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0708NOV
Presto
Veloce
F O R T I S S I M O N º 2 1 / 2 0 1 9
P R O G R A M A
MARTIM BUTCHER Memória do Cardume
SERGEI RACHMANINOV Concerto para piano nº 1 em fá sustenido menor,
op. 1 Vivace
Andante
Allegro vivace
I N T E R VA L O
CARL NIELSEN Sinfonia nº 2, op. 16, “Os quatro temperamentos” Allegro collerico
Allegro comodo e flemmatico
Andante malincolico
Allegro sanguineo
0 7 / 1 1
0 8 / 1 1
Presto
Veloce
FA B I O M EC H E T T I , R E G E N T E
FA B I O M A RT I N O , P I A N O
Ministério da Cidadania,Governo de Minas Gerais e Itaú A P R E S E N TA M
ENCOMENDA • ESTRE IA MUND IAL
Diretor Artístico e Regente Titular
da Orquestra Filarmônica de Minas
Gerais desde sua criação, em 2008,
Fabio Mechetti posicionou a orques-
tra mineira no cenário mundial da
música erudita. Além dos prêmios
conquistados, levou a Filarmônica
a quinze capitais brasileiras, a uma
turnê pela Argentina e Uruguai e
realizou a gravação de nove álbuns,
sendo quatro para o selo interna-
cional Naxos. Natural de São Paulo,
Mechetti serviu recentemente como
Regente Principal da Filarmônica
da Malásia, tornando-se o primeiro
regente brasileiro a ser titular de
uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve
quatorze anos à frente da Orquestra
Sinfônica de Jacksonville e, atual-
mente, é seu Regente Titular Emérito.
Foi também Regente Titular das
sinfônicas de Syracuse e de Spokane,
da qual hoje é Regente Emérito.
Regente Associado de Mstislav
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Nacional de Washington, com ela
dirigiu concertos no Kennedy Center
e no Capitólio. Da Sinfônica de San
Diego, foi Regente Residente. Fez
sua estreia no Carnegie Hall de Nova
York conduzindo a Sinfônica de Nova
Jersey. Continua dirigindo inúmeras
orquestras norte-americanas e é
convidado frequente dos festivais
de verão norte-americanos, entre
eles os de Grant Park em Chicago
e Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente
de ópera, estreou nos Estados Unidos
dirigindo a Ópera de Washington. No
seu repertório destacam-se produções
de Tosca, Turandot, Carmem, Don
Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
Madame Butterfly, O barbeiro de
Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem
ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,
Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-
lia, Japão, México, Nova Zelândia,
Suécia e Venezuela. No Brasil ,
regeu todas as importantes orques-
tras brasileiras.
Fabio Mechetti é Mestre em Regência
e em Composição pela Juil l iard
School de Nova York e vencedor do
Concurso Internacional de Regência
Nicolai Malko, da Dinamarca.
CAROS AMIGOS E AMIGAS,
FABIO MECHETTI
D I R E T O R A R T Í S T I C O
E R E G E N T E T I T U L A R
Dois jovens talentos brasileiros par-
ticipam do concerto desta noite. Um,
compositor, introduz peça comissio-
nada pela Filarmônica como resul-
tado vitorioso da edição do Festival
Tinta Fresca do ano passado. Martim
Butcher nos apresenta Memória do
Cardume, convidando nosso público
a descobrir esse sugestivo enigma.
Outro, um dos pianistas mais talen-
tosos da nova geração. Fabio Martino
retorna a Belo Horizonte para executar
o virtuosístico Primeiro Concerto de
Rachmaninov, escrito por este quando
também jovem, na idade de dezoito anos.
Executada pela primeira vez pela
Filarmônica, a Sinfonia nº 2 do di-
namarquês Carl Nielsen revela sua
singular vocação para expressar con-
trastantes sentimentos em uma lin-
guagem romântica e ao mesmo tempo
desafiadora. Sua sinfonia dos “quatro
temperamentos” se revela uma expe-
riência tanto musical quanto psicoló-
gica, ao transmitir de forma direta a
carga emocional que cada um de seus
movimentos carrega.
Desejo a todos uma grande experiência.
