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Liberdade ou Morte (o que pode a Vida nos dar)

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(*) Nesta crônica analisamos nossas atuais percepções de dependência e, então, de liberdade..., relacionando-as, enfim, à Vida.

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A primeira parte do título desta crônica me remeteu a estesimbólico dia da Independência do Brasil, quando o regente

D. Pedro I desembainhou a sua espada e conclamou:Independência ou Morte!

Esta frase me ocorreu natural e indiretamente,ao pensar no título desta crônica, porque a liberdade

tem na independência o seu símbolo maior.

Também é um fato que temos horror à dependência,seja ela de qual natureza for (financeira, emocional, física)e, no caso justamente, quando nos sentimos dependentesde alguma situação ou “estado” que nos escraviza e explora.

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Por um ângulo bem mais particular, como exemplo,mulheres ― ao redor do mundo inteiro ― conheceram um

“estado” (o estado civil de casadas) quando sentiram de perto,nas peles, os efeitos da dependência, em relação aos homens.

E enfim...

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Mas ainda existem outras situações que nos causamgrandes desconfortos, como a dos pais que insistem em manter

seus filhos dependentes, como a dos empregados que dependemda variação de humores do patrão, como a do doente ou

a do velho que depende da boa vontade dos outros:dos sadios e mais fortes ou mais jovens.

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Tudo isso provocou esta nossa verdadeira repulsa àdependência..., embora nem sempre o estado de liberdade

nos seja compreensível ou sustentável.

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Sustentável... Palavra chave,muito usada neste mundo de hoje,

justa quando diz “evolução sustentável”...

Mas levando em conta que para nós a independênciase baseia na capacidade de se (auto)sustentar, isto na realidadediz respeito a nós, humanos?... Não. Isto só diz respeito ao nossomundo! Este que ― por nós! ― precisa manter sua capacidade

de auto-sustentação, porque, afinal, não vivemos sem ele,este do qual precisamos para tirar o nosso... sustento.

E é assim, leitores, para nós não existe assunto fácil.Mas talvez possamos chegar a algum lugar após mesclar“evolução sustentável” com “dependência sustentável”...

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Mesmo em seu sentido primário,a “percepção de dependência” é importante para

avaliarmos nossas reais condições de sobrevivêncianeste mundo: por inteiro ou em relação ao seu todo.

Aliás, apesar de esquisita, ela não nos foi dada à toa,considerando que surgiu em nós, ou no primeiro humano,junto ao seu primário sistema de percepções ― quando

este sistema se transformou em “consciência”.

Uma consciência que ainda, no caso, relacionadaà nossa sobrevivência neste mundo, infelizmente temenorme dificuldade para se traduzir em compreensão.

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Assim, desta maneira repetitivamente chata, temos dificuldades para compreender a nossa atual

percepção de dependência à Terra e à Vida..., estas quese mostram debilitadas, já incapazes de nos sustentarem

ou corresponderem aos nossos anseios quanto ao futuro...

E se somos os culpados por isso pouco nos importa. Não fazdiferença algum chato nos dizer que somos as únicas criaturasque sujam o seu próprio mundo e estabelecem ao seu redor

o estado propício ao surgimento de doenças.

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Além disso, o fato é que nos mostramos confiantesnos poderes das nossas ciências, achando que os cientistas

e tecnólogos se empenham em construir naves espaciais parasimplesmente nos tirarem da Terra, tornando-nos independentes dela.

Também nos causa estranho prazer, achar que eles desenvolvemas suas “engenharias biológicas”, construindo peças de plástico, para

gradualmente substituírem os nossos membros e órgãos..., e quetalvez possam até servir para a fabricação de seres inteiros ―robotizados (“criados à imagem ou semelhança do homem”)

― para assim nos libertarem da Vida..., tornando-nosindependentes dela.

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E por favor, não me entendam errado.Sei que temos motivos reais para estarmos confusos,

percebendo como oscilamos entre insuportáveisestados de dependência e

insustentáveis estados de liberdade.

É o assunto que eu tentarei desenvolver em seguida,relacionando-o diretamente à mais importante personagem que

vive entre todos nós neste mundo, a Vida..., considerando que o Sernosso Criador, em pessoa, jamais é visto por aqui..., talvez porque

tenha deixado tudo nas mãos dela, o que enfim pode mesmose mostrar como uma confiança exagerada...

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Espero mostrar quena nossa direta relação com a Vida

(que neste mundo é uma só com a Terra) existe inegávelrelação de dependência, mas não de escravidão.

Ela nos deu tudo de que precisávamos e ainda nos dáescolhas e nos deixa agir... E afinal, se ela mesma foi criada

por Deus, em primeiro plano ela tem que respeitar o queo nosso Criador nos deu: o livre-arbítrio!

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Mesmo assim― sendo o livre-arbítrio real para nós ―,

a Vida continua a nos tratar com liberdade vigiada,talvez restrita ou até limitada, embora as suas leis naturais

sejam flexíveis, subordinadas a um fabuloso dispositivode forças que, sempre quando necessário ― ou

possível ― restabelece o equilíbrio.

