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sexta-feira, 24 de junho d e 2022 12:44:20 Transição manual dos Slides Música: No one like you-Ernesto Cortazar Pesquisa e Formatação A Cola infalível (Sobre texto de Ivone Molinaro) HELIO CRUZ

A cola infalível

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Page 1: A cola infalível

1 de maio de 202310:15:52

Transição manual dos SlidesMúsica: No one like you-Ernesto Cortazar

Pesquisa e Formatação

A Cola infalível(Sobre texto de Ivone Molinaro)

HELIOCRUZ

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Os tarefeiros do Mestre estão sempre atentos junto de nós, buscando relembrar-nos os ensinos do Evangelho, que é o código de conduta que devemos seguir em nossa vida. Assim, em agosto de 1997, um amigo espiritual, que se identificou como “O filósofo aprendiz”, passou-nos a seguinte história simbólica: “Quando pequena ainda, ao quebrarem-se seus brinquedos, ela aprendeu com a mãe amorosa a colá-los, pedaço a pedaço, usando cola normal. Já maior, colou cadernos, livros, gravuras, sempre a contento. Mais tarde, operando em sua casa, ao romperem-se utensílios de uso, conseguia recuperá-los, colando-os sempre, pacientemente.

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Contudo, num determinado tempo, deu-se o imprevisto: a dor a invadiu, rompendo-lhe o coração, a dor do desamor, a dor do abandono, a dor terrível da solidão. E seu coração angustiado, oprimido, quebrou-se em retalhos tão pequenos, em tantos pedacinhos, que ela chorou, chorou, chorou! Recolheu os pedacinhos, e, ansiosa, buscou colá-los, sem êxito algum. Os pedaços não se uniam, para desespero seu, apesar de tantas diferentes colas que lhe foram aconselhadas. Triste, em desalento, levantou os olhos interiores a Jesus, e orou, pedindo ajuda. E o Mestre veio, de mansinho, com suavidade majestosa de Espírito Puro.

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Aproximou-se dela, afagou-a, beijando-lhe a testa febril. Cuidadosamente, com muita ternura e respeito, foi meigamente recolhendo os pedacinhos daquele coração tão quebrado, que até já ameaçava parar de trabalhar. E, no toque de Sua luz, os pedacinhos se encaixaram e uniram, sem que restasse marca do acidente anterior. Deslumbrada e emocionada, banhada pelo pranto da gratidão, ela tocou-lhe nas mãos estendidas em sua direção e, com timidez, lhe perguntou: Mestre, obrigado! Mas, diga-me, que cola o Senhor usou? E Ele, com Sua voz sublime, cheia de modulações cariciosas, esclareceu: Minha irmã querida, eu usei a única cola capaz de colar corações fragmentados pelo desamor, a cola do Perdão.

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“Reconcilia-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te entregue ao juiz, e que o juiz te entregue ao seu ministro, e sejas mandado para a cadeia. Em verdade te digo que não sairás de lá, enquanto não pagares o último ceitil.” (Mateus, V: 25e 26)Realmente, perdoar é uma das mais difíceis conquistas morais para nós, espíritos, ainda imperfeitos, jornadeando aqui na Terra. Essa nossa dificuldade se deve ao orgulho que, irrefletidamente, cultivamos. No entanto, Jesus foi bem claro no Sermão do Monte: “Bem-aventurados os misericordiosos”. (Mateus, 5:7).

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E ser misericordioso é suportar como cristão os defeitos alheios, relevar os agravos recebidos, renunciar a propósitos de vingança, não guardar ressentimento, e estar sempre pronto a servir quem o ofendeu. Aliás, o perdão faz parte ativa da caridade. Já está comprovado pela medicina que o perdão é agente terapêutico indispensável na preservação da saúde física e mental.O perdão é uma necessidade fundamental da vida. É impossível ter uma vida saudável emocional, física e espiritualmente sem o exercício do perdão. Quem não perdoa não pode orar. Quem não perdoa não pode trazer sua oferta ao altar. Quem não perdoa não pode ser perdoado. Quem não perdoa adoece fisicamente. Quem não perdoa é entregue aos verdugos e flageladores da consciência. O perdão é até mesmo uma questão de bom senso.

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Quando guardamos mágoa de alguém, acabamos nos tornando prisioneiros dessa pessoa. Ela nos escraviza e nos mantém em cativeiro. Quando nutrimos mágoa de alguém, esse alguém nos perturba continuamente. Se vamos nos assentar para tomar uma refeição, essa pessoa tira o nosso apetite. Se vamos sair de férias, essa pessoa pega carona conosco. Perdoar é a única maneira de quebrar essas correntes e ficarmos livres.O perdão deve ser ilimitado. Jesus nos ensina a perdoar até setenta vezes sete. Essa cifra não é literal. Ela aponta setenta vezes o número sete, o número da perfeição. O perdão é ilimitado, pois é dessa forma que Deus nos perdoa. Jesus deixou esse fato claro na sua parábola do credor incompassivo.

