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leandro-benevides
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Cinquenta poemas insanos e dez amantes.
Que cada ser,seja insanona difícil arte do amor.
Poema amante nº 1
Charles
Se em mim se brota,cheio e vilo desejo, das entranhas;que me apetece – em sonho – este grande amor.
Que se beire,ao coração, como num lagoA calmaria solidáriaque me conforta, é minha fonte.
É minha luz, o teu seio.Que entre rendas mostra sedução.E na calada da noiteme aquece, todo o corpo.Sem pudor.
Pois é no sonhoque me vejo em ti.Volúpia arrasadora.Uma paixão entre-cortada.
Poema insano nº 1
Meu intimismo nu,me apetece. Em auto-piedadeescarneço.
De que serviu tanta virilidade?Para que prenchi-me desta luz?Porque fui tão ingênuo?
O falo sempre me resolveu.Estar à frente sempre me bastou.Em auto-piedade escarneço.Escleroso-me.
(...)(...)(...)
Em devaneios, recebo de braços abertosquem me acolheaquele a quem matei.Mostrando meu corpo...
Poema insano nº 2
Levanto casas em mim.Construo paredes,carrego os tijolos para dentro de um poçosem fundo, eterno.
E deixando lá o barroconstruo em mimmuros de proteção.A fortaleza que me imaginam
Derrubo prédios em mimque me transformam em quem não sou.Meu espírito é o cimentoque choro nas lágrimas.
Meu vazamento de esperançase converte, minhas portas.Levanto paredese construo casas em mim.
Poema insano nº 3
Estou voando, o sexome deu asas,pode chamar-me... sempre estou a me arrumar.
Tenho asas na alma.Quando ouço músicalevito. Saio do chão sutilmente,não é a mesma coisa.
Andar no ar,sonho em voar,me libertar
Desmediocrizar.
Poema insano nº 4
Doente, me rendoqualquer UM,consegue me aproximarBruscamente.
Quando te falavaque não te queria.Era a mim que o dizia
Agora em loucura,imerso como um peixe,o peixe multiplicado de Jesus, me deixo,à luz da vida.
Desconhecida no destino.
Poema insano nº 5
Morri de mim mesmo,do alto me vejosem muros nem almaSó a casca.
Morri de desgosto.Pelo que me tornei,um falo andantesem pernas.
Prefiri morrerdo que viver sangrandointernamente.Sem alma
Eu sangro pelos braços.Me vejo à meia luzde um quarto podre,Agonia e dor.E um corpo morto.