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EVOLUÇÃO E SIMBOLOGIA DO RAMALHETE “Os Maias” – Eça de Queirós “A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no Outono de 1875, era conhecida (…) pela Casa do Ramalhete, ou simplesmente o Ramalhete.

Evolução e Simbologia do Ramalhete - Os Maias

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Page 1: Evolução e Simbologia do Ramalhete - Os Maias

EVOLUÇÃO E SIMBOLOGIA DO RAMALHETE

“Os Maias” – Eça de Queirós

“A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no Outono de 1875, era conhecida (…) pela Casa do Ramalhete, ou

simplesmente o Ramalhete.”

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Cipreste

Cedro Vénus

Citereia

Cascatazinha

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Primeira Fase do Ramalhete

* “sombrio casarão de paredes severas”* “com teias de aranha pelas grades dos postigos térreos, e

cobrindo-se de tons de ruína”* “aspeto tristonho”* “as paredes cobertas de frescos onde já desmaiavam as rosas

das grinaldas”* “pobre quintal inculto, abandonado às ervas bravas, com um

cipreste, um cedro, uma cascatazinha seca e uma estátua de mármore (…) enegrecendo a um canto na lenta humidade das ramagens silvestres ”

* “inútil pardieiro”* “aludia mesmo a uma lenda, segundo a qual eram sempre

fatais aos Maias as paredes do Ramalhete”

Page 4: Evolução e Simbologia do Ramalhete - Os Maias

Segunda Fase do Ramalhete

* “Carlos apareceu em Lisboa com um arquiteto-decorador de Londres e (…) entregou-lhe as quatro paredes do Ramalhete, para ele ali criar, exercendo o seu gosto, um interior confortável, de luxo inteligente e sóbrio.”

* “O que surpreendia logo era o seu pátio, outrora tão lôbrego, nu, lajeado de pedregulhos – agora resplandecente, com um pavimento quadrilhado de mármores brancos e vermelhos, plantas decorativas, vasos de Quimper (…)”

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Segunda Fase do Ramalhete

* “(…) tinha o ar simpático, com os seus girassóis perfilados ao pé dos degraus do terraço, o cipreste e o cedro envelhecendo juntos como dois amigos tristes, e a Vénus Citereia parecendo agora, no seu tom claro de estátua de parque, ter chegado de Versalhes”

* “E desde que a água abundava, a cascatazinha era deliciosa, (…) melancolizando aquele fundo de quintal soalheiro com um pranto de náiade doméstica”

Page 6: Evolução e Simbologia do Ramalhete - Os Maias

Terceira Fase do Ramalhete

* “Mas estava morto. Estava morto, já frio, aquele corpo que, mais velho que o século, resistira tão formidavelmente (…) aos anos e aos vendavais.”

* “(…) no terraço morria um resto de Sol.”* “(…) um raio de sol morria, lentamente sumido, esvaído na

primeira cinza do crepúsculo, como um resto de esperança numa face que se anuvia.”

* “Por entre as conchas da cascata, o fio de água punha o seu choro lento.”

* “Afonso da Maia lá estava, nesse recanto do quintal, sob os ramos do cedro”

Page 7: Evolução e Simbologia do Ramalhete - Os Maias

Terceira Fase do Ramalhete

* “Com que comoção Carlos avistou a fachada severa do Ramalhete”

* “Tapeçarias orientais que pendiam como numa tenda”* “a antecâmara entristecia, toda despida (…), mostrando a cal

lascada dos muros”* “tom mais negro”* “luz escassa”* “a mancha lívida de uma caveira”* “No salão nobre os móveis (…) estavam embrulhados em

lençóis de algodão, como amortalhados, exalando um cheiro a múmia”

* “outros caixões apinhavam-se a um canto”

Page 8: Evolução e Simbologia do Ramalhete - Os Maias

Terceira Fase do Ramalhete

* “Em baixo o jardim, bem areado, limpo e frio (…) tinha a melancolia de um retiro esquecido”

* “uma ferrugem verde, de humidade, cobria os grossos membros da Vénus Citereia; o cipreste e o cedro envelheciam juntos, como dois amigos num ermo; e mais lento corria o prantozinho da cascata, esfiado saudosamente gota a gota na bacia de mármore”

* “a curta paisagem do Ramalhete, um pedaço de Tejo e monte, tomavam naquele fim de tarde um tom mais pensativo e triste”

Page 9: Evolução e Simbologia do Ramalhete - Os Maias

FIM

Mariana Pires, nº19, 12ºA