17
A Sociologia Weberiana Prof. Dr. Richard Romancini

A sociologia weberiana

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A sociologia weberiana

A Sociologia Weberiana

Prof. Dr. Richard Romancini

Page 2: A sociologia weberiana

Introdução

https://www.youtube.com/watch?v=ICppFQ6Tabw

Gabriel Cohn e Antônio Flávio Pierucci - https://www.youtube.com/watch?v=ea-sXQ5rwZ4

Page 3: A sociologia weberiana

Compreensão e explicação- Opondo-se à ideia de que seja possível assimilar os métodos das ciências naturais ao estudo da sociedade, vários críticos da corrente positivista elaboraram outras estratégias;

- Nesse contexto, autores como Wilhelm Dilthey (1833-1911) e George Simmel (1858-1918) propõem a elaboração de um conhecimento mais voltado às ciências sociais.

Wilhelm DiltheyFonte: Wikipédia

Page 4: A sociologia weberiana

Compreensão e explicação

- E é de Dilthey a distinção - que se tornou famosa - entre o “compreender” que as ciências sociais buscariam e o “explicar” almejado pelas ciências naturais;

- Isso ocorre, pois os processos da experiência humana são vivos e, assim, a tarefa da Sociologia, antes do que explicá-los, deveria ser a busca da compreensão do “sentido” (significado) dos mesmos;

George SimmelFonte: Wikipédia

Page 5: A sociologia weberiana

Compreensão e explicação- O autor mais expressivo, considerado um dos criadores da Sociologia, dessa corrente é o alemão Max Weber (1864-1920), que fez significativas contribuições a esse "paradigma" de estudo da sociedade, que procura o “sentido” da “ação social”. Para tanto, Weber construiu toda uma metodologia e conceitos relevantes.

Max WeberFonte: Wikipédia

Page 6: A sociologia weberiana

Objetividade e conhecimento na Sociologia

- Para Weber, os valores e ideais que inspiram um cientista social são intrínsecos à busca do conhecimento; daí sua crítica ao positivismo. Porém, ele propunha uma clara distinção entre os “julgamentos de valor” e o “saber empírico”;

- A ciência social compreende ambos os aspectos – já que os julgamentos de valor estão no significado dado aos objetos e problemas, enquanto o saber empírico está relacionado com a busca de respostas às questões formuladas, por meio dos instrumentos racionais da ciência;

Page 7: A sociologia weberiana

Objetividade e conhecimento na Sociologia

- Todavia, o cientista social não deve estabelecer receitas para a praxis, nem dizer o que deve ser feito, mas sim o que pode ser feito. Isso porque a ação prática vincula-se a deveres e convicções que estão ancorados no mundo da política prática. E, para Weber, a ciência social deve distinguir-se dessa esfera tanto quanto possível;

- Nesse sentido, ele dizia que: “A tarefa do professor é servir aos seus alunos com o seu conhecimento e experiência e, não, impor-lhe suas opiniões políticas pessoais”. - Em outras palavras, a ciência (e o professor que é representante dela) tem um compromisso com a “verdade” que não deve ser restringido pelas crenças e convicções políticas de qualquer de seus praticantes.

Page 8: A sociologia weberiana

Compreensão da realidade social e conexão de sentido

- De acordo com Weber, o objetivo da Sociologia deveria ser a compreensão da conduta social. Ele vê a conduta humana como feita pela “ação”, dotada de “significados subjetivos” dados por quem a executa e que a orientam; - Quando a orientação dirige-se a outros, trata-se de uma ação social. E, assim, o estudo da ação social, torna-se central na sociologia weberiana;

Page 9: A sociologia weberiana

Compreensão da realidade social e conexão de sentido

- “A explicação sociológica [em Weber] busca compreender e interpretar o sentido, o desenvolvimento e os efeitos da conduta de um ou mais indivíduos referida a outro ou outros – ou seja, da ação social, não se propondo a julgar a validez de tais atos nem a compreender o agente enquanto pessoa. Compreender uma ação é captar e interpretar sua conexão de sentido, que será mais ou menos evidente para o sociólogo” (Barbosa e Quintaneiro, 2002, 114); - Em outras palavras, o método da “conexão de sentido” diz respeito a “apreender os nexos entre os diversos elos significativos de um processo particular e reconstruir esse processo como uma unidade [...]. Realizar isso é precisamente compreender o sentido da ação” (Cohn, 1991, 28).

