Upload
dangthuan
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS – CCT
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
HABILITAÇÃO EM EDIFÍCIOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
EDSON PAULINO DE ALCANTARA
INSPEÇÃO E PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS DO SISTEMA DE
ILUMINAÇÃO DAS SALAS DE AULA DE UMA ESCOLA PÚBLICA
VISANDO A VIABILIDADE DE AULAS NO PERÍODO NOTURNO
JUAZEIRO DO NORTE
2016
EDSON PAULINO DE ALCANTARA
INSPEÇÃO E PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS DO SISTEMA DE
ILUMINAÇÃO DAS SALAS DE AULA DE UMA ESCOLA PÚBLICA
VISANDO A VIABILIDADE DE AULAS NO PERÍODO NOTURNO
JUAZEIRO DO NORTE
2016
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de Tecnologia da Construção Civil
habilitação em Edifícios da Universidade
Regional do Cariri como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do Grau de
Tecnólogo em Tecnologia da Construção Civil
habilitação em Edifícios.
ORIENTADOR: Prof. José de Anchieta A. Santana
EDSON PAULINO DE ALCANTARA
INSPEÇÃO E PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS DO SISTEMA DE
ILUMINAÇÃO DAS SALAS DE AULA DE UMA ESCOLA PÚBLICA
VISANDO A VIABILIDADE DE AULAS NO PERÍODO NOTURNO
BANCA EXAMINADORA
________________________________
José de Anchieta A. Santana (Orientador)
Universidade Regional do Cariri
_____________________________________________
Professor Me. Jefferson Luiz Alves Marinho (Avaliador)
Universidade Regional do Cariri
____________________________________________
Prof. Paulo Ricardo Evangelista Araújo (Avaliador)
Universidade Regional do Cariri
DATA DE APROVAÇÃO: _______ DE JUNHO DE 2016
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida e por ter chegado até onde cheguei hoje.
Ao meu orientadorJosé de Anchieta, por ter me ajudado na realização desse trabalho.
Aos meus Pais e irmãos pelo amor e confiança depositados em mim, e por sempre
estarem comigo em qualquer situação.
A minha turma de graduação 2012.1 pelos anos de amizades, pelo tempo de estudo.
Ao meu amigo Leonardo que me ajudou na coleta de dados sem falar da sua amizade ao
longo dos anos.
A minha amiga Maria Ludmila que verificou e corrigiu os erros ortográficos em meu
trabalho.
A todos os Professores do curso de Tecnologia da Construção Civil habilitação em
Edifícios da Universidade Regional do Cariri.
A Escola José Bizerra de Brittopelo apoio e pela receptividade durante todo o processo
para conclusão do TCC.
A Universidade Regional do Cariri – URCA e a todos que direta ou indiretamente
contribuíram na realização deste trabalho
Muitíssimo obrigado!
“Não venci todas batalhas que lutei,
mas perdi todas que deixei de lutar.”
(Matheus Azevedo)
RESUMO
A função principal de um edifício escolar é estimular a aprendizagem da maneira mais
simples e eficaz. Para garantir uma boa aprendizagem,utilizar uma iluminação de
qualidade é essencial, fazendo-se necessário atentar a três fatores, níveis mínimos de
iluminância, uniformidade da luz e ausência de ofuscamento. A fim de assegurar a boa
iluminação a NBR 5413 define níveis mínimos para cada tipo de ambiente.Para atender
os requisitos da Norma, faz-se necessário uma análise da iluminação disponível nas
salas de aula, garantido a preservação da visão e a aprendizagem dos alunos.Dando
ênfase à quantidade mínima de iluminamento o presente trabalho tem por objetivo
propor ações de adequação no sistema de iluminação das salas de aula a partir do
método dos lúmens, que consiste em averiguar o iluminamento utilizando-se de cálculos
e medições.
Com base nos resultados encontrados constatou-se a necessidade de medidas
preventivas e alterações para que o sistema de iluminação atenda as especificações da
Norma vigente.
Palavras chaves: Iluminação. Salas de aula. NBR 5413. Método dos lumens.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Entrada da Escola Professor José Bizerra de Britto........................................11
Figura 2. Localização da Escola Professor José Bizerra de Britto.................................12
Figura 3. Pilares de uma boa iluminação (tradução nossa)............................................17
Figura 4. Diferenças no consumo e economia de lâmpadas incandescentes, halógenas,
fluorescentes e de LED....................................................................................................20
Figura 5.Exemplo de lâmpada incandescente e suas principais partes.........................20
Figura 6. Formas das lâmpadas fluorescentes................................................................21
Figura 7. Iluminância......................................................................................................25
Figura 8. Luminância......................................................................................................26
Figura 9. Fluxo luminoso de fontes conhecidas.............................................................28
Figura 10. Altura útil......................................................................................................30
Figura 11. Fator de utilização, luminária (Teto, parede, piso). Adaptada......................31
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Fluxo luminoso das lâmpadas em uso na escola.............................................16
Tabela 2. Grau de reflexão..............................................................................................23
Tabela 3. Valores de iluminâncias médias mínimas para salas de aula..........................24
Tabela 4. Eficiência luminosa de várias fontes luminosas(Adaptada)..........................27
Tabela 5. Fator de perdas luminosas...............................................................................29
Tabela 6. Iluminamento atual da Escola Professor José Bizerra de Britto, Ponta da
Serra, Crato-CE...............................................................................................................33
Tabela 7. Proposta de adequações no sistema de iluminação da Escola José Bizerra de
Britto, Ponta da Serra, Crato-CE.....................................................................................36
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
1.1. Contexto .................................................................................................................. 10
1.2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 13
1.3. OBJETIVOS ..................................................................................................... 14
1.3.1 Objetivo geral. .................................................................................................... 14
1.3.2 objetivos específicos. .......................................................................................... 14
1.4 METODOLOGIA .............................................................................................. 15
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 17
2.1.Sistemas De Iluminação. ......................................................................................... 17
2.1.1 Iluminação Artificial. .................................................................................. 18
2.2 Lâmpadas. ................................................................................................................ 19
2.2.1 Lâmpadas Incandescentes. .................................................................................. 20
2.2.2 Lâmpadas De Descargas .................................................................................... 21
2.2.3Lâmpadas De Estado Sólido Led. ...................................................................... 22
2.3 Luminárias. .............................................................................................................. 22
2.4 NBR 5413: Iluminância De Interiores. .................................................................. 23
2.5 Índice de Reprodução de Cores (IRC). .............................................................. 24
2.6Iluminância (E) ........................................................................................................ 25
2.7 Luminância .......................................................................................................... 26
2.8Eficácia Luminosa. ................................................................................................... 27
2.9Intensidade luminosa ............................................................................................ 28
2.10 Fluxo Luminoso. ................................................................................................ 28
2.11 Depreciações do fluxo Luminoso. ..................................................................... 29
2.12 Índices Do Recinto Ou Fator Local K. ................................................................ 29
2.13Fator de utilização .................................................................................................. 30
2.14 Método Dos Lúmens .............................................................................................. 31
3. RESULTADOS ......................................................................................................... 33
3.1 Verificação do Sistema Atual de Iluminação .................................................... 33
3.2 Proposta de soluções para os problemas encontrados no sistema de
iluminação ...................................................................................................................... 33
3.3 Ações que poderiam melhorar o desempenho do sistema de iluminação das
salas de aula .................................................................................................................... 36
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 38
REFERENCIAS ........................................................................................................... 39
ANEXOS ........................................................................................................................ 41
10
1. INTRODUÇÃO
A vida do homem está intimamente ligada à luz. As experiências armazenadas
na memória, em sua maioria, são ativadas através de imagens. A luz exerce influência
sobre o estado de espírito. Lugares pouco iluminados causam sensações de angústia e
tristeza, enquanto que ambientes coloridos e bem iluminados provocam sensações de
alegria e prazer (TRAPANO; PORTO, 1997).
