Transcript

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

INSTITUTO DE NUTRIÇÃO JOSUÉ DE CASTRO

DA UVA AO SUCO: ANÁLISES SENSORIAL, DE COMPOSTOS BIOATIVOS E DE CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E ESTABILIDADE

MICROBIOLÓGICA

Maria Lúcia Mendes Lopes

RIO DE JANEIRO

2014

MARIA LÚCIA MENDES LOPES

Da Uva ao Suco: Análises Sensorial, de Compostos Bioativos e de Capacidade Antioxidante e Estabilidade Microbiológica

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Nutrição (PPGN), do Instituto de

Nutrição Josué de Castro da Universidade

Federal do Rio de Janeiro, como parte dos

requisitos necessários à obtenção do título de

doutor em Ciências Nutricionais.

Orientadores: Vera Lúcia Valente Mesquita

Eliane Fialho de Oliveira

Rio de Janeiro

Outubro, 2014

Lopes, Maria Lúcia Mendes.

Da uva ao suco: análise sensorial, de compostos bioativos e de capacidade antioxidante e estabilidade microbiológica / Lopes, Maria Lúcia Mendes.– Rio de Janeiro: INJC, 2014.

xvi 122f. : il.; 31 cm.

Orientadores: Vera Lúcia Valente Mesquita e Eliane Fialho de Oliveira.

Tese (doutorado) -- UFRJ INJC- Programa de Pós-graduação em

Nutrição, 2014.

Referências bibliográficas: f. 69-83.

1. Vitis - microbiologia. 2. Compostos fenólicos. 3. Microbiologia de

alimentos. 4. Antioxidantes. 5. Sucos. 6. Biotecnologia Vegetal - Tese. I.

Mesquita, Vera Lúcia Valente. II. Oliveira, Eliane Fialho de. III. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, INJC - Programa de Pós-graduação em

Nutrição. III. Título.

MARIA LÚCIA MENDES LOPES

Da Uva ao Suco: Análises Sensorial, de Compostos Bioativos e de

Capacidade Antioxidante e Estabilidade Microbiológica

Tese submetida ao corpo docente do

Programa de Pós-Graduação em Nutrição

(PPGN), do Instituto de Nutrição Josué de

Castro da Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do título de

doutor em ciências nutricionais.

Examinada por:

Mariana Costa Monteiro Prof. Adjunto do Instituto de Nutrição Josué de Castro - UFRJ

Prof. Antônio Jorge Ribeiro da Silva Prof. Titular do Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais - UFRJ

Profª Nancy dos Santos Barbi Prof. Adjunto da Faculdade de Farmácia - UFRJ

Profª Anna Paola Trindade Rocha Pierucci Prof. Associado do Instituto de Nutrição Josué de Castro - UFRJ

Profª Cristiana Pedrosa Melo Porto Prof. Associado do Instituto de Nutrição Josué de Castro - UFRJ

Rio de Janeiro, RJ - Brasil

Outubro, 2014

Dedico este trabalho à minha mãe (in memoriam) e ao meu pai. Palavras não são suficientes, nem necessárias, para expressar minha gratidão a eles.

AGRADECIMENTOS A Deus por esta e todas as oportunidades.

Às professoras Vera Lúcia Valente Mesquita e Eliane Fialho, minha profunda gratidão pela orientação, por compartilharem comigo seu conhecimento e sua experiência, pela amizade, inspiração, generosidade e pelo grande exemplo.

Aos professores Marco Miguel e Antônio Jorge, por disponibilizarem seus laboratórios, compartilharem seu conhecimento e pelas valiosas contribuições ao trabalho. E ainda ao professor Marco, por assumir as atividades do nosso projeto de extensão, evitando a interrupção das mesmas durante meu afastamento.

I want to express my gratitude to Dr. Schwartz and his group, for having accepted me at their lab, enabling the accomplishment of my project.

Às professoras Cristiana Pedrosa e Adriana Farah, que assumiram atividades didáticas, antes sob minha responsabilidade, apoiando e viabilizando meu afastamento. Ao professor Fabiano Vinagre e Larissa Vieira pela colaboração nas atividades didáticas da disciplina.

À professora Débora Foguel pelas valiosas contribuições desde a fase inicial do projeto e qualificação deste trabalho.

À professora Mariana Costa Monteiro pela cuidadosa revisão da tese e pelas sugestões e críticas construtivas, e aos professores Cristiana Pedrosa, Anna Paola, Nancy Barbi, Antônio Jorge, Maria das Graças e Rosa Luchese por aceitarem o convite para fazerem parte da banca.

Aos amigos do grupo de pesquisa: Christiane, Flávia, Eliza, Yasmin, Kim, Paola, Denise, Marcelo, Ana Luisa, Renatinha, Luciana, Paula Costa, Paula Pedrote, Julia, Carol, Mabel, Beatriz Simbras, Fabiana e Iris, que acompanharam este trabalho, pelo apoio, pela descontração, pelos cafés filosóficos, pela companhia... Sem vocês o trabalho seria mais árduo.

À Sally e ao Mark e sua família, à Fabíola, à Manoela e ao Jean pela amizade, agradável convivência, deliciosas conversas e total apoio, que ajudaram a amenizar a saudade de casa.

Aos amigos e familiares pelo incentivo e por entenderem minhas ausências em momentos tão importantes...

Ao Higino e à Gabriela, pelo apoio, incentivo, compreensão, cuidado e carinho.

À Universidade Federal do Rio de Janeiro e ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição do Instituto de Nutrição Josué de Castro, pela oportunidade de ter realizado um curso de excelência. À FAPERJ pelo auxílio financeiro ao projeto, ao CNPq pelas bolsas de iniciação científica e a CAPES pela bolsa de doutorado sanduíche.

RESUMO

LOPES, Maria Lúcia Mendes. Da Uva ao Suco: Análises Sensorial, de Compostos Bioativos e de Capacidade Antioxidante e Estabilidade Microbiológica. 2014. 138 f. Tese (Doutorado em Ciências Nutricionais) - Instituto de Nutrição Josué de Castro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

As uvas são ricas em compostos fenólicos, que oferecem benefícios à saúde.

As variedades Isabel e Concord estão entre as mais utilizadas na produção de suco

no Brasil. Essa produção, quando realizada na própria propriedade rural ou em

cooperativas, representa alternativa para geração de renda para os produtores. O

processamento da uva pode causar alteração dos compostos bioativos e da

capacidade antioxidante no produto. O objetivo deste trabalho foi avaliar o teor de

compostos fenólicos totais, teor e perfil de antocianinas, capacidade antioxidante,

características físico-químicas e parâmetros colorimétricos dos produtos de uvas

de diferentes variedades e o efeito da extração de suco de uva sobre esses

parâmetros. Sucos de uva Isabel obtidos por diferentes métodos de extração foram

avaliados quanto aos teores de compostos fenólicos, antocianinas totais,

capacidade antioxidante, características físico-químicas e cor. A aceitabilidade

sensorial e estabilidade química e microbiológica dos sucos preparados por

extração a vapor também foram avaliadas. Em uvas da variedade Isabel, sua casca

e polpa, no suco obtido por extração a vapor e no resíduo obtido após a extração

do suco foram investigados o teor e o perfil de antocianinas, o teor de compostos

fenólicos e a capacidade antioxidante. Sucos de uva Concord orgânico e

convencional foram avaliados quanto aos parâmetros colorimétricos, capacidade

antioxidante e compostos fenólicos. Foi, também, verificado o efeito da alta pressão

hidrostática (APH) em uvas sobre o teor de compostos fenólicos no suco extraído a

vapor e no resíduo. O suco extraído a vapor apresentou maior teor de compostos

fenólicos solúveis, antocianinas e capacidade antioxidante, quando comparado aos

sucos preparados por outros métodos. O prolongamento do processo de extração

por 5h reduziu o teor de sólidos solúveis e acidez, assim como o teor de

antocianinas, enquanto o teor de compostos fenólicos solúveis e a capacidade

antioxidante aumentaram, especialmente entre a primeira e a segunda hora de

extração. Embora o suco extraído a vapor tenha se mantido microbiologicamente

estável durante a estocagem, houve redução no teor de compostos fitoquímicos,

principalmente nos cinco primeiros meses. Foram identificadas 15 antocianinas

majoritárias na casca da uva Isabel, no suco e no resíduo, sendo os derivados de

malvidina presentes em maior quantidade. O resíduo apresentou maior conteúdo

de compostos fenólicos e capacidade antioxidante quando comparado às demais

amostras. A extração a vapor promoveu alteração no perfil de antocianinas no suco

e no resíduo. Entre os sucos de uvas Concord orgânicas e convencionais, houve

diferença de cor, o teor de antocianinas foi maior no suco convencional e o teor de

compostos fenólicos totais, foi similar entre os sucos. O tratamento de uvas Isabel

por APH a 600 MPa permitiu maior extração de compostos fenólicos do resíduo da

uva, em relação ao tratamento a 400 MPa. Os resultados deste estudo demonstram

a influência de diferentes métodos de extração sobre a qualidade do suco de uva,

assim como o efeito da estocagem e da extração a vapor sobre características de

qualidade do mesmo. Demonstram, ainda, que o resíduo da produção de suco de

uva a vapor apresenta potencial para ser utilizado como fonte de compostos

bioativos.

Palavras-chave: Suco de uva. Extração a vapor. Compostos bioativos. Capacidade antioxidante. Resíduo de uva.

ABSTRACT LOPES, Maria Lucia Mendes. From Grapes to Juice: Sensory Evaluation, Bioactive Compounds, Antioxidant Capacity and Microbiological Stability. 2014. 138 p. Thesis - Instituto de Nutrição Josué de Castro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

Grapes are rich in phenolic compounds which possess health promoting

properties. The cultivars Isabel and Concord are among the most commonly used

for juice processing in Brazil. Juice production on the farm or in cooperatives is an

alternative to generate income for producers. Extraction procedure, however, can

affect bioactive compounds and antioxidant activity in the final product. The aim of

this study was to evaluate the content of total phenolics, anthocyanin content and

profile, antioxidant capacity, physicochemical characteristics and colorimetric

parameters of the products of different varieties of grapes and the effect of

extraction of grape juice on these parameters. Isabel grape juices prepared by

different methods were evaluated for polyphenols content, total anthocyanins,

antioxidant capacity, physicochemical characteristics and color. Acceptance of

steam extracted juices and chemical and microbiological stability of steam

extracted juice were also evaluated. In Isabel grapes, its skin and pulp, steam

extracted juice and pomace obtained after juice extraction, the content and profile

of anthocyanins and the antioxidant capacity were investigated. Organic and

conventional Concord grape juices were evaluated for colorimetric parameters,

phenolic compounds content, antioxidant capacity. It was also investigated the

effect of high hydrostatic pressure (HHP) in grapes on the content of phenolic

compounds in steam extracted juice and in pomace. The steam extracted juice

showed a higher content of soluble phenolic compounds and anthocyanins and

higher antioxidant capacity when compared to juices prepared by other methods.

The extension of the extraction process to 5h reduced soluble solids and acidity, as

well as the content of anthocyanins, while the content of soluble phenolic

compounds and antioxidant capacity increased, especially between the first and

second hour of extraction. Although the steam extracted juice has remained

microbiologically stable during storage, there was a reduction in the content of

phytochemical compounds, especially in the first five months. Fifteen anthocyanins

were identified in the skin, juice and residue of Isabel grape, being malvidin

derivatives present in greater quantity. The pomace showed higher levels of

phenolic compounds and antioxidant capacity when compared to other samples.

The steam extraction caused change in the profile of anthocyanins in the juice and

pomace. The colors of organic and conventional Concord juices were different. The

content of anthocyanins was higher in conventional juice and the content of total

phenolic compounds, similar in the juices. Pressurization of Isabel grapes at 600

MPa increased the extraction of phenolic compounds from grape residue in

comparison to 400MPa. Our results demonstrate the influence of different

extraction methods on the quality of grape juice, as well as the effect of storage and

extraction steam on characteristics of quality. They also demonstrated that the

pomace from steam extracted grape juice has the potential to be used as a source

of bioactive compounds.

Keywords: Grape juice. Steam extraction. Bioactive compounds. Antioxidant capacity. Grape pomace.

SUMÁRIO Página 1. INTRODUÇÃO 17 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 17 2.1. Uvas e suco de uva 17 2.2. Compostos fenólicos 23 2.2.1. Antocianinas em uva 27 2.2.2. Outros compostos fenólicos em uva 30 2.3. Compostos fenólicos, suco de uva e saúde 33 2.4. Influência do processamento sobre compostos bioativos 37 2.5. Métodos analíticos 39 3. JUSTIFICATIVA 47 4. OBJETIVOS 48 4.1. Objetivo Geral 48 4.2. Objetivos Específicos 48 5. CAPÍTULO 1. Suco de uva obtido por métodos de extração em pequena escala: teor de compostos fenólicos, capacidade antioxidante e estabilidade durante a estocagem

49 5.1. OBJETIVOS 49 5.2. MATERIAL E MÉTODOS 49 5.2.1. Preparo das amostras 49 5.2.2. Estabilidade do suco obtido por extração a vapor durante estocagem

50

5.2.3. Determinação de acidez total titulável, pH e sólidos solúveis totais

50

5.2.4. Análise colorimétrica 50 5.2.5. Determinação do teor de compostos fenólicos totais 51

5.2.6. Determinação do teor de antocianinas monoméricas totais 51 5.2.7. Capacidade antioxidante 52 5.2.8. Análise sensorial 52 5.2.9. Estabilidade microbiológica durante estocagem 53 5.2.10. Análises estatísticas 53 5.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 54 6. CAPÍTULO 2. Efeito da extração a vapor sobre antocianinas em uva Isabel (Vitis labrusca), suco e resíduo

55

6.1. OBJETIVO 55 6.2. MATERIAL E MÉTODOS 55 6.2.1. Preparo das amostras 55 6.2.2. Análies por CLAE e CLAE-IE-EM/EM 56 6.2.3. Quantificação de compostos fenólicos totais e antocianinas monoméricas totais

57

6.2.4. Determinação da capacidade antioxidante 57 6.2.5. Análises estatísticas 57 6.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 58

7. CAPÍTULO 3. Suco de uva Concord orgânico e convencional: cor, capacidade antioxidante e teor de antocianinas e de compostos fenólicos

59

7.1. INTRODUÇÃO 59 7.2. OBJETIVO 60 7.3 MATERIAL E MÉTODOS 60 7.3.1. Preparo das amostras 60 7.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 61 8. CAPÍTULO 4: Efeito de alta pressão hidrostática em uvas sobre o teor de compostos fenólicos no suco e resíduo

64

8.1. INTRODUÇÃO 64 8.2. OBJETIVO 65 8.3. MATERIAL E MÉTODOS 65 8.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 66 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 68 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69 11. ANEXOS 84 Anexo 1. Artigo I. Grape juice obtained by small-scale extraction methods: phenolic content, antioxidant capacity and stability during storage

85

Anexo 2. Artigo II. Effect of steam extraction on anthocyanins in Isabel grape (Vitis labrusca), juice, and pomace

112

Anexo 3. Termo de consentimento Livre e Esclarecido 138

LISTA DE FIGURAS Página Figura 2.1. Imagem ilustrativa da uva variedade Isabel 19 Figura 2. Estruturas químicas de flavonoides e subclasses de flavonoides 24 Figura 2.3. Estruturas químicas de compostos fenólicos não flavonoides 25 Figura 2.4. Distribuição de compostos fenólicos (indicado por setas) em uvas maduras

27

Figura 2.5. Estruturas das antocianidinas mais comumente encontradas em alimentos

29

Figura 2.6. Antocianinas comumente encontradas em uvas 30 Figura 2.7. Principais flavan-3-ois e flavonois encontrados em uvas 33 Figura 2.8. Variação das estruturas químicas das antocianinas em diferentes valores de pH

40

LISTA DE ABREVIATURAS

APH Alta pressão hidrostática CFH Compostos Fenólicos Hidrolisáveis CFS Compostos Fenólicos Solúveis CIE Commission International d’Eclairage CLAE Cromatografia líquida de alta eficiência DPPH Radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazila EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Fe+3- TPTZ Complexo tripiridiltriazina férrico Fe+2-TPTZ Complexo tripiridiltriazina ferroso FRAP Ferric reducing ability of plasma LC-ESI-MS/MS Cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria

de massas em série com ionização por electrospray TOF Time-of-flight mass analyzer WCRF/AICR World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research Anexos 1 e 2 ANOVA Analyses of variance ac Acetyl cou Coumaroyl Cy Cyanidin Dp Delphinidin g Glucoside Mv Malvidin m/z ratio of mass to charge

Pn Peonidin Pt Petunidin DPPH 2,2-di-phenyl-1-picrylhydrazil ESI–MS/MS Electrospray ionization tandem mass spectrometry FW Fresh weight HP Hydrolyzable polyphenols HPLC–DAD High-performance liquid chromatography with photodiode array

detection QTof Quadrupole/time-of-flight mass spectrometer SP Soluble polyphenols TPTZ 2,4,6-tris (2-pyridyl)-s-tri-azine Trolox 6-hydroxy-2,5,7,8-tetramethylchroman-2-carboxylicacid TSS Total soluble solid content TTA Total titratable acidity TA Total monomeric anthocyanins content

PRODUÇÃO VINCULADA À TESE

Pacheco F, Simbras BD, Fialho E, Miguel MAL, Lopes MLM, Valente Mesquita

VL. Estabilidade de compostos bioativos durante estocagem do suco de uva. XXXVI Jornada Giulio Massarani de iniciação científica, tecnológica artística e cultural da UFRJ, 16-10 out 2014

Pacheco F, Lopes MLM, Fialho E, Valente Mesquita VL. Teor de compostos

fenólicos e capacidade antioxidante de uvas cultivar isabel, suco e resíduo. XXXVI Jornada Giulio Massarani de iniciação científica, tecnológica artística e cultural da UFRJ,16-10 out 2014

Lopes, MLM; Fialho, E; Valente Mesquita, VL. Efeito do processamento sobre

o perfil de antocianinas de uvas da variedade isabel. VI Encontro Sabores e Saberes e II Jornada do PPGN, 27 e 28 ago 2014

Lopes, MLM; Riedl, K; Schwartz, SJ; Fialho, E; Valente Mesquita, VL.

Anthocyanin profiles of red grape cultivar Isabella and its skin, juice and pomace. 17th IUFoST World Congress of Food Science and Technology and Expo, 2014. Montreal. Canadá, 15-21 ago 2014

Lopes MLM, Fialho E, Valente Mesquita VL. Phenolic compounds content and

antioxidant capacity of grape cultivar Isabella and its juice and pomace. 17th IUFoST World Congress of Food Science and Technology and Expo, 2014. Montreal. Canadá, 15-21 ago 2014

Pacheco F, Queiroz C, Lopes MLM, Fialho E, Valente Mesquita VL. Análise

comparativa da capacidade antioxidante do suco de uva Concord orgânico e convencional. XXXV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ, 30 set - 04 out 2013

Lopes MLM, Inada KOP, Gonzalez YCFC, Pacheco F, Queiroz C, Fialho E,

Valente MesquitaVL. Antioxidant activity and total phenolic compounds in grape juices produced in small scale. VI International Conference on Polyphenols and Health. Buenos Aires, Argentina, 16-19 out 2013

Pacheco, FM; Inada, KOP; Gonzalez, YCFC; Lopes, MLM; Valente-Mesquita, VL.

A cor do suco de uva é influenciada pelo método de extração? IV Encontro de Sabores e Saberes – UFRJ, Rio de Janeiro, 27e 28 ago 2012

Gonzalez, YCFC; Inada, KOP; Lopes, MLM; Fialho, E; Valente-Mesquita, VL.

Influência de métodos domésticos de extração de suco de uva sobre o teor de compostos fenólicos e capacidade antioxidante. XXXIV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ, 01-05 out 2012

Gonzalez, YCFC; Inada, KOP; Lopes, MLM; Oliveira, EF; Valente-Mesquita, VL.

Avaliação sensorial de suco de uva extraído por arraste de vapor. XXXIV Jornada

Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ, 01-05 out 2012

Inada KOP, Gonzalez YCFC, Lopes MLM, Fialho E, Valente Mesquita VL.

Extração de suco de uva por arraste de vapor: influência do tempo de extração sobre rendimento, parâmetros físico-químicos e cor. XXXIII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ, 03-07 out 2011

Lopes, MLM; Inada, KOP; Gonzalez, YC; Fialho, E; Valente Mesquita, VL.

Parâmetros colorimétricos de suco de uva obtido por extração a vapor. 11º Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição – SBAN, Fortaleza – CE, 20-23 de jun 2011

17

Da uva ao suco: análises sensorial, de compostos bioativos e capacidade antioxidante e

estabilidade microbiológica.

1. INTRODUÇÃO

O consumo de frutas e hortaliças está associado à redução do risco de ocorrência

de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como doenças cardiovasculares, alguns

tipos de câncer e doenças neurodegenerativas (CROWE et al., 2011; DE PASCUAL-

TERESA, 2014; OYEBODE et al., 2014), o que tem sido atribuído à sua composição em

vitaminas, minerais, fibras e compostos bioativos (AJILA et al., 2007; MARMOT, 2011;

VAUZOUR et al., 2010). As evidências de benefícios à saúde levaram a Organização

Mundial da Saúde a recomendar o consumo diário de pelo menos 400 g desses alimentos

(WHO, 2003) e o World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research

(WCRF/AICR), o consumo de pelo menos cinco porções de frutas e hortaliças sem amido

por dia (NORAT et al., 2014). Dentre os alimentos associados a propriedades benéficas à

saúde estão as uvas, que são amplamente cultivadas e consumidas em diversas partes do

mundo, e os produtos derivados como sucos de uva e vinhos, todos ricos em compostos

fenólicos (XIA et al., 2010). Considerando que a produção do suco em pequena e média

escala é de grande importância econômico-social, ao proporcionar uma alternativa para

geração de renda aos produtores de uva e suas famílias, e que o processamento da uva

para a produção de suco pode modificar os compostos bioativos no produto (LEBLANC;

JOHNSON; WILSON, 2008; PATRAS et al., 2010), a investigação do efeito do

processamento sobre a qualidade dos produtos obtidos por diferentes processos pode

contribuir para melhor utilização da fruta.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Uvas e suco de uva

As uvas estão entre as frutas mais cultivadas e consumidas em todo o mundo; são

ricas em compostos fenólicos, que oferecem benefícios à saúde (ZHOU; RAFFOUL, 2012).

Além de serem consumidas in natura, as uvas são, também, utilizadas na fabricação de

sucos, vinhos e outros produtos (IACOPINI et al., 2008). A produção mundial dessa fruta

foi superior a 67 milhões de toneladas em 2012 (FAOSTAT, 2014). Nesse mesmo ano, no

Brasil, foram produzidas, aproximadamente, um milhão e meio de toneladas de uva,

18

sendo mais de 50% no Rio Grande do Sul (IBGE, 2012). Tem sido observada forte

expansão da produção de uvas para regiões tropicais, como Mato Grosso, Goiás e Vale do

Rio São Francisco (CAMARGO; MAIA, 2005). O cultivo na região do semiárido brasileiro

teve início na segunda metade da década de 1980, com o plantio de variedades

adaptadas à região. Os polos de frutas de Petrolina/PE e de Juazeiro/BA, no submédio

São Francisco, são responsáveis por 95% das exportações nacionais de uvas de mesa

(BRASIL, 2014).

Uvas da espécie Vitis vinifera são denominadas como finas e comumente

utilizadas na fabricação de vinhos. Exemplares dessa espécie foram as primeiras uvas

introduzidas no Brasil, trazidas pelos portugueses. A denominação "uvas rústicas" ou

"uvas comuns" é utilizada para as cultivares de uvas americanas (Vitis labrusca e Vitis

bourquina) e híbridas de diferentes espécies de Vitis (CAMARGO; MAIA, 2005), a partir

das quais é produzido o suco de uva. Cultivares de uvas americanas ou híbridas

representam mais de 80% do volume de uvas processadas no Brasil (IBRAVIN, 2014).

A uva 'Isabel' (Vitis labrusca) (Figura 2.1.), uma variedade de uva tinta, é,

também, conhecida como “Americana”, “Uva Manga” e “Nacional”, no Brasil, além de

“Frutilla”, no Uruguai e “Fragola”, na Itália (RIZZON; MANFROI; MENEGUZZO, 1998). É

originária do Sul dos Estados Unidos e foi introduzida no Brasil, inicialmente no Rio

Grande do Sul, em meados do século XIX, levando à substituição dos vinhedos de uvas

européias e permitindo a consolidação da viticultura brasileira. Essa variedade

proporciona colheitas abundantes com poucas intervenções de manejo. A expansão do

seu cultivo deveu-se à facilidade de adaptação às condições edafoclimáticas, elevada

produtividade, longevidade e relativa rusticidade desta variedade (CAMARGO; MAIA,

2005; GRIGOLETTI Jr. & SÔNEGO, 1993). No Rio Grande do Sul, a colheita da uva Isabel

concentra-se nos meses de janeiro e fevereiro e é destinada, sobretudo, à elaboração de

suco e de vinho tinto de mesa (vinho com teor alcoólico de 10% a 13% em volume, a

20°C (Brasil, 2004). Uma pequena porcentagem da produção é destinada à elaboração

de vinagre e geléias e ao mercado de uvas de mesa (CAMARGO; MAIA, 2005; PROTAS;

CAMARGO, 2010). Atualmente, a uva Isabel representa aproximadamente 40% de toda a

uva processada para produção de vinhos, sucos e outros produtos, o que correspondeu,

em 2012, a mais de 250 mil toneladas (MELLO; MACHADO, 2013).

19

Figura 2.1. Imagem ilustrativa da uva variedade Isabel (Fonte: fruticultura.iciag.ufu.br)

Suco de uva é a bebida não fermentada e não diluída, obtida da parte comestível

da uva (Vitis ssp.), por meio de processo tecnológico adequado (BRASIL, 2000). Pode ser

classificado como: suco de uva, suco de uva concentrado, suco de uva desidratado e suco

de uva reprocessado ou reconstituído. A designação integral ou simples só deve ser

usada para o suco de uva sem adição de açúcares e na sua concentração natural. Quando

adicionado de açúcares, o rótulo deve conter a designação suco adoçado (BRASIL, 2004).

A legislação brasileira estabelece, ainda, a quantidade mínima de suco de uva na

composição de bebidas de uva. O néctar deve conter 30% de suco a partir de

12/09/2013, 40% a partir de 31/01/2015 e 50% a partir de 31/01/2016 (BRASIL,

2013b) e o preparado em pó para refresco, 1%, em peso, de suco desidratado (BRASIL,

2013a).

Como a produção de uvas e sua disponibilização para o consumo é sazonal, o

processamento para a produção de suco viabiliza a conservação, a estocagem e o

consumo em épocas do ano, em que a fruta in natura não se encontra disponível.

Embora o processamento da uva para a produção de vinho seja feita desde a

antiguidade, a produção de suco processado teve início somente em 1868, quando Dr.

Welch, um dentista de Nova Jersey, aplicando a teoria desenvolvida por Louis Pasteur,

cozinhou as uvas alguns minutos, espremeu o suco usando um pano e colocou o suco em

garrafas que foram fechadas com rolhas de cortiça e cera e fervidas, dando origem a

indústria de suco de uva (MCLELLAN; RACE, 1999).

No Brasil, a produção de suco de uva concentra-se, historicamente, no Rio Grande

do Sul, mas vem se expandindo para regiões tropicais do país (CAMARGO; MAIA, 2005).

20

Na cadeia vitivinícola brasileira, o segmento produtivo de suco de uva tem se mostrado o

mais estável e competitivo. Nos últimos anos, a produção de vinho de mesa e néctar de

uva tem oscilado, ao contrário do que ocorre com o suco de uva, especialmente o suco

integral, que vem apresentando crescimento sistemático. Em 2014, a comercialização do

suco de uva foi superior a 47 milhões de litros, tendo aumentado 16,7% em relação a

2013 e 53,7% em relação a 2012 (UVIBRA, 2014). O mercado do suco concentrado,

também, vem registrando expansão, com crescimento de 17,2% e venda de 17,6 milhões

de quilos entre 2012 e 2013 (IBRAVIN, 2013).

Para a elaboração de suco de uva, no Brasil, utilizam-se, principalmente, uvas

americanas e híbridas. Entre essas, destacam-se as variedades Isabel, Concord e Bordô,

todas da espécie Vitis labrusca (IBRAVIN, 2014; TERRA et al., 2001). As uvas Isabel, pela

grande disponibilidade de matéria-prima, são responsáveis pelo maior volume de suco

produzido (BRESOLIN; GULARTE; MANFROI, 2013; CAMARGO; MAIA; RITSCHEL, 2010).

Para obtenção de produtos com a intensidade de coloração que o mercado exige, sucos

elaborados com essa uva podem ser cortados (usados em combinação) com suco de

cultivares tintureiras, como a Bordô. Novos híbridos de uvas tintureiras como ‘BRS

Rúbea’, ´BRS Cora’ e ‘BRS Violeta’, desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (Embrapa) Uva e Vinho, podem, também, ser usados em corte com a Isabel

(PROTAS; CAMARGO, 2010).

O tipo de processamento aplicado para a fabricação do suco de uva pode

influenciar a estabilidade e o teor de compostos bioativos, asim como a cor do produto

(FULEKI; RICARDO-DA-SILVA, 2003; THRELFALL et al., 2005). O processo mais

difundido para a produção industrial de suco de uva integral consiste na extração a

quente. Neste, as uvas são separadas do engace, esmagadas e aquecidas a temperaturas

entre 60 e 80 °C. Em seguida, a temperatura é reduzida para 50 a 60°C, permanecendo

nessa temperatura por 1 a 2h para ação de enzimas pectinolíticas comerciais

adicionadas ao mosto (mistura obtida com a ruptura mecânica das uvas). O mosto é

drenado e o resíduo, prensado e centrifugado. Se a prensagem é realizada a quente,

pode-se maximizar o rendimento e a extração da cor. Procedem-se, em seguida, as

etapas de clarificação, pasteurização e engarrafamento (RIZZON; LINK, 2006).

A produção do suco de uva em pequena e média escala na própria propriedade

rural agrega valor ao produto, permite aproveitamento econômico de excessos de

produção das frutas e evita a transferência de renda do setor rural para o industrial,

21

representando alternativa para geração de renda dos produtores rurais e suas famílias.

O surgimento de pequenas agroindústrias contribui, assim, para melhor distribuição de

renda e para a estabilidade do setor vitivinícola (BRESOLIN; GULARTE; MANFROI, 2013;

RIZZON; MENEGUZZO, 2007). Por isso, a EMBRAPA Uva e Vinho incentiva os produtores

de uva de pequenas e médias propriedades a processar parte de suas colheitas (RIZZON;

MENEGUZZO, 2007).

A extração de suco de uva por arraste a vapor difundiu-se entre os produtores

rurais no Rio Grande do Sul, por ser um método de fácil operação e não apresentar

custos elevados de instalação e operação, sendo utilizado para produção de suco para

consumo próprio e para comercialização (BRESOLIN; GULARTE; MANFROI, 2013).

Nesse processo, o vapor de água entra em contato com a uva para extração do suco, que

é engarrafado a quente e pode ser estocado, sem adição de conservantes, por até dois

anos. No entanto, tem sido demonstrado que há incorporação de água ao suco obtido

por esse processo, causando diluição do mesmo e reduzindo o teor de sólidos solúveis

(BRESOLIN; GULARTE; MANFROI, 2013; CRISTOFOLI, 2007; RIZZON; MANFROI;

MENEGUZZO, 1998). Assim, embora esse método seja utilizado pela maioria das

agroindústrias familiares da região sul do país, em 2011, a Superintendência do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado, suspendeu,

provisoriamente, o registro para o suco de uva produzido por esse processo, com a

alegação de que a incorporação de água ao suco descaracteriza o produto como suco

integral. Nova orientação do mesmo Ministério, no entanto, autorizou a concessão e

prorrogação de registros por três anos, período durante o qual o tema está sendo

estudado, visando à criação de um regulamento técnico específico para o produto, bem

como a proposição de adequações no processo e na legislação existente (BRESOLIN;

GULARTE; MANFROI, 2013).

Sucos de uva produzidos pelo método de arraste a vapor não devem ser

aquecidos a mais de 85-90 °C para evitar a caramelização e alterações de sabor

(RIZZON; MANFROI; MENEGUZZO, 1998). Aquecimento a 80 °C apresenta os melhores

resultados na análise sensorial, enquanto que aqueles produzidos a 60 °C e acima de 85

°C não apresentam boas características de aroma e sabor (VENTURIN, 2004).

A composição química do suco de uva varia em função da variedade usada para a

sua fabricação, das condições de cultivo da uva e das condições de processamento

aplicadas na produção do mesmo. De modo geral, o suco é rico em glicose e frutose,

22

contém os ácidos tartárico, málico e cítrico, além de potássio, cálcio, magnésio,

manganês, sódio, ferro, fosfatos, sulfatos e cloretos. Estão, ainda, presentes, tiamina,

riboflavina, niacina e ácido ascórbico, além de compostos fenólicos e pectina (RIZZON;

MENEGUZZO, 2007). O suco de uva é rico em diversos compostos fenólicos que

influenciam suas características sensoriais e trazem benefícios à saúde (BURIN et al.,

2010; ZHOU; RAFFOUL, 2012). Tais compostos serão abordados no item 2.2.

As características sensoriais são determinantes para a aceitação do suco de uva

pelos consumidores. Por isso, a análise sensorial é indispensável para a avaliação da

qualidade do suco, comparação dos produtos de diferentes safras de uvas, variedades,

processamentos, bem como avaliação da sua aceitação (PEREIRA et al., 2008). A cor,

conferida, principalmente, pelas antocianinas, no caso dos sucos tintos, é, geralmente, a

primeira característica percebida pelo consumidor (WROLSTAD; DURST; LEE, 2005a). A

presença de açúcares, ácidos e compostos fenólicos garante equilíbrio entre os gostos

doce, ácido e amargo do suco de uva (RIZZON; MENEGUZZO, 2007).

A produção de sucos de uva e vinhos gera resíduos, que correspondem a até 20%

da massa da uva e são, tradicionalmente, considerados um problema econômico e

ambiental para os produtores. Sendo produzido em grandes quantidades em um curto

período de tempo durante a estação de colheita das uvas, o resíduo consiste,

principalmente, de cascas e sementes e, dependendo do processamento empregado,

inclui, também, os engaços de uvas que permanecem após a fabricação de vinho e suco

(AUGUSTINE et al., 2013; ROCKENBACH et al., 2011b). O resíduo, bagaço ou co-produto

do processamento de uva tem sido reconhecido como fonte para obtenção de compostos

bioativos. Pesquisas têm sido realizadas visando melhor caracterização dos compostos

presentes e melhor aproveitamento desses (ROCKENBACH et al., 2011b; RUBILAR et al.,

2007). O aproveitamento integral da planta pode trazer benefícios econômicos para os

produtores e reduzir o impacto ambiental do descarte. Grande diversidade de produtos

com potencial benéfico à saúde pode ser obtida pelo processamento do resíduo para

obtenção de produtos como a geléia ou aplicação industrial dos extratos como

antioxidantes, antimicrobianos, flavorizantes, corantes, entre outros, incentivando a

agroindústria (AYALA-ZAVALA et al., 2011).

Tem sido observada, recentemente, tendência de retorno à utilização de produtos

naturais, com aplicação mínima de processos severos de extração e uso de solventes

orgânicos. Patentes relacionadas à saúde humana mostram maior aplicação

23

farmacológica de suco de uva e outros produtos ricos em compostos fenólicos. Essa

substituição ou uso como coadjuvante com fármacos tem se mostrado bastante

promissora (GOLLUCKE; RIBEIRO, 2012).

2.2. Compostos fenólicos

Os compostos fenólicos se caracterizam por terem um (monofenol) ou mais

(polifenol) anéis aromáticos, no qual, pelo menos um hidrogênio é substituído por um

grupamento hidroxila. São altamente reativos e atuam como substratos para diversas

enzimas como polifenoloxidases, peroxidases, glicosidases e esterases. Esses compostos

podem sofrer reações enzimáticas e químicas durante o armazenamento de alimentos

pós-colheita e processamento (DAI; MUMPER, 2010).

A natureza, síntese e distribuição dos compostos fenólicos variam,

significativamente, entre as espécies de plantas. Alguns são ubíquos, enquanto outros

são restritos a espécies específicas, como as isoflavonas em leguminosas (CHEYNIER,

2005). Mono e polifenóis são originados do metabolismo secundário de plantas e

milhares de compostos fenólicos de plantas já foram identificados. A diversidade

estrutural desses compostos deve-se à grande variedade de combinações moleculares

que acontecem na natureza, variando desde compostos de baixo peso molecular, com

um único anel aromático, até compostos complexos de alto peso molecular, com vários

anéis aromáticos, como os taninos. A maioria está presente na forma glicosilada, com

diferentes unidades de açúcares e ácidos orgânicos ligados em diferentes posições da

molécula (DAI; MUMPER, 2010; WAHLE et al., 2010). A síntese dos compostos fenólicos

está, geralmente, associada a respostas de defesa da planta contra danos causados por

fatores bióticos, como ataque de patógenos, ou abióticos, como estresse causado por

condições ambientais adversas, como restrição hídrica, temperaturas extremas ou alta

incidência de raios UV. Sua principal função nas plantas é a de defesa contra os danos

causados por esses fatores (ZHAO et al., 2005). Em alimentos, esses compostos são

responsáveis ou contribuem com características sensoriais como cor, adstringência,

sabor amargo ou picante e aroma, além de conferir estabilidade oxidativa (LORRAIN et

al., 2013; PINTO et al., 2011).

Os polifenois podem ser classificados em flavonoides e não flavonoides

(CHEYNIER, 2005; TSAO, 2010; WAHLE et al., 2010). Os flavonoides apresentam

estrutura básica constituída por 15 átomos de carbono, organizados na configuração

24

C6(anel A)-C3(anel C)-C6(anel B), em que dois anéis aromáticos, A e B, são unidos por

três carbonos que formam um anel heterocíclico, C. Com base nas variações no padrão

de hidroxilação e nos radicais ligados ao anel C, os flavonóides podem ser divididos em

sub-grupos como: flavanois, flavonas, flavanonas, flavonois e antocianidinas (WAHLE et

al., 2010) (Figura 2.2.).

Figura 2.2. Estruturas químicas flavonoides e subclasses de flavonoides

(Adaptado de Balasundram; Sundram; Samman, 2006).

Os compostos fenólicos não flavonoides incluem os ácidos fenólicos

hidroxibenzóicos (estrutura C6-C1) e hidroxicinâmicos (estrutura C6-C3) e os

estilbenos. Os ácidos fenólicos são constituídos por um anel benzeno com uma cadeia de

carbonos alifática. Eles se diferenciam pelas substituições no anel benzeno (Figura 2.3.).

Os estilbenos possuem dois anéis benzeno ligados por uma cadeia de etano ou etileno

(LORRAIN et al., 2013).

As uvas estão entre as frutas que possuem maior teor de compostos fenólicos

com atividade antioxidante e entre as mais consumidas no mundo (IACOPINI et al.,

2008). Diferentes compostos fenólicos estão presentes especialmente na casca e nas

sementes das uvas, e estão sujeitos à extração parcial durante os processos de

fabricação de suco e vinho (REVILLA; RYAN, 2000; THRELFALL et al., 2005).

Em videiras, a síntese e o acúmulo de compostos fenólicos são influenciados por

diversos fatores como variedade, práticas viticulturais, condições ambientais, estádio de

maturação e processamento pós-colheita (TEIXEIRA et al., 2013). No entanto, o perfil

25

desses compostos é definido, principalmente, pelas diferenças varietais ou genéticas.

Uvas tintas apresentam maior teor de compostos fenólicos, principalmente devido à

presença de antocianinas. O teor desses compostos é, geralmente, maior em uvas de cor

mais escura (LIANG et al., 2011b). Assim, os sucos tintos, também apresentam maior

teor de compostos fenólicos (DANI et al., 2007).

Ácidos hidroxibenzóicos Ácidos hidroxicinâmicos

ácido p-hidroxibenzoico ácido protocatecuico ácido vanílico ácido gálico ácido siríngico

R1 R2 R3 R4

H H OH H H OH OH H H OCH3 OH H H OH OH OH H OCH3 OH OCH3

ácido p-cumárico ácido cafeico ácido ferúlico ácido sinápico

Estilbeno

Trans-resveratrol

Figura 2.3. Estruturas químicas de compostos fenólicos não flavonoides

(LORRAIN et al., 2013).

A localização geográfica e a estação do ano são os fatores que mais influenciam o

teor de compostos fenólicos de uma variedade de uva, particularmente devido à

incidência de luz e à temperatura (TEIXEIRA et al., 2013). Cazarin et al. (2013)

observaram que o teor de compostos fenólicos em uma mesma variedade de uva

produzida no mês de setembro foi significativamente maior que no mês de março.

Práticas de cultivo como uso de irrigação, orientação das linhas no plantio e outros

manejos culturais podem melhorar a interação da planta com luz e temperatura

(TEIXEIRA et al., 2013). A distribuição dos compostos fenólicos na uva e em diferentes

estádios de desenvolvimento da planta está apresentada no Quadro 2.1.

26

Quadro 2.1. Compostos fenólicos produzidos e acumulados na uvaa.

Composto

Parte da uva Escala fenológica da uvab

Casca Polpa Semente Verde Início da

maturação Madura

Não flavonoides

Ácidos

hidroxicinâmicos ++ +++ ++ +++ + +

Ácidos

hidroxibenzoicos + - ++

Estilbenos +++ + ++ + ++ +++

Flavonoides

Flavonois ++ - - + +++ ++

Flavan-3-ois ++ + +++ ++ +++ ++

Antocianinas +++ -* - - + +++

*Uvas tintureiras contêm antocianinas também na polpa. aAdaptado de Teixeira

et al. (2013). b Escala de mudanças morfológicas relacionadas ao ciclo da cultura.

A Figura 2.4. ilustra a estrutura de uma uva madura e o padrão de distribuição de

compostos fenólicos nos órgãos e tecidos. O teor de compostos fenólicos apresenta

consideráveis oscilações, que são intimamente influenciadas pelos índices de

precipitação pluviométrica. Como o ponto ótimo de colheita da uva é, tradicionalmente,

determinado pela avaliação da maturação tecnológica, com base no peso das bagas, teor

de sólidos solúveis totais, acidez titulável e pH, é comum que, nessa fase, as bagas não

apresentem o teor máximo de compostos fenólicos (PALLIOTTI et al., 2014). A avaliação

comparativa entre uvas e sucos de uvas obtidas pelo sistema convencional e orgânico

indicam maior teor de compostos fenólicos totais, resveratrol e capacidade antioxidante

nos produtos provenientes do cultivo orgânico. No entanto, os estudos não são

conclusivos, devido às oscilações observadas entre variedades e estádios de maturação

(DANI et al., 2007; MULERO; PARDO; ZAFRILLA, 2010).

27

Casca: Ácidos hidroxicinâmicos (p-

cumárico, cafeico, ferúlico), Ácidos

hidroxibenzoicos (gálico, gentísico,

salicílico), Estilbenos (resveratrol,

viniferinas), Flavonois (quercetina,

kaempferol, miricetina), Flavan-3-

ois (catequina, epicatequina,

epigalocatequina,

proantocianidinas, antocianinas)

Polpa: Ácidos hidroxicinâmicos (p-

cumárico, cafeico, ferúlico), Flavan-3-ois

(catequina, epicatequina,

epigalocatequina), aAntocianinas

Semente: Ácidos

hidroxicinâmicos (p-cumárico,

cafeico, ferúlico), Ácidos

hidroxibenzoicos (gentísico,

salicílico), Estilbenos

(resveratrol, viniferinas),

Flavonois (quercetina,

kaempferol, miricetina), Flavan-

3-ois (catequina, epicatequina,

galocatequina, epigalocatequina,

catequina-3-O-galato,

proantocianidinas)

Figura 2.4. Distribuição de compostos fenólicos (indicado por setas) em uvas

maduras. a Em variedades tintureiras (adaptado de Teixeira et al., 2013).

2.2.1. Antocianinas em uva

As antocianinas são flavonoides amplamente distribuídos na natureza. São

pigmentos solúveis em água, responsáveis pela maioria das cores azul, violeta e

vermelho em flores e frutos. Ocorrem primariamente como O-glicosídios e

acilglicosídios de suas respectivas antocianidinas, ou seja, são derivados

metoxílicos/polihidroxílicos glicosilados de sais de fenil-2-benzopirílio. Seis

antocianidinas (Figura 2.5.) são comuns em plantas superiores: pelargonidina,

peonidina, cianidina, malvidina, petunidina e delfinidina. Assim como os demais

flavonóides, as antocianidinas são constituídas por um esqueleto C6-C3-C6. A

glicosilação ocorre com mono-, di- ou trissacarídeos compostos, principalmente, por

glicose. Contudo, galactose, arabinose, ramnose e xilose, também podem estar presentes,

geralmente na posição 3 do anel C e, em alguns casos, nas posições 5 ou 7 do anel A

(COOPER-DRIVER, 2001). A presença de uma carga positiva em pH ácido (cátion

flavilium) é uma característica única das antocianinas e tem influência sobre os métodos

utilizados para identificação e quantificação, bem como sobre os mecanismos de

absorção e metabolismo das mesmas (PRIOR, 2012). A estrutura das antocianinas varia

com o número e a posição dos grupos hidroxila e metoxila, tipo, número e posição dos

28

glicosídeos ligados à molécula e presença, identidade e número de ácidos alifáticos ou

aromáticos ligados aos glicosídeos (PRIOR; WU, 2006), o que torna possível encontrar

mais de 500 tipos de antocianinas na natureza (DE PASCUAL-TERESA, 2014).

O perfil de antocianinas do fruto confere características cromáticas específicas ao

mesmo. Esse perfil é utilizado como critério para caracterização varietal de uvas tintas

(GÓMEZ-ALONSO et al., 2007; HE et al., 2010b). De acordo com o número de

substituintes no anel B das antocianinas, estas podem ser divididas em dois grupos: um

de 3’-substituintes, incluindo cianidina e peonidina monoglicosídios e seus derivados

acilados; e outro, de 3’,5’-substituintes, composto por formas glicosiladas de delfinidina,

petunidina e malvidina e seus derivados acilados. As antocianinas pertencentes a cada

um dos grupos são formadas por diferentes precursores, sendo antocianinas 3’-

substituídas, provenientes de dihidroquercetina e antocianinas 3’,5’- substituídas, de

dihidromiricetina (GÓMEZ-ALONSO et al., 2007; HE et al., 2010b).

Os comprimentos de onda de absorbância máxima são menores em antocianinas

com dois substituintes no anel B (cianidina e peonidina, max 512nm), quando

comparados àquelas com três substituintes (delfinidina, petunidina e malvidina, max

entre 518 e 520nm). O comprimento de onda de máxima absorbância aumenta com o

número de grupamentos hidroxila no anel B. A substituição de grupamentos hidroxila

por metoxila, por outro lado, leva ao seu decréscimo. Assim, são obtidos valores em

ordem decrescente para delfinidina, petunidina, cianidina, malvidina e peonidina (HE et

al., 2010b; HEREDIA et al., 1998).

29

Antocianidinas R1 R2 R3

Cianidina OH OH H

Delfinidina OH OH OH

Pelargonidina H OH H

Petunidina OMe OH OH

Malvidina OMe OMe OMe

Peonidina OMe OH H

Figura 2.5. Estruturas das antocianidinas mais comumente encontradas em

alimentos (VALLS et al., 2009).

As antocianinas estão localizadas, principalmente, nos vacúolos das células da

casca das uvas tintas (COOPER-DRIVER, 2001) e também na polpa, no caso de uvas

tintureiras (HE et al., 2010b), constituindo a maior porcentagem de compostos fenólicos,

determinantes para os atributos sensoriais de produtos como o suco e o vinho (MUÑOZ-

ESPADA et al., 2004). As principais antocianinas encontradas em uvas e seus produtos

são malvidina, cianidina, delfinidina, petunidina e peonidina. A presença de

pelargonidina foi, também, detectada em algumas espécies de uvas (HE et al., 2010a;

WANG; RACE; SHRIKHANDE, 2003). As antocianinas presentes em uvas V. viniferas são

C

30

monoglicosiladas na posição C3. A presença peculiar de antocianinas 3,5-O-diglicosídeos

em variedades de uvas não viníferas como V. labrusca, V. rotundifolia e V. rupestris é

usada para distinguí-las das V. Viniferas. A diversidade de antocianinas encontradas nas

uvas é aumentada com a acilação da fração glicídica com ésteres de ácido acético,

coumárico e cafeico (Figura 2.6.). O perfil de antocianinas é usado, entre outros, para o

estudo quimiotaxonômico de uvas e para verificar o tipo de uva presente em

determinados produtos, podendo ser útil, neste caso, para a detecção de fraudes

(FLAMINI, 2013; MCCALLUM et al., 2007). Mesmo em pequenas quantidades, a presença

de antocianinas pode ter importância significativa sob aspecto sensorial (STINTZING;

CARLE, 2004) e fisiológico (WU; PITTMAN; PRIOR, 2004).

pelargonidina-3-O-glicosídeo R1=H; R2=H

cianidina-3-O-glicosídeo R1=H; R2=OH

peonidina-3-O-glicosídeo R1=OCH3; R2=H

delfinidina-3-O-glicosídeo R1=OH; R2=OH

petunidina-3-O-glicosídeo R1=OCH3; R2=OH

malvidina-3-O-glicosídeo R1=OCH3; R2=OCH3

R3=H, glicose

R4=H, acetil, cumaroil, cafeoil

Figura 2.6. Antocianinas comumente encontradas em uvas (DE ROSSO et al.,

2012).

Os diferentes padrões de hidroxilação e glicosilação modulam as propriedades

antioxidantes das antocianinas, pois o número e a posição da hidroxilação e metoxilação

no anel B influenciam sua capacidade antioxidante. Assim, delfinidina contendo três

hidroxilações no anel B apresenta maior capacidade antioxidante entre as seis

antocianidinas mais comuns. Dependendo da antocianidina, diferentes padrões de

glicosilação também podem aumentar ou reduzir a capacidade antioxidante

(KÄHKÖNEN; HEINONEN, 2003).

2.2.2. Outros compostos fenólicos em uva

Entre os compostos fenólicos não antociânicos presentes nas uvas estão a

catequina e epicatequina (flavan-3-ois), quercetina, seu glicosídeo rutina, kaempferol,

31

miricetina (flavonois), os estilbenos e os ácidos fenólicos (IACOPINI et al., 2008;

LORRAIN et al., 2013).

Entre os estilbenos, o resveratrol (3,5,4´-triidroxiestilbeno) tem despertado

atenção devido aos benefícios à saúde. Estudo desenvolvido na década de 70 relata a

presença de resveratrol em uma espécie de Eucalyptus (HILLIS; HART; YAZAKI, 1974).

Nos anos 90, estudos sobre a relação entre esse composto e a saúde tornaram-se mais

freqüentes devido a evidências epidemiológicas do denominado “paradoxo francês”, que

revelaram correlação inversa entre o consumo de vinho tinto e a incidência de doenças

cardiovasculares entre os franceses, mesmo com a ingestão de dieta rica em gorduras

saturadas. Foi, então, sugerido que o resveratrol seria a substância do vinho responsável

pelos benéfícios à saúde (RENAUD; DE LORGERIL, 1992). Jang et al. (1997)

demonstraram a atividade quimiopreventiva do resveratrol e, a partir de então, estudos

sobre uvas, vinhos e resveratrol cresceram exponencialmente.

O resveratrol é produzido por mais de 70 plantas e encontrado em cascas e

sementes de uva madura e no vinho tinto (JANG et al., 1997). A glicosilação deste dá

origem aos piceids (resveratrol-3-O-β-d-glicopiranosídeo), a forma mais abundante na

natureza (TEIXEIRA et al., 2013). Duas formas isômeras do resveratrol são encontradas

nas plantas: trans-resveratrol e cis-resveratrol, sendo o isômero trans mais comumente

encontrado. Vian et al. (2005) demonstraram que 89 a 90% deste isômero, em solução,

são convertidos a cis-resveratrol se expostos à luz ultravioleta por 1 h.

Na uva, o resveratrol é sintetizado como resposta ao estresse causado por ataque

fúngico, sendo considerado uma fitoalexina, ou a estresse abiótico como dano mecânico

ou irradiação ultravioleta (DIXON, 2001). Desta forma, o teor de resveratrol em uvas é

influenciado por fatores como a intensidade de infecção por fungos, a exposição ao sol e

a composição do solo (SOLEAS; DIAMANDIS; GOLDBERG, 1997). Maiores concentrações

de resveratrol no vinho estão associadas à infecção moderada da uva por fungos,

enquanto o desenvolvimento muito intenso destes pode destruir a fitoalexina produzida

(JEANDET et al., 1995). Yang, Martinson e Liu (2009) avaliaram 14 variedades de uvas

cultivadas em Nova Iorque e encontraram variação no teor de resveratrol entre 0,038 e

0,571 mg/100g. Entre sete cultivares de uvas brasileiras avaliadas por Abe et al. (2007),

o resveratrol foi encontrado em três, variando entre 0,02 e 0,60 mg/100g. Em uvas

tintas cultivadas na Espanha, o maior conteúdo de trans e cis-resveratrol foi encontrado

nas cascas. Nenhum dos dois isômeros foi detectado na polpa das três Vitis viniferas

32

analisadas e cis-resveratrol não foi detectado nas sementes. González-Barrio et al.

(2009) descrevem que o reduzido conteúdo de resveratrol em sucos de uva pode ser

devido à ausência do composto nas bagas e à falta de tecnologia apropriada para

obtenção dos sucos. Entretanto, entre 11 marcas comerciais de diferentes tipos de sucos

de uvas tintas (integral, reprocessado, reconstituído e adoçado, bem como néctar de

uva) produzidos no Brasil, o teor de trans-resveratrol variou entre 0,19 e 0,90 mg/L,

enquanto que o de cis-resveratrol variou de 0,07 a 1,59 mg/L (SAUTTER et al., 2005).

Os ácidos hidroxicinâmicos são os ácidos fenólicos mais comumente encontrados

em uvas. São comumente acumulados nas cascas e polpa de uvas brancas e tintas, de

variedades viníferas e não viníferas. Quando ácidos p-coumárico, cafeico e ferúlico são

esterificados com ácido tartárico, são denominados ácido coutárico (ácido trans-p-

coumaroil-tartárico), ácido caftárico (ácido trans-cafeoil-tartárico) e ácido fertárico

(ácido trans-feruloil-tartárico) (DI LECCE et al., 2014; LAGO-VANZELA et al., 2011;

TEIXEIRA et al., 2013). Em menor teor, ácidos hidroxibenzóicos, como gálico, vanílico,

siríngico e protocatecuico, também são encontrados em uvas (LIANG et al., 2011b;

TEIXEIRA et al., 2013). Os ácidos fenólicos representam um dos principais compostos

em uvas brancas, influenciando o aroma e o sabor dos vinhos (ABE et al., 2007).

Entre os flavonois, glicosídeos de quercetina, kaempferol e miricetina são os mais

frequentemente encontrados em uvas (CANTOS; ESPÍN; TOMÁS-BARBERÁN, 2002;

LEDDA et al., 2010; SANDHU; GU, 2010). Isorhamnetina, laricitrina e siringetina também

foram identificados (LORRAIN et al., 2013). Os flavonois são sintetizados,

predominantemente, nas cascas das uvas e são importantes para a coloração do vinho,

atuando como co-pigmentos junto às antocianinas (MATTIVI et al., 2006). Catequina e

epicatequina são os principais fenólicos presentes em sementes de uvas (ROCKENBACH

et al., 2011a) e são responsáveis pelo sabor e adstringência de vinhos e sucos de uva. Na

Figura 2.7. são apresentados os principais flavan-3-ois e flavonois encontrados em uvas.

33

(+)-Catequina R1=H; R2=OH

(-)-Epicatequina R1=OH; R2=H

R=glicose, ácido glicurônico

Kaempferol R1=H; R2=H

Quercetina R1=OH; R2=H

Miricetina R1=OH; R2=OH

Isoharmnetina R1=H; R2=OCH3

Laricitrina R1=OH; R2=OCH3

Siringetina R1= OCH3; R2= OCH3

Figura 2.7. Principais flavan-3-ois e flavonois encontrados em uvas (LORRAIN et

al., 2013).

2.3. Compostos fenólicos, suco de uva e saúde

A presença de alimentos ricos em polifenois na dieta é de grande importância

devido às diversas atividades biológicas benéficas destes compostos no organismo. Há

evidências de que fitoquímicos em alimentos desempenham importante papel na

redução do risco de ocorrência de DCNTs (VAUZOUR et al., 2010; WAHLE et al., 2010;

ZHANG et al., 2010). Eles atuam na alteração da microbiota intestinal (CARDONA et al.,

2013), modulam vias de sinalização celular, tanto em condições fisiológicas como em

condições patológicas (PANG et al., 2012), têm ação antiaterogênica (KALIORA;

DEDOUSSIS; SCHMIDT, 2006), anticarcinogênica (WAHLE et al., 2010), anti-inflamatória

(XIA et al., 2010), além de alta capacidade antioxidante (TSAO, 2010). A capacidade

antioxidante de uma substância é definida pela sua habilidade em seqüestrar espécies

reativas. Essas espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (ex. ânion superóxido,

peróxido de hidrogênio, radical hidroxila, peroxinitrito) são constantemente produzidas

no organismo durante o metabolismo celular. Fontes externas ao organismo humano,

como os constituintes dietéticos, o tabaco, a radiação ultravioleta e poluentes

ambientais, também, contribuem para o aumento de espécies reativas. O organismo

humano possui mecanismos de defesa enzimáticos e não enzimáticos para manter em

equilíbrio a presença destas substâncias. No entanto, a produção exacerbada de espécies

34

reativas e/ou a deficiência de antioxidantes enzimáticos ou não enzimáticos, necessários

para neutralizar essas substâncias, podem causar seu acúmulo (ALVES et al., 2010).

Substâncias antioxidantes inibem a geração e reduzem a quantidade de radicais

livres, ajudando a prevenir ou adiar as reações de oxidação, como a auto-oxidação

lipídica, oxidação de ácidos nucleicos e proteínas (XU, 2012). Em alimentos, a oxidação

lipídica compromete a qualidade sensorial e nutricional daqueles que contêm esse

nutriente. Em células de mamíferos, danos oxidativos podem resultar em inflamação e

modificação permanente do material genético, que representa o primeiro passo

envolvido na mutagênese, carcinogênese e processos de envelhecimento, entre outros

danos (VALKO et al., 2007; XU, 2012).

Os compostos fenólicos presentes em uvas são considerados os principais

responsáveis pela atividade antioxidante destas (ZHOU; RAFFOUL, 2012). A atividade

antioxidante desses compostos depende da sua estrutura, como número e posição das

hidroxilas e dos padrões de glicosilação (TSAO, 2010). Eles agem por meio da captura

de radicais livres, atividade quelante de metais, doação de átomos de hidrogênio ou

elétrons, ou pela interação com biomembranas, o que pode resultar na modificação do

potencial de oxirredução das células (BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006; DAI; MUMPER,

2010).

Tem sido demonstrada, por outro lado, atividade pró-oxidante de alguns

compostos fenólicos como resveratrol e flavonois que, em certas condições e em certos

tecidos, podem oferecer mais riscos oxidativos do que benefícios antioxidantes. Tem

sido proposto que os mecanismos anticarcinogênicos dos compostos fenólicos de

plantas estão, principalmente, relacionados ao seu comportamento pró-oxidante na

presença de metais de transição, como cobre e ferro. Desta forma, o uso terapêutico de

compostos com atividade pró-oxidante tem sido considerado como estratégia

promissora no tratamento de diversos tipos de câncer (AZMI; SARKAR; HADI, 2013;

MARTIN-CORDERO et al., 2012; PROCHÁZKOVÁ; BOUŠOVÁ; WILHELMOVÁ, 2011).

O intenso interesse pelas antocianinas deve-se tanto aos seus atributos de cor,

como aos potenciais efeitos benefícios à saúde. Esses efeitos incluem atividade anti-

inflamatória e anticarcinogênica e redução do risco de ocorrência de doenças

cardiovasculares, obesidade e diabetes. Todos esses efeitos estão, em maior ou menor

grau, associados à capacidade antioxidante (HE; GIUSTI, 2010). Um exemplo é o estudo

desenvolvido por Yang et al. (2012), que demonstra que delfinidina-3-O-glicosídeo inibe

35

a ativação plaquetária e atenua o crescimento do trombo em modelos in vitro e in vivo,

sugerindo que o consumo diário de antocianinas pode ter importante efeito protetor

contra trombose e doenças cardiovasculares.

As antocianinas são absorvidas no estômago e intestino delgado (PRIOR, 2012). A

quantificação das antocianinas e de seus metabólitos conjugados, glicurônicos e

sulfatados no plasma e na urina têm demonstrado baixa biodisponibilidade destas

(MANACH et al., 2005). Tem sido demonstrado que a microbiota do sistema digestório

desempenha papel primordial no metabolismo das antocianinas. Incubação, ex vivo, de

extratos de antocianinas obtidos de frutas, como morangos e uvas tintas, com saliva

coletada de 14 voluntários mostrou que as antocianinas foram parcialmente degradadas,

sendo a degradação, provavelmente, mediada pela microbiota da cavidade oral

(KAMONPATANA et al., 2012). No intestino, podem ser produzidas agliconas,

resultantes da hidrólise por glicosidases, que podem ser metabolizadas no intestino

grosso, produzindo compostos como ácido gálico, protocatecuico, siríngico e vanílico

(FORESTER; WATERHOUSE, 2008). Tanto as antocianinas como seus metabólitos

exercem modulação positiva da população bacteriana intestinal, contribuindo para a

manutenção da saúde do intestino (HIDALGO et al., 2012).

Diversas pesquisas evidenciam a importância do resveratrol na promoção da

saúde. Há evidências de que o mesmo seja um potente antioxidante, tenha efeitos

quimiopreventivos e quimioterapêuticos, previna a ocorrência de doenças cardíacas,

isquemia, diabetes, doenças neurodegenerativas, inflamação e infecções virais, além de

atuar na redução de peso corporal (MARQUES; MARKUS; MORRIS, 2009; PANG et al.,

2012; SZKUDELSKA; SZKUDELSKI, 2010; ZHOU; RAFFOUL, 2012). Mais recentemente,

foi demonstrado que a suplementação dietética com resveratrol previne a atrofia de

células musculares, frequente em pacientes com diabetes e câncer e em idosos, e poderia

ser usada como estratégia para manutenção ou melhoria da massa muscular (WANG et

al., 2014). Outro grupo demonstrou que o resveratrol reverte a resistência a drogas

usadas no tratamento de câncer de mama, melhorando a eficácia dos quimioterápicos

(HUANG et al., 2014).

Não há consenso em relação à dose de resveratrol recomendada para que sejam

alcançados os diversos efeitos benéficos à saúde (DUDLEY et al, 2009). Em um estudo

com animais, doses de 2,5 ou 5,0 mg/kg de resveratrol aumentaram a expressão de

enzimas envolvidas em vias de sinalização de sobrevivência celular, enquanto doses

36

maiores, de 25 e 50 mg/kg, potencializaram sinais de morte celular. Estudos clínicos

para avaliação da relação entre resveratrol e doenças como câncer, síndrome

metabólica, doença de Alzheimer, entre outras, utilizam doses de 5g/dia (USNIH, 2010).

Embora os efeitos benéficos da uva sejam relacionados, em maior parte, aos

compostos fenólicos que fazem parte de sua composição (KHADEM-ANSARI; RASMI;

RAMEZANI, 2010; ZHOU; RAFFOUL, 2012), a ocorrência desses compostos em

concentração relevante na uva e nos seus derivados não garante a ação efetiva no

organismo. Outros aspectos como isomeria, conjugação com outras moléculas no

produto ou no organismo, além da transformação durante o processamento, entre

outros, podem influenciar na bioacessibilidade, biodisponibilidade e bioatividade dos

compostos fenólicos (PINTO et al., 2011).

A uva, o suco de uva e o vinho estão entre os 10 alimentos com maior atividade

antioxidante e mais comumente consumidos nos Estados Unidos (FLOEGEL et al., 2010).

O consumo do suco apresenta vantagens em relação ao vinho, uma vez que a ausência de

álcool permite que seja ingerido pela maioria das pessoas, incluindo crianças e pessoas

portadoras de enfermidades ou que apresentem restrições de ordem religiosa, por

exemplo.

Diversos estudos in vitro e in vivo avaliam os efeitos do suco de uva para a saúde.

O consumo de suco de uvas tintas exerceu efeito hepatoprotetor em ratos expostos a

raios-X, promovendo a manutenção do peso do fígado, ao contrário do grupo placebo

que perdeu 25% do peso do órgão (RAMOS DE ANDRADE et al., 2009). Foi observado,

também, efeito protetor do consumo de suco de uva contra danos cerebrais em ratos,

causados por estresse oxidativo induzido (DANI et al., 2008). Em coelhos

hipercolesterolêmicos, o consumo de suco de uva atenuou agregação plaquetária e

reduziu a concentração de colesterol sérico e o desenvolvimento de placa de ateroma.

Esse efeito foi maior, quando comparado àquele exercido por extratos de polifenois de

uva, sugerindo que o consumo de suco de uva, e não a suplementação dietética com

compostos bioativos isolados, seja mais eficiente na veiculação dos efeitos benéficos à

saúde (SHANMUGANAYAGAM et al., 2007).

