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3556- Anatomia / fisiologia aplicada aos
cuidados de epilao/depilao
Carga horria: 50 horas
Formador: Miguel ngelo Barroso
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INDICE
Conceitos de biologia humana cuidados de epilao/depilao
Conceitos de biologia humana e funes de relao do corpo
Matria e energia - elementos que constituem os seres vivos, tomo, molcula
Constituio da matria viva do tomo ao Homem
Molcula, elementos primrios, orgnicos e inorgnicos
Substncias
Tecidos
Conceitos da atividade celular
A clula
Teoria celular
. Membrana celular; Ncleo; Citoplasma
Funes celulares
. Nutrio; Relao; Reproduo
Tecidos
Epitelial; Conjuntivo; Adiposo; Cartilagneo; sseo
Sistemas
Nervoso; Muscular; Circulatrio; Hormonal; Respiratrio; Digestivo; Reprodutivo
Conceitos e funes/alteraes da pele
Conceitos bsicos
Microestrutura da pele; Irrigao sangunea da pele; Enervao da pele; Msculos da pele;
Propriedades da pele
Funes da pele
Melanina; Vitamina D; Regulao trmica; Composio da superfcie cutnea
Tipos de alteraes da pele
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Fatores externos
Fatores internos
Impermeabilidade da pele
Barreira eletrofisiolgica de Rhein; Vias transepidrmica e transanexial; Graus de penetrao
Origem e estrutura do canal pilossebceo
Formao do canal pilossebceo
Estrutura microscpica
Bulbo
Composio do infundbulo
Recetores andrginos
Vascularizao e pigmentao do pelo
Implantao do canal pilossebceo e o seu pelo
Atividade cclica do pelo
Identificao das fases
Anagnea
Catagnea
Teogonia
Nmero de folculos e de pelos por folculo
Anomalias do pelo
Distrbios de pigmentao
Causas e efeitos de quantidade
Alopecia
Hipertricose
Hirsutismo
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Introduo
No mbito da formao profissional na rea de cuidados pessoais, surgiu a
necessidade da elaborao deste manual de apoio a UFCD 3556.
Destina-se a futuros tcnicos (as) da rea com o cdigo 815 do Catlogo
Nacional de Qualificaes, como suporte de consulta, para um melhor
desempenho das suas funes, como tambm, servir de suporte integral
UFCD que ser ministrada.
Os seus principais objetivos sero:
a) Descrever os conceitos bsicos de biologia humana (anatomia/fisiologia)
associados ao corpo
b) Identificar a origem e estrutura do canal pilossebceo e descrever as
diversas anomalias foliculares
c) Descrever a importncia da atividade cclica do pelo
d) Explicar a importncia das anomalias do pelo
Considera-se ainda como um instrumento de apoio e auxlio aos formandos no
decorrer das sesses inerentes ao mdulo para aquisio de conhecimentos e
competncias enunciados nos objetivos, como tambm como guia de consulta
a posteriori pelos destinatrios do mesmo.
O presente manual de formao foi elaborado pelo formador Miguel ngelo
Barroso, que assume integral responsabilidade pelos contedos e textos
devidamente citados o mesmo no poder ser reproduzido sem autorizao do
mesmo.
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Na composio qumica dos seres vivos predominam quatro elementos:
o carbono, o oxignio, o hidrognio e o nitrognio. De todos eles, o bio
elemento caracterstico da matria viva o carbono.
A matria que forma os seres vivos
A matria que constitu os seres vivos chamada matria viva. Os elementos qumicos que se encontram na matria viva so denominados bio elementos, e as molculas que formam a matria viva recebem o nome de biomolculas.
Os bio elementos
Nos seres vivos h cerca de vinte elementos qumicos entre os mais de cem que hoje conhecemos. Os mais abundantes so: oxignio (O), hidrognio (H), carbono (C), nitrognio (N), clcio (Ca), fsforo (P), enxofre (S), magnsio (Mg), cloro (Cl), potssio (K) e sdio (Na), sendo os quatro primeiros os que se encontram em maior quantidade na matria viva.
A vida est baseada no tomo de carbono. O carbono tem a propriedade de poder se combinar de maneira muito estvel com outros tomos para formar uma grande variedade de molculas, algumas delas bastante complexas (como as protenas).
As biomolculas
As biomolculas podem ser inorgnicas ou orgnicas. A gua e os sais minerais so biomolculas inorgnicas.
As biomolculas orgnicas so os glcidos (acares), os lipdios (gorduras), as protenas e os cidos nucleicos (DNA e RNA).
As biomolculas inorgnicas so comuns a toda a matria, tanto viva como inerte, ao passo que as orgnicas so mais abundantes na matria viva. Nas biomolculas orgnicas, muito frequente a polimerizao, isto , o fato de determinadas molculas se unirem entre si, formando uma macromolcula. As unidades so chamadas monmeros e a molcula resultante, polmero. As macromolculas biolgicas so realmente grandes se comparadas s molculas inorgnicas.
Os organelos celulares so estruturas supramoleculares, ou seja, formadas pela associao de diferentes macromolculas.
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Biomolculas Inorgnicas:
GUA
Sem gua, no h vida. Em mdia, ela constitui 70% da massa corprea dos seres vivos, ainda que alguns tenham mais (96% nas medusas) e outros tenham menos (20% nas sementes. A gua utilizada como meio para as reaes qumicas (nela esto dissolvidas muitas substncias), transporta substncias, d forma s clulas, amortece articulaes e regula a temperatura do corpo.
SAIS MINERAIS
Formam as partes duras dos seres vivos: as conchas dos moluscos (carbonato de clcio) e os esqueletos dos vertebrados (fosfato de clcio). Outros intervm em reaes qumicas, mantm a salinidade do organismo (cloreto de sdio e potssio), interferem na transmisso do impulso nervoso ou formam parte de molculas importantes, como a hemoglobina do sangue.
Biomolculas Orgnicas:
GLICDOS
So biomolculas compostas de carbono, hidrognio e oxignio, com funo energtica, como "combustveis" para os seres vivos, e estrutural, formando partes dos seres vivos. Os mais conhecidos so a glicose (acar do mel) e a sacarose (acar da cana), que so energticos; o amido, que serve como reserva de energia nas plantas; e a celulose, que forma as paredes das clulas vegetais.
LIPDOS
So formados por carbono, hidrognio, oxignio e outros elementos, como o fsforo. Sua funo energtica e estrutural. So muito diversificados e desempenham vrias funes no organismo. As gorduras servem como reserva de energia. Os fosfolpidos e o colesterol formam partes das membranas celulares. Algumas vitaminas, como A e D, so lpidos.
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PROTENAS
Formadas por carbono, hidrognio, oxignio, nitrognio e outros elementos, so polmeros de biomolculas menores, os aminocidos. As suas funes so muito variadas: o colagnio da pele tem funo estrutural, a hemoglobina do sangue transporta oxignio, os anticorpos intervm na defesa contra infees e as enzimas regulam as reaes qumicas nas clulas.
CIDOS NUCLEICOS
Formados por carbono, hidrognio, oxignio, nitrognio e fsforo, so biomolculas constitudas por longas cadeias de molculas menores, chamadas nucletidos. H dois tipos de cidos nucleicos: o cido desoxirribonucleico (DNA) e o cido ribonucleico (RNA). O DNA contm a informao gentica que tem codificadas vrias das caractersticas de um ser vivo.
Cito Paulo Magno da Costa Torres.
DO TOMO AO HOMEM
O tomo a menor partcula que ainda caracteriza um elemento
qumico, ou seja so considerados a menor poro da
matria. Fazem parte da sua constituio o proto, que
tem carga positiva; o eletro, com carga negativa; e o
neutro, com carga neutra. O proto e o neutro formam o
ncleo atmico e o eletro circunda esse ncleo, sendo o
responsvel pelos campos magnticos e eltricos.
Uma molcula uma entidade eletricamente
neutra, ou seja um conjunto de tomos ligados
quimicamente entre si. As molculas podem ser
constitudas por tomos do mesmo elemento, ou
por tomos de elementos diferentes. Por
exemplo, duas molculas de hidrognio podem combinar-se com uma molcula
de oxignio para dar origem a duas molculas de gua (H2O). A dimenso das
molculas vria consideravelmente com a natureza da substncia.
