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1946 JUNHO - 349

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30.° Ano — _N. 1 — Junho 1946

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PROPRIEDADE DA COMPANHIA tDI.JfU AMERICANADir.ctor. Gratuliano Brito

Redação : — Rua Maranquape, 15 — Rio de Janeiro.Endereço telegráfico; -REVISTA*.

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Lourenço Marques.No Vruguat/_ Muratorio & Cia.

Constituyent... 1746— MontevideoNa Argentina-. Inter-Prensa —Florida 220— Tel. 33 Avenida

9109 — B Aires

MAGAZINE MENSAL ILUSTRADO — CIENTIFICO, ARTÍSTICO. HISTÓRICO E LITERÁRIO (FUNDADO EM 1917)

FANTASIA...

0 boneco do Bazar que acreditouna gloria humana

Em sua prateleira do bazar estava o

pobre boneco, tremendo pela sorte que oDestino llie reservara.

Km que mãos cairia? Iria para umgrande salão aristocrático ou para umadessas gaiolas que a moderna inspiração decimento armado, movida pela co. íça dos

proprietários, constróe coin o nome dc re-skléncias ami o nome somente, por quenã<> são para eles e nas (piais teraò quemorar estreita e incomoda mente os inquih-nos da classe media, pagando-os como sepalácios fossem?

Enquanto sua sorte não se decidia, ou-via os empregados do bazar, quase tão bo-riécos como ele c quase tao escassos de idéiaspróprias. Ouvia-os lisongear c invejar os queconseguem a glória humana por caminhosmais elevados que os da vitrine mentirosa,ignorando que, muitos, são tão penosos emais cruéis e nenhum outro tão cômodocomo, justamente, o que despresavam semsaber desfrutá-lo.

Oh! a glória! — murmurava.m comaboca aquósa. .

Como poderei conquistar a Glória ?pergunta a si mesmo o boneco. Pergunta

nacia extranha porque somente os que alitrabalhavam ignoravam onde, como, porque e para que se conquista a glória. E, senao se lhes diz, continuam ignorando e ape-nas com a vontade de conquistá-la, acre-ditando ser simples dom da sorte, que nãocusta esforço algum. . .

Ouviu falar da glória dos aviadores epensou que devia consistir em subir muitoalto ou em voar muito bnge ou em ambasas coisas ao mesmo tempo. Com quanta inveja olhavaos globos de brilhante colorido e que ^constituíam,

nobazar, a maior alegria das creanças Se êle pudesse pen-durar-se a um deles e subir, subir muito. . .

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Porque o pobre boneco pensava que para voarnão era preciso mais esforço senão... o do globo cofò-rido e que ele, boneco, não teria que realizar nenhum,

por sua parte. E também porque, para falar a verdade,

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jj£_EJ^ã& 8 50.° Ano — N. 1 Junho 1946

não se julgava apto para nenhum outro. E notemos queesta concepção do modo de conquistar a glória ó pro-pria de toda classe.de bonecos de bazar. ..

Um dia a Casualidade ou o Destino, quis satisfazerseu capricho... Foi finalmente comprado para um me-nino impaciente que, mal saído da loja e em plena rua,

quiz examiná-lo e divertir-se. brincando com ele, semperceber que na outra mao levava, reunidos num socordel, nada menos de tres globos, também compradosno bazar. Nao saberia explicar como foi. mas repenti-namente, sentiu-se preso entre os fios dos globos e ele-vado por eles ao espaço, em rápido voo.

Emfim subia para conquistar a' glória... Poremo primeiro que sentiu ao subir e subir tão alto, de noitee tao depressa, foi medo. medo muito grande, medo queo teria matado, se os bonecos de bazar pudessem morrerde outro modo, que às mãos impacientes e curiosas dosmeninos.

Medo... E' a primeira sensação que experimentamtodos os bonecos de bazar, quando a sorte os coloca nocaminho de alcançar a glória sonhada. Isso se vê, cons-tantemente, em bonecos vestidos de guerreiros, de b-dadoreseaté de artistas e literatos... em todos, enfim,que de tais títulos têm apenas as ilusões e a máscara.

E começou a ascender céu acima, cada vez commais medo, quanto mais se elevava. . . Nem por um ins-tante se recreou, como os verdadeiros conquistadoresda glória, com os detalhes da elevação vertiginosa...

Assim, subindo sempre, chegou o dia, e com elesurgiu um ardoroso sol de verão que logo atacou comseus rábs cáliios os pequenos globos. . . Repentina-mente os três balões coloridos rebentaram no espaçodeixa-ido o pibre boneco sem proteção e ponto de apoio,.

E o inteliz começou a descer, mais vertiginosa eaterradora men te do que subira, até destroçar-se contraas pedras de uma rua. .

— Então isto é a Glória? — perguntava a si mes-mo, enquanto, refletia, cheio de amargura: subir muito

e em pouco tempo, para nada encontrar lá em cima e,depois, tornar a cair, com mais vertiginosa velocidadeque na ascensão e dar com o engonço no duro chão,sem que ninguém se apiedasse ou mesmo tivesse notadoa sua façanha . . . E por isso suspiravam os mentecaptosemprega tios do ba za r ?

Mas não tardou a passar um senhor de longas barbase semblante tranqüilo, que ouviu seus lamentos e res-pondeu:

— O que aconteceu contigo, ocorre sempre com osbon'cos de bazar que suspiram pela Glória: sobem unipouco, ficam em evidência e depressa voltam ao níveldo chão e tlesaparecem no esquecimento, este mais do-loroso ainda que o solo duro. Aos verdadeiros espíritosde conquistares da Glória, quando um Sol hostil rebentao pequenino globo em que se elevam, a própria ilusão,a própria vocação, a força de sua ambição, dão-lhesnovas asas com as quais galgam até a Glória e nela sesustentam, como alguns astros mais no firmamento eonde, cm vez de cair uos abismos dt) olvido, são admi-rados e invejados por todos os bonecos de bazar, que naonasceram para outra cousa senão para roer-se de invejaou andar com a boca aberta, pelo mundo, admirandoos que nãofsãt) capazes de fazer e muito menos de compre-ender. . . Nesse enorme bazar, que é o mundo, há muitosbonecos como tu, que correram, em realidade ou cm so-nho, a tua própria aventura e sofreram a mesma qué;o mesmo susto e medo igual... São esses. que. ao fimtle anos. dizem melancólicamente ;

— "Também cu gostei disso; também eu tive mi-nhas ilusões".. .

Dizem com sorriso de vergonha, como zombandode si próprios. . . E isso por que compreenderam, eml)oratarde, que as falsas vocações tios bonecos de bazar nã >merecem outra coisa além de um sorriso tle burla ou dcdesdém. . .

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EM CONTACTO COM A LUA — Na noite de sábado, 26 dc janeiro,foi estabelecido contacto com a lua, por meio de radar no EvansSignal Laboratory, éra B.lmar, no Estado de New . eis'y. Para

¦ isso,, foi' construi.io' um tipo especial de radar. Um grupo de ci-•; entist.s emitiu sinais numa faixa de alta freqüência para a lua

..í...^.,recebe^, de volta, os sinais. A gravura mostra o percurso, idae uvoita. dos sinais entre a Terra e a Lua.

EM QUE CONSISTIA O ANTIGO REL0'GI0 CHA-.MADO "DK AZEITE";?

Esse relógio, tambem chamado "silencioso' , com-punha-se tle um depósito cilíndrico, tle cristal Ou porce-lana translúcida, que tinha na parte inferior uma Iam-parina tle azeite, sem mécha, com tubo de aspiração,alimentada pelo azeite que enchia o recipiente e cujaaltura descia, ao arder, na lamparina, dando por catlaaltura a hora correspondente. Graduava-se por com-paração e ensaios, variando o orifício e saída tio líquido.

E' fundamental não esquecer que no matrimôniotudo é reciproco; amai é sereis amados, perdoai e sereisperdoados, compreendei e sereis compreendidos.Pablo Gavéstany.

NÃO ESTA'. QUER DEIXAR 0 RECADO?

Os laboratórios telefônicos dos Estados Unidos estãojá fabricando uni mecanismo que responderá a qualquerchamada telefônica e tomará o recado do interlocutor. Con-sisle o mecanismo em questão de um registrado automáticoe de um braço, semelhante ao de uma vitrola, que retira, ofone do gancho, quando loca a campainha. Por exemplo Bauma chamada qualquer. 0 "automalon" responde: "Proti-to. Aqui é 4157, mas não há ninguém em casa. Quer dei-xar algum recado?" Logo a seguir o mecanismo faz girarum disco, recebe o recado — se houver — e recoloca o foneno gancho.

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CONTRA O HA'BIT0 DE FUMARO uso do fumo, além de inútil, é sempre prejudicial.

O abuso, então, conduz ao tabagismo e em pouco tem-po o indivíduo é escravo do vício.

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//.Evite um hábito pernicioso, reagindo ao desejo aefumar. —SN ES.

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O PREÇO DA GLORIAai ' i—.»—. —i— '¦ ——«"¦ ———¦¦

Incidentes da vida deJosé Garibaldi (1807-1882)

\ História guardoupara' nos revi lar e aosnossos descendentes al-,,uns nomes de heróis.Sràndes guerrilheiros-.- e conquis-tutores que, a despeito de seulevado ideal, nunca loraminspirados por nenhuma am-bicão pessoal. „

Uma mi inda vel procissão de heróis passa por nossaemoria — Egípcios, Persas, Gregos e Maçedônios, Ro-mos de todas as épocas, nomes gloriosos recordando

briosos feitos d armas, muito antes e muito depoisepopéa napoleônica. Porém por mais brilhantes que

inham sido suas glórias, quantos desses homens, qüemquistaràm reinos, agiram sem pensar em uma com-

pensação pessoal?Poucos, infelizmente. h, quando examinamos o

•queno grupei desses heróis-puros um nome apareceorno resposta à nossa pergunta. O de um dos mais

valenlej e desinteres-sados guerreiros dostempos modernos: Giu-seppe Garibaldi, ver-cladeiro cavalheiro quebatalhou rudementepela causa dos opi t-niidos, fosse (pai »ossesua i.a.io. ali. aJe. Aúnica co.ni e.nação quepedia era a sais açãode ki lar por uma cau-sa justa Mesmo quan-do cumpriu a gigan-tesca tarefa de recons-íruir uma nação -

que, desde a quedado Império Romanocontinuai a entregue a >caos não j ensou emobter o poder pessoal,mas apenas serviu oEstado quecreára, sempedir ou aceitar ne-nhum premio material

Sua vida foi, mes-mo assim, romanescae não isenta de poesiae, por isso mesmo, fas-cinou o mundo inteiropor mais de três quar-tos de centúria. Des-de muito cedo reveloupossuir ideais sublimesque não podemos rela-tar — tratando-se davida de um g ganteda guerrilha — numcurto artigo. Nem se-quer um resumo de suabiografia poderia sercontido em tao curtoespaço. Assim, focali-za remos simplesmenteo período de sua his-toria, datando do seuencontro com a bemamada Anita, que comele conheceu o perigo,o desconforto e a glo-ria. Foi ela a heróicaAmazona da legião depoucos heróis que so- T ..brevivera à grande aventura do Risorgimento Italiano.O resto se encontra imortalizado, como seu grandeehefe, no bronze ou no mármore, como exemplo para a

posteridade. T, yNo dia 2 deste mês comemora-se, em toda a Itália,

o 64.- aniversário da morte do grande guerreiro, consi-derado "Herói Nacional".

Garibaldi nasceu em Nice em Junho de 1807. Erafilho de um modesto proprietário de barco de pesca,que, com grandes sacrificios, lhe deu escassa educação.Desejava dar ao filho, Giuseppe, os benefícios de uma

prio

educação literária, porémaos quinze anos o menino,cuja natureza impetuosae aventureira não podia

suportar nenhuma disciplina^ ousequer uma vida sedentária,

quebrou as Icadeias escolares.Será preferível ler o que

nos diz desse incidente o pro-3 Garibaldi, em suas Memórias:"Farto de escola e incapaz de suportar mais tempo

uma vida tão sedentária, propuz um dia a alguns com-panheiros, da minha idade, fugirmos para Gênova, semnenhum plano definitivo, mas convencidos, intimamente,de que atingiriamos a fortuna. Assim combinado, guar-damos bom segredo de nossa empreza. Apoderamo-nosde uma pequena embarcação, conseguimos ajgumas pro-visões, material de pesca, e saímos na direção do Leste.Encontravamo-nos quase à altura de Mônaco, quandoum navio, enviado por meu bom pai, alcançou-nos

levando-nos de volta,profundamente humi-íhados. Um abade fô-ra o descobridor e de-nunciador de nossa fu-ga. Vejam só que co-

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incidência! Tambémum abade, um sacer-dote, salvou talvez mi-nha vida — e hoje soutão ingrato que persi-go esses pobres pa-dresl"

Domênico Garibaldi,pai do nosso herói,compreendeu, porém,que seria inútil insistirem mandar o filho pa-ra a escola e, antes deque o mesmo pudesseconspirar outra aven-tura, consentiu queseguisse a carreira pa-terna, indo para omar onde aprenderia aarte da na\egação.

Durante dez anos o

jovem Garibaldi dedi-cou todas as suas ener-

gias ao estudo das ma-temáticas, da geogra-fia e da astronomia,combinando teoria como exercício prático edepressa chegou do

posto de grumete aode completo man-nheiro. .,

Suas primeiras via-

gens atravez do Medi-terraneo e do Mar Ne-

gro ficaram em suamente como as mais

pitorescas e romanti-cas de toda a sua vi-da. Isso talvez devidoa que tais viagenseram realizadas emembarcações antiqua-das, manejadas poruma tripulação quasibucaneira e cujo unicomérito estava em sua

habilidade em cantar melodiosas canções, que encham

os olhos de lágrimas. Ganbald. ,«ySa épor exemplo, um barco a vela,

gamado C£

que tinha, na proa, esculpida, a figura de um

com o peito aberto ao vento. ;

Durante esses dez anos várias vezes. fo. ateoufa

pelos piratas e ronbado em suas --cadona. Ta«M«

periências preparam seu braço e seu coração p

?ida cheia de perigos e de fadigas, Xda estimativa da

Tá então pudera formar uma nítida estimaxiv

desesperadora situação dos negócios de estado na Ita

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30.° Ano -— N° 1 Junho 1946

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lia. Mais de um terço da nação, toda a parte sul, estavasob o domínio dos Bourbons, emquanto que, o outroterço se encontrava, por intercessão pontificai nas mãosda Áustria. Metade do restante terço, o Piemonte eragovernada pela Casa de Savoia e o resto do país, a Lom-bardia e o Estado Veneziano igualmente sob domínioda Austria. Um estado de semi-rebeliao existia por todaparte sendo os patriotas perseguidos e eliminados pelosAustríacos sob o menor pretexto c onde se encontrassem.

O grande Mazzine, que pregara a Independência, aUnidade e a Liberdade, tivera que fugir para a Suíça,de onde guiava os vários movimentos patrióticos amicores republicanas, e quanto uma mona rq ina consti-tucional era coisa quasi inexistente desde 1S32.

Garibaldi, inspirado por seus ideais de liberdade,juntou-se à frota piemontesa com a intenção de espa-lhar suas idéias e provocar a revolta Porem o unicoque conseguiu foi arriscar a própria cabeça . Perseguidotenazmente, disfarçou-se em camponez e fugiu, atravezdas montanhas, para Nice e dali para a França. Foias»sim que seu nome surgiu pela primeira vez mos

gr-nais. A notícia, entretanto, nao era animadora, lorsua leitura ficou sabendo que fora condenado ji mortepelo governo do Piemonte. Verifica-se, então, maisuma vez, que o destino traça extranbas encruzilhadasCarlos Alberto de Savoia, rei do Piemonte decretara,por razões de traição, a morte do homem que fora des-tinado a dar a coroa da Italia unida... a seu filho, \ í-ctor Emanuel I 1

Era claro, entretanto, que a Italia ainda não estavaem concüçoes de lutar vantajosamente por sua indepcn-dencia, a despeito dos constantes massacres levados aefeito pelos soldados e espiões do governo Austríaco.Nessas condições Garibaldi decidiu tentar ajortunaem outras terras, emquanto aguardava a ocasião maisoportuna para voltar. Cruzou o Atlântico e «Jesembar-barcou, em 1836. na América do Sul, onde chegru atempo de ver a jovem república do Rio Grande lutando

por sua existência contra a opressão do Imperador doBrasil. Os republicanos não possuíam esquadra Ga-ribaldi. juntamente com uma dúzia de Italianos exiladose que haviam encontrado refugio no Novo Mundo, con-sequiu se apossar de um barco de pesca e deu ao mesmoo nome de Mazzini. "para conseguir boa sorte . A seguirGaribaldi armou seus homens com rifles an-tiquados e encetou guerra contra o gigantes-co império. Ninguém poderia acreditar queesse pequeno grupo de "desesperados'' alcan-casse oualquer êxito. Porém em curto tempoo bando cresceu e iniciou # terríveis ataquespor mar e por terra. Garibaldi depressatornou-se excelente cavaleiro, assimpodendo exercer seus talentos naprática das guerrilhas, surgindo on-de o inimigo jamais poderia espe-rá-lo e desaparecendo re-pen tina men te, homens ecavalos, como num golpede magia, quando o adver-sário já julgava ter as mãossobre os rebeldes,

Essa luta durou dozeanos, durante os quais Ga-ribaldi viu tombar a seulado centenas de amigosvalentes e dedicados, unsvarados pelas balas inimi-gas, outros tragados pelasondas. Porém esse sacrifi-cio de vidas e todo essedenodado esforço, em queGaribaldi desempenhou pa- %pel de relevo, não foi em |vao. Lutou de tal maneirae valentia ao lado dos bra- :,i..sileiros rebeldes que ganhouo comando de uma legião.

agradável ,o físico vigoroso c bem feito, os cabelos com-pridos e encacbeados, nao escapou ao interesse do sexooposto. Porem Garibaldi nunca se deixa a prenderdefinitivamente ou mesmo por mais de alguns dias só-mente, pelos braços dc nenhuma gaúcha, por mais sèdu-tora que a mesma fosse. Parecia ser desses homens quelevam muito tempo para escolher uma companheirapara sempre. Entretanto, a experiência provou quenão era esse, realmente, o seu tipo.

Algumas vezes a perda de um companheiro mer-gulhava-o cm profunda melancolia. Numa dessas oca-siões, só, a bordo de seu barco guerreiro, examinava acosta nao muito distante, com o auxílio do telescópio.Em certo ponto havia uma pequena colina chamadaAbana, tendo em sua encosta algumas pequenas casas.Diante dc uma dessas habitações modestas, Garibaldiavistou uma mulher ainda muito moça. Por alguma razãoGaribaldi ficou com o olhar parado sobre o vulto g^a-cioso até que, repentinamente, movido por inexplicávelimpulso, largou o telescópio e dirigiu-se para terra numpequeno bote. Apoz galgar a colina olhou para todaparte, porém não pôde descobrir a graciosa crea-turinha, nem identificar a casa. Estava já disposto av< 1 ar quando encontrou um dos' habitantes da vila,um seu conhecido, que logo o convidem a ir até sua casapara saborear um café. Garibaldi aceitou e, ao cruzara porta de entrada viu-se face a face com o objeto desua busca.

Mas será preferível ouvir o próprio Garibaldi des-crever esse seu primeiro encontro com a mulher tjue oajudou a se cobrir de glória:

—"Ficámos, ambos, perturbados e em silêncio,fitando-nos como duas pessoas que ;á se conheciam demuito tempo e encontrando, uma na face da outra, qual-quer coisa que lor-nava mais fácil re-cordar o passadoesquecido. Final-mente cumpri-

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Sob o sol da América,a natureza humana é maisardente e impetuosa. Ojovem líder, com sua figura

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Ao lado de Garibaldi, resoluta e eximia Amazona, Anita tomou parte em ir.úrr.er->s combates noRio Grande do Sul e mais tarde na Italia.

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

mentei-a, com estas palavras 'Tu devi eie esser miaP

infelizmente eu falava bastante mal o português. . .O que vale é que pude conquistar sua simpatia eseu amor. Unimo-nos e a-nossa foi uma união quesó a morte pode quebrar."

Anita Ribeiro era o seu nome. Ficou sabendo, então,nue devia a libertação de sua cidade natal do domíniodo Império, àquele altíssimo Italiano de cabelos com-pridos. Porem surgiu uma dificuldade. Seu pai já havianrnmetido sua mão a um valente e respeitado cavalheiroda visinhança. Forem Oaribalai solveu o problema at[cu modo. Com a mesma simplicidade com que lhe

issera "Tu devi dc esser mia", acrescentou- "Vem comigo".

Levou-a, realmente, para lx>rdo de seu barco, preparouos canhões, colocou os homens em seus postos e afastou-se,içaiido as velas.

Se alguma vez a súbita inspiração redundou em átofeliz, essa foi, certamente a que levou Garibaldi a esco-lher Anita para sua companheira. Embora só lhe pudesseoferecer perigos,privações e fadi-gas. sempre a en-eontrou corajosa epaciente a seu la-do. Abandonar suavida tranqüila eseus ideais de me-nina. tornar-se asua companheira ea sua igual em ter-

e em valor,

empunhar armas, dominar cavalos chucros, ser emfima inspiração e a camarada desses heróis que acompa-nhavam seu bem amado Giuseppe — eis a vida paraque nascera 1

Anita tomou parte ativa em inúmeros combates.Mesmo quando se achava prestes a ser mãi, continuoua suportar a mesma vida dos soldados veteranos. Umaso vez foi capturada pelo inimigo.Nessa ocasião a notíciacorrera de que Garibaldi tombara morto na luta. Porémquando ela examinou os corpos, um por um e não en-eontrou o de seu amado, não hesitou um só instante.Saltando para o lombo de um cavalo selvagem, fugiudesafiando toda perseguição.

Após selvagem galope através dos campos e dascolinas pôde encontrar os sobreviventes de seu bandoe assim voltar aos braços de seu desolado Garibaldi.Este, após mais dois anos de lutas cruentas em terrasbrasileiras, levou-a a Montevidéu, onde foram legal-mente casados na igreja de São Francisco de Assis.

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Deram a seu primeiro filho o nome de Menotti, em ho-menagem a um patriota italiano, enforcado pelos Aus-tríacos. ,

Para salvaguarda do filho tentaram viver tranqui-lamente num rancho. Porém isso não pôde durar muitotempo Tendo experimentado a vida de incertezas e

privações não podiam aceitar outra emquanto tossemovens e fortes. Ainda no Uruguai Garibaldi organizou

a célebre Legião Italiana, que combateu por longo tempoos Argentinos. A sua heroicidade mais e melhor aindafoi conhecida. Defendeu com tal ímpeto e galhardiaos portos da capital do Uruguai, que .ficou conhecidona história daquele país como o "Herói de Montevidéu .

A essa altura os negócios na Itaha nao haviam mu-dado. O ódio contra o dominador estrangeiro, o Austríaco,crescera. A Savoia e a Toscania solicitavam uma cons-tituição e o novo papa Pio IX, parecia disposto a aten-dê-los, máu grado os Austríacos. Já então as proezas

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que o Papa fugira. A épica luta pela defeza da cidadeecoou por todo o mundo civilizado

Emquanto isso a paciência de Anita chegara aofim Deixou seu filho em Nice, com a mãi dc Garibaldie a despeito de seu adiantado estado de gestação, ence-tou sósinha, arriscada e áspera viagem para se encontrarcom o marido. A\ ... ,,

Garibaldi mal pôde acreditar no que seus olhosviam, quando Anita surgiu à porta da Villa Spada, jus-tamente quando era mais infernal a batalha pela possede Roma.

O exército francês, chegado para proteger a cidade,levava agora a melhor e Garibaldi se esforçava parasaldar seus companheiros da sanha vingativa dos Fran-ceses, Espanhóis e Napolitanos. Gastou todos os argu-mentos tentando persuadir Anita a permanecer em localseguro/ Ela tudo recusou desde que Iosse para a terafastada dò marido.

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Cs Austríacos se aproximavam e Garibaldi teve que ser arrastado por dois amigos, deixando o velho prédio, próx.mo de Ravera, or.<

sua valente e bem amada Anita acabava de morrer.

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de Garibaldi na América do Sul, tinham chegado aovelho mundo,despertando o entusiasmo de uns e o temorde outros.

Na Primavera de 1848, Anita e seu filho partirampara Gênova, emquanto Garibaldi com apenas 100patriotas Italianos, seguiu viagem em outro barco, de-cidido a desembarcar em outro porto, onde fossem maio-res as suas probabilidades de escapar à pronta ação deseus inimigos. Desembarcaram em Nice. Garibaldi,agora perdoado por Carlos Alberto, ofereceu seus ser-viços a este, que recusou. Mesmo assim, decidido a agirpor conta própria, Garibaldi atacou os Austríacos, entãoem luta contra o exército do Piemonte.

A tropa garibaldina foi batida e êle próprio atiradopara dentro da fronteira Suiça. Vencendo enormesdificuldades, pôde, afinal, chegar a Roma, onde soube

Assim recomeçava, mais uma vez, sua antiga viande guerras e perigos. Mais uma vez, dormiram com ossoldados, suportaram terríveis bombardeios, palmilharamas mais ásperas trilhas das montanhas, escaparam tu-'armadilhas e cuidaram dos feridos, sempre com o ini-migo no seu calcanhar. Era uma repetição das aven-turas sul-americanas, porém agora em mais larga escalae contra inimigos mais poderosos. , .

A pequena coluna abriu caminho para o Adriático,tendo Garibaldi e Anita, cavalgando lado a lado, a suafrente. Inúmeras vezes foram alcançados, porem sem-pre Garibaldi achava meios e modos de escapar comgraves perdas para o adversário. Em Vado, entretanto,sua retaguarda foi capturada por hássaros húngaros etodos os homens de Garibaldi executados sumariamente.

0 assassínio dos prisioneiros "se Garibaldinos

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sesperada. Anita suplicou-lhe, então, que cortasse os ca-belos e as barbas, o que o tornaria irreconhecivel. Po-rém Garibaldi recusou apelar para o disfarce. Tinhaoutros planos, pretendendo encontrar a salvação no inte-rior da península.

No dia 4 de Agosto, ao entardecer, sob um céu devermelho berrante, o herói transportou nos própriosbraços a desfalecente Anita para uma casa pequena eem ruínas, próxima de Ravena, entregando-a aos cuidadosde unia camponesa. Poucos minutos depois Anita mor-ria. Garibaldi abraçou-a soluçante e assim teve em seusbraços longo tempo, em silêncio, o corpo da brava com-panheira que preferira morrer a seu lado a viver ao ladodo filho.

Infelizmente Garibaldi não pôde prolongar suaquietude ern companhia da morta. Tiros, espoucandonão muito distantes, preveniram-no de que os Austríacosse aproximavam. Mesmo assim, teve que ser levado àforça, por seus dois amigos, o coronel Bonnet e o ma-•jor Leggero, que imploraram se afastasse, fugisse, en-quanto ainda havia tempo e se desejava servir a causae amparar seus companheiros. Finalmente, Garibaldiconcordou com o que lhe diziam. Confiando aos campo-neses a missão de enterrar a esposa amada, deixou a

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José GaRibaidi Quadro de ( i >'.aio Induno

era a ordem aprovada peloquartel general dos "Tedeso/u".

1 n fa t i ga ve l men te perseguido,Garibaldi entrou na Repúblicade San Marino, onde desfez suacoluna, debandando seus homens por ser esse o único meiode salvar suas vidas.

Na mesma noite. estandosentado no terraço exterior de

m café. repentinamente empu-nhou a brida de seu cavalo egritou que ia cruzar como umaríete as linhas austríacas ejuem desejasse que o seguisse.Numa tumultuosa cavalgada,cerca de 200 cavaleiros o segui-ram e entre eles a sua intré-pida amazona.

0 golpe foi coroado de êxito.Apanhados de surpreza os Aus-tiíacos não conseguiram detero arranco terrível dos garibal-'mos, que cruzaram suas linhas.sem sofrer grandes perdas. Semdiminuir o galope chegaram ásmargens do Adriát co, encora-iados, agora, pcda possibilidadede realisar a fuga por mar.

Porém as forças de Anita, aessa altura, começaram a faltar.Febre intensa atacou-a, deixan-<to.-a prostrada. Uma primeiratentativa de fuga, em barcospesqueiros, redundou em com-pleto fracasso, sendo oito em-ba reações capturadas por ca-nhoneiras austríacas. Os poucos-sobreviventes desistiram da ten-tativa. Garibaldi ficara comesses últimos, dado que a enfer-midade de sua esposa se agra-vava de hora para hora e o ini-migo se aproximava ameaçado-ra mente. Sua posição era de-

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Quando menino. Garibaldi tentou fugir do colégio na companhia de alguns colegas,Uuandp capturado

em pleno mar, graças à denuncia de um padre.sendo

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A morte de Anita — ( Quadro de Fabbi )

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

rios e defendeu o Tirol contra os Aus-tríacos. Esse combate, no entanto,nenhum resultado teve. No ano se-guinte, tentou apoderar-se de Roma,mas foi derrotado pelos pòhtificais efranceses e novamente o prenderam.Libertado, tempos depois, em 187v),apoiando o governo francês contra os*Alemães e à Frente de vinte mil homensprestou relevantes serviços à Itália.

Ao terminar a guerra, foi eleitomembro da assembléia francesa. Re-signou ao posto e voltou à sua ilhade Caprera.

Já depois de Roma scr capital daItaüa, José Garibaldi tomou assento-como deputado no Parlamento, em 1875.

Garibaldi durante os últimos anosde sua vida dedicou-se à literatura,tendo escrito duas novelas, que aindahoje são muito apreciadas. Tambemesteve nos Estados Unidos, onde se fe/.comandante de um navio mercante.

Passados anos, regressou ao seupaís e, quando a velhice começou ainvadir-lhe o corpo e a alma, refu-giou- se na ilha de Caprera Comprougrande parte dela. Viveu os seus últi-mos dias rep i sa- do nessa ilha, (juefica ao norte da Sardenha. Uma vezrecolhido à vida tran ui •, a doença oatacou. Sofreu muito até que a 2 dejunho de 1882 faleceu.

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cabana onde se refugiara, com lagri-mas descendo pelas faces.

Tombou o grande guerreiro numagrande tristeza que o deixou abatidopor longo tempo. Porem os ultimosanos de sua vida ainda foram assinala-dos por feitos militares de grande relê-vo. Assim, na guerra de 1859, quandoa Sardenha conquistou novamente pa-ra a Itália a Lombardia, Garibaldi eos seus "caçadores-alpinos"

prestaramgrandes serviços. No ano seguinte, du-rante a revolução da Sicília, de 1869,esteve nessa ilha e conseguiu, depoisde encarniçada luta, raptar o rei deNápoles De regresso a Roma foi alvode delirante manifestação. Foi, então,ocupar a cidade de Nápoles, onde seproclamou ditador das Duas Sicilias.Pouco tempo durou essa ditadura. Ga-ribaldi, fiel a sua pátria, depressa de-ciinou do poder e de bem com a suaconsciência e com o seu velho lema,entregou o governo das Duas Siciliasao reino central italiano. Em 1862ainda pegou novamente em armas pa-ra resolver a chamada questão romana.Com um pequeno grupo de homens,assaltou a Calábria, mas foi aprisiona-do pelas tropas reais. Meses depoisfoi posto em liberdade.

Em 1866, num arranco de valen-tia, comandou uma forca de voluntá-

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O cerco de Roma — (Aquarela de D- Bel is)

A CARIDADE NOS PÁSSAROS

Um facto observado pelo célebre naturalista fran-cês Milne Edvvards, no Jardim das Plantas, em Paris,mostra claramente que as aves experimentam, às vezes,sentimentos de compaixão, de caridade, obedecendo araciocínios e que não se podem atribuir apenas aos seusvulgares instintos.

Encontravam-se numa gaiola dois formosos exem-plares de melharucos de Nankin. Eram duas fêmeas, queviviam em boa harmonia Um dia, um p ssaro car-deal cinzento, que habitava no mesmo viveiro, implicoucom uma das duas aves e depois de lhe ter arrancadouma boa porção de penas, partiu-lhe, com uma fortebicada, uma patinha.

A pobre estropiada não podia mais estar no poleiro,arrastava-se a custo pelo chão, tremendo de frio à faltadas penas. A companheira, então, teve dó dela e, todasas noites, descia para junto da desgraçadinha, levava-lhe bocadinhos de musgo e herva para lhe fazer umacama e evitar, dessa maneira, o contácto do solo aosseus membros doridos; deitava-se, depois, ao lado dadoente e cobrindo-a com uma das suas azas, ficava as-sim todo o resto da noite.

Durante quase uma semana inteira, nunca deixou-de cumprir a sua missão de caridade e depois de tervisto morrer sua amiga a quem tantos cuidados nãoconseguiram, tedavia, salvar, entristeceu, mal comendo,deixando-se ficar imóvel a um canto da gaiola, até que,por sua vez, morreu também.

i ••.

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

OS QUE SOFREM POR VONTADEO movimento de estudo e de curió-sitlatle com relação a todos os fenô-menos dc ocultismo acentua-se cadavez mais nos nossos dias. Que rela-çao têm com os diferentes casos cien-tíficos observados as práticas sobre-naturais às quais, em certos países seentrega uma categoria inteira de in-divíduos?

15 P^^ci^lfdc í

Há mais tle meio século as ciênciasocultas preocupam um bom número tle es-

ritos, e 6 tia índia principalmente tjue nosin 'as narrativas mais maravilhosas e

mais difíceis de verific;as

Mend GO Yogiu — Ao v'r -ss- coipi vvj estendido sobro centenas d: pontas ace-radas, mu t s acreditam ru: o infw.iz sjfre dores ctuciint-s. Ao c»; fcrario. o queparece instrumento de supliciò tjrna-s uni leito de resas para o Y. glii; que reco-

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_ar ai> mesmo tempo.Qual e, pois, essa febre què se apoderou tios espi-

itos, numa â sia de senso prático e tranqüilo?Não parece que a medida que avança o carro triun-

Ida ciência que, totlos os tlias, registra uma nova etapa,runs se impacientam com o seu peso e a sua lentidão,

om as suas minuciosas precauções tjue não queremdeixar nada tle ignorado atrás tle si?

Não negou essa ciência céptica e meticulosa a maio-ía tias grandes descobertas? Não riu ela do fonógrafo?

rn grave sábio disse na cara tio experimentador em-ba raça do:

- O senhor é ventríloquo, meu amigo! Toma-me,acaso, por algum imbecil?

Todavia; a ciência tem razão cm não admitir nadaque \\i\^ seja explicado.

As forças tia natureza são tão numerosas, que mui-tas ainda estão para ser descobertas. Dizem-nos certoshomens tjue somos seres fracos, simples impulsivos quenos deixamos viver, com ti unico cuidado tio nosso bem-

tar e dos nossos prazeres, e que não avaliamos o queser a nossa vontade arrastada por uma guias-

tio querer dominando o desejo.1/ o princípio tios sábios tia índia, os ) oght, palavra

que significa "os unidos". São os adeptos tia } ogha,":\ união", que 6 a união com a divindade. E ensinadaor um livro muito curioso, o Bhat avad-Gluia, que prega

poderiatica racional

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Gionario em êxtase — Destacado mL-.rain.-nte das cousas. ma-teriais, este contemplativo procura se reunir á divindade.

lhe as moedas des que passam.

a renúncia pessoal, o domínio de si mesmo, a austeridadetia vida, a meditação, a contemplação das leis harmô-nicas do universo.

A finalidade dessa existência é atingir o Nirvana,o estatlo de reintegração antecipada da alma humanano infinito. F/ o meio de chegar ao estado de santidade.

A palavra jakir não é hindu; é de importação árabee significa "pobre" ou "mendigo".

O primeiro fenômeno que impressiona o viajanteque chega a índia são as varas de Moisés. E' de lembrarque a bíblia nos mostra os magos do Egipto transfor-mando seus bastões em serpentes diante do Farão, paraprovar seu poder, e Moisés fazendo outro tanto, masproduzindo uma serpente maior que comeu todas asoutras.

Pelotiqueiros mostram seus bordões que são rígidose parecem ser verdadeiros ba ões, e que, por uma ha-bilidade qualquer, se transformam em serpentes.

O esj>ecláculo não é divertido. Eles o sabem, e oabreviam chamando essas serpentes e restituindo-lhessua forma primitiva, a de um bastão.

Singulares fenômenos de sugestão

Encontrámos de uma feita uma linda parisienseque regressava do Ceilão. Contava-nos haver visto láo fenômeno seguinte, que é lendário.

Haviam os JDjorghis deposto diante dela um vasosem duplo fundo no solo; puseram-lhe terra, regaram-nae nela enterraram uma semente.

Anunciaram então que essa semente ia brotar etornar-se em cinco minutos uma planta completa. En-tão, o "mestre contemplativo" -se agachara diante dovaso e, completamente imóvel, olhava "com seus olhos'de fogo" para o sítio onde a semente enterrada despren-dia, efetivamente, um caule; e esse caule crescia, e davafolhas e tornava-se uma planta completa que podia sertocada e colhida. . . ,

E' de se perguntar se são presti ; gitadores ou se as

pessoas que assistem a essas sessões são sugestionadas

pela explicação preliminar do fenômeno.Há, sobre esse assunto, uma curiosíssima história

que foi contada, há vários lustros, numa revista inglesa.Numa cidade da índia, três oficiais ingleses quise-

ram assistir a uma sessão em que os Yoghis punhamuma criança num cesto de vime, atravessavam o cestocom um sabre, a criança gritava, o sangue corna e acriança nada tinha.

Um dos oficiais devia tomar notas num canhenhoe descrever a experiência. O segundo devia desenharessas fases em rápidos croquis. O terceiro devia bateruma série de chapas instantâneas com um excelenteaparelho fotográfico. Chegado o momento, os profanossentaram-se em arco em volta da câmara, Os lognis,agrupados no centro, começaram reclamando silencioabsoluto durante a sessão, acontecesse o que acontecesse.Descreveram então, antecipadamente, todas as peripéciasda tragédia que se desenrolaria diante deles.

Os Yoghis afastaram-se do centro e para aí leva-ram o cesto de vime. Abriram-no e mostraram que nada

havia nele de oculto, de truque. A criança foi introduzida

na peça, para que se pudesse reconhece-la e certifícar-se

de sua vitalidade. A criança falava e ria. Foi techada

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Exercício diário para atingir a perfeição — Exposto ao solardente, privado de a.i:nentação e eslrorçando-s-' por suspender arespiração, esse fanático exercita o corpo para a insensibilidade,

no cesto, o qual se amarrou solidamente e ouvia-se asua tagarelice.

O drama começou. Os Yoghis acocoradosem volta,a uma certa distância do cesto, estavam imóveis e si-lenciosos, menos o chefe, que discutia com a criança eacabou apanhando uma espécie de iatagã e o mergulhoucom força atravez do cesto.

A criança deu um grito dilacerante. O sangue cor-reu atravez do cesto, fez uma larga poça no ladrilhoda câmara. Os espectadores estavam emocionados.

Os gritos da criança continuaram, mas enfraque-cendo, como se estivesse morrendo, e afastando-se, comose ela estivesse indo para longe

Nada mais se ouvia. Os Yoghis levantaram-se,desamarraram as cordas que prendiam o cesto, abri-ram-no e mostraram-no vasio aos olhos dos espectadores.A criança desaparecera.

O cesto foi fechado novamente. Os Yoghis retoma-ram seus lugares, e o chefe chamou a criança com ter-nura na voz.

Ao longe, fracamente, a voz da criança respondeu.Aproximava-se; estava agora na câmara; estava jáno cesto, e eram risadas infantis, às bandeiras despregadas.

Abriram o cesto: a criança saiu dele saltando e rindo.Os oficiais ingleses retiraram-se de junto dos Yoghis

e trocaram impressões. 0 cesto nao tinha fundo duplo.O solo ladrilhado não tinha alçapão. Como explicarsemelhante esca mo tea ção ?

Onde os olhos julgam ver, o aparelho fotográficonada registra.

As chapas ? Só ás chapas poderiam dizer a verdade.Se apanhados, não se poderia mais duvidar dos factos.

Na câmara escura, todos três espreitavam a revê-lação das chapas. A primeira mostrava os Yoghis sentadosem volta e o vasio no meio da peça. Nada de cesto. Asegunda mostrava o mesmo vasio. Distinguia-se níti-damente o ladrilho no centro da peça: nem cesto, nemcriança. E assim em seguida, até a última chapai

Os oficiais sairam estupefatos do gabinete revela-dor. Olhavam-se com espanto, perguntando — uns aosoutros se estariam loucos.

Por fim, deram uma gargalhada. Riam de si mes-mos. Haviam sido objecto de uma sugestão co-lectiva. Contaram-lhes o que iriam vêr, e julgaram vermesmo. Só o aparelho fotográfico não f£ra sugestionado...

A índia é, assim, cheia de extravagâncias desse gê-nero. Aqui é um Yoghi que passeia na rua com umacorda chega-se a alguém e promete, por algumas moedas,atirar a corda para o ar, prendê-la no invisível, e subirpor ela, o que faz, de resto, para desaparecer com areceita.

Simples alucinação, em que o Djorghi escolhe oindivíduo susceptível de receber a respectiva sugestão.

Quanto aos Yoghis da classe baixa, limitam-se àimobilidade, às posições inverossímeis mantidas inde-

33.° Ano — N.l — Junho 1946

finidamente, e aos suplícios suportados com aparenteesloicismo. „ , ,. *, ,

Alguns desses fanáticos ficam dependurados aum galho pelos pés, durante vinte e quatro horas nessaposição, sem sentir incomodo algum, respondendo atodos os que o interrogam e murmurando preces.

Outros ficam agachados, os braços cruzados atrásdas costas, ou então com uma perna dobrada sobre oestômago e a outra nas costas. E essa posição dura se-manas.

Este outro mantém um braço no ar durante anos, amão fechado, c, com o tempo, as unhas enterram-se napalma e atravessam-na, fazendo uma passagemsem ferimento, o que pode ser verificado por todo oque puser um óbolo no tapete.

Vê-se ainda um que fica de joelhos, outro que sefirma sobre um só dos pés; um terceiro que. apoiadonuma corda, não se deita nem se senta há dois anos. E\pelo menos, o que afirmam. .

Sobre uma longa prancha eriçada de pregos, depontas para o ar, um Yoghi nu, a bacia coberta comuma simples tanga como o Cristo na cruz, estende-sedocemente, sorrindo, como sobre um leito de rosas.Prendem-lhe as mãos e os pés, ou deixam-nos livres, evê-se logo o paciente tomar uma postura que pareceindicar o sonho extático e a mais intensa alegria íntima

Talvez isso nao passe de uma comédia. Os pregossão tão aproximados uns dos outros e tao iguais, que cadaum deles não suporta senão uma muito fraca parte docorpo e não penetra nas carnes.

Outro espetáculo: um Djorghi faz-se dependurarpelos pés a um alto ramo de árvore. Envolvem-lhe acabeça e o corpo num pano; prendem-lhe as mãos atrasdas costas c balançam-no assim sobre um fogo ardente.

Mas eis o que vai muito além da nossa compre-ensão. O facto não é comum mas pode ser visto: é umAttà-Djorghi que enterra a cabeça na areia duranteum dia todo, e indica por movimentos raros [que estapassando maravilhosamente.

Um brâmane que se faz enterrar durante dez meses

Um brâmane fez melhor ainda, há meio séculoatrás. Comprometeu-se perante o Radjah Radjet-Singh aficar dez meses enterrado. Autorisava-o a pôr guardasem volta do túmulo. Oficiais ingleses a quem o Radjahcomunicara a proposta pediram para colocar no túmulosentinclas inglesas. O brâmane recusou-se, dizendoque os ingleses nao eram da sua religião e que sua tm-pureza lhe daria infelicidade Foi preciso que se conten-tassem com guardas do Radjah e adeptos do brâmane.

No dia marcado, o brâmane se apresentou diantedo Radjah e dos oficiais ingleses. Levaram-no paraperto do túmulo. Deitou-se no chão e não tardou emcair em catalepsia. Um dos seus discípulos abriu-lhe a

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Um APRENDIZ de fakir — Sim, há escolas de fakirs, onde desdemeninos, os fanáticos se exercitam a suportar, semi nús, ao ardordo sol, vigiados por um profissional; cujos preciooss e bárbaros col-

selhos são seguidos à risca.

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946 17

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A PENITENCIA DO FOGO — Não é raro o vi dante ver penitentes, cAlu, (índia) expondo-se às torturas do fogo, para o resgate d

boca, dobrou-lhe a língua sob a abóbada palatina e

pôs aí uma fava. Depois, tapou-lhe todos os orifícios docv>rj>o, menos a boca, com cera.

Feito isto, o brâmane foi cosido num saco, diantetias testemunhas da cena. colocada num ataúde fechado.« cadeado e selado pelo Radjah e outros, e baixado ao

imulo, que foi murado. Jogaram terra na cova e se-mearam ceva a.

Os guardas velaram, a cevada brotou, colheram-na,•mearam novamente e, após a segunda colheita, isto

, .a» cabo de dez meses, o túmulo foi aberto em presençalo Radjah e das mesmas testemunhas.

Os selos estavam intactos. Abriram o caixão, ti-raram o brâmane do saco. Parecia morto; era apenassensível urn pouco de calor no alto da cabeça.

Os adeptos do brâmane puseram-se logo a tirar acera, a friecionar o corpo, a lavá-lo com água quente,^eao fim de duas horas desse manejo, sentiram o coraçãobater novamente, o pulsos reanimar-se, e viram O bra-mane abrir os olhos, depois a boca; soltaram-lhe a língua;tiraram dela a fava, muito diminuida, e o brâmane co-meçòu a falar, a mover-se. e finalmente levantou-se edeclarou sentir-se muito bem, embora um pouco iraco.A ausência dos guardas ingleses dá que pensar. .

Eis o que se vê na índia, e muitas outras cousasainda, realmente maravilhosas. .

A índia, entretanto, não tem o privilegio do ma-ravilhoso, O Islam está cheio dele, com os seus derviches,e os Aissaouahs da Argélia e da Tunísia. O Thibet estacheio de milagres desse gênero. ,

0 padre Huc, cujo livro fez furor ha dezenas deanos, e que, como missionário, foi o primeiro a tazeruma viagem inacreditável de Pequim à índia, em ca-'avana, atravez do deserto de Gob, da Mongólia e doThibet, conta que viu na Mongólia um go-lu abrir o pro-prio ventre com um sabre, em presença de milhares aetestemunhas.tirar as entranhas, mostrá-las a todos, repo-las em seu lugar, coser o ventre e retirar-se para ir jantarabundantemente. f

Não fazem o mesmo os nossos cirurgiões no ventredos outros ?

O QUE SE PODE VER NA FRANÇA

E tudo isso nada é perto do que se viu na E^opa,»a França, em Paris mesmo, no século AVlll, soore o

túmulo do diácono Paris, quando LuizXV, impressionado com a loucura quese apoderava dos parisienses, mandoufechar em 1732 o cemitério de Saint-Médard, em cuja porta um pândego es-creveu este dístico:

De par le rol, déjense à DieuDe faire miracíe en ce lieu.Carré de Montgeron, conselheiro no

Parlamento, escreveu um volume de oi-tocentas e oitenta e duas páginas, in-quarto sobre os milagres de S. Medar-do e divulgou os mais formais atestadosdas testemunhas e dos médicos. O livrointitula-se "A verdade dos milagres do Sr.de Paris".

Encontra-se nele, à página 32, oprocesso verbal seguinte, citado num ar-tígo de Gazier na Reme des DeuxMondes.

O processo-verbal enumera as teste-munhas do facto que se verificou no Pa-lácio da Justiça de Paris, nos aposentosdo recebedor das especiarias: ArmandoArouet, o conselheiro de Montegeron, umdoutor da Sorbonne, um conego deBayeux, três burgueses de Paris, núlordPerth, o sr. de Boisbessin e os dois irmãosArchambault, todos entusiastas do diá-cono Paris e que fizeram vir a esse localuma convulsionária, porque os milagrescontinuavam, mesmo após o fechamentodo cemitério.

"No dia 12 de Maio de 1736, entreoito e dez horas da noite. . .

"A chamada Maria Sonnet estandoem convulsão, a cabeça sobre um tam-borete e os pés sobre um outro, estandoos referidos tamboretes (de ferro) inteira-

mente nos dois lados de um grande fogão e as escondidas,de sorte que seu corpo estava no ar por cima do fogo queera de uma violência extrema, ficou ela por espaço detrinta e seis minutos nessa situação, em quatro vezesdiferentes, sem que o lençol em que estava envolvida,pois estava sem roupas, tivesse ardido, embora a chamapassasse algumas vezes por cima dele t

Seguem-se as assinaturas, e um post-scriptum igual-mente assinado por todas as testemunhas:

"Enquanto se assinava o processo-verbal, a ditaSonnet foi reposta sobre o fogo, pela maneira acima m-dícada, e aí ficou durante nove minutos, parecendo dor-mir em cima do braseiro, que estava muito ardente, e

queimara quinze achas e um feixe pequeno durante asreferidas duas horas e um quarto .

E sabem quem era esse Armando Arouet, o rece-bedor dá*s especiarias do Parlamento?

O próprio irmão de Voltaire. .:Eram essas criaturas loucos ou simples larçantes l

E' muito difícil avaliar por semelhantes documentos.

O maravilhoso, o mistério cerca-nos por todos oslados; é melhor^ dizer "o desconhecido , e melhor ainda"o inexplicado". ¦¦•.-. ,, *J*

Cabe à ciência examinar esses factos, controla-lose dízer-nos o que devemos pensar deles.

orno os do Montee seus pecados.

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O RELÓGIO QUE FALA

Um relojoeiro de Valencia inventou um relógio

falante, que anuncia as horas, meias horas e quartosde hora, acompanhando as vozes com anas musicais.

O original relógio, que seu inventor batisou de so-

novòx". hinciona electricamente e o sistema *gm

n2o é baseado em discos, mas em células toto-eléctncas

especiais de que o inventor guarda segredoP

Ò dono do aparelho, Ernesto Perez, gastou 12 anos

construindo o relógio-íalante, que pensa produzir em

grande escala.

Um sociólogo europeu afirma aue a matoria dos cn-

eninoíf incubou seus maus instintos na infância, devoto

à influencia de leituras perniciosas.

W^-udo 18 50.° Ano — N. 1 — Junho 1946 i

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VOCÊ SERÁ REALMENTE BELAEVITANDO A

QUS £ E2i£ZA-DE-MÁSCARA ? É esta falsa aparência debeleza conseguida com os recursos de um "maquillage"excessivo, com o fim de ocultar ou disfarçar imperfeiçõesda cútis. Além de artificial e efêmera, essa "Beleza-de-Moscara" constitui perigo para a vital respiração da pele.

PORTANTO, NÃO OCULTE, NÃO DISFARCE! CORRIJA ASIMPERFEIÇÕES COM LEITE DE COLÔNIA!Não adie para amanhã... Con-suite seu espelho agora mesmo...Veja o que êle lhe diz ! E, senotar o aparecimento de algu-ma imperfeição, não siga o pri-meiro impulso. Pense bem !Rugas, espinhas, cravos, sardas,manchas? Não há erro maiordo que pretender ocultar oudisfarçar os defeitos da pele...Proceder assim será apenasostentar uma perigosa "Beleza-

/eite é

de-Máscara". O certo é seguireste caminho fácil, prático esimples — corrigir as imperfei-ções, eliminando-as! A partirde hoje confie esse cuidado aoincomparável Leite de Colo-nia, que limpa alveja e ama-cia a pele, libertando-a dasimperfeições. Dessa forma, con-seguirá, enfim, dar à sua cútisuma beleza jovem, radiante e,principalmente, real!

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U/vifA, ALVtJA E AMACIA A Ptitl

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ÊÈÊÉÈÊSÊÉ .íl

Eis o fácil tratamento diáriopara sua pele \

Use Leite de Colônia pela manhãe durante o dia como base parapó. A noite, para tirar o "ma-quillage" e limpar a pele. Use-oigualmente para proteger su icútis centra os efeitos do sol.

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30.° Ano — N. I — Junho 1946 19 ^Sei^iãio

ROMANCEHISTÓRICO

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OS HUGUE NOTES DE G. G. TOU-DOUZE

-O senhor de Nevers saberá que quem me obedece. pccompensadol. . Disseste-lhe tudo, como eu íe acon-selhei *

-—Disse, senhora, tudo, sem nada omitir: como, sem*o conhecer, à ordem de meu pai, lhe havia prometidoninha fidelidade. . . como cu pensava obedecer. . . comoni eslava pronta a aceitar. . . esse marido desconhecido. . .nias como, sozinha, exposta aos salteadores, fui prote-nida salva da vergonha, da morte. . como esse salvadordesconhecido, no mesmo momento,se apoderara do meucoração. ..-como eu vos havia cimfiado esse amor, ex-nosto minhas angus;ias, minhas aflições... como, naossa bondade, havieis tomado o partido desse transporte

dc todo o meu sêr, mandado procurar, descobrir essesalvador. preparado um encontro. . . como, finalmente,mtes de me juntar a ele, me havieis mandado ao encon-ro de Nevers a fim ile obter o rompimento por ele de

um compromisso de conveniência... porque eu nãopodia amá-lo.

Sorriu com uma candura encantadora, explicando:Nào posso amá-lo porque amo um outro. E não

oosso desposá-lo, porque nao o amo. E muito sim-pies, não 6, se-oli ora .

Muito sim-pies. natural-mente. . con-cordou i\'iargari-da, obrigando ajovem eompanhci-ra a sentar-se jun-to dela no leitode reiva .

E prosseguiu:Tão sim-

oles que Neve rs

mesmo.Margarida, desfolhando

e retrucou, com uma ingenuidade engraçada.:,M<is não, senhora.. . Nao compreendeu nada. . .Ah! o tolo! — murmurou a rainha.

