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“Caracterização do Método de Jogo Ofensivo Contra-Ataque: Estratégia de Treino para o método de jogo Contra-Ataque e Mobilidade dos Atacantes”
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Mestrado em Treino Desportivo
Capacidades Motoras e Técnico-tácticas
Caracterização do Método de Jogo Ofensivo Contra-Ataque:
Estratégia de Treino para a Mobilidade dos Avançados
Docente:
Jorge Castelo
Discente:
Filipe Campos
Número de Aluno:
21303426
Data:
2013/14
[UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E TÉCNOLOGIAS] Treino das Capacidades Motoras e Técnico-tácticas
Filipe André Gonçalves Campos – 21303426 – 2013/14
1
Índice
Tema .................................................................................................................................. 2
Objectivos do Estudo .......................................................................................................... 2
Gerais ............................................................................................................................. 2
Específicos ...................................................................................................................... 2
Revisão da Literatura ......................................................................................................... 3
Futebol - Um Jogo de Caracter Antagónico .................................................................... 3
Fases do Jogo de Futebol – Processo Ofensivo ................................................................ 3
Métodos de Jogo Ofensivo .............................................................................................. 5
Ataque Posicional ........................................................................................................ 5
Ataque Rápido ............................................................................................................ 7
Contra-Ataque ............................................................................................................ 7
Capacidades Motoras ..................................................................................................... 8
Velocidade nos Avançados .......................................................................................... 9
Proposta de Trabalho ....................................................................................................... 10
Bibliografia ...................................................................................................................... 16
[UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E TÉCNOLOGIAS] Treino das Capacidades Motoras e Técnico-tácticas
Filipe André Gonçalves Campos – 21303426 – 2013/14
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Tema
O tema deste trabalho surge numa necessidade de se estudar o contra-ataque, mais
especificamente a mobilidade dos avançados, promovendo maior conhecimento a cerca das
capacidades físicas inerentes a esta acção técnico-táctica, como também o desenvolvimento da
mesma de forma específica do futebol. Também se tentará fazer uma análise de como estão a
evoluir os métodos de jogo ofensivos através de dados obtidos mais recentemente.
Assim sendo o tema deste trabalho é:
“Caracterização do Método de Jogo Ofensivo Contra-Ataque: Estratégia de Treino para o
método de jogo Contra-Ataque e Mobilidade dos Avançados”
Objectivos do Estudo
Este trabalho tem dois tipos de objectivos, sendo eles gerais e específicos.
Gerais
Estudar e caracterizar o método de jogo ofensivo contra-ataque;
Perceber quais os estudos já realizados sobre este tema.
Específicos
Perceber quais as capacidades motoras inerentes a este método de jogo ofensivo;
Relacionar a mobilidade dos avançados com as capacidades motoras envolvidas neste
método de jogo ofensivo;
Definir estratégias de treino para a mobilidade dos avançados, criando uma estratégia
progressiva;
Criar estratégias de treino específicas do futebol.
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Filipe André Gonçalves Campos – 21303426 – 2013/14
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Revisão da Literatura
Futebol - Um Jogo de Caracter Antagónico
O futebol é visto como uma modalidade colectiva onde duas equipas se defrontam com
o mesmo objectivo, a conquista da vitória. Os intervenientes directos (jogadores) estão
divididos por equipas numa relação de adversidade, onde cada equipa procura ter a posse da
bola com vista à introdução desta na baliza adversária, ao mesmo tempo que evita a introdução
da bola na sua própria baliza (Castelo, 2009).
“A finalidade do jogo está presente desde o início até ao seu final” (Castelo,
2009, p. 48).
O jogo de futebol pode ser definido por uma situação de oposição, onde os jogadores
devem coordenar as suas acções com o objectivo de recuperar, conservar e progredir com a
bola, procurando criar situações de finalização acabando por conseguir o principal objectivo, o
golo (Gréhaigne & Guillon, 1992; Cit In Garganta, 1997).
“O conteúdo do jogo desenvolve-se num quadro antagónico de ataque e defesa”
(Castelo, 2009, p. 54).
As equipas que se defrontam formam dois colectivos que planificam as suas acções e
agem através de comportamentos sempre determinados pela relação de contraste: ataque-defesa
ou defesa-ataque (Konzag, 1991; Cit. In Garganta, 1997).
Sendo o futebol um jogo de oposição, uma das equipas detém a posse da bola,
procurando ultrapassar a equipa contrária no sentido de progredir no terreno em direcção à
baliza, acabando por rematar e marcar golo. No sentido oposto, a equipa sem a posse da bola
procura impedir a progressão no terreno da equipa adversária e os remates que esta pode
realizar, estando sempre com o objectivo de recuperar a posse da bola para poder atacar (Wade,
1978; Cit In Garganta, 1997).