Ensaios clínicos têm demonstrado que o consumo regular de suco de uva pode

estar associado à melhora do sistema imunológico devido, principalmente, aos

compostos fenólicos (ROWE et al., 2011). Antocianinas de suco de uva são mais bem

absorvidas do que as antocianinas do vinho, o que poderia ser devido a um efeito

37

sinergístico da glicose, que encontra-se em maior teor no suco (BITSCH et al., 2004). O

consumo do suco de uva promove melhora da memória em idosos (KRIKORIAN et al.,

2010) e redução da pressão arterial em hipertensos (PARK; KIM; KANG, 2004), além de

exercer efeitos antioxidante (CASTILLA et al., 2006; PRIOR et al., 2007), hipolipidêmico e

anti-inflamatório (CASTILLA et al., 2006).

A biodisponibilidade do resveratrol também demonstrou ser influenciada pela

matriz alimentar. O consumo de doses semelhantes indicou que a biodisponibilidade do

resveratrol do vinho e do suco de uva foi seis vezes maior do que de tabletes preparados

com extrato de vinho e enriquecidas com resveratrol (ORTUÑO et al., 2010).

Ko et al. (2005) observaram que, entre sucos de nove frutas testadas (pera, maçã,

laranja, uva, pêssego, ameixa, kiwi, melão e melancia), oito apresentaram potente efeito

antioxidante no plasma humano (o suco de pera foi a exceção). O suco de uva destacou-

se, pois após seu consumo, a atividade antioxidante persistiu por até 120 min, enquanto,

para os demais sucos o efeito persistiu por 90 min.

Estudo realizado com base nos dados do Health and Nutrition Examination Survey

(NHANES), de 2003 a 2008 analisou a relação entre o consumo de uvas e produtos de

uva não alcoólicos (passas e suco integral) com a qualidade da dieta entre crianças de 2

a 19 anos (n = 9622) e adultos de 20 ou mais anos (n = 12251). Os resultados mostraram

que o consumo de produtos de uva está associado com padrão dietético mais saudável

(Healthy Eating Index), além de maior ingestão de frutas e menor ingestão de gorduras

sólidas e açúcar de adição, nos dois grupos etários (McGILL et al., 2013). Os autores

concluem que a inclusão de uvas e seus produtos na dieta pode contribuir, de forma

significativa, para uma dieta saudável.

2.4. Influência do processamento sobre compostos bioativos de uvas e seus

produtos

Fatores como pH, estrutura química, matriz alimentar, concentração,

temperatura de estocagem, incidência de luz, oxigênio e presença de enzimas alteram a

estabilidade dos compostos bioativos de uvas (HELLSTRÖM; MATTILA; KARJALAINEN,

2013; MOLDOVAN et al., 2012; PATRAS et al., 2010; REIN; HEINONEN, 2004). No

processamento do suco de uva, fatores como método de elaboração, prensagem, tempo e

temperatura de maceração, estabilização e filtração, entre outros, também, influenciam

o teor de compostos fenólicos do produto (FULEKI; RICARDO-DA-SILVA, 2003;

38

THRELFALL et al., 2005). Estudos demonstram a sensibilidade térmica das antocianinas.

Em um primeiro momento, há hidrólise com liberação do grupamento glicosídico e

formação de aglicona e, dependendo da severidade e natureza do tratamento térmico, a

formação de diversos outros compostos (PATRAS et al., 2010). Wang e Xu (2007)

demonstraram que a taxa de degradação de antocianinas durante tratamento térmico de

amoras silvestres aumenta com a elevação da temperatura de processamento. O

processamento a quente, para obtenção de suco e geléia de uva, causou redução no teor

antocianinas totais de 71% e 92%, respectivamente (VEDANA, 2008).

A temperatura de estocagem também pode causar degradação das antocianinas.

A estocagem de diversas frutas em diferentes temperaturas demonstrou que a

estabilidade de antocianinas foi significativamente menor em temperatura ambiente,

quando comparada à estocagem sob refrigeração (HELLSTRÖM; MATTILA;

KARJALAINEN, 2013). Há, também, estudos que demonstram perda de antocianinas,

mesmo em temperatura de refrigeração, como em suco de mirtilo, que apresentou

redução de 83% no teor de antocianinas quando mantido por 10 dias a 4°C (REQUE et

al., 2014). Por outro lado, foi demonstrado que a extração do suco de uva a quente

permite obtenção de um produto com maior teor de compostos fenólicos e antocianinas

e cor vermelha mais intensa, quando comparado ao produto obtido por extração a frio

(THRELFALL et al., 2005).

O vinho tinto e o suco de uva são, também, utilizados em preparações culinárias

submetidas a tratamentos térmicos. Teófilo et al. (2011) observaram que a fervura por

até 60 minutos não provocou variações importantes na capacidade antioxidante total e

no teor de fenólicos totais destas bebidas. Por outro lado, Vedana (2008) observou

redução na quantidade de fenólicos totais de 66% e 68% no processamento de suco e de

geléia de uva, respectivamente.

Foi demonstrado que o método de extração do suco de uva influencia o teor de

resveratrol no produto. A prensagem a quente resulta em sucos com maior teor de

resveratrol comparada com a extração a frio, com ou sem tratamento enzimático

(LEBLANC; JOHNSON; WILSON, 2008).

Portanto, a investigação sobre o teor e a estabilidade de compostos bioativos em

alimentos fonte desses compostos é de fundamental importância para se conhecer as

propriedades funcionais dos alimentos.

39

2.5. Métodos Analíticos

Os métodos analíticos aplicados para extração e análise geram diferentes

resultados quanto ao teor dos compostos fenólicos das amostras (LORRAIN et al., 2013).

Considerando-se a complexidade química e a frequência de ocorrência dos polifenois em

plantas, mesmo com o avanço das técnicas de análise, a determinação desses é um

desafio. Diversos cuidados devem ser tomados durante a obtenção, transporte e análise,

a fim de minimizar a degradação dos compostos. A exposição a altas temperaturas, luz e

oxigênio, por exemplo, podem afetar a composição fenólica dos produtos (TSAO, 2010).

Extratos ricos em compostos fenólicos são comumente obtidos de plantas por

meio de extração com solventes. O rendimento da extração depende da polaridade do

solvente, tempo e temperatura de extração, proporção entre volume de solvente e

amostra, assim como da composição química e características físicas da amostra. Não há,

portanto, um único método adequado para a extração de todos os compostos fenólicos

presentes em alimentos de origem vegetal (DAI; MUMPER, 2010).

Algumas características das antocianinas auxiliam na seleção do método de

extração. Uma delas é a característica polar da molécula, conferida pela presença de

múltiplos grupamentos hidroxila. O pH ácido confere estabilidade ao cátion flavilium das

antocianinas e intensifica sua cor. Soluções de antocianinas apresentam coloração

vermelha mais intensa em pH abaixo de 2,0 e são incolores em pH 4,5 (WROLSTAD;

DURST; LEE, 2005b). Essas características têm feito com que os métodos mais

comumente utilizados para extração de antocianinas envolvam o emprego de solventes

orgânicos acidificados, especialmente etanol e metanol (MOLDOVAN et al., 2012;

REVILLA; RYAN; MARTÍN-ORTEGA, 1998).

Considerando a diversidade de tipos de antocianinas na natureza, o emprego de

diferentes métodos de análise pode ser necessário para discriminar entre compostos

que possuem características espectrais muito semelhantes (GIUSTI et al., 1999). O

método de pH diferencial pode ser usado para determinação da quantidade total de

antocianinas monoméricas. Este se baseia na mudança estrutural reversível das

antocianinas monoméricas, com a mudança de pH. A quantificação é feita com base na

diferença entre as absorbâncias de soluções contendo as antocianinas em pH 1,0 e pH

4,5, medidas no comprimento de onda de máxima absorbância (λmáx) (Figura 2.8.). Esse

método demonstrou ser confiável, mesmo na presença de compostos potencialmente

40

interferentes, além de apresentar concordância com dados obtidos por cromatografia

líquida de alta eficiência (CLAE) para determinação de antocianinas em bagas (LEE et al.,

2012).

Figura 2.8. Variação das estruturas químicas das antocianinas em diferentes

valores de pH (WATERHOUSE, 2005).

Diversos métodos de análise por CLAE em fase reversa foram desenvolvidos para

detecção de antocianinas em amostras de uvas e seus produtos (HEBRERO et al., 1989;

MCCALLUM et al., 2007; WANG; RACE; SHRIKHANDE, 2003). O padrão de eluição das

antocianinas é dependente da fase estacionária, da fase móvel e da polaridade dos

analitos. A ordem de eluição se dá em função do número de grupamentos hidroxila e

grau de metoxilação. Assim, pela ordem, eluem delfinidina, cianidina, petunidina,

peonidina e malvidina. Também influenciam, o número de substituintes glicídicos e o

padrão de acilação dos resíduos de açúcares com ésteres de ácido acético, p-coumárico

ou cafeico. Os diglicosídeos são mais polares que os monoglicosídeos, apresentando

menor tempo de retenção, e a acilação das antocianinas envolve perda de sua polaridade

em relação aos compostos não acilados correspondentes, refletindo em aumento no

41

tempo de retenção. Devido à complexidade do perfil de antocianinas em uvas, a

separação cromatográfica incompleta é comum, com sobreposição dos picos (HEBRERO

et al., 1989; MCCALLUM et al., 2007).

A análise de alimentos por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à

espectrometria de massas em série com ionização por electrospray (CLAE-IE-EM/EM)

permite a identificação e quantificação de compostos específicos em alimentos. A

espectrometria de massas é uma técnica que envolve a ionização e/ou fragmentação de

moléculas, seguida por separação e quantificação de um fragmento caracterizado por

sua relação massa/carga (m/z) (DASS, 2007). O acoplamento do detector de

espectrometria de massas à técnica de cromatografia líquida permite que os compostos

pré-separados pela cromatografia sejam identificados e quantificados com alto grau de

sensibilidade, seletividade e confiabilidade. Substâncias presentes em amostras

complexas podem ser analisadas livres de interferentes, mesmo quando presentes

apenas em quantidades traço (CHIARADIA et al., 2008).

As características fundamentais de um espectrômetro de massas são: produção

de íons em fase gasosa; aceleração dos íons a velocidades específicas em um campo

elétrico; separação dos íons por um analisador de massas; detecção de cada íon com

relação m/z específica. A partir de uma molécula neutra, íons podem ser produzidos

pela remoção ou adição de um elétron ou próton. Os íons podem ser separados no

analisador de massas pelo uso de campos magnéticos ou elétricos ou, ainda, de acordo

com o tempo que os íons de diferentes massas levam para percorrer distâncias definidas

em um analisador de massas por tempo de vôo (time-of-flight - TOF). Informações

estruturais mais específicas para a identificação dos compostos podem ser obtidas

utilizando espectrometria de massas em sequência (EM/EM e EMn). Nesses

equipamentos, dois ou mais analisadores, não necessariamente do mesmo tipo, são

acoplados. Em um primeiro analisador, a molécula é fragmentada pela colisão de um gás

neutro (ex. argônio) e os fragmentos gerados são analisados em um segundo analisador

(AITKEN, 2010).

O acoplamento CLAE-EM correspondeu a um desenvolvimento chave para

obtenção de informações na elucidação estrutural de antocianidinas, antocianinas e

compostos derivados. As antocianinas são, geralmente, detectadas como cátion flavilium

na medição em modo íon-positivo e em meio ácido. No entanto, o espectro de massas

obtido no modo negativo pode ser útil para diferenciar compostos com mesmos íons

42

moleculares e padrões de fragmentação, como glicosídeos de quercetina e de delfinidina

(LORRAIN et al., 2013).

Diversos métodos têm sido usados para a determinação da capacidade

antioxidante em alimentos e podem produzir resultados diferentes para uma mesma

amostra. Os ensaios espectrofotométricos detectam grupos específicos de compostos

reativos quimicamente similares. A comparação da capacidade antioxidante entre os

diferentes métodos não é feita em valores absolutos, pois cada método tem sua própria

escala de valores (HUANG; OU; PRIOR, 2005). Não há um procedimento padrão para

determinação da capacidade antioxidante. Recomenda-se, entre outros, que o método

adotado seja tecnicamente simples; com instrumentação disponível e tenha boa

repetibilidade e reprodutibilidade. Dentre os métodos, ABTS (2,2'-azino-bis-(3-etil-

benzotiazolina)-6-sulfônico), DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil), FRAP (ferric reducing

ability of plasma) e ORAC (oxygen radical absorbance capacity) são os mais usuais

(PÉREZ-JIMÉNEZ; SAURA-CALIXTO, 2006).

O método de captura do radical DPPH se baseia na avaliação da capacidade de

uma determinada substância em sequestrar esse radical, reduzindo-o a 2,2-difenilpicril-

hidrazina (DPPH-H), com mudança na coloração de violeta a amarelo pálido. O

decréscimo da absorbância da solução a 515 nm é avaliado. O DPPH é um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissolução do reagente em meio orgânico. O

método é rápido, sensível e econômico sendo, resultados reprodutíves e comparáveis a

outros métodos de captura de radicais livres como o ABTS. Por isso, é um dos mais

utilizados para avaliar a capacidade antioxidante de sucos e extratos de frutas e

hortaliças (SINGH; SINGH, 2008).

O método ABTS se baseia na habilidade de redução do radical catiônico ABTS·+

por antioxidantes, com redução da absorbância, que é monitorada em comprimento de

onda entre 400 e 750 nm. Quando Trolox (6-hidroxi-2,5,7,8-tetrametilcromano-2-ácido

carboxílico), análogo hidrossolúvel da vitamin E, é usado como padrão, o método é

denominado TEAC (Trolox equivalent antioxidant capacity). O radical ABTS·+ pode ser

usado para a determinação da capacidade antioxidante de compostos hidrofílicos e

lipofílicos (SINGH; SINGH, 2008).

A habilidade de um composto antioxidante de reduzir o complexo

tripiridiltriazina férrica (Fe+3- TPTZ) ao complexo ferroso (Fe+2-TPTZ) em baixo pH é

43

avaliada pelo método FRAP, por meio da medição da cor azul, resultante da reação, a

593 nm. O método pode ser aplicado para estudos da atividade antioxidante em extratos

de alimentos e bebidas e para o estudo da eficiência antioxidante de substâncias puras,

com resultados comparáveis àqueles obtidos com metodologias mais complexas

(HUANG; OU; PRIOR, 2005; SINGH; SINGH, 2008).

O método ORAC utiliza um indicador fluorescente, que tem sua fluorescência

reduzida como consequência da oxidação promovida por radicais livres gerados por

AAPH [dicloreto de 2,2’-azobis(2-amidinopropano)]. O método monitora a fluorescência

e avalia a capacidade dos antioxidantes de capturarem radicais livres, retardando a

redução da fluorescência (DUDONNÉ et al., 2009).

Foi demonstrado que alguns compostos não antioxidantes presentes em

alimentos, como aminoácidos, e solventes usados no processo de extração, podem

interferir nos resuldados obtidos por ABTS, FRAP, DPPH e ORAC, sendo este último, o

método que sofreu maior interferência e FRAP, o que sofreu menor interferência desses

fatores. Dudonné et al. (2009) obtiveram resultados comparáveis, na avaliação da

capacidade antioxidante, obtidos pelos métodos DPPH, ABTS, FRAP e ORAC, de extratos

aquosos de 30 vegetais, incluindo café, erva mate, groselha, entre outros. Os autores

encontraram correlação significativa positiva entre a capacidade antioxidante e o teor

de compostos fenólicos, indicando que esses compostos são os que mais contribuem

para as propriedades antioxidantes desses vegetais. Devido aos diferentes mecanismos

de ação dos antioxidantes, recomenda-se que mais de um tipo de avaliação da

capacidade antioxidante seja realizada (PÉREZ-JIMÉNEZ; SAURA-CALIXTO, 2006). A

International Organisation of Vine and Wine recomenda o método DPPH para produtos

de uva (OIV apud GOLLÜCKE et al., 2009).

A análise sensorial de alimentos é um instrumento que permite investigar se o

consumidor gosta de um produto, prefere um produto em relação a outro ou acha o

produto aceitável, com base em suas características sensoriais. Testes sensoriais

envolvem seres humanos, que são os responsáveis pela medição. Os erros associados a

diferenças pessoais em relação a grau de perspicácia, experiências, genética e

preferências sensoriais são uma limitação em testes sensoriais. Desta forma, é

fundamental que os ensaios sejam conduzidos de forma a minimizar os fatores que

possam interferir nos resultados (LAWLESS; HEYMANN, 1999). O teste de aceitação

com escala hedônica estruturada de nove pontos, incluindo ou não questões sobre

44

consumo e intenção de compra, tem sido amplamente utilizado para avaliação de sucos

de frutas (BORGES et al., 2011; PONTES et al., 2010; VIDIGAL et al., 2011).

A cor é um dos mais importantes atributos sensoriais do suco de uva e é usado

como critério de aceitação dos produtos pelo consumidor. A cor pode ser definida como

a percepção da distribuição espectral da luz visível incidente na retina e processada no

cérebro humano (MYSHKIN et al., 2001). A mensuração direta da cor, por meio do

colorímetro, é mais simples e rápida do que as análises químicas. Essa determinação

pode ser feita com base no sistema colorimétrico CIE (Commission International

d’Eclairage), também denominado CIELAB, internacionalmente aceito e largamente

utilizado na avaliação da coloração em alimentos que são submetidos a diferentes tipos

de processamento (GONÇALVES et al., 2007; JO et al., 2014). Esse sistema é tido como o

mais completo espaço de cor especificado pela CIE. Ele descreve todas as cores visíveis

ao olho humano e foi criado como modelo independente para ser usado como referência.

Nesse sistema, três parâmetros são utilizados para descrever um espaço tridimensional

de cores que permite a expressão numérica da luminosidade, tonalidade e saturação: L*,

que representa a luminosidade refletida pela amostra e pode variar entre zero

(completamente opaco ou “preto”) e 100 (completamente transparente ou “branco”); o

parâmetro a*, que representa o espectro vermelho (valores positivos) – verde (valores

negativos); e o parâmetro b*, que representa o espectro amarelo (valores positivos) –

azul (valores negativos). O centro é acromático e valores crescentes de a* e b*, a partir

do centro, refletem aumento da saturação da cor. A partir desses valores, podem ser

calculados o croma: C* = (a*2+ b*2)1/2, que representa a pureza da cor, e a medida do

ângulo h° = tg-1 (b*/a*), cujos valores podem variar entre 0° e 360°, dependendo da

tonalidade da cor: 0/360° para magenta, 90° para amarelo, 180° para verde e 270° para

azul. A diferença de cor entre duas amostras é, frequentemente, expressa como ΔE∗ =

(Δa*2+Δb*2+ΔL*2)1/2. Onde Δa* = a*-a*0, Δb*= b*-b*0 e 0 subscrito indica a cor na amostra

com a qual se está comparando. Valores de ΔE* < 1 indicam que as diferenças de cores

entre amostras que não estejam em posições adjacentes, são praticamente

imperceptíveis (BALDEVBHAI; ANAND, 2012).

Os parâmetros colorimétricos baseados no sistema CIELAB são utilizados para

avaliação comparativa da cor de vinhos, de acordo com os procedimentos

recomendados pelo Compendium of International Methods of Wine and Musts Analysis

(OIV, 2014). A intensidade e a tonalidade de cor podem variar de acordo com a região

45

onde as uvas são cultivadas e com a tecnologia de fabricação dos produtos (DOWNEY;

DOKOOZLIAN; KRSTIC, 2006). A cor está relacionada, também, à composição química,

como o teor de antocianinas na amostra (ABE et al., 2007; MUÑOZ-ESPADA et al., 2004).

A correlação entre os parâmetros colorimétricos do sistema CIELAB com a cor das

cascas e o perfil de antocianinas de 78 variedades de uvas foi avaliada (LIANG et al.,

2011a). Todos os parâmetros do sistema CIELAB apresentaram correlação com o teor de

antocianinas totais nas uvas. L*, a*, b*, e C* apresentaram correlação negativa, enquanto

h° apresentou correlação positiva. Foi avaliada correlação entre esses parâmetros e o

conteúdo de cada grupo de antocianina. Derivados de cianidina foram positivamente

correlacionados e derivados de malvidina negativamente correlacionadas com os

parâmetros de cor, exceto para h°, que foi negativamente correlacionado com derivados

cianidina e peonidina e positivamente correlacionado com derivados de malvidina e

petunidina. Derivados de peonidina apresentaram apenas correlação significativa

positiva com a* e não houve correlação significativa entre derivados de delfinidina e os

parâmetros colorimétricos CIELAB.

Análises microbiológicas de suco de uva podem indicar a presença de micro-

organismos patogênicos e deterioradores. A composição nutricional do suco de uva, com

elevada atividade de água e presença de glicose e frutose, oferece condições para a

fermentação alcoólica por leveduras, cujo desenvolvimento é favorecido pelo meio

ácido. O álcool produzido pode ser oxidado a ácido acético por ação de bactérias. Podem,

também, atuar leveduras e fungos filamentosos, que crescem na superfície, quando o

suco está exposto ao ar. Bactérias láticas, como espécies dos gêneros Leuconostoc e

Lactobacillus podem degradar os glicídeos simples com produção de ácido lático e

acético, dióxido de carbono, etanol e outras substâncias (MARZAROTTO, 2005).

Portanto, a deterioração microbiana do suco é causada por micro-organismos tolerantes

à acidez característica deste, com predomínio de bactérias láticas, leveduras e fungos

filamentosos. Os padrões microbiológicos estabelecidos pela legislação brasileira para

sucos de frutas estabelecem ausência de coliformes a 35 °C (cuja denominação clássica

de coliformes totais foi alterada pela resolução da Diretoria Colegiada da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária n° 12 de 2001) em 50mL e ausência de Salmonella sp.

em 25 mL do produto (BRASIL, 2001). A presença de micro-organismos em sucos

processados termicamente pode estar relacionada a fatores como tratamento térmico

46

ineficiente, termorresistência dos micro-organismos ou contaminação pós-

processamento (MARCOLINO, 2003).

47

3. JUSTIFICATIVA

Os benefícios de uma dieta rica em frutas, fontes de compostos bioativos que

agem na promoção da saúde, são evidenciados em inúmeros estudos. As uvas estão

entre as frutas com maior teor de compostos fenólicos com propriedades antioxidantes,

apresentam grande aceitação para consumo in natura ou na forma de produtos

derivados, e são produzidas e comercializadas em grande escala no Brasil. No entanto,

seu curto período de safra e a elevada perecibilidade limitam seu consumo. Nesse

sentido, a extração a vapor para produção de suco da uva representa importante papel

econômico e social, especialmente para os produtores e suas famílias, disponibilizando o

produto para consumo durante todo o ano. Entretanto, os resíduos gerados com a

produção do suco, mesmo apresentando potencial bioativo, são, geralmente,

descartados, representando desperdício e causando danos ambientais. Diante do

exposto, a avaliação do efeito do processamento da uva sobre características que

influenciam a qualidade de produtos elaborados com a variedade Isabel pode contribuir

para melhor utilização e aproveitamento da fruta.

48

4. OBJETIVOS

4.1. Objetivo Geral

Avaliar o teor de compostos fenólicos totais, teor e perfil de antocianinas,

capacidade antioxidante, características físico-químicas e parâmetros colorimétricos dos

produtos de uvas de diferentes variedades e o efeito da extração de suco de uva sobre

esses parâmetros.

4.2. Objetivos Específicos

Em uvas da variedade Isabel:

- Investigar o efeito de quatro métodos de extração de suco de uva em pequena

escala sobre o teor de compostos fenólicos totais e antocianinas totais, capacidade

antioxidante, características físico-químicas e parâmetros colorimétricos dos sucos;

- Avaliar o efeito da duração do processo de extração de suco a vapor sobre o teor

de compostos fenólicos totais, antocianinas totais, acidez total titulável, pH, teor de

sólidos solúveis totais, parâmetros colorimétricos e capacidade antioxidante do suco;

- Avaliar a aceitação sensorial e intenção de compra de suco extraído a vapor;

- Avaliar a estabilidade durante estocagem de sucos extraídos a vapor, sob

aspecto microbiológico e de compostos fenólicos totais, antocianinas totais e capacidade

antioxidante;

- Investigar o efeito da extração de suco a vapor sobre o teor de compostos

fenólicos totais, antocianinas totais e capacidade antioxidante, bem como sobre o perfil

de antocianinas, pela quantificação destes na uva, na sua casca e polpa, no suco e no

resíduo da produção do suco.

- Avaliar o efeito de alta pressão hidrostática em uvas sobre o teor de compostos

fenólicos no suco e no resíduo;

Em uvas da variedade Concord:

- Avaliar, comparativamente, a capacidade antioxidante, o teor de antocianinas e

de compostos fenólicos em sucos comerciais de uvas produzidas pelos sistemas orgânico

e convencional.

49

5. CAPÍTULO 1: Suco de uva obtido por métodos de extração em pequena escala:

teor de compostos fenólicos, capacidade antioxidante e estabilidade durante a

estocagem.

5.1. OBJETIVOS

Em uvas da variedade Isabel:

- Investigar o efeito de quatro métodos de extração de suco de uva em pequena

escala sobre o teor de compostos fenólicos totais e antocianinas totais, capacidade

antioxidante, características físico-químicas e parâmetros colorimétricos dos sucos;

- Avaliar o efeito da duração do processo de extração de suco a vapor sobre o teor

de compostos fenólicos totais, antocianinas totais, acidez total titulável, pH, teor de

sólidos solúveis totais, parâmetros colorimétricos e capacidade antioxidante do suco;

- Avaliar a aceitação sensorial e intenção de compra de suco extraído a vapor;

- Avaliar a estabilidade durante estocagem de sucos extraídos a vapor, sob

aspecto microbiológico e de compostos fenólicos totais, antocianinas totais e capacidade

antioxidante;

5.2. MATERIAL E MÉTODOS

5.2.1. Preparo das amostras

Uvas da cultivar Isabel (Vitis labrusca) foram colhidas no Rio Grande do Sul e

adquiridas em uma central de abastecimeno no Rio de Janeiro. As frutas e engaços, assim

como cascas, polpas e sementes foram manualmente separados e pesados. Foi

determinado o teor de umidade das frutas após secagem das amostras a 105 °C até peso

constante.

Foram preparados sucos, utilizando uvas provenientes de uma mesma safra, em

três repetições e utilizando quarto diferentes métodos de extração: extração a vapor

(Cook N Home, EUA) ou utilizando um liquidificador doméstico (Walita, Brasil), um

extrator por esmagamento (Samsom, EUA) e uma centrífuga (Walita, Brasil). A extração

a vapor foi conduzida por até cinco horas utilizando 5,0 Kg de frutas e foram coletadas

alíquotas do suco a cada intervalo de uma hora (essas foram denominadas frações A: 0-

50

1 h, 1-2 h, 2-3 h, 3-4 h e 4-5 h). Foram, também coletadas alíquotas do suco obtido desde

o início do processo de extração (frações B: 0-1 h, 0-2 h, 0-3 h, 0-4 h e 0-5 h). Para

obtenção do suco por métodos mecânicos (liquidificador, extrator e centrífuga), foi

utilizado 1,0 kg de fruta. O rendimento foi determinado e expresso com volume (mL) de

suco obtido por kg de fruta. Foram, também, adquiridos três lotes de três marcas de

sucos integrais de uvas tintas. Exceto para as análises sensoriais e microbiológicas,

amostras dos sucos foram mantidas até -80 °C até a realização das demais análises.

5.2.2. Estabilidade do suco obtido por extração a vapor durante estocagem

Sucos obtidos por extração a vapor foram estocados por 24 meses e avaliados

quanto à qualidade microbiológica, teor de antocianinas totais e compostos fenólicos

totais e capacidade antioxidante. Considerando que os sucos obtidos pelos outros

métodos de extração aplicados não são estáveis, esses não foram estocados.

Imediatamente após a extração a vapor, amostras de sucos foram coletadas em frascos

estéreis de 50 mL, tampados com tampa de rosca e estocados em temparatura ambiente

(28 °C) protegidos da luz. Após 0, 5, 12, 20 e 24 meses foram coletadas amostras que

foram submetidas a análises microbiológicas e estocadas a -80 °C até a realização das

demais análises.

5.2.3. Determinação de acidez total titulável, pH e sólidos solúveis totais

A acidez total titulável foi determinada por titulação de 10 mL de suco + 50 mL de

água destilada, com 0,1 N NaOH até pH 8,2 usando um pHmetro (Micronal, Brasil) e foi

expressa em g de ácido tartárico.100 mL-1. O pH foi determinado em 2 mL de amostra,

com uso de um pHmetro. O teor de sólidos solúveis totais foi determinado no

sobrenadante obtido após centrifugação das amostras a 4000g por 5 min, usando um

refratômetro com correção de temperatura (20 °C) (Atago 0–32 °Brix, Japão), e os

resultados foram expressos em °Brix, de acordo com a Association of Official Analytical

Chemists methods (AOAC, 1995). Todas as análises foram realizadas em triplicata.

5.2.4. Análise colorimétrica

A cor dos sucos foi avaliada utilizando um colorímetro Konica Minolta (CR-400,

Japão) calibrado com placa de calibração branca. Foram determinadas as coordenadas

de cor L*, a* e b*, que representam as diferentes características cromáticas, com L*

51

representando o brilho, com variação entre o preto total e o branco total (0 a 100), a *, a

posição entre o verde (valores negativos) e o vermelho e b *, a extensão entre o azul

(valores negativos) e o amarelo (valores positivos). Com base nesses dados, foram

calculados os valores de Croma, C*= (a *2 + b *2 )1/2 e tonalidade, h° = arctan (b */a*). A

diferença total de cor (ΔE*) foi calculada usando a equação: ΔE* = (Δa*2+Δb*2+ΔL*2)1/2,

onde Δa* = a*-a*0 e Δb* = b*-b*0, e 0 subscrito indica a cor no tempo zero. Foram

realizadas três medições para cada repetição.

5.2.5. Determinação do teor de compostos fenólicos totais

A extração de compostos fenólicos solúveis (CFS) e hidrolizáveis (CFH) foi

realizada de acordo com Vinson et al. (2001). Resumidamente, em tubos com tampa de

rosca, 100 μL de suco ou 100 mg de amostras foram extraídos com 500 μL de solução de

metanol 50% para CFS, e solução de metanol 50% acidificado (1,2 M) com HCl para CFH.

Os tubos permaneceram em banho-maria (90 °C/3 h) e, após resfriamento, o volume foi

completado para 1mL com metanol. Os tubos foram centrifugados (12.000 g/5 min) e os

sobrenadantes usados para a determinação de CFS e CFH de acordo com Karou et al.

(2005). Um volume de 150 L de reagente Folin-Ciocalteu 50% foi adicionado a 60 L

dos extratos. Após 5 min, 840 L de água e 150 L de solução de carbonato de sódio

anidro 20% foram adicionados. Após 30 min a absorbância foi medida a 750 nm. O teor

de polifenois foi calculado com base em curva padrão de ácido gálico (0 – 500 mg.L-1) e

os resultados expressos em equivalentes de ácido gálico, GAE.L-1. As análises foram

realizadas em triplicata.

5.2.6. Determinação do teor de antocianinas monoméricas totais

O teor de antocianinas monoméricas totais foi determinado pelo método de pH-

diferencial (GIUSTI; WROLSTAD, 2001). O fator de diluição adequado dos extratos, foi

definido pela diluição dos mesmos em solução tampão de cloreto de potássio, pH 1,0 e

determinação da absorbância a 520nm. Foi considerado adequado o fator de diluição

que permitia a obtenção de leitura de absorbância dentro da faixa de linearidade do

espectrofotômetro. Alíquotas das amostras foram diluídas de acordo com o fator de

diluição determinado previamente, com soluções tampão de cloreto de potássio, pH 1,0

e de acetato de sódio, pH 4,5. A absorbância das soluções foi lida após 15 min a 520

(A520) e a 700nm (A700) e os resultados, calculados em equivalentes de cianidina 3-

52

glicosídeo por litro (mg cianidina.L-1), utilizando coeficiente de extinção molar (ε) de

26.900 L.mol−1.cm−1 e peso molecular (MW) de 449,2 g.mol-1: teor de antocianinas (mg.L-

1) = (A × MW × DF × 103)/(ε x 1), onde: A = (A520 – A700)pH1,0 – (A520 - A700)pH4,5; DF =

fator de diluição; 1 = caminho ótico (1 cm). As leituras foram replicadas três vezes.

5.2.7. Capacidade antioxidante

A capacidade antioxidante foi determinada pelos métodos de captura do radical

livre 2,2-difenil-1-picrilidrazila (DPPH) (KIM et al., 2002) e ferric reducing ability of

plasma (FRAP) (PANTELIDIS et al., 2007). Para determinação da capacidade

antioxidante por DPPH, 2,9 mL de solução 100 µM de DPPH solubilizado em solução

aquosa de metanol 80% foram adicionados, em duplicata, a 100 µL das amostras e a 100

µL de soluções padrão de Trolox em concentrações entre 100 e 1000 µM. A absorbância

foi medida a 517 nm antes da adição das amostras e 30 min após.