Sabe-se que a função principal de um edifício escolar é estimular a
aprendizagem da maneira mais eficaz possível e para isso uma boa iluminação preserva
a visão do estudante e incita o desenvolvimento da criança (PEREIRA; SOUSA, 2005).
Para obter-se uma iluminação adequada é necessário atentar-se há três fatores básicos:
os níveis mínimos de iluminância, boa uniformidade da luz no ambiente e a ausência de
ofuscamento.
Sem dúvidas a luz artificial tornou-se imprescindível para as melhores condições
de trabalho nos ambiente, tornando ainda mais seguras e confortáveis as nossas vidas.
Em relação ao bem estar humano, a iluminaçãoapresenta-se como um fator importante
na qualidade de vida.
Cada espaço requer um tipo de iluminação específico e distinto, sejam eles
residenciais ou comerciais. De acordo com a NBR 5410:2004 as instalações elétricas de
cada ambiente devem apresentar condições que garantam a segurança das pessoas e
animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. A NBR
5413:1992 estabelece os valores de iluminâncias médias mínimas para a iluminação
artificial de interiores, onde se realizem atividades de comércio, indústria, ensino,
esporte entre outras.
Com base nessas informações o presente trabalho faz um estudo de caso do
sistema de iluminação das salas de aula da Escola Professor José Bizerra de Britto
situada no distrito de Ponta da Serra, Crato-CE,observando a viabilidade de haver aula
no período noturno, dando enfoque aos índices de iluminamento dos ambientes, para
garantir o conforto e seguranças. A partir desse estudo, foram propostas medidas
preventivas em conformidades com as NBR 5410:2004 e da NBR 5413:1992.
1.1. Contexto
A proposta do projeto de pesquisa foi realizada na escola Professor José Bizerra
de Britto, localizada na Rua Bernardo Vieira S/N,Distrito de Ponta da Serra, Crato-CE.
11
A escola possui20 divisõesentre banheiros, cantina, diretoria, salas de aula, biblioteca,
com 24 turmas em um funcionamento matutino e vespertino onde estão matriculados
718 alunose possuium quadro de 72 funcionários. São utilizadas 12 salas para ensino
infantil e fundamental e essas salas de aula serão o objeto de estudo, onde serão
observadas as condições de iluminação a fim de possibilitar o funcionamento das salas
no período noturno.
Figura 1. Entrada da Escola Professor José Bizerra de Britto.
Fonte: Elabora pelo autor.
Ponta da Serra é um dos dez distritos político-administrativos em que está
subdivido o município de Crato. Localiza-se às margens da rodovia CE-055, a cerca de
15 km da sede do município. Segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica
do Ceará – IPECE (2014), o distrito de Ponta da Serra foi criado em 1957. É banhado
pelas águas do rio Carás, que forma um imenso vale de mesmo nome, que tem uma das
terras mais férteis do Ceará.
O Distrito dispõe de equipamentos sociais einfraestrutura compatível com as
necessidades da população, tais como: escolas de educação infantil, ensino fundamental
e médio; posto de atenção primária a saúde; estrutura de atendimento em segurança
pública; sistema de telefonia pública, comercial e residencial; edificações com
condições para a instalação da Prefeitura e da Câmara Municipal; estabelecimento de
12
venda a varejo de combustível para veículos e gás de cozinha e posto de serviços dos
correios (LIMA, 2010).
Figura 2. Localização da Escola Professor José Bizerra de Britto.
Fonte: GOOGLE MAPS. Disponível em:
<http://www.escol.as/67627-professor-jose-bizerra-de-britto >.
Acesso em: 17 mar. 2016.
13
1.2. Justificativa
A existência de projetos defasados ou mesmo inexistentes, contribuem para a
precariedade das instalações elétricas em diversos estabelecimentos.
Com isso o presente trabalho visa um estudo do sistema de iluminação das salas
de aula da Escola, e caso problemas forem encontrados, fornecer uma proposta de
adequação propondomelhorias nas instalações, melhorando o conforto e a segurança,
reduzindo os acidentes ocasionados pela má funcionalidade das instalações em estudo.
14
1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivo geral
Analisar o sistema de iluminação nas salas de aulada escola Professor José
Bizerra de Britto para viabilizar o ensino no período da noite, visando propor
adequações para atendimento as Normas regulamentadoras.
1.3.2.Objetivos específicos
Descrever os sistemas de iluminação conforme normas técnicas;
Elaborar uma listagem para orientar a identificação dos pontos de não
conformidade da norma e propor soluções para cada sala de aula;
Sugerir ações de eficiência energética.
15
1.4. Metodologia
Para a continuidade do trabalho foram realizadas duas visitas à escola,onde
foram coletados diversos dados (número de salas, quantidade de lâmpadas, dimensões
das salas de aula).
Durante visitas ao colégio foi necessário identificar a área e o perímetro de cada
ambiente, bem como a quantidade de lâmpadas e luminárias presentes nos ambientes
em estudo. Foi observado também as cores das paredes, piso e teto, para serem
realizados os devidos cálculos segundo o índice local “K”. Em função do índice Local
em conjunto com as cores das paredes, teto e piso foi determinado o fator de utilização
(u).Como forma de nortear o processo de identificação das não conformidades e com o
objetivo de organizar as informações levantadas, foram elaboradas plantas contendo os
principais dados das salas de aula (Anexo 1 a 12).