O jogo de futebol “trata-se de uma luta incessante pelo tempo e pelo espaço, dentro dos
constrangimentos impostos pelo regulamento, no sentido de que sejam realizadas as tarefas
pretendidas” (Garganta, 1997, p. 20).
Fases do Jogo de Futebol – Processo Ofensivo
O jogo de futebol pode ser dividido em duas fases, sendo elas o processo ofensivo -
ataque e o processo defensivo – defesa (Castelo, 2009).
Segundo Castelo (2009) o processo ofensivo é uma das duas fases fundamentais do jogo
de futebol, sendo determinado pela equipa que detém a posse de bola, com vista a obtenção do
golo. Quando uma equipa se encontra com a posse da bola, esta está com as condições de
realizar o golo, como também de controlar o ritmo específico de jogo, criar situações para
surpreender os adversários, privar os adversários da posse da bola e por fim concretizar a
recuperação física de companheiros.
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Uma acção positiva só pode ser encontrada neste processo, pois é o único que promove
uma conclusão lógica no sentido do objectivo do jogo, o golo (Castelo, 2009).
No estudo realizado por Garganta (1997), este teve como objectivo conhecer o poder
predito das variáveis que estão inerentes ao processo ofensivo relativamente à possibilidade de
classificar grupos de rendimento diferenciado. Para isso, foram descritas as variáveis em estudo
sendo elas: Número de jogadores que contactam com a bola, número de passes realizados,
número de contactos com a bola que o rematador executa, número de contactos com a bola que
o jogador assistente executa, número total de contactos na bola, número de bolas recebidas,
tempo de realização do ataque, velocidade de transição da bola e por fim o número de bolas
jogadas. Neste estudo as variáveis foram divididas estudando apenas as que tinham maior
importância no processo ofensivo, sendo assim essas variáveis foram pela seguinte ordem de
importância: Número de passes realizados, número de bolas recebidas, número de bolas
jogadas, número de contactos e tempo de realização do ataque. Como se pode constatar o tempo
de realização do ataque é uma variável importante para o processo ofensivo, tendo sido
apresentado valores mais altos desta variável para as equipas de sucesso, tal acontece com o
número de passes realizados. Apesar de estas variáveis serem classificadas quer pelo estudo,
quer pelo perito utilizado no mesmo estudo, não se pode afirmar que estas permitem classificar
uma equipa de sucesso ou insucesso, pois recorrendo a uma matriz de confusão, as equipas de
nível inferior apresentam altas percentagens de sequências ofensivas como sendo classificadas
como de nível superior, colocando a possibilidade de classificar as equipas através destas
variáveis em causa. Como conclusões a este estudo, o autor afirma a importância de certas
variáveis e que estas comparadas individualmente conseguem apresentar diferenças
significativas, mas recorrendo às matrizes de confusão, conseguimos perceber que as variáveis
já relacionadas não apresentam diferenças significativas. Uma justificação dada para estas
conclusões, é a inter-relação e interdependência entre as variáveis impossibilitando assim o não
fornecimento de uma imagem dos acontecimentos relevantes do jogo. Como conclusão final não
é viável classificar as equipas de sucesso ou insucesso através destas variáveis.
Quando uma equipa recupera a posse da bola, esta tem que ter como objectivo
fundamental a progressão direccionada para a baliza adversária, de forma rápida e eficaz,
tentando evitar ao máximo a ruptura deste processo (Castelo, 2009).
No mesmo estudo Garganta afirma que as equipas de sucesso recorrem mais
frequentemente a tempos de realização do ataque mais elevados, realizando por isso mais passes
até ao final do processo ofensivo, utilizando assim mais o ataque posicional. Segundo Hughs
and Franks (2005), 80% dos golos efectuados são realizados em tempos de realização do ataque
curtos. Assim sendo, as equipas de sucesso são caracterizadas por usar um método de jogo mais
posicional aproveitando um jogo mais directo (tempo de realização do ataque curto) ao longo do
decorrer do jogo para surpreender o adversário, acabando por alternar os métodos de jogo
directo e indirecto, sendo este último o mais preponderante (Garganta, 1997).
Segundo Castelo (2009), durante o processo ofensivo, existem dois aspectos que
assumem uma importância fundamental: Os deslocamentos dos jogadores sem bola – Intensão
de criar situações que podem contribuir para um apoio ao colega que detém a posse da bola,
aumentando assim as possibilidades de resolução do problema posto pela equipa adversária e a
criação de desequilíbrios pontuais e temporários na organização defensiva da equipa adversária;
Os jogadores de posse de bola – Jogar rapidamente, procurando aproveitar as solicitações dos
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companheiros melhores posicionados e assegurar a posse da bola, esperando pelo momento
mais favorável permitindo assim utilizar a resolução táctica mais adequada.
