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OFICINA DE JORNALISMO LITERÁRIO prof. Ed Marcos

Oficina de jornalismo literário 2014

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OFICINA DE

JORNALISMO LITERÁRIO

prof. Ed Marcos

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DINÂMICA DA OFICINA Abertura Apresentação das Técnicas Literárias Leitura de Texto Exercício de Observação Produção textual Sarau literário Publicação no Blog

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CONCEITO DE JORNALISMO LITERÁRIO

Modalidade de prática da reportagem de profundidade e do ensaio jornalístico utilizando recursos de observação e redação originários da (ou inspirados pela) literatura.

Traços básicos: imersão do repórter na realidade, voz autoral, estilo, precisão de dados e informações, uso de símbolos (inclusive metáforas), digressão e humanização.(Edvaldo Pereira Lima)

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CARACTERÍSTICAS DO JORNALISMO LITERÁRIO Emprego de técnicas literárias; Profunda observação; Profunda pesquisa de campo; Criatividade; Grande caracterização dos personagens; Ambientação do fato narrado; Fuga das regras do texto jornalístico;

convencional.

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E QUAL É A DO JORNALISMO LITERÁRIO?

•Ir além do factual•Ir além da objetividade•Ir além dos dados estatísticos•Ir além do lead

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E QUAL É A DO JORNALISMO LITERÁRIO?

O Jornalismo Literário:

•Humaniza o texto

•Aprofunda a reportagem

•Trabalha a linguagem

•Observa os detalhes

•Vai além do lead

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TÉCNICAS LITERÁRIAS

1. Variação da tipologia textual 2. Construção cena a cena 3. Foco narrativo 4. Fluxo de consciência

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1 – VARIAÇÃO DA TIPOLOGIA TEXTUAL

Narração – tem como principal característica a ação, a progressão temporal para o desenrolar dos fatos.

Dissertação – na dissertação, prevalece a argumentação, a exposição e defesa de um ponto de vista.

Descrição – é a mera descrição e apresentação dos fatos, como eles ocorrem. É um texto bastante adjetivado

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EXEMPLO

Ele entrou pela porta ofegante, sentou-se, olhou ao redor e se voltou para o seu mundo. (NARRAÇÃO).Triste, cabisbaixo, com a barba por fazer e a roupa amarfanhada, pensava no porquê daquela situação.(DESCRIÇÃO) Creio que se sentia culpado por sua própria incapacidade. (DISSERTAÇÃO)

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2 - NARRAÇÃO CENA A CENA Construção cena a cena (cena

presentificada) – é o relato detalhado do acontecimento à medida que ele se desenvolve, desdobrando-o como em uma projeção cinematográfica. Mas, como a vida do personagem não transcorre somente no universo de suas ações diretas, pode-se estabelecer relações com acontecimentos paralelos, que, de alguma forma, contribuíram para o destino do biografado

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EXEMPLO DE NARRAÇÃO CENA A CENA

Chegam à casa ao entardecer. São um pequeno grupo de policiais. Todos uniformizados. Passeiam pela sala e olham a biblioteca. Riem com sarcasmo. Pegam o livro História da Diplomacia. "Assim que os kosovares descendentes de albaneses também querem ser diplomatas?" Mudam o tom da conversa. Gritam. "Nos dê as chaves", exigem. "Pegue uma mala", ordenam. "Logo vocês irão para a Albânia e nunca mais voltarão’’, profetizam. 

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3 - FOCO NARRATIVO Foco narrativo (ou ponto de vista) – é a

perspectiva pela qual é contada a história. Pode ser:

Narrador-observador (3ª. Pessoa) ou narrador-personagem (1ª. Pessoa).

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FOCO NARRATIVO

Narrador-observador Exemplo:“Ali pelas onze horas da manhã o velho

Joaquim Prestes chegou no pesqueiro. Embora fizesse força em se mostrar amável por causa da visita convidada para a pescaria, vinha mal-humorado daquelas cinco léguas cabritando na estrada péssima. Aliás, o fazendeiro era de pouco riso mesmo, já endurecido pelos setenta e cinco anos que o mumificavam naquele esqueleto agudo e taciturno.” - O poço, de Mário de Andrade.

