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PROPRIEDADES, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES INDUSTRIAIS DO POLITETRAFLUORETANO-PTFE (Teflon®). Hamilton Britto 1 , Celso Costa Evangelista 2 Resumo O Teflon® é um polímero semicristalino que foi descoberto por Roy Punket enquanto manipulava o gás tetrafluoreto de eteno, foi inicialmente aplicado na indústria bélica durante a 2ª Guerra Mundial na década de 1940 e ganhou importância na indústria civil após 1954, quando o engenheiro Francês Marc Gregoire descobriu o processo para aderência desse material ao alumínio e criou a panela antiaderente; já em 1969, Robert Gore conseguiu expandi-lo formando uma membrana microporosa impermeável utilizada na confecção de roupas impermeáveis. Possui 4 fases conhecidas (pseudohexagonal, triclinico, ortorrômbico e hexagonal) e uma enorme estabilidade térmica podendo ser encontrado em pós para moldagens por compressão ou extrusão, para lubrificações e dispersões aquosas. Tem excelente resistência química em virtude da força de ligação dos átomos de flúor e do carbono que lhe confere uma proteção quase que total.O Teflon® É utilizado em uma infinidade de produtos que vão de revestimentos anticorrosão, placas e chapas antiadesivas, fitas, películas, isolantes para cabos coaxiais, placas, tarugos, juntas industriais, materiais de vedação, etc. Palavras-chave: Politetrafluoretano. Teflon®. Termoplásticos. Fluoroplásticos. PTFE. 1 INTRODUÇÃO Em 1938, Roy Plunket (1910-1994) observou um pó branco dentro de um cilindro que originalmente continha gás tetrafluoreto de eteno, descobrindo o Teflon®. (Canevarolo,2002); Utilizando o gás refrigerante tetrafluoretileno (TFE), Plunket e seu assistente guardaram o gás em um cilindro pressurizado mantendo-o em gelo seco; para surpresa do cientista e do assistente no dia seguinte, o gás não saiu, então o cilindro foi cortado no meio e estava completamente revestido com um pó branco no seu interior , pois. Estudando o ocorrido, concluíram que tratava- se de um polímero formado por cadeia de 100.000 átomos de carbono ligados a 2 átomos de flúor (CND, 2015). Na década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, cientistas envolvidos com os militares dos Estados Unidos se empenharam em encontrar materiais para proteger gaxetas, válvulas e instalações contra a corrosão. O PTFE foi utilizado em uma gama de aplicações militares, incluindo seu uso como parte do Projeto Manhattan (desenvolvimento da bomba atômica), o que levou a um aumento do uso do PTFE e à demanda por produção em escala internacional. Em 1954, Marc Gregoire, um engenheiro francês, descobre um processo para aderir o Teflon ao alumínio e aplica o conceito para criar a panela antiaderente. Em 1969, Dr. Robert Gore encontrou um meio de expandir o PTFE para formar uma membrana “microporosa”. A nova membrana é usada para formar tecidos para roupas especiais, sendo caracterizada por impedir que a água exterior possa entrar, sendo impermeável, e por outro lado que o suor interno evaporado possa sair, resultando em uma vestimenta transpirável(CND, 2015). 1 Sociedade Educacional de Santa Catarina SOCIESC. E-mail: [email protected] 2 Sociedade Educacional de Santa Catarina SOCIESC. E-mail:[email protected]

Artigo ptfe-teflon

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PROPRIEDADES, CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES INDUSTRIAIS DO

POLITETRAFLUORETANO-PTFE (Teflon®).

