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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA PRÓ –REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
USO RACIONAL DA ÁGUA NAS CONSTRUÇÕES DE PEQUENO E MÉDIO
PORTE
RAMYLLE BASÍLIO FERNANDES
Juazeiro do Norte - CE
2017
RAMYLLE BASÍLIO FERNANDES
Aluna do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da Construção Civil
URCA
USO RACIONAL DA ÁGUA NAS CONSTRUÇÕES DE PEQUENO E MÉDIO PORTE
Monografia apresentada como requisito
parcial para obtenção do grau de
Especialista em Gerenciamento da
Construção Civil pela Universidade Regional
do Cariri.
Orientador (a): Profª. Ma. Janeide Ferreira Alencar de Oliveira
Juazeiro do Norte - CE
2017
USO RACIONAL DA ÁGUA NAS CONSTRUÇÕES DE PEQUENO E MÉDIO
PORTE
Elaborado por: Ramylle Basílio Fernandes
Aluna do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da Construção
Civil – URCA
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Profª. Ma. Janeide Ferreira Alencar de Oliveira
________________________________________________
Examinador interno
_________________________________________________
Examinador interno
Monografia aprovada em _____ /______ /_______, com nota _______.
Juazeiro do Norte – CE
2017
Dedico aos meus familiares,
amigos e todos aqueles que me
proporcionaram ajudas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que
eu pudesse realizar mais uma etapa de minha carreira profissional. Agradeço aos
meus familiares pela ajuda, paciência e por acreditarem em mim.
Ao meu co-orientador Prof. Esp. Rafael Gomes, pelo o apoio e prontidão na
contribuição para realização das atividades.
Agradeço a todos os professores que fizeram parte da grade da pós-graduação
e a todos que formam o Departamento da Construção Civil da URCA - Campus
CRAJUBAR, que sempre contribuíram para o alcance de todas essas conquistas.
“A água é elemento essencial ao abastecimento do
consumo humano, ao desenvolvimento de atividades
industriais e agrícolas, e de importância vital aos
ecossistemas”.
Aldo da C. Rebouças
RESUMO
O trabalho apresentado a seguir enfatiza a importância da água nas construções, o seu desperdício e o fornecimento para as obras das cidades de Aurora, Barro e Cedro, localizadas no estado do Ceará, objetivando mostrar meios de evidenciar sua economia, resultando em benefícios para a sociedade. Objetiva entender o consumo de água na produção de obras de edifícios, baseando-se em levantamento bibliográfico e estudos práticos realizados nos três municípios citados. Como resultados serão apresentados textos sobre a água no Planeta, os tipos de fornecimento de água nas obras e a demanda no canteiro, tanto para uso humano como para os serviços de construção civil. A região por está passando por uma grande seca, se torna um dado preocupante. Baseando-se nisto e no grande número de obras existentes na cidade, viu-se a necessidade de advertir a população do desperdício de água nessas construções, pois, por meio de pesquisas teóricas e práticas, pode-se notar que a água está sendo usada de forma incorreta, contribuindo com a escassez de água gerada pela seca. Além disso, é de suma importância destacar que a maioria dos operários não tenta buscar soluções para reduzir o desperdício e evitar gastos desnecessários. Será mostrado também o resultado das pesquisas feitas com a população e com os funcionários das obras de cada município.
Palavras-chave: Água, Construção civil, Desperdício.
ABSTRACT
The following paper emphasizes the importance of water in the construction, its waste and the supply to the works of the cities of Aurora, Barro and Cedro, located in the state of Ceará, aiming at showing ways to show its economy, resulting in benefits for the society. It aims to understand water consumption in the production of building works, based on a bibliographical survey and practical studies carried out in the three municipalities mentioned. As results will be presented texts on water on the Planet, the types of water supply in the works and the demand at the site, both for human use and for civil construction services. The region is going through a great drought, it becomes a worrying fact. Based on this and the large number of existing works in the city, it was necessary to warn the population of the waste of water in these buildings, because, through theoretical and practical research, it can be noted that water is being used In an incorrect way, contributing to the water shortage generated by the drought. Moreover, it is extremely important to note that most workers do not try to find solutions to reduce waste and avoid unnecessary spending. It will also show the result of the research done with the population and with the employees of the works of each municipality. Keywords: Water, Construction, Waste.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.– Construção de uma creche executada com PVC e concreto ................... 16
Figura 2 – Canteiro de obras de centro educacional. .............................................. 19
Figura 3 - Ciclo hidrológico ...................................................................................... 22
Figura 4 – Construção da Praça Marco Zero ........................................................... 27
Figura 5 – Construção de uma residência unifamiliar................................................30
Figura 6 – Construção de um edifício para fins coletivos... ...................................... 31
Figura 7 – Construção de uma residência unifamiliar................................................32
Figura 8 – Construção de uma edificação comercial e residencial............................34
Figura 9 – Localização do Município de Barro no Estado do Ceará. ........................ 39
Figura 10 – Açude dos prazeres localizado no distrito de Cuncás em Barro.............40
Figura 11 – Localização do Município de Aurora no Estado do Ceará. .................... 41
Figura 12 - Localização do Município de Cedro no Estado do Ceará. ..................... 42
Figura 13 – Ampliação de uma edificação para fins diversos. ................................. 44
Figura 14 – Construção de uma residência unifamiliar ............................................. 45
Figura 15 – Reforma da estação de trem ................................................................ 47
Figura 16 – Reforma da estação de trem ................................................................. 50
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Quantidade de água no Planeta. ............................................................ 23
Gráfico 2 – Quantidade de água doce no Planeta .................................................... 24
Gráfico 3 – Dados obtidos no questionamento aplicado à população Barrense ...... 43
Gráfico 4 – Dados obtidos no questionamento aplicado à população Aurorense ..... 44
Gráfico 5 – Dados obtidos no questionamento aplicado à população Cedrense ..... 46
Gráfico 6 – Fornecimento da água usada nas obras do município do Barro .... 48
Gráfico 7 - Fornecimento da água usada nas obras do município de Aurora .......... 48
Gráfico 8 - Fornecimento da água usada nas obras do município de Cedro ........... 49
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
1.2. OBJETIVOS .................................................................................................... 12
1.2.1. Objetivo Geral .............................................................................................. 12
1.2.2. Objetivos Específicos ......................................................................................................... 12
1.3. JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 13
1.4. METODOLOGIA .............................................................................................. 13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 155
2.1. Indústria da construção civil ............................................................................................... 155
2.2. Canteiro de Obras ............................................................................................................... 166
2.2.1. Tipos de canteiro................................................................................................................17
2.3. Água no planeta.........................................................................................................................19
2.3.1. Água no
Brasil................................................................................................................222
2.3.2. Água no Estado do Ceará...............................................................................................23
2.4. Água na Construção civil ..................................................................................................... 234
2.5. Gestão da água em canteiros de obras ............................................................................... 255
2.5.1. Tipos de fornecimento de água para as
obras...............................................................311
2.5.2. Rede de distribuição da concessionária..............................................................................33
2.5.3. Uso da água para limpezas executadas nas
obras.........................................................355
2.5.4. Economia de água nas
obras.........................................................................................355
3. ESTUDO DE CASO .......................................................................................... 366
3.1. Município de Barro .............................................................................................................. 366
3.2. Município de Aurora ........................................................................................................... 388
3.3. Município de Cedro ............................................................................................................... 39
3.4. Resultado das pesquisas feitas à população ....................................................................... 400
3.5. Resultado das pesquisas feitas aos funcionários das obras ................................................ 444
4. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 49
11
1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que a água doce é um recurso indispensável para a sobrevivência
humana, porém suas reservas são limitadas, representando apenas 2,5% do total de
água existente no planeta, segundo dados levantados pela ONU (2012).
