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ATENO
ESTA APRESENTAO TEM O OBJETIVO DE FAZER UM APANHADO GERAL DAS ESTRUTURAS DA IDADE MDIA. ESSAS ESTRUTURAS SO IMPORTANTES PARA SE TER PARMETROS E NOES GERAIS QUE FORTALECEM A ARGUMENTAO E O RACIOCNIO HISTRICO AS ESTRUTURAS S SERVEM, AQUI, PARA FINS ANALTICOS
A Idade Mdia: conceitos e estruturas
Por que Idade Mdia?
Renascentistas: queriam iniciar uma nova fase da histria do homem (numa viso eurocntrica):
Antiguidade Clssica Idade Mdia Renascimento
Idade das trevas: quando as artes e as cincias haviam morrido pela dominao da Igreja.
Isso bastante problemtico, pois desconsidera inovaes tecnolgicas (rurais e artesanais) importantes, alm de reforar uma ideia de Histria preconceituosa e j superada hoje em dia.
Por que conhecer a Idade Mdia?
Apesar de se referir exclusivamente ao contexto europeu durantes os sculos V e XV, ela foi fundamental na constituio do Brasil. Afinal, os europeus se lanaram nas expedies martimas com uma mentalidade, ideologia, ou viso de mundo tipicamente medieval. H portanto uma herana europia na constituio do nosso pas Nesse perodo se originaram vrios elementos importantes da nossa vida, como as nossas redes urbanas, sistema de ensino, e a maneira de enamorarmos tambm.
Periodizao da Idade Mdia
Nossa periodizao no a nica aceitvel, mas nos parece a melhor forma para compreender as estruturas, e no somente os eventos medievais Sculo IV VIII: Primeira Idade Mdia
No mais antiga, nem totalmente medieval Imprio Carolngio, ruralizao mais forte, poder da Igreja Feudalismo, expanso populacional, econmica e cultural Crise, grandes transformaes, nascimento da modernidade
Sculo VIII X: Alta Idade Mdia
Sculo XI XIII: Idade Mdia Central
Sculo XIV XV: Baixa Idade Mdia
Primeira Idade Mdia
Estruturas Sociais
Crescente distanciamento das camadas sociais Encolhimento das camadas mdias e urbanas, devido crescente ruralizao da sociedade romana desde o sculo III Pequenos proprietrios perdiam suas terras devido crescente exigncia fiscal: enriquecimento dos grandes senhores de terra Expanso do sistema de colonato, que originaria a relao de servido Heranas germnicas: sociedade altamente hierarquizada
Primeira Idade Mdia
Estruturas Culturais
Alargamento do fosso entre elite culta (clrigos) e a massa inculta Hibridismo e acomodao de aspectos da cultura popular/folclrica da herana romano-germnica pela cultura eclesistica: ideia de excomunho, festas religiosas Monoplio cultural da Igreja: responsvel pela educao e pela preservao e controle das obras filosficas da Antiguidade Clssica
Primeira Idade Mdia
Estruturas econmicas
Crise advinda do sculo III em Roma: crise do escravismo Retrao do comrcio, devido ao grande clima de insegurana e a baixa oferta de insumos, devido s invases brbaras Expanso do sistema de colonato, como resposta crise do escravismo. xodo urbano: ruralizao da economia. Origens do sistema agrrio dominial
Primeira Idade Mdia
Estruturas polticas
Desmantelamento do Imprio Romano do Ocidente. Imperador Constantino j havia mudado para Bizncio. Igreja aparece como a grande herdeira do Imprio Unidade poltica romana foi substituda pela pluralidade dos reinos germnicos Ao se estabilizarem nos territrios romanos, os brbaros herdaram e adotaram as instituies que estavam a mo para reger os novos Estados. Destaque para o Reino Franco, que desde a dinastia merovngia (Carlos Martel e Pepino, o breve, respectivamente av e pai de Carlos Magno) estava em franca expanso.
