50 Poemas Insanos e 10 Amantes

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Cinquenta poemas insanos e dez amantes.

Que cada ser,seja insanona difícil arte do amor.

Poema amante nº 1

Charles

Se em mim se brota,cheio e vilo desejo, das entranhas;que me apetece – em sonho – este grande amor.

Que se beire,ao coração, como num lagoA calmaria solidáriaque me conforta, é minha fonte.

É minha luz, o teu seio.Que entre rendas mostra sedução.E na calada da noiteme aquece, todo o corpo.Sem pudor.

Pois é no sonhoque me vejo em ti.Volúpia arrasadora.Uma paixão entre-cortada.

Poema insano nº 1

Meu intimismo nu,me apetece. Em auto-piedadeescarneço.

De que serviu tanta virilidade?Para que prenchi-me desta luz?Porque fui tão ingênuo?

O falo sempre me resolveu.Estar à frente sempre me bastou.Em auto-piedade escarneço.Escleroso-me.

(...)(...)(...)

Em devaneios, recebo de braços abertosquem me acolheaquele a quem matei.Mostrando meu corpo...

Poema insano nº 2

Levanto casas em mim.Construo paredes,carrego os tijolos para dentro de um poçosem fundo, eterno.

E deixando lá o barroconstruo em mimmuros de proteção.A fortaleza que me imaginam

Derrubo prédios em mimque me transformam em quem não sou.Meu espírito é o cimentoque choro nas lágrimas.

Meu vazamento de esperançase converte, minhas portas.Levanto paredese construo casas em mim.

Poema insano nº 3

Estou voando, o sexome deu asas,pode chamar-me... sempre estou a me arrumar.

Tenho asas na alma.Quando ouço músicalevito. Saio do chão sutilmente,não é a mesma coisa.

Andar no ar,sonho em voar,me libertar

Desmediocrizar.

Poema insano nº 4

Doente, me rendoqualquer UM,consegue me aproximarBruscamente.

Quando te falavaque não te queria.Era a mim que o dizia

Agora em loucura,imerso como um peixe,o peixe multiplicado de Jesus, me deixo,à luz da vida.

Desconhecida no destino.

Poema insano nº 5

Morri de mim mesmo,do alto me vejosem muros nem almaSó a casca.

Morri de desgosto.Pelo que me tornei,um falo andantesem pernas.

Prefiri morrerdo que viver sangrandointernamente.Sem alma

Eu sangro pelos braços.Me vejo à meia luzde um quarto podre,Agonia e dor.E um corpo morto.