Para determinação da capacidade antioxidante por FRAP 20 µL das amostras

foram diluídas em 80 µL de água destilada e 15 µL dessa solução foram adicionados a

285 µL do reagente de FRAP preparado pela mistura de tampão acetado de sódio 300

mM, pH 3,6, TPTZ 10 mM em 40 mM HCl e cloreto férrico 20 mM, na proporção de

10:1:1. A absorbância foi lida a 593 nm após 30 min na ausência de luz. Soluções padrão

de Trolox foram preparadas em concentrações de 0,1 a 2 mM. As análises foram

realizadas em duplicata para cada repetição e os resultados foram expressos em μmol

equivalentes de trolox, μmol TE.L-1.

5.2.8. Análise sensorial

O suco extraído a vapor foi submetido à análise sensorial após aprovação pelo

comitê de ética do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (protocolo 145/2011).

Essas análises foram realizadas somente com os sucos obtidos por extração a vapor

devido à estabilidade desses. Os critérios de inclusão dos participantes foram gostar de

suco de uva e não ser intolerantes a este. Um painel composto de 50 provadores não

treinados, sendo 20 homens e 30 mulheres, em idades variando entre 18 e 64 anos,

participou da avaliação do suco. As amostras (50 mL) foram servidas em temperatura

ambiente e os avaliadores pontuaram os atributos cor, sabor, aroma e aceitação geral

em uma escala hedônica de 1 a 9 na qual 1 denota “desgostei extremamente” e 9, “gostei

extremamente”. Os provadores também responderam a questões demográficas

53

relacionadas a gênero; grupo de idade; intenção de compra, medida em uma escala de

cinco pontos; e hábitos de consumo de suco de uva, medidos em uma escala de quatro

pontos.

5.2.9. Estabilidade microbiológica durante estocagem

Sucos de uva extraídos a vapor foram avaliados quanto à estabilidade microbiana,

durante estocagem por 0, 5, 12, 20 e 24 meses. Foram determinadas a contagem total de

bactérias aeróbias mesófilas (em unidades formadoras de colônias UFC/mL), contagem

de fungos filamentosos e leveduras (UFC/mL), bactérias ácido láticas (UFC/mL) e

coliformes (número mais provável NMP/mL). As analyses foram conduzidas de acordo

com metodologia descrita no Compendium of Methods for the Microbiological

Examination of Foods (VANDERZANT and SPLITTSTOESSER, 1992). Para a realização da

contagem microbiana, as amostras de suco foram submetidas a diluições decimais

seriadas (1 x 100 a 1 x 10-3) em solução salina peptonada (1 g peptona e 8,5 g NaCl.L-1)

em duplicata. A quantificação de bactérias aeróbias mesófilas foi determinada por

contagem padrão em placas utilizando ágar padrão para contagem após incubação a 37

°C/48 h, fungos filamentosos e leveduras em agar batata dextrose após incubação a 25

°C/48 h e bactérias ácido láticas em agar Man, Rogosa and Sharpe após incubação a 37

°C/24 h em microaerofilia. A contagem de bactérias coliformes totais foi determinada

pela técnica do número mais provável em Caldo Verde Brilhante Lactose Bile 2%, com

tubos Durham invertidos e incubação a 37 °C/24 h.

5.2.10. Análises estatísticas

Três experimentos independents foram realizados e os ensaios foram

conduzidos em triplicata. As diferenças entre as médias foram detectadas pela análise

de variância (ANOVA) e avaliadas pelo teste de Tukey, sendo p < 0,05 considerado

significativo. As análises foram realizadas utilizando o programa Graph Pad Prism 5

(GraphPad Software, 2009). A correlação entre o conteúdo de fenólicos totais e a

capacidade antioxidante foi determinada por meio do coeficiente de correlação de

Pearson.

54

5.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados deste capítulo são apresentados no Artigo I (Anexo I): Lopes, Maria

Lucia Mendes. Grape juice obtained by four small-scale extraction methods:

physicochemical characteristics phenolic content, antioxidant capacity and

stability during storage. Submetido para publicação na revista Journal of Food

Composition and Analysis.

Resumo

Sucos de uva produzidos em pequena escala são amplamente consumidos como

alternativa aos produtos comerciais. O processo de extração, entretanto, pode alterar os

compostos bioativos e a capacidade antioxidante no produto final. Neste estudo, quatro

métodos de extração (vapor, extrator, centrífuga e liquidificador) foram aplicados e seus

produtos avaliados quanto aos teores de compostos fenólicos solúveis e hidrolisáveis,

antocianinas totais, capacidade antioxidante determinada por FRAP (método de redução

dos íons de ferro) e pelo radical DPPH (método de captura do radical 2,2-difenil-1-

picrilidrazila), características físico-químicas e parâmetros colorimétricos. A

aceitabilidade dos sucos preparados por extração a vapor, assim como a estabilidade

desses durante a extração e a estocagem por 24 meses, foram, também, avaliadas. O suco

extraído a vapor apresentou maior teor de compostos fenólicos solúveis (1073 ± 58 mg

ác.gálico.L-1), antocianinas (138 ± 22 mg cianidina.L-1) e capacidade antioxidante (2560

± 239 e 4539 ± 456 μM Trolox por DPPH e FRAP, respectivamente), quando comparado

aos sucos preparados pelos demais métodos. O prolongamento do processo de extração

por 5h reduziu o teor de sólidos solúveis e acidez, assim como o teor de antocianinas,

enquanto o teor de compostos fenólicos solúveis e a capacidade antioxidante

aumentaram, especialmente entre a primeira e a segunda hora de extração. Embora o

suco extraído a vapor tenha se mantido microbiologicamente estável durante 24 meses

de estocagem, houve redução no teor de compostos fitoquímicos, principalmente ao

longo dos cinco primeiros meses. O tipo de processamento e a estocagem do suco de uva

devem ser considerados na estimativa da ingestão de fitoquímicos.

55

6. CAPÍTULO 2: Efeito da extração a vapor sobre antocianinas em uva Isabel (Vitis

labrusca), suco e resíduo.

6.1. OBJETIVO

Investigar o efeito da extração de suco a vapor sobre o teor compostos fenólicos

totais, antocianinas totais e capacidade antioxidante, bem como sobre o perfil de

antocianinas, pela quantificação destes na uva, na sua casca e polpa, no suco e no resíduo

da produção do suco.

6.2. MATERIAL E MÉTODOS

6.2.1. Preparo das amostras

Uvas da cultivar Isabel (Vitis labrusca) colhidas no Rio Grande do Sul foram

adquiridas em uma central de abastecimeno no Rio de Janeiro. Aproximadamente 15 kg

de uvas foram higienizadas, desengaçadas e utilizadas para o preparo de suco por

extração a vapor, em três repetições. Foram coletadas alíquotas das uvas inteiras, do

suco e do resíduo obtido após a extração. Três alíquotas de 100 g de uvas tiveram as

frações casca, polpa e sementes, separadas manualmente, em ambiente protegido da luz

e sob refrigeração para prevenir oxidação. Todas as amostras froam liofilizadas e

mantidas a -80 °C até o momento das análises.

Foram conduzidos testes para extração de antocianinas utilizando soluções de

metanol: acido fórmico (95:5, v:v), água:metanol (50:50, v:v) e metanol:água:ácido

fórmico (70:25:5, v:v:v) a fim de identificar aquela que produziria maior rendimento.

Aproximadamente 1 g das amostras liofilizadas foram trituradas em nitrogênio

líquido e extraídas com 10 ml de solução de metanol:água:ácido fórmico (70:25:5, v:v:v).

Após agitação por 30 s, os tubos contendo as amostras e a solução de extração foram

submetidos à sonicação (Fisher Scientific, EUA) por 5 min em ambiente escuro, e

centrifugados 10.000 rpm por 10 min. O sobrenadante foi coletado e os resíduos re-

extraídos por três vezes. Os extratos foram combinados e o volume completado para 50

mL com solução de extração em frascos volumétricos. Os extratos foram mantidos a -80

°C até o momento das análises.

56

6.2.2. Análies por CLAE e CLAE-IE-EM/EM

Análises para identificação das antocianinas foram conduzidas por cromatografia

líquida de alta eficiência em cromatógrafo Waters 2695 equipado com detector de

fotodiodo (Waters, EUA) acoplada à espectrometria de massas (CLAE-EM) com

ionização por electrospray e analisador do tipo quadrupolo em tempo-de-vôo em

sequência (IE-QToF-EM/EM) (Micromass MS Technologies, GBR). Os extratos foram

secos em um concentrador Speedvac (Savant SPD131 DDA, EUA) e o resíduo

solubilizado em solução de água:metanol:ácido fórmico (80:18:2, v:v:v) e filtrado em

filtro de politetrafluoretileno (PTFE) de 0,45 µm antes da injeção. Foi utilizada coluna

Gemini C6-fenil (250 mm x 4,6 mm, 5 μm, Phenomenex) (Torrance, EUA) mantida a 35

°C para a separação dos compostos. A fase móvel consistiu de gradiente de solução

aquosa de ácido fórmico a 5% (eluente A) e 5% de ácido fórmico em acetonitrila

(eluente B). Antes da injeção da amostra, a coluna foi equilibrada com 0%B. Após a

injeção, essa proporção foi aumentada para 30%B em 30 min, 95%B em 35 min, foi

mantida constante até 39 min, e decresceu a 0% de 39,01 a 48 min. Entre as injeções,

intervalos de 20 min foram utilizados para reequilibrar a coluna. O fluxo foi de 1,0

mL/min. A análise por espectrometria de massas foi realizada em modos de ionização

positivo e negativo, nas seguintes condições: voltagem do capilar 3,2 kV para o modo

positivo e 2,8 kV para o negativo, voltagem do cone de 35 V, temperatura da fonte de

100 °C, e nitrogênio como gás de dessolvatação a temperatura de 400 °C, com fluxo de

600 L/h. Os mesmos parâmetros instrumentais foram utilizados para as análises por

EM/EM, exceto que a energia de colisão, neste caso, foi de 25 eV.

A quantificação das antocianinas nas amostras foi realizada em cromatógrafo

Agilent 1100 (Agilent, DEU) equipado com injetor automático e detector de arranjo de

fotodiodo. Para a separação cromatográfica foram utilizados os mesmos coluna e

método descritos na etapa de identificação. Foram injetados 10 μL dos extratos e o

perfis cromatográficos foram monitorados em comprimentos de onda entre 280 a 600

nm. O teor de antocianinas foi calculado a partir da área total dos picos a partir de

cromatogramas de curvas de calibração de cinco pontos obtidos com cianidina 3-O-

glicosídeo a 520 nm.

57

6.2.3. Quantificação de compostos fenólicos totais e antocianinas monoméricas

totais

O teor de compostos fenólicos totais foi determinado de acordo com Waterhouse

(2005). Os extratos foram diluídos para obtenção de concentrações apropriadas para

análise. Uma alíquota de 60 µL dos extratos foi adicionada a 150 µL de reagente de

Folin-Ciocalteu diluído a 50% em água. Após 5 min, 840 L de água e 150 L de solução

de carbonato de sódio anidro 20% foram adicionados. A absorbância da solução de cor

azul foi lida a 765 nm após incubação por 2 h em temperatura ambiente. Os resultados

foram calculados utilizando a equação obtida para a curva de solução de ácido gálico (0 a

750 mg.L-1) e expressos em mg equivalente de ácido gálico (GAE) por quilograma ou

litro de amostra fresca.

A metodologia de pH-diferencial (GIUSTI; WROLSTAD, 2001) foi utilizada para

quantificar o teor de antocianinas monoméricas totais nas amostras, conforme descrito

no item 5.2.6.

6.2.4. Determinação da capacidade antioxidante

A capacidade antioxidante foi determinada pelos métodos de captura do radical

livre 2,2-difenil-1-picrilidrazila (DPPH) e ferric reducing ability of plasma (FRAP). A

determinação da capacidade antioxidante por DPPH foi realizada conforme descrito no

item 5.2.7. Para determinação da capacidade antioxidante por FRAP, 90 µL dos extratos

ou de soluções padrão de trolox (0 a 1000 μmol.L-1) foram foram adicionados a 2,7 mL

do reagente de FRAP preparado pela mistura de tampão acetado de sódio 300 mM, pH

3,6, TPTZ 10 mM em 40 mM HCl e cloreto férrico 20 mM, na proporção de 10:1:1. A

absorbância foi lida a 593 nm após 30 min na ausência de luz. As análises foram

realizadas em duplicata para cada repetição e os resultados foram expressos em

equivalentes de trolox, μmol TE.kg-1 ou mol TE.L-1 (BENZIE & STRAIN, 1996).

6.2.5. Análises estatísticas

Os experimentos foram conduzidos em três repetições e os dados foram

submetidos à análise de variância (ANOVA) seguida pelo teste de Tukey, para

comparação entre as médias (p < 0,05). Dados quantitativos foram apresentados como

médias com os respectivos desvios padrão. As análises foram realizadas utilizando o

programa Graph Pad Prism 5 (GraphPad Software, 2009).

58

6.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados deste capítulo são apresentados no Artigo II (Anexo II): Lopes,

Maria Lucia Mendes. Effect of steam extraction on anthocyanins in Isabella grape

(Vitis labrusca), juice, and pomace.

Resumo

As antocianinas são responsáveis pela cor dos sucos de uvas tintas e possuem

propriedades benéficas à saúde. O processamento térmico dos alimentos pode alterar o

conteúdo desses compostos nos seus produtos. O objetivo deste estudo foi determinar o

teor de antocianinas totais e o perfil de antocianinas, o teor de compostos fenólicos

totais e a capacidade antioxidante in vitro de uvas da variedade Isabel, sua casca, polpa e

suco obtido por extração a vapor, assim como no resíduo obtido após a extração do suco.

O perfil de antocianinas foi analisado por cromatografia líquida de alta eficiência com

detector de arranjo de diodos (CLAE-DAD) e por espectrometria de massas sequencial

com ionização do tipo electrospray (IE/EM/EM). A quantificação de antocianinas foi

determinada por CLAE e pelo método de pH diferencial. O teor de compostos fenólicos

totais foi avaliado usando o reagente de Folin-Ciocalteu e a capacidade antioxidante,

determinada pelo método de sequestro do radical livre 2,2-difenil-1-picrilidrazila

(DPPH) e pelo método de redução dos íons de ferro (FRAP). As antocianinas estão

presentes exclusivamente na casca das uvas da variedade Isabel, cuja amostra

apresentou maior teor deste composto. Foram identificadas 15 antocianinas. Os

derivados de malvidina estavam presentes em maior teor em todas as amostras.

Diferente das demais antocianinas, o teor de derivados de delfinidina e petunidina foi

maior no suco e no resíduo, quando comparado com a casca. O resíduo apresentou

maior conteúdo de compostos fenólicos e capacidade antioxidante por DPPH e FRAP. Os

resultados demonstraram que o processamento aplicado para a extração do suco

promove alteração no perfil de antocianinas.

59

7. CAPÍTULO 3: Suco de uva Concord orgânico e convencional: cor, capacidade

antioxidante e teor de antocianinas e de compostos fenólicos.

7.1. INTRODUÇÃO

As uvas da variedade Concord (Vitis labrusca) estão entre as três mais

comumente utilizadas para a fabricação de suco no Brasil (RIZZON & MIELE, 2012). São

uvas tintas com sementes e ricas em compostos fenólicos. Diversos estudos demonstram

os efeitos benéficos à saúde, resultantes do consumo do suco desta uva (KRIKORIAN et

al., 2010; ROWE et al., 2011; SHUKITT-HALE et al., 2006).

A busca pela alimentação saudável tem sido acompanhada pela preocupação dos

consumidores em relação à produção sustentável de alimentos (WHO, 2003), levando ao

crescimento do consumo de produtos cultivados pelo sistema orgânico. Produtos

obtidos segundo os princípios e métodos do cultivo orgânico promovem a conservação

ambiental e representam opção de renda, especialmente para a agricultura familiar. No

Brasil, a Lei 10.831/2003 dispõe sobre o sistema orgânico de produção agropecuária

(BRASIL, 2003) e o Decreto 6.323/2007 regulamenta esta lei (BRASIL, 2007). Na

vitivinicultura orgânica, é vedado o uso de agrotóxicos sintéticos no controle de pragas e

doenças, que são controladas com preparados naturais.

A agricultura familiar, meio de organização da produção agrícola gerenciada e

operada por uma família e predominantemente dependente do trabalho familiar, busca

geração de renda, segurança alimentar e qualidade de vida na propriedade rural (FAO,

2014). As agroindústrias familiares contribuem para melhor distribuição de renda e

para a estabilidade do setor vitivinícola. Assim, a produção do suco de uva na própria

propriedade rural evita a transferência de renda do setor rural para o industrial,

representando uma alternativa para geração de renda dos produtores rurais e suas

famílias (BRESOLIN; GULARTE; MANFROI, 2013; RIZZON; MENEGUZZO, 2007).

A extração de suco de uva por arraste de vapor é utilizada pela maioria das

agroindústrias familiares do Rio Grande do Sul (BRESOLIN; GULARTE; MANFROI, 2013).

Nesse processo, o suco é engarrafado a quente para garantir a conservação sem

utilização de aditivos químicos, compatível com o que é preconizado pelo sistema de

cultivo orgânico.

Até recentemente não havia evidências de que o consumo de alimentos orgânicos

traria mais benefícios à saúde quando comparados aos convencionais. No entanto,

60

estudo de revisão sistemática e meta-análise divulgada, recentemente, conclui que há

diferenças significativas na composição entre alimentos cultivados pelo sistema

orgânico em relação ao convencional, especialmente no que se refere ao teor de

compostos com atividade antioxidante, que foi substancialmente maior em alimentos

orgânicos. Os autores verificaram, ainda, maior teor de metais tóxicos e frequência de

ocorrência de resíduos de defensivos agrícolas quatro vezes maior em culturas

convencionais (BARAŃSKI et al., 2014). Dani et al. (2007) e Vrček et al. (2011)

encontraram maior teor de compostos fenólicos em uvas e produtos de uvas obtidas por

cultivo orgânico, quando comparados aos convencionais.

7.2. OBJETIVO

Avaliar, comparativamente, a capacidade antioxidante, o teor de antocianinas e

de compostos fenólicos em sucos comerciais de uvas Concord produzidas pelos sistemas

orgânico e convencional.

7.3 MATERIAL E MÉTODOS

7.3.1. Preparo das amostras

Para avaliação comparativa dos sucos de uva Concord orgânico e convencional

quanto a cor, capacidade antioxidante e teor de antocianinas e de compostos fenólicos,

foram adquiridas três amostras de três diferentes lotes de sucos produzidos em uma

vinícola situada em Bento Gonçalves – RS, a partir de uvas da variedade Concord

cultivadas pelos sistemas orgânico e convencional, na própria propriedade. Os sucos

foram produzidos pelo método de extração a vapor. Três amostras de cada um dos sucos

foram adquiridas para análise. Aproximadamente 1 g da amostra liofilizada foi

submetido à extração com 10 mL de solução de metanol:água:ácido fórmico ( 80:75:5,

v:v:v), por quatro vezes.

A cor dos sucos foi avaliada com colorímetro Konica Minolta, conforme descrito

no item 5.2.4. O teor de compostos fenólicos totais dos sucos foi determinado de acordo

com Waterhouse (2005), conforme descrito no item 6.2.3 e o teor de antocianinas totais,

pelo método de pH-diferencial (GIUSTI; WROLSTAD, 2001), conforme descrito no item

5.2.6. A capacidade antioxidante foi determinada pelos métodos de captura do radical

61

livre 2,2-difenil-1-picrilidrazila (DPPH) e ferric reducing ability of plasma (FRAP),

conforme descrito no item 5.2.7.

Os dados quantitativos foram apresentados como média com os respectivos

desvios padrão. Foi aplicado o teste t não pareado para definir diferenças significativas

do teor de compostos fenólicos e antocianinas, capacidade antioxidante e cor entre as

amostras. Os dados foram analisados com auxílio do programa Graphpad Prism, versão

5 (2009).

7.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As uvas utilizadas para a produção dos sucos analisados neste ensaio foram

cultivadas em diferentes áreas de uma mesma propriedade e pertencem à mesma safra

agrícola. A vinícola onde os sucos são produzidos recebe certificação, que garante a

qualidade orgânica dos produtos.

Os valores dos parâmetros colorimétricos obtidos para os sucos de uva Concord

orgânico e convencional estão apresentados na Tabela 7.1. A diferença média de cor

entre os sucos (ΔE* = 1,9) indica que a mesma pode ser percebida, mesmo por um

observador não treinado (BALDEVBHAI; ANAND, 2012). Essa diferença, embora

perceptível, não necessariamente compromete a aceitação do produto pelo consumidor.

Tabela 7.1. Parâmetros colorimétricos de suco de suco de uva Concord orgânico e

convencional.

Parâmetros

cololimétricos

avaliados

Suco de uva Concord

Convencional

(n = 9)

Orgânico

(n = 9)

L* 19,2 ± 0,3 a 18,4 ± 0,0 b

a* 3,6 ± 0,7 a 1,9 ± 0,1 b

b* -0,05 ± 0,08 a -0,10 ± 0,04 a

C* 3,6 ± 0,8 a 1,9 ± 0,0 b

h° -0,01 ± 0,02 a -0,05 ± 0,01 b

Os valores são expressos como médias ± DP. Médias seguidas de letras diferentes nas

linhas indicam diferença significativa pelo teste t (p < 0,05).

62

Os valores de croma foram inferiores aos obtidos em outro experimento

realizado pelos autores com sucos de uva da variedade Isabel (8,0 a 13,1). Esses

resultados, no entanto, ficaram próximos aos valores de croma obtidos para sucos

industrializados, que variaram entre 1,3 e 2,1. A tonalidade do suco de uva Concord é

mais vermelha, quando comparado aos sucos industrializados e àqueles preparados com

uvas da variedade Isabel, pelo mesmo método de extração, que apresenta variação em

direção ao amarelo (h° = 10,5 a 16,7).

Na tabela 7.2 são apresentados os resultados do teor de antocianinas e

compostos fenólicos e capacidade antioxidante de suco de uva Concord orgânico e

convencional. O suco convencional apresentou teor de antocianinas aproximadamente

60% maior, o que pode estar relacionado às práticas culturais adotadas no sistema de

cultivo orgânico ou a fatores, como topografia do terreno ou posição geográfica da

cultura, que poderiam permitir maior exposição dos cachos de uva à luz solar (TEIXEIRA

et al., 2013). Embora o teor de antocianinas tenha sido maior no suco convencional, não

houve diferença significativa no teor de compostos fenólicos totais entre os sucos

orgânicos e convencionais. No entanto, de modo geral, a literatura demonstra que o teor

de compostos fenólicos é maior em alimentos produzidos pelo sistema orgânico,

provavelmente como resposta de resistência induzida nessas culturas, que ficam mais

susceptíveis à incidência de pragas e doenças, pelo fato de não serem aplicados

fertilizantes e defensivos sintéticos (BARAŃSKI et al., 2014).

Tabela 7.2. Teor de antocianinas e compostos fenólicos e capacidade antioxidante de

suco de uva Concord orgânico e convencional.

Suco de uva

Concord

Antocianinas

(mg cianidina

.L-1)

Compostos

fenólicos

(mg GAE.L-1)

DPPH

(μM TE.L-1)

FRAP

(μM TE.L-1)

Orgânico 231 ± 49 b 3466 ± 643 a 15460 ± 1456 a 19310 ± 1773 a

Convencional 371 ± 79 a 3460 ± 574 a 12920 ± 1674 a 15800 ± 1635 b

Médias seguidas de letras diferentes nas colunas indicam diferença significativa pelo

teste t (p < 0,05).

A capacidade antioxidante não diferiu significativamente quando avaliada por

DPPH e foi aproximadamente 22% maior no suco orgânico, quando avaliada pelo

63

método FRAP. Estudo comparativo entre uvas orgânicas e convencionais e seus

produtos demonstra que as uvas orgânicas apresentaram maior capacidade

antioxidante e teor de compostos fenólicos totais um mês antes da colheita. No entanto,

essa diferença não foi observada no momento da colheita da uva nem nos vinhos obtidos

com as mesmas (MULERO; PARDO; ZAFRILLA, 2010).

As uvas utilizadas na elaboração dos sucos avaliados neste experimento

pertenciam a uma mesma variedade, foram produzidas nas mesmas safra agrícola e

propriedade. Estavam, portanto, sujeitas a condições edafoclimáticas semelhantes. Além

disso, o processo utilizado para elaboração dos sucos foi o mesmo. No entanto, ainda

assim, conforme destacado por Teixeira et al. (2013), outras variáveis influenciam o teor

de compostos fenólicos nas uvas.

Smith-Spangler et al. (2012) destacam, entre os benefícios do consumo de

alimentos orgânicos, a redução da exposição a resíduos de pesticidas e a bactérias

resistentes a antibióticos. Para avaliação comparativa mais aprofundada do teor dos

compostos fenólicos em produtos de uva orgânicos e convencionais, torna-se necessário

o acompanhamento da cultura e o controle dos tratos culturais, além da repetição do

experimento em diferentes safras.

64

8. CAPÍTULO 4: Efeito de alta pressão hidrostática em uvas sobre o teor de

compostos fenólicos no suco extraído a vapor e no resíduo.

8.1. INTRODUÇÃO

O teor e o perfil de compostos fenólicos presentes nas uvas pode ser alterado pelo

processamento aplicado para a produção do suco (PATRAS et al, 2009). A alta pressão

hidrostática (APH) é uma tecnologia alternativa ao tratamento térmico, que age sobre o

produto de forma instantânea e uniforme, independente de tamanho, forma ou

composição. O processamento de alimentos por APH preserva as características

sensoriais e nutricionais e promove inativação de micro-organismos e enzimas,

garantindo extensão da vida de prateleira, sem a utilização de aditivos (LAVINAS et al.,

2008; TORRES; VELAZQUEZ, 2005). Enquanto a estrutura de moléculas de alto peso

molecular, como proteínas e glicídeos, pode ser alterada pela aplicação de APH,

moléculas menores, como compostos voláteis, pigmentos, vitaminas e outros compostos

relacionados às características sensoriais, nutricionais e à promoção da saúde, não são

afetadas (OEY et al., 2008).

A aplicação de tratamentos por APH em suco de uva tem sido investigada,

visando obter máxima retenção da capacidade antioxidante e de compostos fenólicos

(CHAUHAN et al., 2011). Tratamentos de 600 e 900 MPa aplicados ao suco de uva

preparado a frio reduziram o escurecimento dos sucos e permitiram maior retenção de

compostos fenólicos não flavonoides, quando comparados ao suco não pressurizado e

aos sucos pressurizados a 300MPa (CASTELLARI et al., 2000). Tem sido investigada,

também, a aplicação de tratamentos por APH visando aumentar a extração de

compostos bioativos da casca de uvas e do resíduo da industrialização desta fruta

(CORRALES et al., 2009).

O processamento de uvas gera grande quantidade de resíduo, que consiste,

principalmente, de cascas e sementes que é, geralmente, descartado, causando

problemas econômicos e ambientais (AUGUSTINE et al., 2013; ROCKENBACH et al.,

2011b). Como os resíduos podem ser fontes para obtenção de compostos bioativos, têm

sido realizadas pesquisas visando melhor caracterização dos compostos presentes

(ROCKENBACH et al., 2011b; RUBILAR et al., 2007), aperfeiçoamento dos métodos de

extração de compostos bioativos (CORRALES et al., 2008; GOLLUCKE; RIBEIRO, 2012) e

utilização desses resíduos na produção de alimentos e ingredientes (YU; AHMEDNA,

65

2013). São necessários estudos relacionados à aplicação de tecnologias que visem

melhor aproveitamento das propriedades funcionais das uvas cultivadas no Brasil e de

seus produtos.

8.2. OBJETIVO

Avaliar o efeito de alta pressão hidrostática em uvas Isabel sobre o teor de

compostos fenólicos no suco e no resíduo da produção do suco.

8.3. MATERIAL E MÉTODOS

Uvas da variedade Isabel, em estádio de maturação comercial, foram

higienizadas, removidas dos engaços, embaladas a vácuo e submetidas a tratamentos

por APH a 400 e 600 MPa, por cinco minutos, em três repetições. Considerando a

limitação de volume para processamento do equipamento de APH (150 ml), foi

desenvolvido protótipo de equipamento para a extração do suco a vapor em pequena

escala (Figura 8.1). Após pressurização das uvas, estas foram utilizadas para preparo de

suco por extração a vapor durante 60 min. Amostras do suco e do resíduo, obtido após

extração deste, foram coletadas para análise.

Figura 8.1. (a) Protótipo de equipamento para a extração do suco a vapor em

pequena escala, (b) Foto comparativa entre protótipo e o equipamento utilizado para

extração em escala laboratorial.

A determinação do teor de compostos fenólicos solúveis (CFS) e hidrolizáveis

(CFH) foi realizada conforme descrito no item 5.2.5.

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo

teste de Tukey, com auxílio do programa Graphpad Prism (versão 5.0, 2007).

(a) (b)

66

8.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os teores de CFS e CFH foram semelhantes nos sucos obtidos por extração a

vapor preparados com uvas pressurizadas a 400 e a 600 MPa. Os teores desses

compostos foram maiores nos resíduos, quando comparados aos sucos. Na comparação

entre os dois tratamentos por APH, tanto os teores de CFS quanto o de CFH foram

maiores nos resíduos de uvas pressurizadas a 600 MPa (Figura 8.2). É importante

destacar, ainda, que, ao contrário das demais amostras, em que o teor de CFS foi inferior

ao de CFH, não houve diferença significativa entre o teor desses compostos nas amostras

de resíduo de uvas pressurizadas a 600 MPa.

S40

0

S60

0

R40

0

R60

0

S40

0

S60

0

R40

0

R60

0

0

1000

2000

3000

4000

5000CFH

CFS

A

B

C C

ab

cc

GA

E.k

g-1

Figura 8.2. Teor de compostos fenólicos solúveis (CFS) e hidrolizáveis (CFH) em suco (S)

e resíduo (R) obtidos a partir de uvas pressurizadas a 400 ou 600 MPa/5min (n=9).

Barras com letras minúsculas ou maiúsculas diferentes representam médias

significativamente diferentes (p < 0,05) de CFH e CFS, respectivamente.

O maior teor de compostos fenólicos obtido nas amostras pressurizadas a 600

MPa pode estar relacionado ao aumento da extração desses compostos, resultante do

tratamento por APH. O processamento por APH promove rearranjo na estrutura dos

tecidos, aumentando a permeabilidade destes e favorecendo a extração de diversos

compostos (RASTOGI et al., 2007). Em estudo realizado por CORRALES et al. (2008), foi

demonstrado aumento de até 50% na extração de antocianinas de resíduos de uvas

submetidos a tratamentos por APH e campos elétricos pulsados. Outro estudo

67

demonstrou, também, que tratamentos por APH (400 a 600 MPa) foram eficientes na

preservação da capacidade antoxidante, compostos fenólicos e flavonoides em suco de

uvas tintas (CHAUHAN et al., 2011).

Os teores de CFS e CFH obtidos para as amostras de suco preparadas utilizando o

protótipo do equipamento para extração a vapor, neste ensaio, foram respectivamente

50 e 60% inferiores aos encontrados em outros estudos do nosso grupo de pesquisa,

com sucos produzidos por extração a vapor em escala laboratorial, usando a mesma

variedade de uva. Foi, também, observado, visualmente, que a cor dos sucos foi menos

intensa, indicando a necessidade de ajustes no equipamento, o que está sendo

providenciado, de forma a melhorar a proporção entre a quantidade de amostra a ser

extraída e o vapor produzido.

Os resultados demonstram que não houve diferença no teor de compostos

bioativos nos sucos preparados a partir de uvas pressurizadas a 400 e a 600 MPa por 5

min. O maior nível de pressão aplicado permitiu maior extração de compostos fenólicos

do resíduo da uva, indicando que a pressurização da uva pode ser uma alternativa para

obtenção de resíduos ricos em compostos bioativos.

68

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A extração do suco de uva a vapor resultou em produto com maior teor de

compostos fenólicos solúveis e maior capacidade antioxidante quando comparado aos

sucos obtidos por métodos de extração que não envolvem a aplicação de calor.

O aumento da duração do processo de extração a vapor por 5h resultou em

redução do teor de sólidos solúveis totais e antocianinas. Por outro lado, foi observado

aumento no teor de compostos fenólicos solúveis e na capacidade antioxidante entre 1 e

2h de extração.

O suco extraído a vapor apresentou boa aceitação por parte dos provadores na

análise sensorial.

Os sucos obtidos por extração a vapor mantiveram-se microbiologicamente

estáveis durante 24 meses de estocagem. No entanto, houve redução no teor de

compostos fenólicos, especialmente nos primeiros cinco meses.

Foram identificadas 15 antocianinas nas amostras de casca da uva Isabel, suco e

resíduo e 14 na uva, enquanto a polpa não contém antocianinas. Os derivados de

malvidina estão presentes em maior teor nas amostras.

A casca da uva foi a fração que apresentou maior teor de antocianinas, enquanto

o resíduo apresentou maior teor de compostos fenólicos e capacidade antioxidante,

demonstrando o potencial deste como fonte desses compostos.

O processamento para elaboração do suco a vapor promoveu alteração no perfil

de antocianias, sendo o teor de derivados de delfinidina e de petunidina presentes em

maior proporção nas amostras de suco e resíduo, quando comparadas à casca e à uva

inteira.

Sucos de uva da variedade Concord, produzidas pelos sistemas orgânico e

convencional, diferiram em relação à cor. O teor de antocianinas foi maior no suco

convencional, não havendo, entretanto, diferença significativa no teor de compostos

fenólicos totais entre os sucos. A capacidade antioxidante foi maior no suco orgânico,

quando avaliada pelo método FRAP.

O processamento de uvas por alta pressão hidrostática pode alterar o teor e o

perfil de compostos fenólicos em resíduos obtidos a partir dessas uvas.

69

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABE, L. T. et al. Compostos fenólicos e capacidade antioxidante de cultivares de uvas Vitis labrusca L. e Vitis vinifera L. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 27, n. 2, p. 394–400, 2007.

AITKEN, A. Mass spectrometric techniques. In: WILSON, K.; WALKER, J. (Eds.). Principles and Techniques of Biochemistry and Molecular Biology. 7. ed. New York: Cambridge University Press, 2010. p. 352–398.

AJILA, C. M. et al. Bioactive compounds and antioxidant potential of mango peel extract. Food Chemistry, v. 105, n. 3, p. 982–988, 2007.

ALVES, C. Q. et al. Métodos para determinação de atividade antioxidante in vitro em substratos orgânicos. Química Nova, v. 33, n. 10, p. 2202–2210, 2010.

AOAC - ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS METHODS. Official Methods of Analysis, 16 ed. Washington, DC. 1995

AUGUSTINE, S. et al. Effect of combined preservation techniques on the stability and microbial quality and retention of anthocyanins in grape pomace stored at low temperature. Journal of Food Science and Technology, v. 50, n. 2, p. 332–8, abr. 2013.

AYALA-ZAVALA, J. F. et al. Agro-industrial potential of exotic fruit byproducts as a source of food additives. Food Research International, v. 44, n. 7, p. 1866–1874, ago. 2011.

AZMI, A. S.; SARKAR, F. H.; HADI, S. M. Pro-oxidant activity of dietary chemopreventive agents: an under-appreciated anti-cancer property. F1000Research, v. 2, p. 135, jan. 2013.

BALASUNDRAM, N.; SUNDRAM, K.; SAMMAN, S. Phenolic compounds in plants and agri-industrial by-products: Antioxidant activity, occurrence, and potential uses. Food Chemistry, v. 99, n. 1, p. 191–203, jan. 2006.

BALDEVBHAI, P. J.; ANAND, R. S. Color image segmentation for medical images using L*a*b* color space. IOSR Journal of Electronics and Communication Engineering, v. 1, n. 2, p. 24–45, 2012.

BARAŃSKI, M. et al. Higher antioxidant and lower cadmium concentrations and lower incidence of pesticide residues in organically grown crops: a systematic literature review and meta-analyses. The British Journal of Nutrition, v. 112, p. 794–811, 26 jun. 2014.

BARREIROS, A. L. B. S.; DAVID, J. M.; DAVID, J. P. Estresse oxidativo: relação entre geração de espécies reativas e defesa do organismo. Química Nova, v. 29, n. 1, p. 113–123, 2006.

70

BENZIE, I. F.; STRAIN, J. J. The ferric reducing ability of plasma (FRAP) as a measure of “antioxidant power”: the FRAP assay. Analytical Biochemistry, v. 239, n. 1, p. 70–6, 15 jul. 1996.

BITSCH, R. et al. Bioavailability and biokinetics of anthocyanins from red grape juice and red wine. Journal of Biomedicine and Biotechnology, v. 2004, n. 5, p. 293–298, jan. 2004.

BORGES, R. DE S. et al. Avaliação sensorial de suco de uva cv. Isabel em cortes com diferentes cultivares. Revista Brasileira de Fruticultura, v. E, p. 584–591, 2011.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa 01, de 7 de janeiro de 2000. Regulamento técnico geral para fixação dos padrões de identidade e qualidade para suco de fruta. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/legislacao>. Acesso em: 20 jun 2014. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa 17, de 19 de junho de 2013a. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/legislacao>. Acesso em: 20 jun 2014. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa 42, de 11 de setembro de 2013b. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/legislacao>. Acesso em: 20 jun 2014. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria 55, de 27 de julho de 2004. Normas referentes à complementação dos padrões de identidade e qualidade do vinho e dos derivados da uva e do vinho. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/legislacao>. Acesso em: 20 jun 2014.

BRASIL - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Uva. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/uva>. Acesso em: 11 jul. 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC, n. 12, de 2 jan. 2001. Dispõe sobre os princípios gerais para o estabelecimento de critérios e padrões microbiológicos para alimentos. Disponível em: <

http://portal.anvisa.gov.br/>. Acesso em: 14 set 2014.

BRESOLIN, B.; GULARTE, M. A.; MANFROI, V. Água exógena em suco de uva obtido pelo método de arraste a vapor. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial, v. 7, n. 1, p. 922–933, 15 mar. 2013.

BURIN, V. M. et al. Colour , phenolic content and antioxidant activity of grape juice. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 30, n. 4, p. 1027–1032, 2010.

CAMARGO, U. A.; MAIA, J. D. Sistema de produção de uvas rústicas para processamento em regiões tropicais do Brasil. Disponível em: <http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/UvasRusticasParaProcessamento/cultivares.htm>. Acesso em: 21 jan. 2014.

71

CAMARGO, U. A.; MAIA, J. D. G.; RITSCHEL, P. Novas Cultivares Brasileiras de Uva. Bento Gonçalves: EMBRAPA Uva e Vinho, 2010. p. 66

CANTOS, E.; ESPÍN, J. C.; TOMÁS-BARBERÁN, F. A. Varietal differences among the polyphenol profiles of seven table grape cultivars studied by LC-DAD-MS-MS. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50, n. 20, p. 5691–6, 25 set. 2002.

CARDONA, F. et al. Benefits of polyphenols on gut microbiota and implications in human health. The Journal of Nutritional Biochemistry, v. 24, n. 8, p. 1415–22, ago. 2013.

CASTELLARI, M. et al. Effects of high hydrostatic pressure processing and of glucose oxidase-catalase addition on the color stability and sensorial score of grape juice. Food Science and Technology International, v. 6, n. 1, p. 17–23, 1 jan. 2000.

CASTILLA, P. et al. Concentrated red grape juice exerts antioxidant, hypolipidemic, and antiinflammatory effects in both hemodialysis patients and healthy subjects. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 84, n. 1, p. 252–62, jul. 2006.

CAZARIN, C. B. B. et al. Tropical Isabella grape juices: bioactive compounds and antioxidant power depends on harvest season. Journal of Food Science and Engineering, v. 3, p. 64–70, 2013.

CHAUHAN, O. P. et al. Studies on retention of antioxidant activity, phenolics and flavonoids in high pressure processed black grape juice and their modelling. International Journal of Food Science and Technology, v. 46, n. 12, p. 2562–2568, 4 dez. 2011.

CHEYNIER, V. Polyphenols in foods are more complex than often thought. American Journal of Clinical Nutrition, v. 81, n. 1, p. 223S–229, 1 jan. 2005.

COOPER-DRIVER, G. A. Contributions of Jeffrey Harborne and co-workers to the study of anthocyanins. Phytochemistry, v. 56, n. 3, p. 229–236, fev. 2001.

CORRALES, M. et al. Extraction of anthocyanins from grape by-products assisted by ultrasonics, high hydrostatic pressure or pulsed electric fields: A comparison. Innovative Food Science and Emerging Technologies, v. 9, n. 1, p. 85–91, jan. 2008.

CORRALES, M. et al. Extraction of anthocyanins from grape skins assisted by high hydrostatic pressure. Journal of Food Engineering, v. 90, n. 4, p. 415–421, fev. 2009.

CRISTOFOLI, B. Influência do Tempo de Extração na Composição e na Razão Isotópica 18O/16O da Água do Suco de Uva Elaborado pelo Método de Arraste de Vapor. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnologia em Viticultura e Enologia) - Centro Federal de Educação Tecnológica de Bento Gonçalves, Bento Gonçalves, 2007.

CROWE, F. L. et al. Fruit and vegetable intake and mortality from ischaemic heart disease: results from the European prospective investigation into cancer and nutrition (EPIC)-Heart study. European Heart Journal, v. 32, n. 10, p. 1235–43, maio 2011.

72

DAI, J.; MUMPER, R. J. Plant phenolics: extraction, analysis and their antioxidant and anticancer properties. Molecules, v. 15, n. 10, p. 7313–52, jan. 2010.

DANI, C. et al. Phenolic content and antioxidant activities of white and purple juices manufactured with organically- or conventionally-produced grapes. Food and Chemical Toxicology, v. 45, n. 12, p. 2574–80, dez. 2007.

DANI, C. et al. Protective effects of purple grape juice on carbon tetrachloride-induced oxidative stress in brains of adult Wistar rats. Journal of Medicinal Food, v. 11, n. 1, p. 55–61, mar. 2008.

DE PASCUAL-TERESA, S. Molecular mechanisms involved in the cardiovascular and neuroprotective effects of Anthocyanins. Archives of Biochemistry and Biophysics, v. 559, n. 1, p. 68–74, 30 abr. 2014.

DE ROSSO, M. et al. Study of anthocyanic profiles of twenty-one hybrid grape varieties by liquid chromatography and precursor-ion mass spectrometry. Analytica Chimica Acta, v. 732, p. 120–9, 30 jun. 2012.

DI LECCE, G. et al. Phenolic profiling of the skin, pulp and seeds of Albariño grapes using hybrid quadrupole time-of-flight and triple-quadrupole mass spectrometry. Food Chemistry, v. 145, p. 874–82, 15 fev. 2014.

DIXON, R. A. Natural products and plant disease resistance. Nature, v. 411, n. 6839, p. 843–7, 14 jun. 2001.

DOWNEY, M. O.; DOKOOZLIAN, N. K.; KRSTIC, M. P. Cultural practice and environmental impacts on the flavonoid composition of grapes and wine: a review of recent research. American Journal of Enology and Viticulture, v. 57, n. 3, p. 257–268, 1 set. 2006.

DUDONNÉ, S. et al. Comparative study of antioxidant properties and total phenolic content of 30 plant extracts of industrial interest using DPPH, ABTS, FRAP, SOD, and ORAC assays. Journal of agricultural and food chemistry, v. 57, n. 5, p. 1768–74, 11 mar. 2009.

FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Disponível em: <http://www.fao.org/family-farming-2014/home/what-is-family-farming/pt/>. Acesso em: 31 jul. 2014.

FAOSTAT. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Disponível em: <http://faostat3.fao.org/faostat-gateway/go/to/download/Q/QC/E>. Acesso em: 8 abr. 2014.

FLAMINI, R. Recent applications of mass spectrometry in the study of grape and wine polyphenols. ISRN Spectroscopy, v. 2013, p. 1–45, 2013.

FLOEGEL, A. et al. Development and validation of an algorithm to establish a total antioxidant capacity database of the US diet. International Journal of Food Sciences and Nutrition, v. 61, n. 6, p. 600–23, 16 set. 2010.

73

FORESTER, S. C.; WATERHOUSE, A. L. Identification of Cabernet Sauvignon anthocyanin gut microflora metabolites. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 56, n. 19, p. 9299–304, 8 out. 2008.

FULEKI, T.; RICARDO-DA-SILVA, J. M. Effects of cultivar and processing method on the contents of catechins and procyanidins in grape juice. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 51, n. 3, p. 640–6, 29 jan. 2003.

GHAFOOR, K.; AL-JUHAIMI, F.; CHOI, Y. H. E. E. Effects of grape (Vitis labrusca B .) peel and seed extracts on phenolics, antioxidants and anthocyanins in grape juice. Pakistan Journal of Botany, v. 43, n. 3, p. 1581–1586, 2011.

GIUSTI, M. M. et al. Electrospray and tandem mass spectroscopy as tools for anthocyanin characterization. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 47, n. 11, p. 4657–64, nov. 1999.

GIUSTI, M. M.; WROLSTAD, R. E. Characterization and Measurement of Anthocyanins by UV-Visible Spectroscopy. In: WROLSTAD, R. E. et al. (Eds.). Current Protocols in Food Analytical Chemistry. New Jersey: John Wiley and Sons, 2001. p. 1–13.

GOLLÜCKE, A. P. B. et al. Evolution of major phenolic components and radical scavenging activity of grape juices through concentration process and storage. Food Chemistry, v. 112, n. 4, p. 868–873, 15 fev. 2009.

GOLLUCKE, A. P. G.; RIBEIRO, D. A. Use of grape polyphenols for promoting human health: a review of patents. Recent Patents on Food, Nutrition and Agriculture, v. 4, n. 1, p. 26–30, 2012.

GÓMEZ-ALONSO, S. et al. Anthocyanin profile of Spanish Vitis vinifera L. red grape varieties in danger of extinction. Australian Journal of Grape and Wine Research, v. 13, n. 3, p. 150–156, out. 2007.

GONÇALVES, B. et al. Effect of ripeness and postharvest storage on the evolution of colour and anthocyanins in cherries (Prunus avium L.). Food Chemistry, v. 103, n. 3, p. 976–984, jan. 2007.

GONZÁLEZ-BARRIO, R. et al. Preparation of a resveratrol-enriched grape juice based on ultraviolet C-treated berries. Innovative Food Science and Emerging Technologies, v. 10, n. 3, p. 374–382, jul. 2009.

GRIGOLETTI Jr., A.; SÔNEGO, O.R. Principais doenças fúngicas da videira no Brasil. Bento Gonçalves. EMBRAPA-CNPUV, 1993. 36p. (Circular Técnica, 17).

HE, F. et al. Mass-spectrometry evidence confirming the presence of pelargonidin-3-O-glucoside in the berry skins of Cabernet Sauvignon and Pinot Noir (Vitis vinifera L.). Australian Journal of Grape and Wine Research, v. 16, n. 3, p. 464–468, 28 set. 2010a.

HE, J.; GIUSTI, M. M. Anthocyanins: natural colorants with health-promoting properties. Annual Review of Food Science and Technology, v. 1, p. 163–87, jan. 2010.

74

HE, J.-J. et al. Different anthocyanin profiles of the skin and the pulp of Yan7 (Muscat Hamburg x Alicante Bouschet) grape berries. Molecules, v. 15, n. 3, p. 1141–53, mar. 2010b.

HEBRERO, E. et al. Analysis of anthocyanins by high performance liquid chromatography-diode array spectroscopy in a hibrid grape variety (Vitis vinifera x Vitis berlandieri 41B). American Journal of Enology and Viticulture, v. 40, n. 4, p. 283–291, 1989.

HELLSTRÖM, J.; MATTILA, P.; KARJALAINEN, R. Stability of anthocyanins in berry juices stored at different temperatures. Journal of Food Composition and Analysis, v. 31, n. 1, p. 12–19, ago. 2013.

HEREDIA, F. . et al. Chromatic characterization of anthocyanins from red grapes—I. pH effect. Food Chemistry, v. 63, n. 4, p. 491–498, dez. 1998.

HIDALGO, M. et al. Metabolism of anthocyanins by human gut microflora and their influence on gut bacterial growth. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 60, n. 15, p. 3882–90, 18 abr. 2012.

HILLIS, W. E.; HART, J. H.; YAZAKI, Y. Polyphenols of Eucalyptus sideroxylon wood. Phytochemistry, v. 13, n. 8, p. 1591–1595, ago. 1974.

HUANG, D.; OU, B.; PRIOR, R. L. The chemistry behind antioxidant capacity assays. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 53, n. 6, p. 1841–56, 23 mar. 2005.

HUANG, F. et al. Resveratrol reverses multidrug resistance in human breast cancer doxorubicin-resistant cells. Experimental and Therapeutic Medicine, v. 7, n. 6, p. 1611–1616, jun. 2014.

IACOPINI, P. et al. Catechin, epicatechin, quercetin, rutin and resveratrol in red grape: Content, in vitro antioxidant activity and interactions. Journal of Food Composition and Analysis, v. 21, n. 8, p. 589–598, dez. 2008.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção Agrícola Municipal - Culturas Temporárias e Permanentes 2012. 39. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 1–101

IBRAVIN / INSTITUTO BRASILEIRO DO VINHO. Avaliação Setorial 2013. Disponível em: <http://www.ibravin.org.br/public/upload/statistics/1380742265.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2014.

IBRAVIN / INSTITUTO BRASILEIRO DO VINHO. Cadastro Vinícola - Quantidade de Uvas Processadas. Disponível em: <http://www.ibravin.org.br/public/upload/statistics/1384784021.pdf>. Acesso em: 2 fev. 2014.

JANG, M. et al. Cancer chemopreventive activity of resveratrol, a natural product derived from grapes. Science, v. 275, n. 5297, p. 218–220, 10 jan. 1997.

75

JEANDET, P. et al. Resveratrol content of wines of different ages: relationship with fungal disease pressure in the vineyard. American Journal of Enology and Viticulture, v. 46, n. 1, p. 1–4, 1 mar. 1995.

JO, Y.-J. et al. Effect of high-pressure short-time processing on the physicochemical properties of abalone (Haliotis discus hannai) during refrigerated storage. Innovative Food Science and Emerging Technologies, v. 23, p. 33–38, jun. 2014.

KÄHKÖNEN, M. P.; HEINONEN, M. Antioxidant activity of anthocyanins and their aglycons. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 51, n. 3, p. 628–33, 29 jan. 2003.

KALIORA, A C.; DEDOUSSIS, G. V. Z.; SCHMIDT, H. Dietary antioxidants in preventing atherogenesis. Atherosclerosis, v. 187, n. 1, p. 1–17, jul. 2006.

KAMONPATANA, K. et al. Susceptibility of anthocyanins to ex vivo degradation in human saliva. Food Chemistry, v. 135, n. 2, p. 738–47, 15 nov. 2012.

KAROU, D. et al. Antioxidant and antibacterial activities of polyphenols from ethnomedicinal plants of Burkina Faso. African Journal of Biotechnology, v. 4, p. 823–828, 2005.

KHADEM-ANSARI, M. H.; RASMI, Y.; RAMEZANI, F. Effects of red grape juice consumption on high density lipoprotein-cholesterol, apolipoprotein AI, apolipoprotein B and homocysteine in healthy human volunteers. The Open Biochemistry Journal, v. 4, p. 96–9, jan. 2010.

KIM, D.-O. et al. Vitamin C equivalent antioxidant capacity (VCEAC) of phenolic phytochemicals. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50, n. 13, p. 3713–7, 19 jun. 2002.

KO, S.-H. et al. Comparison of the antioxidant activities of nine different fruits in human plasma. Journal of Medicinal Food, v. 8, n. 1, p. 41–6, 25 jan. 2005.

KRIKORIAN, R. et al. Concord grape juice supplementation improves memory function in older adults with mild cognitive impairment. The British journal of nutrition, v. 103, n. 5, p. 730–4, 1 mar. 2010.

LAGO-VANZELA, E. S. et al. Phenolic composition of the edible parts (flesh and skin) of Bordô grape (Vitis labrusca) using HPLC-DAD-ESI-MS/MS. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 59, n. 24, p. 13136–46, 28 dez. 2011.

LAVINAS, F. C. et al. Effect of high hydrostatic pressure on cashew apple (Anacardium occidentale L.) juice preservation. Journal of Food Science, v. 73, n. 6, p. M273–M277, ago. 2008.

LAWLESS, H. T.; HEYMANN, H. Acceptance and Preference Testing. In: Sensory Evaluation of Food. 1. ed. Boston, MA: Springer US, 1999. p. 430–479.

76

LEBLANC, M. R.; JOHNSON, C. E.; WILSON, P. W. Influence of pressing method on juice stilbene content in muscadine and bunch grapes. Journal of Food Science, v. 73, n. 4, p. H58–62, maio 2008.

LEDDA, S. et al. Variability in flavonol content of grapes cultivated in two Mediterranean islands (Sardinia and Corsica). Journal of Food Composition and Analysis, v. 23, n. 6, p. 580–585, set. 2010.

LEE, S. G. et al. Comparison of analytical methods for anthocyanin quantification in berries: HPLC and pH differential methodsThe FASEB Journal. Anais...2012 Disponível em: <http://www.fasebj.org/cgi/content/meeting_abstract/26/1_MeetingAbstracts/lb316>. Acesso em: 14 jul. 2014

LIANG, Z. et al. CIELAB coordinates in response to berry skin anthocyanins and their composition in Vitis. Journal of Food Science, v. 76, n. 3, p. C490–497, abr. 2011a.

LIANG, Z. et al. Polyphenolic profiles detected in the ripe berries of Vitis vinifera germplasm. Food Chemistry, v. 129, n. 3, p. 940–950, dez. 2011b.

LORRAIN, B. et al. Evolution of analysis of polyhenols from grapes, wines, and extracts. Molecules, v. 18, n. 1, p. 1076–100, jan. 2013.

MANACH, C. et al. Bioavailability and bioefficacy of polyphenols in humans. I. Review of 97 bioavailability studies. The American Journal of Cinical Nutrition, v. 81, n. 1 Suppl, p. 230S–242S, jan. 2005.

MARCOLINO, V. A. Quantificação de Leveduras, Bolores Comuns e Termorresistentes em Linha de Processamento Asséptico de Bebida de Uva. 73f. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, 2003.

MARMOT, M. Fruit and vegetable intake reduces risk of fatal coronary heart disease. European Heart Journal, v. 32, n. 10, p. 1182–3, 18 maio 2011.

MARQUES, F. Z.; MARKUS, M. A.; MORRIS, B. J. Resveratrol: cellular actions of a potent natural chemical that confers a diversity of health benefits. The International Journal of Biochemistry and Cell Biology, v. 41, n. 11, p. 2125–8, nov. 2009.

MARTIN-CORDERO, C. et al. Pro-oxidant natural products as anticancer agents. Current Drug Targets, v. 13, n. 8, p. 1006–28, jul. 2012.

MARZAROTTO, V. Suco de Uva. In: VENTURINI FILHO, W.G. Tecnologia de Bebidas. São Paulo: Edgard Blücher. p. 311–345. 2005.

MATTIVI, F. et al. Metabolite profiling of grape: flavonols and anthocyanins. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 54, n. 20, p. 7692–702, 4 out. 2006.

77

MCCALLUM, J. L. et al. Improved high performance liquid chromatographic separation of anthocyanin compounds from grapes using a novel mixed-mode ion-exchange reversed-phase column. Journal of Chromatography. A, v. 1148, n. 1, p. 38–45, 27 abr. 2007.

MCGILL, C. R. et al. Improved diet quality and increased nutrient intakes associated with grape product consumption by U.S. children and adults: National Health and Nutrition Examination Survey 2003 to 2008. Journal of Food Science, v. 78 Suppl 1, n. Dv, p. A1–4, jun. 2013.

MCLELLAN, M. R.; RACE, E. J. Production and Packaging of Non-Carbonated Fruit Juices and Fruit Beverages. Boston, MA: Springer US, 1999.

MELLO, L. M. R.; MACHADO, C. A. E. Banco de dados de uva, vinho e derivados. Disponível em: <http://vitibrasil.cnpuv.embrapa.br/index.php?opcao=opt_01&interno=1>. Acesso em: 22 jan. 2014.

MOLDOVAN, B. et al. Degradation kinetics of anthocyanins from European cranberrybush (Viburnum opulus L.) fruit extracts. Effects of temperature, pH and storage solvent. Molecules, v. 17, n. 10, p. 11655–66, 28 jan. 2012.

MORENO, A.; CASTRO, M.; FALQUÉ, E. Evolution of trans- and cis-resveratrol content in red grapes (Vitis vinifera L. cv Mencía, Albarello and Merenzao) during ripening. European Food Research and Technology, v. 227, n. 3, p. 667–674, 10 out. 2008.

MULERO, J.; PARDO, F.; ZAFRILLA, P. Antioxidant activity and phenolic composition of organic and conventional grapes and wines. Journal of Food Composition and Analysis, v. 23, n. 6, p. 569–574, set. 2010.

MUÑOZ-ESPADA, A C. et al. Anthocyanin quantification and radical scavenging capacity of Concord, Norton, and Marechal Foch grapes and wines. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 52, n. 22, p. 6779–86, 3 nov. 2004.

MYSHKIN, N. K. et al. The use of color in wear debris analysis. Wear, v. 251, n. 1, p. 1218–1226, 2001.

NORAT, T. et al. Fruits and vegetables: updating the epidemiologic evidence for the WCRF/AICR lifestyle recommendations for cancer prevention. Cancer treatment and research, v. 159, p. 35–50, jan. 2014.

OEY, I. et al. Does high pressure processing influence nutritional aspects of plant based food systems? Trends in Food Science and Technology, v. 19, n. 6, p. 300–308, jun. 2008.

OIV - INTERNATIONAL ORGANIZATION OF VINE AND WINE. Compendium of international methods of wine and must analysis. Paris: OIV. 2014.

ORTUÑO, J. et al. Matrix effects on the bioavailability of resveratrol in humans. Food Chemistry, v. 120, n. 4, p. 1123–1130, jun. 2010.

78

OYEBODE, O. et al. Fruit and vegetable consumption and all-cause, cancer and CVD mortality: analysis of Health Survey for England data. Journal of Epidemiology and Community Health, p. 1–7, 31 mar. 2014.

PALLIOTTI, A. et al. Morpho-structural and physiological response of container-grown Sangiovese and Montepulciano cv. (Vitis vinifera) to re-watering after a pre-veraison limiting water deficit. Functional Plant Biology, v. 41, n. 6, p. 634, 24 jan. 2014.

PANG, G. et al. How functional foods play critical roles in human health. Food Science and Human Wellness, v. 1, n. 1, p. 26–60, dez. 2012.

PANTELIDIS, G. et al. Antioxidant capacity, phenol, anthocyanin and ascorbic acid contents in raspberries, blackberries, red currants, gooseberries and Cornelian cherries. Food Chemistry, v. 102, n. 3, p. 777–783, 2007.

PARK, Y. K.; KIM, J.-S.; KANG, M.-H. Concord grape juice supplementation reduces blood pressure in Korean hypertensive men: Double-blind, placebo controlled intervention trial. BioFactors, v. 22, n. 1-4, p. 145–147, 2004.

PATRAS, A. et al. Impact of high pressure processing on total antioxidant activity, phenolic, ascorbic acid, anthocyanin content and colour of strawberry and blackberry purées. Innovative Food Science and Emerging Technologies, v. 10, n. 3, p. 308–313, jul. 2009.

PATRAS, A. et al. Effect of thermal processing on anthocyanin stability in foods; mechanisms and kinetics of degradation. Trends in Food Science and Technology, v. 21, n. 1, p. 3–11, jan. 2010.

PEREIRA, G. E. et al. Avaliação do potencial de cinco cultivares de videiras americanas para sucos de uva no sul de Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, v. 32, n. 5, p. 1531–1537, 2008.

PÉREZ-JIMÉNEZ, J.; SAURA-CALIXTO, F. Effect of solvent and certain food constituents on different antioxidant capacity assays. Food Research International, v. 39, n. 7, p. 791–800, ago. 2006.

PINTO, E. P. et al. A uva como alimento funcional: uma revisão. Revista Brasileira de Viticultura e Enologia, v. 3, p. 66–73, 2011.

PONTES, P. R. B. et al. Atributos sensoriais e aceitação de sucos de uva comerciais. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 30, n. 2, p. 313–318, 2010.

PRIOR, R. L. et al. Plasma antioxidant capacity changes following a meal as a measure of the ability of a food to alter in vivo antioxidant status. Journal of the American College of Nutrition, v. 26, n. 2, p. 170–181, abr. 2007.

PRIOR, R. L. Anthocyanins: Understanding their Absorption and Metabolism. In: SPENCER, J. P. E.; CROZIER, A. (Eds.). Flavonoids and Related Compounds: Bioavailability and Function. Boca Raton, FL: CRC Press, 2012. p. 79–92.

79

PRIOR, R. L.; WU, X. Anthocyanins: structural characteristics that result in unique metabolic patterns and biological activities. Free Radical Research, v. 40, n. 10, p. 1014–28, out. 2006.

PROCHÁZKOVÁ, D.; BOUŠOVÁ, I.; WILHELMOVÁ, N. Antioxidant and prooxidant properties of flavonoids. Fitoterapia, v. 82, n. 4, p. 513–23, jun. 2011.

PROTAS, J. F. DA S.; CAMARGO, U. A. Vitivinicultura Brasileira. Bento Gonçalves. p. 110

RAMOS DE ANDRADE, E. et al. Radiomodifying effect of organic grape juice supplementation on hematological parameters and organ weight in whole-body X-irradiation in rats. Nutrición Hospitalaria, v. 24, n. 3, p. 297–303, 2009.

RASTOGI, N. K. et al. Opportunities and challenges in high pressure processing of foods. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v. 47, n. 1, p. 69–112, jan. 2007.

REIN, M. J.; HEINONEN, M. Stability and enhancement of berry juice color. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 52, n. 10, p. 3106–14, 19 maio 2004.

RENAUD, S.; DE LORGERIL, M. Wine, alcohol, platelets, and the French paradox for coronary heart disease. The Lancet, v. 339, n. 8808, p. 1523–1526, jun. 1992.

REQUE, P. M. et al. Cold storage of blueberry (Vaccinium spp.) fruits and juice: Anthocyanin stability and antioxidant activity. Journal of Food Composition and Analysis, v. 33, n. 1, p. 111–116, fev. 2014.

REVILLA, E.; RYAN, J. M. Analysis of several phenolic compounds with potential antioxidant properties in grape extracts and wines by high-performance liquid chromatography-photodiode array detection without sample preparation. Journal of Chromatography. A, v. 881, n. 1-2, p. 461–9, 9 jun. 2000.

REVILLA, E.; RYAN, J.-M.; MARTÍN-ORTEGA, G. Comparison of several procedures used for the extraction of anthocyanins from red grapes. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 46, n. 11, p. 4592–4597, nov. 1998.

RIZZON, L. A.; LINK, M. Composição do suco de uva caseiro de diferentes cultivares. Ciência Rural, v. 36, p. 689–692, 2006.

RIZZON, L. A.; MANFROI, V.; MENEGUZZO, J. Elaboração de Suco de Uva na Propriedade Vitícola. Bento Gonçalves: EMBRAPA-CNPUV, 1998. p. 24

RIZZON, L. A.; MENEGUZZO, J. Suco de Uva. 1. ed. Brasília, DF: [s.n.]. p. 50

RIZZON, L. A.; MIELE, A. Analytical characteristics and discrimination of Brazilian commercial grape juice , nectar , and beverage. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 32, n. 1, p. 93–97, 2012.

80

ROCKENBACH, I. I. et al. Phenolic compounds and antioxidant activity of seed and skin extracts of red grape (Vitis vinifera and Vitis labrusca) pomace from Brazilian winemaking. Food Research International, v. 44, n. 4, p. 897–901, maio 2011a.

ROCKENBACH, I. I. et al. Phenolic compounds content and antioxidant activity in pomace from selected red grapes (Vitis vinifera L. and Vitis labrusca L.) widely produced in Brazil. Food Chemistry, v. 127, n. 1, p. 174–179, jul. 2011b.

ROWE, C. A et al. Regular consumption of concord grape juice benefits human immunity. Journal of Medicinal Food, v. 14, n. 1-2, p. 69–78, 2011.

RUBILAR, M. et al. Separation and HPLC-MS identification of phenolic antioxidants from agricultural residues: almond hulls and grape pomace. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 55, n. 25, p. 10101–9, 12 dez. 2007.

SANDHU, A. K.; GU, L. Antioxidant capacity, phenolic content, and profiling of phenolic compounds in the seeds, skin, and pulp of Vitis rotundifolia (Muscadine Grapes) As determined by HPLC-DAD-ESI-MS(n). Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 58, n. 8, p. 4681–92, 28 abr. 2010.

SAUTTER, C. K. et al. Determinação de resveratrol em sucos de uva no Brasil. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 25, n. 3, p. 437–442, 2005.

SHANMUGANAYAGAM, D. et al. Concord grape juice attenuates platelet aggregation, serum cholesterol and development of atheroma in hypercholesterolemic rabbits. Atherosclerosis, v. 190, n. 1, p. 135–42, jan. 2007.

SHUKITT-HALE, B. et al. Effects of Concord grape juice on cognitive and motor deficits in aging. Nutrition, v. 22, n. 3, p. 295–302, mar. 2006.

SINGH, S.; SINGH, R. P. In vitro methods of assay of antioxidants: an overview. Food Reviews International, v. 24, n. 4, p. 392–415, 16 set. 2008.

SMITH-SPANGLER, C. et al. Are organic foods safer or healthier than conventional alternatives?: a systematic review. Annals of Internal Medicine, v. 157, n. 5, p. 348–66, 4 set. 2012.