A construção é caracterizada como uma atividade fundamental para o
crescimento e desenvolvimento comunitário e econômico no mundo, e é uma área
importante e fundamental para gerar empregos no mundo inteiro, resultando no
crescimento das cidades. De acordo com Ângelo (2013), por ser uma atividade de
transformação, a construção civil se caracteriza como um dos setores que mais
consomem recursos naturais, desde a produção dos insumos utilizados até a
execução da obra e a sua utilização.
A procedência aplicada ao planejamento de obras de edificação é muito
importante, pois constitui um processo de ações de diversas ordens voltadas às
agilidades, reaproveitamentos e à eficácia do fornecimento, recebimento,
armazenamento, movimentação, disponibilização e uso dos materiais, ferramentas,
equipamentos, mão de obra e informações nas frentes de trabalho, além de exigir
uma frequente organização, para evitar deficiências e defeitos no acontecer da obra.
Segundo Takaoka (2014), o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (Pnuma) tem diversos programas de incentivo à construção sustentável:
"Existem até programas que ajudam financeiramente o empreendedor que opta por
uma construção menos impactante".
De acordo com dados levantados pela FUNCEME (2016) o Ceará teve cinco
anos consecutivos de seca apenas em duas ocasiões: de 1979 a 1983 e de 2012 a
2016, considerando que estes dados são preocupantes, principalmente quando
associados aos longos períodos de seca pelos quais a população da região nordeste
vem passando. Vê-se que há um risco enorme de esgotamento das águas,
principalmente quando se há o mau uso da mesma que gera bastante desperdício
pelas diversas atividades da construção civil. Baseando nisto e no grande número
de obras existentes nas cidades de Aurora, Barro e Cedro, localizadas no estado do
Ceará, viu-se a necessidade de fazer um estudo evidenciando a importância da
água nas atividades da construção civil e o seu uso em algumas construções dessas
cidades, pois, por meio de pesquisas teóricas e práticas, pode-se notar que a água
12
está sendo usada de forma incorreta, contribuindo com a escassez gerada pela
seca.
Este trabalho que enfatiza a disponibilidade e o gasto excessivo de água
demonstra a proeminência de buscar métodos de gerenciamento da água. Assim,
pode-se destacar também como objetivo dessa pesquisa, o trabalho na gestão da
água em obras de construção civil, com a finalidade específica de obter uma melhor
compreensão do consumo de água nos canteiros de obras, e com o propósito de
sugerir possibilidades básicas, principalmente para diminuição desse gasto
excessivo de água potável em obras.
Observando a situação de seca em que a região do Cariri se encontra, este
trabalho pretende mostrar formas eficazes de economizar água nas obras, como
técnicas que podem ser utilizadas pelos operários para evitar gastos desnecessários
de água e fazer o bom uso dela.
1.2. OBJETIVOS
1.2.1. Objetivo Geral
O trabalho tem como finalidade mostrar e incentivar a importância da água
nas atividades da construção civil e o desenvolvimento da ação do uso e economia
da mesma através de um estudo realizado com pesquisa teórica e prática, bem
como destacar o gerenciamento da água potável realizado nas obras.
1.2.2. Objetivos Específicos
Conhecer a importância da água nas atividades da indústria da
construção civil;
Levantar dados de acordo com a coleta de informações obtidas em
entrevistas e questionamentos realizados.
Apresentar uma solução para o uso abusivo de água potável de forma
incorreta nas construções;
Evidenciar o desperdício de água nas obras;
Mostrar formas de gestão da água potável nas obras.
13
1.3. JUSTIFICATIVA
A escassez de água durante muitos anos esteve em foco nas regiões áridas e
semiáridas. O problema da seca ainda afeta grande parte da população Nordestina,
o mesmo ocorre com a poluição de rios e mananciais, que também foi e ainda é
tema de diversas teses, jornais e livros.
O objetivo das atividades relacionadas à indústria da construção civil é
executar e produzir um trabalho qualificado e eficiente, cumprindo com o prazo
assegurado ao cliente. Assim poder mostrar um trabalho bom e que foi realizado
dentro das leis e do que foi afirmado e demonstrado no projeto, trazendo melhorias
para a própria empresa, com isso o profissional dessa área tenta conseguir atingir o
objetivo no tempo mais ágil possível com o maior nível de precisão do projeto inicial
e sem maiores gastos excessivos. Observou-se através dos estudos realizados que
a água estava sendo utilizada de forma incorreta nessas atividades, e viu-se a
necessidade de fazer um estudo que evidenciasse o desperdício abundante desse
recurso e ao mesmo tempo mostrar a sua importância em cada fase de uma
construção.
Práticas e conhecimentos nas atividades ligadas à indústria da construção
civil auxiliam na pesquisa e facilitam esse trabalho, junto com a aspiração em
levantar e apurar questões relacionadas à agua usada nesses serviços e com isso
tentar conseguir o objetivo desejado.
1.4. METODOLOGIA
A metodologia a ser adotada consistirá na pesquisa bibliográfica, bem como
pesquisa de campo, tendo em vista entrevistas com alguns profissionais ligados à
indústria da construção civil.
Foram realizadas visitas nas cidades de Aurora, Barro e Cedro, localizadas no
estado do Ceará, com o intuito de levantar dados importantes sobre o uso da água
nas construções, a partir disso foi dado início à pesquisa. Após as visitas, foram
preparados e aplicados nas obras, questionários de cunho analítico e quantitativo
para coletar informações referentes ao uso da água potável nas obras e a forma de
transporte dela nas diferentes etapas de uma edificação.
A pesquisa bibliográfica resultará de textos acadêmicos, artigos, dissertações
e projetos, todos relacionados à área da construção civil. Para elaboração deste
trabalho, inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a água,
14
especificamente relacionada à quantidade de água no planeta e aos principais
consumos, bem como aos tipos de fornecimento de água em obras.
15
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Indústria da construção civil
A construção é um sistema que depende da ciência, análise, produção e
execução de prédios, usinas, construções de edifícios e casas, estabelecimentos
comerciais e residenciais, pontes, estradas, etc, intensificando a economia nacional,
pois aumenta o número de empregos e rendas, assim essa indústria tem uma
grande importância econômica tanto pela alta quantidade de recursos financeiros,
como também pelo forte potencial gerador de empregos que resulta em
desenvolvimento e melhorias, mostrando sua capacidade de contribuir com
atividades de muitos segmentos industriais e de serviços.
Figura 1 – Construção de uma creche executada com pvc e concreto. Cedro, Ce.
Fonte: O autor (2016).
De acordo com Guimarães e Pandolfo (2010), a construção civil é
reconhecida como uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento
social e econômico no mundo, e é um dos mais importantes setores industriais, pois
gera milhões de empregos e proporciona o crescimento de cidades, estados e
países inteiros.
É importante destacar que o conjunto que forma o departamento desse ramo
é bastante complexo e heterogêneo. Ele precisa da grande diversidade de
representantes intermediários e de produtos adeptos criados ao longo do processo
16
de produção, produtos esses que se adicionam a diferentes padrões de qualidade e
que podem prejudicar a qualidade do produto final.
Essa indústria gera também altos custos financeiros, devido seu elevado
número de trabalhos e fases em uma obra. Essa atividade desencadeia elevados
números de gastos para que o serviço esteja completo e assim deve tentar evitar ao
máximo, prejuízos e perdas que atrapalhem os trabalhos e que resultam em atrasos
nas tarefas.
Destacar e complementar os modelos de qualidade e segurança da indústria
da construção civil caracteriza como alinhamento, caracterização e gerenciamento
dos diferenciados setores e representantes desse processo e fazendo com que os
mesmos se comprometam em mostrar qualidade em seus serviços e resultado em
suas funções, satisfazendo a necessidade do usuário e cumprindo o objetivo
estabelecido.
