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“Quem salva uma vida salva a humanidade. A guerra contra as drogas exige a participação de todos.” Anthony Wong, um dos maiores especialistas brasileiros em toxicologia, – assessor da OMS (Organização Mundial de Saúde)

Drogas 2012

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“Quem salva uma vida salva a humanidade.A guerra contra as

drogas exige a participação de

todos.”Anthony Wong,

um dos maiores especialistas

brasileiros em toxicologia, –

assessor da OMS (Organização

Mundial de Saúde)

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Anthony Wong, um dos maiores

especialistas brasileiros em toxicologia, –

assessor da OMS (Organização

Mundial de Saúde)

“Quem salva uma vida salva a humanidade.A guerra contra as

drogas exige a participação de

todos.”

Na fronteira entre Brasil e Bolívia,

um avião monomotor

invade tranquilamente o

espaço aéreo brasileiro.Numa ação que dura não mais do que

alguns breves minutos e sem maiores riscos

–chamada de técnica de “arremesso”–,o avião voando em baixa altitude

arremessa fardos de cocaína enrolados em sacos resistentes.

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Em fazendas particulares e áreas descampadas,

pontos anteriormente determinados,traficantes brasileiros recolhem as

remessas, enquanto o avião retorna ao país vizinho

sem ser importunado.

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Mais algumas centenas de quilos de

cocaína que serão distribuídos pelos grandes centros

urbanos e também por pequenos e isolados

municípios brasileiros.

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O próprio Ministro da Justiça reconhece que há um “nível

elevado de vulnerabilidade”

nas nossas fronteiras.

Vulnerabilidade esta que faz com que narcotraficantes

operem tranquilamente, com a certeza de que os riscos que correm

são diminutos.

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O próprio Ministro da Justiça reconhece que há um “nível

elevado de vulnerabilidade”

nas nossas fronteiras.

Vulnerabilidade esta que faz com que a

droga esteja onipresente em

todas as cidades e municípios brasileiros.

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Numa esquina qualquer,

de uma cracolândia qualquer,

de uma cidade brasileira qualquer,um jovem acende

um cachimbo de crack.

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O flagelo da epidemia do

crack, o vício

praticamente no primeiro

consumo, e a

irreversibilidade da doença

neuropsíquica que ele

promove.

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Farrapos humanos,

poucos são os que conseguirão

se adaptar

novamente à sociedade, ao

trabalho, ao estudo, sem apresentar sequelas na

vida.

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Nenhuma vida se repete.

Cada vez que uma vida é perdida,

é a Humanidade quem perde.

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Não é preciso ser nenhum

especialista em segurança

pública para constatar

a crescente oferta

de drogas, que circulam

livres nos mais diversos

ambientes sociais, e em

todos os recantos do país.

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O jornal Folha de São Paulo

publicou recentemente

uma reportagemcontando a

triste história de

Teresa Viega, de 68 anos de idade.

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Seu filho, João, usuário de

drogas,foi preso com 19 pedras de

crack,

e autuado por tráfico de

entorpecentes.

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Pouco depois da prisão do

filho, ela ficou

sabendo que sua nora,

Desirée, 35 anos, também

viciada em crack,

estava grávida de quatro meses.

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Ontem, Teresa Viega,

com seus passos curtos e apressados, virava noites percorrendo

a cracolândia, em busca de notícias do

filho.

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Hoje, leva na mão uma

sacola contendo três

vasilhas de macarrão, molho de tomate e

salsicha que preparou, mais dez reais, que pretende

deixar com a nora, caso a

encontre.

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Momentos de angústia,

marcados por lágrimas e insônias.

O cálice de tristeza

transbordante.

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O filho preso; a nora usuária

de crack;o neto, ainda por nascer, que virá ao mundo sob o pesado fardo do

vício.Quem poderá sondar o que se passa no

coração desta mãe e

futura avó?

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A epidemia de drogas que

vivenciamos é um fracasso individual, da família, ou da nossa sociedade?

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E diante do completo despreparo do Estado em vigiar nossas fronteiras desguarnecidas,

a droga produzida na Colômbia, Bolívia, Peru e Paraguai encontra nas ruas das

cidades brasileirasum fértil e crescente mercado.

