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1
Pró-Reitoria de Pós-Graduação
Curso de Especialização em Gestão Educacional
Trabalho de Conclusão de Curso
PLANEJAMENTO ESCOLAR: UM INSTRUMENTO
FACILITADOR DA GESTÃO PEDAGÓGICA
Autor: José Acrisio Rolins da Silva de Morais Junior
Orientador: Msc Juarez Moreira da Silva Junior
Brasília - DF
2014
2
JOSÉ ACRISIO ROLINS DA SILVA DE MORAIS JUNIOR
PLANEJAMENTO ESCOLAR: UM INSTRUMENTO FACILITADOR
DA GESTÃO PEDAGÓGICA
O trabalho apresentado ao Programa de Pós-
Graduação Lato Sensu em Gestão Educacional
- SSP/DF da Universidade Católica de Brasília,
como requisito parcial para titulação de
Especialista em Gestor Educacional.
Orientador: Msc Juarez Moreira da Silva
Junior
Brasília
2014
3
Artigo de autoria de José Acrisio Rolins da Silva de Morais Junior, intitulado
“PLANEJAMENTO ESCOLAR: UM INSTRUMENTO FACILITADOR DA GESTÃO
PEDAGÓGICA”, requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Gestão
Educacional, depositado em 29 de agosto de 2014.
Brasília
2014
4
AGRADECIMENTOS
À Deus pela oportunidade de me conceder mais uma oportunidade de crescer nessa
caminhada e forças para superar as dificuldades que surgiram.
À minha família que sempre me apoiou nos meus estudos.
A Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Militar do Distrito Federal e a esta
Universidade Católica de Brasília que me deram confiança para alçar voos maiores.
Aos meus professores pelo apoio e dedicação, inclusive ao meu orientador que me
direcionou a conclusão do curso com muito esmero e atenção.
Aos meus amigos, que me apoiaram e me incentivaram nessa jornada.
E todos aqueles que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu
muito obrigado.
5
RESUMO
Referência: José Acrisio Rolins da Silva de Morais Junior. Título do Artigo: Planejamento
Escolar: Um Instrumento Facilitador Da Gestão Pedagógica. Curso de Pós-Graduação Lato
Sensu em Gestão Educacional – SSP/DF, UCB. Brasília – DF, 2014.
Este artigo tem por objetivo analisar a importância do planejamento anual escolar como
auxílio da gestão na organização do processo ensino-aprendizagem. O planejamento é um
indicativo de uma boa ou má gestão escolar e depende da equipe na participação de metas e
estratégias que se deseja atingir. Neste aspecto, leva-se em consideração a realidade que se
encontra a escola e todas as pessoas envolvidas no processo educacional. A metodologia
utilizada neste trabalho se baseou na aplicação de um questionário e a realização de uma
entrevista com a equipe do Colégio Militar Dom Pedro II, com o intuito de se avaliar a
funcionalidade do planejamento na instituição.
Palavras-chaves: Planejamento, gestão, ensino-aprendizagem.
ABSTRACT
The purpose of this article is to analyze the importance of an annual planning as an aid in the
management of a teaching-learning process organization. Such planning is an indication of
good or bad management, and it depends on the school’s staff and its participation in the
goals and strategies that they want to reach. In this aspect, it is taken into account the school’s
reality, as well as all people involved in the educational process of an institution. In order to
evaluate the functionality of planning in an institution, the methodology used in this research
was based on a questionnaire applied, combined to an interview conducted to the staff of the
Military College Dom Pedro II.
Keywords: Planning, management , teaching and learning.
6
SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7
II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 9
III – METODOLOGIA ............................................................................................................. 13
IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 14
V – CONCLUSÃO ................................................................................................................... 20
VI – REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 22
VIII – ANEXO ......................................................................................................................... 24
7
I - INTRODUÇÃO
Quando acordamos todos os dias, esboçamos em nossa mente o que temos para
realizar naquele dia. Isso já é uma técnica de planejar, mesmo que não esteja sistematizadora
por escrito. Envolve a realidade na qual estamos inseridos, nossos sonhos e desejos,
alcançados ou não. Nossas ações devem ser analisadas a partir de como atuamos.
