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1 Análise comparativa da qualidade da água na Bacia do Córrego da Onça em Três
Lagoas – MS nos anos de 2007 e 2008
Ana Gabriela Bueno Melo de Carvalho a*, José Augusto de Lollo a, José Luiz Lorenz
Silva b; André Luiz Pinto c.
a Departamento de Engenharia Civil, Universidade Estadual Paulista (UNESP/ FEIS),
Alameda Bahia, 550, CEP. 15385-000 Ilha Solteira – SP. [email protected]
b Departamento de Ciências Naturais, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(UFMS/ CPTL) Avenida Ranulpho Marques Leal, 3484, Distrito Industrial. CP 210.
CEP. 79600-100, Três Lagoas – MS. [email protected]
c Departamento de Ciências Humanas, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(UFMS/ CPTL) Avenida Ranulpho Marques Leal, 3484, Distrito Industrial. CP 210.
CEP. 79600-100, Três Lagoas – MS. [email protected]
* Autor para correspondência: +55 067 9288 5385. [email protected]
Palavras-Chave: degradação ambiental; bacia hidrográfica urbana; Recursos Hídricos.
Título abreviado: Qualidade da água superficial.
ABSTRACT
The basin of the Stream of Onça pipeline is the main core of effluence of the urban sul-
mato-grossense jungle of Três Lagoas, which drains several areas in use and occupation,
such as surrounding areas, stretches of grassland and exposed soil. In this context, the
study presented herein aimed qualify and quantify the main impacts generated in the
quality of surface water basin because of environmental degradation. Was performed for
2 both collection and analysis of temperature, dissolved oxygen and pH in situ in 6 points
pre selected in October 2007 and October 2008. Subsequently these data were compared
and analyzed with the Master Plan of the municipality. It was observed that from one
year to another if the situation worsened the quality of surface water in the basin and
that little environmental result obtained the municipal law of 2006. In this context, it is
necessary for greater oversight of bodies on environmental violations committed by the
municipality and systematic monitoring of water quality and the environmental
degradation in the basin.
RESUMO
A Bacia do Córrego da Onça constitui a principal calha de efluência do núcleo urbano
do município sul-mato-grossense de Três Lagoas, onde drena áreas diversas em uso e
ocupação, tais como imediações urbanas, pastagens e trechos de solos expostos. Neste
contexto, a pesquisa ora apresentada visou qualificar e quantificar os principais
impactos gerados na qualidade da água superficial desta bacia devido a degradação
ambiental. Para tanto foi realizado coletas e análises de temperatura, oxigênio
dissolvido e pH em situ em 6 pontos pré selecionados em outubro de 2007 e outubro de
2008. Posteriormente estes dados foram comparados e analisados com o Plano Diretor
do município. Observou-se que de um ano para o outro se agravou a situação da
qualidade da água superficial na bacia e que pouco resultado ambiental obteve a lei
municipal de 2006. Neste contexto, faz-se necessário uma maior fiscalização dos órgãos
competentes quanto às infrações ambientais cometidas pelo município e um
acompanhamento sistemático da qualidade da água e a degradação ambiental na bacia.
Palavras-Chave: “qualidade da água”; “degradação ambiental”; “bacia hidrográfica
urbana”.
3 INTRODUÇÃO
O município de Três Lagoas está localizado na porção leste do estado de Mato Grosso
do Sul sobre as coordenadas geográficas 51°30’12”W e 52°30’00”W, 19°30’00”S e
21°05’27”S, com uma área de unidade territorial de 10.206 km² (IBGE, 2004) e uma
população de 85.914 habitantes (IBGE, 2004). A Bacia do Córrego da Onça está situada
entre as coordenadas 20º43’25” e 20º51’01” de Latitude Sul e 51º47’14” e 51º37’30” de
Longitude Oeste no município de Três Lagoas/ MS.
Segundo Carvalho et al. (2007), a Bacia Hidrográfica do Córrego da Onça drena os
terraços fluviais da margem direita do Rio Paraná, na porção oriental do território três-
lagoense. O alto curso do córrego é contínuo ao baixio que aloja um sistema lêntico já
emoldurado pela malha urbana, o qual é formado pelas Lagoas Maior, do Meio e
Menor. Esses corpos são relictos de uma drenagem maior e uma referência geográfica
importante também por terem originado a atual denominação municipal.
Pinto e Hermes (2006) revelam que parte da água doce do mundo está poluída por
esgotos e resíduos industriais sendo imprópria para o consumo. Para Günther (2006), a
questão das áreas degradadas tem despertado a atenção de urbanistas, especialistas
ambientais, cientistas sociais e estudiosos do direito ambiental. Sendo assim, a
problemática requer tratamento multidisciplinar e integrado. Insere-se como objeto a ser
analisado no aspecto sistêmico, sob o qual devem ser definidas as políticas públicas de
desenvolvimento urbano, meio ambiente e saúde, um desenho ainda não consolidado no
país.
