20
A prática psicanalítica com Lacan Coordenação Alexandre Simões Tema de hoje: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.

2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Embed Size (px)

DESCRIPTION

CURSO A prática psicanalítica com Lacan (conduzido pelo psicanalista Alexandre Simoes – [email protected]) Proposta: buscaremos percorrer a interlocução que Jacques Lacan estabelece com Freud, enfatizando a prática cotidiana da psicanálise, especialmente no que se refere à condução das demandas contemporâneas que chegam ao analista. Para tal, neste momento, acompanharemos as lições iniciais do Seminário 11 de Lacan, onde são apresentados quatro conceitos fundamentais para a condução de uma análise: inconsciente, repetição, transferência e pulsão.

Citation preview

Page 1: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

A prática psicanalítica com

Lacan

Coordenação Alexandre Simões

Tema de hoje:

Lacan e a formalização

da experiência:

matemas e nós

ALEXANDRE

SIMÕES

® Todos os direitos

de autor reservados.

Page 2: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

O Real é um fino orientador para o psicanalista

• Psicanálise como práxis (vide

lição 1 do Seminário 11);

• “Nenhuma práxis, mais do que a análise, é orientada para aquilo que, no coração da experiência, é o núcleo do real.” (Seminário 11, p. 55)

Page 3: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Real, Simbólico e Imaginário em Lacan

Primeiro momento:

instâncias que têm uma certa autonomia e que, ao mesmo tempo, estabelecem uma hierarquia entre elas

Page 4: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Lacan, de início, estabelece uma crítica ao Imaginário

Esta crítica o leva a demarcar mais claramente o Imaginário.

Imaginário: dimensão na qual o sujeito se reconhece por meio de uma imagem (identificatória,

idealizada) enganosa;

Page 5: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

IMAGINÁRIO -> embuste, engodo, alienação, colagem, fascínio, equívoco que, entretanto, servem de orientação para um sujeito .... é uma experiência fundante

MATRIZ IMAGINÁRIA -> momento identificatório do Estádio do Espelho

Page 6: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Neste sentido, o Imaginário produz consistência

Page 7: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Manifestações do Imaginário na experiência analítica:

• Momentos nos quais o analisando refere-se a si tendo como parâmetro algum outro (com o qual mantém uma relação de cativação ou de rivalidade/embate);

• Momentos nos quais o analisando localiza as suas relações com alguma forma de idealização;

• Momentos nos quais o analisando menciona o território das corporeidades;

Page 8: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Manifestações do Imaginário na experiência analítica:

Momentos nos quais o analisando dá-se conta de ter sido capturado por algo que, posteriormente, veio a se

mostrar enganoso

Page 9: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Como vimos: Lacan, de início, estabelece uma crítica ao

Imaginário.

Esta crítica visa privilegiar o Simbólico, ali onde a tradição analítica se deixava

orientar quase que exclusivamente pelo plano das identificações, pelo significado dos comportamentos, pela idealização de

uma normalização.

Page 10: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Tese de Lacan:

Há uma primazia do Simbólico

quanto ao Imaginário

Page 11: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

O Simbólico, em Lacan:

não deve ser reduzido ao campo das palavras, nem mesmo a uma abstração,

convenção, ou ficção (estas últimas servirão mais para demarcar o

Imaginário)

Page 12: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Simbólico:

plano do discurso, no qual uma referência se destaca: o

SIGNIFICANTE

Page 13: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Enquanto o Imaginário tende para o UM (a unidade, a homogeneidade), o significante é essencialmente

binário (e, portanto, diferencial)

Page 14: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

PARES DE OPOSTOS

CADEIA SIGNIFICANTE

Page 15: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Manifestações do Simbólico na experiência analítica:

• Momentos em que o paciente se refere à diferença entre os sexos;

• Momentos em que uma associação (no sonho, na lembrança, no próprio fluxo da associação livre) se remete a outra;

• Momentos que o paciente se refere às heterogeneidades (sujeito <-> objeto);

Page 16: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Gradativamente, Lacan vai indicando um limite do próprio Simbólico....

O limite do Simbólico (e, portanto, da simbolização) será a primeira demarcação do Real em Lacan

Page 17: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

REAL

SIMBÓLICO

Page 18: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Manifestações do Real na experiência analítica:

• Momentos em que o paciente se depara com uma “carreta”: encontro faltoso;

• Momentos de encontro/desencontro que trazem o pathos da perplexidade, da insuficiência do sentido, da impotência, da inexorabilidade (o real é aquilo que retorna sempre ao mesmo lugar);

• Experiências do trauma e de desamparo;

Page 19: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

IMAGINÁRIO

SUJEITO

CORPO

SIMBÓLICO

REAL FURO

Page 20: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 4: Lacan e a formalização da experiência: matemas e nós

Prosseguiremos com O sujeito do inconsciente

(referência Seminário 11 – Do sujeito da certeza, pp. 33- 44)

Até lá!

Acesso a este conteúdo:

www.alexandresimoes.com.br

ALEXANDRE

SIMÕES

® Todos os direitos

de autor reservados.