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Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista em Ciências Ambientais com ênfase em Botânica e Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - UFMT
HUGO DIAS HOFFMANN SANTOS
INVENTÁRIO E REVISÃO DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS
DE SAÚDE (RSS) NO PRONTO SOCORRO E HOSPITAL MUNICIPAL DE
VÁRZEA GRANDE/MT
Cuiabá - Mato Grosso
2009
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HUGO DIAS HOFFMANN SANTOS
INVENTÁRIO E REVISÃO DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS
DE SAÚDE (RSS) NO PRONTO SOCORRO E HOSPITAL MUNICIPAL DE
VÁRZEA GRANDE/MT
Prof.a Dra. Edna Lopes Hardoim
Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
Cuiabá - Mato Grosso
2009
Monografia apresentada ao Instituto de
Biociências (Depto. de Botânica e Ecologia) da
Universidade Federal de Mato Grosso –
UFMT, para obtenção do título de Especialista
em Ciências Ambientais.
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HUGO DIAS HOFFMANN SANTOS
INVENTÁRIO E REVISÃO DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS
DE SAÚDE (RSS) NO PRONTO SOCORRO E HOSPITAL MUNICIPAL DE
VÁRZEA GRANDE/MT
Banca Examinadora:
______________________________ Prof.a Dra. Edna Lopes Hardoim
Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
______________________________ MSc. Solange Fátima de Oliveira Cruz
Coordenadora de Resíduos Sólidos
Secretaria Estadual de Meio Ambiente - SEMA
Cuiabá/MT
Data da aprovação: 02/07/2009.
Monografia apresentada ao Instituto de
Biociências (Depto. de Botânica e Ecologia) da
Universidade Federal de Mato Grosso –
UFMT, para obtenção do título de Especialista
em Ciências Ambientais.
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EPIGRAFE
“Chegamos assim a uma concepção de relação entre ciência e
religião muito diferente da usual... Sustento que o sentimento
religioso cósmico é a mais forte motivação da pesquisa científica.”
(Albert Einstein)
i
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DEDICATORIA
Dedico ao meu querido avô Egon Aury
Hoffmann (in memorian) que sempre me
incentivou a estudar, fazendo despertar em mim o
amor pela ciência e no caminho dela a proposta
para um futuro melhor, dedico também a minha
esposa, Rubia Manueli da Costa Hoffmann, por
me apoiar nos momentos difíceis e ao meu amado
filho, Arthur da Costa Hoffmann, por simbolizar
a continuidade genética desse amor pela descoberta
da vida.
ii
6
AGRADECIMENTOS
A DEUS, em primeiro lugar, pois Ele fez toda diferença em minha vida; me
resgatou, deu-me proteção, um lar, uma família, instrução divina e o
verdadeiro conhecimento que vem do Senhor.
A Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, pela estrutura física.
Aos professores da Especialização em Ciências Ambientais, turma 2008/9 por
compartilharem seus conhecimentos conosco, na pessoa da Prof.a Dr.a Vera
Lucia Monteiro dos Santos Guarim, coordenadora do curso.
Em especial, à minha orientadora, Prof.a Dr.a Edna Lopes Hardoim, pela
atenção e carinho ao me auxiliar mesmo em sua atarefada agenda diária.
À Prof.a MSc. Solange Fátima de Oliveira Cruz, coordenadora de resíduos
sólidos da SEMA, pelo carinho, presença e valiosa contribuição na banca
examinadora.
Ao Pronto Socorro e Hospital Municipal de Várzea Grande – PSHMVG, na
pessoa do Superintendente, Dr. Jorge de Araújo Lafetá Neto, pelo apoio
moral, financeiro e que prontamente atendeu no que foi necessário para
realização desta pesquisa, como também ao Diretor Administrativo, Sr. João
Santana Botelho, e todos os funcionários que colaboraram de forma direta
ou indireta para a realização deste trabalho.
Em especial, aos Técnicos de Enfermagem, Enfermeiros e Auxiliares de
Serviços Gerais da Limpeza que tiveram uma participação importantíssima na
elaboração do mesmo.
E aos meus queridos amigos com os quais tenho aprendido muito:
Jamesson, Ricardo, Caio, Elizeu, Selma, Marciley, Enf.a Christiely, Enf.a Lívia e
Enf.o Jonas.
iii
7
RESUMO O modo consumista em que a sociedade moderna vem convivendo está alimentando a geração de resíduos sólidos de uma forma superior à capacidade do próprio ser humano assimilar por meio de reciclagem ou reutilização. Incluído neste contexto, por suas características especiais, encontram-se também os lixos hospitalares ou especiais, tecnicamente denominados resíduos biológicos ou infectantes, que são aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços de saúde que, por suas características, necessitem de processos diferenciados em seu manejo, exigindo tratamento prévio à sua disposição final. Há algumas décadas a preocupação com os Resíduos Sólidos de Saúde – RSS, como fator determinante do processo saúde-doença era praticamente nula, mas esse quadro vem sendo alterado e já é possível verificar uma nova tendência no tratamento final e disposição correta dos mesmos, principalmente com o fornecimento de subsídios e ações dos órgãos governamentais fiscalizadores em cada esfera do governo. Dentro deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo geral verificar a aplicabilidade da segregação correta e do manejo adequado dos resíduos sólidos de serviços de saúde pelos profissionais de saúde e limpeza do Pronto Socorro e Hospital Municipal de Várzea Grande – PSMVG e, especificamente, realizar inventário quali-quantitativo dos resíduos sólidos gerados, por grupos de classificação, conforme RDC 306/2004 da ANVISA, promover treinamento e capacitação da equipe de enfermagem, principal geradora dos resíduos sólidos em serviços de saúde, comparar os inventários dos RSS realizados antes e após os treinamentos de seus principais geradores e contribuir com informações técnicas e científicas visando ampliar a qualidade no atendimento e nos serviços prestados a comunidade. Foram realizados dois inventários de resíduos sólidos de cada setor do hospital durante sete dias cada um em janeiro/fevereiro e o segundo em abril, em março houve treinamento e capacitação dos funcionários da equipe de enfermagem para incentivar a segregação e, posteriormente, houve análise dos dados da primeira e segunda pesagem para analisar se o trabalho educativo houve efeito e como se procedeu esta evolução na geração de RSS. O Grupo A, dos resíduos infectantes, demonstrou a geração de 1,01 kg/paciente/dia no primeiro inventário e 0,80 kg/paciente/dia no segundo, o Grupo D, dos resíduos comuns, 0,69 kg/paciente/dia no primeiro e 0,56 kg/paciente/dia no segundo e o Grupo E, dos perfurocortantes, 0,05 kg/paciente/dia no primeiro e 0,10 kg/paciente/dia. Houve redução na geração dos RSS do Grupo A e D da maioria dos setores após o treinamento. Foi possível observar ação positiva nas ações de educação ambiental e sanitária promovida entre as pesagens. Ainda sim, a taxa de geração dos RSS de cada inventário e de cada setor encontra-se dentro do limite estipulado por outros trabalhos científicos. Sugere-se que haja maior aprofundamento nas pesagens periódicas ou mensais com objetivo de obter um quadro evolutivo mais próximo de uma realidade estatística.
Palavras-chave: resíduos sólidos, infectante, pgrss, hospital.
iv
8
ABSTRACT
The consumerist way in that the modern society is living together is feeding the generation of solid residues in a superior way to the own human being's capacity to assimilate through recycling or reutilization. Included in this context, for their special characteristics, they also meet the garbages hospitals or special, technically denominated biological residues or infecting, that are those resultants of activities exercised in the services of health that, for their characteristics, need processes differentiated in his/her handling, demanding previous treatment at your disposal final. There are some decades the concern with the Solid Residues of Health - RSS, as decisive factor of the process health-disease was practically null, but that picture has been altered and it is already possible to verify a new tendency in the final treatment and correct disposition of the same ones, mainly with the supply of subsidies and actions of the organs government in each sphere of the government. Inside of this context, the present work has as general objective to verify the applicability of the correct segregation and of the appropriate handling of the solid residues of services of health for the professionals of health and cleaning of the Ready Help and Municipal Hospital of Big Meadow - PSMVG and, specifically, to accomplish quali-quantitative inventory of the generated solid residues, for classification groups, according to RDC 306/2004 of ANVISA, to promote training and training of the nursing team, main generating of the solid residues in services of health, to compare the inventories of RSS accomplished before and after the trainings of their main generators and to contribute with technical and scientific information seeking to enlarge the quality in the service and in the rendered services the community. Two inventories of solid residues of each section of the hospital were accomplished for seven days each one in january/february and the second in April, in March there were training and the employees' of the nursing team training to motivate the segregation and, later, there were analysis of the data of the first and second weighting to analyze the educational work there was effect and as she proceeded this evolution in the generation of RSS. The Group A, of the residues infecting, demonstrated the generation of 1,01 kg/patient/day in the first inventory and 0,80 kg/ patient/day in the second, the Group D, of the common residues, 0,69 kg/ patient/day in the first and 0,56 kg/ patient/day in the second and the Group E, of the cutting, 0,05 kg/ patient/day in the first and 0,10 kg/ patient/day after the trainings. There was reduction in the generation of RSS of the Group A and D of most of the sections. It was possible to observe positive action in the actions of environmental and sanitary education promoted among the weightings. Still yes, the tax of generation of RSS of each inventory and of each section he/she is inside of the limit stipulated by other scientific works. Suggest that there is larger to deepen in the weightings periodic or monthly with objective of obtaining a closer evolutionary picture of a statistical reality.
Key-words: solid waste, biologic, pgrss, hospital.
v
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Imagem de satélite em detalhe o PSMVG. (Fonte: Google Earth) ...................... 42
Figura 2 - Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Box Adulto ....................................... 43
Figura 3 - Segundo inventário dos resíduos sólidos no Box Adulto ...................................... 44
Figura 4 - Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Box Adulto 45
Figura 5 - Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Centro Cirúrgico .............................. 46
Figura 6 - Segundo inventário dos resíduos sólidos no Centro Cirúrgico ............................. 47
Figura 7 - Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Centro
Cirúrgico ................................................................................................................................ 48
Figura 8 - Primeiro inventário dos resíduos sólidos na UTI Adulto ....................................... 49
Figura 9 - Segundo inventário dos resíduos sólidos na UTI Adulto ...................................... 50
Figura 10 - Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação na UTI Adulto 51
Figura 11 - Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Bloco B .......................................... 52
Figura 12 - Segundo inventário dos resíduos sólidos no Bloco B ......................................... 53
Figura 13 - Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Bloco B ... 54
Figura 14 - Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Box Infantil .................................... 55
Figura 15 - Segundo inventário dos resíduos sólidos no Box Infantil ................................... 56
Figura 16 - Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Box
Infantil .................................................................................................................................... 57
Figura 17 - Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Bloco A .......................................... 58
Figura 18 - Segundo inventário dos resíduos sólidos no Bloco A ......................................... 59
Figura 19 - Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Bloco A ... 60
Figura 20 - Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Laboratório .................................... 61
Figura 21 - Segundo inventário dos resíduos sólidos no Laboratório ................................... 62
Figura 22 - Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no
Laboratório ............................................................................................................................ 63
Figura 23 - Primeiro inventário dos resíduos sólidos na UTI Neonatal ................................. 64
Figura 24 - Segundo inventário dos resíduos sólidos na UTI Neonatal ................................ 65
Figura 25 - Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação na UTI
Neonatal ................................................................................................................................ 66
Figura 26 - Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Anexo Administrativo .................... 67
Figura 27 - Segundo inventário dos resíduos sólidos no Anexo Administrativo ................... 68
Figura 28 - Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Anexo
Administrativo. ......................................................................................................... 69
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10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Agentes etiológicos e sua duração na massa dos resíduos sólidos (SILVA,
2004) ..................................................................................................................................... 21
Quadro 2 - Locais para identificação e sua norma técnica. (BRASIL, 2004) ........................ 25
Quadro 3 – Símbolos de identificação dos grupos de RSS. (BRASIL, 2006) ....................... 26
Quadro 4 – Níveis de inativação microbiana de acordo com a EPA/USA. (BRASIL, 2006) . 30
Quadro 5 – Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde de acordo com a
Resolução CONAMA n.° 358/2005 e RDC ANVISA n.° 306/2004. (BRASIL, 2004;
BRASIL, 2005) ......................................................................................................................