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A clula um conjunto organizado de
molculas. Ela representa a menor poro de
matria viva dotada da capacidade de se duplicar
independente. So as unidades estruturais e
funcionais dos organismos vivos. Podem ser
comparadas aos tijolos de uma casa. Cada tijolo
seria como uma clula. Alguns organismos, tais
como as bactrias, so unicelulares (consistem
em uma nica clula). Outros organismos, tais como os seres humanos, so
pluricelulares. Os seres humanos possuem aproximadamente 100 trilies de
clulas.
Um tecido um conjunto de clulas especializadas, iguais ou diferentes entre si, separadas ou no por lquidos e substncias intercelulares, que realizam determinada funo num organismo multicelular. Os tecidos biolgicos podem dividir-se em: tecidos animais e tecidos vegetais. Um exemplo de tecido animal o epitlio que um tecido formado por clulas justapostas, ou seja, intimamente unidas entre si. A sua principal funo revestir a superfcie externa do corpo, os rgos e as cavidades corporais internas. A perfeita unio entre as clulas epiteliais faz com que os epitlios sejam eficientes barreiras
contra a entrada de agentes invasores e a perda de lquidos corporais.
Um rgo um grupo de tecidos que
executam uma funo especfica ou grupo de
funes. Usualmente existem tecidos principais e
espordicos. O tecido principal aquele que nico
para um rgo especfico. Por exemplo, o tecido
principal no corao o miocrdio, enquanto os
espordicos so os nervos, sangue, tecido
conjuntivo.
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rgos do ser humano por regio.
Cabea e pescoo: crebro, orelhas, olhos, boca, lngua, dentes,
lbios, nariz, couro cabeludo, laringe, faringe, glndulas salivares,
meninge, tiroide, glndula paratiroide, pele.
Costas: vrtebra, espinha dorsal, costela.
Trax: corao, pulmo, timo, glndula mamria.
Abdmen: estmago, duodeno, intestino, clon, fgado, bao,
pncreas, rim, glndula suprarrenal, apndice, pele, vescula biliar,
bexiga.
Plvis e pernio: plvis, osso sacro, cccix, ovrios, trompas de falpio,
tero, vulva, cltoris, pernio, bexiga, testculo, reto, pnis.
Membros Inferiores e Superiores: msculo, nervo, mo, punho,
cotovelo, ombro, joelho, calcanhar, p.
Um sistema ou sistema orgnico um grupo de rgos que
juntos executam uma determinada
tarefa/funo. O ser humano possui uma
variedade de sistemas devido
complexidade do organismo da espcie.
Deste modo um ser humano tem os
seguintes sistemas: o sistema digestivo,
responsvel pela transformao da comida
em nutrientes para o organismo; o sistema
respiratrio; o sistema circulatrio,
responsvel pelo transporte do sangue
pelo corpo; o sistema nervoso; o sistema
linftico; o sistema urinrio (excretor); o
sistema reprodutor; o sistema endcrino; e
o sistema sseo.
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Um organismo um ser vivo. Caractersticas
comuns a muitos organismos incluem: movimento;
alimentao; respirao; crescimento; reproduo; e
sensao (sensibilidade a estmulos externos). No
entanto, estes no so universais. Muitos organismos
so incapazes de movimento independente, e no
respondem diretamente ao seu ambiente. Os
microrganismos, como as bactrias, podem no ter
respirao, usando, em vez disso, processos qumicos
alternativos. Um dos parmetros bsicos de um
organismo o seu tempo de vida. Alguns animais tm
vidas to curtas como um dia, enquanto que algumas
plantas podem viver milhares de anos. O
envelhecimento importante para determinar o tempo
de vida da maioria dos organismos, bactrias, vrus.
CONCEITOS DA ATIVIDADE CELULAR
A CLULA
As Clulas Constituem os Seres Vivos
Os seres vivos diferem da matria bruta ou inerte porque so constitudos por
clulas. Os vrus so seres que no possuem clulas, mas so capazes de se
reproduzir e sofrer alteraes no seu material gentico. Esse um dos motivos
pelos quais ainda se discute se eles so ou no seres vivos.
A clula a menor constituinte dos seres vivos com forma e funo definidas.
Por essa razo, afirmamos que a clula a unidade estrutural dos seres vivos.
A clula - isolada ou junto com outras clulas - forma todo o ser vivo ou parte
dele. Alm disso, ela tem todo o "material" necessrio para realizar as funes
de um ser vivo, como nutrio, produo de energia e reproduo.
Cada clula do nosso corpo tem uma funo especfica. Mas todas
desempenham uma atividade "comunitria", trabalhando de maneira integrada
com as restantes clulas do corpo. como se o nosso organismo fosse uma
imensa sociedade de clulas, que cooperam umas com as outras, dividindo o
trabalho entre si. Juntas, elas garantem a execuo das inmeras tarefas
responsveis pela manuteno da vida.
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Teoria Celular:
- Todos os seres vivos, animais e vegetais, so formados por
clulas
- A clula a unidade de reproduo, de desenvolvimento e de
hereditariedade de todos os seres vivos
- Todas as clulas provm de clulas preexistentes
1. Unidade estrutural e funcional
Clulas Procariticas No possuem ncleo definido/individualizado (fig.1)
Clulas Eucariticas Possuem ncleo definido/individualizado (fig.2)
Fig.1 Clula Procaritica Fig.2 Clula Eucaritica
A clula eucaritica vegetal constituda por:
- Parede celular
- Membrana Celular, membrana plasmtica, membrana citoplasmtica ou
plasmalema
- Citoplasma:
. hialoplasma
. organitos
- Ncleo:
. nucleoplasma
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. DNA
. nuclolo
- Mitocndrias
- Cloroplastos
- Aparelho ou Complexo de Golgi
- Vacolos
- Retculo endoplasmtico rugoso e liso
A clula eucaritica animal constituda por:
- Membrana Celular, membrana plasmtica, membrana citoplasmtica ou
plasmalema
- Citoplasma:
. hialoplasma
. organitos
- Ncleo:
. nucleoplasma
. DNA
. nuclolo
- Mitocndrias
- Centrolos
- Aparelho ou Complexo de Golgi
- Retculo endoplasmtico rugoso e liso
As clulas que formam o organismo da maioria dos seres vivos apresentam
uma membrana que envolve o seu ncleo, por isso, so chamadas de clulas
eucariotas. A clula eucariota constituda por membrana celular, citoplasma e
ncleo.
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Nestas figuras podemos comparar uma clula humana (animal) com uma
clula vegetal. A clula vegetal possui parede celular e pode conter
cloroplastos, duas estruturas que a clula animal no tem. Por outro lado, a
clula vegetal no possui centrolos e geralmente no possui lisossomas, duas
estruturas existentes numa clula animal.
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A membrana plasmtica
A membrana plasmtica uma pelcula muito fina, delicada e elstica, que
envolve o contedo da clula. Mais do que um simples pelcula, essa
membrana tem uma participao marcante na vida celular, pois regula a
passagem e a troca de substancias entre a clula e o meio em que ela se
encontra.
Muitas substncias entram e
saem das clulas de forma
passiva. Isso significa que tais
substncias se deslocam
livremente, sem que a clula
precise gastar energia. o caso
do oxignio e do dixido de
carbono, por exemplo.
Outras substncias entram e
saem das clulas de forma ativa.
Nesse caso, a clula gasta
energia para promover o
transporte delas atravs da
membrana plasmtica. Nesse
transporte h participao de
substncias especiais, chamadas
enzimas transportadoras. Nossas
clulas nervosas, por exemplo,
absorvem ies de potssio e
eliminam ies de sdio por
transporte ativo.
A membrana plasmtica formada por duas camadas de lpidos e por
protenas de formas diferentes entre as duas camadas de lpidos.
Dizemos, assim, que a membrana plasmtica tem permeabilidade seletiva, isto
, capacidade de selecionar as substncias que entram ou saem de acordo
com as necessidades da clula.
O citoplasma
O citoplasma , geralmente, a maior constituinte da clula. Compreende o
material presente na regio entre a membrana plasmtica e o ncleo.
