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CAPITAL INTELECTUALTEORIA DA CONTABILIDADE
Alunas: Carla MirandaCarla Regina
Catia CordeiroPriscila Carilo
1 . IntroduçãoO Capital Intelectual é um conjunto de
benefícios intangíveis que agregam valor às empresas, isto é, Capital Intelectual
“constitui a matéria Intelectual – conhecimento, informação, propriedade
Intelectual,
experiência que pode ser utilizada para gerar riqueza” (Stewart, 1999, 14). Ou seja, capital
Intelectual é o conjunto de elementos intangíveis que criam valor para a empresa.
Os ativos baseados no conhecimento devem ser avaliados com extrema
cautela, porque seu impacto sobre o destino de qualquer negócio é enorme.
Para Sveiby (1998), muito mais do que contribuir para a valorização total da empresa, o conhecimento é a base de sua estrutura interna e externa. Para
poder competir e enfrentar os desafios de um mercado cada vez mais exigente, as empresas têm de investir em recursos
humanos.
Com relação à Contabilidade tradicional, considera-se que um de seus principais
objetivos iniciais tenha sido o de apurar o resultado econômico e financeiro de uma entidade, e ele continua forte até hoje.
Entretanto, muito se tem comentado nos últimos tempos que os relatórios
fornecidos pela Contabilidade Financeira não retratam certas realidades das
empresas.
2 . Características e Reconhecimento de um Ativo
Segundo Hendriksen e Van Breda (1999), alguns aspectos devem ser considerados na caracterização de elementos do ativo:
a) posse ou propriedade; b) capacidade de gerar benefícios futuros;c) direito exclusivo.
Para o reconhecimento de um ativo recomenda-se:
a) item que corresponda à definição de ativo; b) seja relevante;c) seja mensurável; d) tenha valor preciso.
3 . Ativos Intangíveis
Todo bem tem seu valor, seja contábil, de mercado ou de pagamento. Há quem concorde em pagar acima do valor de
mercado, há quem pague apenas o valor contábil. Daí advém o questionamento: como mensurar, na entidade, um bem intangível?
4 . Noções Gerais e Apectos Conceituais
Existe uma infinidade de ativos intangíveis que podem ter seu valor monetário apurado. Os mais conhecidos são as marcas registradas,
os direitos autorais, as patentes, as franquias, os domínios de Internet e os
softwares.
O IASB emitiu em 1998, a IAS 38 – Intangible Assets sobre a contabilização dos activos
intangíveis. A IAS 38 define um ativo intangível como “um ativo não monetário
identificável sem substância física detido para uso na produção ou fornecimento de bens ou
serviços, para arrendar a outros, ou para finalidades administrativas.”
5. Conceitos de Capital Intelectual
Segundo Brooking (1996), o Capital Intelectual pode ser dividido em quatro categorias:
Ativos de Mercado
Ativos Humanos
Ativos de Propriedade Intelectual
Ativos de Infra-estrutura
Ativos de Mercado:
Potencial que a empresa possui em decorrência dos intangíveis que estão relacionados ao mercado, tais
como: marca, clientes, lealdade dos clientes, negócios recorrentes, negócios em andamento (backlog), canais de distribuição, franquias etc.
Ativos Humanos:
Compreendem os benefícios que o indivíduo pode proporcionar para as organizações por meio da sua
expertise, criatividade, conhecimento, habilidade para resolver problemas, tudo visto de forma
coletiva e dinâmica.
Ativos de Propriedade Intelectual:
Incluem os ativos que necessitam de proteção legal para proporcionar às organizações
benefícios, tais como: know-how, segredos industriais, copyright, patentes, designs etc.
Ativos de Infra-estrutura:
Compreendem as tecnologias, as metodologias e os processos empregados, como cultura, sistema de informação, métodos gerenciais,
aceitação de risco, banco de dados de clientes etc.
Para o FASB (Financial Accounting Standards Board), o Capital Intelectual pode ser definido de
duas maneiras:
1. “Ativos intangíveis combinados que permitem a companhia funcionar e manter uma vantagem competitiva”;
2. “A diferença entre o valor real de mercado da companhia e o valor real de mercado dos ativos tangíveis menos passivos da companhia”.
Ainda segundo o FASB, na sua proposta de padronização, o Capital Intelectual é dividido em três
componentes:
Capital Humano: Constitui o conhecimento acumulado, as habilidades e
experiências dos empregados.
Capital de Clientes: Abrange a solidez das relações com os clientes da companhia e a lealdade destes clientes para com a
companhia.
Capital Estrutural: É formado por tudo aquilo dentro da organização que dá
suporte aos empregados na realização de seus trabalhos. A Infra-estrutura.