36
vii
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Comparação da geração de RSS do primeiro e segundo inventário.................... 69
viii
12
LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS
RSS – Resíduos de Serviços de Saúde
PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
PSMVG – Pronto Socorro e Hospital Municipal de Várzea Grande
SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear
INV-1 – Inventário de Resíduos Sólidos do Pronto Socorro e Hospital Municipal de Várzea
Grande n.° 01
INV-2 – Inventário de Resíduos Sólidos do Pronto Socorro e Hospital Municipal de Várzea
Grande n.° 02
FARS - Ficha de Anotação de Resultados de Resíduos por Setor
ix
13
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 14
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 17
1.1. LEGISLAÇÃO ................................................................................................... 17
1.2. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE .......................................................... 19
1.3. GERENCIAMENTO DOS RSS ......................................................................... 22
1.4. MANEJO DOS RSS .......................................................................................... 23
1.4.1. SEGREGAÇÃO .............................................................................................. 24
1.4.2. ACONDICIONAMENTO ................................................................................. 24
1.4.3. IDENTIFICAÇÃO ........................................................................................... 25
1.4.4. TRANSPORTE INTERNO ............................................................................. 26
1.4.5. ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO ............................................................. 27
1.4.6. TRATAMENTO .............................................................................................. 28
1.4.6.1. ESTERILIZAÇÃO ........................................................................................ 29
1.4.6.2. INCINERAÇÃO ........................................................................................... 30
1.4.6.3. DESINFECÇÃO .......................................................................................... 31
1.4.7. ARMAZENAMENTO EXTERNO .................................................................... 32
1.4.8. COLETA E TRANSPORTE EXTERNO ......................................................... 33
1.4.9. DISPOSIÇÃO FINAL ...................................................................................... 33
1.5. CLASSIFICAÇÃO DOS RSS ............................................................................ 35
1.6. PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE ......... 38
2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 40
2.1. ÁREA DE ESTUDO .......................................................................................... 41
3. RESULTADOS ..................................................................................................... 43
DISCUSSÃO ............................................................................................................ 72
CONCLUSÕES ........................................................................................................ 74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 76
APÊNDICE ............................................................................................................... 79
x
14
INTRODUÇÃO
Lixo, em seu termo técnico adequado, resíduo sólido, é aquele gerado como
consequência da ação de todo organismo vivo e, geralmente, devido suas características,
indesejado pelo ser humano. Aplicando a velha máxima de René Descartes aos resíduos,
logo assumiríamos o seguinte: “Eu sou, portanto contamino” (SCHNEIDER et al, 2004).
No Brasil, cerca de 97% do lixo é coletado das residências, todavia, quase 60% dos
municípios depositam seus resíduos em lixões e apenas pouco mais de 15% depositam-nos
em aterros sanitários controlados, essa prática provoca a poluição das águas e do solo,
gerando impactos ambientais desnecessários e muitas irreversíveis. A falta de
planejamento, fiscalização, técnicas operacionais adequadas e regulação dos aterros
sanitários existentes demonstram a falta de capacidade dos municípios em executar a
gestão dos serviços de manejo de resíduos sólidos, que muitas vezes é impedida pelo alto
custo de construção, implantação e operação, a união de vários municípios em forma de
consórcios tem se mostrado bastante eficaz, pois em relação ao custo, tem redução em
cerca de três vezes, quando calculado o custo de construção e operação de um aterro
sanitário por habitante (BRASIL, 2009).
O processo migratório brasileiro, definido pelas políticas nacionais de incentivos para
abertura e exploração do centro-oeste e do norte, fez com que muitas pessoas fossem atrás
de melhorias estruturais e se agrupassem em aglomerados, buscando uma melhor
qualidade de vida e emprego, fato que trouxe um sério déficit ao planejamento das cidades,
exemplo disso é que no final de 1960 havia 30% das pessoas morando em cidades e as
demais na zona rural e atualmente temos mais de 70% vivendo nas zonas urbanas, em
consequência disso, levou-se a um aumento considerável na geração de resíduos sólidos
que, aliados a falta de conhecimento técnico do espaço físico da cidade, foram depositados
em áreas que não respeitaram nenhum critério técnico para seleção e contribuindo com a
contaminação do lençol freático (SHIRAIWA et al, 2002).
15
A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) realizada no ano de 2000 é o
termômetro que permite verificar a preocupação do ser humano com o tratamento dos seus
resíduos gerados, trazendo que o estado de Mato Grosso possui 126 municípios, mas
apenas 2 fazem reciclagem, 1 faz a coleta seletiva e 61 coletam o lixo especial (BRASIL,
2000).
Schneider et al (2004, p.19) exaltam sua preocupação:
Jamais o homem produziu tantos despejos como no século XX e jamais teve tantos
problemas, diante dos quais precisa apresentar soluções. O volume de lixo (resíduos)
com que a humanidade tem de conviver é resultado de novos padrões culturais
impostos pela sociedade industrial. O dia-a-dia das pessoas vem sendo marcado,
notadamente na última metade do século XX, por padrões de consumo que apontam
para uma situação extremamente grave. A quantidade de matérias-primas e de
recursos naturais, que são carreados para o setor produtivo para dar conta da
demanda de produtos, não encontra correlação proporcional na outra ponta do
sistema. Incluído neste contexto, por suas características especiais, encontram-se também os
lixos hospitalares ou especiais, tecnicamente denominados resíduos biológicos ou
infectantes, e a Resolução CONAMA 358/2005 os conceitua como:
“Todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços de saúde que, por
suas características, necessitem de processos diferenciados em seu manejo, exigindo
tratamento prévio à sua disposição final” (BRASIL, 2005).
Oliveira (2005) afirma que a atividade hospitalar é, por si, uma fonte geradora de
resíduos, devido à diversidade dos processos e prestação de serviços envolvidos dentro
destes estabelecimentos, é fato que para os Administradores Hospitalares, os resíduos
sólidos de serviços de saúde, conhecidos como RSS, são os que representam uma
considerável parcela da preocupação destes, todavia, a falta de informação gerou mitos
entre os funcionários, pacientes e familiares, principalmente, nas comunidades instaladas
em seus entornos e nos aterros sanitários municipais.
Apesar de sua totalidade não ultrapassar os 3% do total de resíduos gerados
urbanos, o que requer uma atenção distinta é o seu potencial de risco que representa à
saúde pública e ao meio ambiente (COELHO, 2007).
16
Sisinno e Moreira (2005) concordam que há algumas décadas a preocupação com
os Resíduos Sólidos de Saúde – RSS, como fatores determinantes do processo saúde-
doença era praticamente nula, mas esse quadro vem sendo alterado e já é possível verificar
uma nova tendência no tratamento final e disposição correta dos mesmos, principalmente
com o fornecimento de subsídios e ações dos Ministérios Públicos, órgãos fiscalizadores do
Meio Ambiente e Vigilâncias Sanitárias em cada esfera do governo.
Dentro deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo geral verificar a
aplicabilidade da segregação correta e do manejo adequado dos resíduos sólidos de
serviços de saúde pelos profissionais de saúde e limpeza do Pronto Socorro e Hospital
Municipal de Várzea Grande – PSMVG, contribuir com informações técnicas e científicas
visando ampliar a qualidade no atendimento e nos serviços prestados a comunidade e
especificamente:
Realizar inventário quali-quantitativo dos resíduos sólidos gerados, por grupos de
classificação, conforme RDC 306/2004 da ANVISA.
Promover treinamento e capacitação da equipe de enfermagem, principal geradora
dos resíduos sólidos em serviços de saúde.
Comparar os inventários dos RSS realizados antes e após os treinamentos de seus
principais geradores.
17
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.1. LEGISLAÇÃO
Para o desenvolvimento de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de
Saúde (PGRSS) é indispensável o conhecimento das normas técnicas e legislações
vigentes, pois são elas que direcionam o planejamento e as ações referentes à gestão de
resíduos sólidos.
Ferreira (1995) afirma que com base aos resíduos sólidos hospitalares, dois
documentos internacionais serviram de referência básica para a maior parte das normas
elaboradas no Brasil, são eles: Management os Waste from Hospitals – WHO (1983) e EPA
Guide for Infections Waste Management (1986) e, segundo o autor, sua influência é nítida
nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 10.004. NBR
12.807, NBR 12.808, NBR 12.809 e NBR 12.810.
Realizando uma breve análise das diretrizes legais no Brasil, com auxílio do trabalho
de Castro (1995), é possível perceber que não havia tanto destaque aos RSS, uma vez que
a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) n.° 005/1993
originalmente classificava dentro de um mesmo grupo os portos, aeroportos, terminais
ferroviários e rodoviários e estabelecimentos de serviços de saúde. (BRASIL, 1993)
Contudo, era visível que os órgãos reguladores, tais como CONAMA e Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não correspondiam do mesmo consenso técnico
sobre o assunto, pois era notório o entendimento ambíguo, problema este que foi
solucionado com a publicação da Resolução CONAMA 358/2005 e RDC ANVISA 306/2004.
A Constituição Federal de 1988 é a lei maior no que se refere ao norteamento para a
elaboração de outras políticas públicas, ou seja, nada por vir a contrapor seu ideal, contudo,
como a problemática dos resíduos além de se tratar de uma questão ambiental, trata-se de
uma questão de saúde pública, sendo assim, o artigo 196 da referida lei diz:
18
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas públicas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”
(BRASIL, 1988).
Neste artigo supracitado deixa-se claro que os governos das três esferas (federal,
estadual e municipal) são responsáveis por apresentar um serviço assistencial de saúde de
qualidade e que seja acessível a todos, todavia, percebemos que vários dos problemas de
saúde são causados pela perturbação e desequilíbrio do meio ambiente, que através do
ciclo que envolve o processo saúde-doença se evidencia no ser humano com perda de
qualidade de vida, uma vez que sua saúde esteja debilitada, com relação ao meio ambiente
nossa Constituição, em ser artigo 225 expõe:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”
(BRASIL, 1988).
Em nível estadual, o Governo de Mato Grosso publicou em 21 de novembro de 1995
o Código Estadual do Meio Ambiente, por meio da Lei Complementar n.° 38 que estabelecia
a partir daquele momento qual era o papel do Estado nas futuras ações a ser realizadas,
tais como: recuperação do meio ambiente, garantir a integração dos vários setores da
economia com as questões ambientais, considerar os limites dos recursos naturais, o uso
racional do solo, água, fauna, flora e ar, desenvolver-se cientificamente, recuperar áreas
degradadas e trabalhar a educação ambiental como forma de sensibilização à coletividade
(MATO GROSSO, 1995). Lei esta que já sofreu algumas alterações ao longo dos anos e
conforme Amaral et al (2007) relatam existir divergências ao compará-la com o Código
Florestal Brasileiro.
O Estado de Mato Grosso também possui sua Política Estadual de Resíduos
Sólidos, publicada através da Lei n.° 7.862 de 19 de Dezembro de 2002 que foi
desenvolvida com o objetivo de preservar a saúde pública, proteger e melhorar a qualidade
19
do meio ambiente, estimular a recuperação de áreas degradadas, disciplinar o
gerenciamento integrado dos resíduos sólidos, estimular a criação de linhas de crédito para
auxiliar os municípios na elaboração de projetos e implantação de planos de gerenciamento
de resíduos sólidos com licenciamento pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente
(SEMA), entre outros (MATO GROSSO, 2002).
Hodiernamente, o instrumento legal que norteia o Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos de Saúde – PGRSS a nível estadual, portanto, de acordo com as
características locais é a Instrução Normativa da SEMA/SES n.° 001/2008, formulada em
conjunto entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Secretaria de Estado de Saúde,
que estabelece o Termo de Referência para elaboração e apresentação do PGRSS junto
aos órgãos fiscalizadores ambiental e de saúde do estado (MATO GROSSO, 2008).
Vale ressaltar que a perda de qualquer tipo de vegetação em área de preservação
permanente (APP), causada pela disposição final inadequada de RSS, consiste em infração
ao Art. 59 do Código Estadual do Meio Ambiente, como também proíbe o depósito, a
disposição, o enterro, a infiltração e o acúmulo de resíduos no estado sólido, líquido e
gasoso no solo, quando classificados como poluentes e causadores de degradação da
qualidade ambiental, qualificando, neste caso, infração ao Art. 87 da legislação supracitada
(MATO GROSSO, 1995).
1.2. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS
Schneider et al (2004) denomina RSS como:
Toda fração sólida ou semi-sólida dos resíduos oriundos de diferentes fontes geradoras
entendidas como todo e qualquer serviço de assistência à saúde humana ou animal, pesquisa,
ensino e atividades diversas que manipulem com seres vivos ou com suas estruturas. (p. 24)
O grupo de maior importância dentro dos RSS são os INFECTANTES e a NBR
12.807 os conceitua como:
20
“Resíduo de serviços de saúde que, por suas características de maior virulência,
infectividade e concentração de patógenos, apresenta risco potencial adicional à saúde
pública” (ABNT, 1993).
