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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DA ÁREA DE SAÚDE
CAROLINE DA SILVA PAMPLONA DE SENA
Avaliação da Microbiota Conjuntival de Cães com Oftalmopatias
BELÉM
2018
1
CAROLINE DA SILVA PAMPLONA DE SENA
Avaliação da Microbiota Conjuntival de Cães com Oftalmopatias
Trabalho apresentado à Universidade Federal Rural
da Amazônia, como parte das exigências do
programa de pós-graduação de residência
multiprofissional do curso de Medicina Veterinária,
para obtenção do título de especialista em clínica
médica de animais de companhia.
Orientador: Profª. Drª. Nazaré Fonseca de Souza
Co-orientador: MV.Esp. Gilvando Rodrigues Galvão
BELÉM
2018
2
Sena, Caroline da Silva Pamplona de
Avaliação da microbiota conjuntival de cães com oftalmopatias /
Caroline da Silva Pamplona de Sena. – Belém, 2018.
58 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária)
– Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2018.
Orientadora: Dra. Nazaré Fonseca de Souza.
1. Cães – Microbiota conjuntival 2. Oftalmologia
veterinária 3. Sthaphylococcus sp. 4. Oftalmologia canina I.
Souza, Nazaré Fonseca de, (orient.) II. Título.
CDD – 636.08961771
Bibliotecária-Documentalista: Letícia Lima de Sousa – CRB2/1549
3
CAROLINE DA SILVA PAMPLONA DE SENA
Avaliação da Microbiota Conjuntival de Cães com Oftalmopatias
Trabalho de conclusão de residência apresentado à Universidade Federal Rural da Amazônia,
como parte das exigências do Programa de pós-graduação Residência Multiprofissional em
área da saúde, para obtenção do título de especialista na área de Clínica Médica de animais de
companhia.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________
Profª. Drª. Nazaré Fonseca de Souza
Orientadora
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
_________________________________________________________
MV. MSc. Cássia Maria Pedroso dos Santos
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
________________________________________________________
MV. MSc. Marcello Ribeiro Monte Santo
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Clínica Veterinária Saúde Animal
4
Dedico este trabalho em especial a
minha querida mãe do coração Lucidéa,
por todo incentivo e amor incondicional.
Aos meus familiares e amigos, bem
como aqueles que são os grandes
responsáveis por meu amor aos animais
existir: Penélope (In memorian), Thalia
(In memorian), Bel (In memorian),
Francisquinha (In memorian), Pintado
(In memorian), Pépe, Pretinha, Duke e
Domitylla. Todos fazem parte da minha
conquista. Amo vocês.
5
AGRADECIMENTOS
Não há como começar os agradecimentos, sem agradecer ao nosso grande e bom Deus por me
permitir não só a realização desse trabalho, mas também por me dar a oportunidade de
continua a seguir meu caminho nesta abençoada profissão onde o amor seguirá junto ao
trabalho, tornando cada dia mais real meu sonho de infância. Obrigada pela força para
enfrentar os obstáculos e conseguir chegar até aqui, mostrando-me sempre o quanto sou
capaz, mesmo que ás vezes eu não acreditasse no meu potencial. Estando assim presente em
cada momento da minha vida me fazendo acreditar que é possível ser um profissional melhor
a cada dia.
À minha Mãe de coração Lucidéa Oliveira da Silva, agradeço por cada palavra de força, por
todas ás vezes que ela me disse “siga em frente, você vai conseguir”, por todos os
ensinamentos para a vida e por todo amor que sempre me dedicou. Tenho que lhe agradecer
por tudo, pois toda a coragem, perseverança e dedicação que tenho aprendi com você.
Ao meu pai e mãe, por terem acreditado em mim e que mesmo distantes, sempre estiveram
me apoiando.
Agradeço a todos os meus familiares: tios, tias, primos, primas, avôs (in memorian), avós e
sobrinhos por toda a força, carinho e atenção que sempre dedicaram a mim. Aos meus
familiares adquiridos: maridos e esposas de primos que sempre se orgulharam de mim, me
apoiaram e me incentivaram a buscar o conhecimento mesmo em momentos de lazer. Em
especial à minha bisavó Clarice Oliveira da Silva (in memorian), que não pôde mais estar
fisicamente nessa etapa de minha vida, mas estava em nossos corações em todos os
momentos.
Aos meus companheiros de residência, não apenas meus R2 de clínica médica (Heron, Gaby,
Suelen, Brenda e Nayara), a minha geração Danielle e Elisa e meus R1 (Jéssica, Natacha,
Miller e Cristiane). Mas os R’s de todos os setores que fizeram parte da minha trajetória
Cássia, Bianca, Anália, Gisele, Suelen Chucre, Paula, André, Marina, Adriano, Elton,
Cláudio, Jean, Elem, Leide, Mário, Juliana, Aline, Caio e Wallace. Todos ao longo desses
dois anos me auxiliaram e me socorreram de várias formas, seja por um encaixe, um garrote,
uma olhadinha, uma luz no fim do túnel, e é entre tantos momentos de alegria, brigas e
estresse que enfrentamos juntos grandes dificuldades de cada dia e tenho certeza que vou
sentir muitas saudades. Saibam que todos estão no meu coração, agradeço por tudo, pela
amizade, todo apoio e suporte e pelas caronas.
6
Aos meus grandes amigos da vida (Amandinha, Bárbara e Sulivan Jr.) e os que permaneceram
após a graduação (Raissa, Shirley, Tamires, Beatriz e José Gabriel) que mesmo com as
dificuldades de seus projetos e do trabalho sempre buscaram manter nossa amizade, me
apoiando, me ajudando mesmo sem ter nada a ganhar, é assim que conhecemos os verdadeiros
amigos, saibam que estarei sempre aqui para retribuir de coração.
Agradeço também a todos os outros funcionários de outros setores (Ane, Ramon e Igor) que
durante esses dois anos contribuíram com a minha formação, sempre indo atrás de mim para
remarcar uma consulta, ou até a farmácia pra pegar material ou me dando um abraço nos dias
mais pesados, sempre auxiliando nos momentos necessários.
À minha orientadora, a professora Dra. Nazaré Fonseca de Souza, por todo ensinamento,
dedicação e paciência durante a esses dois anos. Por estar sempre disponível para me auxiliar
e por ser um modelo para todos nós que estamos seguindo nessa caminhada.
Ao meu Co-orientador, MV Esp. Gilvando Rodrigues Galvão, que nesses sete anos de
convivência profissional foi muito mais que orientador, foi um grande pai, foi aquele que me
ensinou quase tudo da prática veterinária, me despertou o amor pela oftalmologia veterinária e
sempre acreditou e confiou em mim. Obrigada por cada puxão de orelha, por todo conselho e
toda oportunidade que o senhor me proporcionou. Ensinou-me a ser forte quando preciso ser e
sempre será um espelho de veterinário e pessoa que quero seguir, sempre lhe digo que quero
ser pelo menos um pouquinho do senhor. Obrigada sinceramente por tudo.
A todos os supervisores (Dra Sinerey Salim, Dra Marcia Figueiredo e Dr. Luís Fernando
Moreira) dedico todo o meu carinho e agradeço por todo o conhecimento transmitido e auxílio
ofertado nesses dois anos. Ao Prof. Leonildo e Prof. Edinaldo Filho que teve grande ação na
análise microbiológica e na avaliação estatística, respectivamente.
Gostaria de encerrar agradecendo a todos os animais que tive o prazer de cuidar durante esse
período de especialização, todos foram muito importantes na minha formação tanto
profissional quanto pessoal, vocês me tornaram mais experiente, mais forte, mais confiante e
mais corajosa para tentar salvar cada um de vocês e lutar por vocês. Que este seja só o começo
de muitas novas histórias que serão escritas no meu livro da vida. Além dos meus animais que
mostraram um amor verdadeiro e leal.
7
“Até que tenhas amado a um
animal, uma parte de tua
alma estará adormecida!”
Anatole France
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Raças dos animais que foram coletados secreções oculares no setor
de oftalmologia do HOVET/UFRA, no periodo de agosto/2017-
janeiro/2018.
43
Tabela 2 Distribuição de crescimento bacteriano isolados e em grupos.
44-45
Tabela 3 Afecções oculares e frequência do principal agente isolado em cães
atendidos no Setor de Oftalmologia do Hospital Veterinário “Prof.
Mário Dias Teixeira” da Universidade Federal Rural da Amazônia,
no período de agosto de 2017 a janeiro de 2018.
46
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Imagem de crânio de um canino dolicocéfalo na vista lateral esquerda.
Notar ossos que compõem a órbita e a abertura da parede dorsolateral.
15
Figura 2 Ilustração dos músculos (Mm.) palpebrais. Notar na presença do Mm.
elevador do ângulo medial (A), elevador da pálpebra superior (B),
frontal (C), retrator do ângulo lateral (D), orbicular do olho (E), malar
(F), constritor (C’), depressor (D’) e elevadores (E’).
16
Figura 3 Anatomia da pálpebra. Observação de estruturas componentes da
região palpebral.
17
Figura 4 Observar a terceira pálpebra em cães (A) e em gatos (B). 18
Figura 5 Demonstração da posição das glândulas: lacrimal (A) e da terceira
pálpebra (B).
19
Figura 6 Sistema de produção e drenagem de lágrimas de cães. Abertura nasal
do ducto nasolacrimal (A), ducto nasolacrimal (B), canalículo dorsal
(C), ponto lacrimal dorsal (D), saco lacrimal (E), canalículo ventral
(F), glândula da terceira pálpebra (G), ponto lacrimal ventral (H),
ductos excretores (I) e glândula lacrimal (J).
20
Figura 7 Desenho esquemático da vista lateral dos músculos extra-oculares de
um animal doméstico. Presença do anel de zinn (AZ), músculo reto
dorsal (RS), músculo reto lateral (RL), músculo reto ventral (RI),
músculo obliquo dorsal (OS), músculo obliquo ventral (OI) e músculo
retrator do bulbo (RB).
