2. 108 Captulo 1 Reino Vegetal - Origem e classificao das
Plantas A esta altura voc j deve ter ouvido que os seres vivos so
divididos em grupos. A diviso, classificao e caractersticas destes
tm mudado com os anos devido aos avanos nas pesquisas e descobertas
da cincia. A maioria dos organismos macroscpicos (vistos a olho nu)
pode ser facilmente classificada no Reino Vegetal ou no Reino
Animal. Mas o que dizer os seres microscpicos, de estruturas
pequenssimas e to peculiares? Assim os cientistas hoje utilizam a
classificao em quatro ou cinco Reinos: ias e algumas algas) Este
ltimo objeto do nosso estudo. Mas voc j sabe algo sobre o Reino
Plantae? O Reino Vegetal, conhecido cientificamente como Plantae,
formado por aproximadamente 300.000 espcies conhecidas, sendo que,
entre elas, encontram-se muitos tipos de ervas, arbustos, rvores,
plantas microscpicas, etc. autotrficos cujas clulas incluem um ou
mais organelas especializados na produo de material orgnico a
partir de material inorgnico e da energia solar, os cloroplastos.
Suas clulas possuem uma parede celular formada por celulose. razo,
elas agem de forma parasita, extraindo de outras plantas os
nutrientes necessrios para sua sobrevivncia. Agora pareceu fcil
identificar esses organismos n? no se engane! Lineu definiu o seu
reino Plantae incluindo todos os tipos de plantas "superiores", as
algas e os fungos. Depois de se descobrir que nem todas eram
verdes, passou-se a definir planta como qualquer ser vivo sem
movimentos voluntrios. J Aristteles dividia todos os seres vivos em
plantas (sem capacidade motora ou rgos sensitivos), e em animais
(cassificao que foi usada por muito tempo). Mas o que dizer das
sensitivas ou dormideira? ! Aquela plantinha que fecha os fololos
ao mnimo toque ou ausncia de luz? Ela tambm no um vegetal? E tem
rgos sensitivos no ? Hoje muito utilizada a classificao conhecida
como cladstica, a qual relaciona as relaes evolutivas entre
organismos. Assim, o taxon (ou clado) deve ser monofiltico, isto ,
todas as espcies do grupo devem possuir um antepassado comum. T
viajando? Ento vamos continuar para ver se voc compreende...
Segundo esta classificao, o Reino Plantae um grupo monofiltico
(mesmo antepassado) com as caractersticas comuns como organismos
eucariticos que fazem fotossntese usando clorofilas a e b e
armazenam seus produtos fotossntticos. Outra particularidade do
grupo possuir parede celular constituda principalmente por
celulose. Agora ficou mais claro n! Ainda neste contexto, as
plantas esto divididas em dois grandes grupos: produtoras de
gametas pouco evidentes como os musgos e samambaias. bem visveis,
alm disso desenvolvem sementes e por isso so chamadas espermatfitas
como pinheiros, mangueiras, roseiras, etc. As criptgamas ainda
dividem-se em: pequeno porte. Como exemplo temos musgos e
hepticas.
3. 109 Brifitas: Brifitas (do gergo bryon: 'musgo'; e phyton:
'planta') so plantas pequenas, geralmente com alguns poucos
centmetros de altura, que vivem preferencialmente em locais midos e
sombreados. O corpo do musgo formado basicamente de trs partes ou
estruturas: rizides - filamentos que fixam a planta no ambiente em
que ela vive e absorvem a gua e os sais minerais disponveis nesse
ambiente; caulide - pequena haste de onde partem os filides;
filides -estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossntese.
Estrutura das brifitas Essas estruturas so chamadas de rizides,
caulides e filides porque no tm a mesma organizao de razes, caules
e folhas das plantas que esto presentes a partir das pteridfitas.
Faltam-lhes, por exemplo, vasos condutores especializados no
transporte de nutrientes, como a gua. Na organizao das razes,
caules e folhas verdadeiras verifica-se a presena de vasos
condutores de nutrientes. Alis, uma das caractersticas mais
marcantes das brifitas a ausncia de vasos condutores de nutrientes.
Por isso, a gua absorvida do ambiente transportada nessas plantas
de clula para clula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de
transporte relativamente lento e limita o desenvolvimento de
plantas de grande porte. Assim, as brifitas so sempre pequenas,
baixas. Acompanhe o raciocnio: se uma planta terrestre de grande
porte no possusse vasos condutores, a gua demoraria muito para
chegar at as folhas. Nesse caso, especialmente nos dias quentes -
quando as folhas geralmente transpiram muito e perdem grande
quantidade de gua para o meio ambiente -, elas ficariam
desidratadas (secariam) e a planta morreria. Assim, toda a planta
alta possui vasos condutores. Mas nem todas as plantas que possuem
vasos condutores so altas; o capim, por exemplo, possui vasos
condutores e possui pequeno porte. Entretanto, uma coisa certa: se
a planta terrestre no apresenta vasos condutores, ela ter pequeno
porte e viver em ambientes preferencialmente midos e sombreados.
Musgos e hepticas so os principais representantes das brifitas. O
nome hepticas vem do grego hepathos, que significa 'fgado'; essas
plantas so assim chamadas porque o corpo delas lembra a forma de um
fgado.
4. 110 Heptica Os musgos so plantas eretas; as hepticas crescem
"deitadas" no solo. Algumas brifitas vivem em gua doce, mas no se
conhece nenhuma espcie marinha. Reproduo das brifitas Para explicar
como as brifitas se reproduzem, tomaremos como modelo o musgo
mimoso. Observe o esquema: Os musgos verdes que vemos num solo
mido, por exemplo, so plantas sexuadas que representam a fase
chamada gametfito, isto , a fase produtora de gametas. Nas
brifitas, os gametfitos em geral tm sexos separados. Em certas
pocas, os gametfitos produzem uma pequena estrutura, geralmente na
regio apical - onde terminam os filides. Ali os gametas so
produzidos. Os gametfitos masculinos produzem gametas mveis, com
flagelos: os anterozides. J os gametfitos femininos produzem
gametas imveis, chamados oosferas. Uma vez produzidos na planta
masculina, os anterozides podem ser levados at uma planta feminina
com pingos de gua da chuva que caem e respingam. Na planta
feminina, os anterozides nadam em direo oosfera; da unio entre um
anterozide e uma oosfera surge o zigoto, que se desenvolve e forma
um embrio sobre a planta feminina. Em seguida, o embrio se
desenvolve e origina uma fase assexuada chamada esporfito, isto , a
fase produtora de esporos. No esporfito possui uma haste e uma
cpsula. No interior da cpsula formam-se os esporos. Quando maduros,
os esporos so liberados e podem germinar no solo mido. Cada esporo,
ento, pode se desenvolver e originar um novo musgo verde - a fase
sexuada chamada gametfito.
5. 111 Como voc pode perceber, as brifitas dependem da gua para
a reproduo, pois os anterozides precisam dela para se deslocar e
alcanar a oosfera. O musgo verde, clorofilado, constitui, como
vimos, a fase denominada gametfito, considerada duradoura porque o
musgo se mantm vivo aps a produo de gametas. J a fase denominada
esporfito no tem clorofila; ela nutrida pela planta feminina sobre
a qual cresce. O esporfito considerado uma fase passageira porque
morre logo aps produzir esporos. Pteridfitas Samambaias, avencas,
xaxins e cavalinhas so alguns dos exemplos mais conhecidos de
plantas do grupo das pateridfitas. A palavras pteridfita vem do
grego pteridon, que significa 'feto'; mais phyton, 'planta'.
Observe como as folhas em brotamento apresentam uma forma que
lembra a posio de um feto humano no tero materno. Antes da inveno
das esponjas de ao e de outros produtos, pteridfitas como a
"cavalinha", cujo aspecto lembra a cauda de um cavalo e tem folhas
muito speras, foram muito utilizadas como instrumento de limpeza.
No Brasil, os brotos da samambaia-das-roas ou feto-guia, conhecido
como alimento na forma de guisados. Cavalinha, pteridfita do gnero
Equisetum. Atualmente, a importncia das pteridfitas para o
interesse humano restringe-se, principalmente, ao seu valor
ornamental. comum casas e jardins serem embelezados com samambaias
e avencas, entre outros exemplos. Ao longo da histria evolutiva da
Terra, as pteridfitas foram os primeiros vegetais a apresentar um
sistema de vasos condutores de nutrientes. Isso possibilitou um
transporte mais rpido de gua pelo corpo vegetal e favoreceu o
surgimento de plantas de porte elevado. Alm disso, os vasos
condutores representam uma das aquisies que contriburam para a
adaptao dessas plantas a ambientes terrestres. Samambaia
6. 112 Xaxins O corpo das pteridfitas possui raiz, caule e
folha. O caule das atuais pteridfitas em geral subterrneo, com
desenvolvimento horizontal. Mas, em algumas pteridfitas, como os
xaxins, o caule areo. Em geral, cada folha dessas plantas divide-se
em muitas partes menores chamadas fololos. A maioria das
pteridfitas terrestre e, como as brifitas, vive preferencialmente
em locais midos e sombreados. Pteridfitas mais conhecidas
Cavalinha: porte pequeno, caule subterrneo e que formam ramos
eretos que lembram vagamente um caule de cana-de-aucar com cerca de
1 cm de dimetro. Folhas em forma de fios, agrupadas em feixes,
emergem do caule e lembram uma cauda de cavalo (veja foto acima).
Selaginela: erroneamente vendida como musgo nas floriculturas.
Folhas midas que saem do caule cilndrico bem fino. Selaginela
Licopdio: caule subterrneo e que d ramos areos eretos dos quais
saem folhas bem menores que as da selaginela. comum formarem-se
"buqus" de rosa acompanhados de ramos de licopdios.
7. 113 Samambaias: As pteridfitas mais modernas so popularmente
conhecidas como samambaias e pertencem classe das filcneas. Incluem
as rendas portuguesas, as avencas, os xaxins, as samambaias de
metro etc. Na maioria delas, o caule subterrneo, chamado rizoma,
forma folhas areas. No xaxim o caule areo e estrio e pode atingir
cerca de 2 a 3 metros. As folhas so muitas vezes longas, apresentam
divises (fololos) e crescem em comprimento pelas pontas, que so
enroladas, lembrando a posio do feto no interior do tero. Na poca
de reproduo, os fololos ficam frteis e neles surgem pontos escuros,
os soros, verdadeiras unidades de reproduo. Soros nas folhas de
samabaia. Reproduo das pteridfitas - Ciclo haplodiplobionte Da
mesma maneira que as brifitas, as pteridfitas se reproduzem num
ciclo que apresenta uma fase sexuada e outra assexuada. Para
descrever a reproduo nas pteridfitas, vamos tomar como exemplo uma
samambaias comumente cultivada (Polypodium vulgare). A samambaia
uma planta assexuada produtora de esporos. Por isso, ela representa
a fase chamada esporfito. Em certas pocas, na superfcie inferior
das folhas da samambaias formam-se pontinhos escuros chamados
soros. O surgimento dos soros indica que a samambaias est em poca
de reproduo - em cada soro so produzidos inmeros esporos. Quando os
esporos amadurecem, os soros se abrem. Ento os esporos caem no solo
mido; cada esporo pode germinar e originar um protalo, aquela
plantinha em forma de corao mostrada no esquema. O protalo uma
planta sexuada, produtora de gamentas; por isso, ele representa a
fase chamada de gametfito.