Métodos de Jogo Ofensivo
Os métodos de jogo compreendem um conjunto de princípios coordenados, de
dispositivos e acções técnicas individuais, onde o objectivo é a organização racional do ataque e
da defesa, como também da passagem rápida de uma situação ofensiva para uma defensiva e
vice-versa (Teissie, 1969; Cit In Garganta, 1997).
Segundo Castelo (2009), os métodos de jogo ofensivos procuram uma coordenação das
acções dos jogadores que seja eficaz promovendo assim situações favoráveis para a
concretização do objectivo do ataque, juntamente interligada com o objectivo do jogo, o golo.
Já Garganta (1997), afirma que os métodos de jogo ofensivos são a forma como os
jogadores de uma determinada equipa desenvolvem o seu processo ofensivo, começando no
momento em que ganham a posse da bola finalizando no momento de finalização ou perca da
posse da bola.
Para atingir os objectivos do jogo, os métodos de jogo ofensivos procuram, dentro de
uma panóplia de aspectos, concretizar os seguintes aspectos, tal como afirma Castelo (2009):
Desequilibrar a defesa adversária; Elevar o ritmo ofensivo; Utilizar o espaço de jogo em largura
e profundidade; Verticalizar as acções de jogo; Aplicar formas superiores de organização
ofensiva; Simplificar o processo ofensivo; Utilizar o ataque de segunda vaga; Aproveitar as
fases de transição defesa/ataque; Fomentar elevados níveis de prontidão.
Para uma análise dos métodos de jogo, estes podem estabelecer três formas base,
através das quais, são expressados os diferentes métodos de jogo ofensivos: Ataque Posicional;
Ataque Rápido; Contra-Ataque (Castelo, 2009).
Muitos autores em seus estudos utilizam a denominação de jogo directo e indirecto para
caracterizarem os métodos de jogo ofensivo, tornando-se fundamental perceber o que realmente
se procura com esta denominação. Assim sendo, segundo Teissie (1969; Cit In Garganta, 1997)
o estilo directo é caracterizado pela orientação sistemática das acções ofensivas em direcção da
baliza adversária, onde a fase de preparação do ataque é quase omitida, já o estilo indirecto
procura privilegiar o jogo de transição, isto é, a fase de preparação do ataque em detrimento da
fase de realização ou finalização.
Ataque Posicional
O ataque posicional pode ser visto como uma “forma de ataque em que a fase de
construção se revela mais demorada e elaborada e na qual a transição defesa-ataque se processa
com preponderância dos passes curtos, desmarcações de apoio e coberturas ofensivas”
(Garganta, 1997, p. 214).
No mesmo sentido de raciocínio, Castelo (2009) caracteriza o ataque posicional pelos
seguintes aspectos: Etapa de construção do processo ofensivo com maior duração; Evidencia
uma acção colectiva num bloco homogéneo e compacto; Promove segurança nas resoluções das
situações do jogo; Constituição de unidades estruturais funcionais; Trinómio espaço, tempo e
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número; Ocupação racional do espaço de jogo; Métodos defensivos organizados longe da
própria baliza.
Analisando apenas o aspecto da maior duração da etapa de construção do processo
ofensivo, este método de jogo procura uma maior elaboração desta fase de jogo, onde a maior
ou menor velocidade de transição da zona de recuperação da posse da bola até às zonas
predominantes de finalização é sempre consequência do desenvolvimento da organização da
equipa em processo ofensivo e não do nível organizativo da equipa que está em processo
defensivo (Castelo, 2009).
Segundo alguns autores tais como Castelo (1994), algumas características podem ser
encontradas neste método de jogo sendo elas: A bola é conquistada no meio campo defensivo
ou ofensivo e a equipa adversária encontra-se equilibrada defensivamente; A circulação da bola
é realizada mais em largura do que em profundidade, intervindo mais de 6 jogadores no
processo ofensivo, através de passes curtos e desmarcações de apoio; Normalmente realiza mais
de 7 passes; O tempo de realização do ataque é elevado (superior a 18 segundos); Ritmo de jogo
inferior aos outros métodos de jogo ofensivos (Lopes, 2007).
Numa análise de sequências de passe feita por Hughs and Franks (2005), chegou-se a
conclusões importantes onde foram referidas que sequências de passe maiores (entre 5 e 8
passes) obtêm valores maiores de remates, o que nos indica que uma equipa que jogue com o
método de jogo ataque posicional, onde as sequências de passe são na sua maioria maiores que
7, pode obter um maior número de remates por jogo do que se jogasse noutro método de jogo
com sequências de passe mais curtas.
Havendo um maior número de remates no ataque posicional pressupõe-se que poderá
haver mais golos neste método de jogo do que noutro método de jogo ofensivo, mas isso não
acontece, pois a equipa adversária encontra-se mais desorganizada o que irá promover uma
menor eficácia aquando a finalização (Hughs & Franks, 2005).
