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CARCINICULTURA SISTEMAS DE CRIAÇÃO DE CAMARÕES

Sistemas de criação

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CARCINICULTURA

SISTEMAS DE CRIAÇÃO

DE CAMARÕES

INTRODUÇÃO

• “FASE DE ENGORDA”: Denominação errada.

• Sabendo corretamente como denomina-se esta fase de criação de

camarões, apresentaremos as diversas formas de criação, com as

determinadas vantagens e desvantagens de cada sistema e suas

peculiaridades.

Tipos de sistema de criação

• Extensivo

• Semi-extensivo

• Semi-Intensivo

• Contínuo

• Intermitente

• Intensivo

VARIAÇÕES NOS SISTEMAS DE

PRODUÇÃO• Monocultivo;

• Policultivo;

• Cultivo consorciado;

• Cultivo em tranques-rede;

EXTENSIVO

• Criação de camarões de forma tradicional. Se aproxima o

máximo de seu ambiente natural.

• Utilizado como subsistência.

• Custos de implantação são baixos.

EXTENSIVO

• Praticado em corpos de água (represas);

• Precários e sem o emprego de tecnologias adequadas;

• Baixa densidade de povoamento;

• Não ocorre um controle zootécnico;

• Praticado em alguns países da Ásia (Vietnã);

• Trabalho de realizar os povoamentos (quando necessário) e

as capturas.

SEMI-EXTENSIVO

• Criação de um programa de produção;

• Intervalo entre povoamento e despesca são curtos;

• Demanda um pouco mais de mão-de-obra que o

extensivo.

EXTENSIVO

INTENSIVO• Produção mais tecnificada

e com maior tecnologia

dentro dos sistemas de

criação de camarões.

• É o mais artificial possível e

o mais controlado em

termos de ambiência.

INTENSIVO

• Viveiros pequenos (até 0,2

ha)

• Fundo natural ou de

alvenaria.

• Alta taxa de renovação da

água;

• Melhor eliminação de

resíduos e aeração contínua.

• Povoamento com juvenis;

• Densidade superior a 20/m².

INTENSIVO

• Alimentação total com ração balanceada;

• Suprir as necessidades nutricionais dos camarões.

• Ausência de predadores e competidores;

• Alto controle zootécnico da produção;

• Produtividade pode superar 5000 kg/ha/ano.

SEMI-INTENSIVO

• Avanço nas operações,

investimentos e

dedicação do produtor -

> área um pouco mais

tecnificada.

• É um sistema de criação

que se aproxima do

artificial.

• A criação semi-intensiva

de camarões é a mais

SEMI-INTENSIVO

• Construídos viveiros de 0,1 a 0,5 ha, escavados no solo;

• Entrada de água e escoamento individuais;

• Realiza-se a Fertilização;

• Controle zootécnico presente;

• Povoamento com pós-larvas ou juvenis de até três

meses;

• Densidades entre 4 a 20/m²;

• Fornecimento de uma ração balanceada;

• Produtividade entre 500 a 4500 kg/ha/ano;

SEMI-INTENSIVO

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

CONTÍNUO• Lotes de pós-larvas são introduzidos periodicamente

dentro dos viveiros.

• Mensalmente uso de rede de arrasto para retirar os

camarões com tamanho ideal para a venda;

• Fornece camarões o ano todo e de tamanho uniforme,

conforme a malha da rede utilizada;

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

CONTÍNUO• Viveiros cheios por longo tempo.

• Avanço do processo de sucessão

• Maior desenvolvimento e diversificação das comunidades bióticas;

• Ambiente quase que semelhante a natureza;

• A interação entre os componentes da comunidade é mais

intensa.

• Arrastos são fatores de estresse periódico e constante e realizados

para as despescas seletivas;

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

CONTÍNUO

• Aumento das interações intraespecíficas.

• Ocorrência de canibalismo e inibição do crescimento devido à

estrutura social.

• Presença de camarões adultos no viveiro.

• Reduz a quantidade de predadores interespecíficos para pós-

larvas e juvenis;

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

CONTÍNUO

Uso de rede de arrasto

Sistema semi-intensivo contínuo com

tanques rede.

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

INTERMITENTE

• Camarões estocados apenas no início da criação. • Maioria atinge o tamanho comercial, viveiros são esvaziados e ocorre a coleta

e comercialização, e após reinicia-se a operação.

• Despescas seletivas intermediárias.• Retirar camarões de tamanho comercial precoce (machos dominantes e as

fêmeas maduras).

• Cultivo muito utilizado em locais de condições climáticas que não são adequadas o ano todo. Períodos de seca e/ou baixas temperaturas.• Cultivo apenas na época adequada.

