico após 2 semanas.

Modificações Circulatórias

DUCTO ARTERIAL:

• Desvia sangue da artéria pulmonar para a aorta,

evitando os pulmões.

• O fechamento funcional ocorre, aproximadamente,

15 horas após nascimento, devido ao aumento da

concentração de oxigênio no sangue e a queda da

prostaglandina; o fechamento anatômico após 3

semanas.

ADAPTAÇÃO DO SISTEMA DE TERMORREGULAÇÃO

Termorregulação: é o conjunto de sistemas de regulação da temperatura corporal de seres vivos.

Esta regulação é exercida graças à Esta regulação é exercida graças à coordenação entre a termogênese(produção de calor) e termodispersão (liberação de calor) que mantém o equilíbrio interno (homeostasia térmica).

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ADAPTAÇÃO DO SISTEMA DE TERMORREGULAÇÃO

• O Homem (ser humano) é um ser homeotérmico, que através de mensagens nervosas, tem a capacidade de regular a temperatura interna, e manter a temperatura do

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interna, e manter a temperatura do corpo constante, mesmo com a variação da temperatura ambiente.

• O ser humano tem o centro termorregulador no hipotálamo, onde mantém o equilíbrio entre o calor produzido e o calor eliminado.

ADAPTAÇÃO DO SISTEMA DE TERMORREGULAÇÃO

• O calor é produzido no corpo humano pelo metabolismo

das gorduras, dos açucares e das proteínas.

• As gorduras (tecido adiposo) são fonte muito importante

de energia térmica.de energia térmica.

• O tecido adiposo é constituído basicamente por dois

tipos celulares: o tecido adiposo unilocular constituído

por adipócitos brancos e o tecido adiposo multilocular ou

tecido adiposo marrom (gordura marrom) constituído por adipócitos pardos

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ADAPTAÇÃO DO SISTEMA DE TERMORREGULAÇÃO

• Os animais hibernantes

(ursos polares), armazenam

gordura marrom

(multilocular) que lhes (multilocular) que lhes

geram calor e os protegem do frio no inverno como

isolante térmico.

ADAPTAÇÃO DO SISTEMA DE TERMORREGULAÇÃO

• O tecido multilocular é denominado gordura marrom, em virtude de sua coloração parda que é determinada pela rica vascularização e presença de mitocôndrias, conferindo-lhes esta coloração.

• As células deste tecido são menores que as do tecido • As células deste tecido são menores que as do tecido adiposo comum, têm forma poligonal e formam massas compactas semelhantes a glândulas endócrinas.

• A gordura marrom é produzida após aproximadamente 12 horas de vida do neonato e até aproximadamente o 3º mês de vida.

• Com o passar do tempo, este tecido se atrofia, sendo raro encontrá-lo em adultos 28

O neonato, como todo ser humano, é também um ser homeotérmico porém imperfeito. O RN é instável termicamente devido a:

• Escasso tecido subcutâneo: dificulta o isolamento térmico

• Pouca massa muscular: diminuição do reservatório de calor

• Poucos movimentos ativos: dorme grande parte do tempo• Poucos movimentos ativos: dorme grande parte do tempo

• Não arrepia quando com frio: dificulta o aquecimento pela vasoconstrição

• Centro termorregulador imaturo: dificulta suportar grandes variações de temperatura.

• Grande área corporal relativa ao peso: muito espaço para perder calor

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ADAPTAÇÃO DO SISTEMA DE TERMORREGULAÇÃO

• Ao nascimento, a temperatura da criança é idêntica à materna, havendo a seguir uma diminuição de 1ºC a 3ºC.

• Se os cuidados forem adequados, volta a subir, atingindo cerca de 37ºC volta a subir, atingindo cerca de 37ºC em 6 a 8 horas.

• Fator que auxilia o RN a manter a

temperatura, quando aquecido:

– Posição fletida;

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ADAPTAÇÃO DO SISTEMA DE TERMORREGULAÇÃO

Mecanismo utilizado pelo RN

para produzir (gerar) calor:

Termogênese sem arrepio: gera calor através de

mecanismo do próprio corpo mecanismo do próprio corpo

(oxidação metabólica da

gordura marrom), localizada

entre as escápulas, axilas,

atrás do pescoço, em torno

dos rins, das supra-renais e

atrás do esterno.Fonte: Enfermagem materna.

RISCOS DA HIPOTERMIA NO NEONATO

Temperatura de 35ºC: o organismo exige o dobro de O2 do que quando a temperatura está

entre 36,5 e 37ºC.

Quando há grande resfriamento há perda de peso do RN, devido a utilização do

glicogênio.

• Condução: é a transferência de calor por

contato direto do corpo do

neonato, com um agente

MECANISMOS DE PERDA DE CALOR DO RN

neonato, com um agente

frio. Ex.: mão fria do

examinador, estetoscópio

frio....

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• A radiação ou irradiação, corresponde à emissão de calor

sob a forma de ondas

eletromagnéticas, (ondas

MECANISMOS DE PERDA DE CALOR DO RN

infravermelhas) que irão irradiar a

partir do corpo do RN para uma

superfície fria que não está

contato com ele.

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• Convecção é a transferência de calor por

meio de correntes de ar.

• Quanto maior a velocidade

MECANISMOS DE PERDA DE CALOR DO RN

• Quanto maior a velocidade

da corrente de ar (maior a

renovação do ar junto ao

corpo do RN) e maior a

transferência de calor.

• Evaporação: é a perda de calor pela evaporação da água na superfície do corpo.

Ex.: corpo molhado durante ou após o

banho.

MECANISMOS DE PERDA DE CALOR DO RN

banho.

MÉTODO CANGURÚ DIMINUE O RISCO DE HIPOTERMIA

Para responder:

1. Cite as causas da Síndrome do Desconforto Respiratório

e da Taquipnéia Transitória Neonatal.

2. Cite as três comunicações da circulação fetal.

3. Explique como ocorre o fechamento do ducto arterial.

4. Explique por quê um neonato de 7 dias, ao chorar, ao 4. Explique por quê um neonato de 7 dias, ao chorar, ao

espreguiçar ou ao evacuar fica transitoriamente cianótico.

5. Cite as conseqüências da hipotermia no neonato.

6. Cite dois cuidados de enfermagem para cada mecanismo

de perda de calor.

• Hockenberry MJ, Wilson D, Winkelstein ML. Wong

Fundamentos de enfermagem pediátrica. 7.ed. São Paulo:

Elsevier, 2006.

• Burrughs A. Adaptação fisiológica do recém-nascido ao

nascimento. In.: ___. Enfermagem materna. Rio de Janeiro:

Bibliografias

nascimento. In.: ___. Enfermagem materna. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan