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Projeto de Pesquisa
Bons resultados no Ideb: estudo exploratório de fatores
explicativos
Financiamento Cnpq – Municípios médios – SP CAPES/INEP – Observatório – 30
casos – SP, CE, MS
Ponto de Partida
Ideb é um indicador de resultados Desejáveis Importantes
Mas não sintetiza o conceito de qualidade
A sua generalização, como indicador de qualidade, envolve riscos sérios.
IDEB é um indicador de resultados
O ideb considera dois resultados (aprovação e proficiência)
- Desejáveis- Importantes
EntretantoNão se confunde com um indicador de
qualidade
Não sintetiza o conceito de qualidade
Qualidade não se resume: A proficiência Apenas a duas disciplinas e a taxas de aprovação
Pode induzir uma simplificação do que é educação
Reduzindo o que se quer ao que se consegue medir
Limites técnicos
Média – pode induzir formas perversas de melhoria – investimento nos melhores resultados
Não controla a não presença Desconsidera as condições materiais de
funcionamento das escolas Desconsidera a condição econômica do
aluno (impedindo comparações mais sólidas)
Conceito de qualidade: 3 dimensões
1. Resultados - IDEB
2. Input – condições materiais de funcionamento das escolas Custo-aluno qualidade inicial
3. Processos O que se ensina e como se ensina é importante Ex. valores – democracia, tolerância, cultura da
paz etc
Sua generalização, envolve riscos
Princípio de Campbell Sempre que um indicador quantitativo
estiver associado a consequências - há enorme risco de sua corrupção
“educar para o teste” “nível ótimo de reprovação”
Simplificação da ação da escola – ensinar dois conteúdos
Pontos positivos
Procura explicitar um conceito claro de resultado Estabelece um patamar objetivo para o debate
Pode servir de parâmetro para a formulação e avaliação de políticas educacionais Sem clareza acerca de resultados desejáveis –
não sabemos se chegamos lá ou não Representa um salto de qualidade em
relação à situação anterior
Questão da Pesquisa
Que políticas educacionais contribuem para a melhoria do Ideb ou para que determinadas cidades tenham Ideb alto?
Ou seja – o foco é sistêmico Não estamos interessados:
Em saber o que esta ou aquela escola fez para melhorar
Idebs altos ou com melhoria significativa decorrentes de fatores externos (tipo renda do município ou da população atendida)
Amostra
10 Municípios em São Paulo – pelo menos 5mil alunos na sua rede de
ensino
30 Municípios – 10 em cada estado (SP, CE e MS) Pelo menos 1000 alunos em sua rede de
ensino
Total: estudo em 40 municípios
Critérios IDEB
Amostra dividida entre os Melhores idebs de 2007 e Maiores crescimentos entre 2005 – 2007
Se houver coincidência, tomamos o maior crescimento seguinte.
Metodologia
Duas frentes Quantitativa
Bancos de dados do INEP (censo, prova brasil, ideb) Dados do IBGE
Neste caso, dados estaduais são apenas adicionais, já que não permitem comparação nos três estados, ou utilizados só na pesquisa paulista
Análises estatística – descritiva, regressão e correlação
Qualitativa Pesquisa de Campo – entrevistas e análises de
material local
Duas fases
Primeira fase: 2009 Pesquisa nos 40 casos Explicação inicial dos resultados
Segunda fase: 2010 Descartaremos os municípios cuja explicação
for Condições econômicas Fraude
Focaremos naqueles em que a melhoria ou o bom resultado é claramente resultado de uma ou mais políticas
Análise quantitativa: criação de um indicador sintético descritivo dos municípios
• Descrição da criação dos agrupamentos socioeconômicos e segundo o ideb
• Universo para a construção dos clusters: todos os municípios brasileiros que apresentavam, em 2005, 1.000 ou matrículas até a 4ª série do Ensino Fundamental – que são os municípios-alvo da pesquisa.
•municípios escolhidos para a pesquisa e os respectivos grupos em que foram classificados.
