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Apresentação da família de peixes Poeciliidae e algumas curiosidades. (02-10-13)

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Poeciliidae ou poecilídeo

é uma família de peixes de

água doce. São

conhecidos principalmente

por serem ovovivíparos e

pela facilidade de se

reproduzirem.

Esses peixes pertencem a

ordem Cyprinodontiformes

e seus principais

integrantes são os

Endlers, Espadas, Guppie

s, Molinésias e Platies.

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X. hellerii

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Os poecilídeos caracterizam-se por apresentar corpo comprido

lateralmente, cabeça quase inteiramente coberta por escamas, boca

voltada para cima e linha lateral ausente ou vertigial (Santos et al.,

2004).

Em sua maioria são peixes pequenos, possuindo 2cm a 12cm de

comprimento, porém os alevinos nascem grandes, proporcionalmente

ao tamanho das fêmeas adultas; podendo variar de 3mm a 7mm.

Geralmente vivem em microbacias hidrográficas e se alimentam

preferencialmente de larvas de insetos, predominantemente dípteros

- os que compreendem as moscas e os mosquitos.

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Fonte: The Encyclopedia of New Zealand

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Os peixes da família Poeciliidae monstram elevado dimorfismo sexual; os machos são

menores que as fêmeas e possuem sua nadadeira anal transformada pela modificação

do terceiro, quarto e quinto raios da nadadeira anal, formando o órgão reprodutor

chamado Gonopódio.

As fêmeas são maiores em tamanho, mais encorpadas e nota-se uma mancha escura

em seu ventre, perto das nadadeiras ventrais e anal, chamada de Ponto Gravídico. A

nadadeira dorsal e caudal geralmente são menores que as nadadeiras do macho.

A sua reprodução é ovovivípara (Winge, 1922); o embrião se desenvolve dentro de um

ovo alojado dentro do corpo da mãe. O ovo recebe assim proteção, mas desenvolve-se

a partir do material nutritivo existente dentro do ovo. Os ovos eclodem no oviduto

materno sem que exista ligação alguma entre a progenitora e o embrião. As fêmeas

podem parir algumas unidades a dezenas de filhotes, mas existem casos de grandes

fêmeas parirem mais de cem alevinos.

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Fonte: McDowall, 1990

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Essa espécie é a mais rara dentre as apresentadas nesse trabalho.

A P. wingei (Poeser, Kempkes & Isbrücker, 2005) é muito próxima em aparência a algumas populações de Guppies

selvagens. De acordo com Stan Shubel, autor de "Aquarium Care for Fancy Guppies", o Endler ou também conhecido por

Guppy Endler é, em fato, não uma espécie separada; têm a mesma composição genética do Guppy e mesmo assim foi

dado o seu próprio nome para fins de conservação. Entretanto, em 2009, S. Schories, M. K. Meyer e M. Schartl publicaram

na base de dados moleculares que o Endler tem a taxonomia separada do Guppy e da P. obscura (Schories, Meyer &

Schartl, 2009).

Independente disso, as chances de encontrar Endlers puros são raras, pois alguns aquaristas procuram diferentes cores e

formas de nadadeiras (Rundle, 2010). A maioria dos peixes encontrados no hobby são híbridos.

Os primeiros exemplares desta espécie foram coletados na Lagoa de Patos, Venezuela, por Franklyn F. Bond, em 1937.

Atingem até 3cm de comprimento, preferem pH ligeiramente alcalino (7 a 7,8) e temperatura de 21º a 28º C.

Fonte: Tom Bailey

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São peixes bem comuns e relativamente baratos nas lojas de aquariofilia. O nome Espada é devido aos raios inferiores da

nadadeira caudal alongados e possuírem o formato de uma espada. Existem outras espécies, também chamadas de

Espadas, mas a X. hellerii (Heckel, 1848) é a mais comum.

Têm sua origem na América do Norte e América Central, do México ao norte de Honduras.

Atingem até 12cm de comprimento, preferem pH alcalino (7 a 8) e temperatura de 22º a 28º C.

Fonte: Elzio Leal

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Está espécie está entre as três mais populares em todo o mundo. Seu nome foi dado em homenagem a um de seus

primeiros coletores, o londrino, clérigo anglicano e reverendo Robert John Lechemere Guppy.