O texto do Plano Diretor do Município de Três Lagoas (2006) contempla a questão das
áreas ambientalmente degradadas por meio das seguintes disposições:
Art. 5º - São objetivos do desenvolvimento do Município...
4 II - conservar e preservar o ambiente natural e construído, recuperar as áreas
ambientalmente degradadas e orientar as atividades, de modo a reduzir as pressões
antrópicas sobre os ecossistemas urbanos e rurais.
Tucci (2003) considera quatro agentes impactantes sobre a qualidade da água: a
poluição existente no ar que se precipita junto com a água; as lavagens da superfície
urbana contaminada por componentes orgânicos e metais; os resíduos sólidos
(entendidos como sedimentos erodidos ou lixo urbano) carregados pelo aumento da
vazão, ou seja, velocidade da água, depositados ou transportados pela drenagem; e
esgoto cloacal que não é recolhido e escoa por meio da drenagem.
Von Sperling (1996) revela que a qualidade da água é resultante de fenômenos naturais
e da atuação do homem. Pode-se dizer que a qualidade de uma determinada água é
função do uso e da ocupação do solo na bacia hidrográfica. Segundo o autor, a
qualidade da água é a somatória dos seguintes fatores:
- condições naturais: A incorporação de sólidos em suspensão ou dissolvidos ocorre
mesmo nas condições naturais. Neste caso, com influencia da cobertura e composição
do solo;
- interferência do homem: quer de forma concentrada, como na geração de despejos
domésticos e industriais, ou de forma dispersa como na aplicação de defensivos
agrícolas, sendo assim, a forma em que o homem ocupa o solo tem uma implicação
direta na qualidade da água.
A Lei Municipal n° 2.083/ 2006 (Três Lagoas, 2006) determina:
Art. 10 - São objetivos gerais da política urbana:
[...]
V – promover o equilíbrio entre a proteção e ocupação das áreas de interesse ambiental
5 VI - elevar a qualidade de vida da população, proporcionando saneamento ambiental,
infra-estrutura, serviços públicos, equipamentos sociais e espaços verdes e de lazer
qualificados;
[...]
XI - elevar a qualidade do ambiente urbano, por meio da proteção dos ambientes,
natural e construído;
XII - fortalecer a gestão ambiental local, visando o efetivo monitoramento e controle
ambiental;
[...]
A pesquisa teve como propósito levantar a qualidade da água superficial da Bacia do
Córrego da Onça nos anos de 2007 e 2008, a fim de considerar o nível de degradação e
contaminação das águas superficiais da bacia.
METODOLOGIA
Os dados preliminares foram obtidos por meio de levantamento bibliográfico.
Posteriormente realizou-se um estudo do Plano Diretor do Município de Três Lagoas
(2006). Como base cartográfica usou-se a Folha Três Lagoas (MS – SF 22-V-B-V),
DSG (1985), na escala 1:100.000. Os dados obtidos foram plotados e concluídos em
cartas e mapas digitais através do programa COREL DRAW 12.
Os levantamentos de campo incluíram o registro fotográfico em pontos selecionados da
calha, procedeu-se a medida das variáveis físico-químicas e a amostragem da água. Os
parâmetros qualitativos avaliados foram: o potencial hidrogeniônico (pH), o oxigênio
dissolvido (OD) e a temperatura da água. A temperatura do ar foi padronizada para a
média obtida nas análises de 30°C. Para tanto foram usados um pHmetro PHTEK e um
6 oxímetro digital LUTRON DO-5510 no mês de outubro de 2007 e 2008
respectivamente. Foi escolhido o mês de outubro para coleta por ser um mês com
características de clima seco, assim evitou-se a interferência de escoamento superficial
urbano, visto que o córrego recebe grande parte do sistema de drenagem da cidade.
Os pontos de coleta foram escolhidos estrategicamente de acordo com o uso e ocupação
do solo da região de entorno (figura 1). Os pontos na área urbana foram: O ponto 1
situado na Lagoa do Meio que se encontra pouco urbanizado e com a presença de
retirada de argila para confecção de tijolos; O ponto 2 localizado na Lagoa Maior, esta,
totalmente urbanizada. O ponto 3 situa-se ao final da canalização em um bairro com
pouca infra-estrutura. Os pontos na área rural foram: O ponto 4 situa-se após a estação
de tratamento de esgoto da cidade em uma região assoreada e erodida; O ponto 5
encontra-se localizado nas novas nascentes do Córrego da Onça, próximo a uma área de
reflorestamento e o ponto 6 situa-se na foz do canal principal do Córrego da Onça com
área de proteção permanente recomposta.
