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Artigo bioterra v16_n1_04

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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228

Volume 16 - Número 1 - 1º Semestre 2016

ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO HOSP ITALAR COM FOCO NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

Nayana Pereira Oliveira1; Fabio Rodrigues Trindade2; Anapaula Martins Mendes3; Vera Xavier Romeiro4; Rubens Alex de Oliveira Menezes5; Flávio Henrique Ferreira Barbosa6

RESUMO

A infecção hospitalar no Brasil constitui-se um problema de saúde pública, que necessita de medidas de controle e prevenção constantes. O Ministério da Saúde atua desenvolvendo normas e medidas específicas para a prevenção e controle da infecção hospitalar em todas as unidades hospitalares. Nas Unidades de Terapia (UTI), os pacientes estão mais vulneráveis a adquirir infeções hospitalares, esta situação está vinculada ao processo de adoecimento do paciente, geralmente mais grave com imunidade comprometida e a realização de procedimentos que contribuem para a exposição dos mesmos a esses riscos. O estudo trata de uma análise descritiva da situação da atuação frente a infecção hospitalar no ambiente das UTIs a partir de uma revisão bibliográfica. A enfermagem busca preparo constante para melhor assistir pacientes críticos, diminuindo os riscos de contaminação para si e para o paciente. Portanto, dificuldades em realizar procedimentos mínimos, como a lavagem das mãos, têm sido deixados de lado e muitas vezes esquecidos pelos profissionais. Esta dificuldade não deve constituir como fator impeditivo na atuação da enfermagem, mas sim sinal de que são necessárias atividades que visem incentivar sua realização e as ações de educação permanente dentro do ambiente de trabalho, buscando solução para o reestabelecimento destas ações e sensibilização da equipe de saúde. Palavras-chaves: Enfermagem, Infecção Hospitalar, Serviços de Controle de Infecção Hospitalar.

NURSING IN THE PREVENTION AND INFECTION CONTROL HOS PITAL WITH FOCUS ON INTENSIVE CARE UNITS

ABSTRACT Hospital infection in Brazil constitutes a public health problem, which needs constant control and prevention measures. The Ministry of Health operates developing specific standards and measures for the prevention and control of hospital infection in all hospitals. In Care Units (ICU) patients are more vulnerable to acquiring hospital infections, this situation is linked to the disease process of the patient, usually more severe with compromised immunity and performing procedures that contribute to their exposure to the risks these. The study is a descriptive analysis of the performance situation against nosocomial infection in ICUs of the environment from a literature review. Nursing constant search for better preparation watch critically ill patients, reducing the risk of contamination for you and the patient. Therefore, difficulty achieving minimum procedures such as hand washing have been left out and often overlooked by professionals. This difficulty should not be as impediment in nursing activities, but sign that activities are needed that boost their achievement and permanent education actions within the work environment, seeking solution for the re-establishment of these actions and awareness of team health. Keywords: Nursing, Hospital Infection, Hospital Infection Control Services.

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INTRODUÇÃO

As novas descobertas científicas e tecnológicas na área da saúde geram conhecimentos modificadores e exigem aperfeiçoamento de equipamentos e recursos humanos. A infecção hospitalar é vista como um desafio constante para os profissionais de enfermagem que gera amplas discussões na execução de suas práticas.

De acordo com Lima, Andrade e Haas (2007) no Brasil, os dados sobre infecção hospitalar são pouco divulgados. Além disso, esses dados não são consolidados por muitos hospitais, o que dificulta o conhecimento da dimensão do problema no país.

Medidas de controle e prevenção da infecção são implementadas e renovadas constantemente no Brasil, que ao longo dos anos, convive com esse problema nos hospitais. O Ministério da Saúde atua instituindo normas e medidas específicas para controle da infecção hospitalar nas unidades de internações dos hospitais públicos e privados institui o Programa Nacional de Controle de Infecção que descentraliza suas ações aos Serviços de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH).

Partindo da análise da situação no país que referenciou as infecções hospitalares como problema, não apenas hospitalar, mas de saúde pública, considerando a ampla abrangência dos problemas gerados quando da ocorrência desta situação.