Após a revisão bibliográfica apoiada com as noções já adquiridas durante as
aulas de eletrotécnica, o método dos lúmens foi utilizado para averiguar o iluminamento
de cada sala. Foi calculado e comparado com as recomendações da NBR 5413. Os
índices de Iluminância foram colocados como adequados ou não a partir do que é
descrito na norma NBR 5413 para escolas, mais especificamente para salas de aula.
Adotou-se a recomendação de 300 lux, como valor ideal para salas de aula.
A partir dessa comparação foi elaborada uma tabela apontando as não
conformidades dos ambientes em relação à norma.
Roteiro para o cálculo da iluminação:
1. Identificação das dimensões do local, cores das paredes, teto e piso;
2. Cálculo da altura útil;
3. Cálculo do Índice do recinto ou fator local K (equação 4);
4. Relacionar o Índice do recinto com as refletâncias (Teto, parede, piso) da tabela 2,
para a obtenção do Fator de Utilização (figura 11);
5. Cálculo do fluxo luminoso de acordo com a quantidade de lúmens emitido por cada
lâmpada (Tabela 1);
16
Tabela 1. Fluxo luminoso das lâmpadas em uso na escola.
Lâmpadas Fabricante F. Luminoso Medidas Potencia (w) Tensão (v)
Fl. Compacta 3u T4 G-light 1504 54x177 25 220
Fl. Tubular T8 G-light 2200 26x1210 36 220
Fonte: Elaborada pelo autor.
6. Cálculo do iluminamento a partir da equação (6);
7. Comparar o iluminamento obtido com as especificações da NBR 5413.
17
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1.Sistemas de iluminação
O sistema de iluminação pode ser dividido em natural e artificial com o objetivo
de fornecer luz para prática de tarefas visuais, proporcionando um ambiente visual
adequado aos ocupantes dos postos de trabalho (GHISI, 1997). Além do que, esta
iluminação deve atender as exigências do usuário apenas nos momentos em que se
realiza a tarefa visual, normalmente determinado pelo período de ocupação do ambiente
construído. Para que se atinja esse objetivo é necessário o uso correto da luz, através da
otimização dos níveis de iluminação, do índice de reprodução de cor e da temperatura
de cor da fonte de luz, das taxas de luminâncias e contrastes.
Nesse contexto percebe-se que o foco principal de um sistema de iluminação é
garantir a melhor qualidade de iluminação possível sempreatentando a três pontos
básicos: conforto individual, arquitetura e aspecto financeiro (figura 3).
Figura 3. Pilares de uma boa iluminação (tradução nossa).
Fonte: VEITCH, J. A. Light, lighting, and health: issues for
consideration. LEUKOS: The Journal of the Illuminating
Engineering Society, v. 2, n. 2, out. 2005.
Os sistemas de iluminação, tanto natural como artificial, possuem diversas
características que podem ser utilizadas para atingir a eficiência energética e oconforto
18
visual dos usuários e que devem por isso ser analisadas e compreendidas para que sejam
utilizadas da melhor maneira possível. O sistema de iluminação natural não será
considerado, pois o estudo visa uma avaliação de atividades no período noturno.
A melhor maneira de se analisar um sistema de iluminação é através da
eficiência energética. Segundo Ghisi (1997) um sistema de iluminação energeticamente
eficiente pode ser obtido através da minimização de duas variáveis: o tempo de
utilização e a potência instalada. Os sistemas energeticamente eficientes, quando não
entendidos adequadamente, podem parecer caros e causar a impressão de proporcionar
condições de trabalho luxuosas. Porém, esse tipo de sistema deveria ser considerado um
investimento de retorno financeiro garantido em virtude do seu considerável potencial
econômico, ou seja, o investimento inicial pode custar mais do que uma instalação
ineficiente, contudo o retorno vem em poucos anos através da economia de eletricidade
e de redução nos custos de reposição de equipamentos.
2.1.1.Iluminação artificial
A iluminação artificial é toda fonte de luz produzida pelo homem para suprir a
necessidade de iluminação quando a luz natural não é suficiente. Segundo Ghisi (1997),
as lâmpadas são componentes do sistema de iluminação artificial que convertem energia
elétrica em luz visível e, para que esta possa ser produzida e distribuída adequadamente,
é necessária a utilização, respectivamente, de reatores (dependendo da lâmpada
utilizada) e de luminárias que são os componentes auxiliares do sistema de iluminação
artificial.
De acordo com Paine (2008) a luz artificial é gerada por fontes de energia não-
naturais. A maioria das atividades humanas seriam praticamente impossíveis se não
existissem fontes alternativas de luz. A vantagem dessa luz reside no fato de que ela
pode ser controlada de acordo com as vontades e as necessidades do homem. É possível
monitorar adequadamente a intensidade, a qualidade e a quantidade de luz para
determinadas situações.
A iluminação natural apresenta diversas vantagens em relação à artificial, porém
nem sempre pode nos garantir um nível de iluminação adequado, necessitando, na
maioria dos casos, da iluminação artificial como complemento. TOLEDO (2008 apud
Schmid, 2005) destaca que, independente do aproveitamento que se faça da luz natural,
19
a luz artificial, para ser usada à noite ou não, é um elemento quase inevitável da
expressividade dos ambientes.
2.2. Lâmpadas
Lâmpadas são responsáveis pelo fornecimento de energia luminosa, que é
essencial o auxílio de luminárias, que através das mesmas se obtém uma melhor
distribuição de luminosidade, bem como uma proteção adequada contra as
intempéries,além do que proporciona tanto um visual agradável quanto estético
(CREDER, 2007). Em geral as lâmpadas são classificadas, de acordo com o seu
mecanismo básico de produção de luz, em lâmpadas incandescentes, lâmpadas de
descarga e estado sólido (LED).
Um dos tipos de lâmpadas mais utilizadas era as do tipo incandescentes, porém
essas lâmpadas gastam 95% da energia para aquecer e somente 5% para iluminar, com
isso, utilizam muita energia para fornecer pouca luz, ou seja, apesar de seu baixo custo
de aquisição elas consomem muita energia, tornando se economicamente inviáveis.A
portaria Nº 1.007 foi estabelecida em conjunto entre o Ministério de Minas e Energia,
Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação e o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior proibiu, desde o dia 1 julho de 2015, a venda das
lâmpadas incandescentes de 60 watts. Agora o consumidor pode optar pelo uso das
lâmpadas fluorescentes compactas, halógenas ou de LED.