- Ao contrário: recusou logo, discutiu, argumentou. . .Falou-me em promessas trocadas, compromissos de meupai, necessidades políticas, aliança de duas casas. . .casamento de conveniência

Imbecil! — resmungouuma rosa, irritada,

— Imaginai, senhora, que chegou até a quererprovar que casamento e amor são duas cousas bem dife-rentes. . . que se pode casar sem haver amor. . . que,no nosso mundo, uni marido e uma mulher são doiscompanheiros associados para aumentar a fortuna e areputação de duas casas. . . que, por conseqüência, nãohavia motivo algum para que eu não mantivesse a pa-lavra dada à casa de Nevers pela casa de Saint-Bris, ee com a qual a casa de Nevers tinha o direito de contar. . .

E lu, que dizias?Que nunca desposaria um homem a "quem não

amasse e que vós, minha soberana, me dáveis razão.Miilto bem1, minha filha . E que te respondeu?...

Valentina bai-xou a cabeça, cc-rou, desviou os c-

compreendeus_o, .

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li :alnos, caiou-se.lvlar.Migarida agarrou-a

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Valentina sa-cudiu a cabeça A )• O T O G R A V 1 D 12 I- X O.

pelos ombros, obr?-gando-a a olhà-L»tle frenle:

Vamos! Queíe respondeu. . .

A.

Repete. . .Não ouso..

— Repete, es-tou te dizendo!. .Ordeno-te. . .

Mademoisellede Saint-Bris arti-cuiou inuito baix-'

REMUMO DA PAR li I A' i'l BLU W».\

A aceSo passa se no bempo tio Rei Carlos IX.A' h. ira do Loire iam dv,is cavaleiros; o velho Marcelo e seu amo

tuessire Raul dc Nanais», ambos protestantes. Conversavam sobre a

litica do rei e tio almirante Coligny. ile cougraeamento cie católicos

huguenotes, Em dado momento, ouvem p d idos angustiosos de

«ocorro um grupo numeroso assaltava uma liteira. Os dois cavaleiros«eviuiram imediatamente e puseram m fuga os bandidos. Mar».elo,rguitlo nos estrib >s, esqueirinhava os horizontes; Raul toara imo

vel «lii.inte da liteira, enquanto os criados levantavam uma «Ias liacáneias que estava caída. Sob as cortinas de brocados surgira o rostole uma donzela vestida à ultima moda da Corte, eomo Raul cons '

(atou porque, havendo há ile/. «lias assumido seu posto em Amboise,ira os requintes de elegância das damas de honor da rainhà-rtiãe

Catarina. Cairá lhe* a mascara, usada como regra, e Nangis sentiu-•r perturbado ante a beleza da jovem .

Marcelo, entretanto, deu uin grito d.e alerta; voltavam os assai-tantes, e cóm arcabuz*. s, A lltcíra partiu a galope e Raul so teve tem-i>o de ouvir um "obrigada, meu fidalgo!" e enfrentar os malfei-«.res com Marcelo, cuja pqntaria loi logo coroada de êxito. E de

novo os paiiies se puseram eio fuga. Enquanto isso. a liteira desa

carecera na direcção de Amboise, e o iovem oficial, impressionado

pela visão que tivera, perguntava a Marcelo se vira os brasões quetinha a liteira,

Dias após. os mais festejados iovens às corte d.e Valois reuni-on-se em casa do conde de Nevers. que dava a sua ultima reunião'"-• rapaz, já que se casaria dentro de < i o dias. Todos os ile/. ou do^e

eram católicos, e Nevers declarou que iria receb» r ;» mesa, por encargoIo rei Cai-los. um jovem oficial protesta* te. Houve certa arimosi-

'-ade, que o anfitrião dorqínouie Raul de Nanais, com o seu soldado•Wcclo, cheLrou e I ,i b ir. recebid ., e a camaradagem reinou entre os

convivas. Quando começaram a beber à saúde cias damas dos seus

pensamentos, o eo de dr Nevers impôs que não se declinassem no»mes, e um dos convivas avançoy que talvez não fosse tácil a Nangis*Uzer algum, dado que ha p mt. s dias se achava no castelo, tendo odireito tle ainda nào haver escolhido. . :

Raul de Nangis, entretanto, afirmou que amava, e para Ioda vida:Os outros lembraram-lhe que não deveria dizer o nome, e com sur-Presa de todos o jovem oficial confessou que não sabia o nome oa

eleita. . . E ele contou então a aventura da liteira, rematando pordizer que amava cada vez mais a desconhecida.

Nessa ocasião, um lacaio preveniu o conde de Nevers de que o

procuras, am; o anfitrião, negou-se a receber o visitante. Mas era

uma visitante, que o lacaio não podia reconhecer, e o conde teve ae

ir recebê-la no oratório, do castelo.Enquanto o conde atendia a visita, os amiuos puseram-se a,jns-

peccionar o salão do castelo, onde descobriram uma janela dissimu

lada por uma p.sada cortina, janela que dava para o oratório, e

através da qual viram Nevers com a desconhecida, que —diziam

---era linda. Nenhum deles vira jamais aquela criatura. Raul de

Nangis foi levado também à janela, para vêr. e teve um sobressalto

horrível, identificando a jovem misteriosa da liteira.

Nevers, despedindo a visita, regressou para o meio dos amigos, .

relatando em particular a um deles que a visitante era sua noiva, .

que ali fôra por ordem da rainha Margarida pedir-lhe que ele próprio,

sob um pretexto qualquer, rompesse a promessa de casamento h;

Nevers não tivera outro remédio senão cumprir a ordem da rainha,

anulando seu casamento com a filha do conde de Saint-Bris Aos

demais amigos, Nevers declarou que tivera uma conversa de negócios.

Foi quando apareceu na escada do parque um elegante pagem

a procurar messire Raul de Nangis. ao qual entregou uma men*a-

-em Raul leu em voz alta a mensagem em que lhe diziam, sem assi-

natura, que o pagem tinha ordem de vendar-lhe os olhos e de condu-

zí-lo sem que cie fizesse pergunta alguma. Sena alguma pilhéria:

PiÓr'para o gracejador, porque ele iria! Os outros, treinados na Corte,

r-conheceram a letra e o siriete» era de Margarida de Valois, a nunhn.y

irmã do rei Carlos. E Nangis. sem saber de quem era o convite, isto.

é, a ordem, deixou cpie lhe pusessem uma venda nos olhos e acom-

panhou o pagem. . .Margarida, a "rainha Mar-got » estava nos seus caramancheis

d- verdura com as suas demòiseUes cTlionneur quando uma oelasdhe.

comunicou que a ultima nomeada, que ela mandara em missão 'g

nor c io regresso se mostrava ansiosa, estava cie volta.

Margarida despediu as jovens todas que estavam na sua com-

panhia comandou chamar a qu, havia voltado da missão: \alentma

de Saiht-Bris', , ... 0 „ -7 , .. , •Oue havia respondido

"ele"? Que decidira? L Valentina decla-

r u. cpie ele prometera recusar sua mão, não por ela, a quem o conde

não teria cedi<lo, mas sim oela rainha, a quem obec.ecera.

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&$ctfudo 20 30.° Ano — N. 1 Junho 1946

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Disse-me que reconhecia muito bem nisso o«espírito romanesco da. . . da. . .

. . .Da rainha Mirgotl. . . Vamos, dize a palavra.Pensas que me ofende? Ainda agora eu ria disso comàs tuas companheiras. . . Foi isso. não foi i

Foi, senhora — balbuciou Yalentina, conlusa.

Margarida de Valois levantou-se. Apesar dos

seus dezenove anos, que faziam dela a caçulade alguma das suas damas e ligeiramente mais

velha que outras, a filha mais moça de Henrique IItinha nas veias o sangue impetuoso e autoritário do avô,Francisco I. A contradição exasperava-a. A desobe-diência tornava-a furiosa. E ela'resmungou:

Nevers é um insolente. Nao porque me dé essecognome que me diverte, de que eu gosto e que, se meaborrecerem muito, reivindicarei como um título; masporque quando uma princesa de Yaloís hoje, uma rai-nha da Navarra amanhã, ordena, um Nevers, seja conde,duque coroado, oficial da coroa ou herói de dez batalhas,não tem senão que curvar a fronte, obedecer e calar-sel

Mas ele obedeceu, senhora! — exclamou Valen-tina. —Obedeceu precisamente no instante em quesoube que ordenáveis. . . E eu sou livre, graças à minhasoberana. . _ • *•• te jn*-

Depois, com uma espécie de^pudor singular e umpouco de ironia comovida:

Não sei se ele representou uma comédia. . . Nãoestou apta a discernir essas cousas. . . Mas pareceu-me .que ao me restituir assim a liberdade, para vos com-prazer, o sr. de Nevers tinha algum pesar. Ter-lhe-ei,realmente, causado algum desgosto? Seria pena!

Margarida agarrou a demoiselle d'lwnneur e deu-lheum longo beijo

Tu tens o coração mais adorável que conheço!Não te preocupes mais com o conde de Nevers. . . Eleme obedeceu. Que ele se vá consolar onde quiser se,realmente, esse príncipe dos libertinos teve por ti ummomento de sinceridade. O essencial é que sejas livree eu te possa unir ao belo soldado que amas. . . Então,que é isso? que é que há?... Estás chorando agora?De alegria, suponho...

Valentina de Saínt-Brís curvou novamente a fronte,e dos seus olhos subitamente velados duas lágrimas ro-laram-lhe pelas faces empalidecidas. A mela voz, elaexplicou:

Senhora, eu não desposareí Nevers porque nãoo amo. . . Mas tambem não desposarei aquele a quemamo de toda minha alma, porque não posso.

A rainha ficou espantada:Não podes? Oue fantasia é essa? Estás agora

Com despropósitos ?. . . "Amo e nao posso." Não sabe-rás mais, por acaso, o que queres?Oh! sim! — afirmou a jovem — eu sei. Massei tambem que estarei, para sempre, separada dele.

E qual a razão ?Mademoiselle de Saint-Bris levantou a cabeça e

disse num tom de desespero:Bem sabeís que os nossos cultos são diferentes. . .

as nossas religiões, opostas. . .E então ?

Ao sorriso de Margarida, Valentina respondeu comum suspiro longo:

Conheceis a intransigência de meu pai: um dosprincipais chefes do partido católico não pode dar a filhaa um oficial protestante.

Um dar de ombros acompanhou esta réplica altiva:Perdão, minha querida; quando Carlos IX, rei

de França e, suponho, tão bom católico como teu pai,dá sua irmã predilecta Margarida em casamento a Ilen-rique rei, da Navarra, chefe supremo dos Huguenotes,não vejo bem como o sr. conde de Saint-Bris, gover-nador do nosso Louvre, possa ter a liberdade de dar liçãode religião ao seu soberano.. . Poderia ter de se arre-pender!

E logo a seguir, estas palavras consoladoras:— De resto, tranquiliza-te. Preví o caso. A' tua

revelia, mandei chamar teu pai. Falei-lhe. Ele com-preendeu que o amor é mais forte do que as crenças eaté mesmo que as posições. . . E tenho o seu juramento.

Valentina estava já de joelhos diante da rainha:-AV senhora, como sois boa!

Mas logo após, esta nova Inquietação:— Porém, os Huguenotes, diz-se, tém por costume

sacrificar tudo ás suas regras austeras. . . Se Raul...fosse.. .

Margarida deu uma risada de desafio:Ele? O teu Raul?... Eu só queria ver isso]

Um ruído de passos no cascalho das aléias. Mar-garida inclínou-se, examinou através das folhagens edisse:

Nós vamos é vêr agora mesmo, porque ele aíestá!

Valentina levantou-se, assombrada:Ele?! Aqui? Como? Por que?...Porque Chenonceaux, sabes por ti mesma, fica

apenas a três léguas de Amboise, E ao mesmo tempoque eu te mandava à cisa de Nevers para te desembara-çares de um laço ridículo, despachei o astuto pagem Ur-baho à procura do teu altivo batalhador: o rapaz é esperto,conseguiu descobrir logo o sr. de Nangis, e trà-lo lãodepressa que. por um tris, teriam os dois feito juntos ocaminho, ele e tu! Ah! ahi ah!

A jovem assustou-se, defendeu-se, declarando quenão queria vêr Nangis assim... Uni momento... umahora. . . E tanto, que Margarida, indulgente, aquiesceu;

Tens tanto medo que le recuse? O teu espelhodeveria ser bastante para te poupar esse temor absurdo...Enfim, vái... Para Iranquilizar-tc, sou eu (piem o vaireceber primeiro, quem vai í n ter roga-lo. . . L não techamarei senão para pô-lo ajoelhado diante de ti...Sai por esta arcada.

De um salto, sem mesmo agradecer, Valentina tles-apareceu. Margarida esperou um momento c depoistrílou um apito de prata. Urbano apareceu no caraman-chel.

Pagem, sem lhe tirar a venda, traga-me o seuprisioneiro.

A~ CONSPIRAÇÃO AMOROSA

SOZINHO, no meio do salão de verdura, Nangis es-

tava de pé, de olhos vendados, imóvel. Iodos oslacaios se haviam retirado. . . E novamente, deita-

da a meio no seu leito dc verdura, Margarida entre-tinha-se em prolongar a espera e o exame. Seu olharobservava o uniforme correcto, o rosto delicado, dis-tinto, com a ligeira barba em ponta e ds finos bigodesque eram de regra na Corte, enquanto sob a carapuçade piuma a fronte are ia mais alta ainda, já que a ven-da de seda bem ajustada por Urbano ocultava intei-ramente os olhos.

Não sabendo de maneira alguma aonde fora levado,não ouvindo rui do ai um em torno, Raul ficou absolu-tamente imóvel: apenas a crispaçao da sua mão enlu-vada de biífalo no punho ila espada poderia trair umaemoção interior, que a sua vontade dominava.

Margarida clc Valois murmurou consigo:A escolha da pequena é boa. O rapaz agrada-me;

e pedirei a Carlos que mo dê para minha guarda pessoal. . .Um huguenote para ir para Navarra, seria perfeito. . .Mas quero vêr-lhe os olhos.

Com um gesto, Margarida despediu Urbano, opagem, que desapareceu logo, silenciosamente, pór trásda cortina de rosas. Apanhou a máscara que estava aolado, numa almofada, e ajustou-a cuidadosamente.Depois, enquanto com uma das mãos agitava seu lequede plumas e com a outra acariciava um galgo, disse:

Messlre Raul de Nangis,pode agora tirar a venda...Raul arrancou o pedaço de seda, que caiu a seus

pes, e sua fisionomia reílectiu o estupor de se encontrarassim, sozinho, no centro de um pavilhão dc verdura,em presença de uma dama mascarada cujo vestido deseda rosa, pérolas magníficas no pescoço e nas orelhas,anéis de diamante, esmeralda e rubi, cinto de ourivesariae fivelas de brilhantes nos sapatos revelavam a cate-goria elevada, ao mesmo tempo que a delicadesa dasreições, a despeito da mascara, traía a mocidade resplan-decente.

O riso fresco da jovem dama acolheu a expressãoespantada, e quando o oficial se curvou desastradamentesem saber o que dizer, esta pergunta acabou de confim-dí-lo:

Então, senhor cavaleiro, é esse o único cumpri-mento que a minha presença vos inspira?... Esperavade vós, meu prisioneiro, algum madrlgal à moda dc Ro .-sard e cie Du Bella v . . Ajas como? nada?

E à guisa de despeito, este dito um pouco irritado:

aViJ:.-?tLt«r:Tf.>.Vr.;,..y...1,a.iJ..^.iTSHy....I

30.° Ano — N. 1 — Junho" 1946

Afinal de contas, senhor oficial, o silêncuTé tal-vez cm vós a eloqüência dos vossos Cumprimentos..."

Nangis eniperligou-sc, procurando uni pouco aspalavras: , , ^Senhora, desculpai-me. Recém-chegado à Cortedo rei Carlos onde o sr. almirante houve por bem obter-me um posto, nao conheço senão os campos e a lingua-gem das armas. Invejo o feliz desembaraço de todos essesjovens fidalgos acostumados desde a infância ao serviçodas damas. E no assombro em quc me vejo por achar-meassim subitamente em vossa presença, sem saber o queme faz merecer esta honra, vós me descúlpareis a igno-rância e a inabilidade.

Margarida ouviu a sorrir. Inclinou a cabeça, comcondescendência:

Nao é tão mal para um ínábil.Depois, brincando elegantemente com o leque:

- Uma pessoa a quem muito quero e que julgadever-vos alguma obrigação, falou-me longamente devós e dos vossos méritos, senhor. Como nao me fio senãoem mim mesma, quis conhecer-vos. Mandei buscar-vos,como vedes. . . com um certo mistério; não desgostodisso. . . Nao deixais de corresponder ao retrato que devós me fizeram... Ora, tenho algum valimento, e porternura pela pessoa que se interessa por vós, resolviservir-vos, se quiserdes. . .

Um sorriso ligeiro, descobrindo magníficos dentes,sublinhou a frase.

Raul, mais desorientado do que nunca, p'de apena?«balbuciar:

Ku?... Vós?.., [Mas então, quem

21 jCfè?ps^

E pôde

Jsois vós,

se ii noraA resposta foi escarnecedora:

-Outros que nao vós, talvez tivessem já adivi-nhado, messire de Nangis. Mas disseram-me que nãoconhecieis grande eousa nem de brazôes, nem de sinetesde cartas, nem de emblemas, nem de outros pormenoresque alguns, nesta região da Corte, lêem ao primeiro olharlançado a uma dama. . . Kntão admitamos, se quiserdes,que sou unia amiga... Uma amiga de uma pessoa quevos. . estimais •consideravelmente. . .

O oficial estava cuia vez mais perplexo; nem sequerpensara em lançar um olhar em torno de si atravez daespessura da folhagem que rodeava sua bela in terio-cutora; e o seu cérebro procurava em vão a solução doenigma.

De repente, Margaridaise levantou, com um gesto

seco, o olhar irritado*Que é que hà ainda ?

Nào sabem deixar-me emrepouso ?

Um pedaço da cortinaverde e rosa se erguera; umacabeça apareceu.

Urbano?. . . Mas euhavia proibido. . .

0 pagem descobriu-see inclinou-se longamente:

Senhora, peço per-dao. Mas alguns senhores,por ordem vossa, dizem eleschamados urgentemente pa-ra ;unto de vós, e primeiroquc tudo, solicitam a honrade render suas homenagensa Vossa Majestade!

Margarida estava de péCom um gesto seco, arran-cou a mascara que se tor-nara inútil e jogeu-a aoacaso, murmurando:

Ah! que importuna-çao! Havia-me esquecido,kles chegam muito cedo!

Depois, seu rosto se ilu-minou com um sorriso amistoso, vendo a emoção deNangis, o qual, reconheceu-do a futura rainha de Na-varra, dobrou o joelho e cur-vou a fronte diante daque a

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Em quanto euo distraio o /7__ f<;/; Giscüiinclo a conta, você "abafao àçucareiro.

que ia ser a mulher do chefe dos Huguenotes.apenas balbuciar:

Senhora. . . desculpai-me. . .Margarida olhou-o longamente e depois disse:Estais vendo, messire de Nangis, que pobre vi Iae a nossa. _ Quis, uma vez fazer um pouco de bem emsegredo: não me deixam ao menos tempo para isso; sourainha e nao me permitem um momento sequer, que euo esqueça.Um suspiro sem fingimento, e esta ordem:

Vamos, Urbano, chame as minhas damas, façaerguer estas cortinas de verdura que me davam a ilusãode ser uma simples camponesa: Margarida de Valois ede Navarra pôe o seu diadema. . .

E voltando-se para Nangis, com um sorriso muitocordial:

So as rainhas têm um privilégio: o direito deescolher, como lhe agradar, o cavaleiro que deve escol-ta-las. . . Senhor de Nangis, a vossa mão, eu lhe peçol. . .

Estendeu a sua, em cujos dedos brilhavam ao

sol jóias admiráveis. Pousou-a sobre o punhoqute Raul, de cabeça descoberta, ofereceu respei-

tosa mente e, com a saia de seda atritando no cascalhoda aléia, fez assim sua aparição sob o dossel de ver-dura que dez mãos de pagens ergueram para deixa-lasurgir.

Senhores! a rainha! — gritou Urbano.E na praça circular próxima, cinqüenta cabeças de

homens se 'curvaram, cinqüenta bustos de damas sedobraram na grande reverência da Corte, enquanto paralá dessa fila de cortesãos respeitosos, aos olh^s mara vi-lados de Raul, as altas muralhas de Chenonceaux, ba-nhadas de so , formavam uma decoração de grandezae de apoteose.

Ao mesmo tempo, um murmúrio curto, discreto,entre as frontes curvadas, os ombros inclinados, desli-usando da boca ao ouvido com uma extrema finura. . .quem era aquele jovem, aquele oficial perfeitamente des*conhecido e de porte altivo, mas bastante provinciano,a quem Margarida de Valois'^dava a honra de uma en-trevista naquele gabinete de verdura onde, de ordinário,não tinham acesso senão as suas damas de honor maisíntimas?... a quem a futura rainha de Navarra dava,em seguida, a lionra ainda maior de escolhê-lo como

cavaleiro, de tomar sua mãopara se fazer conduzir à re-cepção oficial dada à suanobreza ? Uma tal escolhalem um lugar desses! Comas pálpebras sorrateiramentebaixadas, os olhos cruza-vam-se, interrogavam-se. . .

Margarida, cuja ironianatural se divertia com tu-do o que via, com tudo oque compreendia, e com tu-do o que adivinhava duran-te a sua passagem por entreaquelas homenagens, nãopôde deixar de agravar ascuriosidades e superexcitaros ciúmes.

Enquanto andava, dissebem alto:

Senhor de Nangis, es-tá claro que a vossa liber-dade me pertence pelo diatodo Exijo que não me dei-xeis, porque a todo instan-te posso precisar de vós. . .

Inclinou docemente acabeça num gesto que lheera familiar e, com um sor-riso que descobriu seus den-tes admiráveis, acrescentou,um pouco mais baixo:'

De resto, tereis avossa recompensa, porquedei a minha palavra de rai-'nha coroada. . . ou prestesa ser coroada. . . que o vos-so serviço receberia no cor-

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rer deste dia a sua recompensa. . . Quero fazer a vossafelicidade, senhor de Nangis. . .

O oficial ficou espantado e balbuciou:Minha... minha felicidade?... Mas, senhora,

nao percebo. . .Perceberá mais tarde, daqui a pouco, talvez...

As palavras, embora em tom mais baixo, forampronunciadas e voluntariamente, parece, de maneiraa que certos ouvidos as ouvissem. Tanto que, por trásda rainha e do seu cavaleiro que passavam lentamente,as cabeças se ergueram, os- olhares se cruzaram, e asadmirações se trocaram. . . Nunca Margarida, de restoousada, livre e fantástica, mostrara semelhante predi-lecçao por um simples cavaleiro. . . Eo nome correu ra-pidamente: Nangis?... Nangis?... Quem o conhecia?Quem já o vira ? De onde sairá esse oficialzinlio, sur-gido assim de improviso?... Depois, pronunciada poruma boca — que ninguém saberia qual lora — umapalavra correra logo, e muito: "lluguenote". . . E tro-caram-se logo gestos, de prudência entre alguns, de cóleraentre outros, dc satisfação entre muitos. Üs primeirossabiam que era melhor calar em presença das flutuaçõespolíticas de que a Corte de França era teatro* naquelashoras turvas; os segundos, sectários, nao podiam admitirto eráncia alguma, apesar das vontades do rei; os últimos,finalmente, altamente satisfeitos por verem que Mar-garida de Valois, como sua mãe Catarina, como seu irmãoo rei Carlos, manifestava vontade de presidir, com auto-ridade se preciso, à reconciliação de todos os francezes,qualquer que pudesse ser sua maneira de conceber ossentimentos religiosos. Esses não se constrangiam emprocurar-se com os olhos, £elicitando-se por essa inespe-rada cena e fazendo seguir a jovem soberana por umcortejo de aprovação e reconhecimento.

E andando, ela trocava, à direita e à esquerda,uma palavra amável, um sorriso com aqueles e aquelasque lhe faziam alas respeitosas.

Diante dela o castelo, que os seus olhares contem-pia vara de quando em quando com carinho e admiração,brilhando com um fulgor mais magnífico e deslumbradorque o do esplendor do sol.de Julho. Tanto que ela paroue dirigindo-se a um tempo ao seu cavaleiro e aos cortesãosmais próximos, afirmou:

— Por todas as graças e todas as musas caras aossenhores da Plêiade, estava longe de ser um tolo esseTomaz Bohier, antigo camarista do rei Carlos Oitavo,cuja alma Deus tenha, e geral das finanças da Normándia,que teve o gosto de adquirir o velho moinho outrora,diz-se, erguido neste braço do Cher; a inteligência delançar os alicerces de um dominio destes, o dinheironecessário para começá-lo, e a lealdade de cedê-lo a meuavô, o rei Francisco!. . . Mas viva Deus! meus amigos,infinito reconhecimento devo à Senhora Catarina, minhamãe, que soube, por sua vez, embelezado para alegriados nossos olhos.

Na primeira fila, uma voz se elevou, explicandorespeitosamente:

Em verdade, senhora, esses arquitectos da Itáliasouberam, para os nossos reis, salvar os nossos domíniosda barbaria gótica e florir o vale do Loire com maravi-lhas tiradas à arte de seu país. . .

Margarida voltou-se, como sob uma ferroada deamor-próprio:

Olá! senhor de Vignay, eu protesto... Talvez,em certos sitios, Chenonceaux deva alguma ao gostode aíém-montes, e não serei eu quem dirá mal do paísonde minha mãe nasceu. Entretanto, francesa sou, eregosijo-me do que os nossos mestres de obras, em voltadesse bom Philibert de 1'Orne, te ham refeito e íermi-nado o meu Chenonceaux dentro do espírito da nossanação...

NO silêncio respeitoso criado pela resposta a João

de Vignay, a jovem olhou, respirou e depois mur-murou:

Isso é belo, sim... muito belo...E ao lado dela^ uma voz moderada replicou:

Muito belo, sim. . . e a verdadeira moldura quea vossa beleza exige. . .

Era Raul que, sem se preocupar com a etiqueta,* falara de repente. E sentindo tremer o pulso que sus-

tinha os seus dedos, Margarida teve uma surpreza satis-feita': aquele jovem oficiai de maneiras um tanto rudes,aquele huguenote severo e convencido saberia ser poeta?

22 30.° Ano —- N. 1 -~ Junho x94 6

Ousaria ser galante?. . . E isso sem recear o escàrneo,sem se preocupar com o ferir as regras dò ceremonial ?..Margarida reprimiu um movimento espontâneo e sorriumisteriosamente: o homem era mesmo o que ela supunhae Valentina seria feliz. . . Então, para que tardar em or-ganizar essa felicidade, em tornà-la p blica ? Era pre-ciso agir, e imediatamente.

E num dos seus ímpetos que a tornavam tao en-cantadora à sua roda, Margarida, desejosa de preci*pitar as cousas, parou, virou a cabeça para tocios oslados e reclamou:

— Urbano, eu lhe dei a incumbência de preveniros senhores de Saint-Bris e tle Nevers de que tinha defalar-lhes já. . ; Não o fez?

O pagem inclinou-se:Esses dois fidalgos esperam aqui as ordens de

Vossa Majestade.Já as filas se haviam afastado, abrindo caminho

pelo qual, lado a lado, em costumes de corte, um maisvelho, mais austero e vestido d.e veludo azul, o outromais moço, mais ágil no seu gibao de seda branca e negra,o conde de Saint-Bris, governador do Louvrc, e o condede Nevers, adiantaram-se, curvando-se igualmente, asplumas brancas dos seus chapéus varrendo o cascalho

Margarida acolheu o mais graciosa mente possivela dupla reverência:

- Senhores, agradeço a vossa solicitude, que faci-lita a minha tarefa: conde de Saint-Bris, sois meu bóspede hà oito dias; portanto, eu sabia que poderia vêr-vosa minha vontade. Mas o meu chamado foi procurá-lo,até perto de Amlxnse, conde de Nevers, e fizestes diii-gencia 'As ordens de Vossa Majestade!

Os dois homens responderam juntos e o sorriso da'rainha Margot" se fez mais malicioso:-Minhas ordens são muito simples, senhores..

Com grande pesar nosso, Senhora...Com a mão pousada no pulso ile Raul, puxou este

para a frente:O senhor de Nangis, oficial de meu irmão o rei

Carlos, amanhã, por ordem de seu senhor, passará a meuserviço. . . Sei que outrora, em momentos penosos emque os nossos súbditos se entregavam à discórdia, vos-sas famílias e a sua se achavam em dois campos inimigos...Esses ternas não devem existir mais. A rainha minhamãe, o rei meu irmão, entendem daqui j*H*r diante rei-nar não sobre certos franceses, mas sobre todos os fran-ceses. Essa vontade absoluta, à qual junto a minha comoprincesa de Valois, como próxima rainha da Navarra,é de meses para cá, vós o sal>eis, a regra da Corte. Resolví, portanto, qne o sr. de Nangis, meu oficial, com osr. de Saint-Bris, governador do nosso palácio do Lou-vre e o sr. de Nevers, um dos nossos mais leais súbditos,fariam aqui, diante de mim e por mim, em presença detodos, pacto de amizade fiel, recta e firme. . . lenhoo desejo disso, o gosto e a necessidade. . . Compreen-destes ?

RAUL, cheio de surpresa, recuou um passo, sem

compreender bem. Olhou alternativamente paraa rainha cujos dezenove anos acabavam de pro-

nunciar essa ordem com extranha autoridade; para Saint-Bris, muito calmo e um pouco solene como convmh»à sua linhagem, á sua idade, càs suas funções; para Ne-vers. que sorria, com um brilho malicioso nos olhos

Sem se dar pressa, o conde de Saint-Bris articuloupausada men te:

Senhora, desde que, hà dias, me exprimistes essadecisão, eu vos dei a minha palavra: Saint-Bris só temuma e não sabe retirá-la .

Então. * Nevers, mais exuberante, exclamou:Senhora, o meu zelo pela coroa ántecipou-seàs vossas ordens: quando mandastes buscar o sr. deNangis com um pouco desse mistério de que muitasvezes tanlo gostais, Raul se achava em minha casa,à minha mesa. E tive a impressão de que a amizadeentre nós estava selada. Assim, sinto-me feliz em ve'rque o vosso chamado, ao mesmo tempo, me fez acudirem cima dos passos do meu novo companheiro!

E a mão estendida procurou alegremente a de Nan-gis, que retribuiu logo o aperto, sem segunda intençãoMais grave, Saint-Bris desenluvou os dedos e ofereceu-osa Raul com uma certa solenidade, mas com toda a intei-reza.

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30 ° Ano —N.I — Junho 1946

Depois, voltando-se para a jovem soberana, o gover-nador do Louvrc acrescentou:

Mas O meu juramento a vós, Senhora, compor-(ava duas partes: acabo de manter a primeira, e estoupronto para a segunda quando vos aprouver, - -de acordoçòm Nevers, a quem tomei a hl>erdade cie pôr a pare qüe,precisamente, me restituia uma palavra trocada entrenós, tle facto, um pouco levianamente e mais por con-veniência do que por sentimento. Vossa Majestade muitobem e muito graciosamente compreendeu e corrigiu.

Dessa vez, Margarida deixou resplandecer uma ale-cria que lhe iluminou o rosto, fez brilhar seus olhos eanimou sua tez com um brilho novo. Contemplou, al-lernativamente, os dois senhores católicos cortezmentesorridentes, e o jovem huguenote grave e um tanto con-trafeito por sc vêr alvo de tantos olhares curiosos. Ebruscamente, num desses movimentos de espontaneidadeque faziam tia sua vivacidade uma das alegrias incessan-temente renovadas dessa Corte às vezes um pouco me-lancólica cm torno das preocupações do rei e dc sua mãe,bateu palmas como uma criança e exclamou:

Ah! julgo que fiz um belo trabalho real; porqueverei iluminarem-se ao mesmo tempo, cousa rara, e pelomesmo motivo, cousa ainda mais rara, a fisionomia daSenhora minha mãe e a tio senhor Almirante!

Encorajada, a roda riu c bateu palmas de aprova-ção* E Margarida declarou:

Então, iá que tudo está disposto, conde de Saint-Bris, recebei cia minha mão o vosso genro!. . . E vós,Raul. cumprimentai o vosso sogro!

Se o governador ilo Louvre por um lado, e Nevers,•*>or outro, que renunciara à mao de Valentina a quemnào amava e que desposana por conveniência, não ma-nifestaram, e çom razão, surpresa alguma, Raul, muitoao contrário, nào pôde conter um sobressalto de estupor,cuja exclamação se perdeu em meio das aclamações quesubiam da multidão de cortesãos. solícitos em aplaudirsua rainha e felicitar Nangis por essa união inesperada.

Km vao, o jovem huguenote procurou falar. Emvão, pela sua lembrança passou a visão da jovem quesalvara, a quem dera seu coração num ímpeto súbito,pela qual se vira traído ao avistá-la no oratório de Nevers.e em quem, apesar de tudo, nao podia deixar de pen-sar e tle perdoar. Envolveu-o uma espécie de turbilhão,contra o qual se debatia em vão E as palavras ruidosas,os cumprimentos dos cpie sc comprimiam para felicità-lo.

tle comprazer à rainha, acabaram tle aturdi-lo.

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desconhecida salva nos prados de Amboise, o seu sorriso,a sua beleza, e também o que o pobre rapaz chamavasua. traição, inconsciente evidentemente, mas desespera-dora. Ao mesmo tempo, superpôs-se a essa visão umaoutra bem mais real: as duas fisionomias, da rainha quecomeçava a ficar pasma, e de Saint-Bris, que não com-preencha tanta frieza... Era preciso responder — eimediatamente. Era preciso responder "sim'', — por-que nem a rainha, nem Saint-Bris, nem a Corte, nem orei^ compreenderiam, admitiriam uma recusa... E portrás disso, a recordação falaz, o sonho enganador, afascinante visão dos prados de Amboise. . . Raul deviaobedecer. Raul obedeceria,

E com algumas palavras desajeitadas que foramlevadas à conta da surpresa feliz, Raul de Nangis, levadanuma espécie de torrente, contra a qual toda resistênciaseria va, pôs de novo sua mão na de Saint-Bris.

Todos vós sois testemunhas! — exclamou Mar-ganda de Valois em quem a dignidade real cedia ummomento à alegria um tanto infantil de um triunfo quetao bem preparara.

Uma longa aclamação subiu, aprovando a soberana^saudando Raul, aplaudindo a palavra dada, o casamentoque tanto correspondia aos desejos de muitos pela recon-ciliação geral. . .

E subitamente a voz aguda de Urbano fez-se ouvir:— Deixai passar o correio do rei!Saltando do cavalo a alguns passos dali, empoeirado

de uma longa caminhada, de botas, esporas, espada aolado e morrião à cabeça, pela passagem aberta, um sol-dado de cavalaria apareceu, foi directamente a Marga-rida, pôs o joelho em terra e entregou-lhe um sobres-crito de onde pendia um sinete de cera vermelha:

— Carta pessoa! de Sua Majestade, Senhora!

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a finCasar-se: Dcsposar, por imposição, uma desconhe-

cuia? E ,alcm de tudo. uma católica dc uma famíliainimiga? Mesmo para obedecer às ordens tio rei, a cousaparecia-lhe inverossímil e louca Queria resistir, discutir,pedir explicações, um prazo, reclamar o direito a conse-lhos, consultar o Almiran-te, conhecer ao menos pri-meiro aquela que lhe im-punham tão bruscamente,tergiversar com a ordemda rainha sem melindrar«i cpie parecia querer fazersua fortuna, sem chocartambem o orgulho do paique acabava, evidentemen-te, tle calcar, de seu lado,osseus próprios sentimentos...

Mas a mão de Mar-garida fez-lhe pressão nobraço e muito baixo, qua-se ao seu ouvido, a jovemsoberana murmurou: .-pj-f

Vamos, Raul, refa-zei-vos: a fortuna e a felidi-dade o favor real também,vem a uni tempo para^s. * * Minha camareiraValentina de Saint-Bris ébela, nca, de alta estirpe,bem chegada a mim nacYrte* • • ealém de tudo. . .ehi vos conhece. . . ela vos:""V , *¦ . m

As palavras rápidas,quentes, transtornaram o°"Cial. Uma ultima visãoPassou na sua lembrança: a

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O INSULTO

íz-se um grande vácuo, respeitoso.Afastada a pequena Corte com um gesto, dei-xando que os grupos se formassem à vontade,

ao sabor das simpatias, e Raul conversasse com Saint-Bris e Nevers no meio de amigos obsequiosos, — Mar-garida foi para um banco de pedra, onde se sentou asombra.

De braços cruzados, a alguns passos do cavalo, osoldado esperava as ordens, pronto a regressar.

E o pagem Urbano, indo e vindo, velava por quenada perturbasse sua soberana.

Esta franzira os sobrolhos. Sob a influência de umpressentimento que, de resto, não sabia explicar, a che-gada súbita de um mensageiro de Carlos IX caindo emmeio dessa festa, perturbava-a, inquietava-a. Conhecia

as mudanças de opiniãodo irmão, os gostos damãe pelas políticas tor-tuosas, a rudeza das pai-xões que, convulsionando ¦a * Corte, destruíam asmelhores resoluções e asmais sábias ao vento bru-tal de um movimento decólera. E o seu coraçãobatia, sem que ela sou-besse por que.

Por firn. isolou-se,rompeu o sineíe, abriu opergaminho e franziu ossupercílios diante da letrado irmão. .$*.->* Porque era uma car-ta inteiramente autografa;uma carta pessoah confi-dencial mesmo, pois, con-trariamente ao uso, ne-nhum secretário de chan-celaria referendara com asua chancela a mensa-gem real.

E o teor era tal, taobreve, tao seco, que Mar-garida lendo e relendo;abanava a cabeça, in-quieta ndo-se sem saber

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24

bem por que. Conhecia seu irmão Carlos, desabrido,rancoroso, sujeito a cóleras furiosas, com ímpetos sú-bitos ora para o bem, ora para o mal. Sua mae, Cata-rina, a flexível ^Médicis que amava o poder pelo poder ea intriga pela intriga, julgava manejá-lo, a esse Carlos,à sua maneira florentina. Alas o rei escapava-lhe mui-tas vezes, ia onde queria, quando queria, sacudia rude-mente a tutela que lhe pesava e para a qual, de outrasve es, voltava espontaneamente, como desejoso de serguiado, dominado. Uma natureza singular, na verdade...

E Margarida inquietava-se. Foi por si mesmo queCarlos fizera amizade com Gaspar de Coligny, por sie porque queria pregar uma partida aos senhores deGuise, esses invasores feudais cujas usurpações temia.Mas a rainha-mae, que não gostava dos Guises, tambemnão gostava do Almirante: e a futura rainha da Navarrasabia bem que sua mae fizera cara agradável ao grandechefe huguenote, de frente, mas por trás o desacreditavae odiava.

Ora, há algumas semanas, tudo ia muito bem, naaparência. O rei não deixava mais o Almirante, con-sultava-o o dia todo, fazia cara alegre para todos os hu-guenotes. A rainha-mãe tambem, mas com cintilaçõesinquietadoras no olhar, quando não se julgava obser-vada. Apesar disso, Margarida, esperando no meiodas festas de Chenonceaux seu casamento sem impa-ciência, e fazendo de rainha por antecipação, julgava-sesegura de um periodo de tranqüilidade, e tomava porum dever acompanhar o que ela supunha as verdadeirasintenções do irmão, reconciliando católicos e huguenotespara bem do país. . .

E bruscamente essa carta, tão seca, tao autoritária,tao fóra de hábito na forma.

Pela terceira vez, a meia voz, releu a estranha mis-siva: "Senhora e irmã, mando-vos esta carta por cavalarianoà vossa morada de Chenonceaux, para a visar-vos quedeveis mandar-me a Paris, sem demora alguma e ime-diatamente, os senhores que retendes na vossa roda, emais particularmente os senhores de Saint-Bris e de Ne-vers de quem tenho particular e pessoal necessidadejunto de mim, e com eles pertencendo a mim todos osque estão convosco. E ao mesmo tempo vós mesmadevereis vir directamente, e sem mais demora, para juntode mim, porque tenho necessidade de vós tambem paraum intento que conhecereis oportunamente. Contocom a vossa pronta obediência e rápida diligência. Enessa expectativa, sou vosso, Senhora e irmã, o irmãomuito afectuoso. Feita no meu Louvre: Carlos, rei."

Margarida» continuou a pensar. E murmurou:De ordinário, fala-me em outro tom... Quesignifica isto ?Depois, sacudindo a cabeça, tentou rir.Ora! algum capricho... Alguma desavença com

a nossa mãe. . ._ Algum despropósito dos nossos primosde Guise. . . Irritação pelas austeridades do Almirante...Sou muito tola em estar a imaginar histórias ínquietan-tes.. .

Dobrou o pergaminho e levantou-se:Vamos, é preciso obedecer, Sirel 'As vossas or-densl Mas agirei tambem por mim antes de vos mandartodos esses senhores: é obra de um instante, porque estátudo pronto, estou vendo.

Na galeria aberta do castelo, algumas figuras des-tiiavam lentamente, cercando uma dama vestida deDranco, cortejo que desceu para os jardins, e cuja visãotranqüilizou Margarida.

Vendo-a de pé, Urbano, o pagem, aproximou-se:Senhora. . . a resposta?.. . . O cavalariano espera

para regressar.Que venha.

Um sinal. O cavaleiro adiantou-se, pôs o joelhoem terra. E Margarida disse, com um gesto altivo decomando:

Nao tenho tempo, gosto, nem vagar para res-ponder por escrito... A cavalo! e de parte da rainhaMargarida, responda ao rei Carlos que as suas ordensjá estão obedecidas. . . Vál

O homem cumprimento , correu para a montada, epartiu a toda brída pela estrada de Paris.Como ?1 Sem ao menos beber à partida?...Ah!^ Senhora! o rei nosso senhor, que Deus guarde, estaentão com tanta pressa ?

Margarida, voltou-se. Era Nevers, que, bastante

30.° Ano — N. 1 Junho 1946

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íntimo com os seus soberanos, se aproximara, e a umtempo respeitoso e audacioso, nao pôde conter essa ex-claniação. E tambem ficou um tanto surpreendido como tom frio da jovem:Muito apressado, senhor de Nevers, e vós tam-bem.. .

Eu, senhora?. . . Mas eu vos juro que nao tenhocousa alguma que. . .

Nós temos por vós, conde, e já.Sem esperar, alteou a voz, reunindo em torno de si

os que se haviam afastado discretamente:Conde de Saint-Bris, conde de Nevers, e vós

todos, senhores nossos fidalgos, meu irmão Carlos IX,nosso rei, que conhece o vosso zelo e a vossa dedicaçãoe que voltou precipitadamente a Paris, vos chama ime-diatamente, e vos espera sem demora para propósitosque eu ignoro, mas em que estou envolvida, jx^rque,chamada como vós, partirei convosco.

Depois, sem dar temjx*» a resposta alguma:Senhora de Nyons, minhas açafatas, meus cavalos,

minhas bagagens. Partiremos dentro de unia hora.E, graciosa, enfrentando novamente sua pequena

corte:Porque uma hora me basta para concluir o que

comecei. . . Senhores de Saint-Bris, Nangis e Nevers,pela fé entre vós tres jurada, pela honra das vossas trêscasas, pela espada que cingís, em nome do rei, cm nomedo Deus comum a todos, que pune os perjuros e os trai-dores, o juramento de amizade que vos prescrevi, juraÍ9observá-lo sempre?

Nós o juramos!Margarida sorriu:

Então, desse juramento eis que chega o penhorvivo. Senhor de Nangis, das mãos do sr. de Saint-Bris,seu pai, e das minhas mãos, que sou sua soberana, recebeia que eu vos destino, e que na minha corte, a meu ser-viço, será vossa companheira durante a vida, — Va-lentina, hoje de Saint-Bris e amanhã de Nangis.

Um gnqx) adiantava-se: quatro jovens conduzidaspor Isabel e que, afastando-se, deixaram a descoberto,sorridente e um tanto pálida, no seu vestido de brocadobranco todo recamado de pérolas, a companheira quesua mãos unidas levavam a Raul, em meio do murmúriode admiração que saudava essa aparição do mais deli-cioso ídolo vivo que se possa imaginar. . .

Saint-Bris tomou uma das mãos da filha e ofereceu-aa Nanaris:

Raul, eis minha filha Valentina, vossa esposa...E com estupor geral, Nangis recuou, lívido, levando

as duas mãos à garganta num gesto de horror, e clamando:¦-¦¦¦••' . Ela ?. . . Impossível!. . . Nunca 1. . . Não,— Ela ?nunca!

O DUPLO DESAFIO

APÓS o silêncio medonho, durante o qual Chenon-

ceaux pareceu, sob o sol radioso, uma decoraçãode pintor povoada de manequins rígidos, como

se as palavras de Raul tivessem tido o poder de petrificaressa assem leia de vivos, ouviu-se um clamor súbitoque arrepiou aquela multidão febricitante de cólera.

Uma onda de sangue purpureou o rosto da rainhaMargarida, enquanto Valentina em lágrimas caía sobreo ombro de Saint-Bris, que se tornara lívido ao insulto;e em torno deles, entre o assombro das mulheres, os ho-mens procuravam com a mão a guarda da espada, en-quanto gritos de desafio dirigidos a Raul escapavamde todas as gargantas, Nevers b frente, ameaçando oque não temia insultar a noiva que uma soberana lheapresentava.

O jovem oficial, mais pálido ainda que os seus agres-sores, enfrentava-os audaciosamente, de braços cruzados,cabeça erguida.

A voz de Margarida não dominava o tumulto; masas suas palavras eram, entretanto, adivinhadas, pelomenos pelos mais próximos:Uma recusa semelhante...

. . .é a que convém a um semelhante oferecimento!afirmou Raul, sem se preocupar com o ofender ainda

mais a majestade real.Depois, mais alto, mais claro ainda:Eu, seu esposo?... Nãol. . . Eu disse: nunca...

Acrescento: antes a morte!O clamor redobrou, rolando como um mar, liE o

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30 Ano — N. 1 — Junho 1946 25 (%Mg^£âk

circulo se foi apertando, Mas o conde, entregando afilha meio desmaiada as mãos de suas companheiras,

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pa

lelcvc os amigos c bradou:— Para trás, todos!... Nao preciso de ninguém

ra vingar a honra da casa de Saint-Bris insultada...*—Enganai-vos, senhor: justamente rejeitada por-

que cu nao quero deixar que seja atingida a honra dacasa de Nangis!

Raul replicara, e tão alto que as palavras chegaramalem do círculo ameçador. Saint-Bris lívido, deu umpasso: 1 ir' v • • i. ,-Por Deus! Vos vos exphcareis imediatamente...ou então...

— Eu não me explicarei publicamente em respeitoaos vossos cabelos grisalhos, ern respeito tambem aojuramento dc amizade jurado há pouco...

Cobardel Insulta e esquiva-se...Não! Muito leal, ao contrário, para aceitar uma

vergonha que ignorais talvez, quero crer pela vossa honrade soldado. E muito fidalgo para explicar l>em alto arazão da minha recusa: eu não saberia, sem crime, nem

citar esse casamento que me revolta—o sr. de Ne-bem deve saber por que! — nem dar publicamente

dessa rejeição. . . Que a rainha designe aqui

aceiverso motivoum homem de honra e, secretamente, eu lhe direi...

— Tu O dirás já à minha espada!E com um gesto brusco, Saint-Bris desembainhou

a espada.Num mesmo movimento, Nevers, afastando os

.jue estavam próximos, tirou da sua, bradando:Perdão, conde! Insultado como vós e por um

homem que hoje mesmo eu recebia à minha mesa. . . umhomem que ultraja vossa filha de quem fui noivo ummomento. . . eu reclamo a palavra que vos havia dado. . .nero novamente a mã**- de Valentina de Saint-Bris. . .E mais moco do que vos, vingarei por nos a vida desse

som do apito de prata da Rainha, e que lançou os seu*homens entre os adversários.Então Margarida empertigou-se, com uma chamanas faces e nos olhos:

§ —Abaixo as armas!. . . todosl. . . Senhores de Saint-Bris, de Nevers e de Nangis, as espadas imediatamentenas mãos dos meus guardas!

Saint-Bris quis protestar:— Mas, senhora. . .A resposta caiu, brutal com® uma chicotada em

plena face:t—Senhor Governador do Louvre, não estaes em

Paris aqui: estáes em jninhà casa! E quanto mais altafor a vossa função, mais deveis dar exemplo de obedi-encia. . . Eu disse: as vossas espadas. Guardas, desarmaiesses senhores. . . E prendei quem quer que, entre essescortesaos, não tenha ainda reposto a espada na bainha!

Houve novamente um grande silêncio As mulheres,pasmas, apertavam-se umas contra as outras, em tornode Valentina que recobrava lentamente os sentidos paracair em pranto. Os homens afastavam-se, baixando acabeça, mordendo os lábios e cerrando os punhos, en-quanto os guardas percorriam lentamente as fileiras,buscando com o olhar as espadas, que haviam voltadotodas às suas bainhas de bufalo. Sozinhos, formandodois grupos opostos, Saint-Bris e Nevers de um lado,Raul do outro com Marcelo ao lado, todos quatro des-armados, se desafiavam com o olhar.

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á risada singularmente áspera e estri-

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!!**??<*¦? *SSí!*tv«»f*W>i<t* ?**^WtUWl/'JJ^n^»W'^^l»J''*^'«^y'4cW«t>>V.«^<*^^«*r^*>**^.?*V»;'>^'-^^

alcovi teiro! j£lRaul deu um

dente:Não disputeis por tão pouco, senhores... A

minha lâmina vale as vossas, e estou às vossas ordens,cada um por sua vez. •;

Enquanto, por trás dele, uma voz bizarramenterouca, articulou:

E nada de traição, por favor. . . nem dois contraum, eu vos peço. . . eu estou aí, para velar e combater!

Afastando rudemente um grupo que lhe atrapa-lhava a passagem, uma figura alta e sombria rompeuo círculo. E aparecendo apropósito, Marcelo, o cha-péu para trás, a espadaem punho, foi colocar-seao lado do amo que, dando um j ia sso, para por-seem guarda, empunhara aurina.

Imediatamente dez ou-trás espadas saíram dasbainhas e um clamorrugiu:

Huguenotes ! Ilu-guenotes!

Marcelo ergueu a ca-beca, desafiador:

Como em La Rochelle. . . como na batalhale Dreux. . . como no com-bate de Saint-Denis!. . .por Israel e pela Refpr-ma!. . . Em frente!

-—• A morte! à morte!~- gritaram vinte vozesjuntas.

Mas um apito cortouo alarido. E ao chamadode Margarida apareceramhomens de armas— todaa guarda de Chenonceaux,morriao à cabeça, couraça*o peito, arcabuzes de me-£las

acesas, uns, trinta*'homens < comandados porum oficial que conhecia o

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Eu cá nã) mi preocupo com ruiVis :e mv.

quando começo a g >»á-iíia e na nha mu

Argárida de Valois passeava os olhos com alti-ez por todo o círculo; depois, alto, com voz clara,

escarneceu:— Verdadeiramente, senhores, eu vos admiro...

Num parque que pertence aos vossos senhores. . . dianteda irmã do vosso Rei, que amanhã cingirá a coroa real. ..sem o cuidado da lesa-majestade. . . ousais arrancar daespada ?. . . Seja qual fôr a vossa nobreza, conde de Neversseja qual fõr a vossa função, conde de Saint-Bris. .quaisquer que sejam os vossos serviços, senhor de Nangise todos vós que estais em torno de mim, então nao sabeismais que em minha presença não sois nada?... Es-quecestes de que basta uma palavra minha para que,culpadas do crime de lesa-majestade, todas essas cabeçascaiam no cadafalso?. . . Se quiserdes que eu pronuncieessa palavra, dizei! E amanhã o carrasco mostrara aopovo vinte cabeças de senhores!. . .

O orgulho dos Valois, a rudeza do avô Francisco I.do pai Henrique II, do irmão Carlos IX, a autoridade

suprema exercida arrogan*temente em apanágio daraça, — e tambem a ou-sadia da mulher, seu pra-zer de domínio, seu habi-to de ser obedecida, — tu-do isso passou no tom, nogesto daquela que nin-guem, no momento, ousaria mais entreter-se emchamar familiarmente a"rainha Margot". No si-lêncio de morte que caiusobre a assistência, Mar-garida desenhou no lábiouma prega de despresosuperior. Seu olhar pas-seava lentamente pelasfileiras imóveis e curva-das dos cortesaos. E foipousar com desdém nosolíiõs do conde de Saint-Bris, com uma certa iro-nía^altiva nos de Nevers,com uma piedade infinitanos pobres olhos afoga-dos em lágrimas de Va-leníma, com uma curiosi-dade desprovida de cólerasobre os olhos arrogantesde Raul de Nangis, comespanto sobre a singularfigura austera de Marcelo.

Depois, mais tran-0 oiL.rã) élher é qu.-m

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^SeiCJSlBo 26 30." Arte N. 1 Junho 1946

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quila, baixou o tom e, mais pausadamente, falou:—Em verdade, não vos esquecestes senão de algumas

cousas. . . A primeira é que sou eu quem manda aqui, enão nenhum de vós. . .* A segunda, que se ha insulto,esse insulto é para mim primeiramente que organizeitudo isto, e que poderei, se me convier, mostrar-me for-malizada com isso onde e quando me aprouver dá-loa saber. . . A terceira, que nenhum dentre vós, por maisaltamente colocado que seja, tem direito, qualidade oupoder de tomar a minha defesa sem a minha ordem.A quarta, que não tendes possibilidade alguma de dis-pôr das vossas pessoas e das vossas vidas por qüerelasparticulares, desde o instante em que, pela minha boca,o vosso Rei vos convocou para seu serviço. . . A última,,finalmente, que a mais bela, a mais nobre das prerroga-uvas do meu sangue real é fazer justiça, que essa justiçaeu vo-la farei a todos, completa e segura, nesta aventura.Mas que a justiça não se faça no momento de febre, quenão é a vossa paixão que julgará o caso, e que, nesteinstante, nada me prova que não haja, no fundo disso,um imenso equívoco. . .

