A BASE ECONÔMICA E O MULTIPLICADOR DE EMPREGO NOS MUNICÍPIOS
PÓLOS DO OESTE DO PARANÁ
Crislaine Colla - Mestre em Desenvolvimento Regional e Agronegócio pela Universidade
Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus Toledo-PR. Professora Assistente do
Colegiado de Economia da UNIOESTE/Campus Toledo-PR;
Jandir Ferrera de Lima - Ph.D. em Desenvolvimento Regional pela Université du Québec à
Chicoutimi (UQAC)-Canadá. Professor adjunto do Colegiado de Economia e do Programa de
Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de Toledo -PR;
Moacir Piffer - Doutor em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do
Sul (UNISC). Professor adjunto do Colegiado de Economia e do Programa de Pós-Graduação
em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(UNIOESTE)/ Campus de Toledo;
Raquel Aline Schneider - Graduanda do Curso de Ciências Econômicas da Unioeste/Campus
Toledo
RESUMO: O objetivo deste artigo é identificar e analisar a importância da base econômica
(atividades motoras) e do efeito multiplicador sobre o crescimento do emprego nas cidades
pólo da Região Oeste do Paraná no período de 1996 e 2010. A metodologia utilizada foi a
estimativa do multiplicador de emprego, a partir da identificação das atividades básicas nos
municípios e seu efeito sobre as outras atividades produtivas. Portanto, a estrutura produtiva
da Região Oeste do Paraná tem se fortalecido a partir de especializações regionais bem
especificas. Enquanto Cascavel e Foz do Iguaçu se fortalecem como grandes centros
prestadores de serviços e comércio em atividades diferenciadas, Toledo se fortalece como o
grande centro de transformação regional, consolidando a polarização dos municípios no
entorno dos pólos regionais.
Palavras-chave: Economia urbana, economia regional, desenvolvimento urbano.
ABSTRACT: This paper identify and analyze the importance of the economic base (motor
activities) and the multiplier effect on employment growth in cities pole of the western region
of Paraná State in Brazil between 1996 and 2010. The methodology was to estimate the
employment multiplier, from the identification of basic activities in the municipalities and
their effect on other productive activities. Therefore, the production structure of the western
region of Paraná State has strengthened from very specific regional specializations. While
Cascavel and Foz do Iguaçu city strengthen themselves as centers for service providers and
trade in different activities, Toledo city is strengthened as the major center of regional
transformation, consolidating the cities surrounding polarization of regional clusters.
Key–words: Urban economics, regional economics, urban development.
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é identificar e analisar a importância da base econômica
(atividades motoras) e do efeito multiplicador sobre o crescimento do emprego nas cidades
pólo da Região Oeste Paranaense no período de 1996 e 2010.
A mesorregião Oeste Paranaense foi a “última fronteira” de ocupação e expansão da
exploração agropecuária e reúne indicadores econômicos e institucionais que a situa entre os
2
três espaços de maior relevância no Estado do Paraná. Atualmente, nessa Região há uma
estrutura agroindustrial dinâmica calcada na produção de proteína animal e vegetal, com
impactos regionais e se consolida em uma rede de cidades (IPARDES, 2008).
As cidades de Cascavel, de Toledo e de Foz do Iguaçu são as cidades-pólo da
Mesorregião Oeste Paranaense. O município de Cascavel é o principal pólo regional e
destaca-se pelo desempenho de funções de alta e média complexidades na área de serviços e
transformação. A cidade de Cascavel posiciona-se na terceira ordem de hierarquia, pelo nível
de centralidade forte, apontada na hierarquia de centros da rede urbana brasileira como Centro
Sub-regional 1, a cidade de Toledo possui o nível de centralidade médio, na quarta ordem de
hierarquia. e Foz do Iguaçu, de “nível forte para médio", ocupando a posição de Centro Sub-
regional 2 nessa hierarquia (IPARDES, 2008).
A cidade de Toledo é próxima à Cascavel (46 km), com um núcleo de transformação
ligada a agroindústria de carnes e têxteis, maquinário agrícola e indústria farmacêutica. Já o
pólo de Foz do Iguaçu tem sua economia baseada no turismo, na produção de energia e no
fluxo de relações urbanas internacionais, (IPARDES, 2008).
Assim, as cidades de Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu se caracterizam como
importantes centros urbanos na Região Oeste do Paraná. Nota-se que esse dinamismo provém
de sua base econômica agroindustrial ou de serviços, que permitiu a diversificação de
atividades.
Essas centralidades polarizam a dinâmica da economia regional, constituindo dois
eixos. O eixo A estende-se ao longo da rodovia BR 467, entre as cidades de Cascavel e
Guaíra, passando por Toledo, Maripá, Palotina e Terra Roxa. O eixo B, também polarizado
por Cascavel, acompanha um trecho da BR 277, entre Cascavel e Foz do Iguaçu (LUGNANI
e PERIS, 2003).