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O citoplasma constitudo por um material
semifluido, gelatinoso chamado hialoplasma. No
hialoplasma ficam imersas os organelos celulares,
estruturas que desempenham funes vitais
diversas, como digesto, respirao, excreo e
circulao. A substncia mais abundante no
hialoplasma a gua.
Vamos, ento, estudar algumas dos mais
importantes organelos encontradas em nossas
clulas: mitocndrias, ribossomas, retculo
endoplasmtico, complexo de Golgi, lisos somos e
centrolos.
As mitocndrias e a produo de energia.
As mitocndrias so organelos membranosas
(envolvidas por membrana) e que tm a forma de
basto. Elas so responsveis pela respirao
celular, fenmeno que permite clula obter a
energia qumica contida nos alimentos absorvidos.
A energia assim obtida poder ento ser
empregada no desempenho de atividades
celulares diversas.
Um dos "combustveis" mais comuns que as clulas utilizam na respirao
celular o acar glicose. Aps a "queima" da glicose, com participao do
oxignio, a clula obtm energia e produz resduos, representados pelo dixido
de carbono e pela gua. O dixido de carbono passa para o sangue e
eliminado para o meio externo.
A equao abaixo resume o processo da respirao celular:
glicose + oxignio ---> dixido de carbono + gua + energia
Organelos Celulares
Os ribossomas e a produo de protenas
As clulas produzem diversas substncias necessrias ao organismo. Entre
essas substncias destacam-se as protenas. Os ribossomas so organelos
no membranosas, responsveis pela produo (sntese) de protenas nas
clulas. Eles tanto aparecem isolados no citoplasma, como aderidos ao retculo
endoplasmtico.
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O retculo endoplasmtico e a distribuio de substncias
Este organelo constitudo por um sistema de canais e bolsas achatadas.
Apresenta vrias funes, dentre as quais facilitar o transporte e a distribuio
de substncias no interior da clula.
As membranas do retculo endoplasmtico podem ou no conter
ribossomas aderidos em sua superfcie externa. A presena dos ribossomas
confere membrana do retculo endoplasmtico uma aparncia granulosa; na
ausncia dos ribossomas, a membrana exibe um aspeto liso ou no-
granulosos.
O complexo de golgi e o armazenamento das protenas
o organelo celular que armazena parte das protenas produzidas numa
clula, entre outras
funes. Essas
protenas podero
ento ser usadas
posteriormente pelo
organismo.
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Os lisossomas e a digesto celular
So organelos que contm substncias necessrias digesto celular. Quando
a clula engloba uma partcula alimentar que precisa ser digerida, os
lisossomas se dirigem at ela e libertam o suco digestivo que contm.
Fagocitose e pinocitose
Imagine um glbulo branco do nosso corpo diante de uma bactria invasora
que ele ir destruir. A bactria grande demais para simplesmente atravessar
a membrana plasmtica do glbulo. Nesse caso, a membrana plasmtica emite
expanses que vo envolvendo a bactria. Essas expanses acabam se
fundindo e a bactria finalmente englobada e carregada para o interior da
clula.
A esse fenmeno de englobamento de partculas d-se o nome de fagocitose.
Caso a clula englobe uma partcula lquida, o fenmeno chamado pinocitose
e, nesse caso, no se forma as expanses tpicas da fagocitose.
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Os centrolos e a diviso celular
Os centrolos so estruturas cilndricas formadas por microtbulos (tubos
microscpicos). Esses organelos participam na diviso celular, "orientando" o
deslocamento dos cromossomos durante esse processo. Geralmente cada
clula apresenta um par de centrolos dispostos perpendicularmente.
O ncleo da clula
O botnico escocs Robert Brown (1773 - 1858) verificou que as clulas
possuam um corpsculo geralmente arredondado, que ele chamou de ncleo
(do grego nux: 'semente'). Ele imaginou que o ncleo era uma espcie de
"semente" da clula.
O ncleo a maior estrutura da clula animal e abriga os cromossomas. Cada
cromossoma contm vrios genes, o material gentico que comanda as
atividades celulares. Por isso, dizemos que o ncleo o portador dos fatores
hereditrios (transmitidos de pais para filhos) e o regulador das atividades
metablicas da clula. o "centro vital" da clula.
Membrana Nuclear - a membrana que envolve o contedo do ncleo, ela
dotada de numerosos poros, que permitem a troca de substncias entre o
ncleo e o citoplasma. De modo geral, quanto mais intensa a atividade celular,
maior o nmero de poros na membrana nuclear.
Nucleoplasma - o material gelatinoso que preenche o espao interno do
ncleo.
Nuclolo - Corpsculo arredondado e no membranoso que se encontra imerso
no ncleo. Cada filamento contm inmeros genes. Numa clula em diviso, os
longos e finos filamentos de cromatina tornam-se mais curtos e mais grossos:
passam, ento, a ser chamados cromossomos.
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Os cromossomos so responsveis pela transmisso dos caracteres
hereditrios.
A Diviso Celular
Os cromossomos so responsveis pela transmisso dos caracteres
hereditrios, ou seja, dos caracteres que so transmitidos de pais para filhos.
Os tipos de cromossomos, assim como o nmero deles, variam de uma
espcie para a outra. As clulas do corpo de um chimpanz, por exemplo,
possuem 48 cromossomos, as do corpo humano, 46 cromossomos, as do
co, 78 cromossomos e as do feijo 22.
Note que no h relao entre esse nmero e o grau evolutivo das
espcies.
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Os 23 pares de cromossomos humanos.
Os cromossomos so formados basicamente por dois tipos de substncias
qumicas: protenas e cidos nucleicos. O cido nucleico encontrado nos
cromossomas o cido desoxirribonucleico o DNA. O DNA a substncia
qumica que forma o gene. Cada gene possui um cdigo especfico, uma
espcie de instruo qumica que pode controlar determinada caracterstica
do indivduo, como a cor da pele, o tipo de cabelo, a altura, etc.
Cada cromossomo abriga inmeros genes, dispostos em ordem linear ao longo
de filamentos. Atualmente estima-se que em cada clula humana existam de
20 mil a 25 mil genes. Os cromossomos diferem entre si quanto forma, ao
tamanho e ao nmero de genes que contm.
Clulas haploides e diploides
Para que as clulas exeram a sua funo no corpo dos animais, elas devem
conter todos os cromossomos, isto dois cromossomos de cada tipo: so as
clulas diploides. Com exceo das clulas de reproduo (gametas), todas as
demais clulas do nosso corpo so diploides. Porm, algumas clulas possuem
em seu ncleo apenas um cromossomo de cada tipo. So as clulas haploides.
Os gametas humanos espermatozoides e vulos so haploides. Portanto
os gametas so clulas que no exercem nenhuma funo at encontrarem o
gameta do outro sexo e completarem a sua carga gentica.
Nos seres humanos, tanto o espermatozoide como o vulo possuem 23 tipos
diferentes de cromossomos, isto , apenas um cromossomo para cada tipo.
Diz-se ento que nos gametas humanos n= 23 (n o nmero de cromossomos
diferentes). As demais clulas humanas possuem dois cromossomos de cada
tipo. Essas clulas possuem 46 cromossomos (23 pares) no ncleo e so
representadas por 2n = 46.
Nas clulas diploides do
nosso corpo, os
cromossomos podem, ento,
ser agrupados dois a dois.
Os dois cromossomos de
cada par so do mesmo tipo,
por possurem a mesma
forma, o mesmo tamanho e
o mesmo nmero de genes.
Em cada par, um de
origem materna e outro, de
origem paterna.
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Tipos de diviso celular
As clulas so originadas a partir de outras
clulas que se dividem. A diviso celular
comandada pelo ncleo da clula.
Ocorrem no nosso corpo dois tipos de diviso
celular: a mitose e a meiose.
Antes de uma clula se dividir, formando duas
novas clulas, os cromossomos duplicam-se no
ncleo. Formam-se dois novos ncleos cada um
com 46 cromossomos. A clula ento divide o
seu citoplasma em dois com cada parte
contendo um ncleo com 46 cromossomos no
ncleo. Esse tipo de diviso celular, em que uma
clula origina duas clulas-filhas com o mesmo
nmero de cromossomos existentes na clula
me, chamado de mitose.