Quando se trata de ensino-aprendizagem, o assunto é mais sério. Implica qualidade e
intencionalidade, levando-se em consideração os três pilares do planejamento: a realidade, a
finalidade e o plano de ação. Não é possível realizar um processo de ensino aprendizagem
sem planejamento, pois o planejar parte de uma necessidade básica para cada um de nós. Essa
ferramenta auxilia tanto o professor, dentro da sala de aula, quanto o gestor, que não está
diretamente em contato com os alunos, e assim proporciona um aperfeiçoamento no conjunto
de construção do ensino nas escolas, deixando o aspecto de controle como um real
instrumento de trabalho.
Este artigo tem, pois, como objetivo geral compreender em que medida o
planejamento auxilia o gestor na organização do processo ensino-aprendizagem, procurando
garantir que o planejamento anual, a partir de trocas de pessoas que estão envolvidas no
quadro escolar de diferentes áreas (especialistas, gestores, coordenadores pedagógicos,
professores e representantes da comunidade escolar), seja fundamental para que as ações
previstas para o decorrer do ano letivo sejam implantadas com qualidade. Neste sentido,
estabelecem-se os seguintes objetivos específicos:
Conhecer o PPP – Projeto Político Pedagógico da escola;
Verificar a participação dos membros da comunidade escolar na construção e na
utilização do planejamento anual;
Identificar a forma como o planejamento está sendo encarado na escola e se há uma
relação com o projeto político pedagógico, envolvendo a realidade, a finalidade e o
desejo da equipe;
Elencar qual ou quais são as prioridades da escola na hora da elaboração do
planejamento anual;
Investigar se existe algum momento do ano letivo que esse plano anual é revisto pela
equipe, adequando-o às necessidades mais urgentes.
8
Assim, surgiu o interesse deste pesquisador, que já exerceu a função de professor, de
pesquisar o assunto para melhorar o próprio desempenho, agora enquanto gestor. Outro fator
motivador da pesquisa é observar se a falta ou não do planejamento influencia no cotidiano
dos alunos, modificando-lhes a realidade. Dessa forma, serão entrevistados alguns gestores do
Colégio Militar Dom Pedro II, do Distrito Federal, com uma pesquisa quantitativa para
auxiliar na compreensão da realidade do ensino militar e podendo assim assessorar as ações
que norteiam esse tipo de escola.
A contribuição esperada do artigo é que possa promover, mediante os resultados
obtidos, uma ruptura de conceitos firmados ao longo do tempo, e trazer uma nova postura
frente ao planejamento anual e a sua execução. Espera-se também que possa acrescentar uma
nova proposta de pensar o ensino a partir da realidade e dificuldades que a comunidade
escolar enfrenta.
9
II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Modernamente, o planejamento se torna fundamental no processo escolar e deve fazer
parte da rotina das escolas, desde a sala de aula até o nível da gestão e suas atividades.
Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem de responder às
marcas e os valores dessa sociedade. Só assim é que pode funcionar o processo
educativo, ora com força estabilizadora, ora como fatos de mudança. Às vezes
preservando determinadas formas de cultura. Outras, interferindo no processo
histórico, instrumentalmente. De qualquer modo, para ser autêntico, é necessário ao
processo educativo que se ponha em relação à organicidade com a contextura da
sociedade a que se aplica. (...) A possibilidade humana de existir – forma acrescida
de ser – mais do que viver, faz do homem um ser eminentemente relacional. Estando
nele, pode também sair dele. Projetar-se. Discernir. Conhecer. (Freire, 1959, p.8).
Mas o planejamento nada mais é do que uma organização das ideias e objetivos que se
quer alcançar tanto na vida pessoal, quanto na profissional e --por que não? -- até mesmo na
amorosa. No ambiente escolar, essa ferramenta é imprescindível para a escola ser um caminho
para entender a complexidade do mundo em que vivemos -- a era da informação, em que um
exagero de informações faz pulsar um novo conjunto de valores pessoais.
Todo planejamento deve ser pensado e, para isso, é necessária uma elaboração.
Segundo Vasconcellos (2006), essa elaboração se dá tendo como referência três dimensões da
ação humana consciente: realidade, finalidade e mediação.
I. Realidade – Tanto o para que, quanto o que, estão referidos à situação, à
realidade. É o ponto de partida e de chegada (só que já transformada).
Ao ser conhecida, a realidade pode trazer possibilidades não exploradas, à
medida que revela o que temos, ou seja, portanto, os meios que dão condições
para nossas eventuais realizações.