A infecção hospitalar provoca prejuízos para o paciente, considerando sua maior permanência hospitalizado como para o estado que ao invés de reverter recursos para o tratamento de outros pacientes, deixa de atender novos casos e acaba por agregar mais gastos com aqueles acometidos por infecção hospitalar (ANDRADE; LEOPOLDO; HAAS, 2006).

O Ministério da Saúde, na Portaria nº 2.616 de 12/05/1998, define Infecção Hospitalar como infecção adquirida, após a admissão do paciente na unidade hospitalar e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.

Alguns Estados brasileiros propuseram a criação de Comissões Estaduais de Controle de Infecção Hospitalar e os serviços são melhor direcionados pelos Serviços ou Comissões de

Controle de Infecção Hospitalar. Estas ações visam reduzir a incidência e a gravidade de casos de infecção hospitalar. Apesar de o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva representarem, geralmente, cerca de 5 a 10% dos leitos de um hospital, estima-se que nesse setor ocorram aproximadamente 25% de todas as infecções (LEISER; TOGNIM; BEDENDO, 2007).

Pacientes de Unidades de Terapia Intensiva estão sujeitos a maiores riscos de infecções, devido a sua ampla vulnerabilidade às infecções em relação aos pacientes de outras unidades hospitalares.

Além disso, passam frequentemente por procedimentos e rotinas que contribuem para sua exposição a esse risco: cirurgias complexas, procedimentos invasivos, drogas imunossupressoras e medicamentos antimicrobianos, assim como, a gravidade da doença ou agravo, fatores nutricionais, faixa etária e tempo de internação, também contribuem para a ocorrência da infecção hospitalar.

A equipe multiprofissional, em particular a enfermagem, que cuida diretamente dos pacientes na Unidade de Terapia Intensiva, busca preparo constante para dar assistência aos pacientes críticos. A enfermagem preocupa-se em aperfeiçoar-se através de especializações na área de terapia intensiva e cursos de capacitação e qualificações para que boas práticas assistenciais ocorram, seguindo medidas de controle e prevenção de infecção, assim como, adotando as técnicas preconizadas tendo em vista a qualidade da assistência prestada ao paciente procurando evitar as infecções hospitalares.

Segundo Pereira et al (2005) na prática, o que observamos é que os enfermeiros reconhecem os desafios e sofrem o impacto decorrente das dificuldades encontradas para o controle das infecções. Entretanto, essas dificuldades não devem constituir-se em fatores impeditivos, mas sim disparadores na busca de caminhos alternativos que avancem na perspectiva do controle das infecções.

Esse estudo tem como objetivo levantar informações através da literatura em estudo, conhecimentos e cuidados de enfermagem na prevenção e controle da Infecção hospitalar na Unidade de Terapia Intensiva compilando esses

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cuidados e buscando a relevância da atuação da enfermagem para a melhoria da assistência prestada ao paciente.

Descrever como este processo vem sendo desenvolvido e observado pelos pesquisadores, entre os anos de 2003 e 2010, foi também objetivo deste trabalho, enriquecendo o conhecimento na área do controle de infecção; propiciando compreensão sobre a situação encontrada e, ainda, contribuir com informações que instrumentalizem gestores e profissionais, facilitando a construção do planejamento direcionado e da avaliação fundamentada em situações já instaladas. METODOLOGIA

Para reunir as informações necessárias para a análise foi desenvolvida uma revisão da literatura nacional, utilizando documentos disponíveis nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde; os descritores utilizados foram: enfermagem, infecção hospitalar, controle e prevenção hospitalar no período de 2003 a 2010.

Foram encontradas 81 publicações, 10 destes foram selecionados para a análise, considerando tratarem-se diretamente da temática a ser abordada: infecção hospitalar na Unidade de Terapia Intensiva considerando que os demais artigos faziam referência a outras áreas hospitalares. A análise foi descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a literatura a infecção hospitalar (IH) é considerada um importante problema de saúde pública, com grande impacto na morbimortalidade, tempo de internação e gastos com procedimentos diagnósticos e terapêuticos.

Acrescenta-se a isso as repercussões para o paciente, sua família e a comunidade, tal como o afastamento da vida social e do trabalho, com consequente comprometimento psicológico, social e econômico (OLIVEIRA; CARDOSO; MASCARENHAS, 2010).

Segundo Moura et al (2008) no Brasil, verifica-se que a maioria dos programas do Governo Federal, não determina mudanças de atitude frente à problemática da IH quanto ao comportamento dos profissionais, pois supõe

que os indivíduos que participam desses, sejam passivos e não detenham saberes e valores prévios que conduzam suas ações.

O que não parece ir de encontro com a realidade dos profissionais de Enfermagem que, incluem em seu processo de formação estas práticas e se não a adotam isto, na realidade, pode estar vinculado a situação de comprometimento individual e situações ainda mais abrangentes que poderiam gerar discussões conflituosas como, por exemplo, as condições de trabalho às quais são inseridos estes profissionais, incluindo os espaços e suas cargas horárias.

Pensando neste aspecto, Moura et al (2008) refere que a problemática relacionada ao processo de infecção hospitalar vem sendo discutida por autoridades e profissionais de saúde em diferentes países.

Discussões estas motivadas pelas condições de atendimento hospitalar precário, especialmente, de urgência e emergência, em que os clientes são recebidos em macas contaminadas por secreções, e até mesmo por sangue, sem uma desinfecção prévia no ato da admissão, encontrando-se expostos às infecções, principalmente, através das feridas abertas (MOURA et al., 2008).

A importância atribuída ao trabalho exercido pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) dentro das instituições hospitalares ainda não foi totalmente percebida por parte dos gestores e equipe multidisciplinar (ALVES; ÉVORA, 2002).

De acordo com Turrini, (2010), reconhecidamente, o hospital é um importante reservatório de agentes patogênicos que possibilitam o risco à infecção. No entanto, a não ser no caso das afecções de transmissão respiratória, a forma de transmissão dos microrganismos geralmente se dá por contato direto de paciente para paciente, através das mãos dos profissionais da saúde e por meio de um veículo inanimado contaminado. A proximidade dos pacientes já infectados à admissão facilitaria este processo.

Segundo Carvalho et al (2009) o uso de jalecos se tornou uma prática obrigatória, com a finalidade de proteção dos profissionais durante a realização de procedimentos a pacientes, que envolvam material biológico, no entanto sua utilização indevida (como uso fora do ambiente

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de trabalho) pode causar sérias consequências para a saúde pública.

Este instrumento tem sua função de proteção individual, mas também, pode funcionar como “veículo” de transmissão de infecções para, inclusive outros espaços extra-hospitalares e de forma inversa de transportar agentes infeciosos dos espaços externos para o interior das UTIs, por exemplo, acarretando riscos ainda maiores aos pacientes ali instalados. Prática esta que, assim como a lavagem das mãos, depende do comprometimento, conhecimento e da prática individual ou da equipe de enfermagem local.

Bactérias multirresistentes, que podem provocar doenças como faringites, otites, pneumonia, tuberculose e até mesmo a morte, são carregadas para lugares públicos e retornam das ruas para consultórios médicos, odontológicos, enfermarias e salas de cirurgia nos jalecos dos mais diversos profissionais de saúde (CARVALHO et al., 2009).

Segundo Lima et al (2007) em termos de infecção hospitalar a problemática é mais séria na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Neste ambiente o paciente está mais exposto ao risco de infecção, haja vista sua condição clínica e a variedade de procedimentos invasivos rotineiramente realizados.

É destacado que na UTI os pacientes têm de 5 a 10 vezes mais probabilidades de contrair infecção e que esta pode representar cerca de 20% do total das infecções de um hospital. Os avanços tecnológicos relacionados aos procedimentos invasivos, diagnósticos e terapêuticos, e o aparecimento de microrganismos multirresistentes aos antimicrobianos tornaram as infecções em UTI um problema de saúde pública e um desafio aos seus profissionais.