O Guppies originalmente foram encontrados nas regiões costeiras da Venezuela e Guiana e nas ilhas do sul do Caribe:

Antigua, Antilhas Holandesas, Trinidad-Tobago e Barbados.

Os machos atingem aproximadamente 3cm e as fêmeas podem atingir quase 6cm de comprimento de corpo. Preferem pH

ligeiramente alcalino (7 a 7,8) e temperatura de 24º a 28º C.

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As principais espécies chamadas de Molinésia são a M. Negra (P. sphenops) (Valenciennes, 1846), M. Latipina (P.

latipinna) (Lesueur, 1821) e M. Velifera (P. velifera) (Regan, 1914).

As Molinésias são de origem mexicana e norte-americana, dependendo da espécie. Apesar de serem peixes de água doce,

podem ser encontradas no litoral Atlântico dos Estados Unidos e áreas costeiras da Península de Yucatan.

A M. Negra tem aproximadamente 6cm e a principal característica é de possuir a nadadeira dorsal pequena e manchas

negras pelo corpo e nadadeiras. A M. Latipina tem em média 7cm e a nadadeira dorsal grande, possuindo de 12 a 16 raios.

A M. Velifera é a maior e mais valorizada das três principais espécies, podendo atingir cerca de 9cm e possuir de 15 a 19

raios em sua nadadeira dorsal.

Essas espécies preferem pH alcalino (7,5 a 8,2), água salobra e temperatura de 22º a 28º C.

P. velifera. Fonte: tsamisaquarium.gr

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Dentre as espécies citadas, os Platies são os peixes ornamentais mais comuns e com menor valor no mercado. Os

principais representantes desses peixe são os P. Maculatus e P. Variatus.

Os Platies têm origem em Belize e México.

Atingem no máximo 7cm de comprimento, preferem pH alcalino (7 a 8) e temperatura de 22º a 28º C.

X. maculatus. Fonte: Claus Orche

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Barbados poderia ser considerada um “paraíso” no que se refere à virtual ausência de mosquitos transmissores de malária,

em uma região onde esta doença é considerada endêmica. Este fato levou autoridades sanitárias de diversos países a

introduzir Guppies selvagens em córregos, valas, várzeas, brejos e pauis, onde, devido à sua resistência e prolificidade,

adaptou-se muito bem.

No Brasil, o Guppy se espalhou rapidamente em diversos lagos, brejos, lagoas, rios e riachos, após a década de 50, para

controlarem os mosquitos do gênero Anopheles, transmissores da malária. Esses mosquitos, bem como os mosquitos do

gênero Aedes - transmissores da dengue - preferem águas paradas e límpidas, dando preferência para corpos d água

menores e mais isolados.

Hoje esses peixes podem ser encontrados em todos os estados, mesmo em regiões mais frias e em lugares poluídos.

P. reticulata. Fonte: Paul Bentzen

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Distribuição global e origem da P. reticulata. Fonte: Adaptada de Deacon et al., 2011

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A família Poeciliidae é um grupo diverso de Cyprinodontiformes, com 220 espécies

que apresentam ampla distribuição nos continentes africano e americano

(Bragnaça & Costa, 2011). Neste trabalho foram apresentadas apenas oito

espécies de peixes pertencentes à família Poeciliidae e nenhuma destas são

originárias do Brasil.

Em pesquisa para esta apresentação, somente foram encontradas duas espécies

nativas; a Poecilia waiapi (Bragança, Costa & Gama, 2012), encontrada na

drenagem do rio Jari, na região Norte; e a Phalloceros caudimaculatus (Hensel,

1868), encontrada também na Argentina, Uruguai e Paraguai.

P. caudimaculatus. Fonte: Elke Weiand

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Além do Guppy introduzido propositalmente no meio do século passado, ao longo dos anos também foram introduzidas

outras espécies de poecilídeos, mas desta vez por aquicultores.

A liberação intencional e, em particular, acidental durante o manejo, ruptura e transbordamento dos tanques de criação

e enchentes devido a chuvas de verão, são os mecanismos mais comuns de introduções de peixes ornamentais dentro

de novos habitats (Pillay, 1996).

O poecilídeos exóticos mais encontrados no Brasil são P. reticulata, X. helleri, X. maculatus, Poecilia vivipara (Bloch &

J. G. Schneider, 1801) e Phalloceros harpagos (Lucinda, 2008).

P. vivipara. Fonte: Fonte: Elke Weiand

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Os sistemas hídricos guardam uma ictiofauna diversa e rica em endemismos, quando há riachos de águas rasas,

habitados principalmente por espécies de peixes de pequeno porte (Menezes et al., 1990; Buckup, 1998; Menezes,

1998).