Portanto, a mitose garante que cada uma das
clulas-filhas receba um conjunto complementar
de informaes genticas. A mitose permite o
crescimento do indivduo, a substituio de
clulas que morrem por outras novas e a
regenerao de partes lesadas do organismo.
Mas como se formam os espermatozoides e
os vulos, que tm somente 23 cromossomos
no ncleo, diferentemente das demais clulas
do nosso corpo?
Na formao de espermatozoides e de vulos ocorre outro tipo de diviso
celular: a meiose.
Nesse caso, os cromossomos tambm se duplicam no ncleo da clula-me
(diploide), que vai se dividir e formar gametas (clulas-filhas, haploides). Mas,
em vez de o ncleo se dividir uma s vez, possibilitando a formao de duas
novas clulas-filhas, na meiose o ncleo se divide duas vezes. Na primeira
diviso, originam-se dois novos ncleos; na segunda, cada um dos dois novos
ncleos se divide, formando-se no total quatro novos ncleos. O processo
resulta em quatro clulas-filhas, cada uma com 23 cromossomos.
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Nveis de Organizao do Corpo Humano
No nosso corpo, existem muitos tipos de clulas, com diferentes formas e
funes. As clulas esto organizadas em grupos, que trabalhando de
maneira integrada, desempenham, juntos, uma determinada funo. Esses
grupos de clulas so os tecidos.
Os tecidos do corpo humano podem ser classificados em quatro grupos
principais: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.
Tecido epitelial
As clulas do tecido epitelial ficam muito prximas umas das outras e quase
no h substncias preenchendo espao entre elas. Esse tipo de tecido tem
como principal funo revestir e proteger o corpo. Forma a epiderme, a camada
mais externa da pele, e
internamente, reveste
rgos como a boca e o
estmago.
O tecido epitelial tambm
forma as glndulas
estruturas compostas de
uma ou mais clulas que
fabricam, no nosso
corpo, certos tipos de
substncias como
hormnios, sucos
digestivos, lgrima e
suor.
Tecido conjuntivo
As clulas do tecido conjuntivo so afastadas umas das outras, e o espao
entre elas preenchido pela substncia intercelular. A principal funo do
tecido conjuntivo unir e sustentar os rgos do corpo.
Esse tipo de tecido apresenta diversos grupos celulares que possuem
caractersticas prprias. Por essa razo, ele subdividido em outros tipos de
tecidos. So eles: tecido adiposo, tecido cartilaginoso, tecido sseo, tecido
sanguneo.
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O tecido adiposo formado por
adipcitos, isto , clulas que armazenam
gordura. Esse tecido encontra-se abaixo da
pele, formando o panculo adiposo, e
tambm est disposto em volta de alguns
rgos. As funes desse tecido so:
fornecer energia para o corpo; atuar como
isolante trmico, diminuindo a perda de
calor do corpo para o ambiente; oferecer
proteo contra choques mecnicos
(pancadas, por exemplo).
Tecido conjuntivo
Tecido cartilaginoso forma as cartilagens do
nariz, da orelha, da traqueia e est presente nas
articulaes da maioria dos ossos. um tecido
resistente, mas
flexvel.
O tecido sseo forma os ossos. A sua
rigidez (dureza) deve-se impregnao de sais
de clcio na substncia intercelular.
O esqueleto humano uma estrutura
articulada, formada por 206 ossos. Apesar de
os ossos serem rgidos, o esqueleto flexvel,
permitindo amplos movimentos ao corpo
graas a ao muscular.
24
O tecido sanguneo constitui o sangue, tecido lquido. formado por
diferentes tipos de clulas como:
os glbulos vermelhos ou hemcias, que transportam oxignio;
os glbulos brancos ou leuccitos, que atuam na defesa do corpo
contra microrganismos invasores;
fragmentos (pedaos) de clulas, como o caso das plaquetas, que
atuam na coagulao do sangue.
A substncia intercelular do tecido sanguneo o plasma, constitudo
principalmente por gua, responsvel pelo transporte de nutrientes e de outras
substncias para todas as clulas.
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Tecido muscular
As clulas do tecido muscular so denominadas fibras musculares e possuem
a capacidade de se contrair e alongar. A essa propriedade chamamos
contratilidade. Essas clulas tm o formato alongado e promovem a contrao
muscular, o que permite os diversos movimentos do corpo.
O tecido muscular pode ser de trs tipos: tecido muscular liso, tecido
muscular estriado esqueltico e tecido muscular estriado cardaco.
Tipos de tecidos musculares. Os pontos roxos so os ncleos das clulas
musculares.
O tecido muscular liso apresenta uma contrao lenta e involuntria, ou seja,
no depende da vontade do indivduo. Forma a musculatura dos rgos
internos, como a bexiga, estmago, intestino e vasos sanguneos.
O tecido muscular estriado esqueltico apresenta uma contrao rpida e
voluntria. Est ligado aos ossos e atua na movimentao do corpo.
Tecido nervoso
As clulas do tecido nervoso so denominadas neurnios, que so capazes
de receber estmulos e conduzir a informao para outras clulas atravs do
impulso nervoso.
Os neurnios tm forma estrelada e so clulas especializadas. Alm deles, o
tecido nervoso tambm apresenta outros tipos de clulas, como as clulas da
glia, cuja funo nutrir, sustentar e proteger os neurnios. O tecido
encontrado nos rgos do sistema nervoso como o crebro e a medula
espinhal.
26
Sistemas
Vrios rgos interagem no corpo humano, desempenhando determinada
funo no organismo. Esse conjunto de rgos associados forma um
sistema.
O sistema digestivo humano, por exemplo, atua no processo de
aproveitamento dos alimentos ingeridos. Este sistema formado pela boca,
faringe, esfago, estmago, intestino delgado e intestino grosso. Alm desses
rgos, o sistema digestivo humano compreende glndulas anexas, como as
glndulas salivares, o pncreas e o fgado. Os sistemas funcionam de maneira
integrada, e essa integrao fundamental para manter a sade do organismo
como um todo e, consequentemente, a vida.
27
Esquema do sistema respiratrio.
Resumindo
No nosso corpo possvel identificar diferentes nveis de organizao que
atuam nos processos vitais. Podemos resumir essa organizao por meio do
seguinte esquema:
Clulas -------> tecidos -------> rgos -------> sistemas -------> organismo
Sistemas do Corpo Humano
Dentro do corpo humano existem sistemas capazes de regular as funes
vitais do organismo. Eles interrelacionam-se e esto ligados realizao de
diversas atividades do ser humano. Vrios processos qumicos acontecem no
interior do corpo e, com eles, podemos nos prevenir e regular os sistemas dos
riscos sade ou danos fsicos.
Sistema Esqueltico: formado pelos ossos do esqueleto humano e
responsvel por garantir a proteo, a sustentao e a locomoo do corpo,
alm de produzir clulas sanguneas, acumular as clulas de gordura e realizar
o armazenamento de sais minerais, ies e minerais.
28
Sistema Digestivo: formado pelo tubo digestrio composto pela boca,
esfago, faringe, estmago, intestino grosso e intestino delgado. responsvel
pela ingesto, digesto, absoro e evacuao dos alimentos.
Sistema Respiratrio: formado principalmente pelo nariz, os pulmes, a
laringe, a faringe, a traqueia e o diafragma. So responsveis pelo processo de
respirao das clulas.
Sistema Muscular: formado pelos msculos do corpo e responsvel por
garantir a movimentao e contrao, ajudar no fluxo sanguneo e a manter a
temperatura corporal.
Sistema Circulatrio: formado pelo corao, o sangue e os vasos capilares
e so responsveis por levar o oxignio e os nutrientes para o corpo.
Sistema Urinrio: formado pelos rins, ureteres, pelves renais, bexiga e vias
urinferas. A funo do sistema filtrar as substncias mais importantes para o
organismo e fazer o equilbrio do volume de gua.
Sistema Endcrino: so compostos por vrias glndulas e rgos do corpo e
ajudam na produo de hormnios que afetam as funes do organismo e
interagem com o sistema nervoso.
Sistema Nervoso: seu principal rgo o crebro e ele responsvel por
regular as atividades do corpo humano.
Sistema Reprodutor: no homem, formado pelos testculos, pnis, uretra,
canais deferentes, epiddimo; na mulher, formado pelo ovrio, tubas uterinas,
tero, vulva e vagina. A principal funo desse sistema e garantir a reproduo
da vida humana.