O Prof. Luiz Antonio Jóia (2001) comenta:
O Capital Humano não pertence à empresa, pois é conseqüência direta da soma das habilidades e especialidades de seus empregados. O Capital Estrutural pertence à empresa e pode ser negociado (pelo menos em teoria), (...). É composto por todos os processos internos e externos que existem dentro da empresa e entre ela e seus outros parceiros (capital de processos); pelo Capital de Relacionamento, ligado aos fornecedores, clientes, prestadores de serviços e outros parceiros principais envolvidos; e pelo capital de inovação, uma conseqüência direta da cultura da empresa e de sua capacidade de criar conhecimento novo com base no conhecimento existente.
A definição adotada por EDVINSSON & MALONE (1998) se expressa da seguinte
forma:
“O Capital Intelectual é a posse de conhecimento, experiência aplicada,
tecnologia organizacional, relacionamentos com clientes e habilidades profissionais que
proporcionem à empresa uma vantagem competitiva no mercado.”
Com essa definição, pode-se chegar ao valor de mercado da empresa, representado na
seguinte figura:
Para Edvinsson e Malone (1998), o Capital Intelectual “é um capital não financeiro que representa a lacuna oculta entre o valor de
mercado e o valor contábil. Sendo, portanto, a soma do Capital Humano e do Capital
Estrutural”.
Os autores exemplificam o Capital Intelectual através do desenho de uma árvore:
A ilustração da árvore explica como é simples avaliar o patrimônio visível das entidades, muito
embora pelo fato de não se avaliar a parte invisível (raízes da árvore) se possa deixar de
prever com mais exatidão o seu futuro. As raízes podem, com muitos nutrientes, melhorar a sua produção e produtividade, assim como
qualquer doença poderia provocar-lhe problemas sérios no futuro. Assim é com o
Capital Intelectual de hoje, que poderá definir o futuro de uma empresa.
OUTROS PENSADORES...
O Professor Eliseu Martins (2002: 47) define o capital intelectual como um “conjunto de
benefícios intangíveis que agregam valor às empresas”.
Segundo o Prof. Marion (2005), dos Ativos Intangíveis os termos que mais se destacam
são o Capital Intelectual e o “Goodwill”, principalmente em função do desenvolvimento
da era do conhecimento.
Atualmente, algumas tentativas de definir ou explicar o Capital Intelectual têm sido objeto de diversos
pensadores. A princípio se falava muito em capacidade intelectual humana.
Com o tempo adicionou-se a inteligência ao conhecimento existente dentro da empresa, além de outras variáveis como liderança tecnológica,
clientes, lealdade de clientes, tecnologia de informação, treinamento de funcionários,
indicadores de qualidade, relacionamento com fornecedores, desenvolvimento de novos produtos.
6 . Goodwill e Capital Intelectual
Goodwill e Capital Intelectual confundem-se, pois os elementos que identificam a existência de um valor a mais numa empresa e que integram o Capital
Intelectual eram designados por Goodwill.
Definição de Goodwill
A definição do que seja Goodwill, a sua natureza, a sua característica de não ser
separável do negócio como um todo e o seu tratamento contábil estão entre os objetos de
estudo mais difíceis e controvertidos da Teoria Contábil, não existindo até hoje um consenso nem uma definição única aceita
universalmente. Goodwill seria o ágio pago por expectativa de
rentabilidade futura.
FATORES QUE GERAM O GOODWILL
FATORES QUE GERAM O CAPITAL INTELECTUAL
Habilidade administrativa fora dos padrões comuns
Sinergia entre os programas de treinamento e os objetivos corporativos
Organização ou gerente de vendas proeminente
Funcionário tratado como um ativo raro
Fraqueza na administração do competidor
Esforço da administração para alocar a pessoa certa na função certa, considerando suas habilidades
Propaganda eficiente Existência de oportunidade para desenvolvimento profissional e pessoal
FATORES QUE GERAM O GOODWILL
FATORES QUE GERAM O CAPITAL INTELECTUAL
Processos secretos de fabricação Avaliação do retorno sobre o investimento realizado em Pesquisa e Desenvolvimento
Boas relações com os empregados
Identificação do know-how gerado pela P & D
Crédito proeminente como resultado de uma sólida reputação
Existência de uma estratégia proativa para tratar a propriedade intelectual
Eficiente treinamento para os empregados
Identificação dos clientes recorrentes
Alta posição perante a comunidade obtida por meio de ações filantrópicas e participação em atividades cívicas por parte dos administradores
Conhecimento, por parte do funcionário, do que representa seu trabalho para o objetivo global da companhia
Contudo, seus valores dificilmente serão os mesmos, já que a mensuração do goodwill
subjetivo (a diferença entre o valor subjetivo da entidade em determinado momento e o valor da aquisição dos ativos) é obtida pela diferença entre o valor econômico total do ativo líquido e seu valor contábil, enquanto o capital intelectual é obtido pela diferença
entre o valor de mercado das ações da entidade e seu valor contábil.
7 . A Contabilidade e o Capital Intelectual
No decorrer das últimas décadas, o crescimento da tecnologia e a busca por investir no potencial humano
dos funcionários vêm gerando benefícios intangíveis que a Contabilidade tradicional não mensurava. Essa
combinação de ativos intangíveis que agregam valores para as empresas, nós hoje a conhecemos por Capital
Intelectual.
