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A comunhão é o melhor remédio para as doenças da alma. Medo, individualismo, inimizade, incredulidade sendo tratadas pela Palavra de Deus.
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RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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Registro na Biblioteca Nacional Registro nº 389016, em 02/10/2006
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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Sumário
Agradecimentos... Pág. 03
Introdução... Pág. 04
1. O desespero do homem interior... Pág. 06
Tirando fotos... Pág. 06
Momento de reflexão... Pág. 09
2. O inimigo chamado Medo... Pág. 10
O medo e suas personificações... Pág. 12
Momento de reflexão... Pág. 15
3. O individualismo: ―verdadeiro desastre‖... Pág. 16
O rei da pequena ilha... Pág. 17
A formiguinha egocêntrica... Pág. 21
O ratinho Esperto... Pág. 24
Momento de reflexão... Pág. 26
4. Enfrentando adversários fortes... Pág. 27
A inimizade... Pág. 28
O inimigo do Rei... Pág. 30
Incredulidade... Pág. 32
O piloto sem fé... Pág. 35
Momento de reflexão... Pág. 37
5. Reclinado no seio do amor... Pág. 38
Deus pode ser nosso amigo? ... Pág. 43
O amor de Deus é para todos? ... Pág. 45
O amor de Deus é uma experiência pessoal? ... Pág. 47
Mas o que fazer para receber este amor? ... Pág. 48
O medo pode ser vencido? ... Pág.49
Também posso vencer o individualismo? ... Pág. 51
Conclusão... Pág. 53
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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Agradecimentos
Quero agradecer ao Eterno Rei e Senhor que inspirou e impulsionou de inicio ao fim
este livro. A Ele glória, louvor e honra sempre!
Quero agradecer minha amada esposa Neide e minhas filhinhas Priscilla e Nahara por
estarem ao meu lado. Vocês são um presente de Deus na minha vida!
Também quero agradecer ao Mentor e Amigo Faustino por sua paciência, dedicação e
amizade. Acredito que sou parte da resposta de suas orações e obra que de maneira
nenhuma tem sido em vão no Senhor.
Quero agradecer também o apreço e amizade que a mim foram concedidas pelos irmãos
em Cristo Donizete e Armando que me ajudaram em momentos bem difíceis. Vocês são
amigos que estão do lado direito do peito.
Também quero agradecer a meu querido irmão Evaldo pelo computador e programas
que contribuíram para finalização deste livro.
Quero concluir agradecendo a todos que direta e indiretamente contribuíram para
realização deste sonho que se tornou realidade.
Paulo Francisco dos Santos
Pastor, escritor e poeta
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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Introdução.
Não podemos deixar de olhar o titulo deste livro e não pensar se há
condições para estar reclinado no seio do amor. A dificuldade em si não recai sobre
aqueles que já estão nesta privilegiada posição, mas a aqueles que desconhecem ou que
conhecem pouco e acham isto impossível.
É muito difícil para todos os homens poderem enxergar com sua própria
ótica esse amor divino. Sem auxilio nenhum, sem ajuda que provem lá do alto, isto é,
classificado de impossível, mas em resposta a essa impossibilidade ficamos com a frase
de Jesus: “As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus”. (grifo
meu) Lc 18.27
Depois destas palavras de Jesus você pode receber uma injeção de fé que
fará a tristeza da distancia se transformar em fagulhas de luz que crescerão até formar
um sol que irradia felicidade e produz a alegria de um relacionamento impossível aos
olhos carnais, mas possível para dimensão da fé: a amizade com Deus.
A palavra de Deus é vida e desperta o homem do sono espiritual e o capacita
para ver o que pode estar encoberto aos olhos da razão.
Num mundo racional a fé é vista como um objeto antiquado que não deve ser
retirado do baú.
Vivemos em um tempo que apesar da tecnologia, os estudos e os meios de
comunicação estarem tão avançados, o homem ainda tem dificuldades de entender o
propósito de Deus em sua vida.
Seria Deus um ser pessoal? Teria importância minha vida? São alguns aspectos
que iremos abordar e por fim caminhar em rumo as respostas que nos são entregues pela
Bíblia Sagrada.
A amizade é nosso foco central e a continuidade deste sentimento, que não
existe numa perspectiva individualista, mas em uma convivência recíproca entre duas
ou mais pessoas.
As palavras que podemos inserir em todas as duvidas e dificuldades que
surgirem em nossas vidas são as mesmas que o Apostolo Paulo usou: ―Posso todas as
coisas naquele que me fortalece‖. Fp 4.13
Falaremos apenas sobre o Medo, Individualismo, Incredulidade e Inimizade que
são classificadas como doenças de alma e afetam o bem estar de varias pessoas em todo
o mundo, mas que podem ser curadas pela palavra de Deus.
Consolo para o coração e remédio para alma! Esta é uma afirmação baseada na
mensagem de amor do evangelho, que abre a porta da esperança para a entrada numa
vida muito melhor.
Existem muitas outras doenças de alma como: Ódio, rancor, maledicência,
ignorância, mentira e etc., mas falta-nos espaço para poder aborda-las, todavia acredito
que posteriormente Deus irá preparar outros trabalhos em que possamos falar de outros
tópicos sobre este assunto tão interessante. Ajude-nos em oração. Obrigado!
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Na lida da vida temos que enfrentar muitos problemas e por isso devemos estar
preparados para tudo e as dificuldades emocionais também são problemas a serem
superados.
―As chaves lhe serão entregues em breve!‖ Isto, em si desperta a curiosidade,
não? Quero dizer que a seqüência exposta neste livro lhe dará uma boa direção.
Assim podemos classificar este investimento de tempo como uma aquisição bem
oportuna. Não desanime no meio do caminho, ―O.K.‖!?
A idéia inicial deste livro é poder ajudar, e tenho visto isto, pelo menos em
algumas vidas, e espero que a sua seja a próxima. Minhas orações tem ido nesta direção
e sinto como ter recebido um prêmio do Senhor.
―O insondável amor de Deus guie a cada um a sua doce amizade e ao seio de seu
amor!‖.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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1. O desespero do homem interior.
Existiria um outro homem dentro do próprio homem? Um ser diferente dentro
dele? Na verdade não estou querendo criar uma espécie de utopia, mas direcionar a
nossa atenção para o coração humano. Coração como sede dos sentimentos e não a
bomba que transporta sangue para todo o corpo. Não existe uma alma separada do
corpo, ou um coração alheio ao todo. Podemos dizer que cada um de nós meros seres
humanos somos almas viventes e não podemos dizer que temos uma alma, como se
fosse esta, separada do resto do corpo.
O retrato do homem interior é o seu todo que não pode ser desconexo para ser
analisado.
Assim iremos olhar o ser humano numa perspectiva bíblica e desenvolver as
idéias que são o motivo de escrevermos este livro.
Tirando fotos.
Estava pensando em retratos. As máquinas fotográficas são instrumentos que
tem a capacidade de neutralizar o tempo e empacota-lo para ser guardado no bolso, num
álbum, num armário, para ficar numa escrivania e etc.
Você já saltou no tempo? Estou perguntado isto, mas pensando em fotos é
lógico.
Quando minha filha Priscilla foi apresentada ao Senhor na igreja, foi algo muito
especial para minha amada esposa e pra mim. Tiramos muitas fotos, mas uma ficou tão
linda que toda vez que a olho me sinto o pai mais coruja do mundo (risos). Dá mesma
maneira me senti quando apresentamos a Nahara, nossa segunda filha. Outra porção de
fotos tiradas. Mais motivos para ser papai... você(s) entende? Se você não é pai ou mãe
ainda, não se preocupe, pois existe tempo para tudo nesta terra. Não posso, porém negar
que tenho duas filhas que são super lindas. Existem recordações que são como bombons
receados (Ummm!), ao olha-los sentimos logo o desejo de come-los. Ao olharmos
certas fotos sentimos desejo de saltar no tempo e conseguimos ainda que por alguns
segundos tocar no passado.
Que coisa fenomenal seria existir maquinas fotográficas no tempo da criação e
poder fotografar o Senhor em plena atividade. Imagine uma maquina dessas em ação
fotografando tudo o que estava acontecendo e arquivando as fotos para as gerações
futuras verem que fenomenais foram os dias do gênesis de todo o universo. Uma
palavra dita aqui e a luz aparecendo. Outra falada lá e a terra surgindo. Mar, céu,
montanhas, arvores e tudo o mais no flesh de nossa máquina que comporá o álbum da
criação. Seria esplêndido ver Adão formado do barro como um boneco, imóvel, sem
vida por um instante. Quem visse a foto diria: este boneco de barro parece gente. Outro
poderia dizer: foi Michelangelo ou Aleijadinho que fez este boneco?
Click e click... os dedos na máquina registrando o close bem definido do sopro
do Senhor indo direto as narinas do boneco. Outro click, outro flesh e o boneco com
olhos abertos e pego com um sorriso celestial. Acredito que os comentários seriam
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parecidos com estes: Uauu! Olha só o modelo que o escultor usou para fazer o boneco,
parece um anjo! Olha a face dele como brilha. Este homem não é da terra!
Imagine ainda fotografar o Jardim do Éden. Imagine mais um pouquinho e tire
comigo um retrato de Adão e Eva quando viviam felizes naquele lindo jardim.
Fotos e mais fotos... Temos tirado de tudo o que é visível aos olhos humanos.
Neste momento vamos fazer algo diferente, como a imaginação recebeu impulso para
realizar algumas proezas, gostaria de fotografar com nossa maquina que salta no tempo
o homem interior de Adão.
As fotos que são tiradas de Adão mostram que dentro dele existe uma parte do
céu. Na primeira foto veríamos o sentimento da amizade com um sorriso muito lindo
acenando para câmera. A segunda foto o sentimento de comunhão de mãos dadas com a
fidelidade e a paz brincando de roda. Ainda que sentimentos não possam ser vistos a
olho nu, eles são reais, as nossas fotos estão afirmando isto.
Os dedos que empunham a máquina fotográfica que salta no tempo estão a todo
vapor e focalizam a santidade e a bondade sentadas na sala de estar do coração bebendo
um cafezinho. A confiança e a esperança ainda são pequenos bebês que alegram a
amável benignidade. Paciência e humildade estão arrumadas com roupas festivas para ir
a festa promovida pela gratidão. O amor toma a palavra e faz um discurso sobre viver
na presença de Deus e em seguida faz uma bela pose para completar nosso belo álbum.
Cenas maravilhosas que dão gosto de ver. Estas fotos são boas recordações, mas
este álbum da criação não tem somente dias felizes fotografados. Adão chega a
desobedecer a Deus como nos relata o capitulo três de Gênesis e as fotos que são tiradas
após sua infeliz escolha formam o que podemos caracterizar de a problemática de uma
vida separada do Criador.
Agora, Adão tem fadiga para conseguir seu alimento diário e Erva dores de parto
grandemente multiplicadas. O conforto do Éden é trocado pela luta pela sobrevivência
na Mesopotâmia. Não é fácil ter uma vida independente do criador e por isso Adão vê
seus descendentes irem de mal para pior. Caim mata Abel e comete o primeiro
homicídio. A violência enche o mundo antidiluviano (Gn 6.11) e entristece a pessoa de
Deus.
E isto, veio por um só ato de desobediência (Rm 5.12). O homem ganhara a
distancia, abraçara o medo, criou meios de se isolar do criador, fez-se inimigo, ficou
incrédulo, passou a olhar para vida negativamente, o viver do ser humano passou a
demonstrar o desespero físico, emocional e espiritual.
Cada foto que nossa hipotética máquina tira trás as marcas do pecado que
delineiam o fato indiscutível que expõe a verdade sobre a grande responsabilidade que a
liberdade coloca nos ombros de cada individuo.
Mas a liberdade gerou o pecado e a morte?
Se seguirmos este tipo de pensamento vamos falar que a invenção do avião é
totalmente maligna, pois este é usado como uma terrível arma de guerra, esquecendo
que ele pode ser usado para transportar pessoas e ser usado para salvar vidas.
A pólvora é usada para fabricar bombas, mas ao mesmo tempo pode ser usada na
mineração e ajudar extrair minerais que vão fabricar produtos que auxiliarão no bem
estar do homem.
Assim podemos afirmar que a morte veio pelo mau uso da liberdade.
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O álbum da criação esta um tanto tristonho, as fotos não somente estão
registrando o passado, mas retratam um presente vivido por muitos homens.
É necessário parar e pensar!
Quem gosta da idéia de morrer? Será que existe alguém que quer se separar de
seus entes queridos? Ou de ficar doente? Alguém gosta da tristeza como sua
companheira?
Acredito que todos gostariam de viver para sempre e não ter que passar por
tantos momentos difíceis que neste mundo somos obrigados a passar.
Acusar Adão não seria o melhor remédio para mudar nosso quadro, mas nossas
escolhas contribuirão para nosso próprio bem.
O desespero humano se dá por causa da distancia entre ele e seu criador.
Adão errou e isso é incontestável, mas isso não é justificativa para que cada um
de nós permanece longe de Deus e aumentando o álbum do desespero fotografado no
Éden.
É necessário parar e pensar. Ao fazermos uma auto análise de nós mesmos,
podemos enxergar coisas que estão bem obvias.
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Momento de Reflexão:
O desespero diante da DISTÂNCIA.
Quando falamos de distância fazemos uma ponte para entendermos o quanto não
ter comunhão plena com o Criador causou males a todos homens depois de Adão. E, por
isso, refletir que a solução para todos os problemas do ser humano está em Deus e que
cada um de nós é impotente para por méritos diminuir esta distância.
O desespero diante da MORTE.