Noutro estudo realizado por Collet (2012), este estudou avarias competições
(campeonatos nacionais e competições europeias) com o objectivo de perceber o quanto a
percentagem de posse de bola pode ajudar no desenvolvimento da competição e como se
caracterizam as equipas de sucesso nesse mesmo parâmetro. Como analisado no estudo os
campeonatos nacionais principais de Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha
apresentaram resultados semelhantes referentes ao desenrolar do campeonato, ou seja, as
equipas que obtém maior percentagem de posse de bola são aqueles que conseguem obter em
média mais pontos por jogo, acontecendo o oposto nas equipas que apresentam percentagens de
posse de bola baixos pois estas apresentam em média poucos pontos por jogo. Analisando as 5
competições ao mesmo tempo o resultado apresentado é o mesmo que apresentado
anteriormente. Numa análise feita à UEFA Champions League (Fase de Grupos), o resultado é
semelhante aos resultados encontrados nos campeonatos nacionais principais mas não é
totalmente igual, pois nesta competição a quantidade de equipas que consegue menos
percentagem de posse de bola e que consegue obter um bom resultado na média de pontos por
jogo aumenta. Assim sendo pode-se dizer que existe diferenças entre competições nacionais e
competições europeias.
Nas competições AFC, CAF, CONCACAF, CONMEBOL e UEFA, estas apresentam
resultados semelhantes aos encontrados nas competições europeias, pois o estilo de competição
e a diversidade de equipas/jogadores pode levar a que isso mesmo aconteça, havendo uma maior
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importância da percentagem de posse de bola nos clubes (campeonatos nacionais) do que em
selecções. Percentagens de 55% a 60% de posse de bola, é onde as equipas que realizam mais
pontos por jogo estão situadas, quer em clube quer em selecções. Uma das conclusões retiradas
pela autora foi que as equipas que desejam subir internacionalmente devem ter mais posse de
bola, pois uma equipa pode obter mais 31 pontos para cada aumento de 1% de posse de bola
(Collet, 2012).
Ataque Rápido
Neste método de jogo ofensivo a equipa em posse de bola procura rapidamente chegar a
uma zona de finalização, onde a equipa adversária já se encontra organizada defensivamente
(Castelo, 2009).
As características mais evidentes no ataque rápido são: Rápida transição defesa/ataque;
Reduzido tempo de construção do processo ofensivo; Elevado ritmo de acção e de decisão;
Simplicidade de processos; Rentabilização do binómio tempo/espaço; Os jogadores melhor
posicionados são as referências do processo ofensivo (Castelo, 2009).
Também outros autores referem características deste método de jogo sendo elas: A bola
é conquistada no meio campo defensivo e ofensivo e a equipa adversária encontra-se
equilibrada defensivamente; A circulação da bola é realizada em profundidade e largura, com
passes rápidos, curtos e longos alternados, e desmarcações de ruptura; 7 é o número máximo de
passes realizados; Duração do ataque não ultrapassa os 18 segundos; Ritmo de jogo elevado, ou
seja, rápida circulação da bola e dos jogadores (Ramos, 1982; Castelo, 1994; Cit In Garganta,
1997).
Segundo Hughs and Franks (2005), o maior número de golos em cada 1000 sequências
de passe é atingido em sequências de passe entre 5 e 7 passes, o que leva a crer que através de
um processo ofensivo realizado de forma rápida com muitas movimentações dos jogadores pode
criar as melhores condições para o objectivo do jogo, o golo. Também neste estudo se pode
perceber que as sequências entre 5 e 8 passes são aquelas que promovem mais remates.
Contra-Ataque
O contra-ataque “é uma acção táctica que consiste em, logo após ter conquistado a bola
no meio campo defensivo próprio, procurar chegar o mais rapidamente possível à baliza
adversária, sem que o oponente tenha tempo para se organizar defensivamente” (Ramos, 1982;
Cit In Garganta, 1997).
Segundo Castelo (2009), esta forma de organização ofensiva é caracterizada por: Rápida
transição defesa/ataque; Duração da fase de construção do processo ofensivo reduzida; Elevado
ritmo de decisão e acção; Simplicidade de processos; Rentabilização do binómio espaço/tempo;
Impedimento da defesa adversária de se organizar; Jogadores melhor posicionados como
referencias; Inter-relacionar intrinsecamente com o método de jogo defensivo.