Ainda, segundo os autores, é de extrema importância que cada instituição defina sua situação em termos de microbiota hospitalar, a ocorrência de infecção, bem como a multirresistência e quais serão os critérios utilizados para definir cepas multirresistentes (LIMA et al., 2007).

Segundo Moura et al (2008) para os enfermeiros, o uso indiscriminado de antibióticos nos hospitais tem levado ao aumento da resistência dos microrganismos. Dessa forma antibióticos representam um item

de alto consumo em hospitais, em particular em unidades de pacientes mais graves, como as Unidades de Tratamento Intensivo.

A inadequação, o uso abusivo de antibióticos e a falta de critérios na escolha do tratamento empírico, configuram-se como fatores determinantes para o surgimento de diversos microrganismos resistentes em uma UTI.

Sabendo-se que a disseminação de microrganismo, seja por colonização e/ou infecção dos pacientes, é favorecida pelas características do CTI, dos pacientes nele internados, somadas ao comportamento dos profissionais, constata-se que medidas simples de precaução padrão e contato podem reduzir, ou mesmo evitar a disseminação dos microrganismos (OLIVEIRA; CARDOSO; MASCARENHAS, 2010).

De acordo com os profissionais, os fatores “dificultadores” no processo de adesão à higienização das mãos com água e sabão e à fricção das mãos com álcool a 70% na prática diária é, principalmente, o esquecimento, seguido da falta de conhecimento da sua importância, distância da pia, irritação da pele e, ainda, falta de materiais (OLIVEIRA; CARDOSO; MASCARENHAS, 2010).

Outro aspecto que interfere diretamente na adesão à higiene das mãos vai além da infraestrutura e extrapola a condição adequada para a higienização das mãos, refere-se à motivação e treinamento por meio de programas permanentes de educação incluindo nas discussões a definição de indicadores epidemiológicos e retorno das taxas de infecção hospitalar e de adesão a higiene das mãos e outras práticas preventivas, para o conhecimento e sensibilização da equipe multiprofissional (OLIVEIRA; CARDOSO; MASCARENHAS, 2010).

Embora um maior número de profissionais tenha citado a higienização das mãos como a conduta de maior facilidade a ser adotada na prática, essa não foi a de maior adesão, e, sim, o uso de luvas. Isso talvez possa ser consequência da maior valorização do profissional em relação à sua proteção e, talvez, do desconhecimento da importância e eficácia da higienização das mãos na prevenção da disseminação de microrganismos (OLIVEIRA; CARDOSO; MASCARENHAS, 2010).

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As chances de infecção aumentam sempre que há aglomeração de pessoas. Torna-se difícil tentar seguir todas as técnicas assépticas para a realização de um procedimento invasivo, se as pessoas não se conscientizam da importância de se prevenir as infecções hospitalares (TURRINI, 2010).

Conforme Moura et al (2007), acredita-se que o esforço, a energia e o entusiasmo de alguns profissionais, especialmente dos membros que integram as CCIHs, não são suficientes para a implantação efetiva, mesmo que parcial do programa de prevenção e controle da IH na maioria dos hospitais.

Dessa forma, como princípio da prevenção deve-se atuar sobre as situações problema e no contexto de nocividade. Essa atuação deve ser em todos os níveis da hierarquia da casualidade e não somente sobre a exposição direta aos fatores de risco (LIMA; ANDRADE; HAAS, 2007).

Conforme Turrini (2010) o treinamento implica em mudanças de comportamento e isto só ocorre se o indivíduo se sentir motivado. A educação dos profissionais de saúde, portanto, deve incluir desde a orientação na admissão até a educação continuada no serviço.

Desde o princípio, deve-se sensibilizar e reforçar a estes profissionais que, prestando uma assistência adequada e seguindo as medidas de controle de infecção, se estará contribuindo para diminuir o risco de adquirir e / ou disseminar infecções. É necessário ter-se presente que, se não houver motivação nesse processo, não ocorrerão mudanças concretas e permanentes (TURRINI, 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Infecção Hospitalar, no Brasil, é um problema de difícil controle, considerando indicadores expressos por diversas Unidades Hospitalares no país. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, desenvolve atividades com o objetivo de diminuir os altos índices de infecção nestes espaços.