Ao se considerar o papel das atividades motoras na formação do padrão de
urbanização e centros nodais, verifica-se que os nódulos crescem devido à vantagens
locacionais especiais que diminuem os custos de transação. Os centros nodais se tornam
centros comerciais onde se desenvolvem meios especiais para implementar a produção e a
distribuição dos produtos primários, a disseminação das indústrias, dos bancos, atacadistas e
outros serviços que se concentram nesses centros e atuam para melhorar a posição de custos
dos artigos de exportação. Para tanto, considera-se que o sucesso da base econômica é fator
determinante do crescimento das regiões (NORTH, 1977).
Com isso, pergunta-se: qual a importância das atividades básicas para as cidades pólo
da Mesorregião Oeste e como a base econômica estimula os outros setores de atividades? Para
responder tal questionamento, essa análise estrutura-se da seguinte forma: além desta
introdução, uma seção apresentando o perfil dos municípios de Cascavel, de Toledo e de Foz
do Iguaçu, cidades-pólo da Região; a terceira seção descreve o referencial teórico que norteia
este estudo; a quarta seção refere-se aos procedimentos metodológicos utilizados para a
apresentação dos resultados, que são descritos na seção 5.
2 Perfil das cidades de Cascavel, de Toledo e de Foz do Iguaçu
A Região Oeste do Paraná, a partir do final da década de 1960, inicia a modernização
da agricultura, conseguindo aumentar sua produtividade. Aliado a isto, ocorre uma mudança
na estrutura produtiva com a diversificação das atividades. O Estado do Paraná como um todo
passa a se industrializar e a dinamizar sua economia.
Embora existam semelhanças no povoamento dos municípios de Toledo e Cascavel,
alguns aspectos econômicos e sociais diferenciam-nas uma da outra. A partir da Revolução de
30, mais especificamente nas décadas de 1940 e 1950, o Oeste Paranaense passou a ser
povoado por levas migratórias vindas dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
3
A cidade de Toledo foi implantada pela Colonizadora Madeireira Rio Paraná (Maripá),
colonizadora formada por acionistas gaúchos e estruturada no ano de 1946. Já Cascavel foi
ocupada, também, por colonizadores provenientes do chamado Paraná Tradicional, tendo
como centros irradiadores os Campos de Guarapuava, das antigas colônias de imigrantes
europeus estabelecidos no terceiro planalto e de Laranjeiras do Sul, dentre outros
(COLODEL, 2003).
Figura 1 – Mesorregião Oeste Paranaense e Localização dos Pólos Regionais-2010
Fonte: Ferrera de Lima et all (2009).
Atualmente, Cascavel possui uma população censitária de 286.205 habitantes,
correspondendo a 23,46% da população da Mesorregião Oeste Paranaense. Já Toledo tem
uma população 119.313 habitantes, que corresponde a 9,78% da população da região e Foz do
Iguaçu apresenta uma população de 256.088 habitantes, que corresponde a 20,99% do total da
região, para o ano de 2010 (IBGE, 2011). Tanto Cascavel quanto Toledo e Foz do Iguaçu têm
um grau de urbanização elevado, com um percentual de 94,36%, 90,74% e 99,17%,
respectivamente (IPARDES, 2011).
Segundo dados do Ipardes (2011), para o ano de 2010, o setor que mais empregou no
municipio de Cascavel foi o setor de serviços, seguido pelo comércio, com uma diferença
4
muito pequena, e logo após a indústria. Em Toledo, o setor que mais empregou foi a indústria,
seguida pelo setor de serviços e depois o comércio. Segundo Rippel e Ferrera de Lima (2009),
a Região Oeste Paranaense tem destaque no setor agroindustrial, especialmente de carnes e
esta produção está fortemente ligada à consolidação dos complexos agroindustriais (CAI’s).
Porém, em Foz do Iguaçu, foi o setor de serviços, seguido pelo comércio e a indústria com um
percentual bem menor. Isto demonstra as diferenças na estrutura produtiva entre as cidades.
Outra característica que diferencia as cidades pólo da região Oeste Paranaense é a a
distribuição do valor adicionado fiscal de cada uma. Em Cascavel, no ano de 2008, o valor
adicionado foi mais significativo no comércio, com uma participação de mais de 50% do
total, seguido pela produção primária e indústria, com valores muito aproximados. Em
Toledo, o maior valor adicionado foi o da produção primária com um percentual de 39,78%
do valor total, seguido pela indústria com 38,66% do total e o comércio com 20,13%. Em Foz
do Iguaçu o valor adicionado mais significativo foi o da indústria com 79,6 % do total, o
comércio com 19,61% e a produção primária com 0,75% do total, para o ano de 2008. Deve-
se ressaltar que a maior parte do valor adicionado da indústria na cidade de Foz do Iguaçu
refere-se à Usina de Itaipu. (IPARDES, 2011).
