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Romantismo em
Portugal
O Romantismo é a escola literária que sucede o Arcadismo surge num momento histórico de
insatisfação e transformação econômica, política e social, destacando-se a Revolução Francesa, as
Guerras Napoleônicas e as Revoluções de 1830 e 1848. Assim, mais do que o estudo literário, as
escolas literárias sugerem o estudo dos acontecimentos históricos da época em que
surgem.A escola romântica não encerra somente o
significado da palavra romântico no sentido restrito ao sentimento do amor e da paixão. Romântico deriva da palavra francesa romaunt, designação
que era dada aos romances medievais de aventuras, de modo que inicialmente designava as expressões artísticas que contivessem aspectos da
cavalaria e da Idade Média.
Contexto Histórico
O momento histórico vivido em cada país altera as características do Romantismo, que teve início
na Alemanha, na Inglaterra e na França. Em Portugal, o Romantismo surge no século XIX.
Temendo a invasão francesa, em decorrência do Bloqueio Continental, em 1808 a corte
portuguesa havia se transferido para o Brasil dando início a um trabalho de reestruturação do país, o que começou a propiciar a independência
dessa sua colônia, que ocorreu finalmente em 1822.
O início do Romantismo em Portugal é marcado com a publicação, em 1836, de A Voz do
Profeta, de Alexandre Herculano, sendo na sequência lançada a primeira revista romântica
portuguesa, o Panorama, em 1837.Muito embora em 1825 tenha sido
publicado Camões, obra de Almeida Garret, pode-se datar a o início do Romantismo a partir
de 1836, uma vez somente na sequência da obra de Alexandre Herculano tenham surgido outras obras com as características do novo estilo literário, considerando-se a obra de
Garret uma obra de estreéia e singular desse período histórico.
Principais Características
Além do byronismo, do culto ao fantástico, do egocentrismo, do mal-do-século, do medievalismo e da religiosidade, são características do Romantismo:
Libertação EstilísticaO Romantismo é oposição ao Classicismo dada a liberdade da criação existente nesse novo estilo que dispensa as regras exaltadas pelos clássicos e, inclusive, faz uso de uma linguagem muito próxima à coloquial.
SubjetivismoValorização de opiniões e expressão de pensamento de acordo com as percepções individuais em detrimento da objetividade.
Sentimentalismo Exaltação dos sentimentos, em detrimento do racionalismo. Há uma forte expressão de tristeza, melancolia e saudade.
Idealização Visão ideal das coisas, que não são vistas de forma verdadeira, mas idealizadas, perfeitas.
Nacionalismo ou PatriotismoComo uma forma de recuperar o orgulho português e os seus valores, a pátria é exaltada, destacando-se apenas suas qualidades.
Culto ao FantásticoForte tendência para a fantasia, para os sonhos, em detrimento à razão.
Culto à NaturezaForte tendência para expressar sentimentos situando-os em ambientes naturais.
SaudosismoNecessidade de refugiar-se no passado, com forte expressão de melancolia e saudade.
Gerações Românticas
O Romantismo é marcado por três gerações. Citamos seus principais autores e respetivas obras:
Primeira Geração Romântica Portuguesa
Almeida Garret escreveu teatros (O Alfageme de Santarém, D.Filipa de
Vilhena, A Sobrinha do Marquês, Frei Luís de Sousa) novelas (O Arco de Sant’Ana e
Viagens na Minha Terra) e poesias (Camões, Lírica de João Mínimo, Flores
sem Fruto, Folhas Caídas).
Alexandre Herculano escreveu poesias (O Soldado, A Vitória e a Piedade, Tristezas do Desterro, O Mosteiro Deserto, A volta
do Proscrito), romances (O Bobo, Eurico, o Presbítero, O Monge de Cister), lendas e narrativas (A Abóbada, O Bispo Negro,
Dama Pé de Cabra), historiografia (Apontamentos para a História dos Bens da Coroa e Forais, História de Portugal).
Antônio Feliciano de Castilho escreveu Escavações Poéticas, Crônica Certa e Muito Verdadeira da Maria da Fonte,
Tosquia de um Camelo, Ajuste de Contas.
Segunda Geração Romântica Portuguesa
Camilo Castelo Branco escreveu Inspirações, Um livro, Ao Anoitecer da
Vida, Pundonores Desagravados, Delitos da Mocidade, Murraça, Esboços de
Apreciações Literárias, Curso de Literatura Portuguesa, O Eco Nacional, O Nacional, Amor de Perdição, Queda de Um Anjo, A Bruxa do Monte Córdova, A Mulher fatal.
Terceira Geração Romântica Portuguesa
Júlio Diniz escreveu As Pupilas do Senhor Reitor, Uma Família Inglesa, A Morgadinha
dos Canaviais, Os Fidalgos da Casa Mourisca, Serões na Província.
Fim!!!