Sistema Linftico: formado pelos vasos linfticos, a linfa e rgos como o
bao, os ndulos linfticos, o timo e as amgdalas palatinas. Esse sistema
trabalha na produo de clulas de imunidade, removem os fluidos produzidos
pelos tecidos corporais e realizam a absoro dos cidos gordos, afim de lev-
los para o sistema circulatrio.
29
Conceitos e Funes/alteraes da pele
A pele o maior rgo do corpo humano
A pele o rgo que envolve o corpo determinando seu limite com o meio
externo. Corresponde a 16% do peso corporal e exerce diversas funes,
como: regulao trmica, defesa orgnica, controle do fluxo sanguneo,
proteo contra diversos agentes do meio ambiente e funes sensoriais
(calor, frio, presso, dor e tato). A pele um rgo vital e, sem ela, a
sobrevivncia seria impossvel.
formada por trs camadas: epiderme, derme e hipoderme, da mais externa
para a mais profunda, respetivamente.
Epiderme
A epiderme, camada mais externa da pele, constituda por clulas epiteliais
(queratincitos) com disposio semelhante a uma "parede de tijolos". Estas
clulas so produzidas na camada mais inferior da epiderme (camada basal ou
germinativa) e em sua evoluo em direo superfcie sofrem processo de
queratinizao ou cornificao, que d origem camada crnea, composta
basicamente de queratina, uma protena responsvel pela impermeabilizao
da pele. A renovao celular constante da epiderme faz com que as clulas da
camada crnea sejam gradativamente eliminadas e substitudas por outras.
Alm dos queratincitos encontram-se tambm na epiderme: os melancitos,
que produzem o pigmento que d cor pele (melanina) e clulas de defesa
imunolgica (clulas de Langerhans).
30
A epiderme d origem aos anexos cutneos: unhas, plos, glndulas
sudorparas e glndulas sebceas. A abertura dos folculos pilossebceos (plo
+ glndula sebcea) e das glndulas sudorparas na pele formam os orifcios
conhecidos como poros.
As unhas so formadas por clulas cornificadas (queratina) que formam
lminas de consistncia endurecida. Esta consistncia dura, confere
proteo extremidade dos dedos das mos e ps.
Os plos existem por quase toda a superfcie cutnea, exceto nas
palmas das mos e plantas dos ps. Podem ser minsculos e finos
(lanugos) ou grossos e fortes (terminais). No couro cabeludo, os
cabelos so cerca de 100 a 150 mil fios e seguem um ciclo de
renovao no qual aproximadamente 70 a 100 fios caem por dia para
mais tarde darem origem a novos plos.
Este ciclo de renovao apresenta 3 fases: angena (fase de
crescimento) - dura cerca de 2 a 5 anos, catgena (fase de interrupo
do crescimento) - dura cerca de 3 semanas e telgena (fase de queda) -
dura cerca de 3 a 4 meses.
As glndulas sudorparas produzem o suor e tm grande importncia
na regulao da temperatura corporal. So de dois tipos: as crinas,
que so mais numerosas, existindo por todo o corpo e produzem o suor
eliminando-o diretamente na pele. E as apcrinas, existentes
principalmente nas axilas, regies genitais e ao redor dos mamilos. So
as responsveis pelo odor caracterstico do suor, quando a sua
secreo sofre decomposio por bactrias.
As glndulas sebceas produzem a oleosidade ou o sebo da pele.
Mais numerosas e maiores na face, couro cabeludo e poro superior do
tronco, no existem nas palmas das mos e plantas dos ps. Estas
glndulas eliminam sua secreo no folculo pilossebceo.
Derme
A derme, camada localizada entre a epiderme e a hipoderme, responsvel
pela resistncia e elasticidade da pele. constituda por tecido conjuntivo
(fibras colgenas e elsticas envoltas por substncia fundamental), vasos
sanguneos e linfticos, nervos e terminaes nervosas. Os folculos
pilossebceos e glndulas sudorparas, originadas na epiderme, tambm
localizam-se na derme.
A faixa na qual a epiderme e a derme se unem chamada de juno dermo-
epidrmica. Nesta rea, a epiderme se projeta em forma de dedos na direo
da derme, formando as cristas epidrmicas. Estas aumentam a superfcie de
31
contato entre as 2 camadas, facilitando a nutrio das clulas epidrmicas
pelos vasos sanguneos da derme.
Hipoderme
A hipoderme, tambm chamada de tecido celular subcutneo, a poro mais
profunda da pele. composta por feixes de tecido conjuntivo que envolvem
clulas gordurosas (adipcitos) e formam lobos de gordura. Sua estrutura
fornece proteo contra traumas fsicos, alm de ser um depsito de calorias.
A pele no apenas uma camada protectora. um sistema que regula a
temperatura corporal, recebe os estmulos de dor e de prazer, no permite que
determinadas substncias entrem no organismo e representa uma barreira
protectora face aos efeitos prejudiciais do sol. A cor, a textura e as pregas da
pele contribuem para a identificao dos indivduos. Qualquer alterao no
funcionamento ou no aspeto da pele pode ter consequncias importantes para
a sade fsica e mental.
Cada estrato da pele desempenha uma tarefa especfica. A camada exterior, a
epiderme, mais fina, na maior parte do corpo, que uma pelcula de plstico. A
parte superior da epiderme, o estrato crneo, contm queratina, formada por
resduos de clulas mortas e protege a pele das substncias nocivas. Na parte
inferior da epiderme encontram-se os melancitos, clulas que produzem
melanina (o pigmento escuro da pele).
Sob a epiderme situa-se a derme, que contm recetores tcteis e da dor, cujas
ramificaes chegam superfcie da pele e a diversas glndulas funcionais da
mesma: as glndulas sudorparas, que segregam o suor; as glndulas
sebceas, que segregam gordura, e os folculos pilosos, que do origem ao
plo. Ainda no interior da derme, encontram-se vasos sanguneos que
proporcionam nutrientes e calor pele, bem como nervos que se ramificam
entre as diferentes camadas da mesma.
Por baixo da derme encontra-se uma camada de gordura que ajuda a isolar o
corpo, do calor e do frio.
A espessura e a cor da pele variam nas diversas regies do corpo, bem como o
nmero de glndulas sudorparas, de glndulas sebceas, de folculos pilosos
e de nervos. A parte superior da cabea tem uma grande quantidade de
folculos pilosos, enquanto as palmas das mos e as plantas dos ps no os
tm. As camadas da epiderme e de queratina so mais grossas nas plantas
dos ps e nas palmas das mos. As polpas dos dedos, tanto das mos como
dos ps, so muito inervadas e so extremamente sensveis ao tacto.
32
A pele tem tendncia para sofrer alteraes ao longo da vida do indivduo. A
pele de um beb tem uma camada mais grossa de gordura e uma muito mais
fina de queratina protectora. medida que as pessoas envelhecem perdem a
gordura do estrato subcutneo, a derme e a epiderme tornam-se mais finas, as
fibras elsticas da derme fragmentam-se e a pele tende a enrugar-se. A
irrigao sangunea da pele tambm diminui com a idade, pelo que as leses
cutneas se curam mais lentamente nas pessoas mais velhas. As peles mais
envelhecidas segregam menos gordura protectora e, por isso, a pele seca com
maior facilidade.
Inervao da pele
A inervao da pele envolve terminaes livres e encapsuladas
formando uma rede de recetores especializados em receber estmulos
exteriores, descodifica-los e transferi-los ao sistema nervoso central por meio
dos nervos sensitivos para que sejam interpretados e se traduzam em algum
tipo de sensibilidade.
Os recetores livres ocorrem em toda a pele, emergindo da derme
e ramificando-se entre as clulas da epiderme, so responsveis pelo tato e
sensibilidade trmica e dolorosa. Os meniscos tcteis de Merkel que aparecem
enrolados na base dos folculos pilosos so exemplo de recetores livres.
Os recetores encapsulados so extremidades de fibras nervosas muito
ramificadas, envoltas numa cpsula conjuntiva. Os mais importantes so:
Corpsculos de Meissner
localizam-se na pele espessa das mos e ps, so recetores de tato e
presso.