Os dados apresentados mostram algumas diferenças entre as cidades pólo da Região
Oeste, mas as caracterizam com vantagens locacionais em relação às outras cidades da
Região, determinando sua estrutura produtiva e a base econômica.
3 Polarização e Base Econômica
O crescimento não aparece simultaneamente em toda parte e se manifesta em pontos
ou pólos de crescimento, com intensidades variáveis, por diversos canais e com efeitos
variáveis. O pólo de crescimento como com conjunto de unidades motrizes que criam efeitos
de encadeamento sobre outros conjuntos e ainda como uma unidade motriz num determinado
meio (PERROUX, 1977).
Andrade (1987) salienta que a unidade motriz dinamiza a economia regional,
provocando a atração de outras atividades, estimula as aglomerações e desenvolve atividades
terciárias proporcionais às necessidades da população do pólo e de sua área de influência.
A polarização permite a criação de vantagens locacionais para as cidades ou regiões e
esta característica pode influenciar a estrutura produtiva e a base de exportação, considerados
fatores essenciais para crescimento e desenvolvimento da região
Em análise regional, a base econômica ou de exportação é um dos elementos
fundamentais para explicar o desenvolvimento de uma região. A base econômica ou de
exportação é constituída por atividades básicas que produzem bens e serviços vendidos fora
da região e as atividades não-básicas, que são destinadas ao consumo interno. Isso demonstra
uma dicotomia: de um lado as atividades básicas (de exportação) e do outro as atividades não
básicas. O avanço econômico do município ou região se dá a partir das atividades de base e da
estrutura institucional para fortalecer essa base. As rendas geradas pela procura dos bens
produzidos nas atividades de base impulsionam as atividades locais e diminuem os custos de
transação. Apesar de os estudos clássicos de North (1977) se focarem na base econômica
agrária, eles acompanham as mutações da estrutura produtiva, dentre elas a transição de um
continuum urbano-rural para urbano-industrial. O desenvolvimento econômico regional é um
processo que tem origem a partir das atividades de base. Por isso, o desenvolvimento regional
tem como “motor” as atividades de base (PIFFER et al, 2002; PIFFER, 2009).
Segundo North (1977), o termo base econômica ou de exportação é utilizado para
designar, coletivamente os produtos de exportação de uma região ou cidade. Ela desempenha
um papel vital na determinação da renda de uma região tanto de forma direta, através do
rendimento dos fatores de produção e, principalmente, através do efeito indireto sobre os
5
outros setores e a renda da região. A base de exportação influencia o tipo de indústria
subsidiária, a distribuição da população, o padrão de urbanização, o tipo da força de trabalho,
as atitudes sociais e políticas e as flutuações da renda e do emprego.
A razão entre as atividades de exportação (básicas) e as atividades locais (não-
básicas), medida em renda ou emprego é usada como um multiplicador e demonstra como um
aumento nas exportações pode aumentar as atividades locais (TIEBOUT, 1977).
Por meio da identificação dos setores que configuram a base econômica para a cidade
de Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu, em relação ao Estado do Paraná, identificam-se os
setores mais dinâmicos e seu efeito multiplicador sobre os setores de atividades não-básicas.
4 Procedimentos Metodológicos
Os resultados da pesquisa de Piffer et al. (2002) indicam que, em 1999, a dinâmica da
base econômica no Paraná era dada pelas atividades agricultura/pecuária/silvicultura,
indústria de transformação, indústria da construção, comércio, serviços auxiliares das
atividades econômicas e prestações de serviços. Para analisar essa diversificação de
atividades, que permitem o dinamismo das regiões e o aumento do emprego e renda, deve-se
selecionar alguns indicadores para a cidade de Cascavel, de Toledo e de Foz do Iguaçu.
O primeiro deles é o do Quociente Locacional (QL). Este compara a participação
percentual de uma região em um setor particular, com a participação percentual da mesma
região no total do emprego da economia nacional. Se o valor do quociente for ≥1, significa
que a atividade é básica, ou, seja, voltada para exportação. Significa que a região é
relativamente mais importante, no contexto nacional, em termos do setor, do que em termos
gerais de todos os setores (HADDAD, 1989).
Para o cálculo do QL serão utilizados dados referentes ao emprego a partir da Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS) para o ano de 1996 e 2010, das cidades de Cascavel,
Toledo e de Foz do Iguaçu em relação ao Estado do Paraná. Será analisado o QL em relação
ao Estado para identificar quais os setores fazem parte da base econômica de cada cidade.