21
Figura 8 Diagrama esquemático de um corte horizontal do olho (redesenhado de
Walls GL: the vertebrate eye and its adaptive radiation, Cranbrook
institute of Science, bulletin 19, 1942).
22
Figura 9 Localização da conjuntiva palpebral e bulbar, observando a formação
dos sacos conjuntivais ou fórnix conjuntival. Assim como a terceira
pálpebra e sua glândula.
23
Figura 10 Foto ilustrativa da córnea canina. Notar as camadas da córnea, epitélio
(camada verde), membrana de bowman (camada azul), estroma
(camada vermelha), membrana de descemet (camada cinza) e endotélio
(camada lilás).
25
Figura 11 Anatomia da lente. 26
Figura 12 Anatomia da Úvea anterior e estruturas associadas na espécie canina. 27
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 13 Foto da retina de um felino persa de três anos. Notar a zona tapetal (ZT),
zona não tapetal (ZNT), disco óptico ou papila óptica (seta branca) e
vasos da retina (seta preta).
29
Figura 14 Classificação da catarata. A:incipiente; B:imatura; C:madura; e em D:
hipermadura ou morganiana.
31
Figura 15 Demonstração da ceratite pigmentar, onde: A: menor extensão em canto
nasal; B:difusa pela córnea.
32
Figura 16 Animal com ceratoconjuntivite seca e seus sinais clínicos: secreção,
hiperemia, neovascularização e opacidade corneal.
33
Figura 17 Animal com conjuntivite e seus sinais clínicos: quemose e hiperemia
escleral.
34
Figura 18 Demonstração de degeneração corneal em cão. 35
Figura 19 Visualização de canino com entrópio. 36
Figura 20 Observação de mancha nos pelos, por conta da obstrução do ducto naso
lacrimal, levando a incapacidade de drenagem de toda a lágrima.
37
Figura 21 Aplicação de colírio de fluoresceína em animal sem (A) e com úlcera de
córnea (B e C), sendo na figura B ceratite superficial e C úlcera
profunda.
38
Figura 22 Caracterização de animal com uveíte anterior. 39
Figura 23 Observação de coleta de material, onde em A: observa-se a introdução
do swab na conjuntiva e B: armazenagem em tubo falcon para ser
transportada ao laboratório.
40
Figura 24 Placa inoculada onde no lado esquerdo tem o meio de cultura Ágar
sangue e Ágar Mackonkey, no lado direito.
41
11
RESUMO
A oftalmologia é um ramo que detém grande importância dentro da medicina veterinária.
Objetivou-se identificar e diferenciar a microbiota conjuntival de cães com as principais
oftalmopatia atendidos no Hospital Veterinário “Prof. Mário Dias Teixeira” da UFRA, no
período de agosto de 2017 a janeiro de 2018, além de correlacionar as características quanto a
raça, gênero, idade e microorganismo encontrado com estas doenças oculares. Foram
coletados de 30 animais, por meio de swabs estéreis secreção ocular do saco conjuntival, estes
foram aplicados previamente uma gota de colírio anestésico®, os swabes foram colocados em
tubo falcon com solução fisiológica e enviados ao laboratório de microbiologia da UFRA para
inoculação em meio de cultura ágar sangue e ágar MacKonkey. Após crescimento foram
realizadas a caracterização de colônias, inoculação em caldo e fixação em lâminas para
diagnóstico bacteriológico. Foi observado maior presença de caninos machos com cerca de
60%. A idade de maior ocorrência foi com animais acima de 8 anos contendo 50% e 66,7%
era animais de raças definidas distribuídos entre: Bulldog Inglês, Chow Chow, Cocker
Spaniel, Pinscher, Pit Bull, Poodle, Pug, Sharpei, Shih Tzu, Teckel e Yorkshire. Dos 60 olhos
avaliados, houve crescimento positivo em 91,7% (55/60) e 57 olhos continham alteração
oftálmica e 3 olhos não se apresentavam doentes. Nos 60 olhos avaliados foram isolados 13
tipos de bactérias, sendo Staphylococcus sp. (73%), Streptococcus sp. (8%), Bacillus spp.
(5%), Escherichia coli (3%), Pseudomonas sp. (2%), Arizona sp. (2%), Corynebacterium sp.
(2%), Edwardsiella sp. (1%), Proteus sp. (1%), Micrococcus sp. (1%), Shiguela sp. (1%),
Citrobacter sp. (1%), e Moraxella sp. (1%), sendo as bactérias mais prevalentes
Staphylococcus sp., Streptococcus sp. e Bacillus spp., cujas frequências são comumente
encontradas em cães hígidos e com doenças oftálmicas. Dos 30 cães, no qual 66,7% (20/30)
apresentava apenas uma doença oftálmica, em ambos os olhos ou em apenas um olho e
33,3% (10/30) apresentavam 2 afecções oculares associadas. As doenças identificadas foram:
Catarata (9/60), Ceratite Pigmentar (3/60), Conjuntivite (12/60), Degeneração Corneal (2/60),
Entrópio (4/60), Ceratoconjuntivite Seca (KCS) (18/60), Obstrução de ducto nasolacrimal
(2/60), Úlcera de córnea (13/60) e Uveíte (3/60). Dentre essas nove doenças, apenas dois
olhos com catarata, dois olhos com uveíte e um olho de animal com KCS bilateral houve
crescimento negativo. Os demais olhos apresentaram crescimento positivo, mesmo em três
olhos que não havia alteração oftálmica. Podemos concluir com o presente estudo que a
microbiota bacteriana conjuntival de cães com as oftalmopatia descritas no trabalho são
constituídas, principalmente, de bactérias gram-positivas, sendo encontrado com maior
freqüência Staphylococcus sp. e em menor quantidade Streptococcus sp., Bacillus sp. e
Escherichia coli. Não houve correlações entre idade, raça, gênero e as oftalmopatia com o
crescimento bacteriano identificado.
Palavras-chave: Microbiologia, oftalmologia veterinária, Staphylococcus sp
12
ABSTRACT
Ophthalmology is a branch that holds great importance within veterinary medicine. The
objective was to identify and differentiate the conjunctival microbiota from dogs with the
main ophthalmopathy treated at the Veterinary Hospital "Prof. Mário Dias Teixeira "from
UFRA, from august 2017 to january 2018, in addition to correlating the characteristics
regarding race, gender, age and microorganism found with these eye diseases. A sample of 30
animals was collected through sterile swabs ocular secretion of the conjunctival sac, these
were previously applied one drop an each eye of anesthetic® collyrium, the swabs were
placed in falcon tube with physiological solution and sent to the UFRA microbiology
laboratory for inoculation in blood and MacKonkey agar. After growth, colony
characterization, broth inoculation and fixation were performed for bacteriological diagnosis.
It was observed a greater presence of male canines with about 60%. The most frequent age
was with animals older than 8 years old, containing 50% and 66.7% were animals of defined
breeds distributed among: English Bulldog, Chow Chow, Cocker Spaniel, Pinscher, Pit Bull,
Poodle, Pug, Sharpei, Shih Tzu , Teckel and Yorkshire. Of the 60 eyes evaluated, there was a
positive growth in 91.7% (55/60), than 57 eyes had ophthalmic alteration and 3 eyes were not
diseased. In the evaluated eyes, 13 types of bacteria were isolated, being Staphylococcus sp.
(73%), Streptococcus sp. (8%), Bacillus spp. (5%), Escherichia coli (3%), Pseudomonas sp.
(2%), Arizona sp. (2%), Corynebacterium sp. (2%), Edwardsiella sp. (1%), Proteus sp. (1%),
Micrococcus sp. (1%), Shiguela sp. (1%), Citrobacter sp. (1%), and Moraxella sp. (1%), with
the most prevalent bacteria being Staphylococcus sp., Streptococcus sp. and Bacillus spp.,
whose frequencies are commonly found in healthy dogs with ophthalmic diseases. Of the 30
dogs, in which 66.7% (20/30) had only one ophthalmic disease, in both eyes or only one eye
and 33.3% (10/30) had two associated eye diseases. The diseases identified were: Cataracts
(9/60), Pigmented Keratitis (3/60), Conjunctivitis (12/60), Corneal Degeneration (2/60),
Entropy (4/60), Dry Keratoconjunctivitis (KCS) (18/60), Obstruction of the nasolacrimal duct
(2/60), corneal ulcer (13/60) and uveitis (3/60). Among these nine diseases, only two eyes
with cataracts, two eyes with uveitis and one animal eye with bilateral KCS showed negative
growth. The other eyes presented positive growth, even in three eyes that there was no
ophthalmic alteration. We can conclude with the present study that the conjunctival bacterial
microbiota of dogs with the ophthalmopathy described in the work are constituted, mainly, of
gram-positive bacteria, being more frequently found Staphylococcus sp. and to a lesser extent
Streptococcus sp., Bacillus sp. and Escherichia coli. There were no correlations between age,
race, gender and ophthalmopathy with the bacterial growth identified.