Um sobressalto de Nevers; um resmonear de Saint-Bris; um gesto de Nangis. E imediatamente a securadestas palavras:Eu disse: um equívoco... Será algum de vóstemerário bastante para ousar pensar de maneira cine-rente da minha?... para ousar replicar-me em face?

As cabeças curvaram-se novamente.Margarida esperou um momento e prosseguiu:

Eis as minhas ordens. Partiremos todos para•Paris. Os senhores condes de Saint-Bris e de Nevers

primeiramente, com os que Sua Majestade Carlos con-vocou com urgência. Em seguida, eu e a minha casa.Mademoiselle de Saint-Bris irá na minha liteira; tenhoa intenção de falar-lhe. O sr. de Nangis cavalgará comos meus oficiais de escolta e se apresentará diante demim na etapa cesta noite; tenho necessidade de ouvi-lo. .Senhor oficial de serviço .entregareis as armas a essessenhores: não gosto de vêr fidalgos sem espada. . . Masaté que eu vos tenha feito justiça, proíbo a todos vósqualquer disputa ou rixa. e quem desobedecer saiba quejogará a cabeça... Tenho dito... Ide!

Todas as cabeças se inclinaram. Margarida chamou:Valentina, segue-me, eu te peço, sozinha..

Mademoiselle de Saint-Bris adiantou-se, ainda lívidae cambaleante. O conde de Saint-Bris avançou, que-rendo amparar a filha. Margarida teve um ímpeto decólera:

Eu já disse: sozinha... Senhor Governadordo Louvre, meu irmão Carlos, vosso Rei, vos reclama

(com urgência. Admiro-me de que não tenhais aindapartido, arriscando-vos a fazê-lo esperar.

E apoiando-se no ombro da pálida noiva desdenhada.,a rainha passou, caminhando para a entrada do castelo,onde já se achavam reunidos cavalos e liteiras.

Saint-Bris curvou-se à afronta. Mas quandojovens passaram, segurou o braço de Nevers, arrastou-o para Nangis e, com os dentes cerrados, a meia-voz:

Partida adiada, senhor. Mas por pouco tempo.Assim espero — rosnou Raul.

O privilégio da Rainha salvou a-vossa vida.Dizei antes que protegeu a vossa...Mas em Paris seremos livres: vingarei a minha

honra maculada pela vossa recusa.Engano: eu é que salvarei a minha,

pela vossa aliança...O oficial dos guardas interveio, e com uma policie/.

autoritária:'¦— Senhor conde, os vossos cavalos estão deste lado,à espera. Fareis o obséquio de ir alcança-los. . . Senhorde Nangis, a escolta de que fazeis parte reune-se dolado oposto. Vou conduzir-vos.

O conde de Saint-Bris

~xn* *as

ameaçada

dasnuma aas tor-real, o conde-

o reiNrO

seu gabinete bem mal instaladores mais antigas do velho paláciode Saint-Bris, que acabava de deixar o rei Car-

los IX e receber suas ordens; terminava a distribuição. as senhas do dia aos diversos oficiais de guarda emcada porta do Louvre. Depois, quando o último se re-tirou, afastou uma cortina que dissimulava uma janela,olhou longamente para a praia do Sena desdobrado

com algum;

m

Por piedade

diante da torre de Nesles, deu de ombros com indignaçãoe tornou a secretária, onde voltou a escrever.

Traçava lentamente os caracteres sobre o pérgaminhocom mão mais ha il em manejar a espada do (pie emsegurar a pena. Por várias vezes, parou, suspirou, vol-tou ao trabalho, até que duas pancadas secas na portao fizeram erguer a cabeça. Mandou que entrassem, numtom um tanto arrogante; depois, quando o pesado batente girou sobre si mesmo, deu um grito de satisfação elevantou-se, com ás duas mãos estendidas, vendo entraro visitante:

Ta vannes! Ahi finalmente!, . . Enotícia da Touraine?... .

S i m, n o t ícia s frescas.E boas ?Suponho. Mas estou esta fado . .

não tendes nesta ratoeira um assento para oferecer-me?.-O meu. Mas antes de vos sentardes, uma pala

vra, a única que me interessa: Raul de Nangis volta aParis?

- Nao, meu caro conde: não volta, porque já cheg°u•• ,

Ahi bravos!-Ao mesmo tempo que eu, e eis porque estais

vendo as minhas botas cobertas dc lama e a minha caracapaz de meter inveja a um fantasma!. . Assim, eunVio me sento: desabo. . , Ah! ^ladame Margot podeorgulhar-se de nos haver feito cobrir as etapas de uma

Mas Raul! Raul!Digo-vos que está aí, à vossa mão, em casa da

sua rainha.Deus seja louvado!

Tavannes, realmente, atirou-se numa cadeira dealto espaldar oferecida pejo conde de .Saint-Bris e. umaperna para cá, outra para lá, o busto para trás, a cabeçaencostada, exibiu com delicia as botas mais enlameadasque patas de cão dágua, suspirando:

E' preciso tpae eu vos queira bem, caro conde'a vós e ao amigo Nevers, para ter galopado assim afimde melhor vos anunciar a aproximação da vossa horade vingança... Ali! vinte vezes amaldiçoei— em si-lencio, bem entendido, -a Senhora Margarida, pelapartida tão fina que ela vos pregou no mês passado,.Ah! alu separar-vos do vosso adversário, em nome dorei, partirão mesmo tempo que vós para Paris aonde onosso senhor a chamava, mudar de opinião em caminho,deixar-vos correr apressadamente para Paris, voltar aChenonceaux com o seu séquito e o belo Nangis porconseqüência, e dar-se a fantasia de vos deixar sejxi-rado há um mês desse huguehote, vosso inimigo... Emuito engraçado... O rei deve ter dado o desespero

Saint-Bris resmungou:Com essa irmã muito amada, o rei Carlos não

sabe ii ar zangado muito tempo. . . Alas eu vos agradeço,lavannes, por haverdes montado guarda por mim lá,

afim de que esse atrevido não se aproveitasse do meuafastamento para desaparecer sem me haver proporció-nado a minha vingança. . .

Aqui entre nos, meu caro conde, o vosso lans-quenete parece-me um espadachim..-. Enfim, vereis;isso é convoscó e não comigo. . . Mas dai-me notíciasda Corte, do rei, de Paris, dos negócios... Sou um pro-\ inciang sedento de novidades. Gomo se vai por aquicom os Senhores da Reforma ?

- Em absoluta calma, por ordem. . .Um desgosto pareceu passar na voz de Saint-Bris,

que sacudiu a cabeça lentamente.E' possivel?... Contai-me isso, meu caro!

O governador do Louvre deu uma espécie de sus-piro, puxou um escabelo forrado de j ele de cordeiro,pps os cotovelos na mesa, diante de seu visitante e amigo;depois, baixando a voz como para uma confidencia queera prudente nao divulgar, explicou a extranha vida quese leyava na Corte. O rei Carlos estava ora bem, oradoente, e então tudo o aborrecia, importunava, irritava.Deixava cada vez mais liberdade ?i rainha-mãe de fazertudo a sua vontade, com o risco, em seguida, de apagarnum acesso de furor, com uma penada, páginas de deci-soes tomadas pela Senhora Catarina. No dia seguinte, <¦'verdade, muitas vezes essas decisões efiam restabelecidas

(Cent llilü no pro.x:tno nu mer,•o)

3().° Ano — N. Junho 1946 27'fjuScfifôdo

,\ reputação,{e crueldade doschineses era umluírár comum tir-r^do na Europae deíinitivamen-

aceito: os correspondeide jornais compraziam-

\m pormenorizar as lor-s que precediam a mor-

fazer descriçõesdos suplícios a

i

fõs suplícios na china I}etos pormtinares horripilantes que aqui nos dà o expioator Pttllippe Berlhevl, oer-sc-á alé que grau de. barba

i,

|mix e emhorrí ficas

„. haviam assistido nasMbrias cidades do então Império florido.

Entretanto, quem quer que tenha vivido por muito>o numa cidade chinesa, ou percorrido seus campos,

,nf.»r«í.irá íci' sido raramente testemunha de um dessesmedonhos; mas quando se cia o caso. que pe-

Petos pormtiflares horricilt\ I ' 1 -n .ra

r idade subi d e implacável se exercia conira os criminososdos Amarelos. •Asjolo.s que Uns-

Iram de um modo IA o exorto quão sinistro asque nos Jaz, são, na malcrla, do próprio autor.

iiciosulel.o

Uihorroroso:

iinistro da França na China, que passou doisinteiros cm Pequim, afirmou-me que durante esses

meses so houvera umaalr*Iguns dos europeus presentes loram ao

\.yy e qua (risensacional .*

J o un a pa -;•{ ülOS f0t0 .

x i íicos, e oidado de ob-

as suasíiapas permi-

_ a <\r,c supor-•¦ issem a lie-!tonde/,do es-peta culo,

Um des--ev sensíveisvst ran geirosncou, toda via,lão ímpressio-nado com arevelação das

lia pas. que,e sentiu malto reli rá- IasIa banheirafotográficauulc as lava-

va . I rata\ a-se, em verei a-ie, dc suplício dos^cem pedaços, no

arranca sucessivamente ao paciente ose das c<>xas,

lações dc sete ou .oito vagabundos,nas estreitas ruas,em meio do buli-cio da populaçãoque nem sequer

voltava os olhos e passavaperto dos corpos estendidosno sangue sem ligar a me-nor atenção, com as mulasdos carros atropeando oscadáveres.

Um encontro mais sin-guiar na grande planíce de lían-tchoung-fou, no Far-West chinês, permitiu-me saborear de mais perto a bonomia e a insensibilidade dos condenados e dos especta-dores: sentado numa gaiola de madeira de grandes vá-rões muito afastados, de forma quase triangular, umcondenado á morte era transportado por quatro car-regadores e passeado por toda a província onde come-terá o crime. Mandei parar a minha cadeirinha e fizalgumas perguntas ao criminoso, que respondeu com aobsequiosidade e a cortesia que todos tem, em todos os

graus dn esca-lá social, naChina. Os sol-dados que oacom p a nha -vam haviamentrado numaestalagem parabeber uma chá-

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:há

Um~suplíciü bárbaro: a tjrlangutaçãa * ¦ O condenado fica com o pescoço seguro entre tábuas; os

pés repousam sobre as pedras empilhadas, ,pie são retiradas uma a uma pelo carrasco, e as ver-tebras do pescoço partem-se ao peso do corpo.

vena ce cha, e-alguns campo-neses se ha-viam reunidoem torno denos. Riam to-dos e conver-sa vam comanimação; ohomem engaio-lado explicavacomplacentemente seu cri—me, e era ou-vido com sim-pá ti co Interes-

i. >eda d ocorrer do q-ua.l onervos

intes <fe desarticular o ombro e.pernas, de dilacerar as pálpebras e os seios,

Ksse suplício excepcional, tao raro que os

los braços

cientes nao tinham recordação de um caso semelhante!).i muitos

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élhosha nteedida

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o p< a* si \ eanos, f<u, de resto, abrandado, na meaicia

paciente cra preliminarmente saturado de•pio,

> paciente ero que explica a cara de alegria estatua que se no'asurpresa nas fotografias que o representam preso

ao poste de execução e já mutilado, O carrasco .odesde cortar o nervo da garganta para ensurdécer os quei-vamos, atravessara >¦> coração do miserável. Era, pois-'ormahdade com-

i servir de exemplo.decapitaçoes, que são muito mais freqüentes,

comovem particularmente os estrangeiro, que naa estãoHabituados em suas pátrias a semelhantes espetáculos;tudo se passa ao ar livre, sem o pretencioso aparato re-clamado nel« nrcanivar/ín das ronrOSsòes SOCiaiS UA <

so o seu cadáver inerte que soiria aileta do suplício, destinado

pela organização das repressõesYariK-tze-k.iang,

)laropa, Nos tampos da Clima, subindo oavisía-se de quando em quando uma pequena ^gaiÇde madeira gradeada suspensa aos ramos de uma arvore;essas gaiolas contêm cabeças cortadas, cabeças de sal-teadores de estrada, cujos delitos íoram além dos li-»ni tes, muito extensos, entretanto, da tolerância dasautoridades e da população.

Ao entrar nas cidades do interior cia China, soo abobada sombria, h umi da e baixa das portas das mu-

palhas, passei freqüentemente entre fileiras de criaturaspresas a canga. Nao pareciam de navio algum afetada/;

j^r essa desagradável situação e mantinham bastante"berdade de espírito para rir i\o estrangeiro que eu era,

crivá-lo (Je gracejos bastante morda/.es. ^ >Na cidade de Cantao, assim como em 1 sim-nan-

lon» capital do Chantune, assisti várias vezes a dego-

se. Deram-lhe de beber e depois um cachimbo paralumar.

Ui-Hung-Tchang fundara, em parte, sua reputaçãona extrema severidade da repress.ão a que submetera a

população turbulenta de Cantao. quando fen nomeado

governador dos dois Kouàngs. Durante vários meses,fèk cortar mas de cinqüenta cabeças por dia; com essq;sistema radicai de restabelecer a tranqüilidade na gran-de cidade do sueste, os vagabundos, os ladrões, os men- .cligos desapareceram completamente. Nunca o comerciofoi tão florescente, e o reconhecimento dos negociantes-se traduzia de todas as maneiras. Quando o governadordeixouchinês,pela qua1 >a va m assim, a pod recerioocidades chinesas. . ,

A vida vale tão pouco, que se vêem, quando cias

inundações do Hoang-Ho, camponeses que não sabem'nadar

'atravessando essa torrente de lama, com a lar-

o-üra de vários quilômetros, de pé, na corrente que os

feva a muitas le-ruas mais abaixo, sustendo-se coni odresArriscam a

r

&3Ü^1

a cide.de, tiraram-lhe as botas, segundo o rdo

para dependurá-Ias ao alto da porta da muralha'iavia saído: as botas dòs bons mandarins aca-

do sob as ameias de muitas-

.

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». bexigas inchadas presas sob os braços,vida para poupar as poucas sapecas que teriam de pagaao barq neiro.

Ainda mais: um condenado á morte, sc tiver meio-

rara" isso, encontrará facilmente um substituto, por.„,„;, pequena soma, as vezes, pela certeza de um simples-

átatidé. As condiçces de vida- -chinesa explicam esse

fenômeno: a iustica aceita perfeitamente a substituição.

do criminoso,' porque age em virtude do principio que

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entende que o crime deve ser puniao; quanto a. yymnalidade rio condenado, í uma questão secundaria.

Seria fácil multiplicar os exemplos da indiferença

dos chineses pela morte e de sua tranqüila aceitação

do destino: moralmente e fisicamente,

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possuem

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28 30.° Ano — N. 1 Junho 1946

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uniformebordada, espada ao lado, d

dF^exccução enCniassa — Em certas regiões das colônias francesas txtremo-orientais, a pilhagempulula a ta! ponto que é ás vezes necesseário proceder-se a execuções capitais em massa.

uma tempera mais forte do que qualquer outro povo.j Algumas recordações pessoais permitem-me pre-cisar essa incrível indiferença dos chineses pela morte,quer se trate da sua própna ou da tle outros, indiferençaque nada tem a vêr com o esto.cismo dos japoneses,sentimento de uma aristocracia guerreira, que animaum patriotismo fanático. ^^^ ._* r m

Um almoço tragicamente interrompido

Encontrava-me, há algumas semanas, em Tchen-Tou, capital do Se-Tchuen, a grande provincia ociden-tal que se estende ao longo da fronteira do Thibet. Desdea descrição de Marco Polo, a antiga metrópole chine aperdeu muito do que fazia a sua beleza — suas pontesde mármore, seus templos célebres e seus palácios im-periais. 6g&

Após haver visitado todos os altos mandarins ci-vis, o vice-rei, o grande tesoureiro, o grande Juiz, o tao-tai do sal, do ópio e do chá, o marechal tártaro, o pre-íçito e os dois sub-prefeitos, fiz-me apresentar ao ge-neral-chele, de Setchuem, o célebre general Mâmusul-mano convicto. Este, que comandara durante vários grandeanos as tropas chinesas na fronteira do Tonkin e nas sacaprovíncias do sul, conservoumuita inclinação pelos fran-ceses; gostava de imitar umdos generais com que manti-vera relações, cuia distinção,tom de voz discreto e manei-ra lenta de falar o haviamimpressionado bastante. Naotardou a convidar-me paraalmoçar.

Para homenagear-me, con-vidou ao mesmo tempo todosps franceses presentes na ca-pitai: o bispo, monsenhor Du-nand; o cônsul, sr. Bons d'Ân-ty; um médico francês queorganisava a escola de me-dicina militar de Tchentou, esua mulher, a sra. Legendre,todos eles verdadeiros amigospara os altos funcionárioschineses.

A refeição foi, como sem-pre, muito copiosa, compre-•endendo uma mistura singu-lar de iguarias chinesas e oci-dentais. O general Ma, se-gundo o uso chinês, nos obri-(gava a beber tanto quanto po-dia. De vez em quando apa-nhava atrás de si, ao acaso,

uma garrafa: ' absinto, charnpa

nhe, bortléus, vermute, orchata,chartreuse, goma, etc, com asquais fazia encher as nossas pc-quenas taças de prata. Sua melhor recordação era uni jantarem Cantao, onde tlizia ter as-sim embriagado completamentetodas as damas da colônia europeia .

Noti vamos, entretanto, queo general nao tinha sua alegria costumeira. Subitamente,levantou-se e pediu desculpaspor deixar-nos sós. Cinco minu-tos depois, voltou e sentou-seentre nós com ar pensa tivo. Ocônsul, que era uni sinólogo tleprimeira ordem, e nos servia deintérprete, perguntou então aonosso anfitrião se se sentiamal.

Sorriu e disse-nos: "Fui obrigatlo a ausentar-me para umapequena formalidade: tinha deassistir à execução de úm dosmeus amigos, um oficial emquem eu depositara toda a con-fiança. 1 lá um mês, mandei-o

reprimir os excessos dc um bando de piratas, mas longede persegui-los, associou-se com eles, para saquear as.aldeias. Apesar dos meus sentimentos tle afeição porele, tive de mandar cortar-lhe a rabeca. Foi o que meobrigou a deixar-vos um instante Desculpai me".

h a releiçào terminou, tendo cada um dos convivas-habito bastante dos costumes chineses para se espantarcom semehante interrupção ou para manifestar u me-nor incômodo. ^

Quando saímos do yamen do general, no grandepátio exterior, onde a multidão formigava, sob os mas-tros de pavilhão, ao pé da muralha' com o grande dragãoheráldico pintado a fresco com as mais vivas cores, umcorpo sem cabeça jazia na lama, perto de uma poça desangue. .

Alguns meses depois, chegava eu a uma cidade dosul da China, pouco tempo após um pequeno movimentopopular n^ qual os desgraçados cristãos chineses haviamsido massacrad s pelos seus compatriotas. A acção enér-gica do agente trances dera como resultado a prisão deuma dezena de culpados, cuia execução fora decidida

Ao nascer do ti ia, a com pan}

'•''¦?//¦'-'¦, ¦•' '¦''.'*".

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acompanhei o cônsul que, emplomatico. de bicorne dourado, ca-

o, devia assistir à decapi-tação th>s boxers; uma muitidão enorme, encantada con.o aparato dó Ta-ien .grande

O carrasco chinês -~T) sinistro personagem apresenta com*Plascentemente^ao público a cabeça que acaba de cortar.3v

ã:

iiomem) seguia sua magmhcacadeirinha \ertle de céremô-ma, levada nos ombros deoito carregadores.

O lugar escolhido para aexecução era uma praça bastan e ampla, terreno baldio,pantanoso, coberto de des-troços e lixo, como todas aspraças chinesas. Os condenatios estavam ajoelhados aolongo de um rego cavado emiunha recta, as mãos al atlasatrás das costas, a dois me-tros uns tios outros. O Cônsuldesceu da cadeirinha e se ct»-locou a alguns passos dianteda linha tios prisioneiros.

Observavam estes cornmuito interesse a encenaçãoe sorriam, tão indiferentes ço-mo se não se tratasse deles-próprios, e a execução come-çou. A um sinal, um ajudante segurou a trança do pn-meiro condenado para fazê-loinclinar a cabeça para a fren-te; o carrasco levantou com

própria

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946i

as duas mãos a espada e com um só golpe cortou a ca-beca. ....

Cinco cabeças caíram assim, sucessivamente, sempressa, sem que a multidão ejis vítimas manifestassema menor emoção; houve então uma pausa, porque osétimo condenado se pusera a grilar e a fazer gestosna

"direcção do cônsul. A um sinal deste, perguntaramao homem o que queria, e ele mostrou um enorme cs-eorpião que subia pela calça bordada a ouro do homemque exigira sua morte e ia assistir ao seu suplício. Ocondenado estava tão i'e .interessado da suasorte que concentrara todoseu interesse nesse porme-nor exterior; e o scu desti-no parecia-lhe tão* na tu ral,<jue nem mesmo tivera umsentimento de hostilidadecontra o homem què umeuropeu, no seu lugar, teriaadiado como seu carrasco.

Esmagaram o escorpião,e (odas as cabeças cairámsob o cuteU).

A submissão a umapunição justa se vê em to-das as raças orientais. Foiassim que um oficial francês, visitando na Tunísia opátio de uma prisão, ioi cha-mado para junto de um con-denadü que se lamentavaviolentamente há dois dias:Deixou que ele se explicas-se. O homem levava uma

29 Í^jwL?^

m omensageiro

i, alespécie t!e goinna soore aqual estavam inscritas suacondenação c o motivo; rcclamava contra o letreirojuc o acusava de roubo e o

condenava apenas à prisão,enquanto tinha direito aum cartaz acusando-o tleassassinio e condenando-o àmorte, posto p<<r erro nopescoço de um vizinho degrilhão. Quando lhe satisfi-/.eram o desejo, manifestoua mais viva alegria e o sentimento deque lhe era devido.

Uma cortesia sanguinoi.enia

As fronteiras do Kouang-si, próximas do nortedo Tonkin, foram sempre percorridas pelos piratase durante muitos anos os colonos iranceses das rcgiões limítrofes tiveram apenas uma segurança pre-caria .

Bandos de salleadores entregavam-se constante-mente a ataques nocturnos e ficavam a coberto tiasluzes das casinholas tle Langson, tio outro lado dorio. Os caminhantes atrasados ernm raptados até nasruas dessa cidatle e levados para as montanhas; os chi-neses, Pavilhões Negros ou outros, não entregavamseus reféns senão contra pesados resgates.

t Os últimos colonos assim raptados ficaram pormuito tempo prisioneiros e foram cruelmente.tratados pelos chineses, antes da administração re-àolver pagar o resgate necessa ri» >; assim, a emoçãoioi muito viva na colônia quando se soube, na al-tguns anos, que um engenheiro e a esposa acabavamde ser capturad< s pelos piratas e haviam desapare-•cido em um tios seus covis.

O cônsul da França em Longtcheou recebeu do go-vernador geral ordem tle ir procurar o general Sou, chefe-los postos da fronteira, para manifestar-lhe a vontadelo governo de obter a entrega tios prisioneiros. > f #

0 general Sou defendeu-se fracamente a princípiode ter qualquer relação com os salteadores—que navHina estavam sempre mais ou menos de acordo com ossoldados; — mas, ante a insistência dos franceses, pro-meteu fazer o possivel. Pediu apenas qne lhe dessem umsalvo conduto a um homem, que de iguaria, para irprocurar o bando e libertar ds tlois prisioneiros, os quais*e encontravam no território francês, sem que se suspei-&*sse disso.

compromisso foi assumido nessas condições, e ochinês, munido de um documento seladocom o sinete do consulado de França e assinado pelocoronel, comandante do posto de Langson, entrou noterritório da colônia francesa. Mal havia atravessado a

própria cidade de Langson, foi encontrado e reconhecidocomo um tios mais temíveis piratas da fronteira, porum dos colonos franceses que precedentemente forasua vitima. Saltou este logo ai) pescoço do chinês e*re-lò meter na prisão.

Qual não foi o estupor das autoridades quandoencontraram com o pa-.ij fe o salvo-conduto as-sinado pelo cônsul epelo coronel francês! Ocaso teve enorme reper-cussão e a pressão daopinião pública no Ton-kin exigiu que esse sal-teador fosse executadologo, em punição dosseus crimes.

Mas o cor sul pro-testou e telegrafou aocoronel cie Langson,lembrando-Ihe que ahonra da França estavaempenhada atravez dasduas assinaturas. Ficouentão resolvido que ohomem seria reconduzi-do a Longtcheou porum jovem tenente fran-cês, que o entregariaem mãos do generalSou.

Entretanto, comoera impossível deixar dedar uma satisfação àopinião francesa, o con-

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A canga — A carga é um suplício extremamente doloroso quandoprolongado, Carregados com enorme gjlilha de tábuas que lhes es-

bros e pisa o p scoço, os malfeitores sao expostos aopúblico dias inteiros.

maga os onii•»

sul, expondo ao general chinês às medidas tomadas noseni itlo de serem os compromissos de parte a parte res-

peitados, ptdiu-lhe, éin compensação, que punisse su-iicientemente os actos anteriores de pilhagem de que oseu ^mensageiro se tornara culpado. .

O general Sou ouviu-o a sorrir e respondeu-lhecomconive/. reconhecia". E api _o representante da França, assim como um certo numerode oficiais franceses da fronteira, para um banquete deceremônia, no fim do qual o chinês lhe devia ser entregue.

No dia marcado, o banquete realizou-se com a

O general Sou ouviu-o a sorrir e respondeu-Uie3m cortezia "que faria o que Jhe fosse possivel paraintentar a França, cuja perfeita lealdade mais umae/ reconhecia". E aproveitou a ocasião para convidar

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extrema cordialidade que os chineses sabemmanter. Muitos brindes foram erguidos e ojogo da marra, familiar á raça amarela, au-mentou ainda mais a alegria' Esvasiávam-se as últimas taças de champanhe, quandoanunciaram a chegada do tenente francêsque ia entregar o proso ao general «Sou .

Este, que presidia o banquete, virouligeiramente sua pesada poltrona de madeiraresistente para receber o oficial {rances, aoqual cumprimentou com extrema amabilida-de e fez sentar à sua esquerda, segundoas regras da polidez nacional.

O mensageiro chinez, que acreditara,três dias antes, não poder escapar a umamorte cruel, vendo-se assim reconduzido para junto do seu general, avançou, com afisionomia radiante de alegria, par.i este,que o via aproximar-se com um lindo sor-riso benevolente. Ajoelhou-se para fazerpor ires vezes o hoto e prosternou-se, c nna face contra o chão.

Mas no mesmo instante em que ele se

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inclinava, na alegria da sua liberdade reconquistada. sua cabeça voava e um jacto desangue, de um metro de altura, jorrou, cc-brindo de salpicos rubros o jovem tenentefrancês, que. empalideceu e cambaleoi

O general «Sou olhava, sempre sorri-dente, o ajudante que se afastava, impassi-vel, o qual com a espada oculta atrás dascostac, executara tao elegantemente a pro-messa cortês do seu chefe.

Em Pequim, durante muite tempo, umdia do ano, o 11 de Dezembro, era consa-grado às execuções. E' o dia "ern

que s.tenias grandes autoridades" Insta lavam-se es-tas numa cabana em esteiras, em une, erncarta/es. se viam os nomes dos condenadosà morte do ano;eram todos leva-dos ao local do su-plício, mas só pere-ciam aqueles cujonome estivesse ro-deado por um cir-culo vermelho (ra-çado pelo próprioimperador, $ coroum pincel molha-do em vermelhao.

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30.° Ano — N. 1 -- Junho 1946

Eram então proniuvciadas as palavrastradicionais: "Eunão mato o crimino-so; foi cie mesmoquem quis ser vítinia de sua perversi*dade". t) condena-do assinava a con-denação.

Não mostra esteúltimo pormenor até(pie ponto a expiaçào é aceito, urnavez qfce, moralmén-te, o indivíduo teveconsciência de suafalta ? O chinês, emcompensação, conse-gue conservar a ca*beca após a nior te:ó esta reposta, masao contrário

Philippe Hi rthelo-.'

D • onde sai .» criou: .; rn -.teria —Um dos mendigos está morto deesgotamento; o outro mendiga per-

to iio cadáver.

Um mendigo criminoso — Nos"bas fonds ' horr^ulo d*« popula-

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ção chinesa, formiga todonem

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um exército ianu-li-.*,, ,-¦_<.* não recua nem^dinnte do crime,diante da dôr, nem diante da morte

INHICADOR DA SAUDE

O indivíduo adulto deve pesar tantosquilos quantos centímetros tenha aci-ma de um metro dealtura, tolera ndo-seuma variação ati10* ; A' altura de1,60 m., por exempio, deve corresponder o peso de 54quilos, no mínimoou o de (>6, no ma-ximo. lauto o ex-cesso quanto a deficiência ile peso, revelam alteração dasaúde.

/ ertjtquc. ao menos uma vez por mês,a relação entre seui>é?o e ali ura . Assin,terá um bom índictdc sua saúde.SN ES.

íl-.,.*

Novas modas para as casadas____. x

Recentemente, ern [Londres, [o 'grupo

[formado pelosmaiores joalheiros e importadores de [pedras preciosas,decidiu lançar uma nova moda, inaugurando uma grandecampanha para 'convencer os Papais britânicos a com-

prarem para suas 'esposas o que [denominaram "Anel

Maternal". -Segundo os joalheiros, para que a mão es-querda de uma (senhora esteja completamente ornada,

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precisa ostentar o anel de noivado, de platina, com ümbrilhante, a aliança de ouro e, já agora, no dedo médio,uma aliança, formada por pequeninos brilhantes e tendeao centro uma pedra maior, que receberá ao se tornarmai pela primeira vez. Sugeriram os astuciosos joalheiroslondrinos que a pedra fosse rubi, para um filho e safirapara uma filha. No caso de se tratar de gêmeos ,um dccada sexo, o anel deverá ostentar as duas pedras. Acampanha, parece, está em franco progresso e acreditamos entendidos que essa é. desde já, moda vitoriosa. Eja surgiram os patriotas quC alegam ser necessária essacampanha, para incrementar os matrimônios e, prin-cipalmente, o aumento da população inglesa, que seve em situação cie inferioridade com as antigas naçõesdo eixo, segundo nos revelam as estatísticas: Paises Dcmocráticos: Inglaterra, 14, «S nascimento por 1.000;,França, 15,2; Estados Unidos da América do Norte,16,7; Alemanha, 19; Italia, 22,2; Japão, 31,6.

CARNE ARTIFICIALmai____t

..A. tchecoslováquia vaii niciar a fabricação de carneartificial. O processo de fabricação foi descoberto eexperimentado, com sucesso, ainda sob a ocupação alemãpelos químicos dá Faculdade de Medicina de Pragamím íol consei'vado erri segredo, para não ajudar os ale-mães. Trata-se de uma levedura contendo todos os elementos nutritivos e químicos da carne fresca.

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946 31\

Montaignc disse outrora que seenclausuram alguns homens como

loucos para fazer crer aos outros quetêm bom senso. Todsa as invectivasòspirituosas contêm uma parcela deverdade. A tln velho céptico e fiel àregra Não será preciso esgaravaiaros craneos que se acredita ou que se•icredítam perfeitamente racionais paradescobrir em# algum lugar o germe dodefeito. O alienado não tem um core-bro diferente assim do nosso! Nãn há

vezes

diferença entre cie e nos senão exage-ros, ás vezes apenas parciais. F.' umerro muito comum considerar os alienados como seresfora tia humanidade, acreditar que sua incoerênciamental e sua imaginação desordenada se aplicam a ummundo que nos é estranho.

Assim, encontram-se na multidão dos aberrantese desvairados, totlos os matizes dc caracteres e de apti-Joes. A mania que chocalha nos cérebros desconcerta-Jos não impede queas individualidades sedistingam tias yizi-nhas, e nao as arre-

gi menta sob bandei-ras un i formes. Nãohá natla dc espantoso,pois, que se encon-irem entre os aliena-dos artistas.que sai-bani coo rt len ar linhase lembranças em de-senhos correctos ecuidados.

A obsessão e aidéia fixa não apare-cem sempre nessasobras. No mais dasvezes, entretanto, m-fluem de modo mais>u menos directo, de-lormam ou imprimemum cunho particular,estranho ou bizarro,as vezes inteiramentecurioso. A sala tle

asilo de

0 milÇPIi fl2 InnPlírâ ^ ,>om examinar um poua) tle pertoiiIlUOV^U Uu lUUUUlU as obras menos bem ordenadas em-:;.

que a loucura imprimiu seu mais ca- 7racíeristico selo. * í

Como preconisava não há muito,,e com razão, o doutor Maraudon de,.Alonthyel, começa-se hoje a adoptar.o hábito, desde que nao surja um in-conveniente muito evidente, de deixar yque os doentes dos ásilos de alienados?!leiam, escrevam ou desenhem, segundo^seus gostos, e há o empenho - .-• •encontrar, segundo a fórmula aprecia-);da pi)r Fourier, trabalho atraente* a;

medida que a ciência da alienação mental se torna;.precisa, o médico afasta-se das terríveis práticas anti-

suprime, tanto quanto possivel, o horror do

C'S loucos traduzem muitasa obse.fsão que os persegue comdesenhos em que ma ter ia Usam es-tran ha mente o mal especial que osimportuna. O doutor Marie, mé-dico-cheje do asilo de VULejuif,reuniu uma importante colecçTiode desenhos de. loucos e bordousobre o assunto os comentários

que aqui estão.

*— ir * — yx — ir '

constrangimento, liá um esforço em afastar do doente,a idéia de que o asilo é uma prisão de forçados; e porisso verifica-se a tendência de se estabelecer a. parte o-asilo dos alienados delinqüentes ou perigosos e difíceis. •:

O asilo timbra em— ——u—i— '-—'——- ¦'¦'" -¦ ¦'- '",-" " ¦—--ivrir*-'-1! —..-.— .—. .....¦ — T^^n-if^ii'

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Ü :MFH\-a '"-"¦¦¦¦''"¦¦ -'Ivê- ¦ ' -%Wk IPi?#âiÍ

A obra d> leiuco c s.u modelo Este curioso documento mostra-nos o DoutorMarie nu'd"co-«.híe do asilo de Vülcjjf. ao lado de sua "L-slátua" em madeiraexecutada jx>r um dos seus pensionistas alienados.. Figuram no loca! várias

ohras de arte igualmente feitas por loucos.reunião

r*1do

procurar distrações *

para sua população-de incoerentes. Umas^;das melhores manei-ras de suavisar umcativeiro muitas vezes-"indispensável, é enco-rajar os doentes nas.suas disposições na-türais. O espírito iatento a uma tarefaagradável esquece en-tâo, às vezes, o málque o obseda. E' sem-pre alguma cousa dê;.vantajoso sobre o ini-;migo e muitas vezes'-'esse tratamento fácil;e todo bondade fa- |vorece a. cura. ^

Não é, pois, difícil"hoje constituir uma.antologia literária pa-.:;tológica ou criar um"''museu devido ao lápis;e ao pincel dos doen--

Villejuif, completamente ornada de grandes pinturasxecutatlas pelos doentes, poderia, para o observador,

queSão.

ser um mananciaa

t!e observações típicas. Não t-sas oí>ras sejam desfiguradas ou apocalípticas,

ao contrário, na maioria, de uma moderação e de umamedida que surpreendem o visitante. Nos Salõesanuais, contrariamente, vêem-se obras excêntricas eexageradas! As pinturas decorativas executadas peldoentes a meu

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carero,em \ illejuib são. em geral, copiasde con hecid< >s.

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T.í.i ií&ijtAi¦'. ' ..<....../" .. ;'.„>'; ... '••yyy yfe';

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y •';'¦¦''• -¦¦ ¦'.....* . ¦*!*}$:.¦>*$:'*.

Parecem sitio ealunos

ecu-bem

quadrosC!

tadas porhábeis.

Entretanto, numa visita a esse museu especial

iuãvi se deve conciin

>j.Ã*»n^,

ühi.^i.jy-íziay.

apressat imente que osxecu taramtenham de

alienados queesses quadrosser espiri tos equilibraCorrer-se-ia o riscoum • choque c^*nsa.s estranhas as v?zes

ti \U\] \ üSfe £ ¦. fii.nl • ,/ iü ' \ JM m Mi

revê ia (ara

W-LíLSàK ,,.*™-*4:na*sTi Saí* SS -i '"y\i •

Ui Haver ácomovedor que estes

ingenuamente pu ris equ.- çõmcça ana/.onda

e e acaba cie maneirainsensata ?

'ma caria ilu*-IradaA!go maisdesenhostlsta carta

nsent -'

um natlamental.

Mas não é enlre otalienados aos quais o madeixa ou parece deixar aintegridade (le um (alen-(o artística, que se podedescobrir a particularida-de surpreeendente,lenta, <nie revelacanto misterioso cioratório onde se eo pensamento Jhuma.no

tes alienados. Há dezoito anos que me dedico ao ser-;,viço médico dos ásilos, e pude reunir uma colecçãò .

pessoal de documentos interessantes sob esse ponto de...

^sta; alguns confrades meus recolhem, tanto na Fran-|

ça como no estrangeiro, documentos dessa espécie, cujo ;conjunto permitirá um dia sínteses curiosas. Sao, as ve- ;

zes, estranhamente reveladores. Podem ser esperadas >f|colhidas indicações preciosas para a psicologia dc artis-ata normal, até mesmo do pintor de gênio, e pociér-se-^*encontrar a explicação accertos factos curiosos edesconcertantes da histo-ria da arte.

Artistas que enlouquR-CERAM E LOUCOS QüE SE

f ORNARAM ARTISTAS

. E' raro que a manei-ra de desenhar e de pin-tar nüo se modifique noartista de profissão coma a 1 i e n a ç ã o. Assisí e-sealgumas vezes a esqueci-meíifcos inverossínieis. Um

pihí or observado pur Los] tàlgt adquirira uma ecrí

notoriedade compondo pelo

umabr,-b -ra

quenas cenas cio secuXVIU; continuCiU, quan-do recolhido a unia casa

gênero pre-as suas fura-

ocie sauüe,dilecto, mas

-z—m~^ V a

,____^MlIMMHHMBUmi ^111 mii»ii"iii «Ni-**^E

ras ila odesenhoírontt

ím ha i ri nar;/1!tios pinos,

o a boca. era

l 0dá

om-

0 "f;ê.io do ser" —- Este dese-ínho' concretiza a forma mons|truosa que a divindade assume

aos olhos de um louco-

<!f__iii_____^ 32 30.° Ano — N. 1 Junho 1946

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*»¦¦¦¦¦¦¦ "'•'" '"' '' <¦'¦¦'-'<¦.

Um má Aci perseguidor — Um loucoqu_' ;u'ga ouvir num minuto dj sonsa-tez uma ária de guerra, representoupor esta «státua o carrasco sobrenatu-

rai de que Se sentia vitim a.

pleto. Uma mancha branca assi-nalava no meio cio rosto o lugardo apêndice nasal. Quando o in-terrogavam sobre essa anomalia,o artista irritava-se, Cyrano deuma nova espécie, e respondia :"Isso nao^ tem importância. Nãohá necessidade de nariz. Naome fale de nariz". Um ou.rodoente que observei fez retratosabstendo-se de pintar as orelhas.

\ Mais interessantes sao os ar-tistas alienados cujo desenho setransforma pouco a pouco paravoltar à arte dos primitivos iso-lado, longe de qualquer escola ede qualquer museu, tendo perdi-do o hábito ou a força de con-trolar suas sensações pelas lições*dos mestres ou da educação es-pontânea, volta insensivelmentepara trás e desenha como se de-senha va antigamente.

Primeiramente, o artista perdemais ou menos a noção da pers-

f>ectiva. Não percebe mais os

onges do quadro E quando essamodificação da sua visão atingeo máximo, ve todas as cousasem traços paralelos. Eu próprioobservei um exemplo caracterís-tico. Um arquitecto enlouque-ceu. Continuou no asilo suasépuras e seus desenhos. ímagi-nava planos de casas faritásti-cos. Sua mania era construir

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Uma ln di i,.l r/>r I di p,r um louc < — Nutar-s -á com ciuc pr cisão todos us pormenoreaforamobservados p lo autor deste il senho e quão grai d s foram sua pa- j_ -cia c sua aten-ção para traduzir a visão que deslumbrava o seu pobre cérebro.

edilícios mais largos no cimo do quena base. Mas, antes de tudo, sim pii-ficou a perspectiva e nao desenhavasenão mediante linhas paralelas, co-mo se observa em certos desenhos c!ecrianças ou de povos primitivos Essamodificação da capacidade cie mediras relações visuais das cousas aparecemuitas vezes n«~»s artistas alienados edá á sua obra um caracter arcaicoque admira.

A s vezes a loucura comunica-se,quase no .entido próprio da palavra,à obra artística. Nao lhe altera maisa forma., porém a côr e a tonalidade.Certos melancólicos dão disso nume-rosos exemplos. Todos, ov, quase to-dos, levando em conla as mil nuançasindividuais, queixam-se, nos momen-tos de crise, de que tudo cm tornodeles se vela de uma infinita tristezaProjéctam sobre a natureza seu de-srnimo interior. Enquanto um belosol consegue alegrar um caracter sa-dio perturbado por uma dôr passa-geira, empalidece para o melancólico,mesmo quando o astro brilha em to

ii uncio. O¦o

mais

do o seu esplendor para o resto do

puro dos céus cobre-se cc nuvens sombrias. As mais mag-mheas das flores desabrochadas nomais claro dos dias da primavera,se descoloram e esfumam no nevoei-ro. O incessante pesar desses doentesinflue sobre a verdade da sua visão.O olhar nao percebe mais senão ascores que a disposição de espírito de-se;a. Elas se transformam de acordoeom uma inquietação sempre viva.Segundo a expressão popular, nàovêem eles realmente senão em neero.

r.xiste neste momento nos nossosasilos um artista atacado de melan-colia, que traduz na sua arte, tlemaneira empolgante, essa influenciadirecta do cérebro sobre a função-óptica. Não possue um talento ori-ginal, mas é um copiador de primei-ra ordem. Nos instantes de calma,reproduz pirljras c«-m unia verdadeextrema de linha e de colorido. Masquando sobrevem um paroxismo denielancolia, a cópia ressente-se dissoimediatamente. 0 desenho íica, as-sim , escrupuloso, mas a côr desapa-vgcq, atenuando-se em um tom ciw

zento. Não sendo o ar-lista atacado do seu mal,copiaria uma Veneza deZièm com todo o seusalpicado de tintas ale-gres e violentas. Ém cs-lado de melancolia, co-pia-la-ia como sc* fosseassinada por Garrière.

Esta o bsèrvaçao é ins-trutiva. Explica muitasdiversidades de visão.Explica também que coma idade, o pintor, em

trabalhou

Ao

AAAAAALAmm^m^m^m^mm^ - ¦

8__«__-^--^^ [ .: , ^W•~~rr~:-rmr g|||

j 5-vir:. ^v,,,^,"^ ^:^-^AtteÊê^^^ 1

Oj erj>rct;d>spôde saber qucabra quiz r pr. s-nsar ntstes dois d-s.rihos o pobilouco que

s o pobrepor muito tempor.el. s com amor.

lado C na a agoniaO esp eto arcaico d sss

du;«s compos.'çS s impri ssio-na dc pronto. Talvez s ;.im miniaturas de manuseri os antigos vistos atravez não se sabe

de qu. pesadelo.

'"»V.;^*;3ffi**;gi»gLBi

30.° Ano"— N. 1 — Junho 1946

geral, tem uma tendência parapintar cada vez mais anuvia-

oll, quando daou, yuaimv <ia por esseenfraquecimento da tonalidade

geral de sua obra, para pintarcom um brilho que parece me-nos natural e mais afetado.

()s pintores c os desenhado-res eui quem a loucura desperíoii uma vocação até enlãoadormecida, são talvez OS maisinteressantes entre os artistas

dos asilos. Sao, evidentemen-te, quase sempre mábeis c semescola, mas sua obra é chei;'de sinceridade, <le paixão ori-"ina! e de imprevisto. Passapor todas • as tentativas dasprimeiras idatles tia hunianitla-de e faz, aos nossos õlh s,renascer ala vis mos que se jul-cavam abolidos. Encontra-senela a marcha lenta do homempara o progresso, desde asidatles longínquas do silex; ai-guns tios seus desenhos pare-cem-se estranhamente comaqueles descobertos nas pare-des tle subterrâneos pré-histó-ricos conforme observaçãotle I alanne e Bortlier, tia So-ciedade Etnográfica Delfinesa.Outros recordam, a ponto deenganar, as artes exóticas doantigo México ou do velhofapao.

Alguns daqueles para osa alienação mental \a-

leu a revelação artística, aper-íeiçôam-se pouco a pouco à suamoda. e acabam por obter re-siiltaclos inesperados e curiosos.Lm carteiro que nunca tivera

trora a itleia de traçar umaura, sentiu-se atacado r.o

da necessidade de de>e-F c rnipunha obras tle-

itadas, mas tle uma dispo-notável e cheia de ide.as

."¦»*.¦¦¦...__ii,,,,,,. mssSÊSSsàamfsacsmmMmmM

O

viv

'h'Q l l , TSJ i . - ,i> sta (da muitoU1" CJm um dosei ho primiti

^ toda a .n3,nuidade que car-va os mcsires cie outrora.

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33 \js~k$^°

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,/. /• c rd..çõ s d. infâiC a d um álinidi — Estenado que. <L- memória, reproduziu

O VAGO (Ê\'IO DE CERTOS CFR EBROSATROFIADOS

Não é exagerado escrever que certosidiotas, certos cretinos, cuja vida in-telectual parece tristemente morta,tem as vezes uma espécie tle genioparcial on pelo menos uma certa apti-tião inala, lembrando tle longe essachama interior rjue é tão difícil tledefinir.

I tule observar no meu serviço umainfeliz criança cuja cérebro era comple-Lamente a tri lo. Nunca haviam oo-

curioso ha.xo-rclcvo foi esru'p'do por um aiie-a a.dei a onde passara a infância.

normal e são. Outros idiotas têm fa-culdades parciais análogas no domínioda musica, do desenho, do cálculo, etc.Iirkof, pseudônimo com que assinasuas obras, é, ao contrário, um ver-dadeiro artista. Era outrora operárioem porcelana na Françai centr:ál. Seu

dido ensinai u._ nada. v. entretanto,

esse pobre sêr tinha gosto pela mo-delagem: com terra humída, trapos,

gênio nasceu com a loucura, uma lou-cura banal: o delírio tias perseguiçõese das grandezas. Ele é o centro domundo. E\ foi e será tudo. E' o ge-neral Stoessel em Porto-Arthur, e nãoprocurem o autor da erupção da mon-tanha Pelée: foi ele. Sendo Micado àsvezes, prefere de ordinário ser umgrande senhor russo

eusS antecedentes artísticos sao nu-

Uniii grand com pos. ção: a Riinha e seu filho — Esf-e quadro, de mérito relativo, é obra de umhjmem inteiramente iKsprov.do de edu-acão e qu , ant- s de mergulhar na loucura, nunca dese-

nhara e nem mesmo sabia escrever.

folhas secas, rolhas velhas, e tudo oque encontrava à mão, compunha umamatéria mais ou menos plástica, coma tiual criava formas tle animais, ca-valos, cabras, cães, ou animais estra-niios e imaginários Nu nca tend o saídodos asilos, imitava, mesmo segundoestampa:;, os objectos que representavasem os haver visto. Essas esculturasgrosseiras tinham uma qualidade no-tá vel: o movi

'mento. Esses esboços ti-nham vida. Quando.se pensa no graude obtusidade do artista, que. não forailuminado por educação alguma, po-de-sè imaginar sem_ cs(ovço que poderde execução atingiria com um cérebro

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los, redusidos às banais flores de por-celana. Esse homem que não sái deum mutismo desconfiado e delirantesenão para proferir ordens soberanas,insensatas, cria desenhos de linhas im-previstas, paisagens decorativas, pintu-ras curiosas cuja frescura e singulari-dade, muitas vezes sem assuntos pre-cisos, são animadas e cativantes comocertos desenhos de médiuns.

Grande numero de alienados perse-guidos pela icieia fixa tem o hábito detraduzir em desenhos o delírio que osimportuna. Os perseguidos, em parti-cular, traçam no papel o inferno queos atormenta, os inimigos que os afli-

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lilipr^^

Uma página d ~un_.

tratado di mundo \ejcrito por um louco Um aspecto cursinistro em que o des •quiiiurio do infeliz apareee^em t*x!a sua vertigem.

gem, os demônios que os atenazam, os Garras-cos que os despedaçam. O carteiro que desço-briu no asilo sua vocação artística, conta emabundantes produções o sonho terrível nomeio do qual se agita. Urna bordadora bretapassa dias inteiros a contar mil vexames quelhe proporciona o rancor da "Ouinoche", uniaave horrenda, capaz de todas as perversida-des. Com uma agulha, linha branca ou ver-melha, traça incansavelmente sobre pedaçosde estofo que*lhe dao, os crimes do estranho

atil ce que e a vitima e historiograía.. \.inútil dizer que as diabruras têm um grandelugar na imaginação dessa categoria de alie-nados, e que os seres bifurcados, chifrudos eestrambóticos abundam em suas obras. Domesmo modo, os pintores dos tempos ingê-nuos, imaginários, esmaltadores, iluminadores,nao deixavam, quando representavam ende-moninhados, isto e, loucos, curvados por alguma inter-venção sobrenatural, de pintar por cima dos alienadosum diabo saído da caixa craniana. Os alienados jul-

50.° Ano - - N. 1'-—¦ Junho 1946

jesuítas, os tna^õss^ etc, ou pelo hip.notismo, a eleclricidade, o telégrafosem í\o, etc Na idade-média, as peseguiçoes eram atribuídas a pessoa>endiabradas e os alienados, em veitlaile, e no sentido rigoroso, se seiliam em poder do demônio, cuja olisessão tirânica se tornava o movei deseus actos. I lá uma lei fatal de psieo*logía que quer que a própria inten.,dade das representações mentais diama cousa temida faça que se cheguea crer havê-la sofrido ou feito, e al*mesmo a passar à sua execução. Kresumo, se se quisesse analisar pormenorisadamente a obra artística da lo<cura, encontrar-se-iam nela todos osreflexos das etapas do pensanfento hue.m no, desde as suas (*>rigens. seus etsaios, seus erros, suas quedas, su:paixões e seus progressos. Encontraise-ia nela, escrita, em caracteres mai>fortes que os do criador ponderado,gênese da concepção artística. Do mesmo modo què para o sábio o esiuddo homem doente é o complemento in-dispensável <lo estudo do homem são,assim jiara a psicologia da arte o eo-nhecimento <lo artista normal pode se:poderosamente esclarecido pela obser*

... - __*r*_***«*_____*___w — nwi*ri ii«*n——««MTtWTanTriT - ,,

Animais medetadjs — Estesconhecidas foram crioclos por

animuis fai táàticos^delformas estranhasum idiota tte cérebro tíí«> obtuso, quo

menos sabia falar.

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gam-se nos nos.cos dias perseguidos ]>ela polícia, pelos

vaçao dos artistrts loucos e dos loucos artistas com seussonhos estranhos, suas deformações prodigiosas, çcusterrores e suas insanias mesmo, as ve.":es quase geniais,

Doutor Ma rie.

*

A ENERGIA ATÔMICA NAO INFLUENCIARA"AS CONDIÇÕES ATM0SFE'RÍCAS

Conquanto seja tremenda a força da energia atômica'não se compara às forças tilânicas da natureza. Por essarazão, não há possibilidade de que uma bomba atô nica,estratégica me nte cole cada, produza

'chuva, impeça furacõesou influencie, de uma forma ou cie outra, as condições nt-mosféricas — lal é a opinião do Pr. F. W, Reiclielcicríer,chefe do Bureau Meteorológico do Departamento dc Comer-cio dos Eslados Jau idos.

As pessoas aue alimentam teorias clc romo a forçaatômica possa interferir nas condições atmosféricas, não-subestimam a natureza como lambem invertem idéias ele-mehiares e simplificadas sobre os vários fenômenos ineleo-ràLógicos, acrescentou o Dr. Beichelderjcr

A MAIORIA DOS PAIS DESEJA OUE SEU PRI-MEIRO FILHO SE [AI IOM FM

O Inslilulo Sueco dc Genética Humana cm Upsalalevou a efeito recentemente uma interes: ante investi-gação, perguntando a 900 futuras mães e seus espososse desejava m que seu primeiro filho fosse homem ou mu-lher. O resultado ce;te inquérito foi bastante surpreen-dente, disse o Director cio Instituto, Professor GurinarDahlberg, pois que a disparidade das resoosíás indica

que haveria grandes discórdias entre os pais se ek.,"¦'• ípude:s:m determinar por si mesmos o sexo Oe seus

filhos. 70% dos pais desejavam om filho varão pro-vavelmehte para perpetuar seo nome, enquanto que amaioria das mães preferia uma filha. No que se refereao segundo filho, contudo, os pais [estavam1! mais deacordo Se o primeiro tivesse «sido vara o, geralmentequeriam oma menina e vice-'versa.

VENTILADOR DE VIDRO PARA USORESIDENCIAL

s. Convencido de que o gosto da agua da torneira edo leite engarrafado pode ser melhorado c.mi a veníi-lação, o dv. Peter Schumbohn, químico novayorkmo,inventou um ventilador tte vidro, para ser utiüsado noslares.

O ventilador em questão é constituido por doistubos que se entrecomuhicam. O tubo interno, qmencerra o gcío, tem o seu fundo perfurado, cm forma eiepeneira. Içando-se esse tubo interior, a agua ^ gelauacorre através da peneira para o tubo externo. Baixando-corre através da peneira para o tubo externo. Bâixand<se o tubo interno pára seu recèptáculrt, a água sobe novamente. Suspendende-se e abaixando-se o tubo internia água é inteiramente ventilada porque a "chuva' poclabsorver maior ouantidade de ar do cii• e uma mass(•ii 'se Ut a ue a eua .

