Upload
adilson-p-motta-motta
View
2.416
Download
28
Embed Size (px)
Citation preview
1
2
3
Erauma vez
uma árvore
que amava
um menino...
4
Todos os diaso menino vinha estar com ela...
5
Colhia
suas
folhas...
6
...E com elas tecia uma coroa e brincava de rei da floresta.
7
Subia
por
seu
tronco...
8
Balançava-se
em
seus galhos...
9
Comia
suas
frutas...
10
Depoisos dois
brincavamde esconde-esconde...
11
E quando estava cansado, dormia à sua sombra...
12
O menino amava a árvore de todo o coração...
E a árvore era feliz...
13
Nessegrande amor correspondido eles eram felizes!
14
Mas o tempo foi passando...
15
E o meninofoi crescendo e,
ao crescer, conheceu outros
amores...
abandonandoa árvore...
16
que sentiaa dorda solidão...
17
Depois de um
longo tempo,
o “menino”
à árvore volta.
E ela, farfalhando
de alegria, disse:
18
“Venha, menino querido,
venha e suba
pelo meu tronco,
balance em meus galhos,
coma as minhas frutas,
brinque à minha sombra,
e seja feliz!”
19
“Eu sou muito grande
para subir em árvores
e brincar.
Eu quero comprar coisas e
divertir-me.
Você poderá me dar algum
dinheiro?”
20
“Sinto muito!”Disse triste a árvore.
“Pois eu não tenho dinheiro.
Eu só tenho folhas e frutos.
Pegue minhas frutas,
querido jovem,
e venda-as na cidade.
Então você terá dinheiro,
e será feliz!”
21
Rápidoo rapaz subiu na árvore.
Colheu suas frutase as levou embora.
E a árvore se sentiu feliz!
22
Depois disso,o rapaz sumiu por longo e longo tempo. E a árvore, inquieta, sentiu a dor do abandono e da solidão...
23
Certo dia, porém, a árvore estremeceu de felicidade:
o seu ‘menino’ estava de volta!“Venha, meu menino,suba pelo meu tronco,
venha balançar-seem meus galhos, e seja feliz!”
disse a árvore,cheia de emoção.
Certo dia, porém, a árvore estremeceu de felicidade:
o seu ‘menino’ estava de volta!“Venha, meu menino,suba pelo meu tronco,
venha balançar-seem meus galhos, e seja feliz!”
disse a árvore,cheia de emoção.
24
“Eu sou muito ocupadopara subir em árvores”,
- disse o ‘menino’.“Eu quero um lar para me aquecer.
Eu quero uma esposa para me amar. Eu quero filhos para me
alegrar. Para isso, necessito de uma casa.
Poderia você me dar uma casa?”
25
“Eu não tenho casa”,
disse a árvore
desapontada.
“A floresta é minha casa.
Se quiser, corte
os meus galhos,
construa uma casa,
e então será feliz!”
26
Imediatamente cortou os galhos sem piedade, levou-os embora, e construiu
sua casa.
Mesmo sangrando, a árvore era feliz!
27
Por muito tempoa árvore ficou só.
28
E quandoo amigo voltou,ela ficou tão felizque mal podiafalar:
“Venha, menino- murmurou - venha e brinque!”
29
“Eu estou muito velho e triste para brincar”- respondeu ele.“Eu quero um barco que me leve para longe daqui.Poderá você dar-me um barco?”
30
“Corte meu tronco e
faça um barco”, disse a
árvore num sussurro.
“Então você poderá
navegar para longe
daqui e será feliz!”
31
Ao ouvir tal oferta, o ‘menino’, sem lembrar os momentos felizes que juntos passaram,cortou oseu tronco,impiedosamente...
E semdescanso,
foi cavandoem seu regaço,
cortando o seu ventre, até fazer deleum barco. E navegou para longe!
32
A árvore ainda era feliz, mas não totalmente,
pois a dor da solidãoe do abandono
aumentava cada vez
mais
33
Depois de um longo tempo o
menino voltou novamente.“Sinto muito, meu menino”, disse
tristemente a árvore, “mas não me
resta mais nada para lhe dar.
Minhas frutas
foram levadas”.
“Meus dentes estão muito fracos para
comer suas frutas!”
34
“Eu estou muito velho para
balançar-me em galhos!”
“Meus galhos também se
foram e você não
poderá
balançar-se
neles”.
35
“Eu estou muito cansado
para subir em árvores”
“Meu tronco
igualmente foi
levado e você não
poderá
subir
por ele”.
36
“Sinto muito”, disse a árvore soluçando.
“Eu gostaria delhe dar alguma coisa.
Mas não me restamais nada.
Eu sousomente
um velho cepo.Eu sinto muito!”.
37
“Eu não preciso de muita coisa
agora. Eu só preciso de um lugar
tranqüilo para me sentar e
repousar. Eu estou
realmente muito cansado”.
38
“Pois bem”, disse aárvore, ajeitando-se o melhor
que pode.“Um velho cepo
poderá ser muito bompara sentar e
descansar...
Venha,meu menino,
venha, sente-se e descanse!”.
39
E o velho menino
sentou-se
e descansou.
40
E a árvore sentiu-se
novamente feliz!
E parecia que ela
murmurava,
sorrindo,
aquelas
palavras misteriosas:
41
“A caridade é paciente,a caridade é benigna,
não é invejosa.A caridade não é descortês,
não é interesseira, não seirrita, não guarda rancor.A caridade tudo desculpa,
tudo crê, tudo espera,tudo tolera.
...A caridade não acabará jamais”.(1
Cor
13,
4-8)