Descrição do indicador
Dimensões de interesse:
• Riqueza: PIB per capita (2006), Remuneração média do emprego formal (2008) e Percentual do valor adicionado na administração pública no total do valor adicionado (2006). • Condições Sociais: Taxa de mortalidade na infância (2005-2007) e Proporção de pessoas atendidas pelo Programa Bolsa Família (maio/2010).
• Receitas: Receita Orçamentária per capita (2007) e Percentual de Receitas de Arrecadação Própria no total da Receita Bruta (2007).
Descrição do indicador
Na composição dos três indicadores, todos os componentes foram padronizados na escala de 0 a 1, a fim de facilitar a interpretação dos dados. Para tanto, utilizou-se a seguinte padronização:
onde j corresponde ao número da variável em uma determinada dimensão e i refere-se ao município
Descrição do indicador
Cabe ressaltar que, com o intuito de se obter um mesmo “sentido” quanto à interpretação dos valores observados para os indicadores (ou seja, “valores altos” representam uma “boa situação” para o município, enquanto “valores baixos” indicam uma “má situação”), na dimensão referente às condições sociais utilizaram-se as seguintes transformações:
= taxa de mortalidade na infância alisada padronizada - final, = taxa de mortalidade na infância alisada padronizada, = proporção de pessoas atendidas pelo Programa Bolsa Família padronizada - final, = proporção de pessoas atendidas pelo Programa Bolsa Família padronizada.
Descrição do indicador
• Riqueza:
• Condições Sociais:
• Receitas:
Cálculo do Indicador Final: Análise fatorial com os indicadores das três dimensões de interesse de forma a se obter o peso para cada uma das dimensões.
Caracterização dos GruposDescrição do Perfil Médio
Total de municípios na análise: 2.463
• Grupo 1: constituído por 364 municípios que totalizam 75,7 milhões de pessoas (47,0% da população). Os municípios deste grupo são predominantemente urbanos (taxa de urbanização de 96,1%) e caracterizam-se por apresentarem as melhores condições de vida e riqueza econômica. Situam-se basicamente nas regiões Sudeste (59,1%) e Sul (31,6%), destacando-se o Estado de São Paulo (41,8% do total de municípios deste grupo).
• Grupo 2: formado por 442 municípios com uma população de aproximadamente 34 milhões de habitantes em 2008 (21,1% da população) e taxa de urbanização de 90,2%. Esse grupo apresenta o segundo melhor perfil entre as variáveis analisadas. Em termos geográficos, 47,5% dos municípios desse grupo encontram-se na região Sudeste (especialmente em Minas Gerais e São Paulo), 26,9% na região Sul (com destaque para o Paraná) e 14,9% na região Centro-Oeste.
Caracterização dos GruposDescrição do Perfil Médio
• Grupo 3: formado por 307 municípios com uma população de 17,8 milhões de habitantes em 2008 (11,0% da população). Apresentam uma taxa de urbanização de 82,7% e possuem o terceiro melhor perfil com relação aos indicadores considerados. Localizam-se, predominantemente, nas regiões Sudeste (32,9%), Nordeste (25,1%) e Sul (18,9%).
• Grupo 4: constituído por 443 municípios que totalizam 15,7 milhões de pessoas (9,8% da população) e taxa de urbanização de 64,1%. Esse grupo caracteriza-se por apresentar o segundo pior perfil em todas as variáveis analisadas. Em termos geográficos, tais municípios se encontram principalmente nas regiões Nordeste (62,3%) e Norte (21,9%).
• Grupo 5: formado por 907 municípios com uma população de 17,8 milhões de habitantes em 2008 (11,0% da população) e taxa de urbanização de 45,9%. Nesse grupo estão os municípios com os piores indicadores de condições de vida, estando localizados nas regiões Nordeste (91,1%) e Norte (7,3%), principalmente nos Estados da Bahia, do Maranhão, de Pernambuco e do Ceará.