I. Finalidade – Diz respeito aos fins, ao estado futuro de coisas, à direção para
transformar o que é naquilo que deve ser.
Ao assumir finalidades, o homem nega a realidade presente e afirma outra
ainda não existente. A determinação da ação passa a vir não simplesmente do
passado ou do presente, mas também do futuro.
II. Mediação – É a previsão das ações, do movimento, da sequência, de operações
a serem realizadas para a transformação da realidade.
10
Independente da instituição, o planejamento deve ser sempre revisto, discutido e, se
for o caso, reelaborado. De acordo com o dicionário Aurélio, planejar é traçar, fazer plano
de./projetar, fazer tenção de./ programar, planificar./ planear. Assim, ao traçar os objetivos e
metas a alcançar, deve estar disposto a mudar o quadro presente, alterando-lhe as regras,
tomando decisões e posicionamentos que venham provocar transformações na comunidade
escolar. Tal só é possível através de processos avaliativos, que possam contribuir para o
alcance dos objetivos. Dessa maneira, o planejamento deve ser confeccionado com base no
contexto social e nos fatores externos que envolvem o ambiente escolar.
Em “Planejamento em Orientação Educacional”, Luck (1991), arrola conceitos de
planejamento postos em uso por vários autores.
1. “Processo permanente e metodológico de abordagem racional e científica de
problemas” (BAPTISTA, 1981, p.13).
2. “Processo de tomada de decisão, execução e teste de decisões” (GOLDBER, 1973,
p. 64).
3. “Processo de antecipação e antevisão de condições, estabelecidas ou situações
futuras, desejadas, e a previsão de todos os aspectos necessários para a obtenção
desses resultados” (CHRUDEN e SHERMAN, 1972, p.52).
4. “Processo que consiste em preparar um conjunto de decisões tendo em vista agir,
posteriormente, para atingir determinados objetivos” (TURRA et al. 1975, p.13).
5. “Processo de direção e controle das ações de uma pessoa, em busca de um objetivo
determinado” (KAUFMAN, 1978).
6. “Visão antecipada de estágios mais avançados de desenvolvimento e de qualidade
de instituição e previsão dos passos necessários para atingi-los” (JULIATTO,
1991).
7. “Processo que se inicia com a fixação de objetivos e define as estratégias, as
políticas e os planos detalhados para os atingir” (HAMPTON, 1980, P. 120).
Pode facilmente ver-se a grande convergência entre as perspectivas sobre o que faz o
gestor que planeja. Deve ele ter um olhar no que faz, buscando sempre a melhora da
comunidade escolar, antecipando acontecimentos suscetíveis de ocorrência e preparando-se
para lidar com eles, em suas ações e nas decisões sobre a organização. Assim, para Luck,
11
(1991), planejamento é a escolha e determinação de uma linha de ação capaz de produzir os
resultados desejados, de forma a maximizar os meios e recursos disponíveis para alcançá-los.
O livro “Planejamento da Educação: um levantamento mundial de problemas e
prospectivas”, que compila “Conferência Promovida pela UNESCO” – Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – (1975), sem autoria declarada,
conceitua o ato de planejar, tal como o entendemos hoje, e que pode ser traduzido como a
“[...] definição sistemática de objetivos e avaliações das diversas alternativas no emprego dos
recursos disponíveis, por meio de técnicas especializadas, visando a coordenar o
desenvolvimento da educação [...]”.
As grandes transformações dos instrumentos de produção nas últimas décadas
atingiram também as escolas brasileiras. O trabalho do professor nesse espaço sofreu
importantes transformações. Em sua grande maioria, nossas escolas não conseguem obter
êxito na aprendizagem dos alunos. A Revista Nova Escola atribui o sucesso de algumas
escolas à proposta pedagógica das instituições, seja pública, seja privada, alcançam bons
resultados.
“A proposta pedagógica é a identidade da escola: estabelece as diretrizes básicas e a
linha de ensino e de atuação na comunidade. Ela formaliza um compromisso assumido por
professores, funcionários, representantes, de pais e alunos e líderes comunitários em torno do
mesmo projeto educacional. O planejamento é o plano de ação que, em um determinado
período, vai levar a escola a atingir suas metas. Do planejamento, depois sairão os planos de
aula, adaptados ao cotidiano em classe”. (NOVA ESCOLA).