Luz e Guimarães (1972) relatam uma pesquisa realizada pela Tulam Health
Maintenance Project, da cidade de Nova Orleans que indicou tinha coleta freqüente dos
resíduos sólidos, exceto os considerados patogênicos, estes quais apenas 7 pelo serviço
público, 19 pelo próprio hospital, 65 por particulares, ou seja, menos de 8% utilizam o
serviço público municipal de limpeza, nesta época, no Brasil, a situação era pior, pois todos
os resíduos eram coletados e transportados pelo serviço público de limpeza, incluindo os
possíveis contaminados e os contaminados. O mesmo autor continua relatando que no ano
de 1951 ainda constatou que certo hospital vendia o resto de comida dos pacientes com
tuberculosa e outras doenças infecto-contagiosas para pequenos suinocultores da região.
A Lei n.° 7.862/2002 que regulamenta a Política Estadual de Resíduos Sólidos
conceitua RSS sendo:
Aqueles provenientes de qualquer estabelecimento de saúde ou unidade que executa
atividades de natureza médico-assistencial humana ou animal; de centros de
pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área da farmacologia e saúde;
medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados; de necrotérios; funerárias
e serviços de medicina legal; e aqueles provenientes de barreiras sanitárias (MATO
GROSSO, 2002).
A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) n.° 306 de 7 de Dezembro de 2004 se concentra mais em definir a
responsabilidade do gerador do resíduo, adotando uma política do “gerador-pagador”, e
estabelece que os geradores de RSS estão relacionados a todos os serviços prestados,
relacionados com:
Atendimento à saúde humana ou animal, inclusive serviços de assistência domiciliar
e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos de saúde; necrotérios,
funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamento (tanatopraxia e
somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as
de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde; centros
de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores e
produtores de materiais e controle para diagnóstico in vitro; unidades móveis de
21
atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros
similares (BRASIL, 2004).
Vale ressaltar que o conceito-base da ANVISA serviu de parâmetro para as outras
legislações que foram surgindo ou sendo alteradas, contudo, a Política Estadual dos
Resíduos Sólidos de Mato Grosso é anterior a esta RDC, contudo, ainda sim, sofreu
influência pela RDC revogada de n.° 33/2003 que tratava do mesmo assunto a 306/2004
com diferença de alguns pontos de divergência com a Resolução CONAMA 005/1993, que
após longas negociações interministeriais foram resolvidas com a publicação da Resolução
CONAMA 358/2005.
Mesmo com diversas definições técnicas elaboradas pelos órgãos regulamentadores
e fiscalizadores, o que se vê em prática nos hospitais brasileiros é a falta de seriedade com
que os RSS são tratados em todas as etapas do seu manejo, isso se deve ao tamanho do
seu maior agente de contaminação; os microrganismos. Estudos realizados mostraram que
os RSS possuem uma rica diversidade de microrganismos, principalmente os patogênicos,
que são de interesse clínico, tais como: coliformes, Salmonella typhi, Shigella sp.,
Pseudomonas sp., Streptococcus sp., Staphylococcus aureus e Candida albicans.
Evidenciando, também, a possibilidade de sobrevivência de vírus na massa de resíduos,
tendo sido comprovada para pólio tipo I, hepatites A e B, influenza e outros vírus entéricos
(SILVA, 2004; OLIVEIRA, 2005).
Quadro 1 – Agentes etiológicos e sua duração na massa dos resíduos sólidos (SILVA, 2004; GARCIA et al, 2004).
DURAÇÃO (DIAS) AGENTE ETIOLÓGICO
MÍNIMA MÁXIMA
Entamoeba histolytica 8 12
Leptospira interrogans 15 23
Poliovírus 20 170
Larvas de vermes 25 40
Salmonella typhi 29 70
Mycobacterium tuberculosis 150 180
Ascaris lumbricoides (ovos) 2.000 2.500
22
A mesma autora ressalta que todos os microrganismos citados no Quadro 1
possuem relação com infecção hospitalar. Todavia, devido ao fato de alguns deles
pertencerem à microbiota normal do ser humano, sendo assim, não há relação direta com
essas infecções sendo transmitidas por RSS, uma vez que o paciente imunodeprimido reduz
sua capacidade de conviver com a microbiota de seu corpo.
Roeder-Ferrari et al (2008) demonstraram que, após análise microbiológica em mais
de 90 estabelecimentos de saúde, confirmaram o que Silva (2004) e Oliveira (2005)
encontraram em seus estudos; a maioria dos microorganismos registrados faz parte da
microbiota humana, ou seja, por si próprios são capazes de causar infecção hospitalar.
Segundo Hoffmann-Santos (2006), o estabelecimento de saúde deve dedicar uma
atenção especial com a formação de biofilmes, que são colônias microbianas envoltas a um
material polissacarídico que permite uma forte aderência às superfícies inanimadas, neste
caso, em recipientes para acondicionamentos de RSS, como um dos grandes causadores
de infecção hospitalar, a bactéria Staphylococcus aureus.
1.3. GERENCIAMENTO DOS RSS
Brasil (2006) deixa claro que para que haja um gerenciamento de RSS eficiente é
necessário haver uma gestão integrada de resíduos sólidos, que envolve basicamente
tomada de decisões no aspecto administrativo, operacional, financeiro, social e ambiental e
tem no planejamento integrado um importante instrumento no gerenciamento de resíduos
em todas suas etapas de manejo, são elas: geração, segregação, acondicionamento,
transporte, tratamento e disposição final, com o objetivo maior de se estabelecer assim
ações sistemáticas e integradas, metas, implantação de sistemas organizacionais e
tecnologias que estejam dentro da realidade financeira do estabelecimento.
Todo gerenciamento tem como princípio base a minimização quali-quantitativa dos
resíduos gerados, pois está é a melhor forma de reduzir o impacto ambiental, contudo,
existe a necessidade de obter maiores informações sobre o mesmo, e para isso é utilizado o
23
inventário de resíduos sólidos, que consiste na quantificação e qualificação dos resíduos
sólidos de acordo com sua fonte geradora, utilizando uma balança manual ou eletrônica
para obter a massa (Kg) ou o volume (L), bem como o número de leitos ocupados, pacientes
atendidos, entre outros parâmetros (CASTRO, 1995; OLIVEIRA, 2005).
Um bom gerenciamento de resíduos sólidos hospitalares requer uma efetiva
segregação e uma adequada disposição final, respeitando os grupos de classificação dos
resíduos e seu sucesso será diretamente proporcional ao envolvimento e motivação dos
gestores dos estabelecimentos de saúde pública, servidores e pacientes para garantir uma
implantação que gere mudanças de hábitos anteriormente praticados erroneamente (WHO,
2000).
A RDC da ANVISA n.° 306/2004 auxilia na compreensão do que deve se tratar a
Gestão de Resíduos Sólidos ao afirmar que o gerenciamento de resíduos de serviços de
saúde deve ser formado por um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e
implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, objetivando a
redução na geração dos resíduos e oferecer ao resíduo gerado um manejo adequado,
respeitando as normas de segurança, incentivando à eficiência operacional conciliando a
proteção do trabalhador com a conservação da saúde pública e o uso racional dos recursos
naturais e do meio ambiente (BRASIL, 2004).
1.4. MANEJO DOS RSS
Brasil (2004) define como a “ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra e
extra-estabelecimento, desde a geração até a disposição final” incluindo as etapas de:
segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento
temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta e transporte externo e disposição
final.
24
1.4.1. SEGREGAÇÃO
Procedimento que ocorre única e tão somente após a geração do resíduo e
anteriormente ao acondicionamento e consiste na separação do resíduo no momento e no
local de sua geração, respeitando características importantes, tais como: físicas, químicas,
biológicas, bem como os riscos envolvidos (BRASIL, 2004; COELHO, 2007).
A ABNT adotou inicialmente uma definição semelhante que talvez tenha influenciado
na legislação vigente hodiernamente, demonstrando ser a segregação uma “operação de
separação dos resíduos no momento da geração, de acordo com a classificação adotada
pela NBR 12.808” (ABNT, 1993).
A segregação na origem é o melhor caminho para promover a minimização que
consiste na tentativa de reduzir a quantidade de resíduos sólidos gerados em qualquer
atividade exercida pelo homem, mas esbarra na particularidade do resíduo hospitalar, neste
caso, pois sua reutilização é limitada e o desenvolvimento de práticas de redução de
utilização é complexo, por se tratar de assistência à saúde humana, fato este que exigirá um
maior planejamento estratégico para reutilizar melhor o pouco que lhe é fornecido e
apropriado para tal função (CASTRO, 1995).
1.4.2. ACONDICIONAMENTO
Etapa que consiste de embalar o resíduo gerado e deve ocorrer após a segregação
na origem, comumente são utilizados vasilhames de lixo e no seu interior, para facilitar o
manejo, sacos plásticos que evitem vazamento e compatibilidade com a geração diária dos
resíduos do estabelecimento (BRASIL, 2004).
A NBR 9191:2002 é a normativa que estabelece os critérios técnicos para
elaboração dos sacos plásticos para acondicionamento de lixo (ABNT, 2002).
Coelho (2007) relata que os sacos plásticos para acondicionamento dos resíduos
devem estar contidos em recipientes que tenham certas características como prioridade, tais
como: material lavável, resistência à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de
25
sistema de abertura sem acesso manual, geralmente utiliza-se o pedal com suporte
metálico, cantos arredondados para evitar acúmulo de sujidades e resistente a tombamento
como forma de contingência em caso de acidente.
A NBR 12.807 define acondicionamento como: “Ato de embalar os resíduos de
serviços de saúde, em recipiente, para protegê-los de risco e facilitar o seu transporte”
(ABNT, 1993).
1.4.3. IDENTIFICAÇÃO
Esta etapa não é seqüencial às anteriores, o correto é que a identificação ocorra logo
entre as primeiras ações do PGRSS, pois é a identificação do recipiente que mostrará ao
gerador onde destinar o seu resíduo, portanto, trata-se de um apoio essencial à segregação
na origem, bem como a todo manejo (COELHO, 2007).
A RDC da ANVISA n.° 306/2004 diz tratar-se de um conjunto de medidas que
permite o reconhecimento do recipiente, consequentemente do saco em seu interior,
fornecendo assim, valiosas e importantes informações ao manejo correto dos RSS (BRASIL,
2004).
Quadro 2 – Locais para identificação e sua norma técnica (BRASIL, 2004).
LOCAL NORMATIZAÇÃO
Sacos plásticos para acondicionamento
Recipientes de coleta interna e externa
Carros coletores de transporte interno
Veículos coletores de transporte externo
Armazenamento interno (expurgo)
Abrigo para armazenamento externo
NBR 7.500:2004
A mesma legislação ainda estipula que a identificação referente ao Quadro 2 deve
estar em locais de fácil visualização, de forma indelével, e atendendo as exigências da NBR
7.500:2004. O Manual de Gerenciamento de RSS propõe a identificação para os resíduos
de serviços de saúde conforme o Quadro 3.
26
Quadro 3 – Símbolos de identificação dos grupos de RSS (BRASIL, 2006). IDENTIFICAÇÃO VISUAL GRUPO
GRUPO A: São identificados pelo símbolo de substância infectante,
com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.
GRUPO B: São identificados através do símbolo de risco associado e
com discriminação de substância química e frases de risco.
GRUPO C: Representado pelo símbolo internacional de presença de
radiação ionizante, o trifólio de cor magenta, em rótulos de fundo
amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão Material
Radioativo.
GRUPO D: Estes resíduos podem ser destinados à reciclagem ou à
reutilização. Quanto adotada à reciclagem, sua identificação deve ser
feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando
código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na
Resolução CONAMA n.° 271/2001 e símbolos de tipo de material
reciclável.
GRUPO E: Os resíduos deste grupo são identificados pelo mesmo
símbolo do Grupo A – Infectante, acrescido da inscrição Resíduo
Perfurocortante, indicando o risco que apresenta o resíduo.
1.4.4. TRANSPORTE INTERNO
Esta etapa do manejo é estabelecida quando se dá o traslado do ponto de geração,
ou seja, do recipiente e do saco plástico onde o resíduo foi acondicionado, até o ponto de
armazenamento interno, conhecido pela equipe de enfermagem como expurgo, ou
diretamente para o ponto de armazenamento externo, também conhecido como abrigo para
resíduos sólidos (CASTRO, 1995; BRASIL, 2004).
A Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA n.° 306/2004 ainda define os
critérios para este transporte, tais como: o mesmo deve atender um roteiro previamente
definido, os horários para coleta e transporte interno não podem ser os mesmos do que o
transporte de alimento, medicamento, roupa limpa e evitando o contato com o fluxo de
pessoa durante o período de visitas, além disso, deve ser respeitado a coleta segregada, ou
27
seja, coleta individual do resíduo comum e infectante distintamente (COELHO, 2007;
BRASIL, 2004).
Brasil (2006) estipula que o transporte também deve atender a um planejamento que
leve em conta a redução ou eliminação do esforço excessivo e dos riscos iminentes ao
funcionário, principalmente. Como também, outros fatores devem ser considerados, tais
como: volume gerado de cada grupo de resíduo, o tamanho dos abrigos serem
proporcionais aos resíduos gerados diariamente, a regularidade e freqüência dos horários
de coleta e de transporte, a quantidade de carros coletores, que devem ser formados de
material rígido, lavável, impermeável, provido de tampa e com cantos arredondados, rodas
revestidas de materiais que reduzam o ruído, devem ser identificados com o símbolo do
RSS pertinente e os carros coletores que tenham sua capacidade superior a 400 litros
devem conter dreno em sua parte inferior.
1.4.5. ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO
Castro (1995) define esta etapa como posterior à remoção pela coleta interna e se
dá pela estocagem temporária do resíduo em um local definido e identificado nas
dependências no estabelecimento de saúde, também conhecido como expurgo. Em locais
onde o expurgo é anexo, como por exemplo, no centro cirúrgico, o transporte interno
ocorrerá após esta etapa. Tal procedimento deve ser executado de forma que proteja o
ambiente, em sua construção o espaço físico deve atender à necessidade específica de
geração de resíduos, conter pisos e paredes recobertos de materiais que permitam uma fácil
remoção de sujidades e permitam uma desinfecção eficaz, entre outras normas estipuladas
na Portaria n.° 400 do Ministério da Saúde.
Coelho (2007) informa que o armazenamento temporário (expurgo) eficiente é
aquele que otimiza a coleta e o transporte interno dos RSS e para isso deve ser próximo a
fonte geradora e não deve estocar os resíduos acondicionados diretamente no chão, mas
sim em contenedores maiores evitando a contaminação desnecessária.
28
A NBR 12.807 estabelece que esta etapa consiste na guarda temporária dos
recipientes, no interior de instalações apropriadas, localizada na própria unidade geradora,
de onde devem ser encaminhados através da coleta interna para o armazenamento externo
(ABNT, 1993).
1.4.6. TRATAMENTO
Brasil (2004) define esta etapa como:
“Aplicação do método, técnica ou processo que modifique as características dos
riscos inerentes aos resíduos, reduzindo o risco inerente de contaminação, de acidentes
ocupacionais ou de danos ao meio ambiente.”
O Manual de Gerenciamento de RSS amplia esta definição:
“Quaisquer processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos que
alterem as características dos resíduos, visando à minimização do risco à saúde, a
preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador”
(BRASIL, 2006).
Schneider et al (2004) nos mostra que todas as técnicas existentes de tratamento de
RSS atuais surgiram da necessidade dos estabelecimentos de saúde ao redor do planeta,
em diferentes países, com diferentes realidades financeiras e ambientais. O maior objetivo
de tratar de RSS é reduzir os riscos associados com a presença de agentes infecciosos,
sendo assim, alterar suas características biológicas e eliminar sua potencialidade como
causador de doença deve estar acima de qualquer ação de tratamento.
Os mesmos autores ainda afirmam que não existe uma forma única para tratar os
resíduos infectantes gerados por estabelecimentos de serviços de saúde, mas apontam a
solução estar na combinação entre várias tecnologias considerando as variáveis regionais
como: geografia, estrutura e logística, recursos financeiros, volume médio gerado e
distribuição dos serviços de saúde na região, todavia qualquer empresa que assuma realizar
29
o tratamento de RSS deve ser objeto de Licenciamento Ambiental, respeitando então, a
Resolução CONAMA n.° 237/1997 (COELHO, 2007; BRASIL, 2006; BRASIL, 2004).
Abaixo seguem algumas formas de tratamentos e suas aplicações:
1.4.6.1. ESTERILIZAÇÃO
Segundo Oliveira (2005) este processo consiste na destruição de todas as formas de
vida microbiana, com objetivo de eliminar o risco de infecções e contaminações, e com
relação ao tratamento dos resíduos do Grupo A - Infectantes, se subdividem em 5 grupos:
a) VAPOR: Neste processo se aplica vapor saturado sob uma pressão superior à
atmosférica, com a finalidade de descontaminar artigos hospitalares, resultando em
resíduos de risco semelhante ao resíduo comum, portanto, podendo ser disposto em
aterros sanitários como resíduos domiciliares.
b) SECO: O princípio deste é o mesmo do anterior, ou seja, submetendo o material a
um nível elevado de temperatura por determinado tempo que acarretará na
eliminação dos microrganismos aderidos em suas superfícies. A diferença maior, em
comparação com a esterilização a vapor, é o tempo que se leva ser
consideravelmente maior e isso diminui seu benefício e aumenta seu custo, pois
utiliza mais energia elétrica para elevar sua temperatura em cerca de 170° C, o ideal
para eliminar os microrganismos.
c) RADIAÇÃO IONIZANTE: Este método de esterilização utiliza baixa temperatura e
sua funcionalidade está na emissão de irradiações que eliminam os agentes
patogênicos por radiólise (decomposição de moléculas por radiações ionizantes) que
decompõem diretamente as moléculas de H2O desses microorganismos, evitando
sua duplicação.
d) GASES: Não costuma ser mais utilizado, mas consiste na vaporização de
formaldeído e óxido de etileno em gases esporicidas e, portanto, esterilizantes no
30
tratamento de resíduos infectantes. A vantagem deste processo é que não é
necessário o aumento da temperatura.
e) VAPOR E MICROONDAS: Este processo associa o uso de vapor d’água sob alta
pressão e as microondas, pois o material é acondicionado em embalagens que
permitam o acesso da água à superfície a ser esterilizada, sendo submetidos a ciclos
alternados e a ação combinada de vapor, água e microondas eliminam os
microorganismos presentes.
O Environmental Protection Agency (EPA), um órgão de proteção e fiscalização
ambiental dos Estados Unidos publicou um documento chamado Technical Assistance
Manual: State Regulatory Oversight of Medical Waste Treatment Tecnology, estabelecendo
que as tecnologias relativas ao tratamento de RSS devem atingir o nível 3, conforme o
Quadro 4 (BRASIL, 2006).
Quadro 4 – Níveis de inativação microbiana de acordo com a EPA/USA (BRASIL, 2006).
NÍVEL DESCRIÇÃO
Nível 1 Inativação de bactérias vegetativas, fungos e vírus lipofílicos com uma
redução maior ou igual a 6 Log10.
Nível 2 Inativação de bactérias vegetativas, fungos e vírus lipofílicos e hidrofílicos,
parasitas e microbactérias com uma redução maior ou igual a 6 Log10.
Nível 3
Inativação de bactérias vegetativas, fungos e vírus lipofílicos e hidrofílicos,
parasitas e microbactérias com uma redução maior ou igual a 6 Log10 e
inativação de esporos de B. staerotermophilus ou B. subtilis com uma redução
maior ou igual a 4 Log10.
Nível 4
Inativação de bactérias vegetativas, fungos e vírus lipofílicos e hidrofílicos,
parasitas e microbactérias e inativação de B. staerotermophilus ou B. subtilis
com uma redução maior ou igual a 6 Log10.
1.4.6.2. INCINERAÇÃO
Este processo se caracteriza pela conversão de materiais combustíveis, o RSS, em
resíduos não combustíveis ao final do processo, as cinzas, com a emissão de gases e
31
funciona em volta da oxidação dos materiais a altas temperaturas, sob condições
controladas. A incineração é um termo em comum aplicado a qualquer tipo de queima,
todavia, este se refere especificamente ao realizado em incineradores de múltiplas câmaras,
que possuem um monitoramento contínuo dos controles e dos parâmetros de combustão
(SCHNEIDER et al, 2004).
Os mesmos autores ainda afirmam que esta forma de tratamento é bem aceita
porque consegue inocular a maioria dos RSS, principalmente, seus agentes infecciosos,
patológicos e perfurocortantes e sua principal vantagem é a redução significativa do volume
dos resíduos, algo em torno de 90%.
Contudo, Oliveira (2005) adverte que é necessário um Estudo de Impactos
Ambientais – EIA, juntamente com seu Relatório de Impactos Ambientais – RIMA, e o
Licenciamento Ambiental dos incineradores devido à emissão de gases perigosos à saúde
humana.
1.4.6.3. DESINFECÇÃO
Schneider et al (2004) define este processo como aquele que “elimina a maioria ou
todos os microrganismos patogênicos, exceto os esporos bacterianos de superfícies
inanimadas”, sendo assim, é importante entender que não há eliminação total do risco
biológico ao executar a desinfecção. São classificadas em 3 grupos:
a) MICROONDAS: Após os resíduos serem triturados, são umedecidos com vapor
d’água a uma temperatura de 130°C e submetido a vários ciclos de microondas, por
cerca de 30 minutos, o que permite a desinfecção do material são as altas
temperaturas e torna o resíduo irreconhecível reduzindo cerca de 75% do seu
volume. O ponto positivo deste sistema está em seu custo ser menor que o processo
de incineração, contudo, é maior que o custo de operação do sistema autoclave-
compactação.
32
b) QUÍMICA: Ocorre quando há utilização de substâncias químicas em estado
líquido, como o peróxido de hidrogênio, ácidos, álcoois, cetona, cloro e seus
compostos, quebrando os materiais orgânicos e destruindo os agentes infecciosos.
As vantagens deste processo se concentram no baixo custo de aquisição do produto,
mas como desvantagens têm a contra-indicação para o tratamento de peças
anatomopatológicas.
Vale ressaltar que a RDC ANVISA n.° 008/2009 suspendeu a esterilização química
por imersão, utilizando agentes químicos, para os serviços de saúde que realizam
procedimentos cirúrgicos e diagnósticos por videoscopias com penetração em pele,
mucosas adjacentes, tecidos sub-epiteliais e sistema vascular, cirurgias abdominais
e pélvicas convencionais, mamoplastias e lipoaspiração, tais medidas foram tomadas
para conter o surto de infecções por Micobactérias de Crescimento Rápido (MCR)
em serviços de saúde (BRASIL, 2009).
c) MECÂNICA/QUÍMICA: Este procedimento se dá quando o resíduo passa por um
triturador e, posteriormente, pela desinfecção química, gerando ao final efluentes
líquidos como resíduos, que podem ser dispostos em rede pública de esgoto desde
que tenham suas características dentro dos padrões estabelecidos pela legislação
em vigor. As desvantagens deste processo são as mesmas da desinfecção química,
mas as vantagens são acrescentadas a descaracterização e a redução significativa
do volume do resíduo tratado.
1.4.7. ARMAZENAMENTO EXTERNO
A NBR 12.807 define esta etapa como: “Guarda temporária adequada, no aguardo
da coleta externa” (ABNT, 1993).
Sendo assim, trata-se da estocagem temporária em abrigo externo ao
estabelecimento de saúde, acondicionando os sacos plásticos contendo os resíduos em
contenedores, geralmente de 1000 litros, em ambiente exclusivo, com acesso fácil para os
33
veículos coletores e estes abrigos devem seguir alguns critérios, tais como: sua dimensão
deve ser de acordo com o volume de resíduos gerado, sua capacidade de armazenamento
deve ser compatível com a de coleta e transporte externo do sistema urbano de limpeza
local, sua construção deve estar situada em ambiente exclusivo e distante dos acessos de
grande circulação de pessoas, no mínimo, deve possuir duas câmaras separadas para
armazenar os resíduos do Grupo A e E, Infectante e Perfurocortante, respectivamente,
separadamente dos resíduos do Grupo D, Comum (BRASIL, 2004; BRASIL, 2006).
O Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde da ANVISA sugere
ainda algumas características que este local deve apresentar: acessibilidade, exclusividade,
segurança, higiene e saneamento, entre outras especificações técnicas (BRASIL, 2006).
1.4.8. COLETA E TRANSPORTE EXTERNO
Consiste no ato de remoção e transporte dos RSS então temporariamente
armazenados no abrigo externo, por meio de um veículo coletor, específico no caso do
Grupo A e E e de limpeza urbana, no caso do Grupo D, que são os casos mais comuns,
para o tratamento e/ou a disposição final (ABNT, 1993).
Como orientação, o veículo coletor deve sofrer diariamente desinfecção e limpeza
simultânea, mediante uso de jato de água, quente e sobre pressão, sendo proibido a
lavagem deste em postos de combustíveis comuns. Estes veículos devem ser compostos de
superfícies internas lisas, com cantos arredondados, com objetivo de facilitar a higienização,
conter barragem artificial para evitar vazamento de líquidos residuais, ser identificado
conforme a NBR 7.500 e conter em seu interior: pá, rodo, saco plástico de reserva e solução
desinfectante (BRASIL, 2006).
1.4.9. DISPOSIÇÃO FINAL
A Resolução CONAMA n.° 358/2005 define como:
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“Prática de dispor os resíduos sólidos no solo previamente preparado para recebê-
los, de acordo com critérios técnico-construtivos e operacionais adequados, em consonância
com as exigências dos órgãos ambientais competentes” (BRASIL, 2005).