FAB IO MECHET T I
FOTO
: RAF
AEL
MO
TTA
Já aos cinco anos Fabio Martino come-
çou a tocar piano no instrumento de
sua avó, uma professora em São Paulo.
Dezessete anos mais tarde – após uma
rigorosa formação nas principais uni-
versidades do Brasil e Alemanha –,
comprou seu primeiro Steinway, com
o prêmio recebido pelo primeiro lugar
no maior concurso internacional de
piano da América Latina, o BNDES.
Considerado ousado e aberto a desa-
fios, Martino obteve mais de vinte primei-
ros lugares em competições internacio-
nais de piano. Como uma marca regis-
trada, apresenta-se sempre com uma
gravata borboleta de laço feito a mão.
Seu segundo álbum, Passion, uma
coprodução com a rádio alemã SWR
em Baden-Baden, contém obras de
Beethoven, Liszt, Schumann e a primei-
ra audição mundial de Tico-Tico no
Fubá, de Zequinha de Abreu, em arranjo
de Marc-André Hamelin. “Não é somente
virtuoso, é também vibrante e de ‘cair
da cadeira’! Grandioso!” – escreve Guido
Krawinkel para a revista Klassikheute.
Em 2019 lança seu terceiro álbum, Latin
Soul, com obras para piano solo de Villa-
Lobos, Ginastera, Guastavino e Guarnieri.
Como solista, Fabio Martino interpreta
concertos de Prokofiev, Rachmaninov,
Beethoven, Bach, Schumann, Medtner,
Mozart, Bartók, entre tantos outros, acom-
panhado por importantes orquestras como
Osesp, Petrobras Sinfônica, Filarmônica
de Minas Gerais, Badische Staatskapelle,
filarmônicas de Stuttgart e de Câmara
Tcheca, sinfônicas da Rádio da Baviera,
de Berlim e de Shenzhen.
Na temporada 19/20 destacam-se
concertos com a Staatskapelle Weimar,
Filarmônica de Stuttgart, sinfônicas
de Nurenberg, Munique e Schleswig-
Holstein, nas salas Meistersingerhalle,
Herkulessaal, Liederhalle, Eroica-Saal
e Verdi. Estará na China, no Brasil,
na Alemanha e na Áustria, em dois
concertos de Ano Novo na Festspie-
lhaus de Salzburgo.
Críticos já comparam Fabio Martino com
Nelson Freire, Martha Argerich, Claudio
Arrau e Sviatoslav Richter e o relacio-
nam inclusive com Vladimir Horowitz.
FABIO MARTINO
FOTO
: PET
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DAM
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: ALE
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DR
E R
EZEN
DE
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 3 flautas, 3 oboés,
3 clarinetes, clarone, 3 fagotes,
contrafagote, 4 trompas,
3 trompetes, 3 trombones,
tuba, tímpanos, percussão,
harpa, pianos, cordas.
ED ITORA
Edição do compositor
SÃO PAU LO , B R A S I L , 1 987
Martim BUTCHERPor volta dos dezoito anos, Martim Butcher se viu
imerso num ambiente impregnado pela canção e
pelo violão. Embora seduzido pela performance, sua
timidez o fez refugiar-se nos estudos de harmonia e
na análise da relação entre texto e música. Como a
música, o texto, mais precisamente a literatura, ocu-
pou desde cedo um lugar importante em seu univer-
so artístico. O contato com a obra de Marcel Proust,
aos quinze anos, teve enorme impacto em sua vida,
levando-o a optar pela ênfase em literatura francesa
durante a graduação em Letras na USP. Embora não
tenha concluído o curso, Butcher permaneceu atrelado
ao gênero literário e ao trabalho de figuras híbridas,
como Chico Buarque, cuja obra coabita suas primeiras
investidas como compositor. Embora seu elo com a
literatura lhe pareça mais natural do que seu vínculo
com a música, Butcher oficializou sua relação com a
música ao mudar-se para a Argentina a fim de estudar
composição musical na Universidade Nacional de La
Plata. Ali, a orientação de Luis Menacho, a compreen-
são técnica e estética de Mariano Etkin e o estímulo
moral e empreendedorismo do professor de música
eletroacústica Federico Jaugueriberry foram cruciais
para a consolidação de seu percurso composicional.