A morte veio ceifar a vida como um agente especial que demonstra a
transitoriedade do ser humano, que mesmo lutando de todas as formas para vence-la,
tem que se prostrar diante dela. A morte é um inimigo implacável que não pode ser
vencido pelos impotentes filhos de Adão, o que nos faz direcionar o olhar para aquEle
que pode todas as coisas.
O desespero diante do PECADO.
O pecado é uma pedra que amarrada no calcanhar do ser humano o tem puxado
em direção oposta ao céu. O desespero diante do pecado é explicado quando vemos a
dificuldade de deixar de errar e apagar qualquer delito, mesmo mínimo que tenhamos
cometido. Não existe suborno que faça o pecado retirar a rédeas de seu domínio; não se
pode mata-lo; não se pode engana-lo; não se pode esquece-lo ou negociar uma possível
trégua. É necessário ajuda para vencer este inimigo que não podemos ver ou tocar
fisicamente, mas que esta dentro de cada um.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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2. O inimigo chamado MEDO.
“E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua
voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me”. Gn 3.9,10
Estes dois versículos transmitem algo muito profundo com respeito ao ser
humano.
A voz do amável Deus não estava mais tão bela para Adão, seu coração não
tinha mais a confiança de outrora, agora ele estava sem a vestimenta espiritual da
comunhão e estava no buraco do medo tentando se esconder.
A vida agora seria amarga, Deus não viria todos os dias dar sua costumeira aula,
a viração do dia perdeu o seu brilho; o suor, a fadiga e o trabalho seriam os
companheiros do recém distanciado homem.
A separação ao passar do tempo não diminuiu, mas aumentou e o Deus—amigo
veio a ser visto de outra forma entre os descendentes da distancia.
Olhar aterrorizador, rosto perplexo com um ponto de interrogação é a visão que
eles passaram a ter de Deus.
Estes aspectos formulados no parágrafo anterior são a pura expressão encontrada
nos distanciados filhos de Adão quando se menciona o Deus onisciente, que para eles
não somente sabe tudo sobre nossas vidas, mas é um juiz e um carrasco que esta
esperando uma falha para torturar com aquele tão incomodo sentimento de culpa que
levará ao infeliz trajeto final: ―O INFERNO!‖.
O sentimento que mais permeia esta situação é o ―MEDO‖, que brota como um
dos ramos de uma arvore chamada distância. Sim, o medo de não ser aceito, o medo da
reprovação, o medo de não acertar, o medo de estar enganado, o medo de aproximar-se,
o medo somado ao medo multiplicado ao medo.
Assim vemos esta idéia de distancia como algo que incomoda toda a raça
humana. Talvez essa seja a explicação para o surgimento de diversas religiões e
diversos deuses, que sendo criações humanas (ou demoníacas) podem ganhar atenção e
personificar um aproximamento com a divindade. Um refrigério temporário, um escape
provisório, um avental de folhas de figueira (Gn 3.7) que murcham e secam num
instalar de dedos, assim são todos os meios fabricados pela mente do homem e não
podem fazer este se achegar a Deus.
O medo e a distância são vistos como companheiros inseparáveis na desgraça
em que o homem caiu. Não obstante a essa clara afirmação estão os velhos sentimentos
recebidos como herança no jardim do Éden, dispostos a não aceitar que quem pode nos
ajudar é somente aquele que nos criou. Não existe algo tão terrível quanto o acumulo de
sentimentos contrários à natureza humana antes da queda, e isso se seguiu tendo como
ponto de propulsão o medo que fez Adão se esconder, não reconhecer seu fracasso,
desviar seu erro em direção a sua mulher, não se humilhar, não pedir o perdão divino, se
auto- justificar e por fim, deformar a imagem de seu criador em si mesmo.
O medo foi o primeiro fruto do pecado, ou seja, o primeiro resultado de uma
reação em cadeia que gerou um ser doente de alma.
Aonde se pode buscar uma solução para isto?
Quem arquitetou o projeto de uma casa não seria o melhor indicado para criar
outro quarto ou realizar qualquer outra reforma possível. Quem a construiu não seria a
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melhor pessoa a tratar de um problema estrutural? Se porventura chamarmos alguém
que não tenha preparo o que acontecerá com esta casa?
O homem em si parece não reconhecer este principio e tenta fazer a sua maneira
varias tentativas vãs para buscar a resolução deste dilema.
Quem porventura é o homem? Nasce, cresce, vive alguns anos e depois morre.
Um ser finito. Que pode ficar acamado por uma gripe. Nesta limitação, vemos que em
si, ele precisa de ajuda para redirecionar-se e sair do esconderijo Adâmico (ref. a Gn
3.10). Precisamos do Deus Amigo!
O homem ficou totalmente doente e não somente em seu corpo físico, mas
também no seu interior, ou seja, na alma. A doença da alma é um mal antigo, porém
ignorado entre muitos e causa de grande sofrimento na atualidade. O medo é uma
doença que afeta a alma e que não é visível ao raio-X, nem ao ultra-som, nem mesmo
uma ressonância magnética pode identifica-lo, todavia sua existência é tão real que
nenhum estudioso pode nega-la.
Por que dizer que o medo é Real?
Porque simplesmente ignora-lo não irá melhorar a situação, mas irá formar o que
podemos chamar de bola de neve, que se desenvolverá de tal maneira que poderá ser
incontrolável.
O medo em si é um companheiro ancestral da humanidade que ganhou vida com
o primeiro homem e hoje personifica o receio, temor, covardia, terror, pusilanimidade,
fraqueza, debilidade, frouxidão, desconfiança, pânico, ojeriza, asco, aversão,
aborrecimento, dúvida, oscilação, hesitação, suspeita... Ufa! Que coisa terrível, não?
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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Veja o medo e as referidas personificações em exposição abaixo:
a) Um grande “receio” acerca da divindade é a marca do medo e remete a cada
homem em direção contraria. Estando caminhando em direção oposta, a cada
passo ficamos mais distante do ponto de partida, e isto, significa que o receio
nos leva a um abismo entre nós e Deus.
b) O “temor” afasta qualquer visão positiva acerca da reconciliação. À volta
dos braços da distancia ao convívio pessoal com Deus se torna apenas uma
ilusão que nem ao menos é pensada.
c) A “covardia” é a dificuldade em enxergar a vitória, impossibilitando que o
corpo obedeça à voz que indica avançar e lutar. A covardia é a marca dos
perdedores e no coração cheio de medo significa não ter disposição para lutar
contra tudo aquilo que gera frustrações e assim ir de mal a pior.
d) O “terror” como fruto de um coração que não tem comunhão é um viver
assustado, uma visão destorcida da realidade, a mente fica fértil em sentido
negativo e só imagina Deus como um carrasco e não o pode vê-lo como um
Pai amoroso que anela pela volta do filho perdido. O terror é o ultimo degrau
que o medo possibilita o homem subir. O medo multiplicado torna o homem
cego e esta falta de visão o torna vulnerável à queda, mesmo existindo varias
oportunidades de escape.
e) A “pusilanimidade” é a falta de ânimo, de energia. A vida sem animo, sem
energia é apagada, sem a dinâmica do movimento que o existir impõe aos
vivos. O medo trás a falta de um referencial que liga o homem num viver em
harmonia.
f) A “fraqueza” é causada pela falta de vitaminas levando o corpo sem
energias desfalecer e não ter vigor para qualquer atividade. A quebra de toda
a atividade gera aos membros do corpo uma atrofiação. O medo faz com que
fiquemos como estatuas diante de qualquer adversidade, imóveis, atrofiados
e sem disposição para lutar.
g) A “debilidade” é o passo anterior a morte do corpo que esta sem recursos
para poder sobreviver. Imagine isto permeando um coração cheio de medo, o
resultado seguinte é a morte de toda esperança. Sem expectativas o homem é
um navio a deriva, um carro sem motor, um ser sem coração (órgão que
bombeia o sangue), ou seja, um ser que não tem sentido para viver.
h) A “frouxidão” é um sinônimo de mãos sem firmeza. O medo é uma falta de
determinação e firmeza, que ajuda a pedra da incredulidade a puxar mais
para baixo, sem ter a objeção de mãos firmes que se apóiam e impedem o
afundar.
i) A “desconfiança” faz com que o coração medroso não possa dar credito em
pessoas e muito menos em Deus. A desconfiança em ultima estância é a
companheira da incredulidade conduzindo o homem ao egocentrismo.
j) O “pânico” é o susto ou um pavor repentino, uma espécie de ataque
epilético que vai e volta. O medo—pânico é sentido quando nos deparamos
com certa situação ou lugar e transmite uma dor ou uma sensibilidade
crescente em direção ao terror.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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k) A “ojeriza” é a antipatia a pessoas, ou ao próprio Deus e a tudo o que esta
ligado a Ele. Seria a total renuncia ao relacionamento que pode ser
estabelecido entre a criatura e seu criador, levando ao seu seguidor a
autodestruição.
l) O “asco” é a repulsa física ou moral que faz o homem reprimir na prática ou
mentalmente as leis divinas. Isto faz com que cada um haja conforme o
desejo do seu coração e a satisfação da carne se torna o objetivo numero um
da vida.
m) A “aversão” é o ódio ou rancor que surge no coração que tem medo de
reconhecer seu próprio erro o impultando a outrem, ou direcionando a Deus.
O ódio é o inverso do amor, quando não se ama odeia e o odeiante assume a
posição de inimigo. Que coisa terrível é estar distanciado de Deus!
n) O “aborrecimento” age em duas perspectivas: 1º faz com que o seu dono
deteste alguém. 2º faz com que o detestado tome a mesma posição, ou
simplesmente se afaste. O medo que se torna em aborrecimento faz o muro
da separação ficar mais alto, pois lança fundamentos ao coração que toma a
decisão de contrariar a divindade em todos os aspectos.
o) A “dúvida” é a incerteza ou descrença na verdade. E quem é a verdade?
Jesus disse eu sou a verdade...(Jo 14:6). O medo anula a fé, pois faz a dúvida
ser um oponente indestrutível ao vinculo que pode unir o homem novamente
a Deus.
p) A “oscilação” significa mudar de direção constantemente, ou em outras
palavras ser como o ditado popular diz: ―uma barata tonta‖, que não sabe
para onde ir. O medo impossibilita ter firmeza e uma direção segura,
privando o homem de receber tudo o que Deus quer lhe conceder.
q) A “hesitação” estabelece a indecisão como regra de vida. Quem é hesitante
fica sempre no meio do muro. Não é a favor e nem contra. O medo hesitante
quer dar a falsa idéia que o homem pode fazer o que desagrada a Deus sem o
desagradar. Ser um colega e não um amigo, conhecer apenas um pouco a
Deus, sem necessariamente ter um relacionamento com Ele. O medo é
extremamente maligno, não é mesmo?
r) A “suspeita” gera uma opinião em geral desfavorável a alguém, ou a Deus.
O medo não deixa ver a Deus como Ele é, mas levanta uma idéia
desfavorável e estabelece um emaranhado de opiniões que ajudam a manter a
distancia do homem e seu Criador.
O medo em si é a expressão da falta de comunhão com Deus e um forte opositor a
tudo aquilo que Ele deseja a cada ser humano. Quem teme se distancia, quem está
distante está separado e isto significa que não pode existir um relacionamento intimo
entre ambas as partes, lançando o infortúnio como ponto final de toda a controvérsia
iniciada no Éden entre o Criador e sua criatura, se não houver uma maneira de
retroceder e seguir outro caminho.
Nunca em toda historia da humanidade se viu tantas pessoas sofrendo de doenças
ligadas à alma, como em nosso século. Tudo isto é fruto talvez da discrepância das
autoridades a querer separar o homem em partes e explicar situações sem olha-lo como
um todo.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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Quando estou falando em separar o homem estou fazendo uma alusão em querer
tratar uma doença física esquecendo que se o homem sofre de uma enfermidade nas
mãos, por exemplo, não é somente a mão que sofre, mas o corpo todo. Sim, quero
afirmar que se o homem não está bem emocionalmente ele não esta bem fisicamente
também e vice-versa. O homem é um ser total, ou seja, indivisível no que diz respeito
ao ser, quando vivendo sobre a face da terra.
No relacionamento horizontal direcionado ao próximo o medo faz com que a
amizade, união, cooperatividade tenham papeis nulos.
Como nós vimos na lista acima, o medo não age sozinho, mas personifica varias
atitudes ligadas a ele, que exercem influencias negativas na vida individual e social do
ser humano.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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Momento de Reflexão:
A REALIDADE do Medo.
Quando afirmamos que o medo é real existe o desejo de tornar claro a alusão de
sua proximidade a cada um de nós.
O TROPEÇO chamado Medo.
O tropeço representa um impedimento no caminhar. O medo é um tropeço que
impede o continuo progresso do ser humano.
A DOENÇA que o Medo representa.
Ao falarmos de doença lembramos que algo não está bem em nosso corpo e por
isso ele não está exercendo plenamente suas funções. Toda doença deve ser tratada para
que não venha causar males maiores e assim podermos gozar do bem estar que a saúde
nos proporciona.
Saúde é o bem estar físico, emocional e espiritual.
O medo como uma doença de alma deve ser tratada para que não venha causar
danos a saúde de uma forma gradativa que pode gerar em ultima estância a morte.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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3. O individualismo: “O verdadeiro desastre”
―Porque, o que entre os homens é elevado (soberbo), perante Deus é
abominação‖.
Lc 16.15
Individualista náufrago.