• Após a despesca, viveiros permanecem vazios à chegada da próxima estação climática favorável.

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

INTERMITENTE

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

INTERMITENTE• Sucessão ecológica em curto período.

• Esvaziamento do viveiro, fator ecológico catastrófico, truncando o

desenvolvimento do ecossistema.

• Quando enchido novamente a outro povoamento reinicia-

se o processo sucessional.

• Comunidades presentes são sempre estágios serais bem iniciais.

• Poucas interações entre os indivíduos.

• Alta produção líquida da comunidade e poucos consumidores de

ordem elevada.

SISTEMA SEMI INTENSIVO –

POVOAMENTO

PÓS-LARVAS RECÉM-

METAMORFOSEADAS• Fase inicial de intensa competição e pressão de

predação.

• A alimentação alóctone será mais utilizada pelos outros

organismos detritivos

• Camarões, podem suprir suas necessidades a partir do alimento

natural.

• A alimentação fornecida

• Incrementar as populações de organismos da fauna bentônica com

benefício ao cultivo.

• 2/3 meses de povoamento.

• Camarões se transformam nos grandes consumidores do

ambiente.

Povoamento com pós-larvas recém

metamorfoseadas.

Intensa competição e predação.

Alimentação fornecida

Desenvolvimento da fauna bentônica

Todos os bentos tornam-se presas e

alimentos dos camarões

Após 2/3 meses

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

INTERMITENTE - POVOAMENTO COM

JUVENIS• Introduzidos na comunidade como predadores de uma

ordem mais elevada.

• A competição e pressão de predação são reduzidas.

• Alimentação alóctone pode ser aproveitada diretamente pelos

camarões.

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

INTERMITENTE• Esvaziamento dos viveiros.

• Reduz a diversificação e o desenvolvimento de predadores e

competidores.

• Diminui interações intraespecíficas negativas devido à remoção

completa dos adultos na despesca total.

• Povoamento após o enchimento do viveiro.

• “Efeito de chegada”, organismos que se instalam primeiro têm

mais chances de sucesso competitivo num primeiro momento.

SEMI-

INTENSIVO

INTERMITENTE

NÍVEIS

TECNOLÓGICO

S

BAIXA TECNOLOGIA

Povoamento dos viveiros com pós-larvas recém-

metamorfoseadas (povoamento direto).

Baixas densidades, de 4 a 10/m².

Manejo alimentar é imperfeito e são fornecidas

rações de baixo custo.

Controle da qualidade da água é pequeno e

rudimentar.

Um ciclo anual de produção é realizado.

Produtividade: 500 a 1500 kg/ha/ano

SEMI-

INTENSIVO

INTERMITENTE

NÍVEIS

TECNOLÓGICO

S

MÉDIA TECNOLOGIA

PLs pré-estocadas em tanques ou viveiros berçários.

Povoamento realizado com juvenis.

Baixas densidades, de 4 a 10/m².

Manejo alimentar adequado: rações balanceadas de

acordo com as exigências nutricionais.

Controle de qualidade da água mais eficiente.

Até 2 ciclos anuais de produção.

Produtividade: 1500 a 2500 kg/ha/ano.

SEMI-

INTENSIVO

INTERMITENTE

NÍVEIS

TECNOLÓGICO

S

ALTA TECNOLOGIA*

Pré-cultivo bifásico (Duas fases de berçário antes de

serem estocados nos viveiros de crescimento)

Povoamento realizado com juvenis.

Média/Alta densidade: 12 a 20/m²

Manejo alimentar adequado: rações de boa

qualidade e balanceadas quanto à exigência

nutricional.

Sistemas de aeração artificial.

Rigoroso controle da qualidade da água.

(Monitoramento contínuo)

3 ciclos de produção. Produtividade de 3000 a

4500kg/ha/ano.*Os cultivos altamente tecnificado só podem ser

realizados em regiões sem limitações climáticas,

onde a temperatura e a disponibilidade de água

permitam a criação o ano todo.

VANTAGENS E

DESVANTAGENS

SISTEMA EXTENSIVO

VANTAGENS

Baixo custo de instalação e

operação;

Possibilidade de utilização de

policultivo.

Uso de locais que não seriam

aproveitados;

DESVANTAGENS

Baixa densidade de povoamento;

Exposição à predadores;

Sem controle de qualidade da agua

e populacional;

Dificuldade na despesca;

Produtividade inferior a 500

kg/ha/ano.