A RDC ANVISA n.° 306/2004 traz uma definição muito semelhante por se tratar do
resultado de um trabalho em conjunto com o CONAMA, apenas especificando que a
exigência dos órgãos ambientais competentes citada na fonte anterior, trata-se, do
Licenciamento Ambiental de acordo com a Resolução CONAMA n.° 237/1997 (BRASIL,
2004).
Mato Grosso (2008), por meio de sua Instrução Normativa SEMA/SES n.° 001/2008,
estabelece que o gerador de RSS é responsável pelo seu gerenciamento até esta etapa do
manejo.
Existem diversas formas de disposição final de resíduos sólidos de serviços de
saúde, contudo, dentre as mais utilizadas se destacam: (BRASIL, 2006).
a) ATERRO SANITÁRIO: É o processo mais utilizado, pois permite a disposição de
RSS de forma ambientalmente segura e de preservação da saúde pública, seu
funcionamento está embasado em técnicas de engenharia, consiste na compactação
dos resíduos por um trator, sobreposição de camadas de solo após realizar
impermeabilização do solo anterior, controlando os efluentes líquidos e gasosos
através de drenos instalados desde sua base, o recobrimento é necessário para
evitar o aparecimento de vetores e o espalhamento dos resíduos, esta forma de
disposição final é licenciada pela SEMA/MT.
b) ATERRO INDUSTRIAL: Também conhecido como aterro de resíduos perigosos
Classe I, conforme a NBR 10.004, e trata-se de uma técnica de disposição final
deste grupo de resíduos no solo, por meio de operações de engenharia procuram
minimizar os impactos ambientais, os danos à saúde pública, confinando também os
resíduos químicos, esta forma de disposição final também é licenciada pela
SEMA/MT.
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c) LIXÃO: Atualmente é considerado ambientalmente inadequado, e trata-se da
simples descarga dos resíduos sobre o solo, sem realização de nenhuma ação
conservacionista do meio ambiente local, bem como da saúde pública e,
consequentemente, atrativo para os vetores de doenças, aparecimento de odor
fétido, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, como também o risco de
explosões devido ao acúmulo de gás metano (CH4) no interior da massa, produzido
por microorganismos decompositores e não é licenciado pela SEMA/MT.
d) ATERRO CONTROLADO: Nada mais é que um lixão melhorado, a única
diferença encontra-se no recobrimento com material inerte, como por exemplo areia,
diariamente, todavia, estas medidas são insuficientes para conter problemas como a
contaminação por efluente residual na águas superficiais e leitos próximos, pois
inexiste sistemas de drenagens, tratamento de líquidos, gases e impermeabilização,
entre outros, todavia, esta forma de disposição final também não é licenciada pela
SEMA/MT.
e) VALA SÉPTICA: Também denominada Célula Especial de RSS, é utilizada em
pequenos municípios, consiste na impermeabilização da vala escavada para
disposição final dos resíduos, com largura e profundidade proporcional à quantidade
gerada pela cidade, que são enterrados com o mesmo material escavado,
manualmente ou com utilização de máquinas, diariamente, além de apresentarem
canaletas laterais de drenagem.
1.5. CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
Segundo a ABNT (2004) os resíduos são classificados de forma generalizada como:
a) CLASSE I – PERIGOSOS: São resíduos que apresentem as seguintes
características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e
patogenicidade.
b) CLASSE II – NÃO PERIGOSOS: Resíduos comuns.
36
c) CLASSE II A – NÃO INERTES: Todos aqueles que não se enquadram nas
características descritas na Classe I e tenham como suas características as
propriedades de biodegradabilidade e solubilidade em água.
d) CLASSE II B – INERTES: Todo o resíduo que não tenham nenhuma de suas
propriedades constituintes solubilidade em água em concentrações superiores do
máximo permitido para definição de potabilidade de água, exceto padrões de
aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
Coelho (2007) tratando sobre a importância da classificação dos RSS, afirma que a
mesma deve ser efetiva e adequada e isto facilita o manejo, reduz significativamente a
quantidade de resíduos que não são infectantes e acabam dando maior volume por causa
de uma segregação incorreta, além de incentivar um manuseio eficiente, econômico e
seguro, facilitando a segregação correta, reduzindo riscos biológicos e gastos
desnecessários, tornando o sistema mais eficiente.
No mesmo ano que a ABNT elaborou a classificação dos resíduos sólidos na NBR
10.004 a ANVISA publicou sua legislação maior sobre RSS que vigora até hoje, a RDC n.°
306/2004 estabeleceu uma classificação específica para a situação dos RSS e suas
particularidades, conforme o Quadro 5 (BRASIL, 2004; BRASIL, 2005; BRASIL, 2006).
Quadro 5 – Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde de acordo com a Resolução CONAMA n.° 358/2005 e RDC ANVISA n.° 306/2004 (BRASIL, 2004; BRASIL, 2005).
GRUPOS DESCRIÇÃO
GRUPO A
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas
características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco
de infecção.
GRUPO A1
Culturas e estoque de microorganismos; resíduos de fabricação de produtos
biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de
microorganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais
utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de
laboratórios de manipulação genética;
Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos e animais, com
suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4,
microorganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou
37
causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante
ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido;
Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por
contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e
aquelas oriundas de coleta incompleta;
Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos,
recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde,
contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.
GRUPO A2
Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de
animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de
microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais
suspeitos de serem portadores de microorganismos de relevância
epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a
estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica.
GRUPO A3
Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem
sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 cm
ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico
ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiar.
GRUPO A4
Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados;
Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de
equipamentos médicohospitalar e de pesquisa, entre outros similares;
Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e
secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam
suspeitos de conter agentes de Classe de Risco 4, e nem apresentem
relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microorganismo
causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante
ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de
contaminação com príons;
Resíduo de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou
outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo;
Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que
contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre;
Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de
procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomopatológicos ou de
confirmação diagnóstica;
Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de
animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de
microorganismos, bem como suas forrações;
Bolsa transfusional vazia ou com volume residual pós-transfusão.
GRUPO A5 Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou
38
escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de
indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.
GRUPO B
Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à
saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
GRUPO C
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação
especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
GRUPO D
Resíduos que não apresentem riscos biológicos, químicos ou radiológicos à
saúde pública ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos
domiciliares.
GRUPO E
Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear,
agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas
diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas;
lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no
laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros
utensílios.
1.6. PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE - PGRSS
Brasil (2004) por meio de sua RDC ANVISA n.° 306/2004 define PGRSS como:
Documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos
sólidos, observadas suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos,
contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento,
coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como as
ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente.
De acordo com Schneider et al (2004) o principal objetivo de elaborar e aplicar o
PGRSS em um estabelecimento de saúde é visando a redução dos riscos para a saúde do
trabalhador e dos pacientes, devendo o mesmo ser formulado dentro das características
particulares de cada estabelecimento, mas sem fugir do que rege as normas vigentes,
devendo contemplar uma gestão viável, os recursos necessários, público-alvo e o
responsável por sua execução.
39
Mato Grosso (2008), por meio do seu Termo de Referência para elaboração do
PGRSS estabelece a importância do mesmo, pois ele é parte integrante do processo de
licenciamento ambiental e sanitário, é baseado no princípio da não geração e da
minimização de RSS, contemplando todas as etapas do manejo, como também a proteção à
saúde pública e ao meio ambiente. (MATO GROSSO, 1997)
Outros aspectos também devem ser considerados: quantificação e classificação dos
resíduos por grupo e unidade de atendimento; reciclagem; medidas preventivas e corretivas
de controle de insetos e roedores; higienização e desinfecção terminal; plano de
contingência; prevenção de saúde do trabalhador; sistema próprio de tratamento; programas
de capacitação, entre outros. Como também, adotar e desenvolver instrumentos de
avaliação e controle, incluindo a construção de indicadores objetivos de confiabilidade que
permitam avaliar a eficiência do PGRSS (SCHNEIDER, 2004; BRASIL, 2004; BRASIL,
2006).
Segundo Coelho (2007) todo estabelecimento gerador de RSS deve elaborar seu
PGRSS embasado por critérios técnico-científicos e de educação sanitária e ambiental
visando potencializar os recursos humanos envolvidos, repartindo responsabilidades entre
os setores e os tornando colaboradores do processo, pois isso os fará sentir-se parte da
gestão.
40
2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo se desenvolveu por meio de revisão bibliográfica sobre o tema e
realização de inventários quali-quantitativos dos resíduos sólidos por grupos de classificação
de relevância de acordo com a RDC ANVISA n.° 306/2004.
Foram realizados dois inventários, durante sete dias para obtenção de uma média
diária de geração de resíduos (MDGR), o primeiro nos dias 27, 28, 29 e 30/01 e 02, 03 e
04/02/2009 e o segundo, nos dias 13, 15, 16, 17, 20, 22 e 23/04/2009, denominados
respectivamente, INV-1 e INV-2, e para realização dos inventários, os resíduos sólidos
foram acondicionados em sacos plásticos com procedência previamente identificada, foram
pesados em uma balança mecânica de piso, carga de suporte de 150 Kg medindo 57x38
cm.
Os resíduos foram transportados até o local da pesagem com auxílio de unidade
móvel interna para transporte de resíduos empregando-se o de equipamentos de proteção
individuais (EPI): jaleco, luva de procedimento e máscara cirúrgica.
Os sacos de resíduos foram separados de acordo com o setor da área hospitalar,
transportados para uma área específica, evitando, ao máximo, qualquer contato com os
pacientes, quantificados na balança e qualificados, conforme estabelece a RDC ANVISA n.°
306/2004, de acordo com sua característica, os dados foram registrados em uma Ficha de
Anotação de Resultados de Resíduos por Setor (FARS) no apêndice, juntamente com dados
auxiliares como data, hora, temperatura, pressão atmosférica e umidade do ar do momento
da pesagem, que foram analisados com auxílio de planilha eletrônica Microsoft Excel® para
elaboração dos gráficos.
Os treinamentos foram realizados em dois dias durante o período vespertino, com a
equipe da enfermagem (Técnicos de Enfermagem e Enfermeiros) nos dias 18 e 19 de Março
de 2009, com objetivo de que tantos os funcionários de escala impar e par pudessem ter
acesso a palestra e ao folder sobre o PGRSS que foi distribuído ao final.
41
Foram desconsiderados os resíduos do Grupo B, pois estes são minimizados, ou
seja, devolvidos ao seu fabricante depois de vencido ou à Vigilância Sanitária Municipal.
2.1. ÁREA DE ESTUDO
O município de Várzea Grande está situado entre os biomas Cerrado e Pantanal, foi
emancipado no dia 23 de setembro de 1948, localizado na micro-região de Cuiabá (534),
centro-oeste brasileiro, no estado de Mato Grosso, faz limites com as cidades de Cuiabá,
Acorizal, Jangada, Santo Antônio de Leverger e Nossa Senhora do Livramento, situado na
Baixada do rio Paraguai, calha do rio Cuiabá, topograficamente, a 185 metros de altitude,
latitude e longitude 15º32’30”S e 56º17’18”O, apresenta como característica o clima tropical
continental quente sub-úmido, e uma extensão territorial em cerca de 938,06 Km2.
Fundado em 13 de setembro de 1988, o Pronto Socorro e Hospital Municipal de
Várzea Grande (PSMVG) se tornou ponto de referência para o atendimento de pacientes do
Sistema Único de Saúde (SUS) para os moradores da cidade de Várzea Grande que, de
acordo com o Censo do IBGE em 2007, possuía cerca de 230.000 habitantes (BRASIL,
2007), cerca de 70.000 habitantes a mais que no ano de sua criação.
O PSHMVG (Figura 1) está inserido numa área total de 8.322,21 Km2, oferece 133
leitos e mantém um atendimento médio diário de 450 pacientes, oferecendo tratamento
amplo em diversas áreas médicas, tais como: clínica, pediatria, cirúrgica, UTI neonatal,
pediátrica e adulta, urgência e emergência, como também realizam exames de radiologia,
laboratoriais, endoscopia, tomografia, ultra-sonografia, eletrocardiograma, broncoscopia,
entre outros de alta complexidade realizados externamente através de convênios; Os
profissionais de saúde do hospital são compostos por cerca de 480 funcionários distribuídos
entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, 115 funcionários administrativos,
170 funcionários da área de manutenção, limpeza e nutrição e 40 prestadores de serviços
autônomos, soma-se a isso os flutuantes (acompanhantes, visitantes, etc.) que perfazem um
42
total de 520 pessoas, totalizando um fluxo de pessoal em aproximadamente 1.320 pessoas
gerando os mais diversos tipos de resíduos constantemente.
Figura 1 – Imagem de satélite em detalhe o PSMVG (Fonte: Google Earth).