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

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......\ \l\l'H em St Iian, reunidos para a chamada das f) cia manhã . ^ O grande chapéu de palha é o distintivo dos prisioneiros. Os dormi- "^

torios ficam num dos lados do campo.

A Ilha do Diabo tornou-se jxirte integrante de

os idiomas, como osujx ria tivo das mais pavo-

prisões. Livros, do-cumentações, fantasias, pe-ças teatrais e filmes cinema-

ráficos se sucederam,des-^52, sobre essa colônia

X trazendo o mundo aquanto ali se passa-

va a todos enchendo dehorror.

Atualmente a famosapt o, situada na costa nor-

América do Sul, de-ia-se Colonie Péniten-

tia de Guyane.Desde 1852 a França

ali enviou 57.000 in-considerados —¦ com— casos difíceis ou

> ia veis. E o desgra-destinado ao Bagne

fo) sabia estar maisimente destinado à

próxima do que um-dè-proyas, um solda-[ines ou um homem'O de câncer,ega 1 men te, quatrode homens povoa-•«sa pavorosa colônia

Primei ra me n te ío ra mmdenaclos a trabalhos

!»os (forçados), que pas-seus primeiros doisüuma cela solitária e;tantes no dormitório

^ com os pés acorren-}ih J^m segundo lugar!rr* os exilados (relegues),«as vezes convictos de cri-menores è que podiam

A ILHA DO DIABOReformada, afinal a maisfamosa colônia penal

fser considerados, na ilha,

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Tres religiosas sobreviventes de um grupo numeroso, a Irmã Martehen,

superiora Bernard, Irmã Claire, da Ordem de St. Joseph de Uuny,

cuidam dos leproso?, nao tendo o menor contacto com os prisioneiros.

estrangeiros livres. Viviamem grupos de 40 num pré-dio coberto de telhas e,durante o dia, eram envia-dos para diversos misteres,entre os quais o corte delenha. O terceiro grupoera formado pelos

"dobra-dos", todos eles sobreviventes do bando e do pe-riodo de forçados tendo játerminado seu tempo deprisão, mas obrigados, porlei, a viver na GuianaFrancesa por um períodoigual ao de sua sentençaoriginal. Finalmente, oquarto grupo, formado pe-los tecnicamente livres masque, tendo servido já. to-dos os seus tempos de sen-tença, preferiram continuarvivendo na Guiana Fran-cesa.

A colonia-presídio co-bre uma franja de dez mi-lhas da costa Atlântica daGuiana e uma das margensdo rio Maroni; limitada deum lado por florestas im-penetráveis e, por outro/pela Guiana Holandesa,

Três pequenas ilhas,não muito afastadas docontinente, abrigam: o go-vernador civil (Royal), osdébeis mentais e os incor-rigiveis (St. Joseph) e osFranceses traidores (do Dia-bo). Os mortais camposde trabalho, on„e os homenstrabalham sem descanso emunidos com utensilios an-

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36 30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

A Ilha do Diabo propriamente dita c vista ao fundo, à esquerda sendo ocupada, atualmente, por s_is prisioneiros políticos, adycsários da guerra contra a Alemanha. A fotografia foi tirada da residência do Gouverncur, Comandante Pineau, situada na Ilha Royal, ondevivera o comandante e os guardas. Os tubarões, com o tempo, compreenderam que o badalar do sino significava lançamento de algum corpn

aomar e acorriam, esfomeados. Eis por que, hoje, o lançamento dos mortos ás «águas é feito sem badalar dc sinos.-

tiquados e axaustivos, se estendem ao longo da cos-ta — Mana, Organabo, Sinnamary, Pariacabo e Rochasde Kourou. Ao longo do Rio Maroni ficam os camposdos "forçados", campo de punição de St. Louis, prin-cipa^ o presídio de St. Laurent e, muito distante, nointerior da terra, a colônia de St. Jean. No centro do

rio existe uma pequenina ilha. Todos esses estabeleci-mentos custam à França cerca de vinte milhões decruzeiros, anualmente.

A brutalidade reinante na Ilha do Diabo, de talmaneira impressionou e revoltou o Prémier Léon Blum.em 1936, que imediatamente baixou ordens suspendendo

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1—- Os prisioneiros políticos ocupam essas cabanas da Ilha do Diabo. A da extrema esquerda foi ocupada pelo famoso Coronel Aí**e<iDreyfus, durante cinco anos. 2 — Exiles, cortando sua porção diária de madeira. Muitos se livram, alguns dias, desse trabalho, ©o«S«a*

do os guardas ou, em caso contrário, um só ou dois se encarregando do trabalho de todos e, assim organizando-se txtrrrm entre efe».

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09 o Ano — N. 12 a o 1946

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saodas, de capacete branco, de gênio sempre agressivo c* furiosos por terem sido designados para serviço na odiada Guyana Francesa, at„,con, mdos por convicttW entre as psrtjcosas correntesas existentes em redor das ilhas. C)s guardas têm direito a seis meses de férias cada

ano ma, ,ria e formada por Corsos qut* recebem cerca dc s.is mil e quinhentos cruzúros anuais, quantia geralmente dobrada explorandoseus prisoneiros.

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a remessa de homens para esse inferno. O governodo <rémicr Daladier, por sua vez, ado- tou medida igual,voltando a suspender o envio de infelizes jxira o pre-sidi< das Guianas. Recentemente o Governo Francêsres veu ado tar novos regulamentos para o presídio da

Iln do Diabo". O sistema de punidos cumprindo sen-tCí do tipo "dobrados", foi abolido e. já agora, osanti "dobrados" podem regressar a seus lares, casonão Ht-firarn^dirigir-sc a outro qualquer ponto cio globo

m regime mais saudável, incluindo ginástica, vida

Doí rio para convictos que iá terminaram dois anos dc reclusão.As contra mosquitos (junto do fcecto) constituem «una rscente

Em quase todo o Equador, a temperatura é de 40." apn»xi ntadam».. .<•.

aò ar livre, horário regular de trabalho, assistên-cia*médica, esportes terrestres e aquáticos, introduzido pe-lo novo "gouverneur", Comandante Pineau, foi instituídocom os melhores resultados. Da mesma forma o siste-ma de encarcera mento foi inteiramente remodelado,ado;.tando-se os métodos mais indicados pelos mais adi-antados centros de punição e readaptação do homemá vida social. Mesmo o cinema to grafo já se encontrafuncionando para os detentos, sendo que a inauguraçãoda sala de espetáculos foi feita com a apresentação •;dofamoso filme norte-americano March of lime.

Prisioneiros jogando "belote" nas próprias camas, onde tambémdormem e comem . O jogo favorito é "Marselbeza" em que podem

entrar 20 jogadores. As cartas são conseguidas pelos guardas.

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ESSE E' O TRATAMENTO IPARA OS QUE TEN-TAM FUGIR POR MAR OU ATRAVE S DA MATA

Aquele que è condenado a trabalhos forçados,enviado para a Ilha do Diabo, porem mostra-se dis-ciplinado e irrepreensivel, jamais conhecera o queapresentam estas páginas! Mas as estatísticas de-monstram que 98 por cento são incapazes de se man-ter irrepreensiveis na ilha maldita. A vida penal nor-mal na col.nia já é de molde a provocar a revolta en-tre os homens mais normais e calmos, que, desespe-rados, tentam escapar. Ha períodos em que os 5.000prisioneiros levam a cabo 10.000 tentativas de fuganum só ano! Praticamente, todos eles fracassam. ^

A princípio o prisioneiro nem sequer pensa em es-capar, tão alertado chega à ilha, quanto à impossibi-lidade de fuga. Porem a natureza humana 6 de talforma que cada indivíduo se julga mais capaz ou commais sorte do que os demais e, então, o novo prision-eiro começa a sonhar com a liberdade, mesmo a. custade indescritíveis perigos e de conhecidos e temíveiscastigos. Isso começa após dois ou tres anos de re-clusão na ilha de St. Joseph. Quando chegam a rea-lizar a tentativa e os guardas, ajudados pelos cães, ostubarões ou os mil e um perigos da floresta, tornama pegar o fugitivo, este passara 20 dias numa mi-núscuia cela totalmente escura, dez dias numa cela

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O que os guai'das vêem do prisioneiro, numa solitária. .Àcela é gradeada no tecto para permitir a vigilância. O -

guarda que patrulha o longo corredor, caminha 22 mi-lhas diariamente.

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Duos vezes por dia a pequenina abertura na porta de ferro dns solitários,é aberta para que os prisioneiros recebam alimento. Essa pequeninaabertura é chamada " Judas" . No fim do corredor sc encontra uma "ca-

mera" de filmar, em funcionamento. -*f

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Argolas de ferro são aplicadas nos tornozelos de um Anamita "Co-munista", que se mostrou recalcitrante. A insígnia dos carcereiros éum par de chaves na manga do dolman, embora por baixo apareçamas calças listadas, provando que esses carcereiros — ferreiros tam-

bérrí são prisioneiros.

Libertado de uma cela na Ilha de -St Joseph, após 20 dias de encerrado numa cela totalmente escura, o prisioneiro se mostraquase cego. Agora vai passar 10 dias numa cela ligeiramente il'1-minada, antes de voltar à cela escura. Assim viverá dois anos, por ter

tentado fugir.

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apenas ligeiramente iluminada, outros vinte dias na ceiacompleta escuridão e, assim, sucessivamente. O pe-

quenò intervalo de dez dias £ concedido unicamenteara que os infelizes nao fiquem cegos irremediavelmente

com a prolongada permanência na cela de trevas totais.Durante isso, o castigado comerá somente pão duro dois

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dias em cada três. Em caso de rebeldia maior, de luta oudesobediência aos guardas, o detento ficara numa soh-taria" por tempo muito maior e qua se indetermis nado. fceagride um guarda com maior violência ou *e tenta mata-lo será a guilhotina. Ape ar de tais penalidatcssao constantes as agressees, . . e a açno da guilhotina I*

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Exiles", marcados com um R {Relépué.f),alinham-se as canecas e demais

vivem cmutensílios

iu U« (>níre as solitárias dos convictos. Nas prateleiras ima-

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EST t$ SÃO FAMOSOS CON!V CTJS DA FRANÇA, CJJOS CRIMES SE TORNA-

R/M NCTÓKIOS.

Alguns dos indivi-duos que formam a ano-nima população da Ilhado Diabo, são vistos nes-ta página. Estão, atual-mente, nessa prisão-co-lonia, formando um gru-po de aproximadamente2.500 convictos, 2.500"exiles"^ 1200 dos cha-mados "libertos" e 500Indo-Chineses "Comu-

nistas". Devemos somara esses números mais500 guardas que vigiamos prisioneiros. O calor,

entretanto, castiga todos eles igualmente, punidos epunidores. Na região, cortada pelo Equador, chove du-rante sete meses do ano. Nos restantes, o sol brilha equeima de tal forma que os olhos mal podem permanecerabertos das 5 da manhã ás 6 da tarde.

Os trabalhadores que executam misteres ao ar livrevivem descalços, com o dorso nú e sofrem de malária,ankylostomiasis (constantes fermentações de est'maço),ataxia locomotora, das incessantes picadas dos mos-quitos, aranhas terrestres e marítimas e das dolorosasferroadas das terríveis formigas vermelhas. Uma co-lônia de leprosos vende aos prisioneiros galinhas, peixe ífrescos e lagartos. Também fornece, mediante juros outrabalhos, dinheiro para favorecer as tentativas de fuga.Os leprosos são confinados em uma ilha mais afastada,porém a maior quantidade se encontra em St. Laurent.Esses infelizes tatuam a filosofia de suas vidas nos pro-prios corpos. Um deles mandou tatuar no peito:

"O

passado me decepcionou. O presente me atormenta.0 futuro me amedronta".

Sim. . . O futuro é a morte para cerca de 1.000 dos5.000, anualmente! E quando tentam fugir, em deses-pero de causa, o profissional escolhido para os caçare trazer de volta é o convicto Barrére. Barrére já temsido, várias vezes, atacado por companheiros, desati-nados, que lhe dedicam ódio mortal. Sua vida, real-.mente, constituiria "risco

perigoso" para uma compa-nhia de seguros. . .

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"' "' Jmoaoix^*^ """ ^^j^^^j^^,^^

Um lunático que não para de cantar, surge atravez das barras deferro da prisão de St. Laurent, no Rio Maroni. Cerca de 1 em cadaonze, dos que suportam os dois anos de punição preliminares, ter-minam assim. A maioria dos insanos é confinada na ilha de St. Jo-

seph ou nas lies du Sa/uf.

Matador do homem que lhe rou- Mahomet Bcn Ali' aos 63 anos M;bou a esposa, depois dc torturá-lo ^ cn(6,;w E' conhecido como ...com requintes dc selvagena. Lha- , _., .,

<a ii. a.' „„ vovô da Ilha. Conseguiu o nula-ma-sc Mouvault c esta preso para

«í im í i„ cre clc viver 4U anos no presiditoda a vida, embora com liberdade «?««- v"- VJ »

de movimento, na'Ile du Silut. infernal!

mam^* — ^^^x*m*x^sx***MXoo^^x*mm^********a ^^mms*****xxmm ^^———^t__i________m _mu__\~¦"•-¦¦'¦-'- • 4 " ^urÉH^R ^^'l^ff1^^1Jh'^t'aBMJW?^'^tttry^RMI^BMRSK^^-it' S

ái >te: ChaO carrasco com sua guilhotina. E' l Assassino, agi>ra demente:um convicto selecionado. Natural- * —ft_sc

fioulay .~ Numa tentativamente odiado por seus companhei- j r r • « í i . i... • %> i de iuga foi cruelmente atacadoros de intortunio. rode perder . , c .• j • , . _ pelos tubarões e solreu nada me-vicia violentamente, nas mãos ile

um co lega. nos de 30 operações .

Assassino de um norte-americano, Tatuar o corpo é a grane e ma-Richard Wall, do qual roubou tre- nia dos prisioneiros. Este, entrezentos dólares, Guy Davin, por outros, mandou tatuar o

"retrato

intermédio dos "pistoloes" de sua de Marlene Dietrich. Há, porém,mãe, conseguiu um serviço razoa- os que preferem tatuar a legiãovel de secretário do governador. de honra no peito,

?,0.° Ano — N. 1 — Junho 1946 41 V:—,—^__-*HtiO

A MAGIAão morreun* * *

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E. BEfTARELL!IPOR

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,)ara chegar a ser mago, as tradições exigiam umaW» lonira e difícil. Provas duras e perigosas davamrr^ is virtudes superiores e somente depois de pas-

ao iis.go ,i. .*. ii^. -i-

sa ela castidade e o jejum, a ablução e a chama, podiaem condições de alternar com os deuses sem temorest-

,ie ; _a cólera. , _ . tt ,formalidades da evocação —verdadeira mis-

da magia—não eram menos complicadas. Ves-ffde c calçado com roupagens de linho, a cabeça cingida

com franja estrelada e na mão nua uma espada de aço—xno escolhia o sítio da ceremonia: bosque, caverna,

edil cío em ruinas. O ritual exigia, de imediato, uma

operação fundamental: o traçado do circulo mágico,Unha única c perfeita que encontra no mesmo ponto

seu orincípio e seu fim. Algumas vezes bastava paraisso a ponta da espada; porém era imprescindível, em

outras ocasiões, uma vareta de ouro, incrustada de gemas,

que o mago brandia enfurecido. As pedras, com suasvirtudes ocultas, comuni-cavam ao bastão eficiênciainvcnciveha safira,que pre-serva do medo; a calcedô-nia, que faz ganhar os pro-cessos; o rubi, que apazi-gua os remorsos; a corna-Una , que acalma o fluxo dosangue...

De uma maneira oude oulra, o círculo era sem-pre a muralha segura quecontmha o avanço dos mausespíritos. Podia tornar-sema inexpugnável se, co-meçando pelo lado do le-vau v, se inscrevia em seuslimites o triângulo simbó-lia). Tochas acesas nos pon-tos cardeais, e, no centrodo círculo, inscrições pro-píciaa, asseguravam aindacoii* a as artes perversasde vontades hostis.

1 icgava, então, o mo-mento solene. Inclinada pa-ra baixo a ponta da espa-da, era levada para o alto amão sinistra — cujas unhas,eni fôrma de gancho, àluz da fogueira, pareciam inflamadas o mago pro-nuncia va as palavras todo poderosas do conjuro. Quantotem a magia de vontade soberba e rebeldia c.ga, come-Çav?. a borbotâr entre os lábios trêmulos. Era, a prin-cipio, um grito selvagem, um uivo de lobo; era, depois,como nos versos de Lucano "o

gemido das ondas que sequebram contra o escolho, o mugido do vento entre°s hosques, o ruido do raio rasgando a nuvem". Umritmo bárbaro dava ao conjuro as sugestões do encan-tamento e como se cada palavra fosse um jorro de oleo,entre as chamas, o mago redobrava os conjuros na im-Paciência angustiante. Já não era a ordem era a amea-Ça Enfraquecido pelo jejum, enervado pela expectativa,enlouquecido por suas próprias palavras, o mago atingia0 Vértice. a À]iin\r\ú^tíri rUeávaÜí»

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Rolando as pedras coloridas o... "mágicas" o Dr Chavafoimbra.descobre o tratamento para o paciente sofrendo de eólicas do estorna-

go. Provavelmente receitara a mesma raiz )â receitada para sarampo.

lce, a alucinação desejadai Ojjuadro anterior poderá mudar de acordo

variações do ambiente e da história. Porém, fossvaifoss

com asfossem quais

iosse.n as variações de detalhe, a magia se prolongou atra-v"i das idades na ceremonia heróica do conjuro. Heróis

legendários dos livros cabalísticos, hierofantes do Egípto#pitagóricos da Grécia, iluminados de Alexandria, sacetwdotizas bárbaras, alquimistas do medievo, astrólogos emagos da idade moderna — não obstante o difícil sim».bolismo de seus ritos e a obscuridade voluntária de seusdogmas, convergem todos para essa fórmula que pareceencerrar a própria essência da magia: "o desejo dominao mundo com instrumentos nascidos do desejo."

Esse caracter resolutamente ativo, afastou a magia,desde cedo, do tronco comum de todas as religiões.Não obstante a Comunidade de suas origens, a religiãoe a magia seguem, de facto, caminhos diferentes. Hu-milhada e vencida, a criatura procura abrandar a von-tade onipotente que a esmaga, com as orações e as ofe-rendas religiosas. Pleno de rebeldia orgulhosa, o magonão sabe adular os deuses, tentando seus apetites oulouvando sua viadade. Ao contrário, move contra elesguerra aberta, ameaça-os, increpa-os, afásta-os e pro-

cura subjugá-los. O religio-so é um servo; o mago, umconquistador.

Toda força do conjuro,toda eficiência da magia,reside, portanto, na vee-mência do encantador. De-sejar alguma cousa arden-temente já é começara rea-lizar esse desejo e todo ocomplicado edifício da ma-gia repousa unicamente so-bre a virtude creadora dodesejo. Todo desejo violentoleva comsigo mesmo umapredisposição para a fá e,no homem mais culto, nosêr mais civilizado, há mo-mentos em que surgem tri-unfantes e sem véus as mes-mas ilusões dos antepassa-dos remotos. Porque se jénao há entre nós magosmisteriosos, que buscampara seus ritos extranhosa solidão e as ruinas, nempor isso a magia se extin-guiu e passou à história co-mo uma velha ilusão des-vanecida. Continua viven-do no fundo de cada um

de nós e quantas vezes o desejo nos embriaga, a ma-

gia surge-nos como um instrumento do querer. As ten-

tativas mais absurdas parecem, então, possíveis e espe-ramos a realização inevitável do desejo com a mesmaabsoluta naturalidade com que aguardamos o adventodo fenômeno mais simples e charlatão. 0 pequeno que,iogando

"gude" inclina o corpo emquanto a bolinha

roda e trata de dirigi-la, de longe, com seus gestos e seus

gritos; o adulto que suspeita que tudo lhe será nelasto

porque derrubou, estando à mesa, um pouco de sal; o

enfermo que recorre às práticas mais ^^f81^^ansioso por curar uma enfermidade interminável, todos

ressuscitam, sem saber, os mesmos processos dos magos

e dos cabalísticos.Num livro recente, Gheon conta os dias horríveis

da guerra, quando ao emudecer a artilharia e chegar o

instante de mudar as sentinelas, os companheiros queficavam nas trincheiras

"reuniam todas as torças do

amor para ajudá-los de longe e para atrair sobre eles a

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42 30° Ano — N. 1 — Junho 1946

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rotecção do invisível." Em que diferem essas confissões^e um contemporâneo, das extranhas ceremônias magi-cas com que as tribus do sudoeste da 'Africa acompa-nham a caça do hipopótamo entre os matagais de suasribeiras ? Quando chega a época propícia, os indígenasobstruem a passagem habitual preferida pelos animais,atravessando uma piroga no çaminnho. A manada sedetém ante o extranho obstáculo, emquanto os caça-dores, emboscados, disparam suas lanças sobre o durocouro. O cabo das lanças está ligado ao ferro da pontaapenas por meio de longo cordão e ligei-ramente ao dardo, de maneira que, quan-do a fera, enlouquecida pela dôr, mer^gulha no riopara fugir aosolhares de seusperseguidores,o cabo, des-prendendo-sedo dardo, flu-tua na super-fiçie, indican-do a direeçãoseguida peloanimal. En-tao surge omais interes-sante: logoque o caçadorlançou sua ar-ma, corre atéa cabana, pa-ra avizar amulher. Epreciso que aesposa se en-cerre i media-tamente e per-man eça imo-vel, sem bebernem comer,porque, de ou-tra maneira,

_"o hipopota-mo ferido semostrar iacombativo etalvez matas-se o caçador",emquantoque,

"perma-necendo ela,em repouso, oanimal tam-bem apazigua-

sua ira.

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ra

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Bruxaria eJeiticeiros: —Conseguirá ahumanidade,algum r4 dia,deixar-se guiarpelas duasgrandes for-ças vitais quea movem: ada Inteligên-cia, que valo-riza, analisa,compara, me-dita e julga eaquela outra, a

B*.. *vQflv^a9^fl^flfltf3l ^tóf flk\& Ifl^-^» EflVs. Bj * ^*Vb r^flL Ê -rn m JA rSflSEBr^^^^ ^^ ^^^fl^^^SE

^ O "Anticristo",do Coração, que sugere ao cérebro huma-nó e o arrasta além das próprias [razões do raciocínio?

Muitas vezes quando nos detemos a contemplaro imenso conjunto de delitos, loucuras e infâmias queconstituem as mais abundantes matérias primas da His-toria, mesmo na contemporânea, começamos a discernire raciocinar sobre o futuro destino humano.

Talvez não seja a # História mais que uma espan-tosa sucessão de infâmias contra os individuos e con-tra os povos.. .

por

Que sobressalto sacode nossos pensamentos quan d <recordamos que, apenas há duzentos anos, era processada;uma infinidade de indivíduos acusados de bruxaria,desventurados neuropáticos eram assassinados por ha-vdado forma de di curso às loucas visões de suas fatasiasl. . .

Muitas outras histórias de tragédia e dôr iluminaa miséria constitutiva da natureza humana. O gride ira e lacerante dôr daqueles que se julgavam em co1:tácto com seres extravagantes está, felizmente, bem d

tante de nós; porém o homem contemansioso por conhecer tuo.mente as aberrações (.

passado. Espor que revo!-vem ante seusolhos surpreendidos aslou-cas história.,de Sabbat; r.desesperada?corre rias dasbruxas para o •domínios d«seres diabóli-cos; a sede deca ri cias satãnicas de quse sentiam invadidas algnmas desventu-radas.

Atualmente»sabemos umpouco mais.Conhece moso dolorosomistério quese esconde soba mis/ria dabruxaria; jx>-rém o maissurpreendenteda extranhaaberração hu-mana continúa a í n d aprendendonossa atençã*

E' suma-mente difícilestabelecer emque época sefalou, pela primeira vez, arespeito. Abruxaria re-monta a tem-pos pretéritos.

Por que nãoacreditar queo abstruso sis-tema de caba-Ia não era, emsua última es-sencia, umaforma ou ummétodo debruxaria? Tal-vez nem mes-mo os pro-prios rabinos.que mistérios

sa mente se confiavam as fórmulasdesse sistema (tão ca balístico que provavelmente,nem os próprios encarregados de sua custódia compre-end iam), soubessem ou entendessem, exactamente,fim e a essência do sistema. .dora de todos esses fenômenos _....._tolos acreditassem que as bruxas e todos aqueles individuos estavam pm rnnfápln z-^i-n cAroc satânicos e, p°l

Lu cas íranach;

Porém a força destrui-t a mesma: fazer que os

seresuos estavam em contacto comisso, possuíam força sobrenatural.

maioria das grandes cidades e povos da Europa,Na

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946 43

i , : ¦ indivíduos que se diziam possuidores de forças. {Lc e em contínuo contacto com divindades satã-

daqueles povos havia, naturalmente, feiticeiros eas, como atualmente os encontramos nas aldeias de-òs e indígenas da A'frica, A'sia e Américas. A almautna extranha e mísera necessidade de acreditar em

quanto seja sobrenatural; o indivíduos gostamcreditar na fantasia e nas pessoas e cousas que este-tora do físico e normal.N>a Idade Media, o núcleo de todas essas creaçõesconstituído, forçosamente, pelo demônio.

0 cristianismo gravara na inente humana a imagem,atanás e o fizera de tal forma, que o espírito deste;>resentava por toda parte e em todas as cousas-,in0 ln mente todos se figuravam que eram um Lu-

dtia

...

afastados, de congregações, de ritos infernais.. A fau-tasia enferma de homens e mulheres irremediavelmentetranstornados áge sobre os demais, conquistando novosadeptos e não tardou a aparecer um extranho mundo deexaltados, de loucos e histéricos, que só de recordar nosenche de horror e causa receio. 0 inverossimil,o fantás-tico, converte-se em pura realidade: as congregaçõesdemoníacas — o Sabbat das bruxas — como uma reali-dade indiscutível, por todos aceita.

A partir do ano 1400 e até o de 1700 as autoridadescivis e religiosas iniciaram a caça aos amigos do diabo;acenderam-se fogueiras para queimar feiticeiros, bruxase todos aqueles enfermos mentais; começaram, também»a funcionar os tribunais da inquisição, sendo iniciadosos processos. . .

A loucajexaltação do público encontra"seu homólogo

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cado pnr seus -instrumentos", o Dr. Chavafoimbra, sentadoclientes aos quais aplica seus poderes mágicos. A corda teita

c/ler antropomorfo, consideravam a cousa mais naturaldfcsíe. mundo que algum homem tivesse o dom de co-mímica r-se com o demônio e seus satélites.

Pelo século X era tal a idéia fixa de alguns indivíduosas mulheres primam nestas como em outras loucuras;,

que afirmavam sem deixar a menor dúvida que se acha-vani em contacto com Satanás. . ,

Pouco a pouco a idéia de que um grupo de malvados«estava ligado moral e materialmaente j o diabo, toi ga-nbando corpo e nao tardou a se converter em reahdaüePara uma proporção assustadora de crentes e fanáticos,eníão foram criadas lendas de encontros em lugares

k oorta de sua casa, em Johanesburgc: A'írica do Sul, «guarda seu.

de palha trançada é o distintivo dc sua profissão de curande.ro.

na loucura dos batalhões de histéricas que se mctavam

de ter sustentado relações amorosas com o diabo..:Lendo alguns processos do s:culo XV, tem-se a

impressão de que tal loucura era geral, tão geral que. um

crescidissimo número de desgraçadas neurasteiucas,

acusadas de amores diabólicos, confessavam suas cui-

pas apresentando um mundo desconcertante de provas

TdeShes absurdos. Parecia que toda a hum-mdade

estava enferma de «turnismo; infelizmente, o iactoj

para êsse estado de coisas não taltava.

(Continua na pág. 94) /

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0 candelabro de prataConto policial de R. YORK

Os pormenores aparentemente mais insig-nificantes têm, às vezes, mais importância doque outros a que se dedica especial interesse.A uma curtissima palestra deveu John Wes-ton, em certa ocasião, esclarecimento do mis-tério que rodeava o roubo praticado em Ugh-torpe Lodge. O detective fora a Ugh torpe —pequenina cidade do Lincolnshire, situada àbeira-mar — para efetuar uma inspeção nosarquivos do registo civil, motivada por ou-tro assunto, de que fora encarregado por seus chefes. Aoentardecer, abrindo a valise, verificou que esquecera delevar a escova de dentes e dirigiu-se à farmácia do lugarpara adquirir uma. Quando John Wexton ia saindo doestabelecimento, uma jovem elegante e que poderia ser atéformosa, sem larga mancha de eczema que desfigurava suaface direita, penetrou na casa comercial.

Poderia preparar-me outro pote de pomada e ou-tro frasco de poção ? — perguntou ao farmacêutico

A poção de ferro e enxofre ? — perguntou, por suavez, o farmacêutico.

A de enxofre. A mesma de há uns quinze dias. De-ve ter ainda a receita, não?4^ —Tenho, senhorita. Quer que mande tudo paraUghtorpe Lodge? Do contrário, terá que esperar meiahora...

¦ —Não precisará mandar. Eu mesma regressarei den-tro de meia hora. Ate logo.E a fregueza retirou-se.

t u""™88! é a

eta> F1.ovyer~ explicou o farmacêutico a

John Wexton.—Seu pai e o gerente dos bens de LordBoirowby. Deve ter ouvido falar dele...; Porém o detective, que jamais ouvira sequer o nome detais pessoas, hmitou-se a pagar a escova de dentes semfazer comentários, regressando ao hotel.

-L/No dia^ seguinte pela manhã, depois de fazer a pri-meira refeição e quando ;a se dirigia para a estação, afimde alcançar o trem das sete e meia, no qual pensava re-grassar a Londres, o detective percebeu que um homem decabelos grisalhos descia precipitadamente de um automo-vel, parado ;unto da porta do hotel.Falo com o Sr. John Wexton?

Exactamente — respondeu o detective, que se acha-,va na calçada, diante da porta do hotel e tinha a valiseem mão.Que sorte! — Cheguei a tempo, graças a Deus! —

exclamou o desconhecido. — Sou Flower, gerente de Lord^Borrowby. Acabo de sofrer um roubo, em minha residen-Cia. Levaram uma carteira, contendo seiscentas librasComuniquei o fato à policia, é claro. Mas, sabendo queo senhor se achava nesta cidade, não quis contentar-meeom essa denúncia e resolvi solicitar também sua coope-ração. Se aceiiar, eu o levarei agora mesmo, à minha casaque fica a pouco mais de duas milhas e, pelo caminho, ireírelatando os detalhes do facto.

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Foi assim . . . começou o Sr. FloWerRidmires. . .

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O detective accedeu. Os dois homens penetra-ram no automóvel e este arrancou na direcção deUghtorpe Lodge.

Diga-me o que aconteceu — pediu Wexton aseu acompanhante.

Foi assim... — começou o Sr. Flower —Ontem fui a Redmires, uma aldeia que dista daquicerca de milha e meia, mais ou menos. Tinha quefalar com os arrendatários das granjas de lord Bor-rowby. Ao regressar trazia cerca de seiscentas librasesterlinas numa carteira de couro, que sempre usopara guardar o dinheiro. Cheguei à minha casa àsonze e meia. Deixei a carteira em minha escrevani-nha do gabinete de serviço, com a intenção de de-positar aquela importância hoje no banco. Hávinte anos que guardo nessa escrevaninha o dinheiroque recebo por conta de meu patrão. Nunca, atéhoje, aconteceu nada de anormal. Talvez lhe inte-resse saber que sou viuvo e que vivo só com mi-nha filha e duas criadas.

Hesitou um instante e, depois, prosseguiu :Como lhe dizia, cheguei às onze e meia da

noite. Deitei-me para dormir, pouco depois da meia

r.-. ¦¦*. -;•¦>¦ ' --,rU- 7 rt TT* 11 "<riMWllfi«i«i m

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hoitfhon-'-vapare

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

e já à uma hora dormia profundamente. Duasmais tarde, despertei^ sem motivo algum Procura-

causa desse facto insólito quando, repentinamente,•eu-me ouvir alguém caminhando em meu gabinete

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de trabalho. Saltei do leito e desci, silenciosamente, aescada. Fraca claridade filtrava sob a fresta da porta;a seguir ouvi duas pessoas que falavam a meia voz.Apesar de todas as precauções que tomei para naochamar a atenção dos ladrões, estes devem ter notadominha, aproximação, pois a luz se extinguiu repentina-mente.

Corri para a porta, abrindo-a com violência. Tinhaquase a certeza de que as duas vozes eram as de minhasempregadas. Porém, apenas cruzei o umbral, um dosladrões saltou sobre mim, envolvendo-me a cabeça eos ombros num grande manto.— Foge! Foge!—-ouvi-o gritar a seu cúmplice, -com voz nervosa."Lutei energicamente para livrar-me da manta.Perdi o equilíbrio e caí, mas com tão pouca sorte que baticom a cabeça contra a aresta de um movei. O choquefoi violento; fiquei estonteado durante algum tempo equando recuperei a lucidez, os ladrões tinham desapa-recidp. A sala estava novamente iluminada. Minhafilha e as duas creadas se achavam a meu lado. Coma sua ajuda levantei-me, disse-lhes o que tinha ocorridoe logo tratei de inspeccionar a sala para vêr se os ladrõestinham deixado rastros. A seguir, procedi ao exame detoda a casa. O primeiro que notámos nos deixou estupe-fatos. Os ladrões tinham tido a audácia de meter-se nadespensa e presentear-se com uma galinha assada, além*de uma garrafa de Bordeos. Sobre uma mesa havia,.de facto, um candelabro de prata, que era do vestíbulo*.e restos de galinha, pão, manteiga e a garrafa. As Janelasdo escritório tinham ficado abertas de par em par. Evi-den temente, os ladrõs fugiram por ali"

O detective interrompeu o Sr. Flower:E quando verificou o desaparecimento do di-

nheiro?Minutos depois. Após examinar o escritório,

cheguei à conclusão de que surgira a tempo para evitaro roubo. Porém pensei no dinheiro e examinei a escre-vaninha com maior atenção. Notei, então, que tinhamforçado as gavetas, voltando a fechá-las. O dinheirodesaparecera!"Minha filha teve uma crise de nervos, naturalmentedevido ao susto que sofrerá ao encontrar-me caído.Felizmente, eu nada sofrerá de grave. Ao certificar-mede que os ladrões não tinham levado nada mais, trateide me vestir, fui até a cidade apresentar denúncia àpolícia e, de lá, dirígí-me ao castelo para relatar o factoa lord Borrowbv. Ele me aconselhou a vir procurá-lo.

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Através da janela aberta, viu a Jovem FloWer afastando-se na

direção do gradil.

O automóvel penetrou no parque^ de UgthorpeLodge. O Sr. Flower terminara seu relatório. De acordocom as instruções deixadas pelo dono da casa, ninguém*tocara em nada, no escritório. John Wexton efetuoüralguns rápidos exames. Depois disse ao Sr. Flower:

Q senhor teve a impressão de que os ladrões!eram dois. No entanto, como poderá vêr — acrescentou—aqui esteve apenas uma pessoa com apetite. Só ha um.

prato, sobre a mesa, uma só faca, um só garfo, um copo...E' verdade! —respondeu o Sr. Flower — Nao

reparara. . . , . AO detective examinou, a seguir, o escritório. A

fechadura era de um modelo muito simples. Estava

quebrada. , , jIsto demonstra que se trata de um. . . amador—

comentou John Wexton — Um profissional não força.

desta maneira uma fechadura tão simples, que cederia

a um ligeiro esforço.Examinou a janela, que tinha dois trincos na parte

alta e outros dois, na inferior. Ninguém poderia abri-la

do exterior sem ser forçado, primeiro, a quebrar as vi-

draças. E estas estavam intactas... %__ O senhor examinou as outras janelas í

Examinei todas elas. Estavam intactas. _

íohn Wexton nada disse, mas chegou a conclusão-

de que, forçosamente, os ladrões tinham penetrado na

casa graças ao auxílio de alguém que se achava no m-

terior Saindo pela janela, inspecionou os arredores.

A uma pessoa inexperiente teria sido impossível noter-

ali alguma cousa interessante. Porém para John Wex-

fl efafócilimo vêr que havia duas pistas de passos.

Uma ia £a! aJanete a outra se afastava da mesma..

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46

Os passos eram iguais.[Um indivíduo, e não dois, tinhaentrado no escritório de Flower. Isto confirmava ahipótese do detective: "Alguém se aproximara da ja-nela e esta lhe fôra aberta do interior. '¦' Mas: quem abriraa janela? Indiscutivelmente uma das três pessoas, que,fira o Sr. Flower, se achavam na casa, isto é: a filhae as 1 duas feriadas.

John Wexton voltou ao interior da casa. Reflectia,procürarido coordenar todos os detalhes do roubo. Seusolhos pousaram, repentinamente, no candelabro de pratae logo o examinou com curió-sidade. No pé notava-se umamancha recente, que o detecti-ve examinou através de umalente. Segundos depois, aban-donava o candelabro sobre amesa, enquanto um sorriso afio-rava a seus lábios. ^

Voltou-se para o Sr., Flowere perguntou:Poderia dizer, fde ma-neira precisa, quando limparampela última vez este cande-labro |^

Uma das criadas, (presen-te, se encarregou de responder:

Eu mesma limpei todosos objectos de cobre e prata,ontem... — informou. ^ - .^

Essa resposta era decisivapara John Wexton.|Não tinhamais dúvida sobre quem era apessoa que introduzira o ladrãona casa. Essa pessoa deu decomer ao ladrão, iluminando amesa com o candelabro. A se-guir, quando se achavam noescritório, os cúmplices ouviramos passos do Sr. Flower. Parao detective estava explicado porque um dos cúmplices disseraao outro: " Foge"! » .]

Essa hipótese, que culpavado delito a senhorita Flower,era dolorosa. Mas nem por isso•constituía uma razão para serrechaçada. A criada retirou-se.Porém o detective, assaltadopor outra idéia repentina, cor-reu atrás dela, alcançou-a novestíbulo e formulou algumasrápidas perguntas. As respostasque obteve o tranqüilizaram umpouco, fazendo-o compreenderque aquela hipótese, embora seconfirmasse, adquiria novo as-pécto que a tornava menosdolorosa.

Segundos depois, desperta-va a atenção do detective umfacto que, na realidade, nãopodia surpreendê-lo. Através dajanela aberta, viu a jovemFlower afastando-se na direcçãodo gradil do parque. Reconhe-ceu imediatamente a jovem: eraa mesma que entrara na farmá-cia para solicitar a poção e apomada.Sr. Flower 1— pediuJohn Wexton — Poderia ter abondade de ir até sua adega etrazer-me outra garrafa de vi-nho igual à que está sobre a mesa?

O gerente de lord Borrowby, sem suspeitar da ín-tenção do detective, obedeceu, abandonando a sala emque se achavam. John Wexton imediatamente saltoupela ;anela, correu pelo parque e deteve a senhoritaFio wer, junto do gradil que cercava a mansão.Bom dia, senhorita — disse ele — Não lhe parece<que eu mesmo poderia me encarregar desse assunto?De. . , de que assunto ? — balbuciou.Refiro-me à carteira com as seiscentas libras.

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

A senhorita me indicará o endereço. Já sei em que mà\*está o dinheiro. E pode estar tranqüila, senhorita. Sberei ser discreto. . .

Afirmo que. .-...Sei que é inocente, senhorita, e que deseja, a-.

nas, recuperar o dinheiro — disse o detective, tranq,..,lizando-a.

Ele tambem é inocente — disse ela num soli ,•»>—[Roubou o dinheiro, é verdade, porém num momeu :..de desesjero. Se eu tivesse suspeitado que procura i

isso. . . Pensei que quisesse visi-tar a casa, matar saudades

,:-,#mm-'* Nada mais! Sentou-se. Conversa-mos. Dei-lhe de comer, porque

me inspirava piedade vê-lo assim— Entendo p

isso mesmo peçoDiga-me ondevive. Irei buscar ,dinheiro.

A senhorita FL,balbuciou tendereço.

r —Muito bem

Volte para ca-sa. E confie cmmim.

U ma ho ramais tarde odetective regres-sava ao escrito-rio do Sr. Fio-wer e deposita-va sobre a me-síi a carteiracom o dinheiro.

— M i n h a sseiscentas 1 I -

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— Ele se sentou, Conversámos. Dei-lhe de comer porque me inspirava piedade vê-lo assim.

mou o gerente, assombrado — Como as encontrou ?Quem havia roubado? Como pode...? Não possocompreender. Já me haviam dito que o senhor era umdetective maravilhoso. Explique-me, por favor.

Agora seria impossível. Tenho apenas três nu-nutos para apanhar o trem. Desculpe se me retiro; naoposso perder esse trem. Em Londres tenho muito quefazer.

Mas eu desejaria . . .(Ccníinua na pag. 96)-

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Nada mais fabuloso do que as origens do Lácio,-

de (íue tirou nome a raça que alguns historiadores en-

tendem constituir uma raça característica, integrada

pelas nações curopéas de língua romanica e os Estados

chamados ibero-americanos. :Fis por que teriam que transcorrer muitos séculos,

antes de que, com alguma base, fosse possível percebercomo teve início a formação daquele povo, que nao era,

de modo algum, o aborígene da comarca onde estabe-

leceu definitivamente residência mas sim outro,^quedali expulsou o primeiro ocupante.

Existiam, desde tempos remotos, varias naçõesna Itália, país limitado ao Norte pelo leito do Po e ba-nhado a Leste pelo Adriático, ao sul pelo Tônico e a

Oeste {>elo Mar Tirreno. Habitavam, desde séculosremotos, na parte marítima ocidental, os Etruscos, povomisterioso, em nada parecido com seus vizinhos, de pro-ced ocia inieiramente desconhecida, embora algunssuponham que fossem os chamados

"Pelasgos , oriundosda Vaia Menor e de língua absolutamente ignorada,emquanto outros acreditam que falassem o dialeto eólio.Os Uruscos eram ousados navegadores e hábeis mer-cad >res, grandes inimigos, neste conceito, dos ^egos;tinham chegado a um grau de civilização adiantadis-sim- e se distinguiam, principalmente, por _ seu espiritoreli ioso, formado nas crenças mais temficas e e*te"rior ado por cultos sanguinários. Os Santos Padres

puderam chamar, com razão, a Etruria, a mae dassuperstições". , ...

Porém, nao eram apenas os Etruscos que habitavama Itália. Amparados nas fragas dos Apemnos, coexis-tiam diversos povos: Umbrios, Sabinos, Volscos, Marsos,Saa itas, etc, todos eles árias, —a distintos, portanto,dos Etruscos ou Tirrenos. Todos falavam a mesma lin-

gua, prestavam adoração aos mesmos deuses e obser-vavam iguais costumes. . . •

Isolados em suas brenhas, incomunicados^ entre si,vivkvm dedicados ao pastoreio eà agricultura, a maneirado nômades, sem casas nem cidades. Apenas tinhamconstruído algumas fortalezas, nos cumes dos montes,Par. refugiar-se nelas em caso de guerra. Devemos con-

•or dizendo que nas ribeiras do sul floresciam inúmerastardas gregas, sem relação alguma, porem, com os

do interior.

ciuCO

poveOcorreu um dia que, atacados os Itahotas, habi-

tanles de umas montanhas do Apenino, pelos babinos,viram-se obrigados a ceder a estes o território e, maoem busca de nova pUria, detiveram-se numa regiãoprósima da fronteira meridional da Etruria, nas margensdo mar Tirreno. Era uma planície fértil, própria para opastoreio, coberta de colinas cheias de bosques, comáguas abundantes e banhada por um caudaloso no, o

Tibre. Próximo da costa, entretanto, o terreno era pan-tanoso, mas como o lugar se prestava para viver comfartura e oferecia boa defeza, decidiram os emigrantesali ficar, para o que, conforme com eles tinham feito*expulsaram seus habitantes, os Siculos.

Tinham estes, em suas primitivas estâncias, mos-trado mais adiantamento que os Italiotas: sabiam lavrara terra, construir praças fortificadas e, em lugar de sa-crificar homens aos deuses, apenas imolavam touros.Já em suas diferentes estâncias, as tribus se haviamseparado, instalando-se em aldeias totalmente indepen- -

pendentes, chamadas cidades, sem mais nenhum laçode união além da comunidade de crenças religiosasAssim transcorreram sete séculos, envoltos na mais

pesada sombra ou seja, desde o século XV ao VII, antesde Cristo, porém que os antigos historiadores latinos

quiseram dar por conhecidos, chegando mesmo a citarnomes dos reis que se haviam sucedido, começando

por Tano (1451 antes de Cristo). De tais cronologia*

podemos deduzir, porém, por mais fabulosas que possamser a chegada de repetidas emigrações ao Lacio: a pri-meira foi a de Saturno, chegada por mar; anos depoisaparece outra, acaudilhada por um herói do Norte da

Europa, chamado Latino, que da seu nome (Latium)ao país primitivamente ocupado pelas gentes de Jano;seguiu-se uma terceira emigração, conduzida por Evandro, ,

o Pelasgo; desembarcaram, mais adiante, os 1 royanos.

fugitivos de Ilion e guiados por seu príncipe Enéas, hin-

dador de uma nova dinastia, cu;o último rei foi Amuho

Silvio (796, antes de Cristo).Como tantas vezes já ocorrera e continuaria ocor-

rendo, Amulio subiu ao trono usurpando-o a seu irmão

mais velho, Numitor, ao qual assassinou e, receiosa

Ss/ de que a filha unigênita daquele, Réa Silvia,

chegasse a dar sucessores a seu pai, obrigou-a a perma-necerTirgem, consagrando-a a Vesta. Os deuses nao

quiseram tolerar tal cousa e, assim. Marte, deus sab.no,

fê-la mãe de dois meninos, gêmeos que receberam o*

nomes de Romulo e Remo. Descoberto o nascimento,"oram

ambos arrojados ao Tibre; porém novamente

SL o" deuses e em vez de perecer afogados fora»

conduzidos pelas ondas até a margem, onde, compade-

cida dos pequeninos, uma loba os amamentou

eMS os filhos de Marte • Réa Silvia,^ che-a >. orlnlf^rência. como soubessem de quem des-

SÍdiam, íSTaVns latinos e, colocando-se à sna

frente decidiram fundar uma colônia próxima da con-

Ecía do Tiberon com o Tibre, a seis léguas de sua

emtoAaÍraagem ^pJ^para levantar naquele lugar

A paragem se m do chão pantanoso

S&Ó§£E2&áSS*Inllubridade daquele. Por outro

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lado, sua situação era excelente e daí que, apesar da tris-teza da paisagem, resolveram os dois irmãos èdificaralt mesmo a cidade que lhes serviria de morada e a quederam o nome de Roma.

Nao podia., em tal tempo, desejar-se situação maisestratégica. Contra os ataques dos Etruscos serviria ofosso natural do Tibre, sendo convertidas em fortalezasas sete colinas; contra o perigo dos piratas tirrenos egregos, estavam as seis léguas que separavam a cidadede seu porto, 0'stia, ao passo que em nada dificultavaesse espaço o transporte das mercadorias.

Roma havia sido construída na coluna do Palatino;no estilo etrusco, seu traçado era quadrado. Em breveacudiram outros povos, que se estabeleceram nas outrascolinas; uns montanheses, que tinham baixado da Sa-bina, ao norte do Lácio, fixaram sua morada no Capi-tóiio; uma colônia de etruscos se estabeleceu no Célio. . .

Como fizera Amulio com Numitor, fez Rômulocom seu irmão Remo: matou-o e ficou apenas como rei

^ da cidade do Palatino,. Era homem inteligente, profundopolítico e converteu Roma no asilo de fugitivos, paratodos os criminosos comuns. Declarou mercado francotoda a área da cidade; formou uma nobreza escolhidaentre bandidos enriquecidos, dividiu seu povo em trêstribus, das quais tirou cem senadores e cem cavalheiros.Como faltavam esposas, enviou uma expedição ao Ca-pitólio e ao Quirinal, para roubar as mulheres dos Sa-binos; ótima escolha, pois não podia haver melhores mãespara seus filhos, dado que os Sabinos eram, segundo otestemunho dos antigos, gente valorosa, virtuosa, ge-•nerosa e franca, distinguindo-se as Sabinas pela pru-dência e a modéstia, do que se conclue que os matri-mônios resultaram felicíssimos. Claro está que os doCapitólio rugiram de ira quando foram perpetradosaqueles raptos, porém como os romanos não tinhamroubado nenhuma esposa, mas apenas as virgens, aca-baram por apaziguar a ira até que, finalmente, se fun-diram num só povo com aqueles.

A mesma cousa fizeram os Etruscos do Célio e os- estrangeiros das demais montanhas, vindo, em conclu-

são, a formar uma só cidade, logo rodeada por um forte.recinto de muralhas. Transportou-se a residência realpara o Capitólio e em seu cume construíram vários tem-pios às divindades protectoras de Roma: Júpiter, Juno,« Minerva, e uma cidadela ou arquivo, onde eram guar-dados os documentos e o tesouro do povo. Quando ostrabalhadores começaram a abrir a terra para" construiros alicerces do palácio real, surgiu uma cabeça humanarecem-cortada; isso, segundo os romanos, significavavque Roma seria a cabeça do mundo.

Rômulo morreu. Embora fratricida, o povo devia-lhe (grandes benefícios e, reconhecido, colocou-o entreos semi-deuses.

Grande reinado foi o dele, sem dúvida!Rômulo, filho do sabino deus Marte e da troyana

Rea, emigrado do Lácio, como todos os heróis (Hércules,Teseu, Roger, o Normando), erige a cidadela do Palatinoonde permanece com seus guerreiros e ampara o trabalho.-agrícola e mercantil de seus colonos. Conta com o con-curso das mulheres. . . E que mais fez, ao raptar as Sa-binas, do que os Troyanos ao roubar Helena e repetirtantos raptos mitológicos como os de Proserpina e Europa,os das enamoradas dos deuses indianos Rama e Krishnae preceder aos de Bruhnehilda e demais, nos Nibelungen ?

Imenso bem resultou para o jeminismo semelhanteproceder: adquiriram as romano-sabinas singular dig-pidade; e como mediadoras de paz entre seus pais e seusmaridos conquistaram o respeito geral. Dedicadas ex-ciusivamente aos-afazeres domésticos, passavam a vida-fiando, mantendo o calor e a luz das lâmpadas, educandoos Jilhos na virtude e tanta foi a veneração a elas tribu-¦.•-tada/que, orgulhosas da sua igualdade com os homens,puderam exclamar, tornando-se proverbial: Ubi Gallus,ibi Galia. Era proibido pronunciar em sua presença-palavras deshonestas, era-lhes cedida passagem nasruas e nenhum juiz podia citá-las como testemunhas.

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Quem seria bastante digno para suceder ao filhoada Loba ? Que outro poderia competir com ele ?; Por sorte, não se escolheu, para cingir a coroa, ne-nskum herói. Roma fora, até então, uma nação —por

.menores que fossem sua população e sua superfície ¦

30.» Ano — N. 1 — Junho 1946

unicamente guerreira e mercadora. Eram necessár»leis e, assim, escolheram um legislador.

Foi este um sabino, chamado Numa Põmpilio, h_mem já de idade provecta, educado na sabedoria' dEtruscos e, portanto, profundamente religioso. K• era estranho a Roma o sabinismo, pois já Rômulo par-tilhára o poder ann Tácio, pertencente a esse poycficaria acordado estreitar a aliança, não apenas commatrimônio, mas com um Senado único— eletivo,e um só rei, nomeado por turno entre ambos os povo

Tratando-se de uma gente como os romanos, emister que o sucessor dos antigos reis se apresentairevestido com a maior autoridade e daí o facto de isido Numa proclamado sobre uma pedra mistérioconsiderada sagrada.

Subsistia ainda, dentro do recinto das Sete Colinasa divisão entre as tribus ali instaladas e, para servir <1.demarcação entre o Palatino e o Quirinal, edificou-setemplo de Jano, com suas duas portas, abertas em tempo de guerra, para que fosse prestado mútuo auxílientre Sabinos e Romanos, fechadas em tempo de pazpara evitar indiscretas comunicações.

Não quis Numa Põmpilio ser menos que seu antecessor e semi-deus Rômulo, o Romano, e daí o propalar-saque se achava em comunicação directa com Júpiter.Juno e Minerva, por meio de uma ninfa chamada Egéria,que lhe transmitia as ordens dos deuses. Essa a razão datransformação dá monarquia heróica em monarquiateocrática c a redução dos bandidos de Rômulo á vidjurídica ao ponto de fazê-los abandonar a violência daguerra pela força do direito.

Embora Sabino, Numa Põmpilio estava proíun-damente penetrado pela civilização etrusca e assim tevea ideía de converter um povo guerreiro em povo religioso, tornando uma só cousa as ceremonias ao culto eas do Estado e confundindo a legislação civil e política,com a religiosa. A Numa, sob a influência etrusca, sedeve a divisão do ano em doze meses, a fixação dos limites dos prédios, com lápides que representavam odeus Termino; a redação dos anais, a divisão das profissões, com exclusão das artes mecânicas, cujo exercícioestava proibido aos homens livres para ser unicamentepraticado pelos escravos. Tudo teocracia... A aristo-cracia revestia-se de um caracter puramente sacerdotal,o direito reconhecia uma origem divina, a casa se achavasob a guarda dos deuses Lares e era visitada pelos Manesdos antepassados.

O rei se achava em relação directa com'os deusesUm dia Numa esteve discutindo longo tempo com Jú-piter (adorado em forma de pedra)."Tens que sacrificar-me uma cabeça—disseo pai dos deuses.

Perfeitamente. Vou a minha horta colher umacabeça de. . . alho.

