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DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE AUTOMAÇÃO E SISTEMAS COORDENAÇÃO DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL MATEUS BARBOSA VICTOR SAID ENSAIOS COM TRANSFORMADOR: EM CURTO E A VAZIO Salvador 2014

Relatório ensaios em transformadores

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Page 1: Relatório ensaios em transformadores

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE AUTOMAÇÃO E SISTEMAS

COORDENAÇÃO DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

MATEUS BARBOSA

VICTOR SAID

ENSAIOS COM TRANSFORMADOR:

EM CURTO E A VAZIO

Salvador

2014

Page 2: Relatório ensaios em transformadores

MATEUS BARBOSA

VICTOR SAID

ENSAIOS COM TRANSFORMADOR:

EM CURTO E A VAZIO

Relatório solicitado pela professora Francismari Santos, como requisito de avaliação parcial da II Unidade da disciplina de Eletrotécnica II, no Instituto Federal Bahia – IFBA, Câmpus Salvador. Relatório orientado pela Profª. Francismari Santos.

Salvador

2014

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema geral dos transformadores ......................................................... 5

Figura 2 – Corrente parasita no transformador monofásico ........................................ 8

Figura 3 – Curva característica do ciclo histéricos em materiais ferromagnéticos ...... 8

Figura 4 - Ensaio em Curto-Circuito ............................................................................ 9

Figura 5 - Ensaio em Curto-Circuito em um Transformador Trifásico. ...................... 10

Figura 6 - Circuito equivalente completo do ensaio em Curto-Circuito. ..................... 11

Figura 7 - Circuito equivalente completo do ensaio em Curto-Circuito. ..................... 12

Page 4: Relatório ensaios em transformadores

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4

2 TRANSFORMADORES ........................................................................................... 5

2.1 PERDAS NO TRANSFORMADOR ....................................................................... 6

2.1.1 Perdas de cobre ................................................................................................. 7

2.1.2 Perdas de ferro ................................................................................................... 7

3 ENSAIOS EM CURTO-CIRCUITO ........................................................................... 9

4 ENSAIOS EM VAZIO ............................................................................................. 12

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 15

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16

Page 5: Relatório ensaios em transformadores

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1 INTRODUÇÃO

Transformadores são máquinas elétricas estáticas, destinadas à transmissão

de tensão por meio de indução eletromagnética. Realizam o controle do valor da

tensão transmitida, aumentando, reduzindo ou mantendo-a constante, sem alterar a

potência e frequência original. São constituídos de três elementos básicos: duas

bobinas, que são interligadas por um material ferromagnético condutor, o qual

possui núcleo com permeabilidade magnética elevada.

Utilizando os princípios da indução magnética, é possível realizar a indução

de tensão entre bobinas, sem que haja contato direto entre as mesmas, por

intermédio do núcleo, alterando, assim, os valores da tensão. Formalmente, essas

máquinas elétricas são constituídas de um enrolamento primário (bobina primária),

um enrolamento secundário (bobina secundária) e o núcleo ferromagnético. E

podem ser classificadas de acordo com: a aplicação a qual se destinam; o tipo de

núcleo; ou em relação ao número de fases.

A fim de verificar se o transformador apresenta um correto funcionamento são

realizados ensaios em curto-circuito e a vazio. Esses testes irão determinar os

parâmetros do transformador, como por exemplo, a resistência, a impedância e a

reatância equivalentes, entre outros, além de uma série de características

relacionadas ao funcionamento do mesmo.

Os resultados dos ensaios são comparados com os valores de grandezas

para qual o transformador foi projetado. O profissional responsável, então, irá manter

ou alterar o equipamento a fim de atingir as características para qual ele foi

planejado, conferindo maior confiabilidade ao mesmo.

Este trabalho tem por objetivo apresentar os ensaios em curto-circuito e vazio,

descrevendo suas peculiaridades, aplicação e parâmetros estabelecidos por eles. A

fim de fundamentar a elaboração deste relatório, a metodologia empregada foi a

revisão bibliográfica, a qual foi realizada utilizando livros, websites e apostilas

virtuais.