Dessa maneira, a equipe deve entender as regras que fazem parte do processo em que
o sistema está incluído e entender que a partir das oportunidades que surgirão ao longo do
tempo o grupo terá uma maior participação. O papel do gestor será, então, o de englobar todos
nesse sistema, proporcionando um melhor andamento do trabalho desenvolvido na escola,
com a real consciência de que o planejamento escolar não se esgota no período previsto em
calendário escolar, mas antecede e ultrapassa esse limite. Para Gatti (2008, p. 11), os
“gestores escolares educacionais em suas formas de atuação têm que desenvolver e mostrar
novas perspectivas quanto à escola e todos com ela envolvidos”.
12
Contudo, a elaboração e a execução do planejamento escolar só vêm a contribuir para
o bom andamento da escola, proporcionando uma reflexão na prática educativa, se não for ato
burocrático e imposto, mas sim de construção do saber e aprendizagem.
Então é necessário que a equipe escolar esteja interessada e possivelmente sejam seus
membros os principais beneficiados do alcance dos objetivos. Mas, para isso, é preciso o
envolvimento e o comprometimento de aceitar sugestões e acreditar que o planejamento seja
flexível, moldável, adaptável e que seja a busca para o crescimento da instituição.
O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve participar
elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade para atender, em
classe, seus alunos.
Pelo envolvimento no processo ensino-aprendizagem, ele deve estimular a
participação do aluno, a fim de que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem
tão significativa quanto o permitam suas possibilidades e necessidades.
O planejamento, neste caso, envolve a previsão de resultados desejáveis, assim
como também os meios necessários para alcançá-los.
A responsabilidade do mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu ensino
depende da organicidade, coerência e flexibilidade de seu planejamento. (TURRA,
et ali, 1995, p. 18-19).
13
III – METODOLOGIA
Esse artigo busca, mediante pesquisa de campo, um estudo exploratório-descritivo do
Planejamento Escolar. Para abordagem do problema, será realizada uma pesquisa qualitativa,
mediante entrevistas e questionário estruturado e aberto, com questões relacionadas ao
planejamento e aos gestores atuantes na escola e focado em assuntos que envolvem o real
objetivo da gestão escolar.
A partir do problema em questão, escolheu-se a metodologia aplicada de acordo com a
profundeza dos assuntos envolvidos. Justifica-se, também, a escolha do método qualitativo na
afirmação de Minayo (1994), quando diz que “com este modelo de pesquisa é possível é
possível perceber o conjunto de expressões humanas constantes nas estruturas, nos processos,
nos sujeitos e nas representações”.
Na aplicação do questionário, foram selecionados professores de diferentes
disciplinas, coordenador e diretor do Colégio Militar Dom Pedro II. Através das respostas
obtidas do questionário, será possível levantar dados para a reflexão da gestão escolar no
ambiente militar.
O questionário descreve as características e é capaz de medir, exploratoriamente,
variáveis em um grupo social, permitindo a observação e a análise dessas características
(Richardson, 1999). Nessa fase, algumas questões foram abordadas na forma de entrevista,
como em um diálogo para trazer melhor compreensão do que o entrevistado quer transmitir e
completar sua resposta. O questionário foi aplicado no mês agosto de 2014.
Após a aplicação do questionário e da entrevista, realizou-se uma análise das
informações obtidas, delineada nos seguintes passos: ordenação, classificação e análise final.
14
IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Colégio Dom Pedro II (CMDP II), é uma escola que pertence ao Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), considerada como uma escola híbrida
(pública/privada), subordinada à Diretoria de Ensino (DIREN). O CMDP II surgiu em 2000
pelo anseio da corporação em viabilizar aos dependentes dos integrantes do CBMDF um
centro de ensino de excelência a um baixo custo, para atender ao público do CBMDF, bem
como aos demais segmentos da Segurança Pública do Distrito Federal, das Forças Armadas e
da sociedade. A escola possui uma estrutura física moderna, que atende todas as necessidades
dos alunos. Atualmente o Colégio possui um efetivo de aproximadamente 2.200 estudantes,
distribuídos em turmas de Educação Infantil (níveis I e II), Ensino Fundamental (1º ao 9º ano)
e Ensino Médio (1ª a 3ª série).