O funcionamento do ramo da construção civil está associado a condições que
podem ser instaladas de acordo com a eficácia, característica, competitividade, ao
desenvolvimento sustentável e uniformidade de suas tarefas. Onde essas condições
resultam em acessibilidade, moradia com regularidade e equilíbrio.
O objetivo das atividades relacionadas ao ramo da construção civil é executar
e produzir um trabalho qualificado e eficiente, cumprindo com o prazo assegurado
ao cliente e assim poder mostrar um trabalho bom e que foi realizado dentro das leis
e do que foi afirmado e deixado no projeto, trazendo melhorias para a própria
empresa que passa a ser notada e divulgada como uma empresa competente e
capaz, com isso o profissional dessa área tenta conseguir atingir o objetivo no tempo
mais ágil possível com o maior nível de precisão do projeto inicial e sem maiores
gastos excessivos.
Em compensação, é natural visualizar que esse setor é definido como um dos
setores que mais consomem recursos naturais, desde a produção dos insumos
utilizados até a execução da obra e sua operação ao longo de décadas.
Segundo Csillag (2007), de tudo o que extrai da natureza, apenas entre 20%
e 50% das matérias-primas naturais são realmente consumidas pela construção civil.
2.2. Canteiro de Obras
Canteiro de obras é o local onde são desenvolvidas todas as atividades
necessárias para a realização de uma obra de engenharia. É o procedimento que
antecede a execução da obra que varia conforme o tamanho do empreendimento a
17
ser construído. De acordo com a NR-18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho
na Indústria da Construção, é a área de trabalho fixa e temporária onde se
desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.
Os canteiros de obra são setores da produção, formados por uma célula em
constante transformação, modificando-se à medida que avançam as fases da obra.
Projeto orientado à produção em canteiro:
Prejudica o repouso de equipamentos/mão de obra;
Minimiza os tempos de locomoção;
Fundamenta e ordena as funções e a utilização dos ambientes;
Evita procedimentos repetidos em áreas diferentes;
Diminui interferências;
Assegura a segurança dos trabalhadores;
Esses setores também podem ser classificados como áreas utilizadas para
pôr em prática e apoiar os trabalhos a serem realizados pela indústria da construção
civil, é o local onde se dá a produção de tais obras, exigindo análise prévia e
criteriosa. São responsáveis pela definição do tamanho, forma e localização das
áreas de trabalho e também de oferecer saúde e segurança aos trabalhadores. Esse
setor só aumenta com o decorrer dos anos e cada vez mais gera empregos para a
população.
2.2.1. Tipos de canteiros
Existem tipos diferentes de canteiros, diferenciados a partir dos seus
tamanhos e características. Os tipos de canteiros abordados nesse trabalho podem
ser classificados como canteiros pequenos ou restritos, onde a construção ocupa o
terreno completo ou pelo menos uma enorme parte dele, assim o acesso fica
bastante restrito. Esse tipo de canteiro é mais visto e encontrado nas áreas urbanas
das cidades, principalmente na parte central das mesmas, isso por causa do
excesso de terrenos nessas áreas, resultando em uma grande ocupação das
edificações nesses terrenos a fim de aumentar as chances de se obter rendas
através desses processos. Existem também os canteiros mais amplos onde a
construção ocupa somente um fragmento relativamente pequeno do terreno, os
espaços ficam totalmente livres para acessos de veículos, materiais e mão de obra,
também livres para as áreas de armazenamento e acomodação do pessoal. Esse
tipo de canteiro é frequente em construção de indústrias, conjuntos habitacionais e
18
outras grandes obras como barragens e usinas hidroelétricas. E existem os
canteiros que são longos e estreitos que são restritos em apenas uma das suas
extensões, com disponibilidade de acesso em poucos pontos do canteiro. São
encontrados em atividades em estradas de ferro e rodagem, redes de gás e
petróleo, e em algumas obras de edificações nas áreas urbanas.
O estudo do canteiro de obras torna-se instrumento extremamente importante
na busca da qualidade, segurança e da produtividade no processo produtivo, pois
grande parte das ações acontece no próprio canteiro.
Figura 2 – Canteiro de obras de centro educacional. Cedro, Ce.
Fonte: O autor (2016)
O planejamento e a organização desses canteiros também influenciam de
uma vasta maneira no custo da construção tanto no começo como no seu decorrer,
pois demanda uma despesa inicial e mensal durante todo o período de execução da
construção a qual necessita ser avaliada, pra isso é necessário o projeto, o
planejamento e a organização do canteiro que são tão importantes quanto o próprio
empreendimento, pois predomina bastante no sucesso do mesmo.
Após concluídas e devidamente aprovadas as etapas, estudos preliminares,
anteprojeto e projeto, passa-se a preparar o terreno para a construção. Na grande
maioria das vezes, são necessárias operações de escavação e aterro no intuito de
criar um perfil do terreno que seja adequado a obra a ser executada.
19
Com o terreno limpo e movimento de terra executado, passa-se à preparação
do canteiro prevendo-se todas as necessidades futuras da obra. A distribuição do
espaço disponível deve ser adequada para o fácil trabalho dos operários. As
instalações diversas, mas em especial as instalações da água, poderão ser
executadas de uma só vez ou em etapas independentes, de acordo com o
desenvolvimento da obra, sendo colocadas em locais seguros e de fácil acesso,
abrangendo as necessidades técnicas como preparação de material, resfriamento e
às necessidades humanas, como áreas de vivências (instalações sanitárias,
chuveiros, vestiário, refeitório) como banheiros provisórios, caixa d‟água, refeição e
consumo próprio.
Para o refeitório a NR – 18 estabelece que deva ter em seu interior, ou nas
proximidades, lavatórios para a lavagem de mãos e de marmitas.
A norma também estabelece que as instalações sanitárias deverão ser
constituídas de um conjunto composto de lavatório, bacia sanitária e mictório, para
cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, e um chuveiro, para cada grupo de
10 (dez) trabalhadores ou fração.
A NR – 18 determina que em alojamento é obrigatório o fornecimento de água
potável, filtrada e fresca, para os trabalhadores, o fornecimento pode ser feito
através de bebedouros de jato inclinado ou equipamento semelhante assegurando
as mesmas condições, na proporção de 1 (um) para cada grupo de 25 (vinte e cinco)
trabalhadores ou fração.
Se bem organizado e administrado, possibilita menores tempos de preparo e
execução, melhor aproveitamento da mão de obra e de materiais, e melhor
qualidade, resultando, no final, menos desperdícios e menores custos.
2.3. Água no planeta
A água é uma substância que pode ser encontrada facilmente de forma
natural em três estados físicos: sólido, líquido e gasoso, é, sem dúvida, a mais
abundante condição química na Terra.
Desde o progresso e crescimento da população verificou-se um acréscimo na
indispensabilidade de água para abastecimento, agricultura de maior proporção para
alimentar a gradativa população e implementação de mais indústrias que consomem
mais água. Partindo do acréscimo do fornecimento de água relatou-se um aumento
20
na poluição do meio ambiente, seguido de escassez de água e a importância de se
reutilizar a água e através do tratamento dos efluentes pode-se fazer reuso da água
residuária.
Lobo (2004) afirma que o uso eficiente da água, abrangendo a componente
de reuso, conduz ao alcance de outros objetivos intangíveis, tais como, a melhoria
da imagem da indústria através da otimização dos recursos com a redução dos
impactos ambientais negativos contribuindo, assim, para a sustentabilidade de uma
atividade.