Hamilton Britto1, Celso Costa Evangelista

2

Resumo O Teflon® é um polímero semicristalino que foi descoberto por Roy Punket enquanto

manipulava o gás tetrafluoreto de eteno, foi inicialmente aplicado na indústria bélica durante a 2ª

Guerra Mundial na década de 1940 e ganhou importância na indústria civil após 1954, quando o

engenheiro Francês Marc Gregoire descobriu o processo para aderência desse material ao

alumínio e criou a panela antiaderente; já em 1969, Robert Gore conseguiu expandi-lo formando

uma membrana microporosa impermeável utilizada na confecção de roupas impermeáveis. Possui

4 fases conhecidas (pseudohexagonal, triclinico, ortorrômbico e hexagonal) e uma enorme

estabilidade térmica podendo ser encontrado em pós para moldagens por compressão ou extrusão,

para lubrificações e dispersões aquosas. Tem excelente resistência química em virtude da força

de ligação dos átomos de flúor e do carbono que lhe confere uma proteção quase que total.O

Teflon® É utilizado em uma infinidade de produtos que vão de revestimentos anticorrosão,

placas e chapas antiadesivas, fitas, películas, isolantes para cabos coaxiais, placas, tarugos, juntas

industriais, materiais de vedação, etc.

Palavras-chave: Politetrafluoretano. Teflon®. Termoplásticos. Fluoroplásticos. PTFE.

1 INTRODUÇÃO

Em 1938, Roy Plunket (1910-1994) observou um pó branco dentro de um cilindro que

originalmente continha gás tetrafluoreto de eteno, descobrindo o Teflon®. (Canevarolo,2002);

Utilizando o gás refrigerante tetrafluoretileno (TFE), Plunket e seu assistente guardaram o gás

em um cilindro pressurizado mantendo-o em gelo seco; para surpresa do cientista e do assistente

no dia seguinte, o gás não saiu, então o cilindro foi cortado no meio e estava completamente

revestido com um pó branco no seu interior , pois. Estudando o ocorrido, concluíram que tratava-

se de um polímero formado por cadeia de 100.000 átomos de carbono ligados a 2 átomos de

flúor (CND, 2015).

Na década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, cientistas envolvidos com os

militares dos Estados Unidos se empenharam em encontrar materiais para proteger gaxetas,

válvulas e instalações contra a corrosão. O PTFE foi utilizado em uma gama de aplicações

militares, incluindo seu uso como parte do Projeto Manhattan (desenvolvimento da bomba

atômica), o que levou a um aumento do uso do PTFE e à demanda por produção em escala

internacional. Em 1954, Marc Gregoire, um engenheiro francês, descobre um processo para

aderir o Teflon ao alumínio e aplica o conceito para criar a panela antiaderente. Em 1969, Dr.

Robert Gore encontrou um meio de expandir o PTFE para formar uma membrana “microporosa”.

A nova membrana é usada para formar tecidos para roupas especiais, sendo caracterizada por

impedir que a água exterior possa entrar, sendo impermeável, e por outro lado que o suor interno

evaporado possa sair, resultando em uma vestimenta transpirável(CND, 2015).

1 Sociedade Educacional de Santa Catarina – SOCIESC. E-mail: [email protected]

2 Sociedade Educacional de Santa Catarina – SOCIESC. E-mail:[email protected]

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2 POLÍMERO

Segundo Canevarolo (2002) a palavra polímero origina-se da junção das palavras em

grego poli (muitos) e mero (unidade de repetição), então, completa o autor, que é um material

orgânico (ou inorgânico) de alta massa molar (acima de dez mil, podendo chegar a dez milhões),

cuja estrutura consiste na repetição de pequenas unidades (meros); uma macromolécula formada

pela união de moléculas simples ligadas por ligação covalente e, dependendo do tipo do

monômero (estrutura química), do número médio de meros por cadeia e do tipo de ligação

covalente, os polímeros podem ser divididos em três grandes classes: Plásticos, Borrachas e

Fibras.

Para Piatti (2005) a matéria prima que origina o polímero é o monômero, uma molécula

com uma (mono) unidade de repetição e de acordo com seu comportamento mecânico os

polímeros podem ser classificados como elastômeros, fibras, plásticos rígidos ou plásticos

flexíveis .

Observa Silva Telles (2005) que para os materiais poliméricos, os picos de temperatura,

mesmo quando de curta duração, tem efeito muito mais grave do que para os metais. Sendo que

para os poliméricos, uma única subida anormal de temperatura pode ser desastrosa e o

politetrafluoretano resiste a temperaturas bem mais altas, podendo trabalhar em temperaturas de

até 290 °C.

