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Introdução O presente trabalho aborda sobre as frases complexas, com os seus subtemas que tem haver sobre a coordenação e subordinação, categorias gramaticais e por fim o campo semantico e relações lexicais. Mas dentro do contexto dissemos que as frases complexas eram aquelas que são constituída por duas ou mais orações. Neste caso apresenta, portanto, mais do que um predicado e muitas vezes mais do que um sujeito. A frase complexa é constituída por duas ou mais frases simples (orações) que estão ligadas entre si por dois processos: Coordenação ou Subordinação. Logo na coordenação as orações são unidas sem que uma dependa da outra sintaticamente. Na subordinação uma oração depende sintaticamente da outra, isto é, há uma oração principal, que é incompleta sintaticamente. E para as categorias gramaticais refere-se a uma variável lingüística que pode ter valores diferentes que determinam a forma morfológica específica de uma palavra muito mais ampla do que o uso tradicional do termo. Mas por outro lado os campos semanticos e relações lexicais corresponde ao que na lingüística cognitiva se tem descrito como categoria onde cada língua, isto é, no vasto conjunto de palavras de uma língua, podemos encontrar uma variedade imensa de campos lexicais que, na verdade, são subconjuntos de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento. 3

Frases complexas

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Page 1: Frases complexas

Introdução

O presente trabalho aborda sobre as frases complexas, com os seus subtemas que tem haver

sobre a coordenação e subordinação, categorias gramaticais e por fim o campo semantico e

relações lexicais. Mas dentro do contexto dissemos que as frases complexas eram aquelas

que são constituída por duas ou mais orações. Neste caso apresenta, portanto, mais do que

um predicado e muitas vezes mais do que um sujeito. A frase complexa é constituída por

duas ou mais frases simples (orações) que estão ligadas entre si por dois processos:

Coordenação ou Subordinação. Logo na coordenação as orações são unidas sem que uma

dependa da outra sintaticamente. Na subordinação uma oração depende sintaticamente da

outra, isto é, há uma oração principal, que é incompleta sintaticamente. E para as categorias

gramaticais refere-se a uma variável lingüística que pode ter valores diferentes que

determinam a forma morfológica específica de uma palavra muito mais ampla do que o uso

tradicional do termo. Mas por outro lado os campos semanticos e relações lexicais

corresponde ao que na lingüística cognitiva se tem descrito como categoria onde cada

língua, isto é, no vasto conjunto de palavras de uma língua, podemos encontrar uma

variedade imensa de campos lexicais que, na verdade, são subconjuntos de palavras que

pertencem a uma mesma área de conhecimento.

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1. Frase complexa

Frase complexa é aquela que é constituída por duas ou mais orações. Apresenta, portanto,

mais do que um predicado e muitas vezes mais do que um sujeito. A frase complexa é

constituída por duas ou mais frases simples (orações) que estão ligadas entre si por dois

processos: Coordenação ou Subordinação.

Ex.: Os meus pais oferecem- me muitos livros    porque eu gosto muito de ler .

                                   Frase complexa  ( dois verbos conjugados)

Entre estas duas orações não há uma relação de dependência . Uma não está dependente da

outra para ter sentido próprio.  Elas estão ligadas através de uma ou mais palavras a que

chamamos conjunção. Assim, e de acordo com a relação que estabelecem através da

conjunção, as orações coordenadas dividem-se em: Copulativas, Adversativas, Disjuntivas

Conclusivas e Explicativas.

Há duas maneiras de organizar as orações na frase complexa: a coordenação e a

subordinação. 

1.1. Diferença entre coordenação e subordinação

Frase: todo enunciado que apresenta um significado completo. No texto, começa na letra

maiúscula e termina no ponto. Uma frase pode ou não ter verbo.

Oração: cada verbo de uma frase determina uma oração.

Período: toda frase com verbo é também um período. O período é simples quando

apresenta apenas um verbo e é composto quando apresenta mais de um verbo.

Para se formar um período composto é preciso unir uma oração a outra. Para isso, podemos

usar dois processos sintáticos: a coordenação e a subordinação.