Keywords: Microbiology, Veterinary Ophthalmology, Staphylococcus sp
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 16
2.1 Anatomia ocular ............................................................................................................ 16
2.1.1 Órbita ........................................................................................................................ 16
2.1.2 Pálpebras .................................................................................................................. 16
2.1.3 Aparelho lacrimal ..................................................................................................... 19
2.1.4 Músculos extraoculares ............................................................................................ 21
2.1.5 Bulbo ocular ............................................................................................................. 22
2.1.6 Conjuntiva ................................................................................................................ 23
2.1.7 Esclera ...................................................................................................................... 24
2.1.8 Limbo ....................................................................................................................... 25
2.1.9 Córnea ...................................................................................................................... 25
2.1.10 Íris ........................................................................................................................... 26
2.1.11 Cristalino ................................................................................................................ 27
2.1.12 Corpo ciliar ............................................................................................................. 28
2.1.13 Mecanismo do humor aquoso ................................................................................ 28
2.1.14 Coroide ................................................................................................................... 29
2.1.15 Retina ..................................................................................................................... 29
2.1.16 Nervo óptico ........................................................................................................... 30
2.1.17 Humor vítreo .......................................................................................................... 31
2.2 Avaliação da microbiota conjuntival ........................................................................... 31
2.3 Oftalmopatias avaliadas ................................................................................................ 31
2.3.1 Catarata ..................................................................................................................... 31
2.3.2 Ceratite pigmentar .................................................................................................... 32
2.3.3 Ceratoconjuntivite seca ............................................................................................ 33
2.3.4 Conjuntivite .............................................................................................................. 35
14
2.3.5 Degeneração corneal ................................................................................................ 35
2.3.6 Entrópio .................................................................................................................... 36
2.3.7 Obstrução ducto naso-lacrimal ................................................................................. 37
2.3.8 Úlcera de córnea ....................................................................................................... 38
2.3.9 Uveítes ...................................................................................................................... 39
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 41
3.1 Coleta de material .......................................................................................................... 41
3.2 Cultura ............................................................................................................................ 42
3.3 Avaliação estatística ...................................................................................................... 43
4 RESULTADO E DISCUSSÃO ........................................................................................... 44
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 50
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................................... 58
ANEXO A – Ficha para avaliação oftálmica do setor de oftalmologia do HOVET/Ufra 59
15
1 INTRODUÇÃO
A oftalmologia é um ramo que detém grande importância dentro da medicina
veterinária. Esta especialidade se desenvolve amplamente nos últimos anos tendo-se tornado
frequente a ocorrência de afecções oculares em pequenos animais (LAUS, 1999; SAMPAIO,
2010). O exame oftálmico tem grande relevância para o diagnóstico de afecções oftálmicas,
porém também revela alterações que são reflexos de distúrbios sistêmicos (LOVATO et al,
2005; OLIVEIRA, 2011). Os desenvolvimentos da medicina veterinária têm demonstrado que
cada componente desse sistema participa efetivamente do mecanismo de formação da
imagem, assim não há como discriminar a importância de uma estrutura em detrimento das
demais (FEITOSA, 2004; KOMÁROMY et al., 2016).
Segundo Cunningham (2008), o sistema visual é composto por órgãos sensoriais
complexos que trabalham em sincronia para que haja desde a movimentação do bulbo ocular
até a formação da imagem pelo sistema nervoso. O bulbo ocular é dividido em três túnicas
fibrosa (esclera e córnea), vascular (íris, corpo ciliar e coroide) e nervosa (retina e nervo
optico), quaisquer alterações nestes órgãos podem influenciam na capacidade visual
(HERRERA, 2008; PEIXEIRO, 2012; LEITE, 2013).
Segundo Crispin (2002), as lesões mais frequentes que encontramos nos animais de
companhia são úlcera de córnea, uveíte, catarata, ceratoconjuntivite seca e conjuntivite. O uso
de agentes antibacterianos na oftalmologia são prescritos de forma profilática e/ou terapêutica
para o tratamento de diversas afecções da superfície ocular, a exemplo das afecções
supracitadas (GOULD,2002; SLATTER, 2005). A utilização de antibióticos tópicos em
concentrações usuais não retarda a reepitelização da córnea, mas o aumento da concentração
pode retardar a sua regeneração, estes são os medicamentos utilizados como maior frequencia
nas alterações supracitadas (PETROUTSOS et al., 1983; CLODE, 2013).
Tendo em vista a expansão desta especialidade na medicina veterinária e na região
metropolitana de Belém, objetivou-se identificar e diferenciar a microbiota corneal de cães
com as principais oftalmopatias para direcionar o tratamento. Além de correlacionar as
características de animais afetados quanto a raça, o gênero, a idade, as doenças isoladas e
microorganismo encontrado nos caninos atendidos no Hospital Veterinário “Prof. Mário Dias
Teixeira” da UFRA, no período de agosto de 2017 a janeiro de 2018.
16
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Anatomia ocular
2.1.1 Órbita
É o arcabouço ósseo que envolve o bulbo ocular sendo constituído pelos ossos: frontal,
zigomático, lacrimal, parietal, palatino e maxilar (Figura 1). Apresenta-se de maneira
incompleta em cães e gatos tendo na parede dorsolateral entre o processo zigomático do osso
frontal e o processo frontal do osso zigomático, ao invés de complemento com osso, à
presença de ligamento orbitário cartilaginoso, além de ter a presença de fissuras e forames que
permitem a nutrição do olho (CONSTANTINESCU & MCCLURE, 1990; GELATT, 2007;
MAGGS et al, 2008).
Figura 1: Imagem de crânio de um canino dolicocéfalo na vista lateral esquerda.
Fonte: Medvep-revista científica de Medicina Veterinária - pequenos animais e
animais de estimação, 2011.
Legenda: Notar ossos que compõem a órbita e a abertura da parede dorsolateral.
2.1.2 Pálpebras
As pálpebras são pregas cutâneas dorsais e ventrais que alinhadas com a conjuntiva
formam a comissura lateral e a comissura medial. Sendo a abertura das bordas livres chamada
de fissura palpebral, na qual o bulbo esta localizado. O fechamento da fissura é realizado pela
17
contração do músculo orbicular ocular (orbicularis oculi) que se encontra no entorno das
pálpebras. Já sua abertura ocorre pela combinação de dois movimentos que é o relaxamento
do músculo orbicular ocular e pela contração do músculo elevador palpebral superior
(palpebrae superioris), sendo esse segundo músculo inserido sobre o músculo orbicular e
apenas na pálpebra superior (Figura 2) (SAMUELSON, 2007; COLVILLE & BASSERT,
2010).
Figura 2: Ilustração dos músculos (Mm.) palpebrais.
Fonte: Manual de cirurgia oftalmológica veterinária. Eurides e Silva,
2013
Legenda: Notar na presença do Mm. elevador do ângulo medial (A),
elevador da pálpebra superior (B), frontal (C), retrator do ângulo lateral
(D), orbicular do olho (E), malar (F), constritor (C’), depressor (D’) e
elevadores (E’). .
As pálpebras com seus componentes apresentam diversas funções, como promover a
proteção, na distribuição do filme lacrimal, levando a lágrima para os ângulos de drenagem,
retirando corpos estranhos, poeira e alguns debris pelo movimento de piscar, sendo também
responsável pela produção da parte lipídica da lágrima (TURNER, 2010). Na margem
palpebral pode conter a presença de cílios na pálpebra superior (cães) ou não os ter (gatos).
Sendo a margem palpebral inferior desprovida de pelos em muitas espécies (MAGGS, 2008).
A face externa é recoberta por uma pele fina, revestida por pelos curtos. A face interna
é revestida pela túnica conjuntival palpebral e voltando-se para dentro se encontra a
conjuntiva bulbar (TURNER, 2010; PERIMANN et al, 2011). Próximo à margem da
18
superfície posterior (externa), estão localizadas as glândulas tarsais, ou glândulas de
meibômio (Figura 3), esta glândula sebácea é diferenciada e formada por uma linha paralela
de ácinos holócrinos que ficam dispostos em colunas que desembocam no ducto central,
sendo estas as glândulas responsáveis pela produção da porção lipídica da lágrima
(SAMUELSON, 2007; SILVA et al, 2013).
Figura 3: Anatomia da pálpebra.
Fonte: Livro oftalmologia em pequenos animais. Turner, 2010.
A terceira pálpebra ou membrana nictitante é uma prega originada da conjuntiva que
se protraí do canto medial inferior (Figura 4). Tem como suporte uma estrutura cartilaginosa
em forma de T que a segura em sua base (DYCE, 2004). O tecido glandular interno forma a
glândula da terceira pálpebra ou glândula nictitante, a qual envolve a terminação caudal da
haste cartilaginosa. Esta glândula junto com a glândula lacrimal produz a parte aquosa da
lágrima, contendo secreção seromucosa. A terceira pálpebra é rica em tecido elástico e em
gatos tem a presença de musculatura estriada esquelética, causando movimentação voluntária
19
da membrana nictitante, em cães a musculatura estriada esquelética é ausente (PERIMANN,
2011; SILVA, 2013).
Figura 4: Observar a terceira pálpebra em cães (A) e em gatos (B).
Fonte: http://www.amigodepatas.vet.br/curiosidades/terceira%20palpebra.htm.
2.1.3 Aparelho lacrimal
O aparelho lacrimal é composto basicamente pelas glândulas lacrimais e ductos para
promover o escoamento da produção lacrimal. As glândulas formadoras do filme lacrimal são:
a glândula lacrimal propriamente dita, a glândula da terceira pálpebra (parte serosa/aquosa),
glândulas tarsais (parte lipídica) e as células caliciformes do saco conjuntival e conjuntiva
palpebral (parte mucina), sendo essas partes divididas e formando camadas na lágrima
(EURIDES & SILVA, 2013).
Segundo Turner (2010), a camada mais externa é a oleosa promovida pelas glândulas
tarsais, essa camada ajuda na evaporação, melhora a estabilidade de todo o filme lacrimal e é
uma barreira protetora. A camada média é a parte aquosa que é produzida pelas glândulas
lacrimais e glândula nictitante, cerca de um terço a um quarto da produção aquosa, esta
camada ajuda na distribuição do oxigênio e nutrientes, bem como facilita a movimentação do
bulbo ocular (Figura 5) (PFISTER, 1973; WALDE et al, 1998). A última camada seria a
interna que é a parte mucinosa formada através da produção de mucina pelas células
caliciformes do tecido conjuntival, tanto do saco conjuntival quanto da conjuntiva palpebral,
ela se adere a córnea permitindo que as outras camadas se espalhem melhor pela mesma
(GELATT, 2008; TURNER, 2010).
20
Figura 5: Demonstração da posição das glândulas: lacrimal (A) e da terceira
pálpebra (B).
Fonte: Manual de cirurgia oftalmológica veterinária. Eurides e Silva, 2013.
