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FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO E PRESCRIÇÃO
DE EXERCÍCIOS PARA CARDIOPATAS
PROF. ESP. HENRIQUE STELZER NOGUEIRA
CREF 080569-G/SP
• Licenciatura e Bacharelado – UNIBAN;• Pós-graduação – Personal Training:
Metodologia do Treinamento Físico Personalizado – Estácio de Sá;
• LAIFE (Laboratório Interdisciplinar de Fisiologia do Exercício) – UNIFESP;
• Coordenador Científico – Science Institute Running Health;
• Professor em cursos de pós-graduação;• Etc.
EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES E ASSOCIAÇÕES COM
OUTRAS DOENÇAS
Principais Doenças Crônicas
1) Doenças Cardiovasculares
2) Diabetes Tipo II (Tipo I ?)
3) Alguns tipos de Câncer
4) Doenças Osteo-Musculares
5) Doenças Obstrutivas Pulmonares
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
HIV/Aids Tuberculose Malária Cardiovasculares Câncer Diabetes
Milh
ões
de
Ób
itos
WHO, 2010
Mortes por DC no Mundo
Heidenreich PA et al. Circulation, 2011;123.
272,5
358
470,3
621,6
818,1
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
2010 2015 2020 2025 2030
Bilhões
de D
óla
res
Projeção dos Custos Diretos com DCV Entre 2010 a 2030
Bilhões de Dólares em 2008
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES FATORES
DE RISCO DE MORTE
Homens
CARDIOPATIA ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
CÂNCER
54
9
25
12
3724
29
10
507
22 21
AssistênciaBiologiaAmbienteEstilo de vida
FUNÇÕES:
Manutenção do Fluxo Sanguíneo:
- arterial
- venoso
Transporte de nutrientes, gases, metabólitos e hormônios.
Manutenção da temperatura corporal, resposta hemodinâmica e pH sanguíneo.
Prevenção de infecções, desidratação.
ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Estrutura e Função do Sistema Cardiovascular:
Sistema eficiente de bombeamento- anatomia, sistema nervoso central
Sistema eficiente de comunicação- distribuição de vasos e sangue, PA
Fluido de condução- volume, viscosidade, composição e equilíbrio ácido-base
COMPONENTES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
CIRCULAÇÃO CORPORAL
PULMORANAR & SISTÊMICA
Repouso –1 Kcal\Kg\hora5 Litros\minuto3.5 ml.kg.min
Esforço –12 Kcal\Kg\hora35 Litros\minuto70 ml.kg.min
FC e PA
RELEMBRANDO
• Frequência Cardíaca (FC) = batimentos por minuto (bpm);
• Volume Sistólico (VS)= qtd de sangue ejetado em cada sístole;
• Débito Cardíaco (DC) = FC x VS;
• Resistência Vascular Periférica (RVP) = obstáculos que se opõe ao fluxo sanguíneo;
• Pressão Arterial (PA) = DC x RVP;
• Pressão Arterial Sistólica (PAS) = força exercida pelo coração para ejetar sangue;
• Pressão Arterial Diastólica (PAD) = força exercida pelo coração para o retorno de
sangue;
• Pressão Arterial Média (PAM) = [PAS + (PAD x 2)] / 3;
• Duplo Produto (DP) = PAS x FC.
ANATOMIA DO CORAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DO MIOCÁRDIO
Músculo esquelético Músculo cardíaco
Controle Intrínsecos
AUTOCONDUÇÃO
Nódulo sinoatrial (SA)Nódulo Atrioventricular (AV)Feixe de Hizz atrioventricular
Fibras de Purkinge
CONTROLE DA ATIVIDADE CARDÍACA
SEQUÊNCIA TEMPORAL DO CICLO CARDÍACO
CONTROLE DA ATIVIDADE CARDÍACA
Controle Extrínsecos
Sistema Nervoso Autônomo
Simpático - Adrenérgica
Parassimpática - Colinérgica
Sistema Endócrino
Catecolaminas Supra-renais
SISTEMA NERVOSOO sistema nervoso central (SNC) funciona como
um “gerenciador de processos”, trabalhando em
conjunto com o sistema nervoso periférico (SNP)
através de vias aferentes e eferentes, para
controlar respostas motoras e hormonais,
conduzidas pelo sistema nervoso autônomo (SNA),
sendo este dividido em sistema nervoso simpático
(ativação) e sistema nervoso parassimpático
(inibição) (McARDLE, KATCH & KATCH, 2013). Esse
controle está presente em todos os órgãos e
tecidos do corpo humano, controlando e
monitorando a secreção de hormônios diversos.
