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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL Giovani Cirino Rocha ALINHAMENTO DE ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES Sorocaba/SP 2010

Projeto alinhamento das estratégias de operações

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UNIVERSIDADE DE SOROCABA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM

GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL

Giovani Cirino Rocha

ALINHAMENTO DE ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES

Sorocaba/SP

2010

2

Giovani Cirino Rocha

ALINHAMENTO DE ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES

Trabalho para o quinto

semestre apresentado como

exigência para Avaliação do

Componente Estratégia de

Produção da Universidade de

Sorocaba.

Orientador: Prof. Eng. Ms. Délvio Venanzi

Sorocaba/SP

2010

3

Sumário

1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 10

1.1. Objetivos .................................................................................................. 12

1.2. Justificativas ............................................................................................. 12

1.3. Questão Problema .................................................................................... 14

1.4. Metodologia ............................................................................................. 14

1.4.1. Fundamentação Teórica .............................................................................. 15

1.4.2. Limitações do Método ................................................................................ 18

2. ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES ............................................................... 19

2.1. Opções para estratégias de operações globais .......................................... 25

2.2. Estratégia internacional ............................................................................ 25

2.3. Estratégia multidoméstica ........................................................................ 25

2.4. Estratégia global ....................................................................................... 26

2.5. Estratégia transnacional ........................................................................... 26

2.6. Alinhamento Estratégico – Funcionamentos teóricos e principais conceitos

..................................................................................................................................... 27

3. VALOR AO CLIENTE ................................................................................. 30

3.1. Definições e Implicações Gerenciais em Marketing ................................ 30

3.1.1. O valor em marketing e as influências de diversas áreas ........................... 31

3.1.2. O valor para o cliente e suas implicações no gerenciamento de marketing 32

3.1.3. Empresa voltada para o Cliente .................................................................. 35

3.1.4. Empresa mais do que “Voltada para o Cliente” ......................................... 36

3.1.5. Valor ao Cliente: Construção de uma marca .............................................. 37

3.1.6. Sobre marca ................................................................................................ 37

3.1.7. Sobre diferenciação .................................................................................... 38

3.1.8. Empreendedores ......................................................................................... 38

4. PRIORIDADES COMPETITIVAS ............................................................... 39

4.1. Estratégias Empresariais e Prioridades Competitivas .............................. 40

4.2. Custos ....................................................................................................... 41

4.2.1. Principais Métodos de Custeio ................................................................... 42

4.2.2. Método de apuração dos custos .................................................................. 43

4.2.3. Outras classificações de custos ................................................................... 43

4.3. Qualidade ................................................................................................. 46

4.3.1. Indicadores estratégicos .............................................................................. 47

4

4.3.2. Gestão da qualidade total ............................................................................ 48

4.4. Confiabilidade e Velocidade de Entrega .................................................. 51

4.4.1. Distribuição ................................................................................................ 52

4.4.2. Tipos de Modais ......................................................................................... 54

4.5. Flexibilidade e Inovação .......................................................................... 58

4.6. Tecnologia Disruptiva .............................................................................. 63

4.6.1. História e uso do termo ............................................................................... 64

4.6.2. A Teoria ...................................................................................................... 65

4.7. Produção Limpa ....................................................................................... 66

4.7.1. A Produção limpa como vantagem competitiva ......................................... 67

4.7.2. Conceituando e Diferenciando a Produção Mais Limpa ............................ 68

4.7.3. Benefícios e barreiras para investir em produção mais limpa .................... 71

5. CRITÉRIOS GANHADORES E QUALIFICADORES DE PEDIDO ............. 72

5.1. Ganhadores de Produtos ou serviços........................................................ 73

5.2. Perdedores de serviços ............................................................................. 74

6. ÁREAS DE DECISÕES ESTRUTURAIS .................................................... 76

6.1. Capacidade ............................................................................................... 77

6.1.1. Integração vertical e fornecimento ............................................................. 78

6.1.2. Vantagens e desvantagens da integração vertical ....................................... 79

6.2. Instalações ................................................................................................ 82

6.2.1. Tamanho ..................................................................................................... 82

6.2.2. Localização ................................................................................................. 82

6.2.3. Especialização ............................................................................................ 84

6.2.4. Tipo de Layout ........................................................................................... 84

6.3. Arquitetura de produto: modular ou integral ........................................... 87

6.4. Informação e tecnologia de processo: Grau de automação ...................... 95

6.4.1. O AS/RS e o WIP ....................................................................................... 99

6.4.2. Elementos constituintes ............................................................................ 101

7. ÁREAS DE DECISÕES INFRA-ESTRUTURAIS ...................................... 103

7.1. Alocação de recursos e sistemas de orçamento de capital ..................... 103

7.1.1. 5 M’s ......................................................................................................... 107

7.1.2. Balanced Scorecard .................................................................................. 111

7.1.3. Objetivos do BSC ..................................................................................... 113

7.1.4. Componentes do BSC ............................................................................... 114

5

7.1.5. Orçamento de Capital ............................................................................... 115

7.2. Sistemas de Recursos Humanos ............................................................. 116

7.2.1. Teste de Seleção ....................................................................................... 118

7.2.2. Habilidades ............................................................................................... 120

7.2.3. Compensação ............................................................................................ 121

7.2.4. Segurança do Trabalho ............................................................................. 121

7.2.5. O Engenheiro, o Médico e a Saúde dos Trabalhadores ............................ 124

7.2.6. Legislação ................................................................................................. 125

7.2.7. Normas Regulamentadoras ....................................................................... 125

7.3. Medição e Sistemas de Recompensa...................................................... 127

7.3.1. Medições ................................................................................................... 128

7.3.2. Bônus ........................................................................................................ 133

7.3.3. Política de promoções ............................................................................... 137

7.4. Planejamento do Trabalho e Sistemas de Controle ................................ 137

7.4.1. Gestões da função compras ...................................................................... 138

7.4.2. Planos Agregado ....................................................................................... 140

7.4.3. Planejamento ............................................................................................ 141

7.4.4. Controle, Estoques e/ou Reservas de Tempo de Espera ........................... 142

7.4.5. Sistemas de Produção ............................................................................... 146

7.4.6. Rede de Suprimentos ................................................................................ 149

7.5. Sistemas de qualidade ............................................................................ 156

7.5.1. Prevenção de defeitos ............................................................................... 157

7.5.2. Monitoramento ......................................................................................... 160

7.5.3. Intervenção ............................................................................................... 163

7.5.4. Eliminação ................................................................................................ 165

7.5.5. Custos da Qualidade ................................................................................. 167

7.6. Sistemas de desenvolvimento de produtos e processos ......................... 171

7.6.1. O Processo de Desenvolvimento de Produtos .......................................... 171

7.6.2. Estratégias de Desenvolvimento de Produtos ........................................... 173

7.6.3. Concepção tradicional do processo de desenvolvimento de produtos ..... 175

7.6.5. Organização de Equipes de Projetos ........................................................ 178

7.7. Definição de Organização ...................................................................... 178

7.7.1. Cultura organizacional .............................................................................. 179

7.7.2. Divisão de Tarefas .................................................................................... 180

6

7.7.3. Divisão de Papéis ..................................................................................... 182

7.7.4. Sistema de Autoridade .............................................................................. 183

7.7.5. Relações de subordinação ......................................................................... 184

7.7.6. Sistema de Comunicação .......................................................................... 186

7.7.7. Sistema de Contribuição-Redistribuição .................................................. 187

8. ESTUDO DE CASO .................................................................................. 188

8.1. Empresa WWP ....................................................................................... 188

8.1.1. Atividade operacional ............................................................................... 189

8.1.2. Análise de Alinhamento Estratégico – Introdução ................................... 190

8.2. Avaliação do alinhamento na área de Produção .................................... 193

8.2.1. Confiabilidade X Qualidade Superior ...................................................... 193

8.2.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados .............................................. 194

8.2.3. Qualidade X Qualidade Superior .............................................................. 194

8.2.4. Qualidade X Produtos Personalizados ...................................................... 195

8.2.5. Conclusão ................................................................................................. 196

8.3. Avaliação do alinhamento na área de Marketing ................................... 196

8.3.1. Qualidade X Qualidade Superior .............................................................. 197

8.3.2. Qualidade X Produtos Atualizados Tecnologicamente ............................ 197

8.3.3. Confiabilidade X Qualidade Superior ...................................................... 198

8.3.4. Confiabilidade X Produtos Atualizados Tecnologicamente ..................... 198

8.3.5. Conclusão ................................................................................................. 199

8.4. Avaliação do alinhamento na área de Assistência Técnica .................... 200

8.4.1. Qualidade X Preço Baixo ......................................................................... 200

8.4.2. Qualidade X Pontualidade na entrega ...................................................... 201

8.4.3. Custo X Pontualidade na Entrega ............................................................. 201

8.4.4. Custo X Preço Baixo ................................................................................ 202

8.4.5. Conclusão ................................................................................................. 202

8.5. Avaliação do alinhamento na área de Qualidade ................................... 203

8.5.1. Qualidade X Preço Baixo ......................................................................... 203

8.5.2. Qualidade X Pontualidade na Entrega ...................................................... 204

8.5.3. Custo X Preço Baixo ................................................................................ 205

8.5.4. Custo X Pontualidade na Entrega ............................................................. 206

8.5.5. Conclusão ................................................................................................. 208

8.5.6. Resumo da Análise por Setor ................................................................... 209

7

8.6. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais e Infra- Estruturais

................................................................................................................................... 210

8.6.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Capacidade ............................... 211

8.6.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Capacidade ....................... 211

8.6.3. Qualidade X Qualidade Superior X Capacidade ...................................... 212

8.6.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Capacidade .............................. 212

8.6.5. Conclusão - Alinhamento ......................................................................... 213

8.7. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais e Infra- Estruturais

................................................................................................................................... 213

8.7.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Instalações ................................ 213

8.7.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Instalações ........................ 214

8.7.3. Qualidade X Qualidade Superior X Instalações ....................................... 214

8.7.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Instalações ............................... 215

8.7.5. Qualidade X Qualidade Superior X Instalações ....................................... 215

8.7.6. Conclusão ................................................................................................. 215

8.8. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais e Infra- Estruturais

................................................................................................................................... 216

8.8.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Arquitetura de Produto ............ 216

8.8.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Arquitetura de Produto..... 216

8.8.3. Qualidade x Qualidade Superior x Arquitetura de Produtos .................... 217

8.8.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Arquitetura de Produto ............ 217

8.8.5. Conclusão ................................................................................................. 217

8.9. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais e Infra- Estruturais

................................................................................................................................... 218

8.9.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Sistemas de RH ........................ 218

8.9.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Sistemas de RH ................ 218

8.9.3. Qualidade X Qualidade Superior X Sistemas de RH ............................... 219

8.9.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Sistemas de RH ....................... 219

8.9.5.Conclusão .................................................................................................. 220

8.10. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais e Infra- Estruturais

................................................................................................................................... 220

8.10.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Tecnologia de Processo ......... 220

8.10.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Tecnologia de Processo . 221

8.10.3. Qualidade X Qualidade Superior X Tecnologia de Processo ................. 221

8

8.10.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Tecnologia de Processo ......... 221

8.10.5 Conclusão ................................................................................................ 222

8.11. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais e Infra- Estruturais

................................................................................................................................... 222

8.11.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Alocação de Recursos ............ 222

8.11.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Alocação de Recursos .... 223

8.11.3. Qualidade X Qualidade Superior X Alocação de Recursos ................... 223

8.11.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Alocação de Recursos ........... 224

8.11.5. Conclusão ............................................................................................... 224

8.12. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais e Infra- Estruturais

................................................................................................................................... 224

8.12.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Planejamento e Controle de

Produção ......................................................................................................................... 225

8.12.2. Confiabilidade X Produtos personalizados X Planejamento e Controle de

Produção ......................................................................................................................... 225

8.12.3. Qualidade X Qualidade Superior X Planejamento e Controle de Produção

........................................................................................................................................ 226

8.12.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Planejamento e Controle de

Produção ......................................................................................................................... 226

8.12.5. Conclusão ............................................................................................... 227

8.13. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais e Infra- Estruturais

................................................................................................................................... 227

8.13.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Organização ........................... 227

8.13.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Organização ................... 228

8.13.3. Qualidade X Qualidade Superior X Organização .................................. 228

8.13.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Organização........................... 229

8.13.5. Conclusão ............................................................................................... 229

8.14. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais e Infra- Estruturais

................................................................................................................................... 229

8.14.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Sistemas de qualidade ............ 230

8.14.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Sistemas de qualidade .... 230

8.14.3. Qualidade X Qualidade Superior X Sistemas de Qualidade .................. 230

8.14.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Sistemas de qualidade ........... 231

8.14.5. Conclusão ............................................................................................... 231

9

8.15. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais e Infra- Estruturais

................................................................................................................................... 231

8.15.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Desenvolvimento de Produtos e

Processos ........................................................................................................................ 232

8.15.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Desenvolvimento de

Produtos e Processos ...................................................................................................... 232

8.15.3. Qualidade x Qualidade Superior X Desenvolvimento de Produtos e

Processos ........................................................................................................................ 233

8.15.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Desenvolvimento de Produtos e

Processos ........................................................................................................................ 233

8.15.5. Conclusão ............................................................................................... 234

8.15.6. Resumo da Análise por Área de Decisão ............................................... 234

8.16. Conclusão ............................................................................................. 236

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 238

APÊNDICE A – Questionário Respondido .................................................... 242

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 O processo de transformação .................................................................... 20

Figura 2 - Hierarquia das Estratégias ....................................................................... 22

Figura 3 - Gráfico "Estratégias X Posicionamentos relacionados ao custo e a

responsabilidade .................................................................................................................. 27

Figura 4 - O escopo integração vertical .................................................................... 81

Figura 5 - Armazém automático típico .................................................................... 100

Figura 6 - A Hierarquia das necessidades segundo Maslow ................................... 135

Figura 7 - Tabela – Visão Dos Funcionários Sobre Fatores Motivacionais ............. 136

Figura 8 - Redes industriais .................................................................................... 151

Figura 9 - Fatores críticos de sucesso nas parcerias entre empresas ................... 152

Figura 10 - Aspectos a serem considerados para gestão da cadeia de suprimentos

.......................................................................................................................................... 152

Figura 11 - Tipologia de estruturas de cooperação na cadeia de suprimentos ....... 153

Figura 12 - Dinâmica da Cadeia de Suprimento: escopo, função e instituições. ..... 155

Figura 13 - Níveis Organizacionais ......................................................................... 181

Figura 14 - Estratégia Competitiva e Estratégia de Produção ................................. 210

10

1. INTRODUÇÃO

Diante do aumento de complexibilidade do ambiente externo e da

necessidade crescente de absorverem conhecimento, as organizações cujas

estruturas, processos e tecnologias não estejam alinhados com os negócios não

terão como sobreviver por muito tempo no ambiente onde atuam (GANESH e

ZAVERI, 2001).

A incessante busca pela melhoria organizacional tem razão de ser. Em

resumo, essa é a maior solicitação que se apresenta aos gerentes das empresas e é

a própria sobrevivência da organização. O cotidiano das organizações está se

fundamentando no intenso comércio internacional, abertura de mercados

anteriormente restritos e na extrema agilização e troca de informações, fato este

relacionado à globalização das relações. O consumidor se torna cada vez mais

exigente, não só perante a qualidade intrínseca do produto ou serviço ofertado, mas,

também, com relação à participação da empresa fornecedora em questões

nacionais e internacionais que sejam relevantes para ele. Toda essa gama de

variáveis faz com que a empresa que deseja se manter de forma sustentada,

necessite postura flexível perante o mercado, seus competidores e seus acionistas,

assim como tenha um corpo gerencial apto a promover mudanças que resultem na

sobrevivência da organização.

Segundo Porter (1996), a essência da estratégia permanece em escolher

atividades a serem feitas de uma maneira diferente. O planejamento estratégico

pode ser definido como o processo de criação e implementação de decisões sobre o

futuro de uma organização. (KERZNER, 2002)

Outro conceito atualmente em uso é o gerenciamento de projetos. Hoje, é

necessária uma estratégia gerencial que utiliza as unidades operacionais para

conduzir o trabalho, checar a eficiência e manter informado o alto nível gerencial. A

metodologia de gerenciamento de projetos pode fazer tudo isto e é a maneira

escolhida por muitas empresas para gerenciar seus aspectos críticos dos negócios.

(CLELAND; IRELAND, 2000)

Conforme King (1978) e Dinsmore (1998), “... os projetos podem unificar as

estratégias e disseminá-las pelas áreas da corporação. Um gerenciamento de

11

projetos de sucesso requer o preenchimento da lacuna entre a visão da empresa e

seus projetos.”.

Os modelos e as configurações de estruturas organizacionais devem ser

analisados pensando-se nas configurações gerais e de manufatura da estratégia de

uma organização e sua posição na matriz volume-variedade. (PORTER, 1979;

SLACK, 1996).

As empresas devem procurar se organizar de uma melhor maneira para

gerenciar seus projetos, fazendo o alinhamento entre as características temporais

dos mesmos e decidindo como elas irão se estruturar para executá-los. A seleção da

correta estrutura pelas empresas será estratégica no sucesso dos projetos

gerenciados por elas. Quando estes projetos são gerenciados por grandes

empresas, o risco dos mesmos não se tornarem um sucesso devido a uma

deficiente estrutura organizacional, é muito alto e o impacto financeiro também,

sendo proporcional ao tamanho do projeto.

Segundo Hayes et all. (2004), as abordagens para se buscar vantagens

competitivas podem ser preço, qualidade, confiabilidade e flexibilidade. De acordo

com esses autores, as prioridades de uma organização de produção devem refletir

às vantagens competitivas buscadas pelas estratégias de negócio da organização.

Isso pode ser dado pelo ajuste das decisões estruturais e infraestruturais de

produção. O foco também deve ser dado em relação às estruturas e infraestrutura

de produção, ou seja, estas devem ser específicas para cada missão a que o

negócio se propõe a cumprir. Corrêa e Corrêa (2005) entendem que os objetivos de

desempenho ou prioridades competitivas são cinco acrescentando a confiabilidade

aos quatro objetivos citados por Hayes et al. (2004).

Citado por Pires (2005), as prioridades competitivas formam o conjunto

consistente de prioridades que a indústria terá para competir no mercado. Em geral

essas prioridades são: custo, qualidade, desempenho de entrega e flexibilidade.

Segundo ele, elaborar uma estratégia de manufatura é estudar os seus dois

elementos-chave: prioridades competitivas e decisões (estruturais e infraestruturas).

Conforme Prahalad e Hamel (1997), as raízes da vantagem competitiva

podem ser encontradas nas competências centrais da empresa, que permitem que a

empresa se diversifique em novos mercados, por meio da reaplicação e

reconfiguração daquilo que faz de melhor. As competências essenciais também

podem ser definidas como a capacidade de harmonização de múltiplas tecnologias,

12

a posse de um profundo conhecimento sobre o cliente, a intuição mercadológica e a

capacidade de gerenciar o conjunto de forma a se obter sinergias.

Segundo Corrêa e Corrêa (2005), a estratégia de operações tem por objetivo

garantir o alinhamento dos processos de produção e entrega de valor ao cliente com

a intenção estratégica da empresa quanto aos resultados financeiros esperados e

aos mercados a que pretender servir e adaptados ao ambiente em que se insere.

Este trabalho busca responder, por meio de um estudo de caso único, se as

decisões estruturais tomadas pelos gestores das áreas de produção, qualidade,

engenharia de produto, marketing e assistência técnica, objetos do estudo, estão

alinhadas com as prioridades competitivas estabelecidas de acordo com seus

segmentos de atuação. Contribuindo para a literatura de estratégia de operações no

que diz respeito às operações estratégicas da empresa Wobben Wind Power Ind. e

Com. Ltda.

1.1. Objetivos

O objetivo deste trabalho é analisar o alinhamento estratégico das operações

na empresa Wobben Wind Power Ind. e Com. Ltda, com a finalidade de

compreender os processos, operações e atividades que pretendem maximizar os

resultados de maneira sustentável.

Verificar como a organização se propõe a dirigir e desenvolver todos os

recursos investidos nas operações para atender sua prioridade competitiva, dar valor

ao cliente e analisar se os resultados obtidos estão alinhados com sua estratégia

corporativa.

1.2. Justificativas

O mundo moderno tem exigido das empresas uma força competitiva que deve

se moldar aos diferentes segmentos de mercado e tipos de organizações. Vários

são os exemplos de empresas que posicionam as suas operações no centro da

estratégia competitiva, qualificando-as como uma força capaz de levá-las a modificar

em seu favor, a estrutura de mercado em que competem. Assim, tomando-se por

13

base que competitividade empresarial está diretamente associada à capacidade da

organização de entender e atender as expectativas dos clientes, e que isto pode ser

conseguido, em especial, pelo setor de operações, por meio da produtividade e da

qualidade e por meio de sua eficiência interna e externa. As estratégias operacionais

podem contribuir para conduzir as empresas à liderança de mercado ou funcionar

como uma barreira contra a ameaça de novos entrantes.

As Estratégias de Operações procuram definir métodos de análise e gestão

que procurem garantir que a gestão dos recursos produtivos das organizações de

manufatura efetivamente dê sua máxima contribuição para a competitividade da

organização. Isso implica que as decisões internas, sobre recursos operacionais,

sejam sempre influenciadas pelas formas como a empresa pretende competir no

futuro.

A inclusão da consideração de aspectos internos, como o cliente, o ambiente

e a concorrência nas definições da arquitetura e gestão das fábricas, malhas

logísticas e centros de atendimento de clientes passa a ser absolutamente

essencial. A ênfase, portanto, amplia-se, da gestão de produção tradicional, que era

introvertida (olhava predominantemente para dentro dos seus próprios limites), para

uma perspectiva que além de olhar para dentro, olha paralelamente para fora dos

limites das operações: interfaces com outras funções, como a engenharia, os

suprimentos, a distribuição, entre outros.

Procura integrar a função de produção e entrega de produtos e serviços,

através de ferramentas como: o Desenvolvimento e Implantação de Estratégias de

Manufatura e Serviços, Gestão de Redes de Suprimentos, Gestão da Qualidade e

Produtividade de Operações e Gestão de Capacidade e da Demanda de Operações.

As divisões de negócios Wobben Wind Power AERO, Wobben Wind Power

Geradores e Wobben Wind Power Torres, fazem uma organização orientada para o

cliente, oferecendo uma vasta gama de produtos e serviços de ótima solução para

atender suas necessidades.

O sucesso do grupo depende do sucesso de seus clientes, que busca a

excelência com as tecnologias e serviços, a fim de criar valor para ambos.

Seus colaboradores estão envolvidos no processo decisório, com base em

seus conhecimentos e experiência.

14

Com forte orientação para as necessidades do consumidor em todo o mundo

a diversificação de produtos é o objetivo lógico do desenvolvimento da empresa para

garantir seu futuro.

1.3. Questão Problema

Verificação do alinhamento estratégico da empresa se existe consonância

entre a estratégia corporativa, operacional e valor ao cliente.

1.4. Metodologia

A metodologia deste presente trabalho está baseada em pesquisa

bibliográfica, sites, artigos publicados e também através de um questionário a ser

utilizado na pesquisa de campo respondida pelo responsável da área da empresa

em questão.

O estudo de caso é um dos vários modos de realizar uma pesquisa sólida.

Estudos de casos podem ser classificados de várias maneiras: explicativos,

cognitivos, expositivos.

O método do Estudo de Caso que usaremos na composição de nosso

trabalho é considerado um tipo de análise qualitativa (GOODE, 1969) e tem sido

considerado, de acordo com YIN (1989, p. 10): "o irmão mais fraco dos métodos das

Ciências Sociais" e pesquisas feitas através deste método têm sido consideradas

desviadas de suas disciplinas, talvez porque as investigações que o utilizam

possuem precisão, objetividade e rigor insuficientes. De acordo com BONOMA,

1985, o método do Estudo de Caso tem sido visto mais como um recurso

pedagógico ou como uma maneira para se gerar 'insights' exploratórios, do que um

método de pesquisa propriamente dito e isto tem ajudado a mantê-lo nesta

condição. Mas, apesar das fraquezas e limitações apontadas, o Estudo de Caso tem

tido um uso extensivo na pesquisa social, seja nas disciplinas tradicionais, como a

Psicologia, seja nas disciplinas que possuem uma forte orientação para a prática

como a Administração, além de ser usado para a elaboração de teses e

dissertações nestas disciplinas. Mas, se o método é assim considerado, porque isto

15

ocorre? Uma das possíveis causas para isto, segundo YIN (1989) está no fato de

que a afirmação de que este método é o irmão mais fraco dos métodos, pode estar

errada uma vez que, por ser utilizado como um método pedagógico, seu projeto,

suas limitações e fraquezas não sejam bem conhecidas enquanto método de

pesquisa.

O Método do Estudo de Caso é um método das Ciências Sociais e, como

outras estratégias, tem as suas vantagens e desvantagens que devem ser

analisadas às claras do tipo de problema e questões a serem respondidas, do

controle possível ao investigador sobre o real evento comportamental e o foco na

atualidade, em contraste com o caráter do método histórico. Um ponto comum entre

vários autores, conforme Goode (1969); Yin (1989); Bonoma (1985) é a

recomendação de grande cuidado ao se planejar a execução do estudo de caso

para se fazer frente às críticas tradicionais que são feitas ao método. É objetivo

deste trabalho, apresentar o método do estudo de caso como uma estratégia de

pesquisa, analisando as suas vantagens e desvantagens.

1.4.1. Fundamentação Teórica

O Estudo de Caso é um dos tipos de pesquisa qualitativa que vem

conquistando crescente aceitação na área da educação. É uma categoria de

pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente. Pode ser

caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida, como uma

organização, um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou

uma unidade social. Visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”, evidenciando

a sua unidade e identidade própria. É uma investigação que se assume como

particularística, debruçando-se sobre uma situação específica, procurando descobrir

o que há nela de mais essencial e característico.

Comprova-se como um tipo de pesquisa que tem sempre um forte cunho

descritivo. “O pesquisador não pretende intervir sobre a situação, mas dá-la a

conhecer tal como ela lhe surge.” Pode utilizar vários instrumentos e estratégias,

entretanto, um estudo de caso não precisa ser meramente descritivo. “Pode ter um

profundo alcance analítico, pode interrogar a situação, pode confrontar a situação

com outras já conhecidas e com as teorias existentes, pode ajudar a gerar novas

16

teorias e novas questões para futura investigação. As características ou princípios

associados ao estudo de caso se superpõem às características gerais da pesquisa

qualitativa.”

Enfatizam-se as seguintes características:

Os estudos de caso objetivam a descoberta: o investigador se manterá atento

a novos elementos que poderão surgir, buscando novas respostas e novas

indagações no desenvolvimento do seu trabalho.

Os estudos de caso ressaltam a interpretação contextual: para melhor

compreender a manifestação geral de um problema, devendo relacionar as ações,

os comportamentos e as interações das pessoas envolvidas com a problemática da

situação a que estão ligadas.

Os estudos de caso têm como objetivo retratar a realidade de forma completa

e profunda: o pesquisador enfatiza a complexidade da situação procurando revelar a

multiplicidade de fatos que a envolvem e a determinam.

Os estudos de caso usam várias fontes de informação: o pesquisador utiliza-

se de uma variedade de dados, coletados em momentos diferentes, em diferentes

situações e com tipos variados de informações.

Os estudos de caso tentam representar os diferentes pontos de vista

presentes em uma situação social: a realidade pode ser vista sob diferentes

perspectivas, não havendo uma única que seja a verdadeira. Assim, o pesquisador

vai procurar trazer essas diferentes visões e opiniões a respeito da situação em

questão e colocar também a sua posição.

Os relatos do estudo de caso utilizam uma linguagem e uma forma mais

acessível do que os outros relatórios de pesquisa, ou seja, os resultados de um

estudo de caso podem ser conhecidos por diversas maneiras: a escrita, a

comunicação oral, registros em vídeo, fotografias, desenhos, slides, discussões etc.

Os relatos escritos apresentam, em geral, um estilo informal, narrativo, ilustrado por

figuras de linguagem, citações, exemplos e descrições.

Como trabalhos de investigação, os estudos de caso podem ser

essencialmente exploratórios, dado que busca “... proporcionar maior familiaridade

com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito.” (GIL, 1991).

17

Podem ser fundamentalmente descritivos, tendo como objetivo principal

descrever como é o caso em estudo. E podem ser analíticos, procurando

potencializa o problema do seu objeto, construir ou desenvolver nova teoria ou

confrontá-la com a teoria já existente. Um estudo descritivo pode ser necessário

para preparar um programa de intervenção. Mas são os estudos de cunho mais

analítico, que podem proporcionar avanço mais significativo do conhecimento.

Os estudos de caso podem e devem ter uma orientação teórica bem

fundamentada, que sirva de suporte à formulação das respectivas questões e

instrumentos de colhimento de dados e guia na análise dos resultados. Necessita-se

da teoria para orientar a investigação. O estudo de caso permite responder a

questões como: Que coisas devem-se observar? Que dados colher? Que perguntas

fazer? Que tipos de categorias podem-se construir?

Os críticos do Estudo de Caso têm como argumentos: falta de rigor; influência

do investigador; fornecimento de pouca base para generalizações; são muito

extensos e demandam muito tempo para serem concluídos.

No entanto, surgem como respostas às críticas:

As maneiras de evidenciar a validade e a confiabilidade do estudo. A validade

tem relação com a precisão dos resultados e diz respeito ao modelo geral de estudo,

exigindo a fundamentação dos conceitos essenciais, definição dos dados a colher,

processos e instrumentos utilizados para o colhimento de tais dados, organização,

análise e interpretação dos dados. A confiabilidade refere-se à questão de saber se

as operações do estudo (colhimento e análise dos dados) poderiam ser repetidas,

com resultados semelhantes e diz, essencialmente, respeito aos instrumentos

usados e à forma como são analisados;

O que se procura generalizar são proposições teóricas e não sobre

populações. Nesse sentido os estudos de casos múltiplos e/ou as replicações de um

estudo de caso com outras podem indicar o grau de generalização de proposições.

18

1.4.2. Limitações do Método

Sobre a metodologia de estudo de caso único, conforme mencionado

anteriormente, uma das principais limitações é que não poderão ser realizadas

generalizações estatísticas dos resultados encontrados, apenas generalizações

analíticas.

Além desta limitação, temos ainda as seguintes dificuldades com relação ao

levantamento e processamento dos dados:

• Existe a limitação da seleção de entrevistados que, dada à impossibilidade

de se entrevistar todos os envolvidos no processo, serão selecionados de forma

conveniente;

• A maior parte da análise da pesquisa depende da qualidade das entrevistas

e da sinceridade e imparcialidade dos respondentes. Tentou-se evitar ao máximo a

indução destas respostas, sabendo do risco envolvido neste processo;

• A ligação do pesquisador com a empresa em análise, bem como com os

respondentes, pode ter inibido os mesmos de apresentarem todos os fatores

relevantes, mas será assumido que os principais foram descritos;

• Dada à necessidade de limitar o período da análise e considerando que o

estudo não se propõe a analisar o caso sob a perspectiva histórica, alguma

mudança relevante pode não ter sido analisada;

• Alguns aspectos relevantes não foram considerados por saírem do escopo

deste trabalho. Não foram considerados, por exemplo, o desenho e efetividade dos

processos da organização, a sua estrutura de custos (esta será abordada apenas

indiretamente), nem a força e histórico de suas marcas, todos os fatores que

impactam o desempenho de uma organização;

• Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, não existe um processo fechado

de sistematização, podendo impactar na interpretação dos resultados;

• Segundo YIN (1996), última limitação, oriunda da metodologia de um estudo

de caso único, que seria a vulnerabilidade 32 potencial deste tipo de pesquisa

acabar não sendo o caso que se imaginava que fosse de início, não tendo as

características que se julgam necessárias para que ele seja suficiente por si só.

19

2. ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES

Estratégia de Operações é uma área relativamente recente dentro do estudo

de gestão de produção e operações. É um padrão global de decisões e ações que

posicionam a organização em seu ambiente e têm o objetivo de fazê-la atingir seus

objetivos de longo prazo.

Antes de tratar em específico à estratégia de operações, torna-se pertinente

conceituar, primeiramente, a gestão de operações.

Segundo Corrêa e Corrêa (2005), a gestão de operações ocupa-se da

atividade de gerenciamento estratégico dos recursos escassos (humanos,

tecnológicos, informacionais e outros), de sua interação e dos processos que

produzem e entregam bens e serviços, visando atender a necessidades e/ ou

desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes. Além disso, deve também

compatibilizar este objetivo com as necessidades de eficiência no uso dos recursos

que os objetivos estratégicos da organização requerem.

Conforme Chase, Jacobs e Aquiliano (2004), a gestão de operações é

definida como o projeto, operação e melhoria dos sistemas que produzem e

fornecem produtos e serviços das empresas. Esses mesmos autores ainda afirmam

a importância de se diferenciar pesquisa em operações e ciência do gerenciamento

de operações, bem como, engenharia industrial. Essas se referem à aplicação de

métodos quantitativos que vão auxiliar na gestão de operações. Segundo Slack et al.

(1999), entende que qualquer operação produz bens e serviços, ou um misto dos

dois, e faz isso por um processo de transformação.

Por transformação esses mesmos autores referem-se ao uso dos recursos

para mudar o estado ou condição de algo para produzir bens e serviços. A Figura 1

apresenta o modelo do processo de transformação proposto por esses autores.

20

Figura 1 O processo de transformação

Fonte: A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. Rio

de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008. A Estratégia de Operações nos

Operadores Logísticos. Disponível

em:<www.abepro.org.br/.../enegep2008_TN_STO_075_531_11634.pdf>. Acesso em: 04/09/2010.

Estratégia em empresas é um arranjo de fatores e de ambientes na busca da

eficácia e da eficiência, as estratégias de produção ou de manufatura se configuram

como definições determinantes para o sucesso de qualquer negócio. Nesse arranjo

dos fatores produtivos, os indicadores de desempenho, principalmente no setor de

manufatura, se constituem, não por suas importâncias conceituais largamente

discutidas pela literatura, mais pelos efeitos imediatos de seus usos, como

ferramentas poderosas na formulação de estratégias e por consequência para o

sucesso do negócio.

Segundo Hayes et al. (2004), entendem que a estratégia é o estabelecimento

de objetivos, definição das direções e desenvolvimento e implementação de planos,

com a meta de alcance ascendente sobre os adversários.

Citado por Porter (1998), a estratégia corporativa é o plano global de uma

empresa, diversificada em unidades de negócio e com dois níveis de estratégia: a

estratégia de unidade de negócios ou estratégia competitiva e a estratégia

corporativa ou estratégia global do grupo empresarial. Segundo esse mesmo autor é

a estratégia competitiva que faz com que o conjunto represente mais do que a soma

21

das suas unidades de negócios, sendo ela a procura por uma posição competitiva

favorável de um negócio dentro de um ambiente de competição, almejando

lucratividade e sustentabilidade, agindo contra as forças presentes neste ambiente.

As origens da estratégia de operações vêm das ideias conforme Skinner

(1969) que argumentava baseado nas empresas americanas, os seguintes

aspectos:

As operações envolveriam, numa grande quantidade de situações, a maioria

do investimento em capital das organizações;

A maioria das decisões, em operações, inclui, normalmente, recursos físicos

que têm, por natureza, inércia decisória;

As decisões de operações, uma vez tomando efeito, são normalmente difíceis

e caras de ser revertidas, permanecendo a exercer influência por um período que

pode chegar a décadas;

As opções estratégicas adotadas, quando se decide por determinada

alternativa impactam diretamente as formas com que a empresa vai ser capaz de

competir nos mercados no futuro.

Portanto uma função que tenha as características listadas acima precisa de

gestão estratégica, não podendo se restringir às visões de curto prazo,

introspectivas e reativas.

Conforme Corrêa e Corrêa (2005), a estratégia de operações tem por objetivo

garantir o alinhamento dos processos de produção e entrega de valor ao cliente com

a intenção estratégica da empresa quanto aos resultados financeiros esperados e

aos mercados a que pretender servir e adaptados ao ambiente em que se insere.

Dentro de uma organização uma estratégia está divida em níveis, sendo que em

cada um deles ela possui um determinado escopo. Da mesma forma que segundo

Hayes e Wheelwright (1984), Slack et al. (1999) a estratégia dividida em três níveis

hierárquicos como está ilustrado na Figura 2 - Hierarquia de estratégias.

22

Figura 2 - Hierarquia das Estratégias

Fonte: A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008. A Estratégia de Operações nos Operadores Logísticos. Disponível em: <www.abepro.org.br/.../enegep2008_TN_STO_075_531_11634.pdf>. Acesso em: 04/09/2010.

De acordo com Slack et al. (1999), se a organização é uma corporação de

porte e diversificada, sua estratégia corporativa a posicionará em seu ambiente

global, econômico, político e social e consistirá em decisões sobre quais tipos de

negócio o grupo quer conduzir, em quais partes do mundo deseja operar, quais

negócios adquirirem e quais desfazerem-se, como alocar seu dinheiro em vários

negócios e assim por diante.

Cada unidade de negócio da corporação precisará elaborar sua própria

estratégia de negócios, que estabelece sua missão e objetivos individuais, bem

como definir como pretende competir em seus mercados.

Analogamente, dentro do negócio cada função precisará considerar qual seu

papel em termos de contribuição para os objetivos estratégicos e/ ou competitivos do

negócio. Todos os setores, produção, marketing, finanças, pesquisa e

desenvolvimento e outros, precisarão traduzir os objetivos do negócio em termos

que têm sentido para eles e precisam determinar a melhor forma de organizar seus

recursos para apoiá-los. Em outras palavras, cada função do negócio precisa de

uma estratégia funcional que conduz suas ações no âmbito do negócio.

Decisões Estratégicas geralmente significam decisões que:

Têm efeito abrangente na organização à qual a estratégia se refere;

23

Definem a posição da organização relativamente a seu ambiente.

Aproximam a organização de seus objetivos de longo prazo.

Visa predominantemente integrar a função de produção e entrega de produtos

e serviços aos processos de definição estratégica da organização.

Dentro desta perspectiva, tornam-se mais competitivas através de trabalhos

nas seguintes áreas:

Desenvolvimento e Implantação de Estratégias de Manufatura e Serviços;

Desdobramento Operacional do Plano Estratégico;

Redesenho de Processos Operacionais;

Arquitetura de Operações de Manufatura e Serviços;

Gestão de Redes de Suprimentos;

Gestão Estratégica da Qualidade e Produtividade de Operações;

Gestão Estratégica de Capacidade e da Demanda de Operações.

Em relação à estratégia de operações, segundo Slack e Lewis (2004) a

definem como sendo o desenvolvimento em longo prazo dos processos e recursos

de operações que podem oferecer a sustentabilidade da vantagem competitiva. A

vantagem competitiva é o que sustenta o desempenho em termos de lucratividade

de uma empresa atuando num determinado mercado competitivo (PORTER, 1998).

Para Reid e Sanders (2005, p.16) “a estratégia de operações especifica as

políticas e planos para a utilização de recursos da organização para apoiar sua

estratégia competitiva a longo prazo”.

Segundo Hayes et al. (2004), as abordagens para se buscar vantagem

competitiva podem ser preço, qualidade, confiabilidade e flexibilidade. De acordo

com esses autores, as prioridades de uma organização de produção devem refletir

às vantagens competitivas buscadas pelas estratégias de negócio da organização.

Isso pode ser dado pelo ajuste das decisões estruturais e infraestruturas de

produção. O foco também deve ser dado em relação às estruturas e infraestrutura

de produção, ou seja, estas devem ser específicas para cada missão a que o

negócio se propõe a cumprir. Corrêa e Corrêa (2005) entendem que os objetivos de

desempenho ou prioridades competitivas são cinco acrescentando a confiabilidade

aos quatro objetivos citados por Hayes et al. (2004).

24

De acordo com Pires (1995), elaborar uma estratégia de manufatura é estudar

os seus dois elementos-chave: prioridades competitivas e decisões (estruturais e

infraestruturas).

Segundo Pires (2005), as prioridades competitivas formam o conjunto

consistente de prioridades que a indústria terá para competir no mercado. Em geral

essas prioridades são: custo, qualidade desempenho de entrega e flexibilidade.

Conforme Slack et al. (1999), as áreas de estratégia estrutural de uma

operação são as que influenciam principalmente as atividades de projeto, enquanto

as áreas de estratégia infra estrutural são as que influenciam as atividades de

planejamento, controle e melhoria.

Para esses mesmos autores as áreas de decisões estratégicas estruturais e

infraestruturas se dividem em:

Estruturais: Desenvolvimento de novos produtos e processos, integração

vertical, instalações e tecnologia.

Infra estruturais: Organização e mão-de-obra, ajuste de capacidade,

desenvolvimento de fornecedor, estoque, sistemas de planejamento e controle,

melhoria e recuperação e prevenção das falhas.

Citado por Slack e Lewis (2004), a estratégia de operações deve ser vista sob

duas perspectivas: conteúdo da estratégia de operações e processo da estratégia de

operações. No primeiro caso, a abordagem é feita por meio de uma matriz que

contém os objetivos de desempenho, as áreas de decisão e os recursos utilizados,

buscando gerar competitividade de mercado. No segundo caso, o processo da

estratégia de operações deve envolver o alinhamento, a sustentabilidade e a análise

de risco da estratégia.

Verifica-se, portanto, que a estratégia de operações, que pode ser vista sob a ótica

de seu conteúdo e de seu processo, irá auxiliar a empresa a se manter na posição

do mercado estabelecida pela estratégia de negócios da organização, por meio da

obtenção de vantagens competitivas adquiridas pelas prioridades competitivas como

custo, flexibilidade, qualidade, velocidade e confiabilidade, as quais deverão estar

ajustadas com as decisões estruturais e infraestruturas da empresa.

25

2.1. Opções para estratégias de operações globais

No mercado competitivo e globalizado em que muitas empresas competem, é

preciso levar em consideração a dimensão internacional que os negócios e as

estratégias têm tomado. Estas empresas, chamadas de organizações multinacionais

(em contraste com as empresas locais, nacionais ou domésticas), têm seu mercado

e seu fornecimento em escala global: compram matérias-primas, fabricam e vendem

produtos e serviços em diversos países.

A maneira como os gestores destas empresas abordam as oportunidades

globais define a estratégia que elas utilizarão para comprar, produzir e vender nesta

escala mundial. Enquanto algumas zelam por sua exclusividade e o apelo que a

marca produz, outras visam alcançar o maior número possível de consumidores com

custos cada vez mais baixos.

Estas estratégias podem ser classificadas em quatro grupos: internacional,

multidoméstica, global e transnacional. Vejamos algumas características de cada

uma destas alternativas.

2.2. Estratégia internacional

Caracteriza-se por sua pequena preocupação com as necessidades imediatas

de um cliente específico (local). A marca é muito importante, e a fabricação não é

descentralizada. Normalmente se trabalha apenas com importação/exportação do

produto final, e em algumas ocasiões usa-se o licenciamento de um produto

existente. A redução de custo do produto não é uma das principais preocupações da

empresa que utiliza esta estratégia. Servem como exemplos produtos com alto apelo

emocional pela marca, como as motos Harley Davidson e os carros Ferrari.

2.3. Estratégia multidoméstica

Esta estratégia é definida por sua grande agilidade na resposta das

necessidades do cliente local e alguma diferenciação. Utiliza o modelo que fez

sucesso localmente em escala global, através de franquias, subsidiárias ou joint

26

ventures – associação de empresas para explorar um determinado negócio, sem

que nenhuma das duas empresas se descaracterize. Exemplos de joint ventures são

a Benq Siemens e a Sony Ericsson. Com relação ao custo, a estratégia

multidoméstica não visa sua redução imediata. Exemplos de empresas que utilizam

esta estratégia: Heinz, McDonald‟s, The Body Shop e Hard Rock Cafe.

2.4. Estratégia global

Empresas que utilizam a estratégia global têm seus produtos altamente

padronizados e utilizam um sistema produtivo que explora economias de escala.

Normalmente são empresas que aprenderam a aproveitar os conhecimentos de

diferentes culturas e métodos. Seus produtos, por serem padronizados, não

atendem requisitos locais nem oferecem grande distinção entre os diferentes

mercados onde atuam. Por outro lado, como reflexo do mesmo sistema produtivo

que busca eficiência, as preocupações com redução de custos são constantes.

Exemplos de organizações que atuam desta forma são a Texas Instruments ou a

Otis Elevator.

2.5. Estratégia transnacional

Finalmente, na estratégia transnacional, as empresas atuam localmente, com

rápidas respostas também locais para os problemas que enfrentam nos diferentes

mercados. Elas movem materiais, pessoas e ideias entre diferentes países e mesmo

entre continentes. Apresenta grande preocupação com a busca pelo menor custo

possível, através de economias de escala na produção e do aprendizado das

diferentes culturas onde atuam. Exemplos de empresas que atuam com esta

estratégia são a Coca-Cola e a Nestlé.

A Figura 3 abaixo apresenta um resumo gráfico destas quatro estratégias e

seu posicionamento com relação ao custo e a responsabilidade.

27

Figura 3 - Gráfico "Estratégias X Posicionamentos relacionados ao custo e a responsabilidade

Fonte: Logística Descomplicada. Opções para estratégias de operações globais. Disponível em: <http://www.logisticadescomplicada.com/opcoes-para-estrategias-de-operacoes-globais/>. Acesso em: 05/09/2010

É função dos gestores das operações identificar o posicionamento das organizações

com relação aos itens citados nas quatro estratégias, afim de que possam

reconhecer corretamente seus concorrentes, seus fornecedores e a forma como o

mercado consumidor será abordado.

2.6. Alinhamento Estratégico – Funcionamentos teóricos e

principais conceitos

O conceito de alinhamento tem as suas origens nos estudos da abordagem

contingencial. As principais influências estão nos estudos sobre o alinhamento entre

a organização e o ambiente. (BURNS; STALKER, 1961; KATZ; KAHN 1966;

THOMPSON, 1967).

28

De acordo com Ginsberg e Venkatraman (1985), o pensamento contingencial

destaca que não existe uma única melhor maneira de administrar e que tudo

depende das características ambientais relevantes para a organização; a ideia

central é o alinhamento dos recursos organizacionais às oportunidades e ameaças

do ambiente. (ANDREWS, 1971; CHANDLER, 1962). Outro alinhamento relevante é

entre a tecnologia e a estrutura. (WOODWARD, 1965). Adicionalmente, os

contingencialistas estabeleceram, também, a conexão entre o alinhamento e o

desempenho organizacional, que, em geral, apresenta uma correlação positiva, ou

seja, a boa performance das organizações está associada a um alinhamento

adequado entre as variáveis endógenas (estratégia, estrutura e processos

gerenciais) e as variáveis exógenas (incerteza ambiental e tecnologia).

Outra corrente influente na literatura sobre alinhamento é o pensamento

sistêmico, aliado ao conceito de sistemas abertos originário dos estudos de

Bertalanffy, nos anos 1950. Nessa abordagem, a organização é considerada como

um organismo vivo, que influencia e é influenciada pelo ambiente, o que exige

capacidade de adaptação e equilíbrio. Adaptação no sentido de que mudanças

internas serão necessárias para atender às demandas do ambiente externo,

enquanto que o equilíbrio visa manter o grau de coesão entre as dimensões

internas.

Na literatura sobre estratégia o conceito de alinhamento pode assumir o

sentido de agrupamento, coesão, ajuste, congruência entre diferentes dimensões.

(GALBRAITH; KAZANJIAN, 1986)

O termo mais utilizado para abordar o alinhamento estratégico externo é

ajuste (fit). O conceito de alinhamento externo está presente na literatura referindo-

se ao ajuste das capacidades, recursos e estratégia ao ambiente competitivo da

organização. Mais precisamente, "fit" tem sido definido como o grau de ajuste da

organização ao ambiente. (NAMAN; SLEVIN, 1993)

As pesquisas sobre alinhamento externo têm sido conduzidas em termos de

integração de capacidades, conforme Fuchs et al., (2000); alinhamento dinâmico e

inércia organizacional, segundo Siggelkow (2001); Zajac, et al. (2000), formulação

da estratégia e desempenho organizacional, citado por Dess (1987), dentre outras.

Já o alinhamento estratégico interno pode assumir diferentes denominações

na literatura, como implementação da estratégia, coesão e coerência corporativa.

Essa classificação refere-se à mobilização dos recursos internos, tangíveis ou

29

intangíveis, para implementação da estratégia formulada. As suas raízes teóricas

estão na literatura de implementação da estratégia e de mudança organizacional.

(STEPANOVICH; MUELLER, 2002; VENKATRAMAN; CAMILLUS, 1984).

A proposição segundo Chandler (1962) sobre o alinhamento da estrutura à

estratégia é seminal neste campo de estudos. Também são relevantes os trabalhos

que surgiram nos anos 1970 com a visão da organização baseada em recursos

(RBV), com destaque conforme Galbraith (1977), Peters e Waterman (1982) e Miles

e Snow (1978). Neste contexto, os elementos chave a serem alinhados incluem a

estratégia, as pessoas, a estrutura e a gestão dos processos.

Segundo Miles e Snow (1984), o alinhamento estratégico é visto tanto como

um processo quanto como um resultado, em busca do ajustar dinâmico da

organização ao seu ambiente externo e aos recursos internos. Segundo os autores,

"organizações de sucesso realizam o alinhamento estratégico em relação ao seu

mercado de atuação e suportam as suas estratégias com estruturas e processos

gerenciais adequados".

Os estudos geralmente abordam a necessidade de manter os recursos da

organização internamente alinhados durante a implementação da estratégia, em

particular, em tempos de mudança estratégica, conforme destacado nos trabalhos

de Kilman (1989) desenvolvidos em ambientes de fusão e aquisição

O consenso estratégico é também uma das dimensões do alinhamento

interno que sobressaem na literatura e refere-se à concordância, ao consenso de

opiniões que se estabelece tanto na formulação, quanto na implementação da

estratégia, representado pelos trabalhos conforme Dess (1987), Floyd e Wooldridge

(1992), Holmburg et al. (1999) e Priem (1990).

O desempenho da organização é altamente dependente tanto do alinhamento

interno como do externo e o processo de alcançar ambos os alinhamentos é

dinâmico e precisa ser continuamente monitorado e ajustado. (LABOVITZ;

ROSANSKY, 1967; SIGGELKOW, 2001)

Contudo, uma característica dos estudos de alinhamento é que as bases

teóricas traçadas e os principais construtos e variáveis para o alinhamento interno e

externo são distintos, conforme destacado por Prieto (2006), Prieto e Carvalho

(2004a, 2004b), Stepannovich e Mueller (2002) e Venkatraman e Camillus (1984). O

alinhamento externo considera a perspectiva da formulação da estratégia e,

primariamente, o ajuste da estratégia às variáveis ambientais. Em contraste, o foco

30

do alinhamento interno é a implementação e o ajuste entre a estratégia e as

variáveis internas.

Na dinâmica deste processo de transformação da estratégia em ação, o

melhor plano estratégico não é considerado linear, mas circular, no sentido de que é

continuamente avaliada e revisada a maneira como está sendo conduzido, por meio

das ações de planejamento, mensuração e ajuste. (McCONKEY, 1988). Segundo

Bower (1982) apresenta um entendimento semelhante, quando afirma que o

processo de implementação não necessariamente precisa começar com a

formulação da estratégia, mas que todas as partes do processo estratégico estão

ativas a todo o momento.

Diante da complexidade que se impõe, um modelo de alinhamento estratégico

tem a finalidade de assegurar que as atividades necessárias ao processo de

transformação da estratégia em ação sejam ordenadas de maneira lógica e

integradas sem perder a flexibilidade, permitindo que mudanças estratégicas

possam ser incorporadas a este processo.