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O “nível elevado de vulnerabilidade” das nossas fronteiras, conforme as palavras do

senhor Ministro, faz com que o filho e a nora grávida de dona

Teresa, e milhares de milhares de outros brasileiros viciados, tenham fácil e pleno

acesso ao objeto de seu vício.

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As mãos estendidas, a venda a céu aberto às onze da manhã,

numa esquina qualquer, de uma cidade brasileira

qualquer.

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O jornal Correio Braziliense publicou recentemente a

triste história de Isabela (*).

Com histórico de violência familiar e um pai viciado em

crack,a infância fechou as portas

para ela quando tinha apenas

10 anos de idade.(*nome fictício em respeito ao

ECA)

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Na vida de Isabela, as fantasias

de criança se confundem com

as alucinações causadas pela abstinência do crack.Hoje com 12 anos, e

internada numa comunidade terapêutica,

ela recorda que passou rapidamente da maconha para a pedra que arruína

vidas.

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Em certa ocasião, ela conta, após passar três dias sem

comer, fugiu de casa e se abrigou na plataforma inferior da

Rodoviária de Brasília, protegida por

um traficante de 29 anos.“Era um negão cabuloso, mas me dava proteção e a

pedra. Eu tinha que namorar com

ele. Não gostava, mas era o

jeito, eu tava dominada.”

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O irmão de Isabela morreu há três meses, ao tentar

assaltar um ônibus. Um dia, a irmã mais velha, também viciada em crack,

foi atrás dela. Isabela acabou concordando com a internação em uma comunidade terapêutica.

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Hoje, aos 12 anos de idade, a menina do outro lado da

vidraçaprecisará da força de um gigante para superar um

presente de degradação, um futuro

de incertezas, e tentar reverter

seu infeliz destino.

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Quantas infâncias ainda haverão de ser interrompidas,

Quantas vidas ainda haverão de ser ceifadas,

Quantas famílias arruinadas,Antes que acordemos para a necessidade de unirmos

forças e agirmos conjuntamente

contra este mal que acomete

a nossa sociedade?

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Que sociedade é esta que construímos,

tão pobre em educação,

e tão repleta de valores desvirtuados?É preciso entender que a epidemia das drogas é apenas um sintoma

de que nossa sociedade encontra-se gravemente doente.

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A única maneira de vencermos a guerra

contra as drogas é combatendo

não somente o tráfico, mas, principalmente,

as causas dos desvalores que solapam as bases

éticas e morais da nossa

sociedade.

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Somente conseguiremos reverter a situação

quando começarmos a combater as causas e

não tão somente os sintomas.

Prevenir é sempre mais sensato e eficiente

do que tentar remediar.

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A televisão aberta, por ser uma concessão pública, deveria,

em conformidade com a lei, pautar-se

mediante uma programação com finalidade educativa, artística,

cultural e informativa.

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No entanto, infelizmente, há tempos

a televisão brasileira, preocupada unicamente com

seus lucros bilionários, enterrou a educação, a arte e a cultura, – disseminando tão somentea futilidade e a mediocridade.

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Vejamos o exemplo do programa

Big Brother, que, segundo o subprocurador-geral da República, Aurélio Rios, “é

um grande desserviço e serve muito à deseducação.Não estimula a criação, o princípio de

solidariedade, os valores éticos da pessoa e da família”.

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Ao solapar as bases éticas e morais, geração após geração,

não estaria a televisão desguarnecendo os

telespectadores das forças necessárias para se recusar o

falso e ilusório apelo das drogas?

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Um programa que é “um grande desserviço” e

que “serve muito à deseducação”

invadindo milhões de lares e mentes em horário nobre.

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BBB, A Fazenda, Mulheres Ricas, Zorra TotalHorário nobre da televisão

brasileira.Como foi que permitimos

chegar a este ponto?Até quando haveremos de tolerar tamanha afronta?

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“Não deixe de bisbilhotar a futilidade!”

“Salve, salve a mediocridade!”

“Pra que educação, arte ou cultura?”

“Vamos banalizar a existência!”

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Darcy Ribeiro, um dos maiores educadores brasileiros, nos

alertava:“Enquanto num turno a escola educa, no contra-turno a

televisão deseduca.Onde haveremos de chegar

assim?”