Profundamente consciente de seu processo de forma-
ção, Butcher resiste à associação linear entre afini-
dades estéticas e linguagem musical. Assim, embora
aprecie a escrita orquestral de Mahler ou a postu-
ra profissional de Etkin, não atribui a eles nenhum
impacto direto sobre sua estética
musical. Uma exceção a essa regra
seja, talvez, György Ligeti, cuja obra
admira e cuja influência se expres-
sa principalmente na forma como
manipula texturas de modo a fazer
com que as linhas ganhem, como
diz, “certa espessura”.
Os dilemas em relação à responsa-
bilidade do músico em um mundo
de crises políticas fizeram com que
o vencedor do Festival Tinta Fresca
de 2018, pela obra Stretching before
and after, se visse dividido em rela-
ção ao tema da obra encomendada
pela Filarmônica. Inicialmente, viu-
-se atraído pela ideia de uma obra
de coloração mais política. À medi-
da que o trabalho se desenvolveu,
Butcher percebeu, no entanto, que
compunha “uma música pacífica,
marinha”. Memória do Cardume ecoa
as descrições do escritor argenti-
no Juan José Saer de fenômenos
como a chuva, os rios, os ventos em
campos floridos, que o compositor
descreve como “fenômenos visuais
em que as unidades mínimas não
fazem exatamente o mesmo gesto,
mas terminam sendo compreendidas
dentro do movimento de uma unida-
de maior: o cardume.” A obra busca
então explorar tal metáfora dentro
de uma forma rapsódica, através de
seções contrastantes que se suce-
dem ao arbítrio do compositor. É,
no entanto, em sua microforma que
a metáfora ganha força, conferindo
unidade à obra. Como no cardume,
em que um peixe pode ser visto
isoladamente ou como elemento
de um grupo, os instrumentos são
trabalhados em suas individualida-
des e como membros dos naipes,
tocando sempre de modo ligeira-
mente defasado, a fim de que suas
identidades melódicas se fundam
em massas sonoras mais espes-
sas. Acelerações e desacelerações,
movimentos ascendentes e descen-
dentes, adensamentos e rarefações
e mesmo momentos mais estáticos
submergem o ouvinte nesse percurso
sonoro evocativo de um cardume.
IGOR REYNER Pianista,
Mestre em Música pela Universidade Federal
de Minas Gerais e Doutor em Literatura
pelo King’s College London.
20 1 9 1 4 M I N U TO S
Memória do CardumeEncomenda
Estreia mundial
INSTRUMENTAÇÃO
2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes,
2 fagotes, 4 trompas,
2 trompetes, 3 trombones,
tímpanos, percussão, cordas.
ED ITORA
Kalmus
PARA OUV IR
CD Rachmaninoff plays
Rachmaninoff – The 4 piano
concertos – Philadelphia
Orchestra – Eugene Ormandy;
Leopold Stokowski, regentes –
RCA Victor – 1994 (2 CDs)
PARA ASS IST IR
USSR State
Symphony Orchestra –
Vassily Sinaisky, regente –
Mikhail Pletnev, piano
Acesse: fil.mg/rpiano1
PARA LER
Sergei Bertensson; Jay Leyda –
Sergei Rachmaninoff: a lifetime
in music – Indiana University
Press – 2009
Sergei Rachmaninoff –
Rachmaninoff’s recollections
told to Oskar von Riesemann –
Macmillan – 1934
ONEG, RÚSSIA , 1873 BEVERLY HILLS, ESTADOS UNIDOS, 1943
Sergei RACHMANINOVO Concerto para piano nº 1 possui o vigor e a energia
próprios de Rachmaninov. Trata-se de uma obra de
juventude que o autor compôs aos dezoito anos de ida-
de, enquanto ainda aluno do Conservatório de Moscou.
A estreia, apenas do primeiro movimento, deu-se em
17 de março de 1892, no Conservatório, com a orques-
tra de alunos sob a regência do diretor, Vasily Safonov,
com Sergei Rachmaninov ao piano. A versão que hoje
conhecemos é de 1917, após a extensiva revisão que
Rachmaninov fez do Concerto, meses antes de deixar
a Rússia. A nova versão foi apresentada pela primeira
vez em Nova York, em 1919, pela Sociedade Sinfônica
Russa sob a direção de Modest Altschuler, tendo igual-
mente o compositor como solista.