8. 114 Ciclo reprodutivo das samambaias O protalo da samambaias
contm estruturas onde se formam anterozides e oosferas. No interior
do protalo existe gua em quantidade suficiente para que o
anterozide se desloque em meio lquido e "nade" em direo oosfera,
fecundado-a. Surge ento o zigoto, que se desenvolve e forma o
embrio. O embrio, por sua vez, se desenvolve e forma uma nova
samambaias, isto , um novo esporfito. Quando adulta, a samambaias
forma sosres, iniciando novo ciclo de reproduo. Como voc pode
perceber, tanto as brifitas como as pteridfitas dependem da gua
para a fecundao. Mas nas brifitas, o gametfito a fase duradoura e
os esporfito, a fase passageira. Nas pteridfitas ocorre o contrrio:
o gametfito passageiro - morre aps a produo de gametas e a
ocorrncia da fecundao - e o esporfito duradouro, pois se mantm vivo
aps a produo de esporos. Gimnospermas As gimnospermas (do grego
Gymnos: 'nu'; e sperma: 'semente') so plantas terrestres que vivem,
preferencialmente, em ambientes de clima frio ou temperado. Nesse
grupo incluem-se plantas como pinheiros, as sequias e os ciprestes.
As gimnsopermas possuem razes, caule e folhas. Possuem tambm ramos
reprodutivos com folhas modificadas chamadas estrbilos. Em muitas
gimnospermas, como os pinheiros e as sequias, os estrobilos so bem
desenvolvidos e conhecidos como cones - o que lhes confere a
classificao no grupo das conferas. Florestas de conferas de regies
temperadas so ricas em rvores do grupo das gimnospermas. No Brasil,
detaca-se a Mata de Araucrias do Sul do pas. H produo de sementes:
elas se originam nos estrbilos femininos. No entanto, as
gimnospermas no produzem frutos. Suas sementes so "nuas", ou seja,
no ficam encerradas em frutos.
9. 115 Araucrias, tipo de confera. So tambm gimnospermas as
Cycas, popularmente conhecidas como palmeira-de-ramos ou
palmeira-de- sagu, comuns em alguns lugares do Brasil. O tronco
tambm costuma ser espesso, a folha parecida com a das palmeiras,
porm, muito mais rgida. Reproduo das gimnospermas - Ciclo
haplodiplobionte na Conferas Vamos usar o pinheiro-do-paran
(Araucria angustiflia) como modelo para explicar a reproduo das
gimnospermas. Nessa planta os sexos so separados: a que possui
estrbilos masculinos no possuem estrobilos femininos e vice-versa.
Em outras gimnospermas, os dois tipos de estrbilos podem ocorrer
numa mesma planta. Existem dois tipos de estrbilos, um grande e
outro pequeno e, como conseqncia, h dois tipos de esporngios e de
esporos. Nos estrbiolos maiores, considerados femininos, cada
esporngio, chamado de vulo, produz por meiose um megsporo (ou
macrsporo). O megsporo fica retido no esporngio, no liberado, como
ocorre com os esporos das pteridfitas. Desenvolvendo-se no interior
do vulo o megsporo origina um gametfito feminino. Nesse gametfito
surge aquegnios e, no interior de cada um deles, diferencia-se uma
oosfera (que e o gameta feminino). Nos estrobilos menores,
considerados masculinos, cada esporngio - tambm chamado de saco
polnico - produz por meiose, numerosos micrsporos. Desenvolvendo-se
no interior do saco polnico, cada micrsporo origina um gametfito
masculino, tambm chamado de gro de plen (ou gametfito masculino
jovem). A ruptura dos sacos polnicos libera inumeros gros de plen,
leves, dotados de duas expanses laterias, aladas. Carregados pelo
vento, podem atingir os vulos que se encontram nos estrbilos
femininos. O processo de transporte de gro de plen (no se esquea
que eles representam os gametfitos masculinos) constitui a
polinizao, que, nesse caso, ocorre pelo vento. Cones ou estrbilos.
Cada gro de plen, aderido a uma abertura existente no vulo, inicia
um processo de crescimento que culmina com a formao de um tubo
polnico, correspondente a um gro de plen adulto (gametfito
masculino adulto). No interior do tubo polnico existe dois ncleos
gamticos haplides, correspondentes aos anterozides das pteridfitas.
Apenas um dos ncleos gamticos fecunda a oosfera, gerando o zigoto
(o outro ncleo gamtico degenera). Dividindo-se repetidamente por
mitose, o zigoto acaba originando um embrio, que mergulha no tecido
materno correspondente ao gametfito feminino.
10. 116 Aps a ocorrncia da fecundao e da formao do embrio, o
vulo converte-se em semente, que uma estrutura com trs componentes:
uma casa (tambm chamada de integumento), um embrio e um tecido
materno haplide, que passa a ser denominado de endosperma (ou
endosperma primrio), por acumular substncias de reserva que sero
utilizadas pelo embrio durante a sua germinao. A disperso das
sementes, em condies naturais, pode ocorrer pelo vento, no caso do
pinheiro comum, ou com ajuda de animais (gralhas-azuis ou esquilos)
como acontece com os pinhes do pinheiro-do-paran. Portanto, ao
comparar gimnospermas conferas com as pteridfitas, as seguintes
novidades podem ser citadas: estrbilos produtores de vulos (que,
depois, sero convertidos em sementes), estrbilos produtores de gros
de plen, polinizao, diferenciao do gro de plen em tubo polnico e,
por fim, a fecundao idenpendente da gua ambiental (esse tipo de
fecundao conhecido por sifogamia). Perceba que as rvores conferas
representam a gerao duradoura, o esporfito, sendo os gametfitos
reduzidos e pouco duradouros. Angiospermas Atualmente so conhecidas
cerca de 350 mil espcies de plantas - desse total, mais de 250 mil
so angiospermas. A palavra angiosperma vem do grego angeios, que
significa 'bolsa', e sperma, 'semente'. Essas plantas representam o
grupo mais variado em nmero de espcies entre os componentes do
reino Plantae ou Metaphyta. Flores e frutos: aquisies evolutivas As
angiospermas produzem raiz, caule, folha, flor, semente e fruto.
Considerando essas estruturas, perceba que, em relao s
gimnospermas, as angiospermas apresentam duas "novidades": as
flores e os frutos.
11. 117 A flor e o fruto do maracuj As flores podem ser
vistosas tanto pelo colorido quanto pela forma; muitas vezes tambm
exalam odor agradvel e produzem um lquido aucarado - o nctar - que
serve de alimento para as abelhas e outros animais. H tambm flores
que no tm peas coloridas, no so perfumadas e nem produzem nctar.
Coloridas e perfumadas ou no, das flores que as angiospermas
produzem sementes e frutos. As partes da flor Os rgos de suporte
rgos que sustentam a flor, tais como: pednculo liga a flor ao resto
ramo; receptculo dilatao na zona terminal do pednculo, onde se
inserem as restantes peas florais; rgos de proteo rgos que envolvem
as peas reprodutoras propriamente ditas, protegendo-as e ajudando a
atrair animais polinizadores. O conjunto dos rgos de proteo
designa-se perianto. Uma flor sem perianto diz-se nua. clice
conjunto de spalas, as peas florais mais parecidas com folhas, pois
geralmente so verdes. A sua funo proteger a flor quando em boto. A
flor sem spalas diz-se asspala. Se todo o perianto apresentar o
mesmo aspecto (tpalas), e for semelhante a spalas diz-se sepalide.
Neste caso diz-se que o perianto indiferenciado;
12. 118 corola conjunto de ptalas, peas florais geralmente
coloridas e perfumadas, com glndulas produtoras de nctar na sua
base, para atrair animais. A flor sem ptalas diz-se aptala. Se todo
o perianto for igual (tpalas), e for semelhante a ptalas diz-se
petalide. Tambm neste caso, o perianto se designa indiferenciado;
rgos de reproduo folhas frteis modificadas, localizadas mais ao
centro da flor e designadas esporfilos. As folhas frteis masculinas
formam o anel mais externo e as folhas frteis femininas o interno.
androceu parte masculina da flor, o conjunto dos estames. Os
estames so folhas modificadas, ou esporfilos, pois sustentam
esporngios. So constitudas por um filete (corresponde ao pecolo da
folha) e pela antera (corresponde ao limbo da folha); gineceu parte
feminina da flor, o conjunto de carpelos. Cada carpelo, ou
esporfilo feminino, constitudo por uma zona alargada oca inferior
designada ovrio, dado que contm vulos. Aps a fecundao, as paredes
do ovrio formam o fruto. O carpelo prolonga-se por uma zona
estreita, o estilete, e termina numa zona alargada que recebe os
gros de plen, designada estigma. Geralmente o estigma mais alto que
as anteras, de modo a dificultar a autopolinizao. Os frutos contm e
protegem as sementes e auxiliam na disperso na natureza. Muitas
vezes eles so coloridos, suculentos e atraem animais diversos, que
os utiliza como alimento. As sementes engolidas pelos animais
costuma atravessar o tubo digestivo intactas e so eliminadas no
ambiente com as fezes, em geral em locais distantes da planta-me,
pelo vento, por exemplo. Coloridos e e suculentos ou no, os frutos
abrigam e protegem as sementes e contribuem para a sua disperso na
natureza. Isso favorece a espcie na conquista de novos
territrios.
13. 119 Os dois grandes grupos de angiospermas As angiospermas
foram subdivididas em duas classes: as monocotiledneas e as
dicotiledneas. So exemplos de angiospermas monocotiledneas: capim,
cana-de-acar, milho, arroz, trigo, aveias, cevada, bambu, centeio,
lrio, alho, cebola, banana, bromlias e orqudeas. So exemplos de
angiospermas dicotiledneas: feijo, amendoim, soja, ervilha,
lentilha, gro-de-bico, pau- brasil, ip, peroba, mogno, cerejeira,
abacateiro, acerola, roseira, morango, pereira, macieira,
algodoeiro, caf, jenipapo, girassol e margarida. Monocotiledneas e
dicotiledneas: algumas diferenas Entes as angiospermas,
verificam-se dois tipos bsicos de razes: fasciculadas e pivotantes.
Razes fasciculadas. Tambm chamadas razes em cabeleira, elas formam
numa planta um conjunto de razes finas que tm origem num nico ponto
(esquema A dado acima). No se percebe nesse conjunto de razes uma
raiz nitidamente mais desenvolvida que as demais: todas elas tm
mais ou menos o mesmo grau de desenvolvimento. As razes
fasciculadas ocorrem nas monocotiledneas. Raiz fasciculada e
pivotante, respectivamente. Razes pivotantes. Tambm chamadas razes
axiais, elas formam na planta uma raiz principal, geralmente maior
que as demais e que penetra verticalmente no solo; da raiz
principal partem razes laterais, que tambm se ramificam. As razes
pivotantes ocorrem nas dicotiledneas. Em geral, nas angiospermas
verificam-se dois tipos bsicos de folhas: paralelinrvea e
reticulada. Folhas paralelinrveas. So comuns nas angiospermas
monocotiledneas. As nervuras se apresentam mais ou menos paralelas
entre si. Folhas reticuladas. Costumam ocorrer nas angiospermas
dicotiledneas. As nervuras se ramificam, formando uma espcie de
rede. Existem outras diferenas entre monocotiledneas e
dicotiledneas, mas vamos destacar apenas a responsvel pela
denominao que esses dois grupos de plantas recebem. O embrio da
semente de angiosperma contm uma estrutura chamada cotildone. O
cotildone uma folha modificada, associada a nutrio das clulas
embrionrias que podero gerar uma nova planta. Sementes de
monocotiledneas. Nesse tipo de semente, como a do milho, existe um
nico cotildone; da o nome desse grupo de plantas ser
monocotiledneas (do grego mnos: 'um', 'nico'). As substncias que
nutrem o embrio ficam armazenadas numa regio denominada endosperma.
O cotildone transfere nutrientes para as clulas embrionrias em
desenvolvimento.