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

VANTAGENS

Maior produtividade em se comparar

com o extensivo;

Controle da qualidade da água;

Controle populacional;

Maior facilidade na despesca;

Utilização de grande parte de

alimentação natural (muito

importante).

DESVANTAGENS

Necessidade de utilização de uma

ração de alta qualidade devido a

pouca quantidade que é fornecida;

Maior custo com relação ao

extensivo;

Demanda cuidados que não eram

necessários no sistema extensivo.

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

CONTÍNUOVANTAGENS

Permite produção o ano todo;

Lotes uniformes, uma vez que é

passada a rede no diâmetro que se

quer;

Diversificação da comunidade

biótica.

DESVANTAGENS

Proporciona maior competição;

Possibilita aparecimento de

espécies mais adaptadas do que os

camarões;

Arrastos constantes para despesca

proporciona um maior estresse aos

animais;

A despesca mal feita pode ocasionar

novas interações intraespecíficas

dos camarões que ficam mais

velhos. A mais importante é o

canibalismo e inibição de

crescimento devido a estrutura

social.

SISTEMA SEMI-INTENSIVO

INTERMITENTEVANTAGENS

Despesca selecionada com animais

do tamanho desejado;

Desagregação da estrutura social,

não impedindo crescimento;

Menor competição interespecífica.

DESVANTAGENS

Produção em apenas épocas

favoráveis;

Maior trabalho de manejo na

despesca;

Por ocorrer sucessão ecológica

apenas no momento da despesca

final, ocorre maior competição com

canibalismo na inserção das larvas.

SISTEMA INTENSIVO

VANTAGENS

Produtividade imbatível;

Manejo facilidade desde a cria ate a

engorda;

Despesca facilitada;

Controle, se não total, praticamente

de toda a produção;

Camarões de melhor tamanho e

qualidade;

Menor tempo do ciclo produtivo.

DESVANTAGENS

Alto custo de alimentação;

Alto custo de estruturas;

Exige atenção e controle total;

Mínima margem de erro, visto que

os prejuízos seriam enormes devido

ao alto investimento.

MANEJO NUTRICIONAL

• Possuem requerimentos nutricionais diferentes.

• Ao longo do seu ciclo de vida.

• Com a temperatura da água.

• Maturidade sexual.

• Estratégia de crescimento ou posição que ocupa na hierarquia

social.

• Taxa de estocagem e outras condições ambientais.(Zimmermann, 1988).

MANEJO NUTRICIONAL -

REQUERIMENTOSNutrientes/Fases Crescimento Final

(<30g)

Proteína Bruta (%) 30 – 35

Fibra Bruta (%) 6 – 15

Gordura Bruta (%) 3 – 7

Cálcio (%) 2 – 4

Fósforo disponível 1 – 2

Energia (Mcal ED tilápia/Kg) 2,6 – 2,9

ENN (% max) 35Zimmermann (1991), modificado.

MANEJO NUTRICIOAL -

INGREDIENTES• No Brasil, os mais comuns utilizados são:

• Alimentos de origem animal (farinha de peixe, farinha de camarão);

• Sementes oleaginosas (farelo de soja, amendoim, algodão e girassol);

• Grãos de cereais e seus subprodutos (farelo de trigo e farinha de trigo, farelo de arroz, farelo de milho, cevada, sorgo, aveia e centeio);

• Raízes (farinha de mandioca, polvilho de mandioca, raspa de mandioca, batata, batata-doce, beterraba);

• Forrageiras (farinhas de diversas gramíneas e leguminosas, secas e moídas);

• Proteínas unicelulares (leveduras desidratadas provenientes de fermentação, algas filamentosas, fungos e bactérias);

• Aditivos (antioxidantes, emulsificantes, promotores de crescimento, atrativos e estimulantes, corantes, sal, areia, calcário, fosfatos, farinha de conchas/ostras, pré-misturas vitamínio-minerais).

Quantidade de ração fornecida

• As rações são formuladas para atender todos os

nutrientes essenciais em níveis considerados ideais, de

acordo com as diferentes fases de desenvolvimento,

condições de cultivo e intensificação.

Mostrando os tipos de rações a serem ofertadas de

acordo com as fases de crescimentoTipos de rações

Fase do camarão

Proteína bruta (%)

Larval <PL30 40 a 50

Pré-inicial 0,5 a 2,0 g 40 a 45

Inicial 2,0 a 5,0 g 40 a 45

Crescimento

5,0 a 10 g 30 a 35

Terminação >10g 25 a 30

Maturação >15g >40

RAÇÕES COMERCIAIS

Despesca

• O período de cultivo é dado quando os camarões atingem

o tamanho comercial, que corresponde entre 10 a 14

gramas, que em geral varia de 90 a 120 dias.