Existem pessoas que por acontecimentos que sofreram durante sua vida se trancam
em casulos e formam mundinhos que são muito frágeis e não percebem que mundo está
em movimento, que existem outras pessoas. Elas são vitimas da solidão de seu próprio
mundo vazio que a direciona para a autodestruição.
Individualista construtor.
Existem aqueles que se entregam a uma tentativa cega de criar um mundo separado
dos outros e lutam para de unhas e dentes para conseguir seu propósito egoísta. Estes
são aqueles que não estão conformados com o todo, mas estão olhando somente para si.
Elas são vitimas de seus propósitos mesquinhos que semelhantemente ao naufrago os
conduzem a autodestruição.
Individualista Hedonista.
Existem aqueles que se entregam a uma vida de procura de prazer. Seus
pensamentos são mesquinhos, pensa somente em si mesmo e procura satisfazer somente
seus próprios desejos. Um individualista radical e hedonista é um ser vive para ter
prazer. O presente e o prazer são suas fontes vitais.
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O rei da pequena ilha.
Um marinheiro experiente sofreu um naufrágio. Somente ele havia sobrevivido e
chegado a uma pequena ilha. Esta ilha tinha dez coqueiros e uma caverna que
cabia o naufrago e mais um pequeno espaço. O tempo foi passando e ele foi
sobrevivendo dos cocos que ia colhendo. Comia a carne do coco e bebia sua água.
Muitos dias se passaram e o marinheiro passou a perder o juízo. Imaginava-se um
grande rei, o rei da pequena ilha. Como rei solitário que era, o naufrago dava
ordens e mais ordens a si mesmo. Anos se foram e ele se acostumou a viver apenas
consigo e para si mesmo. Mas algo muito ruim aconteceu, os dez coqueiros ficaram
enfermos e começaram a morrer. E cada um produziu o ultimo coco o que o
marinheiro logo tratou de colher e guardar. Agora ia ser uma questão de tempo
para o pior chegar, a sua fonte de alimento havia se esgotado. Quando tudo parecia
perdido, ao longe ele avistou um navio vindo em direção a sua ilha. O capitão
estava com uma luneta e viu uma pessoa na pequena ilha e direcionou o navio para
ela. O pobre naufrago ia ser resgatado. Os anos de solidão iriam ser substituídos
pelo convívio entre pessoas, ele iria saborear comidas e bebidas diferentes. Ele
teria a liberdade da ilha com paredes de água. Ao fitar durante algum tempo o
navio vindo em sua direção o marinheiro tomou a atitude mais irônica que aquele
momento lhe proporcionava. Pegou os dez cocos e correu para dentro do buraco
gritando: ―Não, não! Vocês não irão roubar meus cocos e nem minha maravilhosa
ilha‖. A cada instante o navio se aproximava mais e mais. Ao chegar perto da ilha e
não avistar ninguém nela o capitão achou ter tido apenas uma ilusão, confundido
algum dos coqueiros secos com uma pessoa e por isso virou o navio em direção
oposta e foi se embora. O naufrago ficou só com seus dez cocos e a ilha, morrendo
um pouco depois de consumir o ultimo coco.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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Vemos o náufrago representando aqueles que se isolam numa ilha, ou mundinho só
seu. De tanto viver olhando só pra si eles passam a não enxergar o mundo fora de sua
ilha e por isso, começam a alimentar-se dos frutos de uma vida individualista. Cada um
dos cocos representa um sentimento que enche a vida dos náufragos que se interessam
por uma ilha individual.
Qual é a ambição do náufrago ou náufragos individualistas?
A ambição é ser rei deste mundinho egocêntrico para sempre. E eles fazem tudo
para isso, mesmo que tenham de se enfiar nos buracos da solidão. Não vem as muralhas
que se erguem ao seu redor impossibilitando sua volta à realidade. E ao comerem os
últimos frutos que restam de seu reino, vislumbram o final que é a morte.
Coloquei abaixo os sentimentos que o rei da pequena ilha pode gerar em sua busca
egocêntrica com o titulo: ―Os dez frutos do individualismo‖.
1º coco: O Egoísmo é o excessivo amor por si próprio. Não devemos nos amar?
Lógico que sim, mais o egoísmo faz a pessoa só se importar consigo mesmo,
levando os seus interesses acima de qualquer principio. O egoísmo nada mais é do
que uma manifestação de idolatria por si mesmo, onde não existe lugar para o amor
direcionado ao próximo ou a Deus.
2º coco: O individualismo suscita o desejo de tirar do caminho tudo o que é ou pode
ser um potencial impedimento para sua auto-realização, sem ao menos pensar em
princípios ou no que Deus pode achar de suas atitudes. Isto é o mesmo que dizer
―irei matar o inimigo antes que ele apareça‖.
3º coco: A vangloria é o desejo de receber louvor a qualquer custo de si mesmo ou
do semelhante. É o desejo de ocupar uma posição de destaque e ser maior do que
todos. O fato do naufrago se ver como um ―rei‖ na pequena ilha lhe trouxe um
prazer indescritível. Ele se gloriava de sua suposta posição de rei de si mesmo. A
vangloria é o delírio individualista de se projetar alem da realidade.
4º coco: Orgulho ou soberba é o sentimento de superioridade que faz o
individualista andar de nariz empinado e pisar em todos, humilhando e rebaixando
as pessoas ao seu redor. O orgulho cria a antipatia como um fruto de aversão ao
próximo que leva o individualista a desprezar espontaneamente. O orgulho faz o
soberbo não só se impor sobre o semelhante, mas ainda o faz enfrentar ao próprio
Deus declarando sua total independência, numa irônica e destrutiva arrogância.
5º coco: O individualista não consegue enxergar qualidades no próximo. Sua mente
não pode pensar na promoção de qualquer outra pessoa, a não ser a si próprio. Seria
o mesmo que dizer: ―não existe alguém semelhante a mim‖, ou então ―o mundo
brilha melhor por que existo‖ e os ―outros são meros acidentes que se apagam
(morrem) com facilidade‖.
6º coco: O individualista vê inimigos em toda parte. Ate mesmo pessoas que querem
lhe ajudar são vistas como ladrões de posição. O navio que vinha resgatar o
naufrago foi visto por ele como um salvador? Claro que não, foi visto como um
usurpador dos cocos e da pequena ilha, e este preferiu morrer a ser ajudado.
7º coco: Todo individualista é uma pessoa que não possui amizades verdadeiras. O
seu infortúnio no que diz respeito ao relacionamento faz com que ele seja uma
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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pessoa solitária, pois não existe um circulo afetivo ao seu redor, visto que ele
mesmo impossibilita isto, por suas atitudes.
8º coco: O Desequilíbrio é algo que rotula o individualista, pois ele não consegue
ser uma pessoa que tem temperança ou moderação no que diz respeito ao dividir,
doar e participar.
9º coco: A Impaciência levou o naufrago egocêntrico a rejeitar a ajuda do navio que
vinha ao seu socorro, pois ele só pensava em proteger seu mundinho. O
individualista é impaciente com tudo o que diz respeito ao mar, continentes que
estão fora de sua pequena ilha, ou seja, o mundo ao redor.
10º coco: A meta da vida do individualista é querer viver totalmente independente
de todos os homens e de Deus levando-o a Autodestruição. O mundinho imperfeito
do naufrago não poderia sustenta-lo por muito tempo, só havia um pequeno abrigo
(o buraco) e dez coqueiros que morreram, e dez cocos que logo iam ser consumidos.
O engraçado disto, é que mesmo que o reinado individualista possa desmoronar, ele
não quer dar o braço a torcer. Prefere ir ao para o triste fim. Seus pensamentos são:
ajuda nem pensar, ninguém pode fazer nada, Deus não existe.
O sentimento egocêntrico que invadiu a vida do primeiro homem não deixou de se
fazer presente em seus descendentes. A sede de ser independente levou Eva e Adão a
comer do fruto da Arvore da ciência do bem e do mal, numa esperança irônica de ser
igual ao seu criador (Gn 3.5).
O homem depende de alimento e água para sobreviver, de calor para viver, de sono
para recompor-se, de ser ensinado para fazer qualquer atividade e etc. A idéia de
independência apenas é uma viseira que impede enxergar o que é obvio, o que esta
patente: ―Não pode existir independência em um ser dependente!‖
Pode parecer exagero, mas este estado de alma reproduz toda uma insatisfação na
pessoa de Deus ao incorporar os sentimentos presunçosos e soberbos de um personagem
angelical que ocupa agora a posição de opositor ao Supremo.
Satanás quis ser independente de Deus e roubar a sua posição. E o que ele recebeu?
Ele conseguiu sua meta? Sua arrogância lhe deu que pagamento?
A auto destruição foi sua recompensa. Lançado do céu, despido de sua glória e
agora inimigo de Deus.
O egocentrismo foi à desgraça do ex-anjo de luz e é também a de todo o homem.
A independência nada mais é nesse caso que um buraco sem fundo que proporciona
uma queda continua. Este estado de individualidade tem sido a ruína da humanidade
conduzindo-a um beco sem saída.
O domínio exercido por este tão grande mal traça planos tais como: 1º todos os
empecilhos devem ser removidos; 2º devo fazer tudo o que for necessário para chegar-
se ao alvo do meu coração (soberbo). Mesmo que isto produza um rastro de dor e ruína.
Tal coração não se preocupa com os que estão ao seu redor, ainda que sejam aqueles
que se presume ser entes queridos, pois os sentimentos egoístas são sua única família a
creditar atenção.
O sentimento de independência quando chega ao topo do exagero produz uma
lúgubre escama que impossibilita o homem enxergar quem ele é.
E quem é o homem afinal?
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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Seu corpo é formado por matérias encontrados na natureza, ele é feito do pó da terra
Gn 2.7.
Sua vida por mais prolongada que seja, pouco passa dos cem anos.
Nasce nu e quando morre não leva nada desta vida consigo. Ec 5.15.
Por mais que aprenda, nunca chegará a acumular total conhecimento por causa de
sua finitude.
O companheirismo em relevo se não for enxergado traz o distanciamento dos
parentes e amigos. Sem a presença destes a vida se torna infeliz e vazia.
Posição, estatus, fama são ilusões passageiras que desvanecem como flores que se
murcham por falta de água.
O verdadeiro desastre está em pensar que podemos viver num mundo paralelo, sem
a necessidade da ajuda do nosso próximo e de Deus. Tecer um casulo e abrigar-se nele
não é a resposta para vencer o sentimento satanocêntrico de viver em oposição à
vontade divina.
O individualismo nada mais é do que uma doença de alma, que faz o homem se
separar não somente dos propósitos de Deus, mas também o priva de uma vida social
equilibrada. É como colocar viseiras que o fazem enxergar somente as necessidades
mesquinhas que encharcam seu pobre coração. O temor que isto ocasiona é o
direcionamento para autodestruição.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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A formiguinha egocêntrica.
Uma certa formiguinha estava enfadada com aquela vida de trabalhar e
trabalhar. As formigas vivem uma vida comunitária que visa o bem estar de todo o
formigueiro. ―Uma por todas! E todas por uma!‖ É o que podemos definir como
lema da sociedade formiguil. A pequena formiguinha juntamente com as outras
formigas guardavam alimento para o tempo de inverno, mas isto era muito
trabalhoso. Pensou ela: ―Se eu trabalhar somente para mim, vou ajuntar comida
rápido, e irei descansar o resto do verão‖. Algo estranho para alguém que vivia
sempre em união trabalhando em pró de um objetivo comum. Ela não conhecia a
vida fora do formigueiro. Nunca teve antes uma vida independente. Mas ela
começou a olhar só pra si, e desejar viver uma vida isolada, sem ter compromisso
com o formigueiro. Ela era forte, jovem, carregava muitas folhas, sabia cavar bem,
podia se virar sozinha. Pensava ela. Quando ela via passar uma formiga mais velha
e com uma quantidade de alimento inferior ao que ela costumava carregar ela
resmungava: - Que formiga imprestável! Eu tenho de trabalhar duro para sustentar
a preguiça destas outras formigas que não fazem quase nada. Quanto mais ela
fazia, mas ela se achava auto-suficiente. Ela esnobava suas companheiras e sentia-
se muito melhor que qualquer uma delas. Ao passar o tempo os seus sentimentos de
individualidade cresceram de tal maneira que ela não pode se conter. Arrumou suas
trouxinhas numa noite e saiu do formigueiro sem avisar a ninguém. No dia seguinte
foi um alvoroço só no formigueiro e a pergunta comum era: - Onde esta a
formiguinha egocêntrica? Ela arrumou suas coisas e foi embora. Respondeu uma
formiga que havia sido a primeira a notar a falta dela e foi procura-la em seu
quarto. Imediatamente foi enviada uma comitiva para traze-la de volta. Depois de
algum tempo elas a encontraram um pouco distante do formigueiro, cavando e
cavando. Ela estava fazendo o seu próprio formigueiro. As formigas disseram:
- Volte para sua casa formiguinha egocêntrica, o seu lugar não foi ocupado. – Não,
não voltarei. Agora eu posso viver a minha vida, sem ter que trabalhar para
sustentar ninguém. Vão embora. Disse ela. Tristes com a atitude de sua irmã
formiguinha, a comitiva voltou para o formigueiro. O tempo foi passando e a
formiguinha egocêntrica conseguiu fazer um buraco razoável e fez um formigueiro
só seu. Um mundinho individual e egoísta. Começou a ajuntar comida. Como ela
nunca havia trabalhado somente para si, ela não sabia quanto de comida deveria
ajuntar para passar a época de inverno. Ajuntou uma boa quantidade e disse: - Isto
deve bastar. Ela não trabalhou nem metade do verão e já podia descansar. Estava
se achando o Máximo. Quando se aproximou o inverno as formigas preocupadas
com a formiguinha egocêntrica mandaram outra comitiva a chamá-la de volta, pois
os dias de escassez de alimento estavam chegando. Ela simplesmente disse: - Vão
embora, vocês querem roubar o fruto do meu trabalho. Ao ouvir estas palavras a
comitiva com mais tristeza novamente voltou ao seu lar. O inverno chegou com toda
sua força. As formigas estavam bem abrigadas no formigueiro. Havia comida em
abundancia para passar não somente esta estação, mas para muitos dias depois.