1.1.2. Na coordenação as orações são unidas sem que uma dependa da outra

sintaticamente, isto é, são orações independentes (completas sintaticamente) que

vêm ligadas por conjunções ou simplesmente justapostas sem qualquer conectivo.

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(oração coordenada) + (oração coordenada)

Ex: Escrevi uma carta e a enviei para meu amor.

Escrevi uma carta = oração coordenada assindética

(assindética pois não tem conjunção)

e a enviei para meu amor = oração coordenada sindética

(sindética pois tem a conjunção e)

Escrevi uma carta é uma oração completa sintaticamente, pois apresenta um verbo

transitivo direto (escrevi), um sujeito oculto (eu) e um objeto direto (uma carta) que

completa a transitividade do verbo.

E a enviei para meu amor é uma oração completa sintaticamente, pois apresenta um verbo

transitivo direto e indireto (enviei), um sujeito oculto (eu) e os objetos direto (a) e indireto

(para meu amor) exigidos pela transitividade do verbo.

1.1.3. Na subordinação uma oração depende sintaticamente da outra, isto é, há uma

oração principal, que é incompleta sintaticamente, e há uma oração subordinada,

que se liga à oração principal completando-a, ou seja, a oração subordinada

funciona como o termo que falta para completar sintaticamente a oração principal.

(oração principal) + (oração subordinada)

Ex: A mulher esperou que seu filho voltasse.

A mulher esperou = oração principal

que seu filho voltasse = oração subordinada.

A mulher esperou é uma oração incompleta sintaticamente, pois apresenta um verbo

transitivo direto (esperou), um sujeito (a mulher), mas falta o objeto direto obrigatoriamente

exigido pelo verbo transitivo direto.

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que seu filho voltasse é uma oração que funciona no período como o objeto direto da

oração principal. Veja: se perguntarmos ao verbo da oração principal: ESPEROU O QUÊ?

Resposta: que seu filho voltasse. A resposta para essa pergunta é denominada objecto

directo, logo a oração subordinada apresenta a função de um objecto directo e completa,

sintaticamente, a oração principal.

(oração subordinada) + (oração principal)

Ex: Quando o dia amanhecer, vou à praia.

Quando o dia amanhecer = oração subordinada

vou à praia = oração principal.

Vou à praia é uma oração composta por um verbo intransitivo que seleciona um adjunto

adverbial de lugar (à praia) e, de acordo com o contexto, seleciona também um adjunto

adverbial de tempo que falta nesta oração.

Quando o dia amanhecer é uma oração subordinada que apresenta a função de um adjunto

adverbial, isto é, trata-se de uma oração que expressa a circunstância de tempo,

completando sintaticamente a oração principal.

(oração principal) + (oração subordinada) + 

(continuação da oração principal)

Ex: Uma pessoa que comete tal brutalidade não merece perdão.

Uma pessoa não merece perdão = oração principal

que comete tal brutalidade = oração subordinada

Uma pessoa não merece perdão é uma oração que apresenta um verbo transitivo directo

(merece), um sujeito (uma pessoa) e um objecto directo (perdão). Parece ser uma oração

completa sintaticamente, porém o sujeito dessa oração não é apenas a expressão uma

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pessoa, mas há um adjunto adnominal, isto é, um termo que caracteriza essa pessoa, que

não está presente na oração principal.

Que comete tal brutalidade é uma oração subordinada que funciona no período como

adjunto adnominal, fazendo referência ao núcleo do sujeito, caracterizando-o.

N.B Como já vimos, a oração subordinada sempre funciona no período como um termo da

oração. Podemos, então, listar os seguintes termos:  

Sujeito

Objecto direto

Objecto indireto

Complemento nominal

Predicativo do sujeito

Aposto

Adjunto adnominal

Adjunto adverbial 

Cada um desses termos pode se apresentar, no período, em forma de oração subordinada.