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O absurdo das propagandas de cerveja, que vendem uma droga como sendo o elixir da

felicidade.

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Artistas com fortíssimo apelo junto ao público infanto-juvenil influenciando jovens eadolescentes a beber cada vez mais, e mais

cedo.

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Emissoras de tevê, empresários, publicitários e artistas faturando bilhões, – e quem paga a

conta derradeira somos nós, a sociedade.

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Cada vez que uma vida é

perdida,

é a Humanidade quem perde.

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Precisamos urgentemente repensar o absurdo dos

comerciais de cerveja.

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Até quando o lobby de

emissoras de tevê e

empresários haverá de falar mais

alto do que os interesses

da sociedade?

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Até quando motoristas

alcoolizados continuarão a ceifar vidas inocentes

impunemente?

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O inócuo e risível aviso de “aprecie

com moderação”.

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Enquanto não combatermos as

causas estruturais que alimentam a

ignorância existencial – que conduz

à proliferação do uso das drogas –,

não haverá solução para o triste cenário

que prevalece.

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E nossas forças policiais estaduais

continuarão a ‘enxugar gelo’,

prendendo cada vezmais e maisusuários e traficantes,

abarrotando ainda mais

as nossas já desumanas

e degradantes prisões.

Até lá,aviões continuarão a despejar fardos e

mais fardos de cocaína.

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É preciso ter claro em mente que

enquanto houver pessoas dispostas a

usar drogas, haverá traficantes

prontos para oferecer

e faturar com o tráfico.

Na nossa sociedade de consumo, o

comércio de drogas infelizmente segue

as diretrizes de demanda e oferta,

conforme outra mercadoria qualquer.

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Precisamos problematizar

o nosso atual mosaico social – tão repleto de

falhas graves, que nos têm conduzido

à epidemia de crack e de outras drogas.Vejamos alguns

componentes da nossa estrutura social

que precisam ser discutidos

e sanados, caso queiramos

alcançar uma sociedade inclusiva, soberana e

livre:...

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s

s

s

Uso de Drogas Ilícitas

s

Individualismo Exacerbado

s

Criminalidade e Violência

Materialismo e Consumismo

Pobreza Existencial

Consumo de Bebidas Alcoólicas

Programação Televisiva

s

Baixa qualidade da Educação

sCorrupção Política Graves

Desigualdades Sociais

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Toda a violência, desumanidade,

crise, caos e confusãoque nos rodeiasinaliza para

a impossibilidade de continuidade.

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Toda a violência, desumanidade,

crise, caos e confusãoque nos rodeia sinaliza para

a impossibilidade de continuidade.

Somente por meio da valorização da Educação

poderemos fazer frente à proliferação das drogas, e a toda

a violência e degradação dela

resultantes.

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Uma Educação plena,

capaz de revelar a beleza e o

encantodo existir.

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Uma Educação plena,

capaz de revelar a beleza e o

encantodo existir.

Uma Educação integral, capaz de conduzir

cada pequeno brasileiro rumo à sua plenitude.

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Existir é resistir.Apesar do mundo que aí está, é preciso

insistir,remover tudo que impede, que trava,

tudo que encobre.

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Educar as futuras gerações de modo que possam resistir ao falso encanto

das drogas, e evitar as amizades comprometedoras,

– e, ainda assim, que sejam capazes de compreender

e amar aqueles que sofrem pelas drogas.

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Que as nossas crianças possam conduzir um país que se diz agigantar na

economia mundial,também pelas veredas da justiça e do bem-estar social, e pelos caminhos da

verdadeira felicidade.

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Que possamos deixar de lado a nossa inércia

e sair da nossa zona de conforto, de modo a contribuir efetivamente

com ações práticas para a realização das melhorias sociais que se encontram ao nosso alcance.

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Recordar que para além da nossa família biológica,

pertencemos também à família humana,

– diante da qual também temos deveres e responsabilidades.

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“Quem salva uma vidasalva a humanidade.”

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“Só a participação cidadã é capaz de mudar esse

país.” Betinho

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Um outro mundo é possível.

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Um outro mundo é possível.Projeto “Compaixão e Cidadania”

Um espaço para refletirmos sobre temas [email protected]

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