Page 6: Relatório ensaios em transformadores

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2 TRANSFORMADORES

Os transformadores são responsáveis por gerar uma variação na tensão de

saída, com a conservação da energia de entrada e, portanto, conservação da

potência e frequência inicial; para isso, varia-se, o valor da corrente elétrica. O valor

da potência é, teoricamente, conservado, contudo na prática observa-se que há

perda de energia (BERTINI, 2003).

Esses elementos são constituídos: de dois enrolamentos de condutores,

denominados primário, aquele que recebe a tensão inicial a ser alterada, e

secundário, local de saída da tensão desejada; e núcleo, que, em geral, é

confeccionado de material ferromagnético, ou de ar. A estrutura genérica dos

transformadores é apresentada na Figura 1.

Figura 1 – Esquema geral dos transformadores

Fonte: Adaptações de PETRY, 2007.

Os transformadores utilizam como princípio de funcionamento o

eletromagnetismo, portanto, a associação da Lei de Faraday e Lei de Lenz. A Lei de

Faraday é a lei física desenvolvida por Michael Faraday, em 1831, que afirma, de

acordo com Kosow (1982): “o valor da tensão induzida em uma simples espira de fio

é proporcional à razão de variação das linhas de força que passam através daquela

espira (ou se concatenam com ela)”.

Portanto, a variação do campo magnético induz tensão em um condutor. O

fenômeno descoberto por Fadaray recebeu o nome de indução eletromagnética, e

teve seu enunciado completo por Lenz. De acordo com Kosow (1982), a tensão

Page 7: Relatório ensaios em transformadores

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induzida desencadeará, em circuitos fechados, a formação de corrente elétrica, que

circulará “num sentido tal que seu efeito magnético se oponha à variação que a

produziu”.

Os transformadores funcionam a partir da indução mútua entre bobinas. Em

geral, transformadores trabalham com corrente e tensão alternadas. Nos

transformadores monofásicos ideais, ocorre a transmissão da tensão ao secundário

sem as perdas características, como as do cobre ou do ferro, etc.; e é representado

pela equação 1.

𝑣1 = 𝑒1 =N1∙∆∅

∆T (1)

Continuamente a tensão alternada, v1, é inserida no primário, que gera uma

tensão induzida no secundário, v2. Em transformadores ideais existe uma relação

entre as grandezas tensão (V), corrente (I) e número de espiras (N) do primário (1) e

secundário (2). Com base na equação 1, obtém-se a equação 2.

𝑣1

v2=

N1

N2=

I2

I1 (2)

De acordo com Vaz (2010, p. 15), as principais aplicações do transformador

são: “[...] transferência de energia de um circuito elétrico a outro com o ajuste do

nível de tensão, o acoplamento entre sistemas elétricos, objetivando o casamento de

impedância e isolação e a eliminação de corrente CC entre dois ou mais circuitos”.

2.1 PERDAS NO TRANSFORMADOR

Diferente dos transformadores ideais, os transformadores utilizados nas mais

diversas aplicações possuem um conjunto de perdas características. Essas perdas

podem ser mensuradas de diversos modos, mas há dois métodos muito utilizados:

ensaio em curto-circuito e ensaio a vazio. Contudo, antes de abordar tais ensaios,

deve-se compreender os tipos de perdas típicas de um transformador.

Page 8: Relatório ensaios em transformadores

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Há dois tipos de perdas principais no transformador, ambas ocorrem no

processo de transferência de energia do primário ao secundário: as perdas de

energia na forma de calor, devido ao cobre; e as perdas de ferro, que se dão no

núcleo confeccionado de material ferromagnético, através das correntes parasitas ou

Foucault e Histerese.

2.1.1 Perdas de Cobre

As perdas de cobre são aquelas originárias da dissipação de energia através

dos condutores dos enrolamentos. Quando há o fluxo de corrente elétrica nos

condutores, ocorre o efeito Joule, que consiste na dissipação de energia por meio da

conversão em energia térmica. De acordo com Moura e Azevedo (2012, p. 18), “a

perda no cobre varia com a carga do transformador”. A equação 3 apresenta o meio

de obtenção dessa perda. Onde: P = perda de cobre; R = resistência elétrica do

enrolamento primário ou do secundário; I = Corrente no primário ou secundário.