Não. Quero que tenha pertencido a um homemJuntarei as pontas dos cabelos de um homem.Preciso de um sêr animado.Acrescentarei um peixinho..."

Júpiter riu muito, divertido com a esperteza [deNuma e aceitou o que lhe oferecia.

Assim transcorria o reinado do sabino, civilizadorde um povo rude, violento e ignorante, até então; ci-vilizou-o por meio de uma religião que representavaum passo avançadissímo com relação âs primitivas creu-ças árias. Substituía-se a lei pela força e, graças à su-posta Ninfa Egéria, o povo se mostrava convencido deque as revelações de Numa eram autênticas.

Mas, podemos aceitar como certa a existência des-ses jintigos^ príncipes, não só os da remotíssima colohi-zação do Lácio, como os supostos primeiros reis de Roma ?O povo de Rômulo acreditava, no entanto, tenazmente,naquelas genealogias e, se carecemos de qualquer documen-to comprobatório, da mesma forma não possuímos pro-vas suficientes e que nos permitam negar em absolutoa verdade daquelas tradições.

E muito possivel que os primeiros narradores ro-manos tivessem conhecimento dos toscos poemas queeram cantados nos banquetes em honra dos heróis na-cionais, à maneira de canções de gesta medievais. Quan-do nos encontramos com afirmações como a que dizser Latino, quinto rei do Lácio, filho de Palante, o Her-cules hiper córeo, e de uma filha do rei latino Fauno,podemos deduzir que se trataria de algum herói d© norte,

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O " Ano —N.l — Junho 1946

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• ma virum-

qm ano, Troiaeql5i primus ab

iam. faloprofugos, Eavinaq:.' veriit.

Llltora*~ pulso Enéas

.{Je *oia e persegnklo nela rançorosa íuno.a porta,afind, após inu-mera veis aventu-ras, as terras deLayinia, KIHa dorei hatino. morto

.ernnma batalha•contra os Etrus-cos casa comela~e funda o im-pério que se cha *ma ria romano.Nã quererá si-£Tiificar, isso, a

i ~ isalvado cia patria latina porum herói estran-geir (pie, perdido seu trono, aliche ísse para le-vanturp nutro ?

Além disso, taisler; . s revelam aínd do povo

>, em geral edo romano em

cular: valenoreendedor,ioso, jx^rémsmo tempo

e astuto,do com ele-s da maiormontanhe-Apeninos,

•:os. 1 li perTrova nos,

OS. . .ins, como

«"eo, quise-ver estreita"ia entre as

latinas e. como se

>a tambémuitàs outrasv trata-sevlições uni

de¦vim,

am íao =dumtbrnm<.:.va ise<; cPrihó*.Sa!

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.onde Nume se dirigi.'uniorigem incalculavelmente remota, pois se

•ram, iguais, no antigo como no novo mundo eim a base das mitologias mais diversas. .donone, filha de Nictimo, concebe de Marte doisv gêmeos; arrojados ao rio Erimanto, salvam-se

dc um tronco flutuante, sao amamentados porLoba e, já homens, ocupam o trono de Ar adia (o

ne^rno eni??nrlin rl#> R^ir.,»!^ ^ Rí»rnn>l Análocx), ou melhor,

Vítf:

11

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pi,rj, ouvir os conselhos da 0-tiíé. Egéria.

buem ao reinado de Numa, o que e muito durar e velta

a fábula a dar explicação de como ocorreu sua morte:

Numa desapareceu de uma maneira invisível, no bosque

de Làricia, aonde se dirigia para ouvir conselhos da N.nfa

Ékèria e, nisso, volta a ser repetida a lenda das desapa-

rifes dos mortais, como Semíramis, a legendária «i*»

da Assíria, ao iniciar um vôo em forma de pomba.

tos,

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Poder-se-ia supor, agora, que, por falta de documen-

de monumentos e de leis escritas, nada tei*ha res-,'CONTINUA NA PAIV m

¦'¦¦'. *" ,: •'¦'¦¦ . v 'Ji..:y-';

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j&<iS^Zí& 50 30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

Um povo que bebe sangue - Os masais africanos

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Esses indígenas constituem üm povo de monta-nheses, circunscrevendo a planície de Kilimandjaro.encravada na que foi colônia alemã da Africa Oriental.

Os Europeus dizem deles que são superiores em in-teligência a todos os negros do continente africano. Co-mo caracteres craniométricos peculiares possuem o denão ter a depressão habitual da raça jafética; têm o narizmenos achatado e os lábios menos grossos dkv que seuscongêneres das zonas cáliclas; sua constituição é atlé-tica, suportando grandes fadigas e demonstrando, naguerra, uma resistência e uma coragem a toda prova.Seus antigos dominadores hão lograram submetê-lospor completo, nem evitaram que com partissem sua vidaentre o banditismo e o pastoreio, entre a azagáia e oarador Desde que nasce, o menino masai é consagradoaos mais violentos exercícios. Nii, com o corpo lambu-sado de gordura, apenas começa a andar, aprende omanejo das armas. Seus jogos são as batalhas que ter-minam, não poucas vezes, de modo sangrento. Logoque completa quatorze anos, o masai está apto para de-sempenhar seu ofício belicoso.

Desde então adorna a cabeça com formidável mo-Aumento de penas, arma-se com lança e javelina, co-fere-se com imenso escudo, forrado de pele de búfalo eabandona a aldeia para reunir-se com seus futuros com-panheiros de roubos e fadigas. Incorpora-se a um acam-pamento dos de sua tribu, constróe uma choça exclusivae rive como os demais. O leite e o sangue, além da carnecráa, constituem seu unico alimento. O leite, possuem-no até a saciedade, com os rebanhos. Estes, por suaTez lhes proporcionarão a carne. . . e o sangue frescoque converterão seus músculos em massas de verda-deiro aço.

De acordo com alguns companheiros, elege um

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Os adornos dos masais africanos

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l o u r o. Seuscamaradas o au-xiliam lançandograndes gritosde incentivo e ojovem masai seatira sobre agarupa do ani-mal, a r*m a d óunicamente comuma pequena fa-ca, que fundeno pescoço dotouro, enquantose agarra forte-mente aos lon-gos chifres i\í^animal ferido.bebendo selva-gemente o san-gue que brotada ferida aosborbotões. Quan-do está farto.deslisa para osolo c tampona o ferimento com ervas. Assim ê com.aplacará sua sede de então jxir diante. Excusado é dize:que a vida do touro não é muito agradável entre o**masais. ú

Para comer, imolam o boi, seguindo um processa)análogo, embora, para isso, cravem o punhal na caro-tida do animal. O touro tomba, lançando-se todos o*masais ao festim, despedaçando a vítima e comendo ."carne ainda palpitante, enquanto sorvem, glutonaménU .

o sangue ainda quentePartos de carne e de sangue,

põem-se cm campanha. Todos 0$desatinos podem ser, então, espera-dos, por parte dos masais KesUapenas a escolha: atacar uma caravana, saquear uma aldeia de trilnque não seja a sua, assassinar e rou-bar os poucos brancos que residempelas redondezas. Pouco importa. 0essencial 6 satisfazer seus instintosde rapina.

Quando, à força de roubos e saques, o masai logrou reunir um bomrebanho, sente saudades de seu pabnatal e volta para ti aldeia omKnasceu.

¦ F-Jovem masai bebendo o sangue de um touro.

PARA CONHECER O METAL DASENXADAS E FOICES

As enxadas e foices de boa qua-lidade costumam ser de aço. ouvendidas como sendo de aço. Poremdado o preço elevado do aço, min-tos fabricantes usam o ferro em suasubstituição, falsificando, dessa for-ma, esses preciosos instrumentos agri-colas, que, com essa criminosa subs-tituição, perdem em qualidade evalor. Para saber se as enxadas e asfoices são de aço ou não, é bastanteexecutar a seguinte experiência: Ver-ter sobre a lâmina uma gota deácido- nítricô (aguar forte), lava-ndo-aapós alguns segundos depois de seucontacto com o ácido. Se a peça ede aço, verdadeiramente, subsistiradepois de lavada, uma mancha ne-gra, que, para desaparecer, terá queser esfregada. Ao contrário, se ometal apresentar apenas uma man-cha branca, é que a lâmina, em vezde ser de aço, é de ferro, melhor oupior temperado, mas, de qualquermaneira, de ferro 1

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30. Ano — N. 1 —- Junho 1946 51 ^uSei^udo'¦"¦'¦rÊsa

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£/m crime na familia SackvilleRomance de G. D. H. e M. COLE

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Josefina eslava pronta a aceitar fosse o que fosse e,>\.i sua miséria, trinta libras davam-lhe a impressão deuma pequena fortuna.

hi-las — disse o solicitor entregando a visi-tante um maço de notas, que ela meteu na bolsa semsiquer contá-las.

E ag( ra — torn< u o advogado — vejamos aoutra questão. O meu cliente propõe-se a dar-lhe todosos anos uma soma de duzentas libras, ficando bem en-tendido que isso Cessará lego que. . . seu marido regressarao lar.

Apanhada som esperar, Josefina sentiu-se #divididaentre dois sentimentos cenèrarios. Fred Sackville mos-írava-se muito generoço dando-lhe duzentas libras porano, mas, refli c indo bem, essa soma bastaria apenasnara cobrir a.s despesas de manutenção dos filhos e do lar.

YJ. . . é muito generoso — declarou com umavoz em que transparecia sua incerteza.

Rutter compreendeu o qúe se passava nela.— Alem disso, sra Sackville, preciso acrescentar

que em caso de moléstia ou de. . . dificuldades quaisquer,a senhora poderá apelar para nós: exporemos sua situa-ção ao nosso cliente e ele se esforçará em remediá-la.Entretanto, esses abonos não devem, sob pretexto ai-guin, exceder a soma anual de duzentas e cinqüentalibras.

Encorajada pela possivel elasticidade dos seus ren-dimentos futuras, a sra. Sackville afirmou, num tommais convicto dessa vez, que poderia, certamente, arran-jar-se desse modo. A« generosidade do cunhado era ex-trema e cia linha pressa em vê-lo, para exprimir-lhe oseu reconhecimento.

\)v\o dizer-lhe- -prosseguiu o "sclicitor'— queo meu cliente põe unaá condição no seu oferecimento.iNão lhe agradará, sem dúvida, mas. . acredito que nãoseja irrevogável. E' que a senhora não tentará agra-decer-lhe, seja pess; almente, seja por carta, e que nema senhora nem seus filhos procurarão jamais entrar emrelações cpm ele Òu sua mulher. Qualquer tentativa

RESUMO DA PARTE JA' PUBLICADA

Alfredo Sjickville morava numa casa modesta de Brondebbury,nos subúrbios dc Londrts, coni sua mulher, Jcs^fina, e^.us doisfilhos pequenos. B rt •• May. Arrastavam uma vida difícil, pois o

que Alfredo ga: hava como representante de uma fábrica de tecidos,que o fazia viajar constant mente, mal dava. íosefina, que o viaescrever todas as s manas a Fred, seu irmão, que vivia conforta-velmente; sugeriu-ihc que p.disse auxilio a este. Alfredo relutou,

porém, como estivesse dactilografando a carta costumeira acaboufazendo um apelo ao irmão que, de resto, nunca o visitara, sendoum desconhecido para a cunhada e os sobrinhos.

Fred Sackville, irmão de Alfredo, morava com a mulher, Berta,em Edgbastdn, p rto de BLirmingham. Vivia num quase fausto, por-que triunfara e prosperavam os seus negócios, que consistiam nacompra de artigos para revenda com lucro, viajando seguidamentepara isso. Berta era uma mulher wm mania Je grandeza, emboranada tivesse dc fortuna, já que a herança paterna fora ter às mãosde seu irmão, John Morgan Ainsworíh, com o qual não se dava.Ainsworth, que residia na mansão dè Bkssgrave, era o tipo do ava-rento e vivia irado à idéia de que a fortuna que herdara passaria airmã, Berta, caso ele morresse s.m filhos. Ainsworth era celibatario.íá velho, recusava-se, por avareza, a cuidar da conservação da pro-priedade c a ter relações com os visinhos.

Ao começar o romance, Ainsworth recebeu uma carta de AüredoSackville, que se dizia irmão ele Frederico Sackville, pedindo umaentfèvistá em termos que despertavam suspeitas. Era um pedidoevidente de auxílio financeiro, e por isso John estava dispostos a naodar resposta; porem o autor da carta insinuava que se o velho naorespondesse, se arriscaria a provocar sérios aborrecimentos. AtinaiJohn respondeu, marcando a entrevista na mansão de Bkssgrave,e entregou a carta a Marta Arkcll, para fazê-la seguir. Marta e Wil-liam Arkcll compunham um casal de velhos, únicos servidores de

John Morgan Airsworíh.Dias depois, Maria correu ao encontro de William, para avisar-

ihe que encontrara o patrão morto, com a cabeça na lareira. Ji re-tirara a cabeça da posição em que a achara, no meio das cinzas.William foi à procura do dr. Broughton, único médico que haviaem Bkssgrave. O dr. Broughton declarou que Ainsworth mor-rera ha várias horas; e como não houvesse telefone em casa

de infração dessa ordem acarretaria a cessação imediatados abonos.

Josefina resistiu.Mas. . . é extraordinário! — exclamou . — Por que

o sr. Sackville quer. . . ?Não temos que entrar em semelhantes eonside-

rações — disse Rutter. —De resto, o meu cliente nãome confiou as suas razões. Contentou-se em declararque essa condição era formal.

E' injusta, não acha?Não me compete dar opinião. Devo entender

que a senhora aceita essa condição, por desagradávelque lhe pareça?Não tenho outro remédio. Mas parece-me quediminue um tanto o reconhecimento que eu deveria tri-Lutar ao meu cunhado.

Admitamos que o meu cliente seja um poucooriginal. Suponho, de resto, que a senhora o conhecebastante. . .

Nunca o vi.Ahi eis a explicação. Diga que ele é tímido.Mas nao era absolutamente a opinião de meu

marido. Não, sr. Rutter, meu cunhado nao deseja co-nhecer-me, do contrário teria vindo pessoalmente.

No momento, o sr. Sackville está de cama.O senhor poderá dizer-lhe que aceito as suas

condições.F/ o melhor partido a tomar.

Nesse momento, bateram à porta do escritório dosr. Rutter.

Entre.Era um empregado, que anunciou:

A senhora Sackville.No momento em que Josefina se levantava para

responder ao chamado, Berta Sackville entrou no es-critório. ,

Como vai, sr. Rutter? Lembra-se? Nos nos en-contrámos em Edgbaston, onde o senhor foi vêr meumarido.

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nem ei clricidade ao menos! — mandou William à aldeia pedir aPa-sish que prevê, isse o pesto p lie.ai de Chilverton. Entretanto, o

mé ic >, examinando bem o cadáver, descobriu uma equimose no queixo,c na nunca, uma chaga ab.rta provavelmente devida a uma pancadanas tenazes uma des quais parecia ter traços de sangue e alguns

cab les. ••'¦-«• ._iFanish chegou, e William Arkell declarou que vira Ainsworth

pela última vez na véspera, ao almoço, e que Marta o vira às nove

da noite, ao tirar a mesa do jantar. E Ainsworth fora encontrado

morto às sete e meia da manhã. .....Pouco depois apareceu o inspector Nuffield, com o medico-legista.

Acharam que teria sielo um acieiente. Mas a equimose .do queixo?Provavelmente, alguém agredira Ainsworth, sem querer matá-lo,

e a queda provocara a morte. f mNuffield ficou sozinho no local, para os exames necessários, tn-

controu a carta de Alfredo Sackville e soube da entrevista; apurou

depois, num albergue, que Alfredo tomara um quarto ai, Jantara e

saíra, conforme dissera, para ir vêr Ainsworth na mansão. Mas nao

voltara, deixando lá sua valise marcada com o nome Alfredo Sack-

ville com roupas e papeis, entre os quais cartas de Fred Sackville

expedidas de Edsbaston . Alfredo conversara com o estala;adeiro,

falara nas suas dificuldades de vida e até nas desavenças com a mu-v

lher e assinara o registro do hotel com seu nome. _

Nos papeis do morto o inspector encoitrou referencias a irmã

Berta, casada com um certo Sackville, e pediu aos seus colegas de

Birmíngham que avisassem à senhora Sackville da morte do irmão

e se informassem sobre o marido e o seu parentesco com Alfredo back-

ville de Brondesbury. Pediu tambem a captura de AHrec.o em Bron-,

desbury ou o interrogatório da esposa, porque o hoteleiro lhe dissera

que o indigitado era casado. ,. • \ YO sargento Barrington, de Birmíngham, foi a luxuosa propne-

dade de Summerdene, onde Berta declarou que o marido estava com

uma constipação terrível. Dando parte à dona da casa da morte

do irmão, o sargento afirmou que fora êle= vitima de um acidente

possivelmente após uma discussão com Alfredo Sackville Berta

ficou admirada, porque o irmão não conhecia o cunhado. Entretanto,

foi falar com o marido e este consentiu em receber o policial; porem

Berta advertiu-o de que deveria falar pouco, pois o medico lhe re-

romendara o maior sossego.Barrington não obteve informes que adiantassem. Ficou apenas

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Depois, vendo Josefina que a considerava com es-time facão"*^__

Ohl — disse ela —não sabia que estava comalguém. MA i

Filipe Rutter mantinha um sdencio embaraçado.Depois Josefina perguntou à recém-chegada:

A senhora é Berta Sackville?Sou. E quem é a senhora ?Eu sou sou Josefina Sackville.

—vA mulher de Alfredo? Que faz aqui?Venho aceitar as condições que seu marido im-

pôs ao seu oferecimento tão generoso.Que é que quer dizer 7 Que é que meu mando

lhe ofereceu? #i .A boca de Josefina entreabriu-se sob o efeito da

estupefação. Sempre supusera que Berta nada ignoras-se das propostas de Fred. .

É' melhor nao abordar este assunto—interveioFilipe Rutter. ,

Ao contrário — disse Berta com uma voz leroz.— Se o meu marido está fazendo o generoso com esta...criatura, eu tenho o direito de o saber. Sr. Rutter, queiradizer-me, eu lhe peço, de aue se trata.

Receio, senhora Sackville... — começou o so-licitor".

Berta voltou-se para Josefina.Ou talvez a senhora condescenda em explicar-se.Se me pedir delicadamente.Quer esta mulher dizer que meu marido lhe ofe-

receu dinheiro ?Pois bem! — respondeu Rutter — é extremamente

delicado...Então, ele ofereceu. Deixe-me afirmar-lhe que

isto não se passará assim. Há muito que eu suspeitavaestar ele auxiliando esse miserável que nos desonrou atodos.

Como ousa falar assim de meu mando ? — ex-clamou Josefina, fundamente ferida.

Falarei dele como entender. Não é, então, umchantagista desdobrado em assassino ?

—PÍaol E' vítima de um erro terrível.E agora a senhora e os seus filhos contam com

meu marido para salvá-los da miséria, suponho. Que lheimporta que eu morra de fome, desde que a senhora sepossa aproveitar do meu dinheiro?

Eu lhe peço, sra. Sackville — implorou o senhorRutter.

Sabendo que Alfredo era mesmo irmão de Fred, que o julgavaiucap&z de fazer o que se dizia.

Em Brondesbury, a polícia não encontrou Alfredo em casa;Josefina declarou que o marido regressaria alguns dias detX)is.

Entretanto, o caso foi entregue à Scotland Yard, sendo encarre-gado do mesmo o jovem inspector Tom Fairford. o qual foi dar umabusca na casa de Alfredo Sackville. Nada achou de interessante anão ser um registro do qual deduziu que Alfredo era chantagistatendo em nove'anos de actividade colhido cerca de dez mil libras.Então, por que vivia miseravelmente? Fairford retirou-se, levandoo registro no bolso.

No dia seguinte ao da morte de John Ainsworth, Berta Sackville£oi, no seu automóvel, à mansão de Blessgrave. Ao chegar, verificouo estado lastimável em que o irmão deixara tudo. Foi pessimamenterecebida pelos criados de Arkell, que nada tinham para lhe dar comoalmoço. Foi almoçar na "Cabeça de Duque", em Chilverton, ondeencontrou o velho advogado Stowell, procurador de Ainsworth, quese lhe deu a conhecer. Berta foi logo indagando se era sua ou não afortuna toda do irmão, e o velho "solicitor" ficou de lhe dizer o quesabia quando tomaram o automóvel para Blessgrave.

De regresso a Blessgrave, Berta bateu em todas as portas. Nin-guém respondeu, porque a casa fora abandonada. Stowell, que estavaconi a chave do escritório de Ainsworth, abriu a peça, c constata-ram os dois que os Arkell haviam remexido tudo, levando o que pu-deram. Nao abriram o cofre, porém, por não lhes ter sido possívelfazê-lo.

O inquérito procedido em Blessgrave foi agitado por Berta,que responsabilisou a policia pelo saque dos Arkell. Depuseram ospossíveis elementos; mas faltava o principal — Alfredo Sackville,e também o casal Arkell, tendo sido adiado o inquérito.

Fairford, entretanto, foi ouvir Partridge, dono do hotel ondeAlfredo Sackville estivera. Partridge nâo deu novidade alguma;Alfredo dissera ter um irmão em Birmingham, bebera uma cerveja;ao jantar e depois um café e um copo de rum. Com Stowell, Fair-fbrd nada apurou de útil; o solicitor não podia saber de quera Alfredoobtivera informações sobre Ainsworth. Seria conveniente que opolicial fosse vêr Fred «Sackville.

Fred recebeu Fairford ainda recolhido ao quarto, tomando rum.Achou estranho que a policia imaginasse em Alfredo um chantagista.

¦

30.° Ano —N.l— Junho 1946

Ohl nao tente fa^-la calar — arriscou J.oseíma.— Eu conheço esse gênero de mulheres, desagradáveis^orgulhosas, repugnantes. . .

Ousa injuriar-me ?Ouso!

Mas as forcas de Tosefina estavam esgotadas. I -ei-xou-se cair numa cadeira e prorrompeu em soluços'.-

Rutter aproximou-se dela.Não se aflija. Estou certo de que nada mudará

na nossa combinação. _E' o que vamos verl — clamou Berta.Não discutamos — disse o "solicitor".-—S>;

sesente com forças para andar, senhora Sackville, vouconduzi-la até a porta.

Depois, voltando-se para Berta:Quer esperar-me aqui? Voltarei'dentro dc um

instante.Josefina enxugou os olhos.

Estou pronta — declarou . —[E não tenho amenor vontade de prolongar esta conversa.

Pelo amor de Deus! — gritou Berta — Leve estamulher antes que eu perca a paciência.

Que idéia foi essa de fazer entrar essa pessoa nomeu escritório sem anunciá-la ? — perguntou Rutter aoempregado que introduzira Berta.

O senhor me havia dito cjue esperava uma se-nhora Sackville e que eu a introduzisse logo que chegasse.

Mas a que eu esperava já estavajno meu escri-torio.

Eu ignorava. Deve ter sido Bungley quem arecebeu.

Que isso nâo se reprodu za mais —[disse Rutter.— A situação tornou-se embaraçadora .

Sinto-me desolado, senhor."O diabo leve as mulheres", praguejou "o "solicitor"

ao voltar ao escritório onde Berta Sackville o esperava.

CAPITULO XI

CartasI

Uma corres ponde nc ia -stm mUrtjsc

Nao tendo encontrado mensagem alguma no postopolicial de Birmingham, Tom Fairford telefonou jxira

quando ele era representante da casa Hcavitree. Mm Fairford afirmou que há anos já Alfredo não tinha nada a vêr oom c*sa firma.

Fred acabou por se convencer de que o irmão era chantagistuprofissional e entregou para estudo, a Tom Fuirford, a correspôn-dencia dc Alfredo.

O Or. Broughton, amador do pitoresco, foi visitar as aldeiaspróximas, e ao observar uma ca bana quase em ruinas. foi surpre-endido pela presença de Arkell. que chegava com um feixe de lenha.O médico declarou que a polícia andava À rua procura c.que teriade dizer que o encontrara. Do inteirior da ca ha na, Marta disse uomarido que mandasse o doutor entrar, e quando este entrou W d-liam Arkell procurou agredi-lo com um martelo e Marta com umafaca. O medico, com prática de box, libertou-se de ambos com unisoco em cada um e fugiu na direção da aldeia, onde. da agencia postal,telefonou ao inspector Nuffield. A polícia nao se fez esperar e comuma relativa dificuldade os Ark.*ll foram presos.

Por essa ocasião chegava à Inglaterra, de volta de longa estadana América o actor de cinema Sackville Bruce, filho de Londres, nas-cido em Brondesbury.

Berta Sackville começara a tratar da restauração da mant.aode Blessgrave. Mas o advogado Stowell não lhe podia adiantar ui-nheiro. Josephina Sackville, sem dinheiro e sem Alfredo, que nao seencontrava, foi pedir auxilio ao pastor metodista Williams, seu vi-sinho. Este alegou que, por norma, não emprestava, mas que jose-fina podia recorrer à caixa da paroquia. F.sta, transtornada, dissepalavras bem pesadas ao pastor e retirou-se. Ao chegar à casa, en-controu uma carta do escritório de Kellermann e Rutter em que lheera dito que, por ordem de Fred Sackville, estavam prontos a eníí*-gar-lhe a soma precisa para sua manutenção c de seus filhos, e c"1que era pedido seu comparecimento ao escritório de Bedford Row.

Quando ia escrever aos homens de negócio para avisar da suavisita no dia seguinte, batem, e chega Irene Williams, mulher do pas-tor metodista, por quem Josefina tinha profunda antipatia *» °entretanto, Irene, que reprovara a acção do marido, em negai" au-xilio à pobre mulher, foi levar-lhe cinco libras.

Berta, já em Londres, sem ter dinheiro, resolvera ir ao escri-tório dos srs. Kellermann e Rutter. Josefina, conforme avisara, toiao mesmo escritório. Bem recebida, ofereceram-lhe no m0"ie?.|°trinta libras, até ulterior suprimento, mesmo porque Fred Sackvifalara em despesas escolares.

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50.° Ano — N. 1 — Junho 1946 53V*

Chilverton onde soube que os Arkell haviam sido cap-turados nos bosques circunvizinhos e que o inspectorNuffield se preparava para encarcerá-los.

0 nosso detective hesitou um instante. Iria seguira sua primeira idéia e voltar a Londres ou deveria pas-sar primeiro em Chilverton? Pareceu-lhe, reflectindo,uue o interrogatório dos Arkell era infinitamente menosinteressante que o esconderijo de Alfredo Sackville ouo endereço do seu segundo domicílio. Voltaria, pois, aJLXindres e aproveitaria a viagem para lêr as cartas queFrederico Sackville lhe havia confiado.

Uma vez instalado no seu compartimento, Fairfordtirou as cartas do bolso e, após have-las classificado porordem cronológica, começou a examiná-las.

Eram todas dactilografadas e assinadas "Alfredo".

Na maioria, haviam sido escritas de Brondesbury e nâotinham oomo endereço senão o nome da localidade.As outras não eram, de resto, mais precisas. Tom pro-curou apurar se algumas dentre elas indicariam que Al-fredo Sackville tena demorado mais vezes nesta ou na-nuela cidade; mas nada encontrou. Havia três cartasdatadas de Bristol, outras tantas de Newcastle, duas deManchester, de Liverpool, de Leeds e de Cardiff e umade cada uma de várias outras grandes cidades. Nãotraziam pois, nenhuma precisão sobre o segundo domi-cílio de Sackville. Talvez se achasse em Londre, senãona província, como as freqüentes ausências de Alfredofizeram Fairford supor.

Quanto ao texto dessa correspondência, era parti-cularmente terno. Alfredo fazia freqüentes alusões aos¦>eus negócios e às dificuldades que tinha em encontrarcompradores para suas roupas de baixo femininas; falavados filhos, —que parecia amar sinceramente — e da mu-]her por quem parecia sentir pouca afeição, mas dequem, todavia, não dizia mal — e tudo isso, num tommeio-sério, meio-gracejador, que denotava um espíritobastante humorístico. Nada parecia indicar que o fu-gitivo tivesse recursos ocultos ou um segundo domicílio,nem que seu irmão lhe tivesse jamais mencionado a exis-tencia de John Ainsworth.

Intrigado pelo cuidado com que Fred conservaraessas cartas, o jovem detective concluiu que elas deve-riam ser mais reveladores do que pareciam. Resolveurelê-las, na esperança de encontrar um indício que lhehouvesse escapado da primeira leitura. Mas foi em vão.Alfreilo parecia ser apenas um inofensivo viajante co-mcrcial que partilhava a existência medíocre entre suamiserável villa de Brondesbury e as suas viagens atravéz

Essas cartas eram muito diferentes das que Fredendereçara regularmente aoseu irmão mais velhoue Fairford se apoddurante a sua perquisiçãoem Brondesbury. Tantoprimeiras pareciamias com o cunho da me-

iancolia e do insucesso, co-mo as segundas eram cheiasde entusiasmo e de alegria.Todavia, os dois irmãostinham de comum essesenso de humor que toma-va em Fred um caracterexuberante e em Alfredoum ar mais cáustico.

Tom estava nesse pon-to das suas constataçõesquando o trem chegou agare de Paddington. Foidirectamente a ScotlandYard, onde o sargentoWest well lhe disse que Jo-sefina Sackville havia idonaquela manhã ao escrito-rio dos srs. Kellermann eRutter, advogados em Bed-ford Row, onde, pouco de-pois, Berta Sackville seapresentara por sua vez.Josefina sairá logo e West-well a seguira até ao seudomicilio, onde ainda seencontrava quando se fize-

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ra substituir oor um agente de Scotland Yard, quefazia seu relatório pela manhã.

Espantado a princípio com essa notícia, Tom com-preendeu logo que, segundo todas as probabilidades,Berta fora encarregada pelo marido enfermo de ir tercom a cunhada para ir em seu auxílio c que Josefina de-veria ter ido consultar um advogado sobre a situaçãocriada com o# desaparecimento de Alfredo.

O detective examinou em seguida os relatórios che-gados na sua ausência. As policias das diversas cidadesmencionadas no registro de Alfredo Sackville lamen-tavam unanimemente não poder fornecer nada de pre-ciso sobre a personalidade das vítimas do chantagista.Sendo todas as localidades em questão muito importan-tes, era quase impossível identificar essas pessoas pormeio apenas de suas iniciais. Quanto à fotografia deAlfredo Sackville, ninguém a reconhecia.

Indeciso quanto ao procedimento a seguir, Fair-ford resolveu ir procurar o comissário Wilson e expôr-lhesuas dúvidas, arriscando-se a receber a repreensão quejulgava merecer.

Henry Wilson ouviu-o em silêncio absoluto, pon-tuado apenas de alguns "Continua"! imperiosos que diziatodas as vezes que o outro se interrompia. Quando ojovem inspector terminou o relato de suas desventuras,Wilson declarou:

Muito bem, Fairfordl O senhor fez tudo o queera preciso. Não lhe resta senão perseverar.Tenho a impressão, chefe, de não haver reflectidosuficientemente.

O senhor reflectiu, mas as suas reflexões nadaderam. Na minha opinião, encontramo-nos em presen-ça de várias possibilidades: ou Alfredo Sackville se ocultaatualmente sob uma falsa identidade que tinha em re-serva há vários anos, ou então conseguiu sair do país,ou então morreu.

Morreu, chefe ?E' possivel, mas creio antes que tenha fugido

da Inglaterra. Suponho que o senhor procurou saberse ele tirou um passaporte em seu nome.

Sim, chefe. Mas nada encontrei. 0 irmão temum passaporte; ele não.

Subitamente, Fairford empertigou-se na cadeira.Palavra, chefe: aí está uma cousa estranha.

Na sua secretária de Brondesbury encontrei notas* re-lativas a uma viagem que ele fez o ano passado à Itália.

Foi-lhe preciso então um passaporte. Trate deaprofundar essa questão.Perfeitamente, chefe. E é só? Eu lhe ficariamuito reconhecido se me pudesse dar alguns conselhos,

-— Pois bem ? EncarregueWest well de correr as agên-cias de viagem com a fo-tografia de Sackville, a fimde vêr se alguém o reco-nhece. Isso para o caso emque tenha conseguido sairdo país.Eu devia ter pensadonisso, chefe 1

Ora, meu amigo! Osenhor tem o caso em mãoshá dois dias apenas e nãopodia prever que Sackvilleiria "bancar" o fantasma.Agora, se eu estivesse noseu lugar, voltaria a Chil-verton para interrogar osArkell. Nãp se esqueçadisto, Fairford: o senhorsabe que Sackville explora-va a vítima, mas ignora sefoi ele quem a feriu noqueixo. Suponhamos que ocriado tenha ferido Ais-worth e que o nosso indi-gitado, ehegando pouco de-pois e encontrando-o mor-to, tenha fugido sob o efei-to do pânico,

Encarei essa hipótese,Chefe. Mas não condizcom a conduta de Arkell,que foi procurar um mé-

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E' a respeito de um novo tipo de bomba-relógio.. . E a ae-

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* 54

dico e que preveniu a polícia, para só fugir depois dachegada do inspector.

Não é muito plausível, realmente, mas é igual-mente possivel que Sackville e Arkell sejam cúmplices.

Não temos nenhuma prova dessa cumplicidade,chefe.^-^—Também não a tem do contrário, que eu saiba.Suponha que Sackville tenha sido assassinado também,e que o seu corpo tenha sido enterrado no parque damansão.

Assassinado ? Por quem, chefe ?Meu caro Fairford, não tenho nenhuma idéia

precisa e quero simplesmente demonstrar-lhe que res-tam ainda várias hipóteses a considerar. Elimine al-gumas e descobrirá talvez o indício que o levará à verdade.

Volto a Chilverton amanhã pela manhã, chefe.E vou rever" toda a correspondência para certificar-mede que não deixei escapar nada.

Boa sorte — disse Wilson. —E principalmentecoragem.

Após haver agradecido ao seu superior, Fairford foiprocurar West well e encarregou-o de correr as agênciasde viagem. Feito isto, foi para o seu apartamento doParíiament Hill, onde contava passar a noite revendoas cartas de Alfredo e de Fred.

II

Berta ajronta um segundo dragão

As constipações de Frederico Sackville eram muitoviolentas, mas duravam geralmente muito pouco. Nodia que se seguiu ao da sua entrevista com o inspectorFairford, sentiu-se um outro homem. Suas pernas aindaestavam um pouco fracas, mas a temperatura baixarae não tinha vontade alguma de passar um outro dia emcasa. Berta estava sem duvida confortavelmente ins-talada em Londres e ocupada em se entregar a algumaexcentricidade. Fred sorriu à idéia de tudo o que elalhe contaria ao regressar. Gostava muito da maneiracolorida com que Berta narrava as suas aventuras, eo que mais admirava nela era o dinamismo. Custava-lhecaro, mas as satisfações múltiplas que lhe proporcionavacompensavam largamente todas essas despesas.

Fred atravessava o jardim para ir ao clube quandoencontrou um estafeta que lhe entregou um telegrama:"Regresso. Temos falar. Proibo dar nada àquelahorrível mulher. Senhor Stowell impossível. Fui abo-minàvelmente tratada. Vi casa ideal. Sinal exigidoimediato. Explicarei tudo. "Berta."

Fred considerou o telegrama com estupefação; de-pois exclamou:

-— Que o ' diabo me carregueiQuando o estafeta lhe perguntou se tinha resposta;

declarou:— Não, resposta alguma, filho. Para que responder

às mulheres ?Voltou para casa, para trabalhar em devassar o

mistério do telegrama.• Era um verdadeiro raio. Berta descobrira, pois,

que ele auxiliava Josefina e julgava sem dúvida insensataa. generosidade que ele desejava ter com a mulher e osfilhos de seu irihão. Mas como diabo soubera? Não foracertamente, visitar a cunhada, cujo encontro sempreevitara cuidadosamente. Ter-se-iam visto as duas mu-Lheres no inquérito? Mas os jornais não mencionaram apresença de Josefina na notícia pormenorizada que ha-viam dado da sessão. Quem teria podido, então, prevenirBerta? O idiota de Filipe Rutter, sem dúvida. Masem conseqüência de que circunstâncias? Admitindo queo "solicitor" tivesse encontrado Berta na rua, como tiveraa estupidez de transmitir-lhe informações sobre as quaisFred o havia-feito prometer segredo? E depois, haviaessa história da instalação em Londres. Fred gostavamuito de Edgbaston e não tinha vontade alguma decriar.relações na alta sociedade londrina. Deus do céu!como estava complicada a situação! Opor-se-ia a essamudança se não'houvesse Josefina Mas Berta censurar-lhe-ia de tal modo. sua prodigalidade, que acabaria ce-dendo ao seu capricho para ter a paz.

Quanto ao resto do telegrama, não lhe causavasurpresa,, porque Berta imaginava sempre que a trata-vam abomina velmen te. Se discutira com Stowell, fora

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

sem dúvida porque o velho "solicitor" tentara chamá-laà razão e ela persistira no erro. Era justamente esse In-gênuo despropósito que Fred apreciava na esposa. Issoo divertia sempre. Mas havia limites, e se ela insistisseem fazer dó marido um membro da aristocracia, então..,é que ela haveria de vêr.

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Ela chegou à hora do almoço.Olá, minha queridinha! — disse o marido, pre-

cipitando-se ao scu encontro.Foi com uma voz fria que ela respondeu.

Tenho muito que lhe falar.Depois, foi para o quarto.O almoço foi triste. Cheia de ressentimentos Berta

mantinha um silêncio feroz, respondendo por monosí-labos a que Fred dizia. Por fim, terminou a refeição eos adversários se prepararam para a batalha. Foi Sac-kville quem rompeu as hostilidades, dizendo:

Na sua ausência, resolvi mandar aumentar acasa. O empreiteiro acha...

Você bem sabe que nos vamos nos mudar.Acha ele que é possivel acrescentar um salão e

dois quartos de dormir.Tudo isso era puramente imaginário. Fred não

havia consultado empreiteiro algum nem tinha a menorvontade de ampliar a casa.

Deixe-me tranqüila com os seus empreiteiros eouça-me — disse Berta. --Que ideia foi a sua ile ofe-recer dinheiro àquela miserável sem eu saber?

Que ha de mais nisso?Proibo-lhe de lhe dar um vintém que seja.Por que ?Por que? Porque é uma msolente. Dc resto, não

há razão alguma para você ir cm seu auxilio Se o seuirmão acha bom praticar chantàge e assassínio, isso nãoé razão para mantermos sua família.

Seja como fôr, Berta, tenho a intenção de fazero que fôr preciso pela mulher c pelos filhos de Alfredo,e isso quer você me aprove ou não. E' claro, não c?

Mas eu me oponho formalmente.A minha decisão é irrevogável.Fred, seja razoável.E' essa a minha intenção, querida. Em primeiro

lugar, não irei fixar residência em Londres, porque estoumuito bem aqui.

Mas íi casa está quase alugada. Prometi aosagentes que você daria o sinal amanhã.

Uma vez que você é rica — replicou ele- - pa-gará com o seu dinheiro.

Acredita? Esse detestável do sr. Stowell re-cusou adiantar-me a menor quantia.

Oue unpruuencia: Ent*?ao você naoE sério ?soube dobrá-lo ?

Oh! você é detestável! Estou falando seriamente,Fred. . .

Estou vendo. Eu procurava apenas provar-lhea minha simpatia.

E preciso, então, que você pague o sinal — tor-nou Berta. — Por outro lado, já me entendi com uniempreiteiro para a restauração da mansão. Vai custarcaro.

Evidentemente. De resto, já lhe dei o meu con-selho: venda a propriedade.Mas se nós vamos nos instalar nela...

Ah! Eu julgava que você queria morar em Lon-dres.

Fred, você me põe maluca. Moraremos ora emBlessgraye, ora em Londres. E' preciso, absolutamente,que você^ me assine um cheque para o sinal^ /Vá esperando! — disse Sackville. —A propósito,minha querida, você ainda não me falou do inquérito.E beiíi sabe que estou ansioso por saber se o meu caroirmão assassinou mesmo o seu.

Isso não me interessa —declarou Berta. —- Uque me importa é que.—• Que a minha constipação tenha melhorado -concluiu Fred. —Sinto-me outro homem inteiramente.

—Ah! se fosse verdade! Mas, voltando à vaca fria,é preciso, em absoluto, que você me assine um chequede quinhentas libras.

Não!Sim!

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

Não! Não disponho dessa importância.Entretanto, nao hesita em esbanjar o seu di-

nheiro com aquela mulher. . . Você é detestável!Não, meu benzinho. Você está é aborrecida

comigo. tVocê quer talar seriamente um instante íEsperarei para isso que você tenha recuperado

o seu bom humor.Neste caso, não lhe dirigirei mais a palavra.Isso far-lhe-ia muita falta. Não acha?Oh! — suspirou Berta. —Por que me casei com

voce >:. ' ,Por amor, querida. Dizem que o amor é cego.

Vou subir para o meu quarto.Frcd deu um salto à porta, que abriu com um ar

falsamente solene. Aturdida, Berta invocou toda suadignidade e saiu. Ao fechar novamente a porta, Fredfez ouvir uma risadinha zombeteira. Ganhava o pri-meiro round, mas suspirou à idéia de que o combatecomportaria repetições.

55 wm

***ínUma carta da suíça

Após sua visita a Bedford Row, Josefina Sackvillesentia-se animada por sentimentos complexos. Supunhaconhecer as razoes pelas quais seu cunhado envolvia a

generosidade em condições que lhe haviam parecidotão humilhantes no primeiro momento. A verdade era

que Fretl quisera, sem dúvida, tieixar a esposa na igno-ranciaas cont

de sua resolução. Consideradas sob esse angulo,.dições perdiam muito tit) seu caracter injurioso.

Não depunham, certamente, em favor da firmesa deFretl; mas Josefina sentia-se inclinada a tudo desculparda parte do homem que tinha a má sorte de ser casado

om uma mulher detestável como Berta. F2 estava prontadobrar a condições que lhe davam a certeza de não

da cunhada.presençaa seter tle se vêr jamais em , ^

Quando regressou à casa, encontrou os lilhos emcorrigi-los, quando Bertanuo

)lena briga. Preparava-se para ...desviou sua atenção apresentando-lhe um envelopefranqueado com selos estrangeiros

Abriu-o imediatamente e tirou dele sucessivamenteum anúncio ilustrado de um luxuoso hotel suíço, umafolha tlactilografada c umenvelope fechado endereçadoá sra Sackville, Grande 1 loteidos Europeus, em Lucerna.

$ Perplexa, abriu a folhaque tinha o cabeçalho domesmo hotel e continha a.seguinte mensagem:

"Senhora,"Temos a honra tle re-

meter-lhe junta a carta quenos pediram para reexpedirpara Londres, caso a senhoranão estivesse no nosso esta-belecimènto. Aproveitamos aocasião para enviar-lhe anpssa tabela, na esperançade contá-la um dia entre osnossos clientes."Aceite, senhora, os nos-sos sinceros cumprimentos.

"Feliciano Deschamps,Proprietário."

Cada vez mais intriga-da, abriu o segundo envelo-pe e esteve a pique de des-maiar. Deixou-se cair numacadeira e leu:

"Cara Josefina, ^HS5^^

Há'Quando receberes estebilhete, terei deixado a In-glaterra para navegar paraos Estados-Unidos. Lamentoser obrigado a abandonar-te,a ti e às crianças, mas es-pero que Fred tirará a todos

— Não ! Já conheço os amigos

um inimigo 1

de dificuldades. Como não tomaras a vêr-me mais,trata de arranjar-te da melhor maneira. E' uma penaque o caso Ainsworth tenha vindo estragar tudo, maspara que deplorar o irreparável? Quando o atingi, elecaiu como uma massa na lareira, onde fracturou o crâ-neo contra a grade. Eu não tinha a intenção de ma-tá-lo, mas não poderia dar explicação para o meu ges-to. Vivo, naturalmente, sob um nome falso, e tomei agrande resolução de começar vida nova.

"Não desejando correr risco algum antes de haverdeixado o país, dirijo-te esta carta por intermédio deum hoteleiro suiço que a fará chegar a Londres."Espero

que tu e as crianças passem bem. Nuncativemos um lar feliz, não é mesmo? Assim, não procuresencontrar-me. De resto, não o conseguirás. Adeus.

Alfredo."

A carta estava dactilografada e não continha^nemdata nem endereço.

Josefina continuava sentada, os olhos fixos no in-definido. Pensava que, realmente, nunca tivera umlar feliz com Alfredo e que poderia muito bem passarsem ele, agora que Fred Sackville tão generosamentelhe havia oferecido sua protecção.

Que faria dessa carta? A polícia desejaria bastante,certamente, tomar conhecimento dela; mas Josefinanao tinha simpatia alguma pelos detectives que só ahaviam atormentado. Não tendo mais o recurso de irpedir conselho ao Sr. Williams e não conhecendo nin-guem em quem confiar, resolveu dirigir-se a Fred Sack-ville. Mas como não podia enviar-lhe essa carta semviolar a promessa de não se comunicar com ele, foi aLondres com a intenção de consultar o advogado deBedford Row.

Foi recebida pelo sr. PhiliprRutter.Ahi sr. Rutter! — exclamou. —Aqui está uma

carta que recebi de meu marido e da qual o sr. Sackvilledeve absolutamente tomar conhecimento.

Rutter leu lentamente a carta.A senhora — disse então — devia entregar isto

à polícia. Pode ser um índice extremamente importante.Não quero comunicar esta carta a polícia. Todos

esses detectives se portaram muito mal comigo e, deresto, não desejo de modoalgum prejudicar Alfredo. Eispor que lhe peço que faça

. chegar essa carta ao sr.Fred Sackville* que saberásem dúvida aconselhar-meutilmente.

Rutter aceitou, a contra-gosto, o encargo dessa mis-são. Quando Josefina se reti-rou, sentou-se para reler acarta, não sabendo que par-tido tomar. Finalmente, re-solveu que a polícia deviaentrar o mais rapidamentepossivel na posse desse do-cumento e, para evitar qual-quer demora, telefonou aòseu cliente, para pedir-lheinstruções.

Fred Sackville estava emcasa. Rutter começou a ex-plicar-lhe que Josefina lhelevara uma carta procedentedo marido.

— Leia-a, De onde vemela? — disse a voz de Fred.

O advogado respondeu quenão tinha endereço e quechegara ao seu destino apósum giro pela Suiça. Depoisleu a carta de fio a pavio.Quando terminou, aplicou o"ouvido. O seu corresponcrentèmantinha-se calado. :

Ouviu, Sackvillei ?Sim. Estava reflectin-

do. Rutter, penso que é me-

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lhor comunicar essa carta à polícia. Nao tenho odireito de guardá-la comigo»

•— Quer, então, que eu a faça levar imediatamentea Scotland Yard?

— Sim. , . Ou, antes, nao. Não a faça levar: li-mite-se a expedi-la, recomendada, pelo correio. Issodará um pouco mais de tempo a Alfredo. Dirija-se aoinspector Fairford, que é quem se ocupa do caso. Emande-me uma cópia.

•CAPITULO XII

Quem matou?

Onde se (orna a Jalar dos Arkell

Enquanto Tom Fairford embarcava para Chil-verton, o sargento West weil recebia a incumbência dedar um giro pelas agências de viagens e essa perspectivaestava longe de sorrir-lhe, porque chovia a cântaros.Resolveu começar pelo Bureau dos Passaportes, contandoque o fariam esperar e que, no intervalo, a chuva pas-saria.

Antes de se pôr a caminho, entrou no escritório deFairford e avistou, sobre a mesa, um envelope lacrado,com esta menção: "Pessoal e urgente". Calculando quese tratava de mensagem importante e sabendo que oinspector ,estaria ausente por alguns dias, abriu o enve-lope e encontrou a carta de despedida de Alfredo Sack-vüle a Josefma.

Assim, o homem embarcara para os Estados-Unidoscom um nome suposto. Isso tornava urgente a visitade Westwell às agências marítimas e restringia singu-larmente o campo das suas pesquisas.

O sargento admirava o engenhoso modo por que ofugitivo, sem nenhuma cumplicidade, retardara a che-gada do seu bilhete até o momento em que deveria estarem segurança. Notou, entretanto que a folha não in-dicava de onde Sackville expedira a carta com destinoà Suíça. Ora, se a enviara de um país estrangeiro e nãoda Inglaterra, seguia-se que em lugar de embarcar di-rectamente para os Estados-Unidos, atravessara a Man-cha para alcançar algum paquete de partida de umporto como o Havre, Antuérpia ou Rotterdam. Nessecaso, nâo restaria senão tentar capturá-lo à sua chegadaà' América.

Enquanto isso, Westwell devia enfrentar a situaçãonova criada pela chegada dessa carta. Notou que Jo-sefina Sackville a comftmicara aos procuradores de Fre-derick e que foi por ordem deste último que a transmi-tiram a Scotland Yard.

. Mas como nada indicasse a data em que fora es-crita, o sargento telegrafou imediatamente ao hoteleirode Lausanne para perguntar-lhe de que sitio o envelopelhe fora expedido e quando o recebera.

Depois, encaminhou-se para o Bureau de Passaportes.

Logo que chegou a Chilverton, Tom Fairford foiao posto de polícia onde o inspector Nuffield Lhe anun-ciou que os Arkell estavam à sua inteira disposição.Recusaram-se a falar—acrescentou — e natu-ralmente eu não pude obrigá-los. Talvez o senhor sejamais feliz âo que eu.

Vé-Ios-et separadamente. A mulher primeiro,porque foi ela quem encontrou o corpo.

. Marta Arkell apareceu logo, protestando com ve-emencia contra os maus tratos de que fora vítima.

Nuffield declarou:

v j~^q/^ est^ ° ^P***01* Fairford, de ScotlandYard. Está encarregado, de apurar a morte do sr. Ains-worth.

Williams e eu somos inocentes como criançasrecém-nascidas — afirmou a mulher.

Compreenda-me bem, sra. Arkell. Não tenhoque me ocupar com o que se passou depois da morte do?TUr<..patrSo' ^sse caso ca^>e unicamente ao inspectorNuffield,

Nós nao carregámos senão o que nos era devido.Os nossos salários nao nos haviam sido pagos.Repito-lhe que isso não é comigo. Ocupo-meapenas da maneira por que o sr. Ainsworth foi morto.

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ao

Jura

Tudo o que sei é que encontrei o pobre homemesticado, morto e retirei-lhe a cabeça das cinzas sobreas quais havia caido. Pobre s nhorí Ele que já estavatão endefluxado e que tossia de cortar a alma...

Eu não a acuso de lhe haver feito mal, como denos ocultar a verdade. Procuro apenas descobrir se isenhora nos pode ser útil. Quer descrever-me a posisã<exacta do sr. Ainsworth quando o encontrou?

Tom Fairford tinha maneiras muito agradáveis ea sra. Arkell o preferia muito mais que a "esse horrívelinspector Nuffield". Respondeu:

Estava estendido no soalho, e a sua pobre ca-beca repousava entre as cinzas.

Tinha a cabeça sobre os espevitadores oulongo da lareira ?

Ao longo da lareira.E os braços? Como estavam colocados?Ao longo do corpo.

Eis o que era estranho. Se John Ainsworthabatido com um soco, por que não estendera os braçospara tentar amortecer a queda, em lugar de conservá-losao longo do corpo?

Senhora Arkell — tornou o detective — por queo seu marido e a senhora fugiram?

Bem sei que era estúpido, mas estávamos Jc-satinados. Lamento muito, senhor, mas nunca fui muitointeligente. Quanto a William, Deus é quem sabe co-mo ele está completamente idiota. Assim, espero queo senhor será indulgente.

Tom estava inclinado a dar fé às declarações damulher. No espírito acanhado dos Arkell, o saque dacasa do morto não era senão um meio rudimentar deconseguir os salários que lhes eram devidos.

Quando Fairford permitiu a Marta que se retirasse,confiou suas impressões a Nuffield, que as aprovou in-teiramente.

Depois foi a vez de William Arkell, que se mostrouinfinitamente menos comunicativo que sua mulher. A'força de insistência e de persuasão, Fairford levou-oa descrever a posição do cadáver tal como o encontraraquando Marta o chamara ao local da tragédia.

Estava coberto de pó — declarou — porque oseu corpo fora arrastado pelo soalho.

Como? — disse o detective estremecendo.Está bem certo do que afirma ?

Inteiramente certo. Vi os indícios no soalhoO senhor não notou isso? — perguntou Toni

Fairford dirigindo-se a Nuffield com uma voz cheia tlecensura.

Não vi vestígio algum dessa espécie no soalho— replicou o inspector. —Mas as roupas de Ainsworthestavam, efetivamente, cobertas de pó.

Havia traços no soalho — insistiu Williammas o Dr. Broughton os apagou.

O Dr. Broughton?Ohl não o fez propositadamente. Apenas atirou

a capa e o chapéu no sítio onde se achavam os traços e,quando os apanhou, não se via mais nada.

Tom Fairford concluiu:Se o arrastaram mesmo pelo soalho, é que o as-

sassinaram e deliberada men te lhe fracturaram o crâneocontra o espevitador.

O velho criado esfregou o couro cabeludo.Se foi o tipo que o matou, pouco importa come

tenha sido.Nuffield tomou um tom sentencioso, para declarar:

Meu amigo, é assim que se distingue um assas-sínio premeditado de um homicídio involuntário.

Isso não faz diferença alguma quando se estamorto — respondeu William.

—IO senhor está pronto a repetir sob juramentoessa história de vestígios no soalho ? — perguntou Tom.

Estou.O interrogatório prosseguiu por um momento mais,

porém sem resultado apreciável, e depois William Arkellfoi autorizado a retirar-se.

Aí está! — disse então Nuffield. — Estou de-solado por não haver notado os rastros.

Poderia afirmar sob juramento que as roupasde Ainsworth estavam cobertas de poeira ?

Sim, mas não que tenha sido arrastado pelo soa-lho. O diabo leve o Dr. Broughton...

De qualquer maneira, estou agora convencido

....