O intenso diálogo entre o piano solista e a orquestra
é a marca registrada do primeiro movimento (Vivace),
com a brilhante escrita virtuosística típica do com-
positor. No segundo movimento (Andante), os temas
confiados ao piano, que reina praticamente absoluto,
são de um lirismo ímpar, apenas encontrados nas
mais belas páginas do próprio Rachmaninov. O ter-
ceiro e último movimento (Allegro vivace) é feito de
esfuziante energia. Música intensa, cheia do entu-
siasmo da juventude, que o compositor soube manter,
mesmo após as severas revisões realizadas na obra.
Apesar do enorme sucesso alcançado no século XX
– tanto por seus concertos como por suas sinfonias,
sua música para solista, música de
câmara, óperas e música litúrgica
–, Rachmaninov foi relativamente
negligenciado pelos estudos musi-
cológicos ocidentais, em razão do
preconceito vigente, que o considera-
va um compositor ultraconservador,
um homem do século XIX vivendo
em pleno século XX. Em um sécu-
lo praticamente todo dividido entre
“progressistas” e “conservadores”,
as melhores considerações foram
sempre reservadas aos ditos “mo-
dernos” e a sua música de caráter
experimental e revolucionário, en-
quanto as conquistas de seus anta-
gonistas eram atenuadas, por serem
eles avaliados, de antemão, como
“menos originais” que seus pares.
A concepção de que a música de
Rachmaninov pertence ao século
XIX é um daqueles erros históricos
que acabaram tornando-se verda-
des absolutas de tanto ser repe-
tidos. Na verdade, Rachmaninov
jamais se preocupou com as os-
cilações da moda e procurou ape-
nas seguir seu próprio caminho
individual. Sua música foi nada
mais que a expressão sincera de
sua personalidade, seus sentimen-
tos e ideias. Escreveu sobre seus
contemporâneos: “A nova música
parece vir não do coração, mas da
mente. Seus compositores pensam,
ao invés de sentir. Eles não têm
a capacidade de fazer obras en-
cantadoras, como dizia Hans von
Bülow. Eles advogam, protestam,
analisam, argumentam, calculam e
experimentam – mas não encantam”.
Se a música de Rachmaninov é
realmente ultrapassada, o mesmo
poderia ser dito do gosto de seus
milhões de admiradores ao longo
de todo o século. Para a crítica
especializada, seriam todos um
pouco démodés. Mas, sem dúvida,
que música encantadora!
GU ILHERME
NASC IMENTO Compositor, Doutor
em Música pela Unicamp, professor na
Escola de Música da UEMG, autor dos
livros Os sapatos floridos não voam
e Música menor.
1 890/ 1 89 1 , R E V I SÃO 1 9 1 7 , V E RSÃO F I N A L 1 9 1 9 27 M I N U TO S
Concerto para piano nº 1
em fá sustenido menor, op. 1
Última apresentação:
3 de jun / 2014
Fabio Mechetti, regente
Boris Giltburg, piano
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 3 flautas, 2 oboés,
corne inglês, 2 clarinetes,
2 fagotes, 4 trompas,
3 trompetes, 3 trombones,
tuba, tímpanos, cordas.
ED ITORA
Kalmus
PARA OUV IR
CD Nielsen – Symphonies
Nos.1-6 – London Symphony
Orchestra – LSO – 2018
PARA ASS IST IR
Estonian Festival Orchestra –
Paavo Järvi, regente
Acesse: fil.mg/
ntemperamentos
PARA LER
Robert Simpson – Carl Nielsen,
Symphonist – Kahn & Averill
– 1986
SORTELUNG, D INAMARCA, 1865 COPENHAGEN, D INAMARCA, 1931
Carl1 90 1 / 1 902 3 2 M I N U TO S
NIELSENHá sempre uma certa ambiguidade nos compositores que
viveram a virada dos séculos XIX e XX, principalmente
naqueles advindos da periferia dos grandes centros
culturais europeus. Nestes casos, há um certo conflito
entre a necessidade de afirmação de uma linguagem
nacional e a dívida com a herança romântica, alemã
ou francesa, conforme o caso. Desse conflito nascem
sínteses únicas, originais, que às vezes se configuram
em uma escola nacional, outras vezes em estilos indi-
viduais bem peculiares. A tendência de se resumir a
música dessa época e desses recortes geográficos a
um nacionalismo às vezes exótico e não completamente
assumido é por demais redutora. Cada caso é particular
e precisa ser tomado em suas próprias especificidades.