CONTROLE EXTRÍNSICO DA ATIVIDADE CARDÍACA
CONTROLE EXTRÍNSICO DA ATIVIDADE CARDÍACA
Agentes Vasoconstritores
- Catecolaminas adrenais
- Angiotensina II
- Vasopressina ou ADH
Agentes Vasodilatadores
- Bradicinina
- Serotonina
- Histamina
- Prostaglandinas
- Óxido Nítrico
CONTROLE EXTRÍNSICO HORMONAL DA ATIVIDADE CARDÍACA
CONTROLE DA ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO
-A transmissão de potencias de ação pelo sistema condutor gera correntes elétricas que podem ser detectadas na superfície corporal;
-Eletrocardiograma (ECG);
-Registro das mudanças elétricas a cada batimento;
-Cada parte de um batimento (fases) produz um potencial de ação diferente;
-Esses potencias são plotados num gráfico em “ondas” que sobem e descem;
-As ondas podem variar segundo a duração e tamanho;
-Diagnóstico do ritmos cardíacos, arritmias, doença coronária, recuperação de infarto e vida fetal.
ECG – Ondas Registradas
Onda P – Despolarização atrial (NS atrios contração atrial);
Onda QRS – Despolarização ventricular (AV ventrículos contração ventrícular);
Onda T – Repolarização ventricular;
- Duração das Ondas;
- Tamanho (Força do Potencial de Ação).
ELETROCARDIOGRAMA (ECG)REGISTROS GRÁFICOS
ALTERAÇÕES NO RITMO CARDÍACAS
Distúrbios da sequência normal dos eventos cardíacos podem levar a um ritmo cardíaco irregular, chamado de arritmia. Esses distúrbios variam em grau de importância.
Características:
- frequência de descarga elétrica no NS está abaixo de 60 bpm ou acima de 100 bpm;
- quando o local onde se origina o impulso elétrico não é no NS;
- quando há alteração da sequência dos eventos elétricos
PRINCIPAIS CAUSAS:
- Cafeína - Ansiedade - Deficiência Potássio
- Álcool - Drogas - Doença cardíaca
- Nicotína - Hipertireoidismo - Alterações congênitas
TIPOS DE ARRITMIAS
BRADICARDIA: indica FC de repouso inferior a 60 bpm.
TAQUICARDIA: indica FC de repouso superior a 100 bpm.
Sintomas: palpitação, fadiga, tontura e desmaio.
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR: quando o potencial de ação originado no NS vai para o nódulo AV e não passa aos ventrículos.
CONTRAÇÕES VENTRICULARES PREMATURAS (CVP): são batimentos extras, são comuns e, geralmente, se origina no NS.
FLUTTER ATRIAL: contração atrial acima de 200 bpm e gera fibrilação atrial onde há contração rápida e descoordenada.
TAQUICARDIA VENTRICULAR: ocorre quando há 3 ou mais CVPS e pode levar à fibrilação ventrícular.
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR: contração ventrícular rápida e descoordenada. Na fibrilação, há dificuldade no bombeamento do sangue.