A segunda parte do aparelho lacrimal é formada pelo sistema de drenagem que se
compõe pelos ductos lacrimais, tanto em cães quanto em gatos há 2 ductos na conjuntiva
palpebral à pouca distância do canto medial (Figura 6), sendo um no ponto lacrimal superior e
outro no ponto lacrimal inferior, os dois se ligam e formam o ducto nasolacrimal, o qual
desemboca no óstio nasal, próximo as narinas (COLVILLE & BASSERT, 2010). Seu
comprimento varia entre as espécies nos cães dolicocéfalos apresentam-se longos e retos,
enquanto em braquicéfalos e felinos são curtos e algumas vezes tortuosos, isso faz essas raças
terem mais problemas quanto a obstrução deste ducto. Histologicamente, este ducto é
revestido por epitélio colunar pseudoestratificado. Sua função é drenar as lágrimas pelo ducto
causando evaporações (SAMUELSON, 2007; TURNER, 2010).
21
Figura 6: Sistema de produção e drenagem de lágrimas de cães.
Fonte: Manual de cirurgia oftalmológica veterinária. Eurides e Silva, 2013.
Legenda: Abertura nasal do ducto nasolacrimal (A), ducto nasolacrimal
(B), canalículo dorsal (C), ponto lacrimal dorsal (D), saco lacrimal (E),
canalículo ventral (F), glândula da terceira pálpebra (G), ponto lacrimal
ventral (H), ductos excretores (I) e glândula lacrimal (J).
2.1.4 Músculos extraoculares
São músculos esqueléticos que sustentam o globo ocular no lugar e também auxiliam
na sua movimentação com precisão. No total são sete músculos, sendo quatro músculos retos
(dorsal, ventral, medial e lateral), dois músculos oblíquos (ventral e dorsal) e um músculo
retrator do bulbo (Figura 7) (DYCE et al, 2004; PERIMANN, 2011).
22
Figura 7: Desenho esquemático da vista lateral dos músculos extra-oculares
e um animal doméstico.
Fonte: Medvep-revista científica de Medicina Veterinária - pequenos animais
e animais de estimação, 2011.
Legenda: Presença do anel de zinn (AZ), músculo reto dorsal (RS), músculo
reto lateral (RL), músculo reto ventral (RI), músculo obliquo dorsal (OS),
músculo obliquo ventral (OI) e músculo retrator do bulbo (RB).
Após a descrição desses componentes extra-oculares, passamos para descrição do
bulbo ocular e processos para a formação da imagem.
2.1.5 Bulbo ocular
O bulbo ocular é composto por três camadas ou túnicas básicas que estão dispostas de
maneira organizada para o bom funcionamento. A camada externa é a túnica fibrosa que se
subdivide em córnea e esclera, circunda todo o olho sustentando seus líquidos internos. A
camada média é a túnica vascular composta pelo trato uveal e este se divide em íris, corpo
ciliar e coroide. A camada mais interna é formada pela túnica nervosa em que contém a retina
associada ao nervo óptico. Todas estas estruturas juntas auxiliam na formação da imagem e
trabalham mantendo a homeostase do bulbo ocular. (WALDE, 1998; COLVILLE &
BESSART, 2010) Outra subdivisão feita é em relação aos líquidos contidos dentro do olho,
no espaço preenchido pelo humor aquoso temos duas divisões a câmara anterior (espaço até a
íris) e câmara posterior (espaço entre a íris e cristalino). O compartimento preenchido por
humor vítreo, localizado atrás da cápsula posterior do cristalino, na câmara vítrea é
23
constituído por liquido de consistência macia e gelatinosa (Figura 8) (GELATT, 2007;
SAMUELSON, 2007;).
Figura 8: Diagrama esquemático de um corte horizontal
do olho (redesenhado de Walls GL: the vertebrate eye
and its adaptive radiation, Cranbrook institute of
Science, bulletin 19, 1942).
Fonte: Livro Cunningham & Klein, 2008.
2.1.6 Conjuntiva
Também conhecida como túnica conjuntival é uma membrana mucosa que recobre a
parte interna da pálpebra (conjuntiva palpebral), a esclera (conjuntiva bulbar) e a terceira
pálpebra. A transição entre a conjuntiva palpebral e a conjuntiva bulbar forma-se o saco
conjuntival, ou fórnix conjuntival, tanto superior quanto inferior (Figura 9) (FORRESTER et
al, 2002; KLINTWORTH et al, 2007; SILVA et al, 2013). Detém funções como: a prevenção
do ressecamento da córnea, melhorar a mobilidade das pálpebras e do bulbo ocular, uma
barreira protetora contra micro-organismos e corpos estranhos. Além de auxiliar no processo
de cicatrização corneal e responsáveis pela produção da mucina, parte componente da lágrima
(SAMUELSON, 2007).
Histologicamente, a conjuntiva palpebral é formada por um epitélio estratificado,
cilíndrico ou cúbico, contendo células caliciformes, em pequenas quantidades quando
comparados ao saco conjuntival. A conjuntiva bulbar apresenta um epitélio escamoso
estratificado, sem células caliciformes. As células caliciformes presentes em grandes
quantidades no fórnix conjuntival e em menor na conjuntiva palpebral são responsáveis pela
mucina. A substância própria da conjuntiva é formada pela camada superficial adenoide com
24
presença de folículos linfáticos e glandulares e uma camada fibrosa profunda onde se
encontram vasos e nervos (SAMUELSON, 2007; GELATT, 2008; MAGGS, 2008; SILVA et
al, 2013).
Figura 9: Localização da conjuntiva palpebral e bulbar.
Fonte: Manual de cirurgia oftalmológica veterinária. Eurides e
Silva, 2013.
Legenda: Observando a formação dos sacos conjuntivais ou fórnix
conjuntival. Assim como a terceira pálpebra e sua glândula.
2.1.7 Esclera
É a parte branca do olho e sem vascularização, composta de três regiões ou camadas a
mais interna é a lâmina fosca e apresenta coloração marrom pelo pigmento supracorioidal
aderente. A massa da esclera é denominada de esclera propriamente dita, formada de tecido
conjuntivo denso irregular, sendo entrelaçadas fibras de colágeno e elásticas. A região mais
externa é chamada de episclera formada de tecido conjuntivo frouxo, sendo aderida em parte
na conjuntiva bulbar e fáscia ocular. A episclera tem certa vascularização e suprimento
nervoso proveniente de nervos ciliares. A esclera se estende desde o limbo até a lâmina
cribosa onde o nervo ótico se insere (SAMUELSON, 2007; CUNNINGHAM, 2008;
PERIMANN et al, 2011).
25
2.1.8 Limbo
É a zona de transição entre a córnea e a esclera tem cerca de 1 mm no cão e pode
chegar a 5 mm em grandes herbívoros. Na visão microscópica apresenta epitélio mais espesso
que o da córnea. Este epitélio também pode ser rico em células tronco, na sua porção estromal
tende a ser um arranjo irregular de tecido conjuntivo denso. Apresentam vasos no estroma e o
epitélio da córnea se prolonga por sua superfície até o ligamento pectinado e a rede trabecular
do ângulo iridocorneal (SAMUELSON, 2007; CUNNINGHAM, 2008; TURNER, 2010).
2.1.9 Córnea
Compõe a túnica fibrosa, sendo a parte externa desta (KAUR, 2004). Mantém o
conteúdo intra-ocular na cavidade ocular, transmite a luz pela transparência para a região mais
interna do olho promovendo a refração da luz (pela curvatura e pela diferença de líquidos), e
assim a captação pela retina e posterior formação da imagem no sistema nervoso central
(ORIÁ et al., 2011; KONRADE et al.,2012; LEITE, 2013).
Durante a microscopia pode-se observar a presença de 4 camadas na córnea de cães e
gatos: epitélio anterior, estroma, membrana de descemet e endotélio (Figura 10). O epitélio
anterior é estratificado pavimentoso não queratinizado, uniforme e variando de 0,25 a 0,55
mm, nos carnívoros domésticos (SAMUELSON, 2007; LEITE, 2013). O estroma também é a
maior camada preenchendo cerca de 90% da camada da córnea. É formada por múltiplas
camadas de fibras colágeno dispostas de maneira uniforme sendo um fator relevante para a
transparência da córnea. A lâmina posterior, ou membrana de descemet, é uma camada sem
células elástica entre o estroma e o endotélio. O endotélio é uma fina camada celular, as quais
estão arranjadas de forma plana e hexagonal (SLATTER, 2005; TURNER, 2010).
Segundo Cunningham (2008), sua fisiologia é relatada por duas características
importantes: a transparência e avascularidade. Estas características são fundamentais para
manutenção da visão, haja vista que assim a luz consegue ser refratada para chegar nas partes
mais interiores do olho e levar a formação da visão. A nutrição da córnea se dá por
intercambio do oxigênio transportado pelas lágrimas, humor aquoso e capilares do limbo
(DYCE, 2004; HERRERA, 2008; LEITE, 2013).
26
Alguns sinais clínicos podem indicar alteração da fisiologia corneal e são importantes
para começar a investigar as doenças da região, bem como algumas doenças sistêmicas que
podem se refletir em alterações oculares. A perda da transparência pode representar presença
de edema, pigmentação ou infiltrações celulares inflamatórias ou cicatrizes (SLATTER, 2005;
GALVÂO, 2008). A vascularização pode- se apresentar de forma superficial, profundas ou
ciliares e geralmente estão associados a processos que lesionam o epitélio corneal
(HERRERA, 2008; TURNER, 2010; ORIÁ et al., 2011).
Figura 10: Foto ilustrativa da córnea canina.
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/3271528/.
Legenda: Notar as camadas da córnea, epitélio (camada verde), membrana de
bowman (camada azul), estroma (camada vermelha), membrana de descemet
(camada cinza) e endotélio (camada lilás).
2.1.10 Íris
É um diafragma muscular que controla a quantidade de luz que passa para o interior,
se estende desde o centro do corpo ciliar até cobrir a superfície anterior do cristalino, tendo
uma abertura central chamada de pupila. O formato da pupila varia entre as espécies, sendo
em cães arredondada e em gatos se apresenta vertical. A cor da íris varia dependendo da
quantidade de pigmentação do estroma. Sua composição é por um estroma anterior e um
epitélio duplo posterior (SAMUELSON, 2007). O estroma é constituído anteriormente de
27
camadas de células fibroblásticas adjacentes ao ângulo iridocorneal, composto de feixes
entrelaçados de finas fibras colágenas, melanócitos e fibroblastos. Há dois músculos lisos
dispostos em formas diferentes, o feixe circular próximo da pupila é chamado de músculo
constritor da íris e em oposição apresenta-se o músculo dilatador da íris que é formado por
uma única camada de fibras musculares lisas no estroma posterior da íris (CUNNINGHAM,
2008; TURNER, 2010).