Outros autores também definem características deste método de jogo sendo elas: A bola
é conquistada no meio campo defensivo e a equipa adversária encontra-se avançada no terreno
de jogo e desequilibrada defensivamente; Utilizam-se sobretudo passes longos e para a frente. A
circulação da bola é realizada mais em profundidade do que em largura, com a utilização de
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desmarcações de ruptura; Número de passes reduzido (igual ou inferior a 5); Rápida transição
da zona de conquista da bola para a zona de finalização. Baixo tempo de realização do ataque,
normalmente igual ou inferior a 12 segundos; Ritmo de jogo elevado, ou seja, elevada
velocidade de circulação da bola e de jogadores (Ramos, 1982; Castelo, 1994; Cit In Garganta,
1997).
Segundo Castelo (2009), isolando algumas características neste método de jogo para
serem explicadas mais especificamente surgem as seguintes:
Rápida transição defesa/ataque – Este método de jogo ofensivo promove uma
rápida mudança de atitudes, decisões e comportamentos táctico/técnicos
individuais e colectivos, logo após a recuperação da posse da bola. Esta
transição é suportada por acções de risco elevado, movimentações em largura e
profundidade, aumentando assim o espaço efectivo de jogo;
Reduzido tempo de construção do processo ofensivo – Este método exige uma
elevada velocidade de transição da bola, de zonas de recuperação da bola para
zonas de finalização;
Elevado ritmo de decisão e de acção – O sucesso deste método passa
fundamentalmente pelo ritmo de circulação da bola e dos jogadores, de forma a
impossibilitar uma marcação atempada e correcta por parte dos defesas aos
avançados;
Impedir a defesa adversária de se organizar defensivamente – É fundamental
impedir que os adversários disponham de tempo para se organizarem
defensivamente tendo por isso de executar as acções ofensivas no menor espaço
de tempo.
Como já foi analisado neste método de jogo ofensivo, é fundamental o tempo de
realização do ataque, pois este precisa de ser o mais curto possível e o mais eficaz possível.
Segundo Hughs and Franks (2005), as sequências de passe mais realizadas num jogo de futebol
são sequências de 0 a 3 passes, logo torna-se fundamental a tomada de decisão ser a mais eficaz
e correcta. Neste mesmo estudo, sequências de passe curtas (jogo directo), são aquelas que
promovem uma maior eficácia (golo) em cada 1000 sequências, pois apenas necessitam de
rematar em média 9.5 vezes para marcar 1 golo, enquanto que o método de jogo ofensivo ataque
posicional necessita de rematar em média 15.1 para marcar 1 golo. Uma possível explicação
para estes resultados é que aquando sequências curtas a equipa adversária encontra-se
parcialmente ou totalmente desorganizada enquanto que em sequências longas esta encontra-se
organizada sendo mais difícil obter a eficácia no remate.
Capacidades Motoras
Estando as capacidades motoras inerentes a qualquer actividade física, estas têm uma
grande interferência no que se trata do método de jogo ofensivo, o Contra-Ataque.
O futebol profissional é caracterizado por altos esforços físicos e frequentes mudanças
de intensidade do exercício (Di Salvo et al, 2007; Cit In Faude, Koch, & Meyer, 2012).
“No âmbito do Futebol, o factor tempo condiciona vários aspectos importantes, como
o ritmo de jogo, ao qual estão associados a fadiga e o estilo de jogo” (Garganta, 1997, p. 198).
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Devido à realização repetida de esforços curtos e intensos no futebol, a potência
anaeróbia é uma via de produção de energia muito importante, pois converte rapidamente a
energia química em energia mecânica, tornando-se fundamental para potencializar a velocidade
de deslocamento e acções de curta duração e alta intensidade, tais como sprints, remates e saltos
(Stølen, Chamari, Castagna, e Wisloff, 2005; Cit In Moro, Fuke, Cancian, Matheus, Moro,
2012).
Segundo Moro, Fuke, Moro, Cancian, and Matheus (2012), é importante comparar o
desempenho anaeróbio entre as diferentes posições de jogo identificando assim as
características de cada posição, maximizando os treinos em função das suas especificidades.
Comparando o índice de fadiga entre atletas que competem em níveis competitivos mais
elevados, os atacantes mostram melhores valores do que os médios e laterais. Isso indica-nos
que os atacantes apresentam maior tolerância aos esforços intermitentes, permitindo assim que
os treinadores enfatizem mais o treino anaeróbio nesses atletas (Moro et al., 2012).
Num estudo realizado onde se observou 322 golos, analisando as acções antecedentes
ao jogador que marca o golo e ao jogador que realiza a assistência, a acção utilizada foi em
ambos os casos o sprint em linha recta (velocidade máxima, apenas com uma aceleração). As
acções observadas foram o sprint em linha recta, o sprint com mudanças de direcção, o salto e a
rotação (Faude, Koch, & Meyer, 2012).