Essa instituição visa à promoção de um ensino de qualidade por intermédio de uma
educação transformadora e inovadora, que preserve os princípios de civismo e patriotismo,
bem como as tradições históricas do Corpo de Bombeiro Militar do Distrito Federal, assim
contribuindo para o desenvolvimento e formação do educando e seu preparo para o exercício
da cidadania.
De acordo com o organograma da escola, o Departamento de Ensino é o organismo de
direção responsável pela gestão de todo o processo didático-pedagógico do Colégio Militar.
Dentre as atribuições estão1:
i. Desencadear o processo de elaboração da Política Educacional do Colégio Militar;
ii. Desencadear o processo de elaboração do Plano de Ensino do Colégio Militar;
iii. Elaborar o Calendário de Ensino, anualmente;
iv. Planejar e executar o processo de avaliação dos serviços escolares;
v. Fiscalizar o cumprimento da Política Educacional e do Plano de Ensino do Colégio
Militar pelos órgãos subordinados;
vi. Executar serviços de Secretaria Escolar;
vii. Executar serviços de Orientação Educacional;
viii. Executar serviços de Orientação Psico-pedagógica;
1 Dados retirados em: http://www.cmdpii.com.br/index.php/institucional/departamento-de-ensino Acessado em:
22 de agosto de 2014.
15
ix. Coordenar as atividades pedagógicas desenvolvidas no Colégio Militar;
x. Planejar o desenvolvimento de atividades desportivas, recreativas, artísticas e culturais
no Colégio Militar;
xi. Administrar os serviços de biblioteca e de laboratórios;
xii. Dirigir, coordenar, orientar e fiscalizar o Corpo Docente;
xiii. Executar outras atividades atribuídas pelo Comandante do Colégio Militar, Diretor de
Ensino e Instrução, Comandante Geral e das autoridades de educação competentes.
A Seção Técnica de Ensino Colégio Militar é o organismo de assessoria direta do
Departamento de Ensino responsável por emitir pareceres técnicos quanto às propostas de
avaliação, aos pedidos de revisão, além de realizar pesquisas educacionais e acompanhar a
avaliação da contratação de novos professores. Compete à Seção Técnica de Ensino2:
I - elaborar o PGE (Plano Geral de Ensino) com a participação dos demais setores do
COSEA (Centro de Orientação e Supervisão do Ensino Assistencial);
II - controlar a execução do PGE, dos currículos, dos PLAEST (Planos de Áreas de
Estudo), dos PLADIS (Planos de Disciplinas), e dos demais documentos de ensino de
responsabilidade do COSEA;
III - zelar pela manutenção do sigilo nos assuntos referentes às avaliações;
IV - realizar pesquisas e produzir quadros estatísticos sobre o rendimento da
aprendizagem e análise técnica das propostas de avaliações;
V - desenvolver estudos que visem a aperfeiçoar a condução do ensino e a melhoria do
rendimento de aprendizagem;
VI - coordenar junto com o Departamento de Ensino a atualização do Projeto Político
Pedagógico (PPP);
VII- acompanhar as avaliações e seleções de novas contratações no corpo docente do
CMDP II;
2 Dados retirados em: http://www.cmdpii.com.br/index.php/institucional/secao-tecnica-de-ensino acessado em:
22 agosto de 2014.
16
VIII- realizar em conjunto com a Divisão de Coordenação Pedagógica as seguintes
avaliações: Multi I e II (Provas Multidisciplinares) aplicadas aos alunos do 6º ao 9º ano do
Ensino Fundamental e as PI (Provas Integradas) aplicadas aos alunos do Ensino Médio;
IX- confeccionar as avaliações do processo seletivo para ingresso de novos alunos no
Colégio e corrigi-las;
X- centralizar todos os currículos para seleção de novos docentes e, quando solicitado
pelo coordenador de disciplina, criar um processo seletivo para avaliação.
A Secretaria Escolar é órgão de administração escolar responsável pela execução de
todos os serviços burocráticos específicos do Departamento de Ensino do Colégio. É
composta por 01 (um) primeiro secretário escolar e uma equipe composta por 01 (um)
segundo secretário escolar, 01 (um) digitador e 01 (um) atendente, por turno.