3. VALOR AO CLIENTE

Para Albrecht (1995), a Visão é uma imagem compartilhada pelo pessoal da

empresa sobre o que se aspira que a empresa seja ou se torne, definindo a razão de

existir da empresa, e capaz de direcioná-la rumo ao sucesso. O autor sugere como

aspectos-chave o alinhamento de toda empresa em torno de uma razão clara e bem

definida de existir, proporcionado pela comunicação eficiente da Visão e Missão da

empresa a todos os colaboradores. Em decorrência disso, valoriza o “Pacote de

Valor”, que consiste na definição de como a empresa confere valor aos clientes.

3.1. Definições e Implicações Gerenciais em Marketing

A compreensão, sob a perspectiva do cliente, do que significa valor na oferta

de uma organização, possibilita o enriquecimento, a criação e o aprimoramento de

estratégias de marketing concordes com os valores identificados. As estratégias

bem sucedidas demandam informações sobre o mercado e suas possíveis

31

mudanças. Nesse sentido, é notório para as estratégias organizacionais

compreender o que é valor para o público-alvo. Essa compreensão pode atuar como

base para as orientações estratégicas da organização, o conceito de valor é

enfatizado conforme o arcabouço teórico de marketing.

Levantamentos bibliográficos em publicações nacionais e internacionais

analisaram as diversas influências no conceito de valor, o valor sob a perspectiva do

cliente, a proposta conforme Woodruff (1997) para definição do customer value e a

teoria de cadeias meios-fim onde se destacaram os possíveis usos do valor em

atividades de marketing, tais como: análise de mercado e segmentação,

posicionamento, planejamento e desenvolvimento de produtos e marcas e estratégia

de comunicação.

3.1.1. O valor em marketing e as influências de diversas áreas

O conceito de valor em marketing recebe influências de diversas áreas do

conhecimento. No âmbito da troca, o valor foi a princípio, foco de estudo da

economia:

“A literatura econômica deu lugar ao valor dentro do contexto da

troca; o valor de um produto para um consumidor é representado pelo preço que ele espera pagar e origina-se da utilidade ou das satisfações que o produto provê [...]”. (Richins, 1994, p. 504)

Na literatura de marketing, todavia, o estudo de valor adquire uma perspectiva

um pouco diferente, uma vez que as considerações meramente econômicas não são

suficientes para compreender o que leva um indivíduo a adquirir ou usar um produto;

“há muitas razões para acreditar que o valor econômico não pode capturar

totalmente o valor real de muitos dos objetivos possuídos pelos consumidores”.

(RICHINS, 1994, p. 504)

Na abordagem de marketing, valor confronta percepções e escolhas, não

estando vinculado somente ao aspecto econômico que tange a compra de um

produto. O valor, na área de marketing, também recebe influência da psicologia e da

sociologia, quando se reporta aos aspectos comportamentais dos públicos

envolvidos. O conceito de valor, nesse contexto, pode ter a conotação de valores

32

pessoais ou individuais. Dentro dessa abordagem, Rokeach (1973) afirma que os

valores são estados fim da vida e consistem nos objetivos e nas metas para as quais

se vive.

3.1.2. O valor para o cliente e suas implicações no gerenciamento de

marketing

O conhecimento que uma organização detém sobre os valores na perspectiva

de seus clientes traz implicações para o gerenciamento de marketing. Entre elas,

figuram as seguintes:

a) Análise de mercado e segmentação

Os estudos de segmentação procuram identificar grupos de clientes com

características comuns, definidas, por exemplo, em termos demográficos, de atitude,

estilo de vida e área geográfica. O valor para o cliente se apresenta como mais uma

possibilidade de segmentação de mercado, pois é possível identificar indivíduos com

orientações de valores semelhantes em relação a seus comportamentos. Conforme

Vinson, Scott e Lamont (1997, p. 48) apoiam essa visão, admitindo que o

conhecimento das orientações de valor forneça um conjunto eficiente e mensurável

de variáveis que expandem o conhecimento dos profissionais de marketing para

além das diferenças demográficas e psicográficas. Eles ainda ressaltam que se é

possível identificar grandes segmentos de mercado com base em perfis de valor,

também é possível considerar, dentro de cada segmento de mercado, os valores

mais importantes dos clientes que deles fazem parte. Entre todos os tipos de

segmentação, segundo Botschen, Thelen e Pieters (1999, p. 39) comentam que a

segmentação por benefícios é a que apresenta mais condições de ser auxiliada pela

abordagem de cadeias meio- fim. Para eles, é preciso haver um esclarecimento do

que é considerado um benefício, pois muitas vezes, nesse tipo de segmentação,

ocorre um desvio para atributos preferidos, deixando de lado os benefícios

procurados. Os autores consideram que o auxílio da abordagem meio-fim é

decorrente do fato dela proporcionar uma distinção entre atributos e consequências,

33

indicando, portanto, os benefícios reais nos quais esse tipo de segmentação deve se

basear.

b) Posicionamento de produtos e marcas

O conhecimento de quais são os atributos, consequências e valores pessoais

que os consumidores atribuem a uma determinada categoria de produtos se

constitui em um bom começo para a avaliação e o consequente posicionamento da

marca. A sugestão conforme Vriens e Hofstede (1995, p. 7-8) é que uma vez

identificados os atributos, consequências e valores pessoais, os respondentes

avaliem a marca em cada um dos níveis considerados, capacitando o

posicionamento da mesma em todos os níveis. O posicionamento baseado em

atributos fornece um motivo mais racional para os consumidores comprarem ou

usarem o produto.

Além disso, as consequências associadas aos atributos podem apoiar

argumentos persuasivos da comunicação. A ligação com os valores pessoais, por

sua vez, aumenta a força pela qual o produto e a marca são percebidos de forma

consistente com os valores pessoais do indivíduo.

Por meio da avaliação de como o produto e a marca são percebidos nos três

níveis de abstração, é possível estender a avaliação dos mesmos para além dos

atributos, o que capacita a criação de um posicionamento sustentável.

c) Planejamento e desenvolvimento de produtos e marcas

A identificação das ligações entre atributos, consequências e valores pessoais

oferece oportunidades para posicionamento e desenvolvimento de produtos e

marcas. Segundo Vriens e Hofstede (2000, p. 7), o elemento chave no

desenvolvimento bem sucedido de um produto é a clara identificação do benefício

central proporcionado por ele, o que, na opinião dos autores, está associado a uma

“curta lista de benefícios estratégicos que o novo produto fornece e a como o

produto fornecerá esses benefícios”. É sabido que as cadeias meio- fins auxiliam,

justamente, na identificação de quais atributos levam a determinados benefícios, por

34

meio das ligações entre os níveis de abstração, o que elucida sua utilidade no

desenvolvimento de novos produtos.

Conforme Gutman (1982, p. 71) considera que o fato dos atributos de

produtos serem usados pelos consumidores para inferir a presença de

consequências desejadas permite esclarecer especificações para desenvolvimento

de produtos. Assim, é possível que produtos e marcas sejam categorizados em

qualquer nível da cadeia meio- fim: no primeiro nível, produtos e marcas são

categorizados mais na base da similaridade física; já no nível da consequência, a

categorização está mais baseada na equivalência funcional em termos das

vantagens obtidas com o uso e consumo do produto; e por fim, no nível mais

abstrato, a categorização é feita com base nas alternativas de satisfação de valores

pessoais.

d) Estratégia de comunicação

A estratégia de comunicação pode ser desenhada ou reforçada a partir dos

significados encontrados para atributos, consequências e valores pessoais nas

cadeias meio-fim. Segundo Vinson, Scott e Lamont (1977, p. 48-49) acreditam que

as mensagens promocionais podem ser desenvolvidas não somente para se referir a

atributos desejados em um produto, mas também para considerar os valores

associados a esses atributos. De acordo com Reynolds e Whitlark (1995, p. 10), a

estratégia de comunicação mais óbvia é simplesmente reforçar as ligações

existentes entre os atributos distintivos de um produto e as consequências e valores

relevantes ao consumidor, a que eles são associados. Os autores também

comentam sobre as possibilidades de “adicionar ligações entre atributos e

consequências ou introduzir novos atributos e/ou consequências para melhor

diferenciar o produto” na comunicação.

A estrutura de cadeias meio-fim pode ainda ser usada na avaliação e em um

possível aprimoramento da comunicação. A ideia conforme Vriens e Hofstede (2000,

p. 7-8) é que os consumidores sejam questionados sobre os valores que a

propaganda evoca, o que fornece orientações perceptuais, pois indica as posições

que estão claras, bem como aquelas que precisam ser reforçadas ou anunciadas.

Eles alertam, em contrapartida, que apesar de oferecerem um guia de orientação

35

perceptual, as cadeias meio-fim não ditam o exato conteúdo para formulação da

propaganda.

3.1.3. Empresa voltada para o Cliente

Segundo Drucker (1995), o conceito de “empresa voltada para o cliente” é

uma invenção dele, que tem cerca de 40 anos e agora virou moda.

A regra de ouro, atualmente, é: ouvir o cliente para torná-lo um aliado, um

parceiro. E seguir os mandamentos que dizem que: O Cliente é o Rei, O Cliente está

em Primeiro Lugar, O Cliente tem sempre razão, etc.

Conforme Whiteley (1995), ouvir a opinião do cliente significa duas coisas. A

primeira é escutar - identificar o cliente e lhe dar ouvidos. A segunda, muito

importante, é agir após escutar. O autor faz uma distinção entre a empresa voltada

para o cliente e a, empresa focada no cliente. Acredita que muitas organizações hoje

estão dirigindo seu foco para seus clientes, enviando pesquisas, fazendo grupos de

opinião, ouvindo-os de várias formas. Mas não estão agindo. Não deixam que a

opinião dos clientes oriente as decisões que tomam em seus negócios.

O mesmo autor afirma que quando se está próximo do cliente, se está no

caminho para a real vantagem competitiva. Muitas empresas buscam essa

vantagem competitiva, tornando o consumidor um parceiro, ficando próximas e

atentas à voz do cliente. Mudando a própria cultura, a fim de tornarem-se empresas

totalmente voltadas para o cliente. No entanto, no Brasil, uma enquete realizada pela

HSM Promoções, em 1993, constatou que o empresariado nacional ainda não

prioriza o cliente como deveria.

Conforme pesquisa:

51% dos executivos entrevistados ocasionalmente dedicam seu tempo a ouvir clientes.

42% dos designers e o staff de pesquisa raramente se dedicam ao consumidor final.

29% nunca usaram o banco de dados dos clientes para detectar novas oportunidades de marketing.

10% apenas analisam com frequência seus clientes atuais para buscar novas oportunidades.

36

Fonte: Marketing e Negócios, n.15, outubro,1993, p.8. Disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/C02-art06.pdf >. Acesso em: 06/09/2010.

Os 10% das empresas que analisam com frequência seus clientes são

aquelas empresas consideradas "ilhas de excelência” no país. Essas empresas perceberam o valor das informações do mercado.

Segundo Rapp e Collins (1994) constataram que o valor gerado pelas

informações obtidas, por meio da interação direta com o consumidor, está crescendo

significativamente em todo mundo.

3.1.4. Empresa mais do que “Voltada para o Cliente”

Conforme os autores Hamel e Prahalad (1995), existem três tipos de

empresas:

As empresas que tentam levar os clientes para onde eles não querem ir - são

as empresas que consideram um insight a ideia de serem voltadas para o cliente;

As empresas que escutam seus clientes e respondem às suas necessidades

articuladas - necessidades que provavelmente já estão sendo satisfeitas por

concorrentes com maior capacidade de prever o futuro;

Empresas que levam os clientes para onde eles querem ir, mas ainda nem

sabem disso.

As empresas mais que voltadas para os clientes são aquelas que buscam ir

além do que os clientes pedem, descobrem necessidades, até então desconhecidas

para os próprios clientes, estão sempre um passo a frente da concorrência. "As

empresas que criam o futuro fazem mais do que satisfazer os clientes; elas os

surpreendem constantemente." (Hamel e Prahalad, 1995, p.115)

Segundo Collins (1993), todas as ideias de novos produtos, não importa o

quanto elas sejam brilhantes, tendem a tornarem-se obsoletas. Mas uma empresa

nunca se tornará obsoleta se tiver a habilidade de evoluir continuamente.

37

3.1.5. Valor ao Cliente: Construção de uma marca

Mesmo os novos negócios de médio ou pequeno porte precisam de marca?

Certamente que sim. O processo de construção de marca (também conhecido pelo

termo inglês “branding”) é importantíssimo para os jovens. Ele consiste em criar ou

identificar uma vantagem competitiva

Sustentável e explorá-la. Se, por exemplo, essa vantagem está na

diferenciação em relação aos concorrentes uma das maneiras clássicas de obter

vantagem, o branding é a forma como uma empresa cria, transmite e oferece ao

mercado essa diferenciação.

Um tipo de diferenciador é um atributo (positivo) específico, ou uma

característica distintiva muito valorizada pelo consumidor no momento da compra. A

liderança de mercado, por exemplo, é um diferenciador. Nesse caso, a empresa

deve comunicar, com sua marca, que é líder em vendas.

A marca deve transmitir a expertise, o valor e a singularidade da oferta de

uma empresa. O nome da marca mais eficaz é o que deriva de sua declaração de

missão (veja quadro na página seguinte) ou de sua proposição de valor ao cliente

esta constitui o elemento central de uma estratégia de marketing.

3.1.6. Sobre marca

A construção de marcas envolve a identificação ou criação para posterior

exploração de uma vantagem competitiva sustentável. Se você deseja obter

vantagem competitiva por meio de uma estratégia de diferenciação, optando por

desempenhar atividades de modo distinto ou por oferecer algo diferente dos

concorrentes, estamos falando da “forma” como você cria, transmite e coloca essa

“diferenciação” em seu mercado.

Transmitir, porém, não se resume a “divulgar”, e a construção de marcas

envolve todas as maneiras pelas quais o mercado percebe sua especificidade.

Essas representações dependem das estratégias de marca criadas para

alcançar um ou todos os seguintes objetivos:

Cobrar um preço Premium, na comparação com concorrentes com valor

38

líquido da marca menor.

Simplificar/acelerar o processo de decisão de compra (o que pode gerar um

aumento de vendas mais rápido).

Reduzir o risco inerente à compra, percebido por potenciais novos

compradores.

Permitir o lançamento de novos produtos mais adiante.

Conseguir clientes fiéis que promovam a marca.

Forçar os parceiros dos canais a adotar a marca.

Unir a equipe em torno de um objetivo comum.

3.1.7. Sobre diferenciação

Segundo Michael Porter existe apenas dois fatores de vantagem competitiva:

baixo custo e diferencial.

É preciso optar por competir com um desses fatores (mas não com ambos)

em um mercado restrito ou amplo.

3.1.8. Empreendedores

O atendimento ao cliente e a qualidade raramente funcionam como

diferenciais, pois são considerados itens básicos. O preço também dificilmente

exerce essa função, assim como a variedade de produtos, uma vez que os

concorrentes podem facilmente tentar igualar tais atributos.

Ser o primeiro no mercado é um diferencial, assim como contar com um

atributo positivo específico ou com uma característica distintiva que o consumidor

valoriza na hora de comprar.

A liderança de mercado também faz diferença. Isso significa ser um “líder de

vendas” as pessoas tendem a comprar o que as outras também estão comprando;

ser um “líder em tecnologia” os consumidores considera este um aspecto inteligente;

ou, finalmente, ser um “líder de desempenho”, com um produto de desempenho

superior dentro de um conjunto de marcas.

Um valor superior ao cliente decorre de:

39

Suas potencialidades, habilidades e recursos, ou seja, seus pontos fortes e os

benefícios gerados por eles aos clientes.

Seus processos organizacionais: prestação de serviços, criação de valor e

realização daquilo que o cliente deseja.

Seu comprometimento e o serviço prestado por seus funcionários. Em outras

palavras, a real experiência propiciada aos clientes.

Sua capacidade de inovação e mudança, ou sua capacidade de executar

melhor as coisas e superar as expectativas do cliente.

É essencial que esses aspectos sejam definidos e considerados na hora de

escolher o nome de sua marca.

4. PRIORIDADES COMPETITIVAS

Segundo Hayes (2004), a Estratégia de produção é composta por uma série

de objetivos, políticas e auto restrições que, juntas, mostram como a organização

pretende direcionar e desenvolver todos os recursos empregados nas funções

operacionais de forma a alcançar da melhor maneira a sua missão.

Ainda segundo o autor, a boa formulação e implementação da estratégia

dependem do apoio e esforços combinados de muitas pessoas na empresa inteira.

Daí a importância dela ser baseada nos valores da empresa. Os valores ajudam a

unificar e a definir limites. Os valores criam uma cultura que une as pessoas, orienta

seus esforços e proporciona significado e propósito ao seu trabalho.

É importante ressaltar que a estratégia de produção é uma estratégia

funcional e, portanto, deve promover sustentação à estratégia competitiva. Dado o

fato de que os elementos que compõem o sistema produtivo devem ser concebidos

para atingir determinadas tarefas, estratégias competitivas diferentes exigirão

configurações distintas do projeto do sistema de produção. Neste sentido, cada tipo

de estratégia demanda certas tarefas da manufatura, as quais são conhecidas por

“prioridades competitivas”.

40

4.1. Estratégias Empresariais e Prioridades Competitivas

Existe hoje uma estrutura hierárquica generalizada na literatura sobre

estratégias empresariais, proposta inicialmente por Wheelwright (1984), que é

dividida nos seguintes níveis: a estratégia corporativa, as estratégias das unidades

de negócio e as estratégias funcionais (marketing, pesquisa e desenvolvimento,

recursos humanos, finanças e manufatura). Quanto à estratégia de negócios, a

maioria das empresas utiliza o modelo proposto por Porter (1991), sintetizado em

duas estratégias básicas: menor custo e diferenciação.

A partir do desenvolvimento recente do conceito de estratégia de manufatura,

pode-se afirmar, de forma concisa, que ela deve envolver o desenvolvimento e o

desdobramento dos recursos da manufatura em total alinhamento com os objetivos

e as estratégias da empresa.

O conteúdo e a formulação de uma estratégia de manufatura convergem para

o estabelecimento de dois componentes básicos: o estabelecimento das prioridades

competitivas da manufatura e o equacionamento e a resolução das questões

estruturais e de infraestrutura da manufatura. O conceito de prioridades competitivas

pode ser entendido como um conjunto de opções de prioridades que a manufatura

tem para competir no mercado durante certo horizonte de tempo.

Segundo os autores Slack, Chambers e Johnston (2002) identificaram cinco

prioridades competitivas básicas: qualidade, confiabilidade, velocidade de entrega,

flexibilidade e custo. Além dos clientes, incluem os concorrentes como pontos

centrais para a definição de prioridades competitivas. Nessa abordagem, uma

atividade operacional ou de manufatura deve satisfazer o cliente e ser melhor do que

a do concorrente.

De maneira geral, as prioridades competitivas definidas pelo cliente têm como

contrapartida as estratégias de manufatura que contemplam:

Custo, relacionado à adoção de conceitos de economia de escala, curva de

aprendizagem e produtividade, significa a busca por um menor custo de produção;

Qualidade, que implica a oferta de produtos e serviços com qualidade;

41

Velocidade de entrega, movimentar solicitações e materiais por meio da

operação mais rápida, representa a busca de prazos de entrega cada vez menores e

mais confiáveis;

Flexibilidade, relacionada diretamente à existência de incertezas no ambiente

produtivo, definida como a capacidade de mudança e adaptação às flutuações nas

demandas de produção, especialmente no mix ou no volume de produção;

Confiabilidade, relacionada às estratégias internas de operações com base no

compromisso de cumprir o contrato de entrega ao cliente.

As prioridades competitivas também podem ser classificadas de acordo com

critérios ganhadores de pedidos ou critérios qualificadores dentro de determinados

negócios (Hill, 1993). Critérios ganhadores de pedidos são aqueles que contribuem

direta e significativamente para a realização de um negócio. Já os critérios

qualificadores representam um patamar que a manufatura deve necessariamente

atingir para entrar na competição.

4.2. Custos

Custos são medidas monetárias resultantes da aplicação de bens e serviços

na produção de outros bens e serviços durante o processo de fabricação.

Assim, observa-se que Custo é um conceito ligado diretamente ao processo

produtivo, sendo que qualquer gasto não relacionado à produção não é considerado

custo, custo e despesa, distinguem pela sua natureza, a forma como será alocado o

recurso e a finalidade proposta.

Custos são gastos que a empresa realiza com o objetivo de por o seu produto

pronto para ser comercializado, fabricando-o ou apenas revendendo-o, ou o de

cumprir com o seu serviço contratado. Uma diferença básica para a despesa é que

"custo" traz um retorno financeiro e pertence à atividade-fim, pela qual a entidade foi

criada. Já despesa é um gasto com a atividade-meio e não gera retorno financeiro,

apenas propicia certo "conforto" ou funcionalidade ao ambiente empresarial.

Custos industriais geralmente são: matéria prima, energia consumida

(eletricidade e/ou combustíveis), água consumida, materiais industriais diversos,

mão de obra, depreciação dos itens imobilizados de produção, entre outros.

42

4.2.1. Principais Métodos de Custeio

Custeio Direto (ou Variável): É um método de custeio usado para alocação

apenas dos custos variáveis ao produto. Segundo Leoni "o sistema de custeio

variável ou direto é um método que considera apenas os custos variáveis de

apropriação direta como custo do produto ou serviço". Segundo Lopes de Sá (1990,

p. 108) diz que o custeio variável é "o processo de apuração de custo que exclui os

custos fixos". Segundo Meglioni "enquanto no custeio por absorção eles são

rateados aos produtos, no custeio variável, são tratados como custos do período,

indo diretamente para o resultado igualmente as despesas". A diminuição da

necessidade de rateio deve-se ao fato de que no sistema de custeio variável, são

alocados aos produtos e/ou serviços, somente os custos variáveis e, como na

maioria dos casos, os custos variáveis também são diretos, não alocando os rateios

dos custos indiretos. Ele é usado para eliminar qualquer distorção na apuração dos

custos oriundos de problemas com rateios pois os custos fixos são tratados como

despesas.

Custeio por absorção (ou integral): O sistema de custeio por absorção é o

sistema que apura o valor dos custos dos bens ou serviços, tomando como base

todos os custos da produção incluindo os custos diretos, indiretos, fixos e variáveis.

Segundo Meglioni:

"O custeio por absorção é o método que consiste em atribuir

aos produtos fabricados todos os custos de produção, quer de forma direta ou indireta. Assim todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis, são absorvidos pelos produtos."

Custo-padrão: são custos predeterminados, porém, diferentemente dos

custos estimados, são calculados com base em parâmetros operacionais, e

utilizados em operações repetitivas de produção, onde não compensaria calcular o

custo individual de cada repetição.

Custeio ABC: A alocação dos custos indiretos são baseadas nas atividades

relacionadas.

GECON: GECON ou modelo Gestão Econômica é um modelo de mensuração

de custos baseado em gestão por resultados econômicos. Também conhecido por

Grid Economics and Business Models Work.

43

Custo-meta: O custo-meta, também conhecido como Target Costing, é uma

estratégia de gestão de custos que, a partir do preço de mercado e de uma margem

de lucro desejada, estabelece um teto de custo para os produtos ou serviços.

4.2.2. Método de apuração dos custos

Custos Fixos: são os custos que, embora tenha um valor total que não se

altera com a variação da quantidade de bens ou serviços produzidos, seu valor

unitário se altera de forma inversamente proporcional à alteração da quantidade

produzida. Ex.: O pagamento de aluguel.

Custos Variáveis: são os custos que, em bases unitárias possuem um valor

que não se altera com alterações nas quantidades produzidas, porém, cujos valores

totais variam em relação direta com a variação das quantidades produzidas. Ex.:

Matéria prima.

Custos Totais: é a soma de Custos Variáveis mais Custos Fixos,

representado pela formula CT=CF+CV.

Custos Diretos: são os custos suscetíveis de serem identificados com os bens

ou serviços resultantes, ou seja, têm parcelas definidas apropriadas a cada unidade

ou lote produzido. Geralmente são representados por mão-de-obra direta e pelas

matérias primas.

Custos indiretos: todos os outros custos que dependem da adoção de algum

critério de rateio para sua atribuição à produção. No jargão da contabilidade

brasileira eles são chamados de CIF, de Custos Indiretos de Fabricação.

4.2.3. Outras classificações de custos

A seguir, apresenta-se uma relação de outras classificações de custos,

menos usuais:

Custos Imputados: são custos não revelados pelas demonstrações contábeis

uma vez que não são registrados pela Contabilidade, por serem assumidos em

decorrência de medida de valor do uso de determinado recurso e não representam

44

desembolso de caixa. São custos constantes de estudos comparativos destinados à

tomada de decisão ou de planejamento de projetos.

Custos Próprios: abarcam as definições de custos diretos e de custos

indiretos.

Custos Comuns: são os custos originados em dois ou mais departamentos ou

fases de produção onde não se pode determinar qual parcela do custo corresponde

exatamente a cada departamento ou fase de produção.

Custos Funcionais: são os custos identificados com as diferentes funções da

empresa e se originam da utilização de Custeio por Responsabilidade. São os

custos demonstrados após o Lucro Bruto Operacional na Demonstração de

Resultados do Exercício (DRE).

Custos Estimados: são custos predeterminados destinados a solucionar

problemas de controle e planejamento ou situações especiais.

Custo Primário: representado pela soma do custo de mão-de-obra direta e de

material direto ou matéria-prima.

Custo de Transformação ou Conversão: é o custo total do processo produtivo

e é representado pela soma da mão-de-obra direta com os custos indiretos e

representa o custo de transformação da matéria-prima em produto acabado.

Custo Fabril: é o custo total de fabricação, ou seja, a soma dos custos

primários com os custos indiretos de fabricação.

Custo de Fabricação ou de Produção: corresponde a expressão Custo

Fabril+Estoque Inicial de Produtos em Processo-Estoque Final de Produtos em

Processo, e representa o valor da produção de determinado período.

Custo de Mercadorias ou Produtos Vendidos: corresponde a expressão Custo

Fabril+Estoque Inicial de Produtos Acabados-Estoque Final de Produtos Acabados,

e representa o valor da produção vendida em determinado período.

Custo Oportunidade: é o valor do benefício que se deixa de receber, quando

em um processo de decisão, se opta por determinado investimento em detrimento

de outro, sendo os benefícios das alternativas rejeitadas o custo oportunidade da

alternativa escolhida.

Custo Marginal: conceito de custo ligado à Economia que significa a parcela

de acréscimo no custo total por cada unidade adicional produzida.

45

Custo de Qualidade: são os custos ligados ao controle de qualidade na

produção logística de um produto ou serviço. Os custos da qualidade podem ser

divididos em quatro grupos: 1. Custos de prevenção, 2. Custos de inspeção, 3.

Custos de falhas internas, 4. Custos de falhas externas. No primeiro grupo são

registrados todos os gastos que a empresa incorre no intuito de evitar as falhas. No

segundo grupo são registrados os gastos relacionados com as atividades de

inspeção realizadas pelas empresas. O terceiro grupo abriga os gastos relacionados

com as atividades de retrabalhos. Sendo assim, caso a inspeção não tenha sido

eficiente, será neste grupo de custos que serão verificados os gastos para a

adequação do produto. Finalmente, o quarto grupo diz respeito aos custos

relacionados às falhas descobertas pelos consumidores. São registradas as

coberturas de garantia, gastos com recall etc. A empresa deve ter em mente que é

necessário manter investimentos permanentes não só para adquirir a qualidade e

sim para a sua manutenção. Assim sendo, quanto mais investimentos nos primeiros

dois grupos menores tende a ser ao longo do tempo os custos dos dois últimos

grupos.

Custos ambientais: Os custos ambientais são apenas um subconjunto de um

universo mais vasto de custos necessários a uma adequada tomada de decisões.

Eles não são custos distintos, mas fazem parte de um sistema integrado de fluxos

materiais e monetários que percorrem a empresa. Para o cálculo dos custos

ambientais totais da empresa somam-se o custo dos materiais desperdiçados,

despesas de manutenção e de depreciação e do trabalho com os custos de

salvaguarda ambiental.

Custos Ocultos: Para Freitas (2007), os custos ocultos são gastos referentes

à atividade de produção, no qual sua principal característica é ser de difícil

mensuração, ou seja, os custos ocultos não podem ser reconhecidos facilmente ou

atribuídos a um determinado processo produtivo onde são gerados. Além disso,

estes custos são numerosos e muito mais altos que o esperado pela contabilidade.

Uma prioridade competitiva baseada em custos significa entregar o produto

ao cliente com preço menor que o do concorrente. Slack (1993) argumenta que o

desempenho em custos será sempre importante, pois o mesmo além de implicar em

produzir a preços mais baixos, aumentando a competitividade, também pode

aumentar diretamente as margens de contribuição da operação. No entanto, pode

46

tornar-se perigoso a noção de que uma boa indústria é uma indústria com baixos

custos, se junto com essa atitude, a mesma sacrificar outras prioridades

competitivas como a qualidade ou a flexibilidade.

4.3. Qualidade

A qualidade exerce um papel relevante dentro do contexto das empresas

modernas e tem contribuído destacadamente para o ganho de vantagem

competitiva.

No que diz respeito aos produtos e/ou serviços vendidos no mercado, há

várias definições para qualidade: "conformidade com as exigências dos clientes",

"relação custo/benefício", "adequação ao uso", "valor agregado, que produtos

similares não possuem"; "fazer certo à primeira vez"; "produtos e/ou serviços com

efetividade". Enfim, o termo é geralmente empregado para significar "excelência" de

um produto ou serviço.

A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas ópticas: a do

produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à

concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do

cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à

utilidade reconhecida ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço.

Do ponto de vista dos clientes, a qualidade não é unidimensional. Quer dizer,

os clientes não avaliam um produto tendo em conta apenas uma das suas

características, mas várias. Por exemplo, a sua dimensão, cor, durabilidade, design,

funções que desempenha, etc. Assim, a qualidade é um conceito multidimensional.

A qualidade tem muitas dimensões e é por isso mais difícil de definir. De tal forma,

que pode ser difícil até para o cliente exprimir o que considera um produto de

qualidade.

Do ponto de vista da empresa, contudo, se o objetivo é oferecer produtos e

serviços (realmente) de qualidade, o conceito não pode ser deixado ao acaso. Tem

de ser definido de forma clara e objetiva. Isso significa que a empresa deve apurar

quais são as necessidades dos clientes e, em função destas, definir os requisitos de

qualidade do produto. Os requisitos são definidos em termos de variáveis como:

comprimento, largura, altura, peso, cor, resistência, durabilidade, funções

47

desempenhadas, tempo de entrega, simpatia de quem atende ao cliente, rapidez do

atendimento, eficácia do serviço, etc. Cada requisito é em seguida quantificado, a

fim de que a qualidade possa ser interpretada por todos (empresa, trabalhadores,

gestores e clientes) exatamente da mesma maneira.

Os produtos devem exibir esses requisitos, a publicidade se faz em torno

desses requisitos (e não de outros). O controle de qualidade visa assegurar que

esses requisitos estão presentes no produto, a medição da satisfação se faz para

apurar em que medida esses requisitos estão presentes e em que medida vai

realmente ao encontro das necessidades. Todo o funcionamento da "empresa de

qualidade" gira em torno da oferta do conceito de qualidade que foi definido.

Controle da qualidade, garantia da qualidade e gestão da qualidade são

conceitos relacionados com o de qualidade na indústria e serviços. Gestão da

qualidade é o processo de conceber, controlar e melhorar os processos da empresa,

quer sejam processos de gestão, de produção, de marketing, de gestão de pessoal,

de faturação, de cobrança ou outros.

A gestão da qualidade envolve a concepção dos processos e dos

produtos/serviços, envolve a melhoria dos processos e o controle de qualidade.

Garantia da qualidade são as ações tomadas para redução de defeitos.

Controle da qualidade são as ações relacionadas com a medição da

qualidade, para diagnosticar se os requisitos estão a ser respeitados e se os

objetivos da empresa estão a ser atingidos.

4.3.1. Indicadores estratégicos

Com utilização de indicadores, principalmente os voltados para definição de

estratégias, as empresas desfrutam de um conhecimento profundo do negócio.

Possibilita conhecer o foco de sua atuação. Identificando com clareza qual é a sua

fortaleza, exploram mais os quadros de oportunidades empresariais, e de outra

forma conhecem suas fraquezas, além de prepara-se contra as ameaças

encontradas.

Sabendo o foco de atuação, a tomada de decisão quanto a ações

estratégicas, táticas e operacionais são mais assertivas, o que dará a empresa uma

melhor competitividade e fará com que ela atenda às necessidades e expectativas

48

de seus clientes. Para o acompanhamento dessas ações determinadas, os

indicadores são excelentes ferramentas, pois refletem a realidade empresarial.

Dessa forma, caso ocorra alguma dificuldade durante a realização das ações, o

gestor poderá visualizar as consequências, e com isso estabelecer mudanças.

4.3.2. Gestão da qualidade total

A gestão da qualidade total ("Total Quality Management" ou simplesmente

"TQM") consiste numa estratégia de administração orientada a criar consciência da

qualidade em todos os processos organizacionais.

É referida como "total", uma vez que o seu objetivo é a implicação não apenas

de todos os escalões de uma organização , mas também da organização estendida,

ou seja, seus fornecedores, distribuidores e demais parceiros de negócios.

A Toyota, no Japão, foi primeira organização a empregar o conceito de

"TQM", superando a etapa do fordismo, onde esta responsabilidade era limitada

apenas ao nível da gestão. No "TQM" os colaboradores da organização possuem

uma gama mais ampla de atribuições, cada um sendo diretamente responsável pela

consecução dos objetivos da organização. Desse modo, a comunicação

organizacional, em todos os níveis, torna-se uma peça-chave da dinâmica da

organização.

Tem sido amplamente utilizada, na atualidade, por organizações públicas e

privadas, de qualquer porte, em materiais, produtos, processos ou serviços. A

conscientização e a busca da qualidade e do reconhecimento da sua importância

tornaram a certificação dos sistemas de gerenciamento da qualidade indispensável

uma vez que:

Aumenta a satisfação e a confiança dos clientes;

Aumenta a produtividade;

Reduz os custos internos;

Melhora a imagem e os processos de modo contínuo;

Possibilita acesso mais fácil a novos mercados.

49

A certificação permite avaliar as conformidades determinadas pela

organização através de processos internos, garantindo ao cliente um material,

processo, produto ou serviço concebido conforme padrões, procedimentos e

normas.

Uma organização que se propõe a implementar uma política de gestão

voltada para a "qualidade total" tem consciência de que a sua trajetória deve ser

reavaliada periodicamente.

A finalidade última de qualquer organização, nomeadamente de uma do tipo

empresarial é sobreviver. A condição para que uma empresa possa executar os

objetivos pretendidos pelos seus proprietários, administradores ou acionistas é que

ela exista, que esteja viva. Caso esta condição não se verifique, nenhum dos

objetivos pode ser alcançado.

A melhor forma de garantir a sobrevivência de uma empresa é por meio da

qualidade, entendida não como ausência de defeitos, mas como uma nova forma de

valores que conduzem a gestão.

Colocar a qualidade como valor intrínseco é a melhor forma de sobrevivência.

Ela aponta para a preferência do consumidor, o que aumenta a produtividade,

levando a uma maior competitividade e assegurando a sobrevivência das empresas.

Um produto ou serviço com qualidade é aquele que atende sempre perfeitamente e

de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às

necessidades do cliente.

Os princípios básicos da qualidade total são:

A produção de bens ou serviços que respondam concretamente às

necessidades dos clientes;

Garantir a sobrevivência da empresa por meio de um lucro contínuo obtido

com o domínio da qualidade;

Identificar o problema mais critica e solucioná-lo pela mais elevada prioridade

(Pareto);

Falar, raciocinar e decidir com dados e com base em fatos;

Administrar a empresa ao longo do processo e não por resultados;

Reduzir metodicamente as dispersões por meio do isolamento das causas

fundamentais;

50

Nunca permitir que um problema se repita;

A lógica para que as empresas possam desenvolver de acordo com estes

pressupostos é a lógica do PDCA (Plan; Do; Check; Act to correct)

O ciclo PDCA ou ciclo de Deming, é um ciclo de desenvolvimento que tem

foco na melhoria contínua.

O ciclo de Deming tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos

envolvidos na execução da gestão, como por exemplo na gestão da qualidade,

dividindo-a em quatro principais passos.

O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um sistema de gestão

e pode ser utilizado em qualquer empresa de forma a garantir o sucesso nos

negócios, independentemente da área de atuação da empresa.

O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações

planejadas são executadas, checa-se se o que foi feito estava de acordo com o

planejado, constantemente e repetidamente (ciclicamente), e toma-se uma ação

para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no produto ou na execução.

Os passos são os seguintes:

Plan (planejamento): estabelecer uma meta ou identificar o problema (um

problema tem o sentido daquilo que impede o alcance dos resultados esperados, ou

seja, o alcance da meta); analisar o fenômeno (analisar os dados relacionados ao

problema); analisar o processo (descobrir as causas fundamentais dos problemas) e

elaborar um plano de ação.

Do (execução): realizar, executar as atividades conforme o plano de ação.

Check (verificação): monitorar e avaliar periodicamente os resultados, avaliar

processos e resultados, confrontando-os com o planejado, objetivos, especificações

e estado desejado, consolidando as informações, eventualmente confeccionando

relatórios.

Act (ação): Agir de acordo com o avaliado e de acordo com os relatórios,

eventualmente determinar e confeccionar novos planos de ação, de forma a

melhorar a qualidade, eficiência e eficácia, aprimorando a execução e corrigindo

eventuais falhas.

51

4.4. Confiabilidade e Velocidade de Entrega

O critério competitivo de velocidade de entrega torna-se cada vez mais

importante nos dias atuais, já que tempos curtos economizam custos relevantes

para o sistema produtivo e, ao mesmo tempo, beneficiam o cliente.

Segundo Stalk (1988) e Carter (1995) o modo de gerenciar o tempo na

produção, na introdução e desenvolvimento de novos produtos, nas vendas e

distribuição representa a mais poderosa fonte de vantagem competitiva.

Com referência à entrega do produto, os aspectos de velocidade na entrega

do produto ao cliente e a confiabilidade de entrega são relevantes na medida de

tempo. Em geral, a velocidade de entrega é medida através de lead time (tempo de

espera), e dos atrasos. A medida de confiabilidade é expressa pelo número ou o

percentual de entregas realizadas na data prometida. (Moreira, 1996)

Uma dimensão da medida de velocidade de entrega mede o tempo

transcorrido entre o pedido e a entrega do produto para o cliente. Outra dimensão é

a variabilidade no tempo de entrega (incerteza). A incerteza afeta a programação do

trabalho, a utilização da capacidade etc. Quanto menos variabilidade em tempos de

entrega, melhor a relação com o cliente. Com relação à confiabilidade e prazos de

entrega, têm-se o índice de atrasos dos pedidos, o tempo de resposta dos pedidos,

a relação entre horas de processamento e o prazo de entrega. (Bonelli et al., 1994)

Vantagens da redução do tempo de entrega:

Redução de atividades especulativas (baseadas em previsões).

Redução de custos administrativos devido ao curto tempo de permanência de

uma ordem dentro do sistema produtivo.

Velocidade: baixa os estoques e expõe os problemas

Com tendência de redução de estoques, as empresas necessitam de

entregas mais frequentes e confiáveis. A confiabilidade de entrega pode vir a ser,

brevemente, um critério ganhador de pedidos. Prescrições práticas para o aumento

da confiabilidade de entrega:

Planejamento à frente para prevenir surpresas;

52

Controle da ocupação dos recursos;

Monitoramento das atividades de produção;

Aumento da flexibilidade dos recursos;

Desenvolvimento de fornecedores internos nos mesmos moldes dos externos.

O marketing moderno considera a distribuição uma das fases mais críticas

dos negócios. Dela depende parte importante da qualidade percebida pelo cliente,

isto é, o que ele sente ao comparar sua satisfação com suas expectativas.

Confiabilidade de entrega é fruto do recebimento da mercadoria no prazo correto,

com embalagem correta, sem danos causados pelo transporte e erros no

faturamento, e com o suporte de um serviço de atendimento ao cliente que resolva

seus problemas com presteza e urbanidade, estes são eficazes instrumentos no

chamado marketing de relacionamento.

4.4.1. Distribuição

A distribuição começa na fábrica do fornecedor e termina nas mãos do cliente

final. Como os bens estão em constante movimento nesse ínterim, devemos

identificar em cada estágio como eles se movimentam (o modal de transporte) e

quem faz a movimentação (o operador de transporte). A distribuição física

representa um custo significativo para a maioria dos negócios, impactando

diretamente na competitividade, de acordo com sua velocidade, confiabilidade e

controlabilidade (capacidade de rastreamento e ação), ao entregar aos

consumidores dentro do prazo.

Administrar o transporte significa tomar decisões sobre um amplo conjunto de

aspectos. Essas decisões podem ser classificadas em dois grandes grupos:

Decisões estratégicas e Decisões operacionais. As decisões estratégicas se

caracterizam pelos impactos de longo prazo e se referem basicamente a aspectos

estruturais. As decisões operacionais são geralmente de curto prazo e se referem às

tarefas do dia a dia.

São basicamente quatro as principais decisões estratégicas no transporte:

Escolha de Modais;

53

Decisões sobre propriedade da frota;

Seleção e negociação com transportadores;

Política de consolidação de cargas.

Principais decisões em curto prazo:

Planejamento de embarques;

Programação de veículos;

Roteirizarão;

Auditoria de fretes;

Gerenciamento de avarias.

Seleção da Modalidade de Transporte:

A seleção da modalidade de transporte depende de dois fatores primordiais:

A diferença entre o preço de venda do produto na origem e no local de

consumo, fator este conhecido.

O custo de transporte entre o centro de produção do produto e o local de

consumo, fator que para ser calculado depende de dois aspectos:

I. Característica da carga a ser transportada: envolve tamanho, peso, valor

unitário, tipo de manuseio, condições de segurança, tipo de embalagem, distancia a

ser transportado, prazo de entrega e outros.

II. Características das modalidades de transporte: condições da infraestrutura

da malha de transportes, condições de operação, tempo de viagem, custo e frete,

mão-de-obra envolvida e outros.

Também influem na seleção da modalidade de transporte outros fatores:

Tempo: cada modalidade apresenta um tempo diferente em função de suas

próprias características

Custo: cada modalidade tem seu componente de custos, que determina o

valor do frete.

Manuseio: cada modalidade está sujeita a determinadas operações de carga

e descarga, nas quais a embalagem permite facilitar o manuseio, reduzir perdas e

racionalizar custos.

54

Rotas de viagem: cada modalidade envolve maior ou menor numero de

viagens, podendo a empresa adotar o transporte intermodal sempre que os custos

do transporte possam ser racionalizados.

O transporte representa um dos elementos mais importantes na composição

dos custos logísticos de uma empresa. Segundo BALLOU (1998), o transporte é

capaz de absorver entre 33,3 e 66,6% dos custos logísticos totais. Surge, então, a

necessidade de se entender os fundamentos do transporte e sua influência no

desempenho logístico da empresa.

O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC, 2002)

classificam o Sistema de Transporte quanto à forma em:

Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário);

Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário e Ferroviário);

Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido por um único

contrato;

Segmentados: envolve diversos contratos para diversos modais;

Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, necessita

ser transbordada para prosseguimento em veículo da mesma modalidade de

transporte (regido por um único contrato).

Todas as modalidades têm suas vantagens e desvantagens. Algumas são

adequadas para um determinado tipo de mercadorias e outras não. Segue descrição

sucinta dos diversos modais.

4.4.2. Tipos de Modais

Rodoviário - O transporte rodoviário apresenta baixo custo inicial de

implantação, exigindo apenas a construção do leito, uma vez que os veículos

pertencem a terceiros. Trata-se do sistema de transporte mais utilizado no país,

apesar de registrar elevado custo operacional e excessivo consumo de óleo diesel.

Possui grande flexibilidade operacional, permitindo acessos a pontos isolados.

Apresenta grande competitividade para o transporte de cargas dispersas, isto é, não

55

concentradas na origem ou no destino e o de curtas distâncias, onde seu maior

custo operacional é compensado pela eliminação de transbordos. No Brasil algumas

rodovias ainda apresentam estado de conservação ruim, aumentando os custos com

manutenção dos veículos. Além disso, a frota é antiga e sujeita a roubo de cargas.

Vantagens:

Adequado para curtas e médias distâncias;

Simplicidade no atendimento das demandas e agilidade no acesso às cargas;

Menor manuseio da carga e menor exigência de embalagem;

O desembaraço na alfândega pode ser feito pela própria empresa

transportadora.

Desvantagens:

Custo de fretes mais elevados em alguns casos;

Menor capacidade de carga entre todos os outros modais;

Menos competitivo para longas distâncias;

Com relação à segurança no transporte rodoviário de cargas, tecnologias com

rastreamento de veículos por satélite, bloqueio remoto de combustível, entre outras

tecnologias, estão sendo utilizadas por empresas do setor de transporte, visando

reduzir os riscos de transporte. Ocorre que essas tecnologias possuem elevados

custos de aquisição, de maneira que grande parte da frota rodoviária de carga

encontra-se à margem dessas inovações.

Ferroviário - O transporte ferroviário possui um custo de implantação

elevado, não apenas pela exigência de leitos mais elaborados, como também pela

aquisição simultânea do material rodante, constituído de locomotivas e vagões.

Apresenta baixo custo operacional e pequeno consumo de óleo diesel, em relação

ao transporte rodoviário. Não apresenta grande flexibilidade, operando através de

pontos fixos, caracterizados por estações e pátios de carga, sendo muito competitivo

no transporte de cargas com origem e destinos fixos e para longas distâncias, onde

os transbordos realizados na origem e no destino são compensados pelo menor

custo do transporte.

56

O transporte ferroviário é adequado para o transporte de mercadorias

agrícolas, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos,

fertilizantes, entre outros.

Vantagens:

Adequado para longas distâncias e grandes quantidades de carga;

Menor custo do transporte.

Desvantagens:

Necessidade maior de transbordo.

Menor flexibilidade no trajeto;

Dutoviário - O transporte dutoviário é feito através de tubos (dutos),

baseando se na diferença de pressão. Sua utilização privilegia materiais fluidos, tal

como gases, líquidos e sólidos granulares. O sistema apresenta elevado custo de

implantação e baixo custo operacional. Possui pequena flexibilidade, operando

apenas entre pontos fixos, que são as estações de bombeamento e recalque. No

entanto, o transporte dutoviário registra muita competitividade para o transporte em

alta velocidade de grandes quantidades de fluidos.

Vantagens:

Alta confiabilidade, pois possui poucas interrupções;

Pouco influenciado por fatores meteorológicos.

Desvantagens:

Número limitado de serviços e capacidade.

Marítimo - O transporte marítimo apresenta baixo custo de implantação e

de operação. Apesar de limitado às zonas costeiras, registra grande competitividade

para longas distâncias. Necessita de transporte complementar, o que pode torná-lo

inadequado para algumas rotas. O transporte marítimo é o modal mais utilizado no

comércio internacional. Possibilidade de navegação interior através de rios e lagos.

57

Vantagens:

Maior capacidade de carga;

Carrega qualquer tipo de carga;

Menor custo de transporte.

Desvantagens:

Necessidade de transbordo nos portos;

Longas distâncias dos centros de produção;

Menor flexibilidade nos serviços aliado a frequentes congestionamentos nos

portos.

Hidroviário e Aquaviário - O transporte hidroviário apresenta baixo custo de

implantação, quando da ocorrência de uma via natural. Tal custo, no entanto,

aumenta bastante se houver necessidade de construção de canais, barragens e

eclusas, por exemplo. Seu custo operacional, pequeno em vias perenes de grande

calado, aumenta de maneira sensível em vias de baixo calado e de utilização

sazonal, onde não é possível operar em períodos de seca. Apresenta baixa

velocidade operacional e alcance limitado ao curso natural da via utilizada. Atinge

excelente competitividade quando satisfeitas as condições de via natural, perene e

de grande calado.

Vantagens:

Custos de perdas e danos são considerados baixos.

Desvantagens:

Costuma ser mais lento que o modo ferroviário;

Disponibilidade e confiabilidade são fortemente influenciadas pelas condições

meteorológicas.

Aeroviário - O transporte aeroviário apresenta baixo custo de instalação e

elevado custo operacional. Registra grande flexibilidade e permite o acesso a pontos

isolados do país, com alta velocidade operacional. É o meio ideal para o transporte

de mercadorias de grande valor e de materiais perecíveis em situações

58

excepcionais. Algumas dessas situações são catástrofes, guerras e epidemias.

Devido a seu elevado custo operacional, o transporte aéreo não é apresentado

como alternativa, limitando-se sua utilização a casos específicos. É o transporte

adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com

urgência na entrega.

Vantagens:

É o transporte mais rápido;

Não necessita embalagem mais reforçada (manuseio mais cuidadoso);

Os aeroportos normalmente estão localizados mais próximos dos centros de

produção.

Desvantagens:

Menor capacidade de carga;

Valor do frete mais elevado em relação aos outros modais.

A confiabilidade de entrega tem sido considerada como um critério

competitivo de grande importância no mercado atual e futuro. Além de garantir um

serviço mais confiável ao cliente, a confiabilidade propicia uma estabilidade para o

sistema produtivo da organização, através da qual as reais melhorias do processo

podem ser planejadas e executadas.

4.5. Flexibilidade e Inovação

Flexibilidade é a capacidade dos sistemas de produção responder

eficazmente a mudanças não planejadas. Estas mudanças tanto podem ocorrer na

demanda por produtos, no fornecimento de insumos, como no processo produtivo

propriamente dito.

Segundo Corrêa & Gianesi (1993) para estar preparado para estas

mudanças, o sistema de produção deve desenvolver cinco tipos de flexibilidade:

59

Flexibilidade de novos produtos: habilidade de incluir ou alterar produtos

Flexibilidade de mix: habilidade de produzir determinado subconjunto da linha

de produtos em determinado intervalo de tempo

Flexibilidade de volumes: habilidade de alterar os níveis agregados de

produção de forma eficaz

Flexibilidade de entrega: habilidade de alterar as datas de entrega dos

pedidos

Flexibilidade de robustez: habilidade de o sistema continuar funcionando ou

retomar o funcionamento.

Conforme Hazeltine & Baragallo (1990) afirmam que a flexibilidade é

alcançada através da redução dos tempos de preparação de máquinas, treinamento

de funcionários, eficiente layout de equipamentos, e utilização da engenharia

simultânea.

Outro fator importante é a flexibilidade da mão-de-obra como forma da

organização atingir altos níveis de flexibilidade de seu sistema de produção. Esta

flexibilidade da mão-de-obra abrange tanto o nível administrativo quanto o chão-de-

fábrica. A nível administrativo é interessante desenvolver uma visão global dos

processos da empresa através de rodízios de cargos. A nível dos operários é

interessante a sua qualificação na operação de vários equipamentos, programação

de máquinas CNC, controle da qualidade e resolução de problemas.

A nova realidade competitiva impõe formas de organização que privilegiam a

comunicação e a integração entre as diversas funções, evitando que surjam

barreiras entre os departamentos. Isto pode ser feito utilizando-se da tecnologia

como ferramenta para a integração e implantando-se sistemas de comunicação.

Segundo Hazeltine & Baragallo (1990) destacam a importância de utilizar-se

da tecnologia como um mecanismo para integrar os diversos setores de uma

organização.

Estes autores argumentam que o uso da integração tecnológica favorece a

fabricação de produtos com qualidade, devido aos seguintes fatores:

Produtos podem ser melhorados através de uma comunicação rápida dos

defeitos e posterior correção, antes que um grande volume de produtos seja

produzido;

60

Mudanças no projeto de produtos são mais facilmente comunicados para

outras áreas dentro da organização, assim como para os fornecedores;

Problemas no processo de produção podem ser comunicados para a

engenharia de manufatura para resolução rápida;

A integração que passa a existir entre a engenharia de projeto e a engenharia

de produção permite que muitos dos custos associados com a introdução de novos

produtos sejam evitados.