SOLEAS, G. J.; DIAMANDIS, E. P.; GOLDBERG, D. M. Resveratrol: a molecule whose time has come? And gone? Clinical Biochemistry, v. 30, n. 2, p. 91–113, 1997.

STINTZING, F. C.; CARLE, R. Functional properties of anthocyanins and betalains in plants, food, and in human nutrition. Trends in Food Science and Technology, v. 15, n. 1, p. 19–38, jan. 2004.

SZKUDELSKA, K.; SZKUDELSKI, T. Resveratrol, obesity and diabetes. European Journal of Pharmacology, v. 635, n. 1-3, p. 1–8, 10 jun. 2010.

TEIXEIRA, A. et al. Berry phenolics of grapevine under challenging environments. International Journal of Molecular Sciences, v. 14, n. 9, p. 18711–39, 11 jan. 2013.

81

TEÓFILO, J. S. C. et al. Aquecimento de vinho tinto e suco de uva utilizados em preparações culinárias não afeta a capacidade antioxidante e o teor de fenóis totais. Revista de Nutrição, v. 24, n. 1, p. 153–159, fev. 2011.

TERRA, M. M. et al. Produtividade de Cultivares de uvas para suco sobre diferentes porta-enxertos IAC em Mococa-SP. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 23, n. 2, p. 382–386, ago. 2001.

THRELFALL, R. T. et al. Pressing effects on yield, quality, and nutraceutical content of juice, seeds, and skins from black beauty and sunbelt grapes. Journal of Food Science, v. 70, n. 3, p. S167–S171, 2005.

TORRES, J. A.; VELAZQUEZ, G. Commercial opportunities and research challenges in the high pressure processing of foods. Journal of Food Engineering, v. 67, n. 1-2, p. 95–112, mar. 2005.

TSAO, R. Chemistry and biochemistry of dietary polyphenols. Nutrients, v. 2, n. 12, p. 1231–46, dez. 2010.

USNIH. UNITED STATES NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH. Clinical trials. Disponível em: <http://clinicaltrials.gov>. Acesso em: 12 jan. 2010.

UVIBRA - UNIÃO BRASILEIRA DE VITIVINICULTURA. Dados Estatísticos. Disponível em: <http://www.uvibra.com.br/dados_estatisticos.htm>. Acesso em: 24 jul. 2014.

VALKO, M. et al. Free radicals and antioxidants in normal physiological functions and human disease. The International Journal of Biochemistry & Cell Biology, v. 39, n. 1, p. 44–84, jan. 2007.

VALLS, J. et al. Advanced separation methods of food anthocyanins, isoflavones and flavanols. Journal of Chromatography. A, v. 1216, n. 43, p. 7143–72, 23 out. 2009.

VANDERZANT, C. & SPLITTSTOESSER, D.F. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 3ed., Washington: American Public Health Association. 1992.

VAUZOUR, D. et al. Polyphenols and human health: prevention of disease and mechanisms of action. Nutrients, v. 2, n. 11, p. 1106–31, nov. 2010.

VEDANA, M. I. S. Efeito do Processamento na Atividade Antioxidante da Uva. 85f. Dissertação. Universidade Federal do Paraná, 2008.

VENTURIN, L. Influência da temperatura de extração na elaboração de suco de uva Isabel (Vitis labrusca) pelo método de arraste a vapor. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnologia em Viticultura e Enologia) - Centro Federal de Educação Tecnológica de Bento Gonçalves, Bento Gonçalves, 2004.

VIAN, M. A. et al. Simple and rapid method for cis- and trans-resveratrol and piceid isomers determination in wine by high-performance liquid chromatography using

82

Chromolith columns. Journal of Chromatography A, v. 1085, n. 2, p. 224–229, set. 2005.

VIDIGAL, M. C. T. R. et al. Effect of a health claim on consumer acceptance of exotic Brazilian fruit juices: açaí (Euterpe oleracea Mart.), camu-camu (Myrciaria dubia), cajá (Spondias lutea L.) and umbu (Spondias tuberosa Arruda). Food Research International, v. 44, n. 7, p. 1988–1996, ago. 2011.

VINSON, J. A. et al. Phenol antioxidant quantity and quality in foods: fruits. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 49, n. 11, p. 5315–21, nov. 2001.

VRČEK, I. V. et al. Phenol content, antioxidant activity and metal composition of Croatian wines deriving from organically and conventionally grown grapes. Food Chemistry, v. 124, n. 1, p. 354–361, jan. 2011.

WAHLE, K. W. J. et al. Plant phenolics in the prevention and treatment of cancer. Advances in Experimental Medicine and Biology, v. 698, p. 36–51, jan. 2010.

WANG, D.-T. et al. Resveratrol prevents TNF-α-induced muscle atrophy via regulation of Akt/mTOR/FoxO1 signaling in C2C12 myotubes. International Immunopharmacology, v. 19, n. 2, p. 206–13, abr. 2014.

WANG, H.; RACE, E. J.; SHRIKHANDE, A. J. Characterization of anthocyanins in grape juices by ion trap liquid chromatography-mass spectrometry. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 51, n. 7, p. 1839–44, mar. 2003.

WANG, W.-D.; XU, S.-Y. Degradation kinetics of anthocyanins in blackberry juice and concentrate. Journal of Food Engineering, v. 82, n. 3, p. 271–275, out. 2007.

WATERHOUSE, A. L. Determination of Total Phenolics. In: WROLSTAD, R. E. et al. (Eds.). Handbook of Food Analytical Chemistry: Pigments, Colorants, Flavors, Texture, and Bioactive Food Components. New Jersey: John Wiley and Sons, 2005. p. 606.

WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet , Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases - Report of a Joint WHO / FAO Expert Consultation. 1. ed. Geneva: WHO Technical Report Series, 2003. p. 160

WROLSTAD, R. E.; DURST, R. W.; LEE, J. Tracking color and pigment changes in anthocyanin products. Trends in Food Science and Technology, v. 16, n. 9, p. 423–428, set. 2005a.

WROLSTAD, R. E.; DURST, R. W.; LEE, J. Tracking color and pigment changes in anthocyanin products. Trends in Food Science and Technology, v. 16, n. 9, p. 423–428, set. 2005b.

WU, X.; PITTMAN, H. E.; PRIOR, R. L. Pelargonidin is absorbed and metabolized differently than cyanidin after marionberry consumption in pigs. The Journal of Nutrition, v. 134, n. 10, p. 2603–10, out. 2004.

83

XIA, E.-Q. et al. Biological activities of polyphenols from grapes. International Journal of Molecular Sciences, v. 11, n. 2, p. 622–46, jan. 2010.

XU, Z. Important Antioxidant Phytochemicals in Agricultural Food Products. In: XU, Z.; HOWARD, L. R. (Eds.). Analysis of Antioxidant-Rich Phytochemicals. Oxford, UK: Wiley-Blackwell, 2012. p. 1–24.

YANG, J.; MARTINSON, T. E.; LIU, R. H. Phytochemical profiles and antioxidant activities of wine grapes. Food Chemistry, v. 116, n. 1, p. 332–339, set. 2009.

YANG, Y. et al. Plant food delphinidin-3-glucoside significantly inhibits platelet activation and thrombosis: novel protective roles against cardiovascular diseases. PloS one, v. 7, n. 5, p. e37323, 18 jan. 2012.

YU, J.; AHMEDNA, M. Functional components of grape pomace: their composition, biological properties and potential applications. International Journal of Food Science and Technology, v. 48, n. 2, p. 221–237, 1 fev. 2013.

ZHANG, F. et al. Resveratrol protects dopamine neurons against lipopolysaccharide-induced neurotoxicity through its anti-inflammatory actions. Molecular Pharmacology, v. 78, n. 3, p. 466–77, set. 2010.

ZHOU, K.; RAFFOUL, J. J. Potential anticancer properties of grape antioxidants. Journal of Oncology, v. 2012, p. 803294, jan. 2012.

84

11. ANEXOS

85

Anexo I. Grape juice obtained by four small-scale extraction methods:

physicochemical characteristics, phenolic content, antioxidant capacity and

stability during storage

Maria Lucia Mendes Lopes a,*

aInstituto de Nutrição Josué de Castro, Universidade Federal do Rio de Janeiro (INJC-

UFRJ). Av. Carlos Chagas Filho, 373, 21941-902, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro - RJ,

Brazil.

*Corresponding author: Phone: 55 21 39386449; Fax: +55 21 22808343; e-mail:

[email protected]

86

Abstract

Grape juices produced in small scale are widely consumed as an alternative to

commercial products. Extraction procedure, however, can affect bioactive compounds

and antioxidant capacity in the final product. In this study, juices prepared by four

different extraction methods (steam, extractor, juicer, and blender) were evaluated for

soluble and hydrolysable polyphenols content, total monomeric anthocyanins content,

antioxidant capacity, physicochemical characteristics and colorimetric parameters.

Acceptance of steam extracted juices and stability during extraction and storage for 24

months were also evaluated. Steam extracted juice resulted in higher soluble phenolics

content (1073 ± 58 mg gallic acid.L-1), anthocyanins content (138 ± 22 mg cyanidin.L-1)

and antioxidant capacity (2560 ± 239 and 4539 ± 456 μM Trolox by DPPH and FRAP,

respectively) when compared to the juices prepared by other methods. Color

parameters (L* a* b*) of the steam extracted juices were the most similar to

industrialized juices. Extension of steam extraction for 5h reduced total soluble solid

content and acidity as well as monomeric anthocyanins, while soluble phenolics and

antioxidant capacity increased specially from the first to the second hour. Steam

extracted juices had good overall acceptability being rated higher in color. Although

these juices had remained microbiologically stable during 24 months storage, changes in

phytochemical compounds and antioxidant capacity occurred mainly throughout the

first five months. Grape processing and juice storage have to be taken into account when

estimating the intake of phytochemicals.

Keywords

Grape juice, Juice extraction, Microbiology, Color, Grape juice stability, Sensory analysis.

87

1. Introduction

Reduced risk of non-communicable diseases associated with a diet rich in fruit

and vegetables is attributed to the complex mixture of phytochemicals present in these

foods (Liu, 2003 and Oyebode et al., 2014). Additive and synergistic effects of these

phytochemicals are responsible for their potent health effects (Liu, 2003). In this

context, grapes and grape products, rich in phenolic compounds such as anthocyanins,

catechin, epicatechin, and stilbenes, have been associated with in vitro and in vivo

antioxidant, anti-inflammatory, and anticancer properties (Jung et al., 2006 and Xia et

al., 2010). Human, consumption of red grape juice has been shown to confer antioxidant

protection, to increase HDL cholesterol and to reduce the concentration of inflammatory

biomarkers, resulting in the reduction of cardiovascular disease risk (Khadem-Ansari et

al., 2010 and Xia et al., 2010). There is also evidence that red grape juice consumption

can have a protective effect against certain types of cancers such as breast cancer and

colon cancer (Jung et al., 2006 and Xia et al., 2010).

Quantity and quality of phenolic compounds in grapes vary with variety, species,

season, and environmental and agricultural management factors (Yang et al., 2009 and

Cazarin et al., 2013). Brazil produces mainly American and hybrid grape varieties among

which the black skinned grape cultivar Isabel is the most used for juice production

(Cazarin et al., 2013). However, juice processing methods can also affect bioactive

compounds in the final product (Patras et al., 2010). Mechanical extraction methods that

use masticating, centrifugal, and triturating juicers are commonly used domestically or

in small commercial establishments to prepare “fresh juices”. Industrially, heat

treatments are used to preserve and extend the products shelf life (Wang and Xu, 2007)

88

and has high impact on juice yield, color components, total phenolics and anthocyanins

contents of the juices (Threlfall et al., 2005).

Steam extraction is widely used to prepare red grape juices in small- and

medium-scale (Bresolin et al., 2013 and Häkkinen et al., 2000). This system is reported

to inactivate enzymes, pasteurize and exclude oxygen during extraction, providing

unusual good color and flavor retention to the juice produced (Bates et al., 2001).

However, the time used for steam extraction is not standardized, which may lead to

variations in the quality of the juice (Bresolin et al., 2013; Cazarin et al., 2013 and

Pinheiro et al., 2009).

Therefore, the aim of this study was to evaluate phytochemical content and color

parameters of grape juices produced by different extraction methods, as well as

chemical and microbial stability during storage.

2. Materials and Methods

2.1. Chemical reagents

Gallic acid, Folin–Ciocalteu reagent, 2,2-di-phenyl-1-picrylhydrazil (DPPH), 6-

hydroxy-2,5,7,8-tetramethylchroman-2-carboxylicacid (Trolox), and 2,4,6-tris (2-

pyridyl)-s-tri-azine (TPTZ), methanol, acetone, acetic acid and anhydrous sodium

carbonate, were purchased from Sigma–Aldrich (St. Louis, USA). Plate count agar, potato

dextrose agar, Man, Rogosa and Sharpe agar medium, brilliant green lactose broth

(Merck, Germany). All other chemicals were of analytical grade.

89

2.2. Sample acquisition and characterization

Grapes (Vitis labrusca) of the Isabel cultivar were harvested in the state of Rio

Grande do Sul, Brazil’s main producing region, and acquired in Rio de Janeiro, Brazil at

commercial maturity stage. Fruits and stalks were manually separated and weighted as

well as skin, pulp and seeds to determine the contribution and proportion of each part.

Fruits dry weight was determined after drying the samples at 105 °C until constant

weight. Data concerning characteristics of the sample are listed in Table 1.

Table 1. General characteristics of the grapes from cultivar Isabel.

Parameter Value

Average weight of bunchesa (g)

Components of bunchesa

Grapes (g.kg-1)

Stalks (g.kg-1)

Average weight of grapesb (g)

Components of grapesb

Pulp (g.kg-1)

Skins (g.kg-1)

Seed (g.kg-1)

Grapes moisture content (g.100g-1)

107.66 ± 35.33

989.31 ± 27.09 (98.0%)

19.93 ± 3.30 (2.0%)

3.27 ± 0.18

563.2 ± 88.6 (56.3%)

401.8 ± 71.6 (40.2 %)

35.1 ± 1.3 (3.5%)

83.95 ± 0.67

Values are expressed as means ± SD

a average from 100 bunches.

b average from 3 representative aliquots of 50 berries.

90

2.3. Grape juice preparation

Juices were extracted from grapes produced in the same harvest, in three

repetitions, by four different methods: steam with a stainless steel steam juicer (Cook N

Home, USA), domestic blender (Walita, Brazil), masticating juice extractor (Samsom,

USA) and centrifugal juicer (Walita, Brazil). Steam extraction was conducted for five

hours using 5.0 Kg of fruit and aliquots were taken from juice collected in each hour

interval of the extraction (fractions A: 0-1 h, 1-2 h, 2-3 h, 3-4 h and 4-5 h), and juice

collected from the beginning of the extraction process (fractions B: 0-1 h, 0-2 h, 0-3 h, 0-

4 h and 0-5 h). For preparing juices by mechanical methods (blender, extractor and

juicer), 1.0 kg of fruits was used. Yield was determined and expressed as volume (mL) of

juice recovered / kg of fruit. Three lots of three brands of industrialized grape juice

(100% red grape juice) were also acquired in the local market (named as I1, I2 and I3) for

comparison. Sensory analyses were performed with steam extracted juices and aliquots

of all juices were stored at -80 °C until the other analyses were performed.

2.4. Juice storage and stability

Steam extracted grape juices were stored for 24 months and evaluated for

microbial quality, total monomeric anthocyanin and total phenolic contents and

antioxidant capacity. As the juices prepared by other methods were not expected to be

shelf stable, they were not stored. Immediately after steam extraction, juice samples

were collected into sterile 50 mL screw-capped vials and stored at room temperature

(28 °C) protected from light. Samples were collected at 0, 5, 12, 20 and 24 months and

91

subjected to microbiological analyses and stored at -80 °C until phytochemical analyses

were performed.

2.5. Determination of titratable acidity, pH, and total soluble solids

The total titratable acidity (TTA) was determined by titrating 10 mL of juice + 50

mL of distilled water with 0.1 N NaOH to pH 8.2 using a pHmeter (Micronal, Brazil) and

expressed as g of tartaric acid.100 mL-1. Measurement of the pH was done on 2 mL of

each sample using a pHmeter. The total soluble solid content (TSS) was determined on

the supernatant obtained after centrifugation at 4000g for 5 min using a refractometer

(Atago 0–32 °Brix, Japan) with correction for temperature (20 °C), and results were

expressed in °Brix according to the Association of Official Analytical Chemists methods

(AOAC, 1995). All analyses were performed in triplicate.

2.6. Color evaluation

Color measurements were performed using a colorimeter Konica Minolta (CR-

400, Japan) calibrated with a white reference tile. The coordinates L*, a* and b* were

that represent the different chromatic characteristics were measured. L* representing

the brightness, ranging from total black to total white, a * the position between green

and red and b *, the extent between blue and yellow. Based on these data, C* (chroma or

saturation), h° (hue angle or color tone) were calculated using the following equations:

C* = (a *2 + b *2 )1/2, h° = arctan (b */a*). Total color difference (ΔE*) was calculated using

the equation: Δ E *= ( Δ a *2 + Δ b *2 + Δ L *2 ) 1 / 2 . Where Δ a * = a * - a * 0 , Δ b * = b * - b * 0 ,

and subscript 0 indicates color at time zero. Measurements were performed in triplicate.

92

2.7. Determination of total phenolic content

Polyphenols extraction was adapted from Vinson et al. (2001). Briefly, 100 μL

aliquots of each juice were extracted using 500 μL of methanol 50% (methanol:water,

50:50, v:v) for soluble polyphenols (SP), and methanol 50% (methanol:water, 50:50,

v:v) acidified with 1.2 M HCl for hydrolyzable polyphenols (HP), in screw-capped vials.

The vials were placed in a water bath at 90 °C for 3h with constant shaking, cooled at

room temperature and the volume was adjusted to 1 mL with methanol. The vials were

centrifuged at 12,000 g for 5 min and the supernatants were used for the determination

of SP and HP contents using the Folin-Ciocalteu reagent, according to Karou et al.

(2005).

In microvials, 150 L of the Folin-Ciocalteu’s reagent diluted in distilled water

(50:50, v/v) was added to 60 L of either the SP or HP extract. After 5 min, 840 L of

water and 150 L of 20% anhydrous sodium carbonate solution were added and

incubated at room temperature for 30min; the absorbance was measured at 750nm in a

spectrophotometer (Zenyth, UK). Polyphenol content was calculated using a standard

curve of gallic acid (0 – 500 mg.L-1) and results were expressed as mg of gallic acid

equivalents, GAE.L-1. Analyses were performed in triplicate.

2.8. Determination of total monomeric anthocyanins content

The pH-differential methodology was used to quantify total monomeric

anthocyanins (Giusti and Wrolstad, 2001). Appropriate dilution factors for the samples

were determined by diluting them with potassium chloride buffer, pH 1.0 and

measuring the absorbance at 520nm. Aliquots of samples were diluted with both

93

potassium chloride buffer, pH 1.0, and sodium acetate buffer, pH 4.5 and the absorbance

was read at 520 (A520) and 700 nm (A700) after 15 min. Total monomeric anthocyanins

content (TA) was determined as cyanidin 3-O-glucoside equivalent (mg Cy.L-1) using as

molar extinction coefficient (ε) = 26900 L.mol−1.cm−1 and molecular weight (MW) =

449.2 g.mol-1, as follows: TA (mg.L-1) = A x MW x DF x 103 / ε x 1. Where: A = (A520 –

A700)pH1.0 – (A520- A700)pH4.5, DF = dilution factor, and 1 = pathlength (1cm). Analyses

were performed in triplicate.

2.9. Antioxidant capacity

Antioxidant capacity of the samples was evaluated by DPPH and FRAP asays. The

ability to scavenge the stable free radical DPPH was conducted according to Brand-

Williams et al. (1995), as modified by Kim et al. (2002). The absorbance was measured

at 517 nm without addition of samples and 30 min after their addition. Trolox was used

as standard and results were expressed in µmol Trolox.L-1. The FRAP (Ferric reducing

ability of plasma) assay was performed according to Pantelidis et al. (2007). FRAP

reagent was freshly prepared from 300 mM acetate buffer (pH 3.6), 20 mM ferric

chloride and 10 mM TPTZ made up in 40 mM HCl in the ratio 10:1:1. Samples (20 μL)

were previously diluted in water (80 μL) and 15 μL of this solution was added to 285 μL

of FRAP reagent. The absorbance was read at 593 nm after 30 min in the absence of

light. A calibration curve of Trolox (0.1–2 mM) was used, and results were expressed as

µmol Trolox.L-1. Analyses were performed in triplicate.

2.10. Sensory analysis

94

Sensory evaluation of steam extracted grape juice was conducted after approval

of the protocol (145/2011) by the Ethic Committee of the Hospital Universitário

Clementino Fraga Filho. Steam extracted juices were the only subjected to sensory

analysis due to their shelf stability. Inclusion criteria for participants were like grape

juice and not be intolerant to it. A panel of 50 untrained panelists, being 20 males and 30

females, aged from 18 to 64 years, participated in a hedonic evaluation of the juice.

Samples (50 mL) were served at room temperature and the panelists scored color, taste,

aroma and overall acceptability on a hedonic scale of 1 to 9 in which 1 denotes “dislike

extremely” and 9 stands for “like extremely”. Consumers were also asked demographic

questions including gender; age group; intent to purchase, measured on a 5-point scale;

and grape juice consumption habits, measured on a 4-point scale.

2.11. Microbiological stability during storage

Microbiological stability of steam extracted juices was evaluated during storage

at 0, 5, 12, 20 and 24 months. Total aerobic mesophilic counts (colony forming units

CFU/mL), molds and yeasts (CFU/mL), lactic acid bacteria (CFU/mL) and coliforms

(most probable number MPN/mL) were investigated. Analyses were conducted

according to the methodology described by the Compendium of Methods for the

Microbiological Examination of Foods (Vanderzant and Splittstoesser, 1992). Microbial

counts were made from samples of the juice serially diluted (1 x 100 to 1 x 10-3) in

peptone saline solution (1 g peptone and 8.5 g NaCl.L-1) in duplicate. Aerobic mesophilic

bacteria counts were determined by standard plate count using plate count agar after

incubation at 37 °C/48 h, molds and yeasts on potato dextrose agar medium after

incubation at 25 °C/48 h and lactic acid bacteria on Man, Rogosa and Sharpe agar

95

medium after incubation at 37 °C/24 h in microaerobic condition. Total coliform

bacteria were determined using MPN technique on Brilliant Green Lactose Broth with

Durham tubes incubated at 37 °C/24 h.

2.12. Statistical analysis

Three independent experiments were carried out and the assays were

performed in triplicate. Differences between means were analyzed by one-way analyses

of variance (ANOVA) followed by Tukey’s post hoc test to determine the significant

differences between samples using Graph Pad Prism v5 (GraphPad Software, 2009). A p

value <0.05 was considered statistically significant. To determine whether the bioactive

compounds contributed to the antioxidant capacity, Pearson’s correlation coefficients

were calculated.

3. Results and discussion

In order to evaluate the influence of time during steam extraction on some

characteristics of the grape juice, the extraction was conducted for five hours. The

highest yield of juice was obtained during the first hour (534 mL.kg-1). The volumes of

juice obtained at each 1 h interval decreased as the extraction process continued up to 5

h (138, 101, 87, 75 mL.kg-1). Bresolin et al. (2013) observed that exogenous water is

incorporated to Bordô grape juice during steam extraction for 3 h. According to the

authors it happens during the first 30 min and at 2.5 and 3 h. Our results showed that

although pH and the ratio TSS/TTA had remained stable as the extraction time was

96

prolonged, the TSS content and TTA decreased, showing the influence of the duration of

extraction on the juice quality.

Extraction time over 2h, resulted in an increase in the L*, probably due to the

lower concentration of compounds extracted. The major changes in a*, b*, C and h° were

observed from 1 to 2 h (data not shown). An increment in the hue values (h°) observed

for juices obtained from 2 to 5 h extraction indicates a color deviation of the juice from

purple-red hues to more red-orange hues. The total color differences (∆E*), calculated in

relation to the juice obtained in the first hour extraction resulted in a visually

perceivable difference since values ranged from 1.6 to 4.0 for juices collected from 2 to 5

h (Gonnet, 1999).

Variation in HP, SP and total monomeric anthocyanin contents and antioxidant

capacity during the 5 h steam extraction is shown in Figure 1. The HP content of the

fractions A remained stable from the first to the second hour, followed by a decrease

towards the end of the 5 h period. The SP content of the fractions A significantly

increased from the first to the second hour and reduced in the fourth and fifth hours.

These variations in fractions A were not enough to alter contents of HP and SP contents

in fractions B.

97

0 2 4 60

1000

2000

3000m

g E

q g

all

ic a

cid

.L-1

Extraction time (h)

0 2 4 60

500

1000

1500

2000

Extraction time (h)

mg

Eq

gall

ic a

cid

.L-1

0 2 4 60

50

100

150

200

Extraction time (h)Cyan

ind

in 3

-O-g

luco

sid

e E

q (

mg

.L-1

)

0 2 4 60

1000

2000

3000

Extraction time (h)

M

Eq

Tro

lox

0 2 4 60

1000

2000

3000

4000

5000

Extraction time (h)

M

Eq

Tro

lox

Fig.1. Variation in hydrolyzable phenolic compounds (a), soluble phenolic compounds

(b) and anthocyanins content (c), antioxidant capacity evaluated by DPPH (d) and FRAP

(e) during grape juice steam extraction. fractions A: aliquots collected in each one hour

interval of extraction, ■ fractions B: aliquots collected from the accumulated sample.

Heat degradation of anthocyanins is primarily caused by oxidation, cleavage of

covalent bonds or enhanced oxidation reactions due to thermal processing (Patras et al.,

2009). The monomeric anthocyanin content of Isabel juice was reduced as the extraction

time was extended. This decrease, which reached 89% in fraction A after 5 h extraction,

(e)

(a) (b)

(d) (c)

98

may be due to both thermal degradation and dilution caused by incorporation of water

into the juice. Wang and Xu (2007) showed that thermal (60-90 °C) degradation of

anthocyanins in blackberry (Rubus fruticosus L.) juice follows first-order reaction

kinetics during processing.

A significant increase in antioxidant capacity of juices was observed from the 1 h

to 2 h of extraction for both fractions A and B by DPPH. Although antioxidant capacity by

FRAP had increased from 1 to 2 h extraction, it was not significant. The results for SP

and antioxidant capacity, as well as, for pH and ratio SST/acidity in the second hour

extraction, indicates that the juice obtained during this time interval has potential as a

source of functional compounds. However, sensory evaluation would be needed to verify

the acceptability of the juice collected after one hour of extraction.

In order to compare juices prepared by different methods, the time used for

steam extraction was one hour. This is when the highest yield of juice was obtained and

the extraction time usually used (Cazarin, 2013). The results for juice yield and the

physicochemical analysis of the grape juices are shown in Table 2. Juices extracted by

mechanical methods had highest TSS contents whereas steam extracted juice and one

brand of industrialized juice had TSS content lower than the minimum established by

the Brazilian legislation (14°Brix) (Brasil, 2000). Other researchers found similar results

for grape juices prepared by steam extraction using grapes cv. Benitaka (Pinheiro et al.,

2009) and cv. Isabel (Rizzon and Link, 2006). In juices prepared by steam extraction

process, incorporation of water to the juice and reduction in the concentration of soluble

compounds can occur (Bresolin et al., 2013), contributing to the lower TSS values in

these juices. All grape juice samples had TTA values above the minimum established for

grape juice by the same legislation (0.41 g tartaric acid.100mL-1). The TSS/TTA ratio

99

represents the balance between the acid and sweet taste of grape juice. The values for

ratio varied between 15.5 and 32.6 for commercial grape juices and for juices obtained

by both mechanical and steam extraction. Although samples for each repetition were

acquired at the same time, in order to guarantee that samples would be uniform, these

differences may be related some heterogeneity of the raw material.

Table 2. Juice yield, pH, total soluble solids, acidity and TSS/acidity ratio of grape juices

obtained by different extraction processes and industrialized grape juices.

Red grape

juices

Juice yield* pH TSS1 TTA2 Ratio

TSS/ Acidity

Steam

Extractor

Juicer

Blender

I1

I2

I3

534 ± 24 b

679 ± 13 a

459 ± 23 d

601 ± 8 c

ND

ND

ND

3.34 ± 0.08 ab

3.38 ± 0.02 ab

3.37 ± 0.19 ab

3.22 ± 0.08 b

3.51 ± 0.02 a

3.30 ± 0.05 ab

3.46 ± 0.06 ab

12. 7 ± 0.3 c

18.1 ± 1.2 a

17.7 ± 0.4 a

15.0 ± 0.6 b

12.0 ± 0.5 c

15.9 ± 0.2 b

16.0 ± 0.3 b

0.69 ± 0.01 ab

0.89 ± 0.07 b

0.54 ± 0.01 f

0.82 ± 0.01 c

0.76 ± 0.01 d

1.17 ± 0.01 a

0.74 ± 0.04 de

15.5 ± 0.2 c

20.2 ± 0.9 b

32.6 ± 1.0 a

18.4 ± 1.1 c

15.7 ± 0.1 d

12.8 ± 0.1 e

21.4 ± 0.1 b

* Juice yield (mL.kg-1); 1 TSS: Total soluble solids (°Brix); 2 TTA: Titratable acidity (g

tartaric acid.100mL-1). I1, I2 and I3: three brands of industrialized red grape juices. Values

are expressed as means ± SD (n = 9). ND: not determined. Means in the same column

followed by different letters are significantly different (One-way ANOVA with Tukey post

hoc test, p <0.05).

100

Color is one of the most important attribute observed by the consumer as an

indicator of the quality (Waterhouse, 2005). Although a few grape varieties contain

color compounds in the pulps, the color of the red grape juice is essentially due to the

release of anthocyanins from the skins (He et al., 2010). The tonality and intensity of

color can vary according to the origin and region where the grapes are harvested, and

due to the particular technology applied for juice production (Burin et al., 2010 and

Downey et al., 2006). The perceptible and overall color impression of the juices depends

on the relative amount of red and yellow color, which is expressed as an angle of hue

(Table 3) in the CIELAB color space system. Among 78 red grape cultivars L*, a* and b*

was found to vary between 17.7 to 60.2, -18.9 to 19.6, and -0.77 to 31.8, respectively

(Liang et al., 2011). In general, color parameters of the steam extracted juices were the

most similar to industrialized juices.

The method used to extract the grape juice influenced the content of HP and SP,

total monomeric anthocyanins and antioxidant capacity (Table 4). HP comprise a

greater proportion of the polyphenols present in all grape juices (72-90%), when

compared to soluble polyphenols, probably due to the prominent presence of

hydrolysable tannins. The content of HP was variable among the juices (2727 to 3765

mg GAE.L-1). The industrialized juice I3 had the highest content of hydrolyzable

polyphenol compounds. However, there is no information on labels regarding grape

cultivars and extraction method used to prepare these juices. The mechanical extraction

methods produced juices with higher HP contents when compared to steam extracted

juice probably due to disruption of food matrix yielding greater extraction of phenolic

compounds from the seeds, which contain higher levels of phenolic compounds than

grape skin or pulp (Rockenbach et al., 2011).

101

Table 3. Colorimetric parameters of red grape juice obtained by different extraction

processes and industrialized.1

Red grape juice L* a* b* C* h°

Steam

Extractor

Juicer

Blender

I1

I2

I3

19.7 0.4 cd

24.4 1.0 b

34.0 2.2 a

25.1 1.7 b

18.9 0.3 cd

20.2 0.3 c

18.5 0.2 d

7.9 1.3 b

13.1 1.5 a

7.8 1.4 b

12.6 2.1 a

1.2 0.4 c

2.0 0.3 c

1.6 0.4 c

1.6 0.5 c

0.6 0.3 cd

9.0 1.5 a

3.3 0.8 b

0.4 0.3 d

0.6 0.3 cd

0.4 0.2 d

8.0 1.4 b

13.1 1.5 a

11.9 1.9 a

13.1 1.9 a

1.3 0.3 c

2.1 0.2 c

1.7 0.4 c

10.5 2.1 c

2.7 0.8 d

48.9 4.3 a

15.0 5.2 bc

16.5 1.9 b

16.7 0.9 b

12.1 1.1 c

1 Values are expressed as means ± SD (n = 9). I1, I2 and I3: three brands of

industrialized red grape juices. L*, a*, b*, C*, and h°: colorimetric parameters. Means in

the same column followed by different letters are significantly different (One-way

ANOVA with Tukey post hoc test, p <0.05).

Steam extracted juices showed higher SP and anthocyanins contents and higher

antioxidant capacity by both assays among the prepared juices. Average content of SP

compounds in steam extracted juice was also higher than that of the industrialized juice

I2. Heat extraction probably helped causing matrix softening and increased extractability

of compounds (Ferracane et al., 2008). Our results for SP are in agreement to total

phenolic content found by Malacrida and Mota (2005) among twelve commercial red

102

grape juices (210 to 2410 mg.L-1) and by Cazarin et al. (2013) in steam extracted juices

prepared with grapes cv. Isabel (around 800 to 1000 mg.L-1).