Figura 1. Localização dos pontos de coleta na Bacia do Córrego da Onça.
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A qualidade da água pode ser representada por meio de diversos parâmetros que
traduzem suas principais características físicas, químicas e biológicas. Para Von
Sperling (1996), o controle da qualidade da água está associado a um planejamento
global, em toda a bacia hidrográfica, e não individualmente, por agente alterador.
Na pesquisa foram analisados 3 parâmetros coletados em 6 pontos distintos (tabela 1).
Tabela 1. Qualidade físico-quimica da água superficial da Bacia do Córrego da Onça
Temperatura Pts
Coordenada
Geográficas Fotos do Ponto
O.D.
(mg/l) Ar H2O pH
8,8 26,7 9,1
1 20º46’21” S
51º42’50” W 9
30
33,5 8,42
10,88 26,8 8,8
2 20º47’10” S
51º42’59” W 7,2
30
34,6 7,76
15,9 29,7 7,9
3 20º48’11” S
51º42’19” W
4,5
30
32,5 7,35
8
28,1 29,6 8,1
4 20º48’16” S
51º42’20” W 3,3
30
30,7 7,3
9,2 31,4 7,7
5 20º46’53” S
51º42’53” W 5,43
30
32,3 5,93
8,1 28,4 8,3
6 20º54’12” S
51º38’59” W 2
30
26,1 6,5
Legenda: 2007 2008
Temperatura
De acordo com Von Sperling (1996), a origem natural a transferência de calor aos
corpos d’água acontecem por radiação, condução e convecção entre a atmosfera e o
solo. De origem antropogênica, por meio de torres de resfriamento e despejos
industriais, ou seja, é a “Medição da intensidade de calor”. A figura 2 evidencia a
dinâmica encontrada nos pontos de coleta.
9
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6
°C em 2007 °C em 2008 °C ar
Figura 2. Temperatura na Bacia do Córrego da Onça.
Nos pontos das lagoas urbanas notamos uma tendência de aumento na temperatura da
água de um ano para o outro evidenciando influência da urbanização sobre estes corpos
lênticos.
Elevações da temperatura da água podem aumentar a taxa de reações químicas e
biológicas e a taxa de transferência de gases o que pode gerar mau cheiro, além de
diminuir a solubilidade dos gases como o O2.
Potencial Hidrogeniônico (pH)
A interferência do meio natural no pH de corpos d’água podem ocorrer por dissolução
de rochas, absorção de gases da atmosfera, oxidação da matéria orgânica e pela
fotossíntese. De origem antropogênica esta interferência pode ocorrer principalmente
pela oxidação de matéria orgânica devido aos despejos domésticos e aos despejos
industriais.
Portanto, para Von Sperling (1996), o pH representa a concentração de íons hidrogênio
H+ [...], dando uma indicação de acidez, neutralidade e alcalinidade da água. A faixa de
pH vai de 0 a 14.
10 Neste contexto, a interpretação geral dos dados é analisada de acordo com uma escala
com valores de 0 a 12. Águas com pH até 6 são consideradas ácidas, pH igual a 7 indica
neutralidade e valores de pH acima de 8 indica condições básicas. A figura 3 ilustra os
valores obtidos nas análises efetuadas em cada ponto de observação.
9,1
8,8
7,9 8,1
7,7 8,
3
8,42
7,76
7,35
7,3
5,93 6,
5
012345
6789
10
1 2 3 4 5 6
2007 2008
Figura 3. pH na Bacia do Córrego da Onça.
Vale salientar que valores de pH afastados da neutralidade podem afetar a vida aquática.
Valores elevados de pH podem estar associados à proliferação de algas. Observa-se que
de 2007 para 2008 houve uma acidificação no pH da bacia. Este fator pode estar
associado a degradação ambiental da área e o aumento da quantidade de despejos
domésticos.
Oxigênio Dissolvido (OD)
Os diferentes graus de qualidade da água, desde águas limpas a fortemente eutróficas,
podem ser determinadas em função da concentração de Oxigênio Dissolvido.
11 Sendo assim, Fellenberg (1980) explica que a desejada decomposição dos materiais
orgânicos em água e CO2 têm como conseqüência também um consumo maior de
oxigênio. O valor relativo à Oxigênio Dissolvido da bacia em estudo encontra-se
ilustrado na figura 4.
8,810,88
15,9
28,1
9,2 8,197,2
4,5 3,35,43
2
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6
2007 2008
Figura 4. Oxigênio Dissolvido na Bacia do Córrego da Onça.
Os dados de OD revelarem um forte decréscimo na qualidade das águas superficiais na
bacia. Em quase todos os pontos os valores encontrados diminuíram em média 13 mg/l.