As lâmpadas fluorescentes compactas e as de LED tem uma durabilidade maior
que as incandescentes, segundo o Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica (Procel), as incandescentes duram em média 1000 horas, as fluorescentes 6 mil
horas e as de LED duram cerca de 25 mil horas. Sem falar na diferença no consumo e
na economia (Figura 4).
20
Figura 4. Diferenças no consumo e economia de lâmpadas incandescentes, halógenas, fluorencentes e de
LED.
Fonte: ArqPlane, Arquitetura e Design, 2015. Disponível em:
https://arqplane.wordpress.com/2015/08/05/o-fim-das-lampadas-incandescentes-e-a-economia-na-conta-
de-luz/. Acesso: 21 jun. 2016.
2.2.1. Lâmpadas incandescentes
São lâmpadas mais antigas, usadas na iluminação residencial que emitem luz a
partir de um filamento incandescente (Figura 5). Por serem de baixa eficiência, ou seja,
gastam muita energia produzindo muito calor e pouca luz, as mesmas estão sendo
substituídaspelas Lâmpadas Fluorescentes. Lâmpadas incandescentes são usadas em
luminárias, emresidências, comercio, iluminação decorativa. O uso da mesma pode estar
relacionado com o fato de serem mais antigas e mais baratas.
Figura 5. Exemplo de lâmpada incandescente e suas principais partes.
Fonte: GARCIA JÚNIOR, E. Luminotécnica. Coleção estude e use - Série instalações
elétricas. Editora Érica Ltda, São Paulo, 1996.
21
Existem três tipos de lâmpadas incandescentes utilizadas em edificações
(LAMBERTS et al., 1997), comuns, alógenas e as espelhadas. Embora todas elas
possuíram o mesmo principio de funcionamento, as espelhadas e alógenas possuem
características que diferem das comuns. As lâmpadas comunssão as mais conhecidas e
de tecnologia mais antiga, se apresentam em bulbos claros ou leitosos, já as lâmpadas
alógenas funcionam com um gás alógeno no interior do bulbo e algumas possuem um
refletor dicroico, proporcionando uma luz mais fria do que as comuns. As lâmpadas
espelhadas possuem um refletor interno que melhora o condicionamento da luz e
funciona como uma luminária.
2.2.2. Lâmpadas de descarga
São lâmpadas mais compactas, econômicas e produz luz muito brilhante (figura
6). O seu uso é bastante comum na iluminação interna de grandes lojas, galpões,
fábricas, em vitrines e na iluminação de áreas externas (postes de ruas). Um dos fatores
do seu uso que além de possuírem baixo consumo de energia, a luz extremamente
brilhante, possibilita iluminação de grandes áreas. São classificadas em fluorescentes
comuns, as compactas e as lâmpadas de vapor de mercúrio (PROCEL, 2002).
Figura 6. Formas da lâmpadas fluorescentes.
Fonte: PEREIRA, F. O. R; SOUZA, M. B. Conforto ambiental: iluminação.
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. 120p. Apostila.
22
As lâmpadas de descarga normalmente necessitam de dispositivos externos para
realizar sua ignição e estabilização de corrente. Além disso, possuem,
normalmente,eficiência luminosa e vida útil maiores que as incandescentes. Porém
possuem um maiorcusto de implantação e um índice de reprodução de cores
relativamente baixo, quando comparados às incandescentes (FIORINI, 2006).
As lâmpadas fluorescentes comuns possuem um ótimo desempenho, são mais
indicadas para iluminação de interiores. Por sua alta eficiência que é do tipo HO (high
output), indicada por razões de economia, é bastante utilizada em escritórios, mercados,
lojas e entre outros. As lâmpadas fluorescentes compactas são assim chamadas devido
ao seu pequeno tamanho e baixa potência, disponíveis de 7 a18 W. Devido a sua
excelente eficiência luminosa, proporcionando uma redução no calor gerado pelo
sistema e consequentemente uma grande economia de energia elétrica, tem causado uma
grande revolução no quesito de concepção de projetos de iluminação com lâmpadas
fluorescentes. As lâmpadas do tipo vapor de mercúrio são empregadas em locais de
grandes proporções, um exemplo é a iluminação de vias publicas (PEREIRA &
SOUZA, 2005).
2.2.3. Estado sólido LED (Light Emitting Diode)
Lâmpadas de estado sólido ainda estão sendo desenvolvidas. Como Creder
(2007) menciona, a geração futura dos conhecidos LEDs. Tendo uma eficiência
energética muito mais superior as fluorescentes compactas. Atualmente esse tipo de
iluminação é bastante utilizado em painéis, aparelhos eletrônicos e em semáforos, uma
vez que os mesmos necessitam de uma grande eficácia luminosa.
2.3. Luminárias
De acordo com as disposições da Philips (1981) as luminárias são aparelhos
destinados à fixação da lâmpada. Mas, além de dar suporte, elas devem controlar e
distribuir a luz, manter a temperatura de operação dentro dos limites estabelecidos, ter
uma aparência agradável, ser economicamente viável e facilitar instalação, conservação
e manutenção.
A luminária é um dos principais fatores de qualidade da iluminação,
poisdetermina os contrastes, a possibilidade de boa adaptação, a presença ou não de
ofuscamento e, em geral, a capacidade visual e o bem estar causado pela iluminação
(GHISI, 1997).
23
Uma luminária eficiente otimiza o desempenho do sistema de iluminação
artificial. Ao avaliar uma luminária, sua eficiência e suas características de emissão são
de considerável importância (LAMBERTS et al., 1997, p. 82).
Fiorini(2006) diz que ao dimensionar a quantidade de luminárias ideal à
iluminação de um determinado ambiente, deve-se considerar a eficiência da luminária,
as dimensões do recinto e a refletância de suas paredes, sendo que a refletância da
superfície está diretamente relacionada com a cor da tinta utilizada nas superfícies do
ambiente ou pelo material que ele é constituído (Tabela 2).
Tabela 2. Grau de reflexão.
COR GRAU DE REFLEXÃO
BRANCO 70 ATÉ 80%
PRETO 3 ATÉ 7%
CINZA 20 ATÉ 50%
AMARELO 50 ATÉ 70%
TIPO DE MATERIAL GRAU DE REFLEXÃO
MADEIRA 70 ATÉ 80%
CONCRETO 3 ATÉ 7%
TIJOLO 20 ATÉ 50%
ROCHA 50 ATÉ 70%
Fonte: PHILIPS. Manual de Iluminação. 3. ed. Holanda:
Philips Lighting Division, 1981.