Corpsculos de Ruffini
ocorrem na pele espessa de mos e ps e na pele pilosa do resto do corpo.
So recetores de tato e presso.
Corpsculos lamelados de Paccini
so encontrados no tecido subcutneo das palmas das mos e plantas dos
ps, membranas intersseas dos membros e articulaes, e peristeo. So
responsveis pela sensibilidade vibratria.
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Irrigao da pele
Capilares sanguneos e linfticos: A funo dos vasos sanguneos de
nutrio e regulao da temperatura da pele. Na pele, cada sistema (linftico e
sanguneo) forma dois plexos, um mais profundo (localizado no nvel dermo-
hipodrmico) e o plexo superficial (localizado na derme subpapilar). A
termorregulao o resultado de uma contnua alternncia entre
vasoconstrio e vasodilatao dos capilares em funo da situao ambiental,
contribuindo para o controle da temperatura orgnica.
Msculos da pele:
A musculatura da pele lisa e compreende os msculos eretores dos
plos, os dardos do escroto e a musculatura da arola mamria. Os msculos
da pele so importantes para gerar calor.
Estruturas nervosas:
Nervos sensitivos responsveis pela sensibilidade da pele, assim como
receber informaes necessrias para se adequar ao meio (tato, dor, calor, frio,
presso).
Folculos pilosos:
So estruturas constitudas por clulas queratinizadas produzidas pelo
folculo piloso. Existem dois tipos de plos: VELUS (plos tipo lanugem), e
TERMINAL (mais espesso e pigmentado como cabelo, barba, pilosidade
pubiana e axilar). Os plos compe-se de uma parte livre, a haste, e uma parte
intradrmica, a raiz. (referido anteriormente)
Unhas:
So estruturas queratinizadas que protegem as extremidades das
pontas dos dedos, reas com muita sensibilidade. As unhas tm quatro partes:
raiz, lmina (aderente ao leito ungueal), dobras laterais e borda livre. A
espessura das unhas varia de 0,5 a 0,75 mm e o crescimento de cerca de 0,1
34
mm por dia nas das mos, sendo mais lento na dos ps. Tm como funes:
proteo, preenso, agresso e sensibilidade.
Glndulas Sudorparas: (referido anteriormente)
Liberta o suor que incolor, inodoro, composto de 99% de gua e
solutos encontrados no plasma. O odor ftido do suor (bromidrose) causado
por bactrias prprias das regies sudorparas. atravs do suor que a pele
mantm a temperatura do corpo e tambm elimina substncias como ureia,
cido lctico, etc.
As glndulas sudorparas podem ser:
- CRINAS, que esto dispersas por todo o corpo, existindo em maior
quantidade nas regies palmo-plantares e axilas. As suas glndulas
desembocam diretamente na superfcie da epiderme, cujo orifcio por onde
eliminado o suor chama-se poro apresenta-se rodeado de queratina;
- APCRINAS, que desembocam nos folculos pilossebceos e no
diretamente na superfcie. Localizam-se na axila, rea perimamilar e regio
anogenital, e, modificada, no conduto auditivo externo (cera), nas plpebras
(glndulas de moll) e nas mamas (glndulas mamrias).
Glndulas Sebceas: (referido anteriormente)
Esto presentes em toda a pele, com exceo das regies palmares e
plantares. Desembocam sempre no folculo pilossebceo com ou sem plo. O
sebo evita a perda de gua, tem propriedades antimicrobianas e substncias
precursoras de vitamina D.
Alteraes da pele
A pele tem tendncia para sofrer alteraes ao longo da vida do indivduo. A
pele de um beb tem uma camada mais grossa de gordura e uma muito mais
fina de queratina protectora. medida que as pessoas envelhecem perdem a
gordura do estrato subcutneo, a derme e a epiderme tornam-se mais finas, as
fibras elsticas da derme fragmentam-se e a pele tende a enrugar-se. A
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irrigao sangunea da pele tambm diminui com a idade, pelo que as leses
cutneas se curam mais lentamente nas pessoas mais velhas. As peles mais
envelhecidas segregam menos gordura protectora e, por isso, a pele seca com
maior facilidade. Os mdicos podem identificar muitas doenas da pele atravs
de uma simples observao visual. As caractersticas reveladoras incluem o
tamanho, a forma, a cor e a localizao da anomalia, alm da presena ou da
ausncia de outros sinais ou sintomas
Existem muitas causas que levam a alteraes de pele diferentes, alguns so
naturais (tpico da idade ou estado do corpo) e outros fatores ligados a outros.
Como exemplos podemos considerar:
Cloasma:
Tambm chamado de mscara da gravidez caracterizada por manchas
escuras no rosto de algumas mulheres que esto esperando um beb.
provvel devido ao aumento tpico de hormonas, que fazem produzir maior
pigmentao na pele. Recomendamos o uso de filtro solar ou exposio ao
sol para reduzir o efeito. De qualquer forma, desaparece aps o parto.
Ceratoses actnicas e lentigos actnicas:
Eles so manchas coloridas na pele causadas pela exposio excessiva ao sol.
Pode levar ao cncer de pele, tais como clulas escamosas ou melanoma.
Reaes alrgicas:
Pode resultar de tomar certos medicamentos, especialmente se a pessoa
exposta luz solar, causando fotossensibilidade, manifestada em erupes
cutneas, urticria e prurido e alargar a reao a outras reas do corpo.
Outras causas:
Doenas autoimunes (lpus, esclerodermia).
De picadas e mordidas (doena de Lyme).
-Infees bacterianas (celulite, impetigo).
Infees virais (varicela, herpes, herpes zoster).
-Condies do fgado (hepatite, cirrose).
Barreira epidrmica x Permeabilidade da superfcie cutnea
A epiderme possui membrana carregada negativamente; essencialmente
impermevel aos eletrlitos (penetrao de sais desprezvel). Cerca de 70%
das substncias aplicadas na pele no ultrapassam nem o estrato crneo
uma considerao importante ao desenvolver um cosmtico.
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Via de penetrao
1. Folculo pilossebceo (mais importante);
2. Compostos lipossolveis possuem grande poder de penetrao.
Tipos de permeabilidade cutnea
1. Penetrao cutnea: apenas se infiltram entre as camadas da
epiderme
2. Embebio: simples penetrao nas estruturas epidrmicas
superficiais;
3. Absoro cutnea: substncia infiltra at a derme circulao
sangunea e linftica h efeitos sistmicos.
4. Adsoro deposio, com ou sem unio qumica, sobre a superfcie
cutnea (poro mais superficial dos anexos).
5. Reabsoro: captao de substncias por tecidos, vasos sanguneos,
linfticos.
Condies da superfcie da pele
Quanto maior a espessura dificuldade penetrao
Vias foliculares e glandulares permeabilidade
Fatores que influenciam a absoro percutnea
1. pH cutneo e tipo de pele
2. Carga eltrica das substncias que compe a pele
3. Natureza das substncias: Lipossolveis penetram atravs de canais
pilo - sebceos e via intercelular. Hidrossolveis canal sudorparo
pequeno dificuldade de penetrao. Via intercelular dificultada pela
emulso epicutnea.
4. Oxidao e reduo das substncias que atravessam a pele
5. Tamanho e peso molecular
6. Tipo de veculo que se emprega: Emulses se identificam com as
emulses epicutneas.
1. Emulses O/A
2. Tensioativos
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Tcnicas para aumentar a penetrao
1. Desengorduramento superficial
2. Massagem
3. Calor
4. Hidratao
5. Esfoliao
6. Eletrlitos h ies positivos penetram mais fcil
7. Ionizao corrente galvnica introduzidas por iontoforese
pilocarpina quando ionizada aumenta 10x a capacidade de penetrao.
O pelo uma matria semiviva que recobre determinadas partes do corpo, em
maior ou menor quantidade, com funo protetora. Quando um ser humano
nasce, seu corpo revestido por cerca de cinco milhes de folculos pilosos.
No so formados folculos adicionais aps o nascimento (CEDERJ, 2011).
Estrutura do Pelo
- Pelo
- Superfcie da pele
- Sebo
- Folculo piloso
- Glndula sebcea
A funo principal dos
pelos a de proteo.