O CMDP II busca aprimorar o ensino-aprendizagem por meio de um ensino
conteudista e realiza inúmeros projetos distribuídos ao longo do ano letivo. Dentre eles estão
projetos que envolvem várias disciplinas e o cotidiano dos alunos. O Projeto “Nas
Baladinhas” é o mais atual, visando à promoção da saúde e bem estar dos alunos. Este projeto,
destinado à prevenção do uso de drogas, está sendo desenvolvido com os alunos do Ensino
Médio. As equipes de Biologia e Educação Física juntamente com o SOEPAS (Serviço de
Orientação Educacional, Psicologia e Assistência Social) e Corpo de Alunos desenvolveram
no 1º Semestre um ciclo de apresentações de trabalhos estrelados pelos estudantes do Ensino
Médio sobre os malefícios do uso de drogas lícitas e ilícitas através de seminários,
apresentações teatrais e saída de campo para casas de recuperação de dependência química.
Esses projetos estão sendo utilizados cada vez mais pelo CMDP II, pois há uma
melhoria significativa na qualidade de ensino. O plano envolve a comunidade escolar na
conscientização da família para que essa valorize a educação e participe no aprendizado de
crianças e jovens. Tal trabalho certamente contribuirá para a melhoria da educação e
repercutirá na cidadania. Projetos como este fazem parte do PPP – Projeto Político
Pedagógico. Trata-se de propostas de melhoria nos objetivos, traçados pelo plano, que se
deseja alcançar. Assim, de acordo com Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo Freire, em
São Paulo, o PPP “se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de
parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto, médio e longos prazos”.
17
A pesquisa foi realizada nos dias 21 e 22 de agosto de 2014. Dentre os setenta e dois
professores, cinco coordenadores e um diretor, obteve-se uma amostra de 35 entrevistados;
com profissionais que estão envolvidas do 9º ano (ensino fundamental) até o 3º ano do Ensino
Médio.
Quando perguntados sobre a construção do planejamento anual do CMDP II,
(pergunta número 01 do questionário) as respostas pouco divergiram, pois a maioria dos
entrevistados respondeu que a participação de coordenadores pedagógicos, professores e
gestores faz parte dessa construção. E apenas um dos entrevistados respondeu que “A
construção do planejamento é realizada apenas pelo gestor, pois no processo de construção
toda a comunidade da escola está convidada a participar, mas apenas o gestor dará o veredicto
final”, o que leva a crer que o CMDP II é uma escola que permite a participação da
comunidade escolar em sua gestão, só que tais ações precisam ser aperfeiçoadas e
aprofundadas para que se alcance a definição da identidade da escola e se indiquem caminhos
para ensinar com qualidade. Um dos entrevistados deixou a resposta em branco. De acordo
com Padilha (2001), “é essa grande vantagem do planejamento dialógico, organizado,
democraticamente sistematizado e voltado para o respeito à autonomia dos sujeitos partícipes
desse processo”. O que leva a crer que quanto mais profissionais de diversas áreas do
conhecimento e toda comunidade escolar participarem da construção desse plano anual,
obtém-se um efeito benéfico para todos.
Devido ao diálogo, a troca de experiências e a revisão de propostas estimula o
enfrentamento dos problemas e desafios apresentados no dia-a-dia. Seguindo esta mesma
ideia, a questão número oito traz a seguinte indagação: é possível realizar um processo de
ensino e aprendizagem sem planejar? Nessa questão, foi alcançado um índice de 100% da
resposta que não. Não é possível. Vasconcellos (2006) acredita que “planejamento é o
processo de reflexão, de tomada de decisão (...) enquanto processo, ele é permanente”.
Mesmo assim, o coordenador pedagógico, o Sgt Pedro acrescentou que “um ou outro
professor acha que planejar é tempo desperdiçado”.
Assim, para a equipe pedagógica da instituição, o planejamento anual está inserido até
nos planos de aula. É o que mostra o resultado da questão número nove, que trata do assunto.
Nela, 98% dos entrevistados disseram que o plano anual está inserido na construção das aulas.
Nos termos de Libâneo (1992), “o planejamento escolar é um processo de racionalização,
18
organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática
do contexto social”.
De acordo com a questão número seis, é possível perceber que os entrevistados
encaram com compromisso o tempo do planejamento anual, o que acaba tornando-o saudável
para a escola toda. Tal é expressado pela professora de Biologia Ariadne Danyelle Santos, que
acrescentou em sua resposta: “que o processo de construção e avaliação das atividades deve
ser em todo ano letivo, não só no final do ano, sempre adaptando-o à realidade da escola
naquele momento”.