2.1.11 Cristalino
É uma estrutura biconvexa refratora de ajuste que serve para melhor focalizar a
imagem sobre a retina. É mantida no lugar pelos ligamentos da zona ciliar que surgem do
epitélio ciliar e se adere ao equador da cápsula do cristalino (Figura 11), pelo humor vítreo
(aderências a cápsula posterior) e pela sustentação da íris. O cristalino é totalmente epitelial,
não contendo pigmento ou vasos sanguíneos. O cristalino é fechado tendo uma cápsula
anterior e uma cápsula posterior. A cápsula posterior é formada por uma camada de células
epiteliais do cristalino. As fibras adultas possuem fibras lenticulares primárias e secundárias, a
primária vem desde o desenvolvimento e forma a parte central da lente nos animais adultos, as
fibras secundárias são responsáveis pelo envelhecimento natural da lente. O local onde as
fibras da lente se encontram se chama de sutura lenticular. As fibras que se localizam no
córtex posterior formando um “Y” invertido e são mais visíveis que as localizadas no córtex
anterior, as quais possuem formato de “Y” normal (CUNNINGHAM, 2008; PERIMANN et
al, 2011).
Figura 11: Anatomia da lente.
Fonte: Livro oftalmologia em pequenos animais.
Turner, 2010.
28
2.1.12 Corpo ciliar
É uma continuação anterior da coroide e se une à íris. É dividido em pars plicata,
composta por processos ciliares rica em músculos ciliares lisos e melanócitos e a pars plana é
composta apenas de um fino estroma vascular com duas camadas de epitélio de revestimento
e se estende do prolongamento posterior do processo ciliar até a junção com a retina na ora
ciliaris retinae. Tem inúmeras funções, entre elas de produção do humor aquoso, remoção do
humor aquoso, secreção do ácido hialuronico do vítreo, e a fixação e acomodação do
cristalino (Figura 12) (SAMUELSON, 2007; CUNNINGHAM, 2008; TURNER, 2010).
Figura 12: Anatomia da Úvea anterior e estruturas associadas na espécie canina.
Fonte: Livro oftalmologia em pequenos animais. Turner, 2010.
2.1.13 Mecanismo do humor aquoso
O humor aquoso é um líquido que preenche a câmara anterior e posterior, levando
nutrientes para o cristalino e para a córnea e regula a pressão intraocular no mecanismo de
formação e drenagem. Sua formação ocorre no epitélio duplo do corpo ciliar como uma
primeira passagem do plasma sanguíneo pelos capilares fenestrados e vênulas ao estroma de
quantidade escassa de tecido conjuntivo frouxo. As camadas são fortemente ligadas uma a
outra e formam a barreira hematoaquosa, assim por ela se forma pelo processo de difusão,
ultrafiltração e formação ativa. Sua retirada, ou seja, sua drenagem ocorre pelo ângulo
iridocorneal, que é formado pela junção da túnica corneoescleral e a base da íris. O ângulo
29
iridocorneal se prolonga para o corpo ciliar formando o seio cílioescleral. O humor aquoso
deixa a câmara anterior e passa através dos capilares cartilaginosos do ligamento pectinado. A
maior parte do humor aquoso é filtrado pela rede trabecular coreoescleral e adjacente a essa
malha há canais coletores que escoam para os plexos venosos (SLATTER, 2005;
SAMUELSON, 2007; GOEL et al, 2010; TURNER, 2010).
2.1.14 Coroide
A úvea posterior, denominada de coroide, é composta por vasos sanguíneos e tecido de
sustentação pigmentado, sendo a principal fonte de nutrição dos fotorreceptores da retina. A
margem anterior da coroide se une pela junção ora ciliaris retinae. E constituída de quatro
camadas: a supracoroide, camada dos grandes vasos, camada dos vasos médios e camada
coriocapilar. Sendo a camada dorsal dos grandes vasos é que se apresenta a região chamada de
tapetum lucidum, este reflete a luz que passa através da retina e reestimula as células
fotorreceptoras da retina (CUNNINGHAM, 2008; COLVILLE & BESSART, 2010;
TURNER, 2010).
2.1.15 Retina
A retina é uma extensão direta do cérebro, tem função de receber o estímulo luminoso
do ambiente externo e transmitir este dado adequadamente ao cérebro, para que lá seja
interpretado e se torne visão. A retina tem uma camada com fotorreceptores, que são os
bastonetes e cones, estas células são compostas por fotopigmento que mudam a exposição
luminosa em energia química e depois em energia elétrica para poder chegar ao córtex visual
do cérebro. Assim o processo ocorre: os fotorreceptores mandam os impulsos nervosos
recebidos para serem modificados e depois segue para as células ganglionares cujos axônios
formam a camada de fibras nervosas que se estende através do nervo óptico até o cérebro. A
retina tem dez camadas reconhecíveis, do mais externo para o mais interno: o epitélio
pigmentado da retina, retina neurossensorial, camada de células visuais, membrana limitante
externa, camada nuclear externa, camada plexiforme externa, camada nuclear interna, camada
30
plexiforme interna, camada de células ganglionares, camadas de fibras nervosas e membrana
limitante interna (SAMUELSON, 2007; TURNER, 2010).
2.1.16 Nervo óptico
Os axônios das células ganglionares saem próximo ao polo posterior e formam a
cabeça do nervo óptico, a papila óptica ou o disco óptico (Figura 13). O nervo óptico é
formado por células ganglionares, células da glia e pelo septo que surge da pia-máter. A
lâmina cribriforme é uma estrutura fenestrada formada por uma série de finas trabéculas
esclerais e gliais. Imediatamente adjacente ao nervo está a fina pia-máter composta de um
delgado tecido conjuntivo denso (KLINTWORTH, 2007; SAMUELSON, 2007; EURIDES &
SILVA, 2013).
Figura 13: Foto da retina de um felino persa de três anos.
Fonte: http://kaienaclinicaveterinaria.blogspot.com.br/2012/05/retinografia-mapeamento-
do-fundo-de.html.
Legenda: Notar a zona tapetal (ZT), zona não tapetal (ZNT), disco óptico ou papila óptica
(seta branca) e vasos da retina (seta preta).
31
2.1.17 Humor vítreo
Preenche quatro quintos do bulbo ocular, está localizado na porção central para manter
o formato do globo e a retina no seu local. O humor vítreo é composto por água, colágeno e
ácido hialurônico (AH), embora imperceptível apresenta duas regiões: a periférica e a central.
A periférica fica próximo da retina e é chamada de córtex. Detém de fibrilas de colágeno que
conectam a lâmina basal das células de Muller e as células gliais da retina. A porção central é
subdividida retrolenticular (canal hialóide) e zonas intermediárias (COLVILLE & BESSART,
2010, TURNER, 2010).
2.2 Avaliação da microbiota conjuntival
A bibliografia menciona que em 70 a 90% dos cães clinicamente saudáveis, é possível
isolar bactérias do saco conjuntival. Dentre estas, as mais comuns são as aeróbias gram-
positivas, podendo ocorrer também bactérias gram-negativas, anaeróbias e fungo (MURPHY,
1978; SAMUELSON, 1984; ANDRADE, 2002; PRADO, 2004; GELATT, 2007;
TOMIMATSU, 2009; ORIÁ et al., 2011).
O melhor meio para determinar qual agente se prolifera em questão de microrganismos
é a realização de cultura em meios adequados. As bactérias mais comuns que acometem os
olhos são Bacillus spp., Staphylococcus intermedius, Escherichia coli, Staphylococcus aureus,
Proteus mirabilis, Enterobacter aerogenes, Micrococcus spp. E Pseudomonas aeruginosa nos
cães (SHIMAMURA, 2008; SANTOS, 2009; DANTAS, 2010; ORIÁ et al., 2013; MOUNEY
et al.,2015, SILVA et al., 2015).
A realização de antibiogramas se faz importante para determinar a resistência ou
sensibilidade dos microrganismos bacterianos identificados para assim obter tratamento eficaz
(OLIVEIRA et al., 2010; LABORCLIN, 2011; ANDRADE et al, 2014).
2.3 Oftalmopatias avaliadas
2.3.1 Catarata
É a principal afecção que causa cegueira nos cães. Caracterizam-se como opacidades
que afetam o cristalino ou suas cápsulas levando a perda da transparência. Podem ocorrer por
32
alterações bioquímicas ligadas a nutrição da lente, alteração no metabolismo protéico,
energético ou osmótico. Tem etiologia diversificada, pode ser adquirida pela idade do animal,
uso prolongado de medicações, induzida por outras doenças e/ou de forma hereditária, tendo
algumas raças com predisposição, entre elas: Cocker spaniel, rottweiller, poodle, West
Highlad White Terrier, golden, labrador retrivier, schnauzer, entre outras (GALEGO et al.,
2012; GOMES, 2013).
Têm sua classificação de acordo com estágio de desenvolvimento, podem ser:
incipiente (Figura 14A), imatura (Figura 14B), madura (Figura 14C), hipermadura ou
morganiana (Figura 14D) (GELLAT, 2003; SLATTER, 2005). O diagnóstico da catarata é
realizado através do exame oftálmico completo, avaliando o cristalino e a capacidade visual
do animal. Posteriormente, realiza-se a dilatação da pupila para fundoscopia e diferenciação
da catarata com a esclerose de lente (ANDRADE, 2004; CARVALHO, 2015). Nenhum
tratamento medicamentoso é efetivo, apenas correção cirúrgica por método de discisão,
extração intracapsular, extração extracapsular e facuemulsificação para colocação da lente ou
apenas sua retirada (PEIFFER JR.; PETERSEN- JONES, 2001; SLATTER, 2005; TURNER,
2010).
