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Módulo 2: O dinamismo civilizacional da Europa Ocidental nos séculos XIII a XIV – espaços, poderes e vivências Escola Secundária de Lagoa Disciplina de História – 10º E Ano Letivo 2014/2015 Carlos Fernando M. Costa Unidade 1 – A identidade civilizacional da Europa Ocidental 1.1. Poderes e crenças – multiplicidade e unidade 1.1.1. A multiplicidade de poderes

A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderes

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Page 1: A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderes

Módulo 2: O dinamismo civilizacional da Europa Ocidental nos séculos XIII a XIV –

espaços, poderes e vivências

Escola Secundária de LagoaDisciplina de História – 10º E

Ano Letivo 2014/2015

Carlos Fernando M. Costa

Unidade 1 – A identidade civilizacional da Europa Ocidental

1.1. Poderes e crenças – multiplicidade e unidade

1.1.1. A multiplicidade de poderes

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Correção do Trabalho de Casa Caraterizar a Alta Idade Média

NÍVEL POLÍTICO

NÍVEL ECONÓMIC

O

NÍVEL SOCIAL

•Cristianismo;

•Divisão e distanciamento entre Oriente e Ocidente;

•Dinastia Carolíngia;

•Sacro-Império

•Invasões no séc. VII e finais do Séc. IX;

•População Escassa e dispersa;

•Fortalecimento dos poderes locais;

•Laços de Dependência

•Agricultura rudimentar;

•Rendimentos insuficientes;

•Sistema de Pousio – afolhamento bienal

•Indústrias primitivas (forja, olaria e gado)

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O Feudalismo Sistema económico, político

e social sustentado na propriedade sobre a terra - o feudo.

Surge com as invasões bárbaras, que contribuíram para o processo de ruralização e o surgimento de diversos reinos.

Destaca-se o Reino dos Francos. Mas é no Reino Carolíngio que se solidificam as principais estruturas do feudalismo.

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O Feudalismo O Feudalismo carateriza-se por…

Uma economia baseada em agricultura de subsistência

Trabalho servil

Comércio praticamente inexistente, predominando as trocas

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O Feudalismo Em termos sociais, o feudalismo é

caraterizado por…

Grupos sociais com um status definido pelo nascimento (Nobreza, Clero, Servos)Relações de suserania entre os nobres (contratos feudo-vassálicos)

Ascensão social inexistente salvo algumas exceções.

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A multiplicidade de poderes

Depois do mundo romano a Europa viveu um período de divisões e instabilidade;

Durante a Idade Média, surgem os senhorios, principados, cidades independentes, reinos e até um império com honrava o legado romano.

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Os senhorios

Conceitos – Senhorio

(Manual - pág. 12);

Pertenciam a um nobre ou a um

membro do alto clero;

Tinham tamanhos variáveis e

podiam agrupar um castelo, a casa senhorial terras aráveis, bosques e um

ou mais aglomerados

populacionais;Além dos rendimentos económicos provenientes da exploração das

terras, os senhores detinham autoridade sobre os homens que as

habitavam;

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Os senhorios Os senhores tinham o

direito de julgar e aplicar penas;

Cobrar impostos e outras taxas;

Recrutar homens para o exército;

Conjunto de poderes públicos – ban ou bannus;

Doc.1 – pág. 12

Camponeses trabalhando num senhorio

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Os senhorios O Senhorio era essencialmente composto por

duas partes:

a Reserva: parte das terras que o senhor reservava para si; era cultivada por servos e criados e pelos camponeses livres sob a forma de trabalho gratuito;

os Mansos: parcelas da propriedade que o senhor concedia aos camponeses livres (ou vilãos) para estes explorarem, em troca, os camponeses davam ao senhor uma parte da produção sob a forma de rendas e trabalhavam gratuitamente (2 a 3 dias por semana) na Reserva (a estes trabalhos gratuitos era dada a designação de corveias).

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Ducados e Condados Duques e condes

constituíam os escalões superiores da nobreza medieval;

Possuíam grandes senhorios que podiam ser alargados devido a concessões régias e a políticas de casamentos;

Estes senhorios podiam ir desde terras agrícolas e aldeias, a vilas e até cidades;

Ilustração de um senhorio

Page 11: A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A multiplicidade de poderes

Os Reinos Conceitos – Reino (Manual – pág.