Para Callister (2012) a maioria dos polímeros são cadeias de átomos de carbono que

compõem moléculas muito grandes, onde vários átomos ou radicais estão lateralmente ligados e

que essas macromoléculas podem ser compostas por meros, que são entidades estruturais

menores que se repetem ao longo da cadeia. Para ele, o grau de cristalinidade de um polímero

depende da taxa de resfriamento durante o processo de solidificação, assim como da configuração

da cadeia. Ainda em Callister, aprendemos que as propriedades e o comportamento dos polímeros

são influenciados por suas características químicas e estruturais como o grau de cristalinidade dos

semicristalinos em relação à sua densidade, rigidez, resistência e ductilidade; o grau de ligações

cruzadas, em relação à rigidez dos materiais com características de borracha e pela química dos

polímeros — em relação às temperaturas de fusão e de transição vítrea.

2.2 CLASSIFICAÇÃO

Silva Telles (2005), distingue os materiais poliméricos em 3 classes: plásticos

termoplásticos (thermoplastics); plásticos termoestáveis (thermossetings que também podem ser

chamados de termofixos ou termorrígidos e nos elastômeros (borrachas). Callister (2012) propõe

classificar os materiais poliméricos em função da resposta mecânica em temperaturas elevadas,

de acordo com a sua tese, esses materiais teriam, então, duas subdivisões: termoplásticos (ou

polímeros termoplásticos) e o termofixos (ou polímeros termofixos).

Segundo Canevarolo (2002), para classificar os polímeros são usualmente empregadas

quatro diferentes classificações: a) quanto à estrutura química; b) ao seu método de preparação;

c) às suas características tecnológicas; e d) quanto ao seu comportamento mecânico. Para Fleds

(2011) os polímeros exibem dois tipos de morfologia no estado solido: amorfo e semicristalino,

podendo ser (ainda) naturais ou sintéticos. Já quanto a fusibilidade, os sintéticos podem ser

classificados em termoplásticos (podem ser fundidos por aquecimento e solidificados por

resfriamento) e termorrígidos (infusíveis e insolúveis, não permitem reprocessamento).

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Quadro 1. Classificação dos Polímeros

Critério Classe dos Polímeros

Origem do Polímero Natural, Sintético

Número de monômeros Homopolímero, Copolímero

Modo de preparação do polímero Polímero de adição, Polímero de condensação.

Modificação de outro polímero

Estrutura química da cadeia polimérica Poli hidrocarboneto, Poliamida, Poliéster, etc.

Encadeamento da cadeia polimérica Sequência cabeça-cauda. Sequência cabeça-

cabeça, cauda, cauda.

Configuração dos átomos da cadeia

polimérica

Sequência cis, Sequência trans.

Taticidade da cadeia polimérica Isotático, Sindiotático, Atático.

Fusibilidade ou solubilidade do polímero Termoplástico, Termorígido

Comportamento mecânico do polímero Borracha ou elastômero; Plástico

Fonte: Mano e Mendes (1999).

2.3 TERMOPLÁSTICOS

Relata-nos Callister (2012) que os termoplásticos são fabricados através da aplicação

simultânea de pressão e calor; amolecem quando são aquecidos (e por fim se liquefazem) e

endurecem quando são resfriados e que esses processos são totalmente reversíveis. Quando

aplicada a tensão, as forças de ligação secundárias diminuem, facilitando o movimento relativo

das cadeias adjacentes quando elevada a temperatura das moléculas. Esse processo pode ser

repetido diversas vezes,. Ressalta o autor de “Ciência dos Materiais”, que se a temperatura for

aumentada a ponto de tornar violentas as vibrações moleculares, as ligações covalentes principais

se quebraram resultando em uma degradação irreversível pelo fato dos termoplásticos serem

relativamente moles e dúcteis. Para Shigley (2005) O termo termoplástico é empregado para

designar qualquer plástico que flui ou que é moldável quando recebe calor; às vezes, esse termo é

também aplicado a plásticos moldáveis sob pressão, os quais, por sua vez, podem ser remoldados

quando aquecidos.

2.4 FLUOROPLÁSTICOS

Segundo Veiga (2003), a família fluoroplásticos são resinas termoplásticas com alguns

ou todos os seus hidrogênios substituídos por átomos de flúor e é composta do

politetrafluoretileno (PTFE), do etileno-propileno fluorado (FEP), do perfluoralcooloxitileno

(ECTFE), do etileno-tetrafluoretileno (ETFE), do fluoreto de polivinilideno (PVDF), do fluoreto

de polivinila (PVF) e dos copolímeros de etileno halogenados e fluorados.

Page 4: Artigo ptfe-teflon

As principais características dos plásticos fluorados são sua inércia química, sua

estabilidade em altas e baixas temperaturas, excelentes propriedades elétricas e baixo coeficiente

de atrito. As resinas são relativamente moles. Sua resistência a desgastes e deformações é baixa,

porém essa característica pode ser facilmente melhorada pela mistura das resinas com fibras

inorgânicas ou materiais em partículas. Por exemplo, a resistência ao desgaste do PTFE, que é

relativamente baixa para seu uso como material de mancais é contornado pela adição de produtos

como fibras de vidro, carbono, bronze ou óxidos metálicos. Dessa forma, sua resistência ao

desgaste é melhorada em até 1000 vezes, enquanto que seu coeficiente de atrito é somente

ligeiramente aumentado (Polifluor, 2015)

Para Silva Telles (2005, da família dos fluoroplásticos fazem parte um grupo de

plásticos não combustíveis com resistência química superior aos demais plásticos e sua

resistência à temperatura, afirma o autor, vai de -170° a 290°. A resistência mecânica desses

materiais é bastante baixa e o seu preço é elevado, possuem ótima resistência à abrasão e seu

coeficiente de atrito é baixo; são inertes a quase todas as substâncias químicas comerciais.

2.5 PTFE

Fleds (2011) classifica O PTFE na categoria dos fluoropolímeros, que vem a ser um

polímero baseado em fluorocarbonos com fortes ligações carbono–flúor, similar ao polietileno,

semicristalino onde os átomos de hidrogênio estão substituídos por flúor, a fórmula química do

monômero (tetrafluoretileno) é (CF2)2, e o polímero (politetrafluoretileno) é (CF2-CF2)n. Para o

autor, dependendo do tipo de tratamento térmico utilizado durante a fabricação, o peso

molecular do PTFE pode ser alterado através da mudança do percentual cristalino e, a depender

da pressão e da temperatura . 4 são as fases conhecidas do PTFE : pseudohexagonal, triclínico,

ortorrômbico e hexagonal, podendo ser encontrado em pós granulados para moldagens por

compressão ou extrusão ou em pós para extrusões com lubrificações em dispersões aquosas

Segundo Mano (2007) a excepcional resistência a solventes e reagentes químicos; a

elevada resistência térmica; o coeficiente de fricção muito baixo que lhe confere uma baixa

aderência e suas boas propriedades mecânicas, mesmo a temperaturas muito baixas são as

propriedades mais marcantes do TFPE e os produtos mais conhecidos fabricados com esta

substâcia são: Fluon®, Halon®, Hostaflon® e Polyfluon® que são fabricados pela ICI, pela

Allied, pela Hoescht, pela Diakin respectivamente. Além do mais conhecido que é o Teflon,

fabricado pela Du Pont que vem a ser o objeto deste artigo

Comentando sobre os motivos que levam o PTFE a ser o polímero mais usado para a

fabricação de juntas de vedação industrial, Veiga (2003) conclui que isso se dá em razão da sua

excepcional resistência química, sendo que os metais alcalinos em seu estado líquido e o flúor

livre são os únicos materiais que podem atacá-lo. Canto (2007) afirma que esta resistência

química provém da força de ligação dos átomos de flúor e carbono e a proteção quase que total

da cadeia de carbono pelos átomos de flúor

2.6 TEFLON®

Teflon® é um polímero de PTFE desenvolvido pela DuPont que, em razão da sua

excepcional resistência química, é o plástico mais usado para vedações industriais. Os únicos

produtos químicos que atacam o Teflon® são os metais alcalinos em estado líquido e o flúor

livre. O Teflon® possui também excelentes propriedades de isolamento elétrico, anti-aderência,