Segundo Santamouris (1996) a falta de manutenção em luminárias pode reduzir
o fluxo luminoso em 30%. Porém, Iesna (1995) afirma que a falta de manutenção em
luminárias pode reduzir a iluminância em 25 a 50%, dependendo da aplicação e do
equipamento utilizado.
2.4.NBR 5413: iluminância de interiores
A NBR 5413, Iluminância de Interiores, estabelece os valores de iluminâncias
médias mínimas em serviço para iluminação artificial em interiores, onde se realizem
atividades de comércio, indústria, ensino, esporte e outras (ABNT, 1992, p.1).
24
Essa norma indica, para cada ambiente, três valores de iluminância, devendo o
valor médio ser utilizado em todos os casos, o valor mais alto quando a tarefa se
apresenta com refletâncias e contrastes bastante baixos, erros são de difícil correção, o
trabalho visual é crítico, a alta produtividade ou precisão são de grande importância e a
capacidade visual do observador está abaixo da média. Com relação ao valor mais
baixo, ele pode ser utilizado quando refletâncias ou contrastes são relativamente altos, a
velocidade e/ou precisão não são importantes e a tarefa é executada ocasionalmente
(ABNT, 1992).
Dentro desse contexto é definido segundo a NBR 5413 (ABNT, 1992) que para
salas de aula os valores médios mínimos devem ser de 200, 300 e 500 lux (Tabela 3).
Tabela 3. Valores de iluminâncias médias mínimas para salas de aula
(adaptada).
AMBIENTES ILUMINÂNCIA (LUX)
ESCOLAS
Salas de Aulas 200 - 300 – 500
Quadros negros 300 - 500 – 750
Salas de trabalhos manuais 200 - 300 – 500
Fonte:ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT. NBR
5413: Iluminância de Interiores. Rio de Janeiro, 1992. 13p.
2.5. Índice de Reprodução de Cores (IRC)
O índice de reprodução de cor é baseado em uma tentativa de mensurar a
percepção da cor avaliada pelo cérebro. O IRC é o valor percentual médio relativo à
sensação de reprodução de cor, baseado em uma série de cores padrões (LUZ, 2007).
Para facilitar o esclarecimento, é costume, entre os fabricantes, a apresentação
de uma tabela que informe comparativamente o índice de reprodução de cores, a
temperatura de cor e a eficácia ou eficiência luminosa.
Luz (2007) diz que o método de avaliação, numa explicação bem simplificada,
consiste na avaliação das cores padrões, quando submetidas à luz da fonte a ser
analisada e sob a luz de uma fonte de referência que deveria ser um corpo negro
(radiador integral), que apresenta um valo de 100%.
25
2.6.Iluminância (E)
A NBR 5413 define como iluminância o limite da razão do fluxo luminoso
recebido pela superfície em torno de um ponto considerado, para a área da superfície
quando esta tende a zero. De modo geral Pereira & Sousa (2005) entendem que
iluminância é a medida da quantidade de luz incidente numa superfície por unidade de
área (Figura 6).
FIGURA 7. Iluminância
Fonte: PEREIRA, F. O. R; SOUZA, M. B. Conforto
ambiental: iluminação. Florianópolis: Universidade
Federal de Santa Catarina, 2005. 120p. Apostila.
A unidade de medida da iluminância é expressa em lux e pode ser medida
através de um aparelho chamado luxímetro. A equação (1) serve para a realização do
cálculo de iluminância.
Onde:
Ø = fluxo Luminoso, em lúmens.
S = área da superfície iluminada, em m2.
E = iluminância, em lux.
(1)
26
Como as fontes luminosas não apresentam uma distribuição uniforme, a
iluminância não será a mesma em todos os pontos do recinto sendo considerada na
prática a iluminância média.
2.7. Luminância
De acordo com Costa (2006) a luminância é a intensidade luminosa emitida ou
refletida por uma superfície iluminada em direção ao olho humano, conforme a figura
X, ou ainda a intensidade luminosa de uma fonte de luz produzida ou refletida por uma
superfície iluminada, sendo função da iluminância e das características de reflexão das
superfícies. Sua unidade é dada em Candela/m².
FIGURA 8.Luminância.
Fonte: OSRAM. Manual Luminotécnico. 2012. Disponível em:
<http://www.osram.com.br/osram_br/Ferramentas_&_Catlogos/D
ownloads/Iluminacao_Geral/Manual_do_Curso_Iluminacao_Conc
eitos_e_Projetos796562/index.html>. Acesso em 24/04/2016.
A iluminância em determinado ponto pode ser calculada através da equação (2).
(2)
27
Onde:
L = luminância, em cd/m2.
I = Intensidade Luminosa, em cd.
α = ângulo considerado, em graus.
A = área projetada, em m2.
Devido à dificuldade em determinar a intensidade luminosa proveniente de
corpo não radiante, é usual a utilização da equação (3):
Onde:
ρ = coeficiente de reflexão.
E = iluminância sobre a superfície, em lux.
2.8. Eficácia luminosa
Segundo Pereira & Souza (2005) a eficácia luminosa pode ser definida como a
habilidade que uma fonte possui de converter potência em luz (Tabela 4). A iluminação
natural apresenta maior eficácia luminosa do que a artificial. Porém, para que ela seja
adequadamente aproveitada, sem que ocorra desconforto térmico ou visual, é importante
que se utilize a luz indireta do sol na iluminação dos ambientes.
TABELA 4. Eficiência luminosa de várias fontes luminosas (Adaptada).
FONTE LUMINOSA EFICÁCIA LUMINOSA ARTIFICIAIS
Incandescente 14 – 20
Alógena 16 – 20
Fluorescente 50 – 80
Vapor de Mercúrio 30 – 60
Vapor Metálico 60 – 80
Fonte: PEREIRA, F. O. R; SOUZA, M. B. Conforto ambiental: iluminação.
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. 120p. Apostila.
(3)
28
A eficiência luminosa permite comparar entre duas fontes luminosas, qual delas
proporcionará um maior rendimento. Segundo Fiorini (2006) a eficácia luminosa
também é levada em consideração quando se executa uma análise de custo-benefício,
visto que o custo inicial da aquisição da luminária e lâmpada pode ser restituído no
decorrer de sua vida útil devido à economia de energia elétrica.
