20
VIII Jornada de Estudos do Discurso A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: POR UM ITINERÁRIO INVESTIGATIVO NA INTERFACE TRABALHO & LINGUAGEM Carlos Fabiano de Souza IFF |UFF|[email protected] NARRANDO A VIDA SOCIAL Orientadora: Luciana Maria Almeida de Freitas (UFF)

A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

VIII Jornada de Estudos do Discurso

A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA

ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS:

POR UM ITINERÁRIO INVESTIGATIVO NA INTERFACE TRABALHO & LINGUAGEM

Carlos Fabiano de Souza IFF |UFF|[email protected]

NARRANDO A VIDA SOCIAL

Orientadora: Luciana Maria Almeida de Freitas (UFF)

Page 2: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Considerações iniciais

Rotas de apresentação

Cursos livres de idiomas (CLs)

Abordagem ergológica da atividade (SCHWARTZ, 1997)

Concepção dialógica de linguagem (BAKHTIN, 2011)

Aspectos metodológicos e considerações finais

Page 3: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Cursos livres de idiomas

Um continuum no ensino não regular de inglês no Brasil

Não regulamentação pelo MEC

Comunidade acadêmico-científica

Ensino-aprendizagem de LE na rede regular de ensino

Ramo em operação em território nacional há + de 70 anos

Page 4: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Cursos livres de idiomas

Um continuum no ensino não regular de inglês no Brasil

Cursos de línguas são classificados como “cursos livres” pelo Ministério da Educação, não estando sujeitos a qualquer tipo de controle nem de reconhecimento. Tampouco as secretarias estaduais regulamentam cursos livres. Pode-se ensinar inglês assim como informática ou karatê (SCHÜTZ, 2011, aspas do autor).

Page 5: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Cursos livres de idiomas

Um continuum no ensino não regular de inglês no Brasil

Contexto da Legislação Brasileira

Complexidade da apropriação do termo “livre”

Documentos Oficiais

Orientações Curriculares para o EM (BRASIL, 2006)

Page 6: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Cursos livres de idiomas

Um continuum no ensino não regular de inglês no Brasil

Essas instituições abrem uma estrutura paralela em forma de centro de línguas para seus próprios alunos, com organização semelhante as dos cursos de idiomas: turmas menores e formadas segundo o nível linguístico identificado por testes de conhecimento do idioma estrangeiro; horários fora da grade escolar e aulas ministradas pelo professor da escola [...] (BRASIL, 2006, p.89, grifo meu).

Page 7: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Cursos livres de idiomas

Um continuum no ensino não regular de inglês no Brasil

Institutos binacionais

Cursos franqueados

Escolas independentes

Page 8: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Uma análise ergológica e dialógica

Rotas investigativas na interface trabalho docente & linguagem

A esse respeito, tem-se que:

As várias práticas científicas que têm por objeto o trabalho se constituem a partir de pontos de vista específicos [...] Nesse sentido, há múltiplas ciências do trabalho e não se pode pretender abordar uma realidade tão complexa a partir do ponto de vista de uma só área do saber. [...] (SOUZA-E-SILVA, 2002, p.63, grifos da autora).

Page 9: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Uma análise ergológica e dialógica

Rotas investigativas na interface trabalho docente & linguagem

Como bem salienta Nouroudine (2002),

quando a linguagem é ela própria trabalho, isto é, funciona como parte legitimada da atividade, ela adota, ao mesmo tempo em que revela, essa complexidade. Portanto, complexidade do trabalho e complexidade da linguagem, de um certo ponto de vista, se confundem. A linguagem como trabalho não é somente uma dimensão, dentre outras, do trabalho, mas ela própria se reveste de uma série de dimensões (NOUROUDINE, 2002, p.21).

Page 10: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Uma análise ergológica e dialógica

Rotas investigativas na interface trabalho docente & linguagem

Linguagem como trabalho

Linguagem no trabalho

Linguagem sobre o trabalho

(LACOSTE, 1998)

Page 11: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Uma análise ergológica e dialógica

Rotas investigativas na interface trabalho docente & linguagem

[...] O diálogo entre teorias é importante, mas não podemos, ao acionar o discurso dos teóricos que compõem o Círculo, deixar de levar em conta que, em suas obras, a referência a texto como enunciado concreto implica sempre fatores como a posição social, histórica e ideológica dos interlocutores, as condições em que se deu a interação entre eles, os demais discursos que entram em relação dialógica com o enunciado etc. (SILVA, 2013, p.55).

Page 12: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Uma análise ergológica e dialógica

Rotas investigativas na interface trabalho docente & linguagem

Na teoria de Bakhtin, ou análise dialógica do discurso, a ideia de dialogismo está ligada à própria concepção de língua como interação verbal. Afinal, não existe enunciado concreto sem interlocutores. O próprio fato de um autor levar em consideração seu interlocutor direto ou indireto quando produz um enunciado já confere à língua esse caráter dialógico (SILVA, 2013, p.52).

Page 13: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Uma análise ergológica e dialógica

Rotas investigativas na interface trabalho docente & linguagem

De acordo com Souza-e-Silva (2002),

eleger as interações no trabalho como objeto de estudo traz como consequência a necessidade de uma nova postura por parte do(a) linguista, que é obrigado a recorrer a noções e/ou categorias de análise advindas de outras disciplinas e a fazer empréstimos diversificados no âmbito de sua própria disciplina, sem abrir mão [...] da noção de dialogismo, princípio constitutivo da linguagem [...] (SOUZA-E-SILVA, 2002, p.63).

Page 14: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Uma análise ergológica e dialógica

Rotas investigativas na interface trabalho docente & linguagem

A compreensão dos enunciados integrais e das relações dialógicas entre eles é de índole inevitavelmente dialógica (inclusive a compreensão do pesquisador de ciências humanas); o entendedor (inclusive o pesquisador) se torna participante do diálogo ainda que seja em um nível especial (em função da tendência da interpretação e da pesquisa). [...] Um observador não tem posição fora do mundo observado, e sua observação integra como componente o objeto observado (BAKHTIN, 2011, p.332).

Page 15: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Uma análise ergológica e dialógica

Corpus de análise: a fala do professor

Instrumento: Entrevista Participantes: Professor-pesquisador, profissional licenciado e não licenciado.

Page 16: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Uma análise ergológica e dialógica

Corpus de análise: a fala do professor

Roteiro provisório elaborado para o evento entrevista

(DAHER, 1998; FERNANDES, 2013)

Page 17: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Considerações finais

Por se tratar de um recorte baseado em um projeto em fase de

desenvolvimento, no qual os procedimentos para produção do

corpus ainda estão no início, não há resultados de análise que

possam ser apresentados. Espera-se, assim, não apenas investigar

as falas de professores de inglês de CLs sobre o seu trabalho, mas,

sobretudo, trazer contribuições no que diz respeito à compreensão

da complexidade do trabalho do professor de línguas que atua

nesse contexto específico de ensino-aprendizagem de LE, dando

visibilidade para que esse sujeito e o seu trabalho sejam

reconhecidos profissionalmente como legítimos dentro de

determinada comunidade.

Page 18: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Referências bibliográficas

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

BRASIL. Orientações Curriculares Nacionais de Línguas Estrangeiras para o Ensino Médio – Língua Inglesa – (OCEM). BRASÍLIA,

MEC, 2006.

DAHER, D. C. Quando informar é gerenciar conflitos: a entrevista como estratégia metodológica. The ESPecialist, São Paulo, v.19, p.287-

304, 1998.

FERNANDES, M. S. S. Ensino regular e curso livre de idiomas: a fala do professor de espanhol sobre o seu trabalho. Niterói, 2013. 132f.

Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagem). Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagem. Universidade Federal

Fluminense (UFF).

FREITAS, L. M. A. Da fábrica à sala de aula: vozes e práticas tayloristas no trabalho do professor de espanhol em cursos de línguas. Rio

de Janeiro, 2010. 359f. Tese (Doutorado em Letras Neolatinas). Programa de Pós-graduação em Letras Neolatinas. Universidade Federal do

Rio de Janeiro (UFRJ).

LACOSTE, M. Fala, atividade, situação. In: DUARTE, F.; FEITOSA, V. (Orgs.). Linguagem & trabalho. Rio de Janeiro: Lucerna, 1998.

NOUROUDINE, A. A linguagem: dispositivo revelador da complexidade do trabalho. In: SOUZA-E-SILVA, M. C. P.; FAÏTA, D. (Orgs.).

Linguagem e trabalho: construção de objetos de análise no Brasil e na França. São Paulo: Cortez, 2002.

SCHWARTZ, Y. Reconnaissances du travail – Pour un approche ergologique. Paris: PUF, 1997

SILVA, A. P. P. F. Bakhtin. In: OLIVEIRA, Luciano Amaral (Org.). Estudos do discurso: perspectivas teóricas. São Paulo: Parábola

Editorial, 2013.

Page 19: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

Referências bibliográficas

SOUZA, C. F. Ecos do trabalho docente em cursos livres de idiomas: trilhas investigativas de práticas linguageiras do professor de inglês.

In: 25ª Jornada Nacional do Grupo de Estudos Linguísticos e Literários do Nordeste – GELNE, 2014, Natal. Anais da XXV Jornada

Nacional do GELNE. Natal. RN: EDUFRN, 2014. p.1-11.

SOUZA, C. F. Representações do exercício docente em cursos livres de idiomas: reflexões acerca de relações dicotômicas no ensino de

língua inglesa. VÉRTICES, Campos dos Goytacazes/RJ, v.15, n.1, p. 31-45, jan./abr. 2013a.

SOUZA, C. F. O professor de língua inglesa em cursos de idiomas: uma análise crítico-reflexiva do exercício docente nesse “locus” de

ensino-aprendizagem de LE/Inglês. Revista Contexturas, n.21, p.53-74, 2013b. ISSN: 0104-7485.

SOUZA-E-SILVA, M. C. P. A dimensão linguageira em situações de trabalho. In: SOUZA-E-SILVA, M. C. P.; FAÏTA, D. (Orgs.).

Linguagem e trabalho: construção de objetos de análise no Brasil e na França. São Paulo: Cortez, 2002.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 13.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. 8.ed.

Trad. João Batista Kreuch. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

TRINQUET, P. Trabalho e educação: o método ergológico. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, número especial, p. 93-113, ago.2010 –

ISSN: 1676-2584.

VIEIRA JÚNIOR, P. R.; SANTOS, E. H. A gênese da perspectiva ergológica: cenário de construção e conceitos derivados. Trabalho &

Educação, Belo Horizonte, v.21, n.1, p.83-100, jan./abr. 2012.

Page 20: A FALA DO PROFESSOR DE INGLÊS SOBRE A SUA ATIVIDADE DOCENTE EM CURSOS DE IDIOMAS: por um itinerário investigativo na interface trabalho & linguagem

AGRADEÇO PELA

ATENÇÃO!

Realização: AGRADECIMENTOS: