Upload
ponte-de-luz-asec
View
40
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
� Os seres humanos, premidos pelo medo do desconhecido, sempre pensaram em devolver à natureza o que da natureza é.
� O mais comum é devolver à terra . Contudo, há também a cremação.
� Os aspectos religiosos têm um peso muito grande na forma como nos desfazemos desses restos mortais. O cristianismo, por exemplo, opõe-se a qualquer tipo de destino que não seja a terra.
� Epidemias, necessidade de espaço e outras considerações acabaram resultando na escolha também da cremação.
3
CREMAÇÃO, INUMAÇÃO E EXUMAÇÃO
4
CREMAÇÃO
� Cremação vem de cremare, significando incinerar ou queimar.
� É a combustão do corpo de forma rápida, feita em forno especial, que produz calor de 1.100º c a 1.370º c. Os ossos se reduzem a cinzas, que podem ser guardadas em urnas.
� É um método muito antigo e asséptico, pois ocupa pouco espaço e do corpo sobram apenas cinzas, que são desfeitas com facilidade.
5
INUMAÇÃO E EXUMAÇÃO
� O verbo inumar quer dizer sepultar ou enterrar. É isso que, com maior frequência, acontece no Ocidente.
� Exumar, que é um verbo composto por ex + humus
(terra), e significa desenterrar ou retirar de dentro da terra.
6
7
DADOS HISTÓRICOS DA CREMAÇÃO
DADOS HISTÓRICOS DA CREMAÇÃO
� A cremação é um dos processos mais antigos praticados pelo homem.
� Em algumas sociedades este costume era considerado corriqueiro e fazia parte do quotidiano da população, por se tratar de uma medida prática e higiénica.
� Alguns povos utilizavam a cremação para rituais fúnebres: � os gregos, por exemplo, cremavam seus cadáveres por
volta de 1.000 A.C. � os romanos, seguindo a mesma lista de tradição,
adotaram a prática por volta do ano 750 A.C.
8
DADOS HISTÓRICOS DA CREMAÇÃO
� Nessas civilizações, como a cremação era considerada um destino nobre aos mortos, o sepultamento por inumação ou entumulamento era reservado aos criminosos, assassinos, suicidas e aos fulminados por raios (considerada até então uma "maldição" de Júpiter). As crianças falecidas mesmo antes de nascerem os dentes também eram enterradas.
� No Japão, a cremação foi adotada com o advento do Budismo, em 552 D.C, importado da China. Como em outras localidades, ela foi aceite primeiramente pela aristocracia e a seguir pelo povo.
� Incentivados pela falta de lugares para sepultamento, pois o Japão possui pouquíssimo espaço territorial, os japoneses incrementaram significativamente a prática.
9
DADOS HISTÓRICOS DA CREMAÇÃO
� Em 1867, foi promulgada uma lei que tornava obrigatório incinerar as pessoas mortas por doenças contagiosas para um controlo sanitário eficaz e eficiente, bem como para racionalizar e obter melhor uso da terra.
� Os cidadãos passaram a considerar normal cremar todos os mortos e todas as religiões passaram a recomendá-la.
� Porém, há religiões que não recomendam a cremação. A Igreja Católica, por exemplo, permite a cremação se não for feita com a intenção materialista , de negação da ressurreição dos corpos, mas até recomenda «vivamente» a prática de enterrar os corpos.
10
DADOS HISTÓRICOS DA CREMAÇÃO
� Mas a prática permaneceu usual no mundo oriental: indianos e japoneses sempre foram adeptos da cremação.
11
Em Bali, os corpos flutuam em chamas pelas ruas até um terreno, onde eles são transferidos para um recipiente.
DADOS HISTÓRICOS DA CREMAÇÃO
12
Cerimónia de cremação nas margens do Ganges, na Índia.
DADOS HISTÓRICOS DA CREMAÇÃO
� Desde o princípio, mesmo invocando-se pretexto de salubridade pública, a cremação foi tida como contrária à fé cristã, por atentar basicamente contra o dogma da imortalidade da alma e da ressurreição dos corpos, tomando-se tal prática como destruição total e definitiva dos homens, após a morte.
� Por esses motivos, houve muita hostilidade contra o catolicismo, num Congresso sobre Cremação, em 1882. E o Código Canónico de 1917 proibiu expressamente a prática das cremações.
13
DADOS HISTÓRICOS DA CREMAÇÃO
� Na Segunda metade do século XX, por volta dos anos 70, já se
registavam cerca de 300 mil cremações anuais, na Inglaterra,
representando quase que a metade do total das mortes ocorridas,
e havendo mais de 190 crematórios em operação.
� Esse avanço foi feito, em vários aspectos da matéria, após a
Segunda Grande Guerra, inclusive melhorando-se a arquitetura e
desenvolvendo-se os “jardins da recordação”, ligados a cada
crematório, onde as cinzas do morto podiam ser enterradas,
guardadas ou espalhadas.
� Ao mesmo tempo, inovações técnicas não foram negligenciadas,
de tal forma que o processo pelo qual o morto era reduzido a
cinzas passou a ser executado numa velocidade cada vez maior.
14
DADOS HISTÓRICOS DA CREMAÇÃO
� O incremento de aceitação da idéia de
cremação é observado em várias
partes do mundo.
� Nos países escandinavos (Suécia,
Noruega, Dinamarca, Islândia e
Finlândia) e em todos os países da
Europa onde há sociedades de
cremação, os crematórios são
instalados nas áreas mais densamente
povoadas e tem aumentado o número
de cremações.
� O progresso foi ainda maior na Austrália
e na Nova Zelândia onde, em cada
caso, as cremações vão além de 30%
do total das mortes.15
16
VISÃO ESPÍRITA DA CREMAÇÃO
VISÃO ESPÍRITA DA CREMAÇÃO
� O Espiritismo não proíbe a cremação de cadáveres, mesmo porque nada é proibitivo no Espiritismo, pois é uma Doutrina de liberdade mas, antes de tudo, uma Doutrina da conscientização.
� Recomenda, todavia, muita cautela para aqueles que venham adotar o procedimento da cremação de cadáveres, em substituição a inumação.
�PORQUÊ?
17
VISÃO ESPÍRITA DA CREMAÇÃO
� Nosso corpo material, que é energia densificada, liga-se ao Espírito, Ser Inteligente de essência sublimada, através do perispírito, elemento mediador entre os dois corpos de naturezas extremamente diferentes.
� O perispírito é um envoltório semimaterial do Espírito, constituído de substância etérea e sutil, mais fluídica do que material, sendo que esta parte material é muito menos densa do que a matéria do corpo de carne.
18
VISÃO ESPÍRITA DA CREMAÇÃO
� Para dar vida ao corpo carnal, o perispírito se liga a ele, célula a célula, elemento a elemento, como se existissem feixes de fios fluídicos, estabelecendo a conexão celular material com o Espírito.
� Assim, tudo o que se passa no corpo material, o Espírito toma conhecimento através da ligação
existente e, no sentido inverso, todas as decisões, ordens, desejos, vontades e até mesmo todos os sentimentos do Espírito chegam à estrutura celular ou nela se refletem, através do mesmo canal fluídico.
19
VISÃO ESPÍRITA DA CREMAÇÃO
� Sendo assim, o fenómeno da morte nada mais é do que o desligamento de todos os fios fluídicos do perispírito, liberando o Espírito do cárcere material. Uma vez ocorrido tal desligamento no processo da morte, o Espírito não pode voltar a animar aquele que foi o seu veículo de carne.
20
21
MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO
MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO
� Na morte encefálica ocorre uma alta pressão e, por isso, o sangue deixa de circular no cérebro e os neurónios ficam inchados e se rompem, e, não havendo qualquer transmissão de impulso entre os neurónios, as células param de funcionar.
� A parada é irreversível e, em mais ou menos 48 horas, todos os demais órgãos deixam de funcionar, a não ser que sejam mantidos com aparelhos.
� Portanto, deve-se deixar claro que, mesmo que uma pessoa tenha os batimentos cardíacos, ou seus pulmões ou rins funcionando, no estágio atual da medicina, não poderá se recuperar, se já tiver ocorrido a morte encefálica.
22
MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO
� Ao Espiritismo cabe analisar um fenómeno ligado à morte, mas que não ocorre necessariamente no mesmo momento, que é a desencarnação, já que esta se processa na dimensão espiritual.
23
MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO
� Questão 154: - “A separação da alma e do corpo é dolorosa?”
� “Não; o corpo, frequentemente, sofre mais durante a vida que no momento da morte; neste, a alma nem sente. Os sofrimentos que às vezes se provam no momento de morte são um prazer para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio”.
� Questão 155: - “Como se opera a separação da alma e do corpo?”
� “Desligando-se os liames que a retinham, ela se desprende”.
24
MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO
� Questão 155-a: - “A separação se verifica instantaneamente, numa transição brusca? Há uma linha divisória bem
marcada entre a vida e a morte?”
� “Não; a alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo que fosse libertado. Os dois estados se tocam e se confundem, de maneira que o Espírito se desprende pouco a pouco dos seus liames; estes se soltam e não se rompem”.
� “A observação prova que no instante da morte, o desprendimento do espírito não se completa subitamente; ele se opera gradualmente, com lentidão variável, segundo os indivíduos.
25
MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO
� Para uns, é bastante rápido e pode dizer-se que o momento da morte é também o da libertação, que se verifica logo após.
� Noutros, porém, sobretudo naqueles cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento é
26
muito mais demorado, o que não implica a existência no corpo de nenhuma vitalidade, mas a simples persistência
de uma afinidade entre o corpo e o Espírito (...)
MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO
� É lógico admitir que, quanto mais o Espírito estiver identificado com a matéria, mais sofrerá para separar-se dela.
� Por outro lado, a atividade intelectual e moral e a elevação dos pensamentos operam um começo de desprendimento, mesmo durante a vida corpórea, e quando a morte chega é quase instantânea.
� Analisando a perturbação espírita no momento da morte, Kardec, na questão 164 de “O Livro dos Espíritos”, faz a seguinte indagação: - “Todos os Espíritos experimentam, num mesmo grau e pelo mesmo tempo, a perturbação que
se segue à separação da alma e do corpo?”
27
MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO
� “Não, pois isso depende da sua elevação. Aquele que já está depurado se reconhece quase imediatamente, porque se desprendeu da matéria durante a vida corpórea, enquanto que o homem carnal, cuja consciência não é pura, conserva por muito mais tempo a impressão da matéria”.
� “A duração da perturbação de após morte é muito variável: pode ser de algumas horas, como de muitos meses e mesmo de muitos anos.
28
MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO
� Nas mortes violentas, por suicídio, acidente, ferimentos, etc., o Espírito é surpreendido, espanta-se, não acredita que esteja morto e sustenta teimosamente que não morreu. Vê o seu corpo, sabe que é dele, mas não
compreende que esteja separado. Surpreendido pela morte imprevista, o espírito fica aturdido com a brusca mudança que nele se opera. Para ele, a morte é ainda sinónimo de destruição, de aniquilamento; ora, ..., como ainda vê e escuta, não se considera morto [...]
29
MORTE ENCEFÁLICA E DESENCARNAÇÃO
� Morrer não é libertar-se facilmente. Para quem varou a existência na Terra entre abstinências e sacrifícios, a arte de dizer adeus é alguma coisa da felicidade ansiosamente saboreada pelo Espírito, mas para o comum dos mortais, afeitos aos “comes e bebes” de cada dia, para os senhores da posse física, para os campeões do conforto material e para os exemplares felizes do prazer humano, na mocidade ou na madureza, a cadaverização não é serviço de algumas horas. Demanda tempo, esforço, auxílio e boa vontade.
(Irmão X. Escultores de Almas. Francisco Cândido Xavier)
30
31
SITUAÇÃO DO ESPÍRITO NO MOMENTO DA CREMAÇÃO
SITUAÇÃO DO ESPÍRITO NO MOMENTO DA CREMAÇÃO
� Se com a morte, como vimos, o Espírito está totalmente desconectando do corpo material, poderíamos concluir, de imediato, que tudo o que fosse feito com o cadáver, não deveria atingir o Espírito, por falta de ligações reais. Assim, poderíamos cremar o cadáver. Mas as coisas podem não ser bem assim, porque o Espírito, mesmo liberto da matéria, continua a pensar e a ter desejos e sentimentos.
� Para as criaturas ainda não totalmente espiritualizadas, que viveram na Terra muito apegadas aos bens materiais, a morte não impede que o pensamento do Espírito esteja concentrado no seu cadáver, por uma espécie de saudade, e por se reconhecer, daquele momento em diante, impedido de usufruir um instrumento carnal para fazer as coisas que estavam acostumadas a fazer.
32
SITUAÇÃO DO ESPÍRITO NO MOMENTO DA CREMAÇÃO
� Emmanuel, no livro “O Consolador”, psicografado por Chico Xavier, quando lhe perguntam se o Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos, a resposta é a seguinte: � “Na cremação, faz-se fundamental exercer a caridade
com os cadáveres, procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o espírito desencarnado e o corpo
onde se extinguiu o ‘tonus vital’, nas primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que aindasolicitam a alma para as sensações da existência material”.
33
� Léon Denis (“O Problema do Ser”), diz: “Em tese geral, a cremação provoca desprendimento mais rápido, mais brusco e mais violento, doloroso mesmo para a alma apegada à Terra por seus hábitos gostos e paixões. É necessário certo desapego antecipado dos laços materiais, para sofrer sem dilaceração a operação crematória. Nos países Ocidentais, em que o homem psíquico está poucodesenvolvido, pouco preparado para a morte, a inumação deve ser preferida porque permite aos indivíduos apegados à matéria que o Espírito lhes saia lenta e gradualmente do corpo; mas, precisa ser rodeada de grandes precauções”.
34
SITUAÇÃO DO ESPÍRITO NO MOMENTO DA CREMAÇÃO
� Chico Xavier: “Já ouvimos Emmanuel a esse respeito, e ele diz que a cremação é legítima para todos aqueles que a desejem, desde que haja um período de, pelo menos, 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer forno crematório, o que poderá se verificar com o depósito de despojos humanos em ambiente frio”.
� O pesquisador Richard Simonetti, em seu trabalho “Quem tem Medo da Morte”, regista que “nos fornos crematórios de SP, espera-se o prazo legal de 24h, inobstante o regulamento permitir que o cadáver permaneça na câmara frigorífica pelo tempo que a família desejar”, observando que os “Espíritas costumam pedir três dias”, mas “há quem peça sete”.
35
SITUAÇÃO DO ESPÍRITO NO MOMENTO DA CREMAÇÃO
� Se pudéssemos, pediríamos tempo para os mortos. Se a lei divina fornece um prazo de noves meses para que a alma possa renascer no mundo com a dignidade necessária, por que razão o morto deve ser reduzido à cinza com a carne ainda quente? Que mal poderá trazer aos vivos o defunto inofensivo, sem qualquer personalidade nos cartórios? Não seria justo conferir pelo menos três dias de preparação e refazimento ao
peregrino das sombras para adesistência voluntária dos enigmas que o afligem na retaguarda?
(Irmão X. Escultores de Almas.
Francisco Cândido Xavier)
36
SITUAÇÃO DO ESPÍRITO NO MOMENTO DA CREMAÇÃO
37
CO
NC
LUS
ÃO
CONCLUSÃO
� Muito mais importante que semelhantes cuidados seria cultivarmos uma existência equilibrada, marcada pelo esforço da auto-renovação e da prática do Bem, a fim de que, em qualquer circunstância de nossa morte, libertemo-nos prontamente, sem traumas, sem preocupação com o destino de nosso corpo.
� Se o espírito estiver muito ligado ao corpo físico vai doer e a sensação de dor, como já vimos, é um registo arquivado no espírito.
� Não podemos desconsiderar, porém, a grandiosidade da misericórdia Divina, o trabalho abnegado de trabalhadores espirituais e do próprio guia do desencarnante, para que o processo seja o mais ameno possível.
38
CONCLUSÃO
� Chico Xavier informa-nos que 72 horas seria o tempo ideal, mas, 48 horas, com oração, equilíbrio emocional e fé na vida futura, com certeza, promoverão a mobilização das grandes equipes socorristas responsáveis pelo processo de desencarnação para que tudo corra bem.
� O medo da morte ou o temor de que o corpo sofra com o fogo não devem existir. Pelo conhecimento e o desapego às coisas materiais, descobre-se que o corpo físico é passageiro, é máquina de que se serve o Espírito para cumprir suas tarefas.
39
CONCLUSÃO
� Há, todavia, Espíritos que se apegam ao corpo, mormente, quando não têm esclarecimentos e desencarnam em processos violentos. Mas, mesmo nos países em que, com frequência, procede-se à cremação do corpo, isso não é imposto pela lei; cada pessoa o escolhe de acordo com a sua consciência.
� Há mais questões que podem ser respondidas pela pesquisa sobre o assunto. Mas o Espiritismo não recomenda nem proíbe a cremação. Depende da consciência de cada um.
40