Assim, os tipos de orações subordinadas são divididos em três:

Orações subordinadas substântivas

São aquelas que exercem sentido dentro dos substantivos (subjectiva, objectiva directa,

objectiva indirecta, apositiva, completiva nominal e predicativa), iniciam sempre por

conjunções integrantes (que e se). Neste caso, a oração será subordinada substantiva

quando tiver função sintática de: sujeito, objecto directo, objecto indireto, complemento

nominal, predicativo do sujeito e aposto.Uma oração subordinada substantiva pode ser:

Subjectiva: contribui função de sujeito do verbo da oração principal.

Exemplo 1: "É provável que ele chegue ainda hoje".

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Exemplo 2: "Perguntou-se que tipo de pessoa faria uma coisa dessas.

Pode ser também quando a oração principal começa com verbo de ligação;

Objectiva Directa: exercem função de objecto directo (não possui preposição).

Exemplo: "Desejo que todos venham" (quem deseja, deseja algo, alguma coisa);

Objectiva Indirecta: exercem função de objecto indirecto (possui preposição

obrigatória, que vem depois de um verbo).

Exemplo: "Necessitamos de que todos nos ajudem" (quem necessita, necessita de algo, de

alguma coisa ou de alguém);

Predicativa: exerce função de predicativo.

Exemplo: Meu desejo era (verbo de ligação) que me dessem uma bicicleta

Pode ser também quando a oração principal termina com verbo de ligação;

Completiva Nominal: exercem função de complemento nominal de um nome da

oração principal.

Exemplo: "Tenho esperança de que ele ganhe a vaga";

Apositiva: exercem função de aposto.

Exemplo: "Desejo-te uma coisa: que sejas muito feliz"

Não precisa ter necessariamente dois pontos (:) ou ponto e vírgula (;).

Dessa maneira, todas as orações subordinadas substantivas podem ser trocadas por isso,

disso ou nisso. Veja os exemplos:

Precisamos de que você faça a cena com a actriz. = Precisamos disso. (disso: completiva

nominal ou objectiva indirecta).

Quero que venha para a guerra. = Quero isso. (isso: subjectiva, objectiva directa,

predicativa)

Fiquei pensando que valia a pena. = Fiquei pensando nisso. (nisso: completiva nominal ou

objectiva indirecta).

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Orações subordinadas adjectivas

 A oração será subordinada adjectiva quando tiver função sintática de: adjunto adnominal.

Orações subordinadas adverbiais

São introduzidas por conjunção subordinativa (excepto a conjunção integrante) e

funcionam como adjunto adverbial da oração principal.

Dividem-se em:

Causais: exprimem a causa do facto que ocorreu na oração principal. Iniciadas,

principalmente. Ex. Já que está chovendo

Vamos dormir. Segundo ex. A menina chorou porque apanhou da mãe

Principais conjunções: porque, visto que, já que, uma vez que, como que, como:

Comparativas: representam o segundo termo de uma comparação. Ex.: Essa

mulher fala como um papagaio.

Obs. Essa conjunção comparativa como é muito usada num recurso linguístico, de

estilística, uma figura de linguagem chamada comparação ou símile, tais construções

diferem-se duma "figura-mãe" a metáfora, mas essa figura é desprovida da conjunção

como.

Principais conjunções: que, do que, como, assim como, (tanto) quanto.

Concessivas: indica uma concessão ou permissão entre as orações. Ex. Embora

chova, vou à praia.

Principais conjunções: embora, a menos que, ainda que, posto que, conquanto, mesmo que,

se bem que, por mais que, apesar de que.

Condicionais: expressa uma condição. Ex. Se chover, não irei à praia.

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Principais conjunções: se, salvo se, desde que, excepto, caso, desde, contando que, sem

que, a menos que.

Conformativas: exprimem acordo, concordância de um facto com o outro. Ex.:

Cada um colhe conforme semeia.

Principais conjunções: como, consoante, segundo, conforme.

Consecutivas: traduzem a consequência ou o efeito do que se declara na oração

principal. Ex. Falei tanto, que fiquei rouco.

Principais conjunções: que (precedida de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de modo

que.

