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Ariano Suassuna - Trabalho do Patrono

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Trabalho realizado produzido e organizado por Rafael Soler e apresentado por Victória Vasconcelos na Apresentação dos Patronos na Academia Maria Ester de Leitura e Escrita em 2009.

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Dados BiográficosPoeta, dramaturgo e romancista, Ariano Vilar Suassuna nasceu na cidade da Paraíba (hoje João Pessoa), capital do Estado da Paraíba, a 16 de junho de 1927. Seu pai, João Suassuna, exercia, à época, mandato de “Presidente”, o que correspondia ao atual cargo de Governador. Terminado seu mandato, João Suassuna deixa o litoral e volta ao sertão, sua terra de origem, fixando-se na fazenda “Acauhan”, no município de Sousa.

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Em 9 de outubro de 1930, quando Ariano contava apenas três anos de idade, João Suassuna, então Deputado Federal, é assassinado no Rio de Janeiro, vítima das divisões e lutas políticas ligadas à Revolução de 30. É no Sertão da Paraíba que Ariano passa boa parte da infância, primeiro na “Acauhan”, depois no município de Taperoá. Em 1942, a família Suassuna fixa-se em Recife, capital de Pernambuco.

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É em Recife que Ariano inicia a sua vida literária, com a publicação do poema Noturno, a 07 de outubro de 1945, no Jornal do Commercio. Ao ingressar na Faculdade de Direito, em 1946, liga-se ao grupo de estudantes que retoma, sob nova inspiração teórica, o Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP). Mais do que um movimento teatral, o TEP foi um movimento de revalorização da cultura brasileira, com atuação em várias áreas da criação artística.

Noturno[...]Que vale a natureza sem teus Olhos,ó Aquela por quem meu Sangue pulsa?

Da terra sai um cheiro bom de vidae nossos pés a Ela estão ligados.Deixa que teu cabelo, solto ao vento,abrase fundamente as minhas mão...[...]

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De 1946 a 1948, são publicados, em revistas e suplementos de jornais, seus primeiros poemas ligados ao Romanceiro Popular Nordestino, universo de poemas e canções que inclui desde a poesia improvisada dos cantadores até a Literatura de Cordel e de tradição oral decorada. É partindo principalmente dos folhetos do Romanceiro que Suassuna vai encontrar o caminho para criar toda a sua obra teatral. Em 1947, escreve a sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol.

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No ano seguinte, estréia em palco com Cantam as Harpas de Sião, depois rescrita sob o título de O Desertor de Princesa (1958). Ainda estudante de Direito, escreve Os Homens de Barro (1949) e o Auto de João da Cruz, esta no ano de sua formatura (1950). Em 1951, em Taperoá, para onde vai a fim de curar-se do pulmão, escreve e encena, com mamulengos, o entremez Torturas de um Coração ou Em Boca Fechada Não Entra Mosquito. Esta peça é extremamente importante no teatro de Suassuna.

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Em primeiro lugar, porque, a exemplo de outros entremezes, serviu como núcleo inicial de uma peça maior, A Pena e a Lei. Depois, porque Torturas é o primeiro trabalho de Suassuna ligado ao campo do Cômico. Até aí, Suassuna somente se dedicava à composição de tragédias – excetuando-se o Auto de João da Cruz, um drama sacramental. Após Torturas, o autor escreve mais uma tragédia, O Arco Desolado (1952), para então dedicar-se às comédias que o deixaram famoso:

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Auto da Compadecida (1955), O Casamento Suspeitoso (1957), O Santo e a Porca (1957), A Pena e a Lei (1959) e Farsa da Boa Preguiça (1960), para mencionar as peças publicadas em livro e sem considerar outros entremezes, todas comédias importantíssimas para o teatro brasileiro contemporâneo. A partir da encenação, no Rio de Janeiro, do Auto da Compadecida, em janeiro de 1957, durante o Primeiro Festival de Amadores Nacionais, Suassuna é alçado à condição de um dos nossos maiores dramaturgos.

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Premiada com a “Medalha de Ouro” da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, no mesmo ano a peça é publicada em livro. Encenado em diversos países, o Auto encontra-se editado em vários idiomas, dentre os quais o alemão, o francês, o inglês, o espanhol e o italiano, e recebeu, até hoje, três versões para o cinema. A partir de 1956, com A História do Amor de Fernando e Isaura, versão nordestina de Tristão e Isolda, Ariano passa a dedicar-se, também, ao romance.

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No mesmo ano, inicia carreira docente na Universidade Federal de Pernambuco, onde irá lecionar várias disciplinas ligadas à Arte e à Cultura, até se aposentar, em 1989. Em 1959, funda, com Hermilo Borba Filho, o Teatro Popular do Nordeste (TPN). Em 1960, forma-se em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco. De 1958 a 1970, trabalha em um longo romance, editado em 71 – o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, saudado pela crítica como um dos mais importantes romances da Língua Portuguesa.

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Suassuna chama-o “romance armorial-popular brasileiro”, na intenção de vinculá-lo ao Movimento Armorial, por ele idealizado e lançado oficialmente no Recife, a 18 de outubro de 1970. Segundo o próprio Suassuna, “a Arte Armorial Brasileira tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos ‘folhetos’ do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus ‘cantares’, e com a Xilogravura que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das Artes e espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados”.

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Em 1976, torna-se Livre Docente da UFPE, defendendo a Tese A Onça Castanha e a Ilha Brasil – Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira, ainda inédita. De 1975 a 1977, publica, em folhetins semanais, no Diário de Pernambuco, duas partes da História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão, segundo volume da trilogia iniciada com A Pedra do Reino.

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Em 1987, retorna ao teatro com As Conchambranças de Quaderna, trazendo pela primeira vez ao palco o mesmo personagem do seu romance, Dom Pedro Dinis Ferreira-Quaderna, o Decifrador. Em 1990, toma posse na Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 1989.

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Ingressa, depois, nas Academias de Letras de Pernambuco (1993) e da Paraíba (2000). Atualmente, dedica-se à escritura de um novo romance, com o qual pretende não só rever toda a sua obra, mas concluir a trilogia iniciada com A Pedra do Reino e interrompida com O Rei Degolado.

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FIM