Nessa perspectiva, há poucos parâmetros possíveis de
comparação entre, por exemplo, a Escola Espanhola, de
Albéniz e Granados, e a Tcheca, de Smetana e Dvorák,
por exemplo. Tampouco é possível resumir a uma mesma
e indistinta amálgama nomes, que, mesmo oriundos
de regiões próximas, têm caminhos expressivos bem
distintos, como, por exemplo, Grieg, Sibelius e Carl
Nielsen. Se houver, entre eles, medidas de comparação,
essas se dão mais por oposição que por semelhanças.
Paradoxalmente, porém, Carl Nielsen é considerado o pai
da Escola Dinamarquesa, e Maskarade, sua ópera cômica,
é, para os dinamarqueses, o que A noiva vendida, de
Smetana, é para os tchecos. No entanto, sua linguagem
é muito menos pintada de exotismos que a de Grieg e
recorre menos a citações do que a de
Sibelius. Ao ouvinte desavisado, ela
pode causar um certo desconforto,
justamente por não oferecer o tipo
de previsibilidade que se esperaria,
seja de um compositor “nacionalista”,
seja de um compositor exemplarmente
romântico, seja, ainda, de um compo-
sitor que buscasse fundir ambas as
tendências. É aí que reside o paradoxo
de Nielsen: sem subserviência aos
modelos hegemônicos, sem, tam-
pouco, render-se ao encantamento
das particularidades do folclore, atento
às mudanças de seu tempo, mas
seguro de sua linguagem, ele acaba
por abrir um caminho possível para
a música na Dinamarca que tem,
sem dúvida, um importante grau de
independência e de originalidade.
Nielsen compôs seis sinfonias, cujas
cronologias cobrem praticamente
toda a sua carreira. A segunda delas,
dedicada a Ferruccio Busoni, foi
estreada em 1902 pela Sociedade de
Concertos Dinamarquesa, conduzida
pelo compositor. O subtítulo – Os
quatro temperamentos – faz alusão,
ao mesmo tempo, a uma pintura con-
templada pelo compositor em uma
estalagem rural de sua terra natal e
aos quatro temperamentos humanos,
certamente representados na pintura,
descritos por Hipócrates. Na ordem
em que aparecem na Sinfonia, são
eles: Colérico, Fleumático, Melancólico
e Sanguíneo. A organização estabe-
lecida por Nielsen revela certa ironia,
porque relaciona, aos procedimentos
da sinfonia clássica, os conceitos do
Patrono da Medicina.
Embora seja tentador procurar perce-
ber, nisso, um conceito programático,
mesmo a despeito de certos elementos
descritivos, é muito mais interessante
o reconhecimento de uma linguagem
original e sólida, construída entre o
ocaso de uma era e a aurora de outra.
MOACYR L ATERZA
F ILHO Pianista e cravista, Doutor
em Literaturas de Língua Portuguesa,
professor da Universidade do Estado
de Minas Gerais e da Fundação de
Educação Artística.
Sinfonia nº 2, op. 16,
“Os quatro temperamentos”Primeira apresentação
com a Filarmônica
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t emporada 20 20
Filarmônica, nosso encontro na Música.
5 anos da Sala Minas Gerais57 concertos em 5 séries48 artistas convidadosFestival Beethoven
CONHEÇA A PRO GRAMAÇÃO E ASSINE.
fases de assinaturas troca
A T É 1 3 / N O V
Apenas para Assinantes da Temporada 2019 que, na fase de Renovação, indicaram a intenção de troca.