Page 10: A sociologia weberiana

Tipo ideal, ação e relação social

- Um dos principais instrumentos da metodologia de Weber é o de “tipo ideal”, ou seja, a conceituação/modelo de uma situação ou fenômeno real, que busca, racionalmente, isolar seus elementos fundamentais (nem sempre constantes em todas as suas situações concretas), em traços sintéticos. Exemplos de tipos ideais: capitalismo, burocracia, igreja, partido político etc. - O tipo ideal é, então, um guia para a pesquisa empírica, pois serve (por comparação) para conduzir o cientista numa realidade complexa;

Page 11: A sociologia weberiana

Tipo ideal, ação e relação social- Como já se disse a “ação social” é muito importante na sociologia weberiana. E Weber elabora, com fins de entendimento da ação humana e de processos sociais, quatro “tipos ideais” de ação: :: Ação racional com relação a fins (congruência/adequação entre meios e fins); :: Ação racional com relação a valores (orientada pelos valores últimos); :: Ação tradicional (ditada pelo costume) e :: Ação afetiva (regida pela emoção e sentimentos). - Já a “relação social” é definida por Weber com respeito ao elemento de sentido partilhado (sem que haja necessariamente reciprocidade quanto a este), existente na execução de ações sociais.

Page 12: A sociologia weberiana

Tipo ideal, ação e relação social

- Entes coletivos (desde um casal a empresas, Estados, clubes etc.) existem como formas de relação social, que desapareceriam caso desaparecessem sua atividades sociais orientadas significativamente. - Quanto mais assumirem teor racional, mais as relações sociais serão regidas por normas, leis, regulamentos etc.

Page 13: A sociologia weberiana

Dominação, desencantamento do mundo e burocratização

- Para Weber o fundamento da vida social (ou seja, da sociedade) encontra-se na questão da dominação, isto é, os elementos que justificariam a legitimidade do mando de uns sobre outros – em outras palavras, a questão da ordem social;

- Na reflexão sobre esse ponto, ele elabora três tipos de princípios de autoridade, que se justificariam em diferentes fontes: :: Autoridade racional (legalidade, crença nas regras,

racionalidade); :: Autoridade tradicional (costumes habituais, antiguidade); :: Autoridade afetiva (carisma).

Page 14: A sociologia weberiana

Dominação, desencantamento do mundo e burocratização

- A modernidade, para Weber, tenderia cada vez mais a uma racionalização do mundo – englobando suas diferentes esferas: religião, administração, política etc. – e isso provocaria um predomínio do tipo de autoridade racional, cujo instrumento mais relevante seria a burocracia; - Porém, o que Weber chama de “desencantamento do mundo” (maior racionalidade operada pela ciência e pela técnica) estaria produzindo também uma cultura mais medíocre, rotinizada e adaptada ao cotidiano – que poderia, todavia, ser de tempos em tempos afetada por ondas emocionais (carismáticas).

Page 15: A sociologia weberiana

Racionalização e Capitalismo- Em sua obra clássica A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1905), Weber enlaça vários temas de sua sociologia na análise do surgimento do capitalismo no ocidente; - Em sua análise, bastante original e discutida até hoje, ressalta como um fator explicativo importante o caráter “racional” da ética calvinista (salvação pelas obras) que possui importância em termos de valores (poupança, ética do trabalho) e condições para o surgimento do capitalismo;

Page 16: A sociologia weberiana

Racionalização e Capitalismo

- Weber mostra, então, o quanto o capitalismo dependeu, no seu desenvolvimento inicial, de indivíduos dessa crença. Assim como, discute o fato de que o capitalismo tenha progredido mais rápido nos países protestantes que nos católicos.

Page 17: A sociologia weberiana

Referências

BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira e QUINTANEIRO, Tânia. Max Weber. In: QUINTANEIRO, Tânia et al. Um toque de clássicos. Belo Horizonte, Ed. UFMG, pp. 107-149. COHN, Gabriel. Introdução. In: ___ (org.). Weber (coleção Grandes Cientistas Sociais). São Paulo, Ática, 1991, pp. 7-34.