14. 120 Sementes de dicotiledneas. Nesse tipo de semente, como
o feijo, existem dois cotildones - o que justifica o nome do grupo,
dicotiledneas (do grego ds: 'dois'). O endosperma geralmente no se
desenvolve nas sementes de dicotiledneas; os dois cotildones, esto
armazenam as substncias necessrias para o desenvolvimento do
embrio. MONOCOTILEDNEAS DICOTILEDNEAS raiz fasciculada (cabeleira)
pivotante ou axial (principal) caule em geral, sem crescimento em
espessura (colmo, rizoma, bulbo) em geral, com crescimento em
espessura (tronco) distribuio de vasos no caule feixes
lbero-lenhosos espalhados(distribuio atactostlica = irregular)
feixes lbero-lenhosos dispostos em crculo (distribuio eustlica =
regular) folha invaginante: bainha desenvolvida; uninrvia ou
paralelinrvia. peciolada: bainha reduzida; pecolo; nervuras
reticuladas ou peninrvias. Flor trmera (3 elementos ou mltiplos)
dmera, tetrmera ou pentmera embrio um cotildone 2 cotildones
exemplos bambu; cana-de-acar; grama; milho; arroz; cebola;
gengibre; coco; palmeiras. eucalipto; abacate; morango; ma; pera;
feijo; ervilha; mamona; jacarand; batata. Exerccios Captilo 1
Taxonomia: 1-) (UFJF/96) No ciclo de uma angiosperma apresentado
abaixo, as fases numeradas de 1, 2 e 3 apresentam as respectivas
ploidias (nmero de cromossomos): a) 1: 2n; 2: 2n; 3: 2n. d) 1: 2n;
2: 1n; 3: 1n b) 1: 1n; 2: 2n; 3: 3n. e) 1: 1n; 2: 2n; 3: 2n c) 1:
1n; 2: 2n; 3: 2n.
15. 121 2-) (MACK/2000) As figuras ao lado mostram as geraes
gametoftica e esporoftica dos vegetais. Assinale a alternativa
INCORRETA: a) A, B, C e D representam as faces esporofticas. b) E,
F, G e H representam as faces gametofticas. c) As fases
gametofticas so haplides e as esporofticas so diplides. d) As
clulas de H so haplides. e) As clulas de H so formadas por meiose.
3- (FUNREI/97) Nas brifitas, a inexistncia de um sistema vascular
condutor de seiva e a ocorrncia de gametas flagelados mveis
determinam que essas plantas sejam: a) Consideradas mais evoludas
que as algas. b) Sempre de porte pequeno e vivam em locais midos e
sombreados. c) De ocorrncia exclusivamente aqutica, principalmente
marinha. d) Independentes de um substrato para fixao e da gua
durante a fecundao. 4-)(MACK-2000) A figura representa o vulo de
uma angiosperma. Aps a fecundao, o embrio e o endosperma iro se
formar, respectivamente, a partir de: a) I e II. b) III e II.
16. 122 c) II e III. d) III e IV. e) IV e II. 5-) (UFPE) O
Reino Vegetal foi dividido informalmente em dois grandes grupos:
Criptgamos e Fanergamos, considerando-se principalmente os aspectos
reprodutivos. Abaixo, h uma srie de exemplos de vegetais,
identificados por algarismos e algumas de suas principais
caractersticas: 1) Plantas vasculares, com sementes, porm sem
frutos. 2) Plantas com sistema condutor de seiva, com flores,
sementes e frutos. 3) Plantas com sistema condutor, com razes e sem
sementes. 4) Plantas avasculares, com rizides e sem sementes. As
caractersticas descritas pelos algarismos de 1 a 4 representam,
respectivamente: a) gimnospermas, angiospermas, pteridfitas e
brifitas. b) pteridfitas, angiospermas, gimnospermas e brifitas. c)
pteridfitas, angiospermas, brifitas e gimnospermas. d)
angiospermas, gimnospermas, pteridfitas e brifitas. e)
angiospermas, gimnospermas, brifitas e pteridfitas. 6-)(UFPB) Entre
as adaptaes dos vegetais vida terrestre, uma das mais importantes
est relacionada com o desenvolvimento da reproduo sexuada
independente do meio aqutico. Sob este aspecto, os vegetais
terrestres que conseguiram superar a dependncia da gua para a
fecundao dos gametas foram apenas as: a) pteridfitas. b)
gimnospermas. c) brifitas. d) angiospermas. e) gimnospermas e
angiospermas 7-) (UCDB-MT) So plantas vasculares: a) pteridfitas,
musgos e hepticas. b) hepticas e angiospermas. c) antceros,
hepticas e musgos. d) pteridfitas, gimnospermas e angiospermas. e)
apenas as angiospermas. 8-). (Cefet-MG) Razes, caules, flores,
folhas, sementes e frutos esto presentes apenas nas: a)
gimnospermas. b) conferas. c) brifitas. d) pteridfitas. e)
angiospermas. 9-) (PUC-RS) So vegetais que apresentam estruturas
chamadas rizides, as quais, servindo fixao, tambm se relacionam
conduo da gua e dos sais minerais para o corpo da planta.
Apresentam sempre pequeno porte, em decorrncia da falta de um
sistema vascular. Nenhum dos seus representantes encontrado no meio
marinho. O texto acima se aplica a um estudo: a) das pteridfitas.
b) dos mixofitos. c) das brifitas. d) das clorofitas. e) das
gimnospermas.
17. 123 10-) (Fatec-SP) Considere as seguintes caractersticas
dos vegetais: I. sistema vascular; II. gros de plen e tubo polnico;
III. sementes nuas. Dessas, so comuns s gimnospermas e
angiospermas: a) somente I. b) somente II. c) somente III. d) I e
II apenas. e) I, II e III. 11-) A figura abaixo representa a
alternncia de geraes (metagnese) de um musgo. a) Que fenmenos
biolgicos representam os eventos I e II? b) Qual o nome das
estruturas numeradas de 1 a 6 e quantos cromossomos possui cada uma
de suas clulas? 12-) (UNICAMP) As algas so predominantemente
aquticas. Qual o ambiente mais comum onde ocorrem os musgos e as
samambaias? Qual seria o motivo principal de os musgos apresentarem
pequeno porte e as samambaias serem de maior porte e algumas
poderem atingir dois metros de altura ou mais? 13-) Um estrangeiro,
em visita regio sul do Brasil, teve sua ateno voltada para uma
planta nativa, de porte arbreo, com folhas pungentes e perenes e
flores reunidas em inflorescncias denominadas estrbilos. Desta
planta obteve um saboroso alimento, preparado a partir do cozimento
em gua fervente. a) Qual o nome popular desta planta e a que grupo
pertence? b) O alimento obtido corresponde a que parte da planta?
14-)Existe angiosperma que no realiza fotossntese? Explique.
15-)Quais so os gametfitos das angiospermas? Gabarito Taxonomia :
1- C 2- E 3- B 4 E 5 A 6 - E 7- D 8- E 9- C 10- D Discursivas: 11-)
a) I. Meiose II. Fecundao b) 1. esporo n 2. gametfitos n
18. 124 3. anterozide n 4. oosfera n 5. zigoto 2n 6. esporfito
2n 12-) Musgos e samambaias vivem em ambientes terrestres midos. Os
musgos so avasculares e as samambaias, plantas vasculares. 13-)a)
Pinheiro-do-paran ou pinheiro-brasileiro, pertencente ao grupo das
gimnospermas. b) O alimento o endosperma da semente, conhecido por
pinho. 14-) Algumas angiospermas adaptaram-se ao hbito parasitrio,
como o cip-chumbo (gnero Cuscuta). Estes vegetais retiram a seiva
elaborada do hospedeiro atravs das razes sugadoras e no possuem
folhas clorofiladas. 15-) Tubo polnico - saco embrionrio Captulo 2
MORFOLOGIA VEGETAL O corpo da maioria das plantas angiospermas
dividido em duas partes principais, uma localizada sob o solo,
constituda pelas razes, e outra rea constituda pelo caule, folhas,
flores e frutos. As clulas das razes, assim com as clulas de muito
caules, no fazem fotossntese e por isso dependem do alimento
produzido nas clulas das folhas. O caule, folhas, flores e frutos,
por sua vez, dependem da gua e dos sais minerais absorvidos pelas
razes. A raiz Quase sempre a raiz originada a partir da radcula do
embrio, localizado na semente. Partes das semente A partir dela
surgem ramos secundrios. No entanto, freqente surgirem razes a
partir de caules e mesmo de folhas. Essas razes conhecidas como
adventcias (do latim advena = que vem de fora, que nasce fora do
lugar habitual), so comuns, por exemplo, na base de um p de
milho.
19. 125 As razes distribuem-se amplamente pelo solo, mas h
algumas plantas que possuem razes areas, comuns nas trepadeiras,
bromlias, orqudeas, enquanto outras possuem razes submersas, como
os aguaps, comuns em represas. Raiz area Raiz aqutica Temos dois
tipos bsicos de sistema radicular: o pivotante, em que h uma raiz
principal, e o fasciculado, em que os ramos radiculares so
equivalentes em tamanho e aparncia, no apresentando uma raiz
principal. Partes da raiz
20. 126 A extremidade de uma raiz envolta por um capuz de
clulas denominado coifa, cuja funo proteger o meristema radicular,
um tecido em que as clulas esto se multiplicando ativamente por
mitose. no meristema que so produzidos as novas clulas da raiz, o
que possibilita o seu crescimento. Logo aps a extremidade,
localiza-se a regio onde as clulas surgidas por mitose crescem.
Nessa regio denominada zona de distenso ou de alongamento celular,
a raiz apresenta a maior taxa de crescimento. Aps a zona de
distenso situa-se a zona pilfera da raiz, que se caracteriza por
apresentar clulas epidrmicas dotadas de projees citoplasmticas
finas e alongadas, os plos absorventes. atravs desses pelos que a
raiz absorve a maior parte da gua e dos sais minerais de que
precisa. J a regio de ramos secundrios aquela que se nota o
brotamento de novas razes que surgem de regies internas da raiz
principal. Tipos de Raizes A principal funo da raiz a absoro dos
nutrientes minerais, sendo que, no solo, tambm responsvel pela
fixao do vegetal ao substrato. Alguns tipos de razes, no entanto,
tambm desempenham outras funes: Raizes tuberosas, como as da
mandioca, da batata-doce e do nabo armazenam reservas alimentares,
principalmente na forma de gros de amido, utilizadas durante a
florao e a produo de frutos pela planta. Os agricultores colhem
essas razes antes da planta tenha chance de consumir as reservas
armazenadas, utilizando-as na alimentao humana e de animais. Razes
respiratrias ou pneumatforos so adaptadas a realizao de trocas
gasosas com o ambiente. Esse tipo de raiz encontrado em plantas
como a Avicena tomentosa, que vive no solo encharcado e pobre em gs
oxignio nos manguezais. As razes principais dessa planta crescem
rente superfcie do solo e, de espao em espao, apresentam
pneumatforos, que crescem para cima, perpendicularmente ao solo.
Durante a mar vazante os pneumatforos ficam expostos e pode
realizar trocas de gases com o ar.
21. 127 Razes-suportes, tambm chamadas razes-escoras, aumentam
a base de fixao da planta ao solo. Algumas espcies de rvores
possuem razes tubulares, em forma de pranchas verticais, que
aumentam a estabilidade da planta e fornecem maior superfcie para
respirao do sistema radicular. Razes areas so caractersticas de
plantas epfetas, isto , que vivem sobre outras plantas sem parasit-
las. Essas razes podem atingir vrios metros de comprimento antes de
alcanar o solo, constituindo os cips. Razes sugadoras so adaptadas
extrao de alimentos de plantas hospedeiras, sendo caractersticas de
plantas parasitas, como o cip-chumbo e a erva-de-passarinho. As
razes sugadoras possuem um rgo de fixao, chamado apreensrio, do
qual partem finas projees denominadas haustrios. Os haustrios
penetram na planta hospedeira at atingir os vasos condutores de
seiva, de onde extraem gua e nutrientes de que a planta parasita
necessita para sobreviver. No caso de a planta ser hemiparasita, a
exemplo da erva-de-passarinho ( clorofilada, e portanto
22. 128 auttrofa), somente a seiva bruta (gua e minerais), que
transita pelos vasos lenhosos do xilema, retirada da planta
hospedeira. Caule As funes do caule O caule realiza a integrao de
razes e folhas, tanto do ponto de vista estrutural como funcional.