12);

Doc.3 – pág. 14

A estabilidade de um reino dependia de duas condições fundamentais;

› Superioridade de uma família que exerce a realeza, em regime hereditário e ter o rei como autoridade suprema que deve garantir o bem comum

› Ter o seu território delimitado, todos os habitantes nascidos no reino devem obediência ao rei.

Ilustração de um Reino

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Os Reinos Um reino pressupõe a

identificação entre um rei, um território e os seus habitantes;

Criação de laços étnicos, históricos, culturais e políticos que unem toda a comunidade;

No século XIII, na zona ocidental da Europa, já existem vários reinos com alguma estabilidade como Portugal, Castela, Aragão, França e Inglaterra;

Reinos da Europa Ocidental, cerca de 1225

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O Império O ideal de um novo

império universal e cristão com a autoridade e extensão do Império Romano renasceu no século X, através de Otão I, rei da Germânia.

Englobando territórios germânicos e italianos e com uma aliança entre o imperador e o Papa, surge o Sacro-Império Romano-Germânico; Sacro-Império Romano-

Germânico

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O Império As disputas entre o Papa e o

imperador, o crescimento e desenvolvimento dos reinos e a afirmação dos grandes senhores não permitiram ao Sacro-Império o “domínio universal” que fora idealizado.

No século XIII o Sacro-Império Romano-Germânico não é mais do que um conjunto de territórios governados por príncipes locais que escolhiam um imperador sem poder efetivo.

Otão II

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As comunas A partir do séc. XI, as cidades

procuram a sua emancipação, não aceitavam o domínio dos grandes senhores;

Conceitos – Comuna (Pág. 16)

No Norte de Itália, os mercadores obrigam os habitantes da cidade a unirem-se e selam sob juramento solene de entreajuda e lealdade, a comuna;

A comuna, associação de gentes da cidade, apresentava ao senhor as reivindicações dos seus habitantes;

Palácio Comunal de Siena

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As comunas As lutas comunais levaram

ao surgimento das chamadas Cartas Comunais, nesta estavam estipulados os direitos e privilégios das cidades;

A libertação do poder dos senhores levou ao desenvolvimento de várias cidades, estas podiam definir as suas próprias normas, leis, taxas, justiça e todos os outros aspetos da vida urbana;

Selos das cidades de Meulan e Saint-Omer

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A imprecisão de fronteiras O clima de instabilidade nos

tempos medievais dificultava a delineação de fronteiras;

As guerras, anexações e acordos políticos mudavam constantemente os territórios;

O desmembramento ou junção de senhorios, as liberdades conquistadas pelas cidades, as usurpações senhoriais e a autoridade real fazia com que muitas fronteiras fossem efémeras ou mal definidas;

A guerra era constante na Idade Média

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Exercícios

CADERNO DO ALUNO – FICHA Nº 7 – Questões 1-5

1. Identificar o império a que se reporta o Doc. 1. O Sacro Império Romano-Germânico

2. Identificar o grupo que, para além do rei, assume o protagonismo na cerimónia de coroação (Doc. 2). O clero. O rei encontra-se rodeado de bispos.

3. Dizer sobre quem se exerce a autoridade do rei (Doc. 2).O poder do rei exerce-se sobre todos os homens que habitam o território do seu reino

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Exercícios CADERNO DO ALUNO – FICHA Nº 7 – Questões 1-5

3. Referir três elementos característicos de um senhorio patentes na imagem do Doc. 3. − A propriedade fundiária, da qual se destacam as áreas aráveis e os prados; o castelo, residência senhorial; os homens que habitam no domínio. 4. Com base no Doc. 4, mostrar que as comunas gozavam de liberdades administrativas.− Face à nomeação de um funcionário régio para a cidade de Soissons, os burgueses requerem ao rei a manutenção das liberdades da cidade;− O rei Carlos VII garante, através desta ordenação, a manutenção das “liberdades e franquias” anteriormente adquiridas pela comuna.