Repouso
Exercício
Resposta IsquêmicaNo Exercício
Arritmia
Controle da Pressão Arterial
Sistema Nervoso Autônomo
Controle Renal
Controle Hormonal
Viscosidade Sanguínea
Aumento da
Pressão Arterial
Mecanismos de Regulação da PA
Resistência Periférica
Volume Sanguíneo
Frequência cardíaca
Volume de Ejeção
RELEMBRANDO
• Frequência Cardíaca (FC) = batimentos por minuto (bpm);
• Volume Sistólico (VS)= qtd de sangue ejetado em cada sístole;
• Débito Cardíaco (DC) = FC x VS;
• Resistência Vascular Periférica (RVP) = obstáculos que se opõe ao fluxo sanguíneo;
• Pressão Arterial (PA) = DC x RVP;
• Pressão Arterial Sistólica (PAS) = força exercida pelo coração para ejetar sangue;
• Pressão Arterial Diastólica (PAD) = força exercida pelo coração para o retorno de
sangue;
• Pressão Arterial Média (PAM) = [PAS + (PAD x 2)] / 3;
• Duplo Produto (DP) = PAS x FC.
Controle Vascular no Exercício
VasosSanguíneos
Mecanorrecpetores
BarorreceptoresCentro de
Controle Vascular
MúsculoEsquelético
Coração
Comando Central
Quimiorreceptores
Recursos Ergogênicos
Mecanismos de Ação no Miocárdio, Circulação e Potência Aeróbica
Álcool
Anfetaminas
Beta-bloqueadores
Cafeína
Maconha e Cocaína
Diuréticos
Nicotina
Eritropoietina
Oxigênio
Carga de fosfato
Aminoácidos
Efeito da Cafeína na PAS em Repouso
Efeito da Cafeína na PAS e Esforço
SISTEMA CARDIOVASCULAR
E EXERCÍCIO
ADAPTAÇÕES AGUDAS
Adaptação CV ao Exercício DinâmicoIndicadores Cardiovasculares
Frequência Cardíaca
Volume de Ejeção
Fração de Ejeção
Débito Cardíaco
Duplo Produto
Pressão Arterial Sistólica
Pressão Arterial Diastólica
Consumo de O2 [VO2]
D. Artério-Venosa de O2
Resistência Periférica
Resposta Aguda
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Não-aumenta
Aumenta
Aumenta
Diminui
Variáveis
Débito Cardíaco
(L/min)
Volume Sistólico
(ml)
Freq. Cardíaca
(bat/min)
Captação de O2
(L/min)
RepousoExercício Vigoroso
RESPOSTAS CARDIOVASCULAR
AO EXERCÍCIO DINÂMICO
Exercício Moderado
5,0
71
70
0,3
17,0
117
145
2,0
25,0
131
190
3,4
FLUXO SANGUÍNEO
REPOUSO X EXERCÍCIO
FLUXO SANGUÍNEO
REPOUSO X EXERCÍCIO
CONTROLE EXTRÍNSICO DA ATIVIDADE CARDÍACA
SISTEMA CARDIOVASCULAR
E
MECANISMOS DE CONTROLE AGUDO DA PRESSÃO ARTERIAL
SISTEMA VASCULAR VENOSO
Veias: são vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos.
Compõem-se de três camadas:
- Túnica íntima: endotélio (células achatadas)
- Túnica média: tecido muscular liso
- Túnica adventícia: tecido conjuntivo (fibras elásticas)
- A camada muscular e a conjuntiva são menos espessas que suas correspondentes arteriais.
As VEIAS tem CALIBRE MAIOR que as ARTÉRIAS
SISTEMA VASCULAR
SISTEMA VASCULAR - CAPILARES
Vasos microscópicos;
Compostos apenas de uma camada de tecido endotelial;
Conectam as arteríolas às vênulas;
Permite a troca de nutrientes e resíduos entre o sangue e os diversos tecidos;
Tecido nervoso, muscular, hepático e renal tem maior quantidade de capilares (função metabólica);
Atividade metabólica aumenta o fluxo sanguíneo capilar;
Fluxo sanguíneo aumentado – maior perfusão tecidual;
Perfusão ocorre em função da difusão;
Velocidade do fluxo sanguíneo é baixa – permite maior tempo para a difusão.