43
3. RESULTADOS
No INV-1 do Box Adulto, setor equivalente ao pronto-atendimento, ou seja, é o
primeiro local a ser prestado o serviço de assistência médica no caso dos acidentes trazidos
pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), e onde os resíduos infectantes
(Grupo A) mostraram uma média diária de 30,6 Kg, os resíduos comuns (Grupo D) 10 Kg e
os resíduos perfurocortantes (Grupo E) 3 Kg, conforme a Figura 2.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - BOX ADULTO
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
27/01 28/01 29/01 30/01 31/01 01/02 02/02 03/02 04/02
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 2 – Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Box Adulto.
44
No INV-2 do Box Adulto, os resíduos infectantes (Grupo A) mostraram uma média de
25,7 Kg, os resíduos comuns (Grupo D) 11,5 Kg e os resíduos perfurocortantes (Grupo E)
5,9 Kg, conforme a Figura 3.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - BOX ADULTO
0
5
10
15
20
25
30
35
13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 3 – Segundo inventário dos resíduos sólidos no Box Adulto.
45
A Figura 4 demonstra o comparativo dos inventários dos resíduos gerados neste
setor, evidenciando que houve redução na geração de resíduos do Grupo A, mas houve
aumento do Grupo D e E. Este fato pode sugerir que o treinamento oferecido entre INV-1 e
INV-2 tenha surtido efeito positivo, pois houve a segregação dos RSS que antes estavam
sendo descartados erroneamente nos sacos brancos, característicos do Grupo A.
COMPARATIVO DOS INVENTÁRIOS - BOX ADULTO
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
Grupo A Grupo D Grupo E
CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
KG
INV-1
INV-2
Figura 4 – Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Box Adulto.
46
No INV-1 do Centro Cirúrgico, os resíduos infectantes (Grupo A) apresentaram a
média de 15,2 Kg, os resíduos comuns (Grupo D) 4,9 Kg e não houve geração durante o
período amostral de resíduos perfurocortantes (Grupo E), conforme a Figura 5.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - CENTRO CIRÚRGICO
0
5
10
15
20
25
30
27/01 28/01 29/01 30/01 31/01 01/02 02/02 03/02 04/02
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 5 – Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Centro Cirúrgico.
Castro (1995) demonstrou em seu estudo que, neste mesmo setor, a quantificação
total foi de 32,43 Kg, valor este bem inferior demonstrado neste estudo, que atingiu no INV-1
141 Kg e no INV-2 97,5 Kg, também durante sete dias de pesagem. Todavia, Silva (1993)
constatou que no Centro Cirúrgico de sua pesquisa, nos primeiros sete dias da pesagem, a
geração de 128,8 Kg, valor intermediário ao encontrado no PSHMVG.
47
No INV-2 do Centro Cirúrgico, a média dos resíduos infectantes (Grupo A) foi de 11,8
Kg, os resíduos comuns (Grupo D) totalizaram 2,2 Kg e também não houve geração de
resíduos perfurocortantes (Grupo E) durante o período amostral, conforme a Figura 6.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - CENTRO CIRÚRGICO
0
5
10
15
20
25
30
13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 6 – Segundo inventário dos resíduos sólidos no Centro Cirúrgico.
48
A Figura 7 mostra o comparativo entre o INV-1 e 2 do Centro Cirúrgico onde
percebe-se que houve uma redução considerável na geração dos resíduos infectantes
(Grupo A) e comuns (Grupo D), não havendo geração de perfurocortantes, pois os dali
utilizados são reutilizados após processos de esterilização, como por exemplo o bisturi.
COMPARATIVO DOS INVENTÁRIOS - CENTRO CIRÚRGICO
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
Grupo A Grupo D Grupo E
CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
KG
INV-1
INV-2
Figura 7 – Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Centro Cirúrgico.
49
No INV-1 da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto, a média dos resíduos
infectantes (Grupo A) foi de 17,2 Kg, os resíduos comuns (Grupo D) totalizaram 1,8 Kg e de
resíduos perfurocortantes (Grupo E) foi de 0,5 Kg, conforme a Figura 8.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - UTI ADULTO
0
5
10
15
20
25
30
35
27/01 28/01 29/01 30/01 31/01 01/02 02/02 03/02 04/02
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 8 – Primeiro inventário dos resíduos sólidos na UTI Adulto.
Castro (1995) obteve 37,14 Kg pesando os resíduos de uma forma total na UTI
Adulto de sua pesquisa, valor este bem inferior aos 136,3 Kg do INV-1 e 114,7 do INV-2
encontrados nesta pesquisa.
Silva (1993) em seu estudo encontrou o valor de 49,5 Kg durante os sete primeiros
dias de sua pesagem dos resíduos da UTI Adulto. Ainda sim, verifica-se que o valor gerado
na UTI Adulto do PSHMVG está acima mesmo do somatório das duas pesquisas
supracitadas.
50
No INV-2 da UTI Adulto, a média dos resíduos infectantes (Grupo A) foi de 14,2 Kg,
os resíduos comuns (Grupo D) totalizaram 1 Kg e de resíduos perfurocortantes (Grupo E) foi
de 1,1 Kg, conforme a Figura 9.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - UTI ADULTO
0
5
10
15
20
25
30
35
13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 9 – Segundo inventário dos resíduos sólidos na UTI Adulto.
51
Houve uma redução na geração dos resíduos infectantes (Grupo A) em 17,4% ao se
comparar o primeiro com o segundo inventário (Figura 10), houve redução também na
geração do resíduo comum (Grupo D) em cerca de 41%. Contudo, a geração de resíduos
perfurocortantes (Grupo E) houve aumento de mais de 100% no seu valor.
COMPARATIVO DOS INVENTÁRIOS - UTI ADULTO
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
Grupo A Grupo D Grupo E
CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
KG
INV-1
INV-2
Figura 10 – Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação na UTI Adulto.
52
No INV-1 do Bloco B que se trata da Clínica Médica e tem por responsabilidade
admitir e tratar o paciente com patologias diferenciadas, entre as mais comuns estão:
erisipela, celulite, insuficiência coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão
arterial sistêmica, doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumonia, entre outros. Este setor
conta com quatro isolamentos para atendimento aos pacientes portadores de doenças
compulsórias.
A média dos resíduos infectantes (Grupo A) foi de 17,8 Kg, os resíduos comuns
(Grupo D) totalizaram 7,9 Kg e de resíduos perfurocortantes (Grupo E) foi de 0,5 Kg,
conforme a Figura 11.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - BLOCO B
0
5
10
15
20
25
27/01 28/01 29/01 30/01 31/01 01/02 02/02 03/02 04/02
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 11 – Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Bloco B.
Castro (1995) identificou na área de internação do Centro Médico de Campinas a
geração de uma média de 4,63 Kg/paciente/dia em sua totalidade, o somatório dos grupos
de RSS deste hospital em estudo, considerando o seu maior valor, temos 28,60
Kg/paciente/dia.
53
No INV-2 do Bloco B, a média dos resíduos infectantes (Grupo A) foi de 15,8 Kg, os
resíduos comuns (Grupo D) totalizaram 12,2 Kg e de resíduos perfurocortantes (Grupo E) foi
de 0,6 Kg, conforme a Figura 12.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - BLOCO B
0
5
10
15
20
25
30
13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 12 – Segundo inventário dos resíduos sólidos no Bloco B.
54
A Figura 13 evidencia a redução de 13% na geração do Grupo A, o aumento de 45%
nos resíduos do Grupo D e 40% de aumento na geração do Grupo E.
COMPARATIVO DOS INVENTÁRIOS - BLOCO B
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
Grupo A Grupo D Grupo E
CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
KG
INV-1
INV-2
Figura 13 – Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Bloco B.
55
No INV-1 do Box Infantil, setor de referência em pronto-atendimento da parte
pediátrica e onde a média dos resíduos infectantes (Grupo A) foi de 9,2 Kg, os resíduos
comuns (Grupo D) totalizaram 5 Kg e de resíduos perfurocortantes (Grupo E) foi de 0,4 Kg,
conforme a Figura 14.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - BOX INFANTIL
0
2
4
6
8
10
12
14
16
27/01 28/01 29/01 30/01 31/01 01/02 02/02 03/02 04/02
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 14 – Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Box Infantil.
Silva (1993) encontrou a quantia total de 113,25 Kg em sua pesagem na área de
pronto-atendimento equivalente a este setor do PSMVG, durante os primeiro sete dias de
sua pesagem, valor este que encontra-se entre o valor de INV-1 101,9 Kg e do INV-2 185,5
Kg.
56
No INV-2 do Box Infantil, a média dos resíduos infectantes (Grupo A) foi de 17,2 Kg,
os resíduos comuns (Grupo D) totalizaram 8,6 Kg e de resíduos perfurocortantes (Grupo E)
foi de 0,7 Kg, conforme a Figura 15.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - BOX INFANTIL
0
5
10
15
20
25
30
13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 15 – Segundo inventário dos resíduos sólidos no Box Infantil.
57
A Figura 16 mostra o comparativo entre os dois inventários (INV-1 x INV-2)
realizados por grupos de classificação deste setor, e nos mostra que, houve um aumento
significativo na geração de RSS do Grupo A, cerca de 87%, do Grupo D aumento de 73% e
do Grupo E aumento de 65% na geração.
COMPARATIVO DOS INVENTÁRIOS - BOX INFANTIL
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
Grupo A Grupo D Grupo E
CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
KG
INV-1
INV-2
Figura 16 – Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Box Infantil.
58
No INV-1 do Bloco A, setor este que tem como a competência de Clínica Cirúrgica,
ou seja, admitir e tratar dos pacientes pós-cirúrgicos em suas recuperações ou
complicações clínicas. A média dos resíduos infectantes (Grupo A) foi de 19,8 Kg, os
resíduos comuns (Grupo D) totalizaram 13,7 Kg e de resíduos perfurocortantes (Grupo E) foi
de 0,6 Kg, conforme a Figura 17.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - BLOCO A
0
5
10
15
20
25
30
27/01 28/01 29/01 30/01 31/01 01/02 02/02 03/02 04/02
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 17 – Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Bloco A.
Silva (1993) quando realizou seu estudo na enfermaria, setor equivalente ao Bloco A
do PSHMVG, encontrou nos primeiros sete dias de sua pesagem o valor de 182,1 Kg, total
este apenas 10% inferior à média de INV-1 e INV-2 do hospital deste estudo.
59
No INV-2 do Bloco A, obteve a média dos resíduos infectantes (Grupo A) de 13,9 Kg,
os resíduos comuns (Grupo D) totalizaram 11,5 Kg e de resíduos perfurocortantes (Grupo E)
foi de 1,5 Kg, conforme a Figura 18.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - BLOCO A
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 18 – Segundo inventário dos resíduos sólidos no Bloco A.
60
Houve uma redução considerável na geração dos RSS do Grupo A deste setor, em
cerca de 30% ao comparar INV-1 de INV-2, como também redução do Grupo D em 17% e
aumento do Grupo E, em mais de 100%, conforme a Figura 19.
COMPARATIVO DOS INVENTÁRIOS - BLOCO A
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
Grupo A Grupo D Grupo E
CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
KG
INV-1
INV-2
Figura 19 – Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Bloco A.
61
No INV-1 do Laboratório, setor responsável por realizar análises clínicas dos
pacientes do PSHMVG e obteve a média dos resíduos infectantes (Grupo A) de 7,4 Kg, os
resíduos comuns (Grupo D) totalizaram 0,8 Kg e de resíduos perfurocortantes (Grupo E) foi
de 1,5 Kg, conforme a Figura 20.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - LABORATÓRIO
0
2
4
6
8
10
12
14
27/01 28/01 29/01 30/01 31/01 01/02 02/02 03/02 04/02
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 20 – Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Laboratório.
Castro (1995) ao realizar a pesagem do seu setor de exames, equivalente a este,
encontrou no dia de maior alta dos sete de sua pesagem o cálculo de 0,24 Kg/paciente/dia,
enquanto o PSHMVG obteve em INV-1 0,51 Kg/paciente/dia e em INV-2 0,49
Kg/paciente/dia, esta diferença pode ser desconsiderada tendo em vista a época do estudo
do autor supracitado.
62
No INV-2 do Laboratório, a média dos resíduos infectantes (Grupo A) foi de 5,1 Kg,
os resíduos comuns (Grupo D) manteve o mesmo valor de 0,8 Kg e de resíduos
perfurocortantes (Grupo E) subiu para 3,5 Kg, conforme a Figura 21.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - LABORATÓRIO
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1
2
3
4
5
6
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8
9
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13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 21 – Segundo inventário dos resíduos sólidos no Laboratório.