O QL é estimado conforme a equação a seguir:
)N/N/()S/S(QL titi (01)
Em que:
QL = Quociente Locacional
Si = Emprego na atividade i no municipio
St = Emprego total no municipio
Ni = Emprego na atividade i no Paraná
Nt = Emprego total no Paraná
Para identificar os elementos fundamentais que formam a base econômica dos
municipios de Cascavel, Toledo e de Foz do Iguaçu, se estimou o multiplicador do emprego
básico. Para isso utiliza-se a metodologia descrita em PIFFER et al. (2002), utilizando-se a
seguinte equação:
)N/N(SSB titii (02)
Em que:
Bi = Emprego básico da atividade na cidade
Si = Emprego na atividade i na cidade
St = Emprego total na cidade
6
Ni = Total de emprego nas atividades no Paraná
Nt = Total de empregos no Paraná.
Considerando-se a equação (02), tem-se:
E = EB + EM (03)
Em que:
E = Emprego Total
EB = Emprego básico
EM = Emprego não-básico
Os resultados serão apresentados através de tabelas que indicam o emprego, o
quociente locacional, a base econômica e o multiplicador de emprego para as cidades de
Cascavel, Toledo e de Foz do Iguaçu. Além disso, será feita uma análise a partir dos dados
encontrados, relacionando-os com a Teoria da Base Econômica e do Multiplicador de
emprego.
5 Emprego nos Municípios Pólos do Oeste do Paraná
Para analisar melhor a distribuição do emprego nas cidades de Cascavel e de Toledo,
apresenta-se sua evolução, por setor, dos anos de 1996 a 2010. Através da Tabela 1 pode-se
verificar que houve um aumento do emprego em quase todos os setores, com exceção da
indústria da madeira e do mobiliário, que teve o número de empregos reduzido no período de
1996 a 2010. Destacam-se os setores de indústria de materiais de transporte com um
crescimento de 1.515,91% e a indústria química, produtos farmacêuticos e veterinários com
um crescimento de 900% no número de empregos. Para o setor da indústria de materiais de
transporte, ressalta-se a instalação de uma fábrica de carrocerias de ônibus que contribuiu de
forma expressiva para o avanço neste setor.
Tabela 1 – Empregos na cidade de Cascavel, por setores, dos anos de 1996 a 2010 Setores 1996 2000 2005 2010 Variação
%
Indústria de Extração de Minerais 132 21 113 145 9,85% Indústria de Produtos Minerais não Metálicos 117 161 207 463 295,73% Indústria Metalúrgica 363 416 708 1.289 255,1%
Indústria Mecânica 726 418 648 1.472 102,75% Indústria de Materiais Elétricos e de Comunicação 87 38 36 138 58,62% Indústria de Materiais de Transporte 132 120 736 2.133 1.515,91% Indústria da Madeira e do Mobiliário 1.584 1.538 1.120 1.182 -25,38% Indústria do Papel, Papelão, Editorial e Gráfica 335 578 771 1.039 210,15% Indústria da Borracha, Fumo, Couros, Peles, Produtos Similares e Indústria Diversa 104 100 260 444 326,92% Indústria Química, Produtos Farmacêuticos, Veterinários, Perfumaria, Sabões, Velas e Matérias Plásticas
174 531 913 1.740 900%
Indústria Têxtil, do Vestuário e Artefatos de Tecidos 703 649 1.012 1.697 141,39% Indústria de Calçados 26 46 29 52 100% Indústria de Produtos Alimentícios, de Bebida e Álcool Etílico 2.640 2.562 4.054 7.035 166,48% Serviços Industriais de Utilidade Pública 43 63 28 325 655,81% Construção Civil 3.147 2.423 3.204 6.255 98,76% Comércio Varejista 7.149 9.060 14.148 18.608 160,29% Comércio Atacadista 2.727 3.381 4.770 6.034 121,27% Instituições de Crédito, Seguro e de Capitalização 924 1.007 1.234 1.490 61,26% Administradoras de Imóveis, Valores Mobiliários, Serviços Técnicos Profissionais,
Auxiliar Atividade Econômica
2.103 3.755 4.844 6.831 224,82%
Transporte e Comunicações 3.232 3.585 4.366 5.499 70,14% Serviços de Alojamento, Alimentação, Reparo, Manutenção, Radiodifusão e Televisão
2.793 3.252 4.213 4.907 75,69%
7
Serviços Médicos, Odontológicos e Veterinários 1.466 1.619 2.242 3.749 155,73%
Ensino 1.144 2.152 3.473 4.460 289,86% Administração Pública Direta e Indireta 5.082 4.912 6.196 7.083 39,37% Agricultura, Silvicultura, Criação de Animais, Extração Vegetal e Pesca 1.861 1.944 4.599 3.076 65,29% Atividade não Especificada ou Classificada 75 - - - -
Total 38.869 44.331 63.924 87.146 124,20%
Fonte: IPARDES (2011)
Verifica-se ainda que, para o período analisado, houve um aumento de 124,20% no
número de empregos na cidade de Cascavel. Dos 26 setores analisados, 13 deles tiveram um
crescimento maior que 124%, ou seja, há um dinamismo nos setores produtivos da cidade.