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O perdão é o caminho da cura das feridas. É a ponte de reconciliação das relações quebradas. O perdão é o remédio divino para os relacionamentos enfermos. O perdão é o bálsamo do céu para aqueles que andam machucados e feridos pela mágoa. Hoje é tempo de perdoar. Hoje, é tempo de pedir perdão. Hoje, é tempo de restaurar relacionamentos dentro da nossa casa e da igreja, a fim de vivermos uma vida plena, maiúscula e abundante. Perdoar é libertar-se da dor, é retirar de nós um fardo que não escolhemos mas que aceitamos carregar. Não escolhemos ser ofendidos, não pedimos para ser caluniados, não queríamos ser enganados, essas escolhas não foram nossas, mas se as retivermos dentro do nosso coração estaremos aceitando o peso do sofrimento que esses sentimentos causam na nossa alma.

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Quando permitimos que esses sentimentos permaneçam dentro de nós estamos aceitando o fardo da dor e do sofrimento, afastando assim a possibilidade de um recomeço. Tenha em mente que quem ofende, engana, trapaceia, é sempre alguém que ainda está em um processo de recuperação de si mesmo, de seus valores e princípios, é alguém que se perdeu, não se deixe perder junto dele. Se alguém te ofendeu, continua sendo a pessoa que você é e não quem ele disse que você era. Se alguém te traiu, conserva tua dignidade. Se alguém te enganou permanece honesto e no caminho certo. Se todos se viraram contra você, continua de frente consigo mesmo. Se roubarem a tua paz, mantenha sereno o teu coração.

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O maior beneficiado com o perdão não é o ofensor (que ainda tem que acertar contas com sua própria consciência), mas sim o ofendido, porque uma vez liberto desse sentimento que o aprisiona estará apto a prosseguir com sua própria vida mais leve e sereno, pois o perdão acalma o coração de quem perdoa deixando-o mais lúcido para tomar decisões e fazer novas escolhas.Perdoar é saudávelÉ muito triste quando um amigo nos engana e nos desaponta profundamente. No entanto, mágoa, rancor e tristeza só nos prejudicarão ainda mais; o melhor é sempre perdoar e nos libertar das emoções negativas. Acumular emoções negativas empobrece o espírito e afeta de forma danosa o corpo, originando doenças mentais e físicas.

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Perdoar é abrir mão de julgarÉ preciso que compreendamos que seres humanos são falhos e esta é uma característica que faz parte da personalidade de cada um, assim, conviver com as fraquezas de nossos amigos também faz parte da amizade. Claro que existem situações que não se pode aceitar, mas procure não ser tão severo. Pode ser que seu amigo não o tenha traído de forma proposital ou talvez não tenha avaliado bem o efeito do que fez. Pode ser que ele compreenda a situação de forma diferente e até acredite que tenha agido certo e pode ser ainda que realmente o quis prejudicar. Não vale a pena condená-lo; deixe que ele compreenda por si o que fez.

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Perdoar não é esquecerAinda hoje vemos o perdão ser confundido com esquecimento; muitos dizem: "perdoar é esquecer a ofensa recebida" ou "se não esqueceu; não perdoou". Isso tem dificultado a execução do perdão, porque a menos que a pessoa sofra um processo de amnésia, não será possível simplesmente esquecer. Perdoar não é esquecer; é, essencialmente, deixar de sofrer. Também não significa voltar a ter o mesmo relacionamento que tínhamos antes com a pessoa que nos magoou. A quebra de confiança é um processo muito lento de se recompor, embora possível pelo esforço das partes envolvidas, mas essa é outra escolha. Perdoar é esquivar-se de sentimentos destruidores e sequer desejar o mal, mesmo lembrando-se do mal sofrido.

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Perdoar é se libertarOutra falsa ideia é acreditar que pelo perdão beneficiamos quem nos prejudicou ou causou mal. O perdão é benefício para quem perdoa; provoca a paz já que liberta a pessoa da dor causada pelo outro. Perdoar é, acima de tudo, libertar-se de tudo o que envolve o fato doloroso, aprendendo com a experiência e sendo mais precavido. Perdoar não é fazer de conta que nada aconteceu, não significa "tapar o sol com a peneira"; muito pelo contrário. É preciso levar em conta a experiência, rever a situação, a relação, enfim, tudo o que envolve o acontecimento. Perdoar é fazer isso com sabedoria, livrando-se do sofrimento; é sair da tristeza para a alegria com sabedoria e discernimento.

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Perdoa, pois, o amigo que não soube valorizar o apreço com que o tinha e promova a paz em sua própria vida. Dia virá, asseverou-nos o Mestre, em que o amor irrestrito assenhorar-se-á de nossos corações, destruindo mágoas, e transformando nossa Terra em mundo de verdadeira felicidade. Só depende de nós.

Muita Paz!

Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br

Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.