Em outras palavras, alm de constituir a estrutura fsica onde se
inserem razes e folhas, o caule desempenha as funes de conduo de
gua e sais minerais das razes para as folhas, e de conduo de matria
orgnica das folhas para as razes. Caules jovens tm clulas
clorofiladas e so revestidos por uma epiderme uniestratificada,
isto , formada por uma nica camada (estrato) de clulas. Plantas que
apresentam pequeno crescimento em espessura, como as gramneas, por
exemplo, tambm apresentam caules revestidos pela epiderme e esta
pode ainda apresentar sobre si, externamente, uma cutcula
protetora. J em plantas que crescem muito em espessura,
transformando- se em arbustos ou rvores, a epiderme substituda por
um revestimento complexo, formado por vrios tecidos. O tecido mais
externo formado por clulas mortas, que conferem o aspecto spero e
opaco aos troncos das rvores. Esse revestimento multitecidual,
denominado periderme, acompanha o crescimento em espessura dos
troncos. Os caules so, em geral, estruturas areas, que crescem
verticalmente em relao ao solo. Existem, no entanto, caules que
crescem horizontalmente, muitas vezes, subterraneamente. Caules
subterrneos podem ser distinguidos de razes porque apresentam gemas
ou botes vegetativos, a partir dos quais podem se desenvolver ramos
e folhas. Gemas As gemas caulinares so formadas por grupos de
clulas meristemticas, capazes de se multiplicar
23. 129 ativamente por mitose. Um conjunto de clulas
meristemticas forma um meristema, motivo pela qual as gemas
caulinares tambm so chamadas meristemas caulinares. No pice do
caule (e de cada ramo) existe sempre uma gema (ou meristema)
apical, que permite o crescimento em extenso graas multiplicao das
clulas meristemticas. medida que o caule cresce diferenciam-se
lateralmente, regies onde surgem folhas e gemas axilares (ou
laterais). As regies onde se inserem as folhas e as gemas so
denominadas ns e os espaos entre os ns so chamados entrens. As
gemas axilares so meristemas localizados no caule, junto ao ngulo
formado entre a folha e o ramo, que os botnicos denominaram axila
foliar. As gemas axilares permanecem inativas durante certo perodo,
denominado dormncia aps o qual podem entrar em atividade,
originando ramos laterais. Tipos de caules Troncos so caules
robustos, desenvolvidos na parte inferior e ramificados no pice. So
encontrados na maioria das rvores e arbustos do grupo das
dicotiledneas.
24. 130 Estipes so caules geralmente no ramificados, que
apresentam em seu pice um tufo de folhas. So tpicos das palmeiras.
Colmos so caules no-ramificados que se distinguem dos estipes por
apresentarem, em toda a sua extenso, diviso ntida em gomos. Os
gomos dos colmos podem ser ocos como no bambu, ou cheios como no
milho ou na cana-de-acar. Caules trepadores esto presentes em
plantas trepadeiras e crescem enrolados sobre diversos tipos de
suporte. Esse tipo de caule representa uma adaptao obteno de locais
mais iluminados, em que h mais luz para a fotossntese. Estolo ou
estolho um tipo de caule que cresce paralelamente ao cho,
produzindo gemas de espao em espao. Essas gema podem formar razes e
folhas e originar novas plantas.
25. 131 Rizomas so caules subterrneos que acumulam substncias
nutritivas. Em alguns rizomas ocorre acmulo de material nutritivo
em certas regies, formando tubrculos. Rizomas podem ser
distinguidos de razes pelo fato de apresentarem gemas laterais. O
gengibre, usado como tempero na cozinha oriental, um caule tipo
rizoma. Na bananeira, o caule um rizoma e a parte area constituda
exclusivamente por folhas. Um nica vez na vida de uma bananeira um
ramo caulinar cresce para fora do solo, dentro do conjunto de
folhas, e forma em seu pice uma inflorescncia que se transforma em
um cacho com vrias pencas de bananas. A batata-inglesa possui um
caule subterrneo que forma tubrculos, as batatas, um dos alimentos
mais consumidos no mundo. Bulbos so estruturas complexas formadas
pelo caule e por folhas modificadas. Os bulbos costumam ser
classificados em trs tipos: tunicado, escamoso e cheio. O exemplo
clssico de bulbo tunicado a cebola, cuja poro central, chamada
prato, pouco desenvolvida. Da parte superior do prato partem folhas
modificadas, muito ricas em substncias nutritivas: so os catafilos,
que formam a cabea da cebola. Da poro inferior do prato partem as
razes. O bulbo escamoso difere do tunicado pelo fato dos catafilos
se disporem como escamas parcialmente sobrepostas. Esse tipo de
bulbo encontrado no lrio. No caso do bulbo cheio, as escamas so
menos numerosas e revestem o bulbo como se fosse uma casca. Bulbos
cheios esto presentes na palma. Claddios so caules modificados,
adaptados realizao de fotossntese. As plantas que os possuem
perderam as folhas no curso da evoluo, geralmente como adaptao a
regies de clima seco. A ausncia de folhas permite planta economizar
parte da gua que ser perdida por evaporao.
26. 132 Gavinhas so ramos modificados que servem para a fixao
de plantas trepadeiras. Ao encontrar um substrato adequado as
gavinhas crescem enrolando-se sobre ele. Espinhos so ramos curtos,
resistentes e com ponta afiada, cuja funo proteger a planta,
afastando dela animais que poderiam danific-la.Os espinhos tanto
podem surgir por modificaes de folhas, como nas cactceas, como se
originar do caule. Nesse caso forma-se nas axilas das folas, a
partir de uma gema axilar, como ocorre nos limoeiros e laranjeiras.
Nas roseiras no h espinhos verdadeiros e sim acleos, estruturas
afiadas originadas da epiderme, o que explica serem facilmente
destacveis da planta, ao contrrio dos espinhos. A folha: local da
fotossntese De formato extremamente varivel, uma folha completa
formada por um cabinho, o pecolo, e uma superfcie achatada dotada
de duas faces, o limbo percorrido pelas nervuras. A principal funo
da folha servir como local em que realizada a fotossntese. Em
algumas plantas, existem folhas modificadas e que exercem funes
especializadas, como as folhas aprisionadoras de insetos das
plantas insetvoras, e os espinhos dos cactos. Uma folha sempre
originada a partir de um gema lateral do caule. Existem dois tipos
bsicos de folhas quanto ao tipo de nervura que apresentam: as
paralelinrveas, tpicas das monocotiledneas, e as reticulinrveas,
comuns em eudicotiledneas.
27. 133 Eudicotiledneas so uma das duas principais classes de
angiospermas; inicialmente contidas dentro do grupo das
dicotiledneas, que foi desmembrado por no ser monofiltico. O
prefixo eu significa verdadeiro, portanto este termo designaria as
plantas que realmente apresentam dois cotildones. Esse grupo
difere-se do antigo dicotilednea por apresentar somente plantas que
apresentem gro de plen triaperturado, caracterstica derivada de um
ancestral comum, que torna o grupo monofiltico Algumas estruturas
foliares especiais Em algumas plantas, principalmente
monocotiledneas, no h um tecido propriamente dito, mas um estrutura
conhecida pelo nome de bainha, que serve de elemento de ligao da
folha planta. o caso, por exemplo, da folha de milho. J em
eudicotiledneas, prximas aos pecolos existem estruturas de formatos
diversos podem ser pontiagudas, laminares ou com a forma de
espinhos conhecidas por estpulas. O formato e a cor das folhas so
muito variveis e algumas delas chamam a ateno por sua estrutura
peculiar. o caso por exemplo, das folhas modificadas presentes em
plantas carnvoras, cuja adaptao auxilia na captura de insetos.
Tambm especialmente interessante a colorao de certas brcteas,
pequenas folhas modificadas na base das flores, apresentam: de to
coloridas, elas atuam como importante elemento para atrao dos
insetos.
28. 134 Dionaea Muscipula- Planta carnvora Plantas descduas e
absciso foliar Em muitas espcies de angiospermas, principalmente
nas adaptadas a regies temperadas, as folhas caem no outono e
renascem na primavera. Plantas que perdem as folhas em determinada
estao do ano so chamadas decduas ou caduciflias. Plantas que no
perdem as folhas so chamadas de perenes. A queda das folhas no
outono interpretada como uma adaptao ao frio intenso e neve. Em vez
de ter as folhas lesadas pelo frio do inverno, a planta as derruba
deliberadamente no outono, em um processo por ela controlado. A
queda das folhas ocorre por meio de um processo chamado absciso
foliar. Inicialmente forma-se um tecido cicatricial na regio do
pecolo que une a folha ao caule, o tecido de absciso, que
interrompe gradativamente a passagem de gua e nutrientes minerais
do caule para a folha. A planta, assim, perde as folhas com o mnimo
de prejuzo e reduz a atividade metablica durante todo o inverno. Na
primavera, surgem novos primrdios foliares junto s gemas dormentes,
que logo se desenvolvem em folhas. Classificao das folhas As folhas
podem ser classificadas de diversas maneiras: de acordo com a sua
disposio no caule, a forma do limbo, a forma da borda etc.
Filotaxia Filotaxia o modo como as folhas esto arranjadas no caule.
Existem trs tipos bsicos de filotaxia: oposta, verticilada e
alternada. A filotaxia oposta quando existem duas folhas por n,
inseridas em regies opostas. Quando trs ou mais folhas inserem-se
no mesmo n, a filotaxia chamada verticilada. Quando as folhas se
inserem em regies ligeiramente deslocadas entre si, em ns
sucessivos, descrevendo uma hlice, a filotaxia chamada
alternada.
29. 135 Folha oposta Folha verticilada Tipos de limbo O limbo
pode ser simples (no-dividido) ou composto, dividido em dois, trs
ou mais fololos. Caso os fololos de um limbo composto partam todos
de um mesmo ponto do pecolo, dispondo-se como os dedos de uma mo, a
folha chamada de palmada. Quando os fololos de dispem ao longo do
pecolo, a folha chamada de penada. As folhas penadas podem terminar
em um nico fololo, sendo chamadas imparipenadas, ou em dois
fololos, sendo chamadas paripenadas. A forma e o tipo de borda do
limbo so outras caractersticas utilizadas na classificao de folhas.
Flor A flor o rgo reprodutivo das plantas angiospermas. Flores que
apresentam rgos reprodutores de ambos os sexos, masculino e
feminino, so chamadas de hermafroditas (ou monica). J as flores que
apresentam rgos reprodutores de apenas um dos sexos (masculino ou
feminino) so chamadas de diica. Uma flor hermafrodita geralmente
constituda por quatro conjuntos de folhas modificadas, os
verticilos florais. Os verticilos se inserem em um ramos
especializado, denominado receptculo floral. Os quatro verticilos
florais so o clice, constitudo pelas spalas, a corola, constituda
pelas ptalas, o androceu, constitudo pelos estames, e o gineceu,
constitudo pelos carpelos.
30. 136 Flores completas e incompletas Uma flor que apresenta
os quatro verticilos florais, ou seja, clice, corola, androceu e
gineceu, uma flor completa. Quando falta um ou mias desses
componentes a flor chamada incompleta. Clice, corola e perianto As
spalas so geralmente verdes e lembram folhas. So as partes mais
externas da flor e a sua funo cobrir e proteger o boto floral antes
dele se abrir. O conjunto de spalas forma o clice floral. Ptalas so
estruturas geralmente coloridas e delicadas e se localizam
internamente s spalas. O conjunto de ptalas forma a corola. O
conjunto formado pelos dois verticilos florais mais externos, o
clice e a corola, denominado perianto (do grego Peri, em torno, e
anthos, flor).
31. 137 Estames Estames so folhas modificadas, onde se formam
os gametas masculinos da flor. O conjunto de estames forma o
androceu (do grego andros, homem, masculino). Um estame geralmente
apresenta uma parte alongada, o filete, e uma parte terminal
dilatada, a antera. O interior da antera geralmente dividido em
quatro cavidades, dentro das quais se formam os gros de plen. No
interior de cada gro de plen forma-se dois gametas masculinos,
denominados ncleos espermticos. Quando a flor est madura, as
anteras se abrem e libertam os gros de plen. Carpelos Carpelos so
folhas modificadas, em que se formam os gametas feminios da flor.
Um ou mais carpelos formam uma estrutura em forma de vaso, o
pistilo. Este apresenta uma regio basal dilatada, o ovrio, do qual
parte um tubo, o estilete, que termina em uma regio dilatada, o
estigma. O conjunto de pistilos de uma flor constitui o gineceu (do
grego gyncos, mulher, feminino). O pistilo pode ser constitudo por
um, dois ou mais carpelos, dependendo do tipo de flor. Em geral, o
nmero de cmaras internas que o ovrio apresenta corresponde ao nmero
de carpelos que se fundiram para form-lo. No interior do ovrio
formam-se um ou mais vulos.
32. 138 Os vulos vegetais so estruturas complexas, constitudas
por muitas clulas. Nisso os vulos vegetais diferem dos vulos
animais, que so estruturas unicelulares. No interior de cada vulo
vegetal se encontra uma clula especializada, a oosfera, que o
gameta feminino propriamente dito. Diagramas florais O nmero dos
tipos de peas florais estudadas varivel de flor para flor e pode
ser representado esquematicamente por um diagrama. Cada tipo pode
ser representado por 3, 4 ou 5 peas ou mltiplos desses nmeros. Na
flor do hibisco, por exemplo, uma planta comum em jardins, h 5
spalas, 5 ptalas, um nmero mltiplo de 5 estames e um pistilo cujo
ovrio dividido em 5 lojas. Inflorescncias Em algumas plantas muitas
flores se agrupam em um mesmo ramo, formando conjuntos denominados
inflorescncias. Formao dos frutos e das sementes Para que servem as
flores? Aps a polinizao e a fecundao, a flor sofre uma modificao
extraordinria. De todos os componentes que foram vistos
anteriormente, acabam sobrando apenas o pednculo e o ovrio. Todo o
restante degenera. O ovrio sofre uma grande modificao, se
desenvolve e agora dizemos que virou fruto. Em seu interior os
vulos viram sementes. Assim, a grande novidade das angiospermas, em
termos de reproduo, a presena dos frutos. Todos os componentes da
flor que estudamos participa do processo reprodutivo que culminar
na produo de sementes dentro do fruto. Em toda a angiosperma assim,
mas deve-se se lembrar que existe variaes: h diferentes formatos de
frutos e diferentes quantidades ou at mesmo nenhuma semente. Quando
a planta tem inflorescncias para a reproduo, os frutos formados
tambm ficaro reunidos e constituiro as infrutescncias. o caso do
cacho de uvas, da amora, da jaca e da espiga de milho. Como ocorre
a formao dos frutos Polinizao e fecundao
33. 139 Polinizao o transporte dos gros de plen das anteras,
onde eles se formam, at o estigma, geralmente de uma outra flor. A
polinizao o primeiro passo para a aproximao dos gametas femininos e
masculinos, essencial para que a fecundao ocorra. O transporte do
plen, at o estigma feito por agentes polinizadores, que podem ser o
vento, os insetos ou os pssaros. Anemofilia A polinizao pelo vento
chamada de anemofilia (do grego anemos, vento). H diversas adaptaes
que favorecem esse tipo de polinizao. As flores de plantas
anemfilas geralmente tem estigmas plumosos, que oferecem maior
superfcie para receber os gros de plen. Suas anteras geralmente
possuem filetes longos e flexveis que oscilam ao vento, o que
facilita a disperso do plen. Alm disso, as plantas anemfilas
costumam produzir grande quantidade de gros de plen, o que aumenta
as chances de polinizao. Entomofilia e ornitofilia A polinizao por
insetos chamada entomofilia (do grego entomos, inseto) e a
polinizao por aves, ornitofilia (do grego ornithos, aves). As
flores polinizadas por animais geralmente possuem caractersticas
que atraem os polinizadores, tais como corola vistosa, glndulas
odorferas e produtoras de substncias aucaradas (nctar). Existem at
mesmo flores que produzem dois tipos de estames, um com gros de
plen frteis mas pouco atraentes e outro com plen atraente e
comestvel. O animal procura do plen comestvel, se impregna com o
plen frtil, transportando-o de uma flor para a outra. Fecundao Um
gro de plen, ao atingir o estigma de uma flor de mesma espcie,
estimulado a se desenvolver por substncias indutoras presentes no
estigma. O plen forma um longo tubo, o tubo polnico, que cresce
pistilo adentro at atingir o vulo. Este possui um pequeno orifcio
nos tegumentos, denominado micrpila, por onde o tubo polnico
penetra. Pelo interior do tubo polnico deslocam-se duas clulas
haplides, os ncleos espermticos, que so os gametas masculinos. No
interior do vulo h uma clula haplide especial, a oosfera, que
corresponde ao gameta feminino. A oosfera situa-se em posio
estratgica dentro do vulo, bem junto a pequena abertura denominada
mocrpila. O tubo polnico atinge exatamente a micrpila ovular e um
dos dois ncleos espermticos do plen fecunda a oosfera, originado o
zigoto. Este dar origem ao embrio.
34. 140 O outro ncleo espermtico se une a dois ncleos polares
presentes no interior do vulo, originando um tecido triplide, o
endosperma, que nutrir o embrio. O vulo fecundado se transforma na
semente, que contm um pequeno embrio em repouse em seu interior.
Veja com mais detalhes!
35. 141 Frutos e sementes Os frutos surgem do desenvolvimento
dos ovrios, geralmente aps a fecundao dos vulos. Em geral, a
transformao do ovrio em fruta induzida por hormnios liberados pelos
embries em desenvolvimento. Existem casos, porm, em que ocorre a
formao de frutos sem que tenha havido polinizao. Partes do fruto Um
fruto constitudo por duas partes principais: o pericarpo,
resultante do desenvolvimento das paredes do ovrio, e as sementes,
resultantes do desenvolvimento dos vulos fecundados. O pericarpo
compe-se de trs camadas: epicarpo (camada mais externa), mesocarpo
(camada intermediria) e endocarpo (camada mais interna). Em geral o
mesocarpo a parte do fruto que mais se desenvolve, sintetizando e
acumulando substncias nutritivas, principalmente aucares.
Classificao dos frutos Diversas caractersticas so utilizadas para
se classificar os frutos, entre elas o tipo de pericarpo, se o
fruto abre-se ou no espontaneamente para liberar as sementes, etc.
Frutos que apresentam pericarpo suculento so denominados carnosos e
podem ser do tipo baga, quando se originam de ovrios uni ou
multicarpelares com sementes livres (ex.: tomate, abbora, uma e
laranja), ou do tipo drupa, quando se originam de ovrios
unicarpelares, com sementes aderidas ao endocarpo duro (ex.:
azeitona, pssego, ameixa e amndoa). Frutos que apresentam endocarpo
no suculento so chamados de secos e podem ser deiscentes, quando se
abrem ao amadurecer, liberando suas sementes, ou indeiscentes,
quando no se abrem ao se tornar maduros.
36. 142 A diferena de fruta e fruto O que se conhece
popularmente por frutas no tem significado botnico. Fruta aquilo
que tem sabor agradvel, s vezes azedo, s vezes doce. o caso da
laranja, pssego, caju, banana, pra, maa, morango, amora. Note que
nem toda fruta fruto verdadeiro. J o tomate, a berinjela, o jil e a
abobrinha, entre outros, so frutos verdadeiros, mas no so frutas...
Pseudofrutos e frutos partenocrpicos Nos pseudofrutos a poro
comestvel no corresponde ao ovrio desenvolvido. No caju, ocorre
hipertrofia do pednculo floral. Na maa, na pra e no morango, o
receptculo floral que se desenvolve.
37. 143 Assim, ao comer a polpa de um abacate ou de uma manga
voc est se alimentando do fruto verdadeiro. No entanto, ao saborear
um caju ou uma maa, voc est mastigando o pseudofruto. No caso da
banana e da laranja de umbigo (baiana), o fruto partenocrpico,
corresponde ao ovrio desenvolvido sem fecundao, logo, sem sementes.
Origem e estrutura da semente A semente o vulo modificado e
desenvolvido. Toda a semente possui um envoltrio, mais ou menos
rgido, um embrio inativo da futura planta e um material de reserva
alimentar chamado endosperma ou albmen. Em condies ambientais
favorveis, principalmente de umidade, ocorre a hidratao da semente
e pode ser iniciada a germinao. Os cotildones Todo o embrio contido
em uma semente de angiosperma um eixo formado por duas
extremidades: A radcula, que a primeira estrutura a emergir, quando
o embrio germina;e O caulculo, responsvel pela formao das primeiras
folhas embrionrias. Uma folha embrionria merece especial ateno. o
cotildone. Algumas angiospermas possuem dois cotildones, outras
possuem apenas um. Plantas que possuem dois cotildones, so chamadas
de eudicotiledneas e plantas que possuem um cotildone s chamadas de
monocotiledneas. Os cotildones inserem-se no caulculo, que dar
origem ao caule.
38. 144 A clula vegetal A compreenso da anatomia e da
fisiologia das plantas depende, fundamentalmente, do conhecimento
sobre a organizao e o funcionamento de suas clulas. As clulas das
plantas vegetais apresentam pelo menos duas caractersticas que
permitem distinguilas claramente das clulas animais: possuem um
envoltrio externo rgido, a parede celular, e um orgnulo
citoplasmtico responsvel pela fotossntese, o plasto. Alm disso,
quando adultas, a maioria das clulas vegetais possui uma grande
bolsa membranosa na regio central do citoplasma, o vacolo central,
que acumula uma substncia aquosa de sais e acares. Parede da clula
vegetal A parede celular comea a se formar ainda na telfase da
mitose que d origem clula vegetal. Bolsas membranosas oriundas do
aparelho de Golgi, repletas de substncias gelatinosas denominadas
pectinas, acumulam-se na regio central da clula em diviso e se
fundem, originando uma placa chamada fragmoplasto. Enquanto a
telfase avana, o fragmoplasto vai crescendo pela fuso de bolsas de
pectina em suas bordas. Durante esse crescimento centrfugo (isto ,
do centro para fora), forma-se poros no fragmoplasto, por onde
passa fios de hialoplasma, que pe em comunicao os contedos das
futuras clulas vizinhas. Essas pontes hiloplasmticas so os
plasmosdesmos (do grego plasmos, lquido, relativo ao citoplasma, e
desmos, ponte, unio).
39. 145 O fragmoplasto atua como uma espcie de forma para a
construo das paredes celulsicas. Cada clula irm-secreta celulose
sobre o fragmoplasto e vai construindo, de seu lado, uma parede
celulsica prpria. A camada de pectinas, que foi a primeira separao
entre as clulas-irms, atua agora como um cimento intercelular,
passando a se chamar lamela mdia. Estrutura da parede celular
vegetal A parede da clula vegetal constituda por longas e
resistentes microfibrilas de celulose. Uma microfibrila rene entre
sessenta e setenta molculas de celulose, cada qual, constituda, por
sua vez, por quinhentas molculas de glicose encadeadas linearmente.