Dessa maneira, os projetos que a escola desenvolve, as metas que se alcançam e os
novos desafios que o gestor e sua equipe se propõem encarar fazem parte do cenário da escola
militar. Mesmo com uma estrutura rígida, de instituição militar, o gestor Félix Antônio de
Lima Ferreira, chefe da seção técnica de ensino do CMDP II, afirma que a instituição busca
desenvolver o senso crítico nos alunos. Para ele, o planejamento anual é essencial. Na
entrevista com esse gestor, ele explica que “ao planejar, organizam-se os interesses e não se
toma nenhuma decisão precipitada. A partir da integração de todos, é possível alcançar
objetivos, tanto os do aluno, como os da escola”. Um exemplo disso foi a organização de um
novo espaço na escola. Foram construídos mais três espaços (salas), que foram decididos por
toda a comunidade escolar. Nesse momento, foram avaliados vários quesitos que eram
importantes para tomada de decisão. Assim, foi realizada uma votação para decidirem o que
seria melhor para utilização do espaço construído. “Essas foram ações que estavam no
planejamento anual da escola, frutos do que plantamos ao longo da nossa gestão”, diz o
Presidente da APAM – Associação de pais, alunos e mestres do CMDP II senhor Félix
Antônio.
Na questão número dois, foi perguntado se na construção do planejamento anual é
levada em consideração: a realidade, a finalidade e o desejo da equipe. Houve vinte quatro
respostas “não”, enquanto onze marcaram “sim”. A professora de física Soraya diz que “nem
sempre podemos ter aquilo que queremos, temos que olhar o conjunto da obra como um todo,
eu não posso olhar apenas para o anseio da minha disciplina; essa realidade muitas vezes não
condiz com a necessidade de urgência da escola”. O que leva a reflexão de todos no momento
de traçar as metas, pensar no que é necessário, no que é fundamental para a execução e
melhoria do ambiente escolar. Então, quando se indaga (pergunta número três) como é visto o
planejamento, trinta e quatro dos entrevistados disseram que o planejamento é instrumento de
19
trabalho contra apenas um diz que o planejamento é ferramenta de controle de professores. De
acordo com o professor de História, Sérgio Moura “aqui no CMDPII, o professor tem que
gostar de planejar, pois nenhuma ação será efetuada sem o planejamento”.
E por ultimo, na questão número cinco, quando se questiona quais assuntos são mais
importantes na construção do planejamento anual, todos marcaram que os assuntos
pedagógicos são prioridade, vindo em segundo lugar os assuntos administrativos e
burocráticos, havendo alguns dos entrevistados opinado que momentos específicos, como o
Programa de Avaliação Seriada – PAS e o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM são
momentos importantes.
20
V – CONCLUSÃO
Este trabalho tratou de compreender como o processo de construção do planejamento e
sua atuação facilita o trabalho do gestor. Fica claro que ter um plano pedagógico é ferramenta
em favor do ensino e da aprendizagem dos alunos. É comum, como por exemplo, o PPP, ficar
engavetado e não saírem do papel as ações ali determinadas, tornando-se sua construção
apenas uma atividade burocrática. Dessa maneira, como as ações podem ser pensadas e
repensadas se não estiver o documento em dia? Não é o caso do CMDP II. O planejamento
anual é feito coletivamente pela equipe da escola, com o objetivo de estabelecer metas
comuns pensando sempre em uma continuidade nos projetos desenvolvidos de um ano para o
outro.
Desde que se passa pelo portão de entrada da escola, é perceptível que o trabalho em
equipe é de qualidade e que os profissionais ali envolvidos estão dentro de uma equipe
participativa e democrática não só para desenvolver o ensino, mas também para resolver
qualquer tipo de problema que apareça.
No início do ano letivo, são divididas as equipes de acordo com a área trabalhada,
onde serão discutidas todas as ações em que estão envolvidos os alunos, desenvolvendo-se
metas, divisão de trabalhos e uso adequado do tempo. Pensa-se e repensa-se como o aluno
poderá utilizar aquele determinado assunto trabalhado, trazendo um olhar próprio, e se indaga,
também, com qual conhecimento os diferentes tipos de alunos podem colocar em ação o tema
discutido.