Os sistemas de informações desempenham um importante papel na

coordenação e no compartilhamento de informações entre setores, permitindo a

viabilidade de um fluxo rápido e atualizado das informações dentro do sistema de

manufatura. Através dos sistemas de informações agiliza-se o processo de tomada

de decisões nos diversos níveis da organização, melhorando o desempenho e

consequentemente a competitividade da mesma (Isenberg,1995)

Inovação - é o processo que inclui as atividades técnicas, concepção,

desenvolvimento, gestão e que resulta na comercialização de novos (ou

melhorados) produtos, ou na primeira utilização de novos (ou melhorados)

processos. Inovação pode ser também definida como fazer mais com menos

recursos, por permitir ganhos de eficiência em processos produtivos e ser motor de

competitividade.

Tipos de Inovações:

Inovação do produto (mais amplo: inovação tecnológica): introdução no

mercado de novos ou significativamente melhorados produtos ou serviços. Incluem

alterações significativas nas suas especificações técnicas, componentes, materiais,

software incorporado, interface com o utilizador ou outras características funcionais;

Inovação do processo: implementação de novos ou significativamente

melhorados, processos de produção ou logística de bens ou serviços. Inclui

alterações significativas de técnicas, equipamentos ou software;

Inovação organizacional: implementação de novos métodos organizacionais

na prática do negócio, organização do trabalho e/ou relações externas;

61

Inovação de marketing: implementação de novos métodos de marketing,

envolvendo melhorias significativas no design do produto ou embalagem, preço,

distribuição e promoção.

A inovação é fundamental, pois através dela as organizações tornam-se

capazes de manterem-se ou tornarem-se competitivas nos seus mercados. Contudo,

na maioria dos casos, as empresas usam os concorrentes como base de referência

para as suas próprias iniciativas de inovação. Com isso, as estratégias competitivas

tendem a ser muito parecidas dentro de um mesmo mercado e apenas a empresa

que se afasta do grupo competitivo de empresas, consegue cumprir seu papel de

aumento de competitividade e consequente geração de riqueza.

A inovação numa empresa ou organização, passível de gerar ou aumentar a

competitividade da mesma pode verificar-se a vários níveis:

• Produtos e serviços: Desenvolvimento e comercialização de produtos ou

serviços novos;

• Processos: Desenvolvimento de novos meios de fabricação ou de novas

formas de prestação de serviços;

• Negócios: Desenvolvimento de novos negócios que forneçam vantagem

competitiva e sustentável;

• Gestão: Desenvolvimento de novas estruturas de poder e liderança.

Como se observa a inovação não ocorre apenas nos processos finais de

fabricação. Esta pode ocorrer em todo e qualquer ponto da organização. Não é

apenas fazer coisas diferentes, mas, também, fazer as mesmas coisas de formas

diferentes, criando, como refere Drucker (2002), novos potenciais de satisfação.

Segundo Simantob (2003), as inovações podem ser classificadas em dois grandes

grupos:

Inovação Radical ou de Ruptura - Este tipo de Inovação caracteriza-se pela

incessante busca, por parte da organização de ruptura e quebra de paradigmas.

Típicamente, os princípios que regem as tecnologias de rupturas são os

seguintes:

As empresas dependem de clientes e investidores para obter recursos;

62

Pequenos mercados não resolvem as necessidades de crescimento de

grandes empresas;

Mercados que não existem não podem ser analisados;

Fornecimento de tecnologia pode não se igualar à procura do mercado.

Inovação Incremental - Inovação Incremental ou Inovação por Processo de

Melhoria Contínua caracteriza-se por uma busca de aperfeiçoamento constante e

gradual. Por norma as empresas bem geridas são excelentes no desenvolvimento

das tecnologias incrementais. Estas melhoram o desempenho dos seus produtos

nas formas que realmente fazem a diferença junto dos seus clientes.

Este fato, habitualmente, ocorre porque suas práticas de gestão estão

baseadas nos seguintes princípios:

"Ouvir" os Clientes;

Investir agressivamente em tecnologias que ofereçam àqueles Clientes real

satisfação das suas necessidades;

Focalizar os mercados maiores ao invés dos menores.

Este tipo de estratégia empresarial baseada na inovação incremental ou de

melhoria contínua permite às empresas que a praticam, relativamente aos seus

pares, praticar margens mais elevadas.

Inovação na Empresa - A inovação por força da comptitividade ou estratégia,

é cada vez mais global e convergente, criando no âmbito da investigação e

complexidade um novo mundo de oportunidades, que levam as empresas a serem

sustentáveis a longo prazo. A investigação e desenvolvimento (I&D) podem e devem

ser usadas para as indústrias desenvolverem melhores produtos, de acordo com

preferências dos clientes; e para de uma forma geral haver melhorias nos processos

internos e organizacionais da empresa, que permitam reduções de custos e criação

de valor. Aliado a este conceito está também todo o conhecimento tácito existente

na empresa, nos colaboradores, no conhecimento explícito nas suas patentes e

marcas, que são motores das vantagens competitivas que se possam criar.

A primeira regra da competitividade industrial internacional é a inovação.

Existem algumas regras que devem ser consideradas quando se inova na empresa.

63

A inovação está carregada de incerteza, o futuro é imprevisível, uma fraca

orientação ou organização pode levar todos os esforços ao fracasso, principalmente

quando a inovação se foca nos processos tecnológicos e na engenharia de ponta.

Mas é nesse campo que a inovação tem os seus maiores trunfos, que permite uma

melhor resposta aos consumidores e que acrescenta um maior valor à empresa. Um

ambiente empresarial que permite a colaboração dos seus colaboradores nos

processos de decisão, que incentiva a partilha de informação e a pro-atividade e

com o uso eficiente de meios tecnológicos vai permitir incubação de conhecimento,

a transmissão de conhecimento, e logo a propensão para a inovação.

Para inovar e aumentar a sua competitividade a empresa deve:

Incentivar criatividade e experimentação: deve proporcionar aos seus

colaboradores um ambiente onde estes possam desenvolver e partilhar ideias; sair

de um paradigma estático.

Investir em novas tecnologias, P&D e melhorias: ao usarem vantagens do que

mais recente existe a nível tecnológico no mercado nos diversos setores de

atividade, isto é, a empresa não deve apenas investir no desenvolvimento de novos

produtos, mas também melhorar os processos e produtos existentes; a empresa tem

assim melhores hipóteses de se impor num mercado em evolução.

A inovação deve cada vez mais resultar de uma abordagem sistemática e

programada nas empresas. Nas quais devem aproveitar não só as sinergias internas

como também as bolsas de conhecimento espalhadas pelo mundo, que os avanços

tecnológicos hoje proporcionam de forma fácil, e que permitem a inserção de novos

conhecimentos no contexto empresarial que conduzam a novos produtos ou

serviços.

A inovação numa empresa só pode ser considerada um sucesso se o valor

criado com ela for superior aos custos incorridos no seu desenvolvimento.

4.6. Tecnologia Disruptiva

64

Tecnologia disruptiva ou inovação disruptiva é um termo descrendo a

inovação tecnológica, produto, ou serviço, que utiliza uma estratégia "disruptiva", em

vez de "revolucionário" ou "evolucionário", para derrubar uma tecnologia existente

dominante no mercado. É sistematicamente demonstrada para a comunidade de

pesquisa que as mais disruptivas inovações são, uma minoria comparados com as

inovações "revolucionarias", que introduzem uma inovação de maior desempenho no

mercado. Exemplo de tecnologias disruptivas sucedendo são raros.

Ocasionalmente, uma tecnologia disruptiva vem a dominar um mercado existente,

seja preenchendo um espaço no novo mercado que a tecnologia antiga não

conseguia atender, ou por sucessivamente mover para cima no mercado,

começando com um produto mais barato com desempenho inferior. E através de

aperfeiçoamentos finalmente deslocar os lideres do mercado (como as câmeras

digitais substituindo as câmeras por filme).

Por contraste, uma tecnologia "revolucionaria" introduz produtos com novas

características vastamente melhoradas. Este é o tipo de inovação que mais

frequentemente substitui o incumbente do mercado. Adicionalmente, uma tecnologia

evolucionária melhora a performance de produtos já estabelecidos, geralmente de

forma incremental.

4.6.1. História e uso do termo

O termo "tecnologia disruptiva" foi criado por Clayton M. Christensen e

introduzido em seu artigo de 1995, "Disruptive Technologies: Catching the Wave",

que possui co-autoria com Joseph Bower. O propósito do livro é visar executivos de

gerencia que tomam decisões de compra/investimento em companhias em vez da

comunidade de pesquisa. Ele incrementa o termo mais a fundo em seu livro de 1997

intitulado "The Innovator's Dilemma". Em sua sequencia, "Innovator's solution",

Christensen trocou o termo "tecnologia disruptiva" por "inovação disruptiva" porque

ele reconheceu que poucas tecnologias são disruptivas de fato ou sustentáveis. É a

estratégia ou modelo de negócios que a tecnologia aciona que cria o impacto

65

disruptivo. É o conceito de tecnologia disruptiva continua uma longa tradição de

identificação de radicais mudanças técnicas no estudo da inovação pelos

economistas, e no desenvolvimento de ferramentas para seu gerenciamento a um

nível de política.

4.6.2. A Teoria

Christensen distingue entre disrupção de baixo espectro que mira

consumidores que não necessitam a total performance valorizada pelos clientes dos

mercados de alto espectro e "disrupção de novo mercado" que mira consumidores

que possuem necessidades preciamente não servidas pelos incumbentes

existentes.

"Disrupção de baixo espectro" ocorre quando a taxa em que os produtos

melhoram excede a taxa em que os clientes podem adotar a nova performance.

Então, em algum ponto a performance do produto excede as necessidades do

cliente de algum segmento. Neste ponto, uma tecnologia disruptiva pode entrar no

mercado e prover um produto com uma performance mais baixa que o incumbente

mas que excedem o requerimento de alguns seguimentos, então ganhando solides

no mercado.

Na disrupção de baixo espectro, o disruptor é focado inicialmente em servir o

cliente com menor liquides, que esta feliz com um produto que é apenas bom o

suficiente. Este tipo de consumidor não está disposto a pagar preços altos por

melhorias na funcionalidade de algum produto. Quando o disruptor já ganhou solidez

o suficiente com este segmento de cliente, ele procura melhor sua margem de lucro.

Para conseguir melhores margens, o disruptor necessita entrar num segmento em

que o cliente está disposto a pagar um pouco mais por uma melhor qualidade. Para

garantir esta qualidade a seu produto, o disruptor precisa inovar. O incumbente não

irá fazer muito para segurar sua fatia neste mercado porque não apresenta liquides

o suficiente, e irá se mover para cima no mercado e se focar em clientes mais

atrativos. Depois de vários desses encontros, o incumbente é esmagado em

mercados menores em que ele costumava servir. E a tecnologia disruptiva irá

66

satisfazer as demandas dos seguimentos com maior liquides, jogando a companhia

estabelecida para fora do mercado.

A disrupção de novo mercado ocorre quando um produto que se encaixa em

novos ou emergentes seguimentos do mercado que não é servido pelo incumbente

existente na indústria. O sistema operacional Linux quando foi introduzido tinha

performance inferior aos outros sistemas operacionais como Unix e Windows NT.

Mas Linux era muito mais barato, e depois de anos de melhorias, ele ameaça

deslocar os lideres dos sistemas comerciais Unix.

Tecnologias disruptivas não são sempre disruptivas para o cliente, e às vezes

levam um grande tempo para elas serem disruptivas o suficiente para as

companhias estabelecidas. Elas são às vezes difíceis de serem reconhecidas. De

fato, como Christensen mostra e estudos provaram, é inteiramente racional para

companhias incumbentes ignorar tecnologias disruptivas, já que elas se comparam

tão mal com os produtos existentes, junto com seu pequeno mercado consumidor,

se for posta de junto com as tecnologias estabelecidas.

Mesmo quando uma tecnologia disruptiva é reconhecida, os negócios

existentes podem ser relutantes em tirar vantagem dela, já que isto implica competir

com seus produtos existentes e com maior liquidez. Christensen recomenda que as

firmas existentes vejam estas inovações, invista em pequenas firmas que talvez

adotem estas inovações, e continuem a avançar com as demandas tecnológicas de

seu mercado principal, para a performance continuar acima do que as tecnologias

disruptivas podem alcançar.

Tecnologias disruptivas também podem ser discretamente disruptiva em vez

de proeminente. Exemplos incluem a telefonia pela internet/IP, em que a

substituição não faz nada, e algumas vezes não podem substituir todos os atributos.

4.7. Produção Limpa

Produção Limpa é uma abordagem para a produção ecoeficiente.

67

As principais caracteríticas de um bem produzido segundo os critérios da

Produção Limpa são:

Utilização de materiais não tóxicos e reutilizáveis.

Processo limpos e com baixo consumo de energia

Mínima utilização de embalagens

Fácil de montar, desmontar, consertar e reciclar

Destinação final ambientalmente adequada gerida pelo fabricante

Significa a aplicação de uma estratégia econômica, ambiental e técnica,

integrada a processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência do uso de

matérias-primas, água e energia, através da não geração, da minimização ou da

reciclagem dos resíduos gerados, com benefícios ambientais e econômicos para os

processos produtivos. O princípio básico da Produção Limpa é eliminar a poluição

durante o processo de produção e não no final, atender nossa necessidade de

produtos de forma sustentável, usando com eficiência materiais e energias

renováveis, não nocivos, conservando ao mesmo tempo a biodiversidade. A razão:

todos os resíduos que a empresa gera custaram-lhe dinheiro, pois foram comprados

a preço de matéria-prima e consumiram insumos como água e energia. Uma vez

gerados, continuam a consumir dinheiro, seja sob a forma de gastos de tratamentos

e armazenamento, seja sob a forma de multas pela falta destes cuidados, ou ainda,

pelos danos à imagem e reputação da empresa. Essa abordagem assume como

pressuposto que a maioria de nossos problemas ambientais, como por exemplo: o

aquecimento global, poluição tóxica, perda da biodiversidade, são causados pela

forma e ritmo no qual produzimos e consumimos recursos, devendo reduzir riscos

aos seres humanos e ao meio ambiente.

4.7.1. A Produção limpa como vantagem competitiva

A busca das empresas por assimetrias que lhes tragam vantagem competitiva

tem sido uma constante. Uma nova ordem mundial, nas últimas décadas, tem

trazido a tona as questões ambientais e suas consequências, para um mundo que já

68

não dispõe de capacidade suficiente de absorção desta carga poluidora. Colocam-

se, então, as empresas numa situação de escolha. A procura de resultados finais,

ecologicamente corretos, torna-se, com isso, uma restrição ou uma oportunidade,

cabendo a competência administrativa decidir.

Essa nova visão, mais holística, de se fazer produção limpa, traz no seu bojo

um diferencial competitivo, o qual pode ser explorado tanto no processo produtivo

quanto no nível mercadológico. Segundo Ottman, (1994) reforça esta observação

dizendo que “a fatia aumentada de mercado é apenas um dos inúmeros benefícios

em potencial do esverdeamento corporativo e de produto”. Os mercadólogos

também começam a descobrir que o desenvolvimento de produtos e processos de

manufatura ambientalmente saudáveis não apenas fornece uma oportunidade para

fazer a coisa certa, mas também pode aumentar a imagem corporativa e de marca,

economizar dinheiro e abrir novos mercados para produtos que tenham o intuito de

satisfazer as necessidades dos consumidores no sentido de manter uma alta

qualidade de vida.

4.7.2. Conceituando e Diferenciando a Produção Mais Limpa

É comum depararmos com termos como “Produção Mais Limpa”, “Produção

Limpa”, ”Prevenção a Poluição”, “Tecnologias Limpas”, “Tecnologias Mais Limpas”,

“Tecnologias Fim de Tubo”, etc. Existe diferença entre estes termos? Qual o

significado de cada um?

Nesta seção serão apresentados alguns conceitos utilizados na literatura. Os

autores fazem uma crítica e procuram esclarecer a “confusão” estabelecida com a

utilização de termos que, conceitualmente são diferentes, mas que na prática, são

empregados como sinônimos.

Produção mais limpa (Cleaner Production): conceito definido pela UNIDO

(United Nations Industrial Development Organization) e pela UNEP (United Nations

Environmental Program) que estimula atitudes voluntárias por parte das indústrias,

independente do alcance da legislação ambiental. Segundo a UNIDO/UNEP,

69

Produção Mais Limpa (PML ou P+L) é a aplicação continuada de uma estratégia

ambiental preventiva e integrada aos processos, produtos e serviços, a fim de

aumentar a eco eficiência e reduzir os riscos para o homem e para meio ambiente.

Aplica-se a processos produtivos, a produtos e a serviços.

Prevenção da Poluição (Polution Prevention): outro conceito bastante

semelhante à PML (termo mais comumente utilizado na Europa) é o da Prevenção

da Poluição (termo mais comumente utilizado nos EUA), Prevenção à Poluição

refere-se a qualquer prática, processo, técnica ou tecnologia que vise à redução ou

eliminação em volume, concentração e/ou toxicidade dos resíduos na fonte

geradora. É uma estratégia de uso de material, processos e gerenciamento que

reduz ou elimina a criação de poluentes e resíduos na fonte – prioritário a

reciclagem, tratamento ou disposição. É uma abordagem de gestão ambiental que

enfatiza a eliminação e/ou redução de resíduos na fonte de geração, envolvendo o

uso ótimo dos recursos naturais.

A CETESB (1998) também elaborou um “Manual de Implementação de um

Programa de Prevenção à Poluição”, no qual sugere ações que devem obedecer

alguns passos que asseguram a prevenção da poluição.

Produção limpa (Clean Production): este conceito foi proposto pela

organização ambientalista não governamental Greenpeace, em 1990, para

representar o sistema de produção industrial que levasse em conta a auto

sustentabilidade de fontes renováveis de matérias-primas; a redução do consumo de

água e energia; a prevenção de geração de resíduos tóxicos e perigosos na fonte de

produção; a reutilização e reaproveitamento de materiais por reciclagem de maneira

atóxica e energia-eficiente (consumo energético eficiente e eficaz); a geração de

produtos de vida útil longa, seguros e atóxicos, para o homem e o meio ambiente,

cujos restos (inclusive as embalagens), tenham reaproveitamento atóxico e energia-

eficiente; e a reciclagem (na planta industrial ou fora dela), de maneira atóxica e

eficiente, como substitutivo para as opções de manejo ambiental representadas por

incineração e despejos em aterros. Pode-se verificar que existem diferenças entre

os conceitos de “Produção Mais Limpa” e “Produção Limpa” no que se refere à

concepção de processos e produto. Enquanto a Produção Limpa propõe produtos

atóxicos e o uso de fontes de energia renováveis, a Produção Mais Limpa estimula a

redução da toxidade e o uso mais eficiente da energia. A UNIDO/UNEP compara

situações e define como Produção Mais Limpa a que apresentar menor consumo de

70

matéria-prima e energia. Na prática, a grande maioria das empresas implanta PML

segundo o conceito da UNIDO/UNEP.

Tecnologias limpas (Clean Technologies): É o conceito utilizado para

designar a tecnologia que não polui o meio ambiente. Geralmente é utilizada como

sinônimo de Tecnologias Mais Limpas ou de Produção Mais Limpa.

Tecnologias Mais Limpas (Cleaner Tecnologies): Este conceito é definido

como um conjunto de soluções que começam a ser estabelecidas e disseminadas,

por sua ampla utilização, a fim de prevenir e resolver problemas ambientais (Christie,

Rolfe e Legard, 1995). Elas seguem o princípio de proteger e ou conservar o meio

ambiente, evitando o desperdício de recursos e a degradação ambiental, almejando

o desenvolvimento sustentável. Fundamentalmente, as Tecnologias Mais Limpas

dependem de novas maneiras de pensar e agir sobre os processos, produtos,

serviços e formas gerenciais em uma abordagem mais holística.

Tecnologias Fim de Tubo (End-of-Pipe Technologies): são as tecnologias

utilizadas para o tratamento, minimização e inertização de resíduos, efluentes e

emissões. Estas tecnologias são muito utilizadas nas empresas. Caracterizam-se

como Tecnologias Fim de Tubo os filtros de emissões atmosféricas, as estações de

tratamento de efluentes líquido (ETE), as tecnologias de tratamento de resíduos

sólidos. Diferentemente da Produção Mais Limpa, que atua na prevenção da

poluição, as Tecnologias Fim de Tubo atuam visando remediar os efeitos da

produção, ou seja, depois que a poluição foi gerada no processo produtivo.

Tecnologias Limpas são metas que devem ser perseguidas, mas difíceis de

serem atingidas na prática, pois sempre haverá algum tipo de impacto ambiental, o

que fará com esta tecnologia não seja totalmente limpa. Já as Tecnologias Mais

Limpas são tecnologias que causam menor impacto do que outras tecnologias com

as quais se está comparando.

O uso inadequado dos conceitos resulta, em parte, da abrangência dada a

estes conceitos por determinados autores. Os autores deste artigo propõem o uso

de termos que expressem o propósito direto do conceito.

Seguindo este propósito, os conceitos seriam reduzidos a:

Produção Mais Limpa = Prevenção a Poluição: Técnicas utilizadas para

prevenir a geração de resíduos, efluentes e emissões. Trata-se de uma comparação

71

entre duas ou mais formas de produção. A implantação das técnicas de PML deve

sensibilizar e mobilizar toda a empresa, e não apenas o setor de produção.

Produção Limpa: Sistema de produção que não causa impacto ambiental.

Trata-se de uma meta a ser perseguida, mas que não será atingida na sua

plenitude, pois sempre haverá algum tipo de impacto.

Tecnologia Mais Limpa: Tecnologias que causam menor impacto ambiental,

quando comparada com outras tecnologias.

Tecnologia Limpa: Tecnologia que não causa impacto ambiental. Da mesma

forma que no caso da Produção Limpa, trata-se de uma meta a ser perseguida.

Tecnologia Fim de Tubo: São as tecnologias utilizadas para remediar os

impactos ambientais decorrentes dos processos produtivos. Visam evitar que a

poluição gerada seja diluída no meio ambiente.

Esta precisão nos conceitos, evita o uso inadequado dos mesmos, bem como

evita a “promiscuidade” conceitual que ocorre entre estes, e também com outros

conceitos como ecodesign, eco eficiência, desenvolvimento sustentável, etc.

4.7.3. Benefícios e barreiras para investir em produção mais limpa

Como qualquer investimento, a decisão de investir em produção mais limpa

depende da relação custo-benefício. Sem dúvida, ao comparar as mudanças que

são geradas na estrutura dos custos totais, quando se decide investir em produção

mais limpa, têm-se que, com o tempo, os custos diminuem significativamente, devido

aos benefícios gerados a partir do aumento da eficiência dos processos e dos

ganhos, no consumo de matérias-primas e energia e na diminuição de resíduos e

emissões contaminantes.

Os programas de produção mais limpa se focalizam no potencial de ganhos

diretos no mesmo processo de produção e de ganho indireto pela eliminação de

custos associados com o tratamento e a disposição final de resíduos, desde a fonte,

ao menor custo, e com períodos curtos de amortização dos investimentos.

Existe uma grande relutância para a prática de produção mais limpa. Os

maiores obstáculos ocorrem em função da resistência à mudança; da concepção

72

errônea (falta de informação sobre o programa e a importância dada ao meio

ambiente); a não existência de políticas nacionais que deem suporte às atividades

de produção limpa; barreiras econômicas (alocação incorreta dos custos ambientais

e investimentos) e barreiras técnicas (novas tecnologias).

Segundo a UNIDO/UNEP, as empresas ainda acreditam que sempre

necessitariam de novas tecnologias para a implantação de produção mais limpa,

quando na realidade, em aproximadamente 50% da poluição gerada em vários

países, poderia ser evitada com a melhoria em práticas de operação e mudanças

simples em processos. Também já foi verificado que toda vez que houve uma

legislação obrigando as empresas a mudarem seus processos de produção ou

serviços, houve uma maior eficiência e menor custo de produção.

5. CRITÉRIOS GANHADORES E QUALIFICADORES DE

PEDIDO

Nesse mundo repleto de mudanças em que vivemos, a concorrência está

cada dia mais acirrada e as empresas precisam correr contra o tempo para que

possam continuar no mercado. A cada dia surgem coisas inovadoras além da

diversificação.

Pode-se afirmar que qualidade não é mais um diferencial para as empresas,

mas sim um quesito básico exigido pelos clientes para que uma empresa possa

permanecer ou entrar no mercado.

O conceito de objetivo ganhador e qualificador não é uma questão objetiva

definida pela empresa, mas sim relativa às circunstâncias do mercado, ou seja, o

que importa nas relações de compra é o valor relativo gerado pelo conjunto dos

atributos de um produto.

Para as organizações que desejam se manter no mercado, frente aos

concorrentes e oferecendo um produto com qualidade e preços reduzidos, prestação

de serviços e atendimento ao cliente se torna quesitos vitais.

73

Fica evidente, portanto, a importância de manter clientes para a lucratividade

da empresa. Um cliente conquistado é um dos maiores patrimônios da empresa.

Preservá-lo é uma necessidade para os negócios bem-sucedidos a longo prazo.

Critérios qualificadores (em inglês, “qualifying criteria” ou “qualifiers”), que

são os critérios competitivos em relação aos quais um fabricante torna-se um

competidor viável no mercado.

Podem não ser os principais determinantes de sucesso competitivo, mas são

importantes para a organização. Quando os competidores já têm estabelecido nível

de qualidade, os novos devem ao menos igualar para serem competidores viáveis,

ou se não, alguns clientes sequer parariam se os mesmos não existissem.

São critérios em que a empresa (ou produto) deve atingir um nível mínimo de

desempenho para que possa ser considerada pelos clientes (consumidores) como

possível fornecedora.

Abaixo do nível qualificador a empresa está provavelmente fora da

concorrência e muito acima não significa que o benefício competitivo será relevante.

Os objetivos qualificadores somente começam a contribuir com a competitividade

quando a produção alcança desempenho acima do nível mínimo qualificador.

Exemplos de critérios qualificadores pode ser a certificação dos sistemas da

qualidade conforme as normas ISO 9000, ISO 14OOO, certificações ambientais,

responsabilidade social, e/ou outras certificações específicas.

5.1. Ganhadores de Produtos ou serviços

Critérios ganhadores de Pedidos são critérios competitivos que permitem

aos clientes escolher um determinado produto no mercado competidor; são o que

significativamente e diretamente contribuem para a realização de um negócio e são

vitais para se conseguir um pedido.

São considerados pelos consumidores como razão-chave para comprar o

produto ou serviço. Dependendo das necessidades do cliente na hora da compra, a

dimensão ganhadora pode variar. Exemplos: pode ser, entre outros, o custo do

produto ou mesmo a flexibilidade ou prazo de entregas.

74

Segundo Fitzsimmons & Fitzsimmons (2005, p. 146-147) as primeiras

dimensões que os clientes utilizam para julgar a qualidade dos produtos e serviços,

portanto, critérios ganhadores de pedidos são:

Confiabilidade: É a capacidade de prestar o serviço prometido com

confiança e exatidão. O desempenho de um serviço confiável é uma expectativa do

cliente e significa em serviço cumprido no prazo, sem modificações e sem erros.

Responsabilidade: É a disposição para auxiliar os clientes e fornecer o

produto ou serviço prontamente. Deixar o cliente esperando, cria

desnecessariamente uma percepção negativa da qualidade. Se ocorrer uma falha

em um serviço, a capacidade para recuperá-la rapidamente e com profissionalismo

pode gerar muitas percepções positivas da qualidade.

Segurança: Está relacionada ao conhecimento e a cortesia dos funcionários,

bem como sua capacidade de transmitir confiança e confiabilidade. A dimensão da

segurança inclui as seguintes características: competência para realizar o produto

ou serviço, cortesia e respeito ao cliente, comunicação efetiva com o cliente e a ideia

de que o funcionário está realmente interessado no melhor para o cliente.

Empatia: É demonstrar interesse, atenção personalizada aos clientes. A

empatia inclui as seguintes características: acessibilidade, sensibilidade e esforço

para entender as necessidades dos clientes.

Flexibilidade: fazer rápidas mudanças no projeto e/ou introduzir novos

- mix -

volume de produção rapidamente.

5.2. Perdedores de serviços

Os critérios qualificadores e ganhadores de pedidos são ditados pelos

clientes, atender o cliente com qualidade ou satisfazê-lo, é uma filosofia empresarial

baseada na parceria. É fundamental compreender que atender o cliente com

qualidade não se resume a tratá-lo bem. Mais do que isso, hoje significa acrescentar

benefícios a produtos e serviços objetivando superar as expectativas dele.

75

Perdedores de serviços. Alguns exemplos: a oficina que não consegue

resolver um problema mecânico do carro (confiabilidade), o tratamento grosseiro do

médico (personalização) e o serviço de entrega que não cumpre o prazo contratado

(rapidez), o atendimento ao cliente não satisfatório, não conformidade nos produtos,

preços.

É necessário se estabelecer um canal de comunicação direto entre cliente e

empresa, através do qual o primeiro é regularmente ouvido, com muita atenção, e

suas críticas e sugestões transformadas em especificações de melhores produtos e

serviços. A satisfação do cliente não é resultado apenas do grau de conformidade

com as especificações técnicas, mas também de fatores como prazo e pontualidade

de entrega, portanto, a chave para a fidelidade é expandir valor para o cliente com

base na sua definição individual de valor.

Essa definição pode variar muito de um cliente (por exemplo, descontos no

preço) para outro (por exemplo, atenção pessoal) e ainda outro (por exemplo,

acesso a informações), condições de pagamento, atendimento pré e pós-venda,

flexibilidade, etc.

A satisfação das necessidades do cliente é sempre o objetivo de todas as

empresas, mas, por vezes, é esquecido um elemento crítico do posicionamento

baseado nas necessidades.

As diferenças nas necessidades só resultam em posicionamentos corretos

quando o melhor conjunto de atividades para a satisfação também variar. Se assim

não fosse, todas as empresas conseguiriam satisfazer essas mesmas necessidades

e não haveria nada único e original nos respectivos posicionamentos.

Estamos vivendo numa era de grandes e rápidas transformações tecnológicas

nos processos de produção, onde a eficácia da empresa depende tanto dos

resultados de suas operações atuais como, principalmente, da sua capacidade de

resposta e antecipação às mudanças, que lhe assegure continuidade e

sustentabilidade futura.

O conceito de objetivo ganhador e qualificador não é uma questão objetiva

definida pela empresa, mas sim relativa às circunstâncias do mercado, ou seja, o

que importa nas relações de compra é o valor relativo gerado pelo conjunto dos

atributos de um produto.

Quando um indivíduo opta por comprar um produto, é possível concluir que

este julgou que o valor do produto, o benefício que ele traz, é superior ao esforço

76

(preço) para comprá-lo. O conceito de valor é, portanto, uma questão subjetiva, ou

seja, variará de cliente para cliente.

São duas as formas de geração de valor para o cliente, por meio da melhoria

da performance dos atributos de produtos existentes, ou por meio da criação de

produtos completamente novos, ou seja, produtos que atendem a necessidades que

até então não foram atendidas.

É interessante compreender o contexto em que o cliente atribui valor a um

produto. Todo produto possui inúmeros atributos, em que na escolha o cliente

avaliará normalmente um subconjunto que considera mais importante de modo a

estabelecer o seu valor. Deste modo quando se escolhe, por exemplo, um televisor,

é avaliado ao mesmo tempo múltiplo atributos como, reputação da marca, preço,

nitidez da imagem, funcionalidades disponíveis, condições de pagamento, dentre

outros fatores.

Para cada atributo tido como relevante para o cliente é percebido/esperado

um determinado nível de desempenho, que o auxilia a estabelecer o valor total de

cada opção disponível.

Conforme Simon (1970), este processo de avaliação é um processo de

acomodação, ou seja, o valor atribuído a um determinado produto dependerá do

desempenho das demais possibilidades existentes. Com efeito, o processo de

avaliação realizado pelo cliente na escolha de um determinado produto é altamente

circunstancial, seja pelas opções disponíveis, ou pelas necessidades de momento,

sendo baseado em múltiplos atributos e não na avaliação fixa de poucos critérios.

Embora o processo de avaliação do cliente seja subjetivo a empresa pode

identificar os atributos relevantes para grupos de clientes, lançando mão de

ferramentas estatísticas, e a partir daí definir os seus níveis de desempenho. Neste

momento é que se deve iniciar a análise da contribuição de cada função geradora de

valor para cada atributo do produto.

6. ÁREAS DE DECISÕES ESTRUTURAIS

77

As decisões estruturais de uma operação produtiva são as que influenciam

principalmente as atividades de projeto, enquanto as decisões de infraestrutura são

as que influenciam a força de trabalho e as atividades de planejamento, controle e

melhorias (SLACK, CHAMBERS & JONHSTON, 2002). As decisões estruturais

possuem impactos no longo prazo, sendo difíceis de serem revertidas ou

modificadas e exigem vultosos investimentos de capital. As decisões de natureza

infraestruturas estão relacionadas a aspectos mais operacionais de negócios,

possuindo resultados tanto no curto, médio e longo prazo.

A seguir, serão examinados com mais detalhe, cada um dos componentes

dessa área de decisão.

6.1. Capacidade

Decidir sobre a capacidade da empresa é altamente importante porque

estamos tomando as decisões referentes às suas instalações industriais (o tamanho

das instalações é o que vai determinar sua capacidade, em antecipação à demanda

futura ou em resposta à demanda existente).

Decisões essas que podem impactar diretamente na qualidade, produtividade

e na eficiência dos processos. Segundo Hayes (2008), a capacidade é determinada

pela planta, equipamentos e gerenciamento dos recursos humanos da empresa,

bem como depende da administração dos tempos improdutivos da fábrica.

Essas decisões incluem, entre outras:

Como gerenciar as demandas cíclicas (por exemplo, mantendo excesso de

capacidade, inventários sazonais ou subcontratados);

Aumento da capacidade em antecipação à demanda futura ou em resposta à

demanda existente.

Conforme Pires (1995), a compatibilidade entre a demanda de produtos e a

capacidade industrial é um dos mais antigos problemas do gerenciamento da

78

produção, sendo cada vez mais relevante à medida que cresce a necessidade pela

flexibilidade fabril.

A empresa poderá implantar uma fábrica menor, com previsão de ampliação

se a demanda crescer a taxas elevadas.

6.1.1. Integração vertical e fornecimento

De acordo com Hayes e Wheelwright (1984), a estratégia vertical de

integração de uma organização (grau de extensão de propriedade que uma

organização tem na rede da qual faz parte, podendo ser total ou parcial) é definida

na direção da expansão, exigida pelo processo e pelo equilíbrio entre as etapas

verticalmente integradas.

A direção da expansão da rede vertical, tradicionalmente, é dividida entre

expansão para trás e para frente. Nas redes inter-firmas, a direção da expansão não

pode ser utilizada nesses termos, porque existe uma séria de atividades paralelas,

que não se resumem a um fluxo anterior ou posterior, mas a relacionamentos

verticais e horizontais, que englobam não somente fluxos físicos, mas também

fluxos de informações e financeiros.

Conforme Grant (2002), integração vertical refere à propriedade de empresas

com atividades relacionadas verticalmente. Quanto maior a propriedade da empresa

e controle sobre estágios sucessivos da cadeia de valor para o seu produto, maior é

o seu grau de integração vertical, caracterizando a verticalização. A integração

vertical pode ocorrer em duas direções: integração para trás, onde a firma controla a

produção de seus inputs; ou integração para frente, onde a empresa controla seus

clientes (distribuição).

Ainda de acordo com Grant (2002), a integração vertical pode ser total ou

parcial (parte dos elos da cadeia).

• Esta expansão pode ser caracterizada como integração horizontal, na qual a

integração vai em direção daquelas atividades paralelas que afetam aos

consumidores diretamente. Hakansson e Snehota (1995) referem-se às unidades

79

relacionadas ao fluxo físico de bens, como tendo um caráter vertical e que as

unidades que afetam a relação com os consumidores, como tendo um caráter

horizontal.

• Extensão – Uma vez estabelecida a direção da expansão, uma organização

deve decidir quão longe deve levar a extensão da integração vertical. A decisão da

Extensão da Integração Vertical vai da propriedade de uma operação a todas as

operações ao longo da rede. A extensão da integração vertical pode variar entre as

empresas participantes da rede vertical (caráter vertical), mas pode também,

considerar outras empresas que atuam na rede de empresas (caráter horizontal). No

caso de integração de uma empresa, leva-se em consideração também, o caráter

vertical e horizontal da rede, do qual essa empresa faz parte.

• Balanceamento – O balanço da parte da rede que é possuída pela empresa,

é a capacidade que deve ter a cada estágio, para suprir o próximo estágio. Redes

balanceadas têm a virtude da simplicidade e permitem que cada estágio tenha foco

nos requerimentos do próximo estágio ao longo da rede. Entretanto, às vezes, não é

possível uma rede totalmente autossuficiente. Na rede inter-firmas, o desafio é

atingir o equilíbrio entre todas as partes por meio de cooperação. As ligações com

os fornecedores são também, uma função de seu poder de barganha e estão

refletidas nas margens dos fornecedores/parceiros. Estas percepções relativas de

poder influenciam as posições de barganha que os atores sentem que podem tomar

(BOWMAN e AMBROSINI, 2000). O balanço nas redes inter-firmas está relacionado

não somente com a cooperação, mas também com as posições de barganha

exercida pelos atores da rede.

6.1.2. Vantagens e desvantagens da integração vertical

Toda decisão de integração vertical envolve vantagens e desvantagens. Os

quadros a seguir, extraídos de Stern et al. (1996), mostram as principais vantagens

e desvantagens da integração vertical, com base em quatro autores.

Possíveis vantagens da integração, segundo Porter:

80

Garantir economia de operações combinadas; Coordenação e controle interno

de informação;

Evitar o mercado e relacionamentos estáveis;

Tecnologia e garantir oferta e demanda;

4.Eliminar barganha e aumentar habilidade para diferenciação (valor

agregado)

Aumentar barreiras de entrada, mobilidade e entrar em um negócio de alto

retorno;

Defender-se contra fechamento do mercado.

Segundo Willianson:

Facilitar a adaptação em tomadas de decisão sequenciais (economia sobre a

racionalidade limitada);

Atenuar oportunismo e promover expectativas convergentes (reduzir

incerteza);

Dominar informações e obter uma atmosfera de maior satisfação.

Desvantagens da integração vertical, segundo Porter:

Custos de passar por barreiras de mobilidade;

Aumento de alavancagem operacional;

Reduzida flexibilidade para mudar de parceiros;

Elevadas barreiras globais de saída;

Necessidade de investimentos de capital;

Fechamento de acesso para o fornecedor de pesquisa de mercado ou know-

how;

Manutenção de balanço;

Incentivos e necessidades administrativas diferentes.

Segundo Willianson:

Predisposição a favorecer manutenção ou extensão de operações internas;

Distorção na comunicação e oportunismo interno;

Racionalidade limitada adicionamento de burocracia;

6. Perda de envolvimento moral e de incentivos;

81

Figura 4 - O escopo integração vertical

Fonte: Estratégias e Organizações. Integração e Coordenação Vertical na Cadeia de Papel e Celulose. Disponível em: <www.ead.fea.usp.br/Semead/9semead/resultado_semead/.../143.pdf>. Acesso em: 10/09/2010.

Numa firma integrada, há relacionamentos administrativos entre diferentes

unidades verticais (Vi), produtos (Pi) e unidades (Ci). No caso da especialização,

cada unidade é uma firma separada que se unem por relacionamentos de mercado.

(GRANT, 2002)

As explicações para a integração vertical podem ser divididas em dois

grandes grupos: os que a consideram como obtenção de poder de monopólio e os

que a consideram como estratégia de minimização de custos de transação gerando

então maior eficiência. Conforme Williansom (1985) prefere alinhar-se com este

segundo grupo.

Ao avaliar a forma geral de sua rede de operações, por meio de decisões de

integração vertical, uma organização deve decidir a localização, tamanho e

especialização (foco) de cada operação.

82

6.2. Instalações

6.2.1. Tamanho

Segundo Hayes et al. (2004), uma rede composta de um pequeno grupo de

grandes plantas, pode ser mais fácil de ser gerenciada do que uma rede composta

de um grande número de pequenas instalações. A tradicional interpretação de

tamanho é difícil de ser empregada nas redes de empresas.

E mais difícil do que administrar e gerenciar uma grande e complexa

instalação do que administrar uma menor e mais simples, mas a coordenar e

controlar um grande número de instalações separadas pode ser mais ainda mais

difícil, e tais problemas tendem a aumentar com a quantidade de unidades

envolvidas.

O tamanho da cadeia de suprimentos, sob um ponto de vista da teoria de

redes inter-firmas, é usualmente focado na quantidade de elos presentes, enquanto

as redes de empresas são analisadas como elos entre unidades organizacionais

diferentes. (NOOTEBOOM, 1999)

Uma rede de grandes instalações, por exemplo, pode ser mais fácil de

coordenar e pode ser capaz de explorar economias de escala menores e mais fáceis

de gerenciar.

Estas instalações tendem a serem mais flexíveis e respondem melhor as

demandas de mudanças de mercados e se adaptam mais rapidamente as

tecnologias e abordagens. E isto também inclui estruturas simples e enxutas, fácil de

comunicação e aprendizagem rápida, uma decorrência de um reduzido número de

tarefas repetitivas, podem normalmente levar a melhor em quantidade e custos

totais mais baixos.

6.2.2. Localização

83

Uma vez que a organização vai criar sua instalação, ela deve decidir a

localização. Esta decisão deve ser tomada dentro de algumas perguntas muito

importantes que são: Perto de mercados e consumidores? Perto das fontes de

matérias primas? Perto de mão de obra barata ou de conglomerados com

habilidades específicas? Cada resposta possui vantagens em diferentes situações, e

desvantagens em outras.

Segundo Pires (1995), as questões referentes à logística de abastecimento e

de distribuição, bem como a disponibilidade e custo da mão-de-obra devem ser

adequadamente considerados. Ainda, segundo o autor, a concepção de grandes

fábricas tem dado lugar a pequenas plantas bem mais dinâmicas, com

administração descentralizada, menores custos indiretos e maior eficiência.

Aproximando-se do conceito de fábrica focalizada (Focused Factory), introduzido por

Skinner (1974), no qual a fábrica que se focaliza em um estreito mix de produtos,

produzidos para um determinado segmento de mercado, terá um desempenho

superior a uma planta convencional que trabalha com um mix maior de produtos.

Um exemplo bastante interessante seria de um fabricante de equipamentos

eletrônicos de alta tecnologia que pode decidir localizar o projeto de seus produtos

perto de um centro tecnológico, mas realizar sua montagem final em uma área de

baixo custo. Isso pode reduzir seus custos diretos de mão de obra, mas sem causar

o aumento dos custos indiretos, tanto no nível corporativo, que necessita coordenar

o planejamento e envio da produção, quanto no local da montadora, em função dos

problemas associados com localização e importação dos componentes necessários,

a falta de transportes confiável e/ou a necessidade que a propriedade (e

normalmente, o gerenciamento) seja compartilhada com uma rede doméstica.

Também demanda maiores investimentos nos estoques logísticos, aumenta o tempo

total de produção e complica o processo de incorporação de mudança de projetos

no produto. Por outro lodo, embora a maioria desses problemas possa ser reduzida

se a empresa localizar suas instalações perto de um centro tecnológico, os altos

salários poderiam reduzir a competitividade dos produtos.

84

6.2.3. Especialização

A especialização pode ser caracterizada, segundo Hayes et al. (2004), como

uma estrutura de rede inter-firmas horizontal, na qual diferentes plantas são capazes

de fornecer aos consumidores diretamente e não requer grandes quantias de

insumos de suas plantas “irmãs” para realizar suas tarefas. Outra variante é

especializar as plantas por estágio de processo. Este estágio consiste em separar

uma série de tecnologias de processos operacionais diferentes, em plantas que são

responsáveis por um estágio de processo (ou por um número restrito deles). Isso

cria uma estrutura de rede inter-firmas vertical, na qual a criação final do produto ou

serviço requer a passagem dos materiais e informação, por meio de uma cadeia

dessas plantas especializadas.

Isso nos traz de volta a noção de foco da produção/operação, simplificar e

aumentar a eficácia em uma operação grande e complexa ao quebrá-la em

subconjuntos, cada um com uma variedade relativa mente menor de atividades,

dedicando uma instalação separada para cada subconjunto. No entanto, uma

organização de produção pode fazer isso de diversas maneiras. Uma delas é a

linha de produto: cada instalação produz um conjunto restrito de produtos similares

(similar no sentido de que necessitam de tecnologias de processo e sistemas de

gerenciamento compatíveis).

Este tipo de especialização exige algum sistema para satisfazer as

necessidades de um cliente que pede certos produtos e serviços produzidos por

diferentes instalações. Mais tarde caracterizamos isto como uma forma de estrutura

de rede horizontal, onde diferentes instalações são capazes de fornecer aos clientes

diretamente e não necessitam grandes quantidades de produtos para que suas

instalações irmãs desempenhem suas tarefas.

6.2.4. Tipo de Layout

85

São três os tipos básicos de layout, muitas variações e combinações destes

três tipos podem ser feitas, de acordo com as necessidades.

Layout Posicional; Por posição fixa, ou por localização fixa do material.

Usado para montagens complexas, os materiais ou componentes principais

ficam em um lugar fixo.

Usa-se Layout posicional quando:

As operações de conformação do material utilizam apenas ferramentas

manuais ou máquinas simples e/ou estiverem sendo feitas poucas unidades de certo

tipo e quando o custo de movimentação for alto.

Layout Funcional; Por processo, agrupam-se todas as operações de um

mesmo “tipo” de processo.

Usa-se Layout funcional quando:

As máquinas forem de difícil movimentação, quando tiver grande variedade

de produtos, tiver grandes variações nos tempos requeridos para diferentes

operações, tiver demanda pequena ou intermitente.

Layout Linear; Linha de produção, ou por produto, o material é que se move.

Uma operação imediatamente adjacente à anterior. Os equipamentos são dispostos

de acordo com a sequência de operações.

Usa-se Layout linear quando:

Tiver grandes quantidades de peças, o produto for total ou parcialmente

padronizado, a demanda for estável, puder ser mantida a continuidade do fluxo de

material – operações balanceadas.

Outra variante comum de uma estrutura especializada em produto é organizar

as instalações ao redor dos volumes de produção. Instalações que produzem alto

volume de produtos relativamente padronizados, normalmente demandam

equipamentos e sistemas de gerenciamento diferentes dos utilizados por aquelas

que produzem um grande número de diferentes produtos em baixos volumes.

Em vez de combinar a produção de ambos os produtos de altos e baixos

volumes na mesma instalação, muitas empresas preferem designá-los às

instalações separadas. Por exemplo, a Wriston Manufacturing Corporation, que

produz caminhões e outros equipamentos de transporte de larga escala, designou a

uma planta os primeiros testes de todos os novos produtos, assim como partes de

reposição de baixos volumes das linhas de produtos mais antigas. Uma vez que as

escalas de volume de um produto excedessem certo nível, sua produção era

86

transferida para outra instalação projetada especialmente para produção de médio

volume. Então, caso seus volumes de venda aumentassem a ponto de tornar

apropriada a utilização de equipamentos e técnicas de produção em massa, era

transferida ou para uma planta de altos volumes de fabricação genérica, ou para

uma nova planta construída especialmente para essa necessidade.

Uma terceira e muito popular maneira de especializar as instalações é por

estágio de processo operacional que consiste em uma série de tecnologia de

processamento distinto é dividido de forma que diferentes instalações são

responsáveis por um estágio de processo (ou uma pequena quantidade).

Isso cria uma estrutura de rede vertical, onde a criação do produto ou serviço

final requer a passagem de materiais e informações através de uma cadeia de

instalações especializadas. Uma organização que fabrica produtos eletrônicos

através circuito integrado individualmente em wafers de silício. Outra que quebra

estes wafers em chips individuais e os empacota com leads individuais e uma capa

protetora e ainda outras que incorporam os chips em módulos (como placa – mãe)

ou finaliza os produtos.

Uma vantagem dessa abordagem é que cada estágio de processo diferente

pode ser gerenciado separadamente por pessoas particularmente hábeis nesta

tecnologia especifica. Outra vantagem é que ao agrupar toda a produção em um

estágio específico em algumas instalações, em vez de tentar todos os estágios de

processo por um grande número de instalações focada no produto, é possível obter

vantagem das economias de escala. Finalmente, já que tecnologias de processo

distintas envolvem diferentes estruturas de custos e necessitam de diferentes

entradas e habilidades, diferentes estágios de processos podem ser localizados em

regiões geográficas que auxiliam melhor suas necessidades e características. O

fabricante de equipamentos eletrônicos, por exemplo, pode localizar sua fabricação

de circuitos integrados em regiões onde há uma grande concentração de

engenheiros e suas operações de embalagem e montagem (que requerem uma

quantidade relativamente maior de mão-de-obra menos capacitada) em lugares

onde os custos de mão-de-obra são baixos.

O planejamento da produção através de uma cadeia de instalações

especializadas pode ser bem complexo, assim como gerenciar a rede de forma a

assegurar que os planejamentos possuam aderência e que as medidas necessárias

sejam tomadas quando isso acontece.

87

Uma série de transferências entre instalações distintas leva tempo e pode

incorrer em altos custos de transportes assim como em grandes investimentos em

estoques em trânsito.

Satisfazer um determinado cliente requer que todas as instalações envolvidas

na fabricação dos produtos daquele cliente desempenhem suas atividades

apropriadamente e no tempo; já que a quebra de qualquer estágio iria comprometer

a entrega de todos os produtos que dependem daquele estágio. Sendo assim, tais

redes geralmente necessitam de algum tipo de capacitação reserva; sejam

instalações complicadas ou instalações (flexíveis), projetadas para poder trocar

rapidamente de um produto para outro, ou fornecedores que possam entregar

produtos em curtos prazos.

Outra abordagem comum para especialização de instalações é por região

geográfica: um grupo de instalações se dedica para fornecer para a Região A

enquanto outra fornece para a Região B e assim por diante. Isto propicia à empresa,

melhor servir às necessidades especiais de clientes locais. Por outro lado, a

especialização regional geralmente requer maiores investimentos em instalações e

pulmões de estoque.

6.3. Arquitetura de produto: modular ou integral

Conhecimento de arquitetura de produto pode ser definido como o

conhecimento requerido para unir diferentes módulos e componentes em um

sistema coerente, com funcionalidade integrada. Este conhecimento seria

fundamental para transformar em especificações funcionais de produtos os desejos

e necessidades do mercado consumidor e assim, manter a capacidade de uma

empresa inovar em determinado mercado, a partir de um dado paradigma

tecnológico.

Domínio do Conhecimento de Arquitetura como forma de manter a

Capacidade Inovadora de uma empresa Para melhor compreensão desse fator e de

como ele afeta a capacidade inovadora, é necessário primeiro definir o que é a

88

Arquitetura de Produto e o que é o Conhecimento de Arquitetura, o que será feito a

seguir:

Um produto pode ser imaginado tanto do ponto de vista funcional, como em

termos físicos. Os elementos funcionais são as operações individuais e

transformações que contribuem para a performance do produto com um todo. Os

elementos físicos são as peças, os componentes e subconjuntos que implementam

as funções requeridas. (Ulrich e Eppinger)

Os elementos físicos normalmente são agrupados em blocos (chunks), que

implementam as funções no produto. A arquitetura do produto é a forma em que a

funcionalidade do produto é agrupada pelos blocos físicos.

A arquitetura de um produto pode ser modular e/ou integral:

Um produto possui arquitetura integral quando os elementos funcionais são

implementados usando mais de um bloco, ou um bloco implementa várias funções.

As interações entre os blocos não são bem definidas. Ele é concebido visando alta

performance e a fronteira entre os blocos é de difícil identificação, senão inexistente.