Existia no meio delas um clima muito especial, a união era algo muito forte no meio
delas. E a alegria só não era maior por causa da formiguinha egocêntrica que
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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havia deixado o seu lar para buscar uma vida individual. O que elas podiam fazer?
A própria formiguinha egocêntrica havia escolhido seu destino e nisto elas não
podiam interferir. Bem distante dali, estava ela, a formiguinha individualista em seu
mundinho achando que tudo era mil maravilhas. Ao passar dos dias viu quanto era
chato estar sem a companhia das outras formigas, mas não deu o braço a torcer,
continuou dentro do seu formigueiro particular sem ao menos dar ouvido a voz da
consciência que lhe dizia que ela estava errada. A neve encheu toda parte. Como a
formiguinha guardou menos comida do que precisava e não havia comida em
nenhum lugar resolveu ir procurar. Ao abrir a porta do formigueiro para buscar
ajuda com as outras formigas ela notou que não dava para caminhar pela neve, ela
não conseguiria voltar. Assim ela ficou no seu mundinho esperando o fim. Ao
terminar o inverno as formigas preocupadas com a rebelde formiguinha
egocêntrica enviaram outra comitiva para ver se estava tudo bem com ela. Ao
chegarem no minúsculo formigueiro notaram a porta aberta e ao entrarem
encontraram estirada no chão a antiga companheira morta pelo desejo de ser
independente.
Em estrita semelhança com a estória do rei da pequena ilha vemos esta ilustração
sobre a formiga egocêntrica trazer a tona o coração individualista. O marinheiro criou o
mundinho dele depois do naufrágio, na solidão de sua ilha. Nesta outra ilustração
acontece o contrario a formiguinha criou o seu mundinho individualista no meio de uma
sociedade bem equilibrada. Por que isto aconteceu? Ela não vivia bem? Ela não tinha
tudo que precisava? Podemos ver que a derrocada da formiguinha foi retirar sua visão
do todo para se importar apenas com seus sentimentos egoístas. A sociedade de hoje em
dia não vive uma semelhante situação? O sentimento individualista não tem feito muitos
males a famílias, empresas e governos?
Porque ter um objetivo comum se eu posso vencer sozinha, era o lema da
formiguinha egocêntrica. Eu posso me virar sozinha, ser auto-suficiente e ter tudo o que
quero! Isto era a força que movia seu minúsculo mundo interior.
Não foram estes sentimentos que levaram Adão a ser lançado do jardim do Éden?
Não foi isto que precipitou o dilúvio? Não se formou a rebelião no céu desta maneira?
Como pode surgir sentimentos desta natureza em lugares como o céu e o jardim do
Éden? O que dizer destes mesmos sentimentos surgirem dentro da igreja. Como isto
pode acontecer? O individualismo pode surgir em lugares que ao ponto de vista seriam
improváveis, porque a resposta não se encontra no espaço geográfico, mas no coração
daqueles personagens que proporcionaram a sua criação e desenvolvimento.
A bíblia é excepcionalmente feliz ao dizer que é do coração que procede às saídas
da vida. Pv 4.23.
O coração é o local onde surge o que é bom ou ruim, pois o interior é uma área
propícia ao desenvolvimento de qualquer sentimento, desde que seja cultivado. E a
bíblia nos ensina no livro de Marcos 7.18-23 que:
...Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode
contaminar, porque não entra no coração, mas no ventre, e é lançado fora,
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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ficando puras todas as comidas? E dizia: O que sai do homem isso contamina o
homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos,
os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades,
o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes
males procedem de dentro e contaminam o homem. (grifo meu)
O coração é a área de batalha, onde se manifesta a tendência positiva ou negativa
que irá conduzir a vida ou a morte.
O texto diz que a formiguinha egocêntrica olha para si e vê sua força... juventude...
habilidade... suas muitas qualidades e seu coração se envaidece. Ela mesma
impossibilitou o ato racional de ver que um dia nasceu, que cresceu, que iria envelhecer
e que um dia poderia morrer. Ela só conseguia enxergar a satisfação do seu ego,
alimentando um crescente desejo de ser rainha do minúsculo universo.
O ponto chave seria a auto-admiração que possibilitou o surgimento em cadeia de
outros males que levaram a formiguinha (quantas formiguinhas existem por ai?) sair de
seu lar feliz e construir opostamente um lugar para desfrutar o que seu ego lhe concedia.
Autonomia em uma perspectiva egocêntrica é algo que limita a visão e faz o que
podemos definir de trabalho contra o próprio ser que se deixa dominar. Não podemos
viver sem auxilio externo e isso não pode ser de maneira nenhuma esquecido, lógico
que não devemos deixar um sentimento de inércia tomar conta de nossa vida, pois,
aquilo que esta ao nosso alcance nos devemos fazer. A premissa que estamos
desenvolvendo é que um ser como o homem, que depende de vários fatores para viver e
exercer atividades, não pode querer ser auto-suficiente em um sentido individualista
radical.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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O ratinho Esperto.
Havia um ratinho muito gordo e que era conhecido pelo apelido de Esperto. Seu
maior prazer era comer e comer. Ele parecia uma bola de tão gordo que estava. Certo
dia o ratinho Esperto estava reunido com os outros ratos num porão de uma mansão na
zona nobre de uma grande metrópole. Eles conversavam alegremente acerca de suas
muitas atividades e como estavam seguros naquele porão que não visitado a muito
tempo pelos donos e empregados daquela casa. Um deles falou: - Vocês não vão
acreditar no que eu vi há umas horas atrás.
Todos perguntaram:
- O que você viu?
- Vi que todos da casa estavam com malas e saíram dizendo que iam viajar.
- Serio? Temos o casarão só para nós? Perguntou o ratinho Esperto.
- Eu não estou brincando e tem mais, eu vi que eles esqueceram um pedaço de
queijo bem grande em cima da mesa.
- Não acredito. Respondeu outro ratinho.
- Casa e queijo à vontade, que legal! Todos gritaram a uma.
- Parem com isso. Vocês acham que eles deixariam tudo isso para nós? Isto é
uma armadilha, pois eu vi ontem eles chegarem com um grande gato para
acabar conosco. Explicou o ratinho Esperto.
Por causa destas palavras os ratinhos ficaram tão apavorados que resolveram se
mudar da grande casa naquele mesmo dia, com exceção do ratinho esperto que havia
formulado esta mentira para poder comer o queijo sozinho. Quando todos já estavam
longe ele saiu do porão e foi até a mesa e comeu todo o queijo. Como era guloso este
nosso ratinho Esperto, ele não se contentou somente com este pedaço de queijo e foi à
procura de mais. Ao encontrar a dispensa ele quase caiu de costas, pois havia tanto
queijo nela que ele levaria um mês para poder comer tudo. Sem demora ele foi direto
ao assunto que ele mais gostava: ―comer e comer!‖. Ele não comia para viver, mas
vivia para comer. O ratinho Esperto comeu tanto que não conseguia nem andar e se
gloriava dizendo: - Aqueles outros ratos são uns verdadeiros bobalhões, pois
acreditaram naquela mentira e agora eu posso ter o prazer de comer estes
maravilhosos queijos sozinho. Enquanto ele se gloriava de sua esperteza algo estranho
começou acontecer. Ele começou a sentir um cheiro diferente no ar e passos vindo em
sua direção. Como ele não podia correr de tanto que comeu ficou estupefado e parado
diante daquilo que pensava ser uma grande mentira. Infelizmente o ratinho Esperto
virou o almoço do gato que a família realmente tinha deixado para afugentar qualquer
rato que se atrevesse a andar pela grande casa.
O ratinho Esperto personifica aquele que procura prazer acima de tudo. Está
disposto a enganar e se vangloriar por isso. Não está preocupado com os outros, mas
somente consigo mesmo.
O individualista hedonista tem o prazer como o âmago de sua vida e aglomera em
sua vida também outras doenças de alma, pois sua busca em satisfazer seus desejos abre
as portas de entrada para agravar sua enfermidade interior.
E quantos hoje em dia vivem para o prazer e não tem ou gozam momentos de prazer
porque estão vivos.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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Comer, beber, sexo e etc., quando usados de uma forma unilateral e egoísta são
prazeres que mais trazem males do que o bem.
Quantos casamentos são infelizes porque um dos conjugues se preocupa somente
em satisfazer seus próprios desejos?
Quantos não podem ter um relacionamento com alguém porque vivem somente para
si?
Todos aqueles que vivem de uma maneira mesquinha e buscam somente o bem
próprio são pessoas que estão destinadas a serem engolidas pelos gatos do destino que
personificam o fim da triste jornada egoísta.
Doenças como a Aids, as Dst’s e outras não são frutos de uma vida dissoluta? Na
maioria dos casos sim. E do que se queixa o homem então? Não são de suas próprias
atitudes que o levam ao fundo do posso.
O que o amor livre tem dado aos seus seguidores?
O que as empresas de bebidas alcoólicas e de tabaco tem conferido aos dependentes
de seus produtos?
O que as drogas tem feito ao viciado, família e sociedade?
Vejamos a advertência do apostolo Paulo aos gálatas 5.18-21:
―Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia,
idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,
invejas, bebedices, glutonarias, e cousas semelhantes a estas, a respeito das quais eu
vos declaro, como já outrora vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais
coisas praticam‖. (grifo meu)
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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Momento de Reflexão.
O que REPRESENTAM para você a ilha e o formigueiro individual?
Ambas ilustrações apontam para uma realidade que está presente no cotidiano de
nossa sociedade e por isso nos chama a atenção. Existem momentos em que
precisamos fazer uma retrospectiva e olharmos para dentro de nós mesmos e
pesarmos na balança da consciência o que até aqui somos ou temos feitos.
O PRAZER é o centro de nossa vida?
Você vive para ter prazer ou tem prazer porque a vida pode proporcionar-lhe
momentos para desfruta-lo? Acredito que sua afirmação será a segunda, mas
devemos ter o cuidado para não estar nos enganando a si próprios, pois nós seremos
os únicos perdedores. Ainda existe tempo para mudar!
De que maneira o individualismo tem INFLUÊNCIADO o mundo?
A única resposta é negativamente. Porém, queremos pensar que os erros quando
analisados e corrigidos podem levar a um crescimento e nesse ponto de vista
podemos concordar com o adágio popular que diz: ―viver é sempre aprender‖.
Assim concluímos que existe mudança para sociedade e para cada um de nós, basta
querer!
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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4. Enfrentando adversários fortes.
―Porque a carne milita (guerreia) contra o Espírito...‖
Gl 05.17
Podemos dizer que desde a queda de Adão, o ser humano tem adversários que
irão lutar com ele durante toda a sua vida, sem trégua e sem misericórdia.
Dois adversários serão abordados neste capitulo e o que mais pode nos
surpreender é que muitos não conhecem o mínimo sobre seus adversários e sem duvida
esta é a principal causa da derrota.
Inimizade.
Incredulidade.
Nossos vilões são apresentados neste capitulo e no ultimo isolados e derrotados
pelo conhecimento da verdade.
A inimizade esta presente entre o homem e Deus e entre o homem e seu
próximo.
A incredulidade é um grande impedimento para a distância do homem e Deus
ser desfeita e a comunhão perdida no Éden ser restaurada.
O ser interior do homem tem sofrido com a presença destes males e podemos
aprender com eles que o homem precisa de ajuda, e essa ajuda só pode vir de cima.
Assim o melhor é não dormir no ponto e procurar conhecer os adversários e
assim lutar com intuito de vencer.
O apostolo São João escreveu em sua primeira epistola:
―Quem é que vence o mundo , senão aquele que crê que Jesus é o Filho de
Deus?‖ (1 Jo 5.5)
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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A inimizade
O relacionamento entre duas pessoas em que existe um sentimento de afeto mutuo,
um compartilhar de opiniões, uma união de propósitos, um elo de compreensão, podem
arranhar o que significa o viver uma amizade.
Podemos poetizar a amizade e coloca-la ao níveo da canção que diz ―amigo é pra se
guardar do lado esquerdo do peito‖; ela, porém é mais que um simples verso de poeta,
deve ser algo não somente subjetivo, mas uma realidade de vida.
Tive um professor que disse uma frase significativa na faculdade de Teologia:
―Se durante toda a vida você não conseguiu formar pelo menos uma amizade
duradoura e dizes que não possui amigo nenhum, é porque você é do tamanho
(semelhante) do amigo que nunca conseguiu ser‖.
Em outras palavras não temos amigos porque não conseguimos ser amigos. Não
existe uma amizade unilateral, mas a exigência que o ato de ter uma amizade exige é um
relacionamento recíproco. Sem isto, é impossível ter um relacionamento de amizade
entre homens (ser humano) e também em relação a Deus.
Entre o homem e Deus existiu no inicio uma relação de grande amizade, mas houve
uma mudança radical neste relacionamento devido à desobediência do homem que é
descrita como o rompimento da aliança (houve deslealdade, transgressão) por Adão. (Os
6.7).
Devido à transgressão de Adão ergueu-se um novo relacionamento entre o ser
humano e a pessoa de seu Criador. Não podia existir o vinculo de amizade de outrora
por causa do pecado. O homem passou então a nascer, viver e se mover no pecado!
O pecado causa inimizade entre Deus e o homem. De um lado está Deus oferecendo
seu amor e do outro o homem pecando e querendo pecar.
A pouco colocamos o seguinte pensamento: ―não existe amizade sem
reciprocidade‖. Assim podemos pensar e nos perguntar se existe amizade entre nós é
Deus.
Muitos hoje em dia afirmam ter Deus no coração, que amam a Deus e etc. Talvez
seja até algo na moda falar de Deus na atualidade, mesmo porque ninguém gosta da
idéia de se ver como opositor ou adversário de Deus. Mas o que a bíblia diz?
Jesus afirmou as seguintes palavras sobre como manter um relacionamento de
amizade: ―Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando‖. Jo 15.14.
Pode alguém ser amigo de Deus sem fazer o que ele ordena?
Pode alguém ter Deus no coração sem conhecer sua vontade?
Mesmo que seja bonito falar a respeito de Deus, que autoridade temos para tal se
não desfrutamos de um relacionamento pessoal com Ele?
O apostolo Paulo em sua epistola aos Colossenses nos explica que realmente éramos
inimigos de Deus por causa daquilo que nos distancia dEle: ―o Pecado‖:
Vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas
vossas obras más... Cl 1.21
Que coisa terrível é ser inimigo de Deus! Palavra dura, não?
Mas hoje em dia podemos ver inimizade expressa também em direção de nosso
semelhante. O que se pode esperar deste sentimento de inimizade é o pior e ainda ele se
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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mescla com rancor, ira, ódio, maleficência não conhecendo fronteiras. Se no
relacionamento vertical entre o homem e Deus é um grande problema, o que dizer no
relacionamento horizontal dos homens entre si.
Ele alcança povos e os distancia, ele estende suas mãos sobre países e ocasiona
guerras, ele agarra cidades e as corrói, ele alcança bairros e impede seu progresso, ele se
impregna no seio da família e os separa.
A inimizade destrói. A afirmação é correta e eficaz ao descrever a ação desta doença
de alma que está intimamente ligado com o homem pós-Adâmico. Não é de se estranhar
à direção que mundo esta tomando pela influencia que ela exerce sobre os corações.
Um remédio eficaz é o que podemos chamar de recíproca do Perdão. Receber
perdão e doar perdão, para que uma bandeira de paz seja erguida entre Deus e os
homens e entre os homens e seus semelhantes.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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O inimigo do Rei
Em uma terra remota há muitos anos atrás viveu um poderoso Rei que reinou
sobre muitos povos. A trajetória de sua historia foi marcada por inumeráveis
vitórias e sua fama voou por todos os lugares. Mas como aos homens está ordenado
viverem uma única vez, ele seguiu o caminho de todos, nasceu, cresceu, envelheceu
e por fim iria como qualquer homem morrer. Antes de sua morte, chamou o
príncipe herdeiro e disse:
- Como eu, você enfrentará muitos inimigos e não deve de maneira nenhuma
teme-los.
- Procurarei vence-los. Respondeu o príncipe.
- Sei disso meu filho. Mas quero que você saiba que de todos os inimigos
que você enfrentar, um deles vai ser o mais forte de todos.
- Quem é ele meu pai? Indagou o jovem príncipe.
- Agora você não poderá entender o que estou falando, mas para o dia em
que você estiver em grande aflição e perigo tenho preparado está caixinha
para te direcionar a vitória. Neste dia, somente neste dia, me prometa que
abrirá está caixinha e então você conhecerá seu maior inimigo. Falando
com bastante dificuldade o rei deu está ultima ordem.
- Sim meu pai, como me pediste assim farei. O príncipe em lagrimas jurou
ao velho rei e viu o seu ultimo suspiro.
Anos se passaram e em muitas batalhas o jovem rei lutou, mas nunca se
esqueceu das palavras de seu pai. Ele sabia que cedo ou tarde teria que encontrar o tal
inimigo que seu pai lhe falara e por isso fortaleceu seu reino com todo tipo de armas
bélicas de sua época e seu país foi considerado uma grande potencia.
Um dia porem, uma grande nação se levantou contra seu reino. Era uma nação
muito forte e valente que havia conquistado muitos povos e venceu parte do exercito do
jovem rei. A angustia, a dificuldade e aflição que seu pai falará havia chegado. Mas ele
já estava conhecendo seu inimigo sem precisar olhar dentro da caixinha e ele via que
não tinha jeito de mudar o que já era inevitável—a derrota era certa.
Em uma manhã prevendo que o reino seria destruído e quase sem forças para
lutar resolveu olhar dentro da caixinha qual era esse tal inimigo que ele tinha de
conhecer para vence-lo. Abriu a caixinha e ficou olhando-a por longo tempo. Reuniu as
tropas que restaram e partiu para a batalha decisiva e foi vitorioso.
Dias depois, em comemoração sobre a vitória que ele conquistara, relembrou as
palavras de seu pai e agradeceu pela caixinha que ele havia deixado para lhe mostrar
como ele poderia vencer seu maior inimigo. O jovem rei falou:
- Hoje tenho o prazer de comemorar está grande vitória. Não tive de vencer
em primeiro lugar a espada ou a flecha, nem cavalos ou canhões, mas ao
olhar para aquela caixinha dada pelo meu saudoso pai, vi uma chapa de
latão polida e que mostrava minha imagem distorcida e continha um
bilhete que dizia: teu maior inimigo é você mesmo. Aquele reflexo
distorcido não era eu, por isso, compreendi que se quisesse ser um
vencedor teria que vencer a mim mesmo, e depois, vencer outros inimigos
menores.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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O maior inimigo era procurado pelo jovem rei em toda parte e ele sabia que iria
encontra-lo algum dia, mas não sabia onde ele estava. O engraçado é que este inimigo
não estava distante, ou melhor, estava mais perto do que ele imaginava.
―Ele teve de vencer ele mesmo, para depois vencer inimigos menores‖. Às vezes
nossos pensamentos, palavras ou atitudes trabalham contra nós mesmos e seguindo este
raciocínio podemos nos ver como nossos próprios inimigos. Você pode até se perguntar
o que isso tem haver com inimizade? Muita coisa, pois, a inimizade não é algo que esta
somente do lado de fora, mas está dentro e o mal que ela provoca não fere somente a
pessoa que ela esta direcionada, mas o próprio ser que a deixa dominar.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
32
Incredulidade
A questão que gira em torno da palavra crer gera preocupação na vida daqueles que
ainda não compreenderam em si a mensagem da cruz.
A fé é um sentimento e como tal totalmente subjetivo, não podemos toca-la, mas ela
existe, e sua existência é tão real que ela faz parte da vida de todo o homem, mesmo em
quantidades menores ou maiores.
A crença faz parte do cotidiano do ser humano, isto é, sem duvida algo provável em
relação a muitas coisas que acontecem conosco no nosso cotidiano. Quando fazemos
alusão ao cotidiano estamos pensando naquilo que adotamos como certo, ou como real,
sem termos presenciado ou comprovado pessoalmente no nosso dia-a-dia. Não sei se
você notou, mas cada um de certa maneira usa uma fagulha de fé em coisas simples ou
mais complexas. Por exemplo, quando entramos no supermercado e compramos um
achocolatado, lemos em seu rotulo que ele é composto de cacau, açúcar e etc., mas não
presenciamos sua fabricação. Você pode dizer, mas o ministério da agricultura fiscaliza
a produção e coloca o seu selo afirmando a qualidade do produto. Eu te pergunto você
viu algum fiscal nesta fabrica? Você tem que acreditar que o produto tem estas
especificações e que o governo fez a fiscalização e que até a data de fabricação é aquela
mesma. E isso é feito de uma forma tão natural que nem é notada ou vista em uma
perspectiva de crença mesmo que tão diminuta.
A atitude de crer sem ressalva é vista também com remédios receitados por médicos
que são profissionais da área da saúde que recebem nossa boa fé ao entregarmos nossa
saúde aos seus cuidados. Os remédios especificam em sua bula também sua composição
química e a data de fabricação que recebe praticamente a mesma atitude do
achocolatado acima—o crer sem ressalva.
Outro exemplo interessante é os dados históricos, quando estamos na escola
aprendemos, que o primeiro presidente do Brasil foi Marechal Deodoro da Fonseca e
que o segundo foi Floriano Peixoto, correto? Eu agora pergunto, você viu algum deles
exercendo suas funções presidenciais? Talvez não exista nos dias de hoje alguém que
tenha vivenciado o mandato de qualquer um dos dois primeiros presidentes do Brasil.
Você não tem que empregar uma certa quantidade de fé para acreditar nos relatos
históricos?
O que dizer da mídia que veicula diariamente uma multidão de informações sobre o
público em geral. Pressupõe-se que pela ética profissional os meios de comunicações
têm por obrigação transmitir sempre a verdade, entre aspas, pois, eles podem veicular
mentiras quando estiver em jogo interesses, isto é, um mal enraizado no coração do
homem. Imagine uma reportagem num aparelho televisível relatando um assalto que foi
filmado em sua integra, com tiroteio e fuga de bandidos. O repórter do noticiário diz:
―Isto aconteceu em um bairro da periferia de uma grande metrópole e...‖. Eu pergunto
novamente: Com todo o repertorio de artistas, figurinos e cenários que existe hoje em
dia, quem pode afirmar que não seria uma simples montagem para subir alguns pontos
no ibope e ter mais audiência no horário do noticiário? É preciso tomar uma resolução
nesta hora apesar de não estar presente no momento em que esse fato ocorreu. Quase
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
33
que imperceptivelmente a atitude que se toma é acreditar no que foi exposto sem
reservas ou perguntas?
O irônico disto tudo é que muitos fazem tantas reservas sobre uma fé direcionada a
Deus, mas em contra partida em varias coisas que deveriam conter questionamentos,
não existe nenhuma reserva!
A bíblia é um livro histórico e suas mensagens transmitem a vontade divina em
relação ao homem. Possui os testemunhos de quarenta autores que viveram em épocas e
lugares diferentes em torno de um período de 16 séculos. Os seus relatos enfocam a
salvação e a crença no Deus verdadeiro. A mensagem bíblica em si é o que podemos
definir como decodificação da vontade divina ao homem de uma maneira que este a
possa compreender. Essa compreensão significa vida, e sua rejeição significa em ultima
instancia morte.
A incredulidade é a expressão desta rejeição que mencionamos acima.
Assim vemos o homem sempre lutando contra uma fé com princípios divinos, mas
aceitando pela fé muita coisa.
O que pode fazer o homem rejeitar a fé bíblica? Na verdade esta é uma questão um
tanto complexa devido ao livre arbítrio do homem, mas existem alguns fatores que são
bem visíveis:
1º Vontade de conhecer a verdade.
Quando o homem ouve a mensagem do evangelho e endurece seu coração ao
ponto de não querer pelo menos pesquisar e conferir se pode ou não ser
verdade aquilo que a ele foi exposto, isto, se torna uma barreira.
2º Preconceito.
O que é desconhecido pode tornar-se interessante ou desprezível. O
preconceito seria uma barreira pré-levantada, uma idéia estabelecida sem
uma analise.
3º Racionalismo.
Tentar explicar o inexplicável é um erro grave dos que querem pela razão se
aproximar de Deus, pois no que diz respeito a assuntos específicos da esfera
espiritual e que fala sobre salvação, céu, inferno, trindade, anjos, vida pós
morte e etc a fé é a ferramenta e autoridade divina colocada nas mãos do
homem para poder ir além do que sua curta visão pode enxergar.
Incredulidade versus crer é um dilema presente em todos os séculos e em todas as
vidas. Mas que solução temos em vista para poder acreditar em Deus? Em sua palavra?
Em suas supostas verdades? Em sua existência?
Quando falamos de fé, crer, confiar, ter certeza e ter esperança entrelaçamos atitudes
que nos colocam num ponto de vista extremamente pessoal na recíproca em torno da
criatura e seu Criador.
Para crer em Deus a fé é um elemento essencial, pois, por enquanto não podemos
vê-lo e nem toca-lo, mas sim, senti-lo, e esta fé é a marca desta transição, como num
salto da escuridão da razão para comunhão no raiar de um relacionamento bem pessoal
com o Divino.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
34
A palavra de Deus é fonte especial que rega a fé para ela se desenvolver e crescer de
acordo com o que o apóstolo escreveu: ―De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela
palavra de Deus‖. Rom 10.17
A resposta para o clamor interior do homem é uma atitude de fé que o leva direto
para os braços de Deus.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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O piloto sem fé.
Um certo piloto estava sobrevoando uma região de manguezais, quando seu
avião sofreu uma falha mecânica e se precipitou em rumo a destruição, colidindo com
uma montanha. Ele porem, saltou de pára-quedas caindo no topo de uma arvore no
meio do manguezal. Estava ele numa pequena área de terra rodeada de águas. Para
ser mais exato ele estava em uns cinco metros quadrados de terra seca. A água era
muito barrenta e escura de tal forma que não era possível ver o fundo. Isto não seria
um grande problema se pelo menos ele soubesse nadar. Para complicar ainda mais a
situação ele havia se lembrado que naquela região existiam jacarés e piranhas, fato
que o deixou espavorido. Alem disso, ele estava ferido em seu ombro esquerdo e havia
perdido muito sangue, precisava urgente de primeiros socorros e de ir ao hospital mais
próximo. Ao passar o tempo a angustia começou a tomar conta de seu ser, sua situação
ficou cada vez pior devido ao ferimento. À vontade de sair era grande, tão grande
quanto o medo de se afogar. Foi ai que ele se lembrou de Deus e disse: - Senhor Deus,
se o Senhor existe, por favor, me tire daqui. Então ele ouviu a voz do Senhor a falar ao
seu coração: - Você quer mesmo sair daí?
- Sim, como quero! Disse ele.
- Você se lembra que Moises passou pelo mar vermelho? Perguntou
Deus.
- Sim lembro Senhor. Respondeu Ele.
Deus continuou falando:
- E que meu filho Jesus andou por cima das águas?
- Sim me lembro de tudo isto Senhor. Respondeu novamente.
- Muito bem! Saia andando por cima destas águas. Ordenou-lhe Deus.
- Não posso Senhor, não sei nadar e ainda estou com o ombro bem
machucado. Replicou tristemente.
A tristeza virou um medo crescente, que o impulsionou a subir na arvore em que
estava preso seu pára-quedas querendo achar alguma segurança e ali ficou até que o
machucado virou uma grande gangrena e ele acabou morrendo. Pouco tempo depois de
sua morte, alguns homens que caçavam crustáceos e estavam andando pela água
barrenta do mangue que não era superior a trinta centímetros de altura, viram o corpo
morto entre os galhos da arvore e disseram: - Pobre homem, não deve ter dado tempo
dele descer desta arvore e vir andando para nossa vila que fica a uns quinze minutos
daqui.
A ilustração acima mostra uma pessoa que já ouvira falar de Deus e já lera a
Bíblia, porem nunca tinha se importado com a vontade divina até o momento de passar
por uma grande provação.
O desastre pode ilustrar as dificuldades da vida que impulsionam o homem a
buscar uma solução na pessoa Deus.
Vemos que Deus não se incomoda pelo fato de ser procurado somente nesta
hora de dificuldade, mas seu grande amor é estendido ao piloto ferido que não recebe
sua vitória sobre a dificuldade porque não pode acreditar naquilo que estava patente aos
seus olhos.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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A incredulidade está estampada sobre as palavras do piloto que chegou a
conversar com o próprio Deus que tem falado não somente com este, mas com todos os
homens e mesmo assim não tem recebido credito.
A bíblia diz que sem fé (acreditar) é impossível agradar a Deus! (Hb 11.6)
A incredulidade pode ser comparada há um cisco no olho que impede a perfeita
visão.
A realidade ultima desta ilustração é transmitida na lição que o homem deve crer
com os lábios numa resposta que vem do fundo do coração.
Se para ter comunhão é preciso fé, a incredulidade é uma barreira a ser
transposta. Não é algo impossível, pois o homem já nasce com um instinto de crer. Sim,
embora muitos acreditem em si mesmo, ou dizem não crer em nada, apesar de com
essas palavras afirmar que crê pelo menos no ―nada‖, o homem é um ser que tem a
capacidade de crer.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
37
Momento de Reflexão.
A inimizade é um GRANDE problema.
O problema está patente ao compreendermos que a distancia entre Deus ou
nosso semelhante é um sentimento que provoca feridas. Feridas ao que fere e aquele que
é ferido.
A incredulidade está EM que lugar.
O coração que está vazio da palavra de Deus está propício a ser uma terra fértil
para abrigar as raízes da incredulidade.
O lugar da incredulidade é formado por aquele que assim o quiser preparar.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
38
5. Reclinado no Seio do Amor.
―Ora um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de
Jesus‖. Jo 13.23
Ao ler este versículo no evangelho de João e ver como este desfrutada de um
relacionamento de intima amizade com o Senhor surgiu a idéia de fazer este livro.
A amizade que João desfrutava com Nosso Senhor deve ser um objetivo também
para cada um de nós. Não quero dizer que não exista nenhum vinculo de amizade entre
vocês leitores (as) com Deus, mas que devemos espelhar, progredir e ser constantes na
direção de uma amizade mais intima com o Supremo.
O versículo diz: Ora um de seus discípulos...
João era um discípulo de Jesus. Discípulo significa seguidor e João era um
seguidor que aprendia e praticava tudo o que a cada dia ele recebia da parte do divino
mestre.
Existe uma disposição no coração daquele que quer seguir os passos de Jesus.
Ser discípulo é viver para, em e por Jesus.
Assim tudo o que João almejava como discípulo sendo um exemplo para nós se
resume nas palavras do Senhor em Lc 6.40: ―O discípulo não é superior a seu mestre,
mas todo o que for perfeito será como o seu mestre‖.
Ser como seu mestre significa o quê?
Será que é se onipotente, onisciente ou onipresente?
Claro que não. Estes atributos só pertencem ao Deus Eterno, mas quando Cristo
falou isso, ele quis dizer que devemos nos assemelhar a ele, tornar tão comum o que
aprendemos que sejamos como ele foi.
A bíblia nos ensina este caminho e o que devemos fazer para obter as condições
para sermos discípulos de Jesus. João escreveu que: Jesus, pois operou também em
presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro.
Estes, porem, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome. Jo 20.30, 31.
A vida eterna esta em crer em Jesus, ou seja, torna-se seu discípulo! Assim
vemos João descrevendo quais os passos que devemos tomar: conhecer, crer e em
seguida ser. Conhecer o que Jesus ensinou e fez, em seguida crer em tudo isto e por fim
tornar-se discípulo (ser discípulo).
Muito temos que aprender com o Senhor Jesus e algo que me chama muita
atenção é o convite feito no sermão do monte para todos os que querem ser discípulos:
São Mateus capitulo 05 e versículos 03 a 12.
Versículo: 03. Bem aventurados são os pobres de Espírito, porque deles é o
reino dos céus;
Quando pensamos em pobres de Espírito parece que a palavra pobre trás um
pensamento negativo de desanimo ou algo parecido, todavia Jesus expressou que feliz é
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
39
aquele que depende do Espírito Santo. Nós podemos observar que a ruína dos nossos
primeiros pais foi o ato de querer ser independente de Deus. Agora Jesus nos ensina que
o segredo para uma vida feliz é depender totalmente de Deus e Ser direcionado pelo
Espírito.
Versículo 04. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
Jesus não está declarando que a felicidade provêm do ato de simplesmente
chorar por qualquer motivo, mas que a bem-aventurança vem sobre aqueles que choram
pela causa de Deus, pelo estabelecimento do reino do céus que em breve acontecerá e
transmitira consolo para os seguidores de Cristo.
Versículo 05. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
Serão felizes aqueles que não usam de violência, mas tem sua inteira confiança
no Senhor. Quem segue a Jesus pode ter uma vida tranqüila e serena, pois sabe que
herdarão as promessas divinas, assim como Israel foi levado a terra da promessa os
discípulos herdarão o reino dos céus.
Versículo 06. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles
serão fartos;
A fome e a sede ilustram o desejo do seguidor de Cristo de fazer a vontade
divina e em resposta a esse desejo Deus dará condições para ele se fartar, ou seja, de
faze-la. Aquele que realmente segue a Jesus procura imita-lo, obedecendo a seus
ensinamentos querendo chegar a perfeição, esta busca pode ser comparada a sede e
fome interior de ter comunhão plena com Deus.
Versículo 07. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão
misericórdia;
A misericórdia triunfa sobre o juízo. A misericórdia que Deus manifestou pelo
sacrifício de Cristo nos fez triunfar sobre o duro juízo que o pecado nos impunha—a
morte conforme Romanos 3:23. Agora podemos ser felizes, pois recebemos o dom da
vida eterna e nenhuma condenação há para quem esta em Jesus (Rom. 8:1); temos
misericórdia sobre e em nossa vida e por isso temos qualificação celestial não somente
para receber, mas também de doar aquilo que nos carecemos numa recíproca de amor.
Versículo 08. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a
Deus;
Os limpos ou puros de coração são aqueles que deixaram suas vidas serem
transformadas por Deus mediante o sacrifício de Cristo Jesus nosso Senhor e a ação do
Espírito Santo, recebendo a condição de um dia terem a bem-aventurança de ver a Deus
pessoalmente. Quem tem o coração purificado deve ser mesmo feliz, pois o pecado não
domina mais a sua vida, talvez o apostolo Paulo estive com isto em mente quando
escreveu: Pensai nas coisas do cima... Cl. 3:1.
Versículo 09. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados
filhos de Deus;
Os que buscam e anunciam a paz que o reino dos céus oferece a todos os
homens serão chamados de filhos de Deus. Os filhos de Deus têm o dever de anunciar
as boas novas aos que ainda não desfrutam da comunhão e da paz recebida pela cruz.
Seria o ato de dividir a felicidade que recebemos por Jesus, e isto é manifesto desde o
tempo da igreja primitiva que recebeu a ordenança da grande comissão: Ide: pregai e
ensinai; em outras palavras ide e compartilhai a paz e o amor, a graça e a verdade, a
misericórdia e a consolação, a comunhão e a vida eterna.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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Versículo 10, 11 e 12. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa
da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem, e mentindo, disserem todo o mal contra vos por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim
perseguiram os profetas que foram antes de vós.
Aqueles que seguem a Jesus se opõem as forças (demoníacas) que governam
este presente mundo e por isso sofreram perseguições, calunias e muitas outras coisas.
Tudo porque Satanás tentará impedir o progresso do evangelho, mas isto, não é para
entristecer os discípulos, mas para alegra-los, porque os profetas do passado também
foram perseguidos por anunciar a verdade. Alem do mais é honroso sofrer perseguição
por amor do nome de Jesus, pois se Ele doou sua vida por nós, nossa atitude tem que ser
semelhante, visto que ele destinou o reino dos céus para cada discípulo seu; os apóstolos
compreenderam a honra que era sofrer por amor de Cristo e se alegraram. Atos 5.40, 41.
Na continuação do sermão do monte em Mateus 5.13 – 7.29, vemos os
discípulos sendo comparados ao sal e a luz numa clara referencia sobre sua posição a
respeito do ambiente em que eles vivem, ou seja, os discípulos são um espelho para o
mundo.
A lei é claramente exposta de um ângulo que não é visto por nenhum outro
rabino, ela é reinterpretada numa visão divina e condiciona os discípulos a agirem tendo
referencia a Deus e ao seu amor.
Esmolas, oração e jejum são atitudes puramente lindas, mas a maneira que são
realizadas determinam sua aceitação perante Deus.
O coração é colocado como sede das ações que devem estar sobre o domínio da
palavra, afinal de contas não se pode servir dois senhores, afirmou nosso amado Cristo.
Existe diferença entre quem serve e quem não serve, suas atitudes demonstram isto.
Quem ouve e pratica não voltará atrás, mas os que fazem o contrario, não perseverarão
em seguir a verdade.
Devemos andar com o Cristo do sermão do monte e aprender a ser um
verdadeiro discípulo desfrutando da nova vida.
Ser discípulo é tornar a vida um espelho que reflete a vontade divina, é tornar
comum o que aprendeu, é compartilhar o que a palavra lhe vivencia, é confiar e dizer, é
dizer e viver, é pensar e agir, é dormir e acordar, é ler e praticar, é ouvir e guardar, é ter
e doar, é dar e receber, é ser e estar, é morrer e eternizar.
Continuando o versículo: aquele a quem Jesus amava...
O amor de Jesus é singular? Por que este discípulo era amado de Jesus? Muitos
têm explorado este versículo e outros para atribuírem atitudes homossexuais ao divino
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
41
mestre e seu discípulo, porém, podemos ver nessas idéias dissolutas os ardis de Satanás
para querer distorcer e distanciar as vidas da verdade.
O limite que marca a entrada para esfera do amor divino é a comunhão. João
representa o ser humano que pode ter a alegria de um relacionamento de fé, amizade e
comunhão com o autor de nossa redenção.
A fé é uma luneta que faz enxergar pelas paredes da razão.
A amizade é o elo que nos leva aos braços do pai.
A comunhão deve ser uma realidade que é ampliada pela progressiva renovação
que a verdade da palavra de Deus nos trás, na caminhada em rumo ao lar prometido.
Mas isto é um privilegio apenas de João? Na verdade, não é um privilegio
reservado a apenas um discípulo, mas em conformidade com as Escrituras sagradas que
dizem: ―Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas‖ (Rm 2.11), a afirmação
mais coerente é que o amor de Deus está reservado para todo aquele que tiver um
coração bem disposto.
Em meio uma sociedade corrompida como era o mundo antidiluviano Deus
encontrou Noé com seu coração disposto a ter comunhão. Em meio à idolatria de Ur
Deus achou Abraão. Entre os filhos de Israel Deus levantou Moises como príncipe e
libertador dos oprimidos. Entre muitos homens de guerra que viviam em Israel Deus
achou graça em escolher um simples e jovem pastor para ser rei. Entre muitos homens
de posição e cultura elevada na Judéia do tempo de Herodes, Deus escolheu pescadores
para serem representantes da Nova Aliança que trouxe libertação para todos os homens.
Em meio um mundo que cambaleia como um bêbado embriagado pelo pecado Deus
pode escolher alguém para continuar sua obra e compartilhar seu imenso amor e
comunhão também em nossos dias. E nada pode impedir que esse alguém seja você ou
eu, basta estarmos dispostos para tal. O que você acha?
Deus tem nos dado à oportunidade e nós temos de aproveita-la. Ele nos tem
amado e nos tem entregado seu Filho Unigênito para nos salvar (Jo 3.16).
Nada é comparável ao amor que nos libertou.
...Sabendo Jesus que era chegada sua hora de passar deste mundo para o Pai,
tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. (Jo 13.1)
O amor de Jesus é inexplicável, não existe conceito humano para descreve-lo na
sua integra, mas o que nos dá tamanha alegria é o fato dele poder ser vivo e sentido em
nosso ser.
O apóstolo Paulo falou desse amor em Fp 2.5-11, e esses versículos nos ensinam
que Jesus deixou a esfera celestial para encarnar transmitindo esse amor, por isso ele
sofreu humilhação, mas conseguiu salvar o homem e seu amor triunfante o restabeleceu
ao seu primeiro estado de gloria.
Deus é amor.
Jesus-Deus é amor.
O amor que se doa e dá vida; amor que liberta e concede perdão; amor que
morre e transforma; amor que ressuscita e produz imortalidade; amor que procura e
conduz o perdido; amor que consola e traz comunhão; amor que enfraquece e cura as
feridas; amor que se explica sendo inexplicável.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
42
Finalizando o versículo: estava reclinado no seio de Jesus.
O fato de João estar reclinado no seio de Jesus mostra a posição que ele
ocupava, ele era de fato um grande amigo de Jesus.
O que chama nossa atenção é o âmago de um relacionamento de amizade que
consiste em: ―ter e ser amigo‖, e isto, é algo tão profundo no relacionamento entre o
homem e Deus que esta parte do versículo demonstra o quanto podemos nos aproximar
de Jesus se nos dispusermos para isso.
João estava... O verbo está conjugado no passado, transmitindo uma ação que já
havia acontecido e que agora nos está direcionando a escrever que sua comunhão era
uma realidade que era viva naquele momento, ela era um premio que o fazia ser uma
pessoa especial. Especial porque ele era amado e amava, tinha comunhão e oferecia
gratidão, tinha paz e demonstrava sua serenidade, era cheio de fé e tinha confiança.
Uma comunhão que não sumiu com provas, dificuldades ou perseguições.
João estava reclinado... Acredito que o discípulo estava naquele momento
depositando sua vida em uma entrega total ao Salvador bendito.
Depositar a vida é dedica-la de uma forma plena e espontânea.
João continuava sendo João. Tinha problemas, mas estava reclinado no seio de
Jesus. Poderia ficar triste e chorar, mas possuía um ombro amigo; poderia ser
maltratado, mas existia um que o amparava, poderia estar fraco, mas ele tinha um
ajudador; a morte poderia vir sobre ele, mas agora a vida eterna lhe pertencia.
Ter, ser e estar com Deus é algo maravilhoso.
João um homem comum, feito de carne e osso, porém especial. Ser especial
consiste em não somente receber o amor divino, mas também em retribui-lo.
Nós somos meros homens. Homens comuns e que também precisam de Jesus.
...Reclinado no seio de Jesus.
Estar reclinado é se identificar com o mestre; é estar perto dEle; é estar ao
alcance de suas mãos; é estar atento a sua voz; é poder crer, viver, sentir e estar na
esfera da comunhão da fé desfrutando do amor concedido pelo vinculo da amizade
proposta pela cruz.
Ao falar de amizade entre o homem e Deus creio que se desperta uma
curiosidade acerca de como realizar isto. Como conseguir se chegar perto de Deus e etc.
Assim formulei algumas perguntas com respostas que estão relacionadas abaixo:
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
43
a. Deus pode ser nosso Amigo?
Parece que não tem lugar para um amigo nessa suposta idéia medieval do Deus
que sempre esta zangando e esperando a oportunidade certa para castigar!
Mais em meio a essa visão distorcida e cheia de misticismo será que podemos
olhar para Ele sem as deformidades que foram produzidas em nosso ser por toda uma
vida?
Se a resposta for ―NÃO‖, e isto, parte de um coração sincero, que porem possui
um pouco de curiosidade para verificar o contrario da afirmação anterior, esta seqüência
que iremos expor será uma benção em sua vida.
Seria ironia prometer uma solução mágica e mirabolante que conduzisse da
indiferença ao seio do mais profundo amor num abracadabra. Porém o resumo do
“quero dizer é que à distância do homem para com Deus está no tanto que ele O
pode conhecer”.
Ainda que o ceticismo seja seu companheiro de quarto, digo, é claro no
acomodamento do seu coração, não lhe pareça estranho tais palavras. Não existe
nenhuma amizade verdadeira sem conhecimento pessoal, sólido e verdadeiro. Se estiver
errado pode me corrigir. Claro que alguém distante não pode ser considerado seu amigo.
Talvez você diga é esse o caso entre mim e Deus!
Neste momento quero que saiba que não estou contestando isto. Entendo que
Deus esta distante no seu ponto de vista e que pra você, se por acaso Ele existir não está
dando a mínima para a tua vida. Temos o direito de pensar muitas coisas, mas se elas
são verdadeiras, isto pertence à outra historia.
A outra historia seria neste caso a analise dos prós e dos contra. Quando falei de
amizade disse que ela é fundamentada em conhecimento mutuo, porem é obvio que
existe um principio para ela e depende de uma reciprocidade entre ambas as partes que
se inicia por um dos lados. Correto?
Quando era estudante secundarista, ou melhor, estudante do ensino médio tive
uma experiência bem interessante. Ao iniciar o ano letivo, tive a oportunidade de
conhecer pessoas novas e formar novas amizades, mas para um aluno da classe em que
estudava tive a principio o erro de adotar uma frase bem significativa entre muitas
pessoas: ―acho que não fui com a cara daquele aluno‖, sem ao menos ter trocado uma
única palavra com aquele aluno e ao meu ver tínhamos isto em comum. E essa
impressão perdurou por pelo menos um bimestre até ser destruída num dia em que este
mesmo aluno se aproximou de mim e começou conversar numa espontaneidade que
deixou meus antigos temores encurralados e o rosto envergonhado. Sim, ele nunca tinha
tido algo contra mim como antes pensava e o interessante disso tudo é que nos tornamos
bons amigos. Posso lhes garantir que nossa amizade perdura até os dias de hoje, apesar
de termos concluído o ensino médio a mais ou menos dez anos.
Com Deus também pode estar acontecendo à mesma historia. Você acha que ele
não se importa com sua vida e arma-se para se afastar dEle vivendo num mundo que
não dá espaço para ser receptivo ao seu amor. Imagine isto: ―o achismo (do verbo
achar) impede que Deus prove o contrario do que penso dEle no que diz respeito ao seu
amor, amizade, compromisso, verdade, interesse e responsabilidade direcionadas a mim
mesmo‖.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
44
Sendo mediador deste dilema: “Ele se importa ou não, eis a questão!”
Logicamente que não com palavras que vem somente do meu intelecto, mas escudado e
direcionado pela Bíblia sagrada exporei o que permeia este assunto.
O amor de Deus é dirigido a todos sem exclusividade, de uma maneira geral e
maravilhosa pelo fato de sermos todos criados por Ele e ser sua imagem. O ser humano
é uma criação divina, pois tem em si o reflexo do caráter de Deus (excluindo é lógico, a
tendência ao erro que é herdada na natureza pecaminosa, ou Adâmica). E também é
singular a cada individuo no que tange respeito a ser uma experiência pessoal, pois, o
amor que é expresso num relacionamento de amizade só será visto onde houver
cumplicidade e recebido se cada um estiver disposto a isso, não esquecendo que pode a
ver a contra resposta a seu pedido – ou seja, a rejeição.
O que está claro nas Escrituras Sagradas é que por intermédio do caminho que
Cristo Jesus é o ser humano pode restabelecer a comunhão novamente com Deus e
assim obtemos uma resposta afirmativa a nossa pergunta inicial: ―Sim, nós podemos ser
amigos de Deus!‖.
Quero analisar o amor de Deus quanto a sua generalização a humanidade e sua
individualização a respeito de cada um.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
45
b) O amor de Deus é para todos?
Deus dotou a todos os seres humanos de vida. Criando Adão o primeiro homem
e soprou em suas narinas o fôlego de vida e este se fez alma vivente. Gn 2.7
Entre milhões de espermas que lutavam para fecundar o óvulo (+ ou – 500
milhões), aquele cujas informações genéticas proporcionaram a concepção de nossa
vida foi o vencedor. Numa disputa descomunal como essa só podemos dizer que somos
privilegiados pelo o dom da vida. ―Você nasceu pra ser um vencedor!‖; e não o
contrario.
Deus não fez um robô ou simples marionete, mas dotou-o de capacidade de
escolher o que fazer com a vida que este lhe doará, mesmo que suas atitudes fossem
contrarias a vontade divina e causassem danos a si próprios. Isto esta expresso em Gn 3.
Responsabilidade significa ter rédeas para direcionar a vida e também ter
coragem suficiente para assumir conscientemente tudo que acontecer, seja bom ou ruim,
sem querer atribuir a outros o que diz respeito a nós mesmo.
O sol e a chuva vêm sobre a terra sem fazer distinção sobre os homens. Mt 7.45
Deus pode não estar concordando com as atitudes de muitas pessoas, mas seu
amor insondável proporciona-lhes as bênçãos que podemos classificar como coletivas.
O sono vem sobre todos os homens para recompor sua fadiga diária. Sl 3.5
Não existe um ser humano que não durma, (exceto por algum problema
passageiro) e o sono é uma dádiva vital para nosso ser, todos o tem, e todos se
beneficiam por suas boas reparações ao nosso corpo que se cansa facilmente.
Quando vemos Deus dizer ―não é bom que o homem esteja só...‖ (Gn 2.18) e
constitui-lhe uma família com a criação de Eva sua esposa, e depois com a concessão de
filhos e também com a benção expressa em: ―frutificai e multiplicai-vos, e enchei a
terra...‖ (Gn 1.28), o homem recebe a incumbência de ser um ser social, que se relaciona
e que cresce não somente sozinho, mas num convívio coletivo que lhe proporciona
ambiente para compartilhar e receber.
Foram constituídas leis e normas para nortearem o bom convívio entre a
sociedade.
O homem criou inúmeras invenções que lhe proporcionam conforto como: a
roda; o fogo; a escrita que possibilidade acumular informações às gerações posteriores
acerca da historia, invenções, biografias e etc; as maquinas (agrícolas, industriais,
eletrodomésticos, meio de transportes e etc); a energia elétrica (que nos equivale ao
trabalho de 100 escravos); o tratamento da água e do esgoto que proporciona melhor
qualidade de vida; a medicina que tem avançado num salto muito grande nestes últimos
anos e tem beneficiado a muitos povos e uma infinidade de outras coisas mais.
O homem é dotado de uma inteligência singular, nenhuma outra criação animal
possui as faculdades que o homem possui. Sentimentos e intelectualidade são partes
inseparáveis do ser humano. É maravilhoso poder amar, ter fé, esperança, sorrir, cantar,
viver e etc., mesmo que ainda tenhamos que conviver com o ódio, a tristeza, a angustia,
o sofrimento, com as lagrimas e etc. dois paralelos que podem ser equilibrados na vida
direcionada por Deus.
O apostolo Paulo disse: ―Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos...‖
At 17.28 e mais ainda: ―Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na
terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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potestades: tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as
coisas subsistem por ele.‖ Cl 1.16,17
A vida em si é um grande milagre e cada um de nós meros mortais, somos parte
deste milagre. O milagre do amor! Deus não tinha a necessidade de criar o ser humano,
mas pela atitude soberana de sua vontade assim o fez e isto, não pode ser questionado.
Infelizmente o homem pecou e se distanciou de Deus. As escrituras nos ensinam
que a morte veio a todos por causa de um homem e todos morrem neste homem—Adão.
1 Co 15.21,22. E ainda acrescenta: ―Porque todos pecaram e estão distanciados da glória
de Deus.‖ Rm 3.23.
À distância de Deus concedeu ao homem uma terrível recompensa: ―Porque o
salário do pecado é a morte...‖ Rm 6.23.
Mais em meio a tudo isto, não ouvimos a declaração que Deus deixou de amar o
homem, apesar de desaprovar suas atitudes. Talvez seja difícil entender porque Deus
permitiu a separação e toda a dificuldade que sobreveio ao homem, mas como nós
meditamos a pouco, tudo isso foi fruto de seu direito de escolha, ou seja, tudo isso é
culpa exclusiva do homem.
Você pode dizer, mas eu não fiz o que Adão fez! Talvez se estivesse no lugar
dele faria pior. Águas que passaram pelo moinho mão o movem mais. Adão teve uma
única oportunidade de errar e errou. Hoje em dia temos muitas oportunidades de errar e
uma só de acertar, e ainda possuímos o direito de optar. Olhe a afirmação abaixo:
―Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para
que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna‖. Jo 3.16.
Em quanto nossa perdição era certa e o pecado era uma pedra amarrada aos
nossos pés a puxar-nos para as profundezas do Inferno. Mãos amigas foram estendidas
para amparar nossa queda. Não tínhamos como segurar em nenhum lugar e impedir
nossa chegada ao fim do abismo, mas estas mãos vieram do céu na forma de amor
doador. Jesus é a resposta de nossas indagações e o caminho de volta ao seio da
comunhão com o Pai (Jo 14.6).
Existe um propósito para cada vida e para o mundo em geral e Deus quer todos
saibam que suas mãos estão estendidas para receber a todos:
―E nos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados‖. Ef 2.01.
―E tudo isto provem de Deus que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus
Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação‖. 2 Co 5.18.
―E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele
reconciliasse consigo mesmo todas as cosias, tanto as que estão na terra como as que
estão nos céus. Vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no
entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou‖. Cl 1.20,21.
O mundo que estava perdido recebeu um presente: ―Jesus‖. Que morreu
voluntariamente em nosso lugar, nos substituindo, sofrendo nossa dor para trazer vida e
comunhão a todos os homens e mulheres de todos os tempos.
―Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis: e, se alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação
pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o
mundo‖. Jo 2.1,2.