Mapa - Municípios segundo Grupos
Caracterização dos Grupos
Número de Municípios e População, segundo Agrupamentos, Brasil, 2008
Grupos Socioeconômico
Número de
Municípios
População Total
% População
Total
Total 2.463 160.939.272 100,0
1 364 75.708.948 47,0
2 442 33.963.304 21,1
3 307 17.756.912 11,0
4 443 15.735.126 9,8
5 907 17.774.982 11,0
Distribuição dos Agrupamentos por Grande Região Geográfica
Grande Região Geográfica (%) Grupos Socio
econômico Total Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Total 100,0 8,9 49,5 24,0 12,1 5,6
1 100,0 1,1 1,9 59,1 31,6 6,3
2 100,0 3,4 7,2 47,5 26,9 14,9
3 100,0 11,7 25,1 32,9 18,9 11,4
4 100,0 21,9 62,3 12,0 1,4 2,5
5 100,0 7,3 91,1 1,3 0,0 0,3
Caracterização dos Grupos
PIB Municipal per Capita e Distribuição do Valor Adicionado por Setor de Atividade, Brasil, 2006
Valor Adicionado (%)
Setor de Atividade Grupos Socio
econômico
PIB per capita (em mil reais de 2006) Total
Agricultura Indústria Serviços e Comércio
Administração Pública
Total 12,88 100,00 3,38 26,06 58,87 11,69
1 20,12 100,00 1,07 29,41 60,81 8,71
2 9,25 100,00 6,65 22,04 56,98 14,33
3 6,68 100,00 8,10 18,32 53,60 19,99
4 4,14 100,00 13,70 12,48 50,06 23,77
5 2,74 100,00 14,00 7,21 48,63 30,16
Caracterização dos Grupos
Renda Média do Emprego Formal, Brasil, 2008
Grupos Socioeconômico
Renda média do emprego formal
(2008)
Total 1.359,36
1 1.542,14
2 1.077,87
3 873,21
4 720,46
5 629,74
Grupos Socioeconômicos X Nota de Matemática padronizada na Prova Brasil
Grupos Socioeconômicos X Nota de Língua Portuguesa padronizada na Prova Brasil
Grupos Socioeconômicos X Indicador de Rendimento
Grupos Socioeconômicos X Variação do IDEB
Grupos Socioeconômicos X Variação da Nota de Matemática padronizada na Prova Brasil
Grupos Socioeconômicos X Variação da Nota de Língua Portuguesa padronizada na Prova Brasil
Grupos Socioeconômicos X Variação do Indicador de Rendimento
1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.01.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
Ideb observado
Ide
b e
spe
rad
o
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80Indicador sintético
Ideb
Forte dependência de fatores socio-econômicos
pode-se estimar que para uma dada variação das condições sócio‑econômicas, há uma variação equivalente e na mesma proporção do Ideb. Assim, para cada 1% na variação sócio‑econômica, o Ideb varia aproximadamente cerca de 1% também.
Nos últimos anos, a renda per capita (um dos indicadores sócio‑econômicos importantes) tem variado em cerca de 3,5% ao ano. Portanto, isso deve explicar parte da variação do Ideb.
Capacidade de investimento Investimentos nas escolas dependem da arrecadação
pública (de onde saem os recursos para a educação) e o número de pessoas atendidas.
O primeiro fator, a arrecadação pública, tem crescido em termos reais a uma taxa da ordem de 4% ao ano.
Diminuição do número de matrículas. Na última década, o número de matrículas no ensino básico tem diminuído a uma taxa maior do que aquela que poderia ser explicada pela variação da população ou pela redução das reprovações. Essa diminuição é da ordem de 1% ao ano.
Combinando estes dois últimos efeitos (aumento dos recursos públicos e redução do número de estudantes), vemos que os investimentos por estudante devem ter crescido a uma razão perto de 5% ao ano.
Conclusão Geral
Podemos supor que a melhora do Ideb nos últimos anos, da ordem de 6,5% ao ano, tenha como origem dois fatores principais:
(i) a melhora (aumento) da arrecadação pública e, portanto, dos recursos destinados à educação à redução do número de estudantes;
(ii) o aumento da renda per capita do país.
Frente qualitativa
No primeiro ano, todos os munícipios da amostra foram visitados e analisados
No segundo ano, escolheram-se dois por agrupamento de 10, que satisfaziam duas condições específicas.
Ideb observado superior ao relacionado ao indicador socio-econômico sintético
Apresentava política educacional articulada a partir das observações da primeira rodada de anáalise.