O ponto 3 e 4, que recebem influencia direta do sistema de drenagem urbano e de
despejos domésticos foram os mais impactados.
Para Von Sperling (1996), o estudo da qualidade da água é fundamental, tanto para se
caracterizar as conseqüências de uma determinada atividade poluidora, quanto para se
estabelecer os meios para que se satisfaça determinado uso da água.
12 CONCLUSÃO
Constata-se que a qualidade da água na drenagem avaliada é fortemente modulada pelo
uso e a ocupação dos solos das áreas imediatas ao eixo bacinal. Influências diretas
vinculam-se também as fluviometria e morfometria de cada segmento, com evidentes
reflexos na qualidade física, química e biológica da água. Existem indícios de que
ligações clandestinas de esgoto doméstico, ligação direta entre a rede coletora de esgoto
e os corpos d’água, escoamento superficial urbano, e fluxos provenientes da rede de
drenagem urbana sejam as causas do problema.
De acordo com o parágrafo IV do artigo 3° da Lei 2.083/06 de Três Lagoas/ MS, a
palavra sustentabilidade refere-se ao desenvolvimento socialmente justo,
ambientalmente equilibrado e economicamente viável, que respeite as funções sociais
da cidade e da propriedade, através da política de desenvolvimento, visando garantir
qualidade de vida para as gerações presente e futura. Neste contexto, o planejamento
urbano, especialmente no que tange sistema de drenagem, deve-se basear em princípios
básicos, são eles:
a. Os novos desenvolvimentos não devem extrapolar a vazão máxima da jusante;
b. Deve-se considerar a bacia como um todo;
c. O controle dos efluentes deve ser estudado associado com o esgoto sanitário os
resíduos sólidos (Tucci, 2003).
Em fevereiro de 2008 foi anunciado o inicio da implantação do Projeto do Parque das
Lagoas. Será um projeto que favorecerá muito o quesito arquitetônico e paisagístico da
cidade. Sabe-se que o aumento da pavimentação das ruas e o insuficiente sistema de
drenagem têm causado ao município problemas de inundação, em especial próximo às
drenagens da Bacia do Córrego da Onça.
13 Observou-se com os resultados que há um decréscimo na qualidade da água de um ano
para o outro, portanto, apesar da manifesta preocupação da Prefeitura Municipal de Três
Lagoas em relação à qualidade ambiental, constata-se que poucas ações de cumprimento
da legislação estão sendo implantadas. O fato é atribuído à completa desestruturação do
poder público local no tocante à fiscalização e a punição daqueles que cometem crimes
ambientais.
Fazem-se necessárias ações mitigatórias do quadro ora revelado. Essas encontram no
governo municipal os agentes de atuação e no Plano Diretor Municipal, a base legal
para tal implantação.
A partir do presente estudo sugere-se para o segmento de alto curso o tratamento dos
esgotos urbanos e a revegetação integral das imediações do eixo bacinal, desde o
sistema lacustre de montante até o curso final do Córrego da Onça e o acompanhamento
sistemático da qualidade da água de todos os corpos que integram a Bacia Hidrográfica
do Córrego da Onça.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, A.G.B.M. 2007. Bacia hidrográfica do Córrego da Onça – Três Lagoas,
MS: Qualidade da água, uso dos solos e dados correlatos: Três Lagoas, Mato Grosso do
Sul. Três Lagoas/ MS: UFMS. Trabalho de conclusão de curso.
FELLENBERG, G. 1980. Introdução aos problemas de poluição ambiental. São Paulo:
E.P.U.
14 GÜNTHER, W. M. R. 2006. Áreas contaminadas no contexto da gestão urbana.
Revista São Paulo em Perspectiva, v. 20, n. 2, p. 105-117, abr./jun.
IBGE. 2004. Resultados da Amostra do Censo Demográfico 2000 - Malha municipal
digital do Brasil: situação em 2001. Rio de Janeiro: IBGE.
PINTO, N. O.; HERMES, L. C. 2006. Sistema simplificado para melhoria da qualidade
da água consumida nas comunidades rurais do semi-árido do Brasil. Jaguariúna:
Embrapa Meio Ambiente.
TRÊS LAGOAS/ MS. 2006. Lei 2.083. Plano Diretor do Município de Três Lagoas.
Três Lagoas/ MS: Prefeitura Municipal.
TUCCI, C. E. M. 2003. Drenagem Urbana. Revista eletrônica Ciência e Cultura, São
Paulo, v.55, n.4, out./dez. Disponível em: http://cienciacultura.bvs.br/scielo. Acesso
em: 01 ago. 2006.
VON SPERLING, M. 1996. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de
esgotos. 2 ed. Belo Horizonte: UFMG.