50.° Ano — N. 1 — Junho 1946 57

i que sz trata de um assassínió. Mas isso não nos ajudaa encontrar o assassino. v- _-]7

Nem a conseguir-çrende-lo. be nao lor agarrado,duvido muito que o depoimento de William Arkell bastevira convencer um jun.

£u também — confessou Fairford. — Mas sem-nre é um passo à frente. Eis, na minha opinião o que ser»ve ter passado: Sackville abateu a vítima com um soco,depois a arrastou até a lareira, onde lhe fraturou o craneo,contra um espevitador. Mas isso será muito difícil dedemonstrar diante de uma corte de justiça.

Suponho, realmente, que o senhor nunca possar-rovar a sua teoria.

Vou empenhar-me nisso com todas as forças.E' preciso primeiramente que eu veja o Dr. Broughton.

O Dr. Broughton não pôde prestar um concursoeficaz ao detective. Concordou que as vestes do mortoestavam cobertas de poeira, mas não notara traço al-

rum suspeito no soalho. Sim, atirara a capa e o chapéuno soalho para examinar o cadáver. Talvez tivesse in-conscientemente destruido um índice^ precioso. Nestecaso, lamentava vivamente a inconsequência do seu gesto.

Tom Fairford teve de se contentar com esse teste-munho pouco satisfatório. Tomou o primeiro trem paraLondres e, ao chegar a Scotland Yard, foi chamado pelocomissário Wilson. Participou-lhe logo a convicção quetinha de quc Ainsworth havia sido assassinado.

Creio que você tem razão, rapaz — disse Wilson.Mas não possue uma prova formal, e nenhum jun

dará crédito ao depoimento dos Arkell.Nuffield e Broughton confirmarão sob juramento

a presença do pó nas roupas do morto. fE o advogado da defesa respondera que a vi-lima era um solteirão descuidado e que nunca escovavaas roupas. • i iEvidentemente. Mas se foi assassinado, develia ver um meio de prová-lo.

Não forçadamente — disse Wilson. — Não sao

presos todos os assassinos, nem também enforcados

quando capturados. .O senhor não é muito encora;ador, chele.Ora, ora, inspector, eu quis apenas tirar as suas

ilusões. E agora prossiga nas suas pesquisas. lenhomuito trabalho à minha espera.

II

As investigações do sargento Westwell

O sargento Westwell era perseverante. No Bureaudos Passaportes conseguiu estabelecer tres cousas:

1.» Nenhum passaporte fora tirado em nome deAlfredo Sackville, o que confirmava as informações pre-liminares obtidas pelo inspector Fairford, mas combinavamuito mal com essa viagem à Itália efetuada no decor-rer do ano precedente.

.• —Frederick Sackville, de bum-merdene, Edgbaston, era detentor deum passaporte que fora renovado doiscanos antes. ,.

a— Nenhum outro indivíduo res-

pondendo pelo nome Sackville era pos-suidor de um passaporte britânico.

Julgando insuficientes estes resul-tados, o sargento Westwell exibiu afotografia de Alfredo Sackville diantedos empregados do Bureau e pergun-tou-lhes se havia sido expedido algumpassaporte, sob outro nome qualquer,ao dono daquela fisionomia. Mas aslongas e minuciosas pzsquisas levadasa efeito nos arquivos do Bureau porum grupo de especialistas não deramresultado algum e Westwell Voltou aScotland Yard. Começava a desani-mar quando, subitamente, lhe acudiuà idéia que não havia sido feito ne-nhum exame sério nos arquivos deScotland Yard. Resolveu, em conse-quência, certificar-se de que nenhumSackville havia jamais atraído a aten-ção da polícia.

Essas pesquisas deram resultados um tanto surpre-endentes. O único Sackville mencionado nos arquivos-era um certo Frederick Sackville que havia sido suspei-tado — sem que nunca se obtivessem provas — de terfeito parte de um bando de escroques especialisadosem abuso de confiança. Isso remontava a 1913, e oFrederick Sackville em questão era então um jovemactor que desempenhava em Londres pequenos papeisde music-hall e que se julgava, com o tempo, haver emi-grado para os Estados Unidos. Mas nascera em Bron-desbury, e foi esse pormenor que interessou Westwell.

Poder-se-ia identificar esse Frederick Sackville,outrora suspeitado de escroquerie, como o homem de ne-gocios de Birmingham? De qualquer modo, o passadodesse Sackville nada tinha, sem dúvida, a vêr com asacusações imputadas ao irmão, e Westwell contentou-seem anotar que na época em que a polícia o vigiava, ohomem vivia com uma actriz de music-hall chamadaMay Wishe. Não tendo nenhuma fotografia de Frederickque pudesse comparar com a de Alfredo, o nosso sar-

gento não sabia bem o que fazer, quando Wilson o cha-mou ao seu gabinete.— Chamei-o — disse — para dar-lhe conta de umacuriosa informação que acabamos de receber da policiade New-York. Trata-se de um actor de cinema chamadoBruce, Sackville Bruce, que chegou à Inglaterra paracumprir um contrato em Elstree. Os americanos sus-

peitam-no de andar metido em alguns negócios bastanteequívocos e nos aconselham a vigiá-lo de perto. Ora, oseu verdadeiro nome é Sackville, ao qual acrescentouBruce quando estreou no écran. Como Sackville nao è

um nome corriqueiro, pergunto de mim para mim...

Westwell tornou-se culpado de uma falta de disci-

plina — e interrompeu seu superior. .E' com certeza o homem de quem encontrei ves-

^be^s Z»Sa história de Frederick Sackvilk,

antigo actor suspeito de escroquerie.Se esse homem passou os últimos anos^nos fs-

tados-Unidos-concluiu — não é certamente FrederickSackville de Birmingham. Algum parente, sem duvida,

porque também nasceu em Brondesbury. ;1 _ Seja como fôr — disse Wilson — comunique tudo

a Fairford, logo que ele chegar.O sargento voltou ao seu escritório, onde soube

que o inspector havia regressado e queria ve-lo imedia-

temente, acudiu ao chamado, de seu chefe e¦ «P°»*«£

suas recentes descobertas. Após havê-lo felicitado. Tom

narrou-lhe sua viagem a Chilverton e o modo por que"ãprira a convicçfo de que a morte de John Aisnworth

era conseqüência de um assassínió premeditado, e nâo

de um homicídio involuntário. Terminou dizendo.de "_ü

Abandonámos toda esperança de capturar o

culpado Saiu, certamente da Inglaterra e as probabnHdaTs de çrendê-lo ao desembarcar na América pare-cem-me^ificant^.^ ^ ^ ^ ^ em quereflectí muito.

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Qual é?Partimos da idéia de que, deixando após si tan-

tos indícios esmagadores, Alfredo Sackville havia dadoprova de uma assinalada inépcia; mas creio que nos en-ganámos. Esmerou-se em fazer desaparecer qualquervestígio das suas operações de chantage, e a maneirapor que enviou essa carta à mulher constitue uma provaperemptória de sua astúcia. -

E' isso mesmo, Westwell, e tanto mais que con-seguiu dar ao seu crime o aspecto de um acidente.

Eis a minha idéia—prosseguiu o sargento.Acho exquisito que se tenha mostrado tão inábel em cer-tas circunstâncias e tão sagaz em outras.

Tom cocou a cabeça.Palavra que você tem razão. E que é que deduz

disso ?Que foi propositadamente que deixou vestígios

destinados a conduzir-nos a Alfredo Sackville.Alfredo Sackville nao seria, então, o assassino?Não.Peus do céu! Será preciso recomeçarmos tudo..

Mas quem teria, na sua opinião, assassinado Ainsworth ?Alguém que teria assumido a personalidade do

viajante comercial, querendo desembaraçar-se dele aomesmo tempo que de Ainsworth.

Quer dizer que Alfredo Sackville também teriasido assassinado?

Não é impossível, chefe.O punho de Fairford caiu, de repente, sobre a mesa.

Meu amigo, você pode orgulhar-se de me haverfeito medo. Mas... esquece-se de que a carta de Al-fredo Sackville demonstra que ele ainda estava vivodepois da morte de Ainsworth.

Tocou a Westwell a vez de cocar a cabeça.Evidentemente. Mas isso não prova que a mi-

nha conjectura seja inteiramente falsa. Suponha queas provas arranjadas contra ele pelo verdadeiro assas-sino tenham feito Alfredo Sackville perder a cabeça eque ele tenha fugido para não mais voltar.

— Entretanto, na carta, ele confessou haver agre-dido Ainsworth.

Esquecera-me disso — reconheceu Westwell.Não pensemos mais nessa hipótese.

Mas Tom Fairford deixara de ouvi-lo. Acabava detirar do bolso o bilhete de adeus de Alfredo e contem-plava-o fixamente.

Acabo — disse de repente— de notar um por-menor curioso.

Qual é, chefe ?Tenho a impressão de que esta carta foi dacti-

lografada na mesma máquina da correspondência deAlfredo ao irmão. De resto, tenho-a aqui, e vamos ve-rificar.. E olhe: os e e os r são idênticos, e há as mesmasfalhas de tipos.

Realmente. Mas a que nos leva isso?Não compreende que essa máquina se achava

em Brondesbury no momento do crime, que lá estavaainda quando da minha investigação e que, sem dúvida,de lá não se mexeu ?

Mas. . .Segue-se que Alfredo Sackville voltou a Brondes-

bury após a morte de Ainsworth. A menos, evidente-mente, que essa carta seja falsa.

O que poria de pé a minha conjectura — disseWestwell, com os' olhos luzindo de esperança.

Pode-se também supor — continuou Fairford —que o nosso homem tenha dactilografado esse bilhetede despedida antes de cometer o crime.

E' pouco plausível.Acredito mais do que na volta de Sackville a

Brondesbury.Opto pela hipótese da falsidade. Sendo dacti-

lografado o bilhete, só havia a assinatura a imitar.E' possivel. Mas prefiro a minha outra idéia.

De toda maneira, vou mandar examinar as assinaturaspor peritos.

w.

Ao cabo de um momento, Tom reapareceu.— Dizem que a assinatura desta carta é idêntica

à das outras. Eis-nos, pois, levados a minha idéia, se-undo a qual o bilbete foi dactilografado anles da morte!e Ainsworth.I

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

O que nos deixa quase no, mesmo ponto 'chefePrefiro isso a ter de recomeçar tudo — respon-

deu Fairford.

CAPITULO XIII

O "imbróglio"

I

// primeira Sra. Sackville

No dia seguinte pela manhã, Frcd Sackvillesentiu ágil bastante pára ir jogar uma partida de golf.Estava encantado por poder sair finalmente, porque Bertalhe tornava a vida impossível. Não llie havia mais ceu-surado a benevolência com Josefina, mas esperava, semdúvida, obter o dinheiro necessário à locação da casapara reencetar seus ataques.

Fred Sackville cedia geralmente a todos os capri-chos da mulher. Mas dessa vez, era-lhe absolutamenteimpossível dar as quinhentas libras, pela razão muitosimples de não as ter. A bem dizer, contava mesmocom a herança para ajudá-lo a triunfar das dificuldadesfinanceiras que a louca pródigahdade da mulher haviacriado.

Berta Sackville estava ocupada cm escangalharuni chapéu a pretexto de transforma-lo, quando a criadalhe anunciou que uma senhora desejava vê-la.

-Aqui está o seu cartão.Berta leu:"Miss May Wíshe. Comediante".

Que quererá de num ? dis.se a sra. Sackvillenum tom impaciente. Onde está ela, Olga?

Deixei-a no hall, patroa.Pergunte-lhe o que deseja.A criada retirOU-sc para reaparecer quase logo.

Diz que é um caso pessoal.Diga-lhe que estou ocupada.Novamente a criada desaparece :, para regressar

pouco depois.Lia -não quer retirar-se, patroa. Kstá sentada

no hall, dizendo que ficará aí até que a senhora a recebaQue desaforo! - esclamou Berta. Eu vou lá.

No hall, encontrou-se em presença de uma mulhergorda, de idade madura, e cujo violento maqüillage e oscabelos muito louros tentavam e n vão tornar desper-cébidas a largura dos quadris e a exuberância do busto.

— F or que se recusa a retirar-se perguntou asra. Sackville. — Peço-lhe que deixe esta casa imedia-tamente.

Não me mexerei daqui antes de ter uma pequenaconversa com a senhora ou com Fred — disse a outracom unia voz rouca.

Como ousa chamar meu marido pelo prenome ?A mulher deu uma risada.

Oh! Fred e cu somos velhos camaradas! Exph-car-lhe-ei tudo isso quando a .senhora me houver levadoa um lugar onde pudermos conversar em toda intimidade.

Um tanto impressionada com essa linguagem, Bertaintroduziu a visita no salão.

E então? — disse após haver fechado a porta.— Acabemos depressa .Iremos directa men te ao fim — declarou miss

Mary Wíshe num tom frio. —A senhora ignora, semdúvida, que Fred e eu somos casados, não ?

A senhora ? Casada com Fred ?! Está louca!Oh! Eu era então jovem, jovem e inocente e n-

quei enamorada dos seus lindos olhos. Creio que Fredvenceu na vida. O bastante, em todo caso, para podervir em auxilio da mulher que abandonou.

Berta sentiu um medo atroz a apertar-lhe a gar-,ganta. . -

Ousa pretender que meu marido a desposououtrora ?

Sim, minlia cara senhora. De sorte que ele naoé seu marido, e sim meu. E' o que se chama bigamia.^

Não acredito — disse Berta — A senhora estaprocurando explorar-me.

(Continua no próximo námero\í

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& J^^Tj&j30.° Ano — N. 1 — Junho 1946 59

Os mais sensacionais dramas do mar - 0 naufrágio de "Foederis Arca" (Arca da Aliança! •:___

POR P, BOUCHA.RDON

(Esle é um drama marítimo, umapungente narrativa de jactos reaise que, entretanto, ultrapassa todasasjicções imaginadas pelos roman-eis tas mais amigos do sens acio-

nalismo).

No princípio de Junho dc 1864,um

"tres-mastros" do Havre, o "Foe-

deris Arca"', levantou âncora paraCettc, onde receberia, por conta doKstado, um carregamento destinado aVera Cruz. No porto de Cette, quan-do o navio, finalmente, iniciou viagempara seu destino, levava rio fundodo porão quatrocentas toneladas decarvão e cento e cinqüenta toneis devinhos c agua-ardente. ü capitão, Alfred Richebourg,era um "lobo do mar", ao qual só se poderia censu-rar a quase paternal benevolência e excessiva familiar!-dade com seus homens. Longe das costas, a autori-dade deve ser imposta. E' verdade que o "imediato'

possuía energia por dois. Este, Theodoro Aubert, an-tigo mestre de cabotagem, dotado de força pouco co-nuini. hão admitia cm serviço a menor negligência ouinsubordinação. • , ,

Quando mandava, queria ser obedecido, sabendomuito bem que o menor relaxamento na disciplina podeprovocar o pior. A equipagem compunha-se de dez homens:Jean Lénard. mestre; Pierre Leclerc, Julien Chicot,noviços; Antome Tessier, carpinteiro Antoine Carbucia,joseph Mannier, Joseph Daoulas, Charles Pierre, ape-lidad > Pierris, Oilic e Thépaut, simples marinheiros.Tinham tambem embarcado um grumete de onze anos,o pequeno Dupret, além de Mi tler, cozinheiro e, ainda,um passageiro, Antônio Orsoni, que se dirigiaao México.

O "Foederis Arca" comportava-se muito bem noalto mar, fazendo boa marcha. © regime alimentar dosmarinheiros era bastante aceitável: café pela manhã;ao meio dia almoço e um quarto de litro de vinho tinto;à tar lc. jantar com pão e vinho á faria.

Não se teve a menor notícia da travessia, poremno dia 4 de lulho. cerca de cinco horas da tarde, o briguedinamarquês "Mercurius Kobbiecman", que singravapara as ilhas do Cabo Verde, encontrou, ao largo deSto. Antonio, uma canoa e uma chalupa, vogando aosabor das vagas. Sobre as duas embarcações, famintos,estavam onze homens. Eram os sobreviventes do "Foe-

deris Arca". Quatro companheiros faltavam: o capitão,o "imediato", o grumete e o cozinheiro.

Os náufragos foram recebidos com toda simpatia.Contaram, ainda estonteados, que seu navio tivera tresmetros dágua nos porões e, não podendo lutar vantajo-samente com as bombas, o comandante dera ordenraoshomens para arriar os escaleres, amarrando-os a adnçada papa-figo. O capitão ficara no tombadilho com oimediato, o grumete e o mestre-cuca. Repentinamente,em plena noite, as cordas se retezaram, dando a entender(pie o tres-mastros mergulhava a pique I mham imedia-tamente cortado os cabos, podendo apenas distinguir o"Foederis Arca" mergulhar rapidamente e para sem-

pre rio seio das vagas, levando com ele seus últimos ocu-

pantes. Mesmo que os infelizes tivessem podido saltarpara a baleeira que se tinham reservado, fizeram-nomuito tarde para salvar as vidas, Ao amanhecer, tinhamem vão explorado o mar. Este se fechara sobre os inte-lizes, sem deixar nenhum vestígio do naufrágio.

O "Mercurius Ko' biecmann" prosseguiu a rota edepositou os náufragos na ilha onde se restabeleceram,antes de que uma goleta francesa os reconduzisse a òaoVicente e de lá a Brest. Após repetir suas declaraçõesdiante do comissário ]a marinha, separaram-se, indo cadaum para seu lado. A 16 de Agosto, ja o Journal du Ha-vre anunciara a catástrofe e várias famílias tinham toma-do luto. . ^ i

No fim do mesmo mês, o noviço Chicot chegou aNantes, à casa de sua mãe. Era um rapaz de dezoitoanos apenas, ainda imberbe. Não tardou a ser notadacom surpreza sua atitude triste. Ele, que tinha paixãopelo mar, agora desejava encontrar trabalho em terra,

preferindo, segundo dizia, o mais humilde empregosedentário ao posto de capitão da marinha mercante.

O mestre do "Foederis Arca", Jean Lénard, residianão distante da casa de Chicot. Passava constantementediante da porta, exi indo no peito a fita de uma meda-lha de salvamento que ganhara anos antes, ^oisa ex-tranha: os dois companheiros de bordo afetavam naomais se conhecer e, quando, por acaso, trocavam algumas

palavras, era no tom da mais extre-ma frieza.

Foi quando uma voz se ergueu, ado capitão de longo curso do portodo Havre Napoleon Aubert, irmão doinfeliz que morrera no naufrágio do"Foederis Arca". No dia 13 de De-zembro de 1864, esse oficial escreviaao ministro da Marinha e das Co-lonias :"Receio

que tenha ocorrido um horroroso dramaem pleno oceano. Rogo a V. Excia. que me permitaexplicar em que baseio meu pensamento. — Pelo Jour-nal du Havre sabemos que os dois homens que morreramcom o capitão e o imediato foram o cozinheiro e o gru-mete, vitimados porque estavam demasiado próximos

-<*:*_

so, sem dúvi-da,J porquee s t a \numa canoaou baleeira.Ora, comoadmitir que ocapitão e oimediato ti-vessem em-barcadonumaterceira ca-ma, com ocozinhe iro ,homem quenunca é ma-rinheiro, e umgrumete, en-quanto asduas outrascamas rece-biam toda aequipagem,sem oficiais :Não apenasas regrasusuais da na-vegação, maso próprio ra-cio cin io, seopõem a es-sa ide iaNãolatigarei V. Excia. com a narrativa de ioàks .a|circunstâncias aue cercaram o desastre; todas; sao d^du-

zidas de suposições verossímeis, mas e so. Apelo a^™,

para vossa Justiça; como irmão e como capitão, gua

íogar sejam dadas ordens para abertura de um ngo-

roso inquérito, para que ao menos se^a feita luz sobre

esse lugubre naufrágio e que, se fôr provado crime, gran-

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30.° Ano — N. 1 JunhoJ1946

de exemplo de severidade seja dado em be-

neficio da marinha mercante, exposta a ver

repetir-se tal fa to...Napoleon Aubert tinha boas razoes para

se mostrar céptico quanto às declaraçõesdos sobreviventes do "Foedens Arca . An-tes de deixar o porto de Cette seu irmãolhe enviara uma carta cheia de sinistros

pressentimentos: "Nao estou certo de vol-

tar desta viagem. Como capitão, lido comum excelente rapaz, porém de caracter fra-co. Quanto à equipagem, é um bando derenegados Nao espero, realmente, boa coisadesta travessia. Se voltar, havemos de nos

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ver e divertir, juntos. Do contrário, cuida bemdo velho e da mana".

O Comandante Aubert soubera, por outrolado, que, durante as operações de embarque,as coisas não tinham corrido normalmente. Natarde de Domingo, que precedera a partida, aequipagem, em acordo unanime, recusara tra-baihar. Mais ainda, üilice Thépaut e Lénarütinham descido à terra, máu grado a proibiçãodos chefes. Já, desde dias antes, os rebeldestinham descoberto um meio de penetrar nodepósito de bebidas, nas horas de pouca vigi-lância, entreganox-se a fortes ILações. Leva-vam para seus beliches garrafas de curaçaoou de vermouth, para as libações noctunuusque os traziam em perpetua exaltação. Poital desobediência o capitão apenas ralhára comos homens. Depois, no ultimo instante, nãotendo mais mestre de equipagem, confiara essafunção a Jean L.nard, simples marinheiro, nãosabendo lêr nem escrever e, mesmo, um doscabeças do festim dominical.

O ministro da Marinha e das Colôniasautorizara o comissário do Havre a comunicarao Capitão Aubert o processo verbal das de-clarações dos sobreviventes do "Foedens Ar-ca". Depois de lêr esse documento repousada-mente e trocar impressões com alguns oficiaisda marinha mercante, o irmão do morto vol-tou a escrever^ ao ministro: ^

"Excelência. Da maioria dos depoimentos,resulta que as embarcações estavam amarradasà popa do navio e nenhuma testemunha de-clara, positivamente, tê-lo visto sossobrar: pa-receu-lhes, simplesmente, que naujragara, estandoa noite muito escura." Primeiro, o tempo erabom, o que proibe a ideia^ de uma noite escura,coisa, aliás, rara nos trópicos; segundo, a luadeve ter surgido antes de uma hora da manhaDe resto não pode haver noite tão escura qucimpeça vêr um navio sobre o qual se estaamarrado, mesmo que o navio não esteja -ilu-

minado. Ora, devia haver lanternas e sinais abordo: 1.°' para o salvamento; 2.°, para assi-

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946 61

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'SMSei. . . Mas vão prender-me. . .Que importa ? Seia feita a vontade de Deus e da

Santa Virgeml Vai e nacla guardes pesando em tua cons-ciência!

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nalar o navio a outros, que pudessem passar; 3.°, final-niente, para a sonda da bomba. Além do mais, a equi-nagem devia ter ouvido os gritos dos infelizes debordo, mesmo que não tenham tido tempo de em-barcar na baleeira que é sempre colocada a proa.Mas, como não teriam tido tempo? Dois homens,bons marinheiros, não jogam a vida assim leviana-mente; o aumento mais ou menos rápido da água,o movimento do navio, tudo os previne da catástrofee, então, saltando para a baleeira, um simples empurrãode bordo os afasta suficientemente do navio, mais ate

que as duas outras embarcações, repletas, as quais maisvagarosas, mesmo assim não correm perigo. Acresce

que os dois oficiais sabiam que somente eles poderiamterminar o salvamento geral pelo conhecimento da rotaa seguir Os depoimentos são mentirosos. Resumindo-me,Sr. Ministro, afirmo: não é aceitável que o capitão e oimediato tenham reservado a baleeira para se salvarcom o cozinheiro e o grumete, quando as duas outrascontinham toda a equipagem; é mais de presumir que,se não houve crime, a equipagem, fatigada de lazer tra-balhar a bomba, abandonou o navio sem pensar em sal-var seus oficiais. Esse o facto que resta esclarecer. Assim,novamente, suplico a V. Excia. ordenar um inquéritopara que a verdade seja demonstrada Os homens, seibem, estão talvez ausentes, o que poderá atrazar esse

processo, porem confio em vossa elevada mstiça e tenhoa certeza de que dará ordens para tanto .

Ao mesmo tempo em que Napoleão Aubert suspei-tava iá uma parte da verdade, esforçando-se por conhe-cer ainda mais. pedindo o concurso da autoridade mari-tima, o drama mudo que se desenrolava diariamente naresidência do noviço Chicot ia ter um desfecho teatral einespera o^

^ ^ ^^ ^ ^^ z que ivlasufocado por terrivel segredo, disse repentinamente a

sua ™ae^o £> ^ j^A^ ^ Marlnha a declaração que

devia. . ..„ «Por que mentiste, meu hlho %Ahi Se soubesse. . . São coisas gravíssimas; estive

várias vezes para ser atirado ao mar e nunca mais poderiavêr-te. O pobre grumete, que eu escondera em sua cabmeeles encontraram e o mataram tambem! E meu• «P»»»tambem foi assassinado! São esses os que mais lamento I

E, pousando a mão sobre o coração, acrescentou,com lagrimas correndo pelas faces:

Por isso é que sofro e me doi o coração.A veneranda bretã mostrou-se ™}Snad*e°£°™'

Meu filho. E' preciso falar. O bom Deus te pro-tegerá. Pensa1 em que tens que salvar tua alma.

Foi uma espantosa confissão a sua! Porém, nessasombria tragédia, que não tivera outras testemunhas ialém dos assassinos e as vítimas, somente a confissãopoderia esclarecer a justiça humana.

Eis o que revelou o noviço: "Depois do porto deCette desaparecer no horizonte, òs primeiros dias deviagem transcorreram sem incidentes graves. Todavia,

A

perderam uma semana no estreito de Gibraltar, em razão_]_ '___-_.___>_?•'•!-_ r\ _. _r ]\'i 1_ _~~ U.^__C»

«85

oe ventos contrários. \j espírito a bordo não melhorara.Eram ainda simples murmúrios, mas iam em crescendo,sendo mais numerosas as visitas a adega e, portanto,mantida a efervescência. Todo pretexto era bom para.queixas. Reclamavam contra a alimentação, talvezmal preparada pelo cozinheiro Mitler, que não passavade um incorrigivel bêbedo, mas de bons instintos e cozi-nhando razoavelmente. Para acabar com as reclamações,o imediato mandou substituir o boi pelo toucinho. Poremjá a revolta estava no ar. Explodiu no dia 29 de Junho.Naquele dia, ao entardecer, Aubert ordenara que fossempassadas as adriças das papa-figos. A ordem era paratodos Entretanto, a turma que não estava "de

quarto"recusou-se a obedecer; Oilic e Thépaut manifestaram-seruidosamente.

O capitão teve que intervir pessoalmente, porémapelou em vao para os rebeldes.

Não subiremos! — responderam eles.Richebourg não insistiu, porem deixou-os com esta

ameaça:Sou bom demais para vocês. Mas se os trato

rudemente, queixem-se a vocês mesmos Em todo caso,previno-os. Rebentarei com uma bala a cabeça do pri-meiro que se recusar a trabalhar.

E penetrou em sua cabine, para inscrever Omc eThépaut no livro de punições.

Desde então começaram os conciliábulos no tom-badilho; os homens se erigiram em tribunal revolucionário,condenando à morte os dois oficiais, enquanto o car-

pinteiro Tessier, totalmente b.bedo e caído junto deum monte de cordas repetia sem parar:

— Capitão sórdido! Imediato sórdido! Nos os lan-

çaremos ao mar... .Daoulas trouxe uma caixa de vermouth; foram logo

desarrolhadas as garrafas e os homens beberam. Ue-

pois divertiram-se em lançar as garrafas, estivessem vasiasou cheias, ao mar. Orsoni tomou parte na bacanal eem todos os divertimentos; era um dos mais enraivecidoscontra Richebourg, que, segundo afirmava, nao o tra-tara com as considerações relativas ao preço que pagarapela passagem. ,. . , . rv-<s

Mas voltaram depressa, aos negócios sérios. Lns-tribuiram os papeis; experimentaram os facões, chegando,mesmo, a prender dois deles, para terem arma maslonga e terrivel. Ficou combinado que Thepault ejJaou-las atacariam o capitão em sua cabine; Oihc e Carbucciaexecutariam o imediato. , .

Começava já a escurecer. Era o momento de agir

Porém Oilic estava no leme em sua hora de senaço|

Que importava? Para que tivesse inteira >*««•*»£assassinar, é substituído pelo ,óvem Chicot, que recebeordem autoritária. . • ^liof/v

Este faz alguma resistência: "Que direi, se o imediato

me perguntar que faço ali ? — pergunta.-Imbecil!qDirás que Oilic não tarda a voltar...

O noviço segurou a bkrra do leme. Ali estava havia

uns vinte minfttos, quando Aubert apareceu, O oficial

não percebeu a subseção e ordenou que fosse a.nado

o cutelo da gávea. A essa ordem respondeu o grito de

Guerra dos ^murados. Oilic avançou com movimentosIe tkre aX o imediato pelas costas, enquantonum mesmo esforço, Thépaut, Carbucca e Daoulas

pro^umram precipitá-lo no oceano. Porém o-homem

^oderTsirenfe musculoso, repeliu os agressor^ Então

surgem as facas. Atacam todos a um so tempo e a cada

golpe Carbuccia mergulha a sua até o cabo. Aubert

tem o rosto e o corpo banhados no próprio sangue.

Grita por socorro, chamando o mestre de equ.çageny

Lénard porém este assiste, impassível, à carnificina.

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62 50.° Ano — N. 1 — Junho 1946

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deixando-se ficar, a distância, passeando com as mãoscruzadas nas costas. Duas vezes o infeliz é lançado aágua. sobre a borda; duas vezes consegue voltar ao tom-badilho. Seus carrascos trocam olhares, surpreendidos.Thepáut quebrara a lamina do facào golpeando a cabeçado infeliz. Daoulas, por sua vez, não tem em mãos maisque um curto pedaço da sua arma. Aubert parece ter.realmente, a alma aparafusada ao corpo. Para terminar.Jatiram-no ao vácuo, atravez dos grandes cordames, porémele se agarra aqui e ali. Então Daoulas mune-se de umpedaço de ferro, pesando cerca de dez quilos, desferindo-lherepetidos golpes sobre o craneo. Quando fica cansado,passa o instrumento aos outros, que batem por sua vez.O oficial solta um longo gemido e seus dedos se abrem;mergulha a pique, como um lingote de chumbo. Logo,porém, os assassinos se voltaram, para encontrar o capitãoRíchebourg, com uma pistola em cada mão. Correrapara salvar ou vingar seu imediato. Mas não teve tempo!

Com salto terrivel, Oilic se atirou contra ele, des-armando-o.

—-Ah! Patife! — rosnou o bandido — Ouerias brin-car com as pistoks, hein? Mereces que te rebente osmiolos. . .

Depois, lançando asduas armas ao mar, dominouo comandante do "Foederis Arca"; ajudado por seus cúm-plices, passou no pescoço do infeliz uma corda e arrastou-oaté a popa, como um saco de farinha, e quanto, seguin-do-os, Daoulas e Carbuccia picaram a vítima com suasfacas.

Meus amigos — implorou o capitão — poupem-me. Nada vos acontecerá. Tereis de mim tudo quantodesejardes. Pelo menos não me assassinem. Lançai-mesimplesmente ao mar.

Mas obtém, como resposta, apenas sarcasmos e'injurias. Oilic e Thepaut, por zombaria, tentam obrigá-loa beber aguardente 'para se despedir da vida".

Todavia, uma inspiração súbita sugerida aos mise-ráveis pela preocupação da própria salvação a bordo,levou-os a indagar do capitão se estava ferido.Recebi — responde o infeliz — dois ou tres gol-pes de facão, no flanço esquerdo. «.

E' ^ pena. . . — decidiu Thepaut — ... porquesem isso ainda o conservaríamos vivo alguns dias. Mas,

no ponto em que as coisas estão, pior para você. . . Vaipara a águal

Entretanto, os bandidos ainda hesitavam e talvez. adiassem a execução, não fosse a voz de ébrio do mestrede equipagem, Lénard, que se levantou, para aconselhar:Ao mar! Ao mar! — gritou o miserável—Setardarem mais, estarão todos perdidos!

O capitão foi imediatamente lançado ao abismo.Reapareceu, pouco depois. Sua cabeça emergiu e os

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marinheiros, debruçados à amurada, a contemplaramcom certo terror. Porém, ao fim de poucos minuteis, porfadiga ou porque desejasse apressar o fim, o capitão lançou-lhes, antes de mergulhar para sempre e com voz tão pode-rosa como se lhes falasse pelo porta-voz, este adeus pro-letico:

—- Que Deus vos conduza! Mas tereis o pescoçocortado!Ao que, dois ou três bandidos ousaram ies-

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Está bem. Vaidescendo Enquantoisso, estás bem ar-ranjado. . .

E o "Foederis Ar-ca" continuou suarota.

Agora somos osdonos disto! —repe-tiam os assassinos.

Tudo foi pilhadoe a bebedeira durouvários dias. Apósamainar a orgia, pro-curam organisar avida a bordo.

Pensas então —dizem eles a Chicot

que vamos almo-çar no tombadilho ?Esta é agora nossasala de refeições.Tudo do bom e domelhor e regado acognac I Todos so-mos iguais, todossomos irmãos. . .

Mas não é bas-tante pilhar um na-vio e assassinar osoficiais. E' precisoassegurar a direcçâoe todos os miserá-veis, apanhados aoacaso, nas tavernasdos portos, eram in-capazes.

Vamos á terra — propõem alguns.Mas como? Onde? Nen, sabem, sequer, onde se

encontram . ^«K^m afim-Os outros - opinião que predomina

-J^p^*.

dar o "Foederis Arca", descendo antes para aíJ «m^r

cações. Seriam recolhidos pelo pnme.ro navio que pas

sa se, a cujo comandante contariam a fab^a ^gg^

frágio acidental. Mas é preciso agir com M^

carpinteiro calafeta a canoa e a chalupa, neks de|gi

tando viveres para um mês; preparam as velas e Umu

mente, passam à operação pr.nc.pal. Dezenas d mos

são praticados no casco- e todas « tem^ .^4™^desmanteladas, para que não flutuem AcMde tuüo

é preciso arranjar uma descnção do naufrágio , para

o momento em queforem recolhidos. L'-nard improvisa-a, naqualidade de mestrede equipagem, fazeri-do os companheirosdecorarçm a narrativa (como uma lição.Quando uma palavraé muito difícil, subs-titue por outra, maissimples. Faz esforçospara que nenhum de-talhe pareça dúbio ouinverossímil. E comose o crime nao os en-cadeasse suficiente-mente, uns aos ou-tros, imaginam ligar-se ainda por uma con-fissão escrita E' Car-buccia quem dita e ocozinheiro Mitlerquem empunha a pe-na, com mão que oálcool faz tremer.

" Nós afirmamos(sic) que a equipa-gem do " FoederisArca", toda ela, co-meteu o crime '. Pres-

tam juramento. O primeiro que denunciar o crime ser£

acusado por todos os demais da principal responsabili-dade, não se livrando, ainda, de vir, cedo ou tarde, a

ser assassinado Todos avançam para assinar mas quan-do chega a vez do grumete, o próprio Carbuccia atas-

ta-o com um "Tua assinatura ;á esta feita . Depois

guarda o papel no bolso. . ,Os preparativos da partida foram terminados,

porém antes do bando deixar o navio, um ultimo drama

nele se consuma, O cozinheiro, sempre bebedo, tornara-se

suspeito. Desde que reinava anarquia a bordo, perten-cendo a adega a todos, Mitler passeia constantementecom uma garrafa em«mão. Sua embriaguez amedronta

os companheiros. Que fará ele em terra? E precisosuprimi-lo,lançá-lo ao mar. E' o que todos cochicham.Mas ele ouviu. . A1 , j

Não se dêem ao trabalho — rosna êle entre den-

tes. Eu mesmo me atirarei. rAcreditam ser gracejo e adiam a execução. -Mas,

na manhã seguinte, vendo barrada sua entrada em certa

sala onde os demais se reuniam, caminha para oca^m-

teiro Tessir, aperta a mão deste e diz-lhe simplesmente.Adeus. Foste meu único amigo.

Depois, aponta o oceano e, sem nada acrescentar,

lança-se de cabeça, desaparecendo . tammieResta a questão do grumete. E ela e, justamente,

o episódio mais atroz do dramaO pequeno assistira ao qne tinham feito com_o ca

pitão. Chicot o encontrara, depois ;unto da porta <*

cabine, soluçando, desesperado. Ap.edado, *ra"co" °_

ali mesmo, para fazer os demais acreditaremque ° gru

mete de nada fora testemunha. Porem Th P^ut nao

se deixou enganar e hipocritamente deu ordem ao noviço

.para libertar o menino. .^xxTudo

se passou, primeiro, em «noLabido^e con-

versações em voz baixa, mas após P^t^l^JZ-berações, o grumete foi condenado a ™rr '

^^ção Pensaram primeiro em amarra-lo a um dos mas^

fros e deixá-lo mergulhar com o.nav.o mas 0>k, q«

sempre era o primeiro quando havia um lugar <»«"**»

a assumir, prometeu, cuidar. tr^^^no continuavacomum. Emquanto isso, o.infeliz "~°r™1*

dedicado a seu trabalho diário, sem suspeitar da atnea,a

que planava sobre sua cabeça. Na noite de l Par* °_

lt Julho, cerca de duas da madrugada tó--nOdg

cer para a canoa, onde foi posto entre W/SK&IDaoulas, Marnier e Leclerc. Lénard, CarbucoaTessie ,

Pierre e Chicot ocuparam a chalupa As dua ™»

nãòrSaq na crista das vagas nenhum vestígio aeu-

sador No domingo, 3 de Julho, às nove da manha,

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64

a pesada massa que se enchera dágua pelos orifícios docasco, mergulhou de proa. Ouviram a mastrea- So esta-lar, depois tudo mergulhou e as ondas encobriram o"Foederís Arca". Só então içaram a vela, deixando-selevar na direcção do vento. A chalupa e a canoa seguiama curta distancia uma da outra e quando o tempo acal-mava podiam até acostar. Os homens aproveitavampara recitar a lição que L/nard lhes ensinara. Tambemaproveitavam para combinar em voz baixa a mortedo grumete. Ficou combinado que aguardariam o anoi-tecer para realizar o golpe. Assim, às sete horas^ e meia,anunciaram da canoa que iam desfazer-se do "lastro".

Palavra horrível, quando aplicada a uma criatura humana.A uma ordem de Oilic, Léclerc, o segundo noviço,

despertou o grumete, lançando-lhe o conteúdo de umbalde dágua em pleno rosto.

— Chega de dormir! Vá trabalhar na popa.O menino para lá caminhou, sem desconfiança. Mas

logo o próprio noviço o agarrou pela calça, tentandoprecipita-lo pela borda. Dupré soltou um grito selva-gem. Embora maçrinho e tendo apenas 11 anos, debateu-se ,cravou as unhas em seu agressor, mordendo-o nasmãos. Este, não tendo coragem para ir adiante em seugesto, deixou-se cair novamente no interior da canoa.

Porém Oílic, que tudo vira, correu:— Afasta-te, imprestavell — exclamou para o noviço.Então, segurando o grumete pelas pernas, lançou-o

a água, voltando, imediatamente, muito tranqüilo,para dormir.

0 pequeno sabia nadar. Durante dez minutos,mais talvez, bracejou. Implorava a seus assassinos.Clamava por Deus e por sua mãe, aos quais pedia socorro .Esses gritos e lamentos, em plena noite ,o espectaculode um ser vivo que lutava contra a morte, despertoupiedade no coração de alguns dos miseráveis. Tessiertapou ambos os ouvidos. Talvez, mesmo, chegasse aintervir. Porém da chalupa veio a ordem de Lénard.dizendo com voz sinistra:

— Batam-lhe na cabeça, com o remo, para que "nau-

frague".A ordem é executada? Ninguém sabe. 0 pobre

grumete estava já sem forças. Seus gritos são mais raros;mais um e tudo acabou. O resto é coisa conhecida.

Terminada a confissão de Chicot o procurador im-perial de Nan tes requer informações tarvto sobre os ho-mens da equipagem do "Foederis Arca", quanto sobreo passageiro Orsoni, responsáveis principais pelos assas-sínatos, destruição do navio, revolta e conspiração. Otelégrafo se encarrega do trabalho, fornecendo os sinaisde todos eles. Muitos navegavam em terras longínquase só puderam ser presos nas escalas. A captura de Daou-las, um dos mais comprometidos do bando, foi a-o-"-panhada de incidente palpitantes de interesse. O ceie-rado se achava ainda em porto francês,mas parecia ternascido sob boa estrela. Um defeito no telégrafo e oatrazo do avizo foi suficiente para que o assassino deAubert pudesse ter tempo de embarcar no primeironavio. Foi encontrado em Montevidéo. Em 15 de Junhode 1865, o comandante do navio "Chincha" teve ordemde recebê-lo a bordo e de levá-lo de volta à França, ádisposição do juiz de Nantes. Tentou recusar, sabendoo risco que corria tendo a bordo uma tal fera. Porema ordem foi mantida. Durante os doze primeiros diasda travessia foi posto a ferros, não no fundo do porão,mas na própria porta de sua cabine, para melhor vigi-lancia. Depois, deixa-se amolecer por compaixão e con-sente que o prisioneiro tome banho diante das Açores,vigiado de perto. Grave imprudendal Porque não tornaa submetê-lo a ferros senão quando o navio se aproximadas costas inglesas. Porém na noite de 23 para 24 deAgosto, Daoulas consegue es*ueirar-se, soltando os tor-nozelos dos anéis de ferro. Salta para a Mancha, munidode um jogo de toneis, que o sustenta sobre as águas,deixando sobre o leito, esta carta:

—"Capitão. Obrigado por me haver deixado livreuma parte da travessia. Como não quero ir para as galés,prefiro afogar-me. Se, porém, tiver a bondade de dizerque caí ao mar por acidente, agradecerei. Joseph Daoulas".

Deixava junto do bilhete um martelo, um facãode bordo, uma Kma e um alicate.

^Isso foi bastante para conduzir o capitão do "Cbin-cha" perante o tribunal corre cional do Havre, ondeacusado de negligencia (deixando a Daoulas o uso da-queles instrumentos) foi condenado ,a dezoito meses

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30.° Ano —¦ N. 1 — Junho 1946

de prisão, pena de que se livrou graças à habilidadede seu advogado, que alegou cumplicidade dos homensdo "Chincha "dado que Daoulas não sabia escrever".

Mas, que fora feito de Daoulas ? Isso só foi reveladomais tarde. O processo prosseguiu e o juiz de instruçãode Nantes compreendeu que as revelações de Chicoto qual foi propositadamente deixado em liberdadecorrespondiam, no conjunto e nos detalhes, à realidadeOs demais, na ânsia de salvar a própria cabeça, trataiaiT]unicamente de lançar sobre o vizinho a iniciativa daexecução dos actos mais odiosos. Antes, porém, que oprocesso chegasse ao seu desfecho surgiu grande dificuldade com a competência do tribunal regional e dostribunais marítimos. Finalmente, foram abertos os dc-bates em Brest, em 19 de Junho de 1866, perante o pri.meiro tribunal marítimo permanente e sob a p>resid*ncíado capitão de corveta Pichon. Um dos acusados nãorespondeu à chamada. Tratava-se de Marnier, quemorrera de uma angina. Os oito restantes, Lénard, Oilic-Carbuccia, Thépaut, Tessier, Pierre, .Leclerc e Chicotforam levados a pé da prisão Pontanion, sob escoltade guardas e soldados de infantaria da marinha Ali-nharam-se diante do conselho, ladeados por seus advo-gados. A assist ncia era numerosa, mas composta emsua maioria de oficiais. Poucas mulheres. Fora, o rumorcresce. O publico pede que lhes sejam entregues os ban-didos. Porém um destacamento de cavalaria refaz aordem. Salvo Pierre, que veste uma blusa de marinheiro,os demais acusados aparecem de sobrecasaca ou paletóNão fosse a tatuagem das costas da mão direita de Le-nar I e poderia ser tomado por um lojista O que impres-siona é o ar de juventude de todos eles. Oilic não perdeo sorriso. Seus cabelos negros, encacheados natural-mente, tombam até a nuca. A barba, igualmente negra,enquadra um rosto de rapaz impressionantemente belo.Tem fama de extrema violência e muito amigo de beberMas, resultado de uma longa detenção preventiva, seustraços fisionômicos nao conservam nenhum estigma dehábitos de intemperança.

Lénard é de estrutura robusta, bem formado cdesenvolto. Tratou de arranjar uma fisionomia calma esimpática. A mesma máscara que ludibriou o infelizRichebourg! Seus companheiros, que bem o conhecem,dele disseram: "estava sempre fanfarronando por trásde todos, para animar o bando. Porem, diante do capi-tão e do imediato, parecia um cãozinho medroso."

Pierre, cognominado Pierric era um mulato de C*ua-deloupe. Figura grotesca e careteante, testa fugidia,queixo quase invisível, nariz terminado em bola acha-tada, poderia, com tal físico, ganhar dinheiro alugando-secomo "selvagem" em qualquer barraca de feira. Car-buc ia vestira-se inteiramente de claro. E' corso, masnada nele revela o tipo italiano. Com sua tez pálida eos cabelos quase louros, recordava mais um homem nór-dico. Tessier mandara cortar a barba para comparecerao tribunal. De todos, parece o mais preocupado e deveser o mais inteligente. Ouve com atenção a leitura dosautos e procura ler na fisionomia dos juizes o efeito pro-duzido. Thépaut é um bretão, enérgico e de nervosde aço. Não se assusta nem se impressiona Apenas vêe ouve. Os noviços Leclerc e Chicot parecem dois me-ninos.

Os debates foram relativamente curtos — e cornrazão. Um único homem tudo vira. A este, porém,a ordem de "não culpado" de 20 de Novembro de 1865restituira a qualidade de testemunha: era o Corso Or-soni. Porém, posto em liberdade, julgara melhor des-aparecer, receando, com certeza, que novas acusaç5essurgissem contra sua pessoa, durante os debates.

Alguns interrogatórios fizeram passar pela sala umestremecimento de horror. O de Oilic, por exemplo.Raramente, num recinto de justiça criminal, foram ouvidasrespostas mais cínicas.

Você atacou o imediato covardemente, pelascostas?

Foi Carbuccia quem me aconselhou a assim fazerDisse mais: "Serás capaz tambem de jogar o capitãoao mar?"

E você fez como êle dizia ?Sim, mas o capitão, por sua vez, disse: "Pode

jogar-me ao mar, mas não me esfaqueie.. . "Eu obedeci...Precipitando-o ao mari Era a primeira vez ern

que você se mostrava tão obediente. E o grumete?Quem teve a idéia de matar o menino?

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Nós todosl . « Wa^ mtv%Como pode dizer uma coisa awim? Nem umsó homem para defender uma çreançal Todos de aoorfo

para praticar o terceiro assassinato5? Por que n2o den-xar o pequeno no navio, que ia naufragar? Teria morridoda m^nla forma e as consciências de vocês estanamit^enos carregadasl

Receávamos que se salvasse... — Os grumetestêm a vida durai

um

O presidente dirige-se, então, a Lénard.

Foi você quem ?ritou: "Batam na cabeça,

para que ' naufrague 7 .

com

remo para que 'naufrague'

Eu? Estava no leme. Nada vi nem ouvi.Foi você, Oilic?

E„È> fgrumete mergulhou, sem ter sklo atacado ?

Gritou muito temido? otl maUl — responde Oilic.Uns cinco minutos. .. ou maisi l?^*7

f.-Cinco minutosl E durante cinco.«'n^fa^rama coragem de ouvir seus lamentos, se m levar-he socorro.Horrível E' impossível que não tenham visto o remo

levantar... Quero que se olhem, vocês dois, ao res

ponder...Oilic, ouvindo a ordem, desata a nr:

— Oh! Por mim, tanto fazolhar para Lénard... Se acredi-ta que isso adianta. . .

0 presidente, indignado comtal impudència, detém a aca-reação.

Fiquem sentados, todos os doislA seguir, o depoimento do irmão da prin-

cipal vítima, o capitão de longo curso Justmien— Napoleon Aubert, cujas palavras foram ouvi-das com simpatia. Quando ele terminou, lhe-paut julgou que devia protestar :

Tenho a dizer que quando o imediatoescreveu a seu irmão, dizendo que a equipa-Kem do "Foederis Arca" era um bando de re-negados, só nos conhecia há vinte e quatro ho-ras antes. Esse não é tempo suficiente para seconhecer marinheiros 1

Porém o capitão deu a merecida [respostaao miserável: . tDeve confessar, entretanto, que o mie-liz não se enganara Não era preciso mais tem-

po para se apreciar homens como vocês.<Ò presidente agradeceu ao capitão Aubert

sua nobre e corajosa conduta no triste drama,felicitando-o vivamente em nome da marinhamercante e da Justiça.

Imediatamente o procurador imperial sus*tentou a acusação, declarando que abandona-va a tarefa de acusar pelos mesmos crimesos dois noviços, em razão (de sua nouca idade

e do constrangimento moral ao qual nâo puderam fug£Contra os demais, requereu o castigo supremo, acres-

catando? porém, que^ pediria a clemência do impera-dl oàra TW e Pierre, simples comparas, pr.no-«dm^nte o ^ndo que era evidentemente tipo impul-

"ríÜis^rEs ris sr-rt: i^da^miSo^e iL/coube e que saberSo cumpri-la 1

dÍgnLén"íd Oilic, Thépaut e Carbuccia foram decla- X

Lenara, vyuic, ç~ contra dois,rA^utrSVrPu™nimid^íe°Seriam.«f^»^

^.ilpin" ^e^ier, Pierre, Leclerc e Chicot foram ab-

solvidos.

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** \ execução foi marcada para 11 de Outubro, àsA «f01^ *_.!,•

Desde dois dias antes, Oilic e

Séirü tS& n^osos. O primeiro disseraST^LSo:

"Receio que uma ^TX**,™?Perdia me a<x>rdarpa^a «» ultimo

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SSÔ Xg.f gMM1 ve}oPoq que eles prepa-

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j& Sei judô

ram. Nosso fim está próximo!" Dos quatro o mais co-rajoso, inquietava-se unicamente, pela desonra que suamorte causaria aos de sua familia. Durante uma recentevisita, chegara a pedir a seu pai e a suas irmãs, depoisde beijá-los uma última vez, que não voltassem a

prisão.. jA's quatro horas da manhã, o comissário das pri-

soes despertou os condenados. Estes manifestaram ligeiraemoção. Gastaram bom tempo com os quatro padresque os assistiriam até o fim. A seguir ouviram missa.Carbucia foi o único a recusar a comunhão

Saindo da capela, Oilic e Thépaut pediram paracomer carne. Ambosbeberam vinho. E -quanto a tesoura deum dos executorespasseava por sua nu-ca, Carbuccia vendoque lhe cortavam ocolarinho da camisa,murmurou: "Que pe-na! Era tão linda ! "

Nenhuma outra palavra foi pronunciada durantea operação da "toilette".

A's seis menos um quarto, encaminharam-se paraa praça Fautrat. Uma brigada a cavalo abria a marcha.

Depois, vinha a carroça com os condenados, guardadapor um piquete da marinha. Segunda brigada de guar-das fechava a caravana.

Lénard foi executado em primeiro lugar. Entregou-seao carrasco de cabeça erguida, mas sem orgulho, lhe-

paut mostrou a mesma coragem. Carbuccia não podesubir os dez degraus do cadafalso sem o auxílio de seu

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

confessor. Quanto a Oilic—cuja excitação era evidente,atirou-se, positivamente. Não podendo correr, devidoa ter os pés entravados, subiu a escada aos saltos. Che-

gado à plataforma, gritou para o público que enchia araça. __ "Adieu, la belle socielé!" Depois deitou-se por

si na prancha. •»' .A quádrupla execução durou oito minutos somente

no meio do religioso silêncio da multidão.

Em Fevereiro de 1867, a polícia de Trevés, prendeuum certo Talmard, que nao era outro senão Daoulas.

Depois de fugir do»«r»l • '¦__;''¦-'**---__.Lhincha , o mísera-

vel tivera a boa for-tuna dc ser recolhido

mar c, a seguir,no "pele no-

ESCULPTURA.. . NA NEVE

Eis aqui duas joiograjias, apanhadas em diferenteslugares dos Estados Unidos, que revelam possuir aquelepovo espírito artístico. . . até debaixo de neve! A primeira{Winnipeg, Manitoba) uma jigura de mulher, como se es-

¦:¦¦:¦•¦:- . -s,-*?»'-"¦¦:-.'¦¦":¦ :*.¦¦?¦&££¦;¦-¦¦

^¦¦¦ê0£&Ê^^?^~r^'^l^^ "-' ' r : A-^Ar,A..-.--;?,--»:¦¦--»¦¦-¦ - .•_ííAi^Ji,. " -" . ».Wm&%7A-:>^A:r*-~.^......tlfS.'''" * . •. -m± '.-.**^ií*3_k5

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A Banhista.

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fóra fazerva" na Prússia Rena-na. Obtida sua extra-dição, soldados comcapacete de ponta o

conduziram, de baioneta nos rins, até a gare de For-bach, onde os guardas franceses se apoderaram dc suapessoa em 14 de Março. Na mesma noite seguiu paraBre t, sob boa escolta. Em 28 de Maio seguinte, oprimeiro tribunal marítimo permanente, presidido pelocapitão de fragata Longucville, condenou-o á pena demorte. E era justiça.

Mas começaram a murmurar que muito sangue jáfora derramado por motivo do lamentável drama e ocadafalso não tornou a ser levantado na praça Fautrat

Como já havíamos dito acima, Daoulas nascerasob boa estrela.

O "Espírito da Música".

tivesse a beira-mar. Não se esqueceu o artista anônimonem mesmo, di "maillol" 2 peças! A segunda, diante da"Thela Chi House", em Darlmoulfi, um escultor amante damúsica nos ojerece o que intitulou de "Espírito da Música

A FELICIDADE...