2.9. Intensidade Luminosa
É o fluxo luminoso emitido em uma específica direção em um ângulo sólido por
segundo, em outras palavras é a concentração de luz numa dada direção específica,
irradiada por segundo. As medições da intensidade luminosa são realizadas dentro dos
laboratórios dos fabricantes de luminárias para conseguir as características de
distribuição da luz e informar o consumidor, (OSRAM, 2012). As performances
fotométricas de uma luminária são derivadas da distribuição e intensidade da
luminosidade medida.
2.10. Fluxo luminoso
De acordo com a Lumicenter (2015) fluxo luminoso é uma das unidades
fundamentais em engenharia de iluminação, dada como a quantidade total de luz
emitida por uma fonte, em sua tensão nominal de funcionamento. Nada mais é que a
radiação emitida por uma fonte de luz em todas as direções e percebida pelo olho
humano.
Figura 9. Fluxo Luminoso de fontes luminosas conhecidas.
Fonte: PEREIRA, F. O. R; SOUZA, M. B. Conforto ambiental: iluminação.
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. 120p. Apostila.
29
2.11.Depreciação do fluxo luminoso
Creder (2007) diz que o acúmulo de sujeira nas superfícies do recinto reduz o
fluxo refletido e, em consequência, reduz o iluminamento. Para compensar parte desta
depreciação, estabelece-se um fator de depreciação que é utilizado no cálculo do
número de luminárias. Este fator evita que o nível de iluminância atinja valores abaixo
do mínimo recomendado.
O Fator de perdas luminosas(d) consiste em saber quanto o fluxo luminoso é
depreciado em função do acúmulo de poeira na luminária, do ambiente e da perda de
fluxo luminoso em função da vida útil das lâmpadas. Considerar como fator de perdas
luminosas os seguintes valores da Tabela 5:
TABELA 5. Fator de perdas luminosas.
FATOR DE PERDAS LUMINOSAS
Ambientes Fator (%)
Limpo 80
Médio 70
Sujo 60
Fonte: PHILIPS. Manual de Iluminação. 3. ed.
Holanda: Philips Lighting Division, 1981.
2.12.Índice do Recinto ou fator local K
De acordo com a AltoQi (2014), o Índice do recinto é a relação entre
comprimento, largura e altura de montagem, ou seja, altura da luminária em relação ao
plano de trabalho. A equação (4) apresenta a maneira de calcular o índice K.
K = a . b
h (a + b)
Onde:
a = Comprimento do ambiente
b = largura do ambiente
h = Pé direito útil (distancia real entre a luminária e o plano de trabalho)
(4)
30
Figura 10. Altura útil
Fonte: Noções de cálculo luminotécnico. Disponível
em: <
http://www.lumilandia.com.br/dicasluminosas.html >.
Acesso em: 24 maio 2016.
2.13. Fator de utilização
Pereira & Souza (2005) definem como Fator de Utilização (u) como um número
complexo, obtido em laboratório, que representa a eficácia da luminária e as
características físicas e geométricas das superfícies que compõe um ambiente.
Podendo ser calculado a partir da equação (5):
Onde:
u = fator de utilização.
K = eficiência de recinto ou índice de recinto.
η luminária = Eficiência de luminária.
Na prática, os fabricantes costumam apresentar para as suas luminárias um
quadro relacionando o índice de recinto com as refletâncias do teto, parede e piso. A
figura 11 apresenta os fatores de utilização da luminária comercial de sobrepor, modelo
FS 840 da Intral, que está disponível para duas lâmpadas de 36 Watts.
u = K x η luminária (5)
31
Figura 11. Fator de utilização, luminária (Teto, parede, piso). Adaptada.
Fonte: Catálogo Intral. Disponível em:<http://intral.com.br/>Acesso em: 25 de
maio 2016.
Segundo Fiorini(2006) para a determinação do fator de utilização da luminária,
basta relacionar a refletância do teto, parede e chão com o índice de recinto, de acordo
com a figura 11.
2.14.Método dos lumens
Segundo Luz (2007) O método mais utilizado para sistemas de iluminação em
edificações é o método dos Lumens, ou método do Fluxo Luminoso, que consiste em
determinar a quantidade de fluxo luminoso (lumens) necessário para determinado
recintobaseado no tipo de atividade desenvolvida, cores das paredes e teto e do tipo de
lâmpada-luminária escolhidos.
Gonçalves (2012) diz que esse método foi apresentado em 1950 na edição do
WestinghouseLightingHandbook e que ele é baseado na determinação do fluxo
luminoso necessário para se obter um nível de iluminamento médio desejado no plano
de trabalho. O fluxo luminoso, necessário para que seja atingido um determinado nível
de iluminamento médio, pode ser pela equação (6).
(6)
32
Onde:
Fluxo luminoso em lumens;
E:iluminância ou nível de iluminamento em lux;
S:área do recinto em m²;
coeficiente de utilização;
d:fator ou coeficiente de depreciação.
Fiorini(2006) afirma que a relação apresentada serve para determinar o fluxo
luminoso total que as lâmpadas a serem instaladas devem emitir. Esse fluxo luminoso,
necessário à iluminação de um ambiente, depende de várias características do recinto,
como por exemplo: dimensões, pé-direito, altura do plano de trabalho, nível de
iluminamento requerido, características da luminária e refletância do ambiente.
A partir do fluxo luminoso total necessário, determina-se o número de lâmpadas
da seguinte forma:
Onde:
n: número de lâmpadas;
:fluxo luminoso em lumens;
: fluxo luminoso de cada lâmpada.
(7)
33
3. RESULTADOS
3.1. Verificação do sistema atual de iluminação
Com a realização dos cálculos pode se observar que nenhum dos ambientes em
estudo atende ao iluminamento mínimo para salas de aula(Tabela 6). Sendo necessária
uma adequação no sistema de iluminação para que seja possível haver aula no período
noturno.
Tabela 6.Iluminamento atual da Escola Professor José Bizerra de Britto, Ponta da Serra, Crato-CE.
Ambiente Iluminação
Necessária
Iluminamento
Atual
Situação
SALA 01 300 79,46 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 02 300 89,35 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 03 300 76,08 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 04 300 50,72 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 05 300 50,72 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 06 300 38,04 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 07 300 88,01 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 08 300 227,4 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 09 300 145,59 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 10 300 60,63 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 11 300 89,85 Não atende as especificações da
NBR 5413
SALA 12 300 109,44 Não atende as especificações da
NBR 5413 Fonte: Elaborada pelo autor.