* O período poderá ser reduzido caso os assentos disponíveis para assinaturas se esgotem.
novas assinaturas *
D E 1 6 / N O V / 1 9
A T É 2 6 / J A N / 2 0
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Regente Associado
MARCOS ARAKAKI
Diretor Artístico e Regente Titular
FABIO MECHETTIOscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
Lei 14.870 / Dez 2003
OS — Organização Social
Lei 23.081 / Ago 2018
* principal ** principal associado *** principal assistente **** musicista convidado
PRIMEIROS VIOLINOSRommel Fernandes –
Spalla associado
Ara Harutyunyan –
Spalla assistente
Ana Paula Schmidt
Ana Zivkovic
Arthur Vieira Terto
Joanna Bello
Laura von Atzingen
Luis Andrés Moncada
Roberta Arruda
Rodrigo Bustamante
Rodrigo M. Braga
Rodrigo de Oliveira
Wesley Prates
SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *
Hyu-Kyung Jung ***
Gideôni Loamir
Jovana Trifunovic
Luka Milanovic
Martha Pacífico
Matheus Braga
Radmila Bocev
Rodolfo Toffolo
Tiago Ellwanger
Valentina Gostilovitch
VIOLASJoão Carlos Ferreira *
Roberto Papi ***
Flávia Motta
Gerry Varona
Gilberto Paganini
Katarzyna Druzd
Luciano Gatelli
Marcelo Nébias
Mikhail Bugaev
Nathan Medina
VIOLONCELOSPhilip Hansen *
Robson Fonseca ***
Camila Pacífico
Camilla Ribeiro
Eduardo Swerts
Emília Neves
Lina Radovanovic
Lucas Barros
William Neres
CONTRABAIXOSNilson Bellotto *
André Geiger ***
Marcelo Cunha
Marcos Lemes
Pablo Guiñez
Rossini Parucci
Walace Mariano
FLAUTASCássia Lima *
Renata Xavier ***
Alexandre Braga
Elena Suchkova
OBOÉSAlexandre Barros *
Públio Silva ***
Israel Muniz
Maria Fernanda Gonçalves
CLARINETESMarcus Julius Lander *
Jonatas Bueno ***
Ney Franco
Alexandre Silva
FAGOTESCatherine Carignan *
Victor Morais ***
Francisco Silva
TROMPASAlma Maria Liebrecht *
Evgueni Gerassimov ***
Gustavo Trindade
José Francisco dos Santos
Lucas Filho
Fabio Ogata
TROMPETESMarlon Humphreys-Lima *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
TROMBONESMark John Mulley *
Diego Ribeiro **
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
TUBASEleilton Cruz *
Rafael Mendes ****
TÍMPANOSPatricio Hernández
Pradenas *
PERCUSSÃORafael Alberto *
Daniel Lemos ***
Sérgio Aluotto
Werner Silveira
HARPAClémence Boinot *
TECLADOSAyumi Shigeta *
GERENTE
Jussan Fernandes
INSPETORAKarolina Lima
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar
ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi
ASSISTENTESClaudio Starlino
Jônatas Reis
SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro
MONTADORESHélio Sardinha
Jussan Meireles
Klênio Carvalho
FORTISSIMO Novembro nº 21 / 2019
ISSN 2357-7258
Editora Merrina
Godinho Delgado
Edição de texto
Berenice Menegale
Capa Alchemic approach
to four humors in relation
to the four elements and
zodiacal signs, ilustração
de Leonhart Thurneisser
O Fortissimo está
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Este programa foi
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pela Resma Papéis.
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16 nov, 18h F O R A D E S É R I E / M Ú S I C A E L I T E R AT U R A
19 nov, 20h30 F I L A R M Ô N I C A E M C Â M A R A
24 nov, 11h C O N C E R T O S PA R A A J U V E N T U D E
28 e 29 nov, 20h30 P R E ST O E V E LO C E
5 e 6 dez, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E
12 e 13 dez, 20h30 P R E ST O E V E LO C E
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19
Sala Minas Gerais
www.filarmonica.art.br
R UA T E N E N T E B R I TO M E LO , 1 . 0 9 0 — B A R R O P R E TO
C E P 3 0 .1 8 0 - 0 7 0 | B E LO H O R I Z O N T E – M G
T E L : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 0 0 | FA X : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 3 0
R E A L I Z A Ç Ã O
M A N T E N E D O R
PAT R O C Í N I O M Á S T E R PAT R O C Í N I O
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