Jesus é a ponte que nos permite atravessar o abismo da separação e poder
abraçar a comunhão perdida no Éden.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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c) O amor de Deus é uma experiência pessoal?
O amor de Deus é estendido a todos os homens por não haver para Ele acepção.
Todavia ele só é aplicado quando existe uma reciprocidade da parte daquele que o
recebe e o retribui. Rejeitar ou receber é a questão que está no cerne do relacionamento
de amor estabelecido por Deus. À parte de Deus é claramente vista, no ato de enviar seu
Filho Jesus Cristo para morrer no lugar (morte substitutiva) de cada ser humano caído.
Caído no sentido de estar distante, mediante a barreira intransponível do pecado. O
intransponível significa que: pelos esforços próprios em querer apresentar, ou fazer algo
para se reconciliar com Deus é impossível ao homem, pois este necessita como já
dissemos da ajuda do ―Deus amigo‖. Assim Cristo Jesus morre coletivamente pela
humanidade perdida e ao mesmo tempo individualmente por cada um. Oh, sim! O
sacrifício de Jesus foi realizado por toda humanidade, mas ele torna-se nulo na vida
daquele que o rejeita.
Parece incrível, mas o amor de Deus pode e é rejeitado por muitos hoje em dia!
Jesus certa feita falou: ―Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha
voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo‖. Ap 3.20
Deus estabeleceu ao homem um direito a escolher, uma vontade própria que é
chamada de livre arbítrio. Assim podemos dizer que o homem realmente não é uma
maquina programável, mas sim, um ser que tem plenas condições de distinguir
situações, racionar e tomar a decisão que melhor for aos seus olhos.
Deve existir uma disposição individual para receber ou não este amor.
Entendendo isso, o que se coloca em nossa direção são perguntas que podem ser
respondidas com o auxilio do sagrado livro.
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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d) Mas o que fazer para receber este amor?
a. Acreditar na Palavra de Deus e pela fé receber a Jesus como salvador
pessoal.
b. Receber a Jesus significa ser seu seguidor (ser cristão) e buscar ser como ele
foi.
c. Ouvir, estudar e obedecer aos ensinos da Bíblia.
d. Ser uma nova criatura mediante a regeneração (gerar de novo, nascer de
novo significa mudar de vida, abandonando o pecado).
e. Ser batizado e participar da comunhão entre irmãos na igreja.
A bíblia sagrada é a bússola do viajante, o mapa do céu, o guia do perdido, é a
chave da prisão, o alimento do faminto e acima de tudo a resposta para o anelo que alma
tem de preencher o vazio que é do tamanho da pessoa de Deus.
―Não é algo tão fácil assim!‖ Isto, pode ser dito por alguém que lê esta frase.
Mas não se esqueça do que anteriormente escrevemos sobre o que Jesus disse: “As
coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus”. (grifo meu) Lc 18.27.
O amor de Deus é um presente manifesto com toda graça ao ser humano. Não
existiria oportunidade fora desta graça de Deus e Ele sabendo disto providenciou o
escape para possibilitar ao homem ser restaurado na sua intriga e voltar a ser o que era
no jardim do Éden antes da queda.
Jesus é o caminho de volta para Deus. Cada um estabelece metas em sua vida
transitória e procura alcançar cada uma delas, e o que dizer de ter comunhão com Deus?
Não seria uma meta bem importante em cada vida individualmente falando?
O homem precisa entender duas coisas: 1º seu estado miserável de
distanciamento de Deus; 2º sua necessidade de retorno.
A importância da compreensão disto manifesta sentimentos positivos:
Humildade e exaltação, arrependimento e refrigério, tristeza e consolo, estabelecendo
um elo no compromisso de reatar a amizade com Deus mediante a cruz de Cristo.
O amor manifesto na reconciliação com Deus torna o felizardo e recém
restaurado homem um ser que pode ter um relacionamento pessoal com a divindade.
Deus não será mais um ser impessoal, mas bem pessoal, mediante a fé que a graça
redentora o possibilita enxergar.
De posse de uma nova vida o homem pode agora desfrutar como dissemos acima
de um relacionamento pessoal com Deus. A amizade com Deus quebra o circulo da
inimizade e incredulidade que nasceu no jardim do Éden e capacita o novo homem a se
relacionar melhor com o seu semelhante.
Podemos ver que ao receber a Jesus como Salvador o homem muda de vida
recebendo o remédio para todo o mal que atribulava sua alma. Medo, individualismo
são transformados na vida vitoriosa de amigo de Deus.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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e) O medo pode ser vencido?
O menino e o medo.
Certo menino em uma noite chuvosa estava apavorado em seu quarto. A energia
elétrica havia faltado. Não havia luz para iluminar seu quarto. O escuro é algo
apavorante para uma criança que tem mente fértil e imagina criaturas sombrias em
toda parte. A cada instante ia aumentando a força do vento e a chuva se tornando
tão forte como apavorante. Raios e trovoes faziam barulhos que arrepiavam cada
minúsculo cabelo de seu corpinho. Apesar de ter o cobertor como companheiro e
tentar se esconder desta situação o menino se vê tão sozinho que seu único socorro
é chorar. De repente a porta de seu quarto se abre e seu pai aparece. O menininho
não pergunta o que o pai está fazendo ali, ou porque ele demorou em vir socorre-lo.
A atitude dele é correr e se abrigar na segurança dos braços de seu pai.
... Deus é amor. (1 Jo 4.08-ARA)
No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo
produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. (1 Jo 4.18- ARA)
Essa ilustração invoca a necessidade do ser humano se abrigar na segurança dos
braços de Deus. A humanidade em si é semelhante aquele menino com medo, porém
em vez de correr em direção ao Pai, faz questionamentos, lança criticas e impede a
atitude mais coerente a ser tomada.
Cada homem deve tomar fôlego e correr em direção a Deus e receber o seu grande e
maravilhoso amor que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
Acreditar no amor de Deus e ser curado de todo mal que o medo pode lhe causar,
entregando a vida aos cuidados do Eterno.
Restabelecer o vinculo com o Senhor significa compartilhar Seu amor, e no
amor divino não existe a presença do medo, a barreira é quebrada, a distancia encurtada,
e a paz que advêm da comunhão é reconstituída.
João por inspiração divina escreve que não existe medo na comunhão do amor
de Deus, porque ele é substituído pela confiança. Uma cadeia de acontecimentos segue
a Salvação que age na vida do homem como uma fonte de abundante graça que o
conduz com satisfação a posição privilegiada de filho e amigo de Deus.
Salvação regeneração santificação amizade comunhão confiança
fidelidade felicidade amor gratidão vida eterna
―FILHO E AMIGO DE DEUS‖
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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A salvação doada por Deus mediante o sacrifício de Cristo livra o homem da
condenação do pecado que é a morte (Rm 3.23) e possibilita na vida deste uma vida
transformação, pois agora está livre do poder do pecado (Jo 8.32), nenhuma
condenação há para quem está em Cristo (Rom 8.01); ele pode desfrutar uma viva
esperança pela regeneração (1 Pe 1.3, 23), sendo agora um novo homem (Ef 2.15,
4.22,24; Cl 3.9,10) que a cada dia vai crescendo na graça e no conhecimento (2 Pe 3.18)
e tendo a vida em santificação diária por Deus (1 Co 1. 2, Jo 17.17, Ef 5.26, 1 Ts 5.23);
é reatada uma relação de amizade com o Criador (Jo 15.14, 1 Cl 1.21) e uma comunhão
é estabelecida de forma horizontal (entre os homens) e vertical (em relação a Deus)
manifestando sua imensa graça (1 Co 1.9; 10.16,17; 2 Co 13.13; 1 Jo 1.3,6); também
recebe-se na seqüência de bênçãos divinas a confiança como selo desta restrita união
com o criador (2 Co 3.4; Ef 3.12; Hb 10.35; 1 Jo 2.23; 5.14); a fidelidade é um fruto
deste novo relacionamento com Deus (Gl 5.22), pois agora temos capacidade de sermos
fieis naquilo em que fomos chamados; a felicidade não é somente um estado de alma
quando a graça superabunda na vida do discípulo, mas uma continua experiência na
presença (Mt 5.01-12); o amor se torna uma fonte no coração do discípulo, pois a água
que a enche vem do céu (Rom 5.5; Gl 5.22); recebendo todas estas dádivas o coração do
discípulo só pode manifestar uma imensa gratidão ( Cl 3.16); a vida eterna se inicia aqui
na terra com a maravilhosa escolha de ser discípulo de Jesus, pois já desfrutamos em
parte, tudo aquilo que receberemos totalmente no porvir ( Jo 11.25; Rom 6.22,23; 1 Jo
3.14; 5.11-16); por tudo isto, e mais ainda somos Amigos e Filhos de Deus.
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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f) Também posso vencer o individualismo?
Atentamos para possibilidade de uma mudança de posição, deslocar-se do fronte
da soberba para as fileiras de um espírito Cristocêntrico. Despindo o ego, isso irá
acontecer! Basta o reconhecimento que o estado atual é algo prejudicial ao próprio
portador deste e buscar a cura, e é lógico dentro das verdades bíblicas.
Veja o que elas dizem:
―A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra‖. Pv
29.23.
―Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência
dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo‖. Jo 2.16.
O homem costuma a produzir tudo aquilo que esta dentro do seu interior, e em
si, ele é aquilo em que pensa constantemente (Pv 23.7). Isso quer dizer que um coração
cheio de coisas más (palavrões, imoralidades, soberba, presunção, orgulho e etc) joga
pra fora todo seu conteúdo (Mc 7.21-23).
Um bom remédio é poder condicionar a mente a voltar-se para coisas boas, para
atividades que venham proporcionar lazer e distração. Escrever, ler, assistir bons
programas, participar de palestras e etc.
Canalizemos as energias furtivas e os interesses mesquinhos num cesto de lixo e
coloquemos em seu lugar a palavra da vida que muito pode nos ajudar. Veja o que ela
diz:
―Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra‖. Cl 3.1.
―Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o
que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há
alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai‖. Fp 4.8.
De alguma maneira nós temos algum tutor nesta vida, alguém que nós
espelhamos e formamos nossas opiniões e caráter. Em toda nossa vida iremos aprender,
e somando as experiências teremos formado o nosso ser.
Positivamente ou negativamente existem pessoas que nos beneficiam ou
prejudicam, isto é algo inevitável na vida, mas nunca existirá para aquele que ainda esta
vivo a falta de oportunidade de recomeçar.
O homem pode ter as piores credencias possíveis, mas Jesus Cristo veio torna-lo
diferente. No inicio do livro dissemos que: O ser humano é uma criação divina, pois tem
em si o reflexo do caráter de Deus, porém o homem por causa do pecado deformou este
caráter. Em Jesus esse mesmo homem é humanizado, em outras palavras é revestido de
condições de voltar a ter o caráter original.
―Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo...‖. Rm 13.14.
―E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine
em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós
abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos
outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em
vosso coração‖. Cl 3.16
Não deixemos de buscar a oportunidade de crescer em entendimento (2 Pe 3.18).
A expressão ―o homem é humanizado em Cristo‖, vem definir o desejo de Deus
para com este ser pessoal que Ele criou, e demonstrar sentimentos de forma horizontal
PAULO FRANCISCO DOS SANTOS
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(homens entre os homens) e verticalmente (homem e Deus) revelando a figura do
Supremo em um caráter totalmente moldado, ou que se molda a sua vontade.
Esse homem humanizado é chamado também de novo homem que recebe pela
graça divina condições de vencer o egocentrismo, manifestando em sua vida uma reação
em cadeia que revela quão amigo e filho de Deus ele se transformou em Cristo Jesus.
Quando fazemos a referencia ao novo homem que surge em Cristo, vemos as
coisas ruins do velho sendo retiradas para surgir às qualidades que irão suplantar o
individualismo que reinou até ser ab-rogado do seu pedestal pela vitória que torna este
novo homem em um ser totalmente Cristocêntrico.
A humildade deve ser vestida pelo novo homem e demonstrar com ela a
mudança que Cristo faz no viver (I Pe 5.5). O equilíbrio, temperança ou domínio
próprio é um dos gomos do fruto do Espírito (Gl 5.22) que capacita o dar, o retribuir
generosamente de um espírito bom e que se coloca no lugar do próximo, transmitindo
toda compaixão que vem do céu (Rm 5.5) e procurando sempre o bem estar e a
promoção daquele que está perto ou até mesmo distante, transparecendo o amor
fraternal da amizade adquirida por Cristo e compartilhada pela fé e dependência do
Espírito Santo.
“Vencendo o individualismo”
novo homem humildade equilíbrio paciência doação
bondade compaixão promoção amizade dependência
―FILHO E AMIGO DE DEUS‖
RECLINADO NO SEIO DO AMOR
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Conclusão
O homem precisa de Deus.
O homem só é completo quando vive para Deus.
O homem tem tudo para ser feliz quando decide parar, dar meia volta, deixar
para trás o pecado e ir para os braços de Deus.
A maior doença de alma é o estado de separação que foi erradicada pela graça
redentora de Cristo Jesus.
Mediante uma fé viva a cura é aplicada.
O medo, individualismo, inimizade e incredulidade são inimigos que não
resistem a essa vacina ministrada pelo médico dos médicos.
O apóstolo João disse: ―Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê que
Jesus é o Filho de Deus?‖ (1 Jo 5.5).
Jesus nos concedeu vitória.
Sendo vencedores nós podemos ocupar a privilegiada posição de amigos do
grande Rei e assim estar ―RECLINADOS NO SEIO DO AMOR!‖