𝑃 = 𝑅 ∙ 𝐼2 (3)

2.1.2 Perdas de Ferro

As perdas de ferro nos transformadores monofásicos ocorrem através de:

correntes parasitas ou correntes Foucault no núcleo do transformador; ou histerese

magnética. As correntes Foucault são originárias do fluxo magnético do primário ao

secundário, desencadeando a formação de uma força magneto-motriz, que ao atuar

sobre o núcleo ferromagnético gera altas correntes, ilustradas na figura 2.

Na imagem, as correntes parasitas percorrem as lâminas do núcleo do

transformador, sendo originárias do fluxo magnético entre primário e secundário.

Segundo Moura e Azevedo (2012, p. 19), “estas correntes não transferem energia

para o secundário, apenas aquecem o núcleo”. Essas perdas podem ser

minimizadas aumentando a resistência elétrica do núcleo.

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Figura 2 – Corrente parasita no transformador monofásico

Fonte: MOURA e AZEVEDO, 2012, p. 19.

As perdas por histerese magnéticas são provenientes da inversão da

polaridade da corrente alternada no primário. Ao inverte-se, segundo Moura e

Azevedo (2012, p. 19), ocorre a inversão da polaridade do campo magnético fluindo

no núcleo, que consome energia em forma de calor. A perda originária pela inversão

da polaridade do campo com perdas na forma de calor dá-se o nome de histerese

magnética.

Esse fenômeno, entretanto, não é constante. De acordo com o mesmo autor,

a perda por histerese varia de intensidade dependendo do material de confecção do

núcleo. Há materiais que polarizam-se facilmente, de modo à reduzir a histerese,

afinal quando há inversão da polaridade do campo magnético, há a facilitação do

processo pelo material. Havendo, também, materiais que dificultam esse processo.

Esses materiais podem ser classificados com base em sua capacidade de

manterem-se magnetizados, mesmo após a excitação. A classificação geral dos

materiais ferromagnéticos dividem-se em: intermediários, figura 3 (a); duros, figura 3

(b); moles, figura 3 (c). O gráfico representa o ciclo histerético, que relaciona o

campo magnético e densidade do fluxo.

Figura 3 – Curva característica do ciclo histéricos em materiais ferromagnéticos

Fonte: MOURA e AZEVEDO, 2012, p. 19.

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3 ENSAIOS EM CURTO-CIRCUITO

Os ensaios constituem importantes testes realizados em transformadores

para estabelecer parâmetros e verificar o funcionamento dos mesmos e dependendo

dos resultados, as características do equipamento podem ser mantidas ou alteradas

com o objetivo de fornecer maior estabilidade e segurança durante o seu

funcionamento.

O ensaio em curto-circuito geralmente é o primeiro ensaio a ser realizado.

Nesse ensaio, o enrolamento do transformador que trabalha com tensão maior é

utilizado como primário e o enrolamento com menor tensão é consequentemente

utilizado como secundário. Isso ocorre, porque utilizar alta tensão no primário

significa medições mais confiáveis, já que a corrente nominal, que é a corrente ideal

para um correto funcionamento do transformador, é atingida ao se aplicar um

pequeno valor de tensão no primário.

Para realizar o ensaio, o enrolamento secundário do transformador

monofásico é curto circuitado, como representado na figura 4. Além disso, um

amperímetro, um wattímetro, um voltímetro e uma fonte variável de tensão alternada

são ligados no circuito primário, para que algumas grandezas possam ser medidas.

Figura 4 - Ensaio em Curto-Circuito

Fonte: UNSIHUAY, 2012.

No caso de um transformador trifásico, o center tape também é curto

circuitado como os outros dois fios extremos do enrolamento secundário. No

primário, a ligação é bastante diferente. São utilizados três amperímetros, dois

wattímetros, um voltímetro e uma fonte trifásica, como representado na figura 5.