Para a Contabilidade mensurar um valor que está “escondido” na empresa não é fácil, pois não pode ser identificado de imediato. Mas o grande desafio é encontrar a metodologia adequada para mensurar e contabilizar o Capital Intelectual de natureza intangível, que tem gerado uma grande repercussão no patrimônio das empresas.
8 . Mensuração
No atual contexto, o valor contábil de uma empresa raramente corresponde ao seu
valor de mercado. Johnson e Kaplan (1993, p. 30) apud Wernke et al (2003)
salientam que o valor econômico de uma companhia não é limitado à soma dos
valores de seus ativos tangíveis, pois inclui o valor de seus ativos considerados
intangíveis.
Karsten e Bernhardt (2003) destacam que “o grande responsável por essa defasagem contábil é o conjunto dos recursos intelectuais que correspondem aos ativos mais valiosos encontrados nas empresas e que não vêm sendo levados em conta”.
Karsten e Bernhardt (2003) citam os seguintes exemplos:
– Em 1995, a IBM pagou US$ 3,5 bilhões (14 vezes a avaliação contábil de US$ 250 milhões) na compra da Lotus. O ágio pago pela IBM representa sua avaliação monetária do conhecimento exclusivo daquela empresa.
– A MICROSOFT, empresa de Bill Gates, é muito mais capital intelectual do que capital físico. O seu valor de mercado corresponde a 100 vezes o valor de seu ativo tangível.
– A NOKIA, filial finlandesa, com apenas cinco empregados, fatura US$ 200 milhões por ano.
Modelo de Stewart – Navegador do Capital Intelectual
b. Grupo Skandia –Navegador Skandia
c. Modelo de Sveiby
9 . A importância da Evidenciação
Como as demonstrações contábeis são elaboradas com base nas Normas e
Princípios Fundamentais de Contabilidade e, em especial, para atender à legislação fiscal,
o Capital Intelectual não tem sido reconhecido nesses demonstrativos devido
às dificuldades de identificação e mensuração.
Por isso, o relatório de administração que reúne informações de caráter espontâneo, descritivas e menos técnicas, se apresenta
como uma opção para as companhias evidenciarem aos seus stakeholders
informações sobre esses recursos intangíveis que contribuem para a criação de valor
organizacional.
A identificação dos ativos que compõem o Capital Intelectual, bem como sua
evidenciação, capacita a empresa a gerenciar esses recursos de forma a conduzir as estratégias rumo ao seu desenvolvimento e crescimento dentro da organização, haja
vista a contribuição desses para o resultado e o valor da empresa.
Entre as possíveis alternativas de gerenciamento do Capital Intelectual, podem-se destacar, pela sua
importância estratégica para o negócio e independentemente do conceito, aquelas que, na medida do possível, vêm sendo praticadas ou, ao
menos, sendo reconhecidas, constituindo uma preocupação dos executivos, tais como:
– diminuição de volatilidade do capital humano; – transferência de conhecimento residente do capital
humano para o estrutural; – expansão do acesso ao capital estrutural pelos
profissionais da empresa; e – ampliação/retenção do capital de relacionamento.
10 . Considerações sobre a Evidenciação de Ativos Intangíveis no Contexto Brasileiro:
Estudo de Caso da Perdigão S/A
11. Link com as normas atuais
O IASB (2000:4-5) alerta que “apesar de continuarem a existir razões fortes para o estabelecimento de critérios restritivos
que limitem o reconhecimento de intangíveis gerados internamente, torna-se necessário encontrar melhores
formas de informar os utilizadores dos relatórios financeiros acerca dos activos intangíveis [...] Deveria talvez ser dada
atenção a formas suplementares de relato. Previsões directas dos cash flows futuros, avaliações por peritos
independentes com ou sem informação estatística acerca das actividades e comentários qualitativos dos gestores
poderão proporcionar informação útil que complemente a do balanço. Sem o desenvolvimento de tais aproximações, a
contabilidade pode enfrentar uma perda séria de credibilidade à medida que os activos intangíveis se tornam
mais e mais importantes”.
CONCLUSÃO
Partindo-se do princípio de que a sociedade do conhecimento é um fato irreversível, e de que, cada vez mais, o Capital Intelectual, principalmente através do seu componente humano, demonstra sua capacidade de adicionar valor,
diferenciando as organizações, pode-se concluir que cabe à Ciência Contábil concentrar esforços visando ao efetivo
registro destes ativos estratégicos, bem como ao desenvolvimento de uma forma de evidenciá-los de maneira
clara. Neste sentido, é possível sugerir a busca do desenvolvimento de modelos conceituais, para a
mensuração e evidenciação do Capital Intelectual, adequados à realidade vivenciada pelas organizações nos
diversos segmentos econômicos em que atuam.