A escassez de água é considerada uma das maiores preocupações do
século. “Segundo prognósticos, cerca de 2/3 da população mundial pode
ficar sem o insumo até 2020.” (ONU, 2012)
De acordo com Segala (2012) a diminuição da água no mundo é constante e,
muitas vezes, silenciosa. Seus ruídos tendem a ser percebidos apenas quando é
tarde para agir. Das dez bacias hidrográficas mais densamente povoadas do mundo,
grupo que compreende os arredores de rios como o indiano Ganges e o chinês
Yang-tsé, cinco já são exploradas acima dos níveis considerados sustentáveis.
Existem diferentes estimativas de água no globo terrestre e no Brasil,
entretanto de acordo com a ONU, a superfície da Terra é coberta por água em
estado líquido, por conseguinte, os números mostrados a seguir não objetivam
definição exata, mas sim uma concepção para refletir.
21
Figura 3 – Ciclo hidrológico.
Fonte: ÁGUAS NO PLANETA TERRA, 2001, p. 33
Essa água ocupa aproximadamente 71% do planeta, sendo que 97,5% desse
total estão nos oceanos e é salgada, pois possui muito cloreto de sódio e outros sais
minerais. Os outros 2,5% (como já foi mostrado) representa a água doce em estado
líquido que pode ser encontrada em rios, represas, lagos, açudes e infiltrada nos
espaços do solo e rochas.
Gráfico 1 – Quantidade de água no Planeta.
Fonte: O autor (2016)
22
Essa quantidade não é sinônima de disponível, mas um estudo sobre o
volume da água, a preocupação e o cuidado com seu consumo e temeridade à sua
falta podem proporcionar um fluxo de água necessário ao atendimento humano e
ambiental, fazendo com que a quantidade seja a mesma disponibilidade.
De forma geral, Rebouças, Galízia e Braga (2013), dos 2,5% da quantidade
geral de água doce, 68,90% formam as calotas polares, geleiras e neves eternas
que cobrem os cumes das montanhas altas da Terra; 29,90% restantes de água
doce constituem as águas subterrâneas, 0,90% respondem pela umidade do solo e
pela água dos pântanos e apenas 0,3% são relativas às águas doces contidas em
rios e lago. Duas frentes primordiais incita o sistema de sustentabilidade: a expansão
crescente da população, com maior demanda por água, e a disponibilidade
condensada em virtude da sua má distribuição no Planeta, cujo principio está
indicado pelas mudanças climáticas globais nas próximas décadas.
Gráfico 2 – Quantidade de água doce no Planeta
Fonte: O autor (2016)
2.3.1. Água no Brasil
De acordo com Côrrea (2002) apud Pessarelo (2013), o Brasil se destaca
como o país com a maior disponibilidade de água doce do planeta, com,
23
aproximadamente, 12% do valor total, porém a sua distribuição não é uniforme em
todo território nacional, pois a maior bacia fluvial do mundo concentra-se na
Amazônia, local menos habitado do país.
O Brasil é também o país com um dos maiores consumos de água por
pessoa, chegando a 200 litros por dia por pessoa, segundo a SABESP, enquanto a
ONU - Organização das Nações Unidas recomenda que 100 litros de água por dia
fossem suficientes para atender às necessidades de consumo e higiene.
2.3.2. Água no Estado do Ceará
Um estudo feito por Côrrea (2010) apud Medeiros (2011) mostra as condições
superiores de semi-aridez, o Estado do Ceará possui uma área aproximada de
148.825 km, sendo subdividido por 12 bacias hidrográficas, as quais acrescentam
rios, riachos, lagoas e açudes em seus amplos aspectos, diante das políticas
desenvolvidas na região. Dessa forma, as pesquisas relacionadas aos recursos
hídricos tornam-se fundamental, pois a água é um bem limitado e de valor
econômico estimado, sendo destinada para diversos fins, tais como a agropecuária,
indústrias diversas e o mais nobre de todos, o consumo humano.
A quantidade de água nos açudes do Ceará caiu para 12%, em média,
segundo dados da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (COGERH, 2016).
2.4. Água na Construção civil
A indústria da construção civil consome água praticamente em todos os
trabalhos ao longo da execução da obra sendo como material ou mecanismo.
Como material, a água é utilizada na fabricação do concreto e da argamassa
e na umidificação do solo para compactação dos aterros. Quando se fala em
mecanismo, a mesma é usada em funções que abrangem a limpeza, o resfriamento
e a cura do concreto.
A legislação brasileira para fabricação do concreto, por exemplo, é nova,
sendo publicada somente em 2009 (NBR 15900) e vale, especificamente, para a
qualidade da água.
A NBR 6118:2004 determina que a água designada ao amassamento do
concreto deverá está livre de teores prejudiciais de substancias estranhas. É
necessária uma análise em alguns parâmetros constituintes da água para observar
24
seu aproveitamento na construção civil, sendo que cada função possui parâmetros
específicos.
Esses parâmetros foram destacados por Holanda (2013, p. 04 ).
O Cloreto: é um dos principais ânions inorgânicos existentes na água e em efluentes. Dependendo do teor encontrado nos cloretos presentes na água, patologias podem ser produzidas no concreto como a corrosão das armaduras e o surgimento de eflorescência.
O Sulfato: é um sal altamente tóxico cuja principal função é propiciar um processo imediato de oxigênio, reduzindo o mesmo dissolvido nos corpos d‟água, isso é possível, pois o sulfato é um forte redutor. Tem como função também impedir a floculação nas estações de tratamento, mas provocam corrosão em tubulações e estruturas de metal e concreto, onde a quantidade máxima de sulfatos é de 300mg/l para fabricação de concreto. É comum a agressão da pasta de cimento sólida por águas e solos sulfatados, porém se não houver um estudo para evitar tal processo existirá o risco de comprometimento da obra, consequência da expansão causada pela formação de componentes deletérios, gesso e etringita. É uma patologia conhecida como agressão externa, pois os sulfatos surgem de fontes externas que provocam uma degradação progressiva da superfície para o interior da peça de concreto.
O pH: indica as condições de acidez, neutralidade e basicidade da água. As maiores alterações no pH são provocadas por despejos industriais e águas residuárias de minas. Águas com pH baixo ou elevado são agressivas, podendo causar corrosão em tubulações.
Dureza total: É definida pela dificuldade de constituição de espumas pelo uso de sabões. Decorre da presença de sais alcalino-terrosos e alguns metais em menor grau. Podendo causar incrustações em tubulações.
Matéria orgânica: surgem facilmente de processos cinéticos e fotossintéticos. Muda em consequência da temperatura da água e pressão atmosférica. Apesar de fundamental à vida aeróbica, o oxigênio é fator significante na corrosão de tubulações de ferro e aço. A quantidade máxima de matéria orgânica (expressa em oxigênio consumido) é de 3mg/l.
Outras substâncias contaminantes: Contaminações na água de amassamento do concreto por substâncias, como açúcares, fosfatos, nitratos, chumbo e zinco podem alterar a cinética de hidratação da pasta de cimento, afetando expressivamente os tempos de pega e resistências do concreto. De fato, a literatura internacional mostra que esses compostos podem agir tanto como aceleradores quanto retardadores da pega e do endurecimento, dependendo da forma com se encontram combinados. Assim, nitratos de chumbo, zinco e manganês retardam a pega, ao passo que nitratos de cromo promovem sua aceleração. Por outro lado, os fosfatos e os boratos de zinco e chumbo reduzem a taxa de hidratação, prolongam o tempo de pega e reduzem a evolução da resistência inicial. Já, os sais de magnésio comportam–se como aceleradores da pega e endurecimento. O açúcar é conhecido pela propriedade de retardamento da pega da pasta de cimento. Dependendo do tipo de cimento utilizado, da quantidade de açúcar e do instante em que ele entrou em contato com a mistura, a pega do concreto pode ser retardada em várias horas, prejudicando também a evolução da resistência à compressão. Como alguns aditivos retardadores são à base de açúcar, a água recuperada de processos de preparo do
25
concreto pode conter resíduos com açúcar. A quantidade máxima de açúcar deve ser de 5 mg/l.
Se a legislação vigente que assegura os parâmetros da água for cumprida,
problemas para novos empreendimentos podem ser evitados, desde que pesquisas
relacionadas ao assunto evoluam no decorrer do tempo, especificamente para
atividades da construção civil.
Consideram-se satisfatórias as águas potáveis e as que tenham um PH entre
5,80 e 8,0, como sendo satisfatória para usos diversos.
É de grande relevância o levantamento de um laudo especificando as
características da água, porque possibilita a parametrização com as definições
necessárias para sua utilização, ressaltando que algumas substâncias podem
corroer o concreto, como o sulfato por exemplo. O levantamento evitaria imprevistos
negativos de grande dimensão.
2.5. Gestão da água em canteiros de obras
As grandes finalidades dessa pesquisa associam-se à gestão da água e o
uso racional dela em atividades ligadas ao ramo da construção civil, com o objetivo
de promover uma melhor compreensão sobre o consumo de água nessas atividades
e mostrar meios viáveis de garantir redução no consumo de água potável em obras.
A distribuição da água amplia ainda mais o seu uso, principalmente quando
há melhorias em áreas não abastecidas, a chamada demanda reprimida.
Por mais que se invista em obras de melhorias no abastecimento público,
um novo déficit hídrico pode ocorrer se o consumo não for racionalizado.
(SABESP, 2016)
A indústria da construção civil tem que acompanhar o contínuo crescimento
populacional do mundo como também todo o desenvolvimento social e econômico
(REBOUÇAS, 2013). Como consequência disso, a construção civil utiliza mais da
metade dos recursos naturais extraídos do planeta na produção e manutenção do
ambiente construído (CBCS, 2014).
26
Figura 4 – Construção da Praça Marco Zero. Cedro,Ce
Fonte: O autor (2016)
Discutir sobre água é um assunto significativo, pois a sua quantidade
disponível em uma região estabelecida não expressa quantidade suficiente para
atender às necessidades da população.
A quantidade e qualidade da água podem está prejudicadas devido à atual
seca encontrada nas regiões estudadas, logo é de grande relevância averiguar a
gestão da água em algumas atividades, sendo uma delas mostrada nesse trabalho:
a água usada nas construções das cidades estudadas. Serão retratados os tipos de
fornecimento de água nas obras e a demanda no canteiro, tanto para uso humano
como para os serviços de construção civil. As obras devem ser projetadas e
executadas de forma que os recursos utilizados não comprometam as gerações
futuras.
No canteiro de obras o uso da água para as necessidades humanas é
referente às demandas essenciais dos funcionários do canteiro e estas são mantidas
conforme a legislação trabalhista.
O consumo de água em um canteiro de obras ou na construção propriamente
dita depende muito das diferentes tipologias, tamanho e características construtivas
de cada obra, ou seja, atua diretamente nas utilizações mensais de água e no uso
por metro quadrado construído. Porém o consumo por homem hora não diferencia
27
consideravelmente de obra para obra, mesmo quando as mesmas possuem
características diferentes.
Algumas ações, visando a redução do consumo de água nos canteiros de
obra foram abordadas por Neto (2017) e podem ser implantadas nos canteiros, tais
como:
Utilização de torneiras com acionamento e desligamento automático; Instalação de temporizadores nos chuveiros, determinando o tempo de banho; Utilização de água da chuva para descargas, limpeza da obra e etc; Estudos para utilização de fontes alternativas de água para consumo em serviços de construção civil. Por exemplo, utilização de água da chuva na cura do concreto ou dosagem de argamassas; Palestras para conscientização dos funcionários, com relação à fonte finita de recursos naturais; Acompanhamento mensal dos consumos e medidas para redução dos mesmos.
A economia de água nos canteiros deve estar fundamentada nos princípios
da sustentabilidade e cada um de nós pode contribuir com pequenas ações
individuais e diárias.
Neto (2017) relata que o consumo de água diário por operário não alojado em
um canteiro de obras pode chegar a 45 litros. Quando as refeições são preparadas
na obra, esse valor chega a 65 litros. A utilização de vasos sanitários com caixa
acoplada é uma das ações que permitem reduzir esse consumo.
Segundo a RKM Engenharia (2016), com a caixa acoplada é possível reduzir
em 50% o consumo de água ao se dar descarga, em comparação com vasos
sanitários com válvulas.
Alguns fatores como o desenvolvimento da indústria da construção civil, e
também da população, junto com a tranquilidade frente aos riscos causados ao
ambiente, resultam no acréscimo da utilização da água, muitas vezes, de forma
incorreta, gerando efluentes líquidos, perda da qualidade da água e impactos
ambientais negativos, comprometendo o abastecimento público e aumentando seus
custos.
A água não é conceituada e nem tratada como material de construção,
entretanto vale ressaltar que é importante que todos possuam conhecimento sobre o
altíssimo consumo de tal recurso durante a execução de obras.
De acordo com o CBCS (2015), a construção civil é a principal atuante no
consumo elevado de água potável no mundo, chegando a cerca de 50% de
utilização de água potável em áreas urbanizadas. O uso descontrolado das águas
subterrâneas, a falta de tratamento das águas superficiais, o desperdício, falta de
28
tratamento de esgoto, dentre outros problemas acarretam em diminuição da água
potável e em problemas hídricos e, mesmo diante de tais circunstâncias, pouco é
feito para mudar isso e evitar a falta de água em determinadas áreas.
Figura 5 – Construção de uma residência unifamiliar. Aurora, Ce.
Fonte: O autor (2016)
No entanto, a água é ignorada nas composições de custo de uma obra, por
não ser definida como material de construção. mesmo sabendo-se que para a
confecção de um metro cúbico de concreto, gasta-se em média de 160 a 200 litros e
na compactação de um metro cúbico de aterro pode ser consumido até 300 litros de
água.
Neto (2017) relata afirmou que a água utilizada para o amassamento dos
aglomerantes deve corresponder a certas qualidades químicas, não pode conter
impurezas e ainda estar dentro dos parâmetros recomendados pelas normas
técnicas a fim de que garantam a homogeneidade da mistura.
As propriedades dos concretos e argamassas dependem indiretamente da
dosificação para mostrar qualidade, conforme funcionalidade no índice da água e do
cimento, controlando o aumento da resistência à compressão.
Para alcançar concreto muito resistente, a quantidade de água de
amassamento deve ser tal que não aponte material espalhado na superfície, a não
ser depois de vibrados e adensados. É chamado de cura do concreto o trabalho que
o mesmo realiza enquanto está endurecendo. O concreto arejado submetido ao sol
29
e ao vento deteriora-se rapidamente por exalação á água da mistura, antes que
tenha endurecido, sem esse processo o concreto fica sem resistência. O principio
imprescindível na cura do concreto é proporcionar um funcionamento que assegure
água necessária para que todo o processo de reação química do cimento se
complete, caso contrário, ficará suscetível à fissuras em suas partes externas.
Um concreto não curado, ou mal curado, pode ter resistência reduzida chegando até
30% mais baixa, além de ser muito vulnerável aos agentes ameaçadores, devido a
considerável quantidade de falhas que surgem , às vezes invisível a olho nu.
As argamassas podem ser industrializadas ou feitas na própria construção e,
assim como no concreto, a água atua diretamente nas suas qualidades, podendo
comprometer o desempenho delas quando manuseada de forma incorreta,
prejudicando a aderência da argamassa, sua resistência e finalizações inadequadas.
Figura 6 – Construção de um edifício para fins coletivos. Aurora, Ce
Fonte: O autor (2016)
Em relação às fôrmas convencionais de madeira, a água também tem um
papel fundamental na sua utilização, após a limpeza da fôrma e antes do
lançamento do concreto, as fôrmas devem ser molhadas até a saturação, para que
não absorvam a água necessária à hidratação do cimento.
Na laje é fundamental uma boa cura para se obter um concreto resistente e
de qualidade e para realizar a cura, é preciso molhar continuamente a superfície do
concreto logo após o endurecimento do mesmo durante pelo menos os primeiros
30
sete dias. No caso de uma laje, ela deve ser molhada levemente com auxílio de
regador ou mangueira.
A cura do concreto é um procedimento técnico usado para desacelerar a
evaporação (pela ação do sol e dos ventos) da água de amassamento utilizada na
fabricação do concreto e possibilitar a completa hidratação do cimento. Esse
procedimento quando bem feito, aumenta a resistência do concreto em cerca de
30% além de diminuir a incidência de trincas e fissuras que podem comprometer a
estrutura da edificação, além de deixar a peça com um aspecto feio.
Figura 7 – Construção de uma residência unifamiliar. Aurora, Ce.
Fonte: O autor (2016)
No caso também da laje é fundamental que molhe o concreto com frequência
evitando que a superfície chegue a secar.
Agora, uma dica simples, que a experiência em obras proporciona, para que a
laje fique úmida por mais tempo, evitando que a água evapore rapidamente. pode-
se:
Colocação de lonas impermeáveis, de preferência de cor clara (para evitar o
aquecimento excessivo do concreto que ficaria desprotegido).
A prática mais comum é molhar o concreto por aspersão de água
(mangueira), e/ou usar panos ou papel para reter a umidade junto ao concreto
o máximo possível.
31
Juntar os sacos vazios de cimento, molhá-los bastante e coloca-los em cima
da laje.
Aplicar de folhas de papel , de tecidos (aniagem, algodão) ou camadas de
terra ou areia (com espessura de 3 a 5 cm) mantidos úmidos durante o
período de cura.
De acordo com as características do cimento o tempo da cura deve ser de
pelo menos sete dias, para o Portland comum (pois nesse período o cimento irá
desenvolver aproximadamente 60% da sua resistência final) e de 14 dias, para o
cimento Portland de alto-forno e pozolânico. Quando a cura não é bem feita, ou seja,
quando o concreto não fica úmido pelo tempo necessário para garantir resistência,
surgem rachaduras, acúmulo de água e infiltrações no local trabalhado. Também se
deve atentar a alguns problemas que atrapalham a cura, como ventanias,
temperaturas elevadas e baixa umidade do ar.
Há um processo que pode ser realizado colocando-se uma película na
superfície do concreto e que impossibilita a evaporação da água no concreto, para
esse processo dá-se o nome de cura química.
2.5.1. Tipos de fornecimento de água para as obras
Existem diversas formas de fornecer água para as obras, mas, primeiramente,
é indispensável que se tenha quantidade o bastante para que a mesma se mostre
com quantidade e qualidade adaptáveis às necessidades.
32
Figura 8 – Construção de uma edificação comercial e residencial. Aurora, Ce
Fonte: O autor (2016)
Quando não existe rede pública de água (algo incomum na maioria das
cidades), o primeiro passo é averiguar alguma chance de ampliação da rede junto
com a concessionária, caso também não haja a rede ou um plano para essa
ampliação, adotam-se outros meios para realização do processo, como por exemplo,
a compra da água que é entregue por caminhões pipas, através da captação de
águas pluviais e perfuração de poços no local da construção uma alternativa
economicamente viável quando se trata de casos em que as obras são de grande
porte e longa duração, desde que a mesma seja adequada às condições de uso.
Abaixo serão mostrados detalhes dos tipos mais frequentes de fornecimento
de água para a execução de atividades na indústria da construção civil:
Rede de distribuição da concessionária;
Caminhão pipa;
Poços artesianos.
33
2.5.2. Rede de distribuição da concessionária
A água da rede publica é indicada para a higiene pessoal e para o uso no
preparo dos materiais básicos no canteiro, pois a mesma apresenta qualidade
garantida. É recomendável porque a água retém algum resíduo dos materiais com
os quais entrou em contato. Existem substâncias encontradas no meio ambiente que
constitui a água doce da natureza, presente nos rios, lagos e lençóis subterrâneos,
são esses: sais dissolvidos, partículas em suspensão e microorganismos que podem
acarretar contaminação e danos à saúde.
Em atendimento às exigências estabelecidas pela legislação pertinente ao
consumo e distribuição de água (Portaria 518/04 do Ministério da Saúde) a
concessionária deve analisar a qualidade da água desde a captação até os pontos
de utilização. E tomar ações corretivas em caso de amostras que apresentaram
resultados fora dos padrões estabelecidos e a partir disso reconstituir o modelo de
qualidade, introduzindo novas análises.
Para ser efetivada a cobrança, alguns pontos são utilizados, tais como: como
custos dos serviços, previsão para devedores, amortização das despesas,
condições ambientais e climáticas, quantidade consumida, categorias e condição
econômica do usuário.
Caminhão pipa
Outro método de fornecimento de água em obras é a utilização de caminhão
pipa, comum em algumas cidades que desfrutam de empresas especializadas na
entrega de água potável utilizando esse meio, mas para isso esses equipamentos
precisam possuir as instalações e condições aprovadas pelo Ministério da Saúde.
Geralmente, os caminhões possuem capacidade de carregamento variando entre 10
m³, 15 m³ e 30 m³. O custo desse tipo de fornecimento varia de acordo com o seu
volume.
Assegura-se a potabilidade da água, através da apresentação obrigatória do
resultado das Análises Laboratoriais realizadas na fonte de coleta de água.
Poços artesianos
Tem-se um poço artesiano quando a pressão característica da água no local
é capaz de levar a água à superfície, quando é ao contrário, sem pressão forte o
34
bastante se faz a instalação de aparelhos para a captação da mesma, obtendo um
poço semi-artesiano. Ambos constituem de formas tubulares e profundas.
A pesquisa no site de empresas executoras de poços artesianos, como
HIDROGEO e GARÇA POÇOS ARTESIANOS, mostrou que, desde os primórdios da
história das civilizações, as águas subterrâneas são utilizadas pelo homem, através
de poços rasos escavados.
De acordo Pessarelo (2013) existe também o poço caipira ou convencional,
que obtém água dos lençóis freáticos - rios subterrâneos originados em
profundidades pequenas. Devido ao fato de serem rasos, os poços caipiras estão
mais sujeitos à contaminações por água de chuva e até mesmo por infiltrações de
esgoto.
De acordo com a GARÇA POÇOS ARTESIANOS, a perfuração de poços
tubulares profundos é um trabalho especializado na área de engenharia, ou seja,
todo esforço deve estar concentrado na contratação de empresas de perfuração de
poços que possuam quadros especializados de funcionários, geólogos, engenheiro
de minas ou engenheiros com especialização na área reconhecida pelo CREA.
Além disso, um bom projeto para um poço deve ter levado em conta os
seguintes elementos básicos, conforme indica a empresa HIDROGEO:
Consulta a mapas geológicos e hidro geológicos;
Estudos do comportamento e disposições das feições estruturais da região;
Análise dos poços existentes, quanto à profundidade, tipo de aquífero, tipo de
rochas perfuradas, volume de água bombeada, características hidro químicas
etc.