Objetivando aperfeiçoar as práticas de controle de infecção já existentes e lançam novas práticas, a fim de, minimizar esta situação nos hospitais, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), considerando o amplo atendimento a pacientes considerados graves e

com maior risco à exposição de processos infecciosos.

Entendem-se, como fatores predisponentes às infecções nos espaços das UTIs as condições de saúde, na qual o paciente se encontra no momento da internação neste setor, além do uso indiscriminado de antibióticos e práticas de assistência inconsistentes de enfermagem prestadas aos pacientes de UTIs.

A lavagem das mãos é uma prática indispensável aos cuidados de enfermagem e apesar de sua simplicidade é de difícil adesão para os profissionais de saúde. As dificuldades apontadas pelos profissionais são esquecimento da higienização das mãos, desconhecimento da sua importância, problemas com estrutura física dos hospitais e problemas alérgicos que afetam a equipe de saúde.

Os enfermeiros ocupam um espaço considerável nas UTIs, sendo a equipe de enfermagem dispõe do maior contingente de profissionais diretamente ligados aos cuidados prestados ao paciente, o que implica um maior comprometimento assistencial e proporcionalmente maior responsabilidade pelos problemas relacionados ao processo de infecção hospitalar ocasionados.

Os documentos analisados sugerem uma certa deficiência na prática das atividades de educação permanente, nos hospitais, voltadas para a temática da infecção hospitalar. Para sanar este déficit são necessários programas que visem a intensificação e a continuidade destas atividades, incluindo capacitações, qualificações e especializações para que compreendam, de maneira mais real e aproximada, a problemática da situação.

Neste processo de sensibilização é preciso que o profissional perceba empaticamente a carga negativa direcionada ao paciente em tratamento nas UTIs, enquanto de alto risco às infecções hospitalares, considerando o aumento de seu tempo de internação, o elevado gasto com medicações e materiais, e o sofrimento do paciente, de sua família além dos custos sociais ocasionados com a ocorrência de uma infecção hospitalar.

A infecção hospitalar é ocasionada por uma sequência de “falhas”, seja na estrutura das UTIs ou na educação e/ou atuação de alguns profissionais, com destaque a equipe de

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enfermagem, responsável pelo maior número de procedimentos realizados em pacientes críticos e seu acompanhamento.

Há existência de multifatores predisponentes à infecção, podem caracterizar situações de imprudência e mesmo de negligência, colocando em risco a saúde e a vida de pacientes. Desprezar ações que deveriam ser cotidianas demonstra que existem problemas inseridos no processo de cuidar daquela equipe e predispõem a caracterização de descompromisso com atividades que deveriam ser priorizadas e de seu cotidiano.

A CCIH é o órgão responsável pela supervisão e controle das infecções nos hospitais no Brasil, mas sua atuação, pura e simplesmente, não é suficiente para que ocorra a diminuição desses índices, ela depende do engajamento e comprometimento dos profissionais envolvidos para que as ações de prevenção realmente se efetivem. Para isso o objetivo deve ser colocar em prática àquilo que se propõe em discussões no processo de educação continuada e que são indispensáveis para redução dos índices de infecção.

O aperfeiçoamento dos profissionais de enfermagem diante dos cuidados contribui para regressão não apenas das infecções, mas também minimizar problemas de gestão como o uso de drogas terapêuticas e materiais utilizados quando da efetivação da infecção hospitalar, ação esta que está vinculada diretamente com o aumento de custos não previstos à atenção a este paciente.