Observa-se que os setores da indústria de extração de minerais e de administração pública
direta e indireta tiveram um crescimento menor que 50%.
A partir da Tabela 2 notou-se que no município de Toledo houve um avanço
significativo nos empregos, considerando o período inicial de 1996 até o ano de 2010.
Verifica-se que todos os setores da indústria tiveram aumento significativo na quantidade
empregos, com exceção da indústria da madeira e do mobiliário com um aumento de apenas
35,22% na quantidade de empregos. Ressalta-se a importância da indústria de extração de
minerais, indústria mecânica, indústria de materiais elétricos e de comunicação, indústria
química, indústria têxtil e indústria de calçados..
Tabela 2 – Empregos na cidade de Toledo, por setores, dos anos de 1996 a 2010 Setores 1996 2000 2005 2010 Variação
%
Indústria de Extração de Minerais 8 3 19 56 600% Indústria de Produtos Minerais não Metálicos 108 188 231 373 245,37% Indústria Metalúrgica 228 255 506 609 167,11% Indústria Mecânica 68 132 326 555 716,18%
Indústria de Materiais Elétricos e de Comunicação 40 53 105 219 447,5% Indústria de Materiais de Transporte 15 123 81 34 126,67% Indústria da Madeira e do Mobiliário 301 420 313 407 35,22% Indústria do Papel, Papelão, Editorial e Gráfica 61 93 284 119 95,08% Indústria da Borracha, Fumo, Couros, Peles, Produtos Similares e Indústria Diversa 143 149 130 387 170,63% Indústria Química, Produtos Farmacêuticos, Veterinários, Perfumaria, Sabões, Velas e Matérias Plásticas
306 332 1.234 2.401 684,64%
Indústria Têxtil, do Vestuário e Artefatos de Tecidos 244 997 1.339 1.706 661,61%
Indústria de Calçados 88 119 259 509 478,41% Indústria de Produtos Alimentícios, de Bebida e Álcool Etílico 4.651 5.122 8.192 9.069 94,99% Serviços Industriais de Utilidade Pública 1 2 - 59 5800% Construção Civil 349 591 846 1.457 317,48% Comércio Varejista 2.411 2.860 4.630 6.614 174,33% Comércio Atacadista 388 484 760 983 153,35% Instituições de Crédito, Seguro e de Capitalização 173 332 385 568 228,32% Administradoras de Imóveis, Valores Mobiliários, Serviços Técnicos Profissionais, Auxiliar Atividade Econômica
384 1.275 2.018 1.514 294,27%
Transporte e Comunicações 826 918 1.616 1.658 100,73% Serviços de Alojamento, Alimentação, Reparo, Manutenção, Radiodifusão e Televisão
1.508 1.765 2.987 3.791 151,39%
Serviços Médicos, Odontológicos e Veterinários 389 456 380 708 82,01% Ensino 339 536 1.029 1.359 300,88% Administração Pública Direta e Indireta 1.398 1.575 1.924 2.759 97,35% Agricultura, Silvicultura, Criação de Animais, Extração Vegetal e Pesca 888 713 1.082 1.080 21,62% Atividade não Especificada ou Classificada 4 - - - -
Total 15.319 19.493 30.676 38.994 154,55%
Fonte: IPARDES (2011)
No setor de comércio e serviços, o aumento mais significativo foi no setor de ensino
com um aumento de 300,88% no número de empregos em termos absolutos. Constata-se
então a importância do setor industrial para a distribuição de empregos no município de
Toledo.
8
Se observa que Toledo teve um aumento maior na quantidade total de empregos do
que ocorreu na cidade de Cascavel, considerando-se o ano de 1996 e 2010, com um
crescimento de 154,55% em termos absolutos. Com esse crescimento expressivo, 15 setores
analisados tiveram um crescimento igual ou superior ao crescimento geral. Quanto ao setor de
agricultura, no período analisado, obteve um crescimento de apenas 21,62% na quantidade de
empregos, demonstrando sua limitação quanto à criação de empregos.