Os pelos presentes nas
narinas, ouvidos, olhos,
axilas, pbis e os
cabelos, protegem a
pele e o couro cabeludo
contra a luz solar, o frio
e o calor. Alm dessa
38
funo fisiolgica, no ser humano, pelos e cabelos exercem tambm importante
funo esttica. Suas alteraes muitas vezes influenciam negativamente a
qualidade de vida dos indivduos (Sampaio e Rivitti, 2001).
Os pelos originam-se de uma invaginao da epiderme. Dessa
invaginao surgem pequenas estruturas chamadas folculos pilosos. O folculo
piloso no pelo em fase de crescimento apresenta uma dilatao terminal, que
o bulbo piloso, e, na sua poro central, uma papila drmica, que induz o
crescimento do pelo (CEDERJ, 2011).
As clulas que recobrem a papila formam a raiz do pelo, que constituda por
queratincitos e melancitos. medida que os queratincitos da raiz do pelo se
diferenciam, eles vo sofrendo queratinizao, incorporando melanina e
aflorando na superfcie da epiderme (CEDERJ, 2011).
A forma dos pelos depende das fibrilas, que so substncias formadas por
protenas, que do fora e resistncia aos pelos. Se as fibrilas so retas, os
pelos so lisos, mas se as fibrilas tiverem a forma de anis, o pelo ser
ondulado (Tonederm, 2011).
Os pelos crescem em nveis diferentes em cada indivduo e essas alteraes
esto relacionadas a diversos fatores: caractersticas genticas, idade, sexo,
raa, estao do ano, peso corporal, metabolismo, equilbrio hormonal, uso de
medicamentos, entre outros (Tonederm, 2011).
Um pelo completo formado por trs regies com diferentes nveis de
queratinizao (CEDERJ, 2011): medula, crtex e cutcula.
O aparelho pilossebceo, localizado na derme, formado pelo folculo
piloso e pelas glndulas sebceas a este anexadas. O folculo a estrutura
que dar origem ao pelo; o seu desenvolvimento inicia-se em torno do terceiro
ms de vida fetal, quando invaginaes da epiderme so enviadas
subjacente derme transformando-se em folculos pilosos, propriamente ditos. O
folculo originar o cabelo ou plo que, como vimos anteriormente, est
constitudo por uma poro externa chamada haste e ,por uma interna,
39
conhecida como raiz, que termina com uma expanso forma de clava
denominada bulbo.
Estrutura do pelo
O corpo do ser humano encontra-se revestido por uma grande
diversidade de formaes pilosas: cabelos, plo do corpo, sobrancelhas,
pestanas, clios, plo pbico, plo axilar, etc.
Os plos so excrescncias filamentosas e flexveis que sobressaem da
epiderme, que embora tenham uma estrutura bsica comum, podem
apresentar espessura e consistncia variveis e um diferente comprimento de
acordo com o seu tipo.
Os pelos so compostos por dois tipos de elementos: a haste, a parte
que sobressai da pele, e a raiz, a poro interna. Cada plo encontra-se numa
depresso da pele correspondente a uma invaginao de tecido epidrmico na
derme, denominado folculo piloso, onde so produzidos. De facto, a raiz do
plo evidencia-se a partir de uma expanso arredondada do folculo
denominada bulbo piloso, tendo na sua base uma concavidade, denominada
papila folicular, qual chegam os vasos sanguneos que nutrem o folculo e
tambm as fibras nervosas. A parte mais profunda do folculo piloso
corresponde matriz germinativa, constituda por clulas epidrmicas cuja
multiplicao origina as clulas que formam o prprio folculo e tambm as que
formam o plo. Esta matriz germinativa igualmente composta por vrios
melancitos encarregues da produo dos pigmentos, cujo nmero e grau de
atividade, geneticamente condicionados, determinam a cor dos cabelos de
cada pessoa.
A formao do pelo, propriamente dita, realiza-se no centro das vrias
camadas celulares concntricas do folculo piloso. O pelo em si formado por
trs camadas diferentes, do exterior para o interior: a cutcula, a parte mais
dura; o crtex, a mais espessa; e a medula, a estrutura do pelo.
Crescimento do pelo
O pelo cresce no folculo piloso a partir de clulas da matriz germinativa
que vo, progressivamente, enchendo-se de queratina (a protena fibrosa que
constitui a camada crnea da epiderme e que tambm a principal
componente do plo) at morrerem, passando a constituir a haste do filamento
que se desloca para o exterior e acaba por sobressair da pele. Este
crescimento ocorre de forma cclica, o que proporciona a alternao de
perodos de crescimento com outros de repouso ao longo da vida. A fase de
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crescimento, ou anagnese, caracteriza-se por uma proliferao ativa das
clulas da matriz generativa, durando aproximadamente cerca de trs anos,
embora com variaes tanto individuais como relativas localizao do plo.
Nessa poca possvel constatar um crescimento contnuo do plo, embora a
uma velocidade diferente consoante as vrias pessoas e tambm as vrias
zonas do corpo. Por exemplo, o cabelo cresce a uma velocidade que oscila
entre os 0,1 e 0,5 mm por dia, enquanto que o plo da barba dos homens
cresce, em mdia, cerca de 0,3 mm por dia, sempre com evidentes diferenas
individuais.
A fase de regresso, ou catagnese, sucessiva anterior, caracteriza-se
por uma paragem da atividade folicular durante aproximadamente trs
semanas. Nesta fase, as clulas da papila folicular atrofiam-se, o que provoca
separao no imediata, j que ainda mantm a sua unio com as bainhas do
folculo piloso, da base do plo com a papila, embora continue a deslocar-se
at superfcie.
A fase de repouso, ou telognese, que acontece de seguida, tem a
durao de cerca de trs ou quatro meses. Nesta fase, a inatividade do folculo
piloso total. Aps o referido perodo, o ciclo recomea, atravs da formao
de uma nova matriz generativa, que proporciona o crescimento do plo, o que
medida que o faz "empurra" para o exterior o plo que ocupa a parte mais
superficial do folculo, at provocar a sua desunio e a emerso, pouco tempo
depois, do novo pelo para a superfcie.
A renovao pilosa no ocorre uniformemente em todo o corpo, j que o
ritmo de atividade de cada folculo diferente. Por exemplo, possvel, a
qualquer momento, constatar que entre os folculos do couro cabeludo existem
cerca de 85% em plena fase de atividade, enquanto que 1% se encontra em
fase de regresso e cerca de 14% em repouso, sendo por isso que
absolutamente normal que caiam entre 100 a 150 cabelos por dia
FASES DE CRESCIMENTO DOS PELOS (resumindo)
O pelo humano apresenta trs fases cclicas de crescimento que ocorrem em
fases diferentes para diferentes partes do corpo:
Angena - fase de crescimento ativo. Dura de 2 a 3 anos, mas no couro
cabeludo pode chegar at 8 anos.
Catgena - fase de transio, os folculos sofrem regresso de at 1/3 de suas
dimenses e dura em mdia 3 semanas.
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Telgena - fase de repouso. Essa a fase de desprendimento do pelo e dura
de 3 a 4 meses.
Angena Catgena Telgena
Elementos do plo
O plo composto por dois elementos muito particulares: uma glndula
sebcea e um msculo eretor. A glndula sebcea desagua diretamente no
folculo piloso e arrasta para o seu interior matria gorda de modo a lubrificar a
superfcie do plo. O msculo eretor formado por um conjunto de reduzidas
fibras musculares que se encontram unidas zona mdia do folculo atravs de
uma extremidade, estando ancoradas a um ponto prximo da derme atravs da
outra extremidade. A contrao destas fibras, desencadeada, entre outros
fatores, pelo frio e tambm por estmulos psicolgicos como o medo, origina
um fenmeno denominado "horripilao" caracterizado por um arrepiar dos
plos e uma depresso localizada da pele, que adota o tpico aspeto da "pele
de galinha".
Um folculo piloso uma estrutura drmica tegumentar que constituda por
trs invlucros (ou bainhas) epiteliais e capaz de produzir um plo. As
bainhas rodeiam a raiz do plo, na profundidade da pele.
A seco transversal do folculo piloso revela a existncia de 3 zonas
concntricas, de dentro para fora: bainha radicular epitelial interior, bainha
radicular epitelial exterior e bainha radicular drmica.