63
A Figura 22 traz o gráfico de comparação entre os inventários deste setor e nos
mostra mais uma redução na geração dos RSS do Grupo A (Infectante) de 52 Kg para 35,5
Kg, mas praticamente manteve o mesmo valor para o resíduo do Grupo D (Comum) de 5,8
Kg em INV-1 para 5,4 Kg em INV-2, mas registrou um aumento significativo na geração de
resíduos do Grupo E (Perfurocortante) de 10,2 Kg para 24,3 Kg.
COMPARATIVO DOS INVENTÁRIOS - LABORATÓRIO
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
Grupo A Grupo D Grupo E
CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
KG
INV-1
INV-2
Figura 22 – Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Laboratório.
64
No INV-1 da UTI Neonatal e Pediátrica, a média dos resíduos infectantes (Grupo A)
foi de 13,1 Kg, os resíduos comuns (Grupo D) foi de 4,1 Kg e não houve geração de
resíduos perfurocortantes (Grupo E) durante este período amostral, conforme a Figura 23.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - UTI NEO
0
5
10
15
20
25
28/01 29/01 30/01 31/01 01/02 02/02 03/02 04/02 05/02
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 23 – Primeiro inventário dos resíduos sólidos na UTI Neonatal.
Castro (1995) ao estudar a UTI Pediátrica, obteve o seu maior valor dos dias de
pesagem 0,28 Kg/paciente/dia, todavia, o PSHMVG em sua UTI Neonatal e Pediátrica
obteve no primeiro e segundo inventário, respectivamente, o valor de 0,90 e 0,37
Kg/paciente/dia.
65
No INV-2 da UTI Neonatal e Pediátrica, a média dos resíduos infectantes (Grupo A)
foi de 4,1 Kg, dos resíduos comuns (Grupo D) foi de 2,8 Kg e também não houve geração
de resíduos perfurocortantes (Grupo E) durante este período amostral, conforme a Figura
24.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - UTI NEO
0
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2
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4
5
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8
9
13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 24 – Segundo inventário dos resíduos sólidos na UTI Neonatal.
66
Ao realizarmos o comparativo dos dois inventários realizados (INV-1 x INV-2), a
Figura 25 demonstra uma queda drástica na geração de RSS do Grupo A em cerca de 69%,
o Grupo D também sofreu redução em cerca de 30% do valor anteriormente gerado, com
relação ao Grupo E não houve comparativo por não haver tido geração de RSS deste grupo.
COMPARATIVO DOS INVENTÁRIOS - UTI NEONATAL
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Grupo A Grupo D Grupo E
CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
KG
INV-1
INV-2
Figura 25 – Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação na UTI Neonatal.
67
No INV-1 da Administração, que se situa em anexo ao PSHMVG, os resíduos
gerados contemplam única e restritamente o Grupo D, resíduos comuns e foi de 7,4 Kg,
conforme a Figura 26.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - ANEXO ADMINISTRATIVO
0
2
4
6
8
10
12
14
28/01 29/01 30/01 31/01 01/02 02/02 03/02 04/02 05/02
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g)
INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 26 – Primeiro inventário dos resíduos sólidos no Anexo Administrativo.
Castro (1995) obteve em seu maior índice deste setor o valor de 0,21
Kg/paciente/dia, enquanto no PSHMVG o valor médio de INV-1 e INV-2 em cerca de 0,36
Kg/paciente/dia. Diferença não tão acentuada considerando a utilização de recursos de
informática que se ampliaram do ano desta pesquisa para hoje.
68
No INV-2 da Administração, a média dos resíduos gerados do Grupo D, resíduos
comuns, foi de 6,2 Kg, conforme a Figura 27.
INVENTÁRIO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - ANEXO ADMINISTRATIVO
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04
DATA DA COLETA
QU
AN
TID
AD
E (K
g) INFECTANTE
COMUM
PERFUROCORTANTE
Figura 27 – Segundo inventário dos resíduos sólidos no Anexo Administrativo.
69
A Figura 28 nos ajuda a compreender a evolução da geração de RSS, neste caso,
apenas de resíduos comuns do Grupo D, que houve redução, pois em INV-1 foi registrado
52,1 Kg e em INV-2 registrado 43,7 Kg.
COMPARATIVO DOS INVENTÁRIOS - ADMINISTRATIVO
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
Grupo A Grupo D Grupo E
CLASSIFICAÇÃO DOS RSS
KG
INV-1
INV-2
Figura 28 – Gráfico comparativo dos inventários por grupos de classificação no Anexo Administrativo.
Outros setores de menor porte foram desconsiderados por não haver interesse
científico de expressão para esta análise, mas se encontram no apêndice. O Quadro 6
resume qual foi a geração de RSS por paciente/dia.
Tabela 1 – Comparação da geração de RSS do primeiro e segundo inventário. GRUPOS DE RSS INV-1 INV-2
Grupo A – Infectante 1,01 Kg/paciente/dia 0,80 Kg/paciente/dia
Grupo D – Comum 0,69 Kg/paciente/dia 0,56 Kg/paciente/dia
Grupo E - Perfurocortante 0,05 Kg/paciente/dia 0,10 Kg/paciente/dia
70
Oliveira (2005) após estudo temporal na geração de RSS no Hospital São João
Batista, em Santa Catarina, obteve na pesagem dos resíduos do Grupo A uma variação
entre 1,5 a 1,9 Kg/paciente/dia, do Grupo D entre 0,9 e 1,2 Kg/paciente/dia e Grupo E entre
0,2 e 0,3 Kg. Uma comparação primária é suficiente para demonstrar que o PSMVG gerou
uma quantidade menor que a média deste hospital, ao comparar a quantidade de leitos
entre os dois hospitais, esta análise é mais favorável ao hospital alvo deste estudo, que
possui uma quantidade maior de leitos.
Castro (1995) realizou a pesagem segregada apenas para os resíduos
perfurocortantes, obtendo o seu valor mais expressivo da pesagem de sete dias, temos 0,15
Kg/paciente/dia, enquanto no hospital fonte deste estudo obtivemos 0,05 (INV-1) e 0,10
Kg/paciente/dia em INV-2, valor este inferior ao do objeto de estudo do autor citado acima.
Silva (1993) após realizar pesagem de RSS em um período de trinta dias obteve a
média de 4,5 Kg/paciente/dia, enquanto no Pronto Socorro e Hospital Municipal de Várzea
Grande, obtivemos 1,7 kg/paciente/dia em INV-1 e 1,5 kg/paciente/dia em INV-2.
Segundo Luz et al (1972) o valor de 2 a 4 Kg/paciente/dia é considerado normal, e
relata ainda que um estudo realizado pela Divisão de Organização Hospitalar constatou o
valor de geração em uma classificação rudimentar para RSS do Grupo A em 0,68
Kg/paciente/dia e do Grupo D em 0,62 Kg/paciente/dia, contudo, o hospital fonte deste
estudo gerou para o Grupo A a média de 0,91 Kg/paciente/dia e do Grupo D a média de
0,63 kg/paciente/dia.
Oliveira (2005) ao realizar o inventário nas quatro estações do ano (primavera,
verão, outono e inverno) e após realizar a média das mesmas obteve o valor de 93,3 Kg
para o Grupo A, para o Grupo D a média de 51,7 Kg e para o Grupo E a média de 17,9 Kg,
em comparação à média dos gerados do PSHMVG, durante os mesmos sete dias de
pesagem, obtivemos o valor do Grupo A de 120,5 Kg, Grupo D a média de 83,2 Kg e do
Grupo E a média de 9,8 Kg.
71
Dentre todos os assuntos abordados, conforme a legislação vigente, foi enfatizado a
respeito da segregação dos resíduos sólidos em seus acondicionamentos adequados
(comum e infectante).
72
DISCUSSÃO
Devemos considerar alguns pontos para ampliar o entendimento os dados obtidos
neste trabalho:
a) Para uma afirmação que estas informações demonstram uma real confirmação de
que a segregação funcionou de fato, os resíduos do Grupo D, deveriam ter aumentado de
forma quase proporcional à diminuição dos resíduos do Grupo A, pois assim entenderíamos
que um determinado resíduo deixou de ser acondicionado de forma inadequada nos sacos
para resíduo infectante, o que geralmente acontece, e foram acondicionados de forma
correta, após segregação adequada, em seu saco plástico de resíduo comum.
b) Portanto, o único setor que demonstrou este cenário foi no Bloco B, pois houve
redução de 11% do valor do volume dos resíduos do Grupo A e aumento de 35% do volume
dos resíduos do Grupo D, ou seja, neste caso pode-se entender que o resíduo tenha,
continuamente, sido gerado, mas segregado de forma adequada.
c) A único setor que não demonstrou efetiva queda na geração dos resíduos de
serviços de saúde foi o Box Infantil, onde a geração de cada grupo (A, D e E) quase dobrou,
pode ser explicado pelo fluxo de atendimento de pacientes que, no mês da realização do
INV-2 ter sido o período de surto de dengue, que acomete, principalmente, as crianças,
explicando o aumento exponencial de atendimento, logo de utilização de materiais e
geração de resíduos. Dados do Setor de Serviço de Prontuário do Paciente (SPP) revelaram
que os atendimentos mantinham uma média em cerca de 400 a 500 pacientes/dia e, durante
o surto de dengue, tendo subido para 800 a 900 pacientes/dia.
d) A realização do inventário contou com a participação e colaboração dos
servidores do setor de zeladoria que, sob aconselhamento, reuniam os sacos plásticos no
expurgo para pesagem no final da tarde, a partir das 16h, por isso outro fator de
consideração se encontra no fato de que pode ter havido “desvio” de RSS, ou seja, por
descuido, alguns sacos plásticos podem ter sidos transportados ao abrigo fora do horário
73
estipulado, o que talvez tenha influenciado, por exemplo, na discrepância do comparativo de
inventários da UTI Neonatal.
74
CONCLUSÕES
Apesar da capacitação do funcionários ter ocorrido em apenas dois dias, seu efeito
foi sentido na comparação dos inventários individuais de cada setor, todavia, proporcional à
assimilação e vontade de realizar o acondicionamento correto dos resíduos gerados.
Em 89% dos setores considerados para o inventário foi verificada a redução na
geração de resíduos infectantes (Grupo A), em 67% destes setores houve redução na
geração de resíduos comuns (Grupo D) e 100% dos setores que geram os resíduos do
Grupo E (Perfurocortantes) aumentaram sua geração.
Com o presente trabalho foi possível constatar que a classificação dos resíduos de
serviços de saúde definida pela RDC ANVISA n.° 306/2004 e Resolução CONAMA n.°
358/2005 são pertinentes e contribuem para o gerenciamento de resíduos sólidos, bem
como, funcionam como mecanismo de grande ajuda à realização desta ferramenta de
acompanhamento de situação geradora denominado inventário de resíduos sólidos.
O presente estudo também permitiu a oportunidade de trabalhar uma campanha de
educação ambiental e sanitária com os funcionários do Pronto Socorro e Hospital Municipal
de Várzea Grande, principalmente, com a equipe de enfermagem, por possuir um maior
poder gerador de resíduos, devido suas atividades diárias e, consequentemente, ser o alvo
para a realização da segregação adequada.
Ainda sim, realizar este trabalho proporcionou o conhecimento do real quadro e
situação atual de geração de resíduos de serviços de saúde no maior hospital de
atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade de Várzea Grande, possibilitando
verificar que a taxa de geração de resíduos em quilos por paciente e por dia ainda está
dentro dos parâmetros de geração publicados em artigos científicos, dissertações de
mestrado e teses de doutorado.
Sugere-se que este tema seja abordado de forma mais profunda com a realização de
inventários periódicos ou mensais que possam fornecer um quadro evolutivo anual e
75
aumentar a riqueza de informações comparativas, de acordo com a Instrução Normativa
SEMA/SES n.° 001/2008.
76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, Evandro T.; DEON SETTE, Marli T. Análise do conflito existente entre o Código Estadual do Meio Ambiente de Mato Grosso (Art. 62-A III) e Código Florestal Brasileiro. Revista Jurídica da Universidade de Cuiabá – UNIC. Cuiabá. EdUNIC, v.9, n.1, jan./jun., 2007. p.85-96. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 12.807. Resíduos de serviços de saúde – terminologia. Rio de Janeiro, 1993. _________. NBR 10.004. Resíduos sólidos – classificação. Rio de Janeiro, 2004. _________. NBR 9191. Sacos plásticos para acondicionamento de lixo – requisitos e métodos para ensaio. Rio de Janeiro, 2002. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Ações do MMA para os municípios. Coordenação Ronie Lima, Projeto Gráfico Rodrigo Braga, Edição e redação Daniela Mendes e Suelene Gusmão e Assistência de Produção Paula Ramos e Rebecca Celso. Brasília, DF. Assessoria de Comunicação, 2009. p.10-13. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/cartilha_182.pdf> Acesso em: 10 mar. 2009. _______. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm> Acesso em: 7 jun. 2009. _______. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB). Tabela 104 - Municípios, total e com serviços de limpeza urbana e/ou coleta de lixo, por natureza dos serviços, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões Metropolitanas e Municípios das Capitais. 2000. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb/lixo_coletado/lixo_coletado104.shtm> Acesso em: 10 mar. 2009. _______. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n.° 358, de 29 de abril de 2005. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=462> Acesso em: 14 dez. 2008. _______. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n./ 005, de 5 de agosto de 1993. Brasília, 1993. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=130> Acesso em 20 maio 2009. _______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n.° 306, 7 de Dezembro de 2004. Brasília, 2004. Disponível em: <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?mode=PRINT_VERSION&id=13554> Acesso em: 7 jun. 2009. _______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília, 2006. 182 p. Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_gerenciamento_residuos.pdf> Acesso em: 05 out. 2008.