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resistência ao impacto e baixo coeficiente de atrito. Os produtos para vedação são obtidos a

partir da sinterização, extrusão ou laminação do PTFE puro ou com aditivos, resultando produtos

com características diversas(Polifluor 2015)

Para Canto (2007), o Teflon® ainda que fazendo parte do grupo dos termoplásticos,

apresenta uma elevada viscosidade no estado fundido, mesmo em comparação com outros

polímeros, o que impede a sua utilização em moldagem por injeção e para processá-lo, são

utilizadas técnicas de compactar o pó polimérico a frio e, posteriormente, recorrendo-se à

sinterização seguida da usinagem para obtenção do produto com as dimensões finais que poderá

ser utilizado puro ou reforçado com cargas (aditivos).

3 APLICAÇÕES INDUSTRIAIS

A Polifluor (2015), licenciada da Du Pont no Brasil, em publicação técnica informa que

as propriedades elétricas, químicas e mecânicas das resinas PTFE orientam na definição do seu

uso e aplicação que podem ser classificadas em cinco categorias: componentes de sistemas de

transportes de fluidos como gaxetas, peças moldadas de ajuste e vedação, anéis de vedação para

êmbolos e cotovelos; portadores de cargas estáticas e dinâmicas tais como mancais, rolamentos

de esfera e de roletes, buchas para mancais de escorregamento; condicionamentos de superfícies

tais como placas e chapas antiadesivas, fitas ou películas e filmes sensíveis a pressão,

revestimentos de cilindro contráteis sob a ação do calor; elétricas e eletrônicas tais como

isolantes para cabos coaxiais, acessórios e cabos condutores para motores, suportes para

suspensão; fiação para painéis, cabos industriais de sinalização e controle e componentes de

alimentação e distanciamento e componentes para sistemas térmicos, entre outras aplicações.

3.1 REVESTIMENTOS INDUSTRIAIS

A CND (2015), outra licenciada da patente Teflon® pela Du Pont, garante que os

revestimentos industriais por ela fabricados previnem a corrosão e normalmente não são afetados

em ambientes químicos e somente os metais alcalinos em estado de fusão e os agentes fluorados

altamente reativos podem afetá-los quimicamente. Possui grande resistência ao calor, o que

permite a sua utilização em altas temperaturas sendo possíveis trabalhos contínuos em

temperaturas intermitentes até 315°C sem perda das propriedades físicas; sua estabilidade

criogênica previne a formação de gelo; podem ser usados a baixas temperaturas como -230°C;

suas propriedades dielétricas os tornam um ótimo isolante elétrico ou condutivo e oferecem

excelentes propriedades isolantes, baixo fator de dissipação e alta resistividade superficial.através

de técnicas especiais, podem ser eletrocondutivos e usados como revestimentos anti-estático, a

sua ótima resistência dielétrica o torna um excelente isolante elétrico também em altas

temperaturas, baixo coeficiente de fricção; lubrificação a seco permanente, tem o mais baixo

coeficiente de fricção de qualquer sólido conhecido, que varia de 0.05 a 0.20.dependendo da

carga, velocidade e tipo de revestimento Teflon® utilizado, em virtude da sua aderência, previne

o acúmulo e a fixação de resíduos, oferecem, ainda, uma rápida e completa desmoldagem do

material, poucas substâncias se aderem permanentemente a este revestimento, e oleofobia /

hidrofobia (não se molham), prevenindo o acúmulo de óleos e líquidos, limpeza é mais fácil e

não há resíduos e podem ser auto-limpantes, em alguns casos.