A mudança de um componente pode exigir um novo projeto de produto. Um produto

possui arquitetura modular quando seus blocos físicos implementam um ou poucos

elementos funcionais e suas interações são bem definidas e geralmente

fundamentais para as funções primordiais do produto. A arquitetura modular permite

a mudança de projeto de um módulo de forma independente, ou seja, sem a

necessidade de mudança em outros módulos.

Um produto raramente pode ser classificado como estritamente modular ou

integral. Ele pode ser classificado relativamente a outros produtos de acordo com

seu grau de modularidade. (Ulrich e Eppinger, 1995)

A modularidade surgiu como vantagem competitiva na indústria de

computadores na década de 60, demonstrando grande importância no processo de

desenvolvimento de produto. Este conceito já é usado na produção desde o início do

século, porém seu uso em projetos é uma tendência atual, não só no ramo de

tecnologia, mas também na indústria em geral. (ARNHEITER & HARREN, 2006)

A modularidade é uma estratégia para a construção de processos/produtos

mais complexos a partir de subsistemas, sendo estes desenvolvidos

individualmente, mas com o funcionamento integrado, permitindo assim a produção

de diferentes produtos através de combinação de subsistemas. A modularidade

pode ser usada para simplificar e facilitar o projeto do sistema de produção ou

89

produtos. Nesse sentido, a modularidade tem sido uma tendência crescente na

indústria automobilística, devido em grande parte à complexidade de seus produtos

e a dificuldade de controle de seus fornecedores. (BALDWIN & CLARK, 1997;

ARNHEITER & HARREN, 2006)

Atualmente, uma grande parte das empresas usa a modularidade de acordo

com Arnheiter & Harren (2006), incluindo produtos tais como máquinas-ferramentas,

bicicletas, computadores e veículos. Entretanto, a decisão de adotar projetos

modulares tem trazido muitas implicações, devido a sua grande influência em toda a

organização. Mesmo assim, a modularidade tem mostrado resultados positivos.

(BALDWIN & CLARK, 1997; CAMUFFO, 2000)

Em um estudo de caso conduzido conforme Ishii & Yang (2003), os autores

apontam alguns benefícios em empresas como GM, HP, BMW, Ericsson, Philips,

Canon, Toyota, Toshiba, dentre outras, na aplicação da estratégia modular. Através

de uma pesquisa tipo survey as empresas participantes relataram as seguintes

vantagens: melhor qualidade, maior flexibilidade e variedade, redução dos custos e

menor tempo de desenvolvimento do produto.

Outros autores também apontam para fatores positivos na adoção da

modularidade. Como no caso de Arnheiter & Harren (2006), que analisam o impacto

da modularidade sobre a qualidade.

Conforme entendimento de Erixon (1998), a modularização do produto pode

ser uma alternativa inovadora, desenvolvimento passo a passo do produto, de forma

a contribuir com a competitividade em custos, e com a rapidez da colocação do

produto no mercado. A variação de produtos relaciona-se diretamente com a

modularização na medida em que o projeto modular permite a otimização dos custos

envolvidos na customização. Os efeitos positivos da modularização poderão ser

observados em todo o processo, desde a concepção até a assistência técnica após

a venda. Segundo Erixon (1998) afirma ainda que a inserção do projeto modular no

desenvolvimento de produtos simplifica o processo e auxilia no planejamento das

mudanças do sistema de produção. A redução do tempo de desenvolvimento do

produto na fase de implementação, também é um dos efeitos positivos do aumento

da modularidade.

Menores tempos de fabricação contribuem para a redução do custo de

conversão1, aumento da qualidade e diminuição do tempo de entrega.

90

Ainda segundo Erixon (1998), a arquitetura modular facilita a aproximação

entre a equipe de desenvolvimento e de produção, visto que o fluxo de informação

será rápido e fácil de entender, possibilitando a aplicação do desenvolvimento

simultâneo de produtos e processos. Conforme Ericsson e Erixon (1999)

constataram que existem muitos estudos, de diferentes autores, suportando a teoria

de que o aumento da modularidade gera efeitos positivos no fluxo total de

informações e materiais, desde o desenvolvimento do produto, compra dos materiais

até a estocagem e entrega.

As diferenças, segundo Ulrich (1995), entre as abordagens totalmente

integrais e modular no processo de desenvolvimento de produtos são mostradas no

quadro das duas arquiteturas que são comparadas para quatro fases do processo

de desenvolvimento de produtos (Conceitual, Sistema, Detalhamento, Teste).

Conceitual Sistema Detalhamento Teste

Modular Escolha dos princípios tecnológicos de funcionamento -Estabelecer as

-Líder de projeto 'peso-pesado' para arquitetura do sistema -Mapeamento

-Projeto dos componentes em paralelo -Monitoramento dos componentes em

-Esforço na checagem de acoplamentos e interações não previstas

91

metas de desempenho -Definir variações e características desejadas -Escolha da abordagem de arquitetura

função-componente -Definição de interfaces e protocolos -Divisão do esforço entre especialistas

termos dos padrões de interface e das metas de desempenho -Projeto desempenhado por entidades 'tipo-fornecedor' -Teste independente dos componentes

-Mudanças de desempenho restritas a poucos componentes

Integral -Líder de projeto 'peso-pesado' para integração do sistema -Ênfase nas metas globais de desempenho do sistema -Distribuição dos subsistemas para times multidisciplinares

-Interação constante para avaliar o desempenho e gerenciamento das implicações nas alterações de projeto -Os projetistas dos componentes estão todos no time central -Os testes dos componentes devem ser simultâneos

-Esforço focado na sintonia do sistema completo -Alterações de desempenho propagam-se por muitos componentes

Fonte: Comparativo entre as arquiteturas modular e integral (ULRICH, 1995). Disponível em: < http://www.tede.ufsc.br/teses/PEMC1101-T.pdf>. Acesso em: 15/09/2010.

O tipo de arquitetura de um produto é decidido ao longo de seu

desenvolvimento e esta definição vai afetar sua performance e variedade de

versões, influenciar sua forma de modificação posterior ao desenvolvimento, reduzir

ou aumentar o tempo de desenvolvimento e, principalmente, afetar a forma que o

processo de desenvolvimento de produto pode ser gerenciado. Um produto de

arquitetura modular permite que diferentes grupos trabalhem independentemente no

desenvolvimento destes, uma vez que trabalham com um número relativamente

limitado e conhecido de interações com outros módulos. Já um produto de

arquitetura integral, requer um envolvimento e coordenação muito grande entre os

grupos. Por isso, para um produto de arquitetura modular é mais simples a

delegação da responsabilidade pelo desenvolvimento e produção de módulos para

diferentes empresas, como no caso de um micro-computador, por exemplo, onde o

micro-processador, o hard-disk e o monitor, entre outros, são desenvolvidos e

92

produzidos por diferentes empresas, e montados por uma terceira empresa (Baldwin

e Clark, 1997).

Um automóvel tanto pode ser encarado como um produto de arquitetura

integral, se considerar que algumas funções do automóvel estão dispersas em

diferentes blocos como a velocidade, por exemplo: não só a performance do motor,

mas da transmissão, os pneus, a aerodinâmica, a carroceria e seu peso afetam essa

função - quanto produto de arquitetura modular - ele pode ser entendido como um

conjunto de módulos, componentes e subsistemas com funções específicas

definidas (painel de instrumentos, motor, câmbio, etc.). A diferença entre um produto

visto como um sistema e um produto visto como um conjunto de componentes ilustra

a idéia dos dois tipos de conhecimento requeridos no DP: o conhecimento de

componentes e o conhecimento de arquitetura. O primeiro é o conhecimento dos

conceitos básicos de design do produto e de como estes conceitos são

implementados em cada componente em particular.

Pode-se definir, segundo Henderson e Clark (1990), conhecimento de

arquitetura como:

“O conhecimento de como os diferentes componentes são integrados formando um conjunto coerente, um sistema com funcionalidade integrada, e não simplesmente um conjunto de componentes...”

O conhecimento de arquitetura surge, portanto, depois que uma organização

desenvolveu familiaridade suficiente com a interação dos diferentes componentes

que permita que ela possa fragmentar um produto em elementos menores sem que

com isso, perca informação crítica da funcionalidade do produto como um todo. Esse

conceito de conhecimento de arquitetura é fundamental para se entender o papel da

empresa que integra diferentes módulos em um produto com funcionalidade única e

foi criado por Henderson e Clark (1990).

Nos estágios iniciais da evolução tecnológica de um setor, há grande

experimentação, com diferentes soluções tecnológicas para um mesmo produto.

Uma vez que um conceito de produto é estabelecido como dominante, o conjunto

inicial de componentes é refinado e elaborado e o progresso tecnológico caminha na

direção do desenvolvimento do conceito de cada componente individualmente

dentro de uma arquitetura estável, em torno da qual é organizado o setor. Por

exemplo, no início do desenvolvimento dos automóveis, foram desenvolvidas

93

diferentes motorizações (usando gasolina, eletricidade ou vapor como combustível)

e diferentes soluções de tração e carroceria (metal ou madeira). Após a

consolidação do conceito dominante de veículo - carroceria metálica, com motor de

combustão interna e tração traseira - o desenvolvimento do setor foi no sentido de

refinar a concepção tecnológica dos componentes dessa arquitetura (Henderson e

Clark, 1990). O conhecimento de arquitetura está diretamente ligado à capacidade

de uma empresa de identificar diferentes necessidades funcionais e traduzi-las em

especificações técnicas, alocando essas funções nos diferentes módulos que

compõe o produto e especificando as interfaces entre esses módulos (Fixson e

Sako, 2001).

Em um produto com arquitetura modular, mas com funções dispersas por

vários módulos ou sistemas, é fundamental a presença de um integrador desses

módulos, um coordenador que domine o conhecimento de arquitetura, que define e

ajuste as regras do projeto que determinam interconexões entre as interfaces dos

módulos. Nesse ajuste, que muitas vezes ocorre de forma iterativa, o conhecimento

dos módulos e seus componentes são necessários. Um exemplo disto é a

especificação máxima de ruído de vibração em um automóvel (NVH) em diferentes

velocidades. Para conseguir atingir essa especificação, é necessário conhecimento

das inter-relações entre a carroceria, o chassi e o conjunto motriz do veículo (Sako,

2002).

O domínio do conhecimento de arquitetura pode ser definido como a “raison

d‟être” das montadoras de automóveis e a principal fonte de sua vantagem

competitiva (Takeishi, 2002). É este domínio que dá às montadoras a capacidade de

identificar as necessidades e desejos dos clientes, transformando-a em

especificações funcionais de produtos. Perdendo o controle sobre esse

conhecimento, poder-se-ia afirmar que uma empresa perderia sua capacidade de

inovar. É o que ocorreu com a IBM, no desenvolvimento do PC: ao dotar o produto

de uma arquitetura modular, mas com interfaces padronizadas, e com o

desenvolvimento de componentes externalizados para fornecedores, a IBM perdeu o

controle sobre o conhecimento de arquitetura: este conhecimento ficou disperso

entre os diferentes componentes e diferentes fornecedores.

Esse mesmo fenômeno ocorreu com a indústria de bicicletas, de acordo com

o trabalho de Ulrich e Ellison (2004): a capacidade de inovar em produtos, hoje

pertence às empresas que fabricam componentes como o câmbio e sistemas de

94

freio (a Shimano, a “Intel das bicicletas”). A função de integrar os diferentes

componentes em um único produto não é mais crítica para a inovação do produto,

uma vez que a arquitetura de produto é modular, e seus componentes e interfaces

são padronizados. Já no caso dos automóveis, não há uma correlação única entre

funcionalidade e sua localização em um determinado módulo ou componente.

Funções e características próprias de cada modelo como velocidade, conforto

acústico, por exemplo, estão dispersas entre diversos módulos e componentes, o

que faz com que o conhecimento de arquitetura seja fundamental na capacidade de

inovar em produtos nesta indústria. Portanto, quem controla o conhecimento de

arquitetura, possuiria a capacidade de inovar.

Segundo Sanchez (2002) um produto deve apresentar uma proposição de

valor através das suas funcionalidades e das possibilidades de interface entre os

componentes de um módulo e com outros módulos. A literatura aponta o emprego

de duas estratégias de concepção de arquitetura nos projetos de desenvolvimento

de produto como alternativas para oferecer uma proposição de valor ao cliente: a

arquitetura integral e a modular (NEPAL, 2005).

Huang (2000) e Voordijk et al. (2006) consideram que um produto de

arquitetura integral define que cada um de seus componentes desempenhe muitas

funções através de relações físicas e / ou espaciais (volumétricas) muito próximas,

ou o inverso – um componente desempenha uma única função e estabelece

diversas relações com outros componentes, o que requer grande sincronização. O

fato do produto de arquitetura integral ser projetado para maximizar certa medida de

desempenho sem a consideração de que seus elementos funcionais possam ser

independentes entre seus diversos sub-módulos, pode determinar que possíveis

modificações em um de seus componentes ou característica requeiram re-projeto

intensivo de todo o produto. De acordo com Ulrich (1995) na maioria das vezes um

componente padronizado é menos caro do que um componente projetado e

construído para uso exclusivo em um só produto. A redução do seu custo se deve

ao seu grande volume e economia de escala. Como observam Baldwin e Clark

(1997) um produto de arquitetura modular é utilizado para construir produtos e

módulos complexos, como no caso dos veículos, com base na definição de unidades

padronizadas de maior funcionalidade que um projeto integral e que possibilita uma

simplificação na sua desmontagem e remontagem.

95

Cabe destacar que a cadeia de suprimentos de montadoras que adotam o

conceito de desenvolvimento de produtos de arquitetura modular desenvolve e

adquire uma grande quantidade de conhecimento no que se refere a como integrar

seus módulos e sub-módulos uns com os outros para a realização da montagem

final do veículo. Uma das vantagens deste tipo de arquitetura é a possibilidade de

ser aplicada em certa quantidade de modelos de veículos de uma só vez.

(FREDRIKSSON, 2002).

6.4. Informação e tecnologia de processo: Grau de automação

Automação industrial é a aplicação de técnicas, softwares e/ou equipamentos

específicos em uma determinada máquina ou processo industrial, com o objetivo de

aumentar a sua eficiência, maximizar a produção com o menor consumo de energia

e/ou matérias primas, menor emissão de resíduos de qualquer espécie, melhores

condições de segurança, seja material, humana ou das informações referentes a

esse processo, ou ainda, de reduzir o esforço ou a interferência humana sobre esse

processo ou máquina. É um passo além da mecanização, onde operadores

humanos são providos de maquinaria para auxiliá-los em seus trabalhos.

Entre os dispositivos eletro-eletrônicos que podem ser aplicados estão os

computadores ou outros dispositivos capazes de efetuar operações lógicas, como

controladores lógicos programáveis, micro controladores, SDCDs ou CNCs). Estes

equipamentos em alguns casos, substituem tarefas humanas ou realizam outras que

o ser humano não consegue realizar.

É largamente aplicada nas mais variadas áreas de produção industrial.

Alguns exemplos de máquinas e processos que podem ser automatizados

são listados a seguir:

Indústria automobilística

96

Processos de estamparia (moldagem de chapas ao formato desejado do

veículo)

Máquinas de solda

Processos de pintura

Indústria química

Dosagem de produtos para misturas

Controle de pH

Estações de tratamento de efluentes

Indústria de mineração

Britagem de minérios

Usinas de Pelotização

Carregamento de vagões

Indústria de papel e celulose

Corte e descascamento de madeira

Branqueamento

Corte e embalagem

Embalagens em todas as indústrias mencionadas

Etiquetado

Agrupado

Lacrado

Ensacado

A parte mais visível da automação, atualmente, está ligada à robótica, mas

também é utilizada nas indústrias química, petroquímicas e farmacêuticas, com o

uso de transmissores de pressão, vazão, temperatura e outras variáveis necessárias

para um SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuído) ou CLP (Controlador Lógico

Programável). A Automação industrial visa, principalmente, a produtividade,

qualidade e segurança em um processo. Em um sistema típico toda a informação

97

dos sensores é concentrada em um controlador programável o qual de acordo com o

programa em memória define o estado dos atuadores.

Atualmente, com o advento de instrumentação de campo inteligente, funções

executados no controlador programável tem uma tendência de serem migradas para

estes instrumentos de campo. A automação industrial possui vários barramentos de

campo (mais de 10, incluindo vários protocolos como: CAN OPEN, INTERBUS-S,

FIELD BUS FOUNDATION, MODBUS, STD 32, SSI, PROFIBUS, DEVICENET etc.)

específicos para a área industrial (em tese estes barramentos se assemelham a

barramentos comerciais tipo ethernet, intranet, etc.), mas controlando equipamentos

de campo como válvulas, atuadores eletromecânicos, indicadores, e enviando estes

sinais a uma central de controle conforme descritos acima. A partir destes

barramentos que conversam com o sistema central de controle eles podem também

conversar com o sistema administrativo da empresa conforme mostrado no

parágrafo abaixo.

Uma contribuição adicional importante dos sistemas de Automação Industrial

é a conexão do sistema de supervisão e controle com sistemas corporativos de

administração das empresas. Esta conectividade permite o compartilhamento de

dados importantes da operação diária dos processos, contribuindo para uma maior

agilidade do processo decisório e maior confiabilidade dos dados que suportam as

decisões dentro da empresa para assim melhorar a produtividade.

Vejamos abaixo alguns exemplos de aplicação de automação:

Um automated storage and retrieval system (AS/RS), em português, sistema

de recuperação e armazenamento automatizado, consiste num conjunto de

equipamentos computadorizados para depositar e recuperar automaticamente

cargas com localizações definidas. Estes sistemas são bastante utilizados na

indústria e em armazéns (Armazéns, 2003) .

A implementação de sistemas AS/RS como meio de armazenagem tiveram

um forte impacto no mundo dos armazéns e nos sistemas de armazenagem. Estes

sistemas automáticos de manuseamento e armazenagem de produtos, por via de

processos de controlo computadorizados, foram integrados em processos de

manufatura e distribuição. Embora o primeiro impacto da implementação destes

sistemas fora na recolha e armazenagem de produtos acabados, provou-se, mais

recentemente, que é também um grande apoio estrutural para o manuseamento de

98

produtos em vias de fabrico, matérias-primas e fornecimento (Tompkins, 1984, p.

363).

A estrutura dos armazéns fora também alterada devido ao AS/RS. Grande

parte dessa alteração deve-se aos racks que são estruturados no armazém que para

além de terem um processo de construção mais econômico do que as estruturas

normais, e devido aos seus fins especiais, estes armazéns recebem tratamento

fiscal favorável relativamente aos seus lucros (Tompkins, 1984, p. 363).

Embora bastantes práticos e cooperativos, a implementação destes sistemas

sai caro à empresa que os instala. Para além disso, os sistemas são pouco flexíveis

e nem sempre fiáveis, sendo adequados para fluxos regulares e elevados de

materiais (Ferreira, 2007) .

A implementação de um sistema de recuperação e armazenamento

automatizado tem como objetivos (Armazéns, 2003) :

Ocupação de espaço - Através do “crescimento” das estantes em altura e do

estreitamento dos corredores de movimentação, consegue-se obter um aumento da

capacidade armazenada.

Aumento da produtividade - Com base na otimização da ocupação do espaço

de armazenagem, através da implementação de economias de iluminação e

aquecimento;

Redução do número de pessoas a trabalhar na armazenagem, reduzindo ao

extremo a possibilidade de erros de colocação.

Integração e continuidade na cadeia logística - Inexistência de interrupções

entre fluxos e gestão em tempo real.

Funcionamento seguro - Em ambientes considerados difíceis, como é o caso

dos entrepostos frigoríficos, movimentação de produtos químicos, etc.

Controlo de stocks - Controlo permanente do inventário, permitindo assim, um

melhoramento na gestão dos stocks.

Um sistema de armazenamento automático pode-se aplicar tanto a diversos

tipos de materiais como a variadas atividades (Armazéns, 2003) :

Material em bruto (matéria prima);

Produtos em vias de produção e acabados;

99

Outsourcing (produtos angariados ao exterior);

Ferramentas de trabalho;

Peças para recuperação;

Desperdícios de produção;

Material de escritório

Indústria (matérias primas, armazenagem de materiais em curso de fabrico

(WIP), produtos acabados, etc.);

Manutenção (peças sobressalentes e de reserva);

Distribuição (centros de distribuição, entrepostos, armazéns grossistas, etc.);

Serviços (Arquivos, bibliotecas, etc.).

6.4.1. O AS/RS e o WIP

A implementação de um sistema AS/RS no armazenamento de materiais em

curso de fabrico - work in process (WIP) – produtos em vias de fabrico – deve-se

sobretudo aos riscos que este suporta quando numa quantidade elevada. Esses

riscos são (Armazéns, 2003) :

Inventário descontrolado

Perda de tempo na procura de peças

Perda de peças e de ordens completas

Desrespeito da prioridade no processamento de ordens

Excesso de tempo passado por peças na oficina

Assim sendo, e de forma a minimizar estes riscos, devemos proceder ao

armazenamento automático do WIP (Armazéns, 2003)

Através de buffers ou tampões de armazenamento

Armazenamento de acessórios num processo progressivo (tipo carrossel)

Como base para o suporte de uma produção just in time

É compatível com sistemas de identificação automática

Existe maior controlo sobre o percurso e sobre os materiais que o percorrem

100

É um suporte para a automação e integração ao nível da fábrica

Figura 5 - Armazém automático típico

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. AS/RS. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/AS/RS>. Acesso em: 13/09/2010.

A um armazém automático estão associados alguns nomes característicos,

pertencentes a este sistema (Armazéns, 2003) :

Espaço de armazenamento ou de armazenagem: consiste no espaço

tridimensional, tipicamente necessário para o armazenamento de simples unidades

de material;

Colunas ou pilhas: pilha vertical, desde o chão até ao teto, composta por

diversas localizações de armazenamento, denominadas de prateleiras;

Fileira: aglomerado de várias colunas dispostas lado a lado;

Corredor: compreende o espaço entre duas fileiras;

101

Racks de armazenamento: estrutura que compreende as localizações,

colunas e fileira;

Estrutura de armazenamento: normalmente concebida em aço, é utilizada

para o armazenamento de inventário e nela estão contidos os racks de

armazenamento;

Máquina S/R ou empilhadeira: transportam os materiais no armazém vertical

ou horizontalmente;

Módulos de armazenamento: utilizados para transportar os materiais, estejam

estes contidos em paletes, cestas, contentores, bandejas gavetas ou elementos

específicos;

Estações de carga e descarga: localizadas nas extremidades dos corredores,

realizam a interface entre o interior e o exterior do armazém automático.

6.4.2. Elementos constituintes

Módulos de estantes metálicas que recebem o produto, seja ele transportado

por paletes, contentor ou outro meio de movimentá-lo no interior do armazém;

Sistemas de transportadores, de entrada e saída, que fazem chegar o produto

à máquina de empilhamento;

Uma ou mais máquinas de empilhamento para movimentar e colocar os

produtos nas estantes;

Associado ao número de empilhadeiras, um ou mais chariots-transfer

(equipamento para transferência das empilhadoras). Estas máquinas asseguram a

mudança de corredor das empilhadeiras;

Sistema informático de gestão, permitindo controlar, otimizar e comunicar com

os automatismos, como é o caso dos leitores de códigos de barra e terminais de

diálogo;

Sistemas especiais de detecção e identificação, como é o caso de detectores

de recipientes cheios/vazios e estações de medida e de identificação de carga.

102

Sistemas de AS/RS - Existem várias categorias de AS/RS (Armazéns, 2003)

:

Unit Load: Sistema de grande dimensão, usado para a movimentação de

cargas armazenadas em recipientes normalizados como paletes.

Miniload: Sistema usado no manuseamento de conjuntos de cargas no

interior de caixas. É feita a transferência da caixa para a estação de descarga, onde

são retirados ou armazenados os itens pretendidos, retorcendo novamente, a caixa,

ao compartimento original.

Man-on-board: Trata-se de um sistema alternativo ao miniload, onde os itens

no interior das caixas são retirados nos compartimentos de origem, evitando a perda

de tempo durante a transação até a estação de descarga.

Deep-lane: Sistema aplicado a materiais de pequenas dimensões, com alta

densidade de armazenamento e em elevada quantidade. Os materiais são

armazenados em grupos, em cada compartimento (rack), entrando por um lado e

saindo pelo oposto (flow-through)

Sistema do tipo carrossel - Um sistema automático do tipo carrossel

consiste num sistema de tração que faz mover, numa trajetória oval, um conjunto de

recipientes ligados entre si. O perímetro da oval de um carrossel pode ir dos 3 aos

300m, podendo, a sua altura, estar compreendida entre os 1,5 e os 2,5m. Este

sistema pode ser montado no chão ou no teto e o seu controlo num sistema

automático pode dar-se por teclado ou computador (Armazéns, 2003) .

O principal objetivo deste sistema consiste no armazenamento e retirada de

itens, assim como o seu transporte e acumulação e é usual aplicar-se em casos

particulares adequando a sua necessidade (Armazéns, 2003) .

No projeto e estruturação de um sistema de AS/RS devemos ter em conta os

aspectos configuração, tamanho e peso das unidades de carga.

O correto dimensionamento da unidade de carga, seja ela palete, contentor,

diversos rolos ou varões (metal, madeira, carpetes, etc.) ou eletrodomésticos, é

essencial na determinação do menor espaço, em que na prática, essa unidade

possa ser armazenada, de maneira a determinar a necessidade de espaço individual

de armazenagem. Uma vez que as dimensões de uma unidade de carga podem ser

variáveis, no final da determinação do espaço individual de armazenagem, pode ser

103

necessário mais do que um tamanho para esse espaço. Contudo, pequenas

variações no tamanho das unidades, não se refletem a nível orçamental.

Simultaneamente ao tamanho máximo da carga, é fulcral determinar a

orientação desta relativamente às prateleiras, de forma a estabelecer a largura de

armazenamento. Por exemplo, caso a unidade seja uma palete, as longarinas

devem estar posicionadas paralelamente ao corredor por onde a empilhadeira

circula, conseguindo com isto extrair partido da capacidade máxima da palete.

7. ÁREAS DE DECISÕES INFRA-ESTRUTURAIS

Segundo Swamidass (1986), a infra-estrutura da manufatura constitui o nível

de decisões e atividades operacionais tradicionalmente identificados como função do

gerenciamento da produção. Para este autor, a implementação com sucesso de uma

estratégia de operações deve resultar, quando as decisões referentes à infra-

estrutura da manufatura forem consistentes com a estratégia de operações da

empresa.

Infra-estrutura é o conjunto de elementos estruturais que enquadram e

suportam toda uma estrutura, possui concepções diferenciadas em diversas áreas

do conhecimento:

7.1. Alocação de recursos e sistemas de orçamento de capital

Para que as empresas continuem a atingir maior nível de competitividade e

sobrevivência, são realizados continuamente estudos para um melhor uso do seu

104

patrimônio, com mais acompanhamento das suas atividades de produção e vendas,

controle esse que é realizado através do sistema orçamentário. Tendo esta meta

como objetivo, os empresários e administradores passam a ter uma preocupação

maior com as informações mais consistentes e atualizadas sobre fatos financeiros,

contábeis administrativos e gerenciais.

Essa nova concepção gerencial, resultante da situação atualmente vivida

pelas companhias, evidenciou a necessidade das empresas criarem e manter novas

estruturas organizacionais e de adotarem uma visão que alcance, não somente o

futuro imediato, mas que preveja situações de médio e longo prazo. Obviamente que

a administração dos bens patrimoniais (comumente identificados como Ativo

Permanente, Ativo imobilizado, Ativo Fixo, Bens de Produção, Ativo de Produção,

Ativo de Capital etc.) tem papel de destaque, pois eles formam a força produtiva das

empresas e, conseqüentemente, são a origem dos seus faturamentos, ganho e

lucros operacionais. Como o controle dos bens patrimoniais está atrelado à

contabilidade, é o Departamento Contábil que gera as informações gerenciais sobre

os Ativos Fixos, necessários ao posicionamento financeiro e gerencial da alta

administração da empresa. Portanto, os administradores periodicamente devem

receber relatórios administrativos da situação dos bens patrimoniais, de produção,

investimento, custos etc.

O orçamento de capital é um instrumento gerencial utilizado para concretizar

as propostas de investimento formuladas por todos os departamentos de uma

empresa. Sabendo-se que, na maioria das sociedades, os recursos para

investimento em ativos de capital são relativamente escassos, o orçamento de

capital tem impacto direto na determinação do número de propostas e de novos

projetos nos quais a empresa se engajará.

Posicionando-se sobre orçamento de capital, Braga (1995, p. 236), diz que:

Esses orçamentos abarcam as etapas dos grandes projetos que integram o plano de

investimentos de longo prazo programado para o período coberto pelo orçamento e

outros investimentos de menor custo. Por isso os orçamentos de capital devem

considerar – além da receita bruta das vendas, custos operacionais e despesas

totais – informações sobre a capacidade produtiva e a vida útil dos equipamentos a

serem adquiridos, o valor de equipamentos periféricos necessários, custo de

manutenção de todos os bens a serem incorporados ao sistema produtivo da

105

empresa, bem como os impostos incidentes, a perspectiva de inflação e outros

elementos relacionados com a nova planta industrial.

Abaixo são descritas as etapas do processo organizacional do orçamento de

ativos de capital, em organizações que buscam aumentar a sua capacidade de

produção, com a ampliação do seu ativo imobilizado:

Elaboração das propostas – Estimular seus gerentes a elaborarem projetos

de investimentos, desde que estes se enquadrem na política de crescimento da

organização e que tragam valor agregado aos produtos e apresentem uma taxa de

remuneração compatível aos capitais a serem utilizados.

Primeiro exame – Nesta etapa as propostas devem ser analisadas sob o

ponto de vista da política de crescimento e do planejamento estratégico da

organização. Aprovadas nesse exame, as propostas poderão ser incluídas no plano

de investimento da empresa.

Segundo exame – Uma segunda análise busca avaliar os dados técnicos,

visando evidenciar a qualidade técnica dos equipamentos, possíveis fornecedores,

prazo de entrega e de instalação, qualidade dos produtos a serem fabricados e

outros aspectos eminentemente técnicos de produção.

Terceiro exame – A análise realizada nessa fase deve contemplar todos os

aspectos econômico-financeiros do empreendimento, tais como a taxa de retorno

esperada, a compatibilidade com dos valores envolvidos com os recursos que a

empresa irá dispor, o limite estabelecido no orçamentário setorial, etc.

Classificação – Os projetos que tenham sido aprovados nas duas etapas de

exame deverão ser classificados em ordem de preferência, de acordo com as

necessidades prementes da sociedade e com os recursos necessários à sua

execução.

Aceitação das propostas aprovadas – Cabe a direção da empresa a

aprovação e implantação dos projetos selecionados.

Controle dos projetos – Após a efetiva implantação do projeto, o seu

desempenho deverá ser controlado mediante o acompanhamento do orçamento

setorial, verificando-se a oscilação dos custos orçados com os dispêndios reais.

Auditoria – Depois de concluídos, os projetos deverão passar por uma

auditoria, para seus efeitos no fluxo de caixa e no grau de solvência da empresa.

106

Portanto os projetos de investimento devem ser analisados sob a ótica da

qualidade das informações sobre o ativo a serem adquiridos e da confiabilidade

dessas informações. Entretanto, todo o processo pode ser minimizado quando os

valores envolvidos tiveram menor significância econômica ou quando, simplesmente,

se tratar de modernização de máquinas e equipamentos.

Mesmo assim, esses processos de menor valor devem conter dados sobre:

O custo da atualização do bem e de sua instalação.

A vida útil do equipamento.

O custo da manutenção.

Tanto no caso de projetos de grande porte como nos plano que requerem

valores menores, essas informações são de fundamental importância para que o

setor administrativo tomar decisões que se refletirão sobre a expansão dos

negócios, o crescimento do faturamento da empresa, a incorporação de novos

produtos entre aqueles fabricados pela companhia, porém, além dos elementos

econômicos financeiros, outros dados são necessários, tais como estimativas sobre

o mercado potencial para os novos produtos, a quantidade provável de vendas, os

custos de comercialização e distribuição, entre outros.

Segundo Finney (1993, p. 68), o orçamento é, fundamentalmente, um plano.

Ele mostra os recursos necessários e a forma de utilização. Os recursos

empresariais são pessoal, técnicas específicas, equipamento, espaço de trabalho e

dinheiro. O orçamento comunica os objetivos e as prioridades, porque o trabalho não

será realizado se os recursos necessários à sua execução não forem orçados.

No planejamento estratégico, alocação de recursos é um plano para melhor

utilização dos recursos disponíveis, por exemplo, recursos humanos, especialmente

no curto prazo, para atingir as metas para o futuro. É o processo de alocação dos

recursos entre os vários projetos ou unidades de negócio.

A alocação de recursos é usada para atribuir os recursos disponíveis de uma

maneira mais eficiente e econômica. Faz parte da gestão de recursos. Em

gerenciamento de projetos, alocação de recursos é a programação das atividades e

os recursos necessários para essas atividades, tendo em consideração tanto a

disponibilidade de recursos quanto o tempo.

107

Um dos princípios fundamentais da economia é a alocação ótima dos

recursos escassos. A eficaz alocação de recursos em uma empresa é um dos

fatores determinantes de sua posição no mercado e existência enquanto agente

econômico.

Os modelos de Análise de Envoltória de Dados (Data Envelopment Analysis –

DEA) medem a eficiência de unidades produtivas. O resultado dessa medida serve

normalmente para avaliar as unidades e indicar quais as melhores práticas

gerenciais em que elas devem se espelhar.

A medida de eficiência pode ser considerada como um índice de

aproveitamento de recursos, e, sendo assim, pode ser usada para a alocação e re-

alocação de recursos. Devem-se alocar mais recursos para as unidades que melhor

fazem uso deles. A quantificação dos recursos para cada unidade pode ser feita de

forma proporcional ao índice de eficiência, desde que os recursos possam ser

expressos como uma variável contínua. No caso de a variável ser discreta, a simples

proporcionalidade não é aplicável, já que se pode atribuir quantidades fracionárias

às unidades em avaliação.

7.1.1. 5 M’s

Sobre a Organização há muitas controvérsias. Em geral segue-se a escola

americana, com fatores que Chiavenato chama de Recursos Administrativos, que

formam a teoria conhecida como 5M´s. São os seguintes:

Recursos materiais ou físicos (Natureza), em inglês "Materials and

Machinery";

Recursos financeiros (Capital), em inglês "Money";

Recursos humanos (Trabalho), em inglês "Man";

Recursos mercadológicos, em inglês "Marketing";

Recursos administrativos, em inglês "Management".

108

Assim, os recursos da Organização se dividem em Administração e

Marketing. Para concepções alternativas desse aspecto sobre Organização, vide

Aziendalismo e Capital intelectual.

As empresas elaboram os orçamentos de capital para registrar de forma clara

os seus planos de ação, tendo como intenção a eleição de planos de investimentos

que sejam os melhores, em termos de maior retorno dos capitais empregados, e que

apresentem o menor risco. Dessa forma, tendem a ser aceitos aqueles projetos que

evidenciem uma taxa de retorno maior que o custo do capital investido e que, ainda,

cubram a taxa de financiamento dos recursos envolvidos. Os principais motivos para

o Dispêndio de Capital são: adquirir, substituir, modernizar ativos imobilizados ou

ainda obter algum benefício menos tangível por um longo período. Os investimentos

de capital, ou seja, os dispêndios de capital, são efetuados por várias razões.

Podem-se elencar várias dessas razões, entretanto as mais encontradas nos

meios empresariais são:

Expansão dos negócios – Nesse caso, os investimentos tem por finalidade

elevar o nível da produção e das vendas, para o que se necessita adquirir itens do

ativo imobilizado – imóveis, máquinas, equipamentos fabris etc.

Substituição de equipamentos – Sempre que for preciso consertar uma

máquina é necessário comparar o desembolso exigido para seu reparo em relação

ao que seria necessário para substituí-la e os benefícios dessa substituição. A opção

que trouxer melhor retorno para empresa é a que deve ser adotado.

Modernização – Trata-se de uma alternativa a substituição, podendo incluir a

reconstrução, recondicionamento ou adaptação de uma máquina ou das instalações

existentes.

Investimentos de contingências – Resulta, geralmente, da imposição de

algum órgão público, que obriga a empresa a fazer investimento sem perspectiva de

benefícios financeiros. Por exemplo: filtros de proteção ambiental, lagoas de

decantação etc.

Custo Financeiro – Em qualquer dos casos, deve se realizada a avaliação

sobre o que seria melhor para empresa: adquirir ativos imobilizados com recursos

próprios, financiamentos bancários ou pelo sistema de Leasing. (FEMENICK, 2003,

p. 99 a101)

109

Segundo Figueiredo e Caggiano (1997, p. 89), as decisões de investimento

de capital englobam dois aspectos da lucratividade de longo prazo: primeiro, a

estimativa do aumento dos fluxos de caixa líquidos ou das economias nas saídas de

caixa que resultarão desse investimento; e, segundo, o cálculo do total das saídas

de caixa necessárias para efetivar o investimento.

Já conforme Sanvicente (1987, p. 225), a programação relativa às etapas dos

projetos a serem cumpridos no ano do orçamento é importante para a elaboração do

orçamento de capital, por dois motivos:

Exercerá efeitos sobre as projeções de entrada e saídas de caixa e,

Afetará o valor incorporado às contas de ativos imobilizados no balanço da

empresa.

A evidência do custo inicial e total de um projeto de aplicação de recursos no

imobilizado da empresa é o passo inicial para a decisão de aceitar (ou não) o plano.

Encontrado esse valor, há condições para se comparar esses dispêndios com os

lucros que ele poderá proporcionar no futuro.

Segundo Gropelli e Nikbakht (2002, p. 123 e 124) afirmam que para essas

condições de comparação possam ser criadas, é necessário que se responda às

seguintes perguntas: Qual é o preço de aquisição dos novos itens? Compor. Quais

as despesas adicionais incorporadas ao preço desses novos itens? Acrescer. Existe

receita pela venda de ativos substituídos? Deduzir. Qual a despesa com impostos se

houver venda de ativos substituídos? Acrescer.

As entradas e saídas de recursos, ensejadas pela nova planta industrial

deverá compor o orçamento paralelo, durante a vida útil do novo empreendimento.

Esses dados serão decisivos para a avaliação dos investimentos e deve compor o

Orçamento Financeiro – o fluxo de caixa incremental (o fluxo de caixa normal da

empresa, acrescido dos valores que a sociedade espera receber e os custos que

irão acontecer, em função do projeto ser implantado).

Os desembolsos do investimento inicial englobam gastos com equipamentos,

custos de instalação, treinamento dos recursos humanos e acréscimos de capital

circulante.

Para a maioria das organizações, o orçamento de companhia é seu principal

sistema gerencial para estabelecer objetivos de curto prazo, alocar os recursos

110

necessários e revisar o desempenho. Porém, executivos e pesquisas

contemporâneas têm sido críticos das práticas orçamentárias tradicionais.

Entretanto, antes de descartar completamente o "velho orçamento ruim”, precisamos

adotar novos sistemas e processos que possam realizar os importantes objetivos

para os quais os orçamentos foram criados.

O Balanced Scorecard surgiu como uma nova maneira de administrar a

estratégia. Mas, para gerenciar as táticas, esse novo sistema deve ser ligado ao

sistema velho – o orçamento. Como as companhias orientadas para a estratégia

fazem a transição da estratégia de alto nível para o orçamento das operações

locais?

Com estas quatro etapas:

Traduza a estratégia em um Balanced Scorecard, definindo objetivos

estratégicos e medidas.

Fixe metas desafiadoras para datas futuras e específicas, para cada medida.

Identifique lacunas de planejamento para motivar os empregados e estimular a

criatividade.

Identifique iniciativas estratégicas e necessidades de recursos que fechem as

lacunas de planejamento, permitindo que as metas desafiadoras sejam atingidas.

Autorize anualmente os recursos financeiros e humanos necessários para

conduzir as iniciativas estratégicas, e determine metas de curto prazo para todas as

respectivas medidas do scorecard.

As metas e iniciativas das etapas 2 e 3 são tipicamente definidas num plano

de três anos, que permite à organização gerenciar com temas estratégicos de longo

prazo em vista. Isso também fornece um contexto que acomoda previsões, que

podem ser incorporadas no orçamento anual.

Tipicamente, os processos de planejamento e orçamento ocorrem

anualmente, com metas fixas estabelecidas para o ano seguinte. Todavia, algumas

companhias estão refinando esses processos para ajustar as decisões de alocação

de recursos - e mesmo metas - durante o ano. Na realidade, várias companhias

européias aparentemente abandonaram os orçamentos por completo. Svenska

Handelsbanken, Borealis, SKF e IKEA agora usam abordagens do tipo Balanced

Scorecard para estabelecer metas, mas atualizam suas previsões e metas com

111

revisões estratégicas contínuas, que lhes permitem responder a oportunidades

emergentes ou ameaças potenciais.

Para entender essas novas abordagens, é preciso reconhecer que os

orçamentos financeiros surgem de dois processos diferentes. A maioria dos gastos é

determinada pelo orçamento para operações existentes; só uma porcentagem

pequena das despesas alocadas em um orçamento é discricionária. Esse muito

menor orçamento da estratégia, que está informado pelo Balanced Scorecard,

autoriza e fundeia as iniciativas que permitem à organização desenvolver novos

produtos e serviços, novas capacidades, novas e melhores relações com clientes, e

capacidade ampliada para futuro crescimento. As organizações precisam de ambos

os processos orçamentários, de modo a poder administrar as táticas e as estratégias

do mesmo modo.

7.1.2. Balanced Scorecard

Balanced Scorecard é uma metodologia de medição e gestão de desempenho

desenvolvida pelos professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e David

Norton, em 1992. Os métodos usados na gestão do negócio, dos serviços e da infra-

estrutura, baseiam-se normalmente em metodologias consagradas que podem

utilizar a TI (tecnologia da informação) e os softwares de ERP como soluções de

apoio, relacionando-a à gerência de serviços e garantia de resultados do negócio.

Os passos dessas metodologias incluem: definição da estratégia empresarial,

gerência do negócio, gerência de serviços e gestão da qualidade; passos estes

implementados através de indicadores de desempenho. O BSC (Balanced

Scorecard) foi apresentado inicialmente como um modelo de avaliação e

performance empresarial, porém, a aplicação em empresas proporcionou seu

desenvolvimento para uma metodologia de gestão estratégica.

Os requisitos para definição desses indicadores tratam dos processos de um

modelo da administração de serviços e busca da maximização dos resultados

baseados em quatro perspectivas que refletem a visão e estratégia empresarial:

financeira;

112

clientes;

processos internos;

aprendizado e crescimento.

BSC (Balanced Scorecard) é uma sigla que pode ser traduzida para

Indicadores Balanceados de Desempenho, ou ainda conforme Campos (1998),

Cenário Balanceado. O termo “Indicadores Balanceados” se dá ao fato da escolha

dos indicadores de uma organização não se restringirem unicamente no foco

econômico-financeiro, as organizações também se utilizam de indicadores focados

em ativos intangíveis como: desempenho de mercado junto a clientes, desempenhos

dos processos internos e pessoas, inovação e tecnologia. Isto porque a somatória

destes fatores alavancará o desempenho desejado pelas organizações,

conseqüentemente criando valor futuro.

Segundo Kaplan e Norton (1997, p.25), o Balanced Scorecard reflete o

equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo, entre medidas financeiras e não-

financeiras, entre indicadores de tendências e ocorrências e, ainda, entre as

perspectivas interna e externa de desempenho. Este conjunto abrangente de

medidas serve de base para o sistema de medição e gestão estratégica por meio do

qual o desempenho organizacional é mensurado de maneira equilibrada sob as

quatro perspectivas. Dessa forma contribui para que as empresas acompanhem o

desempenho financeiro, monitorando, ao mesmo tempo, o progresso na construção

de capacidades e na aquisição dos ativos intangíveis necessários para o

crescimento futuro.

Portanto, a partir de uma visão balanceada e integrada de uma organização,

o BSC permite descrever a estratégia de forma muito clara, por intermédio de quatro

perspectivas: financeira; clientes; processos internos; aprendizado e crescimento.

Sendo que todos se interligam entre si, formando uma relação de causa e efeito.

Desde que foi criado, o BSC vem sendo utilizado por centenas de

organizações do setor privado, público e em ONG‟s no mundo inteiro e foi escolhido

pela renomada revista Harvard Business Review como uma das práticas de gestão

mais importantes e revolucionárias dos últimos 75 anos.

113

7.1.3. Objetivos do BSC

O principal objetivo do BSC é o alinhamento do planejamento estratégico com

as ações operacionais da empresa. Esse objetivo é alcançado pelas seguintes

ações:

Esclarecer e traduzir a visão e a estratégia - É frequente as organizações

possuírem uma visão e estratégias que não são devidamente esclarecidas e

discutidas. A clarificação e tradução da visão estratégica, pelos membros da

organização, facilita o sucesso da mesma. Definir o mapa estratégico através de

uma sequência de relações causa e efeito entre resultados e vectores de

desempenho o Balanced Scoredcard ajuda a esclarecer as acções a empreender.

Este método também contribui para a criação de consensos, entre os gestores, da

visão e estratégia da organização.

Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicos - Comunicar e

interligar objectivos e indicadores estratégicos - o comprometimento dos

colaboradores com a organização só existe quando as metas que visam obter se

encontram alinhadas com os objectivos e expectativas dos gestores. Se o sucesso

da organização depende dos objectivos estratégicos da organização serem

atingidos, tal meta só se afigura possível quando os colaboradores os conhecem e

reconhecem como seus. O colaborador esforçar-se-á na mesma medida e

proporção em que conhecer as intenções estratégicas da empresa e se rever nelas.

A estratégia de comunicação poderá sustentar-se no próprio canal interno de

comunicação, a intranet, newsletters, por ex.

Planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas -os gestores

devem identificar metas desafiantes para os seus clientes, definir processos

internos, planear a performance financeira e o crescimento. A definição de objectivos

conduz à mensuração dos mesmos comprometendo os colaboradores na redução

do tempo de execução das tarefas; na introdução consolidada de produtos no

mercado e no aumento da sua capacitação e competências.

Melhorar o feedback e o aprendizado estratégico - permite monitorizar

continuamente a organização, girando à volta de quatro questões/visões:

I. Perspectiva Financeira – Como é que aparecemos aos nossos acionistas?

114

II. Perspectiva de Clientes – Como é que os clientes nos vêem?

III. Perspectiva de processos internos – Em que temos de ser excelentes?

Perspectiva de aprendizagem e crescimento – Como podemos melhorar e

criar valor?

7.1.4. Componentes do BSC

Mapa estratégico - Descreve a estratégia da empresa através de objetivos

relacionados entre si e distribuídos nas quatro dimensões (perspectivas).

Objetivo estratégico - O que deve ser alcançado e o que é crítico para o

sucesso da organização.

Indicador - Como será medido e acompanhado o sucesso do alcance do

objetivo.

Qualquer indicador deve cumprir os seguintes requisitos:

Ser claro, transmitir informação clara e fiável sobre o evento a analisar;

Fácil de obter, mediante o acesso intuitivo a uma aplicação informática;

Coerente com os fins estabelecidos, com a Visão e Missão da organização,

medindo e controlando os resultados alcançados;

Adequado e oportuno, estando disponível para a tomada de decisão(ões);

Ter a sua unidade de medida correctamente identificada: números absolutos,

percentagens (taxas de crescimento, pesos), dias, horas,...

Ter um responsável designado capaz de actuar sobre os indicadores.

Meta - O nível de desempenho ou a taxa de melhoria necessários.

Plano de ação - Programas de ação-chave necessários para se alcançar os

objetivos.

115

7.1.5. Orçamento de Capital

O orçamento de capital é um amplo demonstrativo de recursos para a

aquisição de ativos de longo prazo, como por exemplo, instalações e equipamentos.

Em geral, os recursos para investimento de capital são escassos, portanto deve

haver uma maneira eficiente de fazer uma seleção entre exigências concorrentes

para fundos limitados.

As ferramentas de análise de investimento tradicionais podem não ser

adequadas para tomar esse tipo de decisão. O impacto operacional dia a dia talvez

não seja o fator-chave na tomada de decisão. Benefícios menos tangíveis podem

ser o fator decisivo para se investir ou não em nova tecnologia. Por isso o orçamento

de capital deve estar associado a objetivos estratégicos da organização. Métodos de

desconto, como o do valor presente líquido (VPL) e o da taxa interna de retorno

(TIR), consideram explicitamente o valor do dinheiro no tempo. Outros métodos,

como o de payback e o da taxa contábil de retorno, não consideram o valor do

dinheiro no tempo.

O processo de orçamento de capital, entretanto, é influenciado por fatores

que afetam consideravelmente a composição do orçamento global. Um aspecto

importante do planejamento é a determinação do período proposto pelo orçamento,

bem como da periodicidade de revisão, controle orçamentário, reformulação com as

alterações propostas etc. Isso implica dizer que o processo orçamentário não é

estático, mas altamente dinâmico, e é importante estabelecer um sistema de

controle próprio, que permita a análise das causas de variações entre valores reais e

orçados, com geração de relatórios que apresentam justificativas. O alinhamento da

estratégia com metas, iniciativas e orçamento põe a organização em movimento. O

desempenho deve então ser monitorado e dirigido, para completar o looping de

feedback. O relatório mensal de Balanced Scorecard, que compara resultados reais

com metas de curto prazo, fornece a agenda para reuniões da administração. Os

executivos podem trabalhar juntos para identificar problemas, avaliar mudanças no

ambiente estratégico e operacional, e considerar novas oportunidades que podem

ter surgido depois que a estratégia foi formulada e as iniciativas autorizadas. Os

participantes trabalham fora de seus limites funcionais e departamentais para

116

resolver problemas que afetem a organização inteira. As reuniões promovem o

trabalho em equipe e a aprendizagem organizacional. Algumas pessoas até

relataram que são divertidas.

7.2. Sistemas de Recursos Humanos

Há alguns anos, os recursos humanos necessários às organizações eram

abundantes, pois a intensidade de competição e concorrência era nitidamente menor

que a atual. Naquela época, o horizonte da área de RH (Recursos Humanos) era

limitado a decisões rotineiras e de ordem trabalhista. Aos poucos, o mercado de

trabalho foi tornando-se sofisticado, ao mesmo tempo em que se colocou em

situação de oferta. O profissional de RH, pouco habituado a essa nova conjuntura e

despreparado para enfrentá-la, improvisou meios para suprir sua organização dos

recursos necessários as suas operações. Simultaneamente, precisou desenvolver

os recursos humanos disponíveis para adequá-los à tecnologia em desenvolvimento

e encontrar condições para retê-los em sua organização. E, mais adiante, criou e

estimulou mudanças na organização, adequando-a a nova consciência, adquirida

mediante a formação e desenvolvimento do pessoal.

As decisões relativas aos recursos humanos dizem respeito à fixação dos

procedimentos de avaliação, contratação, dispensa, motivação, promoção,

remuneração, seleção, transferência e treinamento.

A maioria dos autores escreve que seleção é o processo de escolha de

candidatos entre aqueles recrutados.

“É a escolha do homem certo para o cargo certo, ou mais amplamente, entre os candidatos recrutados aqueles mais adequados aos cargos existentes na empresa, visando manter ou aumentar a eficiência e desempenho do pessoal.” (CHIAVENATO, IDALBERTO)

Sendo assim um candidato que não passou em processo seletivo, poderá ser

usado em outra eventual área de acordo com o perfil e a necessidade da empresa.

117

Conforme Osvaldo de Barros (1985), afirma que, “seleção é o processo pelo

qual são escolhidas as pessoas adaptadas a uma determinada ocupação ou

esquema operacional.” A verdade é que apesar de similaridades entre as

conceituações de vários autores, ela é muito unilateral deixando às vezes de lado

uma informação muito importante, que é as características pessoais.