• Após esse período, a despesca deve ser realizada.

• No Brasil, faz-se a despesca usando redes com cerca de

8 m de comprimento do tipo “bag-nets” (com 7 mm2)

• Deve-se evitar a exposição dos camarões ao sol após a

despesca. Esse fato deve-se ao aumento da deterioração

dos mesmos quando expostos por um longo período.

• Por isso, é aconselhado que a despesca de um viveiro

seja realizada à noite.

• Logo após a retirada da rede, os camarões são

imediatamente imersos em água gelada a uma

temperatura de 3º a 5ºC, contendo metabissulfito de

sódio a uma concentração de 7 a 9% em volume, para

provocar uma morte rápida

• Deve-se evitar a exposição dos camarões ao sol após a

despesca. Esse fato deve-se ao aumento da deterioração

dos mesmos quando expostos por um longo período.

• Por isso, é aconselhado que a despesca de um viveiro

seja realizada à noite.

BENEFICIAMENTO DE

CAMARÕES

BENEFICIAMENTO DE

CAMARÕES COM CABEÇA • Recepção e manutenção

• Procedimentos operacionais

• Transporte e recepção dos camarões

despescados

• Seleção

• Limpeza e higienização dos camarões na

esteira alimentadora

• Inspeção e classificação manual do camarão

• Procedimentos de envase

Recepção e manutenção

• O beneficiamento dos camarões produzidos em viveiros

tem início no ato da despesca.

• Ao sair do viveiro, os camarões devem ser transferidos

da rede-funil (de captura) para as caixas de resfriamento,

isto é, tanques de PVC com água e gelo.

• A água gelada mantém a qualidade do pescado. Á água

com gelo adiciona-se um antioxidante o metabissulfito de

sódio (7 a 8%) que tem a função de reduzir o

aparecimento de melanose (pontos pretos na carapaça).

PROCEDIMENTOS

OPERACIONAIS

Transporte e recepção dos camarões

despescados

• Os camarões devem ser transportados para o

beneficiamento no menor espaço de tempo possível

• Ao chegar à unidade de beneficiamento, o

descarregamento da produção deve ser realizado com

rapidez para que não ocorra o rompimento da cadeia fria.

• Os camarões, que estão na caixa de transporte com

metabissulfito, são dela retirados com o uso de um monobloco

(caixa de plástico vazada) e são levados para a câmara de

espera ou colocados diretamente no separador de gelo.

Seleção

• Os camarões são retirados do separador por uma esteira

alimentadora e seguem para o salão de beneficiamento.

Limpeza e higienização dos camarões na

esteira alimentadora

• Na esteira alimentadora são retirados pequenos peixes,

moluscos ou pequenas pedras que venham misturados

aos camarões despescados.

• Também são descartados camarões eventualmente

machucados devido ao manuseio do processo de

despesca.

• Após a limpeza, os camarões passam para a esteira

elevatória.

• A máquina classificadora é regulada de acordo com os

tamanhos dos camarões que serão processados.

• Os camarões começam a cair nas aberturas

correspondentes às classificações 80/100, 100/120 e

120/150.

Procedimentos de envase

• Pegue a embalagem - A caixa de papelão é certificada e

possui capacidade de acondicionar 2kg, ou seja, 4 a 5 libras

de camarões;

• Encha a embalagem de camarões;

• Feche a embalagem;

• Entregue a caixa para pesagem.

• As caixas devem possuir indicações de peso e classificação

gravados na sua capa, substâncias preservativas, S.I.F., data

e origem, atendendo assim a legislação de especificação de

rotulagem

BENEFICIAMENTO CAMARÕES SEM

CABEÇA

• Para beneficiar os camarões que irão ficar sem cabeça,

utiliza-se o mesmo fluxograma do beneficiamento dos

com cabeça, até a etapa em que se faz a regulagem da

máquina para classificação.

• Os camarões são postos no separador de gelo,

encaminhados para a esteira alimentadora (momento em

que se retiram as impurezas) e passam para a esteira

elevatória em direção à máquina classificadora.

Seleção

• Os camarões são despejados numa bancada para

realizar a seleção e separar a cabeça da cauda

Separação e classificação da cabeça

• As bancadas de classificação apresentam um desnível

onde as caudas dos camarões são transportados através

de um a lâmina d´àgua, até uma caixa plástica.

Conservação

• Os camarões sem cabeça devem ficar conservados no

gelo a uma temperatura aproximada de 5ºC, para

aguardar a sua classificação e seguir todo

• processo de embalagem e expedição para o envio ao

porto de embarque