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FOCO NARRATIVO Narrador- personagem – quando o narrador

participa da história

Exemplo

“Vai então, empacou o jumento em que eu vinha montado; fustiguei-o, ele deu dois corcovos, depois mais três, enfim mais um, que me sacudiu fora da sela,…” “mas um almocreve, que ali estava, acudiu a tempo de lhe pegar na rédea e detê-lo, não sem esforço nem perigo. Dominado o bruto, desvencilhei-me do estribo e pus-me de pé.” -Memórias Póstuma de Brás Cubas,de Machado de Assis.

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4- FLUXO DE CONSCIÊNCIA Fluxo de consciência –  Escrever um fluxo

de consciência é como instalar uma câmera na cabeça da personagem, retratando fielmente sua imaginação, seus pensamentos. Como o pensamento, a consciência não é ordenada. Presente e passado, realidade e desejos, falas e ações se misturam na narrativa.

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FLUXO DE CONSCIÊNCIA ExemploComo a humanidade é louca, pensou ela ao

atravessar Victoria Street. Porque só Deus sabe porque amamos tanto isto, o concebemos assim , elevando‑o, construindo‑o à nossa volta, derrubando‑o, criando‑o novamente a cada instante, mas até as próprias megeras, as mendigas mais repelentes sentadas às portas (a beberem a sua ruína) fazem o mesmo;.(Mrs. Dalloway, 1925, trad. port. Lisboa, Ulisseia, 1982, pp.5-6)

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JOÃO DO RIO

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JOÃO DO RIOJoão Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 1881.

Era filho de Alfredo Coelho Barreto, professor de matemática e da dona-de-casa Florência dos Santos Barreto. Ingressou na imprensa carioca aos 17 anos, chegando a ser colaborador de vários jornais como O Paiz, O Dia, Correio Mercantil, O Tagarela e O Coió. 

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JOÃO DO RIOEm 1903, começou a trabalhar no jornal Gazeta de Notícias, onde ganhou o apelido de João do Rio.

Foi jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo. Elevou a profissão de jornalista, que até então era vista como bico pelos intelectuais.

Foi um revolucionário para sua época. Foi um dos primeiros repórteres “in loco”, retratou tanto a burguesia como as classes mais pobres e se especializou na retratação de personagens marginalizados, como prostitutas, mendigos, malandros, trabalhadores do porto etc.

É considerado ainda o “iniciador da crônica social moderna”. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1910.

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JOÃO DO RIOSofreu enorme preconceito da sociedade de sua época, por ser negro e homossexual.

No entanto, ganhou a vida como jornalista profissional, o que era incomum para a época.

Foi diretor do jornal A Pátría, da revista Atlantida e colaborou ainda com a revista Serões.

Morreu em 23 de junho de 1921, vítima de enfarte fulminante.

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JOÃO DO RIODentre sua obra destacam-se:

-As religiões do Rio (1904)

-Alma encantadora das ruas (1908)

-Dentro da noite (1910)

- Vida Vertiginosa (1911)  

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EXERCÍCIO

A partir do exercício de observação proposto, construa um texto utilizando as técnicas literárias.

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BIBLIOGRAFIA JATOBÁ, JOÃO FELIPE BRANDÃO. Técnicas Literárias.

Disponível em: http://migre.me/5KNuv . Acesso em 7.set.2011

LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas. São Paulo, Manole, 2004

RIO, João do. Vida Vertiginosa. São Paulo, Martins Fontes, 2006

___________. Alma Encantadora das Ruas. São Paulo, Companhia de Bolso, 2008

SCARTON, Gilberto. Guia de Produção Textual. Disponível em Fonte: http://www.pucrs.br/gpt/index.php. Acesso em 5.ago.2011