“O processo de administração de recursos humanos, por meio do qual a empresa procura satisfazer suas necessidades de recursos humanos, escolhendo aqueles que melhor ocupariam determinado cargo na organização, com base em uma avaliação de suas características pessoais (conhecimentos, habilidade) e de suas motivações”. (LOBOS, JÚLIO A., 1979).

Apesar de variar de empresa a empresa todo processo de seleção é feito por

etapas com a finalidade de levar à contratação de candidatos qualificados.

Após o término de cada etapa gera-se na empresa a decisão de qual ou

ambos os candidatos passam para a próxima etapa ou não do processo de seleção,

também poderá gerar a decisão de remanejamento do candidato para outro cargo

onde poderá ser aproveitado. Todo processo de seleção inicia-se por uma triagem

entre os candidatos recrutados, normalmente realizados por uma entrevista, rápida,

ou/e análise de currículo e ficha de inscrição do candidato, com a finalidade de

verificar se o candidato tem os requisitos exigidos para o cargo e se as condições

oferecidas pela empresa poderão satisfazê-lo.

Na segunda fase são testados os conhecimentos dos candidatos que serão

necessários nos cargos ou testes psicológicos. Nem todas as empresas usam essa

segunda etapa, algumas não aplicam nenhum teste, outras não fazem testes

psicológicos, também é comum a não aplicação de testes de seleção para alguns

cargos executivos.

O uso de testes sem a devida avaliação poderá levar à descriminação no

processo de seleção de pessoal.

A próxima etapa são as entrevistas denominadas entrevista de seleção e

realizadas pela área de recursos humanos, e visa averiguar a qualificação,

motivação e o potencial do candidato ao cargo, com base nos dados, obtidos nessa

entrevista poucos candidatos, geralmente dois, ou três passam para a próxima etapa

do processo seletivo, que é a entrevista na área requisitante, que denominamos

entrevista técnica.

118

Existe concordância entre os profissionais da área de RH de que essa etapa é

a mais significativa no processo de seleção.

7.2.1. Teste de Seleção

Os testes de seleção têm como objetivo medir aspectos intelectuais, de

personalidade ou técnicos relacionados a cada profissão ou cargo que o candidato

concorre.

Todos os testes devem ser preparados considerando o cargo e as

características dos mesmos, assim como as competências envolvidas em cada

função a ser exercida. Existem dois tipos de testes de seleção:

Testes de conhecimento - Que buscam verificar o real conhecimento dos

candidatos, verificando se são os mesmos esperados pela empresa, mas devem ser

preparados de acordo com a realidade de cada empresa e de cada função a ser

exercida.

Podem ser testes gerais que avaliam cultura geral do candidato e línguas ou

testes específicos, ligados à cultura profissional e de conhecimentos técnicos da

função;

Testes psicológicos - Trata-se de um complemento para o processo de

seleção, que possibilita visualizar ou constatar características de comportamento

pessoal, sociais ou cognitivas dos candidatos que possa não condizer com o código

de ética da empresa.

Esse tipo de teste só pode ser aplicado por profissionais da área de

psicologia, pois são profissionais capacitados e ele detém a técnica necessária para

aplicá-los e avaliar seus resultados com eficácia.

Após esses testes, se faz uma entrevista de seleção que é uma técnica

amplamente utilizada nas grandes, médias e pequenas empresas. Embora careça

de base cientifica e se situe como a técnica mais subjetiva e imprecisa de seleção, é

a entrevista pessoal, que tem inúmeras outras aplicações, como na triagem inicial do

recrutamento, na seleção de pessoal, no aconselhamento e orientação profissional,

119

na avaliação do desempenho, no desligamento e tato, a fim de que possa realmente

produzir os resultado esperados, todavia, entrevistar é, provavelmente, o método

mais amplamente usado em seleção pessoal.

O entrevistador assume um valor de vital importância na entrevista. Muitas

organizações estão investindo bastante no treinamento dos gerentes e de suas

equipes nas habilidades de entrevistar candidatos. O primeiro passo tem sido a

remoção de barreiras pessoais e de preconceitos para permitir autocorreção e, com

isto, transformar a entrevista em um instrumento objetivo de avaliação.

As empresas bem-sucedidas estão descentralizando totalmente as atividades

de seleção de pessoal, o órgão de recrutamento e seleção atua com consultor e

orientador, para que os gerentes e suas respectivas equipes entrevistem os

candidatos e tomem suas decisões da melhor maneira diante dos novos

participantes na equipe, para que ela mantenha sua base sólida.

O cuidado com a produtividade da entrevista é vital, mas não deve ser

imperativo. Isto significa que a entrevista deve ser tão objetiva quanto possível para

que com certo recurso de tempo despendido se possa obter um razoável panorama

a respeito de cada candidato. Entretanto, isto não significa que cada entrevista tenha

que obrigatoriamente durar certa quantidade limitada de tempo para cada candidato.

A entrevista deve durar o tempo suficiente e este pode variar de candidato para

candidato.

A entrevista deve ser aberta e fluir livremente, sem acanhamentos e sem

embaraços. Ela é uma conversação polida e controlada. E seu encerramento deve

ser elegante: o entrevistador deve fazer algum sinal claro para demonstrar o fim da

entrevista. É, sobretudo, proporcionar ao entrevistado algum tipo de informação

quanto à ação futura, por exemplo, e como será contatado para saber o resultado ou

quais serão os desdobramentos daquele contato.

Logo que o entrevistado deixar a sala, o entrevistador deve imediatamente

empreender a tarefa de avaliar o candidato enquanto os detalhes são frescos em

sua memória. Se não fez anotações, deve então registrar imediatamente os

detalhes. Se utilizar alguma folha de avaliação, ela deve ser checada e

complementada. No final, certas decisões devem ser tomadas em relação ao

candidato, se ele foi rejeitado ou aceito ao final da entrevista e qual sua colocação

frente ao candidato que disputam à mesma vaga. Ou se uma avaliação definitiva

120

poderá ser feita comparativamente após o término de todas as entrevistas com os

demais outros candidatos.

As avaliações de desempenho também, devem se basear no perfil de

competências (competências básicas e críticas).

O avaliador deve determinar pesos para as competências, de acordo com os

objetivos atuais da empresa e checar se o avaliado está acima do esperado, no nível

esperado ou precisa se desenvolver. Essa é a melhor maneira de verificar o quanto

esse funcionário está indo ao encontro do que é esperado dele na empresa.

E por fim, o desenvolvimento pessoal, que antes era financiado pelas

empresas em todo o seu processo, passa a ser compartilhado entre as partes,

exigindo do profissional o investimento em si mesmo, sendo a responsabilidade dos

seus gerentes negociarem e definir padrões de desempenho, divulgando os perfis

necessários de competências para a obtenção de resultados, apontando indicadores

que possam nortear os investimentos nas pessoas.

7.2.2. Habilidades

Além das necessidades, os motivos internos incluem duas categorias de

atributo humano: aptidões e habilidades de um lado, e atitudes e interesses de outro.

As aptidões são habilidades em potencial, e as habilidades, são aptidões que

se desenvolveram. Esses dois atributos compreendem tudo aquilo que o ser

humano faz ou é capaz de fazer.

Interesses e habilidades são influenciados por inúmeros fatores como sexo,

raça, grupo social, ambiente familiar, formação, moda e idade. Assim como a altura,

peso e aparência se modificam com o tempo as habilidades e interesses também.

Cada indivíduo é diferente, não somente dos demais, mas também de si mesmo em

diferentes momentos de sua existência.

O conjunto das aptidões e habilidades, aliadas aos conhecimentos que a

pessoa tenha em determinado momento, representa o limite superior de seu

desempenho. Este é o ponto até o qual ela pode chegar seu desempenho potencial,

onde depende das atitudes e interesses, que determina aonde ele efetivamente quer

121

chegar. Já que a habilidade sem interesse não produz nada, a motivação é um

produto muito mais do interesse que da habilidade, embora os dois atributos estejam

intimamente relacionados.

7.2.3. Compensação

Algumas ações são necessárias para que o colaborador não venha perder

suas expectativas com a empresa como:

Acompanhar, de forma especial, os salários dos empregados;

Identificar e analisar fatores e/ou situações que possam gerar insatisfações e

tomar as providências adequadas;

Analisar permanentemente o pacote de benefícios, verificando a sua

adequação e o quanto estão atendendo aos envolvidos;

Realizar pesquisas salariais e específicas;

Assessorar as áreas envolvidas quanto às questões-chave no que tange a

remuneração.

7.2.4. Segurança do Trabalho

Instituições públicas e privadas, no Brasil e no Exterior dedicam-se a esse

assunto em suas mais variadas vertentes, envolvendo uma grande diversidade de

profissionais, devido ao seu caráter multidisciplinar.

Os acidentes no trabalho são objetos de estudo de um setor que cresce a

cada dia, observando suas causas e procurando evitar que esses "incidentes"

persistam nas organizações. Esses acidentes, associados com outros "sinistros",

ocorrem nos trabalhadores, causando lesões ou danos visíveis até os fatais, mas,

acidente é acidente, e o trabalhador, peça chave para todo e qualquer

desenvolvimento, não pode ficar a mercê, sua proteção tem e deve ser garantida.

122

Por isso a Segurança, e Saúde, no Trabalho surgem como assunto é matéria

constitucional, regulamentada e normalizada, passando pela Consolidação das Leis

do Trabalho - CLT, Ministério do Trabalho com a criação das Normas

Regulamentadoras - NR, Convenções da Organização Internacional do Trabalho até

as diversas Instituições Brasileiras e Internacionais.

O gerenciamento dos riscos associados ao trabalho é fundamental para a

prevenção de acidentes. Isso requer pesquisas, métodos e técnicas específicas,

monitoramento e controle. Os conceitos básicos de segurança e saúde devem estar

incorporados em todas as etapas do processo produtivo, do projeto à operação.

Essa concepção irá garantir inclusive a continuidade e segurança dos processos,

uma vez que os acidentes geram horas e dias perdidos.

Com um foco direcionado para a Segurança no Trabalho, pode-se observar

que o "problema" circula em torno de um segmento maior, onde o trabalhador é

"protegido" como um todo, onde organizações estão fazendo parcerias e buscando o

que há de mais moderno e melhor, para solucionar os desafios da Segurança e

Saúde no Trabalho - SST.

Sabe-se que, em todas as atividades humanas existem riscos, que vai do

trabalho propriamente dito até as tarefas domésticas.

Mas, o grande objetivo é a "proteção da integridade física do trabalhador",

onde organizações buscam sempre se modernizar para melhor poder oferecer ao

trabalhador o seu Direito no Trabalho. Neste ponto as organizações surgem com

medidas eficazes, solucionando ou buscando solucionar o que é a grande

preocupação, o acidente.

O acidente é, por definição, um evento negativo e indesejado do qual resulta

uma lesão pessoal ou dano material. Essa lesão pode ser imediata (lesão

traumática) ou mediata (doença profissional). Assim, caracteriza-se a lesão quando

a integridade física ou a saúde são atingidas. O acidente, entretanto, caracteriza-se

pela existência do risco.

De acordo com o Dicionário o acidente é um: "imprevisto; acontecimento

infeliz, casual ou não, de que resulta ferimento, dano, etc.”.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT apresenta a seguinte

definição para o acidente do trabalho:

123

"Acidente do Trabalho (ou, simplesmente, Acidente) é a ocorrência imprevista

e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, que

provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão"

(Norma Brasileira - NB-18, Cadastro de Acidentes). O Acidente do Trabalho é aquele

que ocorre pelo exercício do trabalho pelo segurado da Previdência a serviço da

empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou

a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho

(Lei n° 8213/91, art. 19).

Muitas vezes o acidente parece ocorrer sem ocasionar lesão ou danos, o que,

a princípio poderia contradizer a definição acima apresentada. Alguns autores

chamam esses acidentes de incidentes ou de "quase-acidentes". Outros autores,

preservando a definição, os chamam de "acidentes sem lesão ou danos visíveis".

Neste caso o prejuízo (dano) material pode ser até mesmo a perda de tempo

associada ao acidente.

E de competência do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia - CONFEA, dispor sobre o exercício profissional, o registro e as

atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho.

O art. 4º da Resolução nº. 359/91, do CONFEA, lista as atividades dos

Engenheiros e Arquitetos, na especialidade de Engenharia de Segurança do

Trabalho, abrangendo 18 (dezoito) atividades.

Dentre elas destacamos:

Supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente os serviços de

Engenharia de Segurança do trabalho;

Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das

instalações e equipamentos, com vistas especialmente aos problemas de controle

de risco, controle de poluição, higiene do trabalho, ergonomia, proteção contra

incêndio e saneamento;

Vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos

técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de exposição a agentes

agressivos de riscos físicos, químicos e biológicos, tais como poluentes

atmosféricos, ruídos, calor, radiação em geral e pressões anormais, caracterizando

as atividades, operações e locais insalubres e perigosos;

124

Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo

medias preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatísticos, inclusive com

respeito a custo;

Estudar instalações, máquinas e equipamentos, identificando seus

pontos de risco e projetando dispositivos de segurança;

Inspecionar locais de trabalho no que se relaciona com a segurança do

Trabalho, delimitando áreas de periculosidade;

Colaborar na fixação de requisitos de aptidão para o exercício de

funções, apontando os riscos decorrentes desses exercícios;

Informar aos trabalhadores e à comunidade, diretamente ou por meio

de seus representantes, as condições que possam trazer danos a sua integridade e

as medidas que eliminam ou atenuam estes riscos e que deverão ser tomadas;

Dentre outras.

7.2.5. O Engenheiro, o Médico e a Saúde dos Trabalhadores

O Engenheiro de Segurança e o Médico do Trabalho têm em comum o

compromisso com a promoção e preservação da saúde e da integridade física dos

trabalhadores. O exercício profissional dessas duas categorias não se confunde,

mas complementa-se na aplicação de um conjunto de conhecimentos técnicos e

científicos que objetivam o cumprimento do seu compromisso comum. Esse

compromisso com a Saúde dos Trabalhadores demanda um conhecimento daquilo

que, efetivamente, significa saúde, assim como de tudo aquilo que possa afetá-la no

ambiente de trabalho ou fora dele. Assim, o binômio saúde e doença, geralmente

associado apenas à medicina, passam a fazer parte também do exercício

profissional dos engenheiros.

A evolução tecnológica se fez acompanhar de novos ambientes de trabalho e

de riscos profissionais a eles associados. Muitos desses novos riscos são pouco ou

nada conhecidos e demandam pesquisas cujos resultados só se apresentam após a

exposição prolongada dos trabalhadores a ambientes nocivos à sua saúde e

integridade física.

125

Hoje, o setor de segurança e saúde no trabalho é multidisciplinar e tem como

objetivo principal a prevenção dos riscos profissionais. O conceito de acidente é

compreendido por um maior número de pessoas que já identificam as doenças

profissionais como conseqüências de acidentes do trabalho.

A relação homem-máquina, que já trouxe enormes benefícios para a

humanidade, também trouxe um grande número de vítimas, sejam elas os

portadores de doenças incapacitantes ou aqueles cuja integridade física foi atingida.

7.2.6. Legislação

Existe uma ampla legislação sobre Segurança e Saúde no Trabalho,

especialmente na área trabalhista e previdenciária.

A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT dedica o seu Capítulo V à

Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo com a redação dada pela Lei 6.514,

de 22 de dezembro de 1977. Na CLT os artigos 154 a 223, estão voltados a essa

questão, sendo de estrema "concorrência" a competência para legislar sobre o

assunto, que se encontra entre a União, os Estados e o Distrito Federal, conforme

(CF, art. 24, XII). A competência da União limita-se a estabelecer normas gerais.

7.2.7. Normas Regulamentadoras

NR 01 - Disposições Gerais.

NR 02 - Inspeção prévia.

NR 03 - Embargo ou interdição.

NR 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em

Medicina do Trabalho - SESMT.

NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.

NR 06 - Equipamento de Proteção Individual - EPI.

126

NR 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO.

NR 08 - Edificações.

NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA.

NR 10 - Instalações e serviços em eletricidade.

NR 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.

NR 12 - Máquinas e equipamentos.

NR 13 - Caldeiras e vasos de pressão.

NR 14 - Fornos.

NR 15 - Atividades e operações insalubres.

NR 16 - Atividades e operações perigosas.

NR 17 - Ergonomia.

NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.

NR 19 - Explosivos.

NR 20 - Líquidos combustíveis e inflamáveis.

NR 21 - Trabalho a céu aberto.

NR 22 - Trabalhos subterrâneos.

NR 23 - Proteção contra incêndios.

NR 24 - Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho.

NR 25 - Resíduos Industriais.

NR 26 - Sinalização de segurança.

NR 27 - Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no

NR 28 - Fiscalização e penalidades.

NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.

Os números de acidentes anuais em nosso país são cada vez maiores. Neste

ponto podemos dizer que os grandes culpados são os empregadores e empregados,

e até o Estado. Os empregadores, por não fornecerem os meios necessários para a

segurança do trabalhador. Os empregados, por se recusarem, imotivadamente, à

utilização dos equipamentos de proteção e a respeitar as regras sobre o assunto. O

Estado, por não fornecer o nível de educação necessária para a conscientização da

sociedade produtiva. Acima de tudo, entretanto, a busca de condições seguras e

saudáveis no ambiente de trabalho significa proteger e preservar a vida, e

principalmente, é mais uma forma de se construir qualidade de vida.

127

7.3. Medição e Sistemas de Recompensa

Os critérios adotados para a formação das equipes dentro das empresas é

essencial para o sucesso dos projetos. Hoje, com empresas empreendendo

negócios por diversos países torna-se vital que os critérios adotados contribuam

para o sucesso da empresa. Um dos problemas no projeto de comunicação entre os

diferentes membros da equipe é que cada função possui diferentes sistemas de

medição e linguagem própria associadas a eles. Como todas as atividades têm

como tema central a criação de valor adicionado, esses diferentes sistemas de

medição devem ser combinados para criar um sistema comum que atenda às

necessidades da equipe e da empresa. (BOWERSOX, 2001)

O fenômeno da rotatividade de funcionários, conhecido em inglês como

“turnover” atinge as linhas de montagem desde que Henry Ford construiu a primeira

linha de montagem em 1913 em Highland Park. Em 1913 o “turnover” atingiu o

índice de 370%, levando Ford a decidir, em janeiro de 1914, reduzir a jornada diária

de 9 para 8 horas e dobrar o salário médio de US$2,50 para US$5,00.

(HUTCHINSON, VILLALOBOS e BERUVIDES, 1997). Esse estudo conclui, que, o

elevado “turnover” implica em significativa desmotivação dos funcionários, além dos

problemas relacionados à necessidade de treinamento constante, baixa qualidade,

baixa produtividade, etc.

As equipes, local ou global são muito semelhantes em alguns aspectos, pois

compreendem indivíduos de diversas funções, possuem um gerente ou superior

hierárquico e têm como objetivo o crescimento da empresa . Em outros aspectos, as

diferenças são significativas, pois seus membros possuem diferentes

nacionalidades, trabalham em diferentes locais do mundo, representam diferentes

culturas e falam diferentes línguas. É preciso gerar confiança entre esses indivíduos,

principalmente devido a suas diferentes funções de origem. Nesse sentido, constata-

se que os indivíduos atuantes em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) possuem

orientação diferenciada em relação aos indivíduos que atuam na manufatura ou em

marketing.

128

As equipes globais adquirem a compreensão de que participam como

membros em uma rede, utilizando a troca eletrônica de informação, desenvolvendo

um senso de equilíbrio entre o risco e a incerteza e promovem comportamentos

relacionados com a motivação, comunicação e confiança em um contexto global.

(CHIAVENATO, 2002)

Uma grande barreira a ser transposta relaciona-se com as diferenças culturais

e sociais. Nesse sentido, o relacionamento das equipes pode tornar-se problemático

se não for considerada a estrutura e o clima organizacional e os estilos de liderança

presentes em cada centro de pesquisa global. (STAYER, 1990)

Dessa forma, as empresas através de equipes globais devem:

Capacitar os membros da equipe para a utilização da tecnologia disponível;

Encorajar as metas coletivas;

Equilibrar os tipos de tarefas que cada membro da equipe executa;

Gerenciar cada indivíduo participante da rede;

Promover a colaboração entre os membros da equipe;

Promover a comunicação entre os membros da equipe;

Promover a confiança entre os membros da equipe;

Promover a interdependência entre os membros e seus departamentos;

Promover a motivação para o trabalho em equipe;

Promover a partilha dos recursos.

7.3.1. Medições

A organização tem várias formas de concretizar recompensas,

desde o reconhecimento formal por uma contribuição da pessoa por meio de um elogio público ou não, de uma carta pessoal ou um prêmio como viagens, até um aumento salarial ou uma promoção para posições organizacionais com desafios maiores (DUTRA 2002, apud ARAÚJO, 2006, p. 51).

129

KANTER (1989) afirma que o contexto atual de mudanças é caracterizado

pela busca de novos significados e definições de valores, sintonizados com os

interesses dos clientes, dos funcionários e do próprio negócio. Ao operarem essa

transformação, as organizações tenderão a mudar a base conceitual da

remuneração para que mantenham sua competitividade.

Os sistemas de remuneração vigente na maioria das empresas foram criados

para um modelo de empresa que está em extinção. As profundas transformações

que as empresas vêm sofrendo exigem novos sistemas de remuneração. Em

ambientes caracterizados por formas modernas de organização do trabalho - como

celularização, multifuncionalidade e poucos níveis hierárquicos - não faz sentido

recompensar a contribuição individual ou coletiva apenas com base em descrições

de atividades e definição de responsabilidades. O projeto e gerência dos sistemas

de recompensa representam para o gerente de Recursos Humanos uma tarefa

complexa, pois existem contradições entre os projetos e a sua implantação (DUTRA,

2002):

Atitude das pessoas com relação ao dinheiro;

Avaliação da habilidade das pessoas;

Avaliação de cargos com relação ao mercado;

Avaliação do tempo de casa (usado no Japão e preferido pelos sindicatos

norte-americanos);

Benefícios e recompensas idênticos para todos os funcionários;

Comparação entre a recompensa recebida e aquela ofertada para pessoas

em cargos ou organizações semelhantes;

Remuneração baseada no desempenho;

Satisfação como resultado de um conjunto de recompensas e não de uma

recompensa única;

Satisfação do indivíduo com a recompensa recebida.

A motivação dos funcionários não depende somente de melhores condições

de trabalho, maiores salários ou remanejamento de tarefas. É necessário que o

trabalho seja enriquecido, trazendo satisfação às pessoas (HERZBERG, 1987).

A questão central se refere à transformação da remuneração como fator de

custo para uma visão da remuneração como fator de aperfeiçoamento da

130

organização, como impulsionador de processos de melhoria e aumento de

competitividade. A remuneração estratégica constitui uma importante ferramenta das

organizações que atuam num mercado globalizado e competitivo. Nesse sentido, a

remuneração estratégica deve considerar a estratégia da empresa e a sua estrutura

organizacional. Com relação aos funcionários, a remuneração estratégica deve

considerar seus conhecimentos, habilidades, competência, desempenho, resultados

e evolução de carreira.

Um sistema de remuneração estratégica é composto por (WOOD Jr, 2004):

Alternativas criativas, incluindo prêmios, gratificações, etc.;

Participação acionária, atendendo objetivos de lucratividade da empresa;

Remuneração funcional, determinada pela função e ajustada ao mercado;

Remuneração por habilidade, determinada pela formação e capacitação dos

funcionários;

Remuneração variável, atendendo metas de desempenho do indivíduo, da

equipe ou da organização;

Salário indireto, compreendendo benefícios e outras vantagens.

A gestão estratégica derruba o mito do sistema universal de gestão de

salários, pois o sistema de remuneração passa a ser parte do sistema gerencial da

organização e fonte de diferenciação e vantagem competitiva.

Finalmente, para que o trabalho em equipe seja eficaz é necessário que haja

compreensão entre as pessoas e departamentos. (MINTZBERG, 2001)

Diferente do que é propagado na sociedade e que já se tornou senso comum

entre os indivíduos em geral, as recompensas não se resumem apenas no valor

monetário, mas sim na combinação de três componentes, a saber: Remuneração

Básica – Salário, Incentivos Salariais e Benefícios.

Os objetivos de um sistema de remuneração conforme Milkovick e Boudreau

(2000, p.379), são: “motivar comportamentos produtivos e controlar os custos

trabalhistas, ao mesmo tempo em que busca a satisfação das necessidades e do

sentimento de justiça dos empregados.” Nesse sentido, as empresas procuram ser

mais eficiente e produtiva no seu mercado, embora tenha dedicado atenção

substancial aos custos trabalhistas envolvidos.

131

Sendo assim as recompensas podem ser identificadas como: recompensas

intrínsecas e recompensas extrínsecas. No entender de Vroom (1997) as

recompensas intrínsecas resultam da própria execução da tarefa e podem incluir a

satisfação pela sua conclusão ou uma sensação de poder.

As recompensas de caráter intrínseco referem-se ao trabalho em si, às

responsabilidades e tarefas desempenhadas, às possibilidades de crescimento

profissional e pessoal, reconhecimento, satisfação como o ambiente de trabalho.

Essas recompensas permitem uma maior aproximação entre o indivíduo e a

organização, dando sentido e importância ao trabalho com a finalidade de manter

uma relação mutuamente proveitosa. O mesmo autor acima define a recompensa

extrínseca como aquelas que são concebidas pela empresa sob a forma de dinheiro,

privilégios ou promoções, ou pelos supervisores e colegas sob a forma de

reconhecimento. Davis e Newstrom (1992) afirmam ainda que o dinheiro é

essencialmente uma recompensa extrínseca, podendo ser aplicado facilmente

através de programas de modificações de comportamento.

Destaca-se a seguir, as formas de remuneração adotadas atualmente por

organizações brasileiras com a intenção de adequá-las a sua cultura e valores

estabelecidos por cada uma.

O conjunto de atividades, compreendidas em um cargo, funciona como base

para definição da remuneração nos sistemas funcionais. Essa abordagem supõe

que o valor de um cargo pode ser determinado pelos valores praticados no mercado,

proporcionando uma equidade externa, facilitando a atração e retenção dos

funcionários.

Nesse sentido, segundo Hipólito (2002, p. 28) afirma:

“Os sistemas funcionais de remuneração podem ser vistos como

exemplo de mecanismo elaborado para „medir‟ a contribuição dos profissionais, tendo por pressuposto um mundo estável e previsível, ou seja, assumem ser possível organizar a gestão de pessoas de uma forma ampla e a remuneração em particular, definindo a priori o conjunto de atividades que cada trabalhador deveria desempenhar.”

Como evolução do sistema tradicional baseado nas qualificações e hierarquia,

uma nova estratégia de remuneração surge: Remunerações por competências e

habilidades, assumem-se como um instrumento importante que envolve a

132

remuneração aos objetivos estratégicos da organização, estimulando o aumento do

grau de comprometimento dos funcionários com os resultados gerados.

Alguns autores contemporâneos corroboram essa idéia classificando a

remuneração por competências e habilidades como aspecto fundamental para a

obtenção do comprometimento e adequação da remuneração dos empregados.

Nessa nova abordagem, segundo Dessler (2003) o funcionário é remunerado pela

amplitude, profundidade e tipos de habilidades e conhecimento que é capaz de

aplicar, ao invés de simplesmente ser pago pelo cargo que ocupa. Isto é o que a

diferencia dos modelos tradicionais de remuneração.

No que se refere à remuneração por competências, conforme Flannery

(1997), apud Araújo (2006, p. 76), afirma que “as competências seriam, em um

conceito mais simples, conjuntos de habilidades, conhecimentos, capacidades,

características comportamentais e outros atributos que, equilibrados, predizem o

desempenho superior”.

Essa abordagem, segundo Cardoso (2006), pretende ampliar as vantagens

de remunerar o indivíduo para aquelas situações em que a remuneração por

habilidades apresenta limitações, como as atividades pouco padronizadas e com

maior grau de abstração, como as gerenciais, técnicas de nível superior ou

administrativo.

Tem como foco principal a contribuição das pessoas, e também dos grupos,

mas na prática ela ainda se vincula a estrutura de cargos como ponto de partida

para sua identificação e posterior desdobramento. Está pautada no conhecimento e

na contribuição de cada indivíduo para o sucesso da empresa, já que funcionários

que ocupam o mesmo cargo devem receber salários diferentes conforme suas

competências.

O advento de novos métodos de trabalho e a valorização do capital intelectual

requer da gestão de pessoas constantes adequações dos critérios de remuneração,

pretendendo assim o alcance dos resultados preestabelecidos pelas organizações.

(RODRIGUES, 2006)

Por isso, a participação dos trabalhadores nos lucros e resultados das

empresas tem se intensificado nos últimos anos, assumindo uma postura relevante

no composto de remuneração adotado por tais empresas que a praticam.

Estabelecendo também um vínculo direto entre a recompensa recebida pelo

133

trabalhador e o esforço realizado por ele para conseguir o resultado definido pela

empresa.

A participação nos lucros e resultados não simplesmente substitui ou

complementa a remuneração, é sim utilizada pelas empresas como forma de

incentivo à parceria entre os colaboradores e a organização, ao trabalho em equipe,

à melhoria da produtividade, total isenção de encargos previdenciários e

trabalhistas, e à redução de conflitos.

7.3.2. Bônus

O bônus constitui um papel fundamental na realização das tarefas, no

desempenho de funções e no alcance dos objetivos organizacionais. Sem essa força

que impulsiona os indivíduos não seria possível se alcançar metas, romper

barreiras, superar expectativas. Existem muitas definições acerca desse conceito,

porém o entendimento desse fator intrínseco às organizações e aos indivíduos

depende do estudo de inúmeras áreas do conhecimento científico.

Segundo Vergara (1999, p. 42) “motivação é uma força, uma energia que nos

impulsiona na direção de alguma coisa”. Aqui é evidenciado o papel da motivação

como sendo essencial para levar o individuo a realizar uma atividade qualquer ou

alcançar um determinado fim. Se as pessoas trabalhassem simplesmente para

sobreviverem elas não executariam as suas atividades com êxito e,

conseqüentemente, não alcançariam seus bônus.

Para Chiavenato (1992, p. 179) “a motivação por um bônus está contida

dentro das próprias pessoas e pode ser amplamente influenciada por fontes

externas ao indivíduo ou pelo seu próprio trabalho na empresa”. A motivação

sintetiza fragmentos tanto inerentes ao individuo como também oriundos do

ambiente. Sendo que as fontes externas exercem poder sobre a capacidade do

sujeito de realizar, criar, transformar e inovar. Fatores como reconhecimento,

satisfação, segurança podem afetar a forma como os indivíduos se sentem em

relação ao desempenho de uma função, tarefa ou cargo.

134

Segundo Davis em seu livro intitulado Comportamento Humano no trabalho:

Uma abordagem psicológica (1998, p. 47): A motivação para a realização é uma

força que algumas pessoas têm para vencer desafios e obstáculos na busca de

objetivos. Uma pessoa com esse tipo de impulso deseja desenvolver-se, crescer e

progredir na escalada do sucesso.

Para Fritz (1997, p. 109) em nossa sociedade a idéia mais comum a respeito

da motivação por um bônus é que fazemos alguma coisa em troca de algum retorno

do investimento.

Fica evidenciada aqui a relação de permuta estabelecida no que tange ao

papel da motivação na consecução de um projeto, de uma tarefa ou uma função em

que o individuo só realiza o ato se este lhe trouxer algum benefício específico. Por

exemplo, uma bonificação em razão do alcance de uma meta de vendas. Porém

alguns autores questionam o pagamento de bônus e premiações por desempenho

excepcional. Na medida em que basta que se pague adequadamente para que as

pessoas superem metas, os administradores podem ser levados a desprezar a

dimensão humana do trabalhador.

Se os trabalhadores de uma empresa agem apenas mediante a indução

financeira, ou se estes mesmos trabalhadores justificam seus empregos apenas com

base no pagamento que recebem, alguma coisa está muito errada com esta

empresa. Além de incorrerem em custos crescentes com remuneração, contratando

somente as mãos dos trabalhadores, não suas mentes e corações, as empresas

perdem um precioso retorno dos seus investimentos nas pessoas.

Conforme Chiavenato (2000, p. 393) cita que Maslow apresentou uma teoria

da motivação segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e

dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influencia. Essa hierarquia

de necessidades pode ser visualizada como uma pirâmide e no topo está às

necessidades mais elevadas (as necessidades de auto-realização).

Segundo Hampton (1992) para Maslow o que propulsiona o homem são suas

necessidades: tão logo uma necessidade é satisfeita, outra surge em seu lugar.

É sabido, de acordo com essa teoria, que as necessidades humanas estão

organizadas em níveis e numa hierarquia de importância, conforme pode ser

visualizado na figura abaixo:

135

Figura 6 - A Hierarquia das necessidades segundo Maslow

Fonte: Monografia (Graduação em Administração de empresas com ênfase em analise de sistemas) UNIVEN / Faculdade Capixaba de Nova Venécia 2009. Disponível em: <http://univen.no-ip.biz/%5Cmonografias%5CAdministra%C3%A7%C3%A3o%20de%20Empresas%...9.pdf>. Acesso em: 15/09/2010.

As necessidades fisiológicas são as necessidades vitais de sobrevivência:

alimentação, descanso, proteção contra frio e calor e necessidades sexuais.

As necessidades de segurança são as necessidades de proteção contra o

perigo tais como seguro de vida, casa própria, emprego estável entre outras.

136

Quando as necessidades de segurança estão satisfeitas e o homem não está

temeroso quanto ao seu bem estar físico, as necessidades sociais tornam-se

importantes.

São necessidades sociais: de participação, de associações, clubes, aceitação

por parte dos amigos, novas amizades e amor.

Quando essas necessidades são frustradas na situação de trabalho, o

indivíduo age de modo a dificultar a consecução dos objetivos grupais, ele se torna

antagônico e não cooperativo.

As necessidades de auto-estima são as necessidades de respeito,

autoconfiança, status, boa reputação, reconhecimento, apreciação e respeito dos

amigos. Para que essas necessidades apareçam de maneira significativa os níveis

anteriores devem estar razoavelmente satisfeitos.

No topo da hierarquia existem as necessidades de auto - realização. Essas

são as necessidades de dar vazão às próprias potencialidades, de um contínuo auto

desenvolvimento, de ser criativo.

Abaixo segue uma tabela com o grau de fatores motivacionais conforme a

visão dos funcionários, onde se pode ver que o salário e o bônus estão no mesmo

grau de fator motivacional.

Figura 7 - Tabela – Visão Dos Funcionários Sobre Fatores Motivacionais

A tabela demonstra qual é na visão dos funcionários o fator que os fazem

estarem motivados. Para 20% dos funcionários o que os tornaria mais motivados

seria o recebimento de elogios por parte do gestor por terem desenvolvido suas

funções de forma eficaz, para 40% dos funcionários o que os tornaria mais

motivados seria o recebimento de bônus de produção pelo alcance das metas, já

para 40% dos funcionários o salário que recebem é o principal fator que os motivam.

137

7.3.3. Política de promoções

O Valor da Política de Remuneração - Cascio (2000) afirma que todos os

aspectos da GRH podem ser medidos – inclusive fatores intangíveis como a moral

do pessoal – e quantificados em termos econômicos. Não há procedimentos

contábeis geralmente aceitos para determinação do valor dos funcionários de uma

empresa. Modelos chamados “de ativos” medem os investimentos da empresa em

seus empregados, mas ignoram o valor do produto de seu trabalho.

Ele descreve “o modelo de despesas” como alternativas ao “de ativos”. A

abordagem do modelo de despesas atribui estimativas monetárias aos resultados

dos comportamentos da força de trabalho. Fatores tais como absenteísmo,

rotatividade, desempenho, etc., são medidos com instrumentos tradicionais e têm

seus custos estimados. Este método, que mede as conseqüências econômicas do

comportamento dos indivíduos, ao invés do valor investido neles, fala a mesma

língua dos responsáveis pela tomada de decisões na empresa – resultados.

Para Boudreau (1991), a mensuração da contribuição do indivíduo à eficiência

geral da organização deve se centrar na quantidade, qualidade e custo do produto

final de seu trabalho, já que a contribuição de cada funcionário aos resultados não é

relacionada ao investimento que a firma faz nele, mas a como ele trabalha e ao que

ele produz.

7.4. Planejamento do Trabalho e Sistemas de Controle

Planejamento de trabalho é um processo formal de dividir o conjunto total das

atividades de uma organização em tarefas e atividades que seus membros possam

executar. Sistemas de Controle são aqueles que unem o resultado da leitura dos

elementos sensores com a ação dos elementos atuadores. Eles recebem as

informações lidas dos sensores para saber o atual estado do processo, executa

cálculos e lógicas pré-definidas (também chamadas de lei de controle) e envia o

138

resultado para os atuadores, de modo que a situação atual do processo seja

modificada para que se atinja um ponto de operação próximo do desejado.

7.4.1. Gestões da função compras

O foco desta abordagem é a evolução das responsabilidades da função

Compras/Suprimentos, suas atividades, atribuições e papel estratégico, mostrando

suas características e dinâmica dentro do processo produtivo.

A gestão da função compras pode ser vista como a administração das

operações que formam o lado do suprimento e das que formam o lado da

demanda,de acordo com Slack et.al., (2002, p. 417) no lado do suprimento, a gestão

de compra/ suprimento é o termo bem aceito para a função que lida com a interface

da operação com os mercados de suprimentos.

Segundo Pozo (2000, p. 141) afirma que a gestão de compras é uma

atividade administrativa, pois nos diversos estágios de sua interação organizacional

tomam-se decisões quanto a quantidades, origem, custos e credibilidade dos

sistemas de fornecimento, tanto interno como externo, sempre voltada para os

aspectos econômicos e estruturais da organização.

Conforme Stanwick e Jones (1996, p. 11) exploram as mudanças na

conceituação da função compras, consideram os efeitos dessas mudanças,

sugerindo que são tão fundamentais que exigem uma redefinição da profissão.

Por sua vez, eles identificam uma estrutura de avaliação de compras de

quatro estágios, baseados em:

Compras centradas no produto

Compras centradas no processo

Compras de relacionamento

Compra centrada no desempenho

139

Funções de compras - Existem varias razões a serem consideradas no

desenvolvimento das atividades de compras/suprimentos.

Algumas delas, segundo Baily, et al., (2000, p. 95):

O crescente interesse das organizações por fornecedores externos que

adotam práticas gerenciais mais eficazes;

A maior especialização tem contribuído para o aumento dos gastos externos;

As organizações atuais e seus fornecedores precisam ser mais confiáveis e

flexíveis para proporcionar o funcionamento da cadeia de suprimentos;

O poder da tecnologia de informação tem possibilitado uma visão mais clara

da contribuição proporcionada pelas compras/suprimentos.

A função compras/suprimentos, como atualmente é denominada, tem

responsabilidade preponderante nos resultados de uma empresa devido a sua ação

de suprir a organização com os recursos materiais para seu perfeito desempenho e

atender as necessidades de mercado.

Conforme Heiritz (1983) argumenta que a relação entre produção e compras

é considerada mais efetivamente para o beneficio geral da empresa. Daí que a

função produção vem assessorar a função compras/suprimentos, prontamente e

com tanta antecedência quanto for possível, no que tange ao programa de

atividades a ser desdobrado: estoques, organogramas de trabalhos estabelecidos,

projetos e contratos de trabalhos especiais, novo produtos a serem fabricadas,

modificações nos planos que afetem os elementos que devam ser comprados e

qualquer variação no ritmo da produção.

Fazer ou comprar - Antes de tomar uma decisão de fabricar ou comprar é

necessário comparar os custos envolvidos nas duas operações, se for mais barato

fabricar (ou fazer o serviço) internamente, essa decisão deve ser tomada. Uma

pesquisa realizada conforme Ford e Farmer (1986), mostrou que as decisões de

fabricar ou comprar podem ter um impacto estratégico considerável sobre as

empresas. Esses pesquisadores partiram da hipótese de que tais decisões eram

tomadas ou confirmadas com base em uma opinião subjetiva, em vez de apoiadas

em uma análise clara, esta hipótese estava correta e um fator fundamental era a

140

falta de envolvimento do departamento de compras em tais discussões na maioria

dos casos. Embora exista uma falta de envolvimento do setor de compras a decisão

de fazer internamente ou de comprar fora é uma das atividades chaves para a

Função Compras.

A função compras/suprimentos vem mostrando através dos últimos anos uma

rápida evolução de seus processos estratégicos. Isso a partir dos anos 80 onde se

registrou os primeiros indícios de mudanças de foco da função compras.

7.4.2. Planos Agregado

O sistema de planejamento e controle da produção possui papel destacado

na gestão de operações de uma empresa. Dele provêm as informações que

sustentam os processos de compra de matérias-primas e elaboração dos planos de

produção. Suas informações embasam decisões sobre investimentos em maquinário

de produção e servem de suporte às atividades de marketing ao indicar a

disponibilidade de produtos ao longo do tempo. Ele é responsável pelo planejamento

e controle do fluxo de materiais através dos processos de manufatura. O sistema

surge como uma ferramenta de suporte ao planejamento estratégico nos níveis

tático e operacional. (ARNOLD, 2001)

O planejamento agregado da produção se encaixa no nível tático dentro de

um modelo de planejamento hierárquico. O nível tático corresponde ao plano de

médio-prazo (em geral de um a dois anos) e deve focar nos volumes agregados e

nas famílias de produtos, de maneira que questões relacionadas ao mix, a produtos

individuais e a ordens de clientes sejam prontamente tratadas no nível operacional.

(WALLACE, 1999)

Segundo Axsater (1982), o objetivo do planejamento agregado da produção é

garantir que as considerações de longo prazo não sejam ignoradas nas tomadas de

decisão de curto prazo.

Conforme Singhal e Singhal (2007) consideram o objetivo do planejamento

agregado da produção de maneira mais abrangente, colocando-o como elo entre os

diversos setores da empresa, como o financeiro, vendas, produção, marketing, entre

141

outros. Segundo Lee e Khumawala (1974), o planejamento agregado da produção

está relacionado à maneira como a gerência da empresa reage às flutuações de

demanda em seu sistema produtivo, e, especificamente, como determinar os níveis

agregados de produção, estoque e força de trabalho.

Citado por Gianesi (1998), impactos do processo de planejamento da

produção sobre:

Os custos relacionados à utilização dos recursos fabris e da mão-de-obra,

além dos níveis de estoque;

A velocidade de entrega dos bens, determinada a partir das estratégias de

estoque e produção;

A confiabilidade de entrega dos bens, afetada pelo correto controle da

utilização dos recursos;

A flexibilidade.

O modelo também pode servir como ferramenta de simulação, ao se

utilizarem diferentes configurações de entrada, como por exemplo, variações na

produtividade e na disponibilidade de hora para a produção. O recurso de simulação

pode ser de especial interesse na análise de viabilidade de novos produtos, ao testar

os volumes e margens projetadas contra as capacidades de manufatura disponíveis

e checar como o modelo aloca estas demandas no plano de produção.

Por fim, a utilização de um processo estruturado e com regras definidas

garante à empresa a visibilidade e o controle sobre os pontos de melhoria, além de

facilitar o entendimento de toda a organização sobre os processos de planejamento

e sistematizar um processo decisório analítico.

7.4.3. Planejamento

O planejamento é uma ferramenta administrativa, que possibilita perceber a

realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, estruturando o trâmite

adequado e reavaliar todo o processo a que o planejamento se destina. Sendo,

142

portanto, o lado racional da ação. Tratando-se de um processo de deliberação

abstrato e explícito que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados

esperados. Esta deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns

objetivos pré-definidos.

Niveis e Tipos de Planejamento - Observando os níveis hierárquicos,

distinguem-se três tipos de planejamento: planejamento estratégico, tático e

operacional.

O planejamento estratégico considera a empresa como um todo e é

elaborado pelos níveis hierárquicos mais altos da organização. Relaciona-se com

objetivos de longo prazo e com estratégias e ações para alcançá-los.

No segundo nível de planejamento, o tático, a atuação é em cada área

funcional da empresa, compreendendo os recursos específicos. Seu

desenvolvimento se dá pelos níveis organizacionais intermediários, tendo como

objetivo a utilização eficiente dos recursos disponíveis com projeção em médio

prazo. Já os planejamentos em nível operacional correspondem a um conjunto de

partes homogêneas do planejamento tático, ou seja, identifica os procedimentos e

processos específicos requeridos nos níveis inferiores da organização,

apresentando planos de ação ou planos operacionais. É elaborado pelos níveis

organizacionais inferiores, com foco nas atividades rotineiras da empresa, portanto,

os planos são desenvolvidos para períodos de tempo bastante curtos. (Origem:

Wikipédia, a enciclopédia livre)

7.4.4. Controle, Estoques e/ou Reservas de Tempo de Espera

Segundo Chambers, et.al. (2002), não importa o que está sendo armazenado

como estoque, ou onde ele está posicionado na operação; ele existirá porque existe

uma diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda. Se o fornecimento

143

de qualquer item ocorresse exatamente quando fosse demandado, o item nunca

necessitaria ser estocado. Quando a taxa de fornecimento excede a taxa de

demanda, o estoque aumenta; quando a taxa de demanda excede a taxa de

fornecimento, o estoque diminui. O ponto óbvio a ressaltar é que, se uma operação

pode fazer esforços para casar as taxas de fornecimentos e de demanda,

acontecerá uma redução em seus níveis de estoque.

“O gerenciamento de estoque é a atividade de planejar e controlar acúmulos

de recursos transformados, conforme eles se movem pelas cadeias de suprimentos,

operações e processos.” (BETTS, et. al. 2008, p. 295).

O estoque pode ser o pulmão contra flutuações inesperadas no suprimento e

na demanda, conhecido também como estoque de segurança, que podem

compensar as incertezas no processo de suprimento de mercadorias para a

empresa.

Estoque – Segundo Tófoli (2008), a quantidade de bens físicos que são

mantidos à espera da venda (ou da produção), por um determinado tempo. São

considerados como bens em estoques, as matérias-primas, os produtos semi-

acabados, os produtos acabados e as mercadorias compradas de terceiros.

Os estoques são os materiais que não são utilizados em determinado

momento, mas que existe em função de futuras necessidades. Logo, estocar é

reservar os produtos/mercadorias para utilização futura.

Estoque é como a acumulação armazenada de recursos materiais em um

sistema de transformação. Algumas vezes o estoque também é usado para

descrever qualquer recurso armazenado. Todavia apesar de esses recursos de

transformação serem tecnicamente considerado como estoque, não são obtido

sempre que um consumidor faz uma solicitação, eles não são o que normalmente

sequer dizer com o termo estoque.

Gestão de Estoque – Segundo Vendrame (2008) a gestão de estoque

constitui uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques

estão sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles

utilizam, bem manuseados e bem controlados. Ainda conforme Vendrame (2008) a

gestão de estoque é, basicamente o ato de gerir recursos ociosos possuidores de

144

valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material,

numa organização.

Tipos de Estoque - Conforme Tófoli (2008), a determinação dos níveis de

estoque, na fase do planejamento, consiste basicamente na fixação do estoque

mínimo, estoque de segurança, do lote de suprimento e do estoque máximo.

Estoque Mínimo: O estoque mínimo também é conhecido como Ponto de

Pedido, é a quantidade de itens estocados a partir das quais são efetuados os

pedidos de reposição. São fundamentais: o estoque de segurança e os tempos de

entrega e consumo diário.

Os Pontos de Pedidos, isto é, os pedidos de compra de materiais devem ser

emitidos quando as quantidades estocadas atingirem níveis suficientes apenas para

cobrir os estoques de segurança (reserva) fixados e os consumos (ou vendas)

previstos para os períodos correspondentes aos prazos de entrega dos

fornecedores.

Fórmula para estoque mínimo:

Emi = ER + PE x C

Onde:

Emi: Estoque Mínimo

ER= Estoque de Reserva

PE= Prazo de Entrega

C= Compras

Estoque de Segurança ou Reserva: O consumo médio mensal dos itens de

estoque e o tempo de reposição variam muito; variam muito de item para item, de

uma época para outra, que leva as empresas a manter os estoques de segurança. O

estoque de segurança é um amortecedor destinado a minorar os efeitos de

variações, do consumo médio mensal do tempo de reposição ou de ambos

conjuntamente. A determinação de seu nível deve receber planejamento criterioso,

pois é responsável pela imobilização de capital em estoque. Essa ação concentra-se

em determinar uma reserva de estoque que equilibre tanto os custos de

oportunidade das possíveis faltas de estoque como os custos de estocagens de

maiores quantidades de materiais no almoxarifado. Tem como objetivo compensar

145

as incertezas inerentes ao fornecimento e demanda e permite manter um fluxo

regular de produção.

Fórmula de Estoque de Segurança:

ES = (c x ape) + ac (pe + ape)

Onde:

ES: Estoque de Segurança

c: Consumo Diário

ape: Atraso no prazo de entrega

ac: Aumento no consumo diário

pe: Prazo de entrega pelo fornecedor

Estoque Máximo: O estoque máximo é igual à soma do estoque de

segurança mais o lote de suprimento, seja ele o lote econômico ou não. Sofrem

limitações de ordem física, manuseio, custos, inventários e riscos. Como os

componentes desse tipo de estoque são o suprimento e o estoque de reserva

variará todas as vezes que um ou outro ou ambos variarem.

Fórmula do Estoque Máximo:

Emax = ES + Lote de Suprimento

Onde:

Emax: Estoque Máximo

ES: Estoque de Segurança

Lote de Suprimento

Estoque de Antecipação: O estoque de antecipação pode ser usado para

compensar diferenças de ritmo de fornecimento e demanda. É mais comumente

usado quando as flutuações de demanda são significativas, mas relativamente

previsíveis. Ele também pode ser usado quando as variações de fornecimento são

significativas.

Estoque de Ciclo: Ocorre quando um ou mais estágios na operação não

podem oferecer simultaneamente todos os itens que produzem. (Tófoli 2008)

146

Todo processo empresarial requer profissionais competentes, na gestão de

estoque não é diferente, pois engloba os itens da empresa pertencentes ao seu ativo

circulante.

O gestor de materiais e recursos patrimoniais deve conhecer os processos de

produção e vendas, para avaliar criteriosamente cada item pertencente ao estoque,

dando-lhes a atenção relativa à sua representatividade no investimento e

faturamento. Com tais ações as empresas buscam a melhoria contínua e obter

vantagem competitiva, galgando um posto cada vez mais à frente de seus

concorrentes.

7.4.5. Sistemas de Produção

O estudo detalhado de um objeto ou fenômeno, freqüentemente requer a

elaboração de uma classificação dos seus tipos ou variações existentes. O objetivo

principal de uma classificação é ajudar a entender o objeto em estudo, de maneira

que possam ser estabelecidas relações entre características inerentes observadas,

ferramentas de análise apropriadas, problemas típicos, soluções particulares, e

outras categorias com cada uma das classes e subclasses propostas.

Uma das utilidades das classificações dos sistemas de produção é permitir

discriminar grupos de técnicas de planejamento e gestão da produção apropriada a

cada tipo particular de sistema, o que racionaliza a escolha e a tomada de decisão

sobre qual delas adotar em determinada circunstância e facilita sobre maneira a

apresentação didática deste assunto. (Zacarelli; 1979)

Classificações dos Sistemas de Produção – Conforme Zacarelli (1979,

p.12) classificação de indústrias e estabelece duas grandes classes, cada uma com

subclasses:

Indústrias do tipo contínuo - onde os equipamentos executam as mesmas

operações de maneira contínua e o material se move com pequenas interrupções

entre eles até chegar a produto acabado. Pode se subdividir em:

147

Contínuo puro: uma só linha de produção, os produtos finais são exatamente

iguais e toda a matéria-prima é processada da mesma forma e na mesma

seqüência;

Contínuo com montagem ou desmontagem: varias linhas de produção

contínua que convergem nos locais de montagem ou desmontagem;

Contínuo com diferenciação final: características de fluxo igual a um ou outro

dos subtipos anteriores, mas o produto final pode apresentar variações;

Indústrias do tipo intermitente - diversidades de produtos fabricados e

tamanho reduzido do lote de fabricação determinam que os equipamentos

apresentem variações freqüentes no trabalho. Subdividem-se em:

Fabricação por encomenda de produtos diferentes: produto de acordo

com as especificações do cliente e a fabricação se inicia após a venda do produto;

Fabricação repetitiva dos mesmos lotes de produtos: produtos

padronizados pelo fabricante, repetitividade dos lotes de fabricação, pode-se ter as

mesmas características de fluxo existente na fabricação sob encomenda.