A equipe preocupada com a realidade que o aluno vai encontrar no mundo fora do
ambiente escolar, demonstra preocupação e desenvolve atividades onde os alunos consigam
expressar suas ideias. Nas reuniões das equipes, por exemplo, da equipe de ciências (Quimica,
Física e Biologia), os professores se reúnem e discutem os objetivos, trocam ideias e
experiências, acertam as diferenças, combinam estratégias, discutem os conteúdos a serem
trabalhados durante o ano letivo, os procedimentos didáticos e as avaliações. Como o quadro
de professores é grande, isso traz uma grande vantagem que é a da diversidade de professores
que lecionam a mesma disciplina na mesma série.
Os gestores do CMDP II garantem que usam o planejamento anual para melhorar a
qualidade do ensino. Isso é assegurado pelo sucesso que os alunos da instituição têm ao sair
da escola. No vestibular da UNB – Universidade de Brasília – foram aprovados no 2º
21
semestre de 2014 mais de 20% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio. Sucesso não só dos
alunos, mas de toda a equipe. E para a escola, o planejamento deixa com um olhar limpo,
organizado e inovador – diz o Sgt Pedro, coordenador pedagógico do Ensino Médio.
22
VI – REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Educação e Atualidade Brasileira. Recife: Universidade Federal do Recife,
1959.
GATTI, Bernadete. (Org.) Construindo caminhos para o sucesso escolar – Brasília:
UNESCO, Inep/MEC, Consed, Unidme, 2008.
ILUMINURA. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa. 2. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1992 (Coleção magistério 2° grau. Série
formação do professor).
LÜCK, Heloisa. Planejamento em orientação educacional. Petrópolis. Vozes, 1991.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social: teoria método e criatividade.
Petrópolis: Vozes, 1994.
NOVA ESCOLA. Proposta Pedagógica e Planejamento: as bases do sucesso escolar. São
Paulo: editora Abril. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliação/planejamento/proposta-
pedagogica-planejamento-bases-sucesso-escolar-424816.shtm> Acesso em: 27out13.
PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento Dialógico – Como construir o projeto político-
pedagógico da escola. São Paulo: Cortez Editora, 2001.
RICHARDSON, Roberto Jarry; SOUZA, José Augusto de. Pesquisa Social: métodos e
técnicas. São Paulo: Atlas, 1999.
UNESCO. Planejamento da Educação. Conferências promovidas pela UNESCO. Um
levantamento mundial de problemas e prospectivas. Tradução de Paulo Rogério Guimarães
Esmanhoto. 2ºed. – Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, Editora FGV, 1975.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e
Projeto Político-Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. 16 ed.
São Paulo: Libertad, 2006.
23
TURRA, C.M.G.; ENRICONE, D’ SANT’ ANNA, F.M.; ANDRÉ, LENIR CANCELLA.
Planejamento de Ensino e Avaliação. Ed. Porto Alegre: Sagra – DC Luzzato, 1995.
24
VIII – ANEXO
QUESTIONÁRIO
1 – A construção do planejamento anual da escola é feita por:
( ) apenas o gestor ( ) coordenadores pedagógicos, professores e gestor
( ) toda comunidade escolar
2 – Para construção do planejamento anual é levado em consideração a realidade, a finalidade
e o desejo da equipe?
( ) sim ( ) não
3 – No contexto, em que você está inserido o planejamento é visto como:
( ) instrumento de trabalho ( ) ferramenta de controle de professores
4 – Nessa escola o planejamento está relacionado com o projeto político pedagógico?
( ) sim ( ) não
5 – Na construção do planejamento anual os assuntos mais importantes são:
( ) administrativos ( ) burocráticos ( ) pedagógicos
( ) momentos específicos ( ) outros: __________________________________
6 – Você acredita que o tempo dedicado ao planejamento anual acaba se tornando
desperdiçado por não haver um direcionamento específico?
( ) sim ( ) não
7 – As ações do planejamento anual são revistas pela equipe, no decorrer do ano letivo?
( ) sim ( ) não
8 – É possível realizar um processo de ensino e aprendizagem sem planejar?
( ) sim ( ) não
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9 – Os professores utilizam o plano anual para construção das aulas?
( ) sim ( ) não