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Na votação em que generais das
três Armas do Brasil apontavam
e escolhiam o presidente do
País, o general Emílio Garrastazu
Médici venceu o general
Albuquerque Lima, que tinha 3
estrelas, e Médici era dono de 4
estrelas.
“A plenitude do regime
democrático é uma aspiração
nacional. (...) Creio necessário
consolidar (...) o sistema
representativo baseado na
pluralidade dos partidos e na
garantia dos direitos (...) do
homem”.
Emílio Garrastazu Médici
Por uma estrela a mais...
O general Médici, reúne seus generais
em Porto Alegre, para encaminhar a
escolha do sucessor do presidente
Costa e Silva. E informa: “Eu (...) recuso
ser candidato. E os proíbo que votem
em Mim”. O general João Batista
Figueiredo Declara: “ General, peço
demissão de minhas funções de chefe
de seu Estado-Maior. Vou desobedecer
suas ordens e não gostaria de fazê-lo
ocupando cargo de confiança”. Seguido
por outros generais que não cumpriram
a ordem; Médici seria o novo presidente.
“O escolhido foi Garrastazu”
O Alto Comando do Exército e generais, almirantes e brigadeiros das Forças Armadas
indicam para o cargo de presidente do Brasil o ex-chefe do SNI. A 25 de outubro de
1969, o general Médici, candidato único, era eleito pelo Congresso Nacional com 239
votos a favor, contra 76 abstenções.
Uma eleição de candidato único......eleito de forma indireta defendia a
repressão dura e implacável contra o
que se convencionou chamar de
inimigos da Revolução...
Com o início da repressão política e
policial grupos de esquerda optaram
pela luta armada: Uma forma de
reação contra as ações violentas da
ditadura.
historiaula.wordpress.com
As campanhas orquestradas pelos
militares e apoiadas pela maioria das
redes de comunicação do país,
procuravam convencer a população de
que as ações da oposição eram atos
de puro terrorismo.
No governo Médici a tortura e a repressão atingiram os extremos, bem como a censura
aos meios de comunicação. O pretexto foi à intensificação da luta armada contra o
regime. A luta armada no Brasil assumiu a forma de guerra de guerrilha (influenciada
pela revolução cubana, pela guerra do Vietnã e pela revolução chinesa).
O absurdo da repressão e o abuso de poder
Setembro de 1969 os militares adotam a
Lei de Segurança Nacional que
concedia aos donos do poder o direito
de aplicar a pena de morte, de prisão
perpétua e de banimento.
Em 11 de novembro, de 1969, o
presidente Médici assinou a lei n° 69534
conhecida como Decreto Secreto. A lei
com conteúdo secreto e sem divulgação
oficial autorizava até a prisão de pessoas
por violar a lei que ela própria
desconhecia.
Noventa milhões em ação
Pra frente Brasil
Do meu coração
Todos juntos vamos
Pra frente Brasil
Salve a Seleção
De repente é aquela corrente pra frente
Parece que todo o Brasil deu a mão
Todos ligados na mesma emoção
Tudo é um só coração!
Todos juntos vamos
Pra frente Brasil, Brasil
Salve a Seleção
Pra Frente Brasil
Composição: Miguel Gustavo
Com o início da maníaca e violenta
repressão política as organizações
oposicionistas ou rendiam-se ao poder
militar ou enveredavam-se pelos
caminhos da luta
Terrorismo, seqüestros, ocupações de
estações de rádio em São Paulo transmitiam
mensagens defendendo a resistência.
Os anos de Chumbo
O SNI ligado diretamente ao poder
executivo funcionava como um órgão de
controle e censura das informações
promovendo o silêncio total através dos
instrumentos de repressão ligados ao
DOPS, DPPS, CIEX, CENIMAR, DPF, CODI
e DÓI.
Sinto-me feliz, todas as noites, quando
ligo a televisão para assistir ao jornal.
Enquanto as notícias dão conta de greves,
agitações, atentados e conflitos em várias
parte do mundo, o Brasil marcha em paz,
rumo ao desenvolvimento. É como se eu
tomasse um tranqüilizante, após um dia de
trabalho”
Presidente Médici, 23/03/1973.
ADERVAL COQUEIRO (fevereiro de 1971)
(...)banido em 1970, voltou ao Brasil e foi
localizado no Rio(...) foi a primeira vítima de
uma sentença do porão: bandido que retorna,
morre
CARLOS LAMARCA (28 de agosto de 1971) Amarraram-no a um pau e levaram-no para a
beira da estrada, onde uma camionete transferiu os cadáveres(...) no dia seguinte o
presidente Médici conferia a fisionomia do morto em sua mesa no Planalto. Lamarca tinha os
olhos abertos
Paralela a guerrilha rural, surgiu
também a guerrilha urbana. Seu
principal organizador foi Carlos
Marighella, líder da Aliança de
Libertação Nacional.
Para combater a guerrilha urbana o
governo militar sofisticou o aparelho
de informação com criação do DOI-
CODI (Destacamento de Operação e
Informações - Centro de Operações
de Defesa Interna), cuja finalidade
central era eliminar os grupos de
guerrilha de esquerda.
Os aparelhos da repressão como os
DOIs-CODIs tinham na tortura e nas
prisões arbitrárias uma prática
corriqueira.
Eliminada a oposição é hora do milagre econômico brasileiro
1. A propaganda oficial utilizou jornais, cinema e sobre tudo a televisão para divulgar
slogans como: Você constrói o Brasil, Ninguém segura este país, Brasil, conte comigo
e Brasil, ame-o ou deixe-o.
2. A vitória do Brasil na copa do mundo de 1970, disputada no México, serviu como
propaganda do governo deixando o país em delírio.
3. O governo adotou medidas desenvolvimentistas destacando-se: a criação da
Transamazônica, do Instituto de Colonização e Reforma Agrária, o Plano de Integração
Social, o Pró-Alcool, e o Movimento Brasileiro de Alfabetização.
Crescimento da indústria
automobilística, da construção civil
e da agricultura.
Aumento dos investimentos
estrangeiros e estatais.
Expansão das linhas de créditos para
uma classe média bem-remunerada
e ávida por consumir.
Delfin Netto como Ministro da Fazenda
defendia que primeiro o país
deveria crescer para depois
distribuir a renda. O crescimento
econômico favoreceu uma minoria
deixando de fora do bolo a maioria
dos brasileiros.
4. A política de arrocho salarial resultou
no crescimento do PIB que alcançou
índices de crescimento entre 10,0% e
11.2%.
Milagre Econômico
O "milagre econômico" produziu uma grave crise social e econômica ao estabelecer
uma brutal concentração da renda impedindo que as camadas populares melhorassem
sua condição de vida. As desigualdades sociais e a pobreza aumentaram neste período.
Por outro lado, as ações do governo contra os sindicatos impediu a livre organização
dos trabalhadores eliminando, a conquista de direitos e compensações salariais. O
atrelamento ao capital estrangeiro gerou uma dívida externa tão elevada que bloqueou
por décadas o crescimento e desenvolvimento sustentável do país.
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