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Figura 5 - Ensaio em Curto-Circuito em um Transformador Trifásico.

Fonte: JEFFREY, 2013.

Na figura 4, são medidos com os instrumentos a corrente de curto-circuito

(Icc) no amperímetro, a tensão de curto-circuito (Vcc) no voltímetro e potência de

curto-circuito (Pcc) no wattímetro. O curto-circuito feito no enrolamento secundário

de um transformador, tanto monofásico quanto trifásico, simula o equipamento

operando com carga máxima. O ensaio é ainda utilizado para calcular os parâmetros

Zeq, Xeq e Req, para calcular as perdas no cobre dos enrolamentos primário e

secundário e também a queda de tensão no transformador.

Os circuitos da figura 4 e da figura 5 devem ser energizados com cautela. A

tensão deve ser inserida gradativamente até que a corrente no circuito seja igual à

corrente nominal do transformador. É necessário cerca de 10 a 15% do valor de

tensão nominal do transformador para se a atingir a corrente nominal durante o

ensaio em curto-circuito. A tensão Vcc é, então, uma tensão no enrolamento primário

que faz surgir no circuito secundário em curto a corrente nominal. É importante

também monitorar a corrente nominal no secundário, pois um pequeno aumento de

tensão no primário gera um grande aumento de corrente no secundário.

Com o circuito da figura 4 corretamente energizado, são obtidos os valores

Icc, Vcc e Pcc, que são utilizados para calcular os já mencionados parâmetros Zeq,

Req e Xeq, através das equações 4, 5 e 6 respectivamente.

𝑍𝑒𝑞 =𝑉𝑐𝑐

𝐼𝑐𝑐 (4)

𝑅𝑒𝑞 =𝑃𝑐𝑐

𝐼²𝑐𝑐 (5)

𝑋𝑒𝑞 = √𝑍²𝑒𝑞 − 𝑅²𝑒𝑞 (6)

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O circuito equivalente para o ensaio em curto-circuito é representado na figura

6.

Figura 6 - Circuito equivalente completo do ensaio em Curto-Circuito.

Fonte: SILVA, 2010.

A perda total no cobre é calculada através da equação 7, em que r1, r2, I₁ e l₂

representam respectivamente as resistências no enrolamento primário e secundário

e as correntes no primário e secundário

𝑃𝑐𝑢 = 𝑟1 × 𝐼2₁ + 𝑟2 × 𝐼²₂ (7)

No circuito da figura 6, a impedância equivalente é calculada com equação 8.

𝑍𝑒𝑞 = 𝑟1 + 𝑗𝑋𝑙1 + 𝑟2 + 𝑗𝑋𝑙2 = 𝑅𝑒𝑞 + 𝑗𝑋𝑒𝑞 (8)

Outra grandeza importante que pode ser calculada com os dados obtidos

durante a realização dos ensaios no transformador é rendimento, que é dado pela

equação 9.

𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑎í𝑑𝑎

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 (9)

No entanto, fatores como a perda no cobre e a perda no ferro comprometem o

rendimento do transformador. Logo, esses fatores devem ser adicionados no

denominador da equação 9, já que são inversamente proporcionais ao rendimento.

O calculo mais coerente é dado pela equação 10.

𝑅𝑒 =𝑃𝑜𝑡𝑆

𝑃𝑜𝑡𝐸+𝑃𝑓𝑒+𝑃𝑐𝑢 (10)

Todos esses valores calculados são importantes para o conhecimento das

características do transformador, para verificar se ele apresenta aquilo que foi

projetado para apresentar e se está funcionando corretamente para ser utilizado.

Page 13: Relatório ensaios em transformadores

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4 ENSAIOS EM VAZIO

Os ensaios em vazio são aqueles utilizados para parametrizar as perdas de

ferro no transformador, seja por corrente parasita ou histerese magnética, bem como

o rendimento desse. De acordo com Costa (2010, p. 43), o procedimento determina,

ainda: “(i) o valor da resistência equivalente às perdas no ferro; (ii) a reactância de

magnetização; (iii) a razão de transformação”.