SISTEMA VASCULAR - CONEXÕES
CORAÇÃO
TECIDO ENDOTELIAL CARACTERÍSTICAS
Revestimento interno dos vasos sanguíneos;
Atua como uma membrana semi-permeável entre o sangue e os tecidos;
Alta sensibilidade nas alterações hemodinâmicas, hormônios e substâncias vasoativas circulantes;
Em respostas a esses estímulos, as células endoteliais sintetizam e liberam diversas substâncias ativas;
Essas substâncias permitem a comunicação das células endoteliais entre si e com outras células que foram os vasos;
Tem a função de regular o tônus e a permeabilidade vascular, nas respostas proliferativas celulares e em mecanismos de defesa como as respostas inflamatórias e imunes.
TECIDO ENDOTELIAL SUBSTÂNCIAS PRODUZIDAS
Substâncias Vasoativas - VASODILATADORES
Óxido Nítrico;
Fator hiperpolarizante derivado do endotélio;
Prostaciclina;
Bradicinina, acetilcolina, serotonina, histamina, peptídeo natriurético tipo C.
Substâncias Vasoativas – VASOCONSTRITORES
Endotelina;
Angiotensina II;
Tromboxano, prostaglandina, superóxido, endoperóxidos.
TREINAMENTO FÍSICO PARA HIPERTENSOS
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Apesar de estudos começarem a demonstrar que a musculação pode ser uma ferramenta interessante para a população hipertensa, muitos autores ainda mantêm um certo receio em considerar isso.Na literatura ainda encontramos a preferência do uso de treinamento aeróbio para essa população. Mas conforme será demonstrado, ambas as modalidades podem contribuir com melhores regulações fisiológicas desse público.
RELEMBRANDO
• Frequência Cardíaca (FC) = batimentos por minuto (bpm);• Volume Sistólico (VS)= qtd de sangue ejetado em cada sístole;• Débito Cardíaco (DC) = FC x VS;• Resistência Vascular Periférica (RVP) = obstáculos que se opõe
ao fluxo sanguíneo;• Pressão Arterial (PA) = DC x RVP;• Pressão Arterial Sistólica (PAS) = força exercida pelo coração
para ejetar sangue;• Pressão Arterial Diastólica (PAD) = força exercida pelo coração
para o retorno de sangue;• Pressão Arterial Média (PAM) = [PAS + (PAD x 2)]/3;• Duplo Produto (DP) = PAS x FC.
PORTANTO
• Para um aumento de pressão arterial durante o exercício, se faz necessário aumentar a demanda metabólica, provocando o aumento da FC, VS e DC.
• Além disso, a resistência vascular periférica aumentada durante as contrações musculares esqueléticas (oclusões vasculares), abala o sistema nervoso que como resposta fará com que aumente o esforço cardíaco para ejetar e para receber sangue.
Além dessas evidências demonstrando a efetividade do treinamento aeróbio em melhorar o quadro clínico de hipertensos, autores publicaram revisões contendo um acervo maior de evidências sobre o tema.
E O TREINAMENTO DE FORÇA?
Comparou-se a utilização de 1 série x 3 séries de 10 repetições máximas sobre os efeitos da pressão arterial.
O treinamento com pesos foi realizado com 2 séries de 10 à 15 repetições máximas, totalizando 7 exercícios para o corpo todo, com 1 minuto de descanso entre as séries e 2 minutos de descanso entre os exercícios.
Além disso, comparou-se as respostas pressóricas entre mulheres treinadas x não treinadas.
O treinamento com total de 12 semanas, foi realizado com 3 séries de 12, 10 e 8 repetições (pirâmide) com exercícios para o corpo todo com descanso entre as séries de 60 segundos nas primeiras 8 semanas e de 90 segundos nas últimas 4 semanas. Além disso, a intensidade (% 1 RM) foi realizado com 60 % nas primeiras 4 semanas, 70% na 4 semanas do meio e 80% nas últimas 4 semanas.
Revista Brasileira de Educação Física, 2013.
Treinamento Aeróbio – 80% FC de reserva;Treinamento de Força – 75 % de 1 RM, com 3 séries de 8 repetições, com intervalo de 1 minuto entre as séries.
TREINAMENTO FÍSICO PARA DIABÉTICOS, OBESOS, SEDENTÁRIOS E NA SÍNDROME
METABÓLICA
DIABETES
Diabetes é uma síndrome de origem múltipla proveniente da falta de secreção de insulina pelo pâncreas e/ou da resistência à sua ação. Esse ambiente favorece a elevação de glicose no sangue (hiperglicemia) e distúrbios do metabolismo de nutrientes diversos (NEGRÃO & BERRETTO, 2010).