Figura 14: Classificação da catarata.
Fonte: http://devetparapet.com.br/catarata-em-caes.
Legenda: A:incipiente; B:imatura; C:madura; e em D: hipermadura ou morganiana.
2.3.2 Ceratite pigmentar
É uma oftalmopatia comum em animais da classe de braquiocefálicos, por este
acumulo de pigmento estar relacionado à fatores de irritativos crônicos. São caraterizados por
manchas amarronzadas pelo acumulo de melanócitos que podem levar a cegueira por sua
extensão (Figura 15A e 15B). Estão associados a outras doenças que podem induzir sua
formação, como: ceratoconjuntivite seca, cicatriz de ulceração corneal, alterações de cílios,
entrópio ou ectrópio, entre outras (HERREIRA, 2008; TURNER, 2010). Seu tratamento é
33
realizado com eliminação do agente irritante e/ou uso de medicação que diminuam o atrito ou
clareiem as manchas (SLATTER, 2005; HERREIRA, 2008).
Figura 15: Demonstração da ceratite pigmentar.
Fonte:http://www.oftalmovetrp.com.br/blog/139-manchas-
pretas
Legenda: A:menor extensão em canto nasal; B:difusa pela
córnea.
2.3.3 Ceratoconjuntivite seca
A ceratoconjuntivite seca é uma doença multifatorial que envolve a capacidade de
produção lacrimal, seja em quantidade ou qualidade e a superfície ocular, gerando sinais de
desconforto, dificuldade visual e danos severos à superfície corneal (DEWS, 2007).
Caracterizada por ser uma oftalmopatia progressiva e crônica também conhecida como
Síndrome do Olho Seco é uma anormalidade do filme lacrimal em cães podem ser
classificadas quanto ao seu aspecto quantitativo ou qualitativo e as alterações na produção de
um ou mais componentes do filme lacrimal estão relacionadas a doença ocular em graus
variados, denominada ceratoconjuntivite seca (Figura 16) (CABRAL et al., 2005; LAUS et al.,
2008).
Apresenta etiologia diversificada, podendo ser causada por medicamentos, exposição
excessiva ou retirada da glândula de terceira pálpebra, congênita e/ou alterações
imunomediadas. Como sinais clínicos temos secreção mucosa, perda de brilho da córnea
(edemas ou ceratites), hiperemia, neovascularização, podendo evoluir para cegueira
(HERRERA, 2008; RORIG, 2009; TURNER, 2010).
O diagnóstico se obtém pela realização do teste de schirmer que avalia a quantidade de
lágrima. Com a produção lacrimal de cães normal entre 15 e 25mm/minuto. Após o
diagnóstico este exame serve de teste controle depois do início do tratamento. Outro exame de
34
diagnóstico é o tempo de ruptura do filme lacrimal que consiste na contagem do tempo em
que o filme lacrimal apresenta pontos de sequidade logo após a instilação de uma gota de
fluoresceína com as pálpebras mantidas abertas, tempo médio normal varia entre 15 a 20
segundos. Os testes de rosa bengala e lissamina verde também são empregados para avaliar e
diagnosticar doenças da superfície ocular, causadas principalmente pela deficiência da porção
aquosa ou de mucina do filme lacrima células epiteliais desvitalizadas e são capazes de
detectar erosões (TALIERI et al., 2006; ORIÁ et al., 2010; MOTTAS, 2014).
O tratamento vem apresentando grandes avanços ao longo do tempo, porém consiste
basicamente no uso de medicamentos substituintes da lágrima, entretanto estes não possuem
os componentes e nutrientes da lágrima normal. Por ter grande fundo auto imune o tratamento
de eleição é com uso de ciclosporina A e em alguns casos o uso de tracolimus, ambos atua
como estimulante da glândula na produção de lagrima da glândula (HERRERA, 2008; ÓRIA
et al., 2010; TURNER, 2010). Há a possibilidade de correção cirúrgica com transposição do
ducto salivar parotídeo, redução da fissura palpebral para que a exposição corneal seja
diminuída. E alguns tratamentos experimentais usam o fechamento do ducto naso-lacrimal
para preservar a presença da lágrima na superfície corneal (HERRERA, 2008; ROSA, 2011;
EURIDES, 2013).
Figura 16: Animal com ceratoconjuntivite seca.
Fonte:http://www.portalagora.com/noticias/mostrar/pagina/9/id/50
660
Legenda: Presença de sinais clínicos: secreção, hiperemia,
neovascularização e opacidade corneal.
35
2.3.4 Conjuntivite
É uma doença ocular com maior incidência em animais de companhia, muita das vezes
são autolimitantes e nem precisam de tratamento, entretanto alguns fatores podem levar a
evolução do quadro e se associar a outras doenças (CRISPIN, 2005; MARTIN, 2010;
GONÇALVES, 2013). Sua etiologia pode ser infecciosa (bacteriana, viral, fúngica) e/ou não
infecciosa (alérgica, autoimune, traumatismo, entre outras). Sinais clínicos com hiperemia,
quemose, secreção ocular, formação de folículos e prurido (Figura 17) (TURNER, 2010). É
importante a realização do diagnostico diferencial da conjuntivite com ceratites, uveítes,
glaucomas, entre outras (HENDRIX, 2007; HENDRIX, 2008).
O tratamento consiste no controle da causa base com uso de medicações tópicas e
sistêmicas. Deve-se realizar os testes básicos para eliminar outras doenças oftálmicas
associadas e iniciar o tratamento mais especifico (HERRERA, 2008).
Figura 17: Animal com conjuntivite.
Fonte: http://animais.culturamix.com/doencas/perigos-da-
conjuntivite-canina
2.3.5 Degeneração corneal
As degenerações são alterações corneais que ocorrem de forma secundária. Não são
hereditárias e apresentam características inflamatórias (Figura 18), porem podem também ser
causadas por acumulo de lipídios, colesterol e cálcio. Podem ser instituídos ao tratamento o
Edta 0,35 % (como quelante de cálcio) e uso de ciclosporina A (como imunomodulador, caso
tenha fator auto imune). Aos demais o tratamento segue com manejo alimentar e
36
acompanhamento para cessar o processo inflamatório corneal (GELATT, 2003; HERRERA,
2008; PACHECO, 2014).
Figura 18: Demonstração de degeneração corneal em cão.
Fonte:http://www.praiadosbichos.com.br/index.php?area=a
rtigos&area2=artigos-desordens-cornea.
2.3.6 Entrópio
É uma alteração na pálpebra na qual ocorre inversão de sua margem sendo mais
comum a região inferior e em canto nasal, porem pode ocorrem toda a superfície palpebral e
nas margens superiores (Figura 19). Sua etiologia é diversificada podendo ser congênito,
espástico ou adquirido (SLATTER, 2005). Os sinais clínicos mais evidentes são
lacrimejamento excessivo, conjuntivites, secreções purulentas e prurido na região periocular
pela irritação local e dependendo do grau de rotação pode ser classificada em leves (45º),
moderado (90°) ou graves (180°) e podem gerar outras doenças, como: ceratites ou úlceras
corneais (STADES et al., 1999; VIANNA, 2006). Sua principal correção é cirúrgica através
de diversas técnicas de blefaroplastias que são selecionadas de acordo com cada tipo de
entrópio (TURNER, 2010, EURIDES, 2013).
37
Figura 19: Visualização de canino com entrópio.
Fonte:http://www.socimage.com/user/visaovet/3653792
919/1430381727167832047_3653792919
2.3.7 Obstrução ducto naso-lacrimal
O ducto naso-lacrimal é um componente do sistema lacrimal. Este faz a drenagem da
lágrima e serve de comunicação com a cavidade nasal e oral dos animais. Deve-se realizar
diferenciação entre a sua obstrução, atrofia, aplasia e/ou não perfuração do canal lacrimal,
pois ambos causaram o sinal clínico mais evidente que é a epífora, levando a mancha nos
pelos brancos dos animais por pH da lagrima ser diferente do que o corpo e pelos (Figura 20).
O diagnóstico consiste em execução do teste de Jones e avaliação com sondagem do ducto
naso lacrimal, a complicação mais comum é a dacriocistite, que consiste na
inflamação/infecção do saco lacrimal e ducto nasolacrimal, sendo esta doença mais comum
em gatos (SLATTER, 2005; WOUK, 2007).
Sua correção ocorre através do cateterismo e lavagem do ducto e quando este não
existe pode-se realizar dacriocistorinostomia (WOUK, 2007; EURIDES, 2013). A indução da
obstrução do ducto nasolacrimal também é uma técnica que está sendo empregado como
auxiliar no tratamento de ceratoconjuntivite seca (ROSA, 2012).
38
Figura 20: Observação de mancha nos pelos.
Fonte:https://meusanimais.com.br/como-retirar-
manchas-provocadas-pelas-lagrimas-nos-animais-
de-estimacao/
2.3.8 Úlcera de córnea
As ceratites ulcerativas ou úlceras de córnea são lesões corneais caracterizam-se por
processos erosivos da córnea que podem ser classificados como superficiais com perda de
epitélio e exposição de estroma ou profundas, chegando até a exposição da membrana de
descemet, levando a formação da descementocele (HERRERA, 2008; TURNER, 2010). Sua
etiologia é diversificada podendo ser por causas mecânicas (entrópios, distiquíases, corpo
estranho, pregas nasais, etc), infecciosas (bacterianas, fúngica e virais) e processos auto-
imunes (metabólicos ou de origem nervosa) (ALVES & ANDRADE, 2000; SAMPAIO, 2007;
SÁ, 2016).
As úlceras de córnea frequentemente provocam sinais clínicos clássicos, como:
fotofobia, blefaroespasmo, epífora e perda da transparência pela invasão de vasos (depende do
tempo de evolução), migração de células inflamatórias devido ao edema, desarranjo das
lamelas de colágeno, resultante da reparação cicatricial, deposição de pigmentos e de outras
substâncias como lipídios e cálcio (SLATTER, 2005; SANTOS, 2011). Úlceras corneais
indolentes provocam blefarospasmo, fotofobia e epífora, que são estimulados por meio de
sensações dolorosas provenientes do epitélio danificado, bem como do espasmo do músculo
ciliar secundário (CARNEIRO FILHO, 1997; GELATT, 2003; KERN, 2003; SLATTER,
2007; SANTOS, 2011).