Tabela 3 – Empregos na cidade de Foz do Iguaçu, por setores, dos anos de 1996 a 2010. Setores 1996 2000 2005 2010 Variação
%
Indústria de Extração de Minerais 10 21 6 32 220% Indústria de Produtos Minerais não Metálicos 120 152 170 201 67,5% Indústria Metalúrgica 62 117 163 244 803,7% Indústria Mecânica 27 106 80 34 25,93% Indústria de Materiais Elétricos e de Comunicação 5 5 47 28 460% Indústria de Materiais de Transporte 3 2 13 10 233,33% Indústria da Madeira e do Mobiliário 129 157 165 189 46,51%
Indústria do Papel, Papelão, Editorial e Gráfica 110 136 212 245 122,73% Indústria da Borracha, Fumo, Couros, Peles, Produtos Similares e Indústria Diversa 10 41 43 43 330% Indústria Química, Produtos Farmacêuticos, Veterinários, Perfumaria, Sabões, Velas e Matérias Plásticas
34 35 97 90 164,71%
Indústria Têxtil, do Vestuário e Artefatos de Tecidos 47 111 203 323 587,23% Indústria de Calçados - - 4 4 - Indústria de Produtos Alimentícios, de Bebida e Álcool Etílico 364 400 472 401 10,16% Serviços Industriais de Utilidade Pública 1.602 1.379 1.702 1.705 6,43%
Construção Civil 1.647 2.163 1.833 2.273 38,01% Comércio Varejista 6.352 8.453 11.079 13.465 111,98% Comércio Atacadista 1.487 1.488 1.129 1.253 -15,74% Instituições de Crédito, Seguro e de Capitalização 429 510 506 631 47,09% Administradoras de Imóveis, Valores Mobiliários, Serviços Técnicos Profissionais, Auxiliar Atividade Econômica
1.461 1.574 2.087 3.086 111,23%
Transporte e Comunicações 2.967 2.802 3.545 4.283 44,35% Serviços de Alojamento, Alimentação, Reparo, Manutenção, Radiodifusão e
Televisão
6.113 6.232 7.637 9.396 53,71%
Serviços Médicos, Odontológicos e Veterinários 1.030 1.191 1.798 2.448 137,67% Ensino 1.333 1.092 2.447 3.637 172,84% Administração Pública Direta e Indireta 3.789 3.963 5.539 6.808 79,68% Agricultura, Silvicultura, Criação de Animais, Extração Vegetal e Pesca 190 199 236 188 -1,05 Atividade não Especificada ou Classificada 23 - - - -
Total 29.344 32.329 41.213 51.017 73,92%
Fonte: IPARDES (2011)
A distribuição dos empregos no município de Foz do Iguaçu, entre 1996 e 2010
demonstra, conforme Tabela 3, que o setor industrial do municipio, embora apresente
crescimento em todos os setores, representa pouco em relação à quantidade total de empregos
no municipio. O setor de comércio e serviços são os maiores empregadores da cidade, com o
setor de ensino com a maior variação no período, com um crescimento de +172,84%. O setor
de comércio atacadista obteve uma redução de -15,74% na quantidade de empregos e o setor
da agricultura com uma redução de -1,05%.
Observa-se que o crescimento total dos empregos na cidade foi de 73,92% e que 13
setores tiveram um aumento percentual maior que este. Com isso, verifica-se que a cidade de
Foz do Iguaçu obteve um crescimento menor do que as cidades de Cascavel e de Toledo.
9
6 O Quociente Locacional, a Base Econômica e o Multiplicador de Emprego no Oeste
Paranaense.
Através da tabela 4, percebe-se que, em 1996, Cascavel possuía 9 setores que
configuram como base econômica, pois possuem quociente locacional igual ou superior a
unidade, ou seja, esses setores têm uma produção que excede as necessidades locais e pode
ser orientado para o mercado inter regional. Dos setores industriais, caracterizam-se como
base de exportação a indústria de extração de minerais, indústria mecânica, indústria da
madeira e do mobiliário, indústria de produtos alimentícios, de bebida e álcool etílico.
Destaca-se também a construção civil, comércio varejista, comércio atacadista, o setor de
transportes e comunicações e o setor de serviços médicos, odontológicos e veterinários como
base econômica para o ano de 1996.
Tabela 4 – Quociente Locacional de Cascavel, Toledo e de Foz do Iguaçu em 1996 e 2010.
Setores
Cascavel Toledo Foz do
Iguaçu
1996 2010 1996 2010 1996 2010
Ind. de extração de minerais 1,18 0,67 0,18 0,58 0,12 0,25
Ind. de Produtos Minerais não metálicos 0,27 0,53 0,64 0,95 0,37 0,39
Indústria Metalúrgica 0,78 0,87 1,24 0,91 0,18 0,28
Indústria Mecânica 1,44 1,03 0,34 0,87 0,07 0,04
Ind. de materiais elétricos e de comunicação 0,35 0,19 0,41 0,68 0,03 0,07
Ind. de materiais de transporte 0,63 1,60 0,18 0,06 0,02 0,01
Ind. da madeira e do mobiliário 1,00 0,47 0,48 0,36 0,11 0,13
Ind. do papel, papelão, editorial e gráfica 0,55 0,88 0,25 0,23 0,24 0,36
Ind. da borracha, fumo, couros, peles, prod. similares e ind.
