22
QUE COISA MAIS ESDRÚXULA !

"Apresentação para a aula de linguística"

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Baseado no livro " A língua de Eulália" de Bagno. Com foco no capítulo: " Que coisa mais esdruxúla".

Citation preview

  • 1. QUECOISAMAISESDRXULA!

2. Um trao caracterstico doportugus no-padro quenele as palavrasproparoxtonas praticamenteno existem.Como todos sabem as proparoxtonas so aquelas palavrascuja slaba tnica a antepenltima. 3. Para comear, vejamos estas palavrasque no portugus padro soProparoxtonas e como so pronunciadasno portugus no-padro. 4. O que aconteceu foi que estas palavras sofreramalgum tipo de "encolhimento" para caberem noritmo natural do PNP, que um ritmo paroxtono,no qual a slaba tnica sempre a penltima.Voc tem que lere dar uma paradinhapara entender o queest se falando. Quantomenos palavras, maisrpida torna-se acomunicao. Ao lado umExemplo, uma receita deMolho de repolho no alhoE leo. 5. O QUENOS DIZ AHISTRIADA LNGUA? 6. Logo abaixo do primeiro quadro h outrocom algumas palavras muito conhecidas,usadas por todos os falantes cultosde portugus. Observem agora quais so aspalavras latinas que deram origem s formasatuais do portugus. 7. imensa a quantidade de palavrasproparoxtonas latinas que em portugusse transformaram em paroxtonas. Algumassofreram transformaes to radicais quantoaquelas que vimos no primeiro quadro deVBORA> briba e de GLNDULA> landra.O que aconteceu foi uma acelerao da fala,a lngua ficou mais dinmica,mais rpida,eeste fenmeno aconteceu no s emportugus, mas tambm em outras lnguasda famlia, como o espanhol e o francs. 8. Com a acelerao do ritmo da fala, as vogais quese encontravam depois da slaba tnica foramsendo pronunciadas cada vez mais fracas atdesaparecerem por completo. Depois, outrastransformaes aconteceram e aquelas palavrasganharam o aspecto que tm hoje noportugus-padro.A prpria norma-padro reconhece este fenmeno.Para designar as tetas da vaca, os dicionriosadmitem a forma BERE, proparoxtona, etambm a forma UBRE, paroxtona. 9. VOCABULRIOERUDITOEVOCABULRIOPOPULAR! 10. Ainda temos muitas palavras proparoxtonasem portugus. Mas, so palavras,em suamaioria, "sofisticadas". Termos de usoliterrio, ou termos tcnicos e cientficos,formados diretamente com base no latimou no grego.Exemplos:TPIDO, TGIDO,CIDO,PTRIDO,TRRIDO, VIDO,IMPDO, entre outras. Constituindo assim ovocabulrio erudito da lngua portuguesa. 11. Algumas palavras em latim, deram origema duas palavras em portugus.Uma palavramais antiga, paroxtona, de uso popular eoutra mais recente proparoxtona de usoerudito.Exemplo:A palavra em latim COGULU, na lngua popular eledeu origem a COALHO.Na lngua erudita ele deu origem aCOGULO, termo tcnico da medicina. por isso que oleite COALHA e o sangue COAGULA. 12. MAIS 2 DUASPALAVRINHAS! 13. As proparoxtonas constituemUm "corpo estranho" dentro dalngua portuguesa?Pode se dizer que sim, e existem duasprovas para isso. A primeira, a questo doacento grfico.Quando aprendemos a usaros acentos grficos somos apresentadas auma regra que diz: "Todas as palavrasproparoxtonas so acentuadas". 14. POR QU?Porque, justamente, a tendncianatural, o ritmo prprio doportugus o paroxtono. 15. Uma palavra escrita simplesmenteDUVIDA no apresenta problemaspara um falante de portugusalfabetizado, pois ele naturalmentea ler acentuando, na fala,a slaba VI-. 16. Mas para que ele acentue nafala a slaba -DU-, ser precisoque ela venha enfeitada com umacento grfico -DVIDA-,poisesta acentuao nocorresponde tendncianatural do portugus. 17. por isso tambm que asparoxtonas s so acentuadasgraficamente nuns casos bemespecficos, e a maioria delas norecebem acento grfico. 18. A outra coisa que nos revelaessa "esquisitice" da acentuaona antepenltima slaba otermo que tambm se usa paradesignar as palavrasproparoxtonas. 19. Esdrxula, que alm dedesignar as proparoxtonas,esse adjetivo tambmPassou a significar, nalinguagem familiar,esquisito, estranho,fora do comum. 20. Aquilo que parece "errado" ou"estranho" no portugusno-padro , na verdade,Resultado da ao de tendnciasmuito antigas na lngua, que sorefradas, reprimidas pelaeducao formal, pelas regrasda linguagem literria, oficial,escrita, mas que encontramlivre curso na boca do povo. 21. H sempre novasmaneiras deaprender. Comearreconhecendoa fala de diferentesestados comodiferentes, pormcerta, umamaneira de aprender alngua, suastransformaes enovidades. 22. Trabalho realizado pelos alunos:Sara AvelinoErikson SantosNathalia AlhoLuiz CastroAntnio CarlosTurma de Lingustica IIProfessora: GlayceUniversidade Estadual do Rio de Janeiro FFP