3.2. Propostas de soluções para os problemas encontrados no sistema de
iluminação
Como nenhum dos itens atendeu os requisitos básicos da Norma, fez-se
necessária a proposta de soluções para cada pendência encontrada. Um novo tipo de
34
luminária mais eficiente foi escolhido (ver anexo 13) e para a utilização dessa luminária
considerou a instalação de um forro de gesso. O iluminamento médio mínimo foi
adequado para 300 lux. Foi considerado que o ambiente terá uma manutenção periódica
diminuindo a depreciação luminosa, sendo assim o coeficiente adotado será de 0,8. As
seguintes propostas de soluções são apresentadas nos cálculos a seguir.
Sala 01.
Dimensões: 5,30m x 5,00m
h.útil: 2,80 – 0,70 = 2,10
Refletâncias (teto, parede, piso): 70-50-10
K: 1,23
u: 0,52
E: 300 lux
: 300 x 26,5 = 18928,57 Lumens
0,52 x 0,8
n = 1898,57 = 4 Luminárias
2 x 2200
Sala 02.
Dimensões: 7,00 x 5,05
h.útil: 2,80 – 0,70 = 2,10
Refletâncias (teto, parede, piso): 70-50-10
K: 1,39
u: 0,56
E: 300 lux
: 300 x 35,35 = 23671,88 Lumens
0,56 x 0,8
n = 23671,88= 5,38. Utilizar 6 Luminária
2 x 2200
Sala 03.
Dimensões: 7,00 x 6,10
h.útil: 2,80 – 0,70 = 2,10
Refletâncias (teto, parede, piso): 70-50-10
K: 1,55
u: 0,62
E: 300 lux
: 300 x 42,70 = 25826,61 Lumens
0,62 x 0,8
n = 25826,61 = 5,87. Utilizar 6 Luminárias
2 x 2200
Sala 04.
Dimensões: 7,00 x 6,10
h.útil: 2,80 – 0,70 = 2,10
Refletâncias (teto, parede, piso): 70-50-10
K: 1,55
u: 0,62
E: 300 lux
: 300 x 42,70 = 25826,61 Lumens
0,62 x 0,8
n = 25826,61= 5,87.Utilizar 6 Luminárias
2 x 2200
OBS. As salas 5 e 6 são idênticas a sala 4.
35
Sala 07.
Dimensões: 6,67 x 5,35
h.útil: 2,80 – 0,70 = 2,10
Refletâncias (teto, parede, piso): 70-50-10
K: 1,41
u: 0,56
E: 300 lux
: 300 x 35,68 = 23892,86 Lumens
0,56 x 0,8
n = 23892,86 = 5,43. Utilizar 6 Luminárias
2 x 2200
Sala 08.
Dimensões: 7,77 x 5,20
h.útil: 2,80 – 0,70 = 2,10
Refletâncias (teto, parede, piso): 70-50-10
K: 1,48
u: 0,56
E: 300 lux
: 300 x 40,40 = 27053,57 Lumens
0,56 x 0,8
n = 27053,57 = 6,15. Utilizar 6 Luminárias
2 x 2200
Sala 09.
Dimensões: 8,09 x 5,20
h.útil: 2,80 – 0,70 = 2,10
Refletâncias (teto, parede, piso): 70-50-10
K: 1,50
u: 0,56
E: 300 lux
: 300 x 42,07 = 28171,86 Lumens
0,56 x 0,8
n =28171,86 = 6,40. Utilizar 8 Luminárias.
2 x 2200
Sala 10.
Dimensões: 8,18 x 6,55
h.útil: 2,80 – 0,70 = 2,10
Refletâncias (teto, parede, piso): 70-50-10
K: 1,73
u: 0,62
E: 300 lux
: 300 x 53,58 = 32407,26 Lumens
0,62 x 0,8
n = 32407,26 = 7,36. Utilizar 8 Luminárias
2 x 2200
Sala 11.
Dimensões: 7,96 x 6,00
h.útil: 2,80 – 0,70 = 2,10
Refletâncias (teto, parede, piso): 70-50-10
K: 1,63
u: 0,62
E: 300 lux
: 300 x 47,76 = 28171,86 Lumens
0,62 x 0,8
n = 28171,86 = 6,56. Utilizar 8 Luminárias
2 x 2200
36
Sala 12.
Dimensões: 7,93 x 6,00
h.útil: 2,80 – 0,70 = 2,10
Refletâncias (teto, parede, piso): 70-50-10
K: 1,65
u: 0,62
E: 300 lux
: 300 x 48,37 = 29256,05 Lumens
0,62 x 0,8
n = 29256,05 = 6,65. Utilizar 8 Luminárias
2 x 2200
A fim de organizar melhor as propostas de soluções foi elaborada a tabela a
seguir.
TABELA 7. Proposta de adequações no sistema de iluminação da Escola José Bizerra de Britto.
Tabela de adequação para o iluminamento de 300 lux
Ambiente Distâncias
Qtd de luminárias Parede/linha (m) Parede/coluna (m)
Sala 01 4 1,25 1,33
Sala 02 6 1,26 1,17
Sala 03 6 1,17 1,52
Sala 04 6 1,17 1,52
Sala 05 6 1,17 1,52
Sala 06 6 1,17 1,52
Sala 07 6 1,34 1,11
Sala 08 6 1,3 1,29
Sala 09 8 1,3 1,01
Sala 10 8 1,64 1,02
Sala 11 8 1,5 1
Sala 12 8 1,5 0.99
Obs. Distância entre lâmpadas = 2 x Parede/coluna Fonte: Elaborada pelo autor.
3.3. Ações que poderiam melhorar o desempenho do sistema de iluminação das
salas de aula
Para a melhoria do sistema de iluminação algumas medidas preventivas
poderiam ser tomadas, como por exemplo, a limpeza das lâmpadas e luminárias
semestralmente para evitar o acúmulo de poeira. A adoção de cores mais claras nas
paredes e o uso de um forro de gesso acarretariam uma melhora na eficiência
37
energética, pois, influenciaria diretamente na refletância. Com a utilização do forro de
gesso poderia ser instaladas luminárias de embutir que apresentam chapas de aço
fosfáticas e refletores laterais que garantem uma melhor uniformidade na distribuição da
lux. Uma manutenção periódica no sistema de iluminação também garantiria o
funcionamento adequado e diminuiria a depreciação do fluxo luminoso.
38
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de verificar os níveis de
iluminamento das salas de aula da Escola Professor José Bizerra de Britto e propor
soluções para os problemas encontrados.