Conforme Tubino (1997, p.27) as classificações dos sistemas de produção,

identifica o critério que serve de base para três delas:

Grau de padronização:

Sistemas que produzem produtos padronizados: bens ou serviços que

apresentam alto grau de uniformidade e são produzidos em grande escala;

Sistemas que produzem produtos sob medida: bens ou serviços

desenvolvidos para um cliente específico.

Tipo de operação:

Processos contínuos: envolvem a produção de bens ou serviços que não

podem ser identificados individualmente

Processos discretos: envolvem a produção de bens ou serviços que não

podem ser isolados, em lotes ou unidades, e identificados em relação aos demais.

Podem ser subdivididos em:

148

Processos repetitivos em massa: produção em grande escala de produtos

altamente padronizados;

Processos repetitivos em lote: produção em lotes de um volume médio de

bens ou serviços padronizados;

Processos por projeto: atendimento de uma necessidade específica dos

clientes, o produto concebido em estreita ligação com o cliente tem uma data

determinada para ser concluído. Uma vez concluído, o sistema de produção se volta

para um novo projeto.

Natureza do produto

Manufatura de bens: quando o produto fabricado é tangível

Prestador de serviços: quando o produto gerado é intangível

Segundo Moreira (1998, p.8), um sistema de produção e descreve

brevemente seus elementos e suas interações. Apresenta então duas classificações

de sistemas de produção, à primeira denomina Classificação Tradicional e à

segunda Classificação Cruzada de Schroeder.

A Classificação Tradicional, em função do fluxo do produto, agrupa os

sistemas de produção em três grandes categorias:

Sistemas de produção contínua ou de fluxo em linha - apresentam

seqüência linear de fluxo e trabalham com produtos padronizados:

Produção contínua propriamente dita: é o caso das indústrias de processo,

este tipo de produção tende a ter um alto grau de automatização e a produzir

produtos altamente padronizados;

Produção em massa: linhas de montagem em larga escala de poucos

produtos com grau de diferenciação relativamente pequeno;

Sistemas de produção intermitente (fluxo intermitente):

Por lotes: ao término da fabricação de um produto outros produtos tomam seu

lugar nas máquinas, de maneira que o primeiro produto só voltará a ser fabricado

depois de algum tempo

Por encomenda: o cliente apresenta seu próprio projeto do produto, devendo

ser seguidas essas especificações na fabricação.

149

Sistemas de produção de grandes projetos sem repetição: produto único,

não há rigorosamente um fluxo do produto, existe uma seqüência predeterminada de

atividades que deve ser seguida, com pouca ou nenhuma repetitividade. (Moreira,

1998, p.8)

Todos os critérios que servem como base para as classificações acima

apresentadas se relacionam com os elementos do sistema (entradas, processo de

transformação e saídas), de maneira que resulta mais fácil compreendê-las.

É verdade que algumas classificações são mais importantes do que outras

quando o objetivo é escolher a ferramenta teórica ou técnica que pode ser aplicada

em determinado sistema de produção. Porém, a compreensão global das diversas

classificações não deixa de ser uma fonte de reflexão que os pode levar a assimilar

outros conhecimentos com maior facilidade.

7.4.6. Rede de Suprimentos

Slack (1993) entende que se deve “administrar a rede de suprimentos”, por

que nenhuma operação ou parte da operação existe isoladamente. Pois cada parte

de uma rede e interconectada de operações. Nessa rede, segundo Slack (1993), o

setor de suprimentos deverá se integrar aos diversos setores da empresa e manter

uma forte relação com o mercado.

Segundo esse autor, há uma tendência mundial de se estabelecer “parcerias”

como uma forma de relacionamento estratégico entre cliente e fornecedor. Desta

forma, a melhoria contínua da qualidade pode ser mantida e divergências evitadas

ou resolvidas rapidamente.

Gestão da cadeia de suprimento - Estudos em gestão da cadeia de

suprimento enfatizam a importância de relações estratégicas entre empresas de

manufatura e seus fornecedores (Kim, 2000; Petroni & Panciroli, 2002). A hipótese

que fundamenta a ênfase nesse aspecto é a de que relacionamentos de longo prazo

melhoram o desempenho tanto do fabricante quanto de seus fornecedores. Para

150

esse tipo de relacionamento é essencial a coordenação de ações entre os parceiros

de negócios. Alguns autores visam a estudar mecanismos de coordenação, sendo

que a maioria indica a necessidade de ter uma estrutura para desenvolvimento de

ações conjuntas (Fisher, 1997; Heikkilä, 2002; Hagelaar & van der Vorst, 2002).

Com informações que dão visibilidade aos eventos na rede de empresas é mais fácil

discernir sobre a decisão correta a ser tomada no empreendimento dessas ações

(Anand & Mendelson, 1997; García-Dastugue & Lambert, 2003).

Hagelaar & van der Vorst (2002) apresentam diferentes estruturas para

adoção de estratégias distintas para gestão ambiental na cadeia de suprimento.

Esses autores notam que, à medida que aumenta o comprometimento da estratégia

da cadeia de suprimento com a sustentabilidade ambiental, é necessária uma

estrutura mais complexa de relacionamento entre as empresas (quanto às funções

que são compartilhadas e ao maior número de consultas entre os membros da

cadeia de suprimento).

Essas propostas prevêem o desenvolvimento de fornecedores e agentes de

canais de distribuição, e visam à gestão da demanda (e do fluxo produtivo para

atendê-la), conforme meta estabelecida de comum acordo. A despeito disso,

nenhuma delas apresenta explicitamente estrutura para desenvolvimento de novas

capacitações, necessária na presença de inovação tecnológica seja em recurso

(produto), seja em atividade (processo). Assim, considera-se que essas propostas

não são suficientes para gerenciar as transformações decorrentes das inovações.

Rede industrial - O referencial teórico para análise das inovações

organizacionais e tecnológicas que se dão em redes de empresas parte do

pressuposto de que mudança tecnológica e desempenho competitivo estão

interligados, segundo uma visão sistêmica, apoiando a capacitação produtiva das

empresas. Redes industriais (categoria genérica da cadeia de suprimento) são vistas

como arranjos para integração operacional, considerando o desempenho de ciclos

de atividades, vistos como processos.

“... atores ligados por seu desempenho em torno de atividades industriais competitivas ou complementares, empregando ou consumindo recursos econômicos para processar outros recursos." Lundgren (1995, p. 87)

151

Lundgren (1995, p. 87) define rede industrial como constituída de e reproduz

modelo, originalmente apresentado por Häkansson (1987, apud Lundgren, 1995, p.

88), para análise das mudanças tecnológicas em redes industriais.

Figura 8 - Redes industriais

Fonte: Scielo Brasil. Gestão & Produção. Reflexão para gestão tecnológica em cadeias de suprimento. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2003000300009>. Acesso em: 14/09/2010.

Visibilidade de eventos e agilidade para mudanças - Slack et al. (2002)

usa o termo cadeia de suprimento (supply chain) para designar um ramo da rede

industrial com estrutura projetada adequadamente para atender à demanda de um

mercado específico. O conceito de rede de suprimento, definido em Slack (1993),

pressupõe a adoção coordenada de estratégias de manufatura entre parceiros de

negócios.

Esses conceitos preencheram lacuna identificada por Bechtel & Jayaram

(1997). Esses autores observaram que os esforços para aumentar a produtividade

industrial e a qualidade de processos e produtos de uma empresa eram dificultados

por restrições da empresa para integração de suas estratégias de operações,

internamente, com outras funções (marketing finanças, principalmente), e

externamente, com seus clientes e fornecedores.

152

Estrutura da cadeia de suprimento - A estrutura reflete as relações entre as

empresas da cadeia de suprimento. O desenvolvimento de relacionamento efetivo

entre as empresas da cadeia de suprimento contribui para a melhoria do

desempenho das operações nas dimensões: qualidade, custo, entrega e flexibilidade

(Slack, 1993).

O quadro 1 sintetiza resultados de revisão bibliográfica sobre aspectos

relevantes de relações entre empresas, que moldam o ambiente de decisão e de

operações e definem a profundidade e a estreiteza do relacionamento, assim como

sua duração e amplitude.

Figura 9 - Fatores críticos de sucesso nas parcerias entre empresas

Figura 10 - Aspectos a serem considerados para gestão da cadeia de suprimentos

Hagelaar & van der Vorst (2002) apresentam quatro tipos de cooperação na

cadeia de suprimento, conforme as dimensões anteriores, reproduzidos na figura 8.

153

Figura 11 - Tipologia de estruturas de cooperação na cadeia de suprimentos

Fonte: Scielo Brasil. Gestão & Produção. Reflexão para gestão tecnológica em cadeias de suprimento. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2003000300009>. Acesso em: 14/09/2010.

Na estrutura do tipo tabula redonda ocorrem poucas consultas para decisão

conjunta; as decisões são focadas em uma única função e as demais são tratadas

separadamente por empresa, individualmente. Na estrutura multifocal simples são

poucas as consultas entre os parceiros, embora participem conjuntamente nos

processos de decisão em várias funções. As decisões internas na empresa são

afinadas com as decisões tomadas em conjunto. A estrutura de decomposição é

caracterizada por um número limitado de funções submetidas à decisão conjunta,

porém há consulta sobre outras funções entre os parceiros de negócios. A estrutura

multifocal em rede é conveniente no caso de a decisão conjunta referir-se a muitas

funções, mas com processos de tomada de decisão diferenciados, conforme a

função e a meta.

Estrutura e desempenho da cadeia de suprimento - Slack et al. (2002)

define "política da cadeia de suprimento como a forma pela qual as operações na

cadeia influenciam seu comportamento" e apontam a administração dos

relacionamentos como uma das questões-chave para gestão efetiva da cadeia de

suprimento (Slack et al. 2002, p. 436). Os autores caracterizam a cadeia de

154

suprimento como sistema dinâmico, em que as decisões são orientadas por políticas

deliberadas em função do desempenho esperado.

Um dos primeiros autores a apresentar essa preocupação foi Fisher (1997),

que propôs estrutura para organização da cadeia de suprimento de acordo com a

natureza da demanda (estável ou volátil) e as características do produto (funcional

ou inovador). Na situação de demanda estável, em que é possível prever a demanda

de produtos acabados, programa-se a disponibilidade para oferta (processo push).

No caso de vulnerabilidade na demanda, os componentes devem estar disponíveis

para montagem do produto assim que despontar a necessidade de atendimento,

evitando o custo da não-venda, incorrido pela obsolescência do produto (processo

pull). Políticas que busquem a eficiência são apropriadas a produtos funcionais com

demanda estável.

Considerações sobre o modelo de Lambert & Cooper para GCS - O

modelo de Lambert & Cooper (2000) considera três elementos para gestão da

cadeia de suprimento: processos de negócios, componentes de gestão e estrutura

(Figura 8).

155

Figura 12 - Dinâmica da Cadeia de Suprimento: escopo, função e instituições.

Fonte: Scielo Brasil. Gestão & Produção. Reflexão para gestão tecnológica em cadeias de suprimento. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2003000300009>. Acesso em: 14/09/2010.

Os componentes de gestão potencializam o uso da estrutura da cadeia de

suprimento para a eficácia nos processos de negócios. Assim, também os recursos

tecnológicos limitam os níveis de eficiência nos fluxos de informação e físico e,

conseqüentemente, o nível de sucesso dos negócios entre as empresas. Os

processos de negócios são descritos na Tabela 1.

156

7.5. Sistemas de qualidade

Para que um produto ou serviço seja de qualidade, ele deve atender

perfeitamente e de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo as

necessidades do cliente. O verdadeiro critério da boa qualidade é a preferência do

consumidor e, para o fornecedor é o projeto perfeito, sem defeitos, baixo custo,

segurança do cliente, entrega no prazo certo no local certo e na quantidade certa.

Um programa de qualidade pode ser visto sempre de duas maneiras:

A primeira como uma regra imposta por organismos, os stakeholders (parte

interessada ou interveniente), dentre os quais o governo, com suas agências

regulatórias, departamentos, normas, regras e leis ou ainda, o mercado impondo alto

nível de concorrência ou da exigência dos clientes.

A outra forma é ver como uma poderosa ferramenta de “marketing” capaz de

efetivamente diferenciar empresas, colocando cada uma em um determinado tipo de

nicho, onde ter um sistema da qualidade impecável realmente faça a diferença entre

ter lucro ou ter sucesso.

A diferença entre as duas formas de ver a qualidade é a oportunidade de

ampliar o escopo de estratégia. Principalmente se a cultura organizacional estiver

envolvida. Em uma, a primeira, a qualidade sempre será vista como custo e imposta

por outro. Na segunda, como desafio a ser alcançado da forma mais exata: como

uma opção. De um lado, os custos do outro, as oportunidades estratégicas

proporcionadas por sistemas que traduzem melhorias e não apenas controle.

Claro que para atingir este patamar, o de oportunidades estratégicas, é

necessário iniciar pelo controle e pela educação para saber se o que está sendo

feito realmente está certo de acordo com algum parâmetro, e se o conhecimento

usado é o mais adequado, mais moderno e preciso. Nesse aspecto, diversas

metodologias ajudam, do 5S ao Seis Sigmas mas, a sua maioria requer tempo e

estudo e os treinamentos são essenciais.

A forma mais óbvia, prática e de maior velocidade é ter alguma referência.

Um conjunto de metodologias testadas e evidenciadas por outras empresas iguais

ou com o mesmo segmento, além de referendadas por organismos governamentais

e instituições internacionais, são os pontos a serem observados.

157

Mas, qualidade é mais do que apenas controle. É preciso que o programa de

qualidade da empresa, baseado no controle e na educação contínua, evolua para

um sistema da qualidade capaz de analisar a organização como o sistema complexo

que é.

Essa é que a verdadeira oportunidade estratégica: criar condições para

evolução do sistema da qualidade.

Com o aumento da competitividade entre as organizações, utilizam-se cada

vez mais de ferramentas que possam ser implementadas na empresa, para garantir

sua sobrevivência diante das transformações no ambiente externo, decorrente da

globalização e avanços tecnológicos.

7.5.1. Prevenção de defeitos

A qualidade é um pré-requisito fundamental nos processos organizacionais,

imprescindível em todos os âmbitos de uma empresa. O Programa Zero Defeito da

Qualidade Total, busca a prevenção das falhas dos produtos e serviços nos mais

diversos segmentos da organização. A empresa preocupa-se não apenas com o

produto/serviço que é oferecido, mas também com a garantia de assistência ao

comprador e melhoria no ambiente interno funcional.

Produzindo aumento nos lucros e credibilidade perante a sociedade e

colaboradores, cada vez mais participativos e motivados a trabalhar numa empresa

comprometida e inovadora.

Daí observa-se que a inclusão do Zero Defeito da Qualidade Total no

ambiente de trabalho produz melhorias nos serviços prestados e principalmente na

prevenção das falhas operacionais, assim como também a conformidade nas

especificações é um fator essencial nos processos de transformações que

sustentam a base do planejamento de todas as fases do projeto, a fim de garantir

recursos, avaliar ganhos, custo total e o tempo gasto.

O Programa Zero Defeito da Qualidade Total caracteriza, segundo os

objetivos prevenir os erros e assim diminuir os custos e também desenvolver o

comprometimento total de todos os trabalhadores nas atividades funcionais,

158

buscando compreender como a qualidade se manifesta e quais as eficazes que

possibilitam ao administrador, adaptar a prevenção de falhas nos processos e nos

produtos da cadeia produtiva do desenvolvimento da produção.

Prevenção de falhas em produtos é o processo que estabelece os

mecanismos para evitar esta ocorrência de erros e tem como principal objetivo

garantir que, uma vez identificadas e endereçadas, as falhas não voltem a ocorrer.

Identificar e corrigir defeitos acrescenta muito aos custos de desenvolvimento e

manutenção. Isto inclui os custos de teste, de correção, da insatisfação de usuários,

das garantias e do atendimento. Não contando aí os custos imensuráveis da perda

de reputação.

Outro importante fator, além das economias de custo e esforço na

institucionalização da prevenção de falhas, é implantar o foco contínuo de melhoria

de processos.

A prevenção de falhas não é feita por uma ou outra pessoa esporadicamente.

Cada um deve estar envolvido e todos devem estar conscientes de sua importância.

É instrutivo fazer com que as pessoas pensem em seus problemas como se fossem

altamente críticos.

Para implantar a prevenção de falhas, assim como qualquer outro programa

de qualidade, há que se iniciar pelo “compromisso pela qualidade” na da alta direção

da organização. Enquanto este nível retardar ou redirecionar projetos para atingir

metas, não haverá crença na implantação do programa de qualidade. Este aspecto,

assegurar qualidade, deve ser reforçado até que as pessoas certifiquem-se da sua

importância.

Um papel chave está em designar o processo de prevenção de falhas às

ações de um time. Time formado por profissionais de diferentes áreas, Garantia da

Qualidade, Gestão de Serviços, Gerência de Configuração e Especialistas em

Metodologias.

As responsabilidades deste time são:

Priorização de todas as ações;

Estabelecer um plano de implantação para as ações de alta prioridade;

Designar responsabilidades

Acompanhar implantação;

159

Reporte gerencial de progresso;

Assegurar que todos os casos de sucesso sejam reconhecidos e as

responsabilidades individuais identificadas;

Continuar com as próximas ações de prioridade.

O processo de prevenção de falhas é contínuo e, a cada momento, foca a

prevenção das falhas mais relevantes remanescentes. Depois de implantado, o

processo segue seu ciclo.

Os passos para a implantação de um programa de prevenção de falhas são:

Reporte de defeitos – inclui informação suficiente para caracterizar cada falha

e determinar suas causas (o registro faz parte de outro processo);

Análise causal – onde a causa das falhas, ou defeito provocador, de maior

ocorrência e gravidade são determinados;

Ações de implantação – determinadas, as ações devem ser implantadas. Isto

geralmente envolve todas as partes da organização em um esforço concentrado de

melhoria;

Acompanhamento do desempenho – dados de desempenho são levantados e

todas as ações são acompanhadas e compiladas;

Starting over – recomeçar novamente, porém concentrando esforços nas

falhas de maior relevância remanescentes.

Segundo Slack et al. (2002), embora nenhuma operação produtiva seja

indiferente às falhas, em algumas é crucial que os produtos e serviços não falhem,

culminando em prejuízos que podem alcançar grandes proporções - aviões em vôo,

fornecimento de eletricidade a hospitais e funcionamento dos freios de um

automóvel, por exemplo.

Em outras elas são incidentais e podem não representar grande impacto ao

processo, podendo, inclusive, ser negligenciadas, tais como a falha da luz interna de

iluminação do porta-luvas de um automóvel. Ainda, atividades de serviços, tais como

processos administrativos, judiciais ou extrajudiciais, estão sujeitos a falhas de

projeto e condução das etapas requeridas com a possibilidade de incorreções que

penalizam o exercício pleno do propósito do processo.

160

O processo de prevenção de falhas é uma mudança tão complexa no

processo de produção que irá transformar as organizações mesmo se não houver

nenhuma evidência econômica de que a prevenção de falhas é efetiva em custos.

Exemplo de outras indústrias que tiveram experiência nesta situação, e que não

reagiram a tempo, deve ser considerado.

7.5.2. Monitoramento

Monitorar é acompanhar sistematicamente por meio de indicadores o

desenvolvimento das ações de um programa, medir seu andamento e registrar

regularmente essas observações, com vistas a produzir informações estratégicas

para a gestão do programa.

O registro das informações geradas pelo monitoramento de programas

normalmente é feito em relatórios, que orientam a tomada de decisões gerenciais,

com vistas ao aperfeiçoamento do desenvolvimento das ações de um programa e

sua revisão, para a geração dos resultados esperados.

O monitoramento na produção é utilizado para se obter uma maior eficácia,

como agilizar o atendimento dos setores de apoio á produção, informando-os em

tempo real sobre as ocorrências nos postos de trabalho, racionalizar os processos

operacionais no chamado “chão de fábrica”, sincronizar as necessidades de

produção, conservação e manutenção, facilitar e auxiliar o gerenciamento nos

processos produtivos.

Com a utilização de sistemas informatizados, a quantidade de dados gerados

aumentou, bem como seu tratamento para geração de informações. A realidade

mostra-se muitas vezes confusa e de maneira geral, as empresas não sabem

aproveitar esse conjunto de informações para fortalecer seus negócios. E de

maneira geral, a pressão por melhorar os resultados é feita sem um verdadeiro

entendimento dos processos, sem analisar as causas, resultando em clima

organizacional desfavorável, desentendimentos, demissões e contratações em

excesso, perdas materiais, falta de qualidade e conseqüentemente clientes

insatisfeitos.

161

Vários fatores contribuem para o não aproveitamento de tais informações:

comunicação deficiente, qualificação profissional insuficiente, falta de competência

analítica para entender as estatísticas, sistemas informatizados mal implantados,

dimensionamento errado de atividades versus recursos humanos, entre outros.

O MES – Manufacturing Execution System, ou Sistema de Monitoramento de

Produção,que tem uma contribuição da área de tecnologia da informação, é uma

ferramenta utilizada na tomada de decisões, baseada em dados obtidos em tempo

real de pontos chaves do processo.

É um sistema de monitoramento de produção em tempo real aplicado no

controle no chão-de-fábrica e assim na qualidade do produto. A coleta de dados

pode ser automática ou manual. De acordo com as informações fornecidas do

momento e do histórico, permite ao gestor tomar medidas corretivas para reduzir

e/ou eliminar problemas nas células de produção, aumentando o valor agregado das

operações. O MES trabalha relacionado a diversas atividades da produção, tais

como: ordens de produção, fluxo de materiais, qualidade, matéria prima, padrões de

operação, operador, manutenção, entre outros.

O sistema MES funciona integrado com o ERP – Enterprise Resources

Planning – Sistema Integrado de Gestão da empresa e trabalha de maneira

complementar.

Geralmente, os Sistemas de Integrados de Gestão (SIG) não possuem

aplicativos referentes ao controle de chão-de-fábrica e os dados obtidos são

genéricos e de difícil acesso. Isso acontece porque os SIG são projetados com foco

financeiro (pedidos, compras, recebimentos, pagamentos, estoque, custo), em

detrimento a outros processos gerenciais (qualidade, produção, manutenção,

segurança).

O termo MES, geralmente não é usual no ambiente industrial. Pode ser

definido, de acordo com a WONDERWARE (2008) como “um provedor inteligente de

controle de processo, através de um sistema eletrônico desenhado para executar

instruções de controle das operações de manufatura”.

Também é definido como “um sistema de controle de chão-de-fábrica, o qual,

os dados são inseridos manualmente ou automaticamente na estação de trabalho,

reportando ao longo do tempo, informações sobre o andamento da produção”.

Outra definição encontrada é da PPI-MULTITASK (2008) define como:

162

“MES, sigla para Manufacturing Execution Systems, é o termo

usado para designar um conjunto integrado de funções focadas nas atividades de produção, que estabelecem uma ligação direta entre o planejamento, e sua execução. Esses sistemas geram informações precisas e em tempo real que promovem a otimização de todas as etapas da produção, desde a emissão de uma ordem até o embarque dos produtos acabados”.

Um sistema de monitoramento compreende as seguintes funcionalidades:

coletar dados; controlar documentos; gerenciar manutenção, desempenho

operacional, mão de obra direta, controle da qualidade, fluxo de unidades

produzidas e processos; programar produção de curto prazo e alocação dos

recursos produtivos.

Portanto, torna-se necessário um sistema de coleta de informações, a fim de

entender as deficiências. Neste ponto, NAKAJIMA (1989), cita:

“infelizmente, em muitas empresas o registro destes dados são

precários e não parecem ser confiáveis. Alguns dirigentes encaram o tempo consumido como registros como plenamente dispensável ou mesmo inúteis. Assim, torna-se difícil detectar as diversas formas de perdas”.

Ainda NAKAJIMA (1989) reforça que “o levantamento e o diagnóstico da

situação das máquinas são fundamentais para possibilitar uma avaliação correta.

Tudo isso deverá ser enfocado e conduzido dentro de uma sistemática simples e

eficiente”. O benefício da utilização de um sistema MES é de primeiro momento, a

facilidade de obter dados do chão-de-fábrica e tomar decisão mais rapidamente,

para diminuir perdas.

O desafio maior, porém, é analisar os dados e perceber se algum recurso

produtivo está fornecendo dados coerentes. É muito comum, devido falhas de

treinamento, ou mesmo falta de comprometimento, os dados informados

apresentarem algum tipo de problema que pode levar a uma decisão equivocada.

Esses casos são mais comuns quando as obtenções dos dados não são

automáticas, ou seja, são obtidos manualmente. Mas em processos não contínuos,

a colaboração da equipe torna-se fundamental.

163

7.5.3. Intervenção

Intervir, em uma organização é entrar em um sistema contínuo de

relacionamentos entre pessoas ou grupos com o propósito de ajudá-los

(Argyris,1970). A intervenção resulta numa mudança organizacional e, além disso,

desafia o status quo (situação atual do ambiente interno da empresa, principalmente

no que diz respeito aos processos internos).

Inevitavelmente algumas pessoas se sentirão prejudicadas e é pouco

provável que o processo de intervenção receba apoio total. Estas mesmas forças

contrárias à mudança podem dificultar a obtenção de dados confiáveis (Eden &

Huxman, 1996b). Por isso, é preciso observar princípios na condução da mesma,

que minimizem tais problemas e, além disso, relatar as principais dificuldades e

barreiras a mudanças encontradas na organização.

Por outro lado, a melhor forma de aprender sobre uma organização é tentado

mudá-la. Cabe lembrar a célebre frase de Lewin, que diz: “Você não pode

compreender um sistema até tentar mudá-lo” (Schein, 1999). Além disso, o processo

de mudança revela fatores que não podem ser encontrados em ambientes estáveis.

O monitoramento afeta diretamente o período de efetividade da intervenção,

em função de sua variação ao longo do tempo, atingindo o máximo no período

imediatamente após a intervenção, que é quando os interventores se fazem

fortemente presentes. Com o passar do tempo a intensidade de monitoramento

tende a diminuir, afetando a efetividade das restrições ou mudanças que foram

impostas.

O pesquisador-interventor possui três tarefas:

Ajudar a gerar informações válidas e úteis,

Criar condições nas quais os participantes podem fazer escolhas livres e

embasadas,

Ajudar os mesmos a desenvolver um comprometimento interno para suas

escolhas.

No processo de intervenção, o pesquisador deve desenvolver um estilo

164

competente de intervenção. Neste ponto, somam-se habilidade de intervenção - que

Eden & Huxham, (1996a, 1996b) chamam de habilidades de consultoria - e a

necessidade de alcançar os objetivos de pesquisa. Porém, isto não implica em um

conhecimento preciso ou um pré-entendimento da natureza dos resultados da

pesquisa no início da mesma. Ao invés disso, o pesquisador deve ter um propósito

estratégico para o projeto de pesquisa.

Eden & Huxham (1996b,p. 533) explicam que os insights gerados ao final da

intervenção não podem ser previstos no início da mesma e, por este motivo, é

necessária a construção de um “grau apropriado de reflexão” durante o processo de

intervenção.

O objetivo da intervenção consiste em melhorar o desempenho econômico-

financeiro da empresa, medido através um sistema de indicadores de desempenho

capazes de retratar, com a devida objetividade, a mudança ocorrida.

Teorias de gestão da produção, como o Sistema Toyota de Produção e a

Teoria das Restrições, têm apresentado resultados positivos, em realidades

organizacionais muito diferenciadas. Contudo, é preciso garantir a efetividade das

ações em provocar as mudanças desejadas. Neste sentido, métodos de pesquisa

participativa, como a pesquisa-ação, promovem a participação e o comprometimento

das pessoas implicadas no processo de mudança. A construção de um modelo de

intervenção visa aumentar a competitividade de uma realidade organizacional

específica.

A Teoria das Restrições (TOC) e o Sistema Toyota de Produção (STP) são

princípios e técnicas de gestão da produção que surgiram de experiências práticas

bem sucedidas. Porém, é preciso adaptar os conceitos expressos nestas teorias

para a realidade de cada um, especialmente para o contexto dos diferentes

segmentos industriais.

Além disso, esses métodos participativos promovem a capacitação

tecnológica dos participantes, permitindo um crescimento do senso crítico e da

capacidade de solucionar problemas. Destacando a importância deste fato, cabe a

afirmação feita por Valle (1998, p.64): “O nível educacional é hoje uma restrição

mais importante à modernização industrial do que a obtenção de tecnologia ou de

recursos humanos”.

Quando uma empresa resolve tomar atitudes proativas frente às dificuldades

percebe a necessidade de estender o processo de mudança às demais empresas da

165

cadeia produtiva. Só assim, os ganhos obtidos em um ponto da cadeia não são

desperdiçados em outro.

Também, pode ocorrer, que as imposições da cadeia produtiva e,

conseqüentemente, a necessidade de garantir a sobrevivência da empresa, sejam

os fatores responsáveis pelo desencadeamento do processo de mudanças.

7.5.4. Eliminação

Seguindo o raciocínio do programa de qualidade total, no estilo japonês, foi

definido como sendo uma filosofia de auxílio na “eliminação de tudo o que não

adiciona valor ao seu produto”.

Desperdício, para Brinson (citado por Bornia & Wernke, 1999), é constituído

pelas atividades que não agregam valor e que resultam gastos de tempo, dinheiro,

recursos sem lucro, além de adicionarem custos desnecessários aos produtos.

Nakagawa (também citado por Bornia & Wernke, 1999), atribui como

desperdício todas as formas de custos que não adicionam qualquer valor ao

produto, sob a ótica do consumidor. Qualquer coisa, além disso, configura-se como

desperdício. Por esta definição, contar e estocar partes componentes, qualquer

forma de inspeção, testes, transportes (...) e atendimento de garantias e outros

seriam formas de desperdícios.

Bornia afirma que os desperdícios não só adiciona valor aos produtos como

também são desnecessários ao trabalho efetivo, sendo que ocasionalmente até

reduzem o valor destes produtos. Desperdício é a perda a que a sociedade é

submetida devido ao uso de recursos escassos.

Assim, para eliminar desperdícios cumpre analisar todas as atividades

realizadas nas organizações e tentar excluir aquelas que não agregam valor à

produção.

No início dos anos 70, nascia no Japão a Manutenção Produtiva Total (Total

Productive Maintenance – TPM) com o objetivo principal de “aumentar a

rentabilidade dos negócios através da eliminação das falhas por quebras de

equipamentos, reduzindo o tempo gasto para preparação dos equipamentos,

166

mantendo a velocidade do maquinário, eliminando pequenas paradas e melhorando

a qualidade final dos produtos.” (Willmot, 1994). Isso culmina num aumento da

eficácia geral dos equipamentos, indicador de melhorias alcançadas através da

aplicação da ferramenta.

A Manutenção Produtiva Total compreende um abrangente conjunto de

atividades de manutenção que visam melhorar a performance e a produtividade dos

equipamentos de uma fábrica. A Palavra “Total” significa que toda a fábrica está

envolvida na cultura e nas atividades do TPM, desde a Gerência, até os operários.

A implantação de um programa TPM necessita do envolvimento de todos, não

somente de alguns grupos de pessoas. Ela depende essencialmente da aceitação

da direção da fábrica, que por sua vez deve difundir seus conceitos e dar suporte

para que o programa evolua positivamente.

Segundo o Japan Institute of Plant Maintenance (JIPM) o TPM visa:

Criar uma cultura corporativa que persiga constantemente a melhoria da

eficiência do sistema produtivo;

Construir um sistema para prevenir qualquer tipo de perda para atingir o zero

acidente, zero defeito e zero falha em todo ciclo de vida de um sistema de produção;

Abranger todos departamentos, incluindo produção, desenvolvimento,

marketing e administração;

Exigir envolvimento completo, desde a direção até o chão de fábrica;

Atingir perda-zero através das atividades de pequenos grupos.

O Sistema Toyota de Produção classifica as perdas em sete categorias:

Transporte; Estoque; Espera; Movimentação; Correção; Processamento; e

Superprodução.

Esta classificação auxilia na identificação e eliminação dos desperdícios e

pode ser mais bem definida da seguinte forma:

Transporte: Utilização de recursos para a movimentação de materiais,

produtos em processo ou acabados. Geralmente ocorre quando as distâncias entre

postos de trabalho são muito grandes.

167

Estoque: Caracterizado pelo excesso de inventário entre processos, de

matéria-prima e de produtos acabados. Muitas vezes são utilizados para minimizar o

impacto das ineficiências produtivas.

Espera: Tempo desperdiçado por paradas de equipamentos e mão-de-obra

para esperar pelo próximo ciclo de trabalho, consertos, ajustes, etc. As quebras de

equipamentos levam a grandes perdas por espera.

Movimentação: Desperdício relacionado às movimentações dos operadores.

Grandes distâncias entre os comandos dos equipamentos, local de alimentação de

material e posições de operação são as principais causas de geração deste tipo de

desperdício.

Correção: Também denominada como retrabalho, é qualquer tipo de atividade

realizada com o objetivo de corrigir alguma falha, seja, no produto, no ajuste dos

equipamentos ou em suas características.

Processamento: Atividades de fabricação que não agregam valor ao produto

final. Incluem-se aqui as anotações, marcações indicativas, amarração de lotes que

são feitas pelo operador e que não incorporam nenhuma característica ao produto.

Superprodução: Os clientes só estão dispostos a pagar pelo que pediram e

quando pediram, qualquer coisa produzida a mais, não gerará faturamento e

acarretará em outro desperdício, o de estoque.

Cada uma das categorias apresentadas tem suas particularidades e

demandam uma forma específica de atuação para sua redução ou eliminação,

portanto é importante se classificar corretamente as perdas para que as ações

sejam eficazes.

7.5.5. Custos da Qualidade

O título "Custos da Qualidade" pode por vezes revelar-se enganador, pois os

verdadeiros custos não provêm da Qualidade, mas sim da não Qualidade, da falta

dela.

168

Quando uma empresa implementa um Sistema de Qualidade, os custos de

implementação podem parecer muito elevados para a mesma. No entanto, verifica-

se que na maior parte dos casos, após o Sistema ter sido implementado, há uma

diminuição dos custos de produção, bem como um aumento da mesma.

Em muitos casos basta apenas reformular o processo e métodos de trabalho

para que sejam economizados custos que pareciam fixos.

Os vários custos da Qualidade podem ser classificados da seguinte forma:

Custos das falhas;

Custos de avaliação;

Custos de prevenção.

Estes últimos são devidos a ações tendentes a evitar outros. Desempenham

um papel importantíssimo, sendo objeto de áreas e técnicas muito especializadas,

tais como, a Manutenção Preventiva que foi citada anteriormente.

Para um dado processo produtivo, os custos de avaliação (com a inspeção)

aumentam com a qualidade que se pretende atingir, e os custos associados com as

falhas diminuem em função de maiores níveis de qualidade atingidos. Entre estes

dois custos há um ponto ótimo até onde é rentável chegar.

Segundo alguns autores, quando se pretende diminuir os custos da não

qualidade devem executar-se os seguintes passos:

Sensibilizar todas as pessoas envolvidas para os problemas e as suas

possíveis causas.

Criar em todos, o desejo de resolução mútua do problema.

Lançar ações corretivas.

Acompanhar a evolução e os resultados dessas ações.

Avaliar o impacto das medidas e divulgar os seus resultados, para que todos

se sintam co-autores dessas melhorias.

Mais uma vez é dada grande ênfase ao papel das pessoas, pois são elas o

fator crucial para o sucesso de qualquer política de melhorias.

169

O controle de procedimentos envolve uma visão sistemática da organização,

é o que chamam de abordagem de processo, as atividades utilizam recursos para

transformar insumos em produtos.

Cabe portanto, ao SGQ organizar, documentar e buscar melhoria contínua. A

palavra chave é controle, e não há controle sem informação. No entanto, padrões

devem ser estabelecidos para atividades de apoio, como contratação de pessoal,

treinamento, compras de matérias primas, organização interna, gestão de recursos

de tecnologias, assim como também, gestão de informação da organização.

As duas principais razões que levam uma empresa a implementar um sistema

de qualidade são:

A conscientização da alta direção - que sem dúvida é o melhor caminho para

a sua eficácia, pois envolve a participação em todas as fases do processo desde a

implantação até a avaliação dos resultados com a aplicação das medidas corretivas,

preventivas e de melhoria, se necessário for. As dificuldades interdepartamentais

existentes são superadas com mais facilidade com vistas à conquista de vantagem

competitiva.

Exigência externa - quando é necessária a certificação para atender aos

clientes, para concorrência pública, participação em fornecimentos internacionais

etc. Muitas vezes neste caso, a equipe sofre um trama devido à pressão existente.

De forma básica, o sistema de qualidade de uma empresa é composto de

procedimentos que orientam como executar determinadas tarefas com o

detalhamento dos processos e das responsabilidades de cada um. Manter os

registros que comprovem se as atividades foram executadas e como foram, é fator

essencial para a melhoria dos processos.

Os requisitos destas normas destinam - se prevenir a ocorrência de não

conformidades em qualquer fase da produção de qualquer produto ou serviço,

começando no planejamento e abrangendo até as atividades pós-venda.

Para a empresa, podemos ressaltar os seguintes benefícios:

Reduz o custo operacional;

Reduz o retrabalho e o custo de reposição de produtos;

170

Reduz não - conformidades;

Melhora a imagem institucional;

Maior e melhor integração entre equipes e processos;

Participação maior no mercado nacional e internacional;

Proporciona capacitações constantes dos colaboradores;

Melhor relacionamento com os seus fornecedores.

Os clientes e a comunidade são beneficiados por:

Menor desperdício e poluição;

Maior proteção para o consumidor;

Maior segurança e confiabilidade nos produtos adquiridos;

Maior e melhor relacionamento em prol da comunidade.

Planejar a qualidade é uma preparação que visa alcançar os objetivos da

qualidade, constando da identificação dos clientes, da determinação de suas

necessidades, da elaboração dos processos necessários e da capacitação dos

colaboradores.

Controlar consiste em assegurar que os objetivos da qualidade sejam

atingidos nas operações, compondo-se da avaliação do desempenho da qualidade

real, da comparação do desempenho real com as metas e tomar providências para

sanar as diferenças.

Melhorar a qualidade significa elevar a qualidade a novos níveis de

desempenho, seja de melhoria contínua (incremental) ou melhoria radical.

A necessidade requerida pelo mercado de que os clientes saibam que a sua

empresa tem o sistema da qualidade às normas de referência deu origem à

atividade de certificação.

As normas foram elaboradas por meio de um consenso internacional acerca

das práticas que uma empresa deve tomar a fim de atender plenamente os

requisitos de qualidade total. A ISO 9000 não fixa metas a serem atingidas pelas

organizações a serem certificadas; as próprias organizações é quem estabelecem

essas metas.

171

Uma organização deve seguir alguns passos e atender a alguns requisitos

para serem certificadas. Dentre esses podem-se citar:

Padronização de todos os processos-chave da organização, processos que

afetam o produto e conseqüentemente o cliente;

Monitoramento e medição dos processos de fabricação para assegurar a

qualidade do produto/serviço, através de indicadores de performance e desvios;

Implementar e manter os registros adequados e necessários para garantir a

rastreabilidade do processo;

Inspeção de qualidade e meios apropriados de ações corretivas quando

necessário; e

Revisão sistemática dos processos e do sistema da qualidade para garantir

sua eficácia.

Um "produto", no vocabulário da ISO, pode significar um objeto físico, ou

serviço, ou software.

Usando as palavras de Vicente Falconi, segundo quem “um produto ou

serviço com qualidade é aquele que atende sempre perfeitamente e de forma

confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do

cliente”.

7.6. Sistemas de desenvolvimento de produtos e processos

7.6.1. O Processo de Desenvolvimento de Produtos

As empresas têm passado por um processo de transformação, organizando-

se para poder dar respostas eficazes e rápidas aos problemas ambientais,

especialmente, aqueles que se referem à competição e posicionamento de mercado.

Trata-se de um conjunto de ações ou atividades que refletem a competência da

172

empresa em aproveitar oportunidades, incluindo, portanto, sua capacidade de agir

rapidamente, respeitando as limitações de tempo, custo e especificações.

Na visão de processos, o desenvolvimento de produtos engloba o conjunto de

atividades de vários setores funcionais, que transformam informações sobre as

necessidades do mercado em informações e recursos para a produção de um

produto.

Partindo dessa linha pode-se definir o desenvolvimento de produtos como: “...

o processo pelo qual uma organização transforma dados sobre oportunidades de

mercado e possibilidades técnicas em bens e informações para a fabricação de um

produto comercial”. (CLARK E FUJIMOTO,1991)

As organizações existem para atender às necessidades dos clientes, a sua

sobrevivência em uma economia de mercado livre depende da capacidade de

desenvolver produtos. O desenvolvimento de produtos assume um papel importante

como fator de competitividade.

O desenvolvimento de produtos deve ter uma abordagem multidisciplinar,

requer o trabalho em equipe, a aplicação de práticas simultaneamente e diversos

métodos de desenvolvimento, provocando uma intensa e eficiente interação entre

diferentes áreas da engenharia, a fim de projetar melhores produtos.

A tarefa multidisciplinar do desenvolvimento de produtos requer, portanto,

profundos conhecimentos das diversas áreas da engenharia, noções gerenciais,

visão sistêmica e integrada do negócio e relacionamento interpessoal.

Podemos dividir o desenvolvimento de produtos em cinco fases: conceito,

planejamento do produto, engenharia do produto e testes, engenharia do processo e

produção-piloto. As fases do processo não são desempenhadas seqüencialmente na

prática. Devido à necessidade de gerar alternativas, construir e testar, presentes nas

atividades de projeto, essas etapas se sobrepõem e interagem continuamente,

assim como as pessoas envolvidas.

O processo irá conter também outras visões como a do fluxo de informações

e a dos recursos utilizados no processo. Um dos fatores bem conhecidos sobre o

PDP é o desafio de gerenciar as incertezas envolvidas no processo, onde as

decisões de maior impacto têm que ser tomadas no momento em que existe maior

grau de incerteza.

Nesse sentido, cada vez mais os projetos tendem a crescer de importância e

quanto mais alinhados estiverem às estratégias de negócios das empresas,

173

certamente mais vantagens estas obterão. Investir na adoção de técnicas e

ferramentas de gerenciamento de projetos está sendo uma das principais

preocupações estratégicas nas diversas lideranças empresariais.

7.6.2. Estratégias de Desenvolvimento de Produtos

As organizações adotam estratégias para o desenvolvimento de produtos,

citado por Baxter (1998, p. 93-94) como:

Estratégias ofensivas: adotadas pelas empresas que querem liderança no

mercado, colocando-se sempre à frente dos concorrentes. Elas dependem de

investimentos pesados em pesquisa e desenvolvimento para introduzir inovações

radicais ou incrementais em seus produtos. As organizações possuem uma forte

cultura inovadora, são pró-ativas e trabalham com perspectiva de retorno dos

investimentos no longo prazo. Valorizam as patentes, que garantem o monopólio

durante certo tempo. Esse período de tempo é essencial para obter lucro e

recuperar os investimentos realizados no desenvolvimento e também para

compensar os custos decorrentes das falhas inevitáveis de alguns produtos;

Estratégias defensivas: usadas pelas organizações que querem seguir as

empresas líderes. Deliberadamente, deixam que outras organizações arquem com

os custos maiores de desenvolvimento e corram o risco de abrir novos mercados.

Este tipo de estratégia depende da rapidez com que as empresas conseguem

absorver as inovações lançadas por outras e introduzir melhorias nos produtos

pioneiros. Isso pode ser feito com menores custos e menos riscos, em relação às

líderes, mas também representa menor lucratividade;

Estratégias tradicionais: adotadas por organizações que atuam em mercados

estáticos, com linha de produtos estáticos, onde existe pouca ou nenhuma demanda

de mercado para mudanças. As inovações são pouco relevantes, limitando-se a

mudanças mínimas no produto para reduzir custos, facilitar a produção ou aumentar

a confiabilidade desse produto. Tais organizações são pouco equipadas para

produzir inovações, mesmo que sejam forçadas a isso por pressões competitivas;

174

Estratégias dependentes: são adotadas por organizações que não têm

autonomia para lançar seus próprios produtos, pois dependem de suas matrizes ou

de clientes para introdução de inovações. São organizações subsidiárias ou que

trabalham sob encomenda.

Segundo Griffin e Page (1996) propõem que as estratégias das organizações

quanto ao processo de desenvolvimento de produtos são:

Novo ao mundo: produtos novos que criam um mercado completamente

novo;

Novo à organização: produtos novos, pela primeira vez, que permitem a uma

companhia entrar em um mercado estabelecido;

Adições para linhas de produto existentes: produtos novos que completam as

linhas de produto estabelecidas de uma organização;

Revisões de melhorias dos produtos existentes: produtos novos que provêem

desempenho melhorado ou maior valor percebido ao cliente e substituem produtos

existentes;

Reposicionamento: produtos existentes direcionados a mercados novos ou

segmentos de mercado;

Reduções de custo: produtos novos que provêem desempenho semelhante a

mais baixo custo.

Os novos produtos buscam atender as necessidades dos clientes; os

produtos tradicionais estão evoluindo para produtos modernos com a incorporação

da tecnologia; a produção em massa está evoluindo para a diferenciação maciça na

busca da lealdade dos clientes; a obtenção de novos produtos por parte das

organizações migra para a estruturação do processo de desenvolvimento de

produtos; as organizações tendem a definir estratégias ofensivas ou defensivas para

seu desenvolvimento de produtos.

175

7.6.3. Concepção tradicional do processo de desenvolvimento de

produtos

A concepção tradicional do processo de desenvolvimento de produtos tem

como fundamento a especialização funcional, legado da abordagem mecanicista de

Taylor, Fayol e Ford, que utiliza a especialização como meio de obter eficiência nos

processos organizacionais. Os resultados são mais previsíveis em projetos que

possuem etapas predeterminadas em relação aos projetos que não possuem.

Etapas predeterminadas auxiliam no controle e no gerenciamento do projeto. Como

cada etapa é concluída antes que a próxima comece, em cada etapa pode-se

focalizar suas capacidades e experiências em um conjunto limitado de tarefas.

Deschamps e Nayak (1997) citam como características da concepção

tradicional do processo de desenvolvimento de produtos:

Percepção departamentalizada: os departamentos absorvem e moldam as

habilidades das pessoas que os compõem: engenharia, produção, marketing,

finanças, e assim por diante. O processo de desenvolvimento de produtos é

normalmente visto e operacionalizado de maneira fragmentada, cada grupo

concentrando-se na sua parcela de trabalho. Surgem problemas de comunicação,

pois os especialistas funcionais muitas vezes não entendem os dados que lhes são

solicitados e acabam informando o que não é preciso. Quando o cérebro humano

recebe dados parciais, ele os completa para gerar a informação de que necessita;

Trabalho seqüencial: gera muita agitação e desperdício, pois na maioria das

vezes as decisões são adiadas; fundamentadas em conhecimentos e percepções

parciais e até mesmo obsoletas; e negociadas para consolidar a imagem de poder;

Hierarquia opressiva: numa estrutura funcional, os funcionários pensam

verticalmente, pois dependem de comando, controle e integração de seus superiores

departamentais, além de serem avaliados.

Em ambientes estáveis, onde se encontra baixo grau de incerteza, ambientes

esses cada vez mais escassos, o processo de desenvolvimento tradicional possui as

vantagens do fácil controle e da previsibilidade.

176

Segundo Kruglianskas (1992), o processo tradicional de desenvolvimento de

produtos já não consegue dar resposta, em tempo hábil, aos novos prazos de

desenvolvimento estabelecidos pelo mercado. Sugere como causas: a formação dos

engenheiros, que tendem a valorizar o trabalho individual, procedimento esse que

dificulta a comunicação, além de restringir o conhecimento tecnológico do produto e

o baixo envolvimento dos clientes e fornecedores.

7.6.4. Concepção moderna do processo de desenvolvimento de produtos

Com foco no resultado, as contribuições diretas da concepção moderna do

processo de desenvolvimento de produtos, são apresentadas por diversos autores.

São elas:

Redução de custos: segundo Corrêa (1994), as negociações (trade-offs) e

inclusões de premissas importantes em estágios preliminares do projeto tendem a

minimizar o número de modificações tardias. E quanto mais tardia uma alteração,

maior o custo envolvido para realizá-la. Portanto, maior a economia gerada ao

antecipá-la;

Melhoria da qualidade: Juran (1988) cita que com o processo voltado para o

cliente, envolvendo os fornecedores e sofrendo menos correções e adaptações, a

qualidade do produto aumenta;

Redução do prazo de desenvolvimento: As principais ações para a redução

do prazo de desenvolvimento são as melhorias de comunicação, os melhores trade-

offs em projeto, as reduções de retrabalhos e o desenvolvimento do projeto de

processos simultâneo ao do produto;

Aumento da flexibilidade: o entrosamento entre as pessoas, desenvolvendo

produtos, permita-lhes responder rapidamente a mudanças nos projetos a partir das

necessidades dos clientes. As informações fluem rapidamente, de forma que as

demais funções também se reorientem agilmente;

177

Aumento da confiabilidade: segundo Tellis e Golder (1997), confiabilidade é a

probabilidade de determinado sistema desempenhar sem falhas suas funções

durante período determinado. Assim, aumentar a confiabilidade implica

necessariamente prever as falhas e adotar medidas preventivas às mesmas, desde

a etapa de elaboração do projeto;

Aprendizado: para Takeuchi e Nonaka (1986), os membros de equipes de

projeto são expostos a muitas fontes de informações, e sua própria atividade acaba

obrigando-os a adquirir conhecimentos amplos e habilidades diversificadas. Os

especialistas passam a acumular experiências em outras áreas que não são suas

próprias. Os participantes da equipe de projeto passam a atuar como

multiplicadores, disseminando o conhecimento adquirido dentro da organização;

Outros benefícios são identificados principalmente em manufaturas de

produção seriada ou contínua, em menor intensidade nas produções sob

encomenda.

Destacam-se:

A ampliação do ciclo de vida: Sullivan (1986) destaca que cada mês a menos

no prazo de desenvolvimento pode significar um mês adicionado à vida do produto,

um mês a mais de faturamento e lucro;

O aumento da participação no mercado (market share): quanto antes o

produto for introduzido no mercado, maiores as perspectivas de o produto obter

grande parcela do mercado, consolidando sua presença.

O aumento da margem de lucro: se um produto novo for lançado antes que se

instale um ambiente competitivo, a organização poderá estabelecer margens

maiores de lucro;

A melhoria da imagem: a capacidade de desenvolver rapidamente novos

produtos e apresentá-los ao mercado com freqüência cria uma imagem de inovação

perante os clientes.

O desenvolvimento de produtos passa por transformações que provocam sua

evolução. Os dirigentes das organizações socializam a importância de reconhecer o

potencial do processo de desenvolvimento de produtos e o monitoramento de suas

178

tendências, pois assim poderão estabelecer estratégias com maior probabilidade de

sucesso.

7.6.5. Organização de Equipes de Projetos

Para as empresas que buscam uma vantagem competitiva pela inovação,

gerar competências na formação de equipes de trabalho passa a ser uma

preocupação fundamental, bem como administrar múltiplas funções em diferentes

perspectivas.