A felicidade hoje não mais se nos apresenta comoaquela miragem inatingível de que nos falavam os poetasromânticos do passado.. . Hoje, no século do dinamismoe do progresso, a felicidade é saude, é otimismo, é con-fiança própria, é força. Para chegar até nós ela exigenaturalmente alguma coisa. Da mulher, por exemplo, elaexige antes de tudo e mais do que tudo : Saude. Jovensabatidas e desanimadas, senhoras cansadas e envelheci-das precocemente — quantas existem por aí lamentando-se de sua grande infelicidade ! E tudo por que ? Porque

perderam a saude. Porque não souberam conibater racio-nalmente os males próprios de seu sexo. Na luta pela vida,no lar, na sociedade, só vence a mulher que tem saude.Para ter saude e para conservá-la a mulher precisa com-bater racional e inteligentemente os males que periódica-mente a torturam, recorrendo a um remédio científico, ia-

bricado de acordo com a natureza de suas enfermidades.O Regulador Xavier — fabricado em duas fórmulas dife-

rentes porque de duas naturezas diferentes são os ma.esfemininos — é esse remédio providencial. O ReguladorXavier N.° 1 se aplica nos casos de regras abundantes,

prolongadas, repetidas, hemorragias e suas conseqüências :

dores, vertigens, insônia, nervosismo, fastio, etc. O Regu-

lador Xavier N.° 2 se aplica nos casos de falta de regras,

regras atrazadas, suspensas, diminuídas e suas conse-

quências: anemia, eólicas uterinas, flores brancas, msu-

ficiência ovariana, etc. O Regulador Xavier assegura paraa mulher um tratamento racional e inteligente de seus ma-

les, afastando-os rápida e definitivamente. O Regulador

Xavier dá à mulher a chave da felicidade : A Saude.

-**'"'" ' *¦' ~—^^MM .¦¦¦-__________¦_!¦ S^SSSÊSSS^BSSSeSÊBSSÊÊSBÊSÊSÊÊÊÊ^SSSSSS^SB^aSSÊBaWoBW

¦ . 38

As novas tendências da moda: Luvas resplandecentesPara o próximo inverno, as luvas femininas ganharão

em importância e beleza, prometendo constituir, talvez, aparte mais Importante e sedutora da toilete. Na verdade,as luvas atuais são brilhantes e tão belas como nuncaforam fabricadas desde os tempos da Rainha Isabel daInglaterra, que lhes deu grande realce. Há quatrocentosnos as grandes damas usavam luvas bordadas a diaman-tes, rubis, pérolas, esmeraldas e ouro purissimo. Hoje aselegantes terão também luvas brilhantíssimas, ornadas eom

lentejoulas e pedrarias multicores. Não serão, com certeza,ornadas com pedras verdadeiras, como as de Isabel daInglaterra, mas brilharão como aquelas.

Terão, assim, as mulheres de 1946, luvas belíssimas paracalçar... e para perder em toda parte.

Nesta pagina damos alguns exemplos das modernissi-mas luvas, que já estão sendo usadas pelas Norte-ame-ricanas.

--.

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rop^is^pff^

fâajEffiagto 63 30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

c4£& 6Úmu*u04 afo3>

liA lingua é um instrumento dejdüas quee deve ler uma jixidez relativa.

JOAQUIM NABUCO

I GRAMÁTICA E LINGUAGEM

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™i*í"r .

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1§Is p¦ti-.h -.

Tem-se dito que nem sempre os gramáticos saolem se oito Pensamos não constituir

bons escritores, E verdade, rensdm s

mesmo exagero afirmar que, em geral, sao eles maus

^ Bom escritor é o que exterioriza os pensamentoscom cTreçTo? mas, sobretudo, com espontaneidade c

clareza. .A preocupação com a gramática impede, por vezes,

essa manifestação natural, prejudicando ™|gg

das expressões; a linguagem perde o calor, a maleabhdac e

para se tornar rígida, invariável, med.da Manifestam se

Ss pensamentos, mas os sentimentos profundos uo

desaWham na pureza de sua manifestação intenoi .

Casemiro de Abreu, sem perfeição de formaJ^^

será sempre o trovador das multidões, porque soube. derrama"^ versos as alegrias e as dores de sua alma

torturada José de Alencar, amda mfnngmdo as regras

elementares da topolog.a pronommal. será sempre o

nosso querido José de Alencar: êle descreveu, em cores

XTs. anatureza do Brasd, interpreto com maestria

a psique do nosso índio.Preocupemo-nos com a gramática. Mas antes dela

acima dela. cultivemos a linguagem, como ve.culo do

, pensamento. Linguagem e pensamento sao aspectos

da mesma vida psíquica, operações que se completaminterdependentes, com influência reciproca: assim como

do pensamento depende a linguagem, também a hngua-

gem influi nos fatos da vida psíquica, 7a os esclarecendo,

já os analisando (1).A gramática corrige, aperfeiçoa. Cumpre o estudo

de suas regras, para que se estime a frase dos vícios

què tanto a enfeiam e comprometem. Jamais deixemos.

no entanto, de cultivar a linguagem , como meio oe m-

tegração no ambiente social.

TERMINOLOGIA GRAMATICAL

Uma iniciativa se impõe: a da uniformização da

terminologia gramatical. Dificilmente encontramos dois

livros em que as denominaç5es sejam as mesmas.

Uns falam de complemento direto, outros, de

indireto; alguns chamam complemento terminativo aoobjeto indireto, confundindo o complemento nominalcom o complemento verbal; livros existem em que oadjunto atributivo abra ge o adjunto hmitativ\ tambémchamado restritivo; uns dizem verbo transpredicativo,outros, transitivo-relativo. Enfim, são diversas as desi-

gnaçoes dadas a funções idênticas. A confusão aindaaumenta face às teorias dos professores por vezes emoposição ao que nos livros se ensina.

Daí a necessidade de uma providência capaz de

disciplinar a matéria, facilitando a aprendizagem da

Kngua pátria e das línguas estrangeiras Não se tratade impor essa ou aquela teoria gramati al (e a isso nosoporíamos em nome da liberdade da cátedra), mas únicae simplesmente de recomendar, depois de debates e

estudos, uma denominação uniforme para os fatos co-muns. Com isso lucrariam todos, especialmente os jovensestudantes, já tão massacrados com o enciclopedismodos programas oficiais.

, Cabe a iniciativa ao Ministério da Educação que•poderá, depois de receber sugestões e submeter o assuntoao estudo de especialistas baixar instruções complemen-tares às existentes para a feitura de livros didáticos.

¦.or.

i ¦ ¦: '¦•:

(1) "0 homem não em linguagem porque pensa,

mas pensa porque tem linguagem", afirmam os modernos

psicólogos.

GfazMüztccapode "ELES" ESCREVERAM ASSIM...

"Uma verdade não me assusta , escreveu Rui,"não há escritor sem erros. Dos clássicos mais antigos

aos modernos todos os perpetraram. Nao ha Camões.

Sousa, Bernardes, Herculano, Vieira ou Castilho de

quem não hajam apontado muitos os melhores aquila-

tadores." • i n/ /•Tinha razão o autor da ReplicaAí vao uns "gatos", para que o leitor os descubra:"Não. que eu escrevi-o pensando já em ti .

CASTILHO."A razão disto é porque as palavras .ouvem-sc. as

obras ví-cm-se". KIUNTo KLÍSIO."Porque o trabalho não desonra e mantem-no

niclhor"- CASTILHO."Eu não falo consigo".

C. C. DKANCO"Sabia-o. senhor, antes do caso suceder".

HERCULANO.'Condenavas todo o gênero de tirania."

HERCULANO.

n

nagens .Prodígios que tornaram cólebres tantos perso-

> >

mont'alverne"Liberto ficou então o Peru, que declarou-se inde-

Pendente"- ,,,,k,:ika da silva.

CO RR EIS PON DEN CI A

X1Z (Nesta) — Prezado leitor: há FAspanha, sem A,

e hispano, com h. Espanha encontra origem no latim

medieval Spania, ao passo que hispano vem do clássico

IIlSfEscreva, pois: espanhol, espanholismo, mas bispa-

nico hispanismo, hispano-americano.A construção - cuslo a crer- tem sido condenada

por alguns gramáticos, entre Cies Laudel.no Freire e

João Ribeiro. A forma— custa-me crer-, empregada

pelos clássicos. í preferi vel. Também se cl,,. custa-me

a crer ou custa a crer. t,i-iHá valido, esdrúxulo, e valido, crave. VáUdo quer

dizer são, eficaz: valido significa estimado (ad;.) ou ta-

vorito, protepido (subs.) __ fAI {Niterói) — Consulta:

"Esta correta a frase-

peneirou o jundo do vale-, que se me deparou num livro

moderno? Não seria mais certo dizer — penetrou no

fundo do valeV •<.« J.^ln *in-Resposta: penetrar 6 verbo que admite dupla sin

taxe, pois se constrói com objeto d.reto ou com objeto

indireto. Penetrar o, como nos exemplifica o sr A. i-,

é construção rigorosamente class.ca Cam.lo' JLasteWBranco escreveu:

"de modo que o l.quido nao £

peneira-ve" E Rui: "não penetra a mtençao ;undlCa cios

teXt°T ' M. {Minas Gerais) - "Encontrei, em Gonçalves

Dias, o seguinte infinitivo pessoal, para cujo emprego

solicito o parecer de V. S.:Possas tu, descendente malditoDe uma tribo de nobres guerreiros,Implorando cruéis forasteirosSeres preza de vis aimorés. ^LqeorPossas tu seres? Ou possas lu ser? Que d,z, professor

Ricardo Neto ?" . c.r M0Resposta: a construção correta e pà^W%£'

exemplo enviado, a flexão se exphca pela distancia en

que se encontra o infinitivo, do verbo auxiliar.

i -e j'.yi-i-X'"yr'

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946 69. ;-.'.V.-,*;"^S

lenha0

tini aajuste

No tempo em que Ha-mun-al-Raschid era Califa,|o Bagdad, vivia na cidadeum barbeiro tão hábil quepodia barbear um freguês ou cortar-lhe os cabelos comos olhos fechados, e isso muito melhor do que qualqueroutro barbeiro poderia fazer com os olhos abertos. .*

Naturalmente, todos os grandes senhores da cidaderecorriam á sua perícia; sua reputação crescera, e o seuorgulho também; c a tal ponto que se recusava agoraa barbear quem quer que fosse que pertencesse a umaclasse social inferior à dos oficiais ou dos magistrados.Tur á a- ao mesmo tempo muito ambicioso, e quandotratava de um negócio, mostrava a maior rispidez.

Um dia, um pobre lenhador levou-lhe uma cargadt lenha e propôs-se a vender-lha. Após longa discussãoo barbeiro ofereceu por ela um certo preço, c depoisacrescentou:

P.stá claro que, por esse preço, me darás toda aque o teu burro trás.preço não era elevado, mas o bom do lenhador

a e e essi a e de ( inn i o Aceitou, p is, oQuando descarregou a madeira que o animal

levava às costas, pediu o pagamento ao barbeiro. Maseste respondeu-lhe:

Pagarei a soma combinada quando tiveres aca-bado de descarregar a macieira.

Mas já o fiz — respondeu o lenhador, mostrando-lhe a pilha de lenha depositada na loja.

Não, aincla não acahaste—retrucou o bar-Ixúro. Ajustámos que seria toda a madeira que o teuburro tra/.ia às costas, e ainda não lhe tiraste a albarda,que é de madeira.

Como?! — exclamou o lenhador. —Quer tam-bem a albarda? Quem jxxlerá compreender semelhantecousa ?

A discussão inflamou-se e durou muito tempo.Por fim, o barl>eiro, com o auxílio d m dos seus em-pregados, a pode rou -s • da albarda e levou para a loja.Pagou dei*K)is ao lenha oi o preço convencionado e des-pediu-o, não sem que o nosso homem protestasse contraa iniqüidade do barbeiro e declarasse bem alto sua inten-ção de levar o caso ao conhecimento do1 juiz de paz.

Efetivamente, sem mais tardar, foi à procura dojiúz. Mas este era um dos fregueses do barbeiro, e opobre lenhador não conseguiu fazer-se ouvir por ele.

Foi expor sua causa a um magistrado mais alto,mas era este tambem um dos fregueses do barbeiro enão quis ouvi-lo. O lenhador foi então ao governadorde Bagdad, mas ainda aí sem êxito, e pela mesma razão,embora o governador pretendesse que nada poderiafazer por ele, jxirque o seu caso, estranho entre todos,nâo estava previsto no Corão.

0 lenhador, entretanto, era obstinado e não des-animava facilmente. Resolveu apresentar ¦ queixa ao{aa'prio Califa. Assim, quando, na sexta-feira seguinte,llaroun-aÍ-Raschid foi à grande mesquita, no centroda cidade, o lenhador postou-se no caminho e apresentou-lhe uma súplica em que expunha sua causa e pedia-lheassistência contra a injustiça do barbeiro. O Califa,que era a justiça em pessoa, lia sempre as súplicas dosseus subditos. Fez, pois, o lenhador comparecer a suapresença. O pobre homem foi, todo trêmulo, ao palácio,e ama vez em presença do Califa, dobrou o joelho e bei;oua terra diante do trono. Levantou-se depois e esperoua decisão do legislador.

Tens razão sob todos os pontos de vista — disseentão llaroun-al-Raschid—: mas um contrato aceitodeve ser executado. O barbeiro deve, portanto, ficarcem a albarda; quanto a ti...

Chamando então muito para perto de si o pobrelenhador, cochichou-lhe ao ouvido alguma cousa que fezo mterlocutor sorrir. Depois o Califa despediu o lenha-'dor, que mostrava uma satisfação ardente pelo resul--ado da conversa.

Uma semana ou duas mais tarde, o lenhador foia casa do barbeiro e, sem fazer a menor alusão à suadiscussão passada, perguntou-lhe se queria barbea-loe barbear tambem um dos seus amigos que trouxerado campo. O barbeiro concordou, mediante uma certaquantia que fixou antecipadamente e, após ligeira dis-cussão, aquiesceu o 1 sitia o em pagar o preço pedido.

Entregou a cabeça aos cuidados do barbeiro e este,após ha vê-lo barbeaao, perguntou peio amigo.

0 BARBEIRO DE BAGDAD e^naTualVouilllhentmt já — respondeu o lenhador.

Saiu e, alguns minutosapós, regressava, puxando o burro pela brida.

O barbeiro estava olhando, mas não vendo homemalgum com o lenhador, perguntou-lhe pelo amigo.

Meu amigo ? Mas êi-lo aqui — respondeu o le-nhador. —E' a vez dele se barbear. 4

Barbear um burro! — exclamou o altivo barbeirocom indignação.—Nunca! Já desci bastante bar-beando a ti mesmo; mas nunca chegarei a tocar no teuburro. Vamos! fora daqui, patife, ou te levo à presençado juiz de paz.

O lenhador não se encolerizou. Expôs simplesmenteao barbeiro que teria de cumprir o ajuste que com eleconcluirá, e a discussão entre os dois homens durou váriosminutos.

Por fim, o barbeiro conseguiu expulsar da loja o

— Meu amigo? Mas êi-lo aqui — respondeu o lenha-dor — E' a vez dele se barbear. _

enhador e o burro. Mas o pobre homem foi direçtamenteao palácio e, após haver exposto seu caso, foi levado àpresença do próprio Califa. Contou-lhe o que aconte-cera, e o Califa, com um sorriso de compreensão, deuordem a um soldado para procurar o barbeiro.

Combinaste — disse Haroun-al-Raschid ao co-merciante — barbear este homem e o seu amigo porsemelhante soma ? E' exacto ?

Perfeitamente exacto, Excelência —respondeuo barbeiro. — Porém ele me pediu para barbear o burro.Quem poderá compreender semelhante cousa?

Talvez tenhas razão — respondeu o Califa. —

Mas quem jamais compreenderia que uma albarda pu-desse fazer parte de um lote de lenha? Estavas abso-lutamente no teu direito reclamando a albarda comopropriedade tua; mas hoje, a vez é do lenhador, e estáele no seu direito quando te pede para barbear seu burro.Deixa de discutir e acaba o teu trabalho.

Então, no belo meio do palácio, diante do Califa

que ria e chorava de rir, e dos cortesãos que dele zom-bavam, o barbeiro teve de barbear o burro do pobrelenhador.

s*'4ema

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I

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

COMO E'•SABÍR

FÁCILTUDO DICIONÁRIO

-

DE NOMES PRÓPRIOS PEQUENA ENCICLO-PEDIA POPULAR

J

Ata

mOm « ™** OS SANTOS E PERSONAUDADES HISTÓRICAS OU LEGEKDABIAS

Maria-Antonieta-Josefa-Joana. - Arquiduqueza ^

jWna,*amha <la França, esposa de Lui, XVI naseula em V.ena.<m U55

morta no eadafalso em Paris em 1793. Era .lha d."g*™^

Alemanha,Francisco I,e da imperatriz Mana Tereza, ««^jg^ia

«ria e da Boêmia. Não teve «ma educação mu.to ""^; *££

Tere*a pensou um pouco tarde nessa grave qucstaMua choiseui

estava interessada nisso e. pelos cuidados de ?t*£^f«™f£

fcmb* fedor da França em Vio,,». o casamento de M.w..-Anton.eta

tra cousa decidida; nesse momento, a ,ovem princesa foi co »£*J££

cuidados do abade de Vermond. Foi a 16 de Maio de 17,0 que Mana

Antonieta desposou o Delfim. ,u« se tornava rei quatro anos depo,»

A mulher do Delfim fora b,m acolhida a princípio; sua graça e sua

ttEÍ valerL-lhe muitas simpatias: mas suas tias. •*»££»£££•£

Madame Adelaide, muito eontrÃrias a esse casamento, »^«»*

nouca indulgentes com a sobrinha, arrastando consigo um pariu o

rSeacontentes. Formou-se bem depressa ^XTflé-t^Tt'-por libelos, por panfletos. Recentemente, vários historiadoresv

^nheceram a odiosa falsidade das acusações feitas a rainha, ver -

ficando que a publicação das correspondências conservadas nos ar-

auivos de Viena é muitas vezes esmagadora para Maria Antonieta.

E" certo que a rainha deu motivos à maledicência; sua poht.ca, .ns-

pirada pelos conselhos do embaixador da Áustria Mercy d Argen-

Cede sua mãe Maria Tereza, não é defensável quando ela p ro-

ÍegeChoiseu. e expulsa T„rSot. e não se pode aprovar s-conduta

mais austríaca que francesa, no caso da sucessão da Baviera cm

guerra da Holanda, empreendida por seu irmão, José 11. povo

chamou-a brutalmente, mas não sem uma aparência de razão, a Au.-

triaca. Por outro lado. fez despesas exageradas, nao pensou senão

nos praz.res e no luxo, li.ou-se com a princesa de Lambaile. cu;a

ami^de era pouco discreta; com a condessa I^« *$*•*.«£

logo monopolisou para os seus todos os lugares do Estado. As n

timidades, muito exclusivas , do Trianon, seu desdém pelo ceremo

nial de Versailles, alienaram-lhe «ma parte da corte. Po, aí que en-

centrou seus piores inimigos, que nem a sua desgraça desarmou.

Em 1778 Maria Antonieta foi, afinal, mãe: teve uma filha, Madame

Royale; sua vida mudou: mais caprichos custosos, ma,s,ogo infernal,

que assimilara a corte de Versailles a uma batota. Era ,a muito tarde:

a calúnia completava sua obra. Em 1781, nasceu um delfim que,

enfezado, não viveria: mas, em 1785, a sucessão ao trono estava as-

segurada com o nascimento do duque de Normârd.a, que seria Luiz

XVII Nesse mesmo ano, desenrolou-se o caso do rolar. No dizer

de Goethe e de Napoleão. foi a datar dessas intrigas de Mme. de

La Motte e do cardeal de Rohan que a rainha se perdeu irremed.a-

vclmente. Nada poderia salvar Maria-Antonieta do ódio popular

que a perseguia. Etapa por etapa, a desgraçada mulher ter,, de su

bír o seu duro Calvário: seriam as Jornadas de Outubro de 17»;.

o 20 de Junho, o 10 de Agosto, e finalmente, o 16 de Outubro em

que "sentada numa tábua, as mãos ligadas por uma corda que o car-

rasco segurava" . foi para o suplício. Expiava da maneira mais cruel

sua leviandade, suas fraquesas, suas inconsequências passadas. Us

caluniadores da corte, assim como o furor revolucionário, levaram-na

ao eadafalso.Maria Luiza. —Imperatriz da França, grã-duquesa de Par-

ma nascida em Viena em 1791, falecida em Parma em 1847. Era

filha do imperador da Áustria, Francisco I. Tinha dczjilo anos quando

Napoleão, com o duplo desejo de ter um herdeiro e de abar sua di-

nastia nova às velhas casas reais da Europa, se divorciou de José-

fína e após a Batalha de Wagram e a tomada de Viena, exigiu ,m-

periosamente sua mão de Francisco I e Metternich!. Era uma alemã

de olhos azuis e cabelos louros, de estatura esbelta e delicada, alma

sensível e um tanto romanesca. Mas, desde a sua chegada a Paris

para a celebração do casamento (Abril-1810), o acolhimento frio da

população, entristecida com a partida de Josefina, tornou a nova

imoeratriz particularmente reservada com todos, e como inoiferente

aoi negócios'da França. Napoleão estava apaixonado por ela, e lho

disse Ela o admirou muito e o temeu um pouco; mas, sem dúvida,

não o amou. Em Março de 1811, o nascimento do rei de Roma veio

satisfa e os desejos do Imperador. Maria Luiza, nomeada regente

todas as vezes que o Imperador se ausentava, mostrou nessas funções

uma incapacidade absoluta. No fim da campanha de França, quandoos aliados se aproximaram de Paris, ela deixou, Segundo as instruções

peremptórias de Napoleão, a capital ameaçada, para se refugiar com

seu lilho em Blois; mas recusou-se a seguir, para alem do Loirc, os

irmãos do Imperadsr, José e Jerônimo, e após a abdicação, foi para

Orléans, depois para Rambouillet, para juntos do seu pai, acompa-

nhada pelo conde Esterhazy. Guardada à vista durante os Cem-Dias,

separada do filho que não deveria mais rever senão quando da sua

morte, aceitou sua sorte com uma resignação quase inconsciente.

Chamada, em compensação ao trono imperial da França, à soberania

passageira dos principados de Parma, de Plaisance e de Gauasíalla

(1816), esqueceu depressa o imperador e seu filho francês, para se-

guir obscuras intrigas com o general austriaco de Neipperg, que des-

posou secretamente após a morte de Napoleão, e de quem teve três

filhos Após a morte de Neipperg, desposou ainda secretamente o

conde de Bambelles, emigrado francês, mestre de ceremonias na

corte da Áustria. Metternich e o imperador da Áustria, por moti-

vos fáceis de imaginar, encoraiaram-na. No trono de 1 arma, dc quefoi apeada cm 1831, por um movimenlo popular, mostrou se o queera em verdade, a despeito das ilusões que Napoleão! conservou

até morrer sobre cia: extremamente boa, de caracter irreflectuio -

leviano, de espírito e senso político nulos.

MARIA AMPLIA DF. BOURBON.— Rainha dos Franceses, nascida

em Caserta em 1782, morta na Inglaterra, em Claremont, em 18

Filha de Fernando IV e de Maria-Carolina das Duas Sicilias, refu-

giou-se cm Palermo. com sua mãi, após a conquista do reino de \

polcs pelos Franceses; passou dois anos em Viena, voltou a Nápoles

e retornou à Sicília (1802). Encontrou o duque de Orléans em s,*

exílio e deiicou-se a sua educação. Vivendo afastada da corte aU

1830, pouco sensível à honra de se tornar rainha dos I«ranctys

ceava que considerassem seu marido um usurpador e teria, dc

grado, renunciado ao trono. Uma vez rainha, continuou a ser a -s

posa mãi dedicada, a bemfeitora que sempre fora. A revolução de

1848 encontrou-a resignada, digna e firme. Deixou a França -om

Luís-Felipe. retirando-se para Claremont.

M \ RIA- \ N A-CRISTlNA-VI ró H1A D A HA V IK RA . - - Casad a co in o"delfim" de França, filha dt. eleitor Fernando, nascida em Mu

em K»(>0 morta em Versailles em 1690. Desposou. em 1680, o

fim" Luís, filho de Luís XIV. Não era, realmente bela. mas nã, .b

faltavam espírito e encanto. Foi bastante estimadda por Luís M\

e por seu marido, mas viveu afastada, dividindo seu tempo ent

música, a leitura, o passeio e a devoção. Teve três hl.os: Luis. üuque

de Borgonha. nascido em H>82, morto em 1712. pa, de Luis \\ :

l-ípc, duque de Anjou. rei da Espanha, em 1700: Carlos, duque

Berry, nascido em 168b, morto em 1714.

MARIA-ADELAIDE DE SAVOIA. - Duqueza de Borgonha c esposa

do "delfim" de França, filha dc Victor Amadeu II. duque de ba

e de Ana Maria de Orléans. sobrinha de Luís XIV, naseula em l urtm,

cm 168Ó, morta em Versailles em 1712. Fm virtude do tratado

cluido em Turim, em 23 de Agosto dc 1696, foi levada para \ersai4es

em Novembro do mesmo ano para a!í S«r educada ate que at, igttsc

a idade de desposar Luís de França, duque de Borgonha. neto de Luís

XIV O casamento foi celebrado em Versailles em 7 de Dezembro

de 1697 A futfira herdeira .U> trono francês, "regularmente f.

revela-nos Saint-Simon - tinha o corpo bem feito, cabelos lon os e

b-los de um castanho acinzentado, pele belíssima e naturalmente co-

lorida" Ainda segundo Saint-Simon "seu caminhar lembrava

uma deusa sobre nuvens". O rei ficou desde logo seduzido por suas

maneiras e a vida da corte passou a girar inteiramente em seu redor.

Mostrou-se grande entusiasta dos prazeres, festas e jogos. Uc

a 1706, houve em sua vida um período de perturbação moral,

realmente sentiu verdadeira paixão pelo marque/, de Nangis .

marque-/ de Maulevrier. ülho dc um irmão de Colbert. O romance.

porém, )ámais passou de olhares incendiados e dc algumas cartas,

talvez Houve mais imprudência do que, realmente, leviancl

falta Em 1711, ostentou o título de "Dauphine". que sóment

seu por mais dez mezes, tendo morrido cm Versailles, de van

Scu marido morreu em Márly, seis dias depois.

WARIA-JOSÉ DE SAXE. - Herdeira do trono de França, mai d

Luís XVI, de Luís XVIII e Carlos X, nascida em Drcsclcn, em ,..- ¦

morta em Versailles em 1767. Filha de Augusto III ele,tor de ^

e rei da Polônia, casou em 1747 com Luís. "delfim" e filho mais velho

de Luís XV. Os primeiros anos que passou na corte de Versai,

ram sombreados pelo gênio taciturno e triste de seu marido. M »>«-.->

tinuava a sentir fortemente a morte de sua primeira esposa, -

Teresa da Espanha. Mas, estimada pelo rei, conseguiu ^"".^

amparo, conquistar pouco a pouco o "Delfim', do qual tev ¦ e ¦_

filhos. Em 1765. o Delfim sucumbiu a uma enfermidade '^ms-Maria José abatida pela dor. morreu quinze meses depois de seu

rido, e do mesmo mal, sendo sinceramente pranteada por Huli ^.j^'

que a queria por seu caracter íntegro, sua inteligência e sua bom ••

MARIA. —Rainha da Hungria, filha de Luís, o Grande, da casa

de Anjou e de Isabel, nascida em 1370, morta em Buda em •.

Depois da morte de seu pai (1382), subiu ao trono da Hungria. ^^

rante sua minoridade, sua mãi Isabel governava; porem os mag; .^

do Sul da Hungria e da Croácia chamaram Carlos III, rei de . _h Hungria e o coroaram em 1385. Carlos III foi assassinado no

seguinte. Logo Maria e Isabel se dirigiram à Croácia, mas *..?£» j^

sionadas e atiradas numa prisão. Isabel ali morreu, cnquan r"cup'crar

libertada por seu marido, Segismundo, pôde salvar_se ^7

sua posição, sendo seu marido reconhecido rei na Die a . ^

maria da austria.—Rainha da Hungria, governante dos X^

Baixos, irmã de Carlos Quinto, nascida cm Bruxelas ern Lo > ^^

em Cigalcs ein 1558. Viuva, em 1526, de Luís II, da ?u^^ernorna batalha de Mohacz, foi encarregada por seu irmão Uc g

^^os Países Baixos. Inteligente e firme, secundou os projetos _ _

Uíspados . Ueixou o pocier ao mesmo usuijjv <-í«~ "

os artistas e reuniu riquíssima coleção de manuscritos

--¦¦¦.»ti•¦Tri«r_rTtriwi____riBBWWffWIIT|!BM___________l

• 1 — J30.° Ano — N unho 1946 71'mSeírfiZfo

OLHANDO O MUNDOHA SESSENTA DIAS EMENTO oe EU SEI TUDO OS FACTOS OCORRTDOS

EM ABRIL DE 1946

1 — SEGUNDA . -Falece, aos 69 anos, em Birmin-chan, o arcebispo católico Thomas Leightòn Williams.—]Soticia-se a derrota dos comunistas nas eleições veri-ficadas na véspera na Grécia. — O rádio de Moscouataca o Vaticano como um dos últimos baluartes do fas-cismo. — O Departamento do Comércio dos EstadosUnidos revela haverem sido adiantados a diversos paísescréditos que se elevam a 825 milhões dc dólares noúltimo trimestre de 1945. —Buenos Aires informa queo coronel Perón assumirá a presidência da RepúblicaArgentina no dia 4 de Junho. —O exército russo iniciaa evacuação de Tabriz. —Revela-se ascender a 500o número de mortos em conseqüência do maremoto doPacífico cm lio, Ilawaii. —Sol>e a 13.582 o númerodc criminosos dc guerra relacionados pela Comissãodas Nações Unidas.

2- TERÇA. —Telegrama de Roma informa haverPiedrino Gambá, <'e 9 anos de idade, dirigido na ante-véspera a Orquestra da Casa Real da Opera, conduzindode memória a l.11 Sinfonia de Beethoven e algumas com-posições dc Verdi c Rossini. —Falece em Berlimmonsenhor Cesarc Orsenico, núncio apostólico. —No-ticiam-se assaltos de terroristas jajx.neses contra patri-cios seus em São Paulo parecendo estar em acção a So-ciedade "Dragões Negros". -Continua o maremotono Pacífico, movimentando-se nova onda sísmica nadirecção do Alaska.

3- QUARTA. E' fuzilado o general japonêsMasahoru liomma, que comandou a '/Marcha da Mortede Bataan". —Falece no Rio de Janeiro D. Beneditode Souza, bispo titular de Oriza. — E' varejada a So-ciedade secreta japonesa estabelecida cm Jahaquara(São Paulo), sendo presos onze nqxjnicos envolvidos ematentados misteriosos. —Os russos abandonam Chang-chung. Registra-se forte tremor de terra em Conce-pcion (Chile).

— Quinta. —Prosseguem as diligências em SãoPaulo em torno da organização secreta japonesa.Falece no Rio, aos 73 anos, o sr. Mario Barbosa Carneiro,velho funcionário do Ministério da Agricultura, cujapasta assumiu várias vezes interinamente. —Noticia-seque a Rússia exigirá 400 milhões de dólares de indeni-zação à Itália. -Toma posse do cargo de prefeito deGuarujá (Sao Paulo) a sra. Renata Crespi da SilvaPrado. —Falece em Petropolis, aos 58 anos, o literatoe orador sirio-libanez Habib Estefano. — E' condenadoà morte em Paris, o Dr. Mareei Petiot, culpado de 26assassínios •

— sexta. —Falece em Manaus una macrobui,Maria Tereza de Jesus, com 110 anos, natural do Ceará.A sra. Edelvira Nunes Silva dá a luz três gêmeos emViamão (R. G. Sul).—São eleitos para a AcademiaFrancesa os srs. Paul Claudel (ex-embaixador da Françano Brasil), Jules Romain, Mareei Pagnol, Maunce Gar-con, Flenri Mondor e Count Chambrun.—Moscouanuncia haver sido descoberta por arqueólogos soviéticos

nas profundidades do mar Cáspio, nao muito longe deBakú, uma cidade submersa há mais de 700 anos. —Descobre-se que age tambem no Rio a sucursal do "Dra-

gao Negro" japonês de Sao Paulo.—Revela-se haverD. Jaime Câmara, arcebispo do Rio de Janeiro, levadoà apreciação do Papa o processo da canonização da irmãZélia. —Anuncia-se a descoberta nos laboratórios dePittsburgh de uma bomba que pode ser dirigida pelorádio até o alvo desejado, o que tornará em qualquerguerra futura mais precisos os bombardeios aéreos. —Informa-se da Bahia haver o petróleo de Lobato jorradoa 70 metros de altura. — Bruxelas informa haver aguerra custado à Bélgica 200 n.iliões de francos. —A Riimânia rompe relações com o governo dp general

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Franco —Karl Hermann Frank confessa haver orde-nado a destruição de Lidice. — Fala-se nos EstadosUnidos na apresentação de nova bomba-foguete ame-ricana, com velocidade de 2.400 quilômetros por horae capaz de afundar "qualcluer cousa que flutue sobrea água". — Falece em Guaiaquil (Equador) o celebreactor espanhol Enrique Parra aos 66 anos.

6 — sábado. —Continuam em São Paulo as amea-

ças de morte pelo "Dragão Negro" japonês. — E' eleito

presidente da Corte Internacional de; Justiça o juizJ. G. Herrero, representante da República de Salvador.

Truman reafirma que os Estados-Unidos estão dis-postos a preservar a paz mundial a qualquer preço,

"pela

força, se necessário íòr".—Telegrama de Londresinforma que a ilha fortificada de Heligoland passou a ser apartir da noite da véspera, uma ilha estéril de pedrase areia,' tendo sido arrazados os restos dessa base naval

Monsenhor Rosalvo Costa^ Rego, vigário geral daarquidiocese do Rio de Janeiro, é eleito bispo titularde Mariana e auxiliar do cardeal-arcebispo do Rio.

7 — domingo.—O Chile reconhece a Junta doHaiti.—Autoridades americanas anunciam a desço-berta de um tesouro de metais preciosos no valor apro-ximado de 2 bilhões de dólares, escondido nas proximi-dades de um molhe da baía de Tóquio. — Verifica-seum desastre no ramal Belo-Horizonte-Itaúna, onde umtrem de subúrbio foi de encontro a um comboio de carga,ocasionando três mortos e grande n mero de feridos.—Noticia-se que a Grécia exigirá da Albânia todo o E'pirosetentrional.—No Rio de Janeiro, o bonde da linha"Matoso", com ponto terminal no fim dessa rua, passaa fazer ponto no largo do Rio Comprido. — Resolve-seentre a Prefeitura e a Light de S.o Paulo o caso dosbondes, pagando a municipalidade à empresa canadense60 milhões de cruzeiros pelo seu patrimônio. —Faleceno Rio, aos 76 anos o ilustre naturalista Carlos Moreira.

8—SEGUNDA. —Chega à Guanabara o cruzador"Uganda", primeiro unidade da Marinha de Guerra

do Canadá que vem ao porto do Rio de Janeiro. — E'devorada pelo fogo na Ponta do Galeão, a barca "Co-

mendador Lage" da Cia. Cantareira. —Novo recordde velocidade: um avião típo-80 cobre a distância Seattle—Los Angeles em 2h. 14 m, com a velocidade média de720 km. por hora'.—A Santa Sé reconhece a Repu-blica Libanesa. -*- E' descoberto um novo cometa peloprof. Dukov, do observatório da Universidade de Kazan,o qual cometa apareceu primeiro perto da constelação

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

da Ursa Maior e agora sc movimenta na direcção daEstrela Polar. .

terça. —Falece no Kio tie Janeiro o prol.La-Favette Cortes, conhecido educador.—Anuncia-sea destruição das associações secretos japonesas cm SãoPaulo.—Em Bombaim, eni vista da greve dos garis,2 mil cidadãos locais, munidos de vassouras, varrem asruas da cidade. —Falece cm Bagé (R. G. Sul) o dr.Augusto Costallat, O primeiro médico que saiu com umaambulância da Assistência do Rio a prestar socorro. -

Chega a Lisboa o sr. Henrique Dodsworth, embaixadordo Brasil em Portugal. —Apresenta credenciais aoPresidente Gaspar Dutra o sr. Enrique Buero. novo Em-baixador do Uruguai junto ao nosso governo.

iq quarta. —Anuncia-se a prisão cm São Paulode um dos chefes do "Dragão Negro" japonês. - Noti-cia de Palma de Mallorca informa haver na aldeia deSantanv uma vaca que dá até 50 litros de leite por dia.Telegrama de Londres informa que, segundo os últimosdados, a população do Reino Unido se eleva a 47.888.59

pessoas. —Falece em Florianópolis, com 12b anos,Adão Alexandre, veterano da guerra do Paraguai.--Realizam-se as primeiras eleições japonesas do após-

guerra, comparecendo 40 milhões tle votantes.

D quinta. —O prefeito tle Campos desapropriao prédio da Avenida 15 de Novembro n. 1417, ondenasceu Saldanha dá Gama, o qual, transformado emMuseu, passará a pertencer ao Patrimônio HistóricoNacional. —A Rússia faz doação à Polônia tle 23 naviosde guerra. —Nova York noticia haver o famoso .vio-linista Fritz Kreisler vendido o seu "Stradivarius",

que tem 235 anos, por pouco menos de 80 mil dólares,ou sejam cerca de Cr$ 1 000.000,00. - () jun do Festival Internacional tle Veneza escolhe o maestro bileiro Villa-Lobos para representar a música latino-ame-ricana no grande conclave a realizar-se em Setembro.- São fechadas em São Paulo mais de 100 escolas mpo-

nicas clandestinas.12 — sexta. •— Inaugura-se no Palácio Itamarati

(Rio) o busto de Franklin Rt. >sevelt, comemorando oi.° aniversário da morte do grande estadista americano.

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30.° Ano — N. 1 — Juhno .946 73

Kí_._.iam-se no Rio várias prisões de agentes terroristas•^^npseo .— loquio informa que serão mortos l/U

mil cavalos para alimentar o povo mpones^em j\>4o.—Prediz-se nos Estados Unidos que a Conferência do Rio

de Janeiro deverá realizar-se em Outubro ou Novembro .—

Noticia-se que os ingleses se retirarão da Indonésia.—O Senado americano confirma a nomeação do Sr. Wil-liam D. Pawley para cirtbaixador no Brasil. —Falece

nò Rio de Janeiro o major Carneiro de Mendonça, antigo

Interventor no Ceará e Pará e ex-ministro do Trabalho,figura de acentuada projecção moral. m

13 sábado. —A policia do Ceara prende ManoSimões Carvalho, que se casou oito vezes em váriosEstados. —Entrega credenciais ao presidente Carmonao Sr .11. Dodswórth, embaixador do Brasil em Portugal.—Noticia-.se que 0 governo russo entregará ao chinês o

ex-imperador da Mandchuria. Pu-Yi.—Fala-se nodesejo do Governo extinguir o jogo em todo o Brasil.—Informa-se que Mihailovitch será julgado como traidor.

-Têm início os preparativos da mudança para Sussex,no sul da Inglaterra, do Observatório Real de Green-vvich instalado ha 271 anos em Ave Hall e que dai se

retira para afastar-se das luzes brilhantes e da cerra-

ção de Londres.14 do.MINGO. —Inaugura-se no Rio o monumento

ao almirante Luiz Felipe Saldanha da Gama, na. praçaque tem o seu nome, em Ipanema. —Pela primeiravez na história di. Vaticano, realiza-se uma partida _de'oot-ball entre empregados das diferentes administraçõesda cidade pontificai. -Cál em São Paulo um avião

do Aero-Club Civil, vitimando seus dois tripulantes.—-Comemora-se no Rio o 1." aniversário da tomada de

Montese (Itália) pela Força Expedicionária Brasileira.15 SEGUNDA. —0 representante do Ira recebe

instruções para retirar o caso persa do Conselho da Or-

ganizaçaó das Nações unidas. — Os estudantes ale-mães querem canonizar Irmã Greese, a lera loura de

Belsen -Consegue fugir o pohgamo Mario birnqesCarvalho, caixeiro-viajante, (pie fora preso no dia 13.-Falece em Paris, aos 72 anos, o aeronauta Georges blan-chet, pil.no de balão livre, que conquistou em Uüh,1909, 1910e 1912o "Grand-Prix do Aero-Club de branca.

16 -TERÇA. -São levados at*» mar alto de Kobee Kure e postos a pique oito submarinos japoneses, umalemão e um italiano. - Noticía-se que a Espanhacedera aos Estados Unidos durante a guerra uma basena costa africana.em Rio de Oro. — -E* autorizada emMadrid a matança de cavalos e a venda de sua carne

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para consumo. —Forças comunistas penetram em

Chungking, capital da Mandchuria, combatendo comos nacionalistas. —Aparece em Santiago do Chile um

fantasma, que não passava de uma alma do outro mundo

alugada ao jornal "Ultimas Notícias". — Cede a barr

ragem do açude Aranáu, no Ceara, inundando vasta-

reçião.— A Inglaterra mostra-se contra a hança na

questão vdo Ruhr. -Londres revela que, de Outubro

de 1941 a Março de 1946, a Inglaterra abasteceu a Kus-

sia com 5.218 tanks e 7.411 aviões. -O navio norte-

americano "Kempbattle" abalrôa no jx,rto de Salvador

o "Cuiabá", do Lloyd Brasileiro.—Falece a princesa |

Aldegundes de Bragança, aos 88 anos. _17— QUARTA. —Os Estados-Unidos informam que>

as próximas experiências com a bomba atômica no«

de Bikini custarão quase 100 milhões de dólares. -Tres

cientistas americanos descobrem una ™*à°™£™do câncer, em ratos. - Retiram-se da Sina as tropas

britânicas e francesas. - Os delegados poloneses de.

nunciam Franco e o regimen espanhol ao Conselho das

NaÇT8S-^umTA. -Genebra informa haver a UM

das Nações em-seus 25 anos de funcionamento despendido

lS mlmSs de dólares (2.80a.milWde^^g^ÍA Câmara dos Representantes dos Estados-Unidos aprova^

Lo^aSX t dragão Ne^ ~ £ ^

£ÊÍ cVn^rt^rgtnde^™- Changchun-Jnistas cmn Conferência da Paz, queNoticia-se o adiamento ^ ,. i 0 j Maio —• >deveria ser instalada em Paris no dia 1. de

jvlaip; .

p*tenks°". - QuXTVar^por um tufão e chuva de

granÍiZo_ SEXTA -E' anunciada na Catedral de Pe-

tróoolL durante a missa dos Pré-Santihcados a cria-

cãoPdò Bispado de Petropolis pelo Papa P.o XII, abran-

aendo as paróquias de Petropolis, _ Teresopolis, Magé,

Duoue de Caxias e parte dos municípios da Paraíba do

Sule Trls Rios. . -Divulga-se haver sido cometido na

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74 30.° Ano — N. 1 — Junlio 1946

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véspera o roubo de um cibório de outo macisso da Bas.-lica de São João de Latr o. — Noticía-se dos Es adosUnidos o bem sucedido emprego^ de uma no a droga, ostreptomycin, em experiências feitas com animais, paracura da peste bubônica.— Falece em Baltimoreo célebre cirurgião Walter Dandy.

20—SÁBADO. —A Constituinte Franee a aprovaum projecto da nova Constituição, em que é pre is aapenas uma câmara. —As tropas comunis as chinesasconsolidam seu domínio em Chung-Chun. — E e uar-cerado o tenente-general Heltaro Kimura como cri nio sode guerra. —Transborda o rio que banha Re a-ia (Gvlômbia), ocasionando um desl •cameüo de terra quedestrói 15 casas, faze ido várias vi iras. — E' comemora o o ceite ario da cidade de Macaé.

21 — DOMINGO.—Chega ao Rio o quadrimotor"Constellation", batendo todos os records de velocidade.— Falece na Inglaterra, aos 62 anos, Lord Keynes,celebre economista da Grã Bretanha. — Anuncia-seque serão retiradas as tropas russas da Hungria. — Re-vela-se haverem sido roubadas, dias atrás, da colecção doMuseu do Louvre 50 peças de jóias do Segundo Império.O rádio britânico anuncia o suicídio do general polonêsAnders. . .";. ¦'¦'.

22 — SEGUNDA.—Inaugura-se no Rio, no Minis-tério da Educação, uma exposição de assuntos indígenas,na comemoração da Semana do índio. — Telegramade Roma dá como em perfeita saude o general Anderscujo suicídio se anunciara na véspera — Revela-se havero prof. Alexandre Ananoff declarado que irá a Lua,com toda certeza, em 3 horas e 27 minutos, logo que lhedêem fundos para o veículo atômico. —Falece em Was-hington, aos 73 anos, Harlan F. Stone, presidente doSupremo Tribunal Federal dos Estados Unidos. —Re-

gistram-se choques armados na fronteira franco-espa-nhola. —E' assaltado por quatro mascarados, na ma-drugada da véspera, o histórico castelo de Hever, antigaresidência de Ana Bolena, subtraindo tesouros entre os

quais os livros de orações da própria Ana Bolena. — Caiviolenta chuva de granizo sobre Vassouras, destelhandopor completo várias casas.

23 — terça. —Falece aos 61 anos, em HollywoodLionel Atwill, velho actor^teatral e^cinematográfico.—

TOM E e DE— AOf EU FILHO

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EMULSÃOde SCOTT

Bruxelas informa que 25. (>0S. 000 toneladas de naviosforam as perdas totais na guerra finda. —Telegrama

de Milão anuncia haver sido roubado o corpo tle Musso-ym\—Falece em Niterói o desembargador AthaydeParreiras, membro do Tribunal de Apelação do E. doRio—E' mantido na agenda da O. N. U. o caso

persa. —Anuncia-se a retirada das forças russas do Ira— Registra-se ligeiro terremoto em java.

04 — QUARTA. —Começa a funcionar a fabricade coque da Usina da Volta Redonda. —Em São Paulo,na hora em que deveria realizar-se o seu casamento, umfuncionário postal manda uma carta à noiva anunciando

que se suicidaria—o que, realmente, aconteceu. —

O arqui-milio ário Cowasji Jehangir; de Bombaim, èintimado a entregar o manuscrito de "Gulistan , escritono século XII pelo poeta persa Shikh Saadi, que, -lur-

tado da biblioteca de Ilyderabad, lhe fora vendido por142 libras. —Os russos abandonam Tabriz.

25 — Quinta. — E' assaltada em Fortaleza a re-sidência de um comissário de polícia conhecido como o"Terror dos Gatunos". — Fala-se queo governo bn-tânico teria exigido eleições na Polônia. —O famosoaviador francês René Fonck entra para um conventoem Portugal. —Falece em Paris o eminente < lisiologoRoger. -A polícia paranaense prende 26 japonesespertencentes ao "Dragão Negro' . — Revela-se queenquanto era Tabriz evacuada pelos, russos, novas tro-

pas russas chegavam à Pérsia. .26 — SEXTA .—Inaugura-se o serviço telefônico m-

ternacional entre Roma e o Rio. —Falece em LisboaNestor Lopes, o unico homem que, à força de braços,há 20 anos passados, escalou a Torre Eiffel, em 1 aris.O Uruguai reconhece o governo da Iugoslávia. Ke-

istra-se a existência diante do porto de Uraga, perto

SOFRE DO FÍGADO?

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HEPAXPfiODUlO DO LAKORMÓIIO OA OUAMA*IUINA

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30.° Ano — N. 1 — Junho 19 46

de Yokohama, de 16 navios com 80 mil japonesesrepatriados, nos quais há 944 casos positivos de"colêra-mbrbus".— A Bulgária resolve romperrelações com a Espanha. — Espera-se que entreem imediata discussão o tratado de paz com a"itÀUa*. —Registra-se rigorosa prontidão no exér-cito espanhol. —Anuncia-se a próxima visita docoronel Perón ao Brasil. —Falece em Insbruck,a0S 66 anos, o conde Hcrman von Keyserlmg,famoso filosofo russo.

27— SÁBADO. — O Exercito comemora o1 ' aniversário da rendição, na Itália, da 148.'1Divisão de Infantaria Alemã, á Força Expedi-cionária Brasileira. -• Desmente-se a notícia veí-culada dias antes de um surto de febre amarelano Paraguai. — A senhora Hàtsu Imai, depu-tada à Constituinte japonesa e primeira mu-lher a exercer tal cargo no Japão, renuncia à ca-deira, por não poder conciliar as exigências dolar cóm as do Parlamento — Roma anuncia ha-verem sido encontrados os despojos de Musso-uni. — A Argentina empresta 30 milhões de

pesos à Espanha, para aquisição dc gêneros ali-mentícios.— O presidente da Comissão de Sá-bios americanos declara que dentro de cemanos não haverá mais carvão nem petróleo nomundo. —O Presidente Gaspar Dutra recebe a Grã-Cruzda Ordem Pontifícia de São Gregorio Magno.

28 — DOMINGO. — Falece em Londres, aos 60 anos,o romancista e poeta Edward Thompson. — Anuncia-sequerer o rei Vitor Emanuel sair do território italiano.

1 )esmente-se a noticia dc haver sido encontrado ocorpo de Mussolini. - Noticía-sc de Washington quePerón estaria forjando um "hloco anti-amencanoVerifica-se ter ramificações em Minas o "Dragão Ne-cm" japonês.- Falece cm Londres o bispo Paul F.Labilliere, deão da abadia de Westminster. — Faleceem New-York o capitão Robert Bartlett, exploradordo A'rctico.

29 — SEGUNDA. — Washington informa ser deses-peradora a situação ^alimentar na Ucrainà, a mais opu-lenta região da Rússia.- -O Conselho de Controle aliado

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proíbe aos cientistas alemães fazerem pesquisas em qual-quer campo de utilidade militar. — E frustrada umarevolução na Bolívia. -Falece no Rio o desembargador

João Maria Nunes Perestrelo.30 - terça. — E' assinado decreto proibindo c

jogo em todo o território do Bras.l. - E dinamitado o

monumento à vitória de Franco, erguido em Barcelona.—

Colidem nos céus da baía de Sepetiba dois av.oes de

Treinamento da Base Aérea de Santa Cruz, perecendo-

os pilotos. —Noticia-se que será entregue a Abissmiao porto de Assab, na Eritréia. -O Papa P°™»°p%*Clement Neubouer, de Milwaukee. ministro geral porseis anos da Ordem dos Monjes Capuch.nhos em todo

o mundo. -Dá-se como certo o ~.™P ,t0a^indiWoda Alemanha por 35 anos. -E' rejeitada a re.vindicaçaoaustríaca sobre o Tirol.

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946 77

Quebra - Cabeça/Director - DU. LAVRUD Secretario DABLIÜ'

ANO XXX

N. I

JUNHO - 1946

LíDICIONÁRIOS ADOPTADOS NESTA SECÇÍO : — Simões da Fonseca; Hildebrando — Gustavo Barroso, Pequeno Brasileiro;

Japyassá — Mo nos sila bico; Lamenza — Provérbios; Sylvio Alves — Breviario.

TOÒA CORRESPONDÊNCIA SOBRE CHARADAS DEVE SER DIRIGIDA PARA A REDAÇÃO DE EU SEI TUDO— RUA MARANGUAPE. 15 — e endereçada ao director desta secção.

2 o t rNE! ' - Br" f J'J H^

CHARADAS SINCOPADAS

95 -- • Tres (duas) - - O sulco formadopela torrente serviu de esconderijoao ladrão do mar.

Centauro — {São Paulo)

% Tres (duas) —; Ele, alem deser uni sujeito simplório é um uiqc-nuo de marca maior.

B, T RàBA (— São Paulo)

97 Tres (duas) E' encanta-dora a macieza que se sente no estropoético do con ira tle João Fogaça.

Leopos — {Rio)

98 Tres (duas) Traquinase aletjre

Eulina Guimarães — {Rio)

Pergunta ao Ronega:

99 Tres (duas) Que compara-^ão se pode fazer de um indivíduopolileisla ?

Navi lg {Rto)

ICO Tres (duas) Pessoa semimportância, depois de morta nemlousa no túmulo tem.PINGÜIM r{C. Grande M. Grosso)

101 - Tres (luas) — Não sejacacete e procure tambem a solução(.lesta charada .

R Kurban — {Sao Paulo)

Ao distinto amigo Nelson Funizolla:

102 — Tres (duas) — Você agoravive disposto e. cheio de prazer

Luar das Selvas — {Rio)

103 — Tres (duas) — O homemdesassisado e jalador só dá noticiaexagerada.

Roldão — {São Paulo)

L04 — Tres (duas) — O caloteirosó cuida de enganar os outros.

Tio Sam — {Niterói)

105 — Tres (duas) — E' lugubreo canto da curuja* depois do anoi-lecer.Natalia Pires de Siqueira —

{Acari — R. G. N.)

106 — Tres (duas) — Quem sofrede surdez sempre se encosta aos queconversam. .n,7

Matsuk —- {Rm

Tres (duas) — Meu muito.,, filho, guarda sempre nocoração a palavra amor e serás feliz.Dr. Parebo' — {Ribeirão Preto)

107querido

108 — Tres (duas) — O fumo ébom para sarna.