As microfibrilas de celulose mantm-se unidas por uma matriz formada
por glicoprotenas (protenas ligadas aucares) e por dois
polissacardeos, hemicelulose e pectina. Esta estruturao molecular
lembra o concreto armado, onde longas e resistentes varetas de
ferro, correspondentes as microfibrilas celulsicas, ficam
mergulhadas em uma argamassa de cimento e pedras, correspondente
matriz de glicoprotenas, hemicelulose e pectina. Paredes primrias e
secundrias A parede celulsica secretada logo aps a diviso celular a
parede primria. Essa parede elstica e acompanha o crescimento
celular. Depois que a clula atingiu o seu tamanho e forma
definitivos, ela secreta uma nova parede internamente parede
primria. Essa a parede secundria.
40. 146 As especializaes das clulas das plantas esto sempre
associadas estrutura das paredes celulares. Nos diferentes tecidos
vegetais as clulas tm paredes diferentes de diferentes espessuras,
organizao e composio qumica, que determinam no s a forma como tambm
as funes das clulas. Contedo celular - principais organelas Vacolo
Delimitado por uma membrana denominada tonoplasto. Contm gua,
acares, protenas; pode-se encontrar ainda compostos fenlicos,
pigmentos como betalanas, antocianinas cristais de oxalato de clcio
(drusas, estilides, cristais prismticos, rafdios, etc.). Muitas das
substncias esto dissolvidas, constituindo o suco celular, cujo pH
geralmente cido, pela atividade de uma bomba de prton no
tonoplasto. Em clulas especializadas pode ocorrer um nico vacolo,
originado a partir da unio de pequenos vacolos de uma antiga clula
meristemtica (clula-tronco); em clulas parenquimticas o vacolo
chega a ocupar 90% do espao celular.
41. 147 Funes: Ativo em processos metablicos, como:
armazenamento de substncias (vacolos pequenos - acmulo de protenas,
ons e outros metablitos). Um exemplo so os microvacolos do
endosperma da semente de mamona (Ricinus communis), que contm gros
de aleurona; processo lisossmico (atravs de enzimas digestivas,
existentes principalmente nos vacolos centrais e bem desenvolvidos,
cujo tonoplasto sofre invaginaes para englobar material
citoplasmtico contendo organelas (a autofagia ocorre em clulas
jovens ou durante a senescncia). Se originam a partir do sistema de
membranas do complexo golgiense. Seu tamanho aumenta medida que o
tonoplasto incorpora vesculas derivadas do complexo de Golgi.
Plastos Organelas formadas por um envelope de duas membranas
unitrias contendo internamente uma matriz ou estroma, onde se situa
um sistema de membranas saculiformes achatadas, os tilacides.
Originam-se dos plastdios e contm DNA e ribossomos. So divididos em
trs grandes grupos: cloroplasto; cromoplasto e leucoplasto; estes,
por sua vez, originam-se de estruturas muito pequenas, os
proplastdios (que normalmente j ocorrem na oosfera, no saco
embrionrio e nos sistemas meristemticos). Quando os proplastdios se
desenvolvem na ausncia de luz, apresentam um sistema especial,
derivado da membrana interna, originando tubos que se fundem e
formam o corpo prolamelar. Esses plastos so chamados
estioplastos.
42. 148 Cloroplastos: Seu genoma codifica algumas protenas
especficas dessas organelas; contm clorofila e esto associados fase
luminosa da fotossntese, sendo mais diferenciados nas folhas. Seu
sistema de tilacides formado por pilhas de membranas em forma de
discos, chamado de granus; nesse sistema que se encontra a
clorofila. Na matriz ocorrem as reaes de fixao de gs carbnico para
a produo de carboidratos, alm de aminocidos, cidos graxos e
orgnicos. Pode haver formao de amido e lipdios, estes ltimos em
forma de glbulos (plastoglbulos). Cromoplastos: Portam pigmentos
carotenides (geralmente amarelos, alaranjados ou avermelhados); so
encontrados em estruturas coloridas como ptalas, frutos e algumas
razes. Surgem a partir dos cloroplastos. Leucoplastos: Sem
pigmentos; podem armazenar vrias substncias: amiloplastos:
armazenam amido. Ex.: em tubrculos de batatinha inglesa (Solanum
tuberosum). proteinoplastos: armazenam protenas. elaioplastos:
armazenam lipdios. Ex.: abacate (Persea americana). Contedo celular
- organelas em comum com clulas animais Ncleo Importante organela
existente nas clulas eucariontes, constitui-se de duas membranas
com um espao entre si e contendo poros. Possui duas funes bsicas:
regular as reaes qumicas que ocorrem dentro da clula, e armazenar
as informaes genticas da clula. Em seu interior distinguem-se o
nuclolo e a cromatina. Durante a diviso celular, a cromatina se
condensa em estruturas com formas de basto, os cromossomos.
43. 149 Sistema Golgiense (complexo de Golgi) constitudo de
vrias unidades menores, os dictiossomos. Cada dictiossomo composto
por uma pilha de cinco ou mais sacos achatados, de dupla membrana
lipoprotica. Nas bordas dos sacos podem ser observadas vesculas em
processo de brotamento. Est relacionado aos processos de secreo,
incluindo a secreo da primeira parede que separa duas clulas
vegetais em diviso. Ribossomos Estruturas constitudas de RNA e
protenas; podem estar livres no hialoplasma ou presos entre si por
uma fita de RNA (polissomos) e, nesse caso, juntam os aminocidos do
citoplasma para formar cadeias de protenas. Retculo endoplasmtico
Constitudo de um sistema de duplas membranas lipoprotecas. O
retculo endoplasmtico liso, constitudo por duas membranas e o
retculo endoplasmtico rugoso possui ribossomos aderidos do lado
externo aderidos ao lado externo. O retculo liso facilita reaes
enzimticas, j que as enzimas se aderem sua membrana, sintetiza
lipdios (triglicerdeos, fosfolipdios e esterides), regula a presso
osmtica (armazenando substncias em sua cavidade), atua no
transporte de substncias (comunicando-se com a carioteca e com a
membrana celular). o retculo rugoso alm de desempenhar todas as
funes do retculo liso ele ainda sintetiza protenas, devido a
presena de ribossomos.
44. 150 Mitocndrias Organelas constitudas de duas membranas; a
interna sofre invaginaes, formando cristas mitocondriais que
aumentam a superfcie de absoro de substncias existentes na matriz
mitocondrial. O papel da mitocndria a liberao de energia para o
trabalho celular. Peroxisomos Estruturas com membrana bi-lipdica -
contm enzimas que auxiliam no metabolismo lipdico; participa do
processo de fotorespirao, efetuando a oxidao do glicerato em
glicolato, que transaminado em glicina.
45. 151 Substncias ergsticas Produtos do metabolismo celular.
Podem ser material de reserva ou produtos descartados pelo
metabolismo da clula. Encontradas na parede celular e nos vacolos,
alm de outros componentes protoplasmticos. As mais conhecidas so:
amido, celulose, corpos de protena, lipdios, cristais de oxalato de
clcio (drusas, rfides, etc.), cristais de carbonato de clcio
(cistlitos) e de slica (estruturas retangulares, cnicas, etc.).
Tambm so esgsticas as substncias fenlicas, resinas, gomas, borracha
e alcalides. Muitas vezes as clulas que contm essas substncias so
diferentes morfo e fisiologicamente das demais, sendo denominadas
idioblastos. Tecidos vegetais Um violento temporal, uma seca
prolongada, um animal herbvoro ou qualquer outro agente agressivo
do meio, tm que ser enfrentados pela planta imvel, ao contrrio de
um animal, que pode se refugiar em lugar seguro at que as condies
ambientais se normalizem. Os tecidos protetores, ou de
revestimento, de uma traquefita so a epiderme e o sber. A eficincia
deles pode garantir a proteo da planta contra diversos agentes
agressivos do meio. O sber um tecido de revestimento existente em
razes e troncos portanto em plantas arborescentes adultas, espesso,
formado por vrias camadas de clulas mortas. A morte celular, nesse
caso devida a impregnao de grossas camadas de suberina (um material
lipdico) nas paredes da clula que fica, assim, oca. Como armazena
ar, o sber funciona como um excelente isolante trmico, alm de
exercer, claro, um eficiente papel protetor. Ritidoma O tronco de
uma rvore periodicamente cresce em espessura. Esse crescimento fora
a ruptura do sber que racha em muitos pontos e acaba se destacando,
juntamente com outros tecidos. Antes, porm, a rvore elabora novo
sber que substituir o que vai cair. A este material periodicamente
destacado d-se o nome de ritidoma. A epiderme A epiderme das
plantas vasculares um tecido formado, de modo geral, por uma nica
camada de clulas de formato irregular, achatadas, vivas e
aclorofiladas. um tecido de revestimento tpico de rgos jovens
46. 152 (raiz, caule e folhas). A epiderme de uma raiz mostra
uma camada cilndrica de revestimento, com uma zona pilfera, cujos
pelos nada mais so do que extenses de uma clula epidrmica. Corte
transversal da raiz primria de Mandevilla velutina. Ep = epiderme;
Pr = plos radicular; Ex = exoderme; Pc = parnquima cortical; En =
endoderme; P = periciclo; Xp = xilema primria; Fp = floema primrio.
Caules jovens tambm so revestidos por uma fina epiderme no-dotada,
porm, de pelos. na folha que a epiderme possui notveis
especializaes: sendo um rgo de face dupla, possui duas epidermes, a
superior e a inferior. As clulas epidrmicas secretam para o
exterior substncias impermeabilizantes, que formam uma pelcula de
revestimento denominada cutcula. O principal componente da cutcula
a cutina, um polmero feito de molculas de cidos graxos. Alm de
evitar a perda de gua, a cutcula protege a planta contra infeces e
traumas mecnicos. Os anexos da epiderme Diferenciam-se na epiderme
estruturas como estmatos, tricomas, hidatdios e acleos.
47. 153 Estmatos Sem dvida, os estmatos so os anexos mais
importantes relacionados com a troca de gases e gua entre as folhas
e o meio. As clulas estomticas so as nicas na epiderme que possuem
clorofila. Um estmato visto de cima, assemelha-se a dois feijes
dispostos com as concavidades frente a frente: so as duas clulas
estomticas ou clulas-guarda, que possuem parede celular mais
espessa na face cncava e cuja disposio deixa entre elas um espao
denominado fenda estomtica ou ostolo. Ao lado de cada clula-guarda
h uma anexa, que no tem cloroplastos uma clula epidrmica comum. Em
corte transversal, verifica-se que a fenda estomtica d acesso a um
espao, a cmara estomtica, intercomunicante com os espaos areos do
parnquima foliar de preenchimento. Ateno! A troca de gases entre a
planta e o meio ocorre atravs dos estmatos da epiderme e de uma
estrutura chamada lenticelas presentes no sber. As lenticelas so
pequenas aberturas que facilitam o ingresso e a sada de gases nas
razes e caules suberificados. Tricomas Os tricomas so geralmente
estruturas especializadas contra a perda de gua por excesso de
transpirao, ocorrendo em planta de clima quente. Podem ser, no
entanto, secretores, produzindo secrees oleosas, digestivas ou
urticantes. As plantas carnvoras possuem tricomas digestivos e a
urtiga, planta que provoca irritao da pele, possui tricomas
urticantes.
48. 154 Acleos Os acleos, estruturas pontiagudas com funo de
proteo da planta contra predadores, so frequentemente confundido
com espinhos, que so folhas ou ramos modificados. Os acleos so
fceis de destacar e so provenientes da epiderme. Podem ser
encontrados nas roseiras. Hidatdios Hidatdios so estmatos
modificados, especializados em eliminar excessos lquidos da planta.