Definido o local mais apropriado para a perfuração do poço, o processo tem
que estar de acordo com as normas técnicas e dentro de uma tecnologia que
possibilite a maior segurança possível.
Existem ainda outros tipos de fornecimento de água para obras, como a
captação da água da chuva através de reservatórios, conhecidos também por
cisternas, existem também os poços manuais que são cavados à mão, que possui
baixo custo e capta a água do lençol freático, sendo que sua profundidade varia
muito.
35
2.5.3. Uso da água para limpezas executadas nas obras
A água é utilizada na limpeza de ferramentas e/ou após a execução de
algumas atividades e isso é indispensável, pois alguns resíduos da construção
podem deteriorar as ferramentas, manchando ou danificando as suas superfícies, se
não retirados adequadamente.
Por exemplo, conforme Yazigi (2004), as manchas de tintas deverão ser
retiradas com espátula, ou palha de aço e, posteriormente, todas as superfícies
cerâmicas, ou com pedras, deverão ser lavadas com água ou sabão.
Outra fonte de consumo de água envolvendo limpeza é o processo de molhar
vias em períodos muito secos, a fim de diminuir a poeira na obra.
2.5.4. Economia de água nas obras
Ainda é cedo para avaliar os impactos da crise hídrica na indústria da
construção civil, mas, na opinião de especialistas, o racionamento que pode ser
imposto nos próximos meses deve afetar drasticamente o setor. “A água é
importante para boa parte das indústrias relacionadas a essa área.” (CICHINELLI,
2016). As usinas de concreto, por exemplo, necessitam dela como matéria-prima
básica para o seu produto final, que é altamente perecível e não pode ser estocado.
A sustentabilidade é vigente em todas as etapas da construção: do projeto e
escolha de materiais à demolição e reciclagem, o que facilita bastante quando o
assunto é economizar e diminuir riscos ambientais.
Uma dica fundamental para economizar água em uma construção é o seu
reuso, armazenar água usada em certos serviços, pode ser um meio viável para sua
reutilização. Uma forma de economia é recolher água da chuva para usá-la na obra
em serviços que admitem seu uso. Evitar utilização de mangueiras furadas na obra,
pois isso ocasiona um considerável desperdício tendo em vista o tempo de gasto
dessa água. Alugar equipamentos também atua no processo de economia de água,
pois os mesmos tendem a ser modernos e estarem em boas condições de uso, isso
evita ineficiência na utilização dos recursos. Tudo isso para reduzir os impactos
negativos gerados ao meio ambiente pelas construções.
Algumas causas que geram danos à construção, quando vistas de formas
individuais, podem ser visualizadas apenas como detalhes fáceis de resolverem ou
36
como detalhes que não prejudicam tanto a obra, mas que na realidade, são mais
alguns fatores que compõem uns conjuntos de causas que acarretam na má e lenta
execução das tarefas da construção.
3. ESTUDO DE CASO
O estudo de caso busca apresentar, através de elementos obtidos
diretamente na pesquisa de campo, informações primárias e essenciais para que se
possa alcançar o objetivo principal do trabalho que é mostrar o uso e fornecimento
da água nas construções de pequeno e médio porte das cidades de Aurora, Barro e
Cedro localizadas no estado do Ceará.
3.1. Município de Barro
Os primeiros estudos e acompanhamentos foram realizados no município de
Barro localizado no sul Cearense e possui, segundo dados do IBGE levantados em
2010, 21.514 mil habitantes, com uma área de 711,887 km².
Figura 9 - Localização do Município de Barro no Estado do Ceará.
Fonte: IBGE (2010)
Esse município é inserido na área geográfica de grande dimensão do
semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005. Esta
37
demarcação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de
seca.
Pesquisas feitas na prefeitura municipal de Barro mostraram que esse
município é abundante em recursos hídricos de rios (Cuncas) e riachos (dos Antas,
dos Cavalos, Cumbe e outros), deságuam no Rio Salgado.
A Sede do Município de Barro utiliza manancial subterrâneo para o
abastecimento de água. Entretanto, o município possui um dos principais
reservatórios de água da sub-bacia do Salgado. Trata-se do açude dos Prazeres
(Figura 10), inaugurado em Novembro de 1988 pelo então presidente José Sarney,
possui uma capacidade de acumulação de 32.500.000 m³ de água. Este açude barra
o Riacho dos Macacos e possui uma bacia de captação de 152.600 Km² e vazão de
regularização de 0,3 m³/s. Ele é a principal fonte de captação para os habitantes do
Distrito de Cuncas, por meio de uma adutora de 1,78 Km e vazão de 6,00 L/s.
Também abastece o Distrito de Iara que capta água a 3,52 Km a jusante do Açude
dos Prazeres, responsável pela perenização do Rio Cuncas com vazão de 300 L/s,
beneficiando uma população em torno de 4.347 hab. e 5.292 hab., respectivamente,
beneficiando também a agricultura e a pesca que são as principais formas de
aproveitamento do potencial hídrico da represa de Prazeres. (CRSBS, 2009).
Figura 10 – Açude dos Prazeres localizado no distrito de Cuncas. Barro, Ce.
Fonte: O autor (2016)
38
3.2. Município de Aurora
Após os estudos realizados no município do Barro, a pesquisa seguiu para o
município de Aurora localizada também no estado do Ceará, que, de acordo com a
prefeitura municipal, está a 283 metros acima do nível do mar. É um município
situado na mesorregião do Sul Cearense, microrregião de Barro, região Político-
administrativa do Cariri.
Figura 11 - Localização do Município de Aurora no Estado do Ceará.
Fonte: IBGE (2010).
Segundo o Censo 2014 o município de Aurora tem uma população de 24.566
habitantes o que representa um acréscimo de 0,37% em relação ao censo de 2010
que mostrava o município do Menino Deus com uma população de
aproximadamente 24.566 habitantes, onde cerca de 52% da população à época
vivia na zona rural.
Segundo o IBGE, Aurora possui 885,836 km² de área territorial, com um clima
Tropical quente e semi-árido.
As principais fontes de água de Aurora fazem parte da bacia do Rio Salgado,
tendo como principais afluentes os riachos da Jitirana, Pau Branco, Tipi, dos
Cavalos, do Juiz, Olho d‟Água, Jenipapeiro e do Jenipapeiro de Cima (já divisa com
39
o município de Missão Velha). Outra fonte de água é o Açude da Cachoeira que é o
principal abastecimento de água da cidade e, que atualmente, decorrente da seca,
possui apenas 9% do seu volume total.
3.3. Município de Cedro
Para finalizar a pesquisa foi realizado um estudo no município de Cedro
localizado no mesmo Estado, o mesmo possui uma quantidade considerável de
obras de médio porte, ponto fundamental na análise.
Figura 12 - Localização do Município de Cedro no Estado do Ceará.
Fonte: IBGE (2010).
De acordo com a Prefeitura municipal da cidade, Cedro é um município
brasileiro do estado do Ceará, localizada na Região Centro-Sul do Estado, estando a
uma altitude de 250 metros.
Sua população estimada em 2010 pelo IBGE era de 24.527 habitantes.
Possui uma área de 678,86 km². E um clima também tropical quente e semiárido.
As principais fontes de água fazem parte das bacias do Alto Jaguaribe e do
Salgado, sendo elas os riachos: São Miguel, Jacu e do riacho Machado e outros
tantos. Existem ainda diversos açudes, dentre eles, o principal é o açude Ubaldinho
que abastece a cidade.
40
3.4. Resultado das pesquisas feitas à população
As cidades dispõem de inúmeras obras de pequeno e médio porte,
localizadas em distintos bairros desses municípios. O estudo foi composto de
questionamentos distintos feitos á população e aos funcionários das obras, seguido
de uma análise de obras avaliadas.
