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O novo mapa de Portugal
O essencial do texto de Virgílio de AzevedoInfografias de Jaime Figueiredo
(adaptação)
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“Portugal, à noite, visto da Estação Espacial Internacional: as manchas luminosas não permitem distinguir os limites dos centros urbanos importantes”.
Todavia, observa-se:
- Maior concentração luminosa entre as Áreas metropolitanas de Lisboa e Porto;
- Estreita faixa luminosa no litoral algarvio.
- Fraca luminosidade particularmente no Alentejo, do litoral ao interior.
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“COMO AINDA VEMOS O PAÍS”
“A rivalidade Porto/Lisboa ou norte/sul, a dualidade litoral/interior, a oposição cidade/campo ou os limites das áreas metropolitanas” estão a ser ultrapassados com as mudanças que se têm operado no país nos “últimos anos”. “A luz difusa das áreas urbanas, das infraestruturas industriais, energéticas e de transportes, dos nós da rede de 3000 km de autoestradas que atravessam todo o país” são realidades visuais que estão a desenhar um novo “mapa de Portugal”.
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Um Novo Mapa de Portugal
“As duas macrorregiões que são os grandes motores de desenvolvimento do país:
- O Noroeste, com centro no Porto” estende-se até V. Castelo, Braga, Guimarães e Aveiro, agregando 3,7 milhões de habitantes;
- “O Arco Metropolitano de Lisboa, com centro na capital”, estende-se até Leiria, Santarém, Tomar, Évora e Sines, agregando 4,1 milhões de habitantes.
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UM MAPA PARA A GLOBALIZAÇÃO
“Resolvemos juntar território, conhecimento e empresas e olhar mais de perto a massa crítica e o potencial, no contexto da globalização, que têm as duas macrorregiões que são os grandes motores de desenvolvimento do país: o Noroeste e o Arco Metropolitano de Lisboa” disse Isabel Mota, administradora da Fundação Gulbenkian, entidade que organizou a Iniciativa Cidades. Dos trabalhos desenvolvidos emergiu este “novo mapa de Portugal”.
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Analisando o mapa verifica-se que as duas macrorregiões “ultrapassam em muito os limites administrativos das Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa” e nela vivem ¾ da população do país. São, por isso,
- Os grandes motores de desenvolvimento do país;
- Regiões funcionais com forte dinamismo: intensidade de fluxos de pessoas, empresas e instituições;
- “Unidades geoeconómicas que englobam múltiplas cidades, variadas atividades e dinâmicas do mercado de trabalho que as ligam entre si”;
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Um exemplo do fim da dualidade litoral/interior ...
Desde 2008 a construtora aeronáutica brasileira decidiu instalar-se em Évora. São já 500 pessoas que trabalham nas duas fábricas de componentes para os aviões desta construtora. O gestor da Embraer Portugal considera Évora uma cidade do litoral, porque:
Fica a menos de 1h 30m da capital por autoestrada Existe infraestrutura de ligação ao aeroporto de Lisboa É fácil o acesso aos portos de Setúbal, Sines e Lisboa para escoar a
produção Está a 135 km de Lisboa (115 km por autoestrada+20 por estrada) E a 99 km de Setúbal (83 km por autoestrada+16 km por estrada) Encontrou vontade do município para desenvolver o Parque de Indústria
Aeronáutica Foram disponibilizados incentivos europeus (fundos estruturais) É possível preparar a mão de obra especializada necessária
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... e de complementaridade económica cada vez maior entre o norte e o sul do país.
■ O Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel (CEIIA) está localizado na macrorregião do Noroeste, no Parque de Ciência e Tecnologia da Maia, município da AMP.
■ Aqui, 2/3 da estrutura do novo avião militar e de transporte da Embraer - KC-390 – está a ser desenvolvida
■ O Instituto de Novas Tecnologias (INEGI), da Universidade do Porto, juntamente com outros parceiros, está a trabalhar com a Embraer no projeto de investigação LIFE, com o objetivo de criar um conceito inovador e mais ecoeficiente para o interior das aeronaves.
■ O CEIIA colabora, também, com o cluster automóvel desenvolvendo soluções inovadoras com empresas de componentes automóveis, no norte, e com a Volkswagen Autoeuropa, no sul, que adquire muitos desses componentes.
http://www.inteli.pt/pt/go/ceiiace-aero
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O que mais diferencia as duas macrorregiões
90% das exportações portuguesas saem daqui assim como, muito da riqueza gerada no país, deriva da economia do conhecimento e da inovação nelas concentradas. Porém, além da complementaridade entre o NW e AML, há diferenças:
■ Noroeste – predomínio dos clusters, das grandes empresas industriais e das exportadoras;
Um padrão urbano difuso e policêntrico onde a metrópole, o Porto, não se destaca tanto como Lisboa em relação a outras cidades importantes (Gaia, Braga, Guimarães, Aveiro, V. Castelo).
■ Arco Metropolitano de Lisboa – predomínio das grandes empresas de infraestruturas, os clusters, as exportadoras de serviços e as empresas que investem no exterior;
Um padrão urbano mais descontínuo onde a metrópole, Lisboa, tem um peso dominante em relação a cidades como Almada, amadora, Setúbal, Leiria ou Évora.
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E o resto do país?
■ “Uma geografia de redes, de fluxos, de ligações entre universidades e empresas e entre instituições estende-se por todo o território nacional. O espaço da globalização e da competitividade económica não” é, portanto, exclusivo das duas macrorregiões.
■ É por isso, também, que se dilui o limite entre cidade e campo. “Hoje não temos espaço urbano e rural mas antes um espaço relacional, entre pessoas, famílias, empresas, organizações e instituições” – Teresa Sá Marques, geógrafa.
■ “Uma visão integrada, onde o critério determinante é a exportação de bens e serviços e o investimento no exterior” continua “a dominar os estudos que estão a ser feitos ... para a área metropolitana de Coimbra e região Centro, tal como para o resto do território”.
■ Da análise já feita, encontraram-se “sobreposições geográficas evidentes com o Noroeste e o Arco Metropolitano de Lisboa”, a partir de Coimbra, “devido às suas caraterísticas de regiões urbanas funcionais”.