Finais: exprimem finalidade. Ex. Todos estudam para que possam vencer.

Principais conjunções: para que, a fim de que, que.

Temporais: indicam circunstância de tempo Ex. Logo que chegou, sentou-se no

sofá.

Principais conjunções: quando, antes que, assim que, logo que, até que, depois que, mal,

apenas, enquanto.

Proporcionais: expressa proporção entre as orações. Ex. O trânsito piorava à

medida que a chuva aumentava.

Principais conjunções: à medida que, quanto mais. Mais, à proporção que, ao passo que,

quanto mais.

A oração será subordinada adverbial quando tiver função sintática de: adjunto adverbial.

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1.2. Categorias gramaticais

Categorias gramaticais é uma antiga classificação de palavras segundo a sua natureza. Em

tempos modernos, a categoria gramatical refere-se a uma variável lingüística pode ter

valores diferentes que determinam a forma morfológica específica de uma palavra muito

mais ampla do que o uso tradicional do termo.

A categoria gramatical das palavras está dentro da morfologia, a classificação da palavra

segundo a sua distribuição sintáctica e morfológica.

As categorias gramaticais variam para cada língua. A língua inglesa é considerada

tradicionalmente composta por oito classes apenas. Ainda existem classes em outras línguas

que não têm paralelo no português, como o caso das posposições e das circumposições. Na

língua portuguesa, existem dez categorias gramaticais. Destas, seis são variáveis e quatro,

invariáveis. A saber, as variáveis se flexionam em número, género, grau, pessoa, tempo,

voz, modo e ou aspecto; as invariáveis não se flexionam.

Em português, existem dez classes gramaticais, ou classes morfológicas, ou ainda classes

de palavras. Destas, seis são variáveis (isto é, se flexionam, indo ao plural, ou feminino, ou

superlativo), e quatro são invariáveis.

As classes variáveis são: artigo, adjetivo, pronome, numeral, substantivo e verbo. Nas

invariáveis, há: advérbio, conjunção, interjeição e preposição. Existem também as classes

sintáticas, que são outra divisão das palavras, de acordo com sua função na frase. Veja, a

seguir, a função das classes de palavras variáveis:

Classes

Gramaticais

Função ou sentido

Substantivo Palavra que serve para designar os seres, atos ou conceitos; nome.

Substantivos de

dois números

Substantivo que tem a mesma forma para o singular e o plural: lápis,

vírus, mil-folhas.

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Substantivos de

dois gêneros

São substantivos que têm a mesma forma para seres de ambos os

sexos, sendo o gênero marcado pelo artigo que os precede.

Exemplos: o/a colega, o/a agente, o/a lojista.

Substantivos

sobrecomuns

Têm a mesma forma para o masculino e o feminino, não variando

sequer o artigo ou o adjectivo que os acompanha. Exemplos: a

pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o monstro.

Verbo Palavra que expressa ação, estado ou fenômeno. É a classe

gramatical mais rica em variação de formas, podendo mudar para

exprimir modo, tempo, pessoa, número e voz. No dicionário, são

encontrados no modo infinitivo, que é, por assim dizer, o nome do

verbo. Exemplos: Fugir, estar, chover, comprar, ser, anoitecer.

Adjectivo Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe atribuir uma

qualidade. Exemplos: mulher linda, livro divertido, árvore alta,

olhos azuis.

Adjectivo de dois

gêneros

É um adjetivo que mantém a mesma forma tanto quando se refere a

substantivos masculinos quanto a femininos. Exemplos: Sugestão

aceitável, convite aceitável, obra incrível, livro incrível, rapaz

adorável, moça adorável.

Adjectivo de dois

gêneros e

substantivo de dois

gêneros

Trata-se de palavra que pode ser classificada como adjetivo ou como

substantivo e mantêm a mesma forma para os dois gêneros.

Exemplos: Um jovem rebelde (neste caso, jovem é o substantivo e

rebelde, sua qualidade, o adjetivo). Um rebelde jovem (neste caso,

ocorre exatamente o contrário)

Artigo

Artigo definido

Artigo indefinido

Palavra que se coloca antes do substantivo, determinando-o e

indicando seu gênero e número (artigo definido: a, as, o, os) ou

(artigo indefinido: um, uma, uns, umas).

Pronome Palavra que substitui o nome ou que o acompanha tornar claro o seu

significado. Os pronomes se dividem nas seis grandes classes a

seguir:

Pronomes pessoais Designam as três pessoas do discurso (no singular ou no plural). Eu,

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Page 11: Frases complexas

tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, se,

lhes, os, as. Mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco,

convosco.

Também são pessoais os pronomes de tratamento: você, o senhor, a

senhora, vossa senhoria, vossa Excelência, etc.

Pronomes

possessivos

Indicam a posse em relação às pessoas do discurso: Meu, minha,

meus, minhas, nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus, tuas,

vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas.

Pronomes

demonstrativos

Indicam o lugar ou a posição dos seres em relação às pessoas do

discurso.

1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.

2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.

3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.

Pronomes relativos Representam numa oração os nomes mencionados na oração

anterior. Exemplo: O livro que comprei é muito bom. São pronomes

relativos: Que, quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o

qual, a qual, os quais, as quais.

Pronomes

indefinidos

Referem-se à terceira pessoa do discurso num sentido vago ou

exprimido quantidade indeterminada. Exemplos: Quem espera

sempre alcança. São pronomes indefinidos: algum, nenhum,

qualquer, ninguém, onde, etc.

Pronomes

interrogativos

Os pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto, quando são

usados para formular uma pergunta.

Numeral Palavra que designa os números ou sua ordem de sucessão.

Exemplos:

Cardinais: quatro, vinte, trinta.

Ordinais: quarto, vigésimo, trigésimo.

Fracionários: meio, um terço, um quinto.

Multiplicativos: duplo, triplo, quádruplo.

1.3. Campos semanticos e Relações lexicais

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Page 12: Frases complexas

Um campo semântico corresponde ao que na lingüística cognitiva se tem descrito como

categoria cognitiva. A mente humana tende a organizar tudo que percebe em seu entorno

em categorias. A maior parte deste processo de categorização ocorre automática e

inconscientemente. Este processo só se torna perceptível a nós quando ocorrem casos

ambíguos. Sem categorias, simplesmente não funcionamos como seres humanos. Neste

caso damos o nome de campo semântico ao conjunto dos empregos de uma palavra num

determinado contexto. Dessa forma, o campo semântico de uma determinada palavra é

dado pelas diversas nuances de significado que ela assume. Num mesmo texto, a palavra

justiça pode ser utilizada com significações diversas, como "aquilo que é conforme ao

Direito", "a faculdade de julgar segundo a consciência", "o Poder Judiciário" etc. As

diversas acepções que essa palavra toma serão dadas pelas relações dela com outras

palavras do mesmo texto.

Ex: o verbo deixar é fácil verificar que ele pertence a vários campos lexicais: ao campo

psico-social das relações interpessoais (no sentido de 'abandonar'), ao campo da (mudança

de) posse ('legar'), ao de movimento ('afastar-se', 'não se aproximar'), ao campo deôntico da

permissividade ('permitir', 'não intervir') etc. E todas estas (bem) diferentes categorizações

estão inter-relacionadas.

Damos o nome de léxico ao conjunto de palavras de uma língua. Nenhum falante tem o

domínio completo do léxico da língua que fala, porque, além de muito amplo, ele é um

conjunto aberto, ou seja, a cada dia surgem palavras novas que a ele se incorporam e

palavras que dele desaparecem.

1.4. Relações lexicais

No léxico de cada língua, isto é, no vasto conjunto de palavras de uma língua, podemos

encontrar uma variedade imensa de campos lexicais que, na verdade, são subconjuntos de

palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento. Os campos lexicais de uma

língua não são fixos, pois à medida que são criados novos lexemas, também pode mudar a

relação entre eles, possibilitando que formem novos campos lexicais. Os termos campo

semântico e campo lexical podem confundir-se, no entanto, são conceitos distintos.