Diversa
0,33 0,70 1,14 1,37 0,04 0,12
Ind. Química, prod. Farmacêuticos, veterinários, perfumaria,
sabões, velas e matérias plásticas
0,30 0,91 1,35 2,79 0,08 0,08
Ind. Têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos 0,75 0,60 0,66 1,34 0,07 0,19
Ind. de calçados 0,67 0,52 5,73 11,39 0,00 0,07
Ind. de produtos alimentícios, de bebida e álcool etílico 1,19 1,26 5,29 3,62 0,22 0,12
Serviços industriais de utilidade pública 0,08 0,41 0,00 0,17 4,15 3,67
Construção civil 1,69 1,47 0,47 0,76 1,17 0,91
Comércio varejista 1,41 1,20 1,21 0,95 1,66 1,48
Comércio atacadista 2,28 2,05 0,82 0,75 1,65 0,73
Instituições de crédito, seguro e de capitalização 0,68 1,01 0,32 0,86 0,42 0,73
Adm. de imóveis, valores mobiliários, serviços técnicos
profissionais, auxiliar atividade econômica
0,91 0,97 0,42 0,48 0,83 0,75
Transporte e comunicações 1,49 1,15 0,96 0,77 1,81 1,52
Serviços de alojamento, alimentação, reparo, manutenção,
radiodifusão e televisão
0,88 0,69 1,20 1,19 2,54 2,26
Serviços médicos, odontológicos e veterinários 1,27 1,35 0,85 0,57 1,18 1,50
Ensino 0,90 1,40 0,67 0,95 1,38 1,95
Administração pública direta e indireta 0,61 0,54 0,42 0,47 0,60 0,88
Agricultura, silvicultura, criação de animais, extração vegetal e
pesca
0,90 0,96 1,09 0,70 0,12 0,10
Fonte: Resultado da Pesquisa a partir de dados do IPARDES, RAIS (2011)
Para o ano de 2010, verifica-se que o setor da indústria de extração de minerais e a
indústria da madeira e do mobiliário deixam de ser base de exportação. Os setores da indústria
de materiais de transporte, de instituições de crédito, seguro e de capitalização e o setor de
ensino passam a fazer parte da base econômica da cidade de Cascavel. Os setores da indústria
mecânica, da indústria de produtos alimentícios, de bebida e álcool etílico, da construção
civil, do comércio varejista, do comércio atacadista, de transporte de comunicação e de
serviços médicos, odontológicos e veterinários continuam como atividades básicas. Com isso,
10
Cascavel tem uma estrutura produtiva diversificada, tendo como atividades motoras os setores
industriais, comerciais e de serviços.
De acordo com a Tabela 4, as indústrias que configuram base de exportação em
Toledo no ano de 1996 são: indústria metalúrgica, indústria da borracha, fumo, couros, peles,
produtos similares e indústria diversa, indústria química, indústria de calçados e indústria de
alimentos, bebidas e álcool etílico. Destaca-se a indústria química, a indústria de alimentos e a
indústria de calçados, pois localizam-se no município indústria de produtos farmacêuticos e
de calçados de segurança que são significativas na geração de empregos. No setor terciário,
apresentam-se como atividades de base o setor de comércio varejista, serviços de alojamento,
alimentação, reparo, manutenção, radiodifusão e televisão e ainda o setor de agricultura,
silvicultura, criação de animais, extração vegetal e pesca.
Para o ano de 2010, a indústria metalúrgica e a agricultura deixam de fazer parte da
base econômica e a indústria têxtil passa a ser significativa. Os outros setores continuam
fazendo parte da base econômica, mas nota-se que a estrutura produtiva e a base econômica
do municipio de Toledo é adensada na área industrial. Toledo passou a ser o grande centro de
transformação regional.
Para o município de Foz do Iguaçu, em 1996, 8 setores são considerados atividades
básicas: setor de serviços industriais de utilidade pública, construção civil, comércio varejista,
comércio atacadista, transporte e comunicações, serviços de alojamento, alimentação, reparo,
manutenção, radiodifusão e televisão, serviços médicos, odontológicos e veterinários e o setor
de ensino. Destacam-se os serviços industriais de utilidade pública com os empregos da Itaipu
Binacional e os setores de alojamento, pois o município é um pólo turístico internacional.
Em 2010, os setores de comércio atacadista e construção civil deixam de ser base de
exportação para o município de Foz do Iguaçu. Com isso, verifica-se que a estrutura produtiva
caracteriza-se essencialmente de setores de comércio e serviços.
Com base nos resultados obtidos com o quociente locacional, gerou-se uma matriz
com os valores do multiplicador de emprego nos municípios de Cascavel, de Toledo e de Foz
do Iguaçu, em relação ao Paraná, para o ano de 1996 e 2010.
Tabela 5 – Multiplicador de emprego dos Municípios Cascavel, de Toledo e de Foz do Iguaçu
em 1996 e 2010
Ano
Cidades
1996 2010 Variação
%
Cascavel 5,60 6,50 16%
Toledo 3,23 4,01 24%
Foz do Iguaçu 2,52 3,42 35% Fonte: Resultado da Pesquisa a partir de dados da RAIS, IPARDES (2011)
Analisando-se a Tabela 5, pode-se verificar que o município de Cascavel apresenta um
multiplicador de emprego de 5,60 em 1996 e 6,50 em 2010 em relação ao Estado do Paraná.