Sendo que para Vasconcellos (2013, p. 26), com esse procedimento

mensura-se ainda a corrente de excitação. Para o cálculo desses parâmetros faz-se

a análise do circuito equivalente do transformador em curto-circuito, o qual é

apresentado na figura 7.

Figura 7 - Circuito equivalente completo do ensaio em Curto-Circuito.

Fonte: VASCONCELLO, 2013, p. 26.

Segundo Moura e Azevedo (2012, p. 19), no procedimento experimental dos

ensaios a vazio, a verificação desses parâmetros é realizado utilizando a tensão e

frequência nominal do transformador, isto é, as tensões e frequências que esse

transformador foi projetado para trabalhar, e que são especificadas na placa da

máquina elétrica. Para Costa (2010, p. 43):

Em vazio, a corrente no primário é pequena, as perdas no cobre do primário são desprezáveis, e a potência em vazio equilibra praticamente as perdas do ferro. Estas perdas variam com a tensão de entrada, mas permanecem praticamente constantes quando a fem induzida na bobina é constante.

Segundo Vasconcellos (2013, p. 26), nesse procedimento um dos terminais

do transformador estará em vazio – sem carga, em aberto –, enquanto o

enrolamento com o menor valor de tensão estará submetido aos valores nominais.

Page 14: Relatório ensaios em transformadores

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Estando um dos terminais abertos a corrente será nula nesse. Após submeter o

primário à tensão e frequência nominal, de acordo com Moura e Azevedo (2012, p.

19), “mede-se a tensão nominal (𝑉𝑛), corrente de magnetização (𝐼𝑚) e a potência a

circuito aberto, (𝑃𝑐𝑎).”

Através dessa medição é possível calcular as perdas de ferro do núcleo, tanto

por correntes Foucault, quanto por histerese magnética. O cálculo pode ser obtido

através da equação 11.

𝑃𝑓𝑒 = 𝑃𝑐𝑎 − 𝐼𝑚2 ∙ 𝑅𝑒 (11)

Segundo Vasconcellos (2013, p. 26), é possível calcular a tensão de

excitação por intermédio da tensão nominal. A corrente de excitação é a corrente

essencial para o funcionamento do transformador, pois é responsável por

magnetizar o núcleo ferromagnético do equipamento. Para esse autor é possível

determinar essa corrente de excitação, pois:

A razão da aplicação de tensão nominal é que o fluxo mútuo produzido que atravessa o núcleo tem praticamente a mesma amplitude daquele que um transformador operando com carga e tensão nominais. Isso faz com que a corrente gerada seja igual à corrente de excitação.

O mesmo autor salienta que além desse parâmetro, por intermédio desse

ensaio é possível efetuar o cálculo da impedância total do circuito aberto, faz-se o

como na equação 12. Nesse cálculo: Zca = Impedância total do circuito aberto; R1 =

Resistência do primário; Xd1 = Reatância indutiva no primário; Rc = resistência das

perdas; Xm = Reatância de magnetização.

𝑍𝑐𝑎 = 𝑅1 + 𝑗𝑋𝑑1 +𝑅𝑐(𝑗𝑋𝑚)

𝑅𝑐+(𝑗𝑋𝑚) (12)

Os valores de Rc e Xm são calculados como na equação 13 e 14. Sendo que o

valor Zφ, necessário para o cálculo de Xm é obtido na equação 14. Cujas variáveis

são conhecidas.

Page 15: Relatório ensaios em transformadores

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𝑅𝑐 =𝑉𝑐𝑎

2

𝑃𝑐𝑎 (13)

𝑋𝑚 =1

√(1

|𝑍𝜑|)

2

−(1

𝑅𝑐)

2 (14)

|𝑍𝜑| =𝑉𝑐𝑎

𝐼𝑐𝑎 (15)

Para Costa (2010, p. 44) com os ensaios à vazio é possível determinar a

potência reativa em vazio e a reatância magnético por meio das equações 16 e 17.