Pode-se ainda perceber o diagnóstico de Síndrome Metabólica para indivíduos com três ou mais fatores de risco cardiovascular, conforme os seguintes órgãos: National Cholesterol Education Program, Third Adult Treatment Panel (2004); World Health Organization (1999) e International Diabetes Federation (2005) citados por TORRES-LEAL, CAPITANI & TIRAPEGUI (2009).
Existem diversos tipos de diabetes (tipo 1, tipo 2, gestacional e outros), porém são abordados nesse texto os tipos 1 e 2, pois a ocorrência desses tipos em indivíduos que praticam exercícios regulares são maiores do que a gestacional ou de outros tipos e também por possuírem maiores informações científicas.
As classificações conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes, 2014 são:
Diabetes tipo 1 – É também conhecido como diabetes insulinodependente, diabetes infanto-juvenil e diabetes imuno-mediado. Neste tipo de diabetes a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais. Há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente. O diabetes tipo 1 embora ocorra em qualquer idade é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens.
Diabetes tipo 2 – É também chamado de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto e corresponde a 90% dos casos de diabetes. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade embora na atualidade se verifique com maior frequência em jovens, em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress da vida urbana. Neste tipo de diabetes encontra-se a presença de insulina, porém, sua ação é dificultada pela obesidade, o que é conhecido como resistência insulínica, uma das causas de hiperglicemia. Por ser pouco sintomático, o diabetes na maioria das vezes permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro.
OBESIDADE
Conforme a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2014) é caracterizada por ´´ acúmulo excessivo de gordura corporal do indivíduo ``. Para a Organização Mundial da Saúde, indivíduos com IMC igual ou superior a 30 são considerados obesos.
A obesidade tem como uma das consequências a resistência à ação da insulina e outras alterações metabólicas, decorrente também de elevação de proteínas pró-inflamatórias. (PAULI, CINTRA, SOUZA & ROPELLE, 2009; GREGOR & HOTAMISLIGIL, 2011).
SÍNDROME METABÓLICA
Ainda conforme a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2014), síndrome metabólica ´´ corresponde a um conjunto de doenças cuja base é a resistência insulínica “ e que apresentam três dos cinco critérios:
– Obesidade central – circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem;
– Hipertensão arterial – pressão arterial sistólica 130 e/ou pressão arterial diastólica 85 mmHg;
– Glicemia alterada (110 mg/dl) ou diagnóstico de diabetes;
– Triglicerídeos 150 mg/dl;
– HDL colesterol 40 mg/dl em homens e 50 mg/dl em mulheres.
Para CIOLAC & GUIMARÃES (2004),´´ A inatividade física e baixo nível de condicionamento físico têm sido considerados fatores de risco para mortalidade prematura tão importante quanto fumo, dislipidemia e hipertensão arterial. Estudos epidemiológicos têm demonstrado forte relação entre inatividade física e presença de fatores de risco cardiovascular como hipertensão arterial, resistência à insulina, diabetes, dislipidemia e obesidade. Por outro lado, a prática regular de atividade física tem sido recomendada para a prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, seus fatores de risco, e outras doenças crônicas “.
Sabe-se ainda, que indivíduos obesos e diabéticos possuem perfil inflamatório alterado e que está muitas vezes associado ao surgimento de aterosclerose (CARVALHO, COLAÇO & FORTES, 2006).
A aterosclerose é o termo técnico para a formação de placas de ateroma nos vasos sanguíneos, que provêm de excesso de gordura no sangue ou de outros componentes como a glicose, ´´ machucando “ as paredes desses vasos (endotélio e músculo liso), criando fibras no local. Portanto, o maior problema gerado pelo diabetes está no risco de acometimentos cardiovasculares e que podem levar o indivíduo ao óbito.