Page 6: Artigo ptfe-teflon

Tabela 2- Propriedades Físico - Químicas dos Revestimentos Industriais Teflon® da DuPont

Propriedades

Físicas

Coeficiente

de Atrito

Dinâmico

Unidade

-

Teflon®

PTFE

0,05 - 0,10

Teflon®

FEP

0,08 -

0,30

Teflon®

PFA

0,1

Teflon®

ETFE

0,30 -

0,40

Teflon®-

S

-

0,1 - 0,4

Teflon®

Mét.

A.S.T.M

-

D 1894

Estático - 0,12 - 0,15 0,12 -

0,20

0.20 0,24 -

0,50

0,15 -

0,35

D1894

Dureza Shore D 50-65 56 60 72 60-90 D785

Elongação % 300-500 325 300 300 1-150 D1708

Gravidade

Específica

¨ 2,15 2,15 2,15 1,76 - D792

Módulo de

Flexão

MPa 496 586 586 2 - -

Resist. à

Abrasão

(Sliding

Arm)*

mg 7,9-9,7 11,1-15,2 N/D 13,4 N/D -

Resistência

à Intempérie

Muito

Bom

Excelente Excelente Excelente Limitado -

Resistência

à Tração

MPa 21-34 23 25 40-46 20-80 D638

Resistência

ao

Dobramento

ciclos >1.000.000 5.000-

80.0000

10.000-

500.000

10.000-

27.000

- D2176

Resistência

ao Impacto

J/m 189 Não se

rompe

Não se

rompe

Não se

rompe

- -

Resistência

ao Risco

- -

Inicial ** Kg 5,7-7,0 5,1-11,4 N/D N/D - -

Total *** Kg 7,3 - 10,7 8,5 - 13,2 N/D N/D - -

Absorção de

Água (em 24

hrs)

% <0,01 <0,01 <0,03 <0,03 - D570

Resistência

a

Detergentes²

- -

Page 7: Artigo ptfe-teflon

em Aço

Jateado

h 24 480 N/D N/D - -

em

Alumínio

h 264 744 N/D N/D - -

em

Alumínio

Jateado

H 624 600 N/D N/D - -

Fonte CND Revestimentos (2015)

Observações

* Teste de Sliding Arm: 1.000 ciclos, carga de 500g,

lixa 400, superfície de 35,5 cm²

* * Primeiro traço do substrato * * * Remoção total do filme

* * * *Baseado num ciclo de teste de 20.000 horas

1 - 5% NaCl a 35°C, horas de exposição até a falha

2- Horas de exposição até a falha

N/D- Não Disponível

3.2 JUNTAS INDUSTRIAIS

Segundo Veiga (2003), 4 são os fatores básicos que influenciam na escolha do material

de uma junta industrial: pressão de operação, força dos parafusos, resistência ao ataque químico

do fluído (corrosão) e a temperatura de operação; sendo que o fator de serviço (Pressão X

Temperatura) é um bom ponto de partida para selecionar o material de uma junta. Segundo o

mesmo autor, ele é obtido multiplicando-se o valor da pressão em kgf/cm² pela temperatura em

graus centígrados. O PTFE possui também excelentes propriedades de isolamento elétrico, anti-

aderência, resistência ao impacto e baixo coeficiente de atrito. Os produtos para a vedação são

obtidos a partir da sinterização, extrusão ou laminação do PTFE puro ou com aditivos, resultando

produtos com diferentes características.

Diversos tipos de placas de PTFE são usadas na fabricação de juntas para aplicações nas

quais é necessária elevada resistência ao ataque químico; prossegue o autor (Veiga, 2003),

afirmando que a resistência à corrosão pode ser influenciada por vários fatores, principalmente:

pela concentração do agente corrosivo, pois nem sempre uma maior corrosão torna um fluído

mais corrosivo; pela temperatura do agente corrosivo, pois em geral, temperaturas mais elevadas

aceleram a corrosão e pelo ponto de condensação, pois a passagem do fluído com presença de

enxofre e água pelo ponto de condensação, provocam a formação de condensados altamente

corrosivos, quando os gases são provenientes de combustão.