Velocidade nos Avançados
Como já referido anteriormente, a velocidade torna-se muito importante para conseguir
atingir um golo, principalmente num método de jogo ofensivo, onde o tempo de realização do
ataque é reduzido. Assim sendo, é fundamental reagir rápido às situações do jogo aproveitando
ao máximo os espaços livres deixados pela equipa adversária. Resultados encontrados no estudo
de Bradley, Lago-Peñas, Rey, and Diaz (2013) as equipas com baixas percentagens de posse de
bola apresentam menor valores de sprint do que as equipas com altas percentagens de posse de
bola, mas numa análise por posições, os atacantes apresentam valores maiores de sprint aquando
baixas percentagens de posse de bola.
No estudo de Faude et al. (2012), podemos observar que a maioria dos golos foram
precedidas de acções de sprint em linha recta quer pelo jogador que marcou o golo quer pelo
que fez a assistência. Os marcadores dos golos em 75% dos sprints realizaram o mesmo sem
bola, apresentando também mais acções de sprint sem oposição do que com oposição. Os
avançados foram os que marcaram mais golos após recorrerem a uma acção poderosa. Assim
sendo como conclusões deste estudo, os autores referem que o sprint permite a um jogador
escapar do seu oponente e/ou chegar a uma zona livre para atingir o golo/assistência, indo assim
de encontro com o método de jogo ofensivo contra-ataque, pois a linha recta é o caminho mais
rápido para atingir um determinado objectivo num curto espaço de tempo. Uma possível
explicação para os marcadores dos golos realizarem os sprints em linha recta sem bola é esta
poder abrandar o movimento do jogador que a transporta, o que vai de encontro com o estudo
de Di Salvo et al (2007; Cit In Faude et al., 2012) que afirma que apenas 1.2 a 2.4% da distância
percorrida num jogo de futebol é com bola. Seguindo a mesma lógica, sem oponente foi a mais
utilizada pelo marcador do golo. Como recomendação, os autores propõem incluir os sprints no
treino físico.
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Proposta de Trabalho
Com o objectivo do desenvolvimento do método de jogo ofensivo contra-ataque, surge
uma proposta de treino a desenvolver para uma equipa que deseja aplicar este método de jogo.
Para isso, como já referido anteriormente será necessário ter uma atenção especial no que se
trata da velocidade nos avançados, capacidade física que será desenvolvida especificamente no
contra-ataque. Irá ser apresentado uma evolução nos exercícios propostos com o propósito de
subir um degrau de cada vez.
Exercício 1
Identificação: Exercício específico de preparação geral descontextualizado
Objectivo: Transição Ofensiva c/mudança de comportamentos
Forma: Complementar Integrado (4x4)
Dominante Técnico-Táctica: Transição ofensiva Regime Físico: Resistência específica de
jogo
Número: 8 (2avançados; 4extremos; 2médios centro)
Espaço: 32x40m
Orgânica: A equipa em posse de bola procura manter a posse. Quando a equipa contrária
recuperar a bola, esta tem que sair em transição com 1 dos 4 jogadores a fazer uma
desmarcação para o espaço lateral da sua equipa. Após a bola entrar na zona definida, a equipa
mantem a posse dentro do corredor central.
Variantes: Qualquer jogador pode realizar a desmarcação para os corredores laterais; Apenas
os extremos podem realizar as desmarcações para os corredores laterais.
Variante de dificuldade: Realização da transição em apenas 3 a 4 segundos.
Variante de facilidade: Colocação de Jóquer ofensivo.
Critérios de Êxito: Mudança de comportamentos (defensivos para ofensivos) com vista à
rápida transição de sector; Desmarcações rápidas no corredor mais afastado da bola.
Duração: 20’ com uma pausa de 2’ aos 9’ para hidratação.
Neste primeiro exercício o objectivo é dar o primeiro passo no método de jogo onde o
objectivo principal é a mudança de comportamentos em espaços mais reduzidos, indo de
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encontro com as características do contra-ataque referido anteriormente. Após esta fase
apreendida, há a necessidade de evoluir para um exercício onde a finalidade do exercício é a
mesma que no jogo, o golo.
Exercício 2
Identificação: Exercício específico de preparação por sectores
Objectivo: Transição Ofensiva c/mudança de comportamentos
Forma: Fundamental Fase III (Gr+5x5+Gr)
Dominante Técnico-Táctica: Transição ofensiva Regime Físico: Resistência específica de
jogo
Número: 12 (2avançados; 4extremos; 4médios centro; 2guarda-redes)
Espaço: 38x35m
Orgânica: A equipa em posse de bola procura manter a posse. Quando a equipa contrária
recuperar a bola, esta tem que sair em transição com um dos extremos a cair no corredor lateral
da sua equipa. Após a bola entrar na zona definida, a equipa tem 3 a 4 segundos para finalizar.
Após a finalização, a equipa que transitou ofensivamente, mantem a posse de bola no sector
ofensivo e após 1 minuto em posse pode finalizar. Quando a equipa em posse marcar golo a
bola segue novamente dessa equipa. Só após uma transição é que se muda de sector.