A partir desses fatos, o exercício físico passou a ter papel fundamental no tratamento clínico de indivíduos obesos e diabéticos, sendo cada vez mais embasada pela ciência.Um exemplo é a revisão de PETERSEN & PEDERSEN (2005) que demonstra melhora o perfil inflamatório como respostas ao exercício físico e que pode ter explicações reforçadas pela revisão de TERRA, et al (2012).
Mudanças nos marcadores inflamatórios após 1 ano de TF moderado em mulheres
com sobrepeso
A partir de estímulos físicos, neurais e humorais, o endotélio possui em suas funções, a capacidade de sintetizar e liberar substâncias vasodilatadoras (óxido nítrico, prostaciclina, monóxido de carbono e fatores hiperpolarizantes) e outros fatores constritores derivados do endotélio, sendo o óxido nítrico com maior destaque (NASEEM, 2005 citado por NEGRÃO & BARRETO, 2010).
Em mamíferos, as espécies reativas de oxigênio possuem como uma das fontes geradoras a cadeia de transporte de elétrons mitocondrial. Isso justifica o treinamento aeróbio como uma das estratégias interessantes para permitir a manutenção ou melhorias nas funções endoteliais, uma vez que o transporte de elétrons se dá na via metabólica oxidativa mediada pelo ciclo de Krebs (NEGRÃO & BERRETTO, 2010).
Ainda relacionando os benefícios do treinamento aeróbio, em um estudo de GOMES et al (2013) foi possível compreender que o treinamento aeróbio, independente da intensidade, atingindo o gasto calórico fixado em 350 kcal/sessão, foi capaz de melhorar a composição corporal de adolescentes obesos. Porém foi possível verificar que o tempo de treino foi diferente entre os indivíduos.
Sabe-se ainda, que a obesidade está associada à redução da capacidade de oxidação de ácidos graxos pela mitocôndria, explicando inclusive o motivo de indivíduos obesos severos (IMC>= 40kg/m2) estarem propícios ao ganho de peso após intervenção de dieta isoladamente e que o exercício físico pode contribuir com a redução de peso e melhoria da oxidação de gordura pela mitocôndria, uma vez que nem mesmo cirurgia de redução de estômago pode promover essa melhoria (HOUMARD, PORIES & DOHM, 2011).
O posicionamento oficial conjunto da AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE & AMERICAN DIABETES ASSOCIATION mostram que a musculação (treinamento de força ou treinamento resistido) para diabéticos passou a ser estudado e têm demonstrado resultados iniciais promissores.
A hipótese dos benefícios da musculação para diabéticos se dá primeiramente pela utilização de glicose/glicogênio em treinos voltados para a hipertrofia muscular esquelética e secundariamente que pela lógica, o aumento do tamanho do músculo favorece o aumento do metabolismo basal (MOTA, et al 2010).
O treinamento de força (musculação) para indivíduos obesos também oferece benefícios interessantes, devido o estímulo de aumento de metabolismo no estado basal (GUTRIERRES & MARINS, 2008).
A associação de métodos de exercício físico para diabéticos em uma mesma sessão de treino foi estudada por SILVA & LIMA (2002). Na ocasião diabéticos tipo 2 foram submetidos ao treinamento físico sendo realizado em quatro sessões semanais de 60 minutos, sendo cada sessão contendo exercícios aeróbios e resistência muscular localizada com pesos (musculação), entre outros tipos de exercícios. Nesse estudo foram evidenciadas melhorias no perfil lipídico (aumento do HDL-C, redução da LDL-C e triglicerídeos) e melhoria no índice glicêmico.
Em um estudo de TIBANA et al (2014), comparando o treinamento de força (musculação) versus o treinamento combinado (musculação + aeróbio) para os efeitos hipotensivos em mulheres com síndrome metabólica foi possível notar maiores benefícios do treinamento combinado para essa população, corroborando a revisão e meta-análise de SCHWINGSHACKL, et al (2013) para obesos e também corroborando o estudo de WILLIS et al (2012) que demonstrou que a associação entre treino de força e aeróbio parece ser mais eficaz para a redução de gordura em indivíduos obesos.