Table 4. Hydrolyzable and soluble phenolic contents, total anthocyanins contents and

antioxidant capacity evaluated by DPPH and FRAP assays of red grape juices produced

by small scale extraction processes and industrialized grape juices.

Red grape

juice

HP1

mg GAE.L-1

SP2

mg GAE.L-1

TA3

mg Cy.L-1

DPPH4

µmol Trolox.L-1

FRAP5

µmol Trolox.L-1

Steam

Extractor

Juicer

Blender

I1

I2

I3

2727 ± 94 d

3514 ± 241 b

3477 ± 63 b

3128 ± 182 c

3474 ± 30 b

3216 ± 18 c

3765 ± 35 a

1073 ± 58 c

497 ± 63 e

195 ± 23 g

361 ± 7 f

1510 ± 14 a

972 ± 14 d

1358 ± 12 b

138 ± 22 b

65 ± 15 c

3 ± 1 e

42 ± 7 d

58 ± 8 cd

56 ± 6 cd

232 ± 10 a

2560 ± 239 c

1221 ± 180 d

454 ± 32 f

756 ± 77 e

3692 ± 10 a

2541 ± 30 c

3400 ± 27 b

4539 ± 456 c

2058 ± 160 e

492 ± 66 g

1220 ± 64 f

6272 ± 55 a

3231 ± 87 d

5545 ± 156 b

1 Hydrolyzable phenolics: HP; 2 Soluble phenolics: SP; 3 Total anthocyanins: TA; 4

Antioxidant capacity: DPPH; 5 Reducing power: FRAP. I1, I2 and I3: codes for three brands

of industrialized red grape juices.

Values are expressed as means ± SD (n = 9). Means in the same column followed by

different letters are significantly different (p < 0.05).

Anthocyanins are responsible for black, red and purple colors in grapes, mostly

accumulated in the skins (Yang et al., 2009). The content of total monomeric

103

anthocyanins found in the steam extracted juice (138 mg Cy.L-1) was similar to values

observed in another study using steam extracted juice from Isabel grape which varied

from around 45 to 130 mg.L-1 during different seasons (Cazarin et al., 2013). Although

heat has been shown to degrade anthocyanins (Patras et al., 2010 and Wang and Xu,

2007), our results demonstrated that hot extraction resulted in juices with higher

anthocyanins contents compared to cold extraction. Other studies also demonstrate that

heat helps extracting phenolic compounds during grape juice processing (Fuleki and

Ricardo-Da-Silva, 2003). Threlfall et al. (2005) also observed that the anthocyanin

content of juice obtained from heated Black Beauty and Sunbelt grape musts were

higher than those obtained from non-heated musts. As a result of higher SP and

anthocyanins contents steam extracted juices had more than twice the antioxidant

capacity by DPPH and FRAP assays when compared to juices prepared by mechanical

extraction.

The sensory attributes of grape juice largely depends on the balance among the

sugars, acids, phenolic compounds and color components (Sims and Morris, 1987) and

they need to be taken into account when launching a new product in the market. Results

of sensory evaluation revealed that the steam extracted juice had good overall

acceptability (8.0 ± 1.0). It received 85% of best scores in hedonic scale (8 = “like very

much” and 9 = “like extremely”) among people that are used to consume grape juice and

68% among those that are not used to consume this juice. Means of the consumers’

hedonic rating on attributes color, taste and aroma were 8.4 ± 0.9, 7.7 ± 1.3 and 7.8 ± 1.2,

respectively. Considering the importance of color as attribute of quality, the highest

score on color confirms that steam extraction of Isabel grapes can provide juices with

good market acceptance. In another study, sensory evaluation of Isabel grape juice using

104

the same process and SST adjusted to 15 °Brix with sucrose showed satisfactory

acceptance but lower ratings (overall acceptability: 6.7; color 7.4; aroma 6.8; taste 6.6)

(Borges et al., 2011). Sensory perceptions are associated with food quality, so they have

great influence in consumer acceptance and purchase intent. In our study 88% of the

panelists stated they would purchase the products if commercially available.

Some processed grape juices have a 24 months shelf life, according to their labels.

Our results showed that the steam extracted juice remained microbiologically stable

during this period. The estimated counts of aerobic mesophilic bacteria, molds and

yeasts and lactic acid bacteria were less than 1.0 x 100 UFC.mL-1 and total coliforms were

not detected. These results show that steam extraction followed by hot-filling into sterile

bottles with minimum head space was efficient in maintaining microbial stability of

juices throughout the storage period.

During the first five months of storage, HP and SP contents of the steam extracted

juice reduced around 14 and 27%, respectively, and thereafter, the content of these

compounds remained stable for up to 24 months (< 4% losses) (Table 5). In other study,

concentrated Isabel juice of grapes showed a 19% decrease in total phenolic content

during 10 months storage despite being under refrigeration (5 °C) and in the absence of

light (Gollücke et al., 2009).

Total monomeric anthocyanins content decreased 83% after five months and the

storage for 12 months resulted in the loss of up to 97% of these compounds. The

stability of anthocyanins during storage is reported to be affected by several factors such

as types of glycosylation and acylation (He and Giusti, 2010), pH environment, juice

matrix, concentration, temperature, light, oxygen, and the presence of enzymes, and

flavonoids (He and Giusti, 2010; Hellström et al., 2013 and Patras et al., 2010).

105

Table 5. Stability of hydrolyzable phenolics, soluble phenolics, total anthocyanins and

antioxidant capacity of red grape juice obtained by steam extraction during storage.

Storage time

(months)

HP1

mg GAE.L-1

SP2

mg GAE.L-1

TA3

mg Cy.L-1

FRAP4

µmol Trolox.L-1

DPPH5

µmol Trolox.L-1

0

5

12

20

24

3097 ± 268 a

2694 ± 154 b

2683 ± 134 b

2724 ± 250 b

2592 ± 107 b

1465 ± 202 a

1071 ± 83 b

1106 ± 124 b

1051 ± 145 b

1063 ± 88 b

235 ± 8 a

38 ± 18 b

7 ± 7 c

8 ± 9 c

5 ± 3 c

7050 ± 907 a

5554 ± 409 b

5287 ± 707 b

5198 ± 492 b

5618 ± 315 b

4802 ± 772 a

4457 ± 374 a

4689 ± 334 a

4551 ± 526 a

4681 ± 197 a

1Hydrolyzable phenolics: HP; 2Soluble phenolics: SP; 3Total anthocyanins: TA;

4FRAP, µM Trolox; 5DPPH µM Trolox. Values, are expressed as means ± SD (n = 9). Means

in the same column followed by different letters are significantly different (p < 0.05).

Studies related to the influence of the temperature during storage on

anthocyanins stability are controversial. Some studies show that temperature plays

critical role for anthocyanin loss during storage, with cold storage resulting in much

lower degradation of these compounds (Hellström et al., 2013 and Patras et al., 2010).

However, other studies demonstrated that anthocyanins suffer significant losses even

under refrigeration. Anthocyanins of blueberry juices degraded about 83% during

refrigeration for 10 d with all anthocyanins showing practically the same degradation

rate (Reque et al., 2014). Grape pomace was found to retain only 52% anthocyanins

after storage during 16 days at 4 °C (Augustine et al., 2013). Use of vacuum-closed

106

packages and heat treatment to inactivate enzymes has been suggested as preventative

measures against the loss of anthocyanins (Reque et al., 2014). However these

conditions did not avoid anthocyanins degradation in the present study.

Antioxidant capacity evaluated by FRAP assay reduced 21% after the first five

months and remained stable from five to 24 months while the antioxidant capacity

evaluated by DPPH assay remained stable during all storage period. Hager et al. (2008)

did not find significant loss in the antioxidant capacity of blackberry juices stored at 25

°C for 6 months. Similarly, concentrated Isabel grape juices stored under refrigeration

for 10 months retained 86% of antioxidant capacity (Gollücke et al., 2009). Some studies

show that antioxidant capacity is retained by the polymers derived from anthocyanin

degradation formed during storage resulting in minimal changes in antioxidant capacity

during storage (Hager et al., 2008 and Reque et al., 2014).

High positive correlations were found between antioxidant capacity evaluated by

FRAP and DPPH assays (r = 0.955, P<0.0001). Thus monitoring the antioxidant capacity

of phenolic compounds by their ability to scavenge DPPH radical was demonstrated to

give good prediction of their reduction power. When the antioxidant capacity was

measured with the FRAP and DPPH assays, a high positive correlation was found

between them and the content of soluble phenolics (r = 0.931 and 0.951, respectively

and P<0.0001). There was no statistical significance between the other correlations: HP

and SP, TA, FRAP or DPPH and between TA and FRAP or DPPH.

107

4. Conclusion

In our study, steam extraction of Isabel grape juice resulted in higher soluble

polyphenols, anthocyanins and antioxidant capacity when compared to juices obtained

by cold extraction. Steam extraction also provided a product with good sensory

acceptance. As the steam extraction was extended, the contents of TSS and anthocyanin

were reduced and antioxidant capacity increased in the juices. Changes in

phytochemical compounds and antioxidant capacity occurred mainly throughout the

first five months of storage, remaining stable until 24 months except for anthocyanins

content that reduced drastically up to 12 months. No microbiological alteration was

observed during the 24 months storage period. Processing and storage conditions of

fruits have to be taken into account in order to better estimate intake of phytochemicals.

Acknowledgements

This work was supported by Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa

do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) and Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq).

There are no conflicts of interest in this study.

References

Association of Official Analytical Chemists – AOAC (1995). Official Methods of Analysis. Washington, DC., USA. Augustine, S., Kudachikar, V. B., Vanajakshi, V., Ravi, R. (2013). Effect of combined preservation techniques on the stability and microbial quality and retention of anthocyanins in grape pomace stored at low temperature. Journal of Food Science and Technology, 50, 332–8.

108

Bates, R. P., Morris, J. R., & Crandall, P. G. (2001). Principles and Practices of Small- and Medium-scale Fruit Juice Processing. Rome, ITA: Food and Agriculture Organization. Borges, R. de S., Prudêncio, S. H., Roberto, S. R., Assis, A. M. D. E. (2011). Avaliação sensorial de suco de uva cv. Isabel em cortes com diferentes cultivares. Revista Brasileira de Fruticultura, E, 584–591. Brand-Williams, W., Cuvelier, M. E., Berset, C. (1995). Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. LWT - Food Science and Technology, 28, 25–30. Brasil. (2000). Instrução Normativa n° 01, de 07 de janeiro de 2000. Aprova o regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade para polpa de fruta. Brasília, DF: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo. Bresolin, B., Gularte, M. A., Manfroi, V. (2013). Água exógena em suco de uva obtido pelo método de arraste a vapor. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial, 7, 922–933. Burin, V. M., Falcão, L. D., Gonzaga, L. V., Fett, R., Rosier, J. P., Bordignon-Luiz, M. T. (2010). Colour , phenolic content and antioxidant activity of grape juice. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 30, 1027–1032. Cazarin, C. B. B., Correa, L. C., Silva, J. K., Batista, A. G., Furlan, C. P. B., Biasoto, A. C., … Junior, M. R. M. (2013). Tropical Isabella grape juices: bioactive compounds and antioxidant power depends on harvest season. Journal of Food Science and Engineering, 3, 64–70. Downey, M. O., Dokoozlian, N. K., Krstic, M. P. (2006). Cultural practice and environmental impacts on the flavonoid composition of grapes and wine: a review of recent research. American Journal of Enology and Viticulture, 57, 257–268. Ferracane, R., Pellegrini, N., Visconti, A., Graziani, G., Chiavaro, E., Miglio, C., Fogliano,

V., 2008. Effects of different cooking methods on antioxidant profile , antioxidant capacity ,

and physical characteristics of artichoke. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 56,

8601–8608.

Fuleki, T., & Ricardo-Da-Silva, J. M. (2003). Effects of cultivar and processing method on the contents of catechins and procyanidins in grape juice. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 51, 640–6. Giusti, M. M., & Wrolstad, R. E. (2001). Characterization and Measurement of Anthocyanins by UV-Visible Spectroscopy. In Wrolstad, R. E., Acree, T. E., Decker, E. A. et al. (Eds), Current Protocols in Food Analytical Chemistry. New Jersey, NY, USA: John Wiley and Sons.

109

Gollücke, A. P. B., Catharino, R. R., Souza, J. C., Eberlin, M. N., Queiroz Tavares, D. (2009). Evolution of major phenolic components and radical scavenging activity of grape juices through concentration process and storage. Food Chemistry, 112, 868–873. Gonnet, J.-F. (1999). Colour effects of co-pigmentation of anthocyanins revisited—2.A colorimetric look at the solutions of cyanin co-pigmented byrutin using the CIELAB scale. Food Chemistry, 66, 387–394. Hager, T. J., Howard, L. R., Prior, R. L. (2008). Processing and storage effects on monomeric anthocyanins, percent polymeric color, and antioxidant capacity of processed blackberry products. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 56, 689–95. Häkkinen, S. H., Kärenlampi, S. O., Mykkänen, H. M., Törrönen, A. R. (2000). Influence of Domestic Processing and Storage on Flavonol Contents in Berries. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 48, 2960–2965. He, F., He, J.-J., Pan, Q.-H., Duan, C.-Q. (2010). Mass-spectrometry evidence confirming the presence of pelargonidin-3-O-glucoside in the berry skins of Cabernet Sauvignon and Pinot Noir (Vitis vinifera L.). Australian Journal of Grape and Wine Research, 16, 464–468. He, J., & Giusti, M. M. (2010). Anthocyanins: natural colorants with health-promoting properties. Annual Review of Food Science and Technology, 1, 163–87. Hellström, J., Mattila, P., & Karjalainen, R. (2013). Stability of anthocyanins in berry juices stored at different temperatures. Journal of Food Composition and Analysis, 31, 12–19. Jung, K.-J., Wallig, M. A., Singletary, K. W. (2006). Purple grape juice inhibits 7,12-dimethylbenz[a]anthracene (DMBA)-induced rat mammary tumorigenesis and in vivo DMBA-DNA adduct formation. Cancer Letters, 233, 279–88. Karou, D., Dicko, M. H., Simpore, J., Traore, A. S. (2005). Antioxidant and antibacterial activities of polyphenols from ethnomedicinal plants of Burkina Faso. African Journal of Biotechnology, 4, 823–828. Khadem-Ansari, M. H., Rasmi, Y., Ramezani, F. (2010). Effects of red grape juice consumption on high density lipoprotein-cholesterol, apolipoprotein AI, apolipoprotein B and homocysteine in healthy human volunteers. The Open Biochemistry Journal, 4, 96–9. Kim, D.-O., Lee, K. W., Lee, H. J., Lee, C. Y. (2002). Vitamin C equivalent antioxidant capacity (VCEAC) of phenolic phytochemicals. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 50, 3713–7. Liang, Z., Sang, M., Fan, P., Wu, B., Wang, L., Yang, S., Li, S., 2011. CIELAB coordinates

in response to berry skin anthocyanins and their composition in Vitis. Journal of Food

Science, 76, C490–497.

110

Liu, R. H. (2003). Health benefits of fruit and vegetables are from additive and synergistic combinations of phytochemicals. The American Journal of Clinical Nutrition, 78, 517S–520S. Malacrida, C. R., & Mota, S. (2005). Compostos fenólicos totais e antocianinas em suco de uva. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 25, 659–664. Oyebode, O., Gordon-Dseagu, V., Walker, A., Mindell, J. S. (2014). Fruit and vegetable consumption and all-cause, cancer and CVD mortality: analysis of Health Survey for England data. Journal of Epidemiology & Community Health, 0, 1–7. Pantelidis, G., Vasilakakis, M., Manganaris, G., Diamantidis, G. (2007). Antioxidant capacity, phenol, anthocyanin and ascorbic acid contents in raspberries, blackberries, red currants, gooseberries and Cornelian cherries. Food Chemistry, 102, 777–783. Patras, A., Brunton, N. P., Da Pieve, S., Butler, F. (2009). Impact of high pressure processing on total antioxidant activity, phenolic, ascorbic acid, anthocyanin content and colour of strawberry and blackberry purées. Innovative Food Science & Emerging Technologies, 10, 308–313. Patras, A., Brunton, N. P., O’Donnell, C., Tiwari, B. K. (2010). Effect of thermal processing on anthocyanin stability in foods; mechanisms and kinetics of degradation. Trends in Food Science & Technology, 21, 3–11. Pinheiro, E. S., Costa, J. M. C., Clemente, E. (2009). Total phenolics and total anthocyanins found in grape from Benitaka cultivar (Vitis vinifera L.). Journal of Food Technology, 7, 78–83. Reque, P. M., Steffens, R. S., Jablonski, A., Flôres, S. H., Rios, A. de O., de Jong, E. V. (2014). Cold storage of blueberry (Vaccinium spp.) fruits and juice: Anthocyanin stability and antioxidant activity. Journal of Food Composition and Analysis, 33, 111–116. Rizzon, L. A., & Link, M. (2006). Composição do suco de uva caseiro de diferentes cultivares. Ciência Rural, 36, 689–692. Rockenbach, I. I., Gonzaga, L. V., Rizelio, V. M., Gonçalves, A. E. D. S. S., Genovese, M. I., Fett, R. (2011). Phenolic compounds and antioxidant activity of seed and skin extracts of red grape (Vitis vinifera and Vitis labrusca) pomace from Brazilian winemaking. Food Research International, 44, 897–901.

Sandhu, A.K., Gu, L., 2010. Antioxidant capacity, phenolic content, and profiling of phenolic

compounds in the seeds, skin, and pulp of Vitis rotundifolia (Muscadine Grapes) As

determined by HPLC-DAD-ESI-MS(n). Journal of Agricultural and Food Chemistry, 58,

4681–92.

111

Sims, C. A., & Morris, J. R. (1987). Effects of fruit maturity and processing method on the quality of juices from french-american hybrid wine grape cultivars. American Journal of Enology and Viticulture, 38, 89–94. Threlfall, R. T., Morris, J. R., Howard, L. R., Brownmiller, C. R., Walker, T. L. (2005). Pressing effects on yield , quality , and nutraceutical content of juice , seeds , and skins from black beauty and sunbelt grapes. Journal of Food Science, 70, S167–S171. Vanderzant, C. & Splittstoesser, D.F. (1992). Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 3ed., Washington, D.C., USA: American Public Health Association. Vinson, J. A, Su, X., Zubik, L., Bose, P. (2001). Phenol antioxidant quantity and quality in foods: fruits. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 49, 5315–21. Wang, W.-D., & Xu, S.-Y. (2007). Degradation kinetics of anthocyanins in blackberry juice and concentrate. Journal of Food Engineering, 82, 271–275. Xia, E.-Q., Deng, G.-F., Guo, Y.-J., Li, H.-B. (2010). Biological activities of polyphenols from grapes. International Journal of Molecular Sciences, 11, 622–46. Yang, J., Martinson, T. E., Liu, R. H. (2009). Phytochemical profiles and antioxidant activities of wine grapes. Food Chemistry, 116, 332–339.

112

Anexo 2. Effect of steam extraction on anthocyanin profile of Isabel grape (Vitis

labrusca) juice and pomace

Maria Lucia Mendes Lopes a,*

aInstituto de Nutrição Josué de Castro, Universidade Federal do Rio de Janeiro (INJC-

UFRJ). Av. Carlos Chagas Filho, 373, 21941-902, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro - RJ,

Brazil.

*Corresponding author: Phone: 55 21 39386449; Fax: +55 21 22808343; e-mail:

[email protected]

113

Abstract

Anthocyanins are responsible for the color of grape juices and possess health

promoting properties. However, thermal processing may alter phenolic content of

these compounds in grape products. Therefore, the aim of this study was to assess

content and profile of anthocyanins, total phenolic compounds and antioxidant

capacity in red grape cv. Isabel, its skin, pulp and juice obtained by steam extraction,

as well as in the byproduct obtained after juice processing (pomace). The

anthocyanins were analyzed by high-performance liquid chromatography with

photodiode array detection (HPLC–DAD), HPLC-electrospray ionization tandem mass

spectrometry (ESI–MS/MS) and by pH differential method. Phenolic content was

determined using Folin Ciocalteu reagent and antioxidant capacity as free radical

scavenging activity (DPPH assay) and ferric reducing ability of plasma (FRAP assay).

In grapes cv. Isabel, the vast majority of anthocyanins are present in the skin. This

fraction had the highest content of this compound among samples. A total of 15 major

anthocyanins were identified and malvidin derivatives dominated in all samples. In

contrast to other anthocyanins, the content of delphinidin and petunidin derivatives

was higher in juice and in pomace when compared to skin. Pomace had the highest

content of total phenolic compounds and antioxidant capacity. The results showed

that juice processing led to change in the anthocyanin profile.

Keywords

Grape juice, Anthocyanin profile, Antioxidant capacity, Grape residue, Steam

extraction, Pomace, Skin.

114

1. Introduction

Grapes are among the most consumed fruits in the world and are rich in

phenolic compounds which have been reported to be important to human health

(Lago-Vanzela et al., 2011 and Xia et al., 2010). Phenolic compounds have been

described in the literature mainly for wine grapes (Vitis vinifera). However, American

cultivars and their hybrids with V. vinifera cultivars are also rich in phenolic

compounds. These cultivars represent more than 80% of the volume of grapes

processed in Brazil (IBRAVIN, 2014) being Isabel, also named Isabella, a black skin

seeded grape, one of the most commonly used to elaborate juices on their own or in

blends with other cultivars (Cazarin et al., 2013 and Nixdorf and Hermosín-Gutiérrez,

2010).

Steam extraction is used to prepare red grape juices in small- and medium-

scale (Bresolin et al., 2013 and Häkkinen et al., 2000) and has meaningful economic

and social importance for grape growers and their families in Brazil (Bresolin et al.,

2013).

Red, purple and black grapes are rich in anthocyanins, which are present

mainly in the skins (Lago-Vanzela et al., 2011). Delphinidin, cyanidin, petunidin,

peonidin, and malvidin are the main antocyanidins in red grapes. Pelargonidin was

also reported to be present in some grape varieties (J.-J. He et al., 2010 and Zhao et al.,

2010). They are either monoglucosylated at the 3-OH, or diglucosylated at both the 3-

and 5-OH positions. The glucose residue can be linked to an acetyl, p-coumaroyl, or

caffeoyl group (Flamini, 2013).

115

Anthocyanins are considered potential substitutes for synthetic colorants

owing to their bright, attractive colors and water solubility, which allow their

incorporation into a variety of food systems (Bordignon-Luiz et al., 2007). Their use

as food coloring responds a growing demand for colorants from natural sources in

the face of increasing public concern about synthetic food dyes. The interest in

anthocyanins has also intensified because of their potential health benefits related to

its antioxidant and antimicrobial activity, possible role in hypertension prevention,

risk reduction of coronary heart disease, cancer and stroke (He and Giusti, 2010) and

neuroprotective effects (de Pascual-Teresa, 2014).

Anthocyanins are labile compounds and their stability is variable depending

on factors such as their structure, pH, concentration, storage temperature, light,

oxygen, and the presence of enzymes, flavonoids, proteins and metal ions (Rein and

Heinonen, 2004). Methods and treatments used for fruit juice production may affect

anthocyanins and other compounds in the final product (Fuleki and Ricardo-Da-Silva,

2003; Patras et al., 2010 and Threlfall et al., 2005).

Grape pomace, the residue of wine and grape industries, consists

predominantly of skins and seeds that remains after grapes processing and are rich in

phenolic compounds due to their incomplete extraction during processing

(Kammerer et al., 2004 and Rockenbach et al., 2011). It has been considered a

potential source of phenolic compounds. The utilization of the residue or its

components could have economic benefits to producers and an important

environmental impact in waste reduction (Ayala-Zavala et al., 2011). Studies have

been focusing mainly pomace resulting from winemaking (Kammerer et al., 2004;

Rockenbach et al., 2011; Rubilar et al., 2007 and Yu and Ahmedna, 2013). However, as

116

grape juice production has increased during the past years in Brazil, studies

regarding pomace resulting from juice processing are needed.

Although the literature abounds with reports about phenolic composition and

antioxidant capacity of wine or juice samples, there are very few papers that report

data about grape, skin, juice and pomace from the same sample. Knowledge on the

phenolic composition of these fractions may be useful in the assessment of both the

grapes industry potential and their potential for biological activity.

The aim of this study was to assess the anthocyanins profile, total phenolic

compounds, total anthocyanins and in vitro antioxidant capacity of grape cv. Isabel, its

skin and pulp, as well as grape juice produced by steam extraction and the pomace

obtained after juice processing.

2. Materials and Methods

2.1. Chemical reagents

Folin–Ciocalteau reagent, 6-hydroxy-2,5,7,8-tetramethylchroman-2-

carboxylicacid (Trolox), and anhydrous sodium carbonate were purchased from

Merck (Darmstadt, Germany). Gallic acid, 2,4,6-tris (2-pyridyl)-s-tri-azine (TPTZ), 2,2-

di-phenyl-1-picrylhydrazil (DPPH), and formic acid were from Sigma Aldrich (St.

Louis, MO, USA). Ferric chloride hexahydrate, potassium chloride, and sodium acetate

were from Fisher Scientific (Fair Lawn, NJ, USA). Optima-grade solvents were used for

all analyses involving mass spectrometry and HPLC-grade solvents were used for all

other analyses (Fisher Scientific; Pittsburgh, PA, USA).

117

2.2. Sample preparation

Grapes (Vitis labrusca) belonging to cv. Isabel were harvested in Rio Grande do

Sul, Brazil, at commercial maturity and were acquired at a market center in Rio de

Janeiro, Brazil. Around 15 kg of grapes were sanitized, split from bunches and used to

process the juice using a steam juicer, in three repetitions. Samples of whole berries,

juice and pomace were collected. Three batches of 100 g of grapes were used to

manually separate the skin (yield, 40.2% of fresh weight fruit), pulp (yield, 56.3% of

fresh weight fruit) and seeds (yield, 3.5% of fresh weight fruit) in an environment

protected from light and under refrigeration to prevent oxidation. All samples were

freeze dried and kept at -80 °C for subsequent analyzes. Berries moisture was

determined after drying the grapes at 105 °C until constant weight (83.95 ± 0.67

g.100 g-1).

Comparative extractions of anthocyanins were tested with methanol:formic

acid (95:5, v:v), methanol:water (50:50, v:v) and methanol:water:formic acid

(70:25:5, v:v:v) in order to obtain the highest yields. Extraction with

methanol:water:formic acid (70:25:5, v:v:v) yielded around 50% more anthocyanins

than methanol:formic acid (95:5, v:v) and 120% more than methanol:water (50:50,

v:v) (data not shown).

Lyophilized samples (approximately 1 g) were crushed in liquid nitrogen and

extracted in 10 ml methanol:water:formic acid 70:25:5, v:v:v solution. After vortexing

for 30 s the extraction tubes were sonicated (Fisher Scientific, NJ, USA) for 5 min in a

dark environment and centrifuged 10,000 rpm for 10 min. Supernatant was collected

118

and residues were re-extracted three times. The extracts were combined and the

volume was completed to 50 mL in a volumetric flask with the extraction solution.

Three independent extractions were carried out. Extracts were kept at -80 °C until

they were used for spectrophotometric analyses.

2.3. HPLC and LC-ESI-MS/MS analyzes

Identification of anthocyanins was performed in a Waters 2695 HPLC with a

Waters 996 photodiode array detector (Waters, Milford, MA, USA) combined with a

Waters Q-Tof Premier (Micromass MS Technologies, Manchester, UK). Extracts were

dried in a Speedvac Concentrator (Savant SPD131 DDA, Thermo scientific, USA), and

the residue was dissolved in a water:methanol:formic acid (80:18:2, v:v:v) solution

and filtered through a 0.45 µm polytetrafluoroethylene (PTFE) syringe filter before

injection. Separation was carried out on a Gemini C6 phenyl column (250 mm x 4.6

mm, 5 μm, Phenomenex) (Torrance, USA) kept at 35 °C. The mobile phase consisted

of a gradient of 5% aqueous formic acid (eluent A) and 5% formic acid in acetonitrile

(eluent B). Prior to injection, the column was equilibrated with 0%B. After injection of

sample, this proportion was increased to 30%B in 30 min, 95%B in 35 min, this

proportion was remained until 39 min, and decreased to 0% from 39.01 to 48 min.

Between injections, 20 min intervals were used to re-equilibrate the column. The flow

rate was 1 mL/min. Mass spectrometry was performed on a quadrupole/time-of-

flight mass spectrometer (QTof Premier, Micromass Limited, Manchester, UK)

equipped with an electrospray ionization (ESI) source. The MS analysis was

performed in positive and negative ion modes. Capillary voltage was 3.2 kV for

positive mode, 2.8 kV for negative, cone voltage of 35 V, ion guide at 1 V, source

119

temperature of 100 °C, and nitrogen desolvation gas temperature of 400 °C flowing at

600 L/h. For MS/MS analysis, the same instrumental parameters were used except

that collision energy was set to 25 eV.

Quantification of anthocyanins in all samples was carried out using an Agilent

1100 series (Agilent, Waldbronn, Germany) equipped with an autosampler/injector

and a photodiode array detector. Chromatographic separation was performed with

the same column and method as those in the identification step. Samples were

injected with a volume of 10 μL and spectra were scanned from 280 to 600 nm. The

content of anthocyanins was calculated from the total area of the peaks obtained in

the chromatograms of five-point calibration curves obtained with cyanidin 3-O-

glucoside recorded at 520 nm.

2.4. Quantification of total phenolics and total monomeric anthocyanins

The total phenolics content was determined according to Waterhouse (2005).

The sample extracts were diluted to the appropriate concentration for analysis, mixed

with diluted Folin-Ciocalteu reagent and 20% sodium carbonate. Absorbance of the

blue-coloured solution was recorded at 750 nm after incubation for 2 h at room

temperature. The results were expressed as mg of gallic acid equivalents (GAE) per

kilogram or liter of fresh weight, using the equation obtained for the standard curve

of gallic acid (0 to 750 mg.L-1).

The pH-differential methodology was used to quantify total monomeric

anthocyanins (Giusti and Wrolstad, 2001). Appropriate dilution factor for the extracts

was determined by diluting them with potassium chloride buffer, pH 1.0 and

measuring the absorbance at the 520 nm. Extracts were diluted according previously

120

determined dilution factor with both potassium chloride buffer, pH 1.0, and sodium

acetate buffer, pH 4.5. Absorbance of each dilution was read after 15 min at the 520

(A520) and 700 nm (A700) on a Shimadzu UV visible spectrophotometer (UV 160 U,

Kyoto, Japan). For comparison purposes, pigment content was calculated as cyanidin

3-O-glucoside equivalent per kilogram (mg cy.kg-1) using an extinction coefficient (ε)

of 26,900 L.mol−1.cm−1 and molecular weight (MW) of 449.2 g.mol-1, as follows: TA

(mg.L-1) = (A × MW × DF × 103)/(ε x 1), where: A = (A520 – A700)pH1.0 – (A520- A700)pH4.5;

DF = dilution factor; 1 = pathlength (1cm). Measurements were replicated three

times.

2.5. Determination of antioxidant capacity

The antioxidant capacity was determined as free radical scavenging activity

(DPPH assay) and ferric reducing antioxidant power (FRAP assay). The ability to

scavenge the stable free radical DPPH was determined according to Brand-Williams,

Cuvelier, and Berset (1995), as modified by (Kim et al., 2002). Briefly, 2.9 mL of 100

µM of DPPH dissolved in 80% aqueous methanol were added in duplicate to 100 µL of

water (control), and 100 µL of the extracts or 100 µL of Trolox standard solutions (0

to 1000 µmol.L-1). The absorbance was measured at 517 nm before addition of

samples and after 30 min. The results were expressed in µmol Trolox equivalents

(µmol TE)/kg or L of fresh sample.

The reducing capability of the extracts was measured as ferric reducing ability

of plasma (FRAP) (Benzie and Strain, 1996). In this assay changes in color caused by

the ability of antioxidant to reduce ferric tripyridyltriazine complex (Fe+3-TPTZ) to

ferrous complex (Fe+2-TPTZ) at low pH are measured. Briefly, 90 µL of the extracts or

121

90 µL of Trolox standard solutions (0 to 1000 μmol.L-1) were added to 2.7 mL of FRAP

reagent freshly prepared by mixing 300 mM acetate buffer, pH 3.6, 10 mM TPTZ in 40

mM HCl and 20 mM ferric chloride at a ratio of 10:1:1. The absorbance was read at

593 nm after 30 min in the absence of light. The extracts were adequately diluted to

fit within the linearity range. The results were expressed as μmol TE.kg-1 or mol

TE.L-1. Analyses were carried out in duplicates for each repetition.