Variantes: Apenas os extremos podem cair nos corredores laterais; 1 extremo e 1 avançado
podem cair nos corredores laterais sendo que o outro extremo cai no corredor central.
Variante de dificuldade: Se a equipa conseguir marcar golo em transição após 6 segundos o
golo vale a dobrar.
Variante de facilidade: Colocação de Jóquer ofensivo.
Critérios de Êxito: Mudança de comportamentos (defensivos para ofensivos) com vista à
rápida transição de sector; Desmarcações rápidas nos dois corredores; Médios centro realizam
o passe para os corredores laterais.
Duração: 20’ com uma pausa de 2’ aos 9’ para hidratação.
Este segundo exercício é muito idêntico ao anterior, mas os objectivos são ligeiramente
diferentes, pois quer a profundidade quer a largura foram aumentadas como o número de
jogadores envolvidos no exercício também aumentou. Os guarda-redes foram colocados com
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vista a haver uma aproximação com o jogo e com o método de jogo ofensivo contra-ataque.
Estes dois primeiros exercícios tiveram um objectivo mais inicial, a mudança de
comportamentos, sendo assim os próximos exercícios irão incidir mais nos objectivos da
velocidade dos extremos (tendo sido referido na literatura como sendo fundamental neste
método de jogo ofensivo) como também na ocupação racional do espaço de jogo por parte dos
jogadores envolvidos no processo de ataque.
Exercício 3
Identificação: Exercício específico de preparação meta especializado
Objectivo: Transição Ofensiva
Forma: Fundamental Fase III (Gr+6x6+Gr)
Dominante Técnico-Táctica: Transição ofensiva Regime Físico: Resistência específica de
jogo e velocidade
Número: 14 (2avançados; 4extremos; 6médios centro; 2guarda-redes)
Espaço: 40x60m
Orgânica: A equipa em posse de bola tenta finalizar após 1 minuto em posse através de 2
médios e 1 avançado. Quando esta perda a posse da bola, a equipa que recuperou a bola tem
que sair em transição ofensiva realizando um passe para um dos corredores laterais. O extremo
que se encontra mais recuado no terreno tem que realizar um sprint com vista a receber a bola e
cruza-la posteriormente. Quando a bola entra no corredor lateral, o extremo do corredor oposto
entra ao 2º poste, o avançado ao 1º poste e 1 médio na zona de penalti (situação de 4x2+Gr), ao
mesmo tempo que um médio recua para defender. Após o ataque, as equipas organizam-se
novamente mas no sector onde houve a finalização, trocando assim de funções.
Variantes: Situação de 4x4+Gr na fase inicial do exercício.
Variante de dificuldade: 2 médios recuam para defender (situação de 4x3+Gr); 6’’ para haver
finalização.
Variante de facilidade: Sem variantes de facilidade.
Critérios de Êxito: Finalização no máximo a 2 toques; 2 a 3 passes até passe em ruptura; 10’’
para haver finalização.
Duração: 25’ com pausa de 2’ aos 12’ para hidratação.
Este terceiro exercício veio com o objectivo de criar situações de sprint diferenciadas
para os extremos e para os médios e avançado, indo de encontro com a literatura. Ao ser um
exercício onde os extremos só realizam após uma pausa, isto leva a que haja repouso para se
trabalhar velocidade em melhores condições, mesmo não sendo as ideais para velocidade, são as
condições que os jogadores são encarados no jogo tornando assim um trabalho de velocidade
mais específico. A orientação da transição é sempre feita para os corredores laterais com vista o
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aproveitamento da velocidade dos extremos, pois são eles que apresentam melhores índices de
fadiga.
Exercício 4
Identificação: Exercício específico de preparação meta especializado
Objectivo: Transição Ofensiva
Forma: Fundamental Fase III (Gr+8x8+Gr)
Dominante Técnico-Táctica: Transição ofensiva Regime Físico: Resistência específica de
jogo e velocidade
Número: 18 (2avançados; 4extremos; 6médios centro; 4defesas; 2guarda-redes)
Espaço: 50x60m
Orgânica: Os jogadores do meio campo numa primeira fase só podem jogar no sector do meio
campo, os defesas no sector defensivo e os extremos nos corredores laterais. Os avançados na
fase de recuperação da posse de bola podem entrar no sector do meio campo para dar
superioridade à defesa. Os extremos jogam como apoios laterais. A equipa em posse tenta
manter a mesma com os 3 jogadores do meio mais os apoios laterais. Quando a bola é
recuperada pela equipa que estava a defender, esta tem que realizar uma transição ofensiva
rápida. Para isso tem que existir um passe para a zona de cobertura que será dada por um dos
médios que sai do sector do meio campo para entrar nessa mesma zona (no caso da equipa
branca - zona azul). Após o passe para a cobertura, este terá que realizar um passe em
profundidade para o extremo oposto ou para o ponta de lança que irá cair no corredor do
mesmo lado do passe. Após o passe existe uma situação de 4x2+Gr. Apenas os defesas podem
defender, e pode aparecer na zona de finalização 1 médio e o extremo do lado da cobertura, tal
como demonstra o grafismo. No final troca de funções as equipas.