Além de reduzir o tempo de internação e em consequência amenizando o sofrimento do paciente, de sua família, com reflexos em sua vida comunitária, representa a obtenção da diminuição dessas infecções. Vale ressaltar a satisfação pessoal atingida pelo enfermeiro ao prestar uma assistência consciente, consistente e de qualidade, refletida na evolução positiva do paciente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Débora Cristina Ignácio. ÉVORA, Yolanda Dora Martinez. Questões éticas envolvidas na prática profissional de enfermagem da comissão de controle de infecção hospitalar. Rev latino-americana

enferm vol. 10 nº 3. Págs 265-75, maio/junho 2002. ANDRADE, Denise. LEOPOLDO, Vanessa Cristina. HAAS, Vanderlei José. Ocorrência de bactérias multiresistentes em um centro de Terapia Intensiva de Hospital brasileiro de emergências. Rev. bras. ter. intensiva v.18 n.1 São Paulo jan./mar. 2006 CARVALHO, Carmem Milena Rodrigues Siqueira. et al. Aspectos de Biossegurança Relacionados ao Uso do Jaleco pelos Profissionais de Saúde: Uma Revisão da Literatura. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2009 Abr-Jun; 18(2): 355-60. LEISER, Jacir Júlio. TOGNIM, Maria Cristina Bronhono. BEDENDO, João. Infecções Hospitalares Dentro de um Centro de Terapia Intensiva de um Hospital de Ensino no Norte do Paraná. Ciências do Cuidado de Saúde. Vol. 6, nº 2. Págs 181-186. Abril/junho, 2007. LIMA, Mery Ellen. ANDRADE, Denise. HAAS, Vanderlei José. Avaliação Prospectiva da Ocorrência de Infecção em Pacientes Críticos de Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. Vol. 19, nº 3. Págs. 342-347. Brasília, 2007. MOURA, Maria Eliete Batista. et al. Infecção hospitalar: estudo da prevalêcia em um hospital público de ensino. Revista Brasileira de Enfermagem. Vol 60, nº 4. Págs 416-421. Brasília, jul/agosto 2007. MOURA, Maria Eliete Batista Moura. et al. Infecção hospitalar no olhar de enfermeiros portugueses: representações sociais. Enfermagem v.17 n.4 Florianópolis out./dez. 2008. OLIVEIRA, Adriana Cristina. CARDOSO, Clareci Silva. MASCARENHAS Daniele. Precauções de contato em Unidade de Terapia Intensiva: fatores facilitadores e dificultadores para adesão dos profissionais. Rev. esc. enferm. USP vol.44 n. 1 São Paulo mar. 2010.

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PEREIRA, Milka Severino. et al. A Infecção Hospitalar e Suas Implicações para o Cuidar de Enfermagem. Enferm. v. 14 n.2 Florianópolis abr./jun. 2005. TURINNI, Ruth Natalia Teresa. Percepção das enfermeiras sobre fatores de risco para a infecção hospitalar. Rev. esc. enferm. USP v.34 nº.2 São Paulo jun. 2000. ______________________________________ 1- Enfermeira. Especialista em Terapia Intensiva. Docente Famep/ Ceprosc e Seduc-PI. 2- Enfermeiro. Mestre em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília. Coordenador e professor efetivo do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Amapá-UNIFAP. 3- Enfermeiro. Mestre em Saúde Coletiva. Especialista em Saúde da Família e Saúde Indígena. Professor do quadro efetivo da Universidade Federal do Amapá. 4- Enfermeira. Especialista em Administração dos serviços de saúde e Educação Profissional na Área da Saúde. Enfermeira no Hospital de Urgências de Teresina. 5- Enfermeiro. Especialista em Microbiologia pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR; Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade META e Mestre em Ciência da Saúde - Macapá (AP), Brasil; 6- Professor Adjunto A - Nível 1 (Dedicação Exclusiva) da Universidade Federal de Sergipe - UFS, vinculado ao Departamento de Morfologia na Área de Conhecimento: Microbiologia e Imunologia. Fonte de Financiamento: Financiado pelos Proponentes da Pesquisa. Correspondência: Rubens Alex de Oliveira Menezes – Laboratório Central de Saúde Pública de Macapá – LACEN (AP). Endereço: Avenida Tancredo Neves, 1118. Bairro: São Lázaro, CEP - 68908-530, Setor de Bacteriologia, Tel: 32126175∕81311306∕32235534, Macapá – AP, Brasil. E-mail: [email protected]

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