Petoné — {Poços de Caldas)

JWL &WM0

\mCABELOS I

^RANÇOS)

JUVENTUDEALEXANDRE

. -: . 1SltS**.- yviLOGOGRIFO — 109

Aoo neófitos confrade*

Meu patrão, eu era assim — 6-7-3Corno lhe contei agora, — 2-8-12Hoje sou 'como me ve, — 3-10-9Um desgraçado, um espora... —

4-5-2Dentro de poucas semanas,Vou p'rá o Norte novamente,Onde vivo sossegadoNo meio da minha gente. . . —

1-9-12Lá eu tenho o meu roçado,O meu cavalo alazão;Vou lavrar a minha terra,P'ra plantar o meu feijão. .Tenho, lá, minha palhoça —Tal e qual como deixei.Deus queira que eu inda encontre—

11-14-4Tudo quanto ali guardei.Mas eu juro, meu patrão,Por Virgem Santa MariaQue lá na minha palhoça,Ela ha de bater um dia. . . — 13-7-8Mas como eu sou um caboclo,De capricho, opiniãoNão dou o meu braço a torcerGaranto! mo abro não]

Mardel — {Rio)

¦ •

7-3-8

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CHARADAS CASAIS |

110' — Tres — A mulher de maugênio e feia deu uma corrida nocobrador impertinente

Alnefi — {Curitiba)

111 — Tres — A lenha seca, quenr.o lança fumaça é preferida noyV^aproveitamento do m/lhor mel ex"-'mtraído da colmeia sem expulsar as 7gabelhas por meio da fumaça.

Ciro Pinales — {Rio)

112 — Quatro — Quem sai daordem qu dos prineipios estabele-cidos, revela falta de acordo, de ordem*

Campineiro — {Rio)

113 — Quatro — O que se estende r,sem quebrar, é uma cousa dura de ;|mastigar. /A-, Vn ICarlino — {Niterói) r\

¦ r.114 — Duas — O divertimentoacabou em barulho. 7,

D. Fuás — (BotUcatíi) m¦ '^y#p

115 — Tres — Quem pândega .anem sempre promove desordem.

Dr. Zinho — {Taubaíé)&A

116 — Quatro — Neste livro está 7contida toda a história do imperadorl|Tácito. . ',

Emauro-— {Rio)a\

117 Tres E' um atoleiro

- (Rio)que causa ruína.

Gilk Araújo

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UMA cutis fresca e delicada é, para

a mulher bonita, motivo de orgu-lho. Nem a maquillage mais perfeitaconsegue oceultar os cravos e espinhas.Procure conservar a sua belleza. UseRugol e verá desapparecer as manchase as impurezas. Rugol, penetrando pro-fundamente na epiderme, rejuvenesce ostecidos e impede a formação de rugase pés de gallinha. Contrae os poros,elimina as sardas e manchas e dá á cutisuma alvura e um avelludado admiráveis.

% Diariamente, ao deitar-se, faça uma massagembranda com Rugol. durante 3 ou 4 minutos. Re-movidas as impurezas e a pintura, retire o ex-cesso de creme com um pano secco e macio. Pelamanhã lave o rosto com água morna e a seguircom água fria. Passe uma leve camada de Rugole applique, depois, o pô de arroz.

Productos dos Laboratórios ALVIM & FREITAS — São Paulo

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

118 — Tres — Isto incomoda comoqualquer calamidade

Joi ENO — (Cliava nte s)

119 — Tres — Com pezar notoque esta pequena doença me irritacada vez mais.Pele Vermelha — (7\ B. — São

Paulo)

120 — Duas Sujo apenas comuma pincelada. *

Paraná — (Rio)

121 — Duas — O' estnpida; Traga-me o pequeno motor.

Ranzinza — {Rio)

122 — Duas —¦ O covarde costumafazer sempre ameaça vã.

Ratinha — (Porto-Àlegrè)

123 — Fres —- 0 uso dessa espe-cie de túnica sem mangas foi resolvidoficar ao arbítrio de cada um.

Sefton — (Rio)

124 Trcs — O redemoinho daventania lormou uma verdadeirapreaa no vestuário da criatura.

To BER AL (Rio)

126 — Tres'— Se não tc[persioo.é porque não gosto tle persipuição.

Violeta — (Recife)

126 — Duas — C) farol focou cmcheio a cara do fugitivo.

Alt am ir da Costa Barros

127 — Quatro — Não se;as dissi-mulada; tu tens solapado os meustrabalhos.

Janota — (Santos)

CHARADAS NOVÍSSIMAS]

128 — Tres-tres — Eu me caleie ela soltou uma gargalhada amarelae dejx)is ficou toda confusa.

} í: C A — (B. Horizon te)

129 — Duas-uma — Amuo paraquem e bela nada vale; isto é bompara velha cheias dc rugas.

Guilherme Tell

130 — Uma-duas — E' de grandeconviniencia para o Paiz que o povo,pelo seu trabalho demonstre vocaçãopara o bem.

Barriga — (Rio)

131 — Uma-uma — A vontadeque tenho de rever minha terra,toma vulto dia a dia.

Breque — (Santos)

132 — Duas-duas — Homemaer lançado que atira pedra no cursode água. 6 considerado aqui de paiije.Dr. Sabe Tudo — (São Paulo)

Esburaca.133 — Duas-duas —o barro este saurio.

OjUARA — (Rio

134 — Duas-duas — Andar âroda de roleta, por prazer, é arris-cado. .

João Medeiros -— (Blumenau)

MHManHj

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

135 — Duas-duas — Sujeito queanda descalço tem possibilidade devencer o corredor que lem pés com-p ridos,BruJOSENO — (Guiratinqa — Al.

Grosso)

79

138 — Tres-uma — Nomeei pormeio de votos a primeira poetisabrasileira para compor uma poesiaconsaqrada ao luto e à tristeza.

Debiuto — (Recije)

136 — Duas-uma — No canal daMancha existe um abismo difícilde se dcsm et nc liar

Sila Veshur — [Igatá

— Baía)

137 — Duas-duas — Enchi acesta com jolha dc palma e ofereciao turco.

A G UI \ — (E i oe irão Preto)

ENIGMA — 139

ENIGMA FIGURADO — 140

Mal o sol desponta em meioDo curral de ovelhas mansas,Quem as leva ao pastoreio,Quem por elas quebra lanças,Excluido dc outra faina,E' o zagal que, sempre amigo,Sabe quando o tempo amainaE onde existe o bom abrigo.

Atenas — (Belém do Para)

AtEXlS — (•/* Pessoa)

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ENIGMA FIGURADO — 141 — Amely —- (Rio)

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PROBLEMA N. 5

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Matsuk — (Rio)

Horizontais: — 1 — Buraco nameia; 4 — Agora, presentemente;5 — Antigo vaso de louça; 9 — Filhode Abu-Taleb, primo de Ma fona;10 — Orações dos persas; 11 —

Acervo de lixo; 13 — Espécie de sapodas regiões do Amazonas; 14Pessoa de mau caráter.

Verticais: — 1 — Abranger, ocupar;2 — Variedade de abelha que fazninho no chão; 3 — Cidade da dio-cese do mesmo nome no Jutland(Din.); 5 — Chefe supremo, senhor;6 — Interj. Chama atenção ou ex-

prime surpresa; 7 — Vinho da Prus-sia; 8 — Suf ad; Que denota força,extensão; 12 — Espécie de tecido.

Insônia Pertinaz- pode ser a conseqüênciado esgotamento nervoso

A intensa vida in-telectual, o exces-so de trabalho,cansam o cérebro eabalam os nervos.Para restaurar asenergias, os medi-cos do mundo in-teiro receitamNeuro Fosfato fEskay que, contémFósforo e Cálcio.

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O primeiro olharé paro o busto í

Si a plástica do seu busto n£od satisfaz, é tão simples corri-

gi-la ¦ Quando os seics sãoatrofiados tacil é desenvolve-ios com a PASTA RUS.SA.Qua "ico aos seios falt firmeza.a PASTA RUSSA restab -íece

a linha justa da plástica femi-nma, fortificando os tecidosc ativando a circulação local.

PASTADistr.: Araújo Freitas ôt C. - Rio

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

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êp—hyphEulina Guimarães e Mme. Solon de Melo.

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— Também; 4 — Setas feitas depau tostado; 5 — Aliás; () — Mu-dança, saída; 7 — Revés da fortuna,8 — Agastar-sc; 9 — Corajoso;10 — Proteção; 16 — Preto de poucaedade; 17 — Caminho falso; 20 —¦Engraçado; 23 — Terreiro; 24 -Eli-otropio da índia; 25 — Pedragrande; 26 — Corrigir; 27 — Faltar28 — Fragancia; 30 — Beber; 32Fortifica; 3 — Aviador hábil; 37Para este lugar.

>.

da Pérsia; 25 — Antiga peça daarmadura; 27 — Aceito!; 29 — Qual-quer fruta muito acre de verde;31 — Gritar; 33 — Elemento químico,gaz raro encontrado no ar; 34 —Delicioso; 35 — Abertura da terracom o calor do Sol; 37 — Penetra;38 — Riquezas; 39 — Balela.

Verticais — 1 — Lançar A vapor;

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V: fÇWÊifr-ílA

r.

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

SOLUÇÕES DE NOVEMBRO

1 Lacão; 2 — Antevidente;Avivamento; 4 -_ Ata baque;

õ - Ta coma ró; 6 — Fugacidade;Salta caminho; 8 — Taroca;

o . Marnota; 10 — Esmola; 11 —

Ben criado; 12 — Porta-voz; 13 —

Contra-fundo; 14 - laulama; io-

Camote; 16 — Rcprolw; 17.— 1-

íS0. \$ — Paçoca; 19 -— Modesto;>'.<) L Parada; 21 - Málungoj 22—

Peloso. 23 ¦ Treitentaj 24 - Pom-

Uiro; 25 Lenho; 26 - Passara;Germano; 28 — Faceira; l* r-

Tempero; 50 — Cigana; 31 — Pe-lanço; 52 - Figulina ; 33 - Estadia;

Peréreca; 35—VCabeçuda; ót>-Gichopa; 37 — Moinho; 58- Ren-

39 _ Zaran a; 40 — Garrano;41' Queimado; 42 -- Talhada; 43

A mulher e á galinha até a ca-sa da visinha; 44 - De Deus vemo bem e das abelhas o mel.

DEC1FRADORES

Paraná, Eulina Guimarães, MmeSolou de Melo, Jotoledo, Melagro,Pequenino, Yema, 1). luas, lio

"Ai...

minha cinfura!'"

A mulher sente-se acabrunhada

pelas suas ocupações diar,as,

quando a atormentam as dores

na cintura. As dores na cintura,

o lumbagò, a ciática, assinalam

a presença de certas impurezas

nocivas, diminutos e ponteagu-

dos cristais de ácido urico que

irritam e inflamam os tecidos.

Os principais órgãos encarrega-

dos de expulsados são os rins.

Assim sendo, é especialmente

indicado um medicamento que

estimule a ação dos rins, como

as Piluias De Witt para os Rins

e a Bexiga.

Meio século de exito é a melhor

recomendação das Piluias De

Witt. Em todas as farmácias.

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Rejuvenescimentopelas

mm H||laneiuiasA velhice não é uraa doença, é uma

Infelicidade. Com o correr dos anos, onosso organismo vai deixando, aos pou-cos, de corresponder ás exigências nor-mais da vida. Nossas funções lornam-seirregulares; algumas mesmo deixam deexisth*. A existência, assim, é um Bacri-ficio. Só a idade jovem nos permiteviver alegremente. É por isso que amaior preocupação da Humanidade sem-pre foi a de conservar a Juventude.Sabemos, hoje, que a regularidade denossas funções depende essencialmente»dofi hormônios, substâncias produzidaspelas glândulas de secreção interna.Essas glândulas trabalham em perfeitaharmonia e em estreita colaboração.Qualquer perturbação ou falha em umadelas provoca um desiquilibrio geral doorganismo. Na idade avançada, ou poroutro motivo, no moço. quando as glân-dulas sexuaes são atingidas em suavitalidade, a deficiência ou a falta doshormônios correspondentes provocam.além de outros disuirbios, a perda davirílidade. Quando isso acontece, o re-curso está em OKASA. OKASA e um

produto de alta reputação mundial e d«eficácia comprovada no tratamento detodas as formas de insuficiência dasglândulas sexuaes, onde se acham asso-ciados os hormônios sexuaes e atvitaminas essenciais. OKASA, restabe-lecendo a função sexual, rejuvenesce,revigora, e restitue a Alegria de Viver.OKASA é apresentado sob a forma dedrágeas, fáceis de tomar e fabricadopelos afamados Laboratórios Hormo-Pharma de Londres, de onde é direta-L .nte importado. OKASA combate comsucesso todas as perturbações origina-das pela insuficiência das glândulas se-xuaes taes como; fraqueza sexual, de-bilidade orgânica, senilidade precoce,fadiga, perda de memória, neurastema,no homem; frigidez, irregularidades damenstruação, males da idade critica,obesidade ou magreza excessivas, ílaci-dez da pele e enrugamento da. cutis,na mulher. Á venda nas boas Drogariase Farmácias. Peça formula "Prata" parahomem e formula "Ouro" para mulherInformações e pedidos ao Distr. ProdAR\A. Av. Kio Branco, 109. — Kio.

ce<8CoageToa 19 i ^Duma; 30 — Ad 32

PPOBLEMA N.

Sam, Roldão. El-Dani, Carlino. Se-

gon, Conde Eça, Eva Dio, Ronega,CàrtoS, Mardel, Iracema de AlencarIza Abel, Peon, Toberal,_ Smho,Páulistinha, üeniri, Asurea DAvila,Ciro Pinales, R. A, C. H.. A ,Thisbe, Dalwa, Walter I . Chaves,Darwinho, Marlene, Nana, Mos-

quite, Ranzinza. Leo pos, oaralc,Zé Kanuto, Janota, Julião Riminot,Yara, Zelira, Dr. Zinho, Dacar,Aiabar/Jéca, fota, Iam, Jamil.. Nami.Centauro, Oicaroh, Don Roal, Dur-mel, Toberal, Viça Puta, Curüibana,Buridan, Botucarahv, Joaquim Ires44 Pon ios CHico Bacamarte, Dr.Parebó 45 Mickey Mouse 3^ Bar-riga 38 Mcgos 53 Emauro, Qdnan-reí 50 Debrito, Violeta 28 uilkAraujo, Oiuara, Wclton. Notrya,Zezinho, Boabá 26 .Leafar, MmeWanderlev 19. Mihahk Alarlar Ha-làse Filho 14; Dr. Sabe Tudo \l.

SOLUÇÕES DE NOVEMBRO

PROBLEMA N . I

Horisonlais: — 1 — Dom: 4 -7

Maceradas 10 — Eras 11 — Levi;12 — Ra 13 - Aca 15> —

}"•16 __ Desapontada 20 — Uc l\—

. Irado 22 - RI 23 - Retrógrados;26 - Do; 27 — Pea 28 — Um;29 Orar, 31 — Geme ôô — Ka-

dicelas; 35 — Aam.Ê \

Verticais: — Desapropria- 2 —

0r. 3 — Malandragem 4 — Mere-"dor 5 -Aras 6- Ca 7-De;

Avia; 9 — Sindromes 1416 — Dor 17 — Air 18 —

Ais 24 — Tora 25 —-El 34 —Ca.

Homonfats: - 1 - Alepo_ 6 -

La gem 1113 — Lis;16 — Ar20 — Sairberola 26

— Tenor 12 — Erama;14 — Obi 16 A17 — Asaro 1922 — Jardas 24— Tiubas 28 -

31 — Ui; 32 — Altea; 34 — Le

Uai;Co;Ru-

Elos;35—

Açu 37 — Don: 38 — Com 39 —

lansa 40 A — Hiade, 42 — Asaro;13 — Olaia.

Verlicaic-: — 1 — Atlas 2 — Leira;5 — Ens 4 — Po; 5 — Oros 6 —

Leirão 7 — Ar, 8 — Jau 9 — Ema-ca 10 — Maius- 15 — Bajesto 17—Aruba 18 — Orlea: 21 — íru; 23—Dau; 25 — Raldão; 26 — Tiaia;^ — íucas; 29 — Olodi; 30 — Semea;33 — Enho; 38 — Caa; 44 Sr.;41 — 11.

SÃO PAULO ILUSTRADO

Nova revista paulista onde RaulPetrocelli dirige uma bem cuidada

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Seus Pais Cuidaram do Sangue9 êle já nasceu ,

MILIONÁRIO DE SAUDENormal, Robusto e Sadio

São assim, sempre, os filhos cujos. ais cuidaram do sangue, tomandoTAYUYÁ DE SÂO JOAO DA

BARRA Faça o mesmo! Depure o

sangue '.Medicação auxiliar no tra-

tamento das doenças do sangue, o

TAYUYÁ tem dado excelentes re-

sultados no eumatismo, feridas, úl-

ceras, darti os, afecções sif iliticas na

pele, dores nos ossos e articulações..

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

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TRABALHAM BEM OS SEUS RINS?Eliminam as toxinas e o Ácido

ürico? É fácil saber. Se o senhorsofre de dores lombares, ácido uricoartritismo, reumatismo, gota, ciática,cálculos, desordens urinarias. é sinalque seus rins não vão indo bem eestão precisando de UROLITHICO.

Poderoso diurético, UKOL1TH1COLimpa e descongestiona os rins e abexiga, dissolve o ácido urico e oscálculos Aconselhado e usado pornotáveis médicos. Se sofre dos rins,tome UROLITHICO asoia ter-prontamelhora.

UROLITHICOFAZ BEM AOS K1ÍNS E A BEXlGA

Desperte a Bilisdo seu Figado

t ndtaiá te Gama disposto para tudoSeu ffeeée deve produzir 4iari*m«Qt*

«n atro és MU* SR a WUs Hfte correirremente, os alimentos n&o tfto dife~tfdos e apodrecem. Os gases ine_a__ •estômago. Sobrevem a prisão de \eatrecYooê ee sente abatido e como que em-fvaenade. Tudo é amargo e a Tida *vn martírio.

Uma itoplee evaeaae&o nio sltminarén causa. Neste easo, as Pílulas Carteiepara e fígado o&e extraordinariamenteSsasos- Faaem eorrer êsee litro de b__se tmI te seass disposto para tudo. 84»iM-f-e* e, oenâode, espeeialmente faidioa-tes pesm laser a bflls eorrer ttvfemenl**Ci m Pts-ae Oortsts pera e üfade.Ee eess* mem m**** P»so «* M*

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futuro será pleno de alegrias eíelicidades! Mas lembre-se que abeleza depende de uma cutis per-feita - sem manchas, cravos, rugasou espinhas que destroem o en-canto de um rosto feminino.Por isso, proteja sua cutis com afamosa Água de Junquilho, queevita ou elimina todas as imper-feições da pele. Seu rosto, colo emãos ficarão admiráveis com a

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secção charadistica.— Petroceili tem

procurado defundir o charadismo nacapital bandeirante com muito lx>avbntade e sacrifício de seus estudos.

Agradecendo o exemplar enviadofazemos votos pelo progresso da revis-ta e sua secção de charadas

ENIGMA FIGURADO N. Aò, deAbhh.

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enigma foi co ntado paraEstetodos, visto sua solução não scencontrar no livro adotado. l)eve-mos dizer que o enigma está rigoro-sa mente certo e foi decifrado pcloJanota, de Santos — Kis a solução:Jlel de abelha atoa, não serve parabroa. Verdadeiro ovo dc Colombo. . .

CORRESPONDÊNCIA

CartcLT recebidas até I de Jlaio

O SlNEIRO {São Paulo) - Ossinos da nossa Catedral tocam festi-vãmente com a volta do velho cola-bora dor e amigo.

Baroneza do Brasil (?) - Quan-tas honras para um pobre mar-que ! Falta o seu endereço.

Reds. im [Rio) — As soluções està«>certas; para o futuro mande as solu-ções em linguados de papel c nãonas folhas da revista.

João Medeiros {Blumenau)Respondendo a sua consulta temosa dizer que to não é sinônimo deporco, é giria c deve ser to. &encontrado no MonossilabicO deJapyassú e no Bre via rio — Demôniocom uma silaba só conhecemos —da — cão e gen; isto nos livros ado-tados. Sempre às suas ordens.

Jeca {Belo Horizonte) — Rece-bemos as litas e a re\ ista Altcrosaonde Polidoro muito gentilmente fazreferencias a nossa visita a Belo Ho-ri/onte. O Dr. Lavrudinho muitoagradece os selos — Obrigado portudo.

Segon (Rio) — Já todos sabemque não publicamos problemas depalavras cruzadas onde todas asletras não cruzem

N at ali a Pires de Siqueira {Aca-ri — R. G. N.) — Como vê, o seupedido foi atendido. — Nao estáem nossa pasta o problema a que serefere.

Padre Chagas (Porlo Alegre) —Que satisfação1 — O endereço aindaé o mesmo. Tudo em ordem.

Uedaht (D. America) — Comgrande satisfação recebemos a suacarta. Aguardamos com interessea sua visita

Cejotace (Camaquã — São Paulo)— Inscrito com muito prazer. —

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cada mes: Capital e Niterói oüdias; Estado do Rio. São Paulo e

Minas, 60; outros Estados, 90.

Dr. Lavrud

DE SENHORAS E YO-RUCàS¦xmnuut tAUumoâ km ciutw»

PEC. OülLHEBMB UOTZ

SAO PAULO - tm At. -Bri* L"* f**0*0TBATAMnrroB cnarnncoa da cun*

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

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I r5_!-l^ic^'*'*^>^_i^-"J^*o^ S ^MI . /avA''^'/rJJÉ^i^vXv'' I J____

O mau humor, * indisposição part o trabalhospodem ser causados pela prisão de ventre. Oacúmulo de resíduos nos intestinos produz umestado de intoxicação permanente. As toxinas$ão absorvidas pelo sangue e se difundem portodo o organismo, produzindo neurastenia^ mauhálito, íaka de apetite, vertigens, flatulencia,insônia e muitos outros males.Na prisão dc ventre, o EnterobU age estimu-lando o fígado e os intestinos, de mooo a

auxiliar o organismo a eliminar os resíduos, semirritar as mucosas. Aos poucos os músculosintestinais entram novamente em atividade e a

sua ação se torna fácil, regular e completa.

Enterobil não e um purgativo e não forma hábito

ENTEROBUPRODUTO

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30° Ano — N. 1 — Junho I94(í

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C ROTOSCÓPIO, >0V0INSTRlMENTO 0/1.1 CO

Com o auxilio de umnovo instrumento chama-o ROTOSCÓPiO, pode-seagora ver em aparentequietude um objecto qual-quer que esteja girando

* no momento preciso emque é observado. Assim,um ventilador eléctrico oua helice de um avião,por exemplo, aparecem âvista perfeitamente imó-veis, embora estejam gi-rando à máxima veloct-dade.

0 rotoscópio, que Joiedeiado expressamentepara facilitar a inspecçãodas helices dos aviões emação, é o primeiro instru-mento do seu gênero quepermite ver sem interrup-ção alguma e de qualquerponto de vista um obje-cto giratório etn plenomovimento.

Veio satis jazer a ne-cessidade cientifica queexistia de um sistemaóptico, capaz de eliminaros desvios da luz produ-zidos petos corpos em mo-vimento rotatório. Isto é.elimina diante dos olhosa acção circular do movi-mento; mas revela todasacudidela ou vibraçãodas peças mósieis, o que

s permite aos engenlieirose outros homens de ci-ência examinarem minu-ciosamente as peças gi-raiar ias Juma máquina,no instante em que essaspeças se. encontrem soba tensão causada por mi-Uiares dc revoluções porminuto.

0 rotoscópio permiteexaminar os objectos, querestejam girando lenta-mente, quer estejam de-seuvolvendo. até duas milti&oluções por minuto.

Wm.\zm os oves DÃ

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PÁSCOA-—Esle ana ainda as crianças da Grã-Bretanha, sob

o regime do racionamento, não puderam ler a profusão cvariedade dc ovos de Páscoa, com que se regalavam antesda guerra; muilos dos folguedos tradicionais infantis daépoca e nos quais ovos cozidos eram empregados, conti-nuaram, naturalmente, ausentes.

A maioria desses jogos data de séculos atrás, tendo seoriginado, como é comumente o caso, em caracter l. turgecoate se tortxarem apenas uma jorma especial dc celebrardeterminadas estas. .

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EM TODAS ASFARMÁCIAS EDROGARIAS

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Ainda no século passado até nas igreja? de certas parlesda Inglaterra,. era costume,?, por ocasiqo da Páscoa,incorporado a um serviço religioso um jogo com ovo.*

que todos tomavam parte, e, ao fim do serviço, havia umarejeição, especial, cons idindo de presunto — para sign

ficar o abandono de práticas judias—e um pudim Jede ervas amarga.*, park do ritual da Páscoa.£ tr

A história dos ovos da PiUcoa pode ser traçada ae

igipcios, que ufavam o ovo como um emblema sagiestauração da humanidade, depois do Dilúvio; os ja-

judeus adotaram-no como um si mio?"H

da renovação da na ção judaica, ae-

ff pois de escapar â escravidão, êOi> o»

\ egípcios; e os cristãos adotaram-no. en

1 seguida, para simbolizar a hessuriu-

J ção, emblema signijicaüvo para se co'memorar as j estas da Páscoa, pois. au-

\ -ante os jejuns da Quaresma, nao

permitido o consumo de ovos.

ao*, cgda rtsta

Irnfi

LtC. 3.516T4~3'92õ-0.N.3.A

TDOR ÜB OUVIDO/ INFLAMA-%ÃO& PÜPQACAD NO OUWDO ie RUR1SSED1NR

i V "SeUm preverbio oriental cüz:

P tem remédio, porque te queixas . J£

|se nao o tem, porque te queixas *

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

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VeNIA Lúcia {Porlo Alegre, R. G. do Sul) — Uma

pessoa que muito a considera, trará para a consulentemuitas contrariedades. Scus melhores dias serão as

terças, quintas e sábados. Em horas de refeições, noto

cpie irá ficar a par de importante assunto. Durante

unia reunião solene, seu nome será elogiado.

Procure ter muita cautela com os inflamaveis . Fará

uma viagem e obterá exito e fortuna no futuro.

Mykiam {50 anos, casadn, Petropolis)—Nada tem

a agradecer. Em suas cartas, noto evidentes signaisdes felicidade duradoura e exito no porvir. Uma mu-

dança feliz se dará em sua vida financeira. Vejo umaenfermidade passageira prendendo-a ao leito. Uma

mulher de côr partia envolverá seu nome numa intriga.

Breve lhe chegará às mãos, uma carta, trazendo alviça-reiras jioticias Terá vida longa.

LORIPASO [D. Federal) Pelas cartas en-

0l_____JU-_MJBfflil M '0

0Maneira de deitar as cartas, em cruzeta, na

ordem numérica em que estão dispostas.

víadas noto que conseguirá ver realizados algunsdos seus sonhos em futuro próximo. Um homem

de boas intenções o ajudará num empreendimento de-grande vulto. Aparece a seu lado, alguém interessado emsua ruína, o que, porem, não conseguirá, graças ás suasboas amizades. Vejo a realização de uma viagem hamuito projetada. Tpmemuito cuidado com os tóxicos,pois ha perigo neles.

Cí-YSE (casada, Belo Horizonte, Al. Gerais) — Emhoras de refeições será alvo de muitos elogios. Nototambem o recebimento de um presente , causando-ihegrande satisfação. Uma joven que aparenta ser sua amigaestá tentando trair sua confiança

Durante um passeio, perderá um objeto de valorestima tivo.. Uma carta chegará, contendo uma noticiaque ha muito era esperada.

Zandunga (24 anos, solteira, São Paulo) — A seulado aparece um jovem de bom coração, muito interessadoem lhe agradar. Em uma festa ouvirá comentários in-juriosps à sua pessoa e ficará muito decepcionada. Seusdias mais propícios serão os impares. Noto que é muitocuriosa e possue grande força de vontade. Seu futuro

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apresenta-se calmo e promissor com indícios de fortuna

e felicidade.isoi.: A Lara (São Luiz, /Uaraníião) Em pn-

íneiro plano, aparece uma desinteligência trazendo grau'-

Ses aborrecimentos.Uma jovem morena irá lhe dar grande prova de

amizade, num caso de intriga surgido.

^ A Fb^mbi Mmi Zan Bw dará • «*¦**• «m*jm2* f¥&9$£*\

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/(ví7z) Os valores dc suas cartas revelamsèverànça i>>r parte de um moco que ha muito lhededica afeição. Noto o recebimento de uma in

portancia ha muito esperada e chegada cmsiao oportuna. As cores azul celeste e branco, lheserão sempre mais propicias Nesta casa haveráuma con tra riedade, motivada pelo desapareci-mento de um objeto de valor. A caminhos va-

garosos vêm noticias alviçareiras.

Rèstrom [.wtteiro, Belém, Sao Paulo)seus melhores dias serfio as quintas e sabdos. Por intermédio de uma carta, virá a saber daresolução de importante negocio Um homem ciefarda importunará alguém de sua família Al-

guem o convidará para um trabalho rendo o, j

qual irá obter êxito. Noto pequena enfermidade causam!lhe infundados receios. No futuro logrará êxito em seuempreendimentos. Terá vida bem prolongada e veirosa .

Mona Lisa C2 anos, São Paulo).- Uma jovemde sua amizade ficará triste por que a consulente a vae

admoestar A caminhos vagarosos procede uma cartalhe trazendo boas noticias/ Uma pessoa de sua lannlja

será presa de ligeira enfermidade. As roupas1tonalidade clara lhe serão sempre mais propicias.^

1 etirtrirn num raso de amor. llAlffO d<lero de anormal surgira num caso•/.eiulo-lhe aborecimentps.

elátivamente longa e veiSua existência será iturosa.

Lyrinha {Rio dc Janeiro) — Um homem da

lei perderá uma questão em favor-de uni paren^te jeu. Após um ato religioso, sua^ vida P^sS,a-por sensível mudança para melhor. Nesta^casa

^^verá um dissabor motivado por um mal-en e ^do. Breve receberá um dinheiro que ;a era.)

^gado perdido. Seus dias mais propícios seniterças, quintas e domin-gos. Em horasde refeições re-ceherá muitobôàs noticias. $$pf»pr

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30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

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Olll^KM DA JABIIETEIRA• Instituída na Inglaterra em 1348.

por Eduardo Ul A ordem compreen-

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jVê^M*- número nãonobrcz* bnt.m.ca iVéssf numero nao

etão mchndo, o prinepe de Gah* e os

principes remar) tes

O Re, da Inglaterra e o tf rao-mesf re

da ordem

» ordem tem a efiA.e de São Jorfle

r sua divisa é "Honni soif qu/ ma/ y

pt- n •><•'

bi.»•*•*?. * r*-r*ij_¦_____. -.»_•••• * •_____!

HíÉíf-Lv-: *

^ o signo dolflérito• Cada condecoração traz a marca da his-tória. É a síntese das tradições e das vir-tudes de um povo. O prêmio máximo quese pode conferir ao mérito. Ostentar umacondecoração é possuir algo que distinguee enobrece.LONGINES é o símbolo da perfeição deuma arte duas vezes secular. O produtode 80 anos de contínuos aperfeiçoamentos.Verdadeira maravilha de equilíbrio e har-monia em cada movimento, cuja precisãoirrefutável foi oficialmente proclamadaem exposições internacionais.Usar LONGINES é apresentar publicamen-te as credenciais do mais requintado gostoe perfeito conhecimento de um alto pa-drão de qualidade!

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Possuir LONGINES é terpossuir um dos expoentesrelojoaria suiça!

o méritomáximos

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4&IU0O

ESTRATAGEMA

Praxiteles, insígne estatuário, amava extremosa-mente a Phriné. Dama mui formosa; e pedindo-lhe ciaera uma ocasião a obra que mais estimava entre todasas que tinha na sua oficina, lhe deu ele licença para queescolhesse o que quizesse; porém não lhe quiz dizer qualera a mais preciosa. Viu-se a Dama perplexa, sem saberqual elegeria., e dele rindo a escolha para outra ocasião,urn dia em que Praxiteles estava na praça vendendo algu-mas das suas imagens, subornou ela um seu criado, paraque lhe fosse dizer que lhe saltara o fogo na oficina equeimara muitas das estátuas, que nela tinha. Fe/.o criado assim, e Praxiteles ansiosamente lhe. perguntoulogo se se tinha queimado também o Satyro e o Cupido.Conheceu a Dama, com esta astúcia, quais eram as queele mais estimava, e escolheu o Cupido.

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PEQUENO FILOSOFO

Um célebre escritor francês, que tem um ülhi ih"òpequeno, estava-o fazendo ler, uni dia, a conhecida fá-bula do Leão e do Rato.

E o autor de grande número de romances afamadostentava explicar a seu filho o conceito da fábula:

Vês ? Esta fábula ensina-te que o foríe nunca devepreiudicar o fraco. . . O leão, poderoso, teve dó do rato .Deixou-o fugir!. . .

A criança, após um momento de reflexão, exclamou:Nao te parece, antes, paisinho que o leão o que

não gostava era de comer ratos?!. . .Lógica infantil, cheia de verdade humana:

Um novo Hércules? — Não; o cavalheiro do cü-che hãto «.stá, £ claro, sustentando o famosa Tom1

de Piz.i. Trata-se, naturalmente, de um truquefotográfico.

FOR M A LI SMO

Julio Cámbon, o ilustre diplomata francês, já fa-¦ ecido possuía o mais fino espírito, a par duma grandeexperiência humana. Falando, uma ve/, sobre o queele chamava "a religião do formalismo", disse:

Nao há criaturas mais ceremoniosas do que osselvagens. E acrescentou :

Sucedeu, um dia, um embaixador distraído ter-seesquecido das suas credenciais em casa. Entregou aorei uma folha de papel cuidadosamente dobrada, e a ce-remonia rião deixou, lá jx>r isso, dc s^r revés.ida damesma imjpQncncia. ..

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UMA TABERNA CF/LEBRE

O famoso dramaturgo inglês Shakespeare, autor doHamlel e do Otelò, que todo o mundo tem admirado eaplaudido, parece que era também um bebedor excelente

Havia em Londres uma taberna onde ele costumavadeliciar-se, a beber, com os amigos, mas o* terrível in-cêncüo de 1645, que devorou uma parte da capital m-glesa, destruiu essa casa de bebidas, que todo o mundoconhecia por este nome um pouco escandaloso:

— Taberna de Sliakespeare.

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30.° Ano — N.l — Junho 1946 89 RL>*2—2?

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POR ESTES COMPROMISSOS

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90 30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

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dum curioso aparelho, os especialistas que atuaram naFeira Internacional de Nova-York davam interessantesconselhos sobre a melhor maneira de empregar a navalhade barbear. Os dermatólogos informavam que a barbacresce em diversos sentidos, segun-do os indivíduos e, por conseguiu- - ~" üte, cada qual deve barbear-se demodo distinto.

Para estabelecer a direcçâo quetoma o crescimento da barba decerta pessoa, utiliz%-se um apare-lho que permite observar o rostoatravés duma lente de aumentar. Odermatólogo analisa a cutis e vê aprópria raiz do pêlo da barba, a pon-tando os resultados da análise emdesenhos que apresentam a cara dapessoa de frente e de perfil.

Os escultores do ^elo: Nos países de rigoroso inverno, sei

pre surgem artistas mais ou menos habilidosos, que realizam com o gelo alegorias interessantíssimas e, mesmo,constróem com essa matéria plástica fornecida pela natu-reza. No último número de EU SEI TUDO apresentámosdois belos exemplos dessa escultura no gelo e, agora, aqui

está uma igreja (cópia fiel, porém reduzida, é claro, da

capela da Universidade de Minnesota, Estados Unidosfeita inteiramente com blocos de gelo, aproveitando

o rigoroso inverno de' 1945.

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30.» Ano - N. 1 - Junho 1946 91

Um processo me-cânico de estacio-namento de au-

tomòveis— Segundo uma

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processo mecânico deestacionamento dc au-tomòveis, montado aentrada de uma casabombardeada dc Lon-dres. O invento é obrade dois engenheiros bri-tânicos, Sr. \V. WBaldwm e Sr. MarolaÂuger. Com esse siste-raa, o automobilista li-mita-se a deixar seuveículo em um espaçovasio do parque Depoisdisso não necessita maispreocupar-se com ele.Um dispositivo auto-má tico leva o carro aòseu local de estaciona-mento, onde ficará ^ àdisposição do dono. Es-te, quando volta, entre-ga seu cartão de ga-rantia ao encarregadodà guarda dos veícu-los, o qual indica pelotelefone o carro emquestão. O automóvelgira automaticamente,ficando colocado empo sição de sair sem to-car em qualquer dosdemais carros estacio-nados no interior doparque. Todos os mo-vimentos são executa-dos por meio de umsistema de transmissõese de secções móveis dopiso, que fazem parteintegrante do solo ondese acha a instalação. Ocarro é levado trans ver-salmente para o inte-rior da instalação evolta em direção opôs-ta à tomada no pri-meiro movimento.

Entre as grandesvantagens oferecidas|X)r esse sistema, figu-ra a rapidez, o que per-mi te -utilizar. 79 por . ,. rt„- 1 porcento do espaço de estacionamento d.spon el.Jo

outro lado, seu custo de construção |e tunc.onamenUé bastante ireduzido.

// água baptismal é benzida e .^^Velcí^l¦ ocasiões solenes: o Sábado Santo e a í tgdta dei ?$»£*£

E' misturada com os santos óleos, sendo usada exclusa

mente para o baptismo.

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^eimã foi levantando do solo entre «n^^e ,cerca de sete quilos por cada *

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de estrada que percorria. Quanto a poten ;

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Neblinas da. historia(continuação da pág. 49)

tado de NumaPómpilio. Po-rem tal não su-cede. Já disse-

mos o que fez no terreno civil e jurídico; acrescen-taremos, agora, que introduziu profundas alterações na

30.° Ano — N. 1 — Junho 1946

esfera religiosa, todas elas dc característica na-cional, isto é, sem intervenção alguma indica, nemgrega, como pretendem os que supõem que tudo— inclusive a A'rte — foi importado em Roma.

Numa Pómpilio impôs muitos ritos, porémaprendera-os ali mesmo, na própria Itália, naEtrúria e nao no exterior. Somente os deusesLares tinham possuído os Latinos ató entfio: Ves-ta e Palas ambas divindades Pelasgas; acresceutaram-se, depois, a elas Jano, o primeiro rei dofuturo Lácio e Marte, o Sabino; a estes, com otempo, somaram-se, sob a influência de Numamas não sem luta, as três grandes divindadesetruscas: Júpiter, Juno e Minerva. E já tivemosuma idéia de como o rei sabino lidava com o pt)-deíoso Jove, o temível lançador de raios; . .

Não c necessário dizer que, mais adiante, foiaumentando muito o número desses deuses, porémdesde logo podemos observar que são tidos emconceito completamente distinto do dos GregosC) romano, homem prático, não compreende aque-les seres abstratos, que lhe causam medo e nãodeseja vêr. Eis por que cobrem o rosto com asmãos, quando a eles se dirigem. Como n5o sabiamque forma aparentavam, abstinham-se de repre-sentá-los plàsticamcnte: Marte era uma espada;Júpiter uma pedra; ignoravam em absoluto a bis-bilhotice do Olimpo, os parentescos existentes en-tre eles e suas histórias.

A principal e única relação do romano comos deuses, que consideravam todo-poderosos, eratorná-los propícios aos seus interesses particulares" Aq homem a quem os deuses são favoráveis ¦

disse Plauto — fazem no ganhar dinheiro". Daí ashomenagens e as oferendas. Porém, se, em trocadisso, os deuses não lhe concediam o que desejasse,6 postulante logo sc considerava enganado.

Coube, portanto, a Numa, a honra de ter rea-liza do um grande ]>asso em favor da religião deseu povo, antes bastante rudimentar.

Fora disso natla resta, além das notícias re-colhidas por Tito Livio, apenas admirável por seuestilo e seu patriotismo, já que nao é poesivel con-siderá-lo fidedigno. Não aceitamos, entretanto, aexistência de Jano, tle Latino, de Enéas, de Ro-mulo nem de Numa Pómpilio; porém seria levarmuito longe o cej ticismo negar que todos eles re-presen tam tipos ideais, de cuja acção sucessiva

. vão sendo tlesenhadas as características do povoromano, constituído por diversidade de elementos:aborígenes, hiperbóreos, pelasgos e sabinos; gu?r~reiro e mercador com os filhos da Loba; religio-so, com Numa; no entanto, falta ainda outro éloe é Tarquinio, o Antigo, de existência não menosdiscutida que a dos anteriores.

Antes de Tarquinio Prisco, porém, tinham sidoreis Túlio Ostílio e Anco-Marcio. Representara oprimeiro a reacção guerreira contra o domínio sa-

cerdotal, pelo que morre, ferido pelo raio, isto é, pelainimizade dos sacerdotes de Júpiter. Quanto a AncoMareio, foram-lhe atribuídas cousas que jamais fez: aconstrução do porto de 0'stia, a publicação dos miste-rios da religião; a distribuição das terras do monte Aven-tino, tudo o que só ocorreu muito tempo depois. Mes-

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30.° Ano>- N. 1 —-

mt> assim, tais suposi-C5es indicam que algoteria feito no sentido de•onstruir c governar pa-

ra o bem do povo.Com Tarquinio co-

meça uma nova 6ra. Se-guhdo os aruspices ouaugures da Etr ria, estasó devia durar dez s6culos, e já haviam trans-corrido; no entanto, sea nacionalidade tinhachegado a seu termo, osKtruscos continuavamsubsistindo e por issomesmo Tarquinio, umle seus chefes, sucedeu

como rei de Roma aosantigos Latinos e Sabi-nos, graças ás a firma ti-vas dos agoureiros

Roma ia receber elegado daquela grandecivilização que floresce-ra nas margens do marTirreno, no que maistarde se chamou Tos-cana; se devia agrade-cer o admirável pro-sres90, realizado nas ar-tes e o aumento das ri-quezas, ocorria, em com-j>ensacao, que voltavaao poder o elemento teo-crático, com vivo des-gosto do patriciado.

Tarquinio comple-ta a obra iniciada porRomulo e Numa Pom-pilio; é o civilizador porexce ência... Constrói ar-quedutos, cloacas, o circo. . . Resolvido a con-verter Roma em "cabe-

ça tios povos vizinhose a unificar todos estes,vence os Sabinos, Lati-nos e Etruscos, que seopunham.

Era, pois, vim uniKcador, um precursorda unidade italiana,apelando para tanto pa-ra a força e'para a po-li tica, assim conseguin-do realizar uma confe-deração de dezessete ci-dades latinas, sob a he-gemonia de Roma.

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^mNão terminam com Tarquinio Prisco, isto é, o An-

tigo, os reis de Roma; porém o impulso estava dado pelosanteriores, fossem ou não fabulosos; trata-se, de facto,de tempos muito afastados, como aquele em que lar-

quinio, o Soberbo, morto por Junio Bruto, faleceu, era509 antes da Era Cristã e quando a monarquia foi subs-tituida pela Republica. Os que duvidam do que refe-rem os historiadores clássicos relativamente a tão re-motos tempos, imaginam que também Junio Bruto seja

personagem de ficção, sendo apenas a representaçãoda plebe, atiçada pelos patrícios contra as pretensõesabsorventes da realeza, por sua vez entregue ao ele-mento sacerdotal.

Seja como fôr, não julgamos perdido o tempo quegastámos dedicados a referir as obscuras origens da queseria a rainha do mundo, confirmando-se mais uma veznão diremos a lei, mas a observação histórica de que ospovos enérgicos são os que se impõem aos outros, pormais reduzida que seja sua extensão. Assim vemos o-Persas subjugar os Assírios, Egípcios e Medas; o rei-nozinho da Macedonia apoderar-se da Grécia e estendersuas conquistas até a índia; o povo das Sete Colinas do-minar todo o mundo conhecido na antigüidade, comoposteriormente vimos Aragao por o pé na Itália, o Pie-monte realizar a unidade italiana e a Prússia encabeçaro império da Alemanha.

Grandes cousas, grandes factos, porém nos quaisé indispensável que intervenha em primeiro lugar ofactor moral: religioso, patriótico, político, o que fôr,embora, principalmente, talvez, o primeiro. Por espíritoreligioso elevou-se Roma de um grupo de bandidos auma nação proselitista;por espírito religiosopode pretender, depois,não sem glória, a mo-narquia universal, ço-mo, ainda por espíritoreligioso, se propagouo Islam e, por espiri-to anti-religioso, se pro-pagou a Revolução.

lagos ou nos altos cimos dasmontanhas; orgias mescladascom ritos de um amor, degra-dante e verdadeiramente in-concebivcl.

Foi' fabricado/' uni voca-bulário indicador das liturgiassatânicas da mesma formaque sc tinham formado crentesda., revelações diabólicas.Aquelas almas iam mais lon-ge, acreditando no matrimô-nio^do^diabo com^scres hu-manos. As mulheres (frequen-temente surgem elas na lus-toria do Imundo como seresverdadeiramente desequilibra-dos) desempenhavam os prin-cipais papeis e sempre ajxire-ciam como as animadoras dcs-sas iniquidades.

Podemos hoje ter umaexacta visão daquele fenome-no, atravez das simples in-terpretaçoes psicológicas e neu-ro patológicas. Porém há trêsséculos não era tão fácil en-

contrar uma explicação para esses factos lamenta-veis, sendo eles interpretados segundo se apresentavamaos olhos do homem. Além do mais, era sumamente maceitável que a mulher contraísse nupeias com o diabo,

posto que é matéria peccans irmis malcável que o homem.Da mesma forma nao podemos negar que os factoresdas mais diversas naturezas intervieram na indiosin-crasia desses tempos, favorecendo os erros c precipitandoos homens na mais bestial interpretação das cousas.

0 "PEQUENO POLEGAR" DE CHICAGOlma criança, pesando somente 704 aramas (266 oh-

ças), tendo aproximadamente 10 po legadas de tamanhoc pequena o suficiente para caber na palma de uma dasmãos, parece estar lutando com êxito pela sida, numacâmara de oxigênio do Hospital de Morde Sinai Acriança, prematura, nasceu em Aí arco. em Chicano

sendo jilha da Sra. Boris Klkins, de 28 anos. Essa joi^a sua primeira filha. O pai, que tem 2ô anos de idade. í

farmacêutico. 0 Dr. Al. N. Wacker, que .fez o partocom sucesso, está empregando todos os meios de aue dispõea ciência para salvar a vida da criança, que, segundo dii,"nasceu

prematuramente, aos três meses. 0 que há detranho é que a-criança chorou, imediatamente^ após virluz, sem necessidade das clássicas palmadas". Disse omédico que a criança foi colocada numa câmara de oxigênio,e que está sendo alimentada com injeções sub-cutanea*Acrescenta o médico que se a criança obtiver melhoras con-diçÔcs de vida para o seu desenvolvimento orgânico, certa-mente sobreviverá, como qualquer outro ser normal

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A magia não morreu(Coni. da pag, 43)

Alguns factos se re-petiam frequentemen-te: a corrida das bru-xas, montadas sobrevassouras e que iamem busca de Satanás;os encontros mistério-sos na margem dos

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de oasa* correndo na direcção do gradil.

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No trem. o detetive recapitulou seu rápido inque-rito. O fato da janela do escritório possuir trincos e

nSo apresentar nenhum vidro quebrado, permitiu-lheestabelecer imediatamente a existência de um cúmpliceEste só poderia ser uma das tres mulheres. . . Qual delas lA filha do gerente de Lord Borrowby e não qualquerdas creadas por que o candelabro fora polido no diaanterior e apresentava a pequena mancha esverdeada. . .D'ai o fato de ter interrogado uma das creadas.

"Tem

noivo a senhorita Flower?" Sim. Era esta a primeiradas hipóteses a considerar. A creada respondeu nega-trramente: "Jamais teve sequer um namorado!" Wextonrecordou, então, que o Sr. Flower hesitara ao enumeraras pessoas que viviam em sua companhia. Ora, se a fdhaservira alimento à pessoa que penetrara na casa, signi-ficava que esta era intimamente relacionada com os Fio-wers. Era fácil, portanto, encontrar a nova perguntaque convinha: "O Sr. Flower não tem outros parentes?"e a creada respondeu: "Sim Um filho, que expulsoude casa, ha uns dois anos e ao qual sempre recusou re-ceber". A explicação do restante era coisa simples Ofilho de Flower penetrara no escritório, talvez sem quea irmã suspeitasse que intenções levava. Se a irmã,na manhã seguinte, quis ir ao seu encontro, era indíciode que não o ajudara a cometer o roubo. Do contrário,não lhe teria servido galinha e vinho, pois somente osladrões profissionais podem permitir-se a audácia decomer na própria casa onde roubam. E a prova de quenao te tratava de ladrões profissionais estava na fecha-dura quebrada.

Obtido o endereço do irmão, Wexton recuperoufacilmente o dinheiro. Antes dc entrar no escritório,com o dinheiro, teve uma curta conversa com a senho-rita Flower.

— Seu irmão está arrependido. Creio que nao émáu rapaz e que não reincidirá. Foi-me muito simpáticoNão sabia como demonstrar seu agradecimento o pro-meteu visitar-me em Londres. Vou cuidar de lho arran-jar um emprego. . .

Finalmente, entregou a carteira ao Sr. Flower e.cumprindo sua palavra, procurou uma desculpa paranada revelar. Quanto a carta prometida, não cumpririasua palavra. A verdade, porém, é que p facto principale que lhe facilitara a solução do mistério, fora a pequenamancha no candelabro de prata. John Wexton, ao vera mancha, recordou a conversa que ouvira na farmácia.Aquela mancha era, como o demonstrou o rápido examecom a lente, sulfato de prata. O pé do candelabro esti-vera em contacto, de um ou de outro modo, com umpreparado qualquer, contendo enxofre.

A relação deste facto com o diálogo mantido nafarmácia, entre o vendedor e a fregueza do rosto manchado pelo eezema nao se apresentava, desde logo, muitoclaro. Era absurdo supor que o candelabro tivesse estadoem contacto diretamente com a poção de enxofre, poiso remédio fora levado para o dormitório da jovem Flowerou para o banheiro. Talvez nem sequer tivesse ainda sidodesarrolhado. Wexton teria podido solicitar o frascoe comprovar. . . Mas essa comprovação não era neces-sária, porque John Wexton conhecia um pouco dc medi-cina. Era bastante, para explicar a existência daquelamancha de sulfato de prata, recordar as palavras ditaspela senhorita Flower, ao farmacêutico: "A

poção deenxofre. A mesma de ha uns quinze dias". t

E John Wexton não ignorava que os enfermos queingerem qualquer preparado a base de enxofre, eliminam,por transpiração, uma pequena parte dessa substância.Os objectos de prata tocados pelos enfermos e mesmoos que são de seu uso, como relógios, medalhas, moedas,etc. escurecem pela ação rápida do enxofre, que, com-

in > ]- com a prata, forma sulfito de prata.

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JUNHO— 1046

N. I

DO ANO XXX

SUMARIOO Boneco que acreditou na Gloria Hu-mana

Artigos especiais:

Os que sofrem por vontade .. JpO Museu da Loucura ;••.•••A Ilha do Diabo. Reformada, afinal, a}fO mais famosa colônia penal 35A* Magia não morreu $1Os Suplícios na China

Romances:1 ROs Huguenotes • ¦ •_ l y

Um crime na Familia Sackeville oi

Contos e [narrativas históricas:

O Barbeiro de Bagdad 69O Candelabro de Prata.... 44Os dramas do mar: — O Naufrágio dò

"Foederis Ar.a" ;>9

Hl£TOR'A :

O Rei Numa (714—671, antes de Cristo» 47Episódios da Vida de Garibaldi 9

Países e povos:

Os Masais. Um povo que bebe sangue. 50

A ClÊísXIA AO ALCANCE DE TODOS:

Nos Domínios da Gramática 68

Dicionário de Nomes Próprios 70

Curiosidades:

Nova Moda para as Casadas. 30Escultura na Neve «6Carne artificial .• 30A maioria dos pais deseja que seu pri-

meiro filho seja homem........ 34Ventilador de vidro para uso residencial 34O relógio que fala iTO "Pequeno Polegar" de Chicago 94Processo mecânico de estacionamento de

automóveis 91Novo imã para limpeza de estradas.,.. 91

Moda

As últimas luvas femininas 67

Como é fácil saber tudo:

Indicador da saúde • • • 3QPara conhecer o metal das enxadas e foices 50A energia atômica não influenciará as con-

dições atmosféricas 34Quando 6 benzida a agua baptismal... 91

Diversos:

Memento "Eu Sei Tudo" 71

Quobra-Ca becas ''Cartomancia °°

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ESTA REVISTA CONTA 100 PAGINAS

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O homem é comumente acusado de ingrato. Na marcha incessante e rápida em que se mantém,na sua ânsia de progresso, um dos detalhes que mais o preocupa é o da velocidade.

Quanto mais |veloz se locomover. . .E com esse pensamento fixo, essa vontade insaciável de ir cada vez mais depressa, chegou a records

que já são fantásticos, se os compararmos com a marcha dos trens a 60 quilômetros horários e quenossos avós consideravam vertiginosa e louca.

Se o'Homem tem, muitas vezes, dado as costas aos recursos, ás máquinas e aos confortos de ontem,esquecido dos benefícios que lhe proporcionaram para considerar apenas as novidades do presentee sonhar com as realizações do futuro, nao pode ser acusado de ingrato, relativamente ao velame dasembarcações.

Poderá amanhã — o que acontecerá com certeza — não mais recordar os favores prestados pelaslocomotivas a vapor, só tendo olhos para as máquinas elétricas, que reinarão, absolutas. . . Poremha uma eousa que o Homem—embora conhecendo recursos superiores—jamais esqueceu, nem qur/.relegar totalmente para o depósito das inutilidades.

A velaiNão apenas esportivamentè, em competições de arrojo, de conhecimentos técnicos e deTecursps

físicos potenciais, o homem ainda hoje manobra o imenso e alvo velame sobre as lagoas e baías tran-quilas.

Não apenas sobre a fragilidade e a modéstia das jangadas nordestinas , continua a dar mos-trás de sua coragem sem limites e do seu constante amor pelo pano que o vento enfuna. . .

Hoje, ainda, inúmeras são as companhias de navegação que empregam unicamente embarcaçõesmastreadas e movidas graças às velas amigas, dispostas num mesmo sentido e mesmissimas dimen-sões daquelas que levaram pelos mares desconhecidos, confiados tão somente no poderio do ventoe no uso dos panos, os primeiros homens que ousaram deixar a terra firme para sulcar os oceanos.

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