O diagnóstico tem como base os sinais clínicos e a avaliação oftálmica e através do
uso de corante de fluoresceína, uma droga hidrofóbica que se conjuga ao estroma corneal
39
evidenciando uma coloração esverdeada (Figura 21) (TURNER, 2010; DAVIS E
GIONFRIDDO, 2011). Tem como tratamento principal o uso de antibiótico para combate de
proliferação bacteriana exógena da flora conjuntival da córnea, por vezes, a associação de soro
sanguíneo que leva componentes natural do organismo animal para combatê-los e/ou uso de
medicações que inibam a degradação corneal pelas metaloproteases, principalmente, com uso
de EDTA 0,35% e Acetilcisteína 5%. Cicloplégicos e midriáticos são utilizados para
diminuição da contração do músculo ciliar, diminuição de dor local, e evitar o surgimento de
sinéquias em ceratites profundas e/ou com perfuração (HERRERA, 2008; TURNER, 2010,
SILVA et al, 2015).
Figura 21: Aplicação de colírio de fluoresceína em animal.
Fonte: http://image.cachorrogato.com.br/textimages/ulcera-de-cornea-em-caes-e-gatos-5.
Legenda: Em (A) sem úlcera de córnea (B e C) com úlcera de córnea, sendo na figura B superficial e C
profunda.
2.3.9 Uveítes
A uveíte é a inflamação da túnica vascular do olho, a qual é composta pela íris, corpo
ciliar e coroide. Na uveíte anterior, íris e corpo ciliar são afetados, na posterior, apenas a
coroide é acometida, geralmente são doenças secundarias à alterações sistêmicas (COLITZ,
2005; HENDRIX, 2011). Os sinais clínicos da uveíte anterior são numerosos e não específicos
de acordo com a causa. Dentre eles inclui-se a hiperemia conjuntival, o flare, o edema de
córnea, a diminuição da PIO e da acuidade visual, o hifema, o hipópio, precipitados ceráticos,
miose, blefarospasmo, epífora, além de alterações irídicas como o seu espessamento,
40
mudanças na sua coloração e neovascularização (rubeosis iridis) (Figura 22) (VAN DER
WOERDT, 2001; COLITZ, 2005; TOWNSEND, 2008; RIBEIRO, 2015).
O objetivo do seu tratamento é aliviar os sintomas de dor e controlar a inflamação e, se
possível, minimizar sequelas e preservar a visão. Por estes motivos, no tratamento base da
uveíte são utilizados cicloplégicos tópicos, anti-inflamatórios tópicos e sistêmicos e
medicamentos específicos para o tratamento da causa base (CARDOSO, 2013; RIBEIRO,
2015).
Figura 22: Caracterização de animal com uveíte anterior.
Fonte:http://portaldodog.com.br/cachorros/saude/ectropio
-palpebrar-em-caes/
41
3 METODOLOGIA
O presente trabalho está sob avaliação no Cômite de Ética no Uso de Animais
(CEUA), após correção com aprovação condicionada, aguardando resposta final. Com
Protocolo 040/2017 (CEUA); 23084.012508/2017-20 (UFRA).
3.1 Coleta de material
Foi coletado secreção ocular do saco conjuntival (Figura 23A) de 30 caninos, machos
e fêmeas atendidos no setor de oftalmologia do hospital veterinário “Prof. Mário Dias
Teixeira”, estes com alterações oftálmicas, no período de agosto/2017 a janeiro/2018. Todos
com preenchimento de ficha oftálmica (ANEXO 1) e realizado testes de fluoresceína e
schirmer de acordo com oftalmopatia atendida e necessidade de cada animal. Proprietário
assinou termo de autorização para liberação da coleta de material de secreção ocular dos
animais.
As coletas foram realizadas através de swabs estéreis para realização de cultura
microbiana, uma para cada olho, totalizando 2 swabs por animal. Mesmo sendo um método de
coleta indolor, foi utilizado colírio anestésico® para passagem do swab. Após a coleta este foi
introduzido em tubo falcon com solução fisiológica e encaminhado ao laboratório de
microbiologia (Figura 23B).
Figura 23: Observação de coleta de material.
Fonte: Arquivo pessoal.
Legenda: A: observa-se a introdução do swab na conjuntiva e B:
armazenagem em tubo falcon para ser transportada ao laboratório.
42
3.2 Cultura
As amostras para cultura microbiana foram enviadas ao Laboratório de microbiologia
da UFRA e semeadas em meio de cultura ágar sangue e ágar MacKonkey, cada olho foi
semeado em placa com dupla divisão, contendo os dois meios de cultura.
Após inoculação no meio de cultura coloca-se em estufa e armazenou-se por 24 horas
para acompanhar o crescimento bacteriano. Quando positivo foi feita a identificação e
caracterização das colônias e retirada uma amostra de cada para fazer lâmina, método de
secagem e técnica de coloração de gram, para microscopia. Se necessário as amostras foram
semeadas em caldo para seguir com os testes necessário de bioquímicos, em crescimentos de
MacKonkey (Figura 24).
Figura 24. Placa inoculada pelo swabe.
Fonte: Arquivo pessoal, 2018.
Legenda: no lado esquerdo tem o meio de cultura Ágar sangue e
Ágar Mackonkey, no lado direito.
43
3.3 Avaliação estatística
As amostras foram analisadas através da frequência, avaliação de incidência e
prevalência entre raça, gênero, doenças oculares e entre as bactérias avaliadas, sendo
correlacionado a microbiota crescente com as afecções oculares atendidas.
44
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
Dos 30 cães avaliados no estudo, 40% (12/30) eram fêmeas e 60% (18/30) eram
machos, esses dados corroboram com os estudos realizados por Santos et al., (2009) e Dantas
(2010) em que 56% (56/100) e 70 % (14/20) eram do gênero macho, respectivamente,
entretanto, diferente de Shimamura (2008) que avaliou apenas 14 % (4/29) de animais
machos. A idade dos animais ficou divididas em intervalos de animais de 0-1 ano (5 animais),
de 2-7 anos (10 animais) e acima de 8 anos (15 animais), deixando-se evidente que as
oftalmopatias podem ocorrer em quase todas as faixas etárias. No estudo de Santos et al.
(2009) foi identificado maior quantidade de animais na faixa etária de 1-4 anos.
Das raças avaliadas neste estudo, 66,7 % dos animais eram com raças definidas sendo
distribuídos entre as raças: Bulldog Inglês, Chow Chow, Cocker Spaniel, Pinscher, Pit Bull,
Poodle, Pug, Sharpei, Shih Tzu, Teckel e Yorkshire (Tabela 1). E 33,3 % eram classificados
como SRD (sem raça definida). Estudos de Santos et al., (2009), Dantas (2010), Shimamura
(2008) obtiveram cães de raças semelhantes, no entanto a quantidade de cães SRD foram
41%, acima de 50% e 27%, respectivamente, sendo essa oscilação possa estar correlacionada
a quantidade de animais em cada estudo.
Tabela 1. Raças dos animais que foram coletados secreções oculares no setor de
oftalmologia do HOVET/UFRA, no periodo de agosto/2017-janeiro/2018.
RAÇAS CANINA QUANTIDADE
BULLDOG INGLÊS 1
CHOW CHOW 1
COCKER SPANIEL 3
PINSCHER 1
PIT BULL 2
POODLE 5
PUG 2
SHARPEI 1
SHIH TZU 2
TECKEL 1
YORKSHIRE 1
TOTAL 20
Fonte: Dados obtidos do Hospital Veterinário “Prof. Mário Dias Teixeira”/UFRA.
45
Dos 60 olhos avaliados, houve crescimento positivo em 91,7% (55/60) e negativo em
8,3% (5/60). Destes total de olhos inoculados, 57 olhos continham alteração oftálmica e 3
olhos não se apresentavam doentes, contudo o crescimento foi positivo em olhos sem
alterações dignas de nota. Foram obtidos dados semelhantes à quantidade de crescimento
encontrado no estudo de Santos et al., (2009) com crescimento de 100% das amostras
coletadas, Dantas (2010) com crescimento de 92,5 %, Maschio et al., (2010) com 95,83% de
crescimento positivo, Subtil (2010) com 100% de crescimento, divergindo com Shimamura
(2008) que obteve 51,67 % e em Santos et al., (2013) com obtenção de 29% de isolados
positivos em córneas de morcegos.
Nos 60 olhos avaliados foram isolados 13 tipos de bactérias, sendo Staphylococcus sp.
(73%), Streptococcus sp. (8%), Bacillus spp. (5%), Escherichia coli (3%), Pseudomonas sp.
(2%), Arizona sp. (2%), Corynebacterium sp. (2%), Edwardsiella sp. (1%), Proteus sp. (1%),
Micrococcus sp. (1%), Shiguela sp. (1%), Citrobacter sp. (1%), e Moraxella sp. (1%). Outros
autores como por Prado et al. (2005), Wang et al. (2008), Dantas (2010) e Subtil (2010) que
corroboram com achados deste trabalho, sendo as bactérias mais prevalentes Staphylococcus
sp., Streptococcus sp. e Bacillus spp., são comumente encontradas em cães hígidos e com
doenças oftálmicas, estas doenças seja ocular ou sistêmica podem favorecer a proliferação de
bactérias patogênicas pela baixa de imunidade ou de barreira protetiva do olho animal. Nem
cada olho apresentou apenas um crescimento bacteriano isolado em cultura, foi possível
encontrar combinação de duplas e trios nas bactérias (Tabela 2), concordando com dados
expostos em Santos et al. (2009).
Tabela 2. Distribuição de crescimento bacteriano isolados e em grupos.