A composição dos investimentos das empresas foi alterada, dada valorização

do capital humano. Na era do conhecimento o que mais adiciona valor aos produtos

e serviços são as atividades inteligentes e não as rotineiras (Fleury e Fleury, 2000).

As competências organizacionais se referem à possibilidade de indivíduos ou

equipes conduzirem seus projetos de forma a alcançarem os objetivos propostos,

dando maior competitividade às empresas. As competências fazem parte de um

grupo de conhecimento, habilidades e atitudes que influenciam o desempenho de

um projeto. Expandindo este conceito, então, tem-se que competências são

características que dão desempenho superior a um projeto.

Portanto, para conseguir resultados cada vez mais significativos torna-se

importante o desenvolvimento e competências no âmbito do indivíduo e da

organização.

Gerar competências em equipe é uma tarefa árdua, de longo prazo que exige

recursos e diretrizes bem claras. O alinhamento entre as necessidades gerenciais e

as competências das equipes de projetos deve ser almejado pelas empresas que

querem participar de um mercado cada vez mais competitivo.

7.7. Definição de Organização

179

Organização é definida por ser uma unidade social (Robbins, 1999; Stoner e

Freeman, 1995), como sistemas abertos que interagem com o ambiente externo

(Katz e Khan, 1966; Lawrence e Lorsch, 1972 e Daft, 2002), composta por crenças e

valores dos membros que a compõe (Smircich e Stubbart 1985). Contudo, a

definição mais simples que abrange a essência do conceito é a de Amitai Etizioni

(1989), que define organização como “unidades socialmente construídas para atingir

fins específicos”.

Desse modo, as organizações são formadas por grupos de pessoas que

unem suas habilidades para atingir objetivos de diversas qualidades, sejam eles:

objetivos da sociedade, quando procuram preencher as necessidades referentes ao

social; Objetivos de produção, relacionados à produtividade e ao lucro; Objetivos de

sistemas, quando tem haver com a estabilidade da organização, seu crescimento;

Objetivos de produtos, relacionados com as características dos bens

produzidos e serviços prestados. Em suma, a sua razão de ser é servir a esses

objetivos, que não são estáticos e nem separados, pelo contrário, são dinâmicos e

estão em contínua evolução se interagindo e adaptando a cada contexto e

organização.

7.7.1. Cultura organizacional

A utilização do conceito de cultura organizacional na literatura se firmou a

partir da década de 80, persistindo até os dias atuais. São grandes os números de

propostas conceituais encontradas na literatura, que confundem os rumos da

pesquisa, entretanto este conceito tem sido pesquisado e relacionado com diversas

variáveis organizacionais: Mudança Organizacional, (Vergara e Pinto, 1998),

Desempenho Organizacional (Santos, 1998), Comprometimento Organizacional

(Naves e Coleta, 2003). Podemos afirmar que a cultura organizacional reflete uma

energia social que estimula os componentes a agir, atribuindo significado e

orientação, como também um mecanismo de controle, possibilitando aprovar

informalmente ou proibir comportamentos. (Fernandes, 1998)

180

O funcionamento de uma organização depende amplamente dos padrões de

comportamentos, hábitos, valores, atitudes das pessoas que a compõem. O conceito

de cultura organizacional está relacionado ao desejo de ganhar eficiência e sucesso,

particularmente, com relação aos processos de mudança, pois se faz necessário

predizer a força do apoio ou a resistência que deve emergir da cultura

organizacional em circunstâncias que a organização deve se equilibrar num

ambiente tão turbulento (Vadi, Allik & Realo, 2002). Schein (1986), um dos autores

encontrado comumente na literatura sobre esta temática, conceitua a cultura

organizacional como um:

Conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou

desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de adaptação externa e

integração interna e que funciona bem o suficiente para serem considerados válidos

e inseridos a novos membros como forma correta de perceber, pensar e sentir em

relação a esses problemas. (SCHEIN, p.15)

Sendo assim, é na cultura organizacional onde podemos retirar informações

importantes, permitindo a realização de uma análise minuciosa e detalhada da

organização, ou seja, uma compreensão de forma mais abrangente de um ambiente

laboral específico.

7.7.2. Divisão de Tarefas

Estabelecer cargos e funções consiste a Divisão de Tarefas, isto é, colocar

cada membro da organização em sua posição na hierarquia formal da organização,

distribuindo-o em seu nível apropriado, esta é a nossa primeira dimensão. Segundo

Parsons, citado por Chiavenato (2002) há três níveis organizacionais (Figura 13):

181

Figura 13 - Níveis Organizacionais

Institucional – O nível mais elevado que envolve as pessoas e órgãos que

elaboram os objetivos e estratégias para cumpri-los adequadamente. É o nível que

tomam as decisões que definem o rumo da organização. Ele é voltado para a

realidade externa e lida com a incerteza.

Intermediário ou Mediador – Responsável pela articulação interna entre os

dois níveis. Lidam com as decisões tomadas pelo nível institucional e com as

atividades executadas no nível operacional, ocupando a função de amortecer os

impactos dos interesses de ambos os níveis.

Operacional ou Técnico – Localizado no nível inferior. Está relacionado com

problemas do dia-a-dia, com a execução de tarefas e operações básicas da

empresa.

A Divisão de Tarefas é caracterizada por dois fatores:

Precisão: que se refere à distribuição das atividades entre os empregados de

uma maneira objetiva e clara, sem possibilidade de duplicidade de

informações/atividades, oriundo da Supervisão funcional de Taylor. A precisão

contribui para que cada ator da empresa não invada um espaço que não lhe

pertence e não realize uma tarefa que não é sua, evitando assim, conflitos que

diminuía a eficiência da empresa, e conseqüentemente, a produtividade.

Para que estes conflitos fossem evitados, a Teoria Estruturalista da

Administração e da Burocracia propunha uma normatização de todas as possíveis

ações realizadas no contexto organizacional, onde todas as ações tinham de ser

fiscalizadas e protocoladas. Mas se viu que esse não era o melhor caminho, pois

contribuía para um controle maior das ações administrativas, mas também gerava

morosidade nos processos e impessoalidade nas relações. Não podemos

desmerecer a importância do conflito no universo organizacional, pois ele provoca

182

mudanças e implica em inovação à medida que as soluções são alcançadas. Se o

conflito for camuflado e ignorado, futuramente, ele será revelado sob outras formas

de expressão, tais como o abandono do emprego ou o aumento de acidentes,

resultando em déficits para a organização.

Duração: esta característica tem origem na administração de tempos e

movimentos do Taylorismo, ela é definida pela determinação prévia de quanto tempo

deve ser executada esta ou aquela tarefa, isto é, o tempo proposto para que uma

atividade seja realizada.

7.7.3. Divisão de Papéis

Da simples descrição dos cargos, a segunda dimensão apresentará um

aprofundamento mais detalhado da real função que este ou aquele cargo exige por

quem o ocupa. Segundo Chiavenato (2000, p.120) “papel é o nome dado a certo

conjunto de comportamentos solicitados a uma pessoa”.

Foi a partir da Teoria da Administração Cientifica que se deu ênfase à análise

e à divisão dos papéis do operário, uma vez que, a função e o ocupante constituem

a unidade fundamental da organização.

Taylor queria manter a igualdade do trabalho e da responsabilidade entre

a direção e o empregado, isto é, dividir o trabalho a ser realizado em duas partes: o

planejamento, a cargo da gerência, e a execução, a cargo dos operários. O fundador

da Teoria da Administração Científica percebeu que poderia aumentar a

produtividade/eficiência e o trabalho realizado mais economicamente, através da

divisão e subdivisão das operações.

O trabalho executado pode ser formalizado

Por escrito: Típico da Teoria da Burocracia, onde todas as ações precisam ser

documentadas, ou

183

Não escrito: Muitas vezes a própria cultura da empresa estabelece esta

divisão em algumas situações, onde não, necessariamente, precisa haver uma

especificação, ordem ou mandado por escrito para o trabalho a realizar.

Não tem como haver um detalhamento completo da operação a ser realizada

pelo empregado. A tarefa a ser executada por cada operário não tem como ser

definida em sua totalidade, pois cada um pode realizar uma determinada tarefa de

uma maneira individual, respeitando o lado humano do funcionário.

7.7.4. Sistema de Autoridade

A terceira dimensão que fazemos menção se refere aos comportamentos e

atitudes desenvolvidas por quem ocupa funções de autoridades na organização.

Autoridade proporciona poder (probabilidade de impor a própria vontade

dentro de uma relação social), mas a recíproca nem sempre é verídica, a

legitimidade (a razão pelo qual um grupo de pessoas obedece às ordens de alguém,

dando-lhe poder) é o que faz a autoridade ser aceita. De acordo com o sociólogo

Max Weber (1965) “Autoridade significa a probabilidade de que um comando ou

ordem específica seja obedecido”.

O objetivo primordial da Autoridade é manter e fiscalizar o comportamento e

atitudes dos membros subordinados, utilizando uma analogia de uma peça de teatro,

é a supervisão da interpretação dos atores no desempenho do cumprimento dos

objetivos estabelecidos pela empresa. Para isto ela utiliza do poder que lhe é

conferido. Etizioni (1974) faz uma relação entre os tipos de poder e o controle

utilizado:

Segundo proposto por Etizioni, três são os tipos de poder:

184

O coercitivo, que utiliza de uma abordagem comportamental para controlar

seus subordinados, ou seja, quando eles são eficientes, recebem prêmios, quando

não, são punidos;

Normativo, caracterizado por empregar um controle moral e ético, baseado

em congratulações verbais e no reconhecimento social;

Remunerativo, visa somente a utilização de incentivos econômicos o controle,

o ser humano como homo economicus.

O Sistema de Autoridade da empresa é geralmente em forma de pirâmide,

dependendo da sua Estrutura Organizacional, podendo ser:

Tradicional – Dividida em departamentos, estes divididos de acordo com sua

função, Departamento de Marketing, Departamento de Finanças, Departamento de

RH... Cada departamento possui um presidente ou gerente geral. De Projeto –

Equipes temporárias para a realização de algum projeto específico.

Em Equipes – Centralizadas em equipes e grupos de trabalho, podendo ser

pequenas ou grandes. Estas equipes têm autonomia suficiente para tomar decisões,

que antes só poderiam ser tomadas pela Gerência Superior.

Multidimensional – Consiste quando a empresa tem várias estruturas ao

mesmo tempo.

Sendo assim, o sistema de autoridade faz surgir a necessidade de criar algo

que demonstrasse as relações de subordinação, ou seja, o Organograma ou

Estrutura Organizacional da Empresa, um elemento complementar para o

conhecimento de uma organização formal.

Dá-se o nome de organizações formais ás organizações

caracterizadas por regras e regulamentos formalizados por escrito e por estruturas de posições de hierarquia que ordenam as relações entre os indivíduos ou órgãos competentes (CHIAVENATO, 1991, p.51)

7.7.5. Relações de subordinação

185

Quando se sabe o tipo de relação que existe entre chefes e subordinados se

elabora o organograma. Ele é o esqueleto da organização, nele contêm respostas

paras as perguntas: O que e como faz? Quem faz? Onde faz? Em quem manda e a

quem obedece?

Três são os tipos de relações que podemos encontrar no organograma:

Relação Linear: Caracterizada por uma autoridade única e absoluta, que

centraliza as decisões; linhas de comunicação rigidamente estabelecidas, tornando-

a lineares e formais, limitadas à descrição do organograma. Típica de pequenas

empresas ou de estágios iniciais das organizações. Sua estrutura é simples estável

e de fácil compreensão e implantação, mas tornam as comunicações demoradas e

exagera na função de chefia de comando causando atos autoritários, prejudicando a

iniciativa individual.

Funcional – As funções são divididas de acordo com a especialização de

cada empregado. Proporciona o máximo de especialização nos diversos órgãos,

proporciona uma melhor supervisão técnica, a comunicação é mais rápida, mas a

subordinação dupla prejudica o cumprimento da tarefa, causando confusão com

relação aos objetivos a serem alcançados.

Matricial – É a combinação da subordinação funcional com a

departamentalização por projetos. Permite uma maior flexibilização nos diversos

níveis devido ao fácil canal de entendimento.

O organograma bem elaborado proporciona ao Administrador segurança,

guiando-o para futuras tomadas de decisões, tomando conhecimento do caminho

percorrido pelas informações na empresa, tomando consciência de como é realizada

a comunicação e as relações de Autoridade, compreendendo, de forma abrangente,

a complexidade da estrutura organizacional. Por isso, numa organização formal, o

organograma deve ser é obrigatório e implícito, não importando o tamanho ou tempo

de atuação do mercado.

O organograma não possibilita observar as relações informais presente na

organização, citado por Wahrlich (1976, p.52),

“O plano administrativo formal não se pode nunca refletir, adequada completamente, a organização concreta à qual se refere, pela razão óbvia

186

que nenhum plano abstrato pode [...] descrever exaustivamente uma totalidade empírica”.

Portanto busca-se outras ferramentas de trabalho que detecte a organização

informal, ou seja, a forma como os membros realmente se interagem e se

comportam.

Quando a organização conhece bem seu Sistema de Autoridade, sabe como

ele funciona e que tipo de poder ele exerce sobre seus subordinados, facilita a

formação do organograma da empresa e viabiliza o entendimento do fluxo de

informações internamente.

7.7.6. Sistema de Comunicação

Uma comunicação eficaz é fundamental ao sucesso empresarial, e sua falha

pode acarretar prejuízos irrecuperáveis a empresa. Mas o que seria comunicação?

Comunicação é genericamente permuta ou troca de notícias que se

processa entre um emissor, que envia a mensagem, e um receptor que acolhe. A conexão entre emissor e receptor se estabelece por um canal de comunicação cujo elemento primordial é o meio a tornar possível o transporte da mensagem. Torna-se viável, dessa maneira, distinguir a comunicação verbal (em que o meio é a linguagem, escrita ou oral) e a comunicação verbal (cujo meio é constituído pelos recursos de ordem gráfica ou pictórica). (OLIVEIRA, 1999. p 32)

A comunicação geralmente acontece do nível institucional ao operacional, de

cima para baixo, e há a possibilidade de acontecer o inverso, um técnico manter

comunicação com o Superintendente da empresa, por exemplo. Em algumas

organizações isto já faz parte da Cultura da empresa por meio de caixas de

sugestões de slogans do tipo “Se precisar fale comigo” afixados nas portas dos

superiores, ou de uma reformulação do lay out das salas, não existindo mais

paredes, onde tanto subordinados como chefes trabalham num mesmo ambiente.

Esta limpeza e fluência no canal de comunicação estão diretamente ligadas

com o próprio sistema de qualidade que a empresa está inserida, Cerqueira (1993)

explana que a elaboração de um produto ou serviço surge e tem seu

187

desenvolvimento de cima para baixo na hierarquia da organização, e não, como

muitos admitem, de baixo para cima. Mas o oposto acontece com a qualidade, que

se decide no topo, mas se constrói de baixo para cima.

A Alta direção não deve estar superficialmente envolvida, pelo contrário deve

exercer uma forte liderança pra mobilizar todos na organização, preparar

planejamento estratégico, e estabelecer qualidade como objetivo, pois o motivo pelo

qual diversas iniciativas são abortadas é que a alta gerência geralmente tem outras

prioridades e a informação fica restrita somente a cúpula, não alcançando os níveis

operacionais, consequência de uma comunicação falha e ineficaz. Existe tanto a

comunicação vertical, já demonstrada, como horizontal, entre a mesma linha do

Organograma (departamentos, assessorias, núcleos...).

A informação passada deve alcançar todos os membros percorrendo toda a

estrutura organizacional. Um Sistema de Comunicação eficiente é caracterizado pela

rapidez do seu percurso, e a acessibilidade á suas informações.

7.7.7. Sistema de Contribuição-Redistribuição

Este Sistema pode ser comparado a Lei de Ação e Reação ou “é dando que

se recebe”, ou seja, toda tarefa executada implica num retorno. O empregado

trabalha para receber algo de volta, salário e incentivos, e o empregador assim o faz

para em troca gerar lucro e produtividade a empresa, surgindo assim o ciclo de

Contribuição-Redistribuição.

Quais são seus deveres como empregados? Quais são seus direitos? Da

mesma maneira há a Divisão de Trabalho e a Distribuição de Papéis, os Direitos e

Deveres precisam estar bem especificados e claros.

O Contrato de trabalho serve para formalizar os direitos do benefício da CLT,

onde contem data da entrada na empresa, a função e a remuneração do

empregado. O salário e o assalariado dependem do empregador, compete ao

Administrador analisar o ambiente e a situação do empregado. Fiscalizar seu

trabalho, as condições tanto físicas como emocionais, o contexto do trabalho

(ambiente interno) e familiar (ambiente externo). A partir de uma pesquisa

188

esmiuçada destes fatores estipula-se o salário, conseqüentemente, o empregado se

torna parte do processo organizacional.

Quando o chefe emite uma ordem, o empregado cumpre havendo uma

colaboração. As ordens existem para que sejam cumpridas, dando origem a este

ciclo de Contribuição-Redistribuição. O empregador é obrigado a pagar o salário

como o empregado é obrigado a trabalhar, e esse movimento é o que faz o ciclo

funcionar.

Não são simplesmente trocas financeiras, mas também subjetivas, por

exemplo, quando há o reconhecimento por parte dos superiores aos seus

subordinados ao realizarem uma atividade com sucesso. Na esfera das relações

sociais mediatizadas pelo trabalho, o reconhecimento é a forma preferencial de

gratificação no registro das expectativas dos funcionários com relação à descoberta

de sentido, ao acabamento de si. Este reconhecimento para a contribuição-

retribuição é a chave mobilizadora da subjetividade, tão importante para a formação

de uma vontade comum e dos laços de cooperação.

8. ESTUDO DE CASO

8.1. Empresa WWP

O Grupo Wobben Enercon consiste de um holding internacional com a

administração central, funções de liderança e vendas, serviços e instalações de

produção em 6 países.

Com mais de 26 anos de história a empresa tem contribuído para o

desenvolvimento de uma personalidade e uma marca autêntica fornecendo um

ponto focal para a empresa, clientes, funcionários e parceiros.

Na planta instalada em Sorocaba voltada para fabricação de Aerogeradores,

a empresa vem promovendo mudanças substanciais. Em fevereiro 2002 a Wobben

Wind Power aumentou significativamente sua capacidade produtiva com a

instalação de nova fábrica no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará.

189

Em 2005 esta unidade foi ampliada com a nova fábrica de torres de concreto

visando principalmente o atendimento do mercado brasileiro.

Realiza investimentos produtivos no campo eólico no Brasil além de receber a

mais avançada tecnologia disponível em todo o mundo, criando massa crítica e

gerando empregos, tudo isso a custo zero para o nosso país, e com um balanço

altamente positivo de exportações versus importações.

Quando se instalou no país, em 1996, os planos da WWP envolviam apenas

a produção de Aerogeradores Enercon E-44 de 900 kW e E-48 de 800 kW . O

processo de evolução da filial elevou a produção e à exportação.

A estratégia se demonstrou acertada e possibilitou à empresa ampliar sua

participação no mercado, tanto em número de máquinas como em faturamento,

registrando crescimento constante.

Hoje a empresa conta com a produção de cinco modelos de Aerogeradores.

São eles: E-44 de 900 kW, E-48 de 800 kW, E-70 de 2.300 kW, E-82 de 3.000 kW e

E-112 de 6.000 kW. A fábrica emprega atualmente 860 funcionários e também

mantém fábricas na Alemanha, Portugal, Turquia, Canadá e Suécia. Para o ano de

2010/2011, a empresa espera uma quota de exportação de mais de 60% e um

aumento gradual nos próximos anos.

8.1.1. Atividade operacional

A atividade operacional é desempenhada usando tecnologias em pontos

importantes da empresa, nos centros de usinagem essa atividade fica numa média

ponderável, nenhum uso de veículos autoguiados, uma alta atividade operacional

nas células flexíveis e uma atividade razoável em inspeções/testes e

acompanhamento auxiliados por computadores.

A empresa faz um alto uso de softwares (SAP) na área de gerenciamento de

materiais, planejamento e controle de produção, compras e gerência de

suprimentos, gerência de compras e distribuição, contabilidade e finanças e na

gerência de projetos. Um uso mais moderado em gerência de recursos humanos e

máquinas de controle numérico/isoladas.

190

8.1.2. Análise de Alinhamento Estratégico – Introdução

Traduzida literalmente, a expressão Goal Alignment significa Alinhamento de

Metas. Na língua portuguesa usam-se expressões como Alinhamento Estratégico,

Planejamento Integrado ou Alinhamento de Objetivos para dizer a mesma coisa.

Qualquer uma dessas expressões é boa, pois todas se referem ao que é importante:

a busca do alinhamento e a integração de objetivos à luz das estratégias definidas.

O alinhamento estratégico se aplica a qualquer tipo de empresa, nacional ou

multinacional. Independentemente de seu ramo de atuação, qualquer empresa que

esteja interessada em focar seus esforços e ganhar eficiência pode se beneficiar

com a metodologia de alinhamento estratégico.

Esse processo começa com o nível sênior da empresa e por cascateamento

pode chegar ao nível operacional da organização. Algumas empresas envolvem

apenas os diretores e gerentes. Outras avançam mais e incluem todas as pessoas

que exercem liderança de equipes.

Primeiramente, deve-se partir da visão estratégica para se obtiver um

alinhamento dos líderes da empresa quanto à visão sobre mercado, concorrência,

posicionamento da empresa, competências e fatores críticos de sucesso. Feito isto,

é importante assegurar consistência entre os objetivos de longo e curto prazos e a

visão estratégica, usando metodologias que garantam o estabelecimento de

objetivos compartilhados entre as áreas, identificando claramente qual a contribuição

de cada gestor e área para o alcance desses objetivos. Na próxima etapa elaboram-

se os planos de ação alinhados a todos os pontos já mencionados, para em seguida

disseminá-los aos níveis subordinados através de workshops e atividades de

treinamento. Por fim, é necessário acompanhar os resultados por meio de

ferramentas e indicadores de desempenho.

São três fatores críticos de sucesso. O primeiro refere-se a um componente

racional. As pessoas necessitam entender as razões e os porquês dos objetivos

estabelecidos e como eles se integram com as estratégias. O segundo está

relacionado ao comprometimento. As pessoas necessitam ter propriedade sobre

191

seus objetivos e planos de ação - por isso processos autoritários, de cima para baixo

e sem negociação não geram esse comprometimento. O terceiro diz respeito à

simplicidade. Uma organização já é normalmente complexa - por isso a metodologia

de alinhamento estratégico tem que simplificar a vida das pessoas. Ela deve

proporcionar uma boa visão do todo, de como as contribuições das diferentes áreas

se integram e qual a contribuição de cada um para o alcance das metas.

Um desafio constante é conseguir com que todos os objetivos das empresas

que compõem seu plano de ação estejam alinhados com os objetivos regionais.

Além disso, outro desafio é alcançar coerência e consistência no desdobramento de

objetivos para os demais níveis da organização. O processo de alinhamento

estratégico se propõe a superar esse desafio. Ele foca o cascateamento dos

objetivos a partir do CEO, Presidente ou Gerente Geral para todas as demais áreas

da empresa. O alinhamento estratégico conta com o envolvimento e engajamento de

todos para obter a melhor integração de metas, indicadores de performance e

planos de ação.

O foco deste trabalho é analisar o alinhamento estratégico da empresa WWP

que foi desenvolvido com base em pesquisas efetuadas com determinados gestores

da empresa.

O quadro abaixo indica as prioridades competitivas da empresa classificadas

como ganhadoras e qualificadoras de pedidos:

WOBBEN WIND POWER ENERCON IND. E COMERCIO LTDA

192

Área Prioridades Competitivas PC´s eleitas Valor ao cliente

Produção

Custo (C), Confiabilidade (Cf); Rapidez (R);

Qualidade,

Confiabilidade

Qualidade Superior

Flexibilidade (F); Inovação (I); Produtos

Personalizados

Qualidade (Q); Produção Limpa (PL)

Marketing

Custo (C), Confiabilidade (Cf); Rapidez (R);

Qualidade,

Confiabilidade

Qualidade Superior

Flexibilidade (F); Inovação (I); Produtos

Atualizados

Qualidade (Q); Produção Limpa (PL)

Tecnologicamente

Assist. Técnica

Custo (C), Confiabilidade (Cf); Rapidez (R);

Qualidade,

Custo

Preço Baixo;

Flexibilidade (F); Inovação (I);

Pontualidade na

Qualidade (Q); Produção Limpa (PL)

entrega

Qualidade

Custo (C), Confiabilidade (Cf); Rapidez (R);

Qualidade,

Custo

Preço Baixo

Flexibilidade (F); Inovação (I);

Pontualidade na entrega

Qualidade (Q); Produção Limpa (PL)

193

8.2. Avaliação do alinhamento na área de Produção

8.2.1. Confiabilidade X Qualidade Superior

Um dos mais importantes critérios ganhadores de pedidos é o da

confiabilidade dos produtos, este é o um dos principais motivos pelo qual os clientes

apostam sua compra, pois se o produto passa confiança o cliente torna-se fiel a

marca.

A qualidade já não é uma opção de critério ganhador ela é obrigatória para

que o produto mantenha-se no mercado competitivo e, tratando-se de qualidade

superior, é um diferencial competitivo porque o produto tem um elemento a mais

como, por exemplo, a durabilidade. Em média os Aerogeradores da WWP são feitos

para durar 20 anos, ela supera as expectativas dos clientes que não se importam de

pagar um pouco mais pela qualidade superior. A confiabilidade do equipamento e

sua qualidade superior determinam o nível de competitividade no mercado.

Prioridades Competitivas

Ganhadores de

Pedidos

Valor ao Cliente

Empresa

Custo, Confiabilidade,

Flexibilidade, Inovação

Qualidade, Rapidez.

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade Superior,

Produtos

Personalizados

WWP

194

8.2.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados

O maior diferencial competitivo apresentado pela empresa WWP é a

personalização das suas máquinas, onde a máquina é produzida conforme a

necessidade do cliente é disponibilizada diversas opções de acessórios, e o cliente

escolhe o que atenda melhor suas necessidades.

A empresa já possui seus clientes fiéis através da confiabilidade de seus

produtos com esses produtos personalizados fica evidente que o cliente é quem

determina os critérios competitivos.

8.2.3. Qualidade X Qualidade Superior

Até pouco tempo, a qualidade era um diferencial em relação aos concorrentes

para um cliente decidir de quem irá adquirir um equipamento ou serviço, hoje

qualidade é um requisito básico. O fornecedor tem que garantir seus

produtos/serviços sem que o cliente necessite “cobrar” por tal serviço.

Na atual realidade, um diferencial é a implantação da qualidade superior,

onde o fornecedor busca, através de ferramentas específicas, estruturarem uma

parceria que garanta o fornecimento de produtos e serviços cada vez mais

competitivos, e com um diferencial agregado que o cliente busca.

A empresa WWP investe pesado neste diferencial, fornecendo ao cliente uma

garantia superior a seus concorrentes, através de um acompanhamento de toda a

seqüência operacional, desde o desenvolvimento de seus Aerogeradores até o pós-

venda, onde a empresa garante a seus clientes um serviço completo e eficaz de

acompanhamento caso isso se faça necessário.

195

Este diferencial faz com que o cliente se sinta valorizado e confie plenamente

nos produtos/serviços adquiridos, através não só da alta tecnologia empregada nos

equipamentos, mas também nas soluções de qualquer pedido de seus clientes,

priorizando a satisfação total do mesmo.

8.2.4. Qualidade X Produtos Personalizados

A empresa WWP tem como meta garantir a satisfação total de seus clientes,

através de sua qualidade e prestação de serviços, que são seus diferenciais em

relação a seus concorrentes mas, como citado anteriormente, só qualidade não

garante que seus produtos sejam os escolhidos pelos clientes, atualmente vários

outros fatores contam muito para que um cliente escolha seus produtos.

Um diferencial que conta bastante atualmente é a personalização de

produtos/equipamentos/serviços, através de uma personalização que o cliente

venha solicitar, se for atendida de acordo com suas necessidades, pode ser o fator

decisivo no fechamento de negócios.

A WWP, personaliza seus equipamentos, de acordo com as necessidades

individuais de seus clientes ou potenciais clientes, desenvolvendo mudanças ou

implementando funções específicas, agindo em conjunto a eles com uma equipe

altamente qualificada e disposta a satisfazer as necessidades de cada um,

fortalecendo este elo que eles tanto priorizam.

196

8.2.5. Conclusão

Ganhadores

Valor ao Cliente

Avaliação

Confiabilidade Qualidade

Superior ALINHADA

Qualidade Produtos

Personalizados

Com base no que foi pesquisado, é possível afirmar que a empresa está

alinhada na área de produção com o que é esperado por seus clientes, pois a

empresa está focada em qualidade e confiabilidade, e é isto que seus clientes obtêm

quando adquirem seus produtos, que atendem o que é necessário individualmente,

de acordo com cada pedido.

8.3. Avaliação do alinhamento na área de Marketing

Prioridades

Competitivas

Ganhadores de

Pedidos

Valor ao Cliente

Empresa

Custo, Confiabilidade,

Flexibilidade,

Inovação

Qualidade, Rapidez.

Qualidade,

Confiabilidade

Qualidade Superior,

Produtos Atualizados

Tecnologicamente

WWP

197

8.3.1. Qualidade X Qualidade Superior

De acordo com a exigência do mercado e dos clientes, a WWP busca atender

aos pedidos utilizando adequadamente os padrões de qualidade, porém o nível de

qualidade é muito mais exigente. A empresa procura adequar o sistema a fim de

identificar possíveis defeitos, garantindo a qualidade do produto e dos serviços.

Com a busca constante da qualidade a empresa oferta a qualidade superior, o

cliente vem em busca desse diferencial que a empresa oferece, garantindo uma

condição para que continuem dando preferência aos seus produtos por um longo

tempo.

8.3.2. Qualidade X Produtos Atualizados Tecnologicamente

O setor de marketing da WWP tem realizado uma análise bem criteriosa na

busca da melhoria continua para que possa atender as perspectivas de seus

clientes, efetua pesquisas para identificar quais são as principais tecnologias usadas

atualmente no que tange a utilização de compostos, resinas, fibras de vidro e

carbono, centrais de comandos eletroeletrônicos, centrais de controle de geração e

distribuição de energia. A empresa tem como diferencial sua alta qualidade devido

também aos seus produtos serem atualizados conforme as tecnologias inovadoras,

esse fator colabora para que se torne um dos maiores fatores competitivos. Na sua

linha de produtos, a empresa conta com equipamentos altamente inovadores para

atender os requisitos de seus clientes e não poupa esforços para garantir sua

satisfação.

198

8.3.3. Confiabilidade X Qualidade Superior

Analisando produtos do mesmo segmento, a WWP está bem à frente de seus

concorrentes em se tratando de confiabilidade, pois desenvolvem seus próprios

projetos com tecnologia visando suprir as expectativas dos seus clientes. A WWP

segue à risca a qualidade de modo que o seu produto e processo de fabricação

estejam de acordo com os parâmetros do projeto para ter certeza de atender os

requisitos do cliente.

O principal objetivo da empresa é garantir a qualidade de seus produtos,

processos, buscando a otimização em seus processos o que resulta em Qualidade

Superior em se tratando de confiabilidade.

É uma empresa que trabalha visando sempre a confiabilidade de seus

produtos para atender as expectativas dos seus clientes procurando manter a

fidelidade dos mesmos.

8.3.4. Confiabilidade X Produtos Atualizados Tecnologicamente

A WWP tem como finalidade garantir sua confiabilidade estabelecendo

regras, atualizando tecnologicamente os produtos e melhorando cada vez mais os

processos. A tecnologia está presente em seus processos, o que a torna um

potencial para o desenvolvimento da empresa.

Confiabilidade é um termo de fundamental importância, pois algumas

empresas ainda são deficientes nesse aspecto, e em relação aos produtos

atualizados tecnologicamente, a WWP se compromete com estudos detalhados para

a total satisfação, sendo assim, os clientes acompanham o desenvolvimento total do

projeto até a finalização dos produtos requerido.

Com a análise de estudos realizados ao longo do tempo sobre a satisfação de

seus clientes, a WWP entende que a grande maioria é fiel aos seus produtos devido

aos itens de valor aos clientes atendidos por ela.

199

8.3.5. Conclusão

Ganhadores Valor ao Cliente Avaliação

Qualidade Qualidade

Superior

ALINHADA

Confiabilidade

Produtos

Atualizados

Tecnologicamente

Com base nas informações obtidas no estudo na área de marketing, chega-se

a conclusão que é de fundamental importância as empresas nos dias de hoje

estarem sempre atentas a quaisquer pontos não tão bem trabalhados que possam

influenciar negativamente o cliente na hora de efetuar a compra de um determinado

produto, com isso a qualidade e confiabilidade dos produtos são tão importantes

quanto os outros tópicos estudados pela área de marketing.

A empresa está alinhada com o cliente, porque está focada em atender a

qualidade e a confiabilidade na visão de marketing e o cliente está atento à

qualidade e confiabilidade que os produtos atualizados tecnologicamente oferecem.

200

8.4. Avaliação do alinhamento na área de Assistência Técnica

8.4.1. Qualidade X Preço Baixo

Qualidade para o produtor esta associada a suprir as necessidades dos

clientes, já para o cliente, qualidade está associada a várias características de

produtos ou serviços, estando ligada em alguns casos ao preço.

A WWP prioriza a qualidade de seus produtos e serviços, suas máquinas são

duráveis, a empresa oferece assistência técnica e suporte nas instalações de suas

máquinas e customiza o equipamento de acordo com o projeto do cliente, estando

sempre em contato com ele para atender suas necessidades. Esse diferencial gera

um custo maior, e o fator preço no mundo globalizado e competitivo passou a ser um

dos principais pontos de decisão em uma aquisição.

Prioridades Competitivas

Ganhadores de

Pedidos

Valor ao Cliente

Empresa

Custo, Confiabilidade,

Flexibilidade, Inovação

Qualidade, Rapidez

Qualidade,

Custo

Preço Baixo,

Pontualidade na

Entrega

WWP

201

8.4.2. Qualidade X Pontualidade na entrega

A WWP analisa quais são as necessidades dos clientes e define quais seus

requisitos de qualidade e, entre eles, está a pontualidade na entrega.

A empresa procura cumprir corretamente os prazos de entrega através de um

planejamento da produção e controle da distribuição, entregando o produto sem

danos e com o suporte de atendimento ao cliente. Com isso a empresa conquistou a

confiabilidade do mercado.

8.4.3. Custo X Pontualidade na Entrega

Mesmo seus produtos e serviços tendo um custo mais elevado em relação

aos seus concorrentes devido à personalização, a empresa possui um diferencial:

conquistou a confiabilidade de seus clientes e, um dos fatores que agregam valor

aos seus produtos, é a pontualidade na entrega.

Através de um gerenciamento da produção a empresa consegue atender

seus clientes no prazo estipulado, além de instalar uma equipe de assistência

técnica e manutenção em todos os parques instalados para prestar assistência

técnica pós-venda em todo o Brasil com suporte 24 horas durante o período de

garantia.

202

8.4.4. Custo X Preço Baixo

A empresa não tem como estratégia competitiva o preço baixo, e sim a

qualidade. Ela procura atender as necessidades dos clientes, buscando adaptar as

máquinas e serviços de acordo com os projetos solicitados e também investe no

pós- venda e esse diferencial tem um custo mais elevado para o cliente.

A WWP tem investido em uma estrutura modular, para continuar gerando

soluções personalizadas, mas ao mesmo tempo, com volume e características de

produção seriada garantindo um custo menor, e mantendo a qualidade de seus

produtos, mas mesmo com esse objetivo, os produtos que levam a marca WWP

ainda têm um custo maior em relação aos demais concorrentes e seus clientes

geralmente priorizam a qualidade e durabilidade ao preço.

8.4.5. Conclusão

Ganhadores Valor ao Cliente Avaliação

Qualidade Preço Baixo

PARCIALMENTE

ALINHADA Custo

Pontualidade na

Entrega

Com base nas pesquisas, é possível afirmar que a empresa está parcialmente

alinhada na área de assistência técnica pois o preço baixo não vem a ser um dos

principais fatores que levam seus clientes optarem por seus produtos. O cliente

WWP aposta na qualidade, durabilidade e eficiência no atendimento além do fato de

a empresa atender suas expectativas.

203

8.5. Avaliação do alinhamento na área de Qualidade

8.5.1. Qualidade X Preço Baixo

Custos são gastos que a empresa realiza com o objetivo de inserir seu

produto no mercado, seja fabricando-o, apenas revendendo-o, ou cumprindo um

contrato de prestação de serviços.

Custos industriais geralmente são: matéria prima, energia consumida

(eletricidade e/ou combustíveis), água consumida, materiais industriais diversos,

mão de obra, depreciação dos ítens imobilizados de produção, entre outros.

Uma prioridade competitiva baseada em custos significa entregar o produto

ao cliente com preço menor que o do concorrente. O desempenho em custos será

sempre importante, pois o mesmo além de implicar em produzir a preços mais

baixos, aumentando a competitividade, também pode aumentar diretamente as

margens de contribuição da operação. No entanto, pode tornar-se perigoso a noção

de que uma boa indústria é uma indústria com baixos custos, se junto com essa

atitude, a mesma sacrificar outras prioridades competitivas como a qualidade.

A WWP prioriza a qualidade de seus produtos desde a escolha dos

fornecedores. Como critério essencial para escolha dos mesmos a empresa atribui a

qualidade como principal parâmetro utilizado.

Prioridades Competitivas

Ganhadores de

Pedidos

Valor ao Cliente

Empresa

Custo, Confiabilidade,

Flexibilidade, Inovação

Qualidade, Rapidez

Custo,

Qualidade

Preço Baixo,

Pontualidade na

Entrega

WWP

204

A empresa mantém boa infraestrutura para que a qualidade dos materiais

fornecidos seja garantida e também a confiabilidade de entrega e também

acompanha os processos de projeto e produção dos componentes a serem

fornecidos.

A questão da qualidade visa controlar e melhorar os processos: quer sejam

processos de gestão, de produção, de marketing, de pessoal ou aqueles que

necessitem qualquer melhoria. A Garantia da qualidade são as ações tomadas para

redução de defeitos, as ações relacionadas com a medição da qualidade, para

diagnosticar se os requisitos definidos pelo Controle de Qualidade estão presentes

no produto e em que medida vai realmente ao encontro das necessidades do cliente.

Quando questionada sobre a adoção de terceirização no processo produtivo a

empresa respondeu fazer uso da mesma quando há falta de capacidade ou

necessidade de capacitação complementar em seu processo, mais uma vez visando

assegurar a qualidade.

Sendo a WWP uma empresa que prioriza a qualidade superior desde a

escolha dos fornecedores, o preço baixo não é uma característica da empresa

devido ao alto padrão de qualidade, ou seja, não houve alinhamento na área de

Qualidade com a realidade da empresa.

8.5.2. Qualidade X Pontualidade na Entrega

Com referência a entrega do produto, os aspectos de velocidade na entrega

do produto ao cliente e a confiabilidade de entrega são relevantes à medida que a

concorrência se acirra. Em geral, a velocidade de entrega é medida através de lead

time (tempo de espera), e dos atrasos. A confiabilidade é expressa pelo número ou o

percentual de entregas realizadas na data anunciada.

Vantagens da redução do tempo de entrega:

Redução de atividades especulativas (baseadas em previsões);

Redução de custos administrativos devido ao curto tempo de permanência de

uma ordem dentro do sistema produtivo;

205

A velocidade baixa os estoques e expõe os problemas

Na visão do Setor de Qualidade da WWP um dos pontos que o cliente

valoriza é a pontualidade na entrega e a mesma efetua suas compras baseado

também neste requisito.

A empresa atribuiu grau máximo de importância a redução de prazos de

entrega e ao cumprimento de prazos, isso porque tempos mais curtos economizam

custos relevantes para o sistema produtivo e, ao mesmo tempo, beneficiam o

cliente, tornando uma vantagem competitiva.

A medida de confiabilidade é expressa pelo número ou o percentual de

entregas realizadas na data prometida.

Em virtude do mercado de Energia Eólica terem um lead time (tempo de

execução) elevado, normalmente a produção é feita na maior parte de forma

puxada, ou seja, somente produz através de pré-contratos estabelecidos com os

clientes em potencial.

Para a empresa o recebimento da mercadoria no prazo correto, sem danos

causados pelo transporte e com o suporte de um serviço de atendimento ao cliente

que resolva seus problemas com presteza, são instrumentos eficazes no bom

relacionamento com o cliente.

8.5.3. Custo X Preço Baixo

O preço de venda é o valor que deverá cobrir o custo direto da mercadoria /

produto / serviço e as despesas variáveis: como impostos, comissões, etc. Cobrir

também as despesas fixas proporcionais, ou seja, aluguel, água, luz, telefone,

salários, pró-labore, etc., e ainda, sobrar um lucro líquido adequado.

O verdadeiro preço de um produto é o trabalho e a dificuldade para adquirí-lo,

por isso, deve-se considerar os custos indiretos, custos de manutenção, a

necessidade de recompra, e mesmo a energia física e o tempo de se adquirir uma

oferta.

206

O custo total (CT) de uma produção é dado pela soma dos produtos entre os

preços de cada um dos fatores de produção e a quantidade utilizada.

A receita total de uma empresa (RT) é igual ao produto entre a quantidade

produzida e o seu preço de venda.

De acordo com o estudo realizado na empresa WWP, pôde-se observar que,

embora o Setor de Qualidade tenha citado preço baixo como valor ao cliente, esse

não é o foco da empresa, já que o produto tem um alto custo de produção e

consequentemente um alto valor agregado ao ser inserido no mercado.

8.5.4. Custo X Pontualidade na Entrega

Considerado como o intervalo de tempo que decorre desde que o cliente faz

uma encomenda até ao momento da sua recepção, o período de aprovisionamento

simula o número de existências em estoque. Quanto menor o período de

aprovisionamento, menor o nível de existências necessário e consequentemente

menor o custo de existências. Uma empresa pode aumentar o nível de serviço

através da redução do período de aprovisionamento do cliente.

Um número considerável de fatores relacionados com o produto afeta o custo

logístico e a importância da logística. Dentro dos mais importantes, destaca-se a

influência do valor do produto, a densidade do produto, a fragilidade do produto e

ainda a necessidade de cuidados específicos de manutenção.

Conforme a sua influência no produto em questão, a relação moeda / produto

pode afetar os custos logísticos, nomeadamente os custos de transporte, os custos

de armazenagem e os custos das existências.

Outros fatores que afetam os custos logísticos são: a densidade do produto,

isto é, o seu peso / espaço. Um produto que tenha um baixo peso em relação ao

espaço que ocupa tem um baixo valor de densidade. No que tange a fragilidade,

quanto maior a fragilidade do produto, mais elevados serão os custos de transporte

e armazenagem. Produtos com maior susceptibilidade à danificação originam taxas

de transporte mais elevadas, sendo que as empresas de transporte contam já com

uma forte probabilidade de o produto não ficar em condições após a movimentação.

207

Por outro lado, os custos de armazenagem são elevados, seja para cobrir as

situações em que ocorre de facto uma danificação do produto ou pela

implementação de medidas ou requisitos extra de forma a evitar que isso aconteça.

Requisitos especiais de manutenção: alguns produtos podem necessitar de

cuidados especiais na sua manutenção, por exemplo; unidades especiais de

transporte, refrigeração e aquecimento.

Os fatores espaciais influenciam os custos logísticos, nomeadamente os

custos de armazenagem e de transporte, sendo que estes tendem a aumentar com

o aumento da distância entre os pontos do sistema logístico. Quanto maior a

distância entre os armazéns, mais elevados são os custos de transporte e

geralmente mais elevado é o nível de existências, o que também fará o custo de

estoques subir. Também o custo administrativo aumenta com a distância. Por vezes,

é compensador em termos de custo a implementação de um ou mais armazéns

extras, de forma a diminuir o custo de transporte e a aumentar o nível de serviço ao

cliente. No entanto, o aumento do número de armazéns provoca um aumento do

custo de armazenagem.

Dentro dos custos logísticos, pode também incluir-se os custos da qualidade:

custos de inspeção, custos de revisão, custos decorrentes da investigação de

queixas por parte dos clientes, custos de devolução do produto (despesas com

recepção e substituição do produto não conforme) e custos decorrentes da

reparação e serviços previstos na garantia do produto.

A competitividade é frequentemente interpretada como concorrência de

preços de venda. Apesar de este ser igualmente um fator a ser levado em conta, o

nível de serviço é uma importante forma de competitividade. Por exemplo, se uma

empresa pode garantir ao cliente a entrega dos produtos num período de tempo

mais curto, então o cliente poderá minimizar o seu custo de estoques e

consequentemente a sua satisfação face à empresa fornecedora aumentará.

Através do aumento do nível de serviço, a empresa aumentou a sua

competitividade.

Como já citado, a empresa atribuiu grau máximo de importância a redução de

prazos de entrega e ao cumprimento de prazos de entrega, isso porque tempos mais

curtos economizam custos relevantes para o sistema produtivo e, ao mesmo tempo,

beneficiam o cliente, tornando uma vantagem competitiva.

208

8.5.5. Conclusão

Ganhadores Valor ao Cliente Avaliação

Qualidade Preço Baixo

PARCIALMENTE

ALINHADA Custo

Pontualidade na

Entrega

Com base no que foi pesquisado, é possível afirmar que a empresa está

alinhada na área de Qualidade no que diz respeito à qualidade e pontualidade na

entrega, pois busca fazer o esperado por seus clientes, cumprindo os prazos dos

pedidos. Em relação ao preço baixo citado pelo mesmo setor como Valor ao Cliente

não vemos como diferencial competitivo uma vez que o produto tem alto custo de

produção e consequentemente preço alto.

209

8.5.6. Resumo da Análise por Setor

O quadro a seguir sintetiza o nível de alinhamento entre as prioridades

competitivas eleitas e as principais áreas de suporte da empresa:

Valor ao cliente Analise Empresa x área ÁREA Nível de

alinhamento

Qualidade

Superior,

Produtos

Atualizados

Tecnologicamente

A WWP procura investir em tecnologia a fim de atender os requisitos de seus clientes no que tange a personalização de seus produtos o que gera a qualidade superior e a diferencia dos demais concorrentes de mesmo segmento no mercado. A ferramenta utilizada pela equipe de marketing da empresa é a pesquisa mercadológica que indica as principais inovações tecnológicas do segmento de Aerogeradores e possibilita o desenvolvimento de novos produtos para atender especificamente as necessidades e exigências do mercado. Visando a atualização tecnológica, a empresa desenvolve seus produtos buscando manter a qualidade que já se tornou sinônimo de sua marca e mantém a confiabilidade de seus clientes que priorizam a durabilidade de suas máquinas e não propriamente o preço.

MARKETING ALINHADA

Preço Baixo,

Pontualidade na

Entrega

O atendimento e suporte diferenciados aliados a alta tecnologia agrega um custo maior aos produtos WWP em relação aos seus concorrentes mas o quesito preço baixo não é exatamente um fator de decisão para os clientes da empresa que tendem a optar pela qualidade, assistência diferenciada e durabilidade de seus produtos.

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

PARCIALMENTE ALINHADO

Preço Baixo,

Pontualidade na

Entrega

Priorizando a qualidade, investindo tecnologia de ponta e focando a pontualidade na entrega, pode-se afirmar que esses quesitos geram um alto valor agregado o que dificulta para a empresa praticar um preço final que possa vir a concorrer no mercado. Devido a essa complexidade, a empresa aposta em outros fatores para garantir a decisão de compra e fidelidade por parte dos clientes.

QUALIDADE PARCIALMENTE

ALINHADO

210

8.6. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais

e Infra- Estruturais

A estratégia de produção constitui-se dos planos, políticas e programas de

ações implementados pela empresa, mais especificamente pela função produção

(nas áreas de decisão), para que as prioridades competitivas sejam alcançadas, em

consonância com as demais estratégias funcionais e com a estratégia competitiva

da empresa (VANALLE, 1995).

O conteúdo de uma estratégia de produção, contemplando prioridades e

áreas de decisão, e sua subordinação à estratégia competitiva da empresa está

ilustrado na figura abaixo:

Figura 14 - Estratégia Competitiva e Estratégia de Produção

Fonte: adaptado de HORTE, LINDBERG & TUNALV (1987)

As análises que seguem foram efetuadas com base em pesquisas

elaboradas na empresa WWP e cruzadas com pesquisas bibliográficas a fim de

definir a integração e alinhamento das áreas de decisões estruturais e

211

infraestruturais da empresa com as prioridades competitivas de seu departamento

produtivo.

8.6.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Capacidade

Um ponto determinante em busca da qualidade está justamente ligado na

quantidade que a empresa pode produzir, tendo em vista o total de suas instalações,

equipamentos e pessoas. Ou seja, a capacidade que a empresa está operando, em

relação a sua demanda atual e futura. Hoje para que a empresa possa atender as

necessidades de seus clientes ela tem ser flexível, com produtos duráveis e

diferenciados, respondendo as demandas de mercado e se adaptando as novas

tecnologias. A WWP unidade Brasil trabalha hoje com 80% de sua capacidade, tem

o comprometimento e a credibilidade de seus funcionários operacionais e da alta

direção da empresa e as decisões de planta são sempre voltadas para a qualidade e

a confiabilidade de seus produtos. Sempre buscando a necessidade específica de

seus clientes.

8.6.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Capacidade

Para trabalhar com produtos personalizados é preciso ter condições

estruturais para oferecer aos seus clientes produtos com qualidade excedam suas

expectativas, conhecendo as necessidades e capacidade de cada cliente e tratando

cada uma dessas necessidades de forma especifica e com o mesmo empenho.

Quando se fala em lançamentos de novos produtos a WWP utiliza ferramentas que

mostra seu diferencial em relação aos concorrentes, além de engenharia, qualidade

e desempenho, a empresa utiliza metodologia e instrumentais no desenvolvimento

desses produtos como pesquisas mercadológicas, engenharia simultânea,

ferramentas de controle de projetos, Benchmarking, FMEA, QFD que busca

identificar as necessidades dos clientes, características e parâmetros do processo

212

produtivo oferecendo toda confiabilidade que o cliente precisa na personalização de

seus produtos.

8.6.3. Qualidade X Qualidade Superior X Capacidade

A velocidade nos processos e na entrega dos produtos sem abrir mão da

qualidade, é outro diferencial competitivo.

Quando se fala em necessidade e qualidade a velocidade está ligada à

capacidade de operar dentro dos prazos oferecendo inovações, tecnologia e

serviços quando e onde o cliente necessita.

A WWP investe na diminuição do tempo de fabricação, na redução de seus

estoques, na melhoria da qualidade, em pesquisas de desenvolvimento, programa

de melhoria continua e na inovação de seus processos sempre buscando a

qualidade superior e confiabilidade de seus clientes.

8.6.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Capacidade

A empresa procura alocar todos seus recursos tecnológicos para

personalização de produtos de forma a não prejudicar os processos dentro de sua

capacidade produtiva.

O foco principal de toda organização é o cliente, buscar uma parceria com

soluções e tecnologia que atendam suas necessidades. Os produtos WWP são

tradicionalmente complexos e de alta tecnologia, os novos projetos demandam anos

de engenharia mas os clientes sabem que ao comprar uma máquina WWP estão

adquirindo um equipamento projetado e desenvolvido com toda qualidade e

durabilidade para atender sua necessidade especifica.

213

8.6.5. Conclusão - Alinhamento

Priorizando a qualidade e confiabilidade, pode-se concluir que a capacidade

produtiva da WWP está alinhada com os objetivos de satisfazer seus clientes. A

melhoria continua nos processos, nos prazos e na tecnologia, demonstra que a

capacidade da empresa está preparada para atender as necessidades do mercado

sem comprometer seus processos.

8.7. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais

e Infra- Estruturais

8.7.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Instalações

A organização deve decidir sobre sua localização baseada no produto que ela

vai produzir qual o grau de habilidades e especificações que o produto vai requer

para ser produzido, e a facilidade de acesso para o mercado consumidor e

fornecedores de matérias-primas.