Interessantemente, SOUZA et al (2012) ao estudar os efeitos do treinamento concorrente versus treinamento aeróbio e treinamento de força isoladamente, observou-se que o treinamento concorrente foi mais eficaz para melhora de componentes da síndrome metabólica. Ao observar mais detalhadamente, o treinamento aeróbio e o treinamento de força foram similares entre eles para melhorar esses componentes. Isso demonstra que o treinamento de força (musculação) pode ser uma estratégia interessante e que é possível pensar em periodização não-linear.
Já para diabéticos, MORO et al (2012) observaram que o treinamento aeróbio permitiu melhoria na glicose plasmática enquanto que o treinamento combinado permitiu melhoria na hemoglobina glicosilada. Portanto um bom planejamento pode envolver sessões de treino combinado e sessões de treino aeróbio, para permitir benefícios diversos (periodização não-linear).
Já na revisão de SILVA, MARANHÃO & VINAGRE (2010), é possível notar os conflitos sobre qual método é o que provoca melhores benefícios (resistido ou aeróbio) na redução da LDL-C, porém fica claro que o resistido (musculação) pode produzir benefícios interessantes para melhorias de quadro clínico de forma geral.
Especificamente para o tratamento do diabetes tipo 1, uma revisão de RAMALHO & SOARES (2008) aponta os cuidados necessários para alinhar a dosagem da aplicação de insulina e outros cuidados de forma geral com a prática de exercícios físicos, além de mostrar os benefícios dos dois tipos de treino (aeróbio e resistido).
Outro ponto importante a ser levantado é a frequência ideal para a prática de exercícios físicos para o controle glicêmico e composição corporal em indivíduos diabéticos, sendo uma recomendação de frequência semanal de cinco vezes na semana, por mostrar maiores benefícios do que freqüências menores (VANCEA et al, 2009).
Pensando nesses aspectos, onde existem diversos métodos de treino para beneficiar os indivíduos com síndrome metabólica, diabéticos, obesos e sedentários, uma boa opção de melhor organizar o treinamento físico desse tipo de população, seria inicialmente pensar em periodização linear, com utilização de treinamento concorrente, a fim de iniciar a atividade com menor impacto no sistema imunológico, que já está alterado devido ao perfil inflamatório dessa população e assim que o organismo se adaptar à quebra da homeostase decorrente do treinamento físico, planejar o treinamento físico em periodização não-linear para promover diversos estímulos e alcançar benefícios diversos.
A insuficiência cardíaca é uma síndrome classicamente conceituada como uma incapacidade do coração em manter o débito cardíaco necessário a uma perfusão tissular adequada. Entre as principais patologias por ela responsáveis estão as valvopatias, a hipertensão arterial sistêmica, a miocardiopatia isquêmica, as miocardites e as pericardites, das quais algumas guardando relação com a faixa etária do paciente.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Aumento de neuro-hormônios com efeito vasodilatador;
Aumento de neuro-hormônios com efeito vasoconstritor;
Ciclo vicioso.
AVALIAÇÕES
• Anamnese;• PAR-Q;• Avaliação Antropométrica e
de Composição Corporal;• Testes de Capacidades Físicas
(Força Máxima, Resistência de Força; VO2 máx.; Flexibilidade, etc.).
PLANEJAMENTO
Strength and Conditioning Journal, 2011 – NSCA.
PERIODIZAÇÃO LINEAR E NÃO-LINEAR
Trabalho de uma Força:
KJ = (N * D * S * R)
N = NewtonsD = DeslocamentoS = SériesR = Repetições
Strength and Conditioning Journal, 2008 – NSCA.
Escala de Borg x Tempo = Score de Carga Interna da Sessão de Treino.
Revista Brasileira de Ciências da Saúde, 2006.
WURSS 21 E DALDA
Revista da Educação Física, 2009.
CONTROLE DE GLICEMIA E DE APLICAÇÃO DE INSULINA
Evitar treinar com glicemia < 100 ou >250. Não treinar o sujeito após o mesmo ter aplicado insulina de ação rápida.
CONTROLE DE PAM E DP
Cardiopatas ou pessoas com risco cardíaco dificilmente ultrapassarão DP > 25000.