Os hidatdios geralmente presentes nas bordas das folhas, onde, pela
manh, possvel observar as gotas de lquido que eles eliminam,
fenmeno conhecido como gutao. A sustentao das traquefitas O porte
das traquefitas s foi possvel por adaptaes que tornaram possvel a
sustentao do organismo vivo e a disponibilidade e transporte de gua
para todas as clulas.
49. 155 A sustentao de uma traquefita devida existncia de
tecidos especializados para essa funo: o colnquima e o
esclernquima. O Colnquima As clulas do colnquima so alongadas,
irregulares e encontram-se dispostas em forma de feixes. Quando
cortadas transversalmente, tm aspecto variado. So vivas, nucleadas,
e a parede apresenta reforos de celulose, mais intensos nos cantos
internos da clula, conferindo certa resistncia ao esmagamento
lateral. O colnquima um tecido flexvel, localizado mais
externamente no corpo do vegetal e encontrado em estruturas jovens
como pecolo de folhas, extremidade do caule, razes, frutos e
flores. O Esclernquima O esclernquima um tecido mais rgido que o
colnquima, encontrado em diferentes locais do corpo de uma planta.
As clulas do esclernquima possuem um espessamento secundrio nas
paredes devido impregnao de lignina. As clulas mais comuns do
esclernquima so as fibras e os esclerdeos, tambm chamados
escleritos. Estrutura interna das folhas A folha totalmente
revestida pela epiderme, e seu interior, denominado mesfilo (do
grego, mesos, meio e phylon, folha), constitudo por parnquima
clorofiliano, tecidos condutores e tecidos de sustentao. O
parnquima clorofiliano foliar pode ser, em geral de dois tipos:
palisdico - constitudo por clulas prismticas e justapostos como uma
paliada, e lacunoso -constitudo por clulas de forma irregular, que
deixam espaos ou lacunas entre si. Pode haver parnquima palidico
junto epiderme de ambas as faces da folha, ou, como mais comum,
parnquima palidico junto a epiderme da face superior e lacunoso
junto inferior.
50. 156 Nervuras foliares Os tecidos condutores presentes na
folha encontram-se agrupados em feixes libero-lenhosos, nos quais o
xilema est voltado para a epiderme superior e o floema, para a
epiderme inferior. Os feixes condutores mais grossos formam as
nervuras foliares, visveis a olho nu. Os Tecidos Condutores de gua
e de Nutrientes em Traquefitas Alm das trocas gasosas, um dos
maiores problemas de um vegetal terrestre relaciona-se
disponibilidade de gua e sua perda, pois para realizao da
fotossntese fundamental que se consiga, alm do gs carbnico, a gua.
O problema de perda de gua atravs das folhas , em parte, minimizado
pela presena de cutculas lipdicas, nas faces expostas das
epidermes, que as impermeabilizam. Porm, isso dificulta as trocas
gasosas. A existncia nas traquefitas de aberturas epidrmicas
regulveis (os estmatos) que permitem as trocas gasosas e ao mesmo
tempo ajudam a evitar perdas excessivas de vapor de gua um
mecanismo adaptativo importante. O transporte de gua e nutrientes
em uma traquefita ocorre em parte por difuso de clula clula e, na
maior parte do trajeto, ocorre no interior de vasos
condutores.
51. 157 Inicialmente, ocorre a absoro de gua e nutrientes
minerais pela zona pilfera da raiz. Os diferentes tipos de ons so
obtidos ativa ou passivamente e a gua absorvida por osmose.
Forma-se uma soluo aquosa mineral, a seiva bruta ou seiva
inorgnica. Essa soluo caminha de clula a clula radicular at atingir
os vasos do xilema (ou lenho) existentes no centro da raiz. A
partir da, o transporte dessa seiva ocorre integralmente dentro dos
vasos lenhosos at as folhas. L chegando, os nutrientes e a gua
difundem-se at as clulas e so utilizados no processo da
fotossntese. Os compostos orgnicos elaborados nas clulas do
parnquima clorofiliano das folhas difundem-se para outro conjunto
de vasos do tecido condutor chamado floema ou lber. No interior dos
vasos liberianos, essa seiva orgnica ou seiva elaborada conduzida
at atingir as clulas do caule, de um fruto, de um broto em formao,
de uma raiz etc., onde utilizada ou armazenada. O xilema Os vasos
condutores de seiva inorgnica so formados por clulas mortas. A
morte celular devida impregnao da clula por lignina, um composto
aromtico altamente impermeabilizante. A clula deixa de receber
nutrientes e morre. Desfaz-se o contedo interno da clula, que acaba
ficando oca e com as
52. 158 paredes duras j que a lignina possui, tambm, a
propriedade de endurecer a parede celular. A deposio de lignina na
parede no uniforme. A clula, ento, endurecida e oca, serve como
elemento condutor. Existe, ainda, um parnquima (tecido vivo)
interposto que separa grupos de clulas condutoras. Acredita-se que
essas clulas parenquimticas secretem diferentes tipos de substncias
que provavelmente auxiliam a preservao dos vasos mortos do xilema.
Existem dois tipos de clulas condutoras no xilema: traquede e
elemento de vaso traquerio (ou xilemtico ou, ainda, lenhoso).
Traquedes so clulas extremamente finas, de pequeno comprimento (em
mdia 4 mm) e dimetro reduzido (da ordem de 2 mm). Quando
funcionais, as traquedes esto agrupadas em feixes e as extremidades
de umas tocam as das outras. Na extremidade de cada traquede, assim
como lateralmente, h uma srie de pontuaes ou poros(pequenssimos
orifcios) que permitem a passagem de seiva no sentido longitudinal
e lateral. Menores que as traquedes (em mdia de 1 a 3 mm), porm
mais longos (at 300 mm), os elementos de vaso tambm possuem
pontuaes laterais que permitem a passagem da seiva. Sua principal
caracterstica que em suas extremidades as paredes so perfuradas,
isto , no h parede divisria totalmente isolante entre uma e outra
clula. O vaso formado pela reunio de diversos elementos de vaso
conhecido como traquia. O nome traquia para o vaso condutor
derivado da semelhana que os reforos de lignina do vaso apresentam
com os reforos de cartilagem da traquia humana e os de quitina dos
insetos. A conduo da seiva inorgnica Vimos que as razes absorvem
gua do solo atravs da regio dos pelos absorventes ou zona pilfera.
Desta, a gua atravessa as clulas do crtex, endoderme e periciclo da
raiz. Na endoderme o fluxo da gua pode ser facilitado ela existncia
das chamadas clulas de passagem. A gua atinge os vasos do xilema e,
a partir desses vasos, atinge a folha. Na folha, ou ela usada na
fotossntese ou liberada na transpirao. Atribui-se a conduo da seiva
inorgnica (ou bruta) a alguns mecanismos: presso da raiz, suco
exercida pelas folhas e capilaridade. A presso da raiz O movimento
da gua atravs da raiz considerado como resultante de um mecanismo
osmtico. A gua que est no solo entra na clula do plo radicular,
cuja concentrao maior que a da soluo do solo. A clula radicular
menos concentrada que a clula cortical. Esta, por sua vez, menos
concentrada que a clula endodrmica e, assim por diante, at chegar
ao vaso do xilema, cuja soluo aquosa mais concentrada de todas
nesse nvel. Assim, como se a gua fosse osmoticamente bombeada, at
atingir os vasos do xilema.
53. 159 A suco exercida pelas folhas A hiptese mais aceita,
atualmente, para o deslocamento da seiva do xilema baseada na suco
de gua que a copa exerce. Esta suco est relacionada com os
processos de transpirao e fotossntese que ocorrem nas folhas. Para
que essa aspirao seja eficiente, dois pr-requisitos so
fundamentais: inexistncia de ar nos vasos de xilema e uma fora de
coeso entre as molculas de gua. A coeso entre as molculas de gua
faz com que elas permaneam unidas umas s outras e suportem foras
extraordinrias, como o prprio peso da coluna lquida no interior dos
vasos, que poderiam lev-las a separar-se. A existncia de ar nos
vasos do xilema romperia essa unio e levaria formao de bolhas que
impediriam a ascenso da seiva lenhosa. As paredes dos vasos
lenhosos igualmente atraem as molculas de gua e essa adeso,
juntamente com a coeso, so fatores fundamentais na manuteno de uma
nova coluna contnua de gua no interior do vaso. A transpirao e a
fotossntese removem constantemente gua da planta. Essa extrao gera
uma tenso entre as molculas de gua j que a coeso entre elas impede
que se separem. A parede do vaso tambm tracionada devido adeso
existente entre ela e as molculas de gua. Para que se mantenha a
continuidade da coluna lquida, a reposio das molculas de gua
retiradas da copa deve ser feita pela raiz, que, assim, abastece
constantemente o xilema. O efeito da capilaridade na conduo da
seiva Os vasos lenhosos so muito delgados, possuem dimetro capilar.
Assim, a ascenso do xilema ocorre, em parte, por capilaridade. No
entanto, por esse mecanismo, a gua atinge alturas bem inferiores a
1 metro e, isoladamente, esse fato insuficiente para explicar a
subida da seiva inorgnica.
54. 160 O floema Os vasos do floema (tambm chamado de lber) so
formados por clulas vivas, cuja parede possui apenas a membrana
esqueltica celulsica tpica das clulas vegetais e uma fina membrana
plasmtica. So clulas altamente especializadas e que perdem o ncleo
no decorrer do processo de diferenciao. O seu interior ocupado pela
seiva elaborada (ou seiva orgnica) e por muitas fibras de protenas,
tpicas do floema. A passagem da seiva orgnica de clula a clula
facilitada pela existncia de placas crivadas nas paredes terminais
das clulas que se tocam. Atravs dos crivos, flui a seiva elaborada
de uma clula para outra, juntamente com finos filamentos
citoplasmticos, os plasmodesmos. Os orifcios das placas crivadas so
revestidos por calose. Polissacardeo que obstrui os crivos quando,
em alguns vegetais, periodicamente, os vasos crivados ficam sem
funo. Ao retornarem atividade, esse calo desfeito. Lateralmente aos
tubos crivados, existem algumas clulas delgadas, nucleadas,
chamadas de companheiras, cujo ncleo passa a dirigir tambm a vida
das clulas condutoras. A conduo da seiva elaborada A seiva orgnica,
elaborada no parnquima das folhas, lanada nos tubos crivados do
floema e conduzida a todas as partes da planta que no so
auto-suficientes. O transporte orientado principalmente para a
raiz, podendo haver algum movimento em direo ao pice do caule e
folhas em desenvolvimento. De modo geral, os materiais orgnicos so
translocados para rgos consumidores e de reserva, podendo haver
inverso do movimento (isto , dos rgos de reserva para regies em
crescimento), quando necessrio.
55. 161 A hiptese de Mnch A hiptese mais aceita atualmente para
a conduo da seiva elaborada a que foi formulada por Mnch e se
baseia na movimentao de toda a soluo do floema, incluindo gua e
solutos. a hiptese do arrastamento mecnico da soluo, tambm chamada
de hiptese do fluxo em massa da soluo. Por essa hiptese, o
transporte de compostos orgnicos seria devido a um deslocamento
rpido de molculas de gua que arrastariam, no seu movimento, as
molculas em soluo. A compreenso dessa hiptese fica mais fcil
acompanhando-se o modelo sugerido por Mnch para a sua explicao.
Observando a figura, conclui-se que haver ingresso de gua por
osmose, do frasco A para o osmmetro 1, e do frasco B para o
osmmetro 2. No entanto, como a soluo do osmmetro 1 mais
concentrada, a velocidade de passagem de gua do frasco A para o
osmmetro 1 maior. Assim, a gua tender a se dirigir para o tubo de
vidro 1 com velocidade, arrastando molculas de acar. Como o
osmmetro 2 passa a receber mais gua, esta passa para o frasco B. Do
frasco B, a gua passa para o tubo de vidro 2, em direo ao frasco A.