2.6. Statistical Analysis

Three independent experiments were carried out. Data were subjected to

analysis of variance (ANOVA) followed by Tukey’s post hoc test to determine the

significant differences between samples (p< 0.05). Quantitative data are presented as

mean values with the respective standard deviation. Analyzes were carried out with

Graphpad Prism 5.0 software (CA, USA).

3. Results and Discussion

Steam extraction is reported to inactivate enzymes, pasteurize and exclude

oxygen during extraction, providing unusual good color and flavor retention to the

juice produced (Bates et al., 2001). Juices obtained by steam extraction in laboratory

scale yields 534 ± 23 mL of juice / kg of grape. Mean of pomace obtained after juice

extraction corresponded to 430± 31 g/ kg of grape.

Total anthocyanin, total phenolic compounds, and antioxidant capacity of

whole grape, pulp, skin, juice and pomace are presented in Table 1. Anthocyanins in

122

Isabel grape are almost exclusively present in the skin. This grape fraction had the

highest content of this compound among all samples analyzed. It is important to

consider that factors as environment and agricultural practices influence the content

of phenolic compounds in grape berry (Teixeira et al., 2013). In other studies

anthocyanins content ranged from 69 to 151 mg.kg-1 of fresh weight grapes in seven

table grape cultivars (Cantos et al., 2002) and 128 to 1118 mg.kg-1 among V. vinifera

and V. labrusca grapes (Abe et al., 2007). Isabel grape skin was reported to contain

821 mg cianidin.kg-1 (Soares et al., 2008).

Although heat treatments during juice processing has been shown to degrade

anthocyanins (Patras et al., 2010; Wang and Xu, 2007) they are also reported to help

extracting these compounds contributing to improve the color of the products (Fuleki

and Ricardo-Da-Silva, 2003; Threlfall et al., 2005). Our results show that juice

obtained by steam extraction retained substantial amount of anthocyanins. In other

study, anthocyanins content of Isabel grape juice produced by steam extraction in two

different seasons were 44.3 ± 2.0 and 129.5 ± 2.8 mg cianidin.L-1 (Cazarin et al., 2013).

Among 12 brands of commercial red grape juices, athocyanins content varied

between 1.2 to 66.8 mg malvidin.L-1 (Malacrida and Mota, 2005). However, grape

varieties and juice processing methods are not described on juice label.

Pomace had the highest content of total phenolic compounds (3096 mg

GAE.kg-1). The content of these compounds was also higher in grape juice when

compared to the whole grapes. The values obtained in this study for phenolic

compounds were similar to those found by Soares et al. (2008) in Isabel skin (1968

mg GAE.kg-1). However, when compared to those reported by Santos et al. (2011),

they were 25% lower in grape skin (2460 mg GAE.kg-1) and 46% higher in pulp (110

123

mg GAE.kg-1). As skin is the edible grape fraction with higher content of phenolic

compounds, the consumption of unpeeled grapes should be stimulated. A serving of

unpeeled Isabel grapes (200 g) could provide around 200 mg of total phenolics. The

total phenolic content in commercial red grape juices from Spain varied between 705

and 1170 mg GAE.kg-1 (Dávalos et al., 2005). Red grape juices from Brazil had

phenolic content between 210 and 2410 mg.L-1 (Malacrida and Mota, 2005).

Table 1. Total monomeric anthocyanin, total phenolic compounds, and antioxidant

capacity of whole grape, grape fractions and grape products.

Sample Total Anthocyanin

(mg cy.kg-1 or

mg cy.L-1)

Total

Phenolics

(mg GAE.kg-1

or mg GAE.L-1)

DPPH

(mol TE.kg-1 or

(mol TE.L-1)

FRAP

(mol TE.kg-1 or

(mol TE.L-1)

Grape 196.8 ± 13.0 bc 1031 ± 205 d 5533 ± 809 cd 4959 ± 533 c

Skin 509.2 ± 92.5 a 1823 ± 146 b 7824 ± 1459 bc 8275 ± 604 b

Pulp 0.1 ± 1.0 c 161 ± 106 e 2808 ± 726 d 638 ± 85 d

Juice 236.2 ± 40.9 b 1485 ± 362 c 8943 ± 326 b 7833 ± 426 b

Pomace 276.1 ± 45.0 b 3096 ± 308 a 14050 ± 2068 a 15190 ± 1724 a

Values are expressed as means ± SD (n = 9). Means in the same column followed by

different letters are significantly different (p <0.05).

Phenolic compounds can act in synergy, antagonism or can independently

affect the total activity of mixtures (Iacopini et al., 2008). The beneficial health effects

related to grape products consumption is mainly associated with the antioxidant

124

activity of the phenolic compounds (Xia et al., 2010 and Yadav et al., 2009). Pomace

showed the highest antioxidant capacity by DPPH and FRAP assays among samples,

being around three times the values observed in the grapes and 1.5 to 2 times those

observed in the juice. This result may be due to the presence of compounds that were

not extracted by steam and to the loss of water caused by processing. Pulp had the

lowest antioxidant capacity when compared to the other samples. In other study, the

antioxidant capacity evaluated by DPPH was not detected in Isabel pulp (Santos et al.,

2011).

Grape pomace resulting from winery industry has been shown to contain

substantial amount ofphenolic compounds with potential to be used in the food

industry as antioxidants, antimicrobials, flavoring and colorants (Kammerer et al.,

2004 and Rockenbach et al., 2011; Yu and Ahmedna, 2013). Our results showed that

Isabel grape pomace resulting from juice production by steam extraction also

retained substantial amount of these compounds and may also be used as source of

phenolic compounds or as food ingredient.

A typical 520 nm chromatogram of Isabel juice anthocyanins is shown in

Figure 1. The identification of individual anthocyanins were accomplished by

comparing their HPLC order of elution and UV-visible spectral characteristics to

previous literature and confirmed by molecular masses (m/z), and fragmentation

pattern (Table 2) (Favretto and Flamini, 2000 and Giusti et al., 1999). Peak 1 was not

detected in whole grape sample. For the other samples, a total of 15 anthocyanins

were identified and, although thirteen major peaks were visible, mass spectrometry

analysis revealed that peaks 2 and 9 corresponded to two structurally different

coeluting anthocyanins.

125

= 520nm Time, min

Fig. 1. HPLC-DAD Chromatogram at =520nm of anthocyanins in grape juice.

The elution order of anthocyanins in reverse phase was related to their

polarity, the more polar compounds eluting first. Polarity is directed related to the

degree of hydroxylation, methylation and conjugation of anthocyanidins. Anthocyanin

diglucosides are more polar than monoglucosides and non-acylated are more polar

than corresponding acylated compounds (Hebrero et al., 1989). Further structural

information was obtained from anthocyanin spectroscopic data. Anthocyanins whose

hydroxyl groups at C-5 position were not glycosylated showed a shoulder around 440

nm. This characteristic permitted differentiation between the 3-monoglucosides and

3,5-diglucosides (McCallum et al., 2007). Low absorbance in the 310–360 nm region,

suggests that anthocyanins are not acylated with cinnamic acids (Waterhouse, 2005).

126

Table 2. LC-ESI-MS/MS data of anthocyanins extracted from Isabel grape, skin, juice

and pomace.

Peak

number

Retention

time

min

[M]+

m/z

MS/MS fragments

m/z

Neutral Loss

Da

Anthocyanins

1 15.75 465 303 162 Dp-g

2 17.26 + 17.28 625 + 449 463, 301 + 287 162, 324 + 162 Pn3,5-g+ Cy-g

3 17.73 655 493, 331 162, 324 Mv 3,5-g

4 18.18 479 317 162 Pt-g

5 19.75 463 301 162 Pn-g

6 20.35 493 331 162 Mv-g

7 25.7 535 331 204 Mv-ac-g

8 25.87 611 303 308 Dp-cou-g

9 26.87 + 26.96 771 + 801 609, 301 + 639, 331 162, 470 + 162, 470 Pn-470 + Mv-470

10 27.35 595 287 308 Cy-cou-g

11 27.76 625 317 308 Pt-cou-g

12 29.38 609 301 308 Pn-cou-g

13 29.58 639 331 308 Mv-cou-g

Abbreviations: Dp, delphinidin; Pn, peonidin; Cy, cyanidin; Mv, malvidin; Pt,

petunidin; g, glucoside; ac, acetyl; cou, coumaroyl. Peak numbers correspond to those

shown in the chromatogram reported in Fig. 1.

ESI ionization method is known to produce, under positive mode, protonated

molecules with null fragmentation, so the molecular masses or the compounds are

inferred from the ESI spectrum of each fraction (Favretto and Flamini, 2000). LC-ESI-

MS/MS allowed the identification of individual compounds, based on the ratio of mass

127

to charge (m/z) of the positively charged molecular ion ([M - H]+) and the MS2

fragmentation (Table 2). Five of the most widespread anthocyanidins, namely,

delphinidin (m/z 303), cyanidin (m/z 287), peonidin (m/z 301), petunidin (m/z 317)

and malvidin (m/z 331) were found in the samples. Although pelargonidin 3-

glucoside has also been found in some non-vinifera or hybrid grape cultivars (Lima et

al., 2014; Wang et al., 2003) it was not detected in any of the samples analyzed. In

spite of some of the aforementioned anthocyanins coeluted under the

chromatographic conditions applied, it was possible to identify the majority of

compounds based on fragmentation data (De Rosso et al., 2012 and Flamini, 2013).

Anthocyanins in Isabel grape are present as 3-glucosides and 3,5-diglucosides

anthocyanidins in acylated and non-acylated forms. Hybrid grapes are characterized

by the presence of anthocyanin 3,5-O-diglucoside contents, which are practically

absent in grapes V. vinifera. The presence of 3,5-O-diglucoside anthocyanins may be

used to distinguish between V. vinifera and hybrid grape varieties (Flamini 2013). The

fragmentation patterns of monoglucosilated anthocyanins contain two signals, the

original M+ molecular ion and the fragment [M − 162]+ resulting from the elimination

of glucose. The fragmentation patterns obtained for diglucoside derivatives had three

signals, the original M+ molecular ion and the fragments [M − 162]+ and [M − 324]+

resulted from the loss of diglucoside (De Rosso et al., 2012). Besides 3-glucosides and

3,5-diglucosides, 3-acetyl glucosides ([M -204]+) and 3-p-coumaroylglucosides ([M-

308]+) were also present. The presence of [M-470]+ probably refers to 3-p-coumaroyl

diglucosides (diglucoside 324 Da + p-coumaric acid 146 Da) (Nixdorf and Hermosín-

Gutiérrez, 2010 and Wu and Prior, 2005).

128

Anthocyanin profile is shown to be related to color, an important

characteristic of quality of grape products (F. He et al., 2010; He and Giusti, 2010 and

Tiwari et al., 2009), to the stability during storage (Boido et al., 2006) as well as to

consumer’s health (de Pascual-Teresa, 2014). The average contents of major

anthocyanins in Isabel grape, skin, juice and pomace are presented in Table 3.

The color of cyanidin-3-O-glucoside and delphinidin-3-O-glucoside greatly

depends on the number of hydroxyl groups on the B-ring. The greater the number of

hydroxyl groups, the stronger the blue hue (He and Giusti, 2010). Metylation of

hydroxyl-groups in the anthocyanin B-ring has a slight reddening effect on the color

of anthocyanins (J.-J. He et al., 2010). Anthocyanins methylated on the B-ring include

petunidin, peonidin, and malvidin derivatives. Glycosylation and acylation are

reported to improve anthocyanin stability. However there is inconsistency related to

the effect of methylation of the aglycone on pigment stability (Hellström et al., 2013;

Mazza and Brouillard, 1987 and Rein, 2005). Structural differences in anthocyanins

have also an impact on their interaction with molecular pathways that are involved in

their potential health effects. More specifically, mechanisms related to the

inflammatory response, endothelial function, fatty acid metabolism or glucose

metabolism and their interaction with microflora (de Pascual-Teresa, 2014).

129

Table 3. Major anthocyanin average contents in Isabel grape, skin, juice and pomace.

Anthocyanins Grape Skin Juice Pomace

mgEq Cy.Kg-1 or L-1 ± SD

Dp-g ND 1.51 ± 0.64 11.10 ± 2.71 10.24 ± 0.24

Pn 3,5-g+ Cy-g 4.04 ± 0.26 14.48 ± 1.14 5.94 ± 1.58 5.39 ± 0.07

Mv 3,5-g 6.12 ± 0.71 21.42 ± 2.08 11.92 ± 3.83 10.07 ± 1.43

Pt-g 0.17 ± 0.14 2.78 ± 1.63 13.04 ± 2.84 11.41 ± 0.42

Pn-g 9.69 ± 0.63 34.11 ± 7.02 14.94 ± 3.22 13.71 ± 0.78

Mv-g 37.86 ± 1.46 136.22 ± 18.95 77.77 ± 17.02 65.93 ± 4.83

Mv-ac-g 0.96 ± 0.06 4.68 ± 1.52 1.87 ± 1.01 1.93 ± 0.50

Dp-cou-g 0.31 ± 0.44 2.25 ± 1.19 2.82 ± 1.05 2.99 ± 0.36

Pn-470 + Mv-470 1.58 ± 0.12 8.74 ± 1.18 4.76 ± 1.58 4.83 ± 0.74

Cy-cou-g 0.19 ± 0.04 3.10 ± 0.86 0.84 ± 0.04 1.11 ± 0.12

Pt-cou-g 0.32 ± 0.07 5.37 ± 1.63 5.10 ± 1.10 5.33 ± 0.19

Pn-cou-g 5.01 ± 0.54 25.69 ± 2.15 7.76 ± 1.17 8.09 ± 0.41

Mv-cou-g 14.35 ± 0.62 71.17 ± 6.14 30.24 ± 6.84 30.16 ± 2.29

Abbreviations: Dp, delphinidin; Pn, peonidin; Cy, cyanidin; Mv, malvidin; Pt,

petunidin; g, glucoside; ac, acetyl; cou, coumaroyl. ND, not detected.

Evaluating total peak area, malvidin derivatives were the major anthocyanins

in all fractions (63 to 73%), followed by peonidin derivatives (12 to 18%) (Figure 2).

These results are in accordance to those found by (Flamini and Tomasi, 2000) who

showed that malvidin derivatives are the anthocyanins predominant in skin of V.

labrusca grapes, followed by peonidin-type anthocyanins. Malvidin-3-O-glucoside is

130

also the major anthocyanin present in V. vinifera grapes along with its acylated forms

(Teixeira et al., 2013). Juice and pomace showed similar anthocyanin profiles.

Interestingly, unlike the other anthocyanins that were present in greater quantities in

the grape skin, the amount of delphinidin and petunidin derivatives was higher in

juice and pomace samples. The proportion of these anthocyanins in whole grape and

skin was, on average, 0.9% and 3.5%, respectively, and after juice extraction these

proportion increased to 17% and 17.5%, respectively. Other authors also revealed

changes in anthocyanin profiles due to heat treatment. However, these changes were

different from our results. The proportion of malvidin-glucosides in blueberries

increased from 51% of total anthocyanins in fruits to 60% in pasteurized juices with a

concomitant decrease in delphinidin and petunidin-glycosides. The authors also

observed an increase in cyaniding glucoside contents (Lee et al., 2002). In grape

juices, the proportion of malvidin-glucosides also increased after pasteurization

(Gollücke et al., 2009). Del Pozo-Insfran et al. (2006) observed that thermal

pasteurization decreased total anthocyanins in Muscadine grape juices by 16%, with

greater losses occurring for ortho-dihydroxy-substituted anthocyanins (delphinidin

and cyanidin) with respect to the methoxylated anthocyanins (peonidin and

malvidin).

131

Dp-g

Pn3,

5-g +

Cy-

g

Mv3

,5-g

Pt-g

Pn-g

Mv-

g

Mv-

ac-g

Dp-c

ou-g

Pn-4

70 +

Mv-

470

Cy-

cou-g

Pt-c

ou-g

Pn-c

ou-g

Mv-

cou-g

0

5

10

15

20

2535

40

45

50Grape

Skin

Juice

Pomace

Anth

ocyanin

%

Fig. 2.Anthocyanins (%) in Isabel grape, skin, juice and pomace. Abbreviations: Dp –

delphinidin, Pn-peonidin, Cy-cyanidin, Pt-petunidin, Mv-malvidin, g-glucosides, and

ac-acetylated or cou-coumaroylated derivatives.

The content of 3’,5’-substituted anthocyanins (cyanidin and peonidin

derivatives) in Isabel grape, skin, juice and pomace was 3.2, 3.2, 5.2 and 4.9-fold

higher than that of 3’-substituted ones (delphinidin, petunidin and malvidin

derivatives). The ratio of 3’,5’-substituted to 3’-substituted anthocyanins in juice and

pomace was significantly higher than that observed for grape and skin, indicating

that these samples might contribute with different chromatic characteristics (He et

al., 2010).

132

In order to further investigate this change in anthocyanins profile, samples of

black grapes Autumn Royal, were used to produce juice by steam extraction. Fresh

and lyophilized samples of skin and juice were extracted as described in Section 2.2.,

and analyzed by HPLC as described in Section 2.3. However, no change in anthocyanin

profile was observed for both fresh and lyophilized samples when comparing grape

skin and juice (data not shown). Further research is needed to investigate the

mechanisms involved in this change.

4. Conclusion

The results showed that the skin of Isabel grape is the edible fraction with

higher content of phenolic compounds, indicating that the consumption of unpeeled

grapes should be stimulated. Juice produced by steam extraction is rich in

anthocyanins and the pomace has potential applications as a source of phenolic

compounds. The juice processing leads to change in the anthocyanin profile,

especially related to the content of delphinidin and petunidin derivatives. Further

research in this field is necessary to investigate the impact of these changes to the

health of consumers.

Acknowledgements

This work was supported by Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à

Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) and Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

133

References

Abe, L. T., Mota, R. V, Lajolo, F. M., & Genovese, M. I. (2007). Compostos fenólicos e capacidade antioxidante de cultivares de uvas Vitis labrusca L. e Vitis vinifera L. Ciência E Tecnologia de Alimentos, 27(2), 394–400.

Ayala-Zavala, J. F., Vega-Vega, V., Rosas-Domínguez, C., Palafox-Carlos, H., Villa-Rodriguez, J. A., Siddiqui, M. W., … González-Aguilar, G. A. (2011). Agro-industrial potential of exotic fruit byproducts as a source of food additives. Food Research International, 44(7), 1866–1874.

Bates, R. P., Morris, J. R., & Crandall, P. G. (2001). Principles and Practices of Small- and Medium-scale Fruit Juice Processing (p. 226). Food & Agriculture Org. Retrieved from http://books.google.com/books?id=Jk-c4l3kb3EC&pgis=1

Benzie, I. F., & Strain, J. J. (1996). The ferric reducing ability of plasma (FRAP) as a measure of “antioxidant power”: the FRAP assay. Analytical Biochemistry, 239(1), 70–6.

Boido, E., Alcalde-Eon, C., Carrau, F., Dellacassa, E., & Rivas-Gonzalo, J. C. (2006). Aging effect on the pigment composition and color of Vitis vinifera L. Cv. Tannat wines. Contribution of the main pigment families to wine color. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 54(18), 6692–704.

Bordignon-Luiz, M. T., Gauche, C., Gris, E. F., & Falcão, L. D. (2007). Colour stability of anthocyanins from Isabel grapes (Vitis labrusca L.) in model systems. LWT - Food Science and Technology, 40(4), 594–599.

Bresolin, B., Gularte, M. A., & Manfroi, V. (2013). Água exógena em suco de uva obtido pelo método de arraste a vapor. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial, 7(1), 922–933.

Cantos, E., Espín, J. C., & Tomás-Barberán, F. a. (2002). Varietal differences among the polyphenol profiles of seven table grape cultivars studied by LC-DAD-MS-MS. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 50(20), 5691–6.

Cazarin, C. B. B., Correa, L. C., Silva, J. K., Batista, A. G., Furlan, C. P. B., Biasoto, A. C., … Junior, M. R. M. (2013). Tropical Isabella grape juices: bioactive compounds and antioxidant power depends on harvest season. Journal of Food Science and Engineering, 3, 64–70.

Dávalos, A., Bartolomé, B., & Gómez-Cordovés, C. (2005). Antioxidant properties of commercial grape juices and vinegars. Food Chemistry, 93(2), 325–330.

De Pascual-Teresa, S. (2014). Molecular mechanisms involved in the cardiovascular and neuroprotective effects of Anthocyanins. Archives of Biochemistry and Biophysics, 559(1), 68–74.

134

De Rosso, M., Tonidandel, L., Larcher, R., Nicolini, G., Ruggeri, V., Dalla Vedova, A., … Flamini, R. (2012). Study of anthocyanic profiles of twenty-one hybrid grape varieties by liquid chromatography and precursor-ion mass spectrometry. Analytica Chimica Acta, 732, 120–9.

Del Pozo-Insfran, D., Balaban, M. O., & Talcott, S. T. (2006). Microbial stability, phytochemical retention, and organoleptic attributes of dense phase CO2 processed muscadine grape juice. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 54(15), 5468–73.

Favretto, D., & Flamini, R. (2000). Application of eletrspray ionization mass spectrometry to the study of grape anthocyanins. American Journal of Enology and Viticulture, 51(1), 55–64.

Flamini, R. (2013). Recent Applications of Mass Spectrometry in the Study of Grape and Wine Polyphenols. ISRN Spectroscopy, 2013, 1–45.

Flamini, R., & Tomasi, D. (2000). The anthocyanin content in berries of the hybrid grape cultivars Clinton and Isabella. Vitis, 39(2), 79–81.

Fuleki, T., & Ricardo-Da-Silva, J. M. (2003). Effects of cultivar and processing method on the contents of catechins and procyanidins in grape juice. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 51(3), 640–6.

Giusti, M. M., Rodríguez-Saona, L. E., Griffin, D., & Wrolstad, R. E. (1999). Electrospray and tandem mass spectroscopy as tools for anthocyanin characterization. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 47(11), 4657–64.

Giusti, M. M., & Wrolstad, R. E. (2001). Characterization and Measurement of Anthocyanins by UV-Visible Spectroscopy. In R. E. Wrolstad, T. E. Acree, E. A. Decker, & M. H. Penner (Eds.), Current Protocols in Food Analytical Chemistry (pp. 1–13). New Jersey: John Wiley and Sons.

Gollücke, A. P. B., Catharino, R. R., Souza, J. C., Eberlin, M. N., & Queiroz Tavares, D. (2009). Evolution of major phenolic components and radical scavenging activity of grape juices through concentration process and storage. Food Chemistry, 112(4), 868–873.

Häkkinen, S. H., Kärenlampi, S. O., Mykkänen, H. M., & Törrönen, A. R. (2000). Influence of Domestic Processing and Storage on Flavonol Contents in Berries. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 48(7), 2960–2965.

He, F., Mu, L., Yan, G.-L., Liang, N.-N., Pan, Q.-H., Wang, J., … Duan, C.-Q. (2010). Biosynthesis of anthocyanins and their regulation in colored grapes. Molecules, 15(12), 9057–91.

He, J., & Giusti, M. M. (2010). Anthocyanins: natural colorants with health-promoting properties. Annual Review of Food Science and Technology, 1, 163–87.

135

He, J.-J., Liu, Y.-X., Pan, Q.-H., Cui, X.-Y., & Duan, C.-Q. (2010). Different anthocyanin profiles of the skin and the pulp of Yan7 (Muscat Hamburg x Alicante Bouschet) grape berries. Molecules (Basel, Switzerland), 15(3), 1141–53.

Hebrero, E., Garcia-Rodriguez, C., Santos-Buelga, C., & Rivas-Gonzalo, J. C. (1989). Analysis of anthocyanins by high performance liquid chromatography-diode array spectroscopy in a hibrid grape variety (Vitis vinifera x Vitis berlandieri 41B). American Journal of Enology and Viticulture, 40(4), 283–291.

Hellström, J., Mattila, P., & Karjalainen, R. (2013). Stability of anthocyanins in berry juices stored at different temperatures. Journal of Food Composition and Analysis, 31(1), 12–19.

Iacopini, P., Baldi, M., Storchi, P., & Sebastiani, L. (2008). Catechin, epicatechin, quercetin, rutin and resveratrol in red grape: Content, in vitro antioxidant activity and interactions. Journal of Food Composition and Analysis, 21(8), 589–598.

IBRAVIN / Instituto Brasileiro do Vinho. (2014). Cadastro Vinícola - Quantidade de Uvas Processadas. Retrieved February 02, 2014, from http://www.ibravin.org.br/public/upload/statistics/1384784021.pdf

Kammerer, D., Claus, A., Carle, R., & Schieber, A. (2004). Polyphenol screening of pomace from red and white grape varieties (Vitis vinifera L.) by HPLC-DAD-MS/MS. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 52(14), 4360–7.

Kim, D.-O., Lee, K. W., Lee, H. J., & Lee, C. Y. (2002). Vitamin C equivalent antioxidant capacity (VCEAC) of phenolic phytochemicals. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 50(13), 3713–7.

Lago-Vanzela, E. S., Da-Silva, R., Gomes, E., García-Romero, E., & Hermosín-Gutiérrez, I. (2011). Phenolic composition of the edible parts (flesh and skin) of Bordô grape (Vitis labrusca) using HPLC-DAD-ESI-MS/MS. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 59(24), 13136–46.

Lee, J., Durst, R. W., & Wrolstad, R. E. (2002). Impact of Juice Processing on Blueberry Anthocyanins and Polyphenolics : Comparison of Two Pretreatments. Journal of Food Science, 67(5).

Lima, M. D. S., Silani, I. D. S. V., Toaldo, I. M., Corrêa, L. C., Biasoto, A. C. T., Pereira, G. E., … Ninow, J. L. (2014). Phenolic compounds, organic acids and antioxidant activity of grape juices produced from new Brazilian varieties planted in the Northeast Region of Brazil. Food Chemistry, 161, 94–103.

Malacrida, C. R., & Mota, S. (2005). Compostos fenólicos totais e antocianinas em suco de uva. Ciência E Tecnologia de Alimentos, 25(4), 659–664.

136

Mazza, G., & Brouillard, R. (1987). Recent developments in the stabilization of anthocyanins in food products. Food Chemistry, 25(3), 207–225. 6

McCallum, J. L., Yang, R., Young, J. C., Strommer, J. N., & Tsao, R. (2007). Improved high performance liquid chromatographic separation of anthocyanin compounds from grapes using a novel mixed-mode ion-exchange reversed-phase column. Journal of Chromatography. A, 1148(1), 38–45.

Nixdorf, S. L., & Hermosín-Gutiérrez, I. (2010). Brazilian red wines made from the hybrid grape cultivar Isabel: phenolic composition and antioxidant capacity. Analytica Chimica Acta, 659(1-2), 208–15.

Patras, A., Brunton, N. P., O’Donnell, C., & Tiwari, B. K. (2010). Effect of thermal processing on anthocyanin stability in foods; mechanisms and kinetics of degradation. Trends in Food Science and Technology, 21(1), 3–11.

Rein, M. (2005). Copigmentation reactions and color stability of berry anthocyanins. Helsinki University. Retrieved from http://ethesis.helsinki.fi/julkaisut/maa/skemi/vk/rein/copigmen.pdf

Rein, M. J., & Heinonen, M. (2004). Stability and enhancement of berry juice color. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 52(10), 3106–14.

Rockenbach, I. I., Gonzaga, L. V., Rizelio, V. M., Gonçalves, A. E. D. S. S., Genovese, M. I., & Fett, R. (2011). Phenolic compounds and antioxidant activity of seed and skin extracts of red grape (Vitis vinifera and Vitis labrusca) pomace from Brazilian winemaking. Food Research International, 44(4), 897–901.

Rubilar, M., Pinelo, M., Shene, C., Sineiro, J., & Nuñez, M. J. (2007). Separation and HPLC-MS identification of phenolic antioxidants from agricultural residues: almond hulls and grape pomace. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 55(25), 10101–9.

Santos, L. P., Morais, D. R., Souza, N. E., Cottica, S. M., Boroski, M., & Visentainer, J. V. (2011). Phenolic compounds and fatty acids in different parts of Vitis labrusca and V. vinifera grapes. Food Research International, 44(5), 1414–1418.

Soares, M., Welter, L., Kuskoski, E. M., Gonzaga, L., & Fett, R. (2008). Compostos fenólicos e atividade antioxidante da casca de uvas Niágara e Isabel. Revista Brasileira de Fruticultura, 30(1), 59–64.

Teixeira, A., Eiras-Dias, J., Castellarin, S. D., & Gerós, H. (2013). Berry phenolics of grapevine under challenging environments. International Journal of Molecular Sciences, 14(9), 18711–39.

Threlfall, R. T., Morris, J. R., Howard, L. R., Brownmiller, C. R., & Walker, T. L. (2005). Pressing effects on yield, quality, and nutraceutical content of juice, seeds, and

137

skins from black beauty and sunbelt grapes. Journal of Food Science, 70(3), S167–S171.

Tiwari, B. K., O’Donnell, C. P., Patras, a, Brunton, N., & Cullen, P. J. (2009). Anthocyanins and color degradation in ozonated grape juice. Food and Chemical Toxicology : An International Journal Published for the British Industrial Biological Research Association, 47(11), 2824–9.

Wang, H., Race, E. J., & Shrikhande, A. J. (2003). Characterization of anthocyanins in grape juices by ion trap liquid chromatography-mass spectrometry. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 51(7), 1839–44.

Wang, W.-D., & Xu, S.-Y. (2007). Degradation kinetics of anthocyanins in blackberry juice and concentrate. Journal of Food Engineering, 82(3), 271–275.

Waterhouse, A. L. (2005). Determination of Total Phenolics. In R. E. Wrolstad, T. E. Acree, E. A. Decker, M. H. Penner, D. S. Reid, S. J. Schwartz, … P. Sporns (Eds.), Handbook of Food Analytical Chemistry: Pigments, Colorants, Flavors, Texture, and Bioactive Food Components (p. 606). New Jersey: John Wiley and Sons.

Wu, X., & Prior, R. L. (2005). Systematic identification and characterization of anthocyanins by HPLC-ESI-MS/MS in common foods in the United States: fruits and berries. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 53(7), 2589–99.

Xia, E.-Q., Deng, G.-F., Guo, Y.-J., & Li, H.-B. (2010). Biological activities of polyphenols from grapes. International Journal of Molecular Sciences, 11(2), 622–46.

Yadav, M., Jain, S., Bhardwaj, A., Nagpal, R., Puniya, M., Tomar, R., … Yadav, H. (2009). Biological and medicinal properties of grapes and their bioactive constituents: an update. Journal of Medicinal Food, 12(3), 473–84.

Yu, J., & Ahmedna, M. (2013). Functional components of grape pomace: their composition, biological properties and potential applications. International Journal of Food Science and Technology, 48(2), 221–237.

Zhao, Q., Duan, C.-Q., & Wang, J. (2010). Anthocyanins Profile of Grape Berries of Vitis amurensis, Its Hybrids and Their Wines. International Journal of Molecular Sciences, 11(5), 2212–28.

138

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Centro de Ciências da Saúde – CCS

Instituto de Nutrição Josué de Castro – INCJ Programa de Pós-Graduação em Nutrição – PPGN

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Efeito de diferentes métodos de extração e do processamento por alta pressão hidrostática sobre a capacidade antioxidante e o teor de compostos bioativos de uva

(Vitis labrusca)

Você está sendo convidado para participar de uma pesquisa. A seleção foi realizada de forma casual e sua participação não é obrigatória. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com as informações, obtidas de outros participantes, não sendo divulgada a identificação de nenhum participante. O objetivo deste estudo é avaliar o efeito de diferentes tempos de extração a vapor sobre a aceitação do suco de uva. Sua participação nesta pesquisa ajudará a identificar o suco com melhor característica sensorial, de acordo com o processamento, para embasar a seleção de amostras que serão posteriormente analisadas quanto à composição química. Sua participação consistirá em responder ao teste sensorial de preferência, não havendo riscos relacionados. Além disto, não haverá despesas pessoais em qualquer fase do estudo e não haverá compensação financeira relacionada à sua participação. Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso ao profissional responsável pela pesquisa, Profa. Maria Lucia Mendes Lopes, que poderá ser encontrada pelo telefone (21) 25626449 ou no 2º andar do bloco J do CCS, sala 16. Se você tiver alguma dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho/HUCFF/UFRJ - Sala 01D-46/1° andar; telefone 2562-2480 – Email: [email protected]. É garantida a liberdade de querer não participar deste projeto ou de retirar o consentimento a qualquer momento, no caso da aceitação, sem qualquer prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição. Acredito ter sido suficientemente informado a respeito do estudo acima citado que li ou que foram lidas para mim. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido. Além disso, estou ciente de que eu e o pesquisador responsável por essa pesquisa deveremos rubricar todas as vias (uma via com o voluntário da pesquisa e outra com o pesquisador) desse Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE. __________________________________ Data: ____/____/____ Nome do Sujeito da Pesquisa.

___________________________________ Assinatura do Sujeito da Pesquisa

____________________________________ Data: ____/____/____ Nome do Pesquisador Responsável

___________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável

Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2011