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Quando nos referimos ao folculo piloso com uma glndula sebcea anexa, sua
denominao passa a ser folculo pilossebceo.
Unidade folicular
Numa unidade folicular podem estar at quatro cabelos. Isto depende de
pessoa para pessoa e tambm a menor ou maior idade pode causar esta
diferenciao. Com o
passar dos anos, sero
cada vez mais as
unidades foliculares
com um e dois cabelos.
Alopecia a reduo parcial ou total de pelos ou cabelos em uma determinada
rea de pele. Ela apresenta vrias causas, podendo ter uma evoluo
progressiva, resoluo espontnea ou controlada com tratamento mdico.
Quando afeta todo os plos do corpo, chamada de alopecia universal
Hipertricose (tambm conhecida como a sndrome do lobisomem um termo
mdico usado para descrever uma doena extremamente rara que causa o
excesso de plos no corpo humano.
A hipertricose , caracterizada por um crescimento excessivo de plos. As
pessoas acometidas por este distrbio apresentam a pele toda coberta de
plos, exceto as palmas das mos e dos ps.
A alopecia areata, conhecida vulgarmente como pelada, uma afeco
crnica dos folculos pilosos e das unhas, de etiologia ainda no elucidada,
tendo, provavelmente, diversos fatores envolvidos no seu aparecimento, com
evidentes componentes auto-imunes e genticos.
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Essa afeco acomete de 1% a 2% da populao mundial, de ambos os sexos,
de todas as etnias, podendo surgir em qualquer idade. Normalmente, as reas
de cabelos/plos que caem so bem delimitadas e espalhadas pelo couro
cabeludo (alopecia areata); a doena tambm pode limitar-se barba (alopecia
areata barbae). Todavia, pode evoluir para a queda total de cabelo e de plos
do corpo. Surgem alteraes nas unhas em 10% a 50% dos casos.
Os indivduos acometidos por essa afeco, normalmente relatam perda
significativa de cabelos e presena abrupta de reas ou rea alopcicas. A
leso que caracterizam essa doena uma placa alopcica lisa com colorao
de pele normal acometendo o couro cabeludo ou qualquer regio pilosa do
corpo. Nas fases agudas, as leses podem ser ligeiramente eritematosas e
edematosas, surgindo no bordo das placas os plos peldicos ou plos em
ponto de exclamao, que so afilados e menos pigmentados no ponto de
emergncia do couro cabeludo.
As placas de alopecia geralmente so assintomticas. Todavia, vrios
indivduos acometidos por ela queixam-se de sensao parestsica com
discreto prurido, dor e sensao de ardor local.
Existem diversos tipos de alopecia areata. Dentre elas encontram-se as formas
clssicas e as formas atpicas.
Formas Clssicas
Alopecia areata em placa nica ou unifocal: encontrada apenas uma
placa alopcica redonda ou ovalada.
Alopecia areata em placas mltiplas ou multifocal: nessa forma ocorrem
mltiplas placas alopcicas tpicas, afetando apenas o couro cabeludo
ou tambm outras reas pilosas.
Alopecia areata ofisica: a perda dos cabelos acontece na linha de
implantao temporoocipital, aparecendo regies alopcicas extensa,
em faixas que atingem as bodas inferiores do couro cabeludo.
Alopecia areata total: ocorre perda total dos plos terminais do couro
cabeludo sem afetar os restantes dos plos corporais, podendo, nesse
caso, haver acometimento ungueal.
Alopecia areata universal: ocorre perda total dos plos do corpo,
acometendo o couro cabeludo, os clios, os superclios, a barba, o
bigode, as axilas e reas genitais. Normalmente, h a presena de
leses ungueais variveis.
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Formas Atpicas
Alopecia areata tipo sisaifo (ofiasis inversa): a perda capilar atinge todo
o couro cabeludo, exceto as margens inferiores, ao longo da linha de
implantao temporoocipital
Alopecia areta reticular: ocorrem vrias placas alopcicas separadas por
finas faixas de cabelos preservados, conferindo um aspecto reticulado
ao conjunto.
Alopecia areata difusa: a perda de cabelo aguda e difusa. A maior
parte desses casos evolui para alopecia areata total.
O diagnstico geralmente clnico. No entanto, existe um teste simples que
auxilia na identificao dos casos de alopecia areata e a diferenci-la de outros
tipos de queda de cabelo: o teste consiste, basicamente, em puxar com
delicadeza um tufo de cabelo (cerca de 60 fios) localizado nas margens das
reas pelada. O teste positivo quando so arrancados, no mnimo, 6 fios pela
raiz.
O tratamento no obrigatrio, pois no previne novos episdios, uma vez que
a condio benigna e tende a regredir espontneamente. No entanto,
normalmente indicado pela sua capacidade de causar distrbios psicolgicos
nos pacientes. Existem diversos tipos de tratamento para a alopecia areata e
ele ir depender das caractersticas clnicas de cada caso. Os frmacos
utilizados podem ser de uso sistmico ou local e a durao do tratamento ir
depender da resposta de cada paciente.
Define-se o hirsutismo (tambm chamado de frazonismo) como a presena
de pelos terminais na mulher, em regies anatmicas consideradas
caractersticas do sexo masculino.
Habitualmente, os pelos recebem duas classificaes: velus ou terminais. O
primeiro consiste em pelos mais finos e no pigmentados, enquanto que o
segundo so definidos como pelos espessos e pigmentados, que podem ser
hormnio-dependentes, encontrados no rosto, trax, regio suprapbica e raiz
das coxas.
Esta condio resulta da ao de hormnios andrgenos circulantes na
corrente sangunea, levando a estimulao da unidade folculo-sebcea
fazendo com que os pelos cresam pigmentados, bem como aumento da
produo de cidos graxos saturados (sebo) e aumento do contedo de
colgeno da pele, facilitando a proliferao de microorganismos cutneos.
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O hirsutismo pode se dividido em trs categorias:
Excesso de andrgenos sintetizados pelos ovrios e/ou adrenais, como
o caso da sndrome do ovrio policstico, da hiperplasia adrenal
congnita forma no clssica ou de incio tardio, da sndrome de
Cushing e dos tumores produtores de andrgenos ovarianos ou
adrenais.
Aumento da sensibilidade cutnea aos andrgenos circulantes,
correspondendo ao grupo do hirsutismo dito idioptico, caracterizado
por hirsutismo isolado, apresentando ciclos menstruais regulares e
ovulatrios.
Situaes que englobam alteraes secundrias no transporte e/ou
metabolismo de andrgenos, como, por exemplo, afeces da tireide,
hiperprolactinemia e uso de certos frmacos (danazol, fenotiazinas,
metirapona, entre outras).
Para elucidao da causa do hirsutismo, deve ser realizada anamnese e
exame fsico detalhados. Alguns exames laboratoriais tambm so teis na
pesquisa da causa do hirsutismo, como o caso da dosagem de testosterona
srica, andostenediona, deidroepiandrosterona (DHEA), sulfato de
deidroepiandrosterona (DHEA-S), hormnio folculo estimulante (FSH),
hormnio luteinizante (LH), prolactina e cortisol. Exames de imagem, como a
ultra-sonografia e a tomografia computadorizada, tambm so teis quando h
a necessidade da excluso de tumores.
A resposta do tratamento ao hirsutismo demorada, uma vez que ela depende
do ciclo de crescimento do pelo. Procedimentos cosmticos podem ser
utilizados em associao com o tratamento hormonal, sendo que a terapia
medicamentosa ir inibir o crescimento dos pelos, mas no far cair queles j
existentes.
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Bibliografia
http://www.coladaweb.com/biologia/bioquimica/fundamento-quimico-das-celulas
http://anatomia-humana.info/mos/view/Corpo_Humano/
http://www.dermatologia.net/novo/base/pelenormal.shtml
http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/24473/estudo-da-unidade-pilos-
sebacea#ixzz2rH3Pr2vx
http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=454#sthash.kuM6cRPT.dp
uf
http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=454#3
http://www.infoescola.com/doencas/hirsutismo/
http://cabelo.arteblog.com.br/513755/O-que-e-foliculo-piloso-Quantos-foliculos-temos-
Como-ele-e/
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