A ictiofauna brasileira tem sua diversidade impactada por processos naturais, como as alterações históricas do clima

regional e por processos antrópicos diversos decorrentes da ocupação humana. Aliado a isso, soma-se a destruição

das matas ciliares, a poluição dos corpos d’água por substâncias agrotóxicas e efluentes urbanos.

Fonte: cnas.ucr.edu/guppy

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Os poecilídeos são excelentes modelos para estudos sobre a divergência da história de vida entre populações devido

às suas peculiaridades reprodutivas baseadas em diferentes graus de viviparidade (Thibault & Schultz, 1978;

Trexler, 1985), respostas rápidas às condições ambientais, reprodução continuada e curto tempo de geração

(Stearns, 1992; Reznick et al., 1997).

Fonte: cnas.ucr.edu/guppy

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As espécies invasoras são amplamente reconhecidas por representarem uma grande ameaça à diversidade biológica

(Vitousek et al., 1997; Pimentel et al., 2001; Arim et al., 2006). Embora muitos impactos já tenham sido documentados

nos ambientes terrestre e marinho, as assembleias de peixes de água doce parecem particularmente vulneráveis à

presença das espécies exóticas (Deacon et al., 2011).

Fonte: cnas.ucr.edu/guppy

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Nas últimas décadas, a criação de peixes em aquários experimentou muitos avanços técnicos e ganhou adeptos em

todo o mundo. Estudos sobre essa atividade mostraram que a presença de aquários nos lares proporciona melhor

qualidade de vida para as pessoas. Alguns resultados positivos do aquarismo seriam: desenvolvimento do senso de

responsabilidade, da iniciativa e da confiança em crianças; redução no nível de alergias/asma em jovens, estresse nos

adultos; e melhoria do bem-estar físico e psicológico em idosos, inclusive benefícios como tratamento suplementar

para as doenças de Parkinson e Alzheimer (Edwards & Beck, 2002; Reaser & Meyers, 2007).

No Brasil, esse passatempo ainda está em crescimento; estima-se que pouco mais de 500 mil aquários residenciais e

8,5 milhões de peixes estejam espalhados por todo o território nacional (Magalhães et al., 2009, ANFALPET, 2010).

Fonte: Arquivo pessoal

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Cingapura é a líder mundial em exportações de peixes ornamentais. A Tailândia exportou US$ 110 milhões ano

passado (Sukoyono, 2013) e a Indonésia ficou em terceiro lugar exportando US$ 58 milhões (Antara, 2013).

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil exporta cerca de US$ 5

milhões em peixes ornamentais, sendo a maioria representada por espécies de águas continentais. Mesmo com estes

dados expressivos, a piscicultura ornamental ainda é pouco difundida no Brasil, onde a mesma favorece a geração de

trabalho e renda para pequenos empreendedores.

Fonte: (Ling K. H. & Lim L. Y., 2006)

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A rentabilidade ao produzir peixes ornamentais é consideravelmente maior que outras produções convencionais. A

viabilidade da atividade é comprovada, quando comparada à produção da pecuária nacional. Enquanto em um hectare

de terra é possível produzir, em média, apenas 200 quilos (13,5 arrobas) de carne bovina por ano, essa mesma área

com tanques ou estufas, a produção pode passar de 250 mil unidades de peixes. Diferente das “commodities", os

preços dos peixes ornamentais também são definidos pelo produtor e variam conforme a qualidade da produção.

A criação de peixes ornamentais, ou seja, pecuária não convencional, tem se mostrada dinâmica e com bom índice de

crescimento. Por esse motivo, muitas universidades na Ásia e América do Norte fazem pesquisas na área para o

conhecimento, melhoramento genético e de manejo das principais espécies comercializadas, aumentando a produção

e diminuindo os custos.

Fonte: Arquivo pessoal

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"Se você está entediado com a criação dos tipos mais fáceis de peixes como os discos ou ciclídeos Africanos, mude para guppies e eu garanto que você nunca irá ficar entediado com o seu peixe novamente!"

Stan Shubel

[email protected]

www.michelbruno.com