Alta Idade Mdia
Estruturas Sociais
Utilizao do latim como idioma administrativo pelos brbaros, mas que cada lugar era usado de forma diferente: origem das lnguas europias No Imprio Carolngio o sistema de patrocinium e colonato se intensificaram Enriquecimento da Igreja: maior proprietria de terras Origem do sistema de vassalagem No outro extremo, temos sem dvida assalariados (quase sempre artesos) e uma tmida retomada demogrfica e econmica. Sociedade de ordens: os que oram, os que protegem, os que trabalham.
Alta Idade Mdia
Estruturas culturais
Renascimento carolngio: associao entre Estado e Igreja no campo educativo para prover maior qualificao dos servidores para o Imprio Fortalecimento dos monges copistas: caligrafia utilizada at hoje (maisculas e minsculas) Perodo fundamental para o futuro aparecimento da sociedade da escrita Estabelecimento de um texto bblico nico: Alcuno, que viveu entre 735 a 804
Alta Idade Mdia
Estruturas econmicas
Pequena produtividade agrria e artesanal Economia agrria dominial
Reserva senhorial: explorao direta do senhor. Ali ficavam sua casa, celeiros, bosques e a terra cultivvel (cerca de 50% do domnio). Ali os camponses trabalhavam atravs da corvia. Mansos: terras arrendadas pelos colonos para explorao prpria e das quais deviam obrigaes como a talha.
Os camponeses ainda deviam impostos sobre a herana (mo morta) e destinados Igreja (tosto de Pedro, uma espcie de dzimo). Produo se organizava basicamente no sistema bienal, mas com algumas aparies do sistema trienal Comrcio limitado pela baixa produtividade no setor primrio. A moeda era rara porque os bens eram raros
Alta Idade Mdia
Estruturas polticas
Experincia (breve) de unificao com o Imprio CarolngioCarlos Magno foi coroado Imperador do Ocidente pela Igreja, no natal de 800, aps derrotar definitivamente os lombardos e entregar as terras para a Igreja, como fizera seu pai O Imprio absorveu os pequenos reinos, mas no os eliminou Grande fragilidade administrativa: os condes detinham todo o poder poltico-militar-jurdico-fiscal, cabendo ao Imperador apenas a cunhagem de moedas (raras na poca) Carlos Magno associa os filhos ao poder imperial, mas somente a Igreja poderia dar esse ttulo de Imperador. Surgia o dilema: haveria uma preeminncia do poder espiritual sobre o temporal? - Doao de Constantino Morte de Carlos Magno. Desfragmentao do Imprio em 843: difuso da vassalagem; contradies da fuso do poder espiritual (manter a paz) e temporal (tradio guerreira do povo franco); inexistncia de um exrcito do Imprio: invases dos sculos IX-X
Idade Mdia Central
Estruturas sociais
Feudalismo ou feudo-clericarismo, para mostrar a enorme importncia da Igreja, legitimadora das relaes sociais verticais e horizontais Crescente importncia do servo: degradao do sistema de colonato Nascimento dos cavaleiros: necessidade da alta nobreza em armar pessoas mais humildes para se defenderem, gradativa cristianizao do ttulo de cavaleiro Aparecimento das contradies do sistema feudal: apropriao do excedente econmico, Cruzadas como vlvula de escape, embora saindo pela culatra Revigoramento das cidades no final do perodo, que desempenhariam um papel contrrio sociedade feudoclerical: individualismo, valorizao da mulher e da criana, figura do mercador
Idade Mdia Central
Estruturas Culturais
'Reao folclrica: inverso da tendncia de elitizao Os cavaleiros buscavam na cultura folclrica sua identidade cultural Folclorizao de elementos cristos, como o carnaval e manifestaes pags. Artes: tambm passou pelo processo de folclorizao, na medida em que a Igreja adaptava-se a essa cultura para desempenhar a funo didtica das pinturas. Literatura: vernculos ganham importncia. Trovadorismo e outras correntes. Enciclopedismo. Universidades e escolas urbanas se fortalecem
Idade Mdia Central
Estruturas econmicas
Revigoramento do comrcio, graas expanso agrcola e da crescente urbanizao: Hansas e Feiras. Passagem da economia dominial para a senhorial
Expanso das reas cultivveis e grandes inovaes tecnolgicas: aumento da produtividade Relativa remonetarizao da economia Surgimento das Corporaes de Ofcio
Diminuio das reas dos mansos e das reservas senhoriais, devido ao crescimento demogrfico e das relaes de vassalagem, novas formas de explorao como o ban taxar, punir, julgar, inovaes tecnolgicas Diferenas entre senhorio e feudo: o primeiro a base econmica do segundo, que por sua vez a manifestao poltica e social do primeiro. Regime de mo de obra se modificou: servos como principal tipo de trabalhador. Expanso dos assalariados. Impostos pagos no s em trabalho mas em dinheiro tambm
Idade Mdia Central
Estruturas Polticas
Intensificao do processo de pulverizao do poder. O feudo era o Estado: possua seus prprios sistemas de defesa (cavalaria), impostos, moeda, pesos e medidas, leis, etc. Tentativas de renascer o Imprio Franco, que em 1254 chamaria Sacro Imprio Romano Germnico, cujo imperador era coroado pela Igreja
A formao do Sacro Imprio pode ser vista como idealizao, pois na prtica ele no possua nem unidade poltica nem territorial.
Monarquias pipocam nesse momento: legitimadas pela hierarquia catlica, apesar da Igreja velar para que tal regime no ficasse excessivamente poderoso
Baixa Idade Mdia
Estruturas sociais
Passagem da sociedade de ordens para a sociedade estamental: mantm-se a falta de mobilidade social, mas no apenas de acordo com o papel que Deus designara a cada um Indivduos no so de uma camada, mas esto nela. Enobrecimento de alguns indivduos como os cavaleiros e mercadores ricos Campesinato: crescentes revoltas. Jacqueriers no sculo XIV Queda demogrfica acentuada devido crise e especialmente a Peste. Relativo processo de laicizao e crescente urbanizao da sociedade: formao das monarquias centralizadas
Baixa Idade Mdia
Estruturas culturais
Rompimento do equilbrio eclesistico X folclrico Essas culturas no respondiam mais realidade do perodo (crises econmicas, sociais e da prpria Igreja) So Toms de Aquino: influncia de Aristteles no pensamento cristo Manifestaes culturais iam desde o racionalismo at o culto ao misticismo. Caracterstica comum de questionamento e problematizao do poder da Igreja Abria-se o caminha para o Renascimento:
Antropocentrismo Humanismo Valorizao da cultura clssica Racionalismo
Baixa Idade Mdia
Estruturas econmicas
Crise do sculo XIV
A expanso das reas cultivveis desde o sculo XII chegara ao limite no continente europeu Desequilbrios ambientais provocados pelo grande desmatamento no perodo anterior Crescimento demogrfico do perodo anterior superou o aumento da produtividade: fome e escassez de recursos A Grande Peste, agravamento das estruturas feudais. Tentativas de solucionar a crise fora da Europa: Cruzadas e Expanso martima. Comrcio como principal sada para a crise: nascimento do mercantilismo Centralizao poltica possibilitou a uniformizao de pesos, medidas e moedas, favorecendo a atividade mercantil
Baixa Idade Mdia
Estruturas Polticas
O agravamento da crise resultou na intensificao ainda maior das relaes de vassalagem:
Concentrao de terras por uma elite nobilirquica Formao de grande contingente militar organizado pela elite: nascimento dos exrcitos unificados Fracasso das Cruzadas: enfraquecimento do poder clerical A absoro de terras por um feudo redundava na unificao das moedas, pesos e medidas. (Revitalizao do comercial) Necessidade da nobreza em fundar uma nova forma de dominao poltica, pois as ondas de protestos, saques e revoltas camponesas eram um sinal de que a fragmentao do poder no respondia mais nova ordem das coisas CONDIES HISTRICAS PARA A FORMAO DAS MONARQUIAS CENTRALIZADAS
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