Crescimento Frequência Absoluta Frequência Relativa
Staphylococcus sp. 34 62%
Bacillus sp. 2 4%
Streptococcus sp. 1 2%
Bacillus sp. + Pseudomonas sp. 1 2%
Corynebacterium sp. + Pseudomonas sp. 1 2%
Corynebacterium sp. + arizona sp. 1 2%
Staphylococcos sp. + Escherichia coli 2 4%
Staphylococcos sp. + Edwardsiella sp. 1 2%
Staphylococcos sp. + Arizona sp. 1 2%
Staphylococcos sp. + Citrobacter sp. 1 2%
Fonte: Dados obtidos do Hospital Veterinário “Prof. Mário Dias Teixeira”/UFRA.
46
Tabela 2. Distribuição de crescimento bacteriano isolados e em grupos.
Crescimento Frequência Absoluta Frequência Relativa
Staphylococcos sp. + Streptococcos sp. 4 7%
Staphylococcos sp. + Micrococcos sp. 1 2%
Staphylococcos sp. + Shiguella sp. 1 2%
Staphylococcos sp.+ Streptococcos sp + Escherichia coli
1 2%
Streptococcos sp.+ Staphylococcos sp.+ Proteus sp.
2 4%
Streptococcos sp.+ Moraxella sp.+ Escherichia coli
1 2%
TOTAL 55 100%
Fonte: Dados obtidos do Hospital Veterinário “Prof. Mário Dias Teixeira”/UFRA.
Foram coletado material de 30 cães, no qual 66,7% (20/30) apresentava apenas uma
doença oftalmica, em ambos os olhos ou em apenas um olho e 33,3% (10/30) apresentavam
duas afecções oculares associadas. As doenças identificadas foram: Catarata 13,6% (9/66),
Ceratite Pigmentar 4,5% (3/66), Conjuntivite 18,1% (12/66), Degeneração Corneal 3% (2/66),
Entrópio 6% (4/66), Ceratoconjuntivite Seca (KCS) 27,3% (18/66), Obstrução de ducto
nasolacrimal 3% (2/66), Úlcera de córnea 20% (13/66) e Uveíte 4,5% (3/66). Dentre essas
nove doenças, apenas dois olhos com catarata, dois olhos com uveíte e um olho de animal
com KCS bilateral houve crescimento negativo. Os demais olhos apresentaram crescimento
positivo, mesmo em três olhos que não havia alteração oftálmica. Dos 55 crescimentos
positivos, houve em alguns casos crescimento de mais de uma bactéria, entretanto, em todos
houve maior incidência de Staphylococcus sp. (tabela 3), somando aos achados de outros
autores que contém como o micro-organismo mais isolado os do gênero Staphylococcus, em
alterações oculares, como entrópio, blefarite, protrusão da glândula nictitante e catarata, e até
em animais sadios (UESUGUI, 2002; SANTOS et al., 2009; TOMIMATSU et al., 2009;
SILVA el at., 2015). Estudos comprovam ser comum verificar a presença destes agentes
nestes tipos de afecção, pois são considerados como presentes na microbiota da pele de cães
(ANDRADE, 2002).
47
Tabela 3. Afecções oculares e frequência do principal agente isolado em cães atendidos no Setor de
Oftalmologia do Hospital Veterinário “Prof. Mário Dias Teixeira” da Universidade Federal Rural da Amazônia,
no período de agosto de 2017 a janeiro de 2018.
Afecção Ocular Agente % total
Agente
% total
Afecção
CATARATA (9) Staphylococcus sp. 17% 77%
CERATITE PIGMENTAR (3) Staphylococcus sp. 7% 60%
CONJUNTIVITE (12) Staphylococcus sp. 25% 58%
DEGENERAÇÃO CORNEAL (2) Staphylococcus sp. 5% 100%
ENTROPIO (4) Staphylococcus sp. 7% 37,5%
KCS (18) Staphylococcus sp. 37% 57%
OBST. DUCTO (2) Staphylococcus sp. 5% 100%
ULCERA DE CÓRNEA (13) Staphylococcus sp. 30% 66%
UVEÍTE (3) Staphylococcus sp. 2% 100%
Fonte: Dados obtidos do Hospital Veterinário “Prof. Mário Dias Teixeira”/UFRA.
As doenças que mais houve crescimento foram KCS (18/60), Úlcera de Córnea
(13/60) e Conjuntivite (12/60), estas foram tambem as três oftalmopatias mais identificadas
neste trabalho seja de forma bilateral ou associadas, corroborando com dados de Sá (2016), no
qual correlaciona estas três doenças como principais causas de aumento de resistencia aos
antibioticos por serem as que mais o utiliza, seja de forma profilatica ou terapêutica.
Prado et al., (2005) demonstrou que a composição bacteriana de olhos saudáveis e
ulcerados era similar, e o patógeno mais prevalente foi Staphylococcus intermedius,
comprovando que a microbiota natural da superfície ocular pode vir a se tornar patogênica.
Nosso estudo não chegou a definição da espécie, porém mostrou que este gênero é o mais
prevalente. Wang et al. (2008) realizou estudo similar, obtendo resultados idênticos com os de
Prado et al., (2005), com presença de S. intermedius como o patógeno mais frequente na flora
ocular normal e em córneas ulceradas em cães. Santos et al. (2009) encontraram, em animais
hígidos, principalmente Bacillus, spp., e em animais com alterações oftálmicas, S.
intermedius. No estudo de Ória et al., (2013) houve predomínio de Staphylococcus
intermedius (31,43%). Levey et al. (1997), discorre sobre a importância de cultura corneana
para controle dos agentes, principalmente em úlceras profundas ou em Melting.
A KCS foi a doença mais frequente e com crescimento positivo em 94,4% (17/18) dos
animais com essa infecção. Sendo isolado em 57% (15/26) Staphylococcus sp., em 11,5%
(3/26) Streptococcus sp., em 7,6% (2/26) Pseudomonas sp., e em 3,8% (1/26) Bacillus sp,
48
Corynebacterium sp., Edwardsiella sp., Citrobacter sp., Shiguella sp., e Escherichia coli.
Resultados semelhantes foram obtido por Ória et al. (2013), no qual teve como mais isolados
bactérias do gênero Staphylococcus sp. 24,73% e Streptococcus β-hemolítico com 16,13%.
Bem como a presença de Escherichia coli (27,27%) e Pseudomonas aeruginosa (24,24%).
Microrganismos do gênero Pseudomonas são encontrados como saprófitas no meio ambiente
e representam importante causa de complicações em afecções oculares em pequenos animais;
no entanto, podem ser encontrados na microbiota natural em animais hígidos (KUDIRKIENE
et al., 2006).
O isolamento dos mesmos micro-organismos tanto olhos hígidos quanto com afecções
oculares, reforça o descrito por inúmeros autores de que a mudança nas condições normais da
superfície ocular e da imunidade do animal pode tornar as bactérias oculares residentes
potencialmente patogênicas, levando a danos graves aos tecidos oculares (PETROCINIO et
al., 2006; SILVA et al., 2015).
49
5 CONCLUSÃO
Podemos concluir com o presente estudo que a microbiota bacteriana conjuntival de
cães com as oftalmopatia descritas no trabalho são constituídas principalmente de bactérias
gram-positivas, sendo encontrado com maior freqüência Staphylococcus sp. e em menor
quantidade Streptococcus sp., Bacillus sp. e bactérias gram-negativas como a Escherichia
coli.
Algumas doenças apresentaram crescimento de mais de uma bactéria e não houve
correlação com a presença de mais de uma afecção ocular com crescimento de mais de uma
bactéria, bem como houve também crescimento em olhos que não apresentaram distúrbios
oculares, mostrando que é em olhos hígidos também ocorrem presença de bactérias que
compõem a microflora ocular.
Não foi observado correlações entre a idade, sexo e gênero dos animais atendidos com
as afecções que foram coletadas material e com a microbiota identificada.
50
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APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Universidade Federal Rural da Amazônia
Instituto de Saúde e Pesquisa Animal
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O senhor (a) está sendo convidado para participar da pesquisa “Avaliação da Microbiota Ocular de
Cães com Oftalmopatias”. O senhor (a) foi selecionado por seu animal apresentar sinais clínicos de
afecção ocular, comprometendo sua normal funcionalidade. Sua participação não é obrigatória.
O objetivo deste estudo é identificação da microbiota conjuntival de cães com oftalmopatia, para
identificação dos microrganismos através da realização de cultura. Os resultados poderão auxiliar no tratamento
de animais, investigando melhor antibiótico para combate desta enfermidade ocular, de acordo com identificação
bacteriana.
Sua participação nesta pesquisa consistirá na liberação para duas coletas de secreção ocular do saco
conjuntival de cada olho, auxílio na contenção de seu animal e não será obrigatório comparecimento em datas ou
horários específicos, apenas se for preciso fazer alguma recoleta de material biológico.
A coleta de material não causa muitos transtornos, gerando-se apenas pouco desconforto pela introdução
do swab no saco conjuntival que será minimizado com utilização de colírio anestésico local. Sendo ainda
necessário, caso animal seja agressivo, uso de focinheira para evitar mordidas e traumas tanto ao médico
veterinário quanto ao tutor.
Em relação aos custos, o senhor (a) ficará isento dos testes oftálmicos (teste de schirmer e de
fluoresceína) realizados no setor de oftalmologia. O restante das demais medicações e procedimentos necessários
ficará sobre responsabilidade e custo do tutor.
O senhor (a) possui a liberdade de recusar a participar, sem penalização alguma e sem prejuízo com sua
relação com o pesquisador ou com a instituição. As informações obtidas através dessa pesquisa serão
confidencias e asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a
possibilitar sua identificação.
_____________________________________
CAROLINE DA SILVA PAMPLONA DE SENA
Médica Veterinária/CMRV-PA 3105
Declaro que eu fui informado sobre os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e
porque o pesquisador precisa da minha colaboração, tendo entendido a explicação. Por isso, eu concordo em
participar, sabendo que não vou ganhar nada e nem ter prejuízos.
Local e data: Telefone:
CPF:
_________________________________________
Assinatura do participante
59
ANEXO A – Ficha para avaliação oftálmica do setor de oftalmologia do HOVET/Ufra
60
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