77
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78
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79
APÊNDICE
1. MODELO DE FICHA DE ANOTAÇÃO DE RESÍDUOS POR SETOR
FICHA DE ANOTAÇÕES DE RESULTADOS DE PESAGEM DE RESÍDUOS POR SETOR
Ponto de Coleta: INVENTÁRIO
Data da Coleta: INFECTANTE
Horário da Coleta: COMUM
Temperatura Média: * QUÍMICO
Pressão Atmosférica: * PERFUROCORTANTE
Umidade: * TOTAL (Kg)
* Fonte: http://www.climatempo.com.br/aeroportos.php?CODAEROPORTO=270
80
2. RESULTADOS FINAIS DO PRIMEIRO INVENTÁRIO (INV-1)
RELATÓRIO FINAL DOS RESULTADOS DE PESAGEM DE RESÍDUOS POR SETOR
TOTALIZAÇÃO DA PESAGEM DOS RESÍDUOS - INFECTANTE
SETOR / DATA DA COLETA 27/01/09 28/01/09 29/01/09 30/01/09 02/02/09 03/02/09 04/02/09 TOTAL MÉDIA
01 - BOX ADULTO 33,4 32,1 18,4 47,6 33,7 28,4 20,4 214,0 30,6
02 - CENTRO CIRÚRGICO 28,4 23,0 12,9 10,8 7,9 10,7 12,7 106,4 15,2
03 - UTI ADULTO 9,9 14,9 10,7 10,7 24,2 31,1 18,8 120,3 17,2
04 - BLOCO B 17,5 18,7 21,3 16,9 21,0 15,6 13,9 124,9 17,8
05 - RECEPÇÃO ADULTO 5,5 5,0 3,0 2,9 4,1 3,7 1,0 25,2 3,6
06 - COZINHA E CORREDOR 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
07 - BOX INFANTIL 10,4 4,8 13,7 5,8 13,1 9,5 7,0 64,3 9,2
08 - BLOCO A 19,2 25,7 22,7 21,4 21,2 16,8 11,9 138,9 19,8
09 - LABORATÓRIO 3,1 6,9 4,0 8,5 10,3 7,0 12,2 52,0 7,4
TOTAL 127,4 131,1 106,7 124,6 135,5 122,8 97,9 846,0 120,9
* Todos os valores correspondem à unidade de medida em quilos (Kg)
81
TOTALIZAÇÃO DA PESAGEM DOS RESÍDUOS - INFECTANTE
SETOR / DATA DA COLETA 28/01/09 29/01/09 30/01/09 02/02/09 03/02/09 04/02/09 05/02/09 TOTAL MÉDIA
10 - UTI NEO 18,0 14,5 19,7 10,1 11,7 7,6 9,8 91,4 13,1
11 - ADMINISTRAÇÃO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
TOTAL 18,0 14,5 19,7 10,1 11,7 7,6 9,8 91,4 13,1
* Todos os valores correspondem à unidade de medida em quilos (Kg)
MÉDIA SEMANAL DE TODOS OS SETORES - INFECTANTE 133,9
TOTALIZAÇÃO DA PESAGEM DOS RESÍDUOS - COMUM
SETOR / DATA DA COLETA 27/01/09 28/01/09 29/01/09 30/01/09 02/02/09 03/02/09 04/02/09 TOTAL MÉDIA
01 - BOX ADULTO 11,1 10,6 9,8 12,8 10,1 7,5 7,8 69,7 10,0
02 - CENTRO CIRÚRGICO 1,9 5,0 7,8 9,5 3,2 5,5 1,7 34,6 4,9
03 - UTI ADULTO 1,3 1,0 2,0 2,5 1,2 2,7 1,7 12,4 1,8
04 - BLOCO B 6,0 10,6 5,2 8,8 7,7 8,2 8,6 55,1 7,9
05 - RECEPÇÃO ADULTO 2,7 2,8 2,4 3,0 2,0 2,0 4,3 19,2 2,7
06 - COZINHA E CORREDOR 57,7 45,5 38,2 22,6 38,9 10,1 20,4 233,4 33,3
82
07 - BOX INFANTIL 5,5 4,6 5,4 4,2 5,5 4,5 5,0 34,7 5,0
08 - BLOCO A 11,5 14,0 15,4 13,0 12,2 12,7 17,3 96,1 13,7
09 - LABORATÓRIO 1,0 0,5 0,0 1,0 1,8 1,0 0,5 5,8 0,8
TOTAL 98,7 94,6 86,2 77,4 82,6 54,2 67,3 561,0 80,1
* Todos os valores correspondem à unidade de medida em quilos (Kg)
TOTALIZAÇÃO DA PESAGEM DOS RESÍDUOS - COMUM
SETOR / DATA DA COLETA 28/01/09 29/01/09 30/01/09 02/02/09 03/02/09 04/02/09 05/02/09 TOTAL MÉDIA
10 - UTI NEO 6,4 4,1 4,0 0,0 5,2 5,0 3,8 28,5 4,1
11 - ADMINISTRAÇÃO 9,2 8,3 6,3 5,9 13,1 4,1 5,2 52,1 7,4
TOTAL 15,6 12,4 10,3 5,9 18,3 9,1 9,0 80,6 11,5
* Todos os valores correspondem à unidade de medida em quilos (Kg)
MÉDIA SEMANAL DE TODOS OS SETORES - COMUM 91,7
83
TOTALIZAÇÃO DA PESAGEM DOS RESÍDUOS - PERFUROCORTANTE
SETOR / DATA DA COLETA 27/01/09 28/01/09 29/01/09 30/01/09 02/02/09 03/02/09 04/02/09 TOTAL MÉDIA
01 - BOX ADULTO 8,7 8,5 3,7 0,0 0,0 0,0 0,0 20,9 3,0
02 - CENTRO CIRÚRGICO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
03 - UTI ADULTO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,6 3,6 0,5
04 - BLOCO B 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,2 0,0 3,2 0,5
05 - RECEPÇÃO ADULTO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,0 0,0 4,0 0,6
06 - COZINHA E CORREDOR 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
07 - BOX INFANTIL 0,0 0,0 2,9 0,0 0,0 0,0 0,0 2,9 0,4
08 - BLOCO A 0,0 0,0 0,0 0,0 4,2 0,0 0,0 4,2 0,6
09 - LABORATÓRIO 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 3,4 3,5 10,2 1,5
TOTAL 8,7 8,5 9,9 0,0 4,2 10,6 7,1 49,0 7,0
* Todos os valores correspondem à unidade de medida em quilos (Kg)
84
TOTALIZAÇÃO DA PESAGEM DOS RESÍDUOS - PERFUROCORTANTE
SETOR / DATA DA COLETA 28/01/09 29/01/09 30/01/09 02/02/09 03/02/09 04/02/09 05/02/09 TOTAL MÉDIA
10 - UTI NEO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
11 - ADMINISTRAÇÃO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
TOTAL 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
* Todos os valores correspondem à unidade de medida em quilos (Kg)
MÉDIA SEMANAL DE TODOS OS SETORES - COMUM 7,0
85
3. RESULTADOS FINAIS DO SEGUNDO INVENTÁRIO (INV-2)
TOTALIZAÇÃO DA PESAGEM DOS RESÍDUOS - INFECTANTE
SETOR / DATA DA COLETA 13/04/09 15/04/09 16/04/09 17/04/09 20/04/09 22/04/09 23/04/09 TOTAL MÉDIA
01 - BOX ADULTO 29,4 25,2 32,9 23,2 19,1 30,7 19,3 179,8 25,7
02 - CENTRO CIRÚRGICO 10,7 13,2 9,1 26,7 5,1 14,9 2,6 82,3 11,8
03 - UTI ADULTO 16,7 7,3 14,5 9,3 31,6 13,2 6,8 99,4 14,2
04 - BLOCO B 17,0 16,7 7,1 19,5 25,7 9,1 15,3 110,4 15,8
05 - RECEPÇÃO ADULTO 2,2 2,1 0,7 0,0 0,5 0,2 1,3 7,0 1,0
06 - COZINHA E CORREDOR 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
07 - BOX INFANTIL 6,3 14,6 20,1 27,8 21,2 16,3 14,2 120,5 17,2
08 - BLOCO A 15,1 16,6 14,0 12,2 9,4 12,2 18,0 88,0 13,0
09 - LABORATÓRIO 4,8 4,5 3,7 8,8 5,2 3,5 5,0 35,5 5,1
10 - UTI NEO 4,9 4,1 2,1 3,1 2,8 8,1 3,6 28,7 4,1
11 - ADMINISTRAÇÃO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
TOTAL 107,1 104,3 104,2 118,4 120,6 108,2 86,1 752,0 107,0
* Todos os valores correspondem à unidade de medida em quilos (Kg)
MÉDIA SEMANAL DE TODOS OS SETORES - INFECTANTE 107,0
86
TOTALIZAÇÃO DA PESAGEM DOS RESÍDUOS - COMUM
SETOR / DATA DA COLETA 13/04/09 15/04/09 16/04/09 17/04/09 20/04/09 22/04/09 23/04/09 TOTAL MÉDIA
01 - BOX ADULTO 12,3 11,3 11,1 8,7 8,1 16,8 12,5 80,8 11,5
02 - CENTRO CIRÚRGICO 0,6 0,8 4,0 1,3 2,7 3,7 2,1 15,2 2,2
03 - UTI ADULTO 1,1 1,0 1,0 0,8 1,7 0,5 1,2 7,3 1,0
04 - BLOCO B 8,2 15,9 15,6 12,1 5,2 12,5 15,9 85,4 12,2
05 - RECEPÇÃO ADULTO 2,3 2,3 2,8 3,1 2,1 4,3 4,5 21,4 3,1
06 - COZINHA E CORREDOR 42,3 9,6 13,1 11,5 15,2 11,0 11,5 114,2 16,3
07 - BOX INFANTIL 13,6 12,0 5,2 12,6 3,2 3,0 10,6 60,2 8,6
08 - BLOCO A 10,8 11,8 10,1 9,8 10,2 12,6 14,9 80,0 10,1
09 - LABORATÓRIO 0,2 0,3 0,2 0,0 1,5 1,4 1,8 5,4 0,8
10 - UTI NEO 4,7 2,6 1,5 1,7 2,9 3,5 3,0 19,9 2,8
11 - ADMINISTRAÇÃO 6,5 5,0 9,3 3,7 5,8 7,9 5,5 43,7 6,2
TOTAL 102,6 72,6 73,9 55,5 58,6 77,2 83,5 534,0 76,0
* Todos os valores correspondem à unidade de medida em quilos (Kg)
MÉDIA SEMANAL DE TODOS OS SETORES - COMUM 76,0
87
TOTALIZAÇÃO DA PESAGEM DOS RESÍDUOS - PERFUROCORTANTE
SETOR / DATA DA COLETA 13/04/09 15/04/09 16/04/09 17/04/09 20/04/09 22/04/09 23/04/09 TOTAL MÉDIA
01 - BOX ADULTO 8,0 8,6 3,2 5,2 3,6 2,3 10,1 41,0 5,9
02 - CENTRO CIRÚRGICO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
03 - UTI ADULTO 4,0 0,0 0,0 0,0 4,0 0,0 0,0 8,0 1,1
04 - BLOCO B 4,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,5 0,6
05 - RECEPÇÃO ADULTO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
06 - COZINHA E CORREDOR 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
07 - BOX INFANTIL 0,0 0,0 0,0 2,8 0,0 0,0 2,0 4,8 0,7
08 - BLOCO A 0,0 0,0 0,0 4,5 0,0 0,0 6,0 10,5 1,5
09 - LABORATÓRIO 3,5 3,1 3,5 4,2 3,4 3,1 3,5 24,3 3,5
10 - UTI NEO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
11 - ADMINISTRAÇÃO 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
TOTAL 20,0 11,7 6,7 12,2 11,0 5,4 21,6 93,1 13,3
* Todos os valores correspondem à unidade de medida em quilos (Kg)
MÉDIA SEMANAL DE TODOS OS SETORES - PERFURO 13,3