3.3 FITAS EXPANDIDA COM ADESIVO

As fitas expandidas fabricadas com TPFE e adesivadas com silicone simples-face com

alta resistência à abrasão e a altas temperaturas, com espessuras variando entre 0,09 a 0,17 mm,

suportam temperaturas que vão de – 73 a 204 °C sendo usadas como elemento antiaderente de

Page 8: Artigo ptfe-teflon

máquinas seladoras de embalagens plásticas e em peças injetadas, para selagem e mascaramento

em que necessite de resistência química e como revestimentos de: esteiras de transporte de

alimentos, antiabrasivo em calhas e dutos de transporte de produto em processo, de cilindro de

máquinas de extrusão a quente de polietileno, de cilindros de borracha ou aço para evitar abrasão

e aumentar o deslizamento (indústria de embalagens, de papel e têxtil), de cabos e outros

componentes que deverão estar sujeitos a alta temperatura, de cilindro de máquinas de extrusão a

quente de polietileno, de esteiras e guias que necessitem de superfície antiaderente (3 M, 2015).

São fabricadas através de processo especial a partir de 100% PTFE expandido, tendo

sua estrutura a base de fibras uniformes e alinhadas em uma única direção. As fitas planas são

excelentes para vedações em locais frágeis (como por exemplo, alumínio fundido, PVC, PRFV,

cerâmica, vidro, entre outros), são facilmente adaptáveis em qualquer tipo de união flangeada,

mesmo com grandes irregularidades e possuem fita adesiva para posicionamento da fita ao local

da aplicação. Podem ser aplicadas nas mais severas condições de serviço, principalmente em

fluidos quimicamente agressivos (3 M, 2015).

CONCLUSÃO

O Politetrafluoretileno (PTFE) oferece uma excelente combinação de propriedades

químicas, elétrica, mecânica e térmica. Resiste à agentes corrosivos, é quimicamente inerte.

Poucos são os produtos capazes de alterar sua estrutura, nada adere a sua superfície, mas, sendo

necessário, com um tratamento superficial, pode se tornar aderente a qualquer outro material. É

atóxico, resistente à temperaturas variadas de -230°C a 315° e é um excelente isolante elétrico.

Suas características originais podem ser alteradas com a adição de cargas de alguns materiais,

entre eles: o bissulfeto de molibdênio, o bronze, o carbono, a fibra de vidro e o grafite. A

pulverização líquida ou a pó é o processo mais conhecido de revestimento de metais com

Teflon®, que é feito por sinterização em alta temperatura (cerca de 400°C) formando uma fina

camada sobre o metal que vai de 12 a 500 miligramas dependendo das exigências requeridas pelo

material a ser revestido.

O Teflon® é largamente utilizado nas indústrias química, aérea, aeroespacial, de

transporte e movimentação de cargas, de tecnologia nuclear e de vácuo, de instrumentação,

alimentícia, eletroeletrônica, automotiva e em outras ramificações da indústria para revestimentos

de tanque, corpo de bombas, pistões, sondas, peças de deslize, conectores, sede de válvulas,

vedações, chapa de filtro, anéis de vedação, assento de válvulas, selos mecânicos, gaxetas,

retentores, mancais, camisas de válvulas, diafragmas, tensores de corrente, guias, cintas tipo

cunha, isoladores, parafusos, buchas, rolos, porcas, arruelas, tecnologia laser, medicina, filtros

para tratamento de água, películas antiderrapantes e inúmeros outros produtos.

Comparado com outros materiais, o Teflon® pode ser considerado como pouco

conhecido e pouco utilizado em processos industriais. Em princípio são considerados onerosos,

mas o aumento da vida útil das máquinas, peças e equipamentos revestidos são algumas das

vantagens do uso desta tecnologia que compensam os investimentos aplicados.

Page 9: Artigo ptfe-teflon

REFERÊNCIAS

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23/04/2015 às 00:27h.