Onde: Vn = tensão nominal aplicada; P1 = Potência no primário.

𝑄1 = 𝑃1 ∙ tan ∅ (16)

𝑋𝑚 =𝑉𝑛

2

𝑄1 (17)

Esse mesmo autor salienta que é possível calcular a relação (ou razão) de

transformação do transformado, calcula-se utilizando a equação 18. Onde: n =

relação de transformação; V1 = tensão nominal; V2 = tensão induzida.

𝑛 =𝑉1

𝑉2 (18)

Por fim, o rendimento do transformador pode ser calculado, de acordo com

Moura e Azevedo (2012, p. 19), de acordo com a equação 19, 20 e 21. Onde: η =

rendimento; P2 = potência de saída; PCu = Potência de perda do Cobre; Pcp =

potência de perda por corrente parasita; PH = Perda no núcleo por histerese

magnética.

η =𝑃2

𝑃2+𝑃𝐶𝑢+𝑃𝑐𝑝+𝑃𝐻 (19)

Page 16: Relatório ensaios em transformadores

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os transformadores elétricos são maquinas de grande importância na

atualidade sendo responsáveis por elevar e abaixar a tensão durante os processo de

transmissão da energia dos locais de geração para os grandes centros

consumidores. Além, de serem amplamente utilizados em grande parte

equipamentos elétricos para que a tensão da rede seja transformada em uma tensão

utilizada pelos equipamentos.

Os transformadores funcionam baseando-se nas leis de Michael Faraday e

Lenz, a respeito da formação de tensão induzida a partir da variação do fluxo

magnético em uma bobina. Essas máquinas elétricas são construídas de forma que

uma bobina ligada a rede crie um fluxo magnético variante, que é transportado por

um núcleo ferromagnético para outra bobina, o que faz surgir uma tensão induzida

em seus terminais.

A construção de um transformador exige que ensaios sejam realizados para

verificar seu funcionamento e determinar parâmetros. Os ensaios realizados são em

curto-circuito, em que os terminais do enrolamento secundário do transformador são

curto circuitados, e em vazio, no qual os mesmo terminais não são ligados a nada.

Esses ensaios simulam os transformadores em condições diferentes de operação e

são realizados para determinar parâmetros, rendimento, perdas, entre outras.

Os ensaios são, portanto, de grande importância para verificar se o

transformador funciona da forma que foi projetado para funcionar. Eles ampliam

consequentemente a durabilidade, confiabilidade e segurança do transformador nas

mais diversas aplicações, além de permitir identificar eventuais problemas e erros de

funcionamento nos mesmos.

Page 17: Relatório ensaios em transformadores

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REFERÊNCIAS

BERTINI, L. A. Transformadores: Teorias, Práticas e Dicas (para transformadores de pequena potência). São Paulo: Eltec Editora, 2003.

CLODOALDO, S. Máquinas elétricas: Perdas no Cobre, no Ferro e Transformadores. Rio de Janeiro, 2009.

COSTA, J. D. Apontamentos de máquinas elétricas. [S.l]: ENIDH, 2010.

FILHO, M. Materiais ferromagnéticos – visão geral. Disponível em: <http://goo.gl/yqVr7L>. Acesso em: 11 set. 2014.

KOSOW, I. L. Máquinas elétricas e transformadores. Tradução: Luis Felipe Daiello e Percy Antônio Soares. Porto Alegre: Globo, 1982. Tradução do original em inglês para português.

MOURA, D. S.; AZEVEDO, F. J. Máquinas e instalações elétricas I EMI 102: Curso eletrotécnica. Bahia: EEEMBA, 2012.

PETRY, C. A. Transformadores. Florianópolis: CEFET SC, 2007.

SAID, V. BARBOSA, M. LEVY, J. CABRAL, V. FERREIRA, Y. CONTREIRAS, P. XAVIER, P. Princípio de funcionamento dos transformadores elétricos. Salvador: IFBA, 2014.

VASCONCELLOS, J. C. Análise das perdas no transformador monofásico para diferentes condições de operação. Rio de Janeiro: UFRJ, 2013.