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Page 13: Frases complexas

O campo semantico de uma palavra designa um conjunto de palavras que representam um

campo conceptual comum devido as relações semanticas que estabelecem entre si, ou seja

pelas relações de sentido exixtentes entre elas. Ex: As palavras espuma, marinheiro, onda e

maré relacionam-se entre si porque todas elas sugerem uma ideia comum ou determinada

area da realidade neste caso, ‘’mar’’.

Em contrapartida, o campo semantico de uma determinada palavra é o conjunto de todos os

significados que ela pode assumir de acordo com um contexto. Ex: As palavras navegar,

marear num determinado contexto podem ter um mesmo significado. Este campo semantico

consiste, então no co njunto de palavras que tem entre si o valor semantico comum de

navegar, neste caso, no conjunto de palavras que tem entre si o valor semantico comum de

navegar. Todas estas palavras e expressões designam de forma diferente um mesmo

conceito.

Assim um campo lexical consiste num conjunto de palavras ou expressões (lexico) que se

referem a uma mesma realidade e um campo semantico, mais abrangente, diz respeito ao

conjunto de palavras ou expressões que tem uma mesma significação.

1.5. CAMPOS SEMÂNTICOS LEXICAIS

Um campo semântico lexical corresponde ao que na lingüística cognitiva se tem descrito

como categoria cognitiva. A mente humana tende a organizar tudo que percebe em seu

entorno em categorias. A maior parte deste processo de categorização ocorre automática e

inconscientemente. Este processo só se torna perceptível a nós quando ocorrem casos

ambíguos. Sem categorias, simplesmente não funcionamos como seres humanos.

As categorias não são universais; dependem do sistema de experiências, crenças e

práticas de um grupo étnico ou social. Pessoas diferentes podem perceber o mundo

ao seu redor de maneiras diferentes, que automaticamente se refletirã Cada

categoria tem um protótipo, isto é, uma representação mental, um ponto de

referência cognitivo para tal categoria. Tomemos a categoria "pássaro" como

examplo. Sempre que ouvimos a palavra "pássaro", surge em nossa mente uma

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Page 14: Frases complexas

imagem de um pássaro típico, tal como um sabiá ou um canário, dependendo donde

e de que cultura somos.

Cada categoria tem atributos, características que nos permitem identificar membros

da mesma. Certos atributos relacionados a "pássaros" são compartilhados por

grande parte das línguas e culturas: eles têm duas asas, duas pernas, podem voar,

têm bico, penas, e põem ovos. Em certas culturas, todavia, outras características

além destas podem representar um papel significativo.

Cada categoria é constituída de representantes "bons" (isto é, típicos) e "maus" (isto

é, atípicos), além de exemplos marginais cujo lugar na categoria não é tão claro.

Muitos certamente concordarão em que "canário" é um exemplo típico da categoria

"pássaro", e que uma "avestruz", um "pingüim" ou um "morcego" são

representantes atípicos da mesma. A razão disso é o fato de que estes últimos têm

menos atributos em comum com os representantes mais típicos desta categoria. A

avestruz e o pingüim, por examplo, não voam. Morcegos voam, mas não põem

ovos, não têm bico nem penas, etc.

Nem sempre há limites fixos entre as diferentes categorias. Objetos e eventos

podem fazer parte de mais de uma categoria ao mesmo tempo. Já vimos que o

morcego é um representante atípico da categoria "pássaro". Mas ele também faz

parte da categoria "animais", e nela tem um lugar talvez mais prominente.

Categorias podem ter mais que um nível de subcategorias.

Os autores trabalham com o conceito de "campo semântico lexical" para referir-se às

categorias cognitivas descritas acima. Termos como "lexical" and "campo semântico" são

bem conhecidos no âmbito da lexicografia, e podem ser facilmente compreendidos por

qualquer um a que tenha algum conhecimento nesta área. Não se deveria esquecer, todavia,

que o se baseia em percepções da lingüística cognitiva, e que campos semânticos lexicais

são idênticos a categorias cognitivas.