E assim chegamos ao nosso problema atual, crucial, provocadopor nós mesmos: estamos tornando o equilíbrio natural

impossível de ser restabelecido pela Vida.

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Então, prudentemente, terei que escrever isto:

a Vida pode ser a nossa maior aliadaou, ao contrário,

pode ser a nossa pior inimiga.

Devido ao nosso sagrado livre-arbítriotemos o direito de escolher: Vida... ou Morte.

*

A escolha pela Vida nos levaà segunda parte desta nossa crônica.

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Mas nada para nós é fácil.

Mesmo fazendo a nossa escolha pela Vida,o que pode ela nos dar?...

Liberdade?!...

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... Bom. De início vamos analisar duas facesde uma mesma idéia a respeito de liberdade..., para

logo mostrarmos como o assunto é diversificadoe, neste caso, é até cômico, senão trágico.

Lembro-me do que escrevi certa vez em um livro:liberdade, em alguns países, é o direito que tem o cidadão

de andar armado sem ser incomodado..., e, em outros países,liberdade é o direito que tem o cidadão de andar desarmado

sem ser incomodado... (!) Infelizmente, na maioria dos casos,agimos pelo que temos na cabeça, ou pela cabeça que temos,resignadamente subordinados a fatores culturais, regionais.

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E agora que já nos divertimos um pouco,vamos tratar do assunto seriamente.

Levando em conta que algumas pessoas,respeitáveis entre nós, alegam que “a liberdade é o que háou o que pode haver de mais precioso para nós ― um beminquestionável, absolutamente insubstituível ―”, devo fazer

um resumo do que penso a respeito desta expressão,justa quando clara e diretamente relacionada

a situações de opressão, ou que seja dedependência com ares de escravidão.

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Sob aspectos mais largos, abrangentesou universais, estabeleço minha fidelidade a esta convicção:“o que há ou o que pode haver de mais precioso para nós,

um bem inquestionável, absolutamente insubstituível”,é a Vida!!!

E para dar prosseguimento conclusivo ao assunto anterior,como efeito de raciocínio e entendimento, farei dois parâmetros:

liberdade e escravidão (ou antes) perfeição e imperfeição.

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Não me parece difícil concordar com a sentençade que “o estado de perfeição” é uma utopia ― uma metáforaimpossível de ser atingida ou alcançada, mas que “o estado de

imperfeição” é real e existente..., alcançável portanto.

Do mesmo modo “o estado de liberdade” é utópico ― apenasuma metáfora ―, mas “o estado de escravidão” é real e

existente..., igualmente alcançável portanto.

Sendo assim, o que podemos fazer, é nos atentarao que possa ser definido como imperfeição e escravidão.

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(!...) E, quanto ao outro lado, tudo o que podemos fazeré aclamar a perfeição e a liberdade apenas como símbolos,

inalcançáveis e impraticáveis por nós, na realidade...,levando-se em conta que a liberdade só se dá em

um estado de absoluta perfeição.

Isto, outra vez inevitavelmente, nos remete à idéia da existênciade Deus, único ser de natureza compatível com a idéia de

perfeição..., no caso até pelo seu ângulo absoluto.

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(!!...) Eu lamento, leitores, mas devo ser democráticoe deixar aqui um espaço ou uma boa margem para erros,lembrando-me do conceito que circula pelos corredoresde algumas das nossas mais conceituadas academias:

“Deus é simplesmente um nome ou uma metáfora introduzidaem todas as línguas para simbolizar o enigma da origem de tudo,

nosso anseio de paternidade. Nós, pobres homens órfãos,condenados à vida sem um porquê...”

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O QUE PODE A VIDA NOS DAR?

(!!!...) E, exatamente aqui, chego àquele ponto de ondeeu precisaria de mais espaço, ou de um espaço maior,para desenvolver estes nossos assuntos por inteiros.

E desta vez abertamente confesso para vocês que estoupropagando a importância dos livros..., aos quais às

vezes, inevitavelmente, temos que nos recorrer.

Sou um escritor e tenho paixão pelos livros,mas não teria sequer iniciado esta crônicase não me sentisse capaz de concluí-la,

enfim respondendo à pergunta:

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Repito, pela sua importância, que“o nosso bem inquestionável,absolutamente insubstituível”,

é a Vida!

Dela não somos escravos,somos apenas dependentes..., e,

mesmo por isso, temos de manter com elauma interação adequada, leal, fiel e madura,

para recebermos dela, na medida da nossa evolução,

porções de liberdade!

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Repito, pela sua importância, que“o nosso bem inquestionável,absolutamente insubstituível”,

é a Vida!

Dela não somos escravos,somos apenas dependentes..., e,

mesmo por isso, temos de manter com elauma interação adequada, leal, fiel e madura,

para recebermos dela, na medida da nossa evolução,

porções de liberdade!