Para que a iluminação de ambientes internos seja feita de forma correta e eficaz,
é necessárioo levantamento e verificação de uma grande quantidade de informações e a
realização de alguns procedimentos e análises. Porém,muitas vezes durante a fase de
planejamento o projeto do sistema de iluminação tem irrelevante importância, sendo
deixado de lado e realizado de qualquer maneira. Um sistema de iluminação inadequado
pode causar acidentes, erros de trabalho, fadiga, irritabilidade e problemas de visão, os
quais apresentarão como consequência diminuição da atividade produtiva.
A consequência dessafalta de importância ao sistema de iluminação geraprojetos
com péssima distribuição luminosa, baixos níveis de iluminância, sistemas de baixa
eficiência luminosa ou com problemas de ofuscamento.
A metodologia desenvolvida apresenta todos os passos necessários para a
verificação dos valores de iluminância apresentada em cada sala de aula, levando em
consideração todas as características necessárias para isso. Dessa forma, para a
realização de umaverificação de iluminação de ambientes internos, sugere-se a
utilização desse tipo de metodologia.
As salas de aula apresentaram baixos níveis de iluminância, devido ao numero
insuficiente de luminárias, devido às refletâncias baixas encontradas no interior das
salas de aula. Ficou constatado que as 12 salas de aula necessitam de alguma
modificação para que o a iluminância atenda aos valores mínimos exigidos em Norma.
Sendo assim Ficou constatado que o sistema de iluminação atual da Escola
Professor José Bizerra de Britto não atende os requisitos mínimos exigidos em Norma,
portanto, apresenta inviabilidade no ensino noturno. É importante ressaltar que as
propostas de adequações apresentadas não podem ser realizadas sem um estudo prévio
do sistema elétrico, pois qualquer alteração a ser realizada nesse tipo de sistema deve
ser estudada.
Como um trabalho futuro poderia ser feito um estudo do atual sistema
elétrico da escola, visando à instalação de um novo sistema de iluminação, a
implantação de ar condicionados nas salas de aula e verificar se a quantidade de
tomadas existentes são condizentes com as Normas vigentes.
39
REFERÊNCIAS
ALTOQI. Índice do recinto. 2014. Disponível em:
<http://help.altoqi.com.br/QiBuilder/default.aspx?pageid=indice_recinto >. Acesso em:
24 maio 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT. NBR 5410:
Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004. 217p.
ꟷ ABNT. NBR 5413: Iluminância de Interiores. Rio de Janeiro, 1992. 13p.
COMITÊ BRASILEIRO DE CONSTRUÇÃO CIVIL, Comissão de Estudo de
Iluminação Natural de Edificações. Iluminação natural - Parte 1: Conceitos básicos e
definições. 1998.
COSTA, G. J. C. Iluminação econômica – Cálculo e avaliação. 4ª Edição, Porto Alegre:
EDIPUCRUS, 2006.
CREDER, H. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
FIORINI, T. M. S. Projeto de iluminação de ambientes internos especiais (Projeto de
graduação). Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de engenharia
elétrica;Vitória, 2006.
GHISI, E. Desenvolvimento de uma Metodologia para Retrofit em Sistemas de
Iluminação. Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós Graduação em
Engenharia Civil; Florianópolis, 1997.
GONÇALVES, L. F. Aula 06 – Método dos lumens. Instalações prediais A ENG04482.
Porto Alegre, 2012.
IESNA. Lighting handbook: reference & application. Illuminating Engineering Society
of North America. New York. 8th edition, 1995.
IPECE, Instituto de pesquisa e estratégia econômica do Ceará. Anuário Estatístico do
Ceará: Perfil Básico dos Municípios, 2014. Disponível em: <
http://www.ipece.ce.gov.br >. Acesso em: 16 jul. 2015.
KREMER, A. A influência de elementos de obstrução solar no nível e na distribuição
interna de iluminação natural: estudo de caso em protótipo escolar de Florianópolis.
2002. 194 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética na arquitetura.
São Paulo: PW, 1997. 192 p.
LIMA, A. C. Perfil distrital de Ponta da Serra (blog). 2010. Disponível em: <
http://blogdapontadaserra.blogspot.com.br/2010/03/070310-perfil-distrital-de-ponta-
da.html >. Acesso em: 16 jul. 2015.
40
LUMICENTER. Manual de informações técnicas. Paraná. 2015. . Disponível em: <
http://www.lumicenteriluminacao.com.br/pt/tecnologia/informacoes_tecnicas.html >.
Acesso em: 24 maio 2016.
LUZ, J. M. Curso de luminotécnica. Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP.
São Paulo, 2007.
MAJOROS, András. Daylighting. PLEA Notes, Note 4. PLEA in Association with
Department of Architecture, the University of Queensland. EditedbyS.V.Szokolay,
1998.
NEGRISOLI, M. E. M. Instalações elétricas: projetos prediais em baixa tensão. São
Paulo: Blucher, 1987.
OSRAM. Manual Luminotécnico. 2012. Disponível em: <
http://www.osram.com.br/osram_br/Ferramentas_&_Catlogos/Downloads/Iluminacao_
Geral/Manual_do_Curso_Iluminacao_Conceitos_e_Projetos796562/index.html >.
Acesso em 24 abr. 2016.
PAINE, M. Diferenças entre luz natural e artificial. Disponível em: <
http://www.ehow.com.br/diferencas-entre-luz-natural-artificial-info_4858/ >. Acesso
em: 4 abr. 2016.
PEREIRA, F. O. R; SOUZA, M. B. Conforto ambiental: iluminação. Florianópolis:
Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. 120p. Apostila.
PHILIPS. Manual de Iluminação. 3. ed. Holanda: Philips LightingDivision, 1981.
PROCEL. Manual de Iluminação Eficiente. Rio de Janeiro: ELETROBRÁS; PROCEL,
2002.
SANTAMORIS, M. et al. Energy conservation and retrofitting potential in Hellenic
Hotels. In: Energy and Buildings. Elsevier, vol 24, number 1, p 65-75, 1996.
SANTOS, E. C. S. Inspeção e adequação das instalações elétricas e procedimentos de
trabalho de uma empresa à Norma Regulamentadora NR-10. 2012. 118 f. Monografia
(Graduação em Engenharia Mecatrônica) – Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo. São Carlos, 2012.
TOLEDO, B. G. Integração de iluminação natural e artificial: métodos e guia prático
para projeto luminotécnico. 2008. 171 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e
Urbanismo) –Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
TRAPANO, P.; PORTO, M. M. Qualidade da iluminação e percepção visual: um estudo
aplicado a hotelaria. In: ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE
CONSTRUÍDO, 4, 1997, Salvador. Anais... Salvador: ANTAC, 1997.