Podemos fazer a correspondncia entre o modelo anterior e uma
planta: Tubo de vidro 1 corresponde ao floema e o tubo de vidro 2
ao xilema; Osmmetro 1 corresponde a uma clula do parnquima foliar e
o osmmetro 2, a uma clula da raiz; Frasco A representa a folha,
enquanto o frasco B representa a raiz; As clulas do parnquima
foliar realizam fotossntese e produzem glicose. A concentrao dessas
clulas aumenta, o que faz com que absorvam gua do xilema das
nervuras. O excesso de gua absorvida deslocado para o floema,
arrastando molculas de acar em direo aos centros consumidores ou de
reserva. Organizao dos Tecidos nas Razes e nos Caules Razes e
caules jovens, cortados transversalmente, mostram que so formados
por uma reunio de tecidos. A disposio desses tecidos especfica em
cada rgo e constitui uma estrutura interna primria tpica de cada um
deles. Uma estrutura secundria, mais complexa, pode ser vista
quando ocorre um aumento no dimetro do caule e da raiz.
56. 162 Estrutura primria da raiz Se acompanhssemos uma clula
meristemtica que terminou de surgir por mitose na extremidade de
uma raiz, veramos que ela vai se alongando, ao mesmo tempo que vai
se distanciando da extremidade em decorrncia do surgimento de novas
clulas. A maior taxa de crescimento em extenso de uma raiz,
ocorrer, portanto, na regio situada pouco acima da regio
meristemtica, denominada de zona de distenso. Aps crescerem as
clulas iniciam a sua diferenciao. Na regio mais interna, por
exemplo, ter incio a diferenciao dos tecidos condutores, enquanto
na regio mais externa diferenciam-se parnquimas e tecidos de
revestimento. Crtex A regio mais perifrica da raiz jovem
diferenciam-se em epiderme, tecido formado por uma nica camada de
clulas achatadas e justapostas. Na regio abaixo da epiderme,
chamada crtex, diferencia-se o parnquima cortical, constitudo por
vrias camadas de clulas relativamente pouco especializadas.
57. 163 Cilindro central A parte interna da raiz o cilindro
central, composto principalmente por elementos condutores
(protoxilema e protofloema), fibras e parnquima. O cilindro central
delimitado pela endoderme, uma camada de clulas bem ajustadas e
dotadas de reforos especiais nas paredes, as estrias de Caspary.
Essas estrias so como cintas de celulose que unem firmemente as
clulas vizinhas, vedando completamente os espaos entre elas. Assim,
para penetrar no cilindro central, toda e qualquer substncia tem
que atravessar diretamente as clulas endodrmicas, uma vez que as
estrias de caspary fecham os interstcios intercelulares. Logo
abaixo da endoderme situa-se uma camada de clulas de paredes finas
chamada periciclo, que delimita o cilindro central, onde se
localizam o xilema e o floema. A maneira como os tecidos condutores
se dispem no cilindro central um dos critrios para distinguir
dicotiledneas de monocotiledneas. Razes de mono e dicotiledneas Na
maioria das plantas dicotiledneas o xilema se concentra na regio
mias interna do cilindro central. Quando se observa um corte
transversal raiz, v-se que o protoxilema ocupa uma rea em forma de
cruz ou estrela, cujas pontas encostam no periciclo. O protofloema
encontra-se nos vrtices formados pelos braos da cruz. Entre o
protoxilema e o protofloema h um meristema primrio chamado
procmbio. Os demais espaos dentro do cilindro central so
preenchidos por parnquima. Nas plantas monocotiledneas, o centro da
raiz ocupado por uma medula constituda por parnquima medular e os
vasos lenhosos e liberianos dispem-se ao redor.
58. 164 Estrutura secundria O crescimento em espessura da raiz
pode ser chamado de crescimento secundrio, para distingui-lo do
crescimento em extenso. Em linhas gerais, durante o crescimento
secundrio desenvolvem-se cilindros de clulas meristemticas que
permitem o surgimento de novos tecidos radiculares. Os dois tecidos
meristemticos envolvidos no crescimento secundrio da raiz so o
cmbio vascular, que permite o crescimento do cilindro central, e o
cmbio subergeno ou felognio, que permite o crescimento da periderme
(casca). Cmbio vascular O cmbio vascular (do latim vasculum, vaso)
assim chamado porque origina novos vasos condutores durante o
crescimento secundrio da raiz. O cmbio vascular forma-se a partir
do procmbio e do periciclo, que se conjugam e delimitam uma rea
interna do cilindro central, onde s h xilema. Ao se multiplicar
ativamente, as clulas do cmbio vascular originam vasos xilemticos
para a regio mais interna e vasos floemticos para a regio mais
externa. Aos poucos a rea delimitada pelo cmbio vai tornando-se
cada vez mais cilndrica.
59. 165 O cambio vascular da raiz um meristema de origem mista,
primria e secundria. Isso porque tem origem tanto no procmbio, um
meristema primrio, quanto do periciclo, um tecido j diferenciado
que sobre desdiferenciao. Cmbio subergeno ou felognio O cmbio
subergeno, tambm chamado de felognio (do grego phellos, cortia, e
genos, que gera), um cilindro de clulas meristemticas localizado na
regio cortical da raiz, sob a epiderme. O felognio um meristema
secundrio, uma vez que tem origem por desdiferenciao de clulas do
parnquima cortical. Como vimos, a atividade do felognio produz
feloderme e sber, este ltimo um tecido morto que protege
externamente razes e caules com crescimento secundrio. Estrutura
interna do caule Como na raiz, a parte mais jovem de um caule a que
se localiza junto extremidade, onde ocorre a multiplicao das clulas
do meristema apical, que permite o crescimento em extenso. Logo
abaixo da zona meristemtica apical as clulas iniciam o processo de
diferenciao celular, que leva ao aparecimento dos diversos tecidos
que compem o caule. Origem das gemas axilares Nem todas as clulas
produzidas pelo meristema apical sofrem diferenciao. medida que o
caule cresce, permanecem grupos de clulas meristemticas sob a
epiderme, pouco acima do ponto de insero das folhas. Esses grupos
de clulas formam, nas axilas das folhas, protuberncias chamadas
gemas axilares ou laterais.
60. 166 Estrutura primria Feixes lbero-lenhosos Caules que no
cresceram, em espessura apresentam estrutura primria, caracterizada
pela presena de feixes lbero-lenhosos localizados entre as clulas
do parnquima que preenchem seu interior. Cada feixe libero-lenhoso
possui elementos do lber (floema) voltados para fora e elementos do
lenho (xilema) voltados para dentro. Nas plantas monocotiledneas,
que geralmente na apresentam crescimento secundrio, os feixes
condutores so distribudos de maneira difusa no interior do caule. J
nas dicotiledneas os feixes lbero- lenhosos distribuem-se
regularmente, formando um cilindro. Cmbio fascicular Nos feixes
libero-lenhosos das dicotiledneas, o floema est voltado para o
exterior do caule e o xilema para o interior. Entre o floema e o
xilema de um feixe h um tecido meristemtico: o cmbio vascular e o
cmbio subergeno ou felognio. Cmbio vascular O Cmbio vascular do
caule forma-se a partir do cmbio fascicular e do cmbio
interfascicular, este ltimo um tecido meristemtco secundrio,
resultante da dedisferenciao de clulas parenquimticas localizadas
entre os feixes libero-lenhosos. O cmbio fascicular passa a
delimitar, assim, uma rea interna do caule onde s h xilema e
parnquima. Como na raiz, as clulas do cmbio vascular originam vasos
xilemticos para a regio mais interna e vasos floemticos para a
regio mais externa. Aos poucos, a rea delimitada pelo cmbio vai se
tornando cada vez mais cilndrica. O cmbio vascular o caule, como o
da raiz, tambm um meristema de origem mista, primria e secundria.
Isso porque tem origem tanto do cambio fascicular, um meristema
primrio, quanto do cmbio interfascicular, um meristema que surgiu
da desdiferenciao de clulas parenquimticas. Cmbio subergeno ou
felognio A atividade do cmbio vascular faz com que o caule v
progressivamente aumentando de espessura. Para acompanhar esse
crescimento em dimetro, clula do parnquima cortical sofrem
desdiferenciao e originam um cilindro de meristema secundrio, o
felognio. Como vimos, a atividade do felognio produz feloderme para
o interior e sber para o exterior, formando a periderme, que passa
a revestir o caule. Anis anuais Nas regies de clima temperado, a
atividade do cmbio varia no decorrer do ano. A atividade cambial
muito intensa durante a primavera e o vero, diminuindo
progressivamente no outono at cessar por completo no inverno. No
fim do vero, quando est encerrando mais um ciclo de atividade, o
cmbio produz vasos lenhosos de paredes grossas e lmen estreito, que
constituem o lenho estival. Na primavera, ao retomar o seu
funcionamento depois do repouso invernal, o cmbio produz vasos
lenhosos de paredes delgadas e lmen grande, que constituem o lenho
primaveril.
61. 167 Troncos de rvores que vivem em regies temperadas
apresentam, portanto, anis de lenho primaveril. Quando esses
troncos so observados em corte transversal, esses anis so
facilmente identificveis e o nmero de pares de anis corresponde
idade da rvore. Crescimento e desenvolvimento O crescimento de uma
planta comea a partir da germinao da semente. A hidratao da
semente, por exemplo, ativa o embrio. As reservas contidas no
endosperma ou nos cotildones so hidrolisadas por ao enzimtica. As
clulas embrionrias recebem os nutrientes necessrios, o metabolismo
aumenta e so iniciadas as divises celulares que conduziro ao
crescimento. A radcula a primeira estrutura a imergir; a seguir,
exterioriza-se o caulculo e a plntula inicia um longo processo que
culminar no vegetal adulto. Qual a diferena entre crescimento e
desenvolvimento?
62. 168 Esses dois termos so frequentemente utilizados como
sinnimos. No entanto, h uma diferena entre eles: O crescimento
corresponde a um crescimento irreversvel no tamanho de um vegetal,
e se d a partir do acrscimo de clulas resultantes das divises
mitticas, alm do tamanho individual de cada clula. De modo geral, o
crescimento tambm envolve aumento do volume e da massa do vegetal.
O crescimento envolve parmetros quantitativos mensurveis (tamanho,
massa e volume). O desenvolvimento consiste no surgimento dos
diferentes tipos celulares e dos diversos tecidos componentes dos
rgo vegetais. certamente um fenmeno relacionado ao processo de
diferenciao celular. O desenvolvimento envolve aspectos
quantitativos, relacionados ao aumento da complexidade do vegetal.
A ocorrncia desses dois processos simultnea. Um vegetal cresce e se
desenvolve ao mesmo tempo. O meristema Todos os tipos de clulas que
compe uma planta tiveram origem a partir de tecidos meristemticos,
formados por clulas que tm uma parede primria fina, pequenos
vacolos e grande capacidade de realiza mitose. As clulas dos
tecidos diferenciados, ainda que no tenham morrido durante a
diferenciao (como o sber, o xilema, por exemplo), perdem a
capacidade de se multiplicar por mitose. As clulas meristemticas se
multiplicam e se diferenciam, originando os diversos tecidos
permanentes da planta, cujas clulas no mais se dividem. Meristema
primrios Em certos locais das plantas, como nos pices da raiz e do
caule, existem tecidos meristemticos que descendem diretamente das
primeiras clulas embrionrios, presentes na semente. Esses so os
meristemas primrios. O caule cresce em comprimento graas atividade
de um meristema primrio presente em seu