Campos semânticos lexicais são usados para descrever as relações paradigmáticas entre

um item do vocabulário e outros itens pertencentes à mesma (sub)categoria.

o em diferentes categorias.

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Page 15: Frases complexas

1.6. CAMPOS SEMÂNTICOS CONTEXTUAIS

Um campo semântico contextual corresponde ao que na lingüística cognitiva se tem

descrito como moldura cognitiva ou contexto cognitivo. Enquanto campos semânticos

lexicais tratam das relações paradigmáticas entre um item do vocabulário e outros itens

representantes da mesma categoria, campos semânticos contextuais têm seu foco nas

relações sintagmáticas entre um item do vocabulário e outros itens usados no mesmo

contexto ou moldura cognitiva.

Palavras são usadas em contextos. Uma parte substancial do sentido de uma palavra vem do

contexto em que ela é usada. Sempre que se menciona a palavra "esconder" para um/a

leitor/a de língua portuguesa ele/a formará uma imagem mental de alguém desaparecendo

ou fazendo algo desaparecer da vista. Tal imagem, contudo, não é tudo. Neste nível ainda

há uma certa carência de informação que impede quem ouve de ter um quadro completo do

sentido da palavra. Quando, porém, a palavra é usada num contexto definido, a imagem

mental é completada. Os exemplos seguintes ilustram isto:

Os refugiados esconderam-se ao ouvirem os passos de soldados marchando.

Os ladrões estavam escondidos atrás das árvores, prontos para lançarem-se sobre o

mercador que passava.

Estes dois exemplos são ilustrações do uso de "esconder-se" em dois diferentes contextos

ou molduras. Não há dúvida de que sem esta informação vinda do contexto não há maneira

de se obter um quadro completo do sentido deste verbo.

Conclusão

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Page 16: Frases complexas

O presente trabalho feito tem como base ao estudos das palavras complexas, onde

destacamos o estudo de coordenação e subordinação. Salientando um pouco sobre as

categorias gramaticais e o campo semantico e relações lexicais. Dentro do tema nos

obtivemos de averiguar sobre as palavras complexas que são palavras constituída por duas

ou mais orações. Apresentando assim, mais do que um predicado e muitas vezes mais do

que um sujeito. Mas na integra os campos semanticos de uma palavra designa um conjunto

de palavras que representam um campo conceptual comum devido as relações semanticas

que estabelecem entre si, ou seja pelas relações de sentido exixtentes entre elas.

Bibliografia

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Page 17: Frases complexas

Celso cunha, Nova gramatica do português

Bechara, Evanildo. Moderna gramática portuguesa; São Paulo. Editora Lucerna; 2001. 37ª edição.

Maria Teresa Serafini…como se faz um trabalho esclar

Cunha, Celso, Cintra, Lindley e Eduardo Dourado Nova Gramática do Português Contemporâneo; São Paulo. Editora Nova Fronteira; 2011. 2ª edição, 31ª reimpressão.

Rosenthal, Marcelo. Gramática para concursos; São Paulo. Editora Campus; 3ª edição ISBN: 9788535234251

Gramática de Reflexão; Pag 98, cap 13

MENEGHETTI, Antonio. Dicionário de Ontopsicologia. 2 ed. rev. Recanto Maestro: Ontopsicologica ed., 2008. ISBN 978-85-88381-41-4.

BIOGRAFIA DO AUTOR

Nome: Sérgio Alfredo Macore

Formação: Gestão De Empresas e Finanças

Facebook: Helldriver Rapper ou Sergio Alfredo Macore

Nascido: 22 de Fevereiro de 1993

Província: Cabo Delgado – Pemba

Contacto: +258 846458829 ou +258 826677547

E-mail: [email protected] ou [email protected]

NB: Caso precisar de um trabalho, não hesite, não tenha vergonha. Me contacte logo, que

eu dou. ‘’Informação é para ser passada um do outro’’

OBRIGADO

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