Variantes: Passe em profundidade para o mesmo lado; Passe em profundidade para o lado
oposto; Passe em profundidade para qualquer um dos lados; Médios dão a cobertura; Médios
ou defesas dão a cobertura e realizam o passe em profundidade.
Variante de dificuldade: situação de finalização de 4x4+Gr (extremos ajudam a defender);
Pressão no momento do passe em profundidade por parte do avançado.
Variante de facilidade: Jóquer defensivo no sector do meio campo.
Critérios de Êxito: Após a recuperação da bola no máximo 12’’ para finalizar; Velocidade
máxima dos extremos e avançado; Zona da cobertura mais perto da bola.
Duração: 30’ com pausa de 2’ aos 14’ para hidratação.
O quarto exercício veio com o objectivo de criar algumas rotinas com os jogadores a
perceber o que podem fazer e quando fazer não criando linhas certas mas sim várias soluções
para o mesmo problema. Assim, surge um exercício que vem na progressão do anterior, com a
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novidade do avançado poder realizar desmarcações de ruptura nos corredores laterais criando
assim mais incerteza no contra-ataque. Neste exercício deu-se o aumento do espaço e do
número de jogadores, onde foram incluídos os defesas sendo uma parte fundamental do
processo ofensivo como possíveis intervenientes do passe em profundidade. Com a entrada dos
defesas na zona de cobertura, estar-se a permitir mais soluções de passe aquando o ganho da
bola tendo sempre um jogador a realizar uma cobertura ofensiva para dar início ao contra-
ataque.
Exercício 5
Identificação: Exercício específico de preparação competitivo
Objectivo: Transição Ofensiva – Contra-ataque
Forma: Fundamental Fase III (Gr+10x10+Gr)
Dominante Técnico-Táctica: Transição ofensiva Regime Físico: Resistência específica de
jogo.
Número: 22 (2avançados; 4extremos; 6médios centro; 8defesas; 2guarda-redes)
Espaço: 100x60m
Orgânica: Jogo condicionado onde a equipa em posse de bola encontra-se toda no meio campo
ofensivo, procurando finalizar. A equipa que defende após recuperar a bola tem que sair em
contra-ataque e posteriormente finalizar. Para ocorrer a transição é necessário haver um passe
para a cobertura, onde esta é quem realiza o passe em ruptura para um dos 3 avançados (nas
costas da defesa). O jogo desenrola-se a partir de ai onde a equipa em transição defensiva evita
o golo e a equipa em contra-ataque tenta finalizar. Após fim do contra-ataque, as equipas
organizam-se novamente para realizar novamente o exercício mas agora de funções trocadas.
Variantes: Jogo formal (golo em contra-ataque vale por 3).
Variante de facilidade: Jóquer da equipa que realiza o contra-ataque.
Critérios de Êxito: Após a recuperação da bola no máximo 12’’ para finalizar; Velocidade
máxima dos extremos e avançado; Coberturas ofensivas imediatas ao portador da bola; 1/2
passes antes de fazer o passe em profundidade.
Duração: 40’ com pausa de 5’ aos 18’ para hidratação e correcções.
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Para terminar esta proposta de trabalho o quinto exercício veio aumentar quer os
jogadores envolvidos quer o espaço de jogo, com vista a uma optimização dos exercícios
anteriores. Mais aproximadamente do que é o jogo, o exercício tem como objectivo atingir a
variante colocada que será conseguir apresentar em jogo formal o método de jogo ofensivo
contra-ataque. Ao longo deste planeamento é pretendido um aumento nas capacidades motoras,
mais propriamente a velocidade dos avançados, com vista a melhoria da mobilidade
principalmente na redução do tempo do ataque. Sendo um dos principais aspectos do contra-
ataque, a duração da realização do ataque, quanto mais rápidos forem os jogadores mais rápido
podemos atingir a finalização, mas como a velocidade não permite por si só reduzir esse tempo,
também é fundamental aspectos tácticos e técnicos como o próprio método de jogo, como
também a técnica de passe (onde a força também terá quer ser uma capacidade motora treinada
caso ser desejado um passe longo em profundidade). Só com um complemento da técnica,
táctica e física (sem esquecer a psicológica), se consegue aplicar um bom método de jogo quer
seja ele ataque posicional, ataque rápido ou contra-ataque.
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