É um número significativo e demonstra a capacidade das atividades produtivas em dinamizar
os efeitos de emprego e renda da cidade. Assim, para cada 1 emprego do setor básico geram-
se 5,60 empregos no setor não-básico em 1996 e 6,50 empregos não-básico em 2010, ou seja,
os empregos básicos correspondem a 18% dos empregos totais e os não-básicos 82% em
1996. Para 2010 há um aumento de 16% no multiplicador de emprego do município de
Cascavel e os empregos básicos representam 15% dos empregos totais enquanto os empregos
não-básicos totalizam 85% do total. Isso significa que o crescimento do município de
Cascavel é baseado nos setores de atividades básicas , e estas são diversificadas, ou seja, a
base econômica constitui-se da indústria, comércio e serviços
11
O multiplicador de emprego encontrado para o município de Toledo é de 3,23 em
1996 e 4,01 para 2010, com um crescimento de 24% no período analisado. Isso significa que,
em 1996, para cada 1 emprego do setor básico, geram-se 3,23 empregos não básicos, ou seja,
os empregos básicos correspondem a aproximadamente 31% dos empregos totais. Em 2010,
para cada 1 emprego básico, são gerados 4,01 empregos não-básicos e os empregos básicos
correspondem a 25% dos empregos totais. A base econômica do município de Toledo é
constituída principalmente de setores industriais, tanto no ano de 1996 quanto em 2010.
O município pólo de Foz do Iguaçu apresenta um multiplicador de empregos no valor
de 2,52 em 1996 e 3,42 em 2010, caracterizando um aumento de 35% no período investigado.
Percebe-se que a base econômica do município é basicamente nos setores de comércio e
serviços, não ocorrendo nenhuma alteração significativa na estrutura produtiva no período de
tempo analisado. Para o ano de 1996, a cada 1 emprego básico, geram-se 2,52 empregos não-
básicos e para 2010, para cada 1 emprego básico são gerados 3,42 empregos não-básicos.
Analisando-se os município pólo da Mesorregião Oeste Paranaense, verifica-se que
possuem estruturas produtivas diferentes, o que verifica-se na distribuição de empregos e
também na estimativa do quociente locacional. O município de Cascavel apresenta uma
estrutura mais diversificada e um multiplicador de emprego superior ao de Toledo e de Foz do
Iguaçu.
Por fim, segundo Ferrera de Lima et all (2009), na Região Oeste do Paraná a maioria
dos municípios possui uma economia com o setor primário muito significativo. Apesar disso,
nos últimos anos, muitos desses municípios apresentaram reduções nos seus respectivos
Quocientes Locacionais do setor primário. Isso se deve ao resultado de uma maior
especialização regional. De um lado, os municípios polarizados especializaram-se no
fornecimento de insumos para que a base econômica dos municípios mais avançados os
transforme fortalecendo a integração da rede urbana regional.
6 CONCLUSÃO
O objetivo deste artigo foi identificar e analisar a importância da base econômica
(atividades básicas) e do efeito multiplicador sobre o crescimento das atividades produtivas
dos municípios pólos da Região Oeste Paranaense no período de 1996 e 2010.
Através da análise dos dados referentes ao emprego, Quociente locacional e do
multiplicador de emprego, verificou-se que Cascavel possui uma estrutura produtiva mais
dinâmica e diversificada, baseada em setores industriais, comerciais e de serviços. Sua base
econômica é calcada nestes setores e o multiplicador de emprego é significativo para
estimular as atividades e a renda local.
Já o município de Toledo, por sua vez, possui uma estrutura produtiva industrial muito
importante principalmente no setor alimentício, indústria de calçados e indústria de produtos
químicos e farmacêuticos. Sua base econômica é essencialmente industrial e o multiplicador
de emprego é inferior ao da cidade de Cascavel, mas apresenta uma evolução no período de
1996 e 2010. Deve-se ressaltar que uma base industrial bem dimensionada pode influenciar na
diversificação das atividades.
Já o município de Foz do Iguaçu apresenta uma estrutura produtiva caracterizada,
principalmente, pelos setores de comércio e serviços e o multiplicador de emprego é mais
baixo do que em Cascavel e em Toledo, mas aproxima-se do índice de Toledo. Embora a
industrialização não seja um estágio obrigatório para um município ou região, é fator
importante para determinar um crescimento sustentado.
Portanto, a estrutura policentrica da Região Oeste do Paraná tem se fortalecido a partir
de especializações regionais bem especificas. Enquanto Cascavel e Foz do Iguaçu se
fortalecem como grandes centros prestadores de serviços e comércio em atividades
12
diferenciadas, Toledo se fortalece como o grande centro de transformação regional,
consolidando a polarização dos municípios no entorno dos pólos regionais.
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