O questionamento aplicado à população objetiva avaliar o conhecimento da
população sobre a origem da água usada nas construções das cidades em questão.
Foram elaborados gráficos compostos pelos resultados obtidos. O primeiro
questionamento foi aplicado no município barrense, obtendo os seguintes dados:
Gráfico 3 – Dados obtidos no questionamento aplicado à população Barrense
Fonte: O autor (2016)
É possível observar que a maior parte da população entrevistada no
município do Barro não possui conhecimento sobre a origem da água usada nas
obras da cidade e o segundo maior percentual mostra que muitos acreditam que a
água usada é fornecida pelo açude Prazeres, localizado no distrito de Cuncas, como
já foi mostrado no trabalho. O terceiro maior dado obtido indica que algumas
pessoas pressupõem que a água é a da concessionária do município e uma minoria
acredita que a água é comprada e fornecida por caminhões pipas.
Não possui conhecimento
53% Concessionária -
CAGECE 19%
Compra de água 4%
Açude Prazeres (Cuncas)
24%
Conhecimento da população sobre origem da água usada nas obras da cidade de Barro
41
Figura 13 – Ampliação de uma edificação para fins diversos.
Fonte: O autor (2016)
O questionamento também foi aplicado ao munícipio de Aurora, tendo como
resultados as análises a seguir:
Gráfico 4 – Dados obtidos no questionamento aplicado à população Aurorense
Fonte: O autor (2016).
Observou-se nas análises acima que, assim como na cidade anterior, a
população Aurorense ainda desconhece a origem da água usada nas construções
de sua cidade, representando 47% do total de pessoas entrevistadas, seguindo por
21% que acredita que a água usada é fornecida pela concessionária atual e uma
Não possui conhecimento
47%
Concessionária - CAGECE
21% Compra de água
2%
Açude Cachoeira 20%
Rio Salgado 10%
Conhecimento da origem da água usada nas obras da cidade de Aurora
42
grande parte pressupõe que o fornecimento de água é dado pelo açude Cachoeira
que é o responsável pelo abastecimento da cidade, ou seja, mesma água
direcionada à concessionária e, verifica-se ainda, uma minoria que respondeu que a
água para as obras é comprada.
Figura 14 – Construção de uma residência unifamiliar. Aurora, ce
Fonte: O autor, 2016.
Por fim, foi aplicado o questionamento à população de Cedro, também com o
mesmo objetivo demonstrado antes nas pesquisas em outras cidades, os resultados
adquiridos estão representados abaixo:
43
Gráfico 5 – Dados obtidos no questionamento aplicado à população Cedrense
Fonte: O autor (2016).
Analisando os dados obtidos, observa que a média de resposta não
diferencia de forma considerável aos resultados mostrados anteriormente. A maioria
da população entrevistada no município de Cedro não sabe a origem da água que é
usada em atividades construtivas, seguindo de 31% que declara a concessionária
como fornecedora dessa água e uma minoria que acredita que a água é do açude
responsável por abastecer a cidade. O resultado acima difere dos demais, pois
ninguém respondeu que a água pode ser comprada para usos na construção civil.
Não possui conhecimento
52% Concessionária 31%
açude Ubaldinho 17%
Conhecimento da origem da água usada nas obras da cidade de cedro
44
Figura 15 – Reforma da estação de trem de Cedro, Ce
Fonte: O autor (2016)
3.5. Resultado das pesquisas feitas aos funcionários das obras
Essa pesquisa teve com principal objetivo descobrir o fornecimento de água
na maior parte das obras das cidades, um questionamento de cunho analítico
também foi aplicado aos funcionários dessas construções.
Muitas obras das cidades estudadas foram avaliadas com o intuito de
mostrar a população o fornecimento e a importância do conhecimento do destino da
água potável do munícipio e a sua economia diária.
Os gráficos a seguir mostram de forma sucinta os resultados obtidos através
das pesquisas realizadas nos três municípios:
45
Gráfico 6 – Fornecimento da água usada nas obras do município do Barro
Fonte: O autor (2016)
Gráfico 7 - Fornecimento da água usada nas obras do município de Aurora
Fonte: O autor (2016)
Concessionária 61%
Poços artesianos 11%
Poços manuais 18%
Concessionária e captação de água
pluvial 10%
Fornecimento da água usada nas obras do município do Barro
Concessionária 69% Poços artesianos
6%
Poços manuais 8%
Concessionária e captação de água
pluvial 17%
Fornecimento da água usada nas obras do município do Aurora
46
Gráfico 8 - Fornecimento da água usada nas obras do município de Cedro
Fonte: O autor (2016)
A maioria das obras avaliadas utiliza água fornecida pela concessionária do
município, alguns operários utilizam do meio de captação pluvial junto com a
concessionária para realizar os trabalhos da obra que necessitam de água, uma
forma simples de economizar água. Existem também as obras que dispõem de
poços artesianos e manuais, esses poços são meios raros, mas que são
fundamentais para o processo de economia da água para a população.
Concessionária 73%
Poços manuais 5%
Concessionária e captação de água pluvial
22%
Fornecimento da água usada nas obras do município do Cedro
47
Figura 16 – Reforma da estação de trem do município de Cedro, Ce
Fonte: O autor (2016)
Foi questionada aos operários uma média da quantidade de água usada
diariamente nas etapas da obra que necessitam de mais água, e o resultado foi de
300 litros de água, que segundo eles, é o mínimo necessário para concluir seus
trabalhos no dia.
Ressaltar e aumentar os padrões de qualidade e economia do setor da
construção significa enumera esses diversos representantes do processo e
compromete com a qualidade de seus processos e produtos parciais e com a
qualidade do produto final, cujo objetivo é satisfazer as necessidades do usuário.
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4. CONCLUSÃO
A construção civil é uma indústria vasta em trabalhos e equipamentos,
utilizando dos mais diversos recursos tecnológicos e naturais para finalizar com
qualidade e compromisso suas atividades.
É um ramo que viabiliza o crescimento das suas cidades e resulta em
desenvolvimento global, sendo lucro para um lado (progresso) e prejuízo para o
outro (meio ambiente).
Essa indústria utiliza, de forma abundante, muitos recursos naturais para a
conclusão dos seus trabalhos, dentre eles a água como foi mostrado no presente
trabalho, por isso foi feita toda esta pesquisa com o intuito de conscientizar as
pessoas a importância do conhecimento a respeito do fornecimento, a origem e
economia da água usada nas obras das cidades estudadas. Os meios mostrados
anteriormente possibilita um gasto reduzido de águas nas obras.
A reutilização da água na construção civil, desde que adequada, pode ser
uma maneira de usar uma água „segura‟, contribuir para a sustentabilidade do
planeta e ainda trazer benefícios econômicos.
Pode-se concluir com a pesquisa que a origem da água da maior parte das
obras é fornecida pela concessionária local de cada cidade, porém um número
reduzido de pessoas tem conhecimento desse fato o que impossibilita origem de
uma possível preocupação por parte da população em relação ao uso da água,
diminuindo as chances de minimizar o desperdício.
49
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APÊNDICES
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QUESTIONÁRIO 01 (POPULAÇÃO)
1-Qual a sua visão a respeito do uso da água na construção civil?
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2-De onde você imagina que vem a água utilizada nas construções?
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3-Você concorda com o uso da água potável em obras?
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4-O que você acha que poderia ser feito para diminuir o desperdício de água nas obras?
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QUESTIONÁRIO 02 (FUNCIONÁRIOS DAS OBRAS)
1-Qual a origem da água usada nessa obra?
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2-Qual a média de gasto diário de água nas em etapas que consomem mais água?
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3-Você busca formas de economia de água? Quais?
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