A decisão de instalação da planta no Brasil foi estrategicamente escolhida

para ter e fácil acesso aos países da América do Sul através dos principais

aeroportos do Brasil, ao porto de Santos e aos seus principais fornecedores. A

cidade de Sorocaba, onde a WWP se instalou, conta também com universidades e

escolas técnicas que oferecem mão-de-obra especializada, possibilitando à empresa

optar pela qualificação em suas contratações.

Essa estratégia de localização agrega a confiabilidade quanto ao

cumprimento de prazos, garantindo a qualidade superior oferecida pela empresa

214

devido a sua pontualidade seja na entrega de produtos ou na prestação de serviços.

8.7.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Instalações

Satisfazer um determinado cliente requer que todos os estágios do processo

envolvidos na fabricação de seu produto desempenhem suas atividades com

qualidade e no tempo certo, já que a quebra de qualquer estágio vai comprometer

todos os demais estágios que dele dependem comprometendo também a qualidade

do produto final.

A WWP tem uma produção dedicada a cada projeto visando à

personalização, conta com 860 colaboradores e dispõe ainda de 25% de suas

instalações disponíveis para modificações de lay out caso necessite. As instalações

da empresa são focadas exclusivamente no produto o que garante a qualidade

tradicional e gera a confiabilidade, um dos fatores de decisão dos clientes na

escolha de seus produtos.

8.7.3. Qualidade X Qualidade Superior X Instalações

A WWP tem por objetivo desenvolver produtos e serviços com foco na

qualidade, produtividade e a eficiência dos processos, para assegurar a fidelidade

dos seus clientes. Este desenvolvimento depende também da funcionalidade de

suas instalações que desempenha um importante papel para garantir a qualidade

superior de seus equipamentos e processos, e a participação do cliente no

desenvolvimento de projeto.

215

8.7.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Instalações

A empresa orienta suas instalações de acordo com os produtos e volumes de

produção. Para a WWP, a distribuição de equipamentos, máquinas e pessoas, tem

de contemplar maior eficiência e qualidade na produção de máquinas e

equipamentos personalizados de acordo com as características de cada cliente.

Trabalhando com múltiplos produtos e baixo volume, os equipamentos são

dispostos de acordo com a sequência de operações, que garantam a qualidade e

continuidade do fluxo de operações buscando a eficiência de cada processo

personalizando seus produtos de acordo com a capacidade de seus clientes .

8.7.5. Qualidade X Qualidade Superior X Instalações

Na WWP, o objetivo é desenvolver de forma contínua a qualidade,

produtividade e a eficiência dos processos, para assegurar a fidelidade dos seus

clientes. Este desenvolvimento se baseia na confiabilidade no desempenho e na

qualidade superior de seus equipamentos e processos, e na participação do cliente

no desenvolvimento do projeto, além na ampla quantidade de equipamentos

personalizados já fornecidos, que demonstram a diferenciação da empresa.

8.7.6. Conclusão

216

No posicionamento estratégico, a WWP está instalada em um local de fácil

acesso logístico, estando próxima de clientes e fornecedores, podendo contar com

mão-de-obra especializada para desempenhar suas atividades produtivas o que

contribui para manter a qualidade e garantir a qualidade superior de seus serviços e

produtos.

8.8. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais

e Infra- Estruturais

8.8.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Arquitetura de Produto

A confiabilidade foi atribuída aos produtos WWP por parte de seus clientes

pela qualidade que é referenciada através da durabilidade das máquinas que está

acima da garantia fornecida pela empresa e também em relação seus concorrentes.

Esta confiabilidade está de certa forma ligada à sua concepção de fabricação dos

produtos, pois na empresa, parte das operações de manufatura está ligada à

estrutura modular, onde itens são produzidos com a participação de fornecedores de

sub itens e parte em estrutura integral, que são de controles e fabricação totalmente

internos para que não crie condições de concorrentes copiarem seus projetos.

8.8.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Arquitetura de

Produto

O maior diferencial competitivo apresentado pela empresa WWP é a

personalização de seus Aerogeradores, onde cada máquina sai exatamente como o

cliente quer, são disponibilizadas diversas opções de acessórios, o cliente participa

do projeto e escolhe o que atenda melhor suas necessidades. Podemos avaliar que

217

nesta parte do processo a arquitetura de produto utilizada é a Integral, pois esta

personalização somente será projetada e construída internamente, sem a

participação de terceiros para ajuda na elaboração.

8.8.3. Qualidade x Qualidade Superior x Arquitetura de Produtos

O conhecimento em arquitetura de produtos é fundamental para transformar

em especificações funcionais de produtos os desejos e necessidades do cliente e

assim, manter a capacidade da empresa inovar em determinados produtos, para

garantir a qualidade já conquistada e injetar de forma clara as melhorias para uma

qualidade superior a esperada para seu cliente.

8.8.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Arquitetura de Produto

A mudança de um componente pode exigir um novo projeto de produto. a

arquitetura modular permite a mudança de projeto de um módulo de forma

independente, ou seja, sem a necessidade de mudança em outros módulos,

garantindo desta forma que não haja queda nos padrões de qualidade e

personalização do produto.

8.8.5. Conclusão

Com base em pesquisa efetuada na WWP, é possível afirmar que a empresa

está alinhada na área de produção com o que é esperado por seus clientes no

tocante a confiabilidade e qualidade explícitas em seus produtos e que são

reconhecidas no mercado. Cabe também deixar uma observação quanto à utilização

maior da arquitetura de produtos integral em relação a modular, pois a pesquisa

218

efetuada afirma 50% para cada processo e não fica clara esta afirmação no estudo

dos processos da empresa.

8.9. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões Estruturais

e Infra- Estruturais

8.9.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Sistemas de RH

A confiabilidade de um serviço ou produto é adquirida através do tempo, ou

seja, cada vez que o produto ou serviço surpreende um cliente, seja com qualidade

ou durabilidade cria-se um laço de confiança, fidelizando-o á empresa. O Sistema de

RH contribui para que sejam escolhidos os melhores perfis, mão de obra qualificada

para a organização, assim obtendo sucesso com a qualidade e confiabilidade, pois

os perfis selecionados já estão familiarizados com esses quesitos. A WWP investe

em pessoal treinado e qualificado para que seus produtos sejam feitos com

qualidade, ofereçam Qualidade Superior e mantenham a confiabilidade dos seus

clientes.

8.9.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Sistemas de RH

Parte fundamental de uma empresa, o Sistema de RH seleciona os recursos

humanos necessários para suprir as necessidades da organização onde são

selecionados os perfis mais adequados e capacitados para cada função.

A política de desempenho varia de empresa para empresa, a organização

avalia seus colaboradores, checando se eles estão acima do esperado, no nível

esperado ou precisa se desenvolver.

219

A organização então oferece recursos para o desenvolvimento como, por

exemplo, cursos, e treinamentos necessários à deficiência observada. Assim o

colaborador tem a oportunidade de crescimento e desenvolvimento profissional.

Através de conhecimento do pessoal qualificado, pode-se obter

personalização de produtos, pois todos os colaboradores devem estar devidamente

familiarizados e treinados. A empresa investe na personalização dos seus produtos

de acordo com as necessidades dos seus clientes, o que não seria possível se não

houvesse em sua equipe mão-de-obra qualificada para tal função. A personalização

de produtos efetuada por equipes especializadas é um diferencial da empresa frente

ao mercado.

8.9.3. Qualidade X Qualidade Superior X Sistemas de RH

A qualidade já faz parte do cotidiano das empresas, agora elas buscam a

qualidade superior através de investimentos, tanto em tecnologias como em pessoal.

Se não houver um planejamento de qualidade adequado, não será possível atingir a

qualidade superior buscada pelos clientes. O Sistema de RH contribui para isso

selecionando pessoal especializado. Para manter a qualidade e garantir a qualidade

superior, o Sistema de RH da empresa busca mão-de-obra especializada e

complementa com treinamentos específicos para cada função a fim de não desviar

do padrão tradicional reconhecido pelos clientes.

8.9.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Sistemas de RH

A qualidade dos produtos é relativa para cada cliente, cada um tem um

conceito diferente. As empresas investem no “diferente”, ou seja, em produtos

personalizados, que seja adequado a cada perfil. O sistema de RH da WWP procura

selecionar pessoal qualificado no intuito de que os mesmos possam ter o

220

conhecimento necessário voltado para atender a necessidade do cliente no que

tange aos requisitos de personalização de produtos.

8.9.5.Conclusão

A WWP busca no mercado mão-de-obra qualificada para suas necessidades

e oferece treinamentos para funções específicas visando à qualidade total no

produto final.

Embora esteja alinhado com suas prioridades, o Sistema de RH tem ainda

algumas deficiências que precisam ser corrigidas para elevar o conceito da empresa

junto aos seus colaboradores.

8.10. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões

Estruturais e Infra- Estruturais

8.10.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Tecnologia de Processo

A confiança depositada nos equipamentos produzidos da WWP e sua

qualidade superior demonstradas pela durabilidade e superação das expectativas

de seus clientes têm como forte base de apoio a Tecnologia de Processos onde uma

determinada máquina ou processo industrial, tem o objetivo de aumentar a sua

eficiência, maximizar a produção com o menor consumo de energia e/ou matérias

primas, menor emissão de resíduos de qualquer espécie, melhores condições de

segurança, seja material, humana ou das informações referentes a esse processo,

221

ou ainda, de reduzir o esforço ou a interferência humana sobre esse processo ou

máquina.

8.10.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Tecnologia de

Processo

A confiabilidade no produto só tende aumentar face ao

desenvolvimento de produtos personalizados usando para isso o sistema de

informação e os subsídios que a alta tecnologia oferece atualmente, através de

dispositivos eletroeletrônicos que podem ser aplicados, estão os computadores ou

outros dispositivos capazes de efetuar operações lógicas, como controladores

lógicos programáveis, micro controladores, robôs, braços mecânicos, etc.

8.10.3. Qualidade X Qualidade Superior X Tecnologia de Processo

Com a utilização da tecnologia de processo aos produtos faz com que haja

um acréscimo muito grande em qualidade funcional do produto e por consequência

na qualidade superior que é esperada para aumento de recursos e vida útil do

produto WWP, pois a Automação industrial visa, principalmente, a produtividade,

qualidade e segurança em um processo.

8.10.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Tecnologia de Processo

Para a personalização de produtos, dentro do já esperado padrão de

qualidade conquistado pela WWP no decorrer do tempo, tem vantagens totalmente

222

visíveis com a inclusão cada vez maior da automação, ou seja, avanços

tecnológicos de processos para auxiliar na fabricação de equipamentos onde requer

um produto específico, ou seja, personalizado.

8.10.5 Conclusão

Pode-se concluir que a empresa está parcialmente alinhada entre as

prioridades competitivas e sua Tecnologia de Processos pois, deve-se ressaltar que

a empresa aplica tecnologia nos produtos fabricados para seus clientes, mas o nível

de equipamentos e processos com alta tecnologia internos em sua área fabril e

administrativa é um pouco deficiente.

8.11. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões

Estruturais e Infra- Estruturais

8.11.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Alocação de Recursos

A confiabilidade é um dos principais critérios ganhadores de pedidos, sendo

assim, os clientes apostam suas compras em um produto que transmite confiança.

Sabe-se que a qualidade é uma condição necessária para que o produto mantenha-

se competitivo no mercado já a Qualidade Superior é um diferencial competitivo,

pois em geral, apresenta um elemento que se destaca como a durabilidade das

máquinas WWP que são produzidas para avançarem os 20 anos conservando suas

características. A empresa WWP continuamente investe seus recursos mantendo

programas de melhoria contínua, aumentando a confiabilidade nos prazos de

entrega para manter suas características de qualidade superior e confiabilidade.

223

8.11.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Alocação de

Recursos

A personalização de suas máquinas é o maior diferencial competitivo da

empresa WWP, pois cada máquina é desenvolvida exatamente conforme solicitação

do cliente. No desenvolvimento são disponibilizadas diversas opções de acessórios,

o cliente participa do projeto e escolhe o que melhor atenda suas necessidades.

Para que a empresa conserve a fidelidade de seus clientes através da confiabilidade

dos seus produtos e da possibilidade de personalização conforme suas

necessidades a empresa WWP aloca seus recursos na diminuição do tempo de

fabricação através de inovação dos processos focando a melhoria da qualidade e

atuando fortemente em pesquisa e desenvolvimento de produtos objetivando

atender o mercado de forma completa.

8.11.3. Qualidade X Qualidade Superior X Alocação de Recursos

Na atualidade, a qualidade do produto ou serviço é um requisito básico de

permanência no mercado e o diferencial é a oferta da Qualidade Superior, onde o

fornecedor busca estruturar uma parceria que garanta o fornecimento de produtos e

serviços cada vez mais competitivos, e com um diferencial agregado que atenta os

clientes.

A empresa WWP investe neste diferencial, fornecendo ao cliente uma garantia

superior à de seus concorrentes desde o desenvolvimento de suas máquinas até o

pós-venda, onde a empresa garante a seus clientes um serviço completo e eficaz de

acompanhamento caso isso se faça necessário. Para isso a empresa dedica

recursos em programas de melhoria contínua, em inovação de processos e em

224

pesquisa e desenvolvimento e ferramentas que contribuam para a melhoria da

qualidade.

8.11.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Alocação de Recursos

A empresa WWP tem como objetivo garantir a satisfação total de seus clientes

e como só a qualidade não garante a fidelidade dos clientes, se faz necessário um

diferencial de qualidade e para isso a WWP conta a personalização de seus

produtos e equipamentos, através da disposição de recursos nas áreas de pesquisa

e desenvolvimento de produto, inovação e melhoria nos processos.

Isto gera uma valorização por parte do cliente que pode confiar plenamente nos

produtos WWP, não só pela qualidade ou tecnologia dos produtos mas também

pelas soluções que lhes são oferecidas.

8.11.5. Conclusão

A alocação de recursos necessários para manter a qualidade de seus produtos,

personalizá-los conforme os requisitos do cliente mantendo a qualidade e

empregando a qualidade superior como um diferencial vem a ser um conjunto

estratégico que faz com que a WWP consiga alinhar seus objetivos com o

desempenho de departamento produtivo.

8.12. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões

Estruturais e Infra- Estruturais

225

8.12.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Planejamento e Controle

de Produção

Um dos mais importantes critérios ganhadores de pedidos é o da confiabilidade

dos produtos, este é o um dos principais motivos pelo qual os clientes apostam sua

compra, pois se o produto passa confiança o cliente torna-se fiel a marca. A

qualidade já não é uma opção de critério ganhador ela é obrigatória para que o

produto mantenha-se no mercado competitivo e, tratando-se de qualidade superior,

é um diferencial competitivo porque o produto tem um elemento a mais como, por

exemplo, a durabilidade. Qualidade superior é reconhecida através do desempenho

do produto, diferenciais em relação aos seus concorrentes. Como durabilidade,

assistência técnica e outros fatores que destacam o seu produto no mercado. O

Planejamento de Controle da Produção garante que seus clientes tenham total

segurança durante a compra e pós venda com assistências técnicas com equipes

treinadas para dar suporte a eventuais ocorrências, pois todas as informações sobre

os produtos são coletadas e armazenadas desta forma o rastreamento e a solução

serão mais rápidos.

8.12.2. Confiabilidade X Produtos personalizados X Planejamento e

Controle de Produção

O maior diferencial competitivo apresentado pela empresa WWP é a

personalização das suas máquinas, onde cada máquina sai exatamente como o

cliente deseja. A empresa já possui seus clientes fiéis através da confiabilidade de

seus produtos com esses produtos personalizados fica evidente que o cliente é

quem determina os critérios competitivos. A WWP não caracteriza a qualidade como

critério ganhador, pois sua filosofia é que a qualidade é uma obrigação, pois sem

qualidade é impossível se manter no mercado. Os equipamentos WWP são

226

personalizados, de acordo com as necessidades de cada cliente, desenvolvendo

mudanças ou implementando funções específicas sempre em conjunto com seus

clientes. O Planejamento de Controle da Produção é importantíssimo, pois através

do PCP, a estratégia empresarial desenvolverá os recursos que forneçam as

condições para permitir que a organização atinja seus objetivos.

8.12.3. Qualidade X Qualidade Superior X Planejamento e Controle de

Produção

A qualidade para WWP é uma obrigação em seus produtos, pois a

durabilidade de seus equipamentos é um fator positivo para que outros clientes

escolham os produtos WWP e desta maneira é possível se manter em um mercado

bastante competitivo e exigente. Em média as máquinas da WWP são feitas para

durar 22 anos, ela supera as expectativas dos clientes que não se importam de

pagar um pouco mais pela qualidade superior. Deve desenvolver relacionamento

com os fornecedores que ajudem a responder rapidamente no fornecimento de

novos componentes, “... quanto melhor a produção fizer essas coisas, mais apoio

estará dando para a estratégia competitiva da empresa...”. (HARRISON, 1997)

E através destas informações os produtos WWP garantirão a qualidade

superior aos seus clientes.

8.12.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Planejamento e Controle

de Produção

A empresa WWP tem como meta garantir a satisfação do seu cliente, através

de sua qualidade e prestação de serviços, que são os diferenciais com relação a

seus concorrentes, mas somente qualidade não garante que seus produtos sejam

escolhidos pelos clientes existem diversos fatores para que o cliente defina onde

227

comprar seu produto. A personalização de produtos/equipamentos/serviços,

dependendo da personalização que o cliente deseja e o atendimento seja o

esperado pelo cliente este fator poderá ser o caminho para o fechamento do

negócio. O planejamento de controle da Produção será responsável por sintonizar

todos os envolvidos com o produto da empresa para que as informações divulgadas

tenham total transparência sendo assim os fornecedores e a empresa conseguirão

atender as expectativas dos clientes que priorizam os fatores que a empresa WWP

tem como ponto forte qualidade e confiabilidade, desta forma o cliente compra o

produto WWP com total segurança no produto adquirido.

8.12.5. Conclusão

Após análise das estratégias da empresa frente ao mercado e ao processo

de produção que garante a integração das prioridades competitivas com os valores

ao cliente e a área de Planejamento e Controle de Produção, conclui-se que a WWP

está alinhada com seu departamento produtivo.

8.13. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões

Estruturais e Infra- Estruturais

8.13.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Organização

As organizações são formadas de pessoas que unem suas habilidades

individuais para atingir objetivos coletivos de diversas qualidades, quando se fala em

empresas com fins lucrativos, o objetivo delas é obter produtividade e lucro, e o

maior desafio talvez seja desenvolver parceria entre as pessoas, e distribuir

responsabilidade através de liderança.

228

Atualmente as empresas têm mudado o ambiente de trabalho dando maior

poder á seus funcionários e incentivando a criatividade.

A WWP hoje é uma empresa sólida que tem como respaldo a cumplicidade

de seus colaboradores para a responsabilidade do trabalho em equipe, a fim de

desenvolver a qualidade superior de seus produtos e garantir a confiabilidade que é

um dos pontos fortes da empresa.

8.13.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Organização

Por meio de um critério de organização é possível traçar e alcançar objetivos

que sozinho não seria possível, ou seja, uma organização é o resultado da

combinação de vários objetivos transformado em um objetivo comum. A WWP

personaliza seus produtos de acordo com o requisito de cada cliente, visando

sempre resultados satisfatórios, dando a WWP condições de inserir no mercado

produtos confiáveis aos seus clientes, mantendo a confiabilidade conquistada no

mercado.

8.13.3. Qualidade X Qualidade Superior X Organização

A estrutura de uma organização é representada através do seu organograma

o modo como a empresa é estruturada vai impactar diretamente no produto e, uma

boa administração dos recursos físicos e humano é o que vai garantir uma

padronização das atividades e as informações necessárias na busca da qualidade

diferenciada.

São os investimentos com informações, administração dos recursos humanos

e equipamentos que garantem o desenvolvimento e tecnologia dos Aerogeradores

WWP na busca constante de qualidade superior diferencial da empresa no mercado.

229

8.13.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Organização

A organização e os seus colaboradores têm de ser uma relação de

cooperação mútua, embora formalmente coordenadas essa relação é diferenciadas

através da hierarquia.

Quando se fala do lado organizacional a WWP tem uma organização vertical

descentralizada, e investe no desenvolvimento da habilidade de seus colaboradores

dando a eles autonomia na tomada de decisão, incentivando a criatividade e o

desempenho, o que tem sido de fundamental importância para a WWP atingir a

qualidade esperada com a personalização de seus produtos garantindo o diferencial

em relação aos concorrentes.

8.13.5. Conclusão

Por manter uma política de organização vertical e descentralizada, a empresa

tende a incentivar a iniciativa e autonomia de equipes de trabalho que podem focar

suas habilidades técnicas nos objetivos principais da empresa, mantendo a

qualidade e a confiabilidade dos produtos WWP no mercado. Pode-se afirmar que a

política organizacional da empresa está alinhada com suas prioridades competitivas.

8.14. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões

Estruturais e Infra- Estruturais

230

8.14.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Sistemas de qualidade

Sistemas de qualidade são ferramentas que auxiliam a tornar os produtos ou

serviços cada vez melhores, através de acompanhamento no processo produtivo,

como por exemplo, aplicando testes e fazendo relatórios de cada passo produtivo

tornando os produtos confiáveis e com qualidade. O monitoramento das

necessidades e expectativas dos clientes é essencial. A prevenção é sem dúvida a

melhor ferramenta para a qualidade total dos produtos. A empresa considera a

qualidade de seus produtos seu principal diferencial no mercado, a durabilidade de

seus produtos garantem a qualidade superior e mantém a confiabilidade de seus

clientes.

8.14.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Sistemas de

qualidade

As organizações buscam cada vez mais seu lugar no mercado e investem

muito para atrair mais clientes. Produtos personalizados de acordo com a exigência

e perfil de cada cliente podem contribuir muito para a confiabilidade. Ao utilizar um

sistema de qualidade adequado que correspondam às expectativas, as empresas

atraem os clientes e os fidelizam. A WWP mantém a fidelidade de seus clientes

devido à personalização de seus produtos acompanhada de um alto sistema de

controle da qualidade do mesmo.

8.14.3. Qualidade X Qualidade Superior X Sistemas de Qualidade

Quando a empresa está totalmente inteirada do que os clientes esperam de

seu produto, o foco passa ser buscar a qualidade superior através do sistema de

231

qualidade que oferece diversas ferramentas para acompanhamento dos processos

produtivos. A WWP garante a qualidade superior aos seus clientes e, para isso,

utiliza de ferramentas como, FMEA, ferramentas de controle de projetos e

benchmarking para complementar todo o controle efetuado durante o processo

produtivo.

8.14.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Sistemas de qualidade

Quando o assunto e qualidade e produtos personalizados as empresas

buscam os critérios dos clientes, eles decidem o que é melhor para cada caso. A

WWP possui esse diferencial de mercado que são produtos com qualidade e

personalização, atraindo e mantendo clientes que optam por esses diferenciais ao

adquirir seus produtos.

8.14.5. Conclusão

Conclui-se que o sistema de qualidade utilizado na empresa atinge o objetivo

de garantir que produtos de alta complexidade como os da WWP possam ter

qualidade superior e durabilidade, portanto, a empresa está alinhada no que tange a

qualidade e confiabilidade.

8.15. Alinhamento Estratégico X Áreas de Decisões

Estruturais e Infra- Estruturais

232

8.15.1. Confiabilidade X Qualidade Superior X Desenvolvimento de

Produtos e Processos

O grande potencial do desenvolvimento de produtos e processos e o

monitoramento de suas tendências, se bem administradas, podem levar a direção da

empresa a estabelecer estratégias com grande probabilidade de sucesso.

Na WWP as inovações demandam anos de desenvolvimento devido à

complexidade de seus produtos e, para suprir a necessidade do mercado, a

empresa trabalha com produção dedicada a cada projeto a fim de atender as

necessidades de seus clientes e garantindo a confiabilidade através da qualidade

superior devido à durabilidade de seus produtos.

8.15.2. Confiabilidade X Produtos Personalizados X Desenvolvimento de

Produtos e Processos

O desenvolvimento de produtos deve ter uma abordagem multidisciplinar,

requer o trabalho em equipe, a aplicação de práticas simultaneamente e diversos

métodos de desenvolvimento, provocando uma intensa e eficiente interação entre

diferentes áreas da engenharia, a fim de projetar melhores produtos.

A WWP tem uma grande gama de produtos, mas para o mercado brasileiro,

trabalham somente com 5 modelos de Aerogeradores com variação de tamanho

para atender esse mercado.

Sendo assim, as equipes de desenvolvimento na planta do Brasil procura

aplicar seus métodos na nacionalização e personalização desses produtos, o que

difere a empresa dos demais concorrentes no quesito confiabilidade.

233

8.15.3. Qualidade x Qualidade Superior X Desenvolvimento de Produtos

e Processos

A WWP é referência na produção de Aerogeradores com durabilidade e

qualidade superior, por criar soluções que geram valor agregado para os seus

clientes através de monitoramento, de melhorias constantes de seus principais

processos industriais e na integração de tecnologia de automação e controle.

A qualidade se baseia na experiência em desenvolvimento de processos e na

credibilidade dos produtos WWP reconhecida por seus clientes.

8.15.4. Qualidade X Produtos Personalizados X Desenvolvimento de

Produtos e Processos

A personalização de produtos, equipamentos e serviços é o diferencial que

pode destacar uma .empresa no mercado.

A WWP, personaliza seus equipamentos, de acordo com as necessidades

individuais de seus clientes ou potenciais clientes, desenvolvendo mudanças ou

implementando funções específicas. Seus clientes acompanham e participam deste

processo podendo contar com uma equipe altamente qualificada e disposta a

satisfazer suas necessidades, o que fortalece o elo de confiança na qualidade de

seus produtos.

O grau de controle que a empresa tem sobre os seus setores de produção ou

sobre a distribuição dos seus produtos e serviços, determina o grau de sua

integração.

A WWP tem o controle total sobre seus produtos desde a matéria-prima até o

cliente final, a engenharia, a medição de qualidade e o desempenho nos processos

de desenvolvimento de novos projetos fazem com que a WWP tenha condições de

personalizar seus produtos garantindo a qualidade e a durabilidade que são

sinônimos de sua marca.

234

8.15.5. Conclusão

Devido ao longo prazo que demanda o desenvolvimento de novos produtos, a

empresa investe no aprimoramento de seus processos para nacionalizar

personalizar produtos de acordo com os requisitos do cliente.

A planta do Brasil está alinhada no que se refere ao foco da área de

desenvolvimento de produtos e processos e trabalha com o intuito de gerar soluções

personalizadas tendo, ao mesmo tempo, volume e características de produção

seriada, proporcionando um custo menor sem alterar a qualidade e confiabilidade de

seus produtos.

8.15.6. Resumo da Análise por Área de Decisão

O quadro a seguir resume o nível de integração avaliado entre as prioridades

competitivas eleitas, os principais setores de suporte e as áreas de decisão

estrutural e infra-estrutural da empresa:

PC'S Valor ao cliente AD’s

Estruturais Conceito

Característica em relação à produção da

empresa WWP

Nível de alinhamento

Confiabilidade, Qualidade

Qualidade Superior e Produtos

Personalizados

Capacidade

É a quantidade máxima de produtos ou serviços que podem ser

produzidas em uma unidade,a capacidade de um sistema de

produção define os

limites competitivos da

empresa.

Personalização dos próprios

projetos com uso de tecnologia

visando suprir as expectativas do

cliente.

ALINHADO

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade

Superior e Instalações

É normalmente por posição geográfica, grupos de

Layout em conformidade

com a estrutura dos processos,

ALINHADO

235

Produtos

Personalizados

produtos,tipo de

processo,clientes,volume ou

estágio no ciclo de vida de produto,ou ainda , em

função do grau de

especialização de seus recursos

produtivos.

garantindo a demanda e

proximidade de seus

fornecedores.

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade

Superior e

Produtos

Personalizados

Tecnologia de Processo

São ferramentas,

equipamentos e sistemas a

serem utilizados em

cada unidade,o grau de

automação do processo e a

forma de ligação entre as

plantas.

Inovações técnicas

demandam em média 3 anos

devido à complexidade

tecnológica dos produtos.

ALINHADO

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade

Superior e

Produtos

Personalizados

Alocação de recursos

É a definição das atividades,

a serem realizadas

pelos setores / departamentos

da empresa, aos quais os

recursos disponíveis da empresa serão empregados.

Produtos fabricados

integralmente com participação

mínima de terceiros.

ALINHADO

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade

Superior e

Produtos

Personalizados

Arquitetura do produto

É a relação construída

entre os seus elementos

funcionais e as suas partes

físicas.

Produtos desenvolvidos de

forma modular em sua maioria.

ALINHADO

AD’s Infra- Estruturais

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade

Superior e

Produtos

Personalizados

Sistemas de R.H.

É a estratégia de

recrutar,selecionar,acompanha

r,orientar e desenvolver

seus colaboradores.

Política de desenvolvimento

de pessoas. ALINHADO

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade

Superior e Planejamento e Controle

É um conjunto de funções

que, além de

Capacidade produtiva

adequada e ALINHADO

236

Produtos

Personalizados

planejar e controlar,

comanda e coordena a produção.

controle total do processo produtivo.

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade

Superior e

Produtos

Personalizados

Rede de suprimentos

É a globalização, focalização,

parcerias entre clientes e

fornecedores.

Investimento em tecnologia de

produto / processo e

qualidade dos produtos / serviços

oferecidos.

ALINHADO

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade

Superior e

Produtos

Personalizados

Organização

Organização da empresa é a ordenação e o agrupamento

de atividades e recursos,

visando ao alcance de objetivos e resultados

estabelecidos.

Direção de forma aberta e

cooperativa visando o

sucesso da empresa, bem

como a satisfação de

clientes e colaboradores.

ALINHADO

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade

Superior e

Produtos

Personalizados

Sistema de Qualidade

É o modo de funcionamento

de uma empresa que focaliza seus esforços de

modo sistemáticos,disciplinado para

melhorar continuamente a qualidade de tudo que faz

Foco na qualidade dos produtos com

uso de ferramentas

adequadas de controle e medição e

atendimento técnico pós

venda.

ALINHADO

Confiabilidade,

Qualidade

Qualidade

Superior e

Produtos

Personalizados

Desenvolvimento de Produto e Processo

O processo de desenvolvimento de produto é essencial na construção e

sustentação da vantagem

competitiva

Foco na otimização,

programação e controle de todo

o processo produtivo.

ALINHADO

8.16. Conclusão

A Wobben Wind Power Enercom Ind. e Com. LTDA é uma empresa de capital

alemão com mais de 26 anos de história. Embora tenha se originado dentro de uma

237

cultura tradicional e conservadora, a empresa expandiu seus negócios inovando e

ultrapassando fronteiras ao longo desse período.

Com forte orientação para as necessidades do consumidor em todo o mundo,

a diversificação de produtos é o objetivo lógico do desenvolvimento da empresa para

manter-se no mercado mundial.

O grupo vem promovendo mudanças substanciais em sua planta local,

instalada em Sorocaba (SP) desde 1996. Nos últimos 6 anos, a fábrica foi

modernizada tanto no que se refere á instalações, maquinário e processos, além de

dobrar a capacidade instalada.

A pesquisa efetuada nesta unidade para verificar o alinhamento estratégico

da empresa, indica o forte engajamento de todos para garantir a qualidade de seus

produtos e manter a confiabilidade de seus clientes.

Pode-se concluir portanto, que a empresa mantém seus objetivos estratégicos

alinhados ao foco de suas principais áreas de decisão.

O grande desafio da WWP para os próximos anos é o de inserir no mercado

produtos com a mesma qualidade e durabilidade com preços competitivos pois,

embora tenha garantido a fidelidade de seus clientes, a empresa não detém a

liderança no mercado brasileiro devido ao alto valor agregado de seus produtos.

238

REFERÊNCIAS

MAIA, Jonas Lucio; GOMES, Alceu A. Filho; LAMON, Aline Cerra. Inter-Relações entre Estratégia de Operações e Gestão da Cadeia de Suprimentos: Estudo de Caso no Segmento de Motores para Automóveis. Gestão & Produção, Universidade Federal de São Carlos – vol. 2, n3, p 377-391, set-dez. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/gp/v12n3/28026.pdf>. Acesso em: 04/09/2010. EVANGELISTA, Sergio Silva; FERANDES, Flavio C. Faria. Estratégia de Operações: Um Estudo na Indústria Calçadista. In: SILPOI ANAIS, 2009. P. 1-14. Disponível em: <http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2009/artigos/E2009_T00179_PCN47135.pdf >. Acesso em: 04/09/2010.

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239

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242

APÊNDICE A – Questionário Respondido

PESQUISA: ESTRATÉGIA DE OPERAÇÕES –

Obs.: As respostas deste questionário estão destacadas em negrito.

1. Identificação e características da Empresa e Respondente

1.1 Nome do Respondente: Alcir Lisboa

1.2 Cargo na Empresa:

Supervisão / Técnico

Gerência Média

Diretoria de Manufatura

1.3 E-mail: [email protected]

1.4 Tempo de Empresa: 10 anos

1.5 Nome da Empresa: Wobben Wind Power Enercon Ind. e Com. LTDA

1.6 Nº. de Funcionários: 860

1.7 Segmento:

Engenharia/Manufatura

Químico

Eletrônica/Media/Informação

Bens de Consumo

Farmacêutica/Saúde

243

Serviços Financeiros

Automobilística

Energia/Utilidades

Metais/Outros materiais

Telecomunicações

Outros, especificar:

1.8 Faturamento Anual:

Algo em torno de R$10.000.000,00

US$

1.9 Controle acionário:

Nacional

Multi Nacional

Misto

Governo/Estatal

Para as próximas questões haverá um item denominado “comentário” que se preenchida com exemplos, dados ou experiências pessoais justificando a resposta dada, enriquecerá e valorizará muito esta pesquisa. Caso o espaço não seja suficiente utilize, por favor, o verso da página.

2. Características Estratégicas:

2.1 A nossa empresa está investindo recursos em:

Diminuição do tempo de fabricação

Redução de estoques

Diminuição no tempo de lançamento de novos produtos

Melhoria de qualidade

Pesquisa e desenvolvimento

Melhoria da confiabilidade nos prazos de entrega

244

Programas de melhoria contínua

Aumento da variedade de produtos

Atualização tecnológica dos equipamentos

Inovação de produtos

Inovação de serviços

Inovação de processos

Comentários:

2.2 A empresa sabe claramente quais são suas:

(Pontuar de 1 ou 5, onde 1 representa “discordo totalmente” e 5 “concordo totalmente”).

Competências essenciais (core competences) (5)

Produtos essenciais (1)

Comentários:

As competências essenciais são conhecimentos referentes ao produto e processos para poder nacionalizar os projetos da matriz e produzi-los no Brasil, adequando-os às normas especificas do país e de cada cliente quando é necessária a customizarão. A Wobben possui uma variedade de produtos no mundo, porém, para o mercado brasileiro, temos cinco modelos de Pás “Blades”, quatro de geradores e 2 de Torres com variações de tamanho.

2.3 Existe uma estratégia formal da empresa ou vinda da matriz ou a estratégia está baseada em recursos:

Estratégia Formal

2.4 Qual o foco estratégico da empresa:

Redução de Custos

3. Características do Produto e Operação:

3.1 O produto é modular ou integral:

245

Ambos

3.2 A decisão de arquitetura modular ou integral está ligada a quais prioridades competitivas principais:

Flexibilidade

Custo

Inovação

Qualidade

Velocidade

Confiabilidade

Comentários:

O nosso mercado exige uma enorme flexibilidade e velocidade de mudanças e um alto nível de qualidade para o atendimento das necessidades específicas de cada cliente, porém, este tipo de necessidade customizada nos remete a idéia de uma produção dedicada a cada projeto/pedido que, por sua personalização, tem um custo maior e diferenciado. Essa idéia de custo maior e diferenciado hoje em dia já não é mais aceita somente pelas customizações apresentadas quando em um mundo global nossos concorrentes estão aptos a apresentá-las e o fator preço passa a ser senão um grande, o maior ponto de decisão de uma aquisição, então, isso tem nos levado cada vez mais a decidir por uma estrutura modular de forma que possamos através desses módulos gerar soluções personalizadas mas, ao mesmo tempo ter volume e características de produção seriada que, além de nos garantir um custo menor nos permite uma melhor confiabilidade e qualidade dos produtos.

3.3 O tempo médio do ciclo de inovação para produtos/serviços e processos da sua

empresa é:

Inferior a 1 ano

1 a 3 anos

Maior que 4 anos

Comentários:

R. Por se tratar de produtos de grande porte complexos e de alta tecnologia, os novos projetos demandam anos de engenharia.

3.4 A fabricação seria melhor descrita como:

Fabricamos o produto integralmente

246

Agregamos alguns componentes comercialmente oferecidos no mercado

Terceirizamos alguns componentes tendo mais de um fornecedor para cada item

Terceirizamos subconjuntos mantendo relacionamento com poucos fornecedores para cada subconjunto

Terceirizamos subconjuntos mantendo parceria com fornecedor único para alguns subconjuntos

Comentários:

Também são agregados produtos de mercado.

3.5 Qual o benefício da customização do produto?

Para a Empresa Um produto customizado tem maior valor agregado

Para os Clientes O produto atende a toda necessidade do cliente

3.6 Existe a participação dos parceiros no desenvolvimento de produtos? Quais?

Não.

3.7 Qual a diferenciação do produto da montadora em relação aos concorrentes?Os mais relevantes

Engenharia

Qualidade

Custo

Desempenho

Customização

Outros: especificar

3.8 Indicar quais metodologias e instrumental para desenvolvimento de novos

produtos/serviços e processos são utilizados na sua empresa:

Engenharia Reversa

QFD – Voz do Cliente

247

Pesquisas Mercadológicas

Método Delphi

Engenharia Simultânea

CAD/CAE/CAM/CIM/CIE

Cátia

Ferramentas de Controle de Projetos

Benchmarking

Taguchi

Fmea

CRM

Data Warehousing

Data Mining

Outros: especificar

Comentários:

Não. 3.9 Quanto à tipologia do processo, qual a característica:

Baixo volume/ baixa padronização

Múltiplos produtos/ baixos volumes

Menor quantidade de produto/ maior volume (mix de produto)

Aquisição de novas tecnologias (quais?) 3.10 Fatores mais importantes a serem considerados das instalações:

Proximidade dos clientes

Proximidade dos fornecedores

Proximidade do mercado

Proximidade da MO qualificada

Logística 3.11 Qual o foco principal das instalações:

produto

processo 3.12 Qual o tipo de layout da instalação:

248

produto

processo

linha

celular

híbrido 3.13 Quanto à capacidade, qual a utilização da mesma em (%) na previsão de

demanda?

R. 80% 3.14 Qual estratégia a empresa utiliza para a sua adequação frente à demanda?

R. Em virtude do mercado de Energia Eólica ter um lead time elevado, normalmente a produção é feita na maior parte de forma puxada, ou seja, baseado nos contratos pré-estabelecidos e fechados e previsões de venda, que se tratando de investimento, também tem um tempo elevado de maturação, portanto, um aumento abrupto de demanda raramente ocorre e a única estratégia para atendê-la é fazer o que chamamos de “link de produção emergencial”, onde é feito a importação de produtos de outras unidades fabris no mundo, do país mais próximo ao projeto a ser idealizado para que possam atender essa possível demanda e, no caso de redução, efetuar a postergação de produção.

3.15 Qual o grau de variabilidade da demanda?

R. Pode variar em até 100% dependendo da demanda de produtos finais (exemplo : liberação dos governos para construção de novos parques eólicos), capacidade das empresas compradoras, incentivos de renovação dos parques eólicos (inovação da tecnologia aplicada), tempo de vida do parque eólico, sendo tudo isso no âmbito global de mercado onde o grupo Wobben com suas competências locais estão inseridas. Significa que podemos suprir tanto o mercado interno quanto externo.

3.16 A classificação da demanda para o mercado em que a empresa compete:

volátil

estável 3.17 Qual o sistema de produção a empresa utiliza:

JIT

Kanban

Produz para estoque (MTS)

Outros

4. Características da Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM):

249

(Pontuar de 1 ou 5, onde 1 representa “pouca importância ou relevância” e 5 “a maior relevância”) 4.1 A importância da cadeia de suprimentos (fornecedores, montadora, clientes) os

mais relevantes:

Integração entre os elos (5)

Sincronismo entre os elos (5)

Relacionamento (1)

Sinergia (5)

Confiabilidade (5)

Tecnologia (1)

Comentários: 4.2 Qual a extensão da cadeia de suprimentos da empresa:

Da matéria-prima até o cliente final

Da matéria prima até os fornecedores Comentários: 4.3 Quais os critérios para a seleção dos fornecedores, para fazerem parte da

empresa, e seguir como parceiros:

(Pontuar de 1 ou 5, onde 1 representa “pouca importância ou relevância” e 5 “a maior relevância”)

Situação financeira (5)

Investimento em tecnologia de produto/processo (5)

Fornecimento homologado por outras montadoras (1)

Infra-estrutura interna (5)

Gestão organizacional interna (1)

Voltado a ferramentas de melhoria contínua (5)

Estar adaptado a novas mudanças (1)

Praticar as prioridades competitivas na empresa (1)

Outros: Comentários:

O parâmetro mais utilizado geralmente é a infra-estrutura

4.4 A empresa utiliza-se de alguma das ferramentas da cadeia de suprimentos:

250

VMI

ESI

E-business

E-procurement

Outros: ERP/SAP Comentários: 4.5 Quais as decisões da política de make or buy: Colocar M ou B

Produto altamente estratégico e alto valor agregado, alto conhecimento (M)

Produto não estratégico, alto valor agregado, alto conhecimento (M)

Produto comum, valor comum, conhecimento médio (B)

A atividade não representa vantagem competitiva (B)

A atividade representa vantagem competitiva (M)

Outros Comentários: 4.6 Qual a importância das prioridades competitivas para a empresa:

(Pontuar de 1 ou 5, onde 1 representa “pouca importância ou relevância” e 5 “a maior relevância”) os mais relevantes

Qualidade 5

Confiabilidade 5

Custo 5

Rapidez (entrega) 5

Flexibilidade 5

Inovação 1

Velocidade (processo) 5

Concorrência 1

Desempenho 5

Outros Comentários: 4.7 Até que ponto foram feitos investimentos para garantir a coordenação com seus

fornecedores? Da parte de seus fornecedores Da parte de sua unidade

251

Nível de Investimento Nível de Investimento Baixo Alto Baixo Alto Sistemas de Extranet 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Sistemas de EDI 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Capacidade, ferramentas e equipamentos 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 dedicados Transporte e estocagem dedicada 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Força de trabalho dedicada 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 4.8 Até que ponto foram feitos investimentos para garantir a coordenação com seus

clientes? Da parte de seus clientes Da parte de sua unidade Nível de Investimento Nível de Investimento Baixo Alto Baixo Alto Sistemas de Extranet 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Sistemas de EDI 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Capacidade, ferramentas e equipamentos 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 dedicados Transporte e estocagem dedicada 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Força de trabalho dedicada 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 4.9 Até que ponto são utilizados os seguintes sistemas para gerenciar suas compras de peças estratégicas? Para a aquisição de informação Para gerenciar as transações Nenhum Alto Nenhum Alto Relacionamento face a face 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 EDI dedicado 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Extranet dedicada 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Catálogos na Internet 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Leilões na Internet 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Mercado de trocas na Internet 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Seu próprio mercado virtual 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 4.10 Tendo como referência os programas/sistemas de gestão descritos a seguir responda:

Nº. Significado

1 Nada foi feito

2 Estudos já foram feitos, estando em vias de ser implantado

3 Iniciando implantação

4 Parcialmente implantado

5 Totalmente implantando e funcionando

Programas/Sistemas Pontuação

Certificações 5

QFD 4

Desenvolvimento de fornecedores 5

Redução de refugos 4

Redução de custos 4

252

Redução de set up´s 5

Kaizen 5

Redução de lead time 4

Novos processos 5

Polivalência 4

Just in time (JIT) 5

Manufacturing resources planning (MRP) 4

Tecnologia de otimização (OPT) 4

Total quality management (TQM) 4

Controle estatístico de processo (CEP) 5

Custeio baseado em atividades (ABC) 5

Projeto auxiliado por computador (CAD) 4

Automação da inspeção de qualidade no final da linha 3

Automação de embalagem e montagem de pallets 3

Sistema informação do controle de estoque e de produção 5

Sistema de informação integrado com os clientes 4

Outros

4.11 Quantos fornecedores participam diretamente das atividades de montagem de

produtos na planta (em condomínio ou consórcio)?

R. Não há fornecedores participando diretamente da montagem.

4.12 Existem fornecedores de sistemas? Quantos? Quais são os sistemas?

R. Sim, 3, SAP, Lotus Notes e BOM.

4.13 Existem fornecedores de módulos? Quantos? Quais são os módulos?

R. Não.

4.14 Quais são os critérios determinantes para se decidir entre produzir ou

comprar?

R.

4.15 Quais são os critérios qualificadores utilizados na seleção de fornecedores? E quais são os critérios ganhadores de pedidos? São observadas diferenças em função do tipo de componente? Exemplificar.

CRITÉRIOS QUALIFICADORES GANHADORES Qualidade dos produtos/serviços oferecidos 1 2 3 4 5

Desempenho na entrega (confiabilidade, rapidez, flexibilidade) 1 2 3 4 5

Custos logísticos (transporte, estocagem e manuseio) 1 2 3 4 5

Menor preço cotado 1 2 3 4 5

Proximidade física/dentro da região (suprimento local) 1 2 3 4 5

Capacidade de oferecer inovação e projeto conjunto 1 2 3 4 5

Disposição para revelar informações de custo e outras 1 2 3 4 5

Condições contratuais/legais 1 2 3 4 5

Avaliação do potencial do fornecedor (programa de desenvolvimento/histórico de atuação passado)

1 2 3 4 5

253

5. Características do Cliente:

5.1 O que o nosso cliente considera mais importante:

(Pontuar de 1 ou 5, onde 1 representa “pouca importância ou relevância” e 5 “a maior relevância”) os mais relevantes

Preço baixo (1)

Qualidade superior (5)

Pontualidade na entrega (5)

Produtos personalizados (1)

Produtos atualizados tecnologicamente (5)

Rapidez no lançamento de produtos (1)

Comentários:

5.2 Nosso cliente compra nosso produto principalmente por que:

(Ordenar de 1 ou 5, por ordem de importância), escolher os mais relevantes

Preço baixo (1)

Qualidade superior (5)

Pontualidade na entrega (5)

Personalização dos produtos (1)

Atualização tecnológica dos produtos (5)

Fidelidade à marca (1)

Durabilidade do produto (1)

Disponibilidade do produto (5)

Atendimento ao cliente (5)

Lançamento constante de novos produtos (1)

Assistência técnica (5)

Desempenho (5)

Design (1)

254

outros, especificar

Comentários:

6. Características de Desempenho:

6.1 Como você avalia os seguintes indicadores de sua empresa em relação aos melhores do mercado no seu ramo:

(Pontuar de 1 a 5, onde 1 representa “muito inferior ao mercado”, 1 representa “muito inferior ao mercado” , 2 representa “inferior ao mercado” , 3 representa “na média do mercado”, 4 representa “superior ao mercado” e 5 “muito superior ao mercado”)

Preço dos produtos (4)

Qualidade (5)

Pontualidade na entrega (4)

Variedade de produtos (4)

Atualização tecnológica (4)

Lançamento de novos produtos (3)

Comentários:

6.2 Classifique quais indicadores sua empresa usa para medir o desempenho.

(Pontuar de 1 ou 5, onde 1 representa “não usa” e 5 “pleno uso”)

Custos dentro do alvo ou limite (5)

Performance dentro da esperada (5)

Lançamento no prazo (1)

Lucro líquido relacionado (5)

Satisfação dos profissionais (5)

Parcela do valor gerado internamente (insourcing) (1)

Parcela do valor gerado externamente (outsourcing) (1)

Metas estratégicas atingidas (5)

255

Motivação para desenvolver, exemplo: número de idéias novas por funcionário/ano (1)

Grupos de trabalhos multifuncionais envolvidos com inovação (1)

Participantes de mais de um grupo de trabalho ou projetos de inovação (1)

Aumento de receitas oriundas de novos produtos ou serviços (1)

Melhoramento do ROI (1)

Redução do ciclo de retorno sobre o investimento (5)

Comentários:

6.3 Elencar os objetivos abaixo para o processo competitivo da sua empresa.

(Priorize de 1 ou 5, 1 “não importante”, 5 “prioritário”):

Transferir melhores práticas para setores da empresa (5)

Aumentar a capacitação do quadro (5)

Obter Informação do Cliente/Mercado (5)

Melhorar o Processo (5)

Alavancagem “Capital Intelectual” (1)

Desenvolver Novos Produtos (1)

Gerenciar o Relacionamento com Cliente (1)

Abrir Novos Mercados (5)

Abrir / viabilizar novos negócios (5)

Comentários:

Para as questões 6.4 e 6.5 pontuar de 1 ou 5, onde 1 representa “discordo totalmente” e 5 “concordo totalmente”

6.4 Concorde ou Discorde com relação ao estoque da empresa:

o estoque de produtos acabados é alto para manter o nível de serviço ao cliente (1)

a empresa tem buscado diminuir o nível de estoque (5)

é necessário manter altos estoques de matérias primas pois o fornecimento não é confiável (1)

256

o estoque de produtos em processo é relativamente alto (1)

a empresa diminuiu seus estoques através de terceirização (1)

a empresa diminuiu seus estoques através entregas “just in time” (5)

Comentários:

6.5 Concorde ou Discorde em relação aos programas de qualidade da empresa:

Não existe qualquer programa de qualidade implantado ou em implantação (1)

No início da implantação houve resistência (1)

Atualmente funciona muito bem (5)

Têm credibilidade e comprometimento dos funcionários operacionais (5)

Têm credibilidade e comprometimento da alta direção da empresa (5)

Hoje qualidade é encarada como fator estratégico para o negócio (5)

Os programas de qualidade aumentaram os custos (5)

Existem reclamações dos clientes quanto à qualidade de nossos produtos (1)

Comentários:

R. Periodicamente são realizadas Análises Críticas e os resultados tem sido ótimos.

6.6 A empresa adota a Metodologia de Lean Production ou Seis Sigma? Quais os resultados até o momento?

R. Existe um projeto piloto em andamento.

6.7 A empresa utiliza o MRP?

R. Sim. Sistema SAP e Sistema BOM integrados.

6.8 Qual o nível de inventário (peças a serem acopladas na montagem)?

257

R. 80%

7. Características do RH:

7.1 A empresa do lado organizacional está inserida como uma organização:

Vertical

Horizontal

Centralizada

Descentralizada

Matricial

7.2 A empresa na sua política de RH contempla uma política de prêmios agressiva ?

R. Não. Mas existe um projeto a ser implantado no futuro .

7.3 A empresa pratica habilidades para desenvolvimento do conhecimento ?

R. Sim. E-Learning, Treinamento intensivo interno, Projeto Jovens Talentos, parcerias com Instituições de ensino Técnico e Superior.

8. Características do Mercado e da Concorrência:

8.1 A nossa empresa está atualmente:

Perdendo participação de mercado

Mantendo participação

Aumentando sua participação

Comentários:

8.2 A perspectiva futura para o nosso mercado é:

Diminuição por recessão

258

Manutenção dos níveis atuais de atividade

Expansão

Aumento da concorrência

tem diminuído o tempo de lançamento de novos produtos

o nosso setor tem mudado rapidamente e inovado constantemente

temos tido dificuldades em acompanhar a concorrência no lançamento de novos produtos

Comentários:

8.3 Como é feita a previsão de vendas? Seguem a previsão?

R. Através